universidade do vale do itajaÍ dianele bortolisiaibib01.univali.br/pdf/dianele bortoli.pdf ·...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
DIANELE BORTOLI
COLEÇÃO DE VESTUÁRIO INFANTIL FEMININO
DOCES HISTÓRIAS
Balneário Camboriú
2008-2
DIANELE BORTOLI
COLEÇÃO DE VESTUÁRIO INFANTIL FEMININO
DOCES HISTÓRIAS
Trabalho apresentado ao Curso de Design de Moda, da Universidade do Vale do Itajaí – Centro de Educação Superior II, para avaliação de Conclusão de Curso.
Orientadora:Profª. Egéria Höeller Borges Schaefer
Balneário Camboriú
2008-2
RESUMO O presente trabalho compreende a criação de uma coleção no segmento de vestuário infantil, apresentando o desenvolvimento das peças em duas linhas, festa e casual, atingindo o público feminino de um a seis anos. Através das pesquisas realizadas sobre os 100 anos da imigração japonesa e o livro “As Histórias preferidas das Crianças Japonesas”, buscou – se resgatar as formas, linhas, o lúdico e características. Por isso, aplicou – se uma metodologia que pudesse auxiliar no decorrer do projeto no sentido de dar coerência com um passo a passo de etapas a serem seguidas, utilizando técnicas e ferramentas de criatividade para se ter uma melhor coleção. Palavras – chave: Lúdico, Japão e Moda.
ABSTRACT This work includes the creation of a segment in the collection of children's clothing, showing the development of the parts in two lines, party and casual, reaching the female audience from one to six years. Through surveys conducted over the 100 years of Japanese immigration and the book "The Children's Stories favorite Japanese", tried - get back the forms, lines, the playful and characteristics. So implemented - is a methodology that could assist in the course of the project in order to give coherence to a step by step of steps to be followed, using techniques and tools for creativity to have a better collection. Keywords: playful, Japan and Fashion.
LISTAS DE FIGURAS
Figura 01 Fluxograma 19
Figura 02 Alfaiataria 21
Figura 03 Alta Costura 22
Figura 04 Crianças Ricas no séc. XVIII 26
Figura 05 Roupas simples de 1790 27
Figura 06 Crianças aristocráticas do final do séc. XVIII 28
Figura 07 Vestimenta de Marinheiro 28
Figura 08 Vestimenta Marinheiro Feminino 29
Figura 09 Traje Fauntleroy 30
Figura 10 O Príncipe Shotoku 32
Figura 11 jûni-hitoe 34
Figura 12 Uchikake 35
Figura 13 Seibunkasha 36
Figura 14 Kimono feminino 37
Figura 15 Kurotomesode Sekaibunkasha 39
Figura 16 Furisode 39
Figura 17 Homem em Yukata Sekaibunkasha 41
Figura 18 Kimonos Comemorativos 42
Figura 19 Estilista Cris Barros 44
Figura 20 Roupas da coleção Cris Barros Mini 45
Figura 21 Logo Trielo 45
Figura 22 Vestidos Trielo 46
Figura 23 Roupas La e Lu 47
Figura 24 Vestidos La e Lu 47
Figura 25 Painel Estado do Design 51
Figura 26 Megatendências 52
Figura 27 Personagens 53
Figura 28 Esperança 54
Figura 29 Cores Tendências 55
Figura 30 Imaginação 56
Figura 31 Cores Tendências 57
Figura 32 Cores Tendências 58
Figura 33 Cores Tendências 59
Figura 34 Heroes 60
Figura 35 Painel Super Heróis 61
Figura 36 Balonê 01 62
Figura 37 Balonê 02 63
Figura 38 Babados 01 63
Figura 39 Babados 02 64
Figura 40 Babados 03 64
Figura 41 Babados 04 65
Figura 42 Babados 05 65
Figura 43 Kenzo Takaia 66
Figura 44 Ronaldo Fraga 67
Figura 45 Petti Bimbo – Miss Blumarine 67
Figura 46 Petti Bimbo – Monnalisa 68
Figura 47 Petti Bimbo – Liu Jô 68
Figura 48 Petti Bimbo – Monnalisa 69
Figura 49 Petti Bimbo – Liu Jô 69
Figura 50 Petti Bimbo – Lolita Pocket 70
Figura 51 Petti Bimbo – Miss Blumarine 70
Figura 52 Petti Bimbo – Lolita Pocket 71
Figura 53 Petti Bimbo – Monnalisa 71
Figura 54 Vinda dos imigrantes ao Brasil 73
Figura 55 O navio Kasato Maru 74
Figura 56 Meiji 75
Figura 57 Trêm 76
Figura 58 Imigrantes 77
Figura 59 Fazenda cafeira 77
Figura 60 Imigrantes 79
Figura 61 Porto Novo Oriente 79
Figura 62 Praça Kunito 80
Figura 63 Colégio Nova Niponi 80
Figura 64 Cooperativas agricolas 81
Figura 65 Cooperativa agricola de Cotia 82
Figura 66 Getúlio Vargas 82
Figura 67 Hospital Santa Cruz 83
Figura 68 EscolaPromissão 83
Figura 69 Imigrantes 02 84
Figura 70 Livro I 87
Figura 71 Livro II 87
Figura 72 Painel Lúdico 91
Figura 73 Painel da Temática 92
Figura 74 Painel do Público Alvo 93
Figura 75 Painel de Conceito 101
Figura 76 Painel Cores 102
Figura 77 Painel Tecidos 104
Figura 78 Painel Aviamentos 107
Figura 79 Painel de Aplicações 110
Figura 80 MESCRAI 01 112
Figura 81 MESCRAI 02 113
Figura 82 Painel Alternativa 01 115
Figura 83 Look 01 116
Figura 84 Painel Alternativa 02 117
Figura 85 Look 02 118
Figura 86 Painel Alternativa 03 119
Figura 87 Look 03 120
Figura 88 Painel Alternativa 04 121
Figura 89 Look 04 122
Figura 90 Painel Alternativa 05 123
Figura 91 Look 05 124
Figura 92 Painel Alternativa 06 125
Figura 93 Look 06 126
Figura 94 Painel Alternativa 07 127
Figura 95 Look 07 128
Figura 96 Painel Alternativa 08 129
Figura 97 Look 08 130
Figura 98 Painel Alternativa 09 131
Figura 99 Look 09 132
Figura 100 Painel Alternativa 10 133
Figura 101 Look 10 134
Figura 102 Painel Alternativa 11 135
Figura 103 Look 11 136
Figura 104 Painel Alternativa 12 137
Figura 105 Look 12 138
Figura 106 Painel Alternativa 13 139
Figura 107 Look 13 140
Figura 108 Painel Alternativa 14 141
Figura 109 Look 14 142
Figura 110 Painel Alternativa 15 143
Figura 111 Look 15 144
Figura 112 Calcinha Padrão 145
Figura 113 Painel Alternativa Escolhida 146
Figura 114 Calcinha Branca 146
Figura 115 Painel Alternativa Escolhida 147
Figura 116 Calcinha Rosa 147
Figura 117 Painel Alternativa Escolhida 148
Figura 118 Calcinha Azul 149
Figura 119 Protótipo 149
Figura 120 TAG 163
Figura 121 Etiqueta 163
Figura 122 Sacola 164
Figura 123 Caixa 164
Figura 124 Cartão 165
Figura 125 Convite de Lançamento 165
Figura 126 Vogue 166
Figura 127 Catálogo 166
Figura 128 Tsuru 168
Figura 129 Marca 169
Figura 130 Coleção 169
LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 Cores preferidas 94
Gráfico 02 Lugares 95
Gráfico 03 Tecidos 95
Gráfico 04 Fechamento 96
Gráfico 05 Lugar do Fechamento 96
Gráfico 06 Estilo 97
Gráfico 07 Roupas de Verão 97
Gráfico 08 Compra 98
Gráfico 09 Itens para compra 98
Gráfico 10 Aviamentos 99
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
2 OBJETIVOS 14
2.1 Objetivo Geral 14
2.2 Objetivo Específico 14
3 METODOLOGIA 15
3.1 Metodologia de Pesquisa 15
3.2 Metodologia de projeto 16
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 20
4.1 História do Vestuário 20
4.2 História do Vestuário Infantil 24
4.3 História do Vestuário Japonês 31
4.3.1 Na Antigüidade 31
4.3.2 Opulência Têxtil 32
4.3.3 Estilo Samurai 34
4.3.4 Gostos Burgueses 35
4.3.5 Tempos Modernos 37
4.3.6 Tipos de Kimonos 38
4.3.7 Kimonos Cerimoniais Infantis 41
4.3.8 DETALHES 42
5 CONCORRENTES 44
5.1 Cris Barros Mini 44
5.2 TRIELO 45
5.3 La e Lu 46
6 ESTADO DO DESIGN 50
7 PESQUISAS DE TENDÊNCIAS MERCALÓGICAS 51
7.1 Mega Tendências Para O Verão 2010 52
7.2 Megatendência: Esperança 54
7.2.1 A Cartela de Cores 55
7.3 A Imaginação 56
7.3.1 Cartela de Cores 57
7.4 Lembrança 58
7.4.1 Cartela de Cores 59
7.5 A Moda dos Heróis 60
7.6 A Tendência Do Balonê 62
7.7 Babados 63
7.8 Moda Oriental 66
7.9 Tendência em Aviamentos 67
7.9.1 Lastex 67
7.9.2 Paetês 69
7.9.3 Botões 69
7.9.4 Zíperes 70
7.9.5 Fitas de cetim 71
8 TEMÁTICA 73
8.1 Os 100 anos da Imigração Japonesa 73
8.2 Temática de Inspiração 87
8.3 Lúdico 89
8.3.1 A moda e o Lúdico 90
8.4 Temática 91
9 PESQUISA DE CAMPO 93
9.1 Público – Alvo 93
9.2 Apresentação dos resultados da pesquisa de campo 94
9.2.1 Síntese do Questionário 94
9.2.2 Análise do questionário 99
10 CONCEITO 101
11 BRIEFING 102
11.2 Cartela de cores 103
11.3 Cartela de tecidos 104
11.3.1 Características físicas dos tecidos 105
11.3.1.1 Fornecedores de Santa Catarina 105
11.4 Cartela de Aviamentos 106
11.4.1 Características Físicas dos Aviamentos 107
11.5 Cartela de Aplicações 109
11.5.1 Características Físicas de Aplique 110
12 GERAÇÕES DE ALTERNATIVAS 111
12.1 Técnica de Criatividade MESCRAI 111
12.2 Coleção Doces Histórias 113
12.3 Release 145
12.4 Alternativas Escolhidas 145
13 MEMORIAL DESCRITIVO 149
13.1 Protótipo 149
13.2 Fichas Técnicas 150
13.3 Função Técnica 156
13.3.1 Função Ergonômica 159
13.3.2 Função Estética 160
13.3.3 Função de marketing 161
13.4 Desenvolvimento da Marca 167
13.4.1 Doces Histórias 168
14 CONCLUSÃO 168
15 REFERÊNCAS 170
12
1 INTRODUÇÃO
Segundo Treptow (2003, p. 24), afirma que “a roupa tem acompanhado o homem
desde o início de sua evolução. A moda se tornou um fenômeno de influências
sociais, de recursos disponíveis e de tecnologia”.
No setor infantil a moda também sofreu muitas transformações. Antigamente os pais
reprimiam os filhos e faziam com que os pequenos aceitassem o que eles
empunhavam, ultimamente adultos parecem ceder à vontade da criança. Pais e
mães levam meninos e meninas às compras e, dentro de suas condições
financeiras, dão uma liberdade considerável para que eles escolham o que comprar
em diversas categorias de produtos, de roupas, brinquedos e guloseimas a celulares
e produtos de higiene pessoal.
Nesta pesquisa o foco central está numa coleção de vestuário infantil inspirada nos
cem anos da imigração japonesa.
Através do tema principal citado à cima, buscou optar por uma temática que
entrasse diretamente no universo infantil. Foi então escolhido o livro “As histórias
preferidas das crianças japonesas” como fonte de inspiração principal, que
apresenta de certa forma uma sutil ligação com os cem anos de imigração japonesa,
que retrata e narra histórias lúdicas e aguça o imaginário. Este livro foi best seller em
vendas nos Estados Unidos e Japão.
O desafio para tal coleção está em unir a praticidade ao conforto tanto para os pais
quanto para os filhos. A alternativa seria propor uma coleção totalmente divertida e
lúdica, utilizando materiais que facilitam os movimentos de uma criança.
De acordo com o site moda-infantil “a roupa por estar em constante contato com a
pele, é preciso que proteja e enfeite, não que machuque ou incomode”.
Serão retratadas características orientais de uma forma singela, mas a intenção é
inserir um diferencial através das aplicações e na criatividade como um todo. Unir
13
tecnologia à exclusividade com o conforto, e não descartar as formas e cores que
proporcionam toda uma estética única.
A revista Veja no mês de abril (2008), em entrevista apontou que a moda atual tem
prezado por um visual harmônico, mas também os estilistas escolhem os materiais
mais confortáveis para estar compondo as roupas. A PUC, Marisol, Malwee, Hering
Kids são marcas infantis e de muito sucesso no Brasil, não pensam diferente,
primam por tecidos maleáveis e tecnológicos justamente para proporcionar conforto
aos usuários.
14
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Desenvolver uma coleção para o público infantil feminino na faixa etária de um a
seis anos. Com o tema 100 anos da imigração Japonesa e tendo como inspiração o
livro “As Histórias preferidas das crianças japonesas”.
2.2 Objetivo Específico
• Adequar a temática a modelagens confortáveis visando versatilidade,
conforto, ergonomia e inovação;
• Criar duas linhas, casual e festa para atender as necessidades do público;
• Enfatizar a estética destacando nas peças as cores referentes à temática,
bem como suas formas e o lúdico que visa resgatar às características infantis.
15
3 METODOLOGIA
As metodologias mostradas a seguir deram todo o suporte necessário para que com
base nelas se criasse um próprio método.
3.1 Metodologia de Pesquisa
O procedimento adotado para desenvolver esta pesquisa foi com base no método
científico que busca passo a passo identificar etapas a serem realizadas bem como
concluídas.
Segundo Gil (1999) e Lakatos e Marconi (1993) método científico é o conjunto de
processos ou operações mentais que se deve empregar na investigação. É a linha
de raciocínio adotada no procedimento de pesquisa. Os métodos que fornecem as
bases lógicas à investigação são dedutivo, indutivo, hipotético – dedutivo dialético e
fenomenológico.
Já Chaffe (2000) divide a pesquisa em cinco partes. Primeiramente identificando
acontecimentos a serem investigados, visando à coleta de dados sobre o assunto,
desenvolvendo hipóteses ou teorias, testando estas hipóteses através de
experimentações, e por fim, avaliar os resultados obtidos. Adaptando a pesquisa do
autor à pesquisa em pauta foram recolhidos dados sobre o publico alvo escolhido,
sua convivência social, todo o processo evolutivo da vestimenta geral e infantil,
tendo como referência o resultado que vem através do questionário aplicado
diretamente ao público. Autores foram citados como fonte bibliográfica para melhor
entendimento do assunto e conseqüentemente executar o modelo volumétrico para
melhor adequar a roupa à criança, observando o acabamento para supostas
modificações.
Neste projeto foram feitos vários tipos de pesquisa, dentre elas a relação do produto
com sua natureza que pode ser básica ou aplicada, neste caso será utilizada a
pesquisa aplicada que gera conhecimentos para a prática dirigidos a solução de
problemas específicos envolvendo verdades e interesses locais.
16
Em relação à abordagem do problema, escolheu-se a pesquisa quantitativa por meio
de um questionário para recolher informações e opiniões a fim de classificar e
analisar se o produto é viável ou não.
Do ponto de vista dos objetivos entrará a pesquisa descritiva que visa relatar as
características do público ou o meio em que vivem. A coleta de dados com o
questionário facilita nesta etapa.
Os procedimentos técnicos adotados é a pesquisa bibliográfica, que é usada para
definição do estado em que se encontra o mercado do produto a ser projetado,
auxiliando na fundamentação teórica para o desenvolvimento do produto e a de
levantamento, que ocorre quando a pesquisa é feita para o público a fim de
conhecer o seu universo.
A pesquisa de campo consiste na aplicação de técnicas de amostra e coleta de
dados. O questionário é a estratégia que consiste na elaboração de uma pesquisa
quantitativa através da qual seja identificada a percepção do público alvo em relação
ao mercado do vestuário infantil. Foram aplicados quarenta e cinco questionários,
compostos por dez questões objetivas, direcionado para mães de meninas entre a
faixa etária de um a seis anos. Os dois locais de realização desta pesquisa foram:
Creche Adélia Russi (Itajaí) e UNIVALI (Balneário Camboriú), entre os dias quinze e
vinte e seis de setembro.
3.2 Metodologia de projeto
Utilização do método de desdobramento em três etapas, por Santos (2000), o
chamado método MD3E.
Já a primeira parta está dividida em pré-concepção é engloba todas as atividades
que devem ser realizadas anteriormente ao momento em que serão geradas as
alternativas de solução para o produto.
Esta pesquisa esta dividida em cinco momentos;
17
• Pesquisa bibliográfica - pesquisas relacionadas à história do vestuário
infantil, que tem como objetivo entender o contexto passado como base
para os fenômenos atuais, e os materiais que será utilizado, que define as
principais características de uso de um objeto e sua relação com as
tecnologias a serem empregadas;
• Pesquisa de mercado – faz-se uma pesquisa em relação ao mercado,
que consiste em analisar o estado do design, as tendências para
diferenciar o produto dos concorrentes.
• Pesquisa do cliente – Procura-se conhecer o cliente e o mercado do
projeto resgatando informações sobre a sua história, qual mercado
atende seus principais produtos, materiais e tecnologias que utiliza.
• Pesquisa da temática – Escolha da temática para ser a inspiração de sua
coleção;
• Pesquisa do público - Através de questionários e entrevistas, procura-se
saber as necessidades do seu público-alvo, para atingi-las com sucesso.
Esta é a base para todo o desenvolvimento de seu produto e projeto, pois
ela dará todas as informações necessárias que o designer preciso na
finalização de um produto.
A segunda parte é a conceituação, onde são feitas as gerações de alternativas e são
utilizadas as técnicas de criatividade (Santos, 2000).
A técnica abordada foi o MESCRAI, de acordo com Baxter (2000) tem como iniciais:
modifique (aumenta, diminui), elimine, substitua, combine, rearranja, adapte, inverta.
O painel semântico foi a ferramenta utilizada, que visa mostrar através de imagens
aquilo que o projeto deseja repassar e abordar ao público.
Após a geração de alternativas, são escolhidas as alternativas mais adequadas.
Segundo Santos (2000) deve-se levar em consideração ainda na escolha das
alternativas a adequação ergonômica pos é para o homem que o designer projeta e
é ele e suas necessidades a razão de existência do design.
18
Devem ser considerados, portanto os aspectos de usabilidade, manipulação,
percepção, antropometria, conforto, interferência no comportamento e hábitos do
usuário, enfim, todos os aspectos que envolvem os fatores humanos não só o
estético.
Após, é feita a parte de pós - concepção. São elaborados os modelos volumétricos o
qual ajudará na adequação do produto e nos testes para que o mesmo seja
ergonômico, confortável, versátil e esteticamente agradável. Após esta etapa surge
o memorial descritivo. Esta parte está dividida em sete funções;
Segundo Santos (2000) deve-se levar em consideração ainda na escolha das
alternativas:
• Função estético-formal - Esta relacionada à parte externa do produto, a
aparência e organização visual da forma;
• Função de uso - Diz respeito à utilização do produto, podendo assim ter
outras funções, denominando-se como função de uso;
• Função ergonômica - A reflexão ergonômica do designer é indispensável. O
produto deve apresentar características ergonômicas que garanta ao usuário
conforto e segurança. Para isso deve ser feito teste de usabilidade e de
antropometria;
• Função técnica - Nessa etapa será apresentado os desenhos técnicos, o
processo de fabricação dos protótipos e são especificados os materiais e
tecnologias empregadas;
• Função operacional – São especificados todos os tipos de dispositivos que
fazem com que o produto funcione;
• Função informacional – É toda informação que o produto necessita trazer
inscrita em sua configuração, isoladas ou combinadas entre si, tais como
identidade ou marca do produto, tags de instruções;
• Função de marketing – especificação do mercado a ser atingido e do
composto mercadológico, como: promoções, anúncios, serviços ao cliente,
propagandas e sistemas de vendas.
19
Abaixo está o fluxograma que descrevem estas etapas.
Figura 01. Fluxograma
Fonte: Adaptado de Santos, 2000.
20
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica deste projeto está baseada em pesquisas bibliográficas
realizadas em livros, sites, revistas, artigos e periódicos, proporcionando melhor
embasamento, extraindo idéias de diferentes autores, sobre conceitos de vestuário,
vestuário infantil e japonês, entre outros.
4.1 História do Vestuário Segundo Sílvio (2008) a moda nem sempre existiu. O filósofo francês Lipovetsky
(1989), um estudioso do assunto, aponta como fase inaugural da moda o século
XIV. De lá até o século XIX ocorre o que ele classifica como estágio artesanal e
aristocrático da moda.
Antes disso há a história do vestuário nas sociedades primitivas, da Antiguidade e
da Idade Média baseada numa visão conservadora de reprodução e respeito ao
passado. Mesmo os diferentes trajes e ornamentações existentes entre os
integrantes dessas sociedades obedeciam a tradições e normas coletivas rígidas e
praticamente permanentes. Durante séculos, os trajes no Egito, na Grécia e em
Roma permaneceram praticamente imutáveis. O mesmo fenômeno aconteceu no
Oriente.
O autor Silvio (2008) afirma que somente com o aparecimento de uma lógica
estética autônoma, e com a possibilidade de exercer o individualismo, nasce o que
hoje chamamos de moda. Para o sociólogo francês Jean-Gabriel de Tarde (1843-
1904), no mundo primitivo e Antigo predomina o prestígio da tradição, com a
imitação dos ancestrais, enquanto que com o surgimento da moda há um culto às
novidades e a imitação dos modelos presentes. A segunda metade do século XIV é
um marco nessa transformação que atingiu principalmente a alta sociedade da
época tomada por um desejo de novidades. Houve naquele momento uma revolução
no vestuário com a adoção de trajes nitidamente diferenciados entre os sexos: um
vestuário curto e ajustado para o homem, composto de jaqueta curta e estreita e
21
calções colantes no formato das pernas, e longo e justo para a mulher, composto
por um vestido longo ajustado e decotado.
