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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical DOSES DE NITROGÊNIO EM Brachiaria brizantha cv. Marandu: ALTERAÇÕES NOS INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO ISABELA DE CENI CUIABÁ- MT 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

DOSES DE NITROGÊNIO EM Brachiaria brizantha cv. Marandu:

ALTERAÇÕES NOS INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO

ISABELA DE CENI

CUIABÁ- MT

2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

DOSES DE NITROGÊNIO EM Brachiaria brizantha cv. Marandu:

ALTERAÇÕES NOS INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO

ISABELA DE CENI

Engenheira Agrônoma

Orientador: Prof. Dr. LUCIANO DA SILVA CABRAL

Co-orientadora: Prof. Dra DANIELA TIAGO DA SILVA CAMPOS

Dissertação apresentada à Faculdade

de Agronomia e Zootecnia da

Universidade Federal de Mato Grosso,

para obtenção do título de Mestre em

Agricultura Tropical.

CUIABÁ- MT

2018

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‘’ Nunca foi sorte, sempre foi Deus e

Nossa Senhora ”

(Autor Desconhecido)

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AGRADECIMENTOS

A Deus e Nossa Senhora pela minha vida e tudo o que sou, por sempre

guiar meus passos e colocar pessoas tão boas em meu caminho.

Aos meus pais Marcos Antônio de Ceni e Elizabeth Marques de Ceni, por

todo companheirismo, amor e apoio que me deram durante toda a minha vida.

A minha família por entender tantos momentos de ausência e por sempre

me apoiarem em nome da minha avó Dorcilia Maria Vilela e irmã Aline Marques

de Ceni Cassadante.

Ao Antuherbert Matheus pela paciência e companheirismo nos momentos

de alegria e tristeza.

Ao meu orientador Luciano Cabral por todos os ensinamentos, paciência,

dedicação e exemplo que recebi no decorrer do curso.

A Daniela Tiago da Silva Campos por toda amizade, paciência, dedicação

e incentivos que demonstrou ter comigo, no decorrer de toda minha vida

acadêmica.

Aos membros da banca por toda a ajuda concedida e ao tempo gasto com

objetivo de melhorar o meu trabalho.

Ao Matheus Abreu por toda dedicação, paciência e apoio em rodar a

estatística do trabalho.

A minha amiga-irmã Josiani Marques de Jesus, a qual foi essencial no

final do mestrado por me incentivar, apoiar, me fazer companhia, aguentar meus

choros e reclamações, apontar meus erros na escrita e me dar sugestões.

Ao meu amigo de longa data Willian Mendes Mesquita, o qual me ensinou

muito no “Lab de micro”, com muita paciência, dedicação e carinho. Além de

estar sempre comigo em todos os momentos que mais precisei.

Aos meus amados e queridos estagiários “filhos” Ana Clara Souto, Artur

Lima, Diego Villela, Juliana Brunetta, Kaue Boesing, Matheus Fontana, Rafael

Bortolo, Rafael Villela, Ramon Freitas, Valéria Figueiredo, Samuel Correa e Vitor

Soldatelli, os quais nunca me deixaram sozinha ou desanimar por sequer um

momento independente da hora, dia da semana ou dia do mês, e a suas famílias

por compreenderem, nos apoiar e muitas vezes nos ajudarem.

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Ao mestrando Kyron Cabral e todos os seus colaboradores juntamente

com os professores Carlos Eduardo Avelino Cabral e Joadil Gonçalves de Abreu

os quais fizeram toda a parte de campo e produtividade da forragem.

Aos meus amigos de “Lab de Micro” Ana Carla Stieven, Barbara de Motta,

Carolina Malheiros , Heiriane Martins, Ligia Bronholi Pedrini, Lucas Kim, Marcelo

Cruz, Marcos Freitas, Nicole Kassia Ramos, Wallace Fernandes Gabriel, Wendel

Carvalho, e que sempre estiveram comigo me ajudando, ensinando, apoiando

em todos os momentos e no que eu precisasse.

Aos meus amigos do “LANA” Ana Paula Silva, Arthur Behling Neto,

Cláudio Toledo, Elder Cavalcante, Juliana Freire, Laura Barbosa, Leni Lima,

Luzia Elaine Pimenta Vargas, Mircéia Mombach, Paulo Sergio, Perivaldo

Carvalho, e tantos outros que me ajudaram de várias formas.

A todos alunos da Pós-Graduação em Agricultura Tropical (PPGAT) que

dividi valiosos momentos dentro de sala de aula e que fizeram a diferença em

meus conhecimentos.

A toda equipe da PPGAT pois não mediram esforços sempre que precisei,

o Huan Railon, Paulo César de Andrade, professor Ricardo Amorin e Suzana

Santos.

A todos os meus professores que me passaram conhecimento durante a

graduação e na pós-graduação.

Ao CNPq, órgão financiador da bolsa de estudos.

A TODOS O MEU MUITO OBRIGADA.

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DEDICATÓRIA

A minha Senhora “Nossa Senhora Aparecida”, pois, ela é minha mãe e

sem ela nada sou.

Aos meus pais Marcos e Elizabeth que não mediram esforços para que

eu atingisse todos os meus objetivos e me tornasse o que sou.

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DOSES DE NITROGÊNIO EM Brachiaria brizantha cv. Marandu:

ALTERAÇÕES NOS INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO

RESUMO: A utilização de adubos nitrogenados incrementa a produtividade de

massa seca de forrageiras e ocasiona alterações nas características químicas e

microbiológicas do solo. Desse modo, objetivou-se avaliar as alterações nos

indicadores de qualidade do solo cultivado com Brachiaria brizantha cv.

Marandu, em função de doses de nitrogênio: 0, 25, 50, 75 e 100 kg N ha-1 corte-

1, utilizando-se como fonte de N o sulfato de amônio. Os cortes foram realizados

quando a forragem atingiu a altura de 0,40 m, respeitando a altura de resíduo de

0,20 m. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com cinco

repetições. As coletas de solo foram realizadas em uma profundidade de 0,00-

0,20 m, nos anos de 2016 e 2017, nos meses de maio e novembro. Os

indicadores de qualidade do solo avaliados foram: pH, carbono da biomassa

Microbiana (C-BM), nitrogênio da biomassa microbiana (N-BM), respiração basal

(C-CO2), quociente metabólico (qCO2), quociente microbiano (qCmic), urease,

β-glicosidase e relação C:N, Os resultados obtidos foram que o aumento de

nitrogênio reduziu o pH do solo, acarretando uma redução no C-BM e no qCmic

e um aumento na C-CO2, qCO2, urease e NMP Azos.

Palavra Chave: indicadores biológicos, Urochloa brizantha cv. Marandu e

sulfato de amônio.

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NITROGEN DOSES IN Brachiaria brizantha cv. Marandu: CHANGES IN SOIL

QUALITY INDICATORS

ABSTRACT: The use of nitrogen fertilizers increases the dry matter yield of

forages and causes alterations in the chemical and microbiological

characteristics of the soil. In this way, the objective was to evaluate the changes

in soil quality indicators cultivated with Brachiaria brizantha cv. Marandu, as a

function of nitrogen doses: 0, 25, 50, 75 and 100 kg N ha-1 cut-1, using as the

source of N ammonium sulfate. The cuttings were performed when the forage

reached the height of 0.40 m, respecting the height of residue of 0.20 m. The

experimental design was a completely randomized design with five replicates.

Soil samples were collected at a depth of 0.00-0.20 m in the years 2016 and

2017, in the months of May and November. The soil quality indicators were: pH,

microbial biomass carbon (C-BM), microbial biomass nitrogen (N-BM), basal

respiration (C-CO2), metabolic quotient (qCO2), microbial quotient , urease, β-

glucosidase and C: N ratio. The results obtained were that the increase of

nitrogen reduced soil pH, leading to a reduction in C-BM and qCmic and an

increase in C-CO2, qCO2, urease and NMP Azos.

Key words: Biological indicators, Urochloa brizantha cv. Marandu

e Ammonium sulfate.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10 2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 11

2.1 Produção de carne bovina sob pastagens ......................................... 11 2.2. Brachiaria brizantha cv. Marandu ....................................................... 12 2.3. Adubação nitrogenada ........................................................................ 13 2.4. Ecossistema Solo ................................................................................ 15 2.5. Microbiota do solo .............................................................................. 16 2.6 Indicadores de qualidade do solo ....................................................... 17 2.6.1 Potencial Hidrogênionico (pH) ......................................................... 17 2.6.2 Biomassa microbiana ....................................................................... 18 2.6.3 Respiração basal (C- CO2) ................................................................ 19 2.6.4 Quociente metabólico (qCO2) e microbiano (qCmic) ..................... 20 2.6.5 Atividade enzimática ......................................................................... 20 2.6.6 Bactérias diazotróficas ..................................................................... 21

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 23 3.1 Caracterização da área experimental .................................................. 23 3.2 Caracterização dos tratamentos ...................................................... 24 3.3 Coleta das amostras de solo ............................................................... 25 3.4 Análise de pH do solo ........................................................................... 25 3.5 Análise de nitrogênio da biomassa do solo (N-BM) ........................... 26 3.6 Análise de carbono da biomassa do solo (C-BM) .............................. 26 3.7 Análise da respiração basal do solo (C-CO2) ..................................... 27 3.8 Quociente metabólico (qCO2) e Quociente microbiano (qCmic) ..... 27 3.9 Análise da urease do solo .................................................................... 28 3.10 Análise da β-glicosidase do solo....................................................... 28 3.11 Análise da relação C:N ....................................................................... 28 3.12 Análise de número mais provável de Azospirillum spp. ............... 29 3.13 Análise estatística ............................................................................. 29

4. RESULTADOS ............................................................................................. 31 5. DISCUSSÃO ................................................................................................ 37 6. CONCLUSÃO .............................................................................................. 42 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 43 8. ANEXO ........................................................................................................ 51

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil detém o segundo maior rebanho bovino do mundo, ocupando a

posição de maior exportador de carne. A exploração é baseada na utilização de

pastagens, o que demanda manejo do pastejo adequado e reposição de

nutrientes no solo. Assim, para manutenção do potencial produtivo o nutriente

mais requerido é o nitrogênio.

