escola estadual de educação profissional - eeep · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1....

84
Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico de Desenho da Construção Civil Linguagem, trabalho e tecnologia

Upload: others

Post on 24-Jul-2020

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual deEducação Profissional - EEEPEnsino Médio Integrado à Educação Profissional

Curso Técnico de Desenho da Construção Civil

Linguagem,trabalho e tecnologia

Page 2: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os
Page 3: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Governador

Vice Governador

Secretária da Educação

Secretário Adjunto

Secretário Executivo

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC

Cid Ferreira Gomes

Domingos Gomes de Aguiar Filho

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Maurício Holanda Maia

Antônio Idilvan de Lima Alencar

Cristiane Carvalho Holanda

Andréa Araújo Rocha

Page 4: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os
Page 5: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 1

SUMÁRIO

1.0. INTRODUÇÃO 02

1.1. A LÍNGUA 02

2.0. TEXTO, TEXTUALIDADE 02

2.1. TEXTO 03

2.2. TIPOS DE TEXTOS 03

2.3. OS GÊNEROS DE TEXTOS 03

3.0. COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL 06

3.1. COESÃO TEXTUAL 08

3.2. COERÊNCIA TEXTUAL 09

4.0. COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL E OS PARÁGRAFOS 10

5.0. VARIEDADE DA LÍNGUA 13

6.0. ENUNCIADO, DISCURSO E INTENÇÃO 17

7.0. ESTUDO DA LÍNGUA FORMAL CULTA 18

7.1. CAMPOS SEMÂNTICO E LEXICAL 18

8.0. PRÁTICA DA NORMA CULTA – LÍNGUA PADRÃO 23

9.0. ORIENTAÇÕES ORTOGRÁFICAS 23

10.0. NOTAÇÕES LÉXICAS 26

11.0. EMPREGO DOS PORQUÊS 28

12.0. CONCORDÂNCIA VERBAL 33

12.1. CONCORDÂNCIA DO VERBO COM O SUJEITO SIMPLES 33

12.2. CONCORDÂNCIA DO VERBO COM O SUJEITO COMPOSTO 35

12.3. CASOS ESPECIAIS 35

13.0. REFLEXÕES SOBRE A LÍNGUA 39

14.0. CONCEITOS DE LÍNGUA E FALA 40

14.1. LINGUAGEM CULTA – LIGUAGEM INFORMAL 40

14.2. CONCEITO E FUNÇÃO DE UMA LÍNGUA 40

14.3. LÍNGUA ÁGRAFA – NOÇÃO DE ERRO 41

14.4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONCEITO DE LÍNGUA 41

14.5. CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO 41

15.0. A COMPREENSÃO LEITORA E O ENEM 44

16.0. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA 53

16.1. VARIAÇÃO DIALETAL 54

16.2. VARIAÇÃO DE REGISTRO 57

17.0. LÍNGUA FALADA 59

18.0. LÍNGUA ESCRITA 59

19.0. FUNÇÕES DA LINGUAGEM 61

20.0. REPETIÇÃO 67

20.1. PRÁTICA TEXTUAL: COMO EVITAR A REPETIÇÃO 67

21.0. REFERÊNCIAS 76

Page 6: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 2

1.0. INTRODUÇÃO

1.1. A LÍNGUA

Na origem de toda a humanidade comunicativa do ser humano está a linguagem, que é a

capacidade de se comunicar por meio de um código. O mais utilizado desses códigos comunicativos

é a língua. Língua é “um conjunto de sons e ruídos, combinados, com os quais um ser humano, o

falante, transmite a outro ou outros seres humanos, o ouvinte ou ouvintes, o que está na sua mente”.

A Língua é, portanto, um sistema de signos convencionais usados pelos membros de uma mesma

comunidade. Em outras palavras: um grupo social convenciona e utiliza um junto organizado de

elementos representativos – os signos linguísticos.

Ao empregar os signos que formam a nossa língua, você deve obedecer a certas regras de

organização que a própria língua lhe oferece. Assim, por exemplo, é perfeitamente possível antepor-

se ao signo árvore o signo uma, formando a sequência uma árvore. Já a sequência um árvore

contraria uma regra de organização da língua portuguesa, o que faz com o que a rejeitamos.

Perceba, pois, que os signos que constituem a língua obedecem a padrões determinados de

organização. O conhecimento de uma língua engloba não apenas a identificação de seus signos, mas

também o uso adequado de suas regras combinatórias.

Como a língua é um patrimônio social, tanto os signos como as formas de combiná-los são

conhecidos e atacados pelos membros da comunidade que a emprega. Pode-se dizer, por isso, que a

língua é um verdadeiro “contrato” que os indivíduos de um grupo social estabelecem. Aceitos os

termos desse contrato, a comunicação está garantida.

2.0. TEXTO, TEXTUALIDADE

O texto tem organização e estrutura próprias que definem o seu sentido - e é o sentido do texto

que estabelece a comunicação entre dois sujeitos: destinador e destinatário. Portanto, o texto é um

todo com significado e com o objetivo de comunicação.

Page 7: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 3

2.1. TEXTO

Existem várias definições para texto. É fundamental saber que um texto é uma ocorrência

linguística dotada de certa formalidade, o que lhe dá sentido e lhe permite exercer a sua função

sociocomunicativa. Os estudos mais comprometidos com o texto fazem parte da Linguística

Textual. Esse ramo da ciência linguística pode levar o estudo para além da frase e até além do

próprio texto.

Um texto tem que ter uma estrutura tal que, ao longo do seu percurso, a relação entre seus

elementos sejam mantidas. Estas são as relações de coesão e coerência, sem as quais o texto perde o

seu sentido ou se torna monótono. Conforme a função à qual se destina, o texto fica enquadrado

num certo tipo de gênero.

2.2. TIPOS DE TEXTOS

O tipo de texto é determinado pelo modo de se estabelecer a interação entre texto e leitor.

Isso significa que o tipo é caracterizado pela natureza linguística de sua construção teórica, ou seja,

por seus tempos verbais, aspectos lexicais e sintáticos, relações entre seus elementos. A

classificação do tipo de texto dá-se pela predominância de sequências textuais. Os principais tipos

textuais são:

Descritivos, dissertativo, narrativo, argumentativo, expositivo, injuntivo.

2.3. OS GÊNEROS DE TEXTOS

Se o tipo é organizado pelos seus elementos formais, o gênero é caracterizado pelo seu

estilo, pela sua função sociocomunicativa, ou seja, para o fim a que se destina. Surgem, pois, vários

gêneros (orais e/ou escritos):

bula de remédios, bilhete, narrativas, artigos de opinião, crônicas, romances, receitas,

classificados, reportagens jornalísticas, carta pessoal, carta comercial, catálogos, lista

telefônica, telefonema, email, cardápio, chat, manual de instruções, resenha, outdoor, plano de

aula, aula virtual, resumo, charge, boletim de ocorrência, edital de concurso, relatório, piada,

Page 8: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 4

conversação comum, conferência, sermão, romance, biografia, horóscopo, reunião, etc.

Tipos e gêneros podem conviver num mesmo texto. Assim sendo, um texto, por exemplo, do

gênero carta, pode ser do tipo narrativo, argumentativo, etc. Um romance pode trazer trechos

descritivos, embora seja predominantemente narrativo. Em uma bula de remédio, estão presentes

três tipos: descritivo, dissertativo e injuntivo. Na fábula, o narrativo e argumentativo. Concluímos

que, um mesmo tipo de texto pode ocorrer em vários gêneros.

(Fonte: LPeU – Língua Portuguesa em Uso. Texto: tipos e gêneros)

EXERCÍCIOS

Leia os textos apresentados abaixo. Depois, responda às questões propostas.

Receita de acordar palavras

palavras são como estrelas facas ou flores elas têm raízes pétalas espinhos são lisas ásperas leves ou densas para acordá-las basta um sopro em sua alma e como pássaros vão encontrar seu caminho.

(Roseana Murray. Receitas de olhar. São Paulo:

FTD, 1997. P.10)

Numa língua existe, pois, ao lado da força

centrífuga da inovação, a força centrípeta da conservação

(Celso Cunha)

É a fala que faz evoluir a língua (Ferdinand de Saussure)

A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda.

(Luís Fernando Veríssimo)

TEXTO 1 TEXTO 2

As palavras, afinal, vivem na boca do povo.

E são faladíssimas. (Luís Fernando Veríssimo)

TEXTO 3

TEXTO 5

TEXTO 4

Page 9: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 5

Veja – Na sua atividade de poeta, tradutor e ensaísta, o senhor não se sente como defensor de uma língua ameaçada de extinção, o português? José Paulo Paes – O tradutor luta pela afirmação da sua língua. Na conversação e na escrita, tem havido uma corrupção séria, uma aviltamento do idioma português. Quando se fala em computadores, em tecnologia, é natural que ocorra preponderância do inglês, e isso não me preocupa. Mas o descaso com relação a nossa própria língua, sim. Para mim, a identidade nacional é fundamentalmente a língua. Aviltar uma é aviltar a outra. Veja – Como isso acontece? Tome-se uma conversa entre adolescentes. É entrecortada, cheia de exclamações. Não há fluência de expressão, e eles parecem não Ter capacidade de expressar um pensamento completo. Esses jovens não trocam experiências, apenas reafirmam comportamentos e atitudes que já são conhecidos por todo o grupo. É a uniformização da sociedade de consumo, que dispensa a troca de experiências e também torna dispensável a língua. Tal situação se agrava porque o ensino é ruim e eles não leem.

(Veja, 03/ 04/ 96)

TEXTO 6

CARNE MOÍDA DIFERENTE Ingredientes:

500g de carne moída; Tomates, cebola, alho, temperos a gosto para refogar; 1 lata de creme de leite; 1 lata de milho verde; 300g de muçarela*.

Modo de fazer:

Refogue a carne com os temperos até que fique bem sequinha. Reserve em um refratário. No liquidificador coloque o milho e o creme. Bata.

Derrame sobre a carne moída reservada e depois coloque as fatias de mussarela por cima e leve ao forno até que o queijo derreta. O tempo previsto de preparo é de 30 minutos.

Aproveite para fazer este prato tão saboroso sempre que estiver atarefada, você não irá se arrepender.

(Fonte: http://www.mundodastribos.com/receita-rapida-carne-moida-diferente.html)

(*Palavra aportuguesa do termo italiano mozzarella, encontrada nos dicionários Aurélio, Houaiss, Aulete e VOLP)

TEXTO 7

Page 10: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 6

1) Os textos apresentados possuem características diferentes. Os textos 4 e 5 abordam tema sobre a

língua qual a finalidade dos autores quando produziram tais textos?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________

2) Os textos 1 e 2 apresentam uma linguagem suave, denotando musicalidade e ritmo ao texto.

Qual o gênero desses textos?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

3) Indique o texto cujo objetivo principal é:

a) Indicar passos a seguir para obter um resultado.

____________________________________________________________________

b) Argumentar para persuadir o interlocutor sobre ponto de vista.

___________________________________________________________________

c) Apresentar as respostas aos questionamentos feitos ao autor do texto sobre um assunto.

___________________________________________________________________

4) Indique o gênero textual utilizado para a produção dos textos que:

a) Indicam passos a seguir para obter um resultado.

_____________________________________________________________________

b) Argumentam para persuadir o interlocutor sobre ponto de vista.

___________________________________________________________________

c) Apresentam as respostas aos questionamentos feitos ao autor do texto sobre um assunto.

____________________________________________________________________

3.0. COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

Contextualizar elementos de coesão e coerência textuais no processo da escrita constitui uma

prática didática de intenção qualitativa. Portanto, esse reforço deve ser trabalhado com

discernimento e dedicação, pois desconhecê-lo significará pôr em risco toda a técnica apontada.

Page 11: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 7

3.1. COESÃO TEXTUAL

Já se mostrou que a coesão é responsável por grande parte da textualidade. Esse recurso textual

denota o estágio superior da linguagem quando recupera, como referência, palavras e informações

já empregadas, e isso é que torna possível a compreensão das mensagens. Contudo, não se devem

repetir as mesmas palavras e informações, como no parágrafo abaixo:

Sem que as repetições fossem feitas, a mensagem não seria compreendida. Porém, tal como

se mostram, esses recursos são primários, e poderão até ser justificados na linguagem oral, mesmo

que cansem os receptores instruídos; o recurso coesivo repara tais limitações, conforme mostrado na

reescrita a seguir:

“A China é mesmo um país fascinante, onde tudo é dimensionado em termos gigantescos.

Ela possui uma civilização milenar e abriga a terceira maior extensão territorial do Planeta.”

A palavra China continua aparecendo três vezes no texto, só que explicitada uma única vez

como referência, e as repetições estão contidas, porém escondidas, em Ela, no início do segundo

período e em abriga, na segunda oração do segundo período. Esse tipo de recurso que recupera

palavras e informações já tratadas é denominado de coesão anafórica ou regressiva.

Constituem recursos de coesão regressiva:

Os sinônimos;

Os pronomes sujeitos, oblíquos, relativos e demonstrativos;

As preposições e as conjunções;

As elipses;

A pontuação.

No caso da coesão catafórica ou progressiva (para frente), os elos de coesão – conectores –

possuem função dupla: evitam repetição de palavras e informações idênticas, ao mesmo tempo em

“A China é um país fascinante um país em que tudo é dimensionado em termos gigantescos. A China possui uma civilização milenar e a China possui a terceira maior

extensão territorial do Planeta”.

Page 12: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 8

que fazem o texto progredir e isso é feito acrescentando, exemplificando, comparando, opondo,

dando continuidade, apontando a causa da consequência ou vice-versa, condicionando ou

concluindo, além de recorrer às construções paralelas. Mostra-se o uso desses recursos de transição

no exemplo a seguir:

Constituem recursos de coesão progressiva:

O uso do mesmo sujeito;

Os pronomes oblíquos e indefinidos;

Os advérbios, algumas preposições e as conjunções;

Os advérbios, algumas preposições e as conjunções;

O emprego de estruturas frasais paralelas;

A seleção vocabular de campo lexical convergente.

3.1. COERÊNCIA TEXTUAL

A estrutura do parágrafo permite a fácil percepção das incoerências nele existentes. Estas podem

ocorrer em dois aspectos: no campo gramatical e no do pensamento lógico.

No campo gramatical

a) Pontuação inadequada como em:

Se uma pessoa quer subir na vida, tem de trabalhar com afinco. O governador do Estado

que não era omisso as providências para resolver a questão. (Veja a ambiguidade: quem não

era omisso? O governador ou o Estado? O governador, pois não? A incoerência será eliminada

se a oração adjetiva explicativa for colocada entre vírgulas).

b) A frase fragmentada como em:

“Os jornais noticiaram o fato como suicídio. Contudo, existem fortes razões para desconfiar de que aquilo fora assassinato. Sabe-se, por exemplo, que a vítima sempre detestou aramas de fogo. Além disso, nada havia em sua vida particular ou econômica a justificar o gesto. É evidente, por outro lado, o morto possuir vários inimigos e agenciar diversos investidores. Em suma, tudo aponta para um homicídio”

Page 13: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 9

Nenhum trabalhador poderá produzir bem. Quando não está satisfeito com as condições

que lhe são oferecidas.

c) A frase siamesa como em:

O ser humano progride constantemente tem de se esforçar para isso.

d) O erro do paralelismo como em:

Em público, a pessoa demonstra insociabilidade, ser irritável, desconfiança e não ter

segurança.

e) O erro do falso paralelismo como em:

Trata-se da origem da imprensa e como ela progrediu nos últimos quatrocentos anos.