À medida que houve um avanço da burguesia ocorre também uma expansão da
moda. Ao longo dos séculos, os trajes que eram exclusivos das classes nobres
passaram também no século XVI e XVII, a serem dos novos ricos, oriundos das
atividades bancárias e do comércio. No século XVIII, a média e a pequena burguesia
urbana também começaram a poder seguir a moda, ainda que sem o mesmo luxo e
a ostentação da aristocracia. Mas já era possível desfrutar de uma certa liberdade
individual estética que no início se restringia aos monarcas e agora já alcançava
classes sociais intermediárias.
De acordo com Silvio (2008), nessa transformação que possibilitou o surgimento da
moda contribuíram, além das questões sociais, as condições econômicas e
históricas da Europa na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. O
crescimento econômico, motivado pelo comércio e trocas internacionais, o
renascimento urbano e o desenvolvimento das manufaturas e das fábricas de
tecidos aliados a uma maior estabilidade político-militar, com o fim das “invasões
bárbaras” e o início da formação dos Estados nacionais, possibilitaram às nobrezas
e à burguesia em ascensão dedicarem mais tempo para desfrutar do
desenvolvimento material e dos prazeres mundanos.
Figura 02. Alfaiataria
Fonte: www.pessoas.hsw.uol.com.br/industria-da-moda1.htm
22
Mas é a partir do final do século XIX e durante o século XX que a moda estabeleceu-
se como a concebemos atualmente. O gosto e o desejo pelo novo ganharam novas
dimensões, tornaram-se mais intensos e freqüentes, e o acesso à moda chegou às
classes mais baixas. É nesse momento que surgem a Alta Costura e a confecção
industrial. Apesar de dominantes, esses dois modos de fazer moda convivem ainda
com as pequenas confecções e com as pessoas que preferem produzir suas
próprias roupas.
Silvio (2008) embasa que a Alta Costura é composta por criações de luxo feitas sob
medida. Cabe a ela inovar e lançar as tendências da moda para as próximas
estações. Já à confecção industrial cabe normalmente reproduzir essas tendências
em peças com qualidade muito inferior, mas com preços acessíveis às diferentes
camadas sociais.
O marco do surgimento da Alta Costura é a abertura entre 1857 e 1858 em Paris, no
ateliê de costura de Charles-Frédéric Worth, na Rua de Le Paix. Worth, em plena
Revolução Industrial, inovou ao desenvolver modelos inéditos e sob medidas para
suas clientes. Além disso, as peças eram apresentadas por mulheres jovens que as
desfilavam pela loja. Worth fundou com sua iniciativa um modelo de negócios que
estabeleceu as diretrizes da Alta Costura: criações exclusivas, lançamento de
tendências, elevação do costureiro à condição de artista e a promoção de
espetáculos publicitários sazonais baseados em grifes e modelos (manequins vivos).
Figura 03. Alta Costura
Fonte: www.pessoas.hsw.uol.com.br/industria-da-moda1.htm
23
Desde então, na mesma visão de Silvio (2008), a Alta Costura projetou nomes de
criadores que viraram sinônimo de sofisticação e bom gosto. Roupas, sapatos,
bolsas, óculos, cintos, perfumes e cosméticos que levem a assinatura de costureiros
como Giorgio Armani, Coco Chanel, Yves Saint Laurent, Emanuel Ungaro,
Givenchy, Jean-Paul Gaultier, Dolce e Gabbana, Karl Lagerfeld, Christian Dior e
Donatella Versace, entre outros, são objetos de desejo ao redor do mundo.
Mas esse fenômeno é fruto essencialmente também da adesão das casas da Alta
Costura a um novo modo de fazer moda que surge em 1949, o prêt-à-porter (que
significa algo como “pronto para usar”). A idéia de produzir industrialmente roupas
com um acabamento superior e que seguissem as tendências da moda, mas que
fossem economicamente acessíveis, norteou o surgimento do prêt-à-porter. Após os
primeiros anos quando procurou apenas imitar os padrões da Alta Costura, o prêt-à-
porter deu uma guinada nos anos 60 e começou a oferecer um conceito de moda
voltado à juventude e à audácia.
O surgimento da cultura jovem a partir dos anos 50 e da elevação do adolescente à
condição de consumidor foram elementos fundamentais para a renovação que o
prêt-à-porter provocou no mundo da moda. O primeiro costureiro da Alta Costura a
aderir ao estilo prêt-à-porter foi Pierre Cardin em 1959.
Desde então, as últimas décadas têm mostrado o surgimento de múltiplos focos
criativos do modo de se fazer moda, com o rompimento da homogeneidade de
padrões e o predomínio de uma tolerância coletiva em termos de vestuários.
Mesmo com essa “democratização” da moda, prevalece ainda nas sociedades
urbanas e ocidentais o desejo por roupas e acessórios de grifes como forma de
distinção e até mesmo aceitação social. Paradoxalmente, o desejo de se
individualizar a partir da aparência caminha lado a lado com o de se identificar com o
seu grupo social, sua “tribo”, também através da aparência, o que leva a uma
homogeneidade de estilos ditada pelas múltiplas modas.
Na avaliação de Lipovetsky (1989), a moda une o conformismo e o individualismo
desde o seu começo. Para ele, a evolução da moda não levou a uma explosão de
originalidade individualista, mas a uma neutralização progressiva do desejo de
distinção no vestuário. Mas Lipovetsky (1989) ressalta que por outro lado o
24
individualismo no vestuário aumentou notavelmente, pois atualmente nos vestimos
mais em função de nossos gostos do que por conta de uma norma imperativa e
uniforme.
4.2 História do Vestuário Infantil
De acordo com Lurie (1975), no século XIII, quando a criança deixava de usar os
cueiros, faixa de tecido que era enrolada em torno de seu corpo, ela era vestida
como outros homens e mulheres de suas condições. Hoje em dia, o traje esporte
adotado pelas crianças como pelas adolescentes, tende a substituir as roupas
típicas da infância do século XIX e inicio do século XX. Na Idade Média e por vários
séculos, a infância terminava por volta dos sete anos, muitas vezes antes. Crianças
bem pequenas vestiam batas ou vestidos compridos, e havia pouca diferença entre
a maneira de vestir dos meninos e das meninas. Entre os três e seis anos o menino
se tornava um homenzinho e a menina, uma mulherzinha. Então, vestiam versões
reduzidas da moda adulta. Fazia-se pouco ou nenhuma concessão à atividade física
livre. Os trajes eram resumidos em golas franzidas, anquinhas, calções bufantes,
mangas ornamentadas, saias compridas e pesadas, sapatos de salto alto e chapéus
carregados de penas e flores.
No século XVII, a criança de boa família, quer fosse nobre ou burguesa, não era
mais vestida como os adultos. Os meninos de aproximadamente dez anos, se
vestiam como um homenzinho, com uma capa em suas costas, que pertencia a
adultos. E meninos de aproximadamente quatro anos não se vestiam mais como os
adultos. Usavam vestidos compridos que eram abertos na frente e fechado com
botões ou com agulhas. Esse vestido foi usado pelos meninos pequenos durante
todo o século XVII. Em 1710, o vestido do menino não era mais abotoado na frente,
mas continuava diferente dos das meninas e não comportavam acessórios. Ele pode
ser muito simples ou suntuoso terminando com uma cauda.
Esse vestido não era a primeira roupa da criança depois que ela deixava os cueiros.
No século XVI, o traje dos meninos eram saias, vestidos e aventais.
25
Aries (1975), na sua obra a História Social da Criança e da Família que está se
tornando hábito vesti-los como meninas, e estas, por sua vez, continuavam a se
vestir como mulheres adultas. A separação entre crianças e adultos ainda não
existia no caso das mulheres. As capas e túnicas muitas vezes tinham mangas que
se podiam vestir ou se deixar pendentes. Assim, para distinguir a criança que se
vestia como adultos, foi conservado traços dos trajes antigos que os adultos haviam
abandonado. Esse foi o caso do vestido, ou túnica longa e das mangas falsa. No fim
do século XVI, cada criança teria seu traje, reconhecida como uma entidade
separada.
Em 1714, colocava-se nas crianças uma camisola curta, meias quentes, uma
anágua grossa e o vestido de cima, que cobre os ombros e os quadris com uma
grande quantidade de tecido e pregas.
O regulamento de uma pequena escola paroquial de 1654 determinava que aos
domingos as crianças fossem levadas à igreja para assistir à missa, após a instrução
religiosa, e que não se misturassem os pequenos e os grandes, ou seja, os vestidos
curtos e os vestidos compridos e os pequenos de jaquette deveriam ser colocados
todos juntos.
Em 17 de julho de 1602 a roupa tornava-se visível as etapas do crescimento que
transformava a criança em homem. Em 1608, usava-se gibão e calças ate o joelho,
deixando o traje de criança, e começam a usar as capas e espadas. Nos colégios,
os semi-internos usavam o vestido por cima das calças justas até os joelhos.
26
Figura 04. Crianças Ricas no séc. XVIII
Fonte: A Linguagem das Roupas. LURIE, Alison (1997) p.52
No livro a Linguagem das Roupas (1997), o traje feminino, tanto dos meninos
pequenos como das meninas pequenas, comportava um ornamento singular, que
não era encontrado no traje das mulheres: duas fitas largas presas ao vestido atrás
dos dois ombros, pendentes nas costas. Na metade do século XVIII, as meninas ao
invés de serem colocadas em armações e espartilhos, continuavam a usar batas de
musselina simples, decotadas e confortáveis de sua tenra infância. Esse privilégio foi
estendido para crianças mais velhas, por volta de 1780, também as adolescentes
usavam batas. Ao mesmo tempo os meninos deixaram de usar casacos compridos,
coletes justos, camisa de colarinho alto e culotes de seus pais. Ao invés disso, foram
vestidos com uma jaqueta curta, camisa com colarinhos mais confortáveis e calças.
Em 1790, as calças começaram a ser abotoadas na jaqueta. Foi usado pelos
quarenta anos seguintes pela maioria dos meninos entre três e sete anos.
27
Figura 05. Roupas simples de 1790
Fonte: A Linguagem das Roupas. LURIE, Alison (1997) p.54
No fim do século XVIII, a moda infantil continua nos sendo familiar. As saias das
meninas só começaram a encurtar a partir da década de 1820, e o que revelaram
em primeiro lugar foram anáguas com a barra de renda e pantalettes (calças
compridas usadas de baixo da roupa e que apareciam sob a barra da saia). Com o
tempo passaram a ser mais curtas.
Em Linguagem das Roupas (1997), a obra aponta que o traje da criança se tornou
mais leve, mais folgado, deixando-a mais a vontade. Enquanto os meninos usavam
esse traje feminino, diziam que eles estavam de babador. Isso durava até por volta
de quatro a cinco anos. A gola do vestido era uma gola de homem. Os costumes,
dessa época em diante, ditaram regras de vestir para as crianças, de acordo com
sua idade, primeiro o vestido das meninas, e depois os vestidos de gola, que
também era chamado de jaquette.
28
Figura 06. Crianças aristocráticas do final do séc. XVIII
Fonte: A Linguagem das Roupas. LURIE, Alison (1997) p.53
Para os meninos, as calças abotoadas nas jaquetas duraram até 1830. As túnicas,
continuaram a ser usadas pelos meninos entre 3 a 7 anos até a década de 1860, e
foram substituídas por calças e jaquetas, e cada vez mais pelo traje de marinheiro.
O uniforme recém-criado, nas escolas que treinavam rapazes para a Marinha, foi
rapidamente adotado pelas crianças burguesas, dos dois sexos. Para as meninas no
lugar da calça era a saia.
Figura 07. Vestimenta de Marinheiro
Fonte: A Linguagem das Roupa. LURIE, Alison (1997) p.55
29
O livro A Linguagem das Roupas (1997), esclarece que logo o traje se tornou
comum tanto na América quanto na Europa continental e na Inglaterra. Eram mais
populares nas férias e à beira-mar. No começo do século XX, esse traje era o
padrão da roupa cotidiana para meninas e meninos da classe média. Na cidade e no
campo, em casa e fora de casa, em azul-marinho para aquecer ou em branco para o
verão e festas. Depois da segunda Guerra Mundial o traje marinheiro começou a
perder sua popularidade. As meninas aos domingos usavam blusa larga com gola
de marinheiro e saias, com um lenço de seda vermelho em volta do pescoço.
Figura 08. Vestimenta Marinheiro Feminino
Fonte: A Linguagem das Roupas. LURIE, Alison (1997) p.56
As meninas que não eram mocinhas, a idade media era 16, 5, eram vestidas como
crianças, corpetes justos e saias rodadas curtas, com pantalettes ou meias longas
por baixo.
No final do século XIX outro estilo surgiu, aponta o livro A linguagem das Roupas
(1997). Adorado pelos pais, mas detestado pelos meninos que eram obrigados a
usá-los. Esse traje chamado de Fauntleroy. Era uma jaqueta preta ou azul-safira de
veludo e calças usadas com uma camisa branca com um largo colarinho de renda
Vandyke. Era completado por uma faixa de seda colorida, meia de seda, sapatilhas
afiveladas, uma boina grande de veludo e cabelos cacheados.
30
Figura 09. Traje Fauntleroy
Fonte: A Linguagem das Roupas. LURIE, Alison (1997) p.57
Depois de ter passado a época do traje Fauntleroy, os meninos passaram a usar
calças curtas, tanto no dia-a-dia quanto em ocasiões especiais, durante muitos anos.
Ente 7 ou 8 anos, usavam bermudas, depois calças ate os joelhos. As roupas de
esporte adultas são as roupas diárias das crianças. Com isso as crianças de ambos
os sexos (mais os meninos) vão à escola de moletom ou camisetas que imitam as
de futebol, camisas de beisebol e tênis.
Na América, as calças compridas para meninos começaram a estar disponíveis nos
anos 20, mas eram raras. Em 1940 meninos de 3 a 4 anos podiam usá-las para
brincar. Hoje as calças curtas são para épocas quentes e as calças até os joelhos
são desconhecidas. Na Inglaterra muitos uniformes escolares são de calças curtas.
Enfatiza o livro Linguagem das Roupas (1997), que hoje a distinção de roupas
segundo o sexo se inicia com o enxoval do bebê, brinquedos, berço e móveis
rosados para as meninas e azuis para meninos. O rosa, na nossa cultura, é
associado ao sentimento e o azul ao serviço. As implicações são que a preocupação
futura da menina será a vida da afeição e a do menino, ganhar a vida. Quando se
tornam mais velhas, o azul-claro se torna uma cor popular no vestuário da menina,
mas o rosa é raro para meninos.
Quando bebês, as roupas das meninas e dos meninos são muitas vezes idênticas
quanto ao feitio e tecido, pois seus corpos são semelhantes.
31
Camisetas, calças sem fecho e os blusões com zíper para os meninos são
geralmente de cores escuras e estampados com desenhos envolvendo esportes,
meios de transportes e animais selvagens. As roupas das meninas são de cores
mais claras e decoradas com flores e animais domésticos. Pois o que nos passa é
que os meninos brincarão em casa e criara plantas e pequenos mamíferos. Também
as roupas dos meninos são mais largas nos ombros e das meninas, nos quadris,
antecipando seus corpos quando adultos.
As roupas dos meninos e dos homens, além disso, enfatizam os ombros com riscas
horizontais, dragonas e palas de cores contrastantes. As roupas das meninas e das
mulheres enfatizam os quadris e o traseiro através da coleção estratégica de
franzidos e adornos.
4.3 História do Vestuário Japonês
Segundo o site cultura japonesa, a história do vestuário japonês é em grande parte a
historia da evolução do kimono, e como os japoneses adaptaram a seus gostos e
necessidades, estilos e a produção de tecidos vindo do exterior.
O vestuário é dividido em duas categorias: wafuku (vestimenta japonesa) e yofuku
(vestimenta ocidental).
4.3.1 Na Antigüidade
Na Pré-história japonesa (Era Jomon - 10 mil a.C. a 300 a.C.), as pessoas usavam
túnicas de pele ou de palha. Na Era Yayoi (300 a.C. a 300 d.C.) a sericultura e
técnicas têxteis chegaram ao Japão através da China e da Coréia.
32
Figura 10. O Príncipe Shotoku
Fonte: www.culturajaponesa.com.br
O Príncipe Shotoku e dois de seus filhos: penteados, túnicas e acessórios de forte
inspiração chinesa na corte imperial japonesa. Agência da Família Imperial, Tóquio,
Japão.
O site cultura japonesa aponta que dos séculos IV a IX, a cultura e a corte imperial
no Japão receberam forte influência da China. Influenciado pela recém-importada
religião budista e pelo sistema de governo da corte Sui chinesa, o regente japonês
Príncipe Shotoku (574-622) adotou regras de vestuário estilo chinês na corte
japonesa. Posteriormente, com o advento do Código Taiho (701) e do Código Yoro
(718, eficaz só a partir de 757), as roupas na corte mudaram seguindo o sistema
usado na corte Tang chinesa, e foram divididas em roupas cerimoniais, roupas de
corte, de roupas de trabalho. Foi nesse período que se passou a usar no Japão os
primeiros kimonos com a característica gola em "V", ainda similares aos usados na
China.
4.3.2 Opulência Têxtil
Na Era Heian (794-1185) o contato oficial com a China foi suspenso pela corte
imperial, e esse afastamento permitiu que formas de expressão cultural
genuinamente japonesa florescessem nesse período. No vestuário isso se refletiu
em um novo estilo, mais simples no corte, mas mais elaborado em camadas e
sofisticação têxtil.
33
Os homens da aristocracia passaram a usar o sokutai, um conjunto formal composto
por uma ampla saia-calça chamada oguchi, cuja aparência recheada e firme se deve
a várias camadas de longos kimonos por baixo chamados ho, e uma enorme túnica
bordada, de mangas longas e amplíssimas e uma cauda de cerca de 5 metros. Uma
tabuleta de madeira chamada shaku e uma espada cerimonial longa, a tachi, eram
complementos obrigatórios. Os homens ainda deviam usar um penteado chamado
kammuri - composto basicamente por um chapeuzinho sólido preto e uma ou mais
fitas de seda engomadas na vertical, tudo preso ao cabelo. De acordo com
variações (haviam 5 delas, referentes a quantidades de fita, se ela enrolada, se ela
pendia do chapéu, etc), sabia-se o status ou grau de importância do indivíduo na
corte. Uma versão simplificada do sokutai, o ikan, é usada atualmente pelos
sacerdotes xintoístas.
As damas da corte usavam o igualmente amplo e impressionante karaginumo, mais
conhecido pelo nome adotado após o século XVI jûni-hitoe, ou "as doze molduras da
pessoa". Trata-se de um conjunto de nada menos que doze kimonos da mais fina e
luxuosa seda sobrepostos chamados de uchiki, cada um levemente mais curto que o
anterior, de modo a deixar golas, mangas e barras aparecendo em discretas
camadas, criando um efeito multicolorido de impacto. O último uchiki, que serve de
sobretudo, era bordado e era freqüentemente complementado por um cinto
amarrado à frente em forma de laço no mesmo tecido, e uma cauda que podia ser
em outra cor ou textura. Um enorme leque decorado com cordões de seda e um tipo
de carteira de seda, encaixada na gola entre a 3ª e a 4ª camada, eram
complementos obrigatórios.
As mulheres não cortavam os cabelos, afirma o site cultura japonesa, eram usados
longuíssimos, lisos, soltos sobre as costas ou simplesmente amarrados um pouco
abaixo da altura do pescoço, freqüentemente com as pontas arrastando no chão
sobre a cauda do jûni-hitoe.
34
Figura 11. jûni-hitoe
Fonte: www.culturajaponesa.com.br
4.3.3 Estilo Samurai
Com referência relativa ao site cultura japonesa, na Era Kamakura (1185-1333), o
advento do xogunato e o declínio do poder e do prestígio da corte imperial trouxeram
ao vestuário novos estilos adotados pela ascendente classe dos samurais. Na corte
imperial e do xogum os grandes senhores e oficiais mais altos ainda usavam o
formal sokutai, mas o kariginu, antes um traje de caça informal da aristocracia - um
tipo de capa engomada com gola arredondada, longas e amplas mangas que
podiam ser decoradas com cordões - foi amplamente adotado pelos senhores
feudais e samurais.
As mulheres passaram a usar uma combinação de uchikis com um hakama, saia-
calça ampla com placa de sustentação nas costas, usada também por homens. Com
o tempo, uso do uchiki deu lugar ao kosode, que comparado ao uchiki é menos
amplo, tem mangas mais curta, e cuja forma aproxima-se mais dos kimonos
modernos. A amarra para fechar o kosode era feito com faixas estreitas, na altura da
cintura ou pouco abaixo da barriga.
35
Figura 12. Uchikake
Fonte: www.culturajaponesa.com.br
Na Era Muromachi (1333-1568) acrescentou-se o uchikake - também chamado de
kaidori - um kimono com a mesma forma, mas um pouco mais amplo que o kosode,
que serve de sobretudo e que podia ou não ter barra almofadada. O kosode com
uchikake era o traje formal feminino das altas classes. Hoje em dia o uchikake faz
parte do traje de noiva tradicional.
Na Era Azuchi-Momoyama (1568-1600), no site cultura japonesa, mostra que neste
período marcado por constantes guerras pelo poder entre os generais Hideyoshi
Toyotomi e Nobunaga Oda, os samurais continuaram a usar coloridos e ricos
conjuntos de peças superiores com calças, chamados de kamishimo - um kimono
masculino com uma saia-calça ampla, longa e estruturada chamada nagabakama,
tudo feito no mesmo tecido, às vezes complementado por uma jaqueta sem mangas,
com ombros alargados e estruturados em tecido diferente. O kamishimo continuou
sendo usado até a segunda metade do século XIX.
4.3.4 Gostos Burgueses
Durante os 250 anos de paz interna do xogunato Tokugawa (1600-1868), os chõnin
(burgueses, ricos comerciantes) deram apoio a novas formas de expressão artística
e cultural que não mais derivavam da corte imperial ou da corte do xogum. O teatro
kabuki e os "bairros do prazer" nas cidades de Edo (Tóquio), Osaka e Kyoto ditavam
moda. O kosode, que se tornou o traje básico para homens e mulheres, passou a
ser mais decorado, seja pelo desenvolvimento de técnicas de tingimento como
36
yuzen e shibori, seja por outras técnicas artesanais de decoração têxtil com pintura,
bordados e desenhos desenvolvidos no tear. Os obis femininos, faixas largas e
compridas usadas para fechar os kosodes, feitos em brocado com fios de ouro e
prata, ganharam ênfase na moda e viraram símbolos de riqueza.