O nitrogênio é o elemento mineral que as plantas exigem em maiores

quantidades, por ser constituinte de muitos componentes da célula vegetal,

incluindo aminoácidos, ácidos nucleicos, proteínas e de outros compostos

orgânicos, com atuação no metabolismo e/ou formadores da estrutura vegetal,

sua carência é apontada como principal causa da redução na produtividade das

pastagens. Além disso, influencia no perfilhamento, que é um processo relevante

para a perenidade do pasto. Por outro lado, a adubação nitrogenada reduz o pH

do solo, o que influencia na disponibilidade de nutrientes e a atividade de

microrganismos no solo.

Os microrganismos atuam diretamente nos ciclos biogeoquímicos

influenciando assim o carbono da biomassa microbiana (C-BM), nitrogênio da

biomassa microbiana (N-BM), respiração basal (C-CO2), quociente metabólico

(qCO2), quociente microbiano (qCmic), urease, β-glicosidase e relação C:N os

quais são considerados indicadores de qualidade do solo.

Estes indicadores são fundamentais para se fazer inferências sobre o que

está ocorrendo na parte química e microbiana do solo, em determinado sistema

de manejo. Desse modo, objetivou-se com o presente estudo identificar se a

adubação nitrogenada em capim Brachiaria brizantha cv. Marandu altera

indicadores de qualidade do solo.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Produção de carne bovina sob pastagens

A pecuária brasileira é caracterizada pela criação predominantemente a

pasto, sendo o maior exportador de carne bovina e segundo maior rebanho do

mundo com cerca de 215 milhões de cabeças, (DBO, 2017). Por essa

característica a carne brasileira torna-se uma das mais competitivas, pois é a

forma mais econômica e prática de produzir e oferecer alimentos para os bovinos

(HOFFMANN et al., 2014).

O Brasil também é um dos maiores consumidores mundiais de carne

bovina, sem necessitar de importação para suprir essa demanda. Por esse

motivo, é indiscutível a grande contribuição da pecuária bovina brasileira no

fortalecimento da balança comercial do país e para construir a segurança

alimentar nacional e mundial (DIAS-FILHO, 2017).

O bioma cerrado representa uma área de 203,4 milhões de hectares, o

que totaliza aproximadamente 24% do território nacional, dos quais, em torno de

53 milhões de hectares são destinadas as pastagens cultivadas e de modo que

nestas áreas ocorrem 55% da produção de carne bovina do Brasil. Porém, parte

destas pastagens apresenta redução em sua produtividade em virtude da

degradação, o que demanda necessidade de recuperação e/ou renovação dos

pastos, de modo que aumento na produtividade de forragem tem papel decisivo

no processo de modernização dos sistemas de produção agropecuários do país

(ANDRADE, 2016).

Uma das causas de os pastos estarem abaixo do potencial é a falta de

tradição de no uso de insumos e de tecnologia que ainda persiste no manejo das

pastagens e do pastejo. O manejo sob lotação continua, em geral, não obedece

ao ciclo de desenvolvimento das forrageiras, em que não é administrada de

forma responsável, racional e eficiente (DIAS-FILHO, 2017).

Com o passar do tempo, as forrageiras não conseguem manter adequado

desenvolvimento, devido ao consumo da massa verde pelo animal, a falta de

reposição dos nutrientes, a acidificação do solo, a perda da matéria orgânica e

a compactação do solo diminuindo assim a eficiência de uso das pastagens

(FERREIRA et al., 2010).

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A utilização de fertilizantes (principalmente fontes nitrogenadas) é uma das

formas de incrementar a produtividade nas pastagens. Santini, (2014) relata a

importância da adubação nitrogenada na morfogênese e no perfilhamento de

plantas forrageiras.

2.2 Brachiaria brizantha cv. Marandu

Os capins do gênero Brachiaria sp. se configuram como suporte alimentar na

criação de bovinos, ocupando áreas cada vez mais extensas na pecuária

brasileira, por ser uma planta de baixa a média exigência às condições

edafoclimáticas (COSTA et., 2006).

Entre as espécies de Brachiaria, uma das mais utilizadas em grande parte

das áreas de pastagens estabelecidas no estado do Mato Grosso é o B.

brizantha cv. marandu (PEDREIRA et al., 2014). O capim possui resistência à

cigarrinha das pastagens, adequada produtividade de massa de forragem,

persistência em períodos de estiagem, além de boa adaptação à maioria dos

solos tropicais, boa tolerância a altos níveis de alumínio e manganês no solo

(NUNES et al., 1984; JÚNIOR RODRIGUES et al., 2015).

A Brachiaria brizantha cv. marandu apresentaa ótima resposta em

produtividade de massa seca aérea e de raiz quando submetidas a adubação

nitrogenada (MARANHÃO et al., 2009). Devido a essa maior produtividade de

massa radicular há maior produção de exsudados pelas raízes, os quais podem

causar a supressão natural da nitrificação em alguns ecossistemas. A

capacidade de inibir a nitrificação pela liberação de compostos de inibição de

nitrificação biológica (BNI) de raízes parece ser generalizada entre as Brachiaria

ssp. com significativa variabilidade inter e intra-específica. Foram identificados

vários genótipos de BNI alto e baixo de B. humidicola os quais parecem bloquear

as vias monooxigenase de amônia e hidroxilamina oxidoreductase de

nitrosomonas (SUBBARAO et al., 2007).

As gramíneas tropicais, como Brachiaria humidicola, liberam

braquialactona pelas raízes, que podem reduzir ou mesmo suprimir a nitrificação

no solo da rizósfera (SUBBARAO et al., 2009). B. humidicola apresentou maior

supressão do processo de nitrificação em comparação com inibidores sintéticos,

portanto, pode ser usado como um inibidor de nitrificação natural para evitar

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problemas relacionados a N, como poluição das águas subterrâneas, emissão

de N2O e perda de N-insumos de campos agrícolas (MEENA et al., 2014).

A atividade BNI em solo cultivado com Brachiaria humidicola obteve menor

número de cópias de genes de bactérias oxidantes de amônia (AOB) e archaea

(AOA) comparado com solo cultivado com soja. A acumulação de BNIs no solo

de uma pastagem de B. humidicola implantada a 5 anos melhorou o rendimento

de grãos e a eficiência do uso de N na colheita de milho subsequente (MORETA

et al., 2014)

Fernandes et al. (2011), avaliaram a capacidade das espécies B.

brizantha, B. ruziziensis e B. decumbens em inibir o processo de nitrificação em

solo fertilizado com doses de nitrogênio (0, 100, 200 e 300 mg / pote) mais um

controle (sem plantas). Os autores observaram que a B. ruziziensis, quando

cultivado com 60 kg / ha de N, resultou na menor concentração de nitrato do solo

(uma evidência de inibição da nitrificação), mas B. decumbens e B. brizantha

não tiveram efeito sobre o processo de nitrificação.

2.3 Adubação nitrogenada

A aplicação de fertilizantes em pastagens é uma forma de fornecer os

nutrientes para atender as necessidades metabólicas e promover o melhor

desenvolvimento das forrageiras. A adubação, especialmente a nitrogenada, é

fundamental para o aumento da produtividade de massa, principalmente quando

se trata da recuperação do vigor das pastagens (MARTHA JR et al.,2007;

GUEFILD SILVA et al., 2013).

A carência de nitrogênio (N) no solo, é apontada como principal causa da

redução na produtividade das pastagens e decorre do fato de o nitrogênio ser o

elemento mineral que as plantas exigem em maiores quantidades. O N participa

como constituinte de muitos componentes da célula vegetal, incluindo

aminoácidos, ácidos nucleicos, proteínas e de outros compostos orgânicos com

atuação no metabolismo e/ou formadores da estrutura vegetal. Portanto a

deficiência de N inibe o crescimento vegetal (TAIZ e ZEIGER, 2006).

A adubação nitrogenada proporciona aumentos imediatos e visíveis na

produção de forragem. Isto ocorre, devido a quantidade de N disponibilizado pelo

solo, a partir da decomposição da matéria orgânica (MO), não ser suficiente para

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suprir adequadamente a necessidade das plantas (MESQUITA e PINTO, 2000;

MATTOS, 2001; KLUTHCOUSKI e AIDAR, 2003).

A dinâmica do N no solo é muito complexa e diferenciada em relação aos

outros nutrientes. Esse nutriente possui grande mobilidade no solo, sofre

inúmeras transformações mediadas por microrganismos, possui elevada

movimentação em profundidade, transforma-se em formas gasosas e se perde

por volatilização e tem baixo efeito residual. Com isso, parte do N aplicado à

pastagem é frequentemente perdido no sistema, o que reduz a eficiência de uso,

principalmente porque os fertilizantes nitrogenados são normalmente aplicados

em cobertura, sem incorporação ao solo (COSTA et al., 2006)

Devido a esta complexidade, existe uma dificuldade de se definir qual a

fonte e dose mais adequada a ser aplicada para as diferentes espécies

forrageiras. Do total de N aplicado na forma de fertilizantes, entre 40 e 60 % é

absorvido pelas plantas e, do restante, de 20 a 50 % é incorporado ao solo como

N orgânico (FURTINI NETO et al., 2001).

O fornecimento de fertilizantes nitrogenados, no entanto, requer cuidados,

porque apresentam elevadas perdas por volatilização, principalmente em solos

com espessa camada de palha, o que demanda fontes de N que minimizem

estas perdas (TRIVELIN et al., 1997).

A utilização do sulfato de amônio apresenta vantagens ao proporcionar

menor perda de N por volatilização e por ser fonte de enxofre (24% S), embora

apresente maior custo por quilograma de N em comparação com a ureia.

Contudo, a desvantagem é a maior acidificação do solo (CANTARELLA et al.,

2008; HEINRICHS et al., 2012)

Uma das características da maioria dos adubos nitrogenados quando

aplicados com alta frequência ao solo e, em doses elevadas, é o de exercer

influência sobre o pH do mesmo. Aquino et al. (1976), verificaram a influência

dos adubos nitrogenados sobre as reações do solo obteveram como resultado

que o nitrato de sódio não alterou o pH do solo, contudo o fosfato diamônio (DAP)

e o sulfato de amônio reduziram o pH do solo e a uréia não apresentou resultado

concludente utilizando a dose de 100 kg ha-1.