No campo do pensamento lógico:

a) Ambiguidade com a posição do adjunto adverbial como em:

Pessoas que trabalham muito frequentemente ficam doentes.

b) Erro de silogismo como em:

Como o céu está cheio de nuvens negras, portanto fará um dia lindo.

c) Erro de argumento como em:

Certas plantas dormem porque têm dificuldade dormitiva...

O argumento é insuficiente para defender a declaração existente na primeira oração.

d) Erro de emprego inadequado das palavras como em:

A primeira obrigação do professor de Português é dominar a gramática totalmente,

tem que saber a gramática totalitária. (Fonte: A descoberta da palavra. Alvisto Skeff

Sobrinho)

Page 14: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 10

EXERCÍCIOS

1. Faça a correção e a reescrita dos seguintes parágrafos em seu caderno.

a) Não se concebe que a inventividade dos responsáveis pela criação das máquinas,

equipamentos e processos produtivos, que tornam mais fácil e confortável o viver de cada

um, não seja incapaz de criar também os meios necessários para eliminar seus

inconvenientes, pois a ciência e a tecnologia hoje alcançaram níveis inimagináveis, não

encontram mais barreiras para tornar realidade o que o homem sonha, o que está faltando é

respeito à vida, é a visão do outro e de seus direitos.

b) O tabagismo tanto pelos riscos que representa para a saúde da população como pela

complexidade dos fatores que o determinam não pode ser encarado com gestos apenas bem-

intencionados, só será eficazmente combatido na medida em que o juizado de menores, as

instituições médicas e pedagógicas os meios de divulgação conjugarem esforços numa

ampla campanha destinada não apenas só a divulgar os males que origina, mas o ataque às

causas que o determinam.

c) Enquanto a percepção sensorial se fizer no homem normalmente, através da porta comum

dos cinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá sentir senão um gato; e é falsa a

interpretação que do bichano fizer um totó, um escaravelho ou um amontoado de cubos

transparentes.

d) Faça a correção e a reescrita dos seguintes parágrafos, em seu caderno, para que se tornem

coesos e coerentes, evitando as repetições.

TEXTO 1

Foi aí que eu não aguentei mais e saí daquele lugar, correndo sem destino, em busca de algo

que não sabia bem o que era. Quando abri os olhos, meio tonta e violenta, vi que estava em uma

sessão de hipnose para poder lembrar o que tinha acontecido na nave dos extraterrestres uma

semana atrás. Analisei que não fora um sonho, o que vira era real. A partir daquele dia, assumi uma

personalidade introvertida e misteriosa.

Page 15: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 11

TEXTO 2

A realidade é que o Estado quer legalizar uma coisa que já vem sendo feita nas

penitenciárias, só que de maneira surda, escondida dos nossos olhos para que nós não tenhamos

conhecimento da verdade.

TEXTO 3

É preciso lembrar que essa união deixa as pessoas mais solidárias umas com as outras.

Desse modo, evita-se que elas vivam tão isoladas nesse mundo onde o individualismo e o egoísmo

são fatores que predominam sobre o coletivismo.

4.0. COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL E OS PARÁGRAFOS

Uma série de palavras, dispostas organizadamente, encerrando uma unidade comunicativa e

correspondendo a uma ideia completa é chamada de FRASE. Na escrita, a FRASE inicia-se com

letra maiúscula e termina com um ponto, qualquer que seja ele, dependendo da necessidade

afirmativa, exclamativa ou interrogativa determinada pelo autor.

A FRASE poderá ser organizada com ausência ou presença de verbos. Neste último caso,

passa também a ser chamada de PERÍODO, com uma ou mais ORAÇÕES.

Algumas vezes, uma única FRASE – ou um único PERÍODO – não é suficiente para

apresentar uma ideia completa, visto a ideia principal necessitar de outras complementares na

constituição de um todo maior, formando uma única unidade comunicacional.

Para que a FRASE seja chamada de TEXTO, além de representar uma ideia completa, deve

também constituir uma unidade comunicativa, devido possuir COESÃO e COERÊNCIA entre as

partes que a compõem.

Alguns textos, quando apresentam várias ideias comunicativas, organizam-se em forma de

PARÁGRAFOS. Os parágrafos podem ser formados por uma ou várias FRASES, POR UM OU

VÁRIOS PERÍODOS, mas sempre dispostos na escrita por trechos com entradas e mudanças de

linha.

Tomemos como exemplo um conto, tipo de texto narrativo. Como podemos determinar a

Page 16: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 12

organização de PARÁGRAFOS nos contos? Além de serem organizados por apresentaram unidades

comunicacionais, eles podem ser organizados segundo o espaço ou o tempo trabalhado no enredo.

Veja o exemplo a seguir:

Muitas vezes, pode-se recorrer à organização mista dos PARÁGRAFOS, tanto por espaço

quanto por tempo, desde que eles sejam construídos de forma a facilitar a organização das ideias, a

preservar a criatividade e o estilo, facilitando a compreensão do leitor.

Importa, antes de tudo, que os parágrafos estejam dispostos com COESÃO e COERÊNCIA,

sejam bem escritos quanto aos aspectos vocabulares e gramaticais e passem emoção, além de maior

número de informações aos leitores.

EXERCÍCIOS

JOGO EM GRUPO

Quando solicitado pelo professor, você irá se juntar a quatro de seus colegas e formar uma

equipe. Os cinco membros do grupo, depois de sentados em círculos, elegerão o redator da equipe,

que será encarregado de passar a limpo os textos produzidos por você e por seus colegas do time.

TEXTO 1 – Parágrafo organizado segundo mudança de espaço.

Depois da discussão, recolhi-me a meu quarto. Ali fiquei, horas a fio, repassando o que

me disseram: a pouca idade, o perigo do passeio e a inexistência de companhia responsável.

Responsável, o que seria? Fiquei ali, deitado, remoendo as ideias e conversando com o

travesseiro. Um argumento surgiu-me. Teria de apresenta-lo a meus pais.

Levantei-me, desci à sala, onde meus pais assistiam a televisão. Quando me viram com

os olhos vermelhos, mas o rosto tranquilo, deram-me atenção e eu pude apresentar meu

argumento.

TEXTO 2 – Parágrafo organizado segundo mudança de tempo.

Embarquei no ônibus, pois convencera meus pais sobre a ida ao passeio. Escolhi o lugar,

do lado da janela, para melhor aproveitar a paisagem. De lá, dei adeus para papai e mamãe,

afinal uma semana distante iria resultar em saudade e choro, meus e dos meus pais. Todos

estavam acomodados e o veículo deu partida.

Vinte minutos depois, já deixava a cidade para trás, então comecei a falar com o meu

vizinho de banco. Era um garoto gordo, de nome Alex e que morava bem perto de minha casa.

Engraçado, nunca nos víramos antes. Assim mesmo, logo fizemos amizade.

Page 17: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 13

O jogo consistirá na organização dos parágrafos dos dois textos a seguir, um narrativo e

outro argumentativo-dissertativo. Não se esqueça de considerar as formas de organização através de

parágrafos. Ganhará o jogo o time que, no tempo indicado pelo professor, apresentar a tarefa

solicitada.

5.0. VARIEDADE DA LÍNGUA

Em um país grande como o Brasil, encontramos pessoas de todos os tipos e origens, que

possuem maneiras de falar próprias de sua região, alterações da língua portuguesa, mas quem

mantém a organização e o sentido da mesma língua. A essas variações que uma língua apresenta em

TEXTO 1

Era o dia da festa cívica organizada pelo grêmio da Escola. Cada aluno convidou os pais, e

aquela sala imensa estava repleta, num burburinho de vozes excitadas, na expectativa de apresentar e de

assistir aos números. Com certo atraso, o diretor subiu ao palco, com um ar contrariado que foi dando

lugar ao de contentamento por, finalmente, iniciar a apresentação. Para ele, a semana que antecederá à

festa fora muito tensa, cheia de problemas e de soluções, mas aí estava o resultado. Relaxou no instante

em que suspirou profundamente e pegou no microfone. Falou para a plateia sobre a importância do

evento, disse o trabalho que dera atender às solicitações dos alunos e professores... Finalizou, externando

seu contentamento e anunciando o primeiro número, a apresentação do coral das sextas séries. A

professora Betina entrou no palco com os alunos, todos se encaminhando para os locais ensaiados, por

ordem de entrada e de tamanhos. Todos pigarreavam, como se estivessem afinando as vozes. Iniciaram a

canção, a princípio um pouco baixo, depois numa altura correta de segurança ganha. Quando terminaram

a apresentação do primeiro número, foram aplaudidos. A professora curvou-se em agradecimento. Os

alunos repetiram o movimento. Todos não, menos o Filipe. Ele ficou ali, parado um tempão, perdido,

mesmo quando os outros deixaram o palco. Estava dormindo em pé, de olhos abertos, e foi preciso o

diretor acordá-lo. Ele começou a cantar sozinho, sem se dar conta do que fazia. Foi uma risada geral...

TEXTO 2

Como dirimir o trabalho infanto-juvenil no Brasil

O Brasil encontra-se no século XXI, com mais da metade da população localizada abaixo da linha de

pobreza. Em consequência a tal fato, crianças e adolescentes entram prematuramente no mercado de

trabalho para complementarem a renda familiar. A constituição brasileira determina claramente que é

inconstitucional o trabalho infantil de menores de dezesseis anos de idade. Mas não serão somente

palavras que irão salvar as crianças de levarem uma vida severa no labor das casas de farinha, nas

lavouras, no corte de cana. Muitas são expostas ao manejo de ferramentas cortantes e a longas jornadas

de trabalho que as tiram toda a força, deixando-as sem tempo para estudar. A inserção prematura de

crianças e adolescentes no mercado de trabalho violenta suas possibilidades de desenvolvimento. Uma

vez que seja esse desenvolvimento impróprio, isso lhes prejudicará a saúde e a formação física e mental.

É importante assegurar aos menores o direito à liberdade e o respeito aos seus direitos. Assim, o trabalho

infanto-juvenil deve ser combatido, pois com o tempo, haverá um imenso contingente de adultos sem

uma formação profissional qualificada. E isso acarretará um montante de trabalhadores desempregados

futuramente. É preciso prevenir esse problema com a criação de programas que combatam mais

severamente esse mal que assola nossos jovens e crianças.

Page 18: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 14

razão das condições sociais, culturais e regionais nas quais a língua portuguesa é utilizada,

chamamos de variedades linguísticas.

Cada maneira de falar de cada região ou gripo de falantes são eficazes desde que atendam à

compreensão de seu interlocutor. Se houve comunicação, então, a língua foi utilizada eficazmente.

Mas há uma que tem maior prestígio diante dos falantes da língua, que é utilizada em livros,

documentos, revistas, jornais; falada ou escrita por pessoas que tiveram acesso aos estudos. Essa

variedade chama-se LÍNGUA PADRÃO ou norma culta. A escola propõe-se a ensinar esta

variedade a todas as crianças e jovens, tornando-os bons usuários da língua.

Tornar-se um usuário competente da língua materna significa falar adequadamente, de

acordo com a situação em que está inserido. Devemos ter o domínio tanto da norma padrão, como

também devemos ter o conhecimento de normas NÃO-PADRÃO, ou seja, de outras variedades da

língua, para falar com pessoas de qualquer lugar do país.

Em determinados contextos, devemos usar a fala; em outros, a escrita. Em outros, devemos

ser mais formais na fala; em outros, menos formais. É a situação discursiva em que o usuário da

língua está que irá dizer a variedade linguística ideal para o momento. Por isso, um conselho:

aprenda a observar a língua e seus usuários, pois “quem não se comunica se trumbica”.

EXERCÍCIOS

TEXTO 1

O visitante vai passando pelo corredor do hospital, quando vê o amigo saindo disparado,

cheio de tubos, da sala de cirurgia:

- Aonde é que você vai, rapaz?!

- Tá louco, bicho, vou cair fora!

- Mas, qual é, rapaz?! Uma simples operação de apendicite! Você tira isso de letra.

Acesso à língua padrão: questão de cidadania!

Você já percebeu como algumas pessoas simples, sem instrução e sem facilidade para se

expressar ficam tímidas diante de outras pessoas que falam com clareza e fluência?

Ter acesso à língua padrão e saber se expressar por meio dela não é privilégio de poucos. Ao

contrário, é um direito de todo cidadão. Apropriando-nos da língua padrão, colocamo-nos em pé de

igualdade linguística com todas as outras pessoas e, assim, fica mais fácil termos nossa voz ouvida e

nossos direitos respeitados.

Page 19: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 15

E o paciente:

- Era o que a enfermeira estava dizendo lá dentro: “Uma operaçãozinha de nada, rapaz!

Coragem! Você tira isso de letra! Vai fundo, homem!”

- Então, por que você está fugindo?

- Porque ela estava dizendo isso era pro médico que ia me operar!

(Ziraldo. As melhores anedotas do mundo. Rio de Janeiro: Globo, 1988. p. 62.)

1) A anedota é um gênero narrativo em que alguém conta um episódio engraçado. Apresenta,

geralmente, os elementos essenciais de uma narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar.

Identifique, na anedota em estudo:

a) O fato principal;

__________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

b) As personagens envolvidas;

_________________________________________________________________________

c) O tempo;

_________________________________________________________________________

d) O lugar.

_________________________________________________________________________

2) O narrador da anedota faz uma contextualização do fato e coloca em evidência a fala das

personagens, reproduzida quase sempre com fidelidade.

a) Que tempo verbal predomina na anedota?

_________________________________________________________________________

b) Levante hipóteses: que efeito tem o emprego desse tempo verbal e do diálogo na anedota?

__________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

3) Observe que a anedota se encaminha para um final inesperado: a inexperiência médica.

a) Há, antes do final da anedota, alguma pista que prepara o desfecho?

Page 20: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 16

__________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

b) Se houvesse algum tipo de antecipação do desfecho, a anedota seria engraçada? Justifique.

__________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

4) A anedota é, originalmente, um tipo de texto oral, que passa de uma geração a outra por meio da

fala. Quando transcrita, isto é, reproduzida em livros e revistas, ele resulta em um texto que

conserva marcas da oralidade. Na transcrição dessa anedota, que marcas da oralidade foram

conservadas?

_____________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

01. O texto de Jô Soares retrata vários diálogos, isto é, uma situação em que uma pessoa faz uma

pergunta e a outra responde.

Page 21: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 17

a) Por que o título é “Perguntas idiotas”?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

b) Que variedade está sendo empregada nos diálogos do texto acima?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

6.0. ENUNCIADO, DISCURSO E INTENÇÃO

02. Releia a conversa entre o ascensorista e o hóspede. Considere a situação: são duas pessoas que

não se conhecem, num hotel; o elevador está parado no térreo.

a) Por que você acha que o ascensorista perguntou “Sobe?” ao hóspede?

b) Que outra pergunta o ascensorista poderia fazer ao hóspede naquela situação?

03. Observe agora a conversa entre a namorada e o namorado. Ela, surpresa com o presente, faz

uma pergunta óbvia (“São flores?”), mas sua finalidade certamente era outra.

a) Que outra frase poderia expressar o que ela sentiu e desejou comunicar naquele momento?

b) Depois de receber a resposta do namorado, o que você acha que ela diria na seqüência?

________________________________________________________________________

Leia as situações abaixo para responder à questão 04.

Uma senhora grávida está andando na rua e dá mostras de que não se sente bem, parecendo

que vai desmaiar. Um homem que a observava se aproxima e diz: “Está tudo bem, senhora?”