A haori, uma jaqueta com mangas amplas e gola estreita feita de seda, na qual
bordava-se ou imprimia-se símbolos que representavam a atividade profissional da
pessoa ou a insíginia (kamon, ou escudo circular) do chefe da família, passou a ser
amplamente usado. Uma versão popular, de mangas mais estreitas, feita em tecido
mais simples e resistente, passou a ser usada por trabalhadores e funcionários de
estabelecimentos comerciais. Chamada de happi, essa peça ainda é muito usada.
O site cultura japonesa relata que algumas peças surgidas no início desse período
refletem influência portuguesa. A kappa (capa longa de corte circular, com ou sem
gola, sem mangas, usada como sobretudo) deriva das capas usadas pelos
navegantes portugueses, assim como a jûban (camisa com forma de kimono curta
usada como roupa de baixo) deriva do "gibão" português.
Figura 13. Seibunkasha
Fonte: www.culturajaponesa.com.br
No século XIX, o xogunato refez as normas de vestuário militar, e tornou o kosode, o
hakama com barra na altura do tornozelo e o haori o uniforme-padrão dos samurais.
O daisho (conjunto de duas katanás - espadas curvas - uma longa e outra curta) e o
penteado chonmage - a parte acima da testa é raspada, com os cabelos, compridos
37
na altura dos ombros, presos em forma de um coque na parte superior atrás da
cabeça - eram de uso obrigatório. O conjunto kosode, hakama e haori é hoje o traje
do noivo em casamentos tradicionais.
4.3.5 Tempos Modernos
A partir da Restauração Meiji (1868), os japoneses lentamente adotaram o vestuário
ocidental. O processo começou por decreto: o governo determinou que todos os
funcionários públicos, militares e civis, passassem a usar roupas ou uniformes à
ocidental. Ao final da 1ª Guerra Mundial (1918), quase todos os homens já usavam
ternos, camisas, calças e sapatos de couro.
O mesmo site cultura japonesa também afirma que as mulheres adotaram mais
lentamente os estilos ocidentais. No início apenas a aristocracia usava vestidos de
gala, importados da Europa, usados em algumas ocasiões formais na corte Meiji e
em bailes do suntuoso salão Rokumeikan (de 1883 a 1889) em Tóquio. A partir da 1ª
Guerra Mundial, mulheres instruídas e com profissões urbanas passaram a usar
diariamente roupas ocidentais, mas só após a 2ª Guerra Mundial (1945) foi que o
vestuário ocidental passou a ser a regra em todas as classes sociais, homens
mulheres e crianças.
Figura14. Kimono feminino
Fonte: www.culturajaponesa.com.br
38
Atualmente a maioria das mulheres usam kimonos apenas em ocasiões especiais,
como casamentos e matsuris (festivais populares ou tradicionais). Homens usam
kimonos ainda mais raramente. O yukata, kimono leve de algodão estampado, típico
de verão, ainda é bastante usado por homens e mulheres nos festivais de verão e
em resorts, à ocidental ou estilo japonês. Desde a virada do milênio, entretanto, mais
pessoas têm resgatado o uso do kimono no cotidiano, gerando um movimento
informalmente apelidado de fashion kimono - kimonos de forma tradicional mas com
estampas modernas, obis (faixas de amarrar na cintura) que não amarrotam ou com
nós prontos, que agradam a um público mais jovem.
Fashion kimono: temas abstratos, geométricos e estamparia moderna e o
insubstituível toque da seda fizeram as japonesas voltarem a usar kimonos no
século XXI - Saita Mook, Shiba Park-sha.
4.3.6 Tipos de Kimonos
Parece simples, mas não é. Dependendo de estampas e cores, aponta o site cultura
japonesa. Os kimonos seguem uma etiqueta, uma hierarquia cujo uso depende da
ocasião, da estação do ano, do sexo, do grau de parentesco ou do estado civil da
pessoa que o usa. Veja a seguir os principais tipos de kimono:
• Kurotomesode - "mangas curtas preto", kimono preto com profusa decoração
das coxas para baixo e com 5 kamons (escudos de família) impressos ou
bordados em branco nas mangas, peito e costas. Usado com um obi de
brocado dourado, é o kimono mais formal das mulheres casadas, geralmente
usado pelas mães do noivo e da noiva num casamento.
• Irotomesode - "mangas curtas coloridas", kimono liso de uma só cor,
geralmente em tons pastéis, com profusa decoração das coxas para baixo e
com cinco kamons (escudos de família) impressos ou bordados em branco
nas mangas, peito e costas. Usado com um obi de brocado dourado, é um
kimono menos formal que o kurotomesode, e é usado por mulheres casadas
que são parentes próximas do noivo e da noiva num casamento.
39
Figura 15. Kurotomesode Sekaibunkasha
Fonte: www.culturajaponesa.com.br
• Furisode - "mangas que balançam", kosode feminino cujas mangas possuem
70 cm a 90 cm de comprimento. É o kimono formal das moças solteiras,
ricamente estampado, fechado com obi em brocado multicolorido e brilhante
amarrado em grandes laços nas costas. É geralmente usado no Seijin Shiki
(Cerimônia da Maturidade, no mês de janeiro no ano em que a moça
completa 20 anos) e pelas moças solteiras aparentadas da noiva nas
cerimônias e recepções de casamento.
Figura 16. Furisode
Fonte: www.culturajaponesa.com.br
40
• Houmongi - "traje de visita", kimono liso de uma só cor, geralmente em tons
pastéis, com profusa decoração em um dos ombros e uma das mangas, e das
coxas para baixo, sem kamons (escudos de família). Considerado um pouco
menos formal que o irotomesode, em cerimônias de casamento é usado por
mulheres casadas ou solteiras, que geralmente são amigas da noiva. O
houmongi também pode ser usado em festas formais ou recepções.
• Tsukesage - Comparado ao houmongi, o tsukesage tem uma decoração um
pouco mais discreta e é considerado menos formal que o houmongi. Dos
kimonos que podem ser usados diariamente por casadas e solteiras, é o mais
requintado.
• Iromuji - kimono de uma só cor, que pode ter textura, mas sem decoração em
outra cor, usada principalmente em Cerimônias do Chá. Pode ter um pequeno
bordado decorativo ou um kamon (escudo de família) nas costas. É um
kosode semi-formal, considerado elegante para uso diário.
• Komon - "estampa pequena", kimono feito com seda estampada com
desenhos pequenos repetidos por toda a peça. Considerado casual, pode ser
usado para sair pela cidade ou para jantar em um restaurante. Pode ser
usado por casadas e solteiras.
• Tomesode - "mangas encurtadas", kosode feminino de seda, forrado em seda
de cor diferente, cujas mangas possuem 50 cm a 70 cm de comprimento. A
expressão deriva do costume de que quando as mulheres se casavam elas
passavam a usar kimonos com as mangas curtas - ou cortavam as mangas
dos kimonos - como símbolo de fidelidade ao marido. A maior parte dos
kosode usados por mulheres são desse tipo.
41
Figura 17. Homem em Yukata Sekaibunkasha
Fonte: www.culturajaponesa.com.br
• Yukata - kimono informal de algodão estampado, sem forro. Mulheres usam
os de grandes estampas, geralmente de flores, com obi largo, e os homens
usam os de pequenas estampas, com obi estreito.
• O yukata é mais usado em matsuris (festivais), mas também pode ser usado
diariamente em casa.
• Ryokans (hotéis ou pousadas tradicionais) e onsens (resorts com termas)
costumam disponibilizar yukatas para todos os hóspedes.
4.3.7 Kimonos Cerimoniais Infantis
Shichi-go-san (7-5-3) para o site cultura japonesa, é o nome de uma cerimônia
xintoísta na qual as meninas e 7 e 3 anos, e os meninos de 5 anos de idade, vestem
kimonos especiais e visitam o templo para pedir saúde e boa sorte em seu
crescimento. As meninas são vestidas como mini-gueixas, destacando-se a cor
vermelha, e os meninos usam uma versão miniatura de um traje formal completo de
samurai. A haori dos meninos é estampada com imagens de samurais famosos
(normalmente a figura de Minamoto no Yoshitsune, também chamado de
Ushiwakamaru, herói do Heike Monogatari - O Conto de Heike).
42
Figura 18. Kimonos Comemorativos Fontes: www.culturajaponesa.com.br
4.3.8 DETALHES
Eis a seguir um vocabulário sobre aspectos e acessórios de kimonos:
• Geta - sandália de madeira, geralmente usada por homens e mulheres com
yukata.
• Kanzashi - nome que designa uma série de ornamentos para o cabelo
usados com kimono. Podem ter a forma de espetos com terminais esféricos
ou diversos formatos decorativos, flores ou de pentes. São feitos em madeira
laqueada, tecido, jade, casco de tartaruga, prata, etc.
• Obi - faixa usada amarrada à cintura para manter o kimono fechado. Varia
em largura e comprimento. Homens em geral usam obis de trama larga e
firme, em cores discretas, estreitos, amarrando com um nó às costas
circundando a linha abaixo da barriga. Mulheres em geral usam obis em
brocado largos, com desenhos feitos no tear, ao redor do tronco e amarrados
às costas. Cores e desenhos variam: os mais brilhantes e intrincados são
usados em ocasiões formais.
• Obijime - cordão decorativo em fio de seda usado para dar acabamento e
firmeza à amarra do obi. Usado por mulheres.
43
• Tabi - meia de algodão na altura dos tornozelos ou metade das canelas, com
divisão para o dedão do pé, com abertura voltada para o lado entre as
pernas.
• Waraji - sandálias de palha trançada. Bastante comuns décadas atrás,
atualmente são mais usadas por monges.
• Zõri - sandália com acabamento em tecido, couro ou plástico. Os femininos
são estreitos e possuem a ponta mais ovalada, e os masculinos são mais
largos, retangulares, com as extremidades arredondadas.
Através desta pesquisa referente ao tema Cem Anos da Imigração Japonesa,
constata – se o quão rica em detalhes é a cultura deste povo. Por este motivo, as
principais características do vestuário oriental foram extraídas sutilmente. As cores
mostradas acima, o caimento dos quimonos, e toda sua essência estiveram
presentes.
Nota – se também que os quimonos atualmente se tornaram leves, são feitos de
algodão com estampas modernas, e geralmente vêm acompanhados com obis
(faixas de amarrar na cintura) que não amarrotam ou já acompanham os nós
prontos, agradando assim uma faixa etária mais jovem. Por fim, estas características
mostram – se foco em alguns modelos da coleção, fazendo uma mistura nos looks
do oriente, mas resgatando as tendências do ocidente.
44
5 CONCORRENTES
Os concorrentes existem quando a marca que será lançada ou já existe no mercado
possui semelhanças com a alguma outra marca atual.
Essas semelhanças vêm ou pelo fato do estilo seguir uma mesma lógica, ou pela
igualdade de público alvo, etc.
5.1 Cris Barros Mini
Figura 19. Estilista Cris Barros Fonte: www.onne.com.br
As meninas estão começando cada dia mais cedo a se arrumar e a ficar
a par das últimas novidades da moda, se preocupando bastante com o visual. Cada
vez mais marcas estão lançando linhas para crianças e até mesmo salões de
cabeleireiro foram abertos com exclusividade para este público. Seguindo essa
tendência e procurando atender exatamente a esta demanda, Cris Barros deu
atenção especial às meninas entre um e doze anos e desenvolveu peças
diferenciadas, com seu toque especial.
Para o site onne, as meninas poderão usar as peças desenhadas por Cris Barros,
que são repletas de pequenos detalhes e cortes confortáveis. A nova coleção tem
45
um sapinho como mascote, inspirado no brinquedo preferido do cachorrinho Lhasa
Apso da estilista, Zorro: um sapo de pelúcia.
As araras da Cris Barros Mini são ocupadas por shorts, bermudas, tops e vestidos.
Todas as peças seguem o estilo delicado que já virou marca registrada da estilista.
Listras, estampas florais e muitas cores garantem o visual mais divertido, mas cheio
de estilo.
Figura 20. Roupas da coleção Cris Barros Mini
Fonte: www.one.com.br
5.2 TRIELO
Outra marca de relevante importância no mercado de moda infantil é a Trielo.
Figura 21. Logo Trielo Fonte: www.trielo.com
De acordo com o site Trielo (2008), a marca nasceu para “vestir criança como
criança”. Esta onda de crianças vestidas como mini-adultos não é nada saudável.
46
Salto alto faz mal à coluna, propicia quedas e torções, além de não combinar com o
visual das meninas, e é por isso que se encaixa como concorrente da proposta em
pauta neste projeto.
Criança não tem que parecer adulto, tem que aproveitar a infância com toda sua
inocência, pureza e fantasia. Essa é a especialidade da Trielo, criar roupas
adequadas ao movimento de cada idade. Por isso conforto, qualidade e muito estilo
são prerrogativas da criança Trielo.
Figura 22. Vestidos Trielo
Fonte: www.trielo.com
O tecido utilizado é de algodão egípcio, antialérgico, não faz bolinhas, não encolhe e
tem um toque extra-macio. As etiquetas internas das peças são de cetim, com corte
ultra-sônico que não incomoda as crianças. Trabalham com tecidos inteligentes,
duráveis e ecologicamente corretos.
5.3 La e Lu
O site La e Lu (2008), outro concorrente, tem sugestões fofíssimas para os
pequenos. O verão 2008 chega com cores muito intensas e diversificadas, mas com
alguns resquícios do inverno cinzento que passou. Sempre dentro das tendências, a
marca aproveitou o clima de férias para viajar pela riviera francesa. Sob o céu azul,
entre as flores e o mar de águas cristalinas, mergulhamos na história dessa
tradicional região.
47
Da incrível experiência surgiram modelagens secas, peças clássicas repaginadas,
mix de estampas, muitos bordados e malhas com lavagens e tinturadas. Ganham
vulto também os chapéus, bermudas e biquínis com lacinhos. E esta será
justamente o estilo utilizado nesta pesquisa, os laços entrarão com força total.
Figura 23. Roupas La e Lu Fonte: www.laelu.com.br
Figura 24. Vestidos La e Lu
Fonte www.laelu.com.br
Após a analise dos três concorrentes notou-se o quanto eles se preocupam em criar
roupas adequadas sem deixar de lado a aparência que crescentemente predomina
no segmento infantil.
A partir de observações, constata-se que a concorrente Cris Barros agrega valor
ergonômico e une maxi estampas fazendo composses de elementos. Estas
características são um dos pontos fortes da marca Doce Acerolla, que busca pelos
48
mesmos princípios, tanto a estética suave, quanto ao conforto. O item conforto é
dado ênfase na coleção desenvolvida, que se preocupada intimamente com o
público escolhido.
A La e Lu é uma das poucas marcas que lida com a criação de vestidos de festa.
Por isso torna-se um grande concorrente. Os tons agregados aos looks da marca, os
laços e o universo lúdico citado no histórico do site, que remete à região da riviera
francesa, narra um cenário clássico que explora os sentidos se tornando um
estimulo para aguçar o mundo imaginário. Esta “história” que foi abordada para
integrar como forma de chamariz as crianças foi um dos principais objetivos da
marca Doce Acerolla na escolha da temática do livro, e claro, para a realização da
coleção Doces Histórias.
A magia romântica e extremamente confortável esta inserida na proposta da Trielo e
este é o caminho que a marca Doce Acerolla seguirá. A intenção da Trielo é fornecer
conforto através dos tecidos usados na confecção das suas peças, e a diferenciação
nas etiquetas, que são feitas a partir do cetim, com corte ultra – sônico que não
incomoda as crianças. Outro fator importante é a preocupação em deixar a criança
ser criança, não as transformando em adultas mirins. Por isso, as peças são leves e
super infantis, transmitindo meiguice. Percebendo este aspecto da Trielo, buscou –
se também nesta pesquisa, desenvolver peças confortáveis que sejam ideais para
meninas entre a faixa etária de um a seis anos que procuram por roupas exclusivas
e que tenham o mesmo paradigma de resgatar a infância.
Conclusivamente, a partir destes concorrentes e notando o crescente mercado
infantil, vê – se que a independência das pequenas ao que diz respeito à compra e
ao seu gosto pelas roupas é notório, mas torna - se obvio de que os pais são últimos
e principal voz ativa no poder da aquisição ao decidir o que vai ser levado.
No contexto da moda, tanto no segmento infantil quanto adulto, pode-se dizer
segundo Treptow (2003, p.25) que as pessoas mudam sua forma de vestir em
função de influências sócias. A roupa, que a princípio era determinada apenas pelos
recursos disponíveis e tecnológicos, passa a variar em estilos conforme vogas da
época. Assim caracteriza-se a moda.
49
Visando a tecnologia e o aprimoramento das formas e elementos surge o Design. De
acordo com relatos no site de Miguel Terroso (outubro, 2008) o design é uma
atividade criativa cujo objetivo é estabelecer as multi-facetadas qualidades dos
objetos, processos, serviços e os seus sistemas em todos os ciclos de vida. Como
tal, o design é fator central da humanização inovativa das tecnologias e o fator
crucial de troca cultural e económica.
Assim alcançando uma sustentabilidade global e proteção ambiental (ética global),
fornecendo benefícios e liberdade a toda a comunidade humana, individual e
coletiva, ao utilizadores finais, produtores e protagonistas do mercado (ética social),
suportando a diversidade cultural, apesar do mundo globalizado (ética cultural).
Como tal, o termo designer refere-se a um indivíduo que pratica uma atividade
intelectual e não simplesmente uma troca de serviços para empresas.
Com este aprofundamento no assunto moda e design, verificou-se que ambos
caminham juntos para se obter um melhor resultado nas criações. Para a marca
Doce Acerolla foi uma condição indispensável estabelecer um elo entre a moda,
pesquisando tendências, estado do design, que serão ícones inclusos na geração
dos looks propostos assimilando o design que virá trazendo um diferencial óptico,
em forma de aplicações exclusivas e a temática referênciada.
50
6 ESTADO DO DESIGN
Segundo Garcia (2002), a valorização das peças segue cada vez mais um estilo
pessoal. O consumidor de hoje cria um visual com liberdade combinando cores
diferentes e gerando suas próprias alterações nas peças. O estado do design foca
justamente isso, trás tudo o que está nas vitrines, para seu acervo pessoal no
momento do desenvolvimento dos modelos.
A Doce Acerolla teve como objetivo unir as referências retiradas do estado do design
como o balonê e os temas étnicos (Japão), com a exclusividade que encontram-se
na própria marca.
Segundo a revista manequim (agosto, 2008), em reportagem demonstra que
pequeninas no tamanho as roupas infantis são grandes ao que diz respeito ao
esforço que demandam de quem atua nesse ramo da moda.
O que se vê hoje no mercado infantil são roupas cada vez mais confortáveis que
permitem as crianças de se divertirem, não esquecendo a estética. As roupas são
mini copias das coleções adultas.
As cores como azul céu, lilás, rosa, vanilla e branco predominam. Percebeu-se
então através desta pesquisa que o mercado atual apresenta semelhanças a marca
Doce Acerolla, no quesito cor e forma.
Os looks românticos com estampas florais e femininas, o uso de temas étnicos,
como África e China, os babados, drapeados, mangas fofas, fitas, balonês, são
destaques nas roupas infantis que se caracterizam pela riqueza de detalhes.
51
Figura 25. Painel Estado do Design
Fonte: Elaborado Pela Autora
As imagens inseridas no painel são referentes às marcas: Lilica Repilica, PUC e Tirol
para o inverno 2008.
Por isso conclui-se de acordo com o que foi abordado acima que o estado do design
agrega conhecimento para que uma coleção tenha coerência e continuidade a fim
de se desenvolver novas propostas no segmento vestuário em estações futuras.
7 PESQUISAS DE TENDÊNCIAS MERCALÓGICAS
Segundo Treptow (2003) a tendência surgiu com o próprio fenômeno de moda, a
partir do Renascimento. Nessa época, a adoção de novos padrões visuais ainda não
era uma constante e a quebra das tradições era vista com reservas. Todavia alguns
grupos vanguardistas exageravam na adoção de novos valores não uma ruptura
com o passado, mas um processo de evolução.
Entende-se que uma tendência tem um período de vida curto. Ela acontece,
explode, é usada por todos, mas de uma estação para outra ela se modifica, se
52
transforma e se adapta. Muitas vezes ela se torna cíclica, pois aquilo que foi moda
há alguns anos atrás todos haviam esquecido volta remodelada e com uma cara
nova para os tempos atuais.
Destaca-se também dentre as tendências as megatendências; são aquelas que
aparecem com um foco maior e que são utilizadas por muitas pessoas ao mesmo
instante.
7.1 Mega Tendências Para O Verão 2010 Dando ênfase ao que está por vir, o verão 2010 vem cercado de magia e
recordações. Tanto no armário adulto quanto no infantil as cores vibrantes
destacam-se pela sua alegria, e a volta ao passado reconstrói um futuro de novas
sensações.
Figura 26. Megatendências Fonte: www.usefashion.com
53
A tecnologia, as mudanças no mundo em termos sociais e ambientais e a família
desenvolveram uma nova criança, mais esperta no trato com as tecnologias, mais
opinativa, mais atenta às mudanças. Talvez até mais consciente.
Novos valores ainda estão por vir. A criança independente passa a ouvir mais os
pais. O retorno às raízes, o simples como forma de luxo e as tradições como
relíquias podem ser sinais de novos tempos.
A busca pelo prazer retoma antigos hábitos trazendo uma espécie de paz de
espírito. Produtos antigos são reinventados. A união dos opostos fica por conta da
junção entre tecnologia e tradição. O que torna o gênero único.
A moda infantil não tem característica de mudança tão acentuada quanto a adulta.
Na verdade, ela vai incorporando elementos da moda adulta, se adapta à sua
realidade e, assim, se transforma em nova moda. Por isso, retomamos aqui algumas
tendências já apresentadas pela moda adulta.
Figura 27 Personagens
Fonte: www.usefashion.com
As mega tendências foram constituídas a partir das propostas apresentadas nas
feiras Premier Kids, Playtime, Pitti Bimbo e Fimi. Além disso, as tendências também
emergem da sociedade.
Estas mega tendências se dividem em três inspirações; a esperança, imaginação e
lembrança.
54
7.2 Megatendência: Esperança
De acordo com a home page usefashion (2008), se nos negócios a preocupação
ambiental não é nova - François Quesnay e Thomas Malthus já tratavam do tema no
século XVIII - é agora que a moda mostra sua força. Novos processos e o
desenvolvimento de roupas para demonstrar que o usuário se preocupa com o meio
ambiente constituem a megatendência Esperança.
Figura 28. Esperança
Fonte: www.usefashion.com
A tecnologia, agressiva desde que Francis Bacon defendeu que a natureza possuía
segredos que deveriam ser arrancados mediante tortura de instrumentos mecânicos,
volta atrás e procura abrandar seu "ecological footprint".