A adubação nitrogenada do solo provoca alterações, especialmente nos

microrganismos que atuam diretamente nos ciclos biogeoquímicos, como na

mineralização de formas orgânicas de nutrientes. Durante a decomposição, os

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nutrientes ficam temporariamente imobilizados na biomassa microbiana,

funcionando como importante reservatório e fonte contínua de nutrientes para as

plantas (SILVA e RESCK, 1997).

Nesse contexto, HUNGRIA (2011) comenta que as projeções são de que,

nos próximos anos, haverá incremento substancial no uso de fertilizantes no

Brasil para atender à intensificação da agricultura e à recuperação de áreas

degradadas. O mercado brasileiro de fertilizantes é frágil e com grande

dependência das importações, sendo fundamental, encontrar alternativas para o

uso mais eficiente dos fertilizantes.

Dessa forma, alguns microrganismos, como as bactérias fixadoras de

nitrogênio atmosférico, as bactérias promotoras do crescimento de plantas, os

fungos micorrízicos, dentre outros, podem desempenhar um papel relevante e

estratégico para garantir melhoria na produtividade a baixo custo e com menor

dependência de importação de insumos (SKONIESKI, 2015).

Participando da ciclagem de N estão, também, as bactérias diazotróficas,

com habilidade para fixarem o N2 atmosférico. GUIMARÃES et al., (2011a)

relataram que algumas gramíneas do gênero Brachiaria spp. apresentam

capacidade de associar-se às bactérias diazotróficas, podendo acumular até 40

kg de N ha-1.

2.4 Ecossistema solo

Do ponto de vista biológico, o solo consiste em um ecossistema

diversificado onde as raízes das plantas e os microrganismos do solo competem

fortemente pelos nutrientes minerais. Apesar disso, as raízes e os

microrganismos podem fazer associação para benefício mutuo a simbiose (TAIZ

e ZEIGER, 2006).

O solo é onde existe a maior parte da biodiversidade na Terra e a rizosfera

provavelmente representa o habitat mais dinâmico da Terra; e certamente é a

zona mais importante em termos de definição da qualidade e quantidade do

recurso alimentar humano terrestre (HINSINGER et al., 2009).

Interferências antrópicas podem causar modificações significativas nos

fatores químicos, físicos e biológicos do solo, seja pela adição ou remoção de

elementos (adubação, calagem, exportação por colheita), seja por práticas de

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cultivo (plantio convencional, direto). A adubação, química ou orgânica,

geralmente aumenta a comunidade biológica através do aumento da

disponibilidade de nutrientes e/ou fontes de carbono. No entanto, simbioses

radiculares, como as de rizóbio e de fungos micorrízicos, podem ser inibidas por

quantidades elevadas de N e P respectivamente (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006).

2.5 Microbiota do solo

Os microrganismos ocupam em torno de 0,5% do espaço poroso do solo,

porém essa porcentagem aumenta significativamente no solo rizosférico devido

ao aumento na disponibilidade de substrato (matéria orgânica). O solo não

rizosférico é, por essência, um deserto nutricional; nele, a maioria dos

organismos se encontram mortas ou em dormência em vista da ausência de

ingredientes necessários para seu metabolismo, principalmente, substratos

orgânicos e ambiente químico-físico favorável (HINSINGER et al., 2009).

Há uma maior atividade biológica do solo nas camadas de 0,0-0,2 m de

profundidade, pois aí ocorre maior acúmulo da matéria orgânica pela deposição

de material vegetal da parte aérea (serapilheira), além do efeito das raízes.

Assim, a matéria orgânica e o efeito rizosférico são função da cobertura vegetal,

têm grande influência nos organismos. Solos sem cobertura vegetal tendem a

ter menos matéria orgânica, pois essa não é reposta pelo material vegetal. Esses

ambientes, portanto, têm uma comunidade biológica menor e menos

diversificada (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006).

As comunidades de macro e microrganismos que habitam o solo, realizam

atividades imprescindíveis para a manutenção e sobrevivência das comunidades

vegetais e animais. No solo, as atividades principais dos organismos são:

decomposição da matéria orgânica, produção de húmus, ciclagem de nutrientes

e energia (incluindo a fixação de nitrogênio atmosférico), produção de compostos

complexos que contribuem para a agregação, decomposição de xenobióticos e

controle biológico de pragas e doenças. Os microrganismos apresentam

versatilidade metabólica e toleram várias condições ambientais desfavoráveis

para organismos macroscópicos; além disso, devido a seu tamanho diminuto,

estão sujeitos à dispersão por vários meios (vento, água, animais) (MOREIRA e

SIQUEIRA, 2006).

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17

2.6 Indicadores de qualidade do solo

O solo é um recurso natural vivo e dinâmico que condiciona e sustenta a

produção de alimentos e regula o balanço global do ecossistema. A qualidade

do solo é definida como a capacidade deste em funcionar dentro do ecossistema

visando sustentar a produtividade biológica, manter a qualidade ambiental e

promover a saúde das plantas e animais, sendo avaliada pelo uso de indicadores

físicos, químicos e biológicos (ARAÚJO e MONTEIRO, 2007).

Um bom indicador de qualidade de solo deve apresentar capacidade de

interferir nos processos ecológicos, integrar as propriedades físicas, químicas e

biológicas além de ser facilmente utilizável por especialistas, técnicos e

agricultores. Os microrganismos se enquadram nos critérios do indicador de

qualidade do solo, sendo os principais indicadores microbiológicos a biomassa

microbiana, a respiração, o quociente microbiano e a atividade enzimática do

solo (DORAN e PARKIN 1994).

Os microrganismos do solo, por suas características tais como a

diversidade e atividade bioquímica e metabólica, além de proporcionar respostas

mais rápidas a mudanças no ambiente, apresentam um alto potencial de uso na

avaliação da qualidade do solo (ARAÚJO e MONTEIRO, 2007).

2.6.1 Potencial hidrogênionico (pH)

A concentração de íons de hidrogênio (pH) é uma propriedade importante

dos solos porque afeta o crescimento de raízes e dos microrganismos. O

crescimento radicular é normalmente favorecido em solos levemente ácidos, a

valores de pH entre 5,5 e 6,5. Os fungos normalmente predominam nesses

ambientes, entretanto a comunidade bacteriana torna-se mais abundantes em

solos alcalinos (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006).

O pH determina a disponibilidade dos nutrientes do solo. A acidez promove

a intemperismo de rochas, que liberam K+, Mg2+, Ca2+ e Mg2+ e aumenta a

solubilidade de carbonatos, sulfatos e fosfatos. O aumento na solubilidade dos

nutrientes facilita a disponibilidade dos mesmos para as raízes (TAIZ e ZEIGER,

2006).

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A flutuação do pH do solo causada pela atividade metabólica dos

microrganismos é dependente do tipo de substrato metabolizado. Outros fatores

que afetam os organismos e, indiretamente influenciados pelo pH, são a

disponibilidade e toxicidade de nutrientes minerais. Fe, Mn e Zn são menos

disponíveis em valores de pH acima de 7,0. Fe, Al e Mn atingem níveis tóxicos

em valores de pH menores que 5,0 (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006).

2.6.2 Biomassa microbiana

A biomassa microbiana controla as funções chaves no solo, como a

decomposição e o acúmulo de matéria orgânica, ou transformações envolvendo

os nutrientes minerais. Representa, ainda, uma reserva considerável de

nutrientes, os quais são continuamente assimilados durante os ciclos de

crescimento dos diferentes organismos que compõem o ecossistema.

Consequentemente, os solos que mantém um alto conteúdo de biomassa

microbiana são capazes não somente de estocar, mas também de ciclar mais

nutrientes no sistema (GREGORICH et al., 1994).

Representando a parte viva da matéria orgânica, a biomassa microbiana

contém, em média, de 2 a 5 % do carbono orgânico, de 1 a 5 % do nitrogênio

orgânico e de 2 a 20 % do fósforo orgânico nos solos tropicais. Ela é composta

por bactérias, fungos e representantes da microfauna, que participam de

importantes funções, como a ciclagem de nutrientes e energia, regulando as

transformações da matéria orgânica (TURCO et al., 1994).

Além de sua função catalisadora das transformações bioquímicas, a

biomassa microbiana representa um compartimento lábil de muitos nutrientes,

que são reciclados rapidamente, com tempo de residência em torno de três

meses (DUXBURY et al., 1989). O carbono contido na biomassa microbiana é o

destino inicial do carbono em transformação e funciona como energia

armazenada para processos microbianos e, por apresentar respostas rápidas a

alterações no solo, pode ser utilizado como identificador precoce de alterações

na matéria orgânica e, assim, indicar a qualidade do solo (DICK et al., 1997).

Algumas vezes, mudanças no N foram associadas à biomassa microbiana

do solo (N-BM) (MOORE,et al., 2000), com associações entre o aumento do N-

BM com a maior fertilidade, causada pela adição de N, e com subsequente

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19

retorno ao solo do N presente nos restos vegetais (SILVAN et al., 2003). Desta

forma, a determinação do C-BM e do N-BM são importantes para a quantificação

a dinâmica do N em agro ecossistemas.

Isoladamente, a biomassa microbiana pouco reflete as alterações na

qualidade do solo, apesar de ser um indicador precoce de intervenções

antrópicas (BROOKES, 1995). Entretanto, a biomassa microbiana associada ao

conteúdo de matéria orgânica pode ser utilizada como índices para comparar a

qualidade do solo sob diferentes manejos.

2.6.3 Respiração basal (C- CO2)

A respiração basal do solo é a oxidação biológica da matéria orgânica a

CO2 pelos microrganismos e ocupa uma posição chave no ciclo do carbono nos

ecossistemas terrestres. A avaliação da respiração do solo é a técnica mais

frequente para quantificar a atividade microbiana, sendo positivamente

relacionada com o conteúdo de matéria orgânica e com a biomassa microbiana

(ALEF, 1995).

A quantificação da respiração microbiana por meio do carbono liberado

na forma de CO2 pode indicar a atividade microbiana e a velocidade de

decomposição mais rápida do material orgânico do solo, com consequente

liberação de nutrientes para as plantas. Este fenômeno de liberação de

nutrientes é chamado mineralização, e o de sua retenção em forma orgânica na

biomassa microbiana, imobilização (BARTHOLOMEW, 1965).