Page 22: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 18

A mesma senhora grávida acabou de jantar em um bom restaurante. O garçom, ao trazer a

conta, gentilmente pergunta a ela: “Está tudo bem, senhora?”

II – Intencionalidade Discursiva

04. Qual é a intencionalidade implícita na pergunta do homem e do garçom, ou seja, o que eles

realmente pretendem saber?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

7.0. ESTUDO DA LÍNGUA FORMAL CULTA

7.1. CAMPOS SEMÂNTICO E LEXICAL

As palavras existentes em determinada língua constituem o seu léxico. Ninguém as

consegue empregar todas, e mesmo os chamados “intelectuais” ou “operários das palavras” as

utilizam segundo o universo vocabular (repertório) de que dispõem recolhidos ao longo da vida nas

fricções das conversas e nas leituras.

Como o léxico português é formado por cerca de 300.000 palavras, e um intelectual usa

universo vocabular médio de até 5.000, ele tem consciência de que precisa recorrer ao léxico, sob a

forma de dicionário, se deseja escrever em razoável nível de linguagem culta e formal.

“Mas, afinal, o que é Língua Padrão?

(...)

Mesmo que nunca tenhamos pensado objetivamente a respeito, nós sabemos (ou procuramos

saber o tempo todo) o que é e o que não é permitido... Nós costumamos “medir nossas palavras”,

entre outras razões porque o ouvinte vai julgar não somente o que se diz, mas também quem diz. E

a linguagem é altamente reveladora: ela não transmite só informações neutras; revela também nossa

classe social, e região de onde viemos, o nosso ponto de vista, a nossa escolaridade, a nossa

Léxico é o nome que é dado ao conjunto de vocábulos de certo idioma. O léxico português tem origem latina, criado pela formação vernácula e importado de idiomas estrangeiros.

Algumas das estruturas que deram origem ao vocábulo português são: elementos não Greco- latinos, termos técnicos greco-latino, empréstimo grego, latim vulgar e o latim clássico.

(Fonte: http://www.colegioweb.com.br/portugues/o-lexico-portugues.html)

Page 23: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 19

intenção... Nesse sentido, a linguagem também é um índice de poder.

Assim, na rede das linguagens de uma dada sociedade, a língua padrão ocupa um espaço

privilegiado: ela é o conjunto de formas consideradas como o modo correto, socialmente aceitável,

de falar ou escrever.” (Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza)

(...)

O hábito de consulta aos dicionários, o bom nível de leitura e a conversa participativa

constituem práticas úteis ao desenvolvimento e da imaginação. Como consequência, consegue-se

obter maior capacidade de percepção, de entendimento, de discernimento, de expressão do mundo

interior, de julgamento, de aprendizagem e de comunicação, além de correção formal, porque foi

possível aprender a empregar as palavras com significado correto.

Após dez anos de escolaridade, qualquer jovem possui latentemente um universo vocabular

razoável, pois desfruta da competência comunicativa. O desafio a enfrentar, propõe-lhe a ampliação

desse universo e os procedimentos para consegui-lo, além da consciência para atingi-lo

emergencialmente, motivá-lo-á se pretende o sucesso.

Nessa direção, há uma série de informações a conhecer e procedimentos para transforma-las

em prática necessária à melhoria do vocabulário e à ampliação do universo vocabular (repertório),

entre as quais se destacam a sinonímia e as noções de campo semântico e campo lexical.

A sinônima estuda o levantamento de palavras cujos significados estejam próximos aos de

outras, com finalidade de evitar a monotonia da repetição de palavras em um texto. Tal ocorrência,

além de demonstrar pobreza linguística por parte do redator, constitui estilística e erro de coesão

textual.

Os linguistas afirmam inexistirem sinônimos perfeitos, explicando que os significados de

algumas palavras convergem contextualmente para os de outras, entretanto, sem identificação

completa.

Pesquisando em um dicionário de sinônimos sobre palavras substitutivas para o vocábulo

morrer, encontrar-se-ão os verbos falecer, expirar e extinguir. Isolados, esses termos indicariam

possível perfeição sinonímica, mas, como as palavras não são empregadas fora de um contexto, o

Page 24: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 20

uso contextual encarregar-se-á de demonstrar o contrário:

EX: O homem... morreu / faleceu / expirou / extinguiu (relação-valor não aceita).

A chama da vela... extinguiu-se / morreu / faleceu / expirou (relações-valores não

aceitas).

A flor do vaso... morreu / faleceu / expirou / extinguiu (relações-valores não aceitas).

Em caso de substituição imperativa, além de consulta ao Dicionário de Sinônimos ou de

evocação à memória, o redator poderá proceder à análise de possíveis gradações dos novos

vocábulos, podendo, ainda, recorrer aos pronomes, às elipses e às expressões.

Persistem inúmeras controvérsias teóricas e aplicadas a propósito das ideias que encerram os

elementos campo semântico e campo lexical. Às vezes, os dois elementos são confundidos nos

procedimentos (...).

Francis Vanoye, em Usos da Linguagem, define campo semântico como “o conjunto de

significações assumidas por uma palavra num certo enunciado”, como acontece com o vocábulo

bruto em “Encontrei um diamante bruto.” – “O homem bruto agrediu o menino.” E “Meu salário

bruto soma dois mil reais.”

Quando as palavras convergem para a mesma ideia ou noção, isto é, nomeiam componentes

de um mesmo contexto, diz-se que elas participam de idêntico campo lexical ou da mesma série

lexical. Assim, os vocábulos noiva, noivo, aliança, livro, juiz, padre, pastor, igreja, cartório,

padrinho, madrinha, banho, convite, recepção, amor, convivência, pajem, dama, música e

contentamento participam do mesmo campo lexical ou da mesma série lexical da palavra

casamento.

EXERCÍCIOS

1) Faça, em seu caderno, a reescrita dos parágrafos abaixo.

a. Não se concebe que a inventividade dos responsáveis pela criação das máquinas,

equipamentos e processos produtivos, que tornam mais fácil e confortável o viver de cada um, não

Page 25: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 21

seja incapaz de criar também os meios necessários para eliminar seus inconvenientes, pois a ciência

e a tecnologia hoje alcançaram níveis inimagináveis, não encontram mais barreiras para tornar

realidade o que o homem sonha, o que está faltando é respeito à vida, é a visão do outro e de seus

direitos.

b. O tabagismo tanto pelos riscos que representa para a saúde da população como pela

complexidade dos fatores que o determinam não pode ser encarado com gestos apenas bem-

intencionados, só será eficazmente combatido na medida em que o juizado de menores, as

instituições médicas e pedagógicas os meios de divulgação conjugarem esforços numa ampla

campanha destinada não apenas Sá a divulgar os males que origina, mas o ataque às causas que o

determinam.

c. Enquanto a percepção sensorial se fizer no homem normalmente, através da porta comum

dos cinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá sentir senão um gato; e é falsa a

interpretação que do bichano fizer um totó, um escaravelho ou um amontoado de cubos

transparentes.

2) Traduza o parágrafo, reescrevendo-o em norma culta.

“Leia um pouco, rapaz. Abra de vez em quando um livro de contos do velho Machado. Não dá

pé? A praia não deixa? E você cochila na primeira página? T ente outra vez. Insista. Se por acaso

sua cuca estiver fundindo, se você estiver na fossa, devido a um grilo fortuito, acabará encontrando

lenitivo ao descobrir nos escritos do velho a magia de certas palavras exprimindo coisas sutis,

inclusive a razão do seu grilo.” (fragmento de crônica de Carlos Drummond de Andrade.)

3) Reescreva o parágrafo em norma culta

“E capotou. Quer dizer, a frente do carro dele pegou no primeiro carro; e o segundo, ele ficou

debruçadinho assim, saca? Que gracinha! Ai, né, chegaram: Ô num sei que, num sei lá, que que

houve? Viraram o carro, né? Cê tá legal aí? Ô tudo bem, tudo bem. Que cara! Puta, que barbeiro,

né? E ele num tem carta. Aí desviaram o carro. Ligou o carro, o carro vruuuuuuuuuuummmm,

pegou, e ele, tchibuuuuuuuuuuummmmmm, queimou o chão, pôs o pé no mundo, né? E foi embora,

Page 26: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 22

sumiu, né?” (fragmento transcrito por Dino Preti.)

4) Reescreva o parágrafo utilizando um repertório vocabular adequado a uma criança de dez

anos.

“Para realizar o trabalho a que se propunham, os ”filhos de Adão” contavam com um importante

instrumento, a língua comum, o código unificador. Graças a tal fato, podiam projetar, pela

linguagem, o que viria a ser a torre. É importante notar que antes de existir como dado físico, a torre

já estava definida como linguagem: o projeto de fazê-la chegar ao céu é anterior à própria realização

do objetivo.” (fragmento de texto de Adilson Citelli.)

5) Retire do retângulo as palavras aglutinando as que fazem parte do mesmo campo semântico

dos termos indicados.

a. POBRE

__________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

b. GORDO

__________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

c. SÓ

__________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

d. ÓDIO

__________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

e. SUJO

__________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

imenso – rancor – torpe - desprotegido – cevado – abandonado – obeso – encorpado – aversão – repugnância – solitário – ira – miserável – nutrido – impuro – sórdido – ermo – asqueroso – imundo –

sozinho – mendigo – repulsão – pedinte – indigente – carente.

Page 27: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 23

8.0. PRÁTICA DA NORMA CULTA – LÍNGUA PADRÃO

Para que serve a ortografia?

A Língua é um instrumento vivo e dinâmico de comunicação e interação social. Modifica-se,

pelo uso, de acordo com a evolução histórica e com o local em que é falada. Assim, a cada dia,

novos vocábulos aparecem, outros têm sentido alterado, enquanto outros caem no esquecimento.

Se a língua é tão variável em seus aspectos lexical (vocabulário), fonético e sintático, o

mesmo não ocorre com a ortografia.

Presas às origens etimológicas das palavras, as normas ortográficas servem para sistematizar e

uniformizar a escrita, a fim de que ela se preserve e, com isso, consigamos ler textos escritos em

outros países que falam a mesma língua ou textos escritos há séculos.

9.0. ORIENTAÇÕES ORTOGRÁFICAS

Abaixo, apresentamos alguns problemas que podem surgir no momento de escrever.

Uso das letras k,w,e y.

A letra K emprega-se em abreviaturas e símbolos:

K= potássio; Kr= criptônio; Kg= quilograma; Km=quilômetro.

É também usada em palavras estrangeiras em sua forma original: Kaiser; smoking.

E em nomes próprios estrangeiros e seus derivados: Kant; Shakespear; kantismo.

Shakespeareanano.

A letra W pode ser substituído por u ou v, conforme seu valor fonético: sanduíche –

sandwíche.

Usa-se também em nomes próprios e seus derivados: Wagner; wagneriano; Darwin;

darwinismo.

É também usado em símbolos e abreviaturas: W=oeste ou watt; ws= watt-segundo.

Page 28: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 24

A letra Y, que é substituído pelo i, é empregada em abreviaturas e símbolos: yd= jarda; Y=

ítrio.

E o Y é usado também em derivados portugueses de palavras estrangeiras: byroniano;

taylorista.

Uso do H

Sem valor fonético algum, a letra H é empregada no início de palavras: humano;

hidrogênio; hoje; homem.

No interior de palavras como parte de dígrafos: chave; malha; pinheiro.

No final de algumas interjeições: Ah!; Argh!

Uso do S

O S aparece em palavras derivadas de uma primitiva em que já existe o S:

pesquisa=pesquisador

Casa= casinha

Camisa= camisinha

Nos sufixos –ês, -esa, na indicação de nacionalidade, título, origem: português, portuguesa;

irlandês, irlandesa; marquês, marquesa.

No sufixo –isa, na indicação de ocupação feminina: poetisa, pitonisa, papisa.

Na conjugação dos verbos pôr e querer e derivados: pus, pusera, pusesse, puséssemos; quis,

quisera, quisesse, quiséssemos.

Nos sufixos –ense, -oso, -osa, na formação de adjetivos: paranaense, carinhoso,

espalhafatoso, estudiosa, dengosa.

Uso do Z

O uso do z é empregado nas palavras que derivam de outra em que já existe z: rapaz:

rapazinho, rapaziada

Raiz: enraizar Baliza: abalizado, balizador

Page 29: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 25

O z também aparece nas terminações –ez, -za, formadoras de substantivos abstratos

derivados de adjetivos: inválido- invalidez rígido- rigidez nobre- nobreza.

E nas terminações –izar (formador de verbos) e –izacão (formador de

substantivos):humano- humanizar- humanizado.

Global- globalizar- globalização

Emprego das palavras g e j

O g é usado nas palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio e terminadas em –

gem: adágio, colégio, litígio, relógio, refúgio, ferrugem, massagem selvagem.

E o g também é usado nas palavras derivadas de outras que já contenham g: faringite

(faringe), ferrugento (ferrugem).

O j é usado nas palavras de origem tupi (indígena) e africana: biju, canjica, jabuticaba,

jacaré, pajé.

Nos verbos terminados em –jar ou –jear: viajar, arranjar, sujar, gorjear.

E também em palavras derivadas de outras já grafadas com j: lisonja- lisonjeiro varejista-

varejo lajeado- laje.

Emprego das letras e, i.

A letra e pode ser confundida, na língua oral, com a letra i, portanto siga as seguintes

orientações:

Use a letra e em palavras com os prefixos ante- e anti-.: anteontem, antebraço, antever,

antecâmara. (ante- significa “antes”).

Algumas formas dos verbos com infinitivos terminados em –oar e –uar também usa o e:

abençoe (abençoar), perdoe (perdoar), efetue (efetuar).

A vogal i é usada em palavras com o prefixo anti-: antiacadêmico, antialcoólico,

anticoncepcional. (anti- significa “contra”).

Em algumas formas dos verbos com infinitivos terminados em –air, -oer, -uir: cai (cair), sai

(sair), mói (moer), possui (possuir).

Page 30: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 26

Emprego das letras o e u

Geralmente, na língua oral, a letra o confunde-se com a letra u. Porém, na escrita, deve-se

ter o cuidado de não confundi-las, pois podem produzir significados diferentes.

Escrevem-se com a letra o: abolir, boteco, comprido, cobrir, engolir, focinho, mágoa,

polenta, moleque, nódoa, lombriga, sotaque, zoeira.

Escrevem-se com a letra u: acudir, bueiro, bulir, escapulir, curtume, cuspir, jabuti,

jabuticaba, tabuleiro, usufruto.

Uso de c, s , ss, sc, xc

Nos vocábulos de origem árabe, tupi e africana usam-se: açaí. Caçula, criciúma, paçoca,

Juçara, Ceci, cacimba.

Nos substantivos e adjetivos derivados de verbos terminados em –nder e –ndir, usa-se s:

pretender - pretensão; suspender - suspensão; fundir - fusão.

Nos substantivos derivados dos verbos terminados em –edr, -dir, -tir e –mir, usa-se ss, ous,

depois de n e r: ceder-cessão; interceder – intercessão; agredir – agressão; compreender -

compreensão.

Por razões etimológicas, usam-se sc e xc entre vogais: ascender, crescer, efervescente,

discernir, exceto, excesso, exceder, excitar.

10.0. NOTAÇÕES LÉXICAS

Para representar fonemas muitas vezes há necessidade de recorrer a sinais gráficos

denominados notações léxicas. As principais são:

» Acento agudo (´) - indica som aberto das vogais ou destaca a sílaba tônica da palavra:

vovó.

» Acento circunflexo (^)- indica som fechado ou destaca a sílaba tônica entre as vogais a,

e, o: trânsito, você.