Certa nostalgia faz lembrar os anos 80, que é a década em que se popularizou a
discussão de padrões de desenvolvimento com base na sustentabilidade.
Foi neste período que a Organização das Nações Unidas lançou o Índice de
Desenvolvimento Humano e o Relatório Brundtland - nome dado em homenagem
à primeira ministra da Noruega, que presidiu a comissão que escreveu o documento.
Não é à toa que o design escandinavo marca esta estação.
55
As diferentes facetas da natureza são exploradas em coleções que têm como
referência a reciclagem, o Finnish Design e a vida urbana - sempre usando o
esporte como ligação. Em estampas, se destacam mensagens e aplicações
relacionadas com a natureza e a sustentabilidade do planeta. Nos bordados e
tecidos, proliferam materiais orgânicos, algodão produzido sem produtos químicos
nem pesticidas, o uso de fibras de bambu. Malhas com reciclagem de garrafas PET
constituem outra idéia interessante.
7.2.1 A Cartela de Cores:
Flores, cascas ou animais são apenas pontos de partida para as referencias à moda
baseada em fontes naturais. Há o aproveitamento de elementos da natureza e
também inspirações urbanas e humanas.
Cores luminosas dominam a cartela. Elas são características da moda esportiva que
tem referências dos anos 80 e influência do meio ambiente.
As combinações são alegres e aparecem em estampas e nas aplicações e
bordados. Sempre com alguma referência aos recursos naturais, claro.
• Destaque para os acordes: Amarelo e violeta; Azul e laranja.
• E o uso de cores análogas: Azul e rosa; Amarelo e rosa; Amarelo e
Azul.
Figura 29. Cores Tendências Fonte: www.usefashion.com
56
7.3 A Imaginação
Herbert Marcuse, filósofo alemão famoso nos anos 60, escreveu em Eros &
Civilização que a arte é uma forma de oposição à realidade, e que o surrealismo é
uma das principais maneiras que a fantasia encontrou para sobreviver num mundo
voltado ao desempenho. Pois bem, no universo infantil, a imaginação é ainda mais
presente.
Figura 30. Imaginação
Fonte: www.usefashion.com
Segundo o site usefashion (2008), na mistura de cores, na sobreposição de
estampas que mesclam realidade e ficção, o design e as novas técnicas referenciam
um mundo antigo. É a artsy que invade a moda infantil. As principais influências são
os movimentos de contestação e sua relação com culturas de massa, ligando ao
punk e à rave, ao movimento hippie com ar rural romântico, ao glam rock, à pop art.
e ao surrealismo.
Efeitos gráficos com referências a Andy Warhol e Roy Lichtenstein viram
estampas. A arte naïf provoca ingenuidade nas estampas e a arte de rua propõe
grafismos e rabiscos originais. A alegre desordem, o exagero de flores ou mesmo
florais liberty, as geometrias, colagem e rabiscos da arte são destacados. Das
57
histórias em quadrinhos, leituras favoritas das crianças surgem heróis e vilões com
seus poderes e frases de efeito.
A influência também vem de diferentes culturas. Da Índia, temos formas exóticas e
cores que remetem a aromas desconhecidos, como o rosa e o marrom. Da
Catalunha, as alpargatas ou espardenya, calçado típico confeccionado com tecido e
borracha reciclados nos "pueblos" de toda a região. Do México, a força de Frida
Kahlo.
7.3.1 Cartela de Cores:
Algumas fontes culturais ajudam na formação de uma cartela de cores. O estudo
das obras de arte serve de base para o desenvolvimento de vários padrões ou
tecidos. Características de uma região também têm relação com as cores. Formas
dominantes na arte popular, na tecelagem ou na tapeçaria de localidades como
México, Índia e Espanha, ou as lembranças dos anos 70, formam combinações ricas
em cores e contrastes.
Destaque para o uso de harmonia dupla entre vermelho e verde. Além disso, vemos
uma harmonia monocromática de roxo e de azul.
• Combinações em estampas e outras harmonias: Azul, amarelo e preto;
Vermelho, rosa e amarelo; Terrosos com branco.
Figura 31. Cores Tendências Fonte: www.usefashion.com
58
O imaginário será o quesito mais focado nesta pesquisa, onde envolverá o lúdico e a
fantasia que existe no mundo infantil, estas inspirações cabem com harmonia tanto
à temática quanto ao tema escolhido.
7.4 Lembrança
"O pensar fiel àquilo que demanda ser pensado é, no fundo, de onde soa a
poesia". A frase de Martin Heidegger, da década de 50, traduz a essência da
megatendência Lembrança.
Figura 32. Cores Tendências Fonte: www.usefashion.com
O site usefashion (2008), afirma que antigos sentimentos retornam em babados,
rendas, camadas, pétalas e detalhes elaborados. Referências retomam o estilo
vintage, criam o neo romântico e denotam toques delicados. Dos anos 20, o ritmo do
charleston influência a silhueta e o uso do preto e branco. Dos anos 50, "A Princesa
e o Plebeu" é a inspiracão principal. Nos 60, "Bonequinha de Luxo", com Audrey
Hepburn, cumpre este papel.
O olhar se dirige para a região da Provença e Saint Tropez da década de 50.
Marcante também é a memória de azuis, branco, beges e da colônia de lavanda
59
típica do sul da França. Rosas e lilás, assim como o xadrez vichy, evocam a idéia
de uma vida simples, tranqüila e familiar, bem romântica.
Com o New Look de Dior, vestidos em A volumosos e saias evasê, na altura dos
joelhos, combinam novos materiais ao algodão e tecidos tradicionais.
Tecidos leves e macios, transparências como de musselines, voil e organzas,
superfícies acetinadas e tules são os principais materiais, mesclando nostalgia às
novidades. Os florais são românticos e delicados, tanto grandes quanto pequenos.
Topes e fitas em cetim, listras, poás e rendas são elementos que completam o
quadro.
7.4.1 Cartela de Cores:
A tradicional cartela de cores romântica, onde os tons pastel predominam, ganha
complementos fortes e a inclusão do preto, influências do estilo Neo-romântico.
O conceito de romantismo adaptado à modernidade baseia-se em externar os
sentimentos. Os sonhos de ser a romântica típica e cor de rosa dos contos de fada
se misturam à realidade do dia-a-dia preto e branco.
A maioria das combinações tem o branco como cor dominante, o preto como cor
subordinada e o rosa ou o vermelho como tônica.
Figura 33. Cores Tendências Fonte: www.usefashion.com
60
7.5 A Moda dos Heróis Segundo o site Meninas da Moda (2008), uma das macro - tendências de verão
2010 também são os super-heróis que mexem com o imaginário infantil.
Tanto suas roupas quanto seus acessórios chamam atenção pelas suas cores
vibrantes.
Os super-heróis fazem parte tanto do imaginário adulto quanto do infantil. Fazem
instigar o inexistente de uma forma real, trazendo referências mútuas e adaptáveis
no mundo de cada qual. Além de envolver o imaginário, transmitem características
que influenciam na personalidade de cada um, tanto é que se tornou sinônimo de
força, garra, perseverança e independência.
Figura 34. Heroes
Fonte: www.usefashion.com
As cores escolhidas para 2010 são:
• Ashen: a gama do cinza, com aparência desgastada.
• Dormant: cores do outono (verde, amarelo, laranja, telha).
• Abstract: cores como marrom e tons neutros.
• Suspense: tons de azul e cinza glaciais, verde, vermelho escuro.
61
• Theatrical: cores radiantes como o pink, misturadas com os beges.
• Stark: cores primárias (vermelho, azul, amarelo), preto e branco.
Os tons citados acima estão ligados à tendência citada acima; a dos SUPER
HERÓIS. Muitas dessas cores farão parte das peças desenvolvidas que estarão
nesta pesquisa.
Tendo em vista tudo o que compreende a tendência dos heróis neste projeto a
proposta é envolver o público-alvo em histórias encantadoras narradas nos livros “As
Historias Preferidas das Crianças Japonesas”, fazendo com que as crianças que
usarem as peças tornam-se personagens ativos destes livros.
Figura 35. Painel Super Heróis
Fonte: Elaborada Pela Autora
Para melhor compreender a pesquisa que aborda o tema Heróis foi elaborado um
painel com imagens que retratam a maneira que as crianças incorporam seus
personagens, utilizando roupas de super-heroínas, sonhando com um mundo irreal e
mágico
62
7.6 A Tendência Do Balonê
Chaves (2008) diz em reportagem ao site Moda Digital (2008), que o balonê está
com tudo nesta estação, porém esta tendência não é uma criação dos estilistas
atuais. Foi na década de 50 que o consagrado estilista Cristóbal Balenciaga lançou a
primeira peça, e em 1987, o também estilista Christian Lacroix a reeditou.
O termo surgiu originariamente para nomear a saia que parece um balão porque tem
a barra franzida, virada e presa. O modelo já apareceu em três temporadas de moda
anteriores, mas só agora caiu no gosto das mulheres.
Hoje, ele adquire novos ares, está presente em vestidos, shorts, saias e até em
blusas. Aparece geralmente em cetim, malha e Giorgetti, mas nada como um tecido
encorpado como o tafetá para criar o efeito armado do modelo.
Figura 36. Balonê 01
Fonte: www.modadigital.com.br
63
Figura 37. Balonê 02
Fonte: www.cleanfashion.com.br
Neste projeto será utilizado o balonê, pelo fato de que as tendências 2010 trazem
este efeito e junto ao tecido tafetá, proporciona mais volume, remetendo ao perfil
das meninas, que são divertidas, espontâneas e com sua própria personalidade.
7.7 Babados
Segundo o site gringain (2008), com menos “frufrus” e jeito de boneca, o babados
continuam românticos, mas menos açucados, criados em várias versões, maiores,
em camadas, irregulares, feitos de várias séries de pregas ou plissados e também
tradicionalmente, formando tanto vestidos inteiros quanto enfeitando golas, mangas
e barras.
Figura 38. Babados 01
Fonte: www.fergolina.files.wordpress.com
64
Os babados referentes às figuras acima são em camadas, com estamparia,
misturando tecidos e formando formas amplas. O uso das cores frias e singularidade
dos modelos fechados transgridem o século ao que diz respeito aos utilizados nos
anos anteriores.
Figura 39. Babados 02
Fonte: www.ego.globo.com
O estilo conceitual invade cada vez mais as passarelas, exploram os babados
simétricos bem como os soltos que proporcionam fluidez. As cores quentes quanto
às frias predominam.
Figura 40. Babados 03
Fonte: www.g1.globo.com
Até os babados mais sutis dão suavidade para o público infantil, que preza por cores
descoladas como o rosa, e optam por formas simples. Os vestidos e saias são
indispensáveis para as meninas, sendo extremamente femininos e românticos.
65
Figura 41. Babados 04
Fonte: www.ego.globo.com
O preto é sempre preto e assume seu devido lugar de destaque. Transmitindo
sensualidade, a cor também traduz elegância e principalmente agregada aos
babados deixa – os mais suaves e menos volumosos.
Figura 42. Babados 05
Fonte: www.ego.globo.com
A cor bege está em alta, pode ser usada com qualquer outro tom que se envolva,
pois é extremante simples. Apesar desta característica, ela pode ser agregada aos
babados menores que favorecem as curvas e a cor da pele da mulher brasileira.
Esta tendência verão 2010, que inclui o uso dos babados, vem para afirmar que
diante das pesquisas, a marca Doce Acerolla resgatará em sua coleção camadas
coloridas e divertidas com muita delicadeza.
66
7.8 Moda Oriental
De acordo com notícia no site Yahoo, o SPFW mostrou tendências para o verão
2009, trazendo estilistas diversos que tiveram como inspiração o Centenário da
Imigração Japonesa no Brasil, com o projeto SPFW Japão.
Kenzo Takada, conhecido internacionalmente mostrou suas peças no Japão, na
versão SPFW oriental, com um ar anos 80.
Não só ele, mas também outros estilistas brasileiros abordaram esta temática em
suas peças, mostrando referências japonesas, em cores, formas e linhas simétricas.
Figura 43. Kenzo Takaia
Fonte www.imagem.vilamulher.com.br
Assim como Kenzo, Ronaldo Fraga inclui muito o estilo japonês em suas criações.
Ele adapta as cores dando um ar de brasilidade com muita simetria e aplicações
belíssimas.
67
Figura 44. Ronaldo Fraga
Fonte: www.mmmoda.com.br
Por isso, nesta coleção que será desenvolvida o estilo lúdico, imaginário se encaixa
perfeitamente na tendência que virá daqui a um ano. A busca pelas cores e formas
das histórias infantis abordadas como temática, buscarão conter linhas japonesas,
mas de uma forma infantil e singular, abstraindo sutilmente o que especialmente
agrada mais uma criança de um a seis anos.
7.9 Tendência em Aviamentos. 7.9.1 Lastex O lastex será um aviamento muito utilizado nas roupas femininas infantis verão
2010. Como vemos a seguir.
Figura 45. Petti Bimbo – Miss Blumarine
Fonte: www.usefashion.com
68
Neste look da Miss Blumarine, vemos a delicadeza em que o lastex é utilizado,
tornando a peça harmoniosa e com um ar romântico, fazendo uma ótima
combinação com tecido leve e fluido, deixando as meninas mais femininas.
Figura 46. Petti Bimbo – Monnalisa
Fonte: www.usefashion.com
Nesta peça com ar hippie-chique, é quase imperceptível à utilização do lastex, onde
o mesmo mistura-se com a estampa.
Figura 47. Petti Bimbo – Liu Jô Fonte: www.usefashion.com
A ribana feita com o tecido lastéx mostra-se despojada e casual. A micro estamparia
entra para compor um visual romântico e com a cara do verão 2010.
69
7.9.2 Paetês
O paetê é outro aviamento que terá grande destaque nas roupas das meninas,
deixando-as mais sofisticadas, transformando o básico em básico-chique. Dando
mais alegrias as peças.
Figura 48. Petti Bimbo – Monnalisa
Fonte: www.usefashion.com Como vemos nestas imagens o paetê é utilizado sutilmente ou em quase toda a
peça, transformando o look básico, para um look diversificado, básico-chique. Uma
brincadeira encantadora para a moda infantil.
7.9.3 Botões Os Botões servem como ornamento e dão um toque a mais para cada peça. Um
aviamento que predominará na temporada verão 2010.
Figura 49. Petti Bimbo – Liu Jô Fonte: www.usefashion.com
70
Neste vestido da Liu Jô, vemos que os botões dão destaque à peça, um vestido
simples, todo branco, mas com as aplicações dos botões transforma-o em um
vestido requintado.
Figura 50. Petti Bimbo – Lolita Pocket
Fonte: www.usefashion.com
Já neste look, o botão além de ser um ornamento está servindo de fechamento para
a calça de cintura alta. Grande destaque na moda infantil verão 2010.
7.9.4 Zíperes Chegando com força no verão 2010, os zíperes dão destaque nas roupas, como
fechamento e também se tornando decorativo. Ele vem em jaquetas, calças,
macacão, vestidos, blusas e outros. Dando um charme a cada peça.
Figura 51. Petti Bimbo – Miss Blumarine
Fonte: www.usefashion.com
71
Esta jaqueta com estampa de onça da Miss Blumarine vêm com um zíper como
fechamento, deixando-a descolada com um ar sofisticado.
Figura 52. Petti Bimbo – Lolita Pocket
Fonte: www.usefashion.com
Este macacão jeans além de ter os botões como ornamento na peça, vem
acompanhado do zíper, aviamento que esta servindo de fechamento na roupa e
destacando seu visual.
7.9.4 Fitas de cetim As fitas de cetim muito utilizadas nas peças infantis vêm como uma grande força no
verão 2010, deixando as roupas com um ar mais romântico e clássico, caem bem
para qualquer situação, seja no dia-a-dia ou em uma festa.
Figura 53. Petti Bimbo – Monnalisa
Fonte: www.usefashion.com
72
Como podemos ver nestes looks acima, na blusa ela aparece mais sutilmente, já na
saia ela da um grande destaque pela sua cor. Mas ambas podem ser usadas em
qualquer momento, agregando sempre valor a peça e deixando as delicadas,
femininas e românticas.
Com esta pesquisa conclui-se que o uso de aviamentos é essencial para a peça.
Eles fornecem todo o acabamento necessário para se tornarem únicos. Na coleção
Doces Histórias os aviamentos utilizados serão os mais sutis, já que o púbico em
pauto é o infantil. Botões, fitas de cetim, swarovski e as aplicações exclusivas vão
transformar o tradicional em um diferencial com muita beleza estética.
73
8 TEMÁTICA
Os Cem anos da imigração japonesa não é só um marco para o povo japonês, mas
um determinante para a miscigenação cultural do Brasil.
Pensando na cultura dos povos, o tema de inspiração surgiu. Resgatado do livro “As
Histórias Preferidas das Crianças Japonesas”, os elementos foram utilizados, tanto o
colorido, quanto a magia, as formas lúdicas, que aparecem no dia-a-dia na história e
na influência da moda, que se reflete de forma ativa aqui no Brasil.
Uma história, uma cultura, que une dois países, influenciados pelos mesmos
objetivos.
8.1 Os 100 anos da Imigração Japonesa
Figura 54. Vinda dos imigrantes ao Brasil.
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
De acordo com o site imigração japonesa (2008), no século XIX a economia do
Brasil era agrícola e extremamente dependente da monocultura cafeeira, por sua
vez, a cultura do café era feita por mão- de- obra escrava negra. Em 1888, o
governo brasileiro aboliu a escravidão no país, assim acarretando falta de mão- de-
74
obra nos cafezais. Tentaram trazer imigrantes europeus, e de países como França e
Itália, mas com as péssimas condições de vida que os senhores do café
proporcionavam a eles, os paises impediram durante alguns anos a imigração para o
Brasil.
Decidiram imigrar os japoneses por serem conhecidos como pessoas boas,
obedientes, onde ganhavam muito pouco, trabalhavam muito, apanhavam quando
necessário, e quando tinham saudades da pátria esforçavam-se ou iriam embora.
Eles não eram desejados no Brasil, afirma o site imigração japonesa (2008), mas a
necessidade de trabalhadores era grande, que governos e contratadores tornaram-
se mais convenientes e menos exigentes. Desde 1880 já se cogitava no Brasil a
vinda de imigrantes japoneses, nenhuma ação concreta foi realizada neste sentido
ate 5 de novembro de 1895 quando Brasil e Japão assinaram um tratado pelo qual
os países passaram a desenvolver relações diplomáticas. Abriram-se negociações
para a vinda de imigrantes japoneses, que chegariam de fato a partir de 1908.
Figura 55. O navio Kasato Maru
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
Durante dois séculos e meio o Japão esteve isolado do resto do mundo, sob o
comando político dos xóguns da família Tokugawa. A sociedade japonesa era feudal
e a economia estava estagnada num sistema agrário e dependente da cultura de
arroz. A partir de 1854 ouve uma crise interna sem precedentes, onde navios
americanos e ingleses com uso de canhões exigiam a abertura dos portos
japoneses, assim o governo xogunal teve que ceder privilégios comerciais aos
75
estrangeiros. Revoltas levaram a uma guerra civil, que ocorreu em 1868 com vitória
dos que queriam a restauração do poder ao imperador, e que defendiam a
modernização rápida do Japão em moldes ocidentais. Era o início da era Meiji
(1868-1912).
Figura 56. Meiji
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
Segundo o site imigração japonesa (2008), em 20 anos a revolução Meiji
revolucionou o país, proporcionou oportunidades para a aristocracia, e para uma
emergente burguesa que enriqueceu com os métodos industriais e financeiros
importados do ocidente. Mas os benefícios foram para poucos a maior parte da
população viviam no campo onde impostos levavam famílias à fome. Muitos foram
para a cidade em busca de emprego e outros foram para o extremo norte da ilha
Hokaido.
Entretanto o Japão sendo superpovoado, as opções logo se escassearam e o
governo japonês passou a promover a emigração como alternativa. A primeira
emigração ocorreu em 1883, quando japoneses foram para a Austrália trabalhar na
pesca de pérolas. Em 1885 emigraram para o Havaí e nos anos seguintes, Canadá,
Estados Unidos e Peru.
Chegam os japoneses no Brasil em 26 de junho de 1908, contrariando as
expectativas negativas que os brasileiros tinham em relação ao povo japonês. O
grau de limpeza era qualificado como inexcedível e eram amáveis. Delicadeza fina,
76
reveladora d uma educação apreciável. Todos se vestiam de forma simples, mas à
ocidental.
Os japoneses eram imigrantes pobres, mas agiam com dignidade e educação.
Trouxeram malas de vime, roupas e objetos simples, mas limpos ou novos.
Possuíam itens que na época muitos imigrantes europeus e ate mesmo os
brasileiros não tinham itens caros, coisas que eram considerados um “luxo” para
trabalhadores braçais, como: escova e pó dental, pente e navalha de barba, futons,
makuras (travesseiros) de madeira e casacos, pequenas ferramentas, utensílios de
cozinha e frasquinhos para shoyo. A maioria trouxe livros, tinta e pincel. De 781
pessoas, verificou-se que menos de 100, ou cerca de 13% delas, eram analfabetas.
Trazidos pela empresa Teikoku Imin Kaisha (Companhia Imperial de Imigração),
escrito no site imigração japonesa (2008), afirma que firmou em 1907 contrato com a
Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo para alocar 3 mil imigrantes ate
1910 como empregados de várias fazendas de café no estado, os japoneses
pretendiam ficar por cinco anos. Eles sabiam que teriam que trabalhar muito, que
teriam dificuldades de comunicação, mas a expectativas de retornar ao Japão com
poupanças significativas os motivava a manter o espírito elevado. Mas os imigrantes
logo descobriram que síria necessário mais do que determinação para sobreviver no
Brasil.
Figura 57. Trêm
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
Para atrair o maior número possível de imigrantes, as agencias faziam propagandas
que nem sempre correspondiam à realidade. Descreviam o café como “a árvore que
77
dá ouro”, e a produtividade da planta seriam tamanha que os galhos envergavam
com o peso dos frutos, e que bastava facilmente colhê-los com as mãos. Se fosse
dessa maneira, em um mês uma família com três membros trabalhando no cafezal
receberia o equivalente a 135 ienes no cambio da época, considerando que o salário
mensal de um policial no Japão era de 10 ienes.
Figura 58. Imigrantes
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
As 781 pessoas do grupo pioneiro que chegou ao Brasil em 1908 no Kasato Maru
foram alocadas em seis fazendas de café no interior de São Paulo. De imediato
todas as expectativas positivas dos imigrantes, foram desmanteladas pela realidade
das coisas no Brasil.