Uma vez que a respiração microbiana é influenciada pela temperatura,

umidade e disponibilidade de nutrientes, o tratamento e a padronização das

amostras devem ser realizados antes da avaliação da respiração. A respiração

microbiana diminui com a profundidade do solo (ARAÚJO e MONTEIRO, 2007).

A interpretação dos resultados da atividade biológica deve ser feita com

critério, uma vez que elevados valores de respiração nem sempre indicam

condições desejáveis. Uma alta taxa de respiração pode significar, em curto

prazo, liberação de nutrientes para as plantas e, em longo prazo, perda de

carbono orgânico do solo para a atmosfera (DORAN e PARKIN., 1996).

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20

Existe grande variabilidade nas medidas da respiração e desta forma, torna

difícil a interpretação dos resultados quando somente é utilizado este indicador

(BROOKES, 1995).

O manejo do solo causa variação na respiração microbiana sendo, este

indicador altamente sensível aos efeitos de pesticidas e metais pesados

(ARAÚJO et al., 2003; ARAÚJO e MONTEIRO, 2006).

2.6.4 Quociente metabólico (qCO2) e microbiano (qCmic)

A combinação das medidas da biomassa microbiana e respiração do solo

fornecem a quantidade de CO2 evoluída por unidade de biomassa, denominada

quociente metabólico ou respiratório (qCO2). O qCO2 indica a eficiência da

biomassa microbiana em utilizar o carbono disponível para biossíntese, sendo

sensível indicador para estimar a atividade biológica e a qualidade do substrato

(SAVIOZZI et al., 2002).

O quociente microbiano (qCmic), ou seja, a porcentagem do C-BM em

relação ao carbono orgânico (COT) do solo permite acompanhar, de forma mais

rápida, as perturbações sofridas pelo desequilíbrio ecológico e as variações no

total de matéria orgânica, sendo mais sensíveis às mudanças que os parâmetros

físico-químicos (CATTELAN e VIDOR, 1992).

2.6.5 Atividade enzimática

As enzimas do solo têm origem tanto de micro como de macrorganismos,

incluindo plantas e animais, sendo a biomassa microbiana a fonte primária das

enzimas (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006).

As enzimas são mediadoras do catabolismo biológico dos componentes

orgânico e mineral do solo. Taylor et al. (2002) sugerem duas razões para avaliar

as enzimas do solo. A primeira, como informativo do potencial bioquímico e de

manipulação do solo, e a segunda, como indicador de qualidade devido a

sensibilidade para prover informações sobre mudanças nas funções-chave do

solo.

As células bacterianas produzem e liberam cerca de 1.000 enzimas, a

maioria dependente do pH e associada com componentes celulares: tais como

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membranas, cuja permeabilidade também é sensível ao pH. A acidez causa

desnaturação de proteínas e inibição enzimática (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006).

A atividade enzimática do solo está relacionada com a matéria orgânica,

com as propriedades físicas e com a atividade e biomassa microbiana; o que o

torna um indicador de mudanças na qualidade do solo; além de envolver

metodologias simplificadas na sua determinação (DICK, 1997). Ademais, a

atividade enzimática pode ser utilizada como medida de atividade microbiana,

produtividade e efeito de poluentes no solo.

A quantificação da urease pode fornecer uma indicação do potencial do

solo em converter N orgânico em mineral, dando início ao seu processo de

mineralização (NIELSEN e WINDING, 2002).

A β-glicosidase atua na etapa final do processo de decomposição da

celulose, hidrolisando os resíduos de celobiose. Como a celobiose é um

dissacarídeo de rápida decomposição no solo, a maior atividade observada nas

áreas agrícolas pode estar relacionada à quantidade e à qualidade do resíduo

vegetal que é retornado ao solo (TABATABAI, 1994).

2.6.6 Bactérias diazotróficas

Entre os microrganismos que habitam a rizosfera, várias espécies

bacterianas, são capazes de promover o crescimento de raízes e plantas

(HARTMANN et al., 2008; SPAEPEN et al., 2009). Algumas promovem o

crescimento das plantas diretamente produzindo e segregando substâncias de

crescimento de plantas, fornecendo micro e macroelementos prontamente

disponíveis, fixação biológica de nitrogênio (diazotrofos) e/ou solubilização de

fósforo, entre outros (SPAEPEN et al., 2009). Outras espécies de bactérias da

rizósfera beneficiam o crescimento das plantas através de efeitos indiretos, que

são principalmente associados à redução do dano causado por agentes

patogênicos das plantas (VAN LOON, 2007; WELLER, 2007).

Bactérias diazotróficas endofíticas obrigatórias ou facultativas, como as do

gênero Azospirillum spp. apresentam grande potencial na reabilitação de áreas

e principalmente na sustentabilidade dos agroecossistemas, por incorporarem

nitrogênio de forma biológica. Além de produzirem e disponibilizar substâncias

reguladoras e promotoras do crescimento vegetal, como é o caso das auxinas,

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giberilinas e citocininas, que podem melhorar a nutrição mineral assim como a

utilização de água pelas plantas (BAZZICALUPO e OKON, 2000; KUSS et al.,

2007).

Os microrganismos diazotróficos endofíticos podem desempenhar

importante papel na recuperação e sustentabilidade de ecossistemas uma vez

que são capazes de incorporar ao solo o nitrogênio (N) atmosférico por meio da

fixação biológica em quantidades que podem variar de 25 a 50 kg N ha/ano

(GUIMARÃES et al., 2011b)

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área experimental

O trabalho de campo foi desenvolvido na Fazenda Experimental da

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), localizada no município de Santo

Antônio do Leverger, MT, com coordenadas geográficas 15°51'08.6" latitude sul,

56°04'15.2" longitude oeste e altitude de 141 metros acima do nível do mar. O

clima da região é classificado de acordo com Köppen como Aw com período de

chuva (outubro a março) e período seco (abril a setembro) bem definidos. Os

dados de temperatura e precipitação foram coletados na Estação

Agrometeorológica Padre Ricardo Remetter, localizada no mesmo local do

experimento (Figura 1). O experimento foi conduzido em esquema de

delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e cinco

repetições, com as parcelas medindo 20 m².

FIGURA 1: Temperatura mensal máxima, média e minima e precipitação no período experimental.

Foi utilizado solo cultivado com Brachiaria brizantha cv. Marandu

estabelecida em 2010, sendo utilizada para a alimentação de ovinos até a

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0

50

100

150

200

250

300

350

400

nov-1

5

dez-1

5

jan

-16

fev-1

6

ma

r-1

6

abr-

16

ma

i-1

6

jun

-16

jul-

16

ago

-16

set-

16

out-

16

nov-1

6

dez-1

6

jan

-17

fev-1

7

ma

r-1

7

abr-

17

ma

i-1

7

jun

-17

jul-

17

ago

-17

set-

17

out-

17

nov-1

7

Tem

pera

tura

-ºC

Pre

cip

itação -

mm

Meses-ano

Precipitação Tmédia Tmáxima Tmínima

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instalação do presente trabalho. O solo da área é classificado como Cambissolo

Háplico Tb Eutrófico (EMBRAPA, 2013). Antes de iniciar o experimento, realizou-

se amostragem de solo (Tabela 2) e a recomendação de adubação de

manutenção foi realizada de acordo com Martha Junior et al. (2007). As doses

de fósforo (P2O5) e potássio (K2O) utilizadas foram de 30 e 60 kg ha-1, na forma

de superfosfato simples e cloreto de potássio, respectivamente.

TABELA 2. Caracterização química do solo no início do experimento.

Ph P K Ca+Mg Ca Mg Al H S CTC V MO

CaCl2 mg dm-3 cmolc dm-3 % g dm-3

5,4 7,0 56,6 3,0 2,1 0,8 0,0 2,4 3,2 5,4 57,0 21,3

O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente cazualizado,

com cinco repetições, parcelas medindo 20 m2. Os tratamentos foram

dispostos em esquema de parcela subdividida, sendo considerado parcela

(épocas) e a subparcela (doses de nitrogênio).

3.2 Caracterização dos tratamentos

Os tratamentos foram compostos pelas seguintes doses de N: 0; 25; 50; 75

e 100 kg N ha-1 corte-1, sendo utilizado o sulfato de amônio como fonte de

nitrogênio. Após cada corte foi realizada a adubação nitrogenada conforme os

tratamentos acima, sendo distribuído a lanço.

Os cortes foram realizados quando a planta forrageira atingiu a altura de

pré-pastejo de 0,40 m, respeitando-se a altura de resíduo de 0,20 m de acordo

com a recomendação de Costa e Queiroz (2013). As alturas foram monitoradas

a cada três dias, por meio de uma régua graduada, em nove pontos da parcela.

Após o corte, fez-se a retirada do material vegetal oriundo da uniformização com

rastelos e adubou-se com nitrogênio conforme cada tratamento (Tabela 3).

Os dados de produtividade, composição bromatológica (proteína bruta,

Matéria mineral, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido), matéria

seca potencialmente digestível, composição morfológica densidade populacional

de perfilhos, participação da forrageira na cobertura do solo, estão disponíveis

da dissertação de Sales (2017).

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TABELA 3. Total de nitrogênio aplicado em solo cultivado com Brachiaria brizantha cv. Marandu, nas doses estudadas e número de cortes.

Tratamentos

Número

de cortes

Total de

kg N ha-1 ano-1

Número de

cortes

Total de

kg N ha-1 ano-1

Doses de kg N ha-1 corte-1 1º ano 2º ano

0 3 0 3 0

25 5 125 4 100

50 5 250 5 250

75 5 375 5 375

100 5 500 5 500

3.3 Coleta das amostras de solo

As coletas de solo foram realizadas nos anos de 2016 e 2017, nos meses

de maio (fim da estação chuvosa) e novembro (fim da estação seca), de modo

que em cada ano todas as adubações tinham sido realizadas.

Para as análises químicas e microbiológicas utilizaram-se amostras de solo

foram coletadas na profundidade de 0,00 – 0,20 m, em cinco pontos por parcela.