Page 31: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 27

» Acento grave (`)- indica a fusão de dois as (a+a) denominada crase: vou a a feira= vou à

feira.

» Til (~)- indica a nasalização de vogais (a e o): irmã, irmão.

» Cedilha (Ç)- é usada na letra c antes de a, o, u, para indicar o

fonema : cabeça, paçoca.

» Apóstrofo (´)- indic

» Hífen (-) - é usado na ligação de palavras compostas: pão-de-ló. Na união do pronome ao

verbo: amo-te. Na separação de sílabas: vo-vó. Na separação de sílaba em final de linha.

Analogia de forma e significado

Entenda o que são: parônimos, homônimos, sinônimos e antônimos.

» Parônimos são vocábulos que tem grafia e pronúncia parecidas e significados diferentes:

Cavaleiro- que cavalga cavalheiro- homem cortês

Imergir- mergulhar emergir- vir à tona

Mandado- particípio de mandar mandato- procuração

» Homônimos são vocábulos com a mesma pronúncia mas com grafias e significados

diferentes:

Cela- cubículo sela- arreio

Ascender- subir acender- atear fogo

» Sinônimos são vocábulos semelhantes na significação, mas diferentes na forma:

Belo, lindo, bonito, formoso.

Afastado, distante, longe, apartado, remoto, longínquo.

» Antônimos são vocábulos diferentes na forma e opostos na significação:

Page 32: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 28

Bom/mau dia/noite amigo/inimigo alegre/triste

11.0. EMPREGO DOS PORQUÊS

A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome

interrogativo (que). Equivale a "por qual razão", "por qual motivo":

Exemplos:

Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa.

Por que você comprou este casaco?

Há casos em que por que representa a sequência preposição + pronome relativo,

equivalendo a "pelo qual" (ou alguma de suas flexões (pela qual, pelos quais, pelas quais).

Exemplos:

Estes são os direitos por que estamos lutando.

O túnel por que passamos existe há muitos anos.

Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação,

de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser grafada por quê, pois, devido à

posição na frase, o monossílabo "que" passa a ser tônico.

Exemplos:

Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?

Será deselegante se você perguntar novamente por quê!

A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como. Costuma ser

utilizado em respostas, para explicação ou causa.

POR QUE

POR QUÊ

PORQUE

Page 33: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 29

Exemplos: Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.

Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?

A forma porquê representa um substantivo. Significa "causa", "razão", "motivo" e normalmente

surge acompanhada de palavra determinante (artigo, por exemplo).

Exemplos:

Não consigo entender o porquê de sua ausência.

Existem muitos porquês para justificar esta atitude.

Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê.

Veja abaixo o quadro-resumo:

Forma Emprego Exemplos

Por que Em frases interrogativas (diretas e

indiretas)

Em substituição à expressão "pelo

qual" (e suas variações)

Por que ele chorou? (interrogativa direta)

Digam-me por que ele chorou.

(interrogativa indireta)

Os bairros por que passamos eram sujos.

(por que = pelos quais)

Por quê No final de frases Eles estão revoltados por quê?

Ele não veio não sei por quê.

Porque Em frases afirmativas e em

respostas

Não fui à festa porque choveu.

Porquê Como substantivo Todos sabem o porquê de seu medo.

(Fonte: http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/jaquelinesilva/gramatica001.asp)

EXERCÍCIOS

1) Explique a diferença de sentido entre:

a) Descrição e discrição

b) Emergir e imergir

c) Eminente iminente

d) Descriminação e discriminação

PORQUÊ

Page 34: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 30

e) Comprimento e cumprimento

f) Soar e suar

2) Substitua as estrelas por s ou z:

a) O sucesso foi tão grande que ele bi ou todas as canções.

b) Era um menino muito ajui ado.

c) Quando ele tra presentes, todos correm atrá .

d) Furou o pneu tra eiro.

e) Ele foi muito corte com as moças.

f) A aride do clima era vi ível nas plantas esqueléticas e nas fendas do solo.

g) A seleção france a jogou o melhor futebol da Copa.

h) O menino de ajeitado pi ou nas mudas do cafe al.

3) Substitua as estrelas por g ou j:

a) O estran eiro não foi entil ao chamá-lo de cafa este e de eca.

b) Ho e comeremos erimum, iló, berin ela e ema de ovo de galinha. Dessa forma,

acabaremos com o e um imposto pelo mon e.

c) Apesar de bom motorista ao mudar o tra eto, Ricardo bateu o ipe na sar eta.

d) O esuíta teve um esto digno.

e) O eito é evitar o uso constante de íria ao fazer redações.

f) A ti ela, onde estava o elo, caiu.

g) Apesar de pobre, ele nunca perdeu a ma estade.

4) Forme substantivos femininos a partir das palavras abaixo, empregando convenientemente s ou

z:

a) Limo, defender, barão, surdo, freguês.

5) Forme verbos a partir de:

a) Análise, síntese, paralisia, civil, liso.

6) Preencha os espaços com as palavras grafadas corretamente.

“A ... de uma guerra nuclear provoca uma grande ... na humanidade e deixa ... quanto ao

Futuro.”

a) Espectativa – tensão – exitante. b) Espetativa – tenção – hesitante.

Page 35: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 31

c) Expectativa – tensão – hesitante.

d) Expectativa tenção – hezitante.

e) Espectativa – tenção – exitante.

7) No texto abaixo, algumas palavras estão sem cedilha, til, acento agudo, acento circunflexo.

Coloque estes sinais onde estiver faltando.

A gente vinha de maos dadas, sem pressa de nada pela rua. Totoca vinha me ensinando a vida. E

eu estava contente porque meu irmao mais velho estava me dando a mao e ensinando as coisas fora

de casa. Porque em casa eu aprendia descobrindo sozinho e fazendo sozinho, fazia errado e fazendo

errado acabava sempre tomando umas palmadas. Ate bem pouco tempo ninguem me batia. Mas

depois descobriam as coisas e viviam dizendo que eu era o cao, que eu era o capeta, gato ruco de

mau pelo. Nao queria saber disso. Se nao estivesse na rua eu comecaria a cantar. Cantar era bonito.

Totoca sabia fazer outra coisa alem de cantar, assobiar. Mas eu, por mais que o imitasse, nao sabia

nada. Ele me animou dizendo que era assim mesmo, que eu ainda nao tinha boca de soprador. Mas

como eu nao podia cantar por fora, fui cantando por dentro. Aquilo era esquisito, mas se tornava

muito gostoso. E eu estava me lembrando de uma musica que mamae cantava quando eu era bem

pequenininho. Ela ficava no tanque, com um pano amarrado na cabeca para tapar o sol. Tinha um

avental amarrado na barriga e ficava horas e horas, metendo a mao na agua, fazendo sabao virar

espuma. Depois torcia a roupa e ia ate a corda. Prendia tudo na corda e suspendia o bambu. Ela

fazia igualzinho com todas as roupas. Estava lavando a roupa da casa do Dr. Faulhaber para ajudar

nas despesas da casa. Mamae era alta, magra, mas muito bonita.

8) Escolha dez palavras que você reescreveu corretamente com o sinal gráfico e relacione à regra

de uso desse sinal, justificando a sua correção. Responda em seu caderno.

9) Escolhendo entre as letras indicadas entre os parênteses, reescreva o texto a seguir, em seu

caderno, de forma que a grafia das palavras fique correta.

HORA DE DORMIR

- Por que não posso ficar vendo televi__ão (s, z)?

- Porque você tem de dormir.

- Por qu__ (e, ê)?

- Porque está na hora, ora essa.

Page 36: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 32

- Hora essa?

- Alé__ (n, m) do mais, isso não é programa para menino.

- Por quê?

(...)

- Não comece com coisa não, que eu perco a pa__iência (s, c, ss, ç).

- Pode perder.

- Deixe de ser ma__criado (l, u).

- Você mesmo que me criou.

- O quê? Isso é maneira de falar com seu pai?

- Falo como qui__er (s, z) , pronto.

- Não fique responde__do (n, m) não: cale essa boca.

- Não calo. A boca é minha.

- Olha que eu ponho de castigo.

- Pode pôr.

(...)

- Atrevido, ma___criado (l, u). Eu com sua idade já sabia obedecer. Quando é que eu teria cora__em

(g, j) de responder a meu pai como você fa__ (s, z). Ele me de___ia (sc, ss, sç, c, ç) o bra__o (sc, ss,

sç, c, ç), não tinha conversa. Eu porque sou muito mole, você fica abu__ando (s, z)... Quando ele

falava “está na hora de dormir”, estava na hora de dormir.

- Naquele tempo não tinha televisão.

- Mas tinha outras coisas.

- Que outras coi__as (s, z)?

- Ora, deixe de conversa. Vamos desligar esse negócio. Pronto, acabou-se. Agora é tratar de dormir.

- ___ato (ch, x).

- Como? Repete, para você ver o que acontece.

- ___ato (ch, x).

- Tome para você aprender. E amanhã fica de castigo, está ouvindo? Para aprender a ter respeito a

seu pai.

(...)

- Então você não tem pena de seu pai? Vamos! Tome a bem__ão (sc, ss, sç, c, ç) e vá dormir.

- Papai.

- Que é?

- Me descu__pe (l, u).

Page 37: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 33

- Está descu__pado (l, u). Deus o aben__oe (sc, ss, sç, c, ç). Agora vai.

- Por que não posso ficar vendo televisão? Fernando Sabino

12.0. CONCORDÂNCIA VERBAL

Para que serve a concordância?

Tanto a concordância verbal quanto a nominal estão relacionadas com os princípios lógicos

da língua. Assim, concordar adequadamente é o mesmo que ter domínio dos mecanismos básicos de

funcionamento da língua, defendidos pelo padrão culto.

Se não observarmos esses mecanismos durante a interlocução, ainda assim é possível haver

comunicação. Porém, dependendo de quem é nosso interlocutor, da expectativa que ele tem em

relação a nós ou da impressão que desejamos passar a ele, o desvio das normas do padrão culto

pode frustrar a finalidade da comunicação.

Em certas situações formais de interação verbal – por exemplo, numa entrevista para

conseguir um emprego, no preenchimento de uma ficha, numa carta ou num artigo enviados a um

jornal, numa palestra, etc. -, o desvio reiterado das regras de concordância pode causar a impressão

de baixo nível cultural, pouca leitura, desleixo em relação à língua e até ser fonte de preconceito.

Conhecer as regras de concordância do padrão culto serve,entre outros fins, como meio de

adequação e interação social.

12.1. CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra Geral

O verbo concorda com o sujeito a que se refere em número e pessoa. Veja:

Vocês acham / que as pesquisas de opinião são de segurança?

1ª oração 2ª oração

Esse é o princípio básico da língua em relação à concordância verbal. Há, entretanto, casos

que, do ponto de vista da norma culta, merecem ser comentados.

Concordância do verbo com o sujeito simples

Page 38: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 34

1. Quando o sujeito for um substantivo coletivo, o verbo ficará no singular. Mas quando o

sujeito for um coletivo acompanhado de adjunto ou distante do verbo, admite-se verbo no

plural.

A torcida invadiu o campo e agrediu o juiz.

O grupo de estudantes gritavam (gritava) palavras de ordem.

O elenco se reuniu e, depois de quinze minutos de muita discussão, resolveram (ou

resolveu) continuar o espetáculo.

2. quando o sujeito for representado por nomes próprios de lugar ou títulos de obra, o verbo

ficará no plural se o nome estiver precedido de artigo no plural.

Os Estados Unidos estão concedendo ajuda financeira aos países assolados pela seca.

3. Quando o sujeito for um pronome de tratamento, o verbo ficará na 3ª pessoa.

Vossa Senhoria está melhor?

4. Quando o sujeito for um pronome interrogativo ou indefinido singular seguido das

expressões de nós, de vós, dentre vós, dentre nós, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular. Se

o pronome estiver no plural, o verbo ficará na 3ª pessoa do plural ou concordará com o

pronome pessoal da expressão.

Qual de nós apitará o jogo amanhã?

Quais de nós sabem (ou sabemos) da verdade?

5. Quando o sujeito for uma expressão partitiva (parte de, um porção de, etc.) seguida ou não

de um substantivo no plural, o verbo ficará no singular ou no plural.

A maioria dos funcionários preferiu (ou preferiram) férias coletivas.

6. Quando o sujeito contiver uma expressão que denota quantidade aproximada ( cerca de,

perto de, etc.), o verbo concordará com o numeral que o acompanha.

Page 39: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 35

Cerca de dez mil pessoas assistiram ao campeonato mundial de futebol.

12.2. CONCORDÂNCIA DO VERBO COM O SUJEITO COMPOSTO

7. se o sujeito composto estiver posposto ao verbo, este concordará com o núcleo mais

próximo ou com todos, ficando no plural.

Foi ao cinema a mãe, os filhos, e a filha.

Foram ao cinema a mãe, os filhos e a filha.

8. Se o sujeito composto for constituído por pessoas gramaticais diferentes, o verbo ficará no

plural. Havendo 1ª pessoa (eu, nós), ela prevalece sobre todas as outras; havendo a 2ª pessoa

(tu, vós) e 3ª pessoa (ele, eles), o verbo pode ficar na 2ª ou na 3ª pessoa.

Eu, tu e ele ficaremos juntos no grupo de teatro.

Tu e ele sois amigos?

Tu e ela são amigos?

9. Se os elementos do sujeito estiverem unidos por ou, o verbo ficará no singular ou no plural,

de acordo com o valor semântico da conjunção. Se exprimir:

Exclusão, o verbo ficará no singular:

João ou Pedro dirigirá o carro agora.

Adição, o verbo ficará no plural:

Cinema ou teatro agradam-me.

Retificação, o verbo concordará com o elemento mais próximo:

O pai ou os pais dela virão falar com você hoje à tarde.

12.3. CASOS ESPECIAIS

10. Quando indicar hora e distância, o verbo ser concorda com o predicativo. Nesse caso, ele é

impessoal, ou seja, não apresenta sujeito.

Page 40: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 36

É uma hora.

São três horas

Daqui até a feira, são dois quilômetros.

11. Os verbos haver, fazer, estar, ir, quando indicam tempo.

Há meses não a vejo.

Faz dois anos que não tiro férias.

Está frio hoje.

Vai em dois ou mais anos que eles se separaram.

12. Os verbos impessoais, por não apresentarem sujeito, ficam na 3ª pessoa do singular (exceto

o verbo ser).

Relampejou a noite toda.

Já houve duas discussões sérias entre nós.

EXERCÍCIOS

1. Complete o seguinte período: “ __________ apenas dois meses que ela ficara viúva e mais de

uma proposta de casamento ___________, mas ____________ haver sérios motivos para ela

recusá-las.”

a) Faziam – apareceram – deviam

b) Faziam – apareceu – devia

c) Fazia – apareceram – devia

d) Fazia – apareceu - deviam

e) Fazia – apareceu – devia

2. Entre as frases a seguir, há duas nas quais a concordância do verbo ser está em desacordo com a

norma culta. Identifique-as e reescreva-as, adequando-as ao padrão culto da língua.

a) Esqueça, pai, isso já são coisas do passado.

b) Em minha classe, o líder é eu.

c) Quem são vocês?

d) Hoje é 28 de outubro.

e) Os Lusíadas, de Luís de Camões, é a obra-prima da literatura portuguesa.

3. Leia as frases a seguir e indique aquelas em que a concordância verbal não segue os padrões da

norma culta. Em seguida, faça alterações para adequá-las a esse padrão.