Figura 59. Fazenda cafeira
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
As moradias que os fazendeiros ofereceram aos imigrantes eram antigas senzalas
de barro ou madeira construídas pelos escravos negros, que haviam sido
abandonadas e que estava há anos sem limpeza e manutenção. Não havia piso,
moveis, ou paredes divisórias. Não havia água ou instalações sanitárias. Quem
quisesse ter iluminação e algo para comer teria que comprar no armazém a fazenda,
78
e a alimentação se limitava em arroz de sequeiro, feijão, milho, carne ou bacalhau
seco, itens que os japoneses não gostavam e mal sabiam como preparar. Logo
perceberam que ao invés de receber um salário no fim do mês passaram a ter
dividas com os fazendeiros, dado aos preços exorbitantes cobrados no armazém.
Os brasileiros não cultivavam verduras ou soja, e os japoneses passaram a
improvisar conservas com plantas encontradas no mato, como o picão e o caruru.
Tais condições de vida causaram em poucos meses subnutrição generalizada,
doenças e mortes entre imigrantes.
Quando chegaram à fazenda os imigrantes japoneses foram colocados para
trabalhar com cafeeiros velhos de baixa produtividade que resultavam numa colheita
escassa que mal chegava a dois sacos colhidos por dia por família.
Sendo que de acordo com as propagandas será em meda 09 sacos de 50 quilos de
café colhidos por família. Pela exploração da mão-de-obra escrava, pela miséria e
correndo risco de vida pelo abandono, os imigrantes não tiveram outra alternativa, a
não ser fugir das fazendas e buscar outras profissões. Ate o fim de 1908 apenas 359
das 781 pessoas que chegaram em junho daquele ano, ainda se encontravam nas
fazendas. Na Fazenda Dumont, que recebeu o maior grupo de imigrantes japoneses
(210 pessoas), ninguém ficou.
De acordo com o site imigração japonesa (2008), alguns dos imigrantes japoneses
antes de vir para o Brasil já tinham estudado, muitos já haviam morado em cidades e
trabalhado como comerciantes, carpinteiros e ferreiros, e ao fugir das fazendas
voltaram a exercer a profissão que tinham ao Japão como trabalhadores
independentes. Outros passaram a empregar-se na construção civil, ou tornaram-se
empregados domésticos, ou ainda estivadores nas docas. Em 1910 instalou-se em
Santos um pequeno grupo de profissionais autônomos e pequenos comerciantes
imigrantes, e em 1920 japoneses passaram a morar e abrir negócios na Rua Conde
de Sarzedas, na região central da Sé em São Paulo.
79
Figura 60. Imigrantes
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
A partir de 1910 as empresas de emigração japonesas passaram a comprar grandes
áreas de mata virgem para instalar as shokuminchi (colônias ou núcleos coloniais).
Com isso os imigrantes passaram a vir para o Brasil como adquirente de pedaços de
terras, desbravando áreas distantes e mata virgem sem a ajuda governamental para
se tornarem pequenos produtores agrícolas de arroz e algodão. A primeira colônia
foi a Colônia Monção, fundada em 1911 na região da estação Cerqueira César da
linha férrea Sorocabana, interior de São Paulo. Este sistema deu varias cidades no
Brasil, como os municípios paulistas de Aliança, Bastos, Iguape, Registro, Suzano, e
as cidades de Assai no Paraná e de Tomé-Açú no Pará. Em Tomé-Açú cultivavam
também pimenta-do-reino, chá em Registro, e à atividade granjeira em Bastos.
Figura 61. Porto Novo Oriente
Fonte: www.imigraçaojaponesa.com. br
80
Figura 62. Praça Kunito
Fonte: www.imigraçaojaponesa.com. br
Em 1915 Unpei Hirano fundou a Colônia Hirano na região de Cafelândia, interior
paulista, vindo a falecer aos 34 anos em 1919 de malária. Apesar dos esforços dos
colonos, uma invasão de gafanhotos, seguida por uma grande seca, destruiu as
lavouras, e ouve uma grande epidemia de malária.
Figura 63. Colégio Nova Niponia
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
Segundo o site imigração japonesa (2008), tento a intenção de retornar ao Japão
assim que conseguissem economias suficientes os imigrantes queriam que seus
filhos fossem educados como dainipponjins (súditos japoneses). Ensinar-lhes a
língua nipônica e ensinamentos sobre a cultura japonesa e o Yamato damashii
(espírito japonês) era prioridade tal que os pais perdiam horas de sono e
trabalhavam mais para que seus filhos, que também trabalhavam na lavoura e nos
afazeres domésticos estudassem. A primeira escola fundada foi a Escola Primaria
Taisho, em 1915 em São Paulo. Em 1918 as irmãs Teruko e Akiko Kumabe se
graduaram em magistério no Rio de Janeiro, tornando-se as primeiras japonesas a
81
obter diplomas de professoras primarias no Brasil. Em 1919 as irmãs Kumabe foram
as primeiras imigrantes naturalizadas brasileiras.
Em janeiro de 1916 foi lançado o primeiro jornal chamado Nanbei (América do Sul).
Em agosto do mesmo ano surgiu o Nippak Shimbun (Jornal Nipo-brasileiro), e em
1917 foi lançado o Barajiru Jihô (Noticias do Brasil). Com isso o numero de
imigrantes haviam aumentado (ate 1917 estima-se que 18.800 japoneses entraram
no Brasil como imigrantes), assim progredindo financeiramente, pois havia se criado
uma base econômica capaz sustentar as edições.
Figura 64. Cooperativas agricolas
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
O espírito empreendedor torna-se característica dos imigrantes. Como Takehiro
Mamizuka que trouxa para o Brasil as batatas, alem de terem sido os imigrantes que
criaram as cooperativas agrícolas. A mais importante foi a CAC-Cooperativa Agrícola
de Cotia, fundada e 1927 com a união de 83 agricultores, a maioria de batatas. A
Cooperativa Agrícola de Cotia cresceu a ponto de se tornar a maior entidade do
gênero na América do Sul, possuindo na época 16.309 associados e um patrimônio
avaliado em mais de 59 milhões de dólares.
Afirma o site imigração japonesa (2008) que a partir de 1920, com a ampliação do
sistema de colonização de terras virgens no interior de Soa Paulo, o fluxo de
imigrantes japoneses para o Brasil acelerou-se. Em 1929 os primeiros japoneses
desbravadores da região amazônica instalaram-se em Acará, no Pará (atual Tomé-
Açu). No mesmo ano outras colônias foram assentadas no Paraná (Londrina) e em
Goiás (Anápolis). Também naquele ano a bolsa de Nova York causou uma forte
desvalorização do café brasileiro no mercado internacional, o que afetou muitos
82
imigrantes. Aquela crise levou muitos japoneses a se dedicarem ao plantio de arroz,
feijão, batata e tomate para abastecer as cidades.
Figura 65. Cooperativa agricola de Cotia
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
Em 1932 o Consulado Geral do Japão em São Paulo divulgou que 132.689
japoneses já haviam imigrado e que mais 25 mil e 800 pessoas já tinham
autorização para entrar no país no ano seguinte. Em 1930 o Brasil estava sendo
comandado por Getulio Vargas, e em 1932 visando baixar normas para restringir a
entrada de imigrantes japoneses no país.
Figura 66. Getúlio Vargas
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
No período anterior a Segunda Guerra Mundial (1930-1945), os imigrantes
japoneses tinham comportamento e valores parecidos com os atuais dekasseguis
(brasileiros que emigram para o Japão a trabalho). Em 1938 havia em São Paulo
294 escolas japonesas. Em 1936 foi construído o Nippon Byoin (Hospital Japão),
atual Hospital Santa Cruz em São Paulo.
83
Figura 67. Hospital Santa Cruz
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
O site imigração japonesa (2008) declara que a partir do Natal de 1938 todas as
escolas de língua japonesa, alemã e italiana foram obrigadas a fechar e o ensino
desses idiomas proibido. Em 1941 quando os Estados Unidos entraram da Segunda
Guerra Mundial, o Brasil optou por uma postura de colaboração crescente com os
americanos e as restrições contra os imigrantes das nações inimigas endureceram.
A publicação de jornais em japonês foi proibida pelo governo brasileiro, e os
Correios suspenderam os serviços entre Brasil e Japão. A imigração de japoneses
ao Brasil foi proibida, e o navio Buenos Aires Maru, que chegou ao país em 1941, foi
o ultimo de um ciclo iniciado pelo Kasato Maru.
Figura 68. EscolaPromissão
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
Do dia para a noite os imigrantes japoneses passaram a ser alvo de suspeitas,
perseguição e preconceito. Comunidades que viviam nas cidades e em Santos e
São Paulo receberam ordem de evacuação de no máximo 6 horas. Tudo que
pertenciam a eles foram tomados para “posterior inclusão no fundo de indenização
84
de guerra”. O Banco América do Sul e o Hospital Santa Cruz, fundados pelos
japoneses tiveram suas diretorias afastadas e passaram a ser administradas por
interventores nomeados pelo governo.
Figura 69. Imigrantes 02
Fonte: www.imigracaojaponesa.com.br
Em agosto de 1942 um navio brasileiro foi afundado por um submarino alemão perto
de Belém e a população local, destruiu e incendiou casas de imigrantes alemães,
italianos e japoneses. A titulo de fiscalizar e proteger os imigrantes, o governo
federal resolveu recolher em Acará (Tomé-Açu, PA) todos os japoneses, alemães e
italianos que residiam na região norte do país. As perseguições ocorreram também
no litoral do Paraná, pelo interior de São Paulo e de Mato Grosso. Apesar da postura
antinipônica, o governo brasileiro estimulava os imigrantes japoneses a cultivarem o
algodão, o bicho-da-seda e a hortelã. Atuando como intermediário na exportação
desses produtos aos Estados Unidos, onde o algodão era usado na fabricação de
uniformes, a seda na fabricação de pára-quedas e a menta era produto base da
indústria química na fabricação de explosivos e em sistemas de refrigeração de
motores de alta velocidade, o governo brasileiro lucrava com o conflito.
Neste mesmo ano as relações diplomáticas entre Brasil e o Japão foram rompidas, e
a retirada dos representantes do governo japonês deu aos imigrantes a consciência
de que eram súditos abandonados à própria sorte num país que não os queria.
Segundo o site imigração japonesa (2008), em 1944 ocorria no Pacífico batalhas
sangrentas entre tropas americanas e japonesas. Formando assim dois grupos
distintos dentro da comunidade de imigrantes: os kachigumi (vitoristas, que
85
acreditam q o Japão venceu a guerra) e os makegumi (derrotistas, acreditavam que
o Japão perdeu a guerra). Os Kachigumi eram um grupo de formação militar,
extremistas paranóicos, chegando ao ponto de chamar de traidores os que
acreditassem que o Japão pudessem perder, assim realizando atentados contra
eles. Os primeiros sinais do problema surgiram quando varias plantações de menta
e casas de processamento de bichos-da-seda de imigrantes japoneses foram
destruídas.
As autoridades profissionais descobriram que os imigrantes japoneses haviam sido
os autores das depredações, mas menosprezaram o ocorrido. Em 1945, quando o
Japão se rendeu após os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, circulou
na comunidade nipo-brasileira uma noticia falsa, com fotos dos representantes
japoneses no encouraçado americano Missouri, afirmando serem cenas da rendição
americana ao Japão publicadas no jornal “A Tribuna” de Santos de 16 de setembro.
Em outubro de 1945 iniciou-se um movimento através da Cruz Vermelha Brasileira,
com a participação das lideranças esclarecidas da comunidade nipo-brasileira, para
conscientizar os emigrantes da derrota do Japão na guerra. De março de 1946 a
janeiro de 1947 ocorreu uma serie de assassinatos e tentativas de homicídio, tendo
como alvo imigrantes que apoiaram o movimento derrotista foram mais de 100
ocorrências e 23 mortes no estado de São Paulo.
A partir da terceira geração no Brasil, os descendentes de japoneses passaram a se
abrir definitivamente à sociedade brasileira. Os avós imigrantes trabalhavam duro no
campo para que seus filhos e netos tivessem futuro no Brasil. Na década de 1960,
um grande êxodo rural dentro da comunidade nipo-brasileira. Os japoneses saem do
campo e rumam para as cidades para concluir os estudos. A cidade de São Paulo
torna-se, assim, a cidade com maior numero de japoneses fora do Japão.
No ambiente urbano, os japoneses abrem pequeno armazéns, onde vendiam
produtos agrícolas, como frutas, legumes e peixe. Os mais jovens se dedicaram aos
estudos, formando-se nas áreas biológicas e de exatas. O Bairro da Liberdade é um
exemplo da força da comunidade nipo-brasileira.
86
Os bisnetos de japoneses, em sua maioria adolescente e jovem, são os mais
integrados ao Brasil. Exemplo disse é a miscigenação: 61% têm alguma origem não-
japonesa. Os traços mestiços predominam entre esta nova geração. Os vínculos
com Japão ancestral são mínimos: a maioria sabe falar pouco ou nada em japonês.
Atualmente, estima-se que aja cerca de 1,5 milhões de nipo-brasileiros, cuja imensa
maioria reside no estado de São Paulo (capital e municípios como Mogi das Cruzes,
Osvaldo Cruz ou Bastos) e no norte do Paraná (municípios como Curitiba, Maringá,
Assai ou Londrina).
Afirma o site imigração japonesa (2008), que no caso dos imigrantes japoneses no
Brasil, essa situação de isolamento étnico acabou por se deteriorar a partir da
década de 1970. Os imigrantes de primeira geração raramente se casavam com um
não-japonês, porém, a partir das segunda e terceira geração, o fenômeno da
miscigenação passou a fazer parte da realidade da colônia japonesa no Brasil.
Os imigrantes, assim como a maioria dos japoneses, eram budistas e xintoístas. Nas
colônias japonesas, houve a forte presença de padres brasileiros para catequizar os
imigrantes. O casamento com pessoas católicas também contribuiu para o
crescimento dessa religião na comunidade. Hoje 60% dos descendentes de
japoneses no Brasil são católicos.
Atualmente, as maiorias dos nipo-brasileiros falam principalmente o português. A
primeira geração fala com freqüência dialetos japoneses, muito deles somente em
japonês. A segunda geração é geralmente bilíngüe em japonês e português. Numa
pesquisa, 53% da segunda geração declararam somente ter falado japonês apenas
na infância. Hoje, 13,3% falam apenas japonês, 18,1% apenas português e 68,8%
ambas as línguas. A terceira geração é mais luso-falante, com 39,3% apenas
falando português, 58,9% ambas as línguas e 1,8% apenas japonês.
87
O japonês falado no Brasil é uma mistura de diversos dialetos influenciados pela
língua portuguesa. Com o retorno dos imigrantes do Japão, é provável que o número
de falantes da língua japonesa no País cresça.
Os nipo-brasileiros fazem questão de exibir sua origem brasileira, e esta é a forma
encontrada pelos descendentes de japoneses para demonstrarem a sua identidade
brasileira em terras japonesas.
8.2 Temática de Inspiração
A temática escolhida foram os livros “As Histórias Favoritas das Crianças
Japonesas”, compostos por dois volumes, contendo vários contos infantis, ilustrados
e encantadores. As imagens abaixo são referentes às capas dos livros.
Figura 70. Livro I Figura 71. Livro II
Fonte: Acervo Pessoal Fonte: Acervo Pessoal
De acordo com o portal editora jbc (2006), os livros foram lançados nos EUA em
1953 e está há mais de 50 anos entre os títulos infantis mais vendidos do mundo,
considerado um clássico da literatura no Japão e nos Estados Unidos. A edição
brasileira é a única no mundo publicada com o texto em duas línguas, português e
japonês. Além da escrita em kanji, optou-se também por incluir o texto em furigana,
a escrita em hiragama em cima de cada kanji, para as crianças ou estudantes de
japonês tenham menos dificuldades.
88
Outro destaque são as ilustrações criadas especialmente para celebrar o 50˚
aniversário deste best-seller nos EUA, em 2003. Preparados pelo artista japonês
Yoshisuke Kurasaki no primeiro volume e por Yoshio Hayashi no segundo volume,
elas foram adaptadas e receberam novas cores sem perder o traça tradicional.
Dragões, ogros, contos de fadas, aventuras em castelos antigos e outros seres
fantásticos do imaginário japonês ensinam lições de coragem, bondade e amizade
em 36 lendas da Terra do Sol Nascente. As histórias são relatadas de forma simples
para serem entendidas pelas crianças pequenas e com o encanto e o mistério
necessário para prender a atenção dos maiores. Muitas das histórias proporcionarão
aos descendentes um reencontro com o passado, já que delas podem ter sido
contadas por seus pais ou avos que vieram do Japão.
Nestas historias mágicas, o bem é recompensado e o mal punido, estatuas ganham
vida para retribuir um gesto de bondade, e, com um pouco de autoconfiança, até
mesmo um garoto de apenas uma polegada pode se tornar um grande herói.
Tengus: simpáticos seres sobrenaturais de narizes sinuosamente alongados,
sempre orgulhosos de seu charme. Pêssegos gigantes contendo um filho para
alegrar um velho casal, até que ele cresça e demonstre seu poder de liderança
contra os ogros, seres malvados que depois podem infernizar a vida de aldeãos aos
pés de uma montanha. Uma chaleira que se transforma em um texugo, trazendo boa
sorte, em troca de deliciosos bolinhos de arroz. Lendas antigas, moralistas,
absurdas, encantadoras e até previsíveis, entre personagens excêntricos e
cativantes.
Como o caso da família de pardais que da uma lição em uma senhora mesquinha,
ou de ensinamentos como a necessidade de pensar para não ficar igual ao tolo que
fazia tudo o que lhe ordenavam, sem qualquer questionamento ou como é
desaconselhável guardar palitos de dentes usados. Num apelo irresistível à
imaginação, as historinhas reunidas por Florence Sakade entre os coloridos dos
belos desenhos demonstram a estranha força mantida de geração a geração pela
tradição oral e escrita. Mas também há vínculos com histórias tradicionais ocidentais,
e identificá-los também pode ser um exercício dos mais estimulantes e prazerosos.
89
O site editorajbc (2006) afirma que nos dois volumes, somos, assim, estimulados a
conviver com lendas que ratificam princípios de honestidade, honra e outros tidos
como ultrapassados, nesta fogueira de vaidades universal. Seria bom que estas
pequenas histórias antigas fossem compreendidas mundo a fora. Ate mesmo o
Japão de hoje. E pela “colônia japonesa brasileira” (a maior do mundo, brindada com
a versão do texto no idioma original), mas para os brasileiros de todas as origens e
tradições, algo que ainda dispomos também em consonância com a magia deste
legado.
8.3 Lúdico
De acordo com Fortuna, (2001, p.116) o lúdico tem sua origem na palavra latina
"ludus" que quer dizer "jogo". Se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico
estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo.
A evolução semântica da palavra "lúdico", entretanto, não parou apenas nas suas
origens e acompanhou as pesquisas de Psicomotricidade.
Como bem observa Fortuna (2001), em uma sala de aula ludicamente inspirada,
convive-se com a aleatoriedade, com o imponderável; o professor renuncia à
centralização, à onisciência e ao controle onipotente e reconhece a importância de
que o aluno tenha uma postura ativa nas situações de ensino, sendo sujeito de sua
aprendizagem; a espontaneidade e a criatividade são constantemente estimuladas.
Podemos observar que essas atitudes, de um modo geral, não são, de fato,
estimuladas na escola. Para Fortuna (2001): "as atividades lúdicas permitem que o
indivíduo vivencie sua inteireza e sua autonomia em um tempo-espaço próprio,
particular. Esse momento de inteireza e encontro consigo gera possibilidades de
autoconhecimento e de maior consciência de si".
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser
vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa
90
saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de
socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
Segundo Snyders (1988) o despertar para o valor dos conteúdos das temáticas
trabalhadas é que fazem com que o sujeito aprendiz tenha prazer em aprender.
Conteúdos estes despertados pelo prazer de querer saber e conhecer. Devemos
despertá-los para, com sabedoria, podermos exteriorizá-los na nossa vida diária. A
alegria, a fé, a paz, a beleza e o prazer das coisas estão dentro de nós.
8.3.1 A moda e o Lúdico
Na visão de Vygotsky (1993), sabendo-se que o lúdico parte do princípio de que as
coisas do imaginário tomam forma, personalidade e criam “pernas”, o irreal pode
muito bem estar em uma coleção de moda nas passarelas. Os tons fortes, alegres,
tons criados pelo estilista, acessórios e aviamentos em abundância, decotes
irregulares, volumes exagerados e estampas personalizadas fazem parte deste
contexto.
Podem-se citar alguns estilistas que buscam em seu mais íntimo imaginário
elementos para criar suas peças. São eles: Ronaldo Fraga, Herchcovitch, Jum
Nakao, entre outros.
Passando a necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente. O lúdico
faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana. Caracterizando-se por ser
espontâneo funcional e satisfatório.
Sendo funcional: ele não deve ser confundido com o mero repetitivo, com a
monotonia do comportamento cíclico, aparentemente sem alvo ou objetivo. Nem
desperdiça movimento: ele visa produzir o máximo, com o mínimo de dispêndio de
energia.
Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, o que dela
resulta, mas a própria ação, o momento vivido. Possibilita a quem a vivencia,
91
momentos de encontro consigo e com o outro, momentos de fantasia e de realidade,
de resignificação e percepção, momentos de autoconhecimento e conhecimento do
outro, de cuidar de si e olhar para o outro, momentos de vida.
Figura 72. Painel Lúdico
Fonte: Elaborada Pela Autora
Diante desta pesquisa, vê-se o quanto o lúdico faz parte do mundo infantil. A
temática tem justamente essa proposta, inserir o lúdico as peças em forma de
apliques, volumes e assimetria, resgatando todo o ímpeto deste público num só
enfoque imaginário.
8.4 Temática
A temática foi inspirada nos livros “As Histórias Preferidas das Crianças Japonesas”,
mais especificamente em suas ilustrações. Segue abaixo, um painel semântico com
o uso de algumas das figuras referentes aos livros.
92
Figura 73. Painel da Temática Fonte: Elaborada pela Autora
Foram resgatados dos contos elementos simétricos e assimétricos que compõem as
principais histórias. Tendo como destaques as cores e os elementos mais marcantes
que deram formas nas aplicações, como as flores, coelho, urso, laços, etc.
93
9 PESQUISA DE CAMPO
9.1 Público – Alvo
A cada criação, o designer deve levar em consideração a que tipo de consumidor ele
se destina. O estilo do consumidor para esse projeto é no segmento festa e casual.
É um público que compreende meninas entre um e seis anos de idade, onde suas
mães adoram vesti-las bem, prezando sempre pelo conforto, praticidade, ergonomia
e estética.