Após a coleta, as amostras foram armazenadas em sacos plásticos previamente

identificados, acondicionadas em caixas de isopor e enviadas ao Laboratório de

Microbiologia do Solo da Faculdade de Agronomia e Zootecnia (FAAZ) na UFMT,

Campus Cuiabá. Antes de proceder com o armazenamento a 17 °C, as amostras

foram homogeneizadas, passadas em peneiras de malha de 4 mm para a

remoção de resíduos vegetais. Posteriormente, o solo teve sua umidade

corrigida para 60 % da capacidade de campo.

3.4 Análise de pH do solo

As análises de pH do solo foram realizadas seguindo a metodologia

proposta pela Embrapa (1997). Em copos plástico de 100 mL, devidamente

identificados, foram pesados 10 g de solo e adicionado 25 mL de CaCl2 0,01 M,

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e homogeneizadas com bastão de vidro. Após uma hora foi realizada a leitura

com o eletrodo do potenciômetro na suspensão homogeneizada.

3.5 Análise de nitrogênio da biomassa do solo (N-BM)

O teor de nitrogênio da biomassa microbiana do solo foi avaliado pelo

método da fumigação-extração (BROOKES et al., 1985). Para cada amostra

foram pesadas duplicadas de 5 g de solo em tubo de 50 mL, sendo uma fumigada

com clorofórmio (CHCl3) isento de álcool por um período de 24 horas e outra

não.

O nitrogênio contido nas amostras foi extraído com 20 mL de K2SO4 0,5 M

(pH 6,5-6,8), durante uma hora em agitador orbital a 175 rpm. Ao término da

agitação, as amostras foram centrifugadas por 10 minutos a 2500 rpm para,

posteriormente, serem filtradas em papel qualitativo (Whatman N° 2).

A determinação do nitrogênio foi feita por colorimetria, onde uma alíquota

de 0,1 mL da amostra filtrada foi transferida para um tubo de ensaio e adicionou-

se 5 mL da solução de colorimetria, os tubos foram homogeneizados em agitador

tipo vórtex e deixados em repouso por 15 minutos. Posteriormente, 5 mL da

solução alcalina de hipoclorito foi adicionada, e os tubos foram homogeneizados

novamente em agitador tipo vórtex, deixados em repouso por uma hora,e em

seguida foi realizada a leitura em espectrofotômetro a 660 nm de absorbância

(KEENEY e NELSON, 1982). Paralelamente, foi calibrada a curva padrão

utilizando sulfato de amônio. Os resultados foram expressos em µg N g solo-1.

3.6 Análise de carbono da biomassa do solo (C-BM)

O carbono da biomassa microbiana (C-BM) foi determinado pelo método

proposto por Jenkinson e Powlson (1976) com adaptações. Duas triplicatas

foram pesadas: uma contendo 23 g em frascos herméticos de 280 mL e posterior

adição de 2 g da mesma amostra pesada em béqueres de 50 mL; a outra

triplicata foi pesada com 25 g de solo em frascos herméticos de 280 mL.

Os frascos herméticos, contendo as amostras com 23 g foram fumigados

com 1 ml de CHCl3 e mantidos em repouso no escuro a temperatura ambiente

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27

por 48 horas. Após esse período, os mesmos foram abertos para aeração e

eliminação do CHCl3.

Os frascos contendo as amostras não fumigadas também foram deixados

em repouso no escuro por 48 horas em temperatura ambiente. As amostras

fumigadas receberam 2 g do solo da amostra não fumigada (re-inoculação). A

seguir, as amostras foram incubadas em um recipiente contendo 20 mL de NaOH

0,5 M e mantidas no escuro a 25 ± 2 °C por 7 dias. Para cada repetição, foi

incubado um frasco sem solo (branco), apenas com NaOH 0,5 M.

Ao final do período de incubação, o NaOH dos frascos das amostras

fumigadas e não fumigadas foram titulados com HCl 0,3 M. Para isso, em cada

frasco de 20 mL de NaOH foi adicionado 3 mL de solução de BaCl2 10 % (m/v),

e 3 gotas do indicador (fenolftaleína à 1%), mantendo a solução sob agitação

magnética. O resultado foi expresso em µg C g solo-1.

3.7 Análise da respiração basal do solo (C-CO2)

Para a estimativa da respiração basal do solo (C-CO2), seguiu-se

metodologia proposta por (JENKINSON e POWLSON, 1976). Quantificou-se o

CO2 liberado a partir de 25 g de solo incubado, no escuro à temperatura de 28 ±

2°C, com frasco plástico contendo 20 mL de NaOH 0,5 M. Após o período de

incubação de 7 dias, o CO2 foi quantificado por titulação com HCl 0,3 M L-1,

acrescentando-se uma solução saturada de BaCl2 10% (m/v) e indicador

fenolftaleína (1%), sendo o resultado expresso em µg CO2 g solo-1.

3.8 Quociente metabólico (qCO2) e Quociente microbiano (qCmic)

O quociente metabólico (qCO2) foi estimado pela razão entre a respiração

basal do solo (C-CO2) e o carbono da biomassa microbiana (C-BM) segundo

Anderson e Domsch, (1990), seguindo a equação: qCO2= C-CBM/C-CO2, o

resultado é expresso em µg C-CO2 g-1 C-BM dia1.

O quociente microbiano (qCmic) foi estimado pela razão de carbono da

biomassa microbiana (C-BM) e Carbono Orgânico Total (COT) segundo

Anderson e Domsch (1989), calculado pela equação: qCmic = (C-BM/COT)×100,

o resultado é expresso em porcentagem (%).

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3.9 Análise da urease do solo

A atividade da urease do solo foi determinada segundo metodologia

adaptada de Kandeler e Gerber (1988). Em tubos de ensaio foi pesados 0,5 g de

solo, em triplicata, sendo adicionado 0,25 mL de solução de ureia agitados em

vórtex e incubados por 1 hora a 37ºC. Após o período de incubação foram

adicionados 5 mL de solução de KCl 1 M e centrifugados a 4000 rpm por 10

minutos. Do sobrenadante foi retirado uma alíquota de 1 mL e adicionados 2 mL

da solução colorimétrica. Após 1 hora, a leitura foi feita em espectrofotômetro a

690nm de absorbância. O resultado foi expresso em µg N-NH4 g de solo seco-1.

3.10 Análise da β-glicosidase do solo

A determinação da atividade da β-glicosidase foi realizada pelo método

proposto por Eivazi e Tabatabai (1988). , em que foram utilizados tubos de

ensaio contendo 1,0 g de solo; 0,25 mL de tolueno; 4 mL de solução tampão

estoque universal (MUB) a pH 6,5 e 1,0 mL de ρ-nitrofenil-β-D-glicosídeo a pH

6,0. Posteriormente, os tubos foram homogeneizados em agitador tipo vórtex e

incubados por 1 hora a 37 °C. Ao final do tempo de incubação foi adicionado 1,0

mL de CaCl2 0,5 M e 4 mL de Tris 0,1 M a pH 12. As amostras foram novamente

agitadas e filtradas em papel filtro (Whatman n° 2). A leitura do filtrado foi feita

em espectrofotômetro no comprimento de onda de 400 nm. O resultado foi

expresso em ug p-nitrofenol h-1 g solo-1.

3.11 Análise da relação C:N

A determinação dos teores de carbono orgânico total (COT) e N total do

solo foi realizada de acordo com o método de Pregl-Dumas (PATTERSON,

1973). Utilizou-se 20 mg da amostra de solo empacotada em cápsula de estanho

que sofreu combustão em 1 atm de oxigênio puro.Os gases resultantes dessa

combustão foram quantificados em um detector TCD (detector de condutividade

térmica) (LECO CNH-628), os quais são mensurados de acordo com uma curva

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padrão previamente calibrada. Posteriormente foi feito o cálculo da razão entre

COT e N total do solo, seguindo a equação: COT/ N total = relação C:N.

3.12 Análise de número mais provável de Azospirillum spp.

O número mais provável (NMP) de Azospirillum spp. foi determinada

segundo a metodologia proposta por Alexander e Clark (1982). As amostras de

solo foram diluídas pela técnica de diluição seriada, 1 mL dessa diluição foi

inoculada dentro do meio semi-sólido nitrogen-free medium (NFb), com tempo

de incubação de 7 dias a 30 ºC. Após o período de incubação observou-se a

formação de um halo transparente próximo a superfície do meio de cultura, que

é o indicativo da presença desse microrganismo. O NMP foi determinado

utilizando a tabela proposta por Alexander e Clark (1982) e o resultado expresso

em NMP g-1 de solo.

3.13 Análise estatística

Todas as variáveis estudadas foram ajustadas ao seguinte modelo

estatístico de acordo com o esquema em parcela subdividida:

𝑌𝑖𝑗𝑘 = 𝜇 + 𝐸𝑖 + 𝑒𝑎𝑖𝑗 + 𝑁𝑗 + (𝐸𝑁)𝑖𝑗 + 𝑒𝑏𝑖𝑗𝑘 Eq (1)

No qual, 𝑌𝑖𝑗𝑘 corresponde à observação referente a k-ésima parcela que recebeu

o i-ésimo época de coleta (𝐸) no k-ésimo nível de adubação nitrogenada (N). 𝜇

é o efeito de intercepto e 𝐸𝑖 e 𝑁𝑘 representam os efeitos fixos do i-éssimo época

de coleta (i=1, 2, 3 e 4) e k-ésimo nível de adubação nitrogenada (i= 0; 125; 250;

375 e 500 kg N ha-1), respectivamente. O termo (𝐸𝑁)𝑖𝑗 denota o efeito da ij-ésima

interação entre os fatores 𝐸 e 𝑁. A unidade experimental foi considerada o época

de coleta (E) sendo 𝛿𝑖𝑘 o erro da parcela e 𝑒𝑖𝑗𝑘𝑙 erro da subparcela (N).

A Eq (1) foi ajustada utilizando o procedimento de modelo linear misto

generalizado (PROC GLIMMIX, Littell et al., 2006) do SAS (versão 9.4).

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30

Para as variáveis contínuas foram testas as distribuições betas,

exponencial, gaussiana (normal), Geométrica, Lognormal, Tcentral e Gamma.

Para variável discreta foi utilizado a distribuição de Poisson.

A escolha da melhor distribuição para cada variável foi condicionada ao

critério de informação de Akaike (AIC) (AKAIKE, 1974), de maneira que quanto

menor o valor de AIC mais adequado é a distribuição para o conjunto de dados

de uma variável.