Page 41: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 37

a) Uma porção de presos fugiu da penitenciária estadual ontem.

b) Esses quinze por cento de comissão já me satisfazem.

c) Muitos de nós reclamou do mau atendimento daquele restaurante.

d) Nenhum de nós teremos a coragem de lhe contar a verdade.

e) Cerca de dez aviões se aproximaram do aeroporto de Cumbica neste momento.

4. Circule as opções corretas indicadas entre parênteses que completam as frases a seguir:

a) Com essas medidas, acredito que não mais problemas de ordem econômica aqui em

casa. (haverá/ haverão)

b) Já três dias que ele não aparece por aqui. (faz/ fazem)

c) Penso que existir outros meios para que você possa atingir seu objetivo. (deve/

devem)

d) muito tempo, ali alguns fatos estranhos. (Há/A – aconteceu/aconteceram)

PRÁTICAS DE LEITURA

EXERCÍCIOS

Todo texto manifesta um opinião

O jornalismo dos anos 90 no Brasil responde a duas direções fundamentais.

De um lado, o jornalismo que resiste às exigências do mercado: a prática do jornal vem

marcada pela presença do autor da reportagem, da crônica, do ensaio; pelos voos ousados no campo

da interpretação, da sensibilidade, da poesia; pelo investimento em grandes trabalhos de

investigação que incidem sobre a esfera social, política e moral; pela denúncia que não busca a

sensação barata, a venda fácil e certa da miséria humana; enfim, um jornalismo marcado pelo

exercício diário da ética e da inteligência, em que o leitor é convocado a participar ativamente dos

problemas.

De outro, o jornalismo que responde à tendência do mercado: tal jornalismo consagra os

manuais de redação e estilo na produção do jornal, os quais ambicionam apagar a presença do autor

e buscam, ao máximo, a prática da assim chamada escrita “objetiva”, supostamente destituída de

opinião e recheada de dados estatísticos, mapas e tabelas cuja função é “facilitar a leitura” e dar

Page 42: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 38

sustentação aos dados reunidos no texto.

Claro que tudo isso é um grande engano. Não há e nunca houve, de fato, nenhum jornalismo

“objetivo” e “sem opinião”: todo texto – jornalístico ou não – manifesta um opinião. Até mesmo a

demonstração de uma fórmula por dois expositores. Os caminhos escolhidos para chegar ao mesmo

ponto revelam a diferença de estilo, revelam o autor.

(Adaptado de ARBEX JR., Quem escreve com as mãos?

Caros Amigos, São Paulo, n.25, abr 1999. p. 8-9. Apud:

vestibular da UFMG.)

1) No primeiro parágrafo do texto, o autor afirma que durante os anos 90, o jornalismo brasileiro

esteve diante de dois caminhos distintos. Identifique esses dois caminhos e, com suas palavras,

defina a principal característica de cada um.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

2) Qual é a tese defendida pelo autor?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

3) O fragmento apresentado é composto por quatro parágrafos.

a) Que expressões marcam a oposição entre as duas direções comentadas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

4) Em relação às duas direções fundamentais mencionados no primeiro parágrafo:

a) Com qual se alinha o autor?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Page 43: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 39

b) Justifique sua resposta a partir da seleção vocabular e dos recursos gráficos presentes nos

parágrafos 2 e 3.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

13.0. REFLEXÕES SOBRE A LÍNGUA

Se só minoria fala bem, é porque a maioria come mal.

“(...) uma coisa é uma língua ágrafa, uma língua sem escrita (há cerca de 10500 delas no mundo),

sem escolas, sem professores e sem alunos, e outra coisa é uma língua gráfica, como o português,

que tem mais de 400 mil palavras e é utilizada por mais de 150 milhões de pessoas”.

“Nas línguas ágrafas, com cerca de 3 mil palavras, não há erros de gramática ou de

linguagem. Alguns povos ainda as utilizam. Por que nas nossas sociedades gráficas, com escrita,

existe o erro de gramática? Porque estas sociedades acumulam o presente com o passado, de tal

maneira que o uso vivo da língua, o grupo em que a pessoa se insere, não bastam para que ela tenha

um conhecimento da totalidade da língua que lhe está sendo transmitida. Então se institucionalizam

as redes de escolas, de professores e de alunos, para que essa língua possa continuar a ter suas

funções fundamentais, que são as de fornecer as chaves do saber, as chaves do poder, mas que

exigem um tempo muito grande de investimento no indivíduo. Numa língua gráfica, como o

português, o que se aprende não é o número de palavras que a língua armazena e sim a capacidade

de lidar com elas, utilizando dicionários, enciclopédias e tantas outras obras. Línguas dessa natureza

são o que é falado e o que é escrito, acumulados.”

Houaiss entende que no Brasil – “862º lugar em qualidade de ensino, com um dos mias

indecentes sistemas de ensinos do mundo contemporâneo” – não se pode culpar a criança de chegar

Estudar Gramática é realmente importante? Ela não é apenas um amontoado de regras

aborrecidas que só perturbam nossa espontaneidade quando falamos e escrevemos? Para que

nossa discussão sobre o assunto torne-se mais profunda, leia atentamente o texto abaixo, trechos

de um depoimento dado pelo professor e filólogo Antônio Houaiss, membro da Academia

Brasileira de Letras, à revista Sala de Aula.

Page 44: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 40

aos 11 anos falando um português abaixo da crítica.

“Enquanto na França ou na Inglaterra, a criança, a partir dos 5 anos, fica seis a dez horas por

dia na escola, e nela permanece durante doze anos de sua vida, a realidade brasileira é bem outra. A

língua é um vetor de todo o aprendizado. Quando você aprende Matemática, Física ou Botânica,

você está aprendendo a língua. Então, quando você tem uma escola com oito, dez horas de duração,

você está na prática aprendendo alguma coisa, mais a língua. Acontece que no Brasil não existe o

ensino de base e o problema, é claro, vai desembocar no ensino secundário.

“Não nego que no Brasil existam pessoas que falem o português correto, mas são uma

minoria. E isto é culpa de nossa sociedade, onde 75% da população vivem à beira ou mergulhados

na miséria. Numa sociedade como a nossa, existem, além das classes propriamente ditas, várias

culturas. Na cultura ágrafa do Brasil, nenhum brasileiro tem deixado de falar a nossa língua. Sem

aprender a ler, sem aprender a escrever, aprende a língua de sua contigüidade. Essa língua ela fala

com perfeição. Então os erros que a gente pensa que ele está cometendo não são erros. São erros do

nosso ponto de vista, porque nós, não dando a ele a formação que ele deveria ter, queríamos que ele

tivesse a nossa formação.”(REVISTA SALA DE AULA. Nº15, out. 1989, ano 2. p.15.)

14.0. CONCEITOS DE LÍNGUA E FALA

1) No início do 2º parágrafo do texto, Antonio Houaiss afirma que nas línguas ágrafas não há erros

de gramática nem de linguagem. Isso se refere ao fato de uma língua só ter o aspecto “fala”?

Justifique sua resposta. (5 escores)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

14.1. LINGUAGEM CULTA – LIGUAGEM INFORMAL

2) Segundo o autor, por que existe o erro de gramática? (4 escores)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

14.2. CONCEITO E FUNÇÃO DE UMA LÍNGUA

3) Ainda relacionado ao texto, qual a função de uma língua? (4 escores)

Page 45: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 41

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

14.3. LÍNGUA ÁGRAFA – NOÇÃO DE ERRO

4) No texto, no início, o autor passa a ideia de que língua ágrafa é a que não tem escrita; no final,

ele escreve:

“Na cultura ágrafa do Brasil, nenhum brasileiro tem deixado de falar a nossa língua. Sem

aprender a ler, sem aprender a escrever, aprende a língua de sua contiguidade. Essa língua ele fala à

perfeição. Então, os erros que a gente pensa que está cometendo não são erros.”

Pergunta-se:

a) Em que consiste a cultura ágrafa do Brasil?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

b) Por que se afirma não ser erro os que pensamos cometer?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

14.4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONCEITO DE LÍNGUA

5) Segundo as informações lidas no texto e usando as informações do seu repertório, responda:

a) O tupi-guarani é uma língua ágrafa? Justifique a sua resposta.

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

b) O dialeto usado pelas comunidades carentes, cheios de erros, segundo afirmam, é ágrafo?

Justifique a sua resposta.

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

14.5. CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO

Page 46: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 42

1) Como você sabe, os provérbios condensam ensinamentos ou lições de vida característicos da

sabedoria popular de uma cultura através de uma linguagem predominantemente conotativa.

Leia os provérbios e explique o significado de cada um deles.

a) Falar é prata, calar é ouro.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

b) Filho de peixe, peixinho é.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

c) Quem espera sempre alcança.

_____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Leia o anúncio que segue e responda às seguintes questões.

Page 47: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 43

2) O anúncio explora a ambiguidade (duplo sentido) e o trocadilho (jogo de palavras) como meio

de atrair a atenção do consumidor.

a) Qual o sentido da palavra bocas em suas duas ocorrências: “quatro bocas” e “seis (bocas)”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

b) Observe, na parte inferior do anúncio, os tipos de arroz oferecidos. Relacione essa variedade

com o enunciado principal do anúncio. Que novo sentido ganha a expressão “e um marido

com seis”?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

3) No dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, há três verbetes para a palavra boca, o primeiro

deles com muitos sentidos. Veja:

Levando em conta essas informações, responda: as duas ocorrências da palavra bocas, no

anúncio, constituem um caso de polissemia? Explique.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

4) O anúncio foi publicado numa revista de circulação nacional, de público predominantemente

feminino. Lembrando que, hoje em dia, bem mais do que no passado, muitos são os casais que

dividem as tarefas domésticas, responda:

a) A quem se dirige o anúncio: aos homens ou às mulheres? Justifique sua resposta com

elementos do texto.

_____________________________________________________________________________

boca1: S.f. 1. Cavidade na parte inferior da face (...); 2. A parte exterior desta cavidade, constituída de pelos lábios (...); 8. Abertura no tampo do fogão (...) boca2: S.f. Brás. Gír. F. red. De boca-de-fumo. (...) boca3: S. 2 g. Brás. 1. Indivíduo dos bocas, tribo indígena do PA. (...)

Page 48: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 44

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

b) Portanto, na opinião do anunciante, as conquistas sociais da mulher retiraram-na da cozinha

ou não? Por quê?

_____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

5) Como você sabe, as palavras pequeno e grande são antônimas. Observe o emprego dessas

palavras neste enunciado:

Um elefante pequeno é um animal grande.

Essa frase é possível do ponto de vista lógico? Se sim, que sentido(s) ela pode ter?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

15.0. A COMPREENSÃO LEITORA E O ENEM

DE OLHO NO ENEM

1. O poema abaixo pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu título significa

“epitalâmio”, poema ou canto em homenagem aos que se casam.

EPITHALAMIUM – II

he = ele S =

serpens

& = e h =

homo

She = ela e =

eva

Page 49: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Desenho da Construção Civil – Linguagem, Trabalho e Tecnologia 45

(Pedro Xisto)

Considerando que símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações objetivas, ao

serem incorporados no poema “Epithalamium - II”,

Page 50: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

(A) adquirem novo potencial de significação.

(B) eliminam a subjetividade do poema.

(C) opõem-se ao tema principal do poema.

(D) invertem seu sentido original.

(E) tornam-se confusos e equivocados.

02.

A conversa entre Mafalda e seus amigos

(A) revela a real dificuldade de entendimento entre posições que pareciam convergir.

(B) desvaloriza a diversidade social e cultural e a capacidade de entendimento e respeito entre as pessoas.

(C) expressa o predomínio de uma forma de pensar e a possibilidade de entendimento entre posições

divergentes.

(D) ilustra a possibilidade de entendimento e de respeito entre as pessoas a partir do debate político de

idéias.

(E) mostra a preponderância do ponto de vista masculino nas discussões políticas para superar

divergências.

Instruções: As questões de números 03 e 04 referem-se ao poema abaixo.

Brasil

O Zé Pereira chegou de caravela

E perguntou pro guarani da mata virgem

― Sois cristão?

― Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da

Morte

Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!

Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!

Page 51: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

O negro zonzo saído da fornalha

Tomou a palavra e respondeu

― Sim pela graça de Deus

Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!

E fizeram o Carnaval

(Oswald de Andrade)

03.

Este texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção

de elementos diferentes. Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada pelo

texto é

(A) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que

esse processo, apesar de tudo, acaba bem.

(B) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras – portugueses, negros e índios – pouco

contribuíram para a formação da identidade brasileira.

(C) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da

predominância de elementos primitivos e pagãos.

(D) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o

elemento europeu, vindo com as caravelas.

(E) negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e

falta de seriedade.

04.

A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resulta da manifestação do

(A) poeta e do colonizador apenas.

(B) colonizador e do negro apenas.

(C) negro e do índio apenas.

(D) colonizador, do poeta e do negro apenas.

(E) poeta, do colonizador, do índio e do negro.

Page 52: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

05.

O jivaro

Um Sr. Matter, que fez uma viagem de exploração à América do Sul, conta a um jornal sua

conversa com um índio jivaro, desses que sabem reduzir a cabeça de um morto até ela ficar bem

pequenina. Queria assistir a uma dessas operações, e o índio lhe disse que exatamente ele tinha

contas a acertar com um inimigo.

O Sr. Matter:

― Não, não! Um homem, não. Faça isso com a cabeça de um macaco.

E o índio:

― Por que um macaco? Ele não me fez nenhum mal!

(Rubem Braga)

O assunto de uma crônica pode ser uma experiência pessoal do cronista, uma informação obtida por

ele ou um caso imaginário. O modo de apresentar o assunto também varia: pode ser uma descrição

objetiva, uma exposição argumentativa ou uma narrativa sugestiva. Quanto à finalidade pretendida, pode-

se promover uma reflexão, definir um sentimento ou tão-somente provocar o riso.

Na crônica O jivaro, escrita a partir da reportagem de um jornal, Rubem Braga se vale dos seguintes

elementos:

Assunto Modo de apresentar Finalidade

(A) caso imaginário descrição objetiva provocar o riso

(B) informação colhida narrativa sugestiva promover reflexão

(C) informação colhida descrição objetiva definir um sentimento

(D) experiência pessoal narrativa sugestiva provocar o riso

(E) experiência pessoal exposição argumentativa promover reflexão

06.

Cândido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infância, descreve os pés dos

trabalhadores.

Pés disformes. Pés que podem contar uma história. Confundiam-se com as pedras e os

espinhos. Pés semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. (...) Pés sofridos com

muitos e muitos quilômetros de marcha. Pés que só os santos têm. Sobre a terra, difícil era

Page 53: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

distingui-los. Agarrados ao solo, eram como alicerces, muitas vezes suportavam apenas um corpo

franzino e doente.

(Cândido Portinari, Retrospectiva, Catálogo MASP)

As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e a crítica social

foram temas que inspiraram muitos artistas ao longo de nossa História. Dentre estas imagens, a que

melhor caracteriza a crítica social contida no texto de Portinari é

(A) (B) (C)

(D) (E)

07.

Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para:

(A) condenar a prática de exercícios físicos.

(B) valorizar aspectos da vida moderna.

(C) desestimular o uso das bicicletas.

(D) caracterizar o diálogo entre gerações.

Page 54: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

(E) criticar a falta de perspectiva do pai.

Instruções: As questões de números 08 e 09 referem-se ao poema abaixo.

Cidade grande

Que beleza, Montes Claros.

Como cresceu Montes Claros.

Quanta indústria em Montes

Claros.