Figura 74. Painel do Público Alvo Fonte: Elaborado pela Autora
São meninas criativas e com personalidade forte, adoram brincar ao ar livre e ir com
a família a festas infantis. Uma das suas diversões é ouvir seus pais lendo contos
infantis por horas e horas, principalmente que contenham várias ilustrações. Ativas;
adoram cores alegres e vibrantes. Amam ouvir música e assistir a desenhos
animados.
94
9.2 Apresentação dos resultados da pesquisa de campo
Foram aplicados quarenta e cinco questionários (conforme modelo em apêndice I),
para mães de meninas entre um e seis anos de idade, contendo dez perguntas
objetivas. Os dois locais de realização desta pesquisa foram: creche (Adélia Russi -
Itajaí) e UNIVALI (Balneário Camboriú), entre os dias quinze a vinte e seis de
setembro.
As perguntas apresentavam itens aos quais se relacionavam ao vestuário infantil,
fornecendo alternativas sobre aviamentos, locais de uso, cores, formas, etc.
Para a realização do projeto, sentiu-se a necessidade de ter conhecimento sobre o
mundo, bem como os desejos e necessidades do público a ser atingido.
9.2.1 Síntese do Questionário
A primeira pergunta do questionário investiga o interesse em relação à tabela de
cores. E como era de se esperar, o resultado foi positivo. Isso se deve ao fato das
cores vibrantes, alegres e tecidos estampados chamarem mais atenção das
crianças, além de deixá-las mais bonitas.
11%
4%
18% 18%
0%
5%
10%
15%
20%
Quais suas cores preferidas?
Claras Escuras
Estampadas Cores alegres/Vibrantes
Gráfico 01. Cores preferidas
Fonte: Acervo Pessoal
95
Quanto ao lugar que os pais e filhas mais freqüentam juntos, resultou em festas
infantis e outras, onde suas filhas encontram - se com seus amigos para comemorar
um dia especial e brincarem muito, além de ter a presença dos pais freqüentemente.
9%
15%
3%
19%
0%
5%
10%
15%
20%
Que lugar vocês (pais e filhos) mais frequentam juntos?
Parques/Clubes Shopping/Cinema
Teatro/Outras opções Festas/Festas infantis
Gráfico 02. Lugares
Fonte: Acervo Pessoal
Pode-se ver, que os tecidos que as mães mais compram para o conforto de suas
filhas foi o tafetá e tricoline. Tecidos leves e maleáveis, que deixam suas filhas
brincarem à-vontade em qualquer lugar.
4%10%
0%
28%
0%
10%
20%
30%
Qual o tecido que deixa a sua filha mais a vontede e quevocê costuma
mais comprar?
Jeans/Sarja Malha/Seda
Cetin Tricoline/Tafetá
Gráfico 03. Tecidos
Fonte: Acervo Pessoal
Procurando saber sobre o fechamento ideal para as roupas de suas filhas, pode-se
notar no gráfico abaixo, que 21% das mães entrevistadas preferem botão pelo fato
de serem mais confortáveis, práticos e pela sua estética.
96
0%
7%
17%
21%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
Que tipo de fechamento é o mais ideal em sua opinião?
Velcro Zíper Botão de pressão Botão
Gráfico 04. Fechamento
Fonte: Acervo Pessoal
Realizando o questionário, viu-se que o melhor lugar para o fechamento foi na frente
das peças, pela praticidade e conforto.
10%
3%
24%
12%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
Qual o lugar mais apropriado para fechamento?
Sem aberturas Lateral Frente Costas
Gráfico 05. Lugar do Fechamento
Fonte: Acervo Pessoal
Tendo em vista as pesquisas, com 30% o estilo que mais as mães admiram nas
suas filhas e gostam de vesti-las foi o romântico/clássico. Pelo fato de serem
crianças, deixando – as mais encantadoras e delicadas.
97
3%6% 6%
30%
0%
10%
20%
30%
Qual o estilo de sua filha?
Rock Hippie
Chique/Contemporânea Romântica/Clássica
Gráfico 06. Estilo
Fonte: Acervo Pessoal
Pode-se notar no questionário abaixo que as roupas que as meninas mais gostam
de usar no verão são os vestidos, por serem mais confortáveis, leves e de fácil
locomoção.
6% 5% 2%
31%
0%
20%
40%
O que sua filha mais gosta de usar no verão?
Blusas/Batas Saias/Conjuntos
Macacões Vestidos
Gráfico 07. Roupas de Verão
Fonte: Acervo Pessoal
A maioria das mães compram roupas para suas filhas só quando for necessário.
98
1%
21%
7%
14%
0%
10%
20%
30%
Com que frequência você compra roupas para a sua filha?
Toda semana
Quando necessário
Todo mês
A cada seis meses (verão, inverno)
Gráfico 08. Compra
Fonte: Acervo Pessoal
Com as pesquisas realizadas, na hora da compra as mães prezam pelo conforto,
preocupando-se com o bem-estar de suas filhas.
21%
3%
23%
8%
0%
10%
20%
30%
Dos itens abaixo escolha os que voçê mais considera na hora da compra?
Preço Durabilidade Conforto Estética
Gráfico 09. Itens para compra
Fonte: Acervo Pessoal
E por último, sentiu-se a necessidade de saber a opinião das entrevistadas em
relação aos aviamentos. Para embelezar ainda mais suas filhas, as mães
escolheram com 26% aplicações para as roupas, deixando-as mais alegres,
sofisticadas e exclusivas.
99
7%1%
26%
18%
0%
10%
20%
30%
Dos aviamentos abaixo, quais voçê mais gosta que contenha nas roupas
para sua filha?
Botão Zíper Aplicação Renda
Gráfico 10. Aviamentos Fonte: Acervo Pessoal
9.2.2 Análise do questionário
Segundo dados retirados do site marketing infantil (2008), Slongo (2007) afirma que
os pais nunca gastaram tanto com o consumo dos filhos como agora. Isso acontece
por dois motivos. O primeiro é que os meninos e as meninas estão muito mais
antenados ao mundo das compras.
De acordo com Marinho (2007), atualmente, as crianças são atingidas em cheio pela
publicidade e, por isso, ficam mais exigentes nas compras, fator que reforça o
apetite de consumo dos pequenos é a falta de tempo dos pais. Mergulhados em
trabalho, eles procuram compensar a pouca atenção dada aos filhos com presentes.
Hoje, quem tem condições não pensa duas vezes antes de comprar um brinquedo
ou roupinha infantil – o que, aliás, confere aos filhos um alto poder de barganha.
Analisando a pesquisa, pode-se concluir que o público infantil está se tornando um
importante nicho no mercado para a indústria do vestuário. As mães prezam por
roupas confortáveis como o tricoline para suas filhas, com um ar romântico e
clássico. O cetim não foi escolhido por ambas devido ao seu caimento e por
amassar com facilidade acaba - se tornando nada prático. As cores vibrantes tomam
conta da vestimenta das meninas. Por isso as cores escuras não foram optadas por
transmitirem um ar “desarmônico” e não condizendo com a idade abordada muito
menos ao aspecto delicado das crianças.
100
Os vestidos são os mais desejados na hora da compra tanto pelas mães quanto
pelas filhas, por serem leves de fácil movimentação, deixam as crianças à vontade
em qualquer situação do seu dia-a-dia. O fato das meninas terem pouca idade os
pais preferem levá-las em festas com entretenimentos e não para eventos de
adultos, que às vezes não atraem as filhas e as fazem ficar dispersas.
Diante desses resultados, puderam-se levantar mais dados sobre o público-alvo,
seus gostos, suas preferências em relação à moda infantil. Com essas bases, a
coleção começa a ser criada, dentro dos desejos e necessidades desse público.
Entendendo que os pais das crianças são considerados público alvo secundário.
Embora as crianças tenham participação na escolha dos produtos, são os pais que
possuem o poder de compra.
101
10 CONCEITO
A conceituação define o que o produto irá passar para os seus clientes. Por isso
opta-se pelo uso das palavras chaves que resumem a coleção. Neste caso as
palavras que formam o produto são: conforto, beleza, exclusividade e ergonomia.
Nela está agregada tudo que pode ser visto ou sentido através do olhar ou do tato,
suas formas, cores e texturas.
Figura 75. Painel de Conceito Fonte: Elaborado pela Autora
O conforto está ligado aos tecidos utilizados, à beleza as formas e cores, e a
exclusividade aos modelos, a ergonomia refere-se aos fechamentos, costuras e
caimentos. Então resume-se que as palavras escolhidas para definir os produtos são
de fundamental importância para se ter um look apropriado.
102
11.1 Briefing
a). Briefing Geral:
• Produto: Vestidos Infantis que se dividem em duas linhas a festa e casual
com inspiração nas ilustrações dos livros “As Histórias Preferidas das
Crianças Japonesas”.
• Finalidade: Lançar uma coleção infantil de vestidos com o segmento festa e
casual, usando tecidos confortáveis e ideais para o segmento proposto como
tafetá e o tricoline, com apliques de pedrarias e tecidos, trazendo uma
exclusividade que reflete na personalidade do público.
b). Briefing do Produto: • Nome: Doces Histórias.
• O que planeja ser: Vestidos infantis de festa e casual feitos de tecido de tafetá
e tricoline.
• Quais benefícios: Peças práticas, confortáveis e ergonômicas sem deixar de
lado a estética.
• Qual a idéia central que o produto deve ter: Conforto através dos tecidos e
aplicações.
c). Briefing do Público – alvo:
• Quem consome: O produto se destinará a atender o público infantil feminino,
compreendendo a faixa etária entre um e seis anos, que vive em grandes
centros, curte festas infantis e gosta de brincar ao ar livre com seus pais,
assim prezando pelo conforto dos tecidos.
• Estilo de vida: Meninas ativas, freqüentadoras de aulas de dança ou
atividades práticas, vão à escola e adoram brincar em parques de diversões.
• Local: Itajaí e grandes centros (importação).
• Porque consomem este produto: Pelo fato das peças serem confortáveis,
versáteis e atraentes pelas suas cores e formas (estética).
103
d) Briefing do mercado:
• Principais mercados: Itajaí e grandes centros (importação).
• Evolução deste mercado: O mercado direcionado ao público infantil está em
ascensão. E a procura por roupas que sejam diferenciadas cresce. Mães e
meninas optam pelo exclusivo.
• Comercialização do produto: Ateliê da marca.
11.2 Cartela de cores
As cores utilizadas foram retiradas das ilustrações da temática escolhida, juntamente
com as tendências referentes ao verão 2010.
Os nomes surgiram a partir dos personagens e elementos que são destaques nos
livros, tendo como foco central o Japão.
Figura 76. Painel Cores
Fonte: Elaborada pela Autora Através desta tabela de cores, pode-se criar combinações harmoniosas e
diferenciadas. Os tons possuem fácil poder de fundição, todos combinam com todos.
104
O rosa cerejeira com o azul céu, o vermelho com o preto e os detalhes em goiaba
assumem lugar de destaque.
A escolha delas foi definida a partir de pesquisas citadas nas tendências e no
questionário. As cores que dão destaque na coleção como o preto, goiaba e suas
misturas, são o grande foco, pois no mercado infantil elas não aparecem com tanta
freqüência.
11.3 Cartela de tecidos
Os tecidos escolhidos foram aqueles que proporcionam conforto (tricoline), leveza,
como a organza, e o tafetá que segue o padrão festa, deixando o visual mais
requintado. O tule trabalhado foi utilizado em dois modelos com o objetivo de
agregar valor à peça.
Figura 77. Painel Tecidos
Fonte: Elaborada pela Autora
Até se chegar a um consenso sobre o uso dos tecidos, optou-se através do
questionário subtrair informações referentes às preferências do publico em questão.
105
11.3.1 Características físicas dos tecidos
Segundo o livro Moda Ilustrada de A a Z, segue abaixo as características dos
tecidos utilizados.
• Tule: Originariamente feito de gaze ou seda, o tule é um tecido fino de
malha hexagonal, utilizado em adornos de vestidos, chapelaria, roupas de
bailarinas e vestidos de noiva. É composto por 100% Poliamida.
• Tafetá: Feito de seda ou poliéster, ele possui uma textura regular, muito
utilizado para forro. É um dos mais antigos tecidos conhecido na história.
O tafetá utilizado para este projeto é 100% seda.
• Tricoline: Tecido leve, 100% de algodão feito com fio penteado, macio e
resistente.
• Organza: É um tecido fino tradicionalmente feito do filamento contínuo dos
bichos-da-seda. Hoje, mais diversificada e produzida com fibras sintéticas
tais como o poliéster ou o nylon, a organza é considerada por muitos uma
substituição ao voil. Sua característica principal é o brilho, dando um
charme a mais ao ambiente. O tafetá utilizado para esse projeto é 100%
poliéster.
11.3.1.1 Fornecedores de Santa Catarina
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de
produção montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
O fornecedor primário é a empresa Brustextil, que proporcionara os tecidos
necessários para a coleção e caso não cumpra com sua entrega previa se acionara
a empresa JR aviamentos e Tecidos.
106
• Fornecedores
BRUSTEXTIL RUA BRAZ NIVERT HORNER 7 - SÃO PEDRO
BRUSQUE - Santa Catarina Telefone: (47) 3355-7423
Copyright - Stumpf Aviamentos e Tecidos LTDA Fone: 54 - 3228.8777 - [email protected]
BR 116, km 149, Nº 18743 - B. Lourdes - CEP 95.054-780 Caxias do Sul - Rio Grande do Sul – Brasil.
11.4 Cartela de Aviamentos
O painel abaixo apresenta os aviamentos escolhidos para compor as peças. São
eles: botões, linhas, elástico, pedrarias e fita de cetim.
Os botões servirão para as abertura. Deixarão as roupas práticas no momento de
serem colocadas. Já optou-se pelo elástico por ser flexível ao corpo. As linhas serão
para construir as peças num todo. As pedrarias e fitas vêm como enfeite para
destacar as criações.
O Painel abaixo demonstra os aviamentos escolhidos para a comercialização das
roupas.
107
Figura 78. Painel Aviamentos
Fonte: Elaborada pela Autora
Estes elementos foram escolhidos por fazerem relação com as tendências verão
2010 e a temática proposta agregando valor as peças.
11.4.1 Características Físicas dos Aviamentos
• Botões: Segundo o portal estilopiti, os primeiros botões eram feitos de ossos
e metais. Os primeiros fabricantes de botões surgiram no século 13. No
século 17, o botão tornou-se menos decorativo e mais utilitário devido à
sobriedade do vestuário.
A partir de meados do século XIX, conchas, madrepérola, vidro preto, aço e latão
trabalhados e chifre moldado costumavam ser usados para fazer botões. Na década
de 1880, ressurgiu a utilização também havia botões feitos de vidro ou porcelana ou
cobertos de bordados. A década de 30 e estimulou a produção de botões de
madeira, cortiça, plexiglás e plásticos. Após a Segunda Guerra Mundial, os botões
ficaram menos decorativos e mais funcionais.
Serão utilizados botões de quatro furos, composto de 100 % resina de poliéster, na
cor do tecido para os looks casuais. Já para o segmento festa serão os mesmos
revestidos pelo próprio tecido das roupas.
108
• Linha: No site valfios, constata-se que os fios de costura comuns são,
geralmente, feitos a partir de fio fiado ou na forma de fios com filamentos
contínuos, chamados fios com alma.
Na produção de linhas de costura de fio fiado, as fibras de algodão foram as
primeiras a ser utilizadas, mas nas últimas duas décadas também as fibras de
poliéster (PES) e de poliamida (PA) foram freqüentemente aplicadas devido, em
especial, à sua superior tenacidade quando comparada à baixa tenacidade do fio de
costura de algodão. A desvantagem dos fios sintéticos e dos filamentos é que estes
não podem ser tingidos num processo simples (com apenas uma fase) juntamente
com o vestuário de algodão, após este estar costurado, tal como os fios de algodão.
As linhas utilizadas para a confecção são de 100% poliéster, nas cores dos tecidos.
• Elásticos: O site mifero afirma que por volta de 1830, pedaços de elástico
haviam substituído às molas de metal antes empregadas nos espartilhos e
nas roupas íntimas. Por causa de sua flexibilidade, o elástico é, desde o
século XIX, muito usado na confecção de roupas íntimas, roupas de banho e
roupas de ginástica.
Existem dois tipos, o tubular e o achatado (tipo fita elástica). Fabricado em várias
larguras ou grossuras. É utilizado na montagem, com finalidade de franzir um
determinado espaço, como cintura, punho, barras. O elástico é um aviamento que
há muito tempo faz parte da historia da confecção, substituindo em varias situações
ate pela sua própria praticidade, zíperes, botões ganchos e velcros. As confecções
adaptam o elástico pelo seu rendimento, praticidade e principalmente pela discrição
que a roupa possui com ele.
O elástico que terá nas roupas é composto de Polyester Texturizado ou Poliamida,
com a largura de 5 mm até 60mm.
• Swarovski: Os cristas Swarovski foram criados quando Daniel Swarovski
inventou uma máquina de corte automática em 1892. No ano de 1895, a
109
companhia Swarovski foi fundada quando o criador abriu uma fábrica de
cortes em Wattens. Naquela cidade, Daniel Swarovski soube tirar vantagem
da hidroeletricidade local para utilizar na moenda de alta intensidade elétrica
que ele patenteou.
Os cristais Swarovski contém aproximadamente 55% de chumbo usado para
maximizar a refração. Os produtos dos cristais Swarovski incluem esculturas e
miniaturas, jóias e os mais variados produtos para decoração, designados a atender
tanto fábricas quanto artistas em geral.
O cristal utilizado tera 0,2 mm de diametro e serão translucidos.
• Fitas de Cetim: Segundo o site armarinho, a fita de cetim contem
aproximadamente dez metros em sua metragem, possui 60 mm de altura e é
composto com 100% de poliester.
• Fornecedores
Willy Aviamento – Rua Mariana Bronemann, 320 – B. Velha F: (47)3329-3377/3329-0126.
Maria Chiquinha Aviamentos
Rua 500 16 Balneário Camboriú, 88375-000
(0xx)47 3366-2368. 11.5 Cartela de Aplicações
As aplicações desenvolvidas remetem a temática com a finalidade de deixá-las
exclusivas, agregando o estilo das aplicações à marca.
110
Figura 79. Painel de Aplicações Fonte: Elaborada pela Autora
Estes elementos foram escolhidos pelo fato de possuírem formas exclusivas e
caracterizam o público infantil, tanto pelo uso das cores quanto ao lúdico. A marca
Doce Acerolla se preocupou em desenvolver aplicações que tivessem o mais
próximo da realidade da faixa etária escolhida, para que com isso as crianças
consigam identificá-las facilmente.
11.5.1 Características Físicas de Aplique
A aplicação consiste em pedaços ornamentais de tecidos costurados ou colados a
outro pedaço de tecido ou a um peca de roupa. A aplicação foi muito popular na
década de 50, quando motivos simples de feltro adornavam saias godês, e na
década de 70, quando desenhos esmerados eram costurados a jaquetas
acolchoadas de cetim.
Serão confeccionados artesanalmente a partir dos mesmos tecidos utilizados nos
looks. Os Tamanhos variam de acordo com a faixa etária do público-alvo, de 30 mm
a 70.
111
12 GERAÇÕES DE ALTERNATIVAS
Foi gerado um número maior de alternativas para que pudesse facilitar na escolha
dos quinze looks e desses selecionar os três para execução. A geração de
alternativa é divida em duas linhas. A linha casual que entra no estilo básico-chique,
onde as peças são confeccionadas por tecido de tricoline para dar mais leveza e
conforto ao público-alvo em questão, além de possuir alguns detalhes em organza
dando o diferencial da marca, com aplicações mais sutis e cores alegres deixando a
coleção com a carada marca Doce Acerolla. E a linha festa, que é onde a
imaginação toma conta, e os babados ganham destaque junto aos apliques maiores
com bordados em swarovski, e o tecido escolhido foi tafetá por ser prático e
confortável para este segmento proposto, e dando um charme a mais ao segmento
foi utilizado em pequenas quantidades a organza, o tule e o tricoline.
Preocupou-se em dividir as faixas etárias mais próximas com modelos específicos
para um a três anos onde serão acrescentadas calcinhas para esconder a fralda a
fim de deixar o visual mais chique e as de quatro a seis anos terão seus modelos
mais finos e cheios de detalhes.
As duas linhas possuem tecidos estampados e lisos, com aplicações de swarovski e
tecidos. Os desenhos das aplicações são todas inspiradas no livro.
12.1 Técnica de Criatividade MESCRAI
Segundo Baxter (2000) a técnica é uma sigla de modificação (aumenta, diminui),
elimine, substitua, combine, rearranja, adapte, inverta.
“[...] Esses termos funcionam como uma lista de verificação para estimular possíveis modificações no produto. Quando se pensa em modificar um produto, é possível que ocorram, apenas as idéias mais obvias, esquecendo-se das outras [...]”.
A técnica de Criatividade foi utilizada durante o processo de criação, entretanto
após algumas alternativas, foram escolhidas as que mais retratavam a coleção
utilizando a técnica do MESCRAI.
112
Logo após a geração de alternativas, foi feita a seleção dos modelos a confeccionar,
e durante esse processo algumas coisas foram mudadas.
Para a geração dos looks, foi utilizada toda a parte de pesquisa de imagens, teóricas
e quantitativas para com isso se chegar ao objetivo proposto.
Figura 80 MESCRAI 01
Fonte: Elaborada Pela Autora
Esse look sofreu modificações através do uso da técnica MESCRAI. Pode – se
constatar uma harmonia maior em suas cores que foram substituídas, além do
fechamento que passou a ser nas costas, e as aplicações que foram adaptadas no
cinto e diminuída na lateral esquerda na parte inferior do vestido. Teve como
inspiração para tais peças a história do livro As Aventuras de Kintaro.
Com essas modificações, a roupa se tornou mais rica em detalhes destacando – se
pela cor.
113
Figura 81 MESCRAI 02
Fonte: Elaborada Pela Autora
As modificações que ocorreram neste look foram à troca de cores, deixando-o mais
leve que coerente com a faixa etária, aumento de aplicações, tanto nas costas,
quanto na lateral esquerda superior.
A inspiração se teve a partir da história Urashima Taro. Estas alterações foram feitas
a fim de se tornar uma peça menos agressiva modificando a sua cor e aplicações.
Por isso, através da utilização da técnica MESCRAI, notou-se o quanto é importante
aplicá-la para se ter um melhor resultado, tanto nas suas formas, como em suas
cores e aplicações. Essa técnica nos da à oportunidade de modificar a coleção e
conseqüentemente deixá-la mais harmoniosa e com o estilo proposto ao público-
alvo em questão.