Hipóteses nulas quanto aos tratamentos, e seus efeitos linear, quadrático

e cúbico foram rejeitados quando P>0,10. Para regressões significativas, os

intervalos de confiança estimados a 95% (IC 95%)1, foram apresentados na

unidade original como se segue: �̂�𝑥 ± (𝐿𝑖𝑛𝑓 − 𝐿𝑠𝑢𝑝)/2; onde �̂�𝑥 é o valor médio

predito da variável dependente para um dado nível de adubação nitrogenada (𝑥)

𝐿𝑖𝑛𝑓 e 𝐿𝑠𝑢𝑝 são os limites inferior e superior, respectivamente, do IC 95%. Para

as variáveis que apresentaram ausência de efeito no época de coleta o IC 95%

para as médias de mínimos quadrados da variável sem efeito do nível de

adubação nitrogenada (�̅�) foi fornecido da seguinte forma: 𝑦 ̅ ± (𝐿𝑖𝑛𝑓 − 𝐿𝑠𝑢𝑝)/2.

Uma aproximação do IC de 99% foi estimada para 𝑋𝑚 como ponto de máximo

ou mínimo do ajuste do polígono quadrático de acordo com Neter e Wasserman

(1974).

1 O intervalo de confiança foi estimado pela seguinte fórmula: �̂�𝑥 ± 𝑡((1−𝛼), 𝑔𝑙) × 𝐸𝑃�̂�𝑥. Onde são

levados em consideração o teste t (student), de acordo com o nível de significância 𝛼 e o grau

de liberdade (𝑔𝑙), e o erro padrão da média para cada variável no nível 𝑥 adubação nitrogenada

dentro da época de coleta (𝐸𝑃�̂�𝑥).

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31

4 RESULTADOS

Para a maioria das variáveis a distribuição de Log-normal foi a mais

adequada (Tabela 4), com exceção do nitrogênio da biomassa (N-BM) e

quociente metabólico (qCo2), as quais tiveram menor AICc em Gamma a e Beta,

respectivamente. Para o número mais provável de Azospirillum spp. considerou-

se apenas a distribuição de Poisson por ser uma variável discreta.

TABELA 4. Valores de Akaike corrigidos para pequenas amostras (AICc) para as diferentes distribuições testadas nas variáveis§ avaliadas em solo cultivado com Brachiaria brizantha cv. Marandu adubado com nitrogênio

Variáveis

Distribuição

Beta Exp1 Gaus2 Geo3 LN4 TC5 Gam6

AICc*

pH - 546,88 -70,93 568,14 -308,19# -161,22 -170,31

N-BM -133,15 -148,28 -13,96 93,19 248,89 -100,28 -151,31#

C-BM - 1572,66 1190,18 1572,86 164,51# 1362,79 1430,38

C-CO2 - 1240.6 725.41 1241.4 -14.32# 745.19 884.48

qCo2 -73.93# 130.14 211.41 267.15 215.33 112.28 43.38

qCmic - 401.24 303.4 412.1 163.14# 315.05 325.35

Urease - 895,55 616,81 896,23 -0,92# 537,11 654,06

β- glic - 375,86 186,86 379,88 -17,73# 185,73 185,07

C:N - 375,79 289,97 388,38 90,46# 234,8 196,93

1 exponencial; 2 gaussiana; 3 geométrica; 4 Log Normal; 5Tendência Central; 6 Gamma; (-) ausência de ajuste; (*) quanto menor melhor; (#) melhor ajuste; § As variáveis são: Nitrogênio da Biomassa Microbiana (N-BM); Carbono da Biomassa Microbiana (C-BM); Respiração Basal (C-CO2); Quociente Metabólico (qCo2); Quociente Microbiano (qCmic); Urease (Urease); β-glicosidase (β-glic); Relação Carbono: Nitrogênio (C:N);

Não houve efeito de interação entre coletas e doses de nitrogênio nas variáveis

N-BM, β-glicosidase e relação C:N (Tabela 5).

As doses de nitrogênio e as épocas de coletas também não influenciaram

o N-BM, sendo assim, o IC 95% observado de 0,115±0,03 em µg N g solo-1

representou o comportamento da variável (Tabela 8).

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TABELA 5. P valores para efeito (<0,1) de coleta, doses de nitrogênio (DN) e interação entre coleta e DN (coleta × DN) e P valores para os efeitos (<0,1) de coleta × DN nas variáveis§ de solo avaliadas em Solo cultivado com Brachiaria Brizantha cv. Marandu sob doses de Nitrogênio (DN)

Variáveis Efeitos P valor

Coletas (P valor)

Coleta × DN (P valor)

1ª 2ª 3ª 4ª kg N.ha-1.ano-1

0 125 250 375 500

pH

Coleta <0,0001

<0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,028 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 DN <0,0001

Coleta × DN <0,0001

N-BM Coleta 0,1143

PI1 0,0733 0,0839 0,488 0,2419 0,6759 0,3779 0,5654 0,0043 DN 0,1572

Coleta × DN 0,0978

C-BM Coleta <0,0001

0,0019 <0,0001 <0,0001 0,277 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 DN <0,0001

Coleta × DN <0,0001

C-CO2 Coleta <0,0001

<0,0001 0,9786 <0,0001 0,5233 0,4916 0,9875 0,4458 0,5557 <0,0001 DN <0,0001

Coleta × DN <0,0001

qCo2 Coleta <0,0001

<0,0001 0,0104 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,0003 <0,0001 0,0102 <0,0001 DN 0,0155

Coleta × DN <0,0001

qCmic Coleta <0,0001

<0,0001 0,0241 <0,0001 0,0001 0,0001 0,0675 <0,0001 0,0001 <0,0001 DN 0,0051

Coleta × DN <0,0001

Urease Coleta <0,0001

PI1 0,3338 0,023 0,017 0,0771 0,2502 0,0174 0,5298 <0,0001 DN 0,45

Coleta × DN 0,004

β- glic Coleta <0,0001

0,4957 0,1122 PI1 PI1 <0,0001 0,0002 0,0019 0,0005 0,0041 DN 0,054

Coleta × DN 0,869

C:N Coleta <0,0001

0,94 0,9725 0,9398 0,0069 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 DN 0,384

Coleta × DN 0,324

NMP. Azos

Coleta <0,0001

<0,0001 <0,0001 0,0002 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 DN <0,0001

Coleta × DN <0,0001

§ As variáveis são: Nitrogênio da Biomassa Microbiana (N-BM); Carbono da Biomassa Microbiana (C-BM); Respiração Basal (C-CO2); Quociente Metabólico (qCo2); Quociente Microbiano (qCmic); Urease (Urease); β- glicosidase (β- glic); Relação Carbono: Nitrogênio (C:N); Número mais provável de Azospirillum spp. (NMP. Azos) 1PI= Perda de informações.

O aumento das DN não influenciou a β-glicosidase e relação C:N. As

mesmas demonstraram efeito para coleta, porém, após o desdobramento, a

variável β- glicosidase não apresentou efeito (Tabela 5). A relação C:N foi

possível observar efeito na 4ª coleta (Tabela 5), apesar disso não apresentou

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efeito (linear, quadrático e cúbico; Tabela 6), portanto, foi adotado o valor médio

para cada uma das coletas (Tabela 8).

TABELA 6. P valores em relação aos efeitos (<0,1) lineares (L), quadráticos (Q) e cúbico (C) nas variáveis§ avaliadas em cada coleta de solo, cultivado com Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses de nitrogênio (DN)

Variáveis

Coleta

1ª 2ª

L Q C L Q C

pH <0,0001 0,6044 0,4811 <0,0001 0,370 0,0725

N-BM PI1 PI1 PI1 NA NA NA

C-BM 0,8873 0,0097 0,8423 0,0009 0,0025 0,2111

C-CO2 <0,0001 0,0006 0,0862 NA NA NA

qCo2 0,0001 0,0287 0,2755 0,56 0,0673 0,6557

qCmic 0,0078 0,0412 0,0533 0,9815 0,0869 0,9238

Urease PI1 PI1 PI1 NA01 NA NA

β- glic NA NA NA NA NA NA

C:N NA NA NA NA NA NA

NMP. Azos 0,0009 0,7003 <0,0001 0,0003 0,0002 0,0527

Variáveis

Coletas

3ª 4ª

L Q C L Q C

pH <0,0001 0,0004 0,6519 <0,0001 <0,0001 0,6036

N-BM NA NA NA NA NA NA

C-BM <0,0001 0,6907 0,6596 NA NA NA

C-CO2 0,0003 <0,0001 0,0306 NA NA NA

qCo2 <0,0001 0,9461 0,194 0,0008 0,5692 0,8186

qCmic <0,0001 0,2246 0,822 0,0021 0,1454 0,884

Urease 0,148 0,0131 0,0300 0,8811 0,0808 0,9321

β- glic PI1 PI1 PI1 PI1 PI1 PI1

C:N NA NA NA 0,2827 0,1588 0,4775

NMP. Azos 0,1106 0,6476 0,4671 0,001 0,7757 0,0556

§ As variáveis são: Nitrogênio da Biomassa Microbiana (N-BM); Carbono da Biomassa Microbiana (C-BM); Respiração Basal (C-CO2); Quociente Metabólico (qCo2); Quociente Microbiano (qCmic); Urease (Urease); β- glicosidase (β- glic); Relação Carbono:Nitrogênio (C:N);

Número mais provável de Azospirillum spp. (NMP, Azos); NA= não se aplica devido à ausência de efeito das doses de nitrogênio (DN) naquela coleta (P<0,05); 1PI= Perda de informações

A adição de nitrogênio acarretou em um decréscimo nos valores de pH do

solo, o efeito observado foi o linear na 1ª e 2ª coleta (Tabelas 6 a 8).