Montes Claros cresceu tanto,

ficou urbe tão notória,

prima-rica do Rio de Janeiro,

que já tem cinco favelas

por enquanto, e mais promete.

(Carlos Drummond de Andrade)

08. Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a

(A) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.

(B) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.

(C) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.

(D) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.

(E) prosopopéia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

09. No trecho “Montes Claros cresceu tanto,/ (...),/ que já tem cinco favelas”, a palavra que contribui para

estabelecer uma relação de consequência. Dos seguintes versos, todos de Carlos Drummond de Andrade,

apresentam esse mesmo tipo de relação:

(A) “Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu não era Deus / se sabias que eu era fraco.”

(B) “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da senzala – e nunca se

esqueceu / chamava para o café.”

Page 55: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

(C) “Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma criança.”

(D) “A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, / que

rio e danço e invento exclamações alegres.”

(E) “Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser escritos.”

16.0. No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência.

Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:

CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE

A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia,

esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:

(A) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase.

(B) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha.

(C) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência.

(D) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase.

(E) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.

17.0. A Propaganda pode ser definida como divulgação intencional e constante de mensagens

destinadas a um determinado auditório visando criar uma imagem positiva ou negativa de

determinados fenômenos. A Propaganda está muitas vezes ligada à idéia de manipulação de grandes

massas por parte de pequenos grupos. Alguns princípios da Propaganda são: o princípio da

simplificação, da saturação, da deformação e da parcialidade.

(Adaptado de Norberto Bobbio, et al. Dicionário de Política)

Segundo o texto, muitas vezes a propaganda

(A) não permite que minorias imponham ideias à maioria.

(B) depende diretamente da qualidade do produto que é vendido.

(C) favorece o controle das massas difundindo as contradições do produto.

(D) está voltada especialmente para os interesses de quem vende o produto.

(E) convida o comprador à reflexão sobre a natureza do que se propõe vender.

Page 56: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

18.0.

Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma longa distância. Mas o que o escritor quer,

mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma. A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa; ela faz

amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a cesta de

papel é melhor ainda.

O período de maturação na gaveta é necessário, mas não deve se prolongar muito. ‘Textos

guardados acabam cheirando mal’, disse Silvia Plath, (...) que, com esta frase, deu testemunho das

dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não publicar? Guardar ou jogar fora?

(Moacyr Scliar. O escritor e seus desafios.)

Nesse texto, o escritor Moacyr Scliar usa imagens para refletir sobre uma etapa da criação literária. A

ideia de que o processo de maturação do texto nem sempre é o que garante bons resultados está sugerida

na seguinte frase:

(A) “A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa.”

(B) “Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.”

(C) “O período de maturação na gaveta é necessário, (...).”

(D) “Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma.”

(E) “ela (a gaveta) faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho.”

19.0.

A velha Totonha de quando em vez batia no engenho. E era um acontecimento para a meninada. (...)

andava léguas e léguas a pé, de engenho a engenho, como uma edição viva das histórias de Mil e Uma

Noites (...) era uma grande artista para dramatizar. Tinha uma memória de prodígio. Recitava contos

inteiros em versos, intercalando pedaços de prosa, como notas explicativas. (...) Havia sempre rei e

rainha, nos seus contos, e forca e adivinhações. O que fazia a velha Totonha mais curiosa era a cor local

que ela punha nos seus descritivos. (...) Os rios e as florestas por onde andavam os seus personagens se

pareciam muito com o Paraíba e a Mata do Rolo. O seu Barba-Azul era um senhor de engenho de

Pernambuco.

(José Lins do Rego. Menino de engenho)

A cor local que a personagem velha Totonha colocava em suas histórias é ilustrada, pelo autor, na

seguinte passagem:

(A) “O seu Barba-Azul era um senhor de engenho de Pernambuco”.

(B) “Havia sempre rei e rainha, nos seus contos, e forca e adivinhações”.

Page 57: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

(C) “Era uma grande artista para dramatizar. Tinha uma memória de prodígio”.

(D) “Andava léguas e léguas a pé, como uma edição viva das Mil e Uma Noites”.

(E) “Recitava contos inteiros em versos, intercalando pedaços de prosa, como notas explicativas”.

20.0.

PEQUENOS TORMENTOS DA VIDA

De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o azul convida os meninos,

as nuvens desenrolam-se, lentas como quem vai inventando

preguiçosamente uma história sem fim...Sem fim é a aula: e nada acontece,

nada...Bocejos e moscas. Se ao menos, pensa Margarida, se ao menos um

avião entrasse por uma janela e saísse por outra! (Mário Quintana. Poesias)

Na cena retratada no texto, o sentimento do tédio

(A) provoca que os meninos fiquem contando histórias.

(B) leva os alunos a simularem bocejos, em protesto contra a monotonia da aula.

(C) acaba estimulando a fantasia, criando a expectativa de algum imprevisto mágico.

(D) prevalece de modo absoluto, impedindo até mesmo a distração ou o exercício do pensamento.

(E) decorre da morosidade da aula, em contraste com o movimento acelerado das nuvens e das moscas.

21.0. A DANÇA E A ALMA

A DANÇA? Não é movimento,

súbito gesto musical.

É concentração, num momento,

da humana graça natural.

No solo não, no éter pairamos,

nele amaríamos ficar.

A dança – não vento nos ramos:

seiva, força, perene estar.

Um estar entre céu e chão,

novo domínio conquistado,

onde busque nossa paixão

Page 58: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

libertar-se por todo lado...

Onde a alma possa descrever

suas mais divinas parábolas

sem fugir à forma do ser,

por sobre o mistério das fábula

(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.)

A definição da DANÇA, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no

poema é

(A) a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em todos os

seus momentos de sua existência.

(B) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, possibilitando ao homem a liberação

de seu espírito.

(C) a manifestação do ser humano, formada por uma sequência de gestos, passos e movimentos

desconcertados.

(D) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos musicais,

ruídos, cantos, emoções etc.

(E) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indivíduo e, por consequência, ao seu

desenvolvimento intelectual e à sua cultura.

16. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA

As variedades linguísticas correspondem a uma dimensão da pluralidade da linguagem.

É comumente considerada numa escala valorativa, às vezes até moral, que leva a tachar os usos

característicos de cada variedade como certos ou errados, aceitáveis ou inaceitáveis etc. Tomaremos,

entretanto, como fundamento básico para o enfrentamento dessa questão, o fato de que existe uma língua

que é viva, concreta, flexível e mutável, de acordo com os mais variados fatores de ordem social,

ideológica, histórica, enfim, e que todas essas “variedades” devem ser percebidas, apreendidas,

compreendidas, através de uma atitude não preconceituosa, não hierarquizada, porém analítica, reflexiva.

Usaremos como base, a fim de identificar os tipos de variedades lingüísticas, uma

classificação possível – bastante abrangente e clara – dentre muitas outras, a partir dos estudos de

Page 59: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Halliday, McIntosh e Strevens (1974).

Basicamente, podemos ter dois tipos de variedades linguísticas:

1. Os dialetos: variedades que ocorrem em função dos que usam a língua (os locutores).

2. Os registros: também chamados de estilo, ocorrem em função do uso que se faz da

língua (depende dos interlocutores).

16.1. VARIAÇÃO DIALETAL

A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode transformar-se, através do

tempo, e, se compararmos textos antigos com atuais, notaremos grandes transformações no estilo e nas

expressões.

Por que as pessoas se comunicam de formas diferentes?

Temos que considerar múltiplos fatores, como: época, região geográfica, ambiente e status sócio-

cultural dos falantes.

Há uma língua-padrão.

O modelo de língua-padrão que existe é uma decorrência dos parâmetros utilizados por um grupo

social que se diz mais culto, ou seja, por pessoas de instrução niveladas pela escola. É mais restrita, pois

constitui privilégio e conquista cultural de um número reduzido de falantes.

Às vezes, dependendo do processo comunicativo que se deseja adotar, como também do meio em

que se encontra, uma mesma pessoa pode, dependendo da situação sócio-cultural dos indivíduos com

quem se comunica, usar níveis diferentes de linguagem. Dentro desse critério, entretanto, devemos

reconhecer, num primeiro momento, dois tipos de língua: a falada e a escrita.

A partir daí, saber que há, pelo menos, seis dimensões de variação dialetal: a territorial, a social, a

de idade, a de sexo, a de geração e a de função.

1.1. Territorial, geográfica ou regional: variação que acontece entre pessoas de diferentes regiões em

que se fala a mesma língua. Geralmente acontece devido:

a) às influências que cada região sofreu durante a sua formação;

b) aos falantes de uma dada região constituírem uma comunidade linguística

geograficamente limitada em função de estarem polarizados em termos políticos e/ou econômicos e/ou

culturais, e desenvolverem, então, um comportamento linguístico comum que o identifica e distingue.

Aqui se incluem os diferentes falares que encontramos no Brasil, como os falares gaúcho, nordestino,

paulista, carioca, o chamado dialeto caipira etc.

Page 60: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

As diferenças entre a língua usada em uma região e outra são normalmente no plano

fonético, caracterizando-se pelo “acento linguístico”, que é a soma das qualidades físicas do som

(pronúncia, entonação, timbre etc.) e no plano léxico, através do patrimônio vocabular próprio, típico de

uma região (palavras diferentes para dizer a mesma coisa, as mesmas palavras com sentidos diferentes em

uma e outra região etc.).

Evidentemente, não existem limites claros e precisos entre os diferentes dialetos regionais.

É difícil dizer, por exemplo, onde acaba o dialeto nordestino e começa o caipira ou o carioca, e a distinção

do falar gaúcho, se é nítida em relação ao nordestino, não é tão nítida assim em relação ao modo

característico de usar a língua no Paraná e em Santa Catarina.

“A la pucha, tchê! O índio está mais por fora do que cusco em procissão – o negócio hoje

é a tal de comunicação, seu guasca!”

“Deu-lhe com a boleadeira nos cascos, e o piá correu mais que parelheiro em cancha reta”.

1.2. Social ou grupal: representam as variações que ocorrem de acordo com a classe social a que

pertencem os usuários da língua. É uma modalidade hermética, porque pertence a grupos

fechados. São exemplos dessa dimensão de variedade linguística a língua grupal técnica, ou seja,

os jargões profissionais ou de grupos (linguagem de artistas, professores, médicos, mecânicos,

estivadores, dos marginais, classe social alta – econômica e/ou culturalmente, favelados etc.).

A língua grupal técnica desloca-se para a escrita, e somente é compreendida quando a sua

aprendizagem se faz junto com a profissão.

A língua grupal gíria, definida como forma própria de utilização da língua por um grupo social o

qual se identifica por esse uso que faz da língua e se protege do entendimento por outros grupos, pode

também ser considerada como uma forma de dialeto social. Existem tantas quantos forem os grupos

fechados. Há a gíria policial, a dos jovens, dos estudantes, dos militares, dos jornalistas etc.

VOCÊ SABIA???

Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de calão.

.

Os dialetos sociais exercem, na sociedade, um papel de identificação grupal, isto é, o grupo ganha

identidade pela linguagem. Esse fato mantém implicações políticas, uma vez que marca a participação das

pessoas nas lutas, nos ideais, nas reivindicações etc. do grupo.

Page 61: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

“O materialismo dialético rejeita o empirismo idealista e considera que as premissas do

empirismo materialista são justas no essencial”.

“o negócio agora é comunicação, e comunicação o cara aprende com material vivo,

descolando um papo legal. Morou?”.

1.3. De idade: representam as variações decorrentes da diferença no modo de usar a língua entre pessoas

com idades diferentes, normalmente faixas etárias diversas: crianças, jovens, adultos, velhos etc. Durante

a vida a pessoa passa de um grupo para outro, adotando as formas de um grupo e abandonando as de

outro.

1.4. De sexo: representam as variações de acordo com o sexo e/ou gênero de quem fala. Algumas

diferenças são determinadas por razões gramaticais, como certos fatos de concordância. Assim, um

homem não diria a frase: “Estou preocupada com a festa”. Há, porém, diferenças mais sutis, que têm a

ver com as restrições sociais quanto à imagem que se faz do comportamento apropriado para homens e

mulheres. Desse modo, espera-se que um homem enuncie as frases X ao invés das frases Y:

X. Rapaz (Cara), preciso te contar o que aconteceu ontem na festa.

Comprei uma camisa muito bonita (transada, legal).

Y. Querido (Ai, menino), preciso te contar o que aconteceu ontem na festa.

Comprei uma blusinha linda.

1.5. De geração ou histórica: representam estágios no desenvolvimento da língua. As variantes históricas

dificilmente coexistem e são mais percebidas na língua escrita, por causa do registro, que as faz

permanecer no tempo. Um texto português da era medieval contém formas de dizer que hoje já se

configuram como arcaicas, pois já sofreram várias formas de evolução (fonética, lexical, sintática etc.).

Observe um trecho de um texto de Carlos Drummond de Andrade baseado nas diferenças entre os modos

de dizer de antes e os do momento em que o texto foi produzido:

“Acontecia o indivíduo apanhar uma constipação, ficando perrengue, mandava um próprio

chamar o doutor e, depois ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença

nefasta era phtysica e feia era o gálico. Antigamente os sobrados tinham assombrações, os meninos

Page 62: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

lombrigas, asthma, os gatos; os homens portavam celouras, botinas e capa de goma, a casimira tinha de

ser superior e mesmo X.P.T.O. London; não haviam fotógrafos, mas retratistas, e os Cristãos não

morriam, descansavam.

Mas isso tudo era antigamente, isto é, outrora.”

(In Revista Diner’s, Setembro/68, p. 46-53, apud Cajal et al., 1982: 15-17)

1.6. De função: representam as variações na língua decorrentes da função que o falante desempenha. Um

exemplo seria o chamado “plural majestático”, em que governantes ou altas autoridades expressam suas

intenções ou desejos, utilizando-se do pronome “nós”, simbolizando sua posição de representante do

povo.

“Nós trabalhamos para que o povo desta cidade se sinta seguro. Por isso reforçamos e

aparelhamos a polícia.”

16.2. VARIAÇÃO DE REGISTRO

Podem ser classificadas como sendo de três tipos diferentes: grau de formalismo, modo

e sintonia. É importante chamar a atenção para o fato de que entre esses tipos de registro existem

correlações e superposições, o que não impossibilita sua análise e caracterização isoladas.

CUIDADO!!!

Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser que o estilo assim o

permita. Assim, se estamos dissertando – e, nesse tipo de redação, usa-se, geralmente, a língua-padrão –

não podemos passar desse nível para um outro, como a gíria, por exemplo.

2.1. Grau de formalismo: representa um escala de formalidade, entendida como um maior cuidado e

apuro no uso dos recursos da língua (no nível fonológico, no sintático ou das construções, no léxico, nos

usos estilísticos etc.) e também como uma maior variedade de recursos utilizados, aproximando-se, cada

vez mais, da língua padrão e culta em seus usos mais “sofisticados” (nos textos literários, nas obras

científicas etc.).

2.2. Modo: entende-se a língua falada em contraposição à língua escrita. A língua escrita constitui um

sistema à parte, com características próprias que a marcam como um estilo diferente da língua falada.

Observe algumas diferenças entre essas duas modalidades da língua:

Page 63: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

2.2.1. A língua falada pode usar uma série de recursos que no escrito não podem ser

usados (entonação, ênfase de termos ou sílabas, duração de sons, velocidade com que se dizem as

seqüências lingüísticas etc).