12.2 Coleção Doces Histórias
Foram escolhidos quinze vestidos para compor a Coleção Doces Histórias. Buscou-
se correlacionar as cores com as formas para se seguir um padrão no
114
desenvolvimento. Visando alcançar exclusividade e conforto, para representá-los
foram escolhidos três looks. E todos inspirados nas ilustrações do livro “As Histórias
Preferidas das Crianças Japonesas”, dividido em dois segmento que é o festa e
casual chique.
12.2.1 Segmento Festa
O segmento proposto contém um mix de tecidos lisos e estampados, como a
organza, tricoline e tafetá que caracteriza o segmento proposto, Os botões utilizados
são todos forrados com tecido de tricoline. As aplicações são mais incrementadas,
contendo swarovski e fita de cetim. Buscou-se por vestidos exclusivos, práticos e
confortáveis sem deixar de lado a estética.
O look 01 vem inspirado na capa do livro 1, sendo utilizado suas cores chaves que é
o vermelho ogro e azul céu, e suas formas assimétricas. Seguindo as tendências
verão 2010 o look 01 é um vestido balonê, composto por tecido de tafetá com
abertura nas costas de botões, aplicações de flor na cor branca nuvem e detalhes de
vermelho ogro na lateral direita do ombro e laços na cor vermelho ogro em ambos os
lados do vestido na parte onde terminasse o formato do balonê. Um vestido
exclusivo, com a cara do público-alvo da marca Doce Acerolla.
115
Figura 82 Painel Alternativa 01 Fonte: Elaborada Pela Autora
116
Figura 83. Look 01
Fonte: Elaborada Pela Autora
117
A inspiração do look 02 surgiu da história “Os Guerreiros do Palitos de Dente”,
utilizando sua cores, a delicadeza da ilustração e formas. Um vestido balonê com
pregas na frente e verso, de tecido de tafetá nas cores preto oriente, goiaba raposa
e azul nuvem. Suas aplicações de flor nas cores branca nuvem, com seus miolos
feitos de fita de cetim nas cores preto oriente e goiaba raposa e no centro de cada
flor uma pedra swarovski. Sua abertura nas costas com botões forrados na cor
goiaba raposa e do próprio tecido. Um vestido totalmente exclusivo, que deixará as
meninas sempre na moda
Figura 84 Painel Alternativa 02 Fonte: Elaborada Pela Autora
118
Figura 85. Look 02
Fonte: Elaborada Pela Autora
119
O look 03 inspirado na história “As Aventuras de Kintaro”, em suas formas e
delicadeza, resgatou os detalhes do kimono remetendo ao Japão. Um vestido
extremamente confortável de tafetá na cor rosa cerejeira, com fita de cetim na cor
vermelho ogro e com aplicações de flores nas cores azul céu e rosa cerejeira em
seu centro swarovski. Contendo com ele um casaquinho de tricoline branco nuvem
estampado com flores na cor rosa cerejeira com detalhe de fita de cetim na cor
vermelha ogro. Para facilitar na hora de vesti-la, sua abertura encontra-se nos
ombros com botões.
Figura 86. Painel Alternativa 03 Fonte: Elaborada Pela Autora
120
Figura 87. Look 03
Fonte: Elaborada Pela Autora
121
Inspirado na história “As Aventuras de Kintaro”, o look 04 resgatou da imagem o
coelho cor branco nuvem para a aplicação, as camadas no kimono alem da
graciosidade da imagem que deixou o look delicado e irreverente. Vestido em
camadas de babados feito por tecido de tafetá nas cores verde dragão, rosa
cerejeira, verde grama e lilás laço. Para ficar ergonomicamente correto foi utilizado
botões nas costas como fechamento.
Figura 88. Painel Alternativa 04 Fonte: Elaborada Pela Autora
122
Figura 89. Look 04
Fonte: Elaborada Pela Autora
123
Com inspiração na história “O Pardal de Língua Cortada” o vestido foi feito de tecido
de tafetá na cor rosa cerejeira, azul céu e vermelho ogro, e no tecido de organza
estampado de poá nas cores rosa kimono e azul céu, resgatou da imagem o estilo
kimono e suas cores chaves, além de o fechamento ser na frente em diagol,
remetendo ao estilo japonês.
Figura 90. Painel Alternativa 05 Fonte: Elaborada Pela Autora
124
Figura 91. Look 05
Fonte: Elaborada Pela Autora
125
O look 06 inspirado na história “A Aranha Tecelã”, em suas cores e formato,
transformou o vestido em um divertido look para festa, diferenciado, pratico e
confortável. O tecido utilizado foi o tafetá na cor laranja leque e amarelo sol e para o
encharpe foi utilizado o tecido de organiza na cor amarelo sol. O aplique em formato
de sol estilizado deu um charme a mais na roupa. Seu fechamento na frente com
botão forrado na cor laranja leque.
Figura 92. Painel Alternativa 06 Fonte: Elaborada Pela Autora
126
Figura 93. Look 06
Fonte: Elaborada Pela Autora
127
O look 07 surgiu a partir da história “O Camponês Voador”, a casa da ilustração é de
vários andares, por isso o vestido de composê de estampas e em camadas. Feito
por tecido de tafetá, tricoline e organza nas cores rosa kimono e estampas de poá
na cor preto oriente, branco nuvem e rosa cerejeira. Sua abrtura nos ombros com
botões forrados na cor branca nuvem.
Figura 94. Painel Alternativa 07 Fonte: Elaborada Pela Autora
128
Figura 95. Look 07
Fonte: Elaborada Pela Autora
129
Inspirado nas cores e formato da capa do livro I, o look 08 veio cheio de graça, em
formato balonê, nos tecidos de tafetá na cor azul água e rosa cerejeira e no tule de
flores aplicado em toda parte rosa cerejeira. Com abertura na frente de botões
forrados na cor rosa flor, com gola redonda e costuras na cor azul água. Possui dois
para enfeite nas laterais do balonê na cor rosa flor. Um look em que as meninas se
identificarão com a delicadeza da peça.
Figura 96. Painel Alternativa 08 Fonte: Elaborada Pela Autora
130
Figura 97. Painel Alternativa 08 Fonte: Elaborada Pela Autora
131
Vestido para o segmento festa, composto por tecido de tafetá e organza nas cores
rosa cerejeira, pinck kimono, azul céu. Gola em formato de kimono e em sua cintura
uma fita de cetim na cor pinck kimono com acabamento em laço dando um toque
especial a roupa. A inspiração surgiu na história “Urashima Taro” nas escamas de
peixe. Utilizando suas cores e formas, criou - se as aplicações em formato de
escamas, dando exclusividade a peça. Seu fechamento é com botões na parte
interna frontal.
Um estilo mais clássico, trabalhando com o lúdico da história da temática proposta,
ideal para ser usada em festas, além de ser exclusivo é harmonioso em suas cores
e formas.
Figura 98. Painel Alternativa 09 Fonte: Elaborada Pela Autora
132
Figura 99. Look 09
Fonte: Elaborada Pela Autora
133
Neste look a inspiração surge através da história “Urashima Taro”, nas formas do
polvo, seus tentáculos e cores. Um vestido balonê de tafetá na cor lilás laço e
vermelho ogro, e de tecido de organza na cor amarelo sol com bordado de
swarovski. Com a gola redonda em formato oval. A abertura na frente com botões de
acrílico na cor amarela sol. Um vestido exclusivo e irreverente, mas sem deixar de
lado a meiguice de uma criança.
Figura 100. Painel Alternativa 10
Fonte: Elaborada Pela Autora
134
Figura 101. Look 09
Fonte: Elaborada Pela Autora
135
12.2.2 Segmento Casual-Chique
Neste segmento proposto o tecido de tricoline predominara com alguns detalhes em
organza sendo eles lisos e estampados. Os botões todos serão de acrílico de
tamanhos diferentes. As aplicações são mais sutis e o conforto esta em primeiro
lugar.
Neste look, o vestido inspirado nas cores e formas vem da história “As Aventuras de
Kintaro”. Feito de tricoline nas cores goiaba raposa e branco nuvem, com Abertura
na frente com botões de acrílico na cor azul nuvem e alças de elástico na mesma
cor dos botões. Acompanhado por um aplique de urso retirado da imagem de
inspiração. Um vestido com a cara de criança.
Figura 102. Painel Alternativa 11
Fonte: Elaborada Pela Autora
136
Figura 103. Look 11
Fonte: Elaborada Pela Autora
137
O look 12 inspirado na história “Os Tengus Narigudos”, traz com ele uma harmonia
entre as cores e formas, feito de tricoline nas cores amarelo sol, rosa cerejeira e lilás
laço e no tecido de organça estampado de poá e nos ombros na cor amarelo sol.
Com aplicaçao de laço na cor rosa cerejeirae abertura nas costas com botoes de
acrilico na cor rosa kimono. Um vestido cheio de graça para as meninas que
consomem a marca Doce Acerolla.
Figura 104. Painel Alternativa 12
Fonte: Elaborada Pela Autora
138
Figura 105. Look 12
Fonte: Elaborada Pela Autora
139
Vestido balonê casual-chique, para ser usado durante o dia-a-dia sem deixar de
estarem sempre bem vestidas. Nas cores verde dragão, rosa cerejeira e azul nuvem
mostram a fluidez e combinações perfeitas para público-alvo escolhido, composto
por aplicações em flores coloridas e com seu fechamento de botões nas costas.
Inspirado na história “O Manto de Plumas”, foi resgatado à fluidez, suas cores e
transparência. Um look casual-chique, confortável e delicado.
Neste modelo usou-se a técnica do MESCRAI, pois na hora da execução o bolero
de organza não ficou ergonômico , então optou-se por utilizar a organza revestindo
somente a alça do vestido, assim tornando-se ergonomicamente correto.
Figura 106. Painel Alternativa 13
Fonte: Elaborada Pela Autora
140
Figura 107. Look 13
Fonte: Elaborada Pela Autora
141
O vestido inspirado na história “Os Tengus Narigudos” extraiu-se as cores, formas e
delicadeza. Um look casual chique feito do tecido de tricoline na cor azul nuvem, em
formato balonê de pregas. Possui aplicação de flores uma maior que a outra nas
cores azul céu, rosa cerejeira e vermelho ogro, dando um charme à peça. Utilizando
fitas de cetim na cintura na cor rosa kimono e na aplicação na cor azul céu. Seu
fechamento nos ombros composto cor botões na cor rosa cerejeira. Um vestido
confortável e esteticamente harmonioso.
Figura 108. Painel Alternativa 14
Fonte: Elaborada Pela Autora
142
Figura 109. Look 14
Fonte: Elaborada Pela Autora
143
O look 15 é um vestido de tricoline nas cores verde grama e verde dragão, inspirado
na história “O Ogro e o Galo”, retirando da ilustração suas cores e formas.
Aplicações de flores em vários tamanhos, na cor branco nuvem com miolo de
swarovski vêem para animar a peça. Com gola de ribana para dar conforto e
abertura na frente de botão de acrílico branco nuvem. Um vestido encantador e
extremamente confortável.
Figura 110. Painel Alternativa 15
Fonte: Elaborada Pela Autora
144
Figura 111. Look 15
Fonte: Elaborada Pela Autor
145
Figura 112. Calcinha Padrão Fonte: Elaborada Pela Autora
Observação: As peças para meninas de 1 a 2 anos vem acompanha de calcinhas
tapa – fralda para melhorar a estética num todo, evitando que a fralda apareça e dar
mais segurança e conforto.
12.3 Release
Com a coleção Doces Histórias, verão 2010, as meninas se identificarão com o
estilo delicado e animado das roupas. Em uma festa divertida ou num dia-a-dia
ensolarado, elas se sentirão leves e confortáveis em qualquer brincadeira de
criança.
As formas, texturas e o colorido, vêm das ilustrações dos livros “As Histórias
Preferidas das Crianças Japonesas”, dando a sensação de liberdade, trazendo
fluidez ao movimento, deixando-as lindas em qualquer situação.
A cartela de cores está inspirada tanto no lúdico dos desenhos do livro quanto na
cultura japonesa em geral. As cores vibrantes mescladas aos tons pastéis trazem
um mix de estilo e singularidade a quem veste a marca Doce Acerolla.
12.4 Alternativas Escolhidas
As três alternativas escolhidas para serem confeccionadas, são as que mais se
destacaram na coleção Doces Histórias. São elas:
Vestido em balonê com segmento festa, composto por tecido de tafetá vermelho
ogro, preto oriente, com detalhe em azul nuvem acompanhado de aplicações de
flores nas cores branco nuvem e preto oriente. Seu fechamento de botão são nas
costas.
146
Figura 113. Painel Alternativa Escolhida
Fonte: Elaborada Pela Autora
Este vestido foi inspirado na história “Os Guerreiros dos Palitos de Dente”, retirando
dele suas cores chaves e formas. Um vestido diferenciado e autêntico, especial para
a ocasião de um dos segmentos proposto que é o festa. Com ele vem acompanhada
uma casinha de algodão na cor branca nuvem com uma aplicação de flor em
swarovski no lado direito frontal.
Figura 114. Calcinha Branca Fonte: Elaborada Pela Autora
Vestido balonê casual-chique, para ser usado durante o dia-a-dia sem deixar de
estarem sempre bem vestidas. Nas cores verde dragão, rosa cerejeira e azul nuvem
147
mostram a fluidez e combinações perfeitas para público-alvo escolhido, composto
por aplicações em flores coloridas e com seu fechamento de botões nas costas.
Figura 115. Painel Alternativo Escolhida
Fonte: Elaborada Pela Autora
Inspirado na história “O Manto de Plumas”, foi resgatado à fluidez, suas cores e
transparência. Um look casual-chique, confortável e delicado, vem acompanhado de
uma calcinha que serve de tapa fralda. Neste look vem composto de uma casinha na
cor rosa cerejeira com uma aplicação de flor no centro da mesma.
Figura 116. Calcinha Rosa
Fonte: Elaborada Pela Autora
148
Vestido para o segmento festa, composto por tecido de tafetá e organza nas cores
rosa cerejeira, pinck kimono, azul céu. Gola em formato de kimono e em sua cintura
uma fita de cetim na cor pinck kimono com acabamento em laço dando um toque
especial a roupa. A inspiração surgiu na história “Urashima Taro” nas escamas de
peixe. Utilizando suas cores e formas, criou - se as aplicações em formato de
escamas, dando exclusividade a peça. Seu fechamento é com botões na parte
interna frontal.
Figura 117. Painel Alternativa Escolhida
Fonte: Elaborada Pela Autora
Um estilo mais clássico, trabalhando com o lúdico da história da temática proposta,
ideal para ser usada em festas, além de ser exclusivo é harmonioso em suas cores
e formas. Acompanhado por uma calcinha na cor azul céu, com rendinha na parte
de trás da mesma.
149
Figura 118. Calcinha Azul
Fonte: Elaborada Pela Autora
Através dos looks escolhidos, a marca Doce Acerolla conseguiu atingir o objetivo
proposto para o público-alvo em questão. Trazendo para a coleção Doces Histórias
roupas confortáveis, ergonômicas e exclusivas sem deixar de lado a estética.
13 MEMORIAL DESCRITIVO
Este capítulo abordará tudo que compõe o composto de marketing ou memorial
descritivo, apontando à marca, mostrando todos os tags e etiquetas informacionais,
as embalagens bem como propagandas, brindes, outdoors e convites de
lançamento.
13.1 Protótipo
Como podemos observar, segue abaixo imagem referente ao protótipo do look 09
inspirado na história “Urashima Taro”.
Figura 119. Protótipo Fonte: Elaborada Pela Autora
150
13.2 Fichas Técnicas
Três fichas técnicas referentes aos últimos looks escolhidos fora, desenvolvidas. As
fichas têm a finalidade de conter nelas informações minuciosas sobre o material,
medidas e acabamento das peças.
Essa ferramenta tem importância impar para se executar um produto, seja ele
terceirizado ou não.
Ficha Técnica 01
Nome do modelo: Guerreiros dos palitos de dente.
Referência: 001 Data: 25/11/08
Tipo de vestuário: Vestido Coleção: Doces Histórias Descrição modelo: Tafetá com aplicações
TAM: 01 Nome: Dianele Bortoli
Desenho Técnico – Frente e costas
Largura: 49,5 cm
Comprimento: 48 cm Peito: 14 cm
Alça: 2 cm x 13 cm
Matéria prima e
aviamentos
Quantidade
Cores
Composição
Fornecedores
Preço
Tafetá 1,0 m Goiaba/Preto 100% Boião R$ 25,80 o metro
Botão 02 Preto Resina Maria Chiquinha
R$ 0,45
Aplicação 03 Preto/Branco 100% Própria R$ 6,00
151
Cores e Combinações/Variadas
Amostra do Tecido
Amostra/estampa/bordado
A escolhida/única
(38 cm x 55 cm)
Planificação – Ficha Técnica 01
152
Ficha Técnica 02
Nome do modelo: O manto de plumas
Referência: 002 Data: 25/11/08
Tipo de vestuário: Vestido Coleção: Doces Histórias Descrição modelo: Tricoline com aplicações
TAM: 01 Nome: Dianele Bortoli
Desenho Técnico – Frente e costas
Alça: 20 cm x 5 cm
Vestido: 38 cm x 55 cm
Matéria prima e aviamentos
Quantidade
Cores
Composição
Fornecedores
Preço
Tricoline/Organza 1,0 m Xadrez 100% Boião R$ 36,80 o metro
Botão 02 Azul Resina Maria Chiquinha
R$ 0,45 cada
Aplicação 03 Colorida 100% Própria R$ 6,00 cada
Cores e
Combinações/Variadas
Amostra do Tecido Amostra/estampa/bordado
A escolhida/única
153
Planificação - Ficha Técnica 02
154
Ficha Técnica 03 Nome do modelo: Urashima Taro
Referência: 003 Data: 25/11/08
Tipo de vestuário: Vestido Coleção: Doces Histórias Descrição modelo: Tafetá com aplicações e fita cetim
TAM: 01 Nome: Dianele Bortoli
Desenho Técnico – Frente e costas
Largura: 49 cm
Comprimento: 65 cm Manga 10 cm total
Fita de cetim: 2 cm x 8cm Parte do botão invisível: 15 cm x 2,5 cm
Ombro: 6 cm Gola: 2,5 cm x 30 cm
Matéria prima e
aviamentos
Quantidade
Cores
Composição
Fornecedores
Preço
Tafetá 1,0 m Rosa/ Azul 100% Boião R$ 25,80 o metro
Botão 02 Rosa Resina Maria Chiquinha
R$ 0,45 cada
Aplicação 03 Azul e Rosa 100% Própria R$ 6,00
Cores e Combinações/Variadas
Amostra do Tecido
Amostra/estampa/bordado
A escolhida/ única
155
Planificação – Ficha Técnica 03
156
13.3 Função Técnica
a) Sistemas Construtivos: De acordo com Borges (2007), neste item deve conter
descritos os meios de fabricação utilizados para construção de um protótipo que
se dá de maneira unitária e posteriormente a projeção industrial do mesmo.
Aspectos relacionados à viabilidade econômica e manufaturável devem ser
considerados nesta etapa. Outros itens complementares são o sistema de
montagem do produto, descrição das partes e quantidade de cada uma delas
que compõe o modelo. Pode-se utilizar um desenho de perspectiva explodida
para auxílio do entendimento.
Neste caso, primeiramente, pensou – se na criação do desenho que trouxe junto a
ele as cores escolhidas e os materiais que seriam utilizados. Então, a partir daí,
surge o protótipo que foi elaborado para saber exatamente as dimensões ideais das
peças, sua ergonomia visando o conforto. O material escolhido para a execução dos
looks foi o algodão.
A intenção principal para tais fins, é solucionar problemas que possam surgir na
modelagem, assim como o MESCRAI – “aumenta e diminui”, que tem a finalidade de
acrescentar intervenções benéficas para um melhor resultado.
O próximo passo será a execução do produto final. Serão feitos de tecido de
tricoline, tafetá e organza. Nas proporções corretas à faixa etária e com os detalhes
finais aplicados.
b) Materiais: Borges (2007) ainda afirma que devem ser ressaltados os pontos
positivos da escolha do material, vantagens para o produto, fazendo um
comparativo justificando a escolha. Deve ser citado como este material se
encontra na natureza ou após beneficiado qual seu formato à disposição no
mercado. Ressaltando os pontos positivos da escolha de determinado material
para uso na construção do produto e alertando para possíveis fragilidades do
mesmo.
As principais vantagens para a escolha dos materiais nas peças produzidas, foram
estabelecidas através de um questionário voltado para as mães das meninas, onde
157
optaram por tecidos apropriados para cada segmento que transmita conforto, leveza
e beleza. São eles: tricoline, tafetá e organza.
Segundo o site faz fácil (2008), apesar dos pontos positivos, em tudo deve haver
cuidados especiais. O tafetá de seda e a organza são tecidos finos que exigem
cautela para passá-los, vesti-los, e caso ocorram manchas em seguida lave-os com
sabão neutro, assim os tecidos continuarão em bom estado e o sabão neutro não
ocasiona processos alérgicos as crianças.
O tafetá assim como a organza não podem ser sujados em demasia, senão seus
filamentos se rompem. Alguns artigos de seda podem ser lavados com água e
sabão, outros só a seco.
Para saber se a peça vai desbotar numa lavagem tradicional, umedecer uma
pequena ponta do artigo em água fria e coloque essa ponta em um tecido branco.
Passe com ferro elétrico morno e, se o tecido branco não apresentar resíduo de cor
da seda, vá em frente e use apenas água morna, com sabão ou detergente neutro.
De acordo com o site faz fácil (2008), não deve-se usar máquina de lavar ou secar
para este tecido, após a lavagem, enxágüe bem, envolva a peça numa toalha de
banho para retirar o excesso de água e facilitar a secagem, que deve ser à sombra.
Passe a ferro pelo lado do avesso, enquanto o pano estiver levemente úmido. Nunca
friccionar um tecido de tricoline ou organza para retirar manchas.
.Ao se costurar um tecido de tafetá e organza usam-se alfinetes e agulhas bastante
finos, os normais podem deixar furos nos tecidos. Para costurar use linhas de seda.
do mesmo modo o site faz fácil (2008) aponta que o tricoline é bastante resistente e
de fácil lavagem e manutenção. Por ser extremamente confortável, é
freqüentemente utilizado em roupas exteriores e também em interiores.
Afirma o site faz fácil (2008), uma peça de tricoline colorida deve ser lavada em
separado na primeira vez. Agüenta o ferro quente e pode ser passada pelo lado
direito.