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Tabela 7. Regressões estimadas em log normal (ln) para cada variável§ de solo estudada em função das doses de nitrogênio (DN) em solos cultivados com Brachiaria brizantha cv. Marandu

Variáveis Coleta

1ª 2ª

pH �̂� = 1,5944 − 0,00026(𝐷𝑁) �̂� = 1,5976 − 0,00035(𝐷𝑁)

N-BM �̅� = 0,115 ± 0,0277

C-BM �̂� = 6,18 − 0,0040(𝐷𝑁) + 8,31

× 10−6(𝐷𝑁)2

�̂� = 5,49 − 0,0042(𝐷𝑁)

+ 1,4 × 10−5(𝐷𝑁)2

C-CO2 �̂� = 5,0589 + 0,000824(𝐷𝑁)

− 0,0000034(𝐷𝑁)2

�̅� = 155,74 ± 1,63

qCo2 �̂� = 1,3586 + 0,001836(𝐷𝑁) − 2,0

× 10−5(𝐷𝑁)2

�̂� = −0,08173 + 0,004671(𝐷𝑁) − 1,0

× 10−5(𝐷𝑁)2

qCmic 𝑦 = 1,0779 − 0,00341(𝐷𝑁) + 1,3

× 10−5(𝐷𝑁)2

�̂� = 1,8743 − 0,00398(𝐷𝑁) + 7,98

× 10−6(𝐷𝑁)2

Urease PI1 �̅� = 102.93 ± 1.42

β- glic �̅� = 10,70 ± 0,33

�̅� = 13,80 ± 0,76

C:N �̅� = 3,49 ± 0,20 �̅� = 3,77 ± 0,22

NMP. Azos �̂� = 17,8131 + 0,0029(𝐷𝑁) �̂� = 18,7 − 0,01047(𝐷𝑁) + 3,2

× 10−5(𝐷𝑁)2

Variáveis Coletas

3ª 4ª

pH �̂� = 1,59 − 0,00096(𝐷𝑁) + 6,98

× 10−7(𝐷𝑁)2

�̂� = 1,63 − 0,0010(𝐷𝑁) + 1,02

× 10−6(𝐷𝑁)2

N-BM �̅� = 0,115 ± 0,0277

C-BM �̂� = 5,66 + 0,3328(𝐷𝑁) 3024,50 ± 135,54

C-CO2 �̂� = 4,9093 − 0,0033(𝐷𝑁) + −1,0

× 10−5(𝐷𝑁)2

�̅� = 147,53 ± 3,56

qCo2 �̂� = 0,5131 − 0,00546(𝐷𝑁) �̂� = −1,3889 + 0,006317(𝐷𝑁)

qCmic �̂� = 1,5041 + 0,00353(𝐷𝑁) �̂� = 2,4549 − 0,0033(𝐷𝑁)

Urease �̂� = 4,82 − 0,00102(𝐷𝑁) + 2,51

× 10−6(𝐷𝑁)2

�̂� = 4,58 − 0,00147(𝐷𝑁) − 2,87

× 10−6(𝐷𝑁)2

β- glic PI1 PI1

C:N �̅� = 3,45 ± 0,26 �̅� = 13,67 ± 0,36

NMP. Azos �̅� = 5,33 × 108 ± 1,19 × 109 �̂� = 19,8482 + 0,00253(𝐷𝑁)

§ As variáveis são: Nitrogênio da Biomassa (N-BM); Carbono da Biomassa Microbiana (C-BM); Respiração Basal (C-CO2); Quociente Metabólico (qCo2); Quociente Microbiano (qCmic); Urease (Urease); β- glicosidase (β- glic); Relação Carbono:Nitrogênio (C:N); Número mais provável de Azospirillum spp. (NMP, Azos) 1PI= Perda de informações

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No entanto na 3ª e 4ª coleta os efeitos foram quadráticos (Tabelas 6 a 8),

com estimativas do IC 95% para os pontos de mínimos predito de �̂�𝑚𝑖𝑛 = 3,57 ±

0,13 e 3,9 ± 0,05 nas doses variando de �̂�𝑚𝑖𝑛 = 602 ± 78 e 485 ± 32 kg N ha-1

ano-1, respectivamente. Cabe salientar que o ponto de mínimo estimado na 3ª

coleta foi a uma dosagem superior à utilizada, e devido ao fato dessa variável

também ter apresentado efeito linear (Tabela 5), as estimativas a partir desse

comportamento podem ser mais seguras até as dosagem máxima utilizada: �̂� =

1,5745 − 0,00061(𝐷𝑁); IC 95% DN0=4,83±0,10; DN125=4,47±0,06; DN250=

4,15±0,05; DN375=3,90±0,05; DN500=3,56±0,07.

O aumento de DN acarretou em alterações no C-BM na 1ª e 2ª coleta as

quais foi observado efeito quadrático (Tabelas 6 a 8), com as concentrações

mínimas alcançadas em 294 ± 73,5 e 177 ± 56,8 µg C g-1 de solo com as doses

variando de 241 ± 35 e 139 ± 35 kg N.ha-1.ano-1, respectivamente. No entanto,

na 3ª coleta a adição de DN acarretou em um efeito linear crescente (Tabelas 6

a 8) e na 4ª e última coleta não apresentou efeito das DN (Tabela 5), apenas a

média foi estimada (3024,50±135,53 µg C g-1) (Tabela 8).

As DN não influenciaram no comportamento da variável C-CO2 na 2ª e 4ª

coleta (Tabelas 5), portanto, apenas as médias foram estimadas 155,74±1,63 e

147,53±3,56 µg CO2 g-1dia-1 (Tabelas 7 e 8). No entanto, as DN influenciaram o

C-CO2 na 1ª e 3ª coleta obtendo comportamento quadrático (Tabelas 6 a 8) com

pontos máximos atingidos em 165,37 ± 10,42 e 177,70 ± 25,64 µg CO2 g-1dia-1

de solo, correspondente as DN variando de 115 ± 23 e 169 ± 11kg N.ha-1.ano-1.

Os acréscimos nas DN influenciou o qCO2, sendo o efeito quadrático na

1ª e na 2ª coleta (Tabelas 6 e 7) com ponto máximo estimados de 0,76 ± 0,09 e

0,61 ± 0,11 µg C-CO2 g-1 C-BM Dia-1 nas DN variando de 180 ± 27 e 248 ± 15 kg

N.ha-1.ano-1, respectivamente. Na 3ª coleta houve um efeito linear decrescente

e na 4ª coleta o efeito foi linear crescente (Tabelas 6 a 8).

Maiores aportes de nitrogênio acarretaram em alterações no qCmic,

observando efeito quadrático na 1a e na 2ª coleta (Tabelas 6 a 8), com ambas

as coletas apresentando ponto de mínimo (�̂�𝑚𝑖𝑛 = 2,35 ± 1,08 e 3,97 ± 1,55;

�̂�𝑚𝑖𝑛 = 147 ± 26 e 248 ± 40 kg N.ha-1.ano-1, respectivamente. Na 3ª coleta o

efeito foi linear crescente (Tabelas 6 a 8). A 4a coleta apresentou efeito linear

decrescente (Tabela 6 a 8).

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TABELA 8. Intervalo de confiança (IC 95%) estimado para cada variável§ nas diferentes doses de Nitrogênio (DN) e coletas em solos cultivados com Brachiaria brizantha cv. Marandu

Coleta DN

pH N-BM C-BM C-CO2 qCo2 qCmic Urease β-glic C:N NMP. Azos

µg N g solo-1 µg C g solo-1 em µg CO2 g solo-1 µg C-CO2 g-1

C-BM dia1.

% µg N-NH4 g de

solo seco-1

ug p-nitrofenol

h-1 g solo-1

NMP g-1

1ª 0 4,92±0,07

PI1

485,31±165,33 157,42±15,44 0,79±0,16 2,94±2,13

PI1 10,70±0,33 3,49±0,20

5,45×107±3,19×107

125 4,76±0,05 291,37±80,22 174,51±13,91 0,83±0,08 1,92±1,10 7,88×107±3,21×107

250 4,61±0,04 174,93±109,63 193,45±33,68 0,86±0,17 1,25±1,86 1,14×108±3,16×107

375 4,49±0,04 116,31±118,17 210,06±55,54 0,88±0,25 0,89±2,60 1,53×108±3,74×107

500 4,31±0,06 63,06±114,45 237,70±97,04 0,91±0,36 0,53±4,06 2,38×108±8,30×107

2ª 0 4,94±0,072

0,115± 0,03

243,37±121,22

155,74±1,63

0,48±0,13 6,52±3,50

102,93±1,42 13,80±0,76 3,77±0,22

1,32×108±1,34×108

125 4,73±0,049 142,45±56,96 0,62±0,12 3,96±1,70 3,56×107±2,88×107

250 4,53±0,04 83,35±79,50 0,75±0,20 2,41±2,50 9,62×106±1,94×107

375 4,37±0,04 54,30±90,09 0,82±0,24 1,62±2,98 3,38×106±1,45×107

500 4,158±0,06 28,55±97,99 0,90±0,27 0,89±3,53 7,02×105±9,20×106

3ª 0 4,93±0,09 288,01±102,44 135,54±28,49 0,62±0,10 4,50±1,51 124,98±13,29

PI1 3,45±0,26 5,33×108 ±1,19×109

125 4,38±0,07 436,59±108,68 204,81±34,92 0,46±0,08 6,99±1,64 109,98±9,51

250 3,88±0,13 661,76±134,04 309,51±116,85 0,30±0,06 10,86±2,07 96,78±18,28

375 3,53±0,18 923,06±215,32 430,65±252,43 0,20±0,06 15,45±3,39 87,37±25,08

500 3,05±0,23 1520,51±540,69 706,77±673,02 0,10±0,05 26,22±8,77 74,94±33,31

4 0 5,10±0,07

3024,50±135,54 147,53±3,56

0,20±0,12 11,65±6,97 97.75±17.58

PI1 13,67±0,36

4,17×108±2,06×108

125 4,48±0,05 0,35±0,11 7,72±3,18 117.50±17.16 5,72×108±1,98×108

250 3,93±0,10 0,55±0,12 5,12±1,71 141.23±45.46 7,86×108±1,88×108

375 3,54±0,13 0,69±0,14 3,68±1,42 163.63±81,17 1,01×109±2,23×108

500 3,02±0,17 0,85±0,13 2,25±1,35 204,08±161,68 1,48×109±4,71×108

*kg N×(ha-1×ano; § As variáveis são: Nitrogênio da Biomassa (N-BM); Carbono da Biomassa Microbiana (C-BM); Respiração Basal (C-CO2); Quociente Metabólico (qCo2); Quociente Microbiano (qCmic); Urease (Urease); β- glicosidase( β- glic); Relação Carbono:Nitrogênio (C:N); Número mais provável de Azospirillum spp, (NMP, Azos); 1PI= Perda de informações

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Os dados da 1ª coleta para variável urease não foram obtidos. As DN não

apresentaram efeito sobre a urease na 2ª coleta (Tabelas 5), sendo assim, a

média estimada (Tabela 7 e 8) representou o comportamento da variável. Na 3a

e 4a coleta as DN influenciaram a urease obtendo efeito quadrático (Tabela 6 a

8) com ponto mínimo de 112,62 ± 8,61 e 118,05 ± 15,6µg p-nitrofenol h-1 g-1 de

solo, com as DN variando de 201 ± 39 e 254 ± 28 Kg N ha-1 ano-1.