2.2.2. Na língua falada aparecem truncamentos (de palavras e frases), hesitações,

repetições e retomadas, correções que não ocorrem na escrita. Tais fenômenos devem-se:

a) à formulação do texto concomitante ao dizer, o que justificaria as hesitações (que

podem, entre outras coisas, levar a truncamentos e repetições, pausas, retomadas, alongamentos etc.), as

correções e outros fatos presentes no texto falado;

b) não sobrecarregar a memória do interlocutor, o que talvez justifique o fato

observado por muitos estudiosos de que as construções do oral são mais simples, menos complexas e

longas;

c) impedir que ele tome a palavra antes que terminemos.

2.2.3. Devido à interação face a face, no oral é possível:

a) observar as reações do interlocutor, o que pode levar a explicações, repetições,

reformulações, cortes nas frases, por que se percebe que o outro já entendeu;

b) observar marcas da relação entre o falante e o ouvinte na conversação como os

marcadores conversacionais (Uhn!; Certo?; Sabe?);

c) sempre se valer do contexto imediato de situação e formular frases que seriam

incompreensíveis na escrita sem a formulação de um prévio quadro de referência, o que não é necessário

na língua falada.

A língua escrita e a oral apresentam, cada uma, um conjunto próprio de variedades de grau

de formalismo. Essas variedades, na língua escrita, apresentam uma tendência para maior regularidade e

geralmente maior formalidade que as da língua falada; porém, importa chamar a atenção para o fato de

que não é verdadeira a afirmação de que a língua falada seria informal, e a escrita, formal. Podemos ter

textos altamente formais na língua falada e textos totalmente informais na língua escrita. Convém lembrar

que a língua escrita também pode apresentar variantes dialetais, embora estas sejam usualmente pouco

numerosas e menos marcantes que na língua falada.

Através da classificação de Bowen (1972), temos cinco graus de formalismo distintos,

tanto na língua oral quanto na escrita. A saber:

Page 64: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

17.0. LÍNGUA FALADA

a) Oratório: elaborado, enfeitado, usado quase que, exclusivamente, por especialistas, como advogados,

sacerdotes, políticos etc. Apropriado para situações mais formais. Obedece a todos os parâmetros da

gramática da língua-padrão.

b) Formal: (deliberativo) usado quando se fala a grupos grandes ou médios em que se excluem as

respostas informais. É preparado previamente e mantém, de propósito, uma distância entre falantes e

ouvintes. Caracteriza-se por um número mais reduzido de sentenças curtas, por um vocabulário mais rico

e por uma preocupação com o estilo. Ex: conferências científicas.

c) Coloquial: comumente, aparece no diálogo entre duas pessoas. Não tem planejamento prévio, mas

continuamente construído; caracteriza-se por construções soltas, repetições, frases curtas, conectivos

simples, palavras de uso freqüente. É a língua espontânea, usada para satisfazer as necessidades vitais dos

falantes sem muita preocupação com as formas lingüísticas. É a língua cotidiana, que comete pequenos –

mas perdoáveis – deslizes gramaticais.

d) Casual: (coloquial distenso) nesse nível, percebe-se uma completa integração entre falante e ouvinte

pelo uso de gíria (linguagem particular ou semiparticular). É natural, colorida, expressiva, livre de

convenções sociais. É mais palpável, porque envolve o mundo das coisas. Infringe totalmente as

convenções gramaticais. Pode ser, também, a linguagem própria das pessoas sem instrução. Há omissão

de palavras e pouco cuidado com a pronúncia, o que pode ocorrer com mudanças de sons, sem seus finais.

Ex: conversações despreocupadas entre amigos, colegas de trabalho etc.

e) Familiar: (íntimo) inteiramente particular, pessoal. Há a intimidade da afeição. Aparecem muitos

elementos da linguagem afetiva com função emotiva.

18.0. LÍNGUA ESCRITA

a) Hiperformal: equivalente escrito do oratório. Composição escrita para efeitos grandiosos. Ex: o

soneto, poemas épicos (que seguem os padrões formais), romances de José de Alencar e Machado de

Assis.

b) Formal: semelhante ao deliberativo, numa forma de linguagem cuidada na variedade culta e padrão,

Page 65: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

mas dentro da modalidade escrita. Ex: escrita de bons jornais e revistas, correspondências oficiais etc.

c) Semiformal: corresponde, na escrita, ao coloquial; porém, com um pouco mais de formalidade. Ex:

cartas comerciais e de recomendações, declarações, relatórios, projetos etc.

d) Informal: é usada em correspondência entre membros de uma família ou amigos íntimos. Caracteriza-

se por formas abreviadas, abreviações padronizadas, ortografia simplificada, construções simples,

sentenças fragmentadas.

e) Pessoal: quase sempre notas para uso próprio. Ex: recado anotado ao telefone, um bilhete para avisar

alguém de casa sobre algo, uma lista de compras etc.

2.3. Sintonia: ajustamento na construção de seus textos que o falante faz, com base em informações

específicas que tem sobre o ouvinte. Há, pelo menos, quatro dimensões distintas de sintonia: o status, a

tecnicidade, a cortesia e a norma.

2.3.1. Status: a posição social do ouvinte traz grandes diferenças no uso das formas e recursos da língua

pelo falante. Assim, um aluno não fala com o diretor de sua escola como se estivesse falando com uma

garçonete ou com um colega. Poderia ser descrito como variante de grau de formalismo, porém nesse

nível não esclarece o fato de um homem usar uma linguagem para falar com o filho e outra para falar com

a esposa – ambos ouvintes mantêm um mesmo grau de formalismo com o falante.

2.3.2. Tecnicidade: variação que ocorre em função do volume de informações ou conhecimentos que o

falante supõe ter o ouvinte sobre o assunto. Ex: um professor usará, em uma conferência profissional para

colegas, certos termos e noções de sua área profissional que não usará, digamos, para falar com os pais de

seus alunos.

2.3.3. Cortesia: é a variação que acontece devido à dignidade que o falante considera apropriada ao(s)

seus(s) ouvinte(s) e/ou à ocasião. Abrange uma escala que oscila entre a blasfêmia e a obscenidade num

extremo, e o eufemismo, no outro.

2.3.4. Norma: ocorre quando, ao nos dirigirmos a determinado(s) ouvinte(s), consideramos o que este(s)

julga(m) “bom” em termos de linguagem. Pode ser uma variedade social, geográfica, um registro mais ou

menos formal, técnico, cortês etc. Assim, um jovem pode falar a mesma coisa, de formas diferentes, com

Page 66: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

um colega e com seu avô; usar um registro mais formal em uma carta pedindo emprego e um registro

menos formal em uma carta para sua mãe.

19.0. FUNÇÕES DA LINGUAGEM

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

I. Função Referencial:

01. Imagine a seguinte situação: você e seus colegas de classe fundaram um time de futebol – o “Pega-

Manso Futebol Clube” – e, depois de uma coleta de fundos, resolveram comprar o material esportivo

necessário: uniformes, bolas, redes, chuteiras, enfim, tudo que faz parte de um time de futebol que se

preze. Porém, o dinheiro coletado, devido não ser uma grande quantia, tem de ser usado com muita

sabedoria. Para isso, vocês resolveram publicar, no jornal do bairro, um aviso endereçado às lojas de

material esportivo a fim de obter o melhor preço da praça. Seja claro e objetivo!

02. Escolha um objeto de uso cotidiano. Descreva-o de forma objetiva, privilegiando a função referencial

da linguagem. Faça um levantamento dos aspectos mais importantes do objeto e decida-se pela sequência

que julgar mais apropriada.

03. Elabore a receita de uma poção mágica capaz de transformar pessoas em pássaros. Use a divisão do

texto em duas partes: ingredientes e modo de fazer.

04. Desenhe o mapa de seu bairro dando ênfase, por meio de legenda que considerar apropriada, aos

lugares que são “nota dez” para o lazer ou para dar aquela “pegadinha”...

II. Função Emotiva ou Expressiva:

05. Escreva uma carta de amor, falando de seus sentimentos. Produza um texto agradável e que fuja dos

lugares-comuns, ou seja, dos clichês que são recorrentes nesse tipo de carta.

06. Escolha um filme, uma peça (teatral ou musical), um espetáculo de dança, um programa de televisão,

um livro ou qualquer outra manifestação cultural. Faça uma análise crítica do espetáculo. Escreva seu

texto em terceira pessoa.

Page 67: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

07. Escolha um problema social que você considere importante. A seguir, crie um ponto de vista do qual

falar sobre o mesmo. Você irá se colocar no papel de uma criança, de um idoso e de um animal. Produza

seu texto procurando ser convincente no vocabulário utilizado e na maneira de enxergar a realidade.

08. Escreva um texto dissertativo, aparentemente impessoal, mas no qual sejam manifestadas suas

opiniões sobre Ensino e elitização no Brasil.

09. Ferreira Gullar apropriou-se do seguinte dado estatístico: “No Piauí de cada 100 crianças que nascem

78 morrem antes de completar 8 anos de idade” e construiu seu Poema brasileiro. Faça um trabalho

semelhante: transforme um dado estatístico num texto carregado de denúncia social e intensidade

expressiva.

III. Função Apelativa ou Conativa:

10. Produza slogans publicitários endereçados a um público masculino-jovem (de 16 a 25 anos), tratando

de:

a) material esportivo;

b) eleições presidenciais;

c) preservação da natureza;

d) cursos de informática;

e) viagens ao exterior;

f) defesa das comunidades indígenas.

Ele é um gato, mas falta tanta coisa...

Os relacionamentos afetivos estão cada vez mais superficiais. Tudo o que se tem, na verdade, é

uma total desatenção pela conversa um do outro, pressa em se estabelecer relações íntimas (que de

íntimas... não têm nada) e excessiva preocupação com seus próprios assuntos. Só!

Mas, será que não falta nada... nada mesmo... quando a gente encontra a pessoa certa?

11. Tomando por base a sua experiência de vida, e a de outros com os quais você convive, elabore um

texto dissertativo-argumentativo cuja temática trate dessa constante busca pela alma gêmea e que seja

adequado a um público feminino com mais de vinte e cinco anos de idade e alto poder aquisitivo.

Todos(as) querem, mas...

12. Escreva um texto endereçado aos (às) seus (suas) colegas de classe no qual você apresente, e comente,

estratégias de sedução, consideradas infalíveis, para que conquistem a(o) Angelina Jolie/Brad Pitt da

vida deles(as).

Page 68: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

13. Elabore um texto de forte conteúdo apelativo, convocando todos os jovens maiores de 16 anos e

menores de 18 anos a votar, mesmo que ainda não sejam obrigados a isso. Procure utilizar dados

estatísticos, se for possível, como elementos de persuasão.

14. Escreva um anúncio, endereçando-o a jovens vestibulandos, no qual você apresente todas as

“maravilhas” de se estudar numa instituição como o CEFETCE.

IV. Função Fática:

Você acredita em cegonha?

Você sabe evitar filhos? Tem certeza?

Você deve ouvir muitas coisas sobre como evitar uma gravidez indesejável que não são verdadeiras. E

como não há nada melhor do que estar, sempre, bem informado(a), está mais do que na hora de resolver

todas as suas dúvidas.

15. Apresente, desmistificando, é claro, mitos contraceptivos que jamais funcionaram.

O galo e a pérola

Num monturo esgravatando,

Formoso galo aguerrido

Acha uma pérola fina,

Qu’havia um nobre perdido.

Por três vezes a escoucinha

Sem nela querer pegar,

À quarta, erguendo-a no bico,

Se põe a cacarejar.

Vêm logo algumas galinhas

Cuidando qu’era algum grão;

Mas vendo a pérola, tristes

Vão-se, deixando-a no chão.

Acaso passa um ourives,

E apanhando-a, alegre diz:

“É uma pérola fina!

“Que belo achado que fiz!”

“Homem”, lhe pergunta o galo,

“Tanto essa jóia merece?

“Pois eu por um grão de milho

“Te dera mil, se as tivesse.”

Pérola em poder de galo,

Que lhe não sabe o valor,

É como entre as mãos dum néscio

As obras de um sábio autor

.

Curvo Semedo

Page 69: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

16. O texto acima é uma fábula escrita pelo português Curvo Semedo, baseada em uma outra fábula, do

francês La Fontaine, e publicada no princípio do século XIX. Leia-a atentamente e a seguir reescreva-a,

produzindo-o um texto para crianças da nossa época. Não precisa ser um poema.

Sinal fechado

Olá, como vai?

Eu vou indo, e você, tudo bem?

Tudo bem, eu vou indo, correndo,

pegar meu lugar no futuro. E você?

Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono

tranquilo, quem sabe?

Quanto tempo...

Pois é, quanto tempo...

Me perdoe a pressa

é a alma dos nossos negócios...

Oh! Não tem de quê.

Eu também só ando a cem.

Quando é que você telefona,

precisamos nos ver por aí.

Pra semana, prometo, talvez

nos vejamos, quem sabe?

Quanto tempo...

Pois é, quanto tempo...

Tanta coisa que tinha a dizer

mas eu sumi na poeira das ruas.

Eu também tenho algo a dizer,

mas me foge a lembrança.

Por favor telefone; preciso beber

alguma coisa rapidamente.

Pra semana...

O sinal...

Eu procuro você...

Vai abrir, vai abrir...

Page 70: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Prometo, não esqueço.

Por favor, não esqueça, não esqueça, não esqueça.

Adeus... Paulinho da Viola

17. Leia e discuta com seus colegas a canção Sinal fechado de Paulinho da Viola. Procurem avaliar a

importância dos elementos fáticos na letra da canção.

18. Escolha uma passagem bíblica que você considere, especialmente, relevante. Reescreva-a,

considerando o seguinte público a ser alcançado:

a) crianças, de até dez anos de idade;

b) jovens, que se comunicam por meio de gírias.

V. Função metalinguística:

19. Escreva um texto curto e bem-humorado narrando um episódio originado por um problema

metalinguístico.

20. Elabore um pequeno dicionário temático. Você pode tomar como ponto de partida o modo de falar de

sua região, ou a linguagem dos policiais, ou dos marginais, ou dos internautas, ou dos gays...

Léxico

Vereador em São José da Lage, cidadezinha no norte de Alagoas, Ramiro Pereira iniciou

uma discussão com um colega, em plenário.

Argumento vai, argumento vem, os ânimos se exaltaram, o nível caiu, conta Cleto Falcão

(“Missão Secreta em Igaci”).

Lá pelas tantas, Ramiro disparou:

- V. Excia é um demagogo!

- E o que é um demagogo? – quis saber o ofendido.

- Sei não. Mas deve ser um cabrinha safado assim da sua marca.

Folha de São Paulo, 12 mai. 1989

21.Aponte a manifestação da função metalinguística da linguagem no texto acima e comente o seu efeito.

Page 71: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Catar feijão

l.

Catar feijão se limita com escrever:

joga-se grãos na água do alguidar

e as palavras na da folha de papel;

e depois, joga-se fora o que boiar.

Certo, toda palavra boiará no papel,

água congelada, por chumbo seu verbo:

pois para catar esse feijão, soprar nele,

e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

2.

Ora, nesse catar feijão entra um risco:

o de que entre os grãos pesados entre

um grão qualquer, pedra ou indigesto,

um grão imastigável, de quebrar dente.

Certo não, quando ao catar palavras:

a pedra dá à frase seu grão mais vivo:

obstrui a leitura fluviante, flutual,

açula a atenção, isca-a com o risco.

João Cabral de Melo Neto

22. Leia atentamente o poema acima. A seguir, procure interpretá-lo juntamente com seus colegas.

Atentem para as manifestações da função metalinguística e da função poética no texto. Procurem extrair

dele as concepções do autor sobre o ato de escrever. Depois, em um texto igualmente criativo,

posicionem-se quanto à escrita.