158
Nas primeiras lavagens recomenda-se dissolver bem o sabão em pó, de preferência
em água abundante, para só depois mergulhar a peça. Após a lavagem, retira-se o
excesso de sabão em pó em água corrente.
O excesso de sabão em pó (devido à agressividade de certos sabões) retira a
proteção natural do algodão, bem como o amaciante aplicado durante o processo
fabril, o que favorece um prematuro aspecto de envelhecimento à peça.
Alguns cuidados especiais durante o processo de lavagem de produto
confeccionado em 100% algodão devem ser tomados como o não uso de alvejantes
a base de cloro, a lavagem deve ser separado das peças coloridas, dissolvidas em
sabão em pó, não deixando-as de molho, secando-as à sombra e sempre seguir as
instruções contidas na etiqueta.
c) Processos de fabricação: Entende-se por processo produtivo toda e qualquer
transformação aplicada sobre materiais, para que estes dêem origem a um produto.
Borges (2007) afirma que tais processos, juntamente com a seleção de materiais,
viabilizam a manufatura do projeto, e proporcionam uma constante evolução nas
técnicas de produção.
O processo de fabricação foi iniciado a partir de uma modelagem no tamanho 01
com as medidas referentes à ficha técnica. Os tecidos foram riscados com giz e
cortados com tesoura. As costuras para confeccionar as roupas foram feitas à
máquina com a linha na cor correspondente aos tecidos. Foram utilizadas as
máquinas overloque (para os acabamentos) e reta para finalizar os modelos, por
conseguinte as casas para os botões são elaboradas. Por fim são costurados os
apliques, que serão artesanalmente confeccionados do próprio tecido e os
acabamentos finais para deixar as peças prontas para serem vendidas ao mercado.
d) Funcionalidade: São descritas as principais funções básicas do manuseio do
produto por parte do usuário, como o colocar, regular e como conservar, cita
Borges (2007). Estas podem ser disponibilizadas ao usuário através de um
manual explicativo. E também funcionamento da operação física de determinada
parte.
159
Para especificar com clareza ao cliente as informações necessárias para se
manusear o produto, o uso de tags e etiquetas são indispensáveis. Os tags vêm de
forma mais simples contendo a logo com um pequeno release da coleção, o preço
estipulado e o tamanho da peça. A etiqueta trás informações de uso, as
composições dos materiais, CNPJ e o tamanho.
13.3.1 Função Ergonômica
Borges (2007) destaca que dentro da funcionalidade são realizados estudos
ergonômicos, estes estão relacionados com o homem e os produtos e/ou
equipamentos que utiliza. São salientados os pontos resolvidos relevantes à
ergonomia, considerando segundo dados pré-determinados, indicando tolerância
e/ou justificando possíveis resultados não ergonômicos.
Com auxílio dos itens: usabilidade, adequação antropométrica e a cognição do
produto desenvolvido buscam-se encontrar a solução do problema do produto,
levando em consideração as dificuldades teóricas ou práticas que representam à
realidade. A pesquisa é o meio de resolvê-lo e decifrá-lo é chegar o mais perto
possível do ideal, dentro da problemática apresentada.
a) Usabilidade: Neste item são observados como foram solucionados os problemas
para facilitação do uso, da manipulação, conservação, cuidado, armazenamento e
transporte. Segundo Borges (2007), ara a facilitação do uso, é levado em
consideração o comportamento do homem durante as atividades para as quais se
destinam os produtos, definindo a solução da problemática de acordo com o que o
indivíduo tem hábito ou função realizar durante a prática de tal atividade.
Para a facilitação do uso foi utilizada uma modelagem ergonomicamente correta em
relação ao público-alvo destinado, que por ser infantil, o conforto das roupas
predomina, pelo fato delas se movimentarem muito, além disso, a etiqueta de
composição ajuda na hora do usuário saber o modo de lavagem, conservação,
cuidado e outros da mesma.
160
b) Adequação antropométrica: Nesta etapa são adequadas as dimensões
corporais do homem à idéia do produto. Visando Borges (2007), incluindo - se tipos
físicos e peso do usuário. São analisados dados através da ergonomia estática. Os
parâmetros devem ser seguidos por uma tabela de medidas base, na qual deva
conter a média das medidas corpóreas dos indivíduos que fazem parte do público-
alvo destinadas ao produto em questão.
Aqui serão inseridas imagens com tamanhos precisos, englobando as aberturas,
cavas, decotes, etc.
e) Adequação cognitiva: Borges (2007) para esta etapa está compreendida a
percepção do funcionamento e utilização do produto com relação ao usuário e a sua
aceitação frente as suas necessidades. A sensação que o produto passa quando
visualizado deve ser exatamente o conceito que possui: conforto, beleza,
contemporaneidade, etc. Outros artifícios também são usados para compreendê-lo
como as cores e formas usadas na logomarca e no design do próprio produto.
Neste caso, os produtos executados transmitem aos olhos de uma criança; cor,
alegria, bem estar e instiga a imaginação acima de tudo. No tato sente-se leveza e
suavidade. As historias escolhidas para tais looks, compreendem um universo de
contos educativos e étnicos.
13.3.2 Função Estética
a) Função estético-formal: Borges (2007) diz que o desenvolvimento dos aspectos
formais e estéticos do projeto é condição fundamental para o designer. O projeto
deve explorar todas as possibilidades formais, buscando referências estéticas para
sua justificativa e fundamentação. Estas podem estar contidas em formas possuindo
linhas orgânicas, geométricas ou mistas. O produto poderá ser descrito formalmente
utilizando referências visuais ou conceitos Gestálticos, por exemplo. Outro aspecto
fundamental de qualquer produto é, sem dúvida nenhuma o conjunto de cores
utilizado. Os efeitos e as influências das cores sobre os seres humanos são muitos e
variados. As cores usadas num determinado produto devem seguir os padrões já
estabelecidos pela identidade visual da marca se houver, e se não existir correlação
entre ambas, uma delas deve ser neutralizada, bem como aparência da superfície,
161
textura e padrão visual. O círculo cromático (estudo da composição das cores) pode
ser utilizado como ferramenta de auxílio para análise da psicodinâmica das cores a
serem trabalhadas num local ou produto.
A preocupação em inserir nas peças cores diversificadas foi de suma importância.
Uma criança aprecia tudo aquilo que se torna chamativo a seu ver. Outro fator
utilizado foi fornecer nome a cada cor com referência ao livro e aos contos, para que
com isso facilite sua projeção em relação às histórias abordadas nos volumes.
13.3.3 Função de marketing
a) Função informacional: Segundo Borges (2007), deve-se oferecer subsídios
suficientes para que o cliente ou usuário possa inteirar-se da maneira correta de
utilizar, manusear e higienizar o produto. Em caso de produtos específicos ou
equipamentos de médio e grande porte, o mesmo pode vir acompanhado de um
manual de instruções. Em caso de produtos de pequeno porte ou baixa
complexidade de usabilidade, tag’s explicativos. Etiquetas internas e externas se
mostram importantes para compreensão do usuário. A composição química dos
produtos deve ser relacionada afim de que o usuário possa perceber a sua
sensibilidade em estar em contato com determinado material, a procedência e
instruções de lavação e/ou conservação do produto ou equipamento também devem
estar contidos no aspecto informacional. Em alguns casos específicos como o de
vestuário, é necessário consultar as regras da ABNT no que diz respeito ao padrão
de tamanhos e símbolos de cuidado para conservação de artigos têxteis e
confeccionados.
• TAG
O tag já se tornou objeto indispensável, está se tornando cada vez mais visível e
com mais valores agregados que sendo bem elaborado ajuda no marketing de
venda e torna a marca ainda mais rica. Os tags permitem que o cliente se lembre da
marca e tenda à fidelização. É preciso identificar as necessidades e gostos do
cliente para que a fidelização se efetive. Isso significa que amostra significativa do
mercado-alvo tem que estar de acordo com o conceito do mesmo.
162
Para acompanhar as peças foram desenvolvidos tags (duplo) na cor da marca, no
formato oval, com abertura para ser amarrado fita de cetim a fim de prendê-lo na
peça. O papel usado para a fabricação do mesmo é em papelão de espessura fina
no tamanho 10x5 cm. Vem acompanhado de outro tag que contem informações de
como cuidar da peça.
Figura 120. TAG
Fonte: Elaborada Pela Autora
• Etiquetas
A etiqueta decora as peças e se torna uma forma de propaganda da marca. Na
coleção Doces Histórias a marca Doce Acerolla dispõe de etiquetas estampadas na
própria peça de roupa, assim não torna-se incomodativo paras as crianças. Será
estampada na cor prata interna nas costas.
Figura 121. Etiqueta Fonte: Elaborada Pela Autora
163
b) Identidade visual: De acordo com Borges (2007) o produto deve oferecer melhor
qualidade e desempenho, de tal modo que atraia e mantenha o interesse tanto do
cliente usuário quanto do cliente comprador. A meta que se deseja atingir é que o
produto seja visto como um produto inovador a partir da segmentação denominada e
determinante.
Como o marketing tem suas origens no fato de que os seres humanos são criaturas
que possuem necessidades e desejos, a escolha do produto é guiada pelo conceito
de valor, custo e satisfação. Para uma estratégia de marketing, fica estabelecida a
intenção de uma organização com seus ambientes internos e externos. A marca é o
símbolo que representa o todo do produto, suas qualidades além de a característica
de criar vínculos com seu público-alvo, atraindo-o e fidelizando-o. Se apresentará
através da imagem corporativa como um todo, produto, serviço, embalagem,
fazendo parte do composto de marketing no qual se fundamenta os 4 p’s (produto,
promoção, preço e ponto de venda), (KOTLER E ARMSTRONG, 2003.)
Os resultados das observações, somados aos elementos obtidos com a pesquisa,
foram registrados em um formulário de observação, onde os dados foram pontuados
através de uma escala semântica. O formulário não contempla todos os itens
constantes no Memorial Descritivo utilizados no detalhamento de produtos, apenas
os que se julgaram necessários para esse produto e essa situação.
• Praça
Os locais de vende dos produtos estendem – se de Itajaí (SC) aos grandes centros,
como Florianópolis, Balneário Camboriú, Joinville, Rio do Sul, invadindo também
partes do estado de São Paulo e Rio de Janeiro.
• Produto
Para melhor estética do produto em relação a sua vende, preocupou – se em criar
sacolas com a identidade da marca. Sacolas com Poá feitas de papelão com alça
164
em cetim no tamanho 30x24 foram escolhidas para ter proporção coerente ao
público e ao produto.
Figura 122. Sacola
Fonte: Elaborada Pela Autora
As caixas internas vão servir para melhor armazenar o produto, sendo envolvida por
papel seda a fim de fornecer melhor conservação e estética. As cores optadas foram
o amarelo liso e as cores da marca. O tamanho escolhido para as caixas foi 30x20
cm, com altura de 8 cm.
Figura 123. Caixa
Fonte: Elaborada Pela Autora
• Propaganda
A propaganda é responsável por toda a parte gráfica que apresenta a marca
e a coleção. A Doce Acerolla optou por cartões de visitas no tamanho 8x4 cm,
feito em papel coche (espessura grossa).
165
Figura 124. Cartão de Visita
Fonte: Elaborada Pela Autora
Outro método de propaganda utilizado será uma festa de lançamento na coleção
2010 que aparecerá em forma de convites distribuídos aos clientes com o intuito de
divulgar as peças e receber de retorno de venda.
Figura 125. Convite de Lançamento
Fonte: Elaborada Pela Autora
Será capa do mês de outubro 2009 da revista VOGUE a marca Doce Acerolla,
demonstrando de forma sutil o público alvo escolhido. Dentro da edição conterão os
melhores looks para serem divulgados, atraindo assim os olhares dos consumidores.
166
Figura 126. Propaganda Revista VOGUE
Fonte: Elaborada Pela Autora
Figura 127. Catálogo
Fonte: Elaborada Pela Autora
O catálogo será entregue para todos os compradores juntamente com o convite de
lançamento onde conterão todos os looks desenvolvidos com release e descrição
dos mesmos.
167
Todas as clientes da marca Doce Acerolla que adquirirem roupas da coleção Doces
Histórias receberão juntamente com sua compra um brinde, que será um móbile de
origami, nele terá o pássaro tsuro que segundo o site yukaorigami (2008), a ave
tsuru simboliza saúde, fortuna, boa sorte e felicidade (além de ser considerada como
ave-símbolo do Origami). A lenda do tsuru diz que quem fizer mil dobraduras desse
pássaro, com o pensamento voltado para aquilo que deseja alcançar, terá bons
resultados. Costuma-se dizer que esta ave é o símbolo da longevidade.
Figura 128. Tsuru Fonte: http://yukaorigami.multiply.com/journal/item/8
• Preço
Devido ao uso de materiais de qualidade, as peças bem estruturadas as formas
infantil, sendo elas do segmento festa, apresentam preços variados de R$ 200,00 à
R$ 300, 00. E já o casual parece no valor coerente produto, que varia de R$ 100,00
à R$ 200,00.
13.4 Desenvolvimento da Marca
O nome doce acerolla surgiu depois de muitas pesquisas. A marca se relaciona
diretamente com o público alvo, que se mostra delicado, frágil e colorido como uma
“ACEROLA” e doce pela maneira cativante de uma criança.
168
Figura 129. Marca Doce Acerolla Fonte: Elaborada Pela Autora
Através desta pesquisa feita com a proposta de se chegar a uma marca, foi de suma
importância a fim de unir o estilo das peças feitas pela marca ao nome da mesma,
possuindo harmonia e compreendendo o público alvo.
13.4.1 Doces Histórias
Para nomear a coleção da marca, e distinguir os segmentos dentro da mesma,
surgiu o nome Doces Histórias a fim de unir o nome da marca Doce Acerolla a as
histórias retiradas dos livros que foram abordados na temática escolhida.
Figura 130. Coleção Doces Histórias Fonte: Elaborada Pela Autora
Conclusivamente, nota – se que sempre deve ter uma ligação coerente entre a
marca com a coleção a ser lançada.
169
14 CONCLUSÃO
Os grandes têm personalidade, mas os pequenos também. Viu – se que os gostos
infantis têm prevalecido na escolha por roupas, brinquedos e afazeres extraclasse.
As mães dão sutis opiniões e assumem o poder da compra, porém são as crianças
que impõem seus estilos e o gosto final. Os tempos mudaram; o modo de fazer
moda para essa faixa etária da menor idade modificou-se.
Os tecidos são adequados para eles, a temática abordada para cada coleção deve
ser coerente e atraente aos olhares, pois são os diferenciais que mais fascinam
principalmente as meninas, que optam por cores femininas e criativas e pelos
apetrechos que compõe o look como um todo.
Através desta profunda pesquisa, pode – se concluir que foi de cabível escolha optar
pelo diferencial da coleção; foram às aplicações que resumiram uma historia de
tema e trouxeram ao mundo real das meninas um universo lúdico e colorido.
O tema minuciosamente desenvolvido, que se inspira no Livro As Histórias
Preferidas das Crianças Japonesas trouxe de forma clara o imaginário e abordou
contos educativos trazendo sempre elementos e personagens que se destacam
como verdadeiros heróis.
Mas antes mesmo de se ter uma inspiração, várias seleções de fragmentos foram de
grande importância. Toda a pesquisa bibliográfica, pesquisas de campo e
ferramentas – técnicas de criatividades auxiliaram para obter – se um contexto com
coerência e profundamente acadêmico.
Constata – se desde então que todo o processo criativo teve participação e
conseqüentemente resultado claro e objetivo. O desenvolvimento das alternativas só
vieram a acrescentar na escolha das peças finais que se tornaram viáveis,
transparecendo meiguice e criatividade, tendo ligação obvia com a marca criada
Doce Acerolla.
170
15 REFERÊNCAS
ANAZ, Sílvio. História da Moda. Disponível em:
<http://pessoas.hsw.uol.com.br/industria-da-moda1.htm>. Acesso em: 01 set. 2008.
BALONÊ Disponível em: <www.modadigital.com.br>. Acesso em: 01 out. 2008.
BALONÊ Disponível em: <www.cleanfashion.com.br>. Acesso em: 01 out. 2008.
BABADO Disponível em: <www.fergolina.files.wordpress.com>. Acesso em: 01 out.
2008.
BAXTER, Mike. Projeto de Produto-guia prático para o design de novos produtos.
São Paulo: Editora Edguard Blucher, 1995.
BORGES, EGÉRIA HÖELLER; UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ. Concepção
da vestimenta profissional com ênfase na estética e ergonomia visando melhorar o
desempenho e a imagem de um Hotel Resort. 2007. [33] f. Dissertação (mestrado) -
Universidade do Vale do Itajaí.
CATELANI, Regina Maria. Moda Ilustrada de A a Z. Sao Paulo: Manole, 2003.
CRIS Barros Mini Disponível em: <www.one.com.br>. Acesso em: 19 ago. 2008.
ELÁSTICO Disponível em: <http://www.mifero.com/produtos.html>. Acesso em: 10
nov. 2008.
Feghali, Marta e Duyer, Daniela. As engrenagens da moda. RJ. Senac. 2001
FIOS Disponível em <http://www.valfios.com/ >. Acesso em: 10 nov. 2008.
FITA de Cetim Disponível em:
171
<http://www.reidoarmarinho.com.br/comocomprar.asp>. Acesso em: 10 nov. 2008.
FORTUNA, Tânia Ramos. Formando professores na universidade para brincar. In:
SANTOS, Santa Marli Pires (org.) A ludicidade como ciência. Petrópolis: Vozes,
2001. p. 115-119.
FORTUNA, Tânia Ramos. O jogo e a educação: uma experiência na formação do
educador. In: SANTOS, Santa Marli Pires (org.). Brinquedoteca: a criança, o adulto e
o lúdico. Petrópolis: Vozes, 2000. P. 73-85.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
HISTÓRIA de Aviamento Disponível em: <http://estilopiti.zip.net/>. Acesso em: 10
nov. 2008.
IMIGRAÇÃO Japonesa: História dos 100 anos. Disponível em:
<www.imigracaojaponesa.com.br>. Acesso em: 18 ago. 2008.
KENZO Takada: coleção inspirada nos 100 anos da imigração japonesa. Disponível
em: <www.imagem.vilamulher.com.br>. Acesso em: 01 out. 2008.
LA e lu Disponível em: <www.laelu.com.br>. Acesso em: 19 ago. 2008.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de A. Fundamentos de Metodologia
Científica. 4ª Ed. São Paulo: Atlas,1993.
Laver, James. A roupa e a moda uma história concisa. SP. Companhia das letras.
2002
LURIE, Alisson. A linguagem das roupas. Rio de Janeiro. Rocco. 1997
MODA japonesa Disponível em: <www.yahoo.com.br/modajaponesa>. Acesso em:
01 out. 2008.
172
Moutinho, Maria Rita. A moda no século XX. RJ. Senac 2000.
Philippe, Aries, História social da criança e da família. Segunda edição. Editora
Guanabara 1975
RONALDO Fraga: coleção inspirada nos 100 anos da imigração japonesa.
Disponível em: <www.mmmoda.com.br>. Acesso em: 01 out. 2008.
SANTOS, FLAVIO ANTHERO DOS; o design como diferencial competitivo /o
processo de design desenvolvido sob o enfoque da qualidade e da gestão
estratégica Flávio Anthero dos Santos. O design como diferencial competitivo: o
processo de design desenvolvido sob o enfoque da qualidade e da gestão
estratégica. 2. ed. Itajaí: Universidade do Vale do Itajaí, 2000. 125 p. ISBN
8586447420
TEMÁTICA: As Histórias Preferidas das Crianças Japonesas. Disponível em:
<http://www.editorajbc.com.br/2006/01/06/as-historias-preferidas-das-criancas-
japonesas-livro-02/>. Acesso em: 18 ago. 2008.
TENDÊNCIAS: babados. Disponível em: <www.ego.globo.com>. Acesso em: 01 out.
2008.
TENDÊNCIAS: babados. Disponível em: <www.g1.globo.com>. Acesso em: 01 out.
2008.
TREPTOW, Dóris, Inventando moda: planejamento de coleção, Publicado por D.
Treptow, 2003.
TENDÊNCIAS: verão 2010. Disponível em: <www.usefashion.co>. Acesso em: 23
set. 2008.
TRIELO Disponível em: <www.trielo.com>. Acesso em: 19 ago. 2008.
173
Veja, edição 2054, Ano 41 n˚ 13. 2 de abril de 2008
VESTUÁRIO Japonês: Kimono. Disponível em: <www.culturajaponesa.com.br>.
Acesso em: 15 ago. 2008.
VYGOTSKY, Lev S. LURIA, A. R., LEONTIEV, A. N.; Linguagem, desenvolvimento
e aprendizagem. 5ª ed. Tradução Maria da Penha Villalobos. São Paulo: Ícone:
Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
174
APÊNDICE
QUETIONÁRIO
A fim de desenvolver uma coleção de Vestuário Infantil Feminino, para o Trabalho
de Graduação Interdisciplinar do curso de Design de Moda da UNIVALI, está sendo
realizado este questionário que contara com seu auxilio para melhor entender as
características do publico alvo e mercado. Muito obrigada pela contribuição.
- Por favor, escreva a idade de sua filha:
--------------------.
1- Quais suas cores preferidas?
a) Claras b) Escuras
c) Estampadas d) Cores alegres/ vibrantes
2- Que lugar vocês (pais e filhos), mas freqüentam juntos?
a) Parques/ Clubes b) Shopping/ Cinema
c) Teatro/Outras apresentações d) Festas/ Festas infantis
3- Qual o tecido que deixa sua filha mais a vontade e que você costuma mais comprar?
a) Jeans/ Sarja
b) Seda/ Malha
c) Cetin
d) Tafetá/ Tricolini
4- Que tipo de fechamento é o mais ideal em sua opinião?
a) Velcro
b) Zíper
c) Botão de pressão
d) Botão
5- Qual o lugar mais apropriado para fechamento?
175
a) Sem aberturas
b) Lateral c) Frente
d) Costas
6- Qual o estilo de sua filha?
a) Rock b) Ripie
c) Chique/ Contemporânea
d) Romântica/ Clássica
7- O que sua filha mais gosta de usar no verão?
a) Blusas/Batas
b) Saias/Calça pescador
c) Macacões / Conjuntos
d) Vestidos
8- Com que freqüência você compra roupas para sua filha?
a) Toda semana b) Quando necessário
c) Todo mês d) A cada seis meses (verão, inverno).
9- Dos itens abaixo escolha os que você mais considera na hora da compra?
a) Preço
b) Durabilidade
c) Conforto
d) Estética
10- Dos aviamentos abaixo, quais você mais gosta que contenha nas roupas para sua
filha?
a) Botão
b) Zíper
c) Botão de pressão
OBRIGADA!