As DN influenciaram positivamente o NMP Azos, havendo um

comportamento linear crescente na 1ª e 4ª coleta (Tabelas 6 a 8). Na 2ª coleta

as DN tiveram uma influência negativa obtendo efeito quadrático (Tabelas 6 a 8)

com a contagem mínima de 5,63 × 107 ± 3,91 × 107 NMP de Azospirillum com

DN variando de 140 ± 18 N.ha-1.ano-1. Para a 3ª coleta, a média (5,33×108

±1,19×109) foi estimada devido à ausência de efeito (Tabelas 8).

Os valores dos parâmetros das equações apresentas na Tabela 7 estão

de acordo com distribuição adotada para cada variável. Entretanto, os resultados

estimados para cada DN a partir dessas equações, estão nas unidades de

medidas originais de cada variável (Tabela 8)

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5. DISCUSSÃO

Não houve influência da época de coleta e das doses de nitrogênio sobre

o N-BM, β-glic e C:N.

A produtividade do capim Marandu foi crescente com o aumento das doses

de N, observou-se a maior produtividade na maior dose, com produtividade de

14,684 kg MS ha-1 águas-1 enquanto que, a ausência de adubação produziu

8,016 kg MS ha-1 águas-1, 54,59% da produtividade obtida na dose máxima

(SALES. 2017), podemos inferir que o N colocado no sistema foi transformado

em massa de forragem e não em N-BM, não havendo assim diferenças

significativa para essa variável com o aumento das DN.

A β-glicosidase atua na etapa final do processo de decomposição da

celulose, sendo responsável pela hidrólise dos resíduos de celobiose formando

o açúcar simples β-D-glucose (TABATABAI, 1994), uma enzima que atua

diretamente no ciclo do C, pode ser influenciada por fatores, tais como: grau de

evolução da matéria orgânica e/ou tipo de vegetação que lhe deu origem

(MATSUOKA; MENDES; LOUREIRO, 2003).

A fonte de carbono do sistema é a produção da forrageira, em um sistema

de produção de bovinos a pasto, a mesma seria capturada pelo animal e

transformada em carne e resíduo animal (fezes), saindo do sistema e é

dependente da eficiência de pastejo, visto que o animal não captura 100 % dessa

forragem. Já no trabalho não havendo animais (sem produção de fezes) e a

colheita sendo feita manualmente, toda massa vegetal (fonte de C) produzida foi

retirada do sistema, pois, após cada corte a área foi rastelada.

Esse fato pode explicar o motivo de não haver diferença significativa na

relação C:N e na β-glicosidade. Cecagno et al. (2017), avaliando adubação

nitrogenada a longo prazo em uma pastagem nativa com azevém, obtiveram

como resultado que não há alterações nas reservas totais de carbono e

nitrogênio do solo.

Levando em consideração que as plantas também constituem fontes de

enzimas para o solo, é possível que a composição química das plantas

cultivadas também influencie nesse aspecto. Deve-se mencionar que as

diferenças entre as áreas nativas e as cultivadas também podem estar

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relacionadas a mudanças qualitativas na composição das comunidades

microbianas presentes nessas áreas (MENDES, 2001).

No presente estudo observa-se que as doses crescentes de sulfato de

amônio (fonte nitrogenada utilizada) ocasionaram a redução do pH do solo, que

é um evento comum e mencionado na literatura (citar trabalhos que

evidenciaram queda de pH com aumento de nitrogênio).

Aquino et al. (1976), estudando a influência dos adubos nitrogenados sobre

as reações do solo, observaram que o nitrato de sódio não alterou o pH do solo.

Contudo o fosfato diamônio (DAP) e o sulfato de amônio reduziram o pH do solo

na dose de 100 kg/ha

Utilizando fontes e doses de adubos nitrogenados e sua influência na

fertilidade do solo cultivado com Brachiaria brizantha, Delbem et al. (2011),

verificaram que o aumento nas doses de nitrogênio, na camada 0,0 a 0,10 m de

profundidade, reduziu os valores de pH, principalmente quando a fonte usada foi

sulfato de amônio.

Possivelmente a acidificação do solo com o aumento das doses de N,

ocorreu por reação de nitrificação do sulfato de amônio e absorção de NH4+ pelas

raízes, ocorrendo liberação de H+, o que acidifica o solo, aumentando a

disponibilidade se a Al3+ (BOHNEN et al. 2000).

Na 4ª coleta foi realizada uma coleta de solo adicional (trabalho paralelo)

para avaliar a composição química (Anexo I), na qual podemos observar que o

aumento das DN ocasionou um aumento nos teores de hidrogênio (H) e alumínio

(Al), e uma redução nos teores de fosforo (P), potássio (K), cálcio (Ca),

magnésio, soma de base (S), capacidade de troca de cátions (CTC) e saturação

por base (V%).

O uso de doses crescentes de sulfato de amônio, especialmente nas

maiores doses na 1ª e 2ª coleta, resultou em um decréscimo nos valores de C-

BM. A possível explicação para este evento, é que o pH baixo afeta, de maneira

direta a comunidade microbiana do solo. Em solos com baixos valores de pH,

elementos como Fe, Al3+ e Mn atingem níveis tóxicos (MOREIRA; SIQUEIRA,

2006).

A adição de DN acarretou em uma redução nos valores do qCmic na 1ª, 2ª

e 4ª coleta. Sistemas de manejo que mantêm reduzidos teores de COT no solo

proporcionam menor atividade microbiana. Os índices expressos pelo qCmic,

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quando baixos, podem mostrar que valores carbono no solo são menores,

indicam perda de carbono no solo, ao longo do tempo (MERCANTE et al., 2004).

Resultados semelhantes foram obtidos por DELBEM et al., (2011), em

que o uso do sulfato de amônio em elevadas doses de N reduziram

significativamente os valores de C-BM e qCmic.

A DN aumentou a C-CO2 na 1ª e 3ª coleta até uma dose. Elevadas taxas

de liberação de CO2, relacionam-se positivamente com uma maior biomassa

microbiana (CATTELAN; VIDOR, 1990). Todavia, deve-se atentar para o fato de

que elevados valores de respiração podem indicar estresse ambiental como

pode ter ocorrido pela adição de doses altas de N, o que, em longo prazo, podem

refletir em perdas de carbono orgânico do sistema (D’ANDRÉA et al., 2002).

A acidificação interfere na integridade estrutural do solo, prejudicando os

processos de formação de agregados; decomposição e ciclagem de nutrientes;

fixação de nitrogênio, além de outros tantos processos desempenhados pela

biota do solo (MAXWELL, 1995).

O qCO2, que expressa a taxa respiratória por unidade de C-BM, aumentou

com o incremento de nitrogênio na 1ª, 2ª e 4ª coleta. Há um aumento do qCo2

diante de perturbações no ecossistema do solo, que segundo WARDLE e GHANI

(1995), indica uma resposta da microbiota do solo às condições adversas. Assim,

um estresse metabólico na comunidade microbiana decorrente das maiores

doses de sulfato de amônio, com a acidificação do solo, pode ter gerado

perturbações na comunidade microbiana.

A adição de DN acarretou em um aumento da urease.

Lanna et al. (2010) observaram maiores valores da atividade da urease

em solo cultivado com gramíneas, como plantas de cobertura.

As doses de nitrogênio acarretaram em um aumento do NMP Azos na 1ª e

4ª coleta. O sistema radicular da gramínea favoreceu o crescimento desses

microrganismos, uma vez que é amplamente discutido na literatura a alta

capacidade que as bactérias do gênero Azospirillum possui na fixação biológica

do nitrogênio quando em associação com gramíneas (BALDANI et al.).

As bactérias diazotróficas do gênero Azospirillum sp. tem a capacidade

colonizar o sistema radicular, assim como, o colmo das gramíneas. O fator

intrínseco à bactéria que determinará a maior mobilidade desta no solo e nas

plantas será a presenças de flagelos (DE WEERT et al., 2002). Dentro das

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raízes, a bactéria fica protegida dos estresses do solo, como processos

competitivos com outros organismos, acidez do solo, deficiência de P, entre

outros (SIQUEIRA; FRANCO, 1988)

É importante ressaltar o fato de Azospirillum sp se associar com gramíneas,

uma vez que muitas gramíneas são usadas para reabilitação de áreas

degradadas e esta associação contribui para a sustentabilidade dos

ecossistemas (NOBREGA et al. 2004).

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6. CONCLUSÃO

As DN acarretaram em uma maior produtividade não influenciando assim

o N-BM.

A exportação da forrageira (fonte de C), afetou a atividade da β-glicolidade

e C:N, não sendo influencia assim pelas DN.

O aumento de DN reduziu o pH do solo, acarretando uma redução no C-

BM e no qCmic e um aumento na C-CO2 , qCO2, urease e NMP Azos.

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8. ANEXO

Anexo A. Caracterização química do solo na 4ª coleta

DN P K Ca+Mg Ca Mg Al H S CTC V

kg N ha-1.ano -1 mg dm-3 cmolc dm-3 %

0 10,3 83,2 3,79 2,75 1,04 0,00 3,98 4,01 7,99 50,19

125 9,4 59,5 2,46 1,80 0,66 0,30 4,80 2,61 7,71 33,85

250 11,1 48,5 1,98 1,40 0,58 0,40 4,92 2,11 7,43 28,40

575 8,6 35,6 1,75 1,25 0,50 0,50 4,90 1,84 7,24 25,41

500 7,5 30,0 1,08 0,75 0,33 0,68 4,95 1,16 6,79 17,08