VI. Função Poética:

23. Escreva um pequeno texto utilizando jogos de sonoridade, isto é, um poema com rimas.

24. Crie uma imagem poética para descrever alguém por quem você tenha muito apreço. Faça o mesmo

com alguém muito lhe desagrade. Escreva um texto aproveitando cada uma dessas imagens.

25. Existem inúmeros provérbios (os chamados ditos) populares. Cada um encerra, em si, uma

mensagem... um ensinamento que traduz a sabedoria de um povo. Escolha dez deles e traduza-os,

Page 72: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

denotativamente. Aproveite a oportunidade e enriqueça-os, cada um deles, com um novo valor conotativo

(tipo assim: Mulher de amigo meu... também pode).

26. Elabore frases publicitárias privilegiando a função poética da linguagem para serem empregadas em

campanhas de:

a) vacinação contra a meningite;

b) despoluição de um rio atualmente morto;

c) proteção ás árvores de uma cidade grande;

d) conscientização dos jovens da importância do voto nas eleições municipais;

e) conscientização da população em geral da importância do voto nas eleições presidenciais.

20.0. REPETIÇÃO

Um dos princípios fundamentais da coesão e coerência de um texto é a necessidade de se

repetir, em seu desenvolvimento linear, elementos anteriores. Mas se por um lado as repetições são

inevitáveis, por outro devem ser feitas sob determinadas condições, afim de não tornar o texto monótono

ou deselegante. Algumas repetições são intencionais e cumprem uma função dentro do texto, recriando

seu conteúdo, como naqueles cuja função poética é predominante, por exemplo, textos literários. Em

outros textos, entretanto, a repetição é desnecessária e muitas vezes considerada um defeito.

20.1. PRÁTICA TEXTUAL: COMO EVITAR A REPETIÇÃO

01. Marque com um X os textos em que você considera a repetição um “defeito”.

a) As poucas pessoas que examinam um quadro com atenção estão querendo que as outras pessoas

reparem que elas estão examinando um quadro com atenção.

b) Se Deus quisesse que uns homens só comessem e não trabalhassem, e outros só trabalhassem e não

comessem, teria feito metade dos homens só com bocas e sem mãos, e a outra metade só com mãos e sem

bocas.

c) O dinheiro não é tudo. Tudo é a falta de dinheiro.

Page 73: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

d) Às vezes, a argumentação do adversário equivale a um ato de violência. Mas, se você não pode com a

dialética do adversário, tem, sempre, o recurso de atirar uma pedra no adversário.

e) Compre batom! Compre batom! Seu filho merece batom!

02. Em cada um dos textos a seguir, destacamos um termo. Sublinhe todos os vocábulos que o repetem na

continuação de cada trecho.

a) Diz-se que o macarrão era apenas um canudinho de massa que os chineses usavam para tomar

bebidas. Marco Polo não entendeu o seu uso, ensinou seus compatriotas a cozinhar e a comer o macarrão

e transformou-o num sucesso culinário definitivo.

b) A Academia Brasileira de Letras, com aqueles velhinhos viciados em mil gramatiquices, é um lugar

em que se acredita que as pessoas têm gênero, mas não têm sexo.

c) É preciso lutarmos até por leis menores, como, por exemplo, uma que permita às pessoas a mudança de

nome aos dezoito ou aos vinte e um anos. Às vezes as pessoas têm que carregar, a vida inteira, nomes

idiotas dados por pais idiotas porque a lei não lhes permite o direito de escolha.

d) Os alunos das escolas particulares estão em greve, pois esse foi o único caminho que eles encontraram

para protestar contra o aumento das mensalidades de suas instituições de ensino.

e) Este assunto é fácil. Esta facilidade reside no fato de que, enquanto falantes nativos, temos certa

intuição sobre esses mecanismos.

03. Leia o texto a seguir, publicado no Jornal do Brasil em 6 de junho de 1987, e responda às questões

propostas.

“Os ministros da Fazenda, Bresser Pereira, e do Planejamento, Aníbal Teixeira, e o

presidente do Banco Central, Fernando Milliet, se deslocarão no final de semana para o coração do

Nordeste pobre e seco. Eles vão, com deputados de toda a região e governadores, a Patos e Souza, na

Paraíba, onde terão o retrato de uma realidade da qual nenhum cidadão de São Paulo tem a mínima idéia.

Isso faz parte da mobilização do Nordeste por melhor tratamento na Constituinte.”

a) Que vocábulos do texto repetem o termo ministros?

_____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

b) Que vocábulos do texto repetem se deslocarão?

Page 74: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

_____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

c) Que vocábulos do texto repetem Nordeste?

_____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

d) A que termo anterior se refere o termo isso?

_____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

e) A que termo anterior se refere o termo uma realidade e como esse mesmo termo se repete na

sequência do texto?

_____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

04. Muitos são os processos usados para evitar a repetição de palavras num texto. O mais comum é a

substituição por um termo equivalente, de conteúdo geral.

a) Raí vestiu pela primeira vez a camisa do clube francês. O ____________________ deve embarcar para

a Europa no fim do ano.

b) Ontem esteve tensa a situação no Iraque. A população do _______________________ recebeu

instruções contra um possível ataque americano.

c) A polícia aprendeu a cocaína, mas não conseguiu prender os traficantes que trouxeram

_________________________ da Bolívia.

d) “Ficamos todos mais pobres num mundo menos bonito”, lamentou um amigo do pintor Alfredo Volpi

ao acompanhar o sepultamento do ___________________________.

e) No balé existem tantos homossexuais quanto em qualquer outra profissão. O que ninguém percebe é

que ___________________________ é uma arte essencialmente masculina.

f) As possibilidades de se contrair a aids se baseiam em dados e comportamentos da

____________________________ observados até agora.

g) Os militares que estiverem em motocicletas ou bicicletas não precisam mais bater continência ao

passar por superiores, devendo apenas manter _______________________________ em velocidade

Page 75: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

moderada.

h) Com o surgimento dos festivais em 1968, a lagosta de São Fidelis ganhou fama, e turistas visitam a

cidade o ano inteiro para saborear _____________________________.

i) A baleia apareceu morta ontem, mas _________________________________ foi visto boiando terça-

feira e os ferimentos na pelo do ____________________________________ mostram que morreu há

cinco dias.

j) Hoje, quem abre crediário para quitar uma televisão em seis vezes, leva

__________________________________ mas acaba desembolsando o equivalente a dois.

05. Um outro processo usado para evitar a repetição idêntica de uma palavra no texto é a substituição por

um sinônimo ou quase sinônimo. Preencha as lacunas das frases a seguir com sinônimos das palavras em

destaque.

a) Um conhecido e jovem casal da sociedade paulista decidiu inscrever-se para teste de filmes

publicitários, mas, apesar de bonitos e elegantes, ____________________________ levou bomba.

b) Toda a imprensa italiana parou ontem, em uma greve sem precedentes no país. A

___________________________ está sendo promovida pelo sindicato da categoria.

c) Quando chegaram, os bombeiros encontraram o prédio em ruínas, mas ainda puderam retirar uma

vítima dos __________________________.

d) Entre os adolescentes, as mortes ligadas a causas externas aumentaram de quarenta e dois para

cinquenta por cento do total de __________________________________ nessa faixa etária.

e) O prefeito de Itaguaí demitiu cinquenta e dois por cento dos funcionários do município: de 2.297

___________________________ ficaram apenas 1.197.

f) Muitos ingressos serão colocados à venda, no Carnaval; mas uma pequena parte dos

___________________________________ se destina a convidados.

g) O Parque Nacional se destaca por suas cachoeiras e saltos; as

_________________________________________ são sua maior atração turística.

h) Mais cinco presos foram removidos da cadeia de Santo André; lá, os

____________________________ prometeram baderna caso continue a superlotação.

Page 76: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

06. Um outro processo para evitar repetições de palavras consiste na substituição da palavra repetida por

um pronome pessoal.

a) O professor pretendia usar o computador, mas não sabia como ligar o computador.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

b) Alguns receberam o governador de braços abertos, mas outros nem queriam ver o governador.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

c) A representante recebeu dos alunos as reclamações e apresentou as reclamações à diretoria.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

d) O editor prometeu um prêmio aos escritores, mas não disse aos escritores quando seria entregue.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

e) As empregadas limpam os tapetes e colocam os tapetes nas janelas.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

f) As cartas? Eu coloquei as cartas na gaveta do escritório.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

g) Pegou a folha de papel e escreveu na folha de papel o seu endereço.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

h) Ouviu falar da peça e resolveu assistir à peça.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

Page 77: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

07. O pronome relativo também é usado para evitar repetições de palavras. Una as duas frases a seguir

com o auxílio de um pronome relativo, de modo a evitar a repetição.

a) Gostei do novo romance de Lygia Fagundes Telles.

Comprei o novo romance na livraria da esquina.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

b) Morei durante muito tempo em Botafogo.

Em Botafogo fui feliz.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

c) Comprei uma camisa de seda no Eldorado.

O preço da camisa foi baixo.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

08. Um outro processo de substituição lança mão dos demonstrativos. Preencha as lacuna a seguir com o

demonstrativo adequado.

a) Os romanos e os gregos criaram as bases da cultura ocidental: _____________________________, no

terreno teórico; ______________________________, no prárico.

b) Minhas camisas são melhores que __________________________________ da liquidação.

c) Teu jornal fala muito sobre o tema, mas _______________________________ o trata com mais

inteligência.

d) Vasco e Flamengo jogarão no Maracanã: __________________________, de preto e vermelho;

__________________________, de branco e preto.

09. Além da substituição, um outro processo para evitar repetição de palavras é a modificação da palavra

anterior na segunda ocorrência. A modificação pode ocorrer por ampliação (casa – a nova casa), redução

(Cristóvão Colombo – Colombo), ou pelo emprego de termos cognatos (descobrir – descobrimento).

Indique, em cada frase, que tipo de modificação sofreram os termos destacados.

Page 78: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

a) Fernando Collor de Mello assumiu a presidência com o apoio de grande parte do povo brasileiro, mas

em pouco tempo Collor o decepcionou. __________________________________

b) Lula já deixou se ser metalúrgico há muito tempo e, agora, Luís Inácio Lula da Silva é político

calejado e competente. ________________________________

c) Estudar é caminho de progresso pessoal, mas não parece ser essa a opinião da juventude brasileira

sobre o estudo. __________________________________

d) Itamar Franco parece não temer as armadilhas do poder e, pouco a pouco, o povo parece acreditar

mais em Itamar. ______________________________________

e) A Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro causava enorme despesa ao governo estadual, mas,

agora, o Metrô parece andar de vento em popa. ____________________________

f) O voto distrital já teve seu lugar no passado político brasileiro. De fato, o distritalismo só sucumbiu

em 1932. _______________________________________

g) Os empregados do Banco do Brasil farão greve de advertência na próxima semana, pois o sindicato da

classe não aceitou a oferta de aumento da presidência do BB. __________________

h) Um outro convênio está sendo assinado com a Unicamp e, com isso, a Universidade de Campinas

mostra que é possível uma integração maior entre a universidade e a sociedade.

_______________________________________

10. No texto a seguir, de Millôr Fernandes, o humorista utilizou intencionalmente a repetição. Procure

uma função para essa repetição e reescreva-o, de modo a reduzir o número de ocorrências do vocábulo em

destaque. A seguir, compare os dois textos e comente sobre a necessidade ou não desta repetição.

A senhora, uma dona de casa, estava na feira, no caminhão que vende galinhas. O

vendedor ofereceu a ela uma galinha. Ela olhou para a galinha, passou a mão embaixo das asas da

galinha, apalpou o peito da galinha, alisou as coxas da galinha, depois tornou a colocar a galinha na

banca e disse para o vendedor: “Não presta!” Aí o vendedor olhou para ela e disse: “Também, madame,

num exame assim nem a senhora passava.

11. Este é o início de um romance policial de Georges Simenon, dividido em frases. Verifique todas as

repetições textuais e diga, justificando, é claro, se isso torna a narrativa rápida ou lenta.

Page 79: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Ninguém percebeu o que estava acontecendo. Ninguém desconfiou de que ocorria um

drama na sala de espera da estaçãozinha onde aguardavam apenas seis passageiros. Eram cinco horas da

tarde e anoitecia. As lâmpadas estavam acesas, mas através dos vidros distinguiam-se os funcionários

holandeses e alemães da alfândega, que andavam de um lado para o outro. A estação de Neuschanz situa-

se no extremo norte da Holanda, fronteira com a Alemanha. Uma estação sem importância. Neuschanz é

pouco mais que um vilarejo.

12. O texto a seguir foi retirado da redação de um aluno. Sublinhe as repetições problemáticas e tente

reescrever o texto utilizando os processos que julgar adequados.

... ele não possuía mais mãos nem pés e, sim, nadadeiras. Ele não tinha mais o tamanho

que tinha, ele estava maior. Ele não conseguia mais ficar de pé, ele precisava ficar sempre na água. Ele já

não conseguia ficar fora d’água, agora que ele era um tubarão.

13. Leia o texto a seguir, publicado pelo Jornal do Brasil de 14 de maio de 1992, e responda às perguntas

propostas.

Um velho de sessenta e dois anos morreu de infarto na fila do INSS, em Niterói. Ele

esperaria dezessete horas na fila, como fazia todo mês, para receber meio salário mínimo. Chamava-se

Jesus.

a) O termo um velho de sessenta e dois anos é repetido no texto? Por que processo?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

b) Quais são as repetições da segunda frase do texto em relação à primeira?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

Page 80: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

c) Se retirarmos as repetições da segunda frase, o texto fica prejudicado? Justifique.

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

d) Se desejo um texto mais rápido e agressivo, ele deve ter mais repetições ou novidades em sua

evolução? Por que?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

Page 81: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

21.0. REFERÊNCIAS

ALBERNAZ, Maria Paula – Dicionário Ilustrado de Arquitetura – 2ª Edição – Editora Pro-editores – São

Paulo/SP.

AZEREDO, Hélio Alves de – O Edifício até sua cobertura – Editora Edgar Blucher – São Paulo/SP.

BAUER, L. A . Falcão – Materiais de Construção – Editora LTC – Rio de Janeiro/RJ.

BORGES, Alberto de Campos – Prática das pequenas construções – Volume I e II – Editora Edgar

Blucher – São Paulo/SP.

BORGES, Ruth Silveira – Manual de Instalações prediais hidráulicosanitárias e de gás – 4ª Edição –

Editora Pini – São Paulo/SP.

BOWEN, J. Donald. A multiple register approach to teaching English. In: Estudos línguísticos. Vol. 01,

nº 02, São Paulo: Centro de Lingüística Aplicada / Instituto de Idiomas Yázigi, pp. 35-44. [trad. “Da

variação múltipla de registro no ensino de inglês” In: SOARES, Magda (org). Didática de português.

Belo Horizonte: Opus, 1972, pp. 101-114].

HALLYDAY, M. A. K.; McINTOSH, Angus & STREVENS, Peter. As ciências lingüísticas e o ensino de

línguas. Petrópolis: Vozes, 1974.

MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. 24ª ed. rev. ampl.

Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2003.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º

graus. São Paulo: Cortez, 1996, pp. 41-57.

Page 82: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os
Page 83: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os

Hino do Estado do Ceará

Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!

Hino Nacional

Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!

Page 84: Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP · 3.0. coesÃo e coerÊncia textual 06 3.1. coesÃo textual 08 3.2. coerÊncia textual 09 4.0. coesÃo e coerÊncia textual e os