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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO ¨ LATO SENSU ¨
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DISLEXIA
Por : Lidia Maria Dias de Freitas
Orientador
Prof. Dr. Vilson Sergio de Carvalho
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO ¨ LATO SENSU ¨
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DISLEXIA
Apresentação de monografia á Universidade Candido Mendes
como requisito parcial para obtenção do grau de especialista
em Psicopedagogia .
Por : Lidia Maria Dias de Freitas
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus , porque com sua proteção consegui
alcançar mais um objetivo em minha vida e agradeço
a minha família pelo amor , carinho e apoio .
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia aos meus pais
por terem me incentivado a conquistar
mais uma vitória na trajetória da
minha vida .
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RESUMO
A dislexia é uma dificuldade duradoura da aprendizagem da leitura e aquisição
do seu mecanismo , em crianças inteligentes , escolarizadas , sem quaisquer
perturbação sensorial e psiquica já existente .
Por transtorno especifico da aprendizagem entende-se uma importante
incapacidade para desenvolver determinada função , que no caso da dislexia diz
respeito a função da linguagem ( leitura / escrita ) . É nesse sentido um
transtorno especifico pois não se trata de um atraso geral , mas circunscrito a
uma área .
Uma avaliação diagnóstica implicará a realização de um historial pessoal do
individuo , a análise de sua ficha clinica , o seu perfil pessoal e seu percurso escolar
.
É importante também a realização de uma prova de leitura e escrita , onde se
possa avaliar a linguagem do ponto de vista fonológico , ortográfico , velocidade de
leitura , enfim a capacidade que o individuo tem na codificação e descodificação ,
processos inerentes ao processo lingüístico .
Os professores tem um papel muito importante , pois estes em conjunto com
psicopedagogos deverão diversificar mecanismos de entrada da informação .
Deverão construir e utilizar suportes que permitam reconhecer as dificuldades
apresentadas pela criança disléxica .
Enfim , quer a família , quer a escola tem um papel fundamental no processo de
reeducação , pois são estes os meios privilegiados para reeducar a criança
disléxica .
A família cabe , além de perceber que certamente algo não está bem , ser o
suporte afetivo da criança , porque é muito importante fomentar a auto estima ,
providenciar apoio especializado e estar em interação com a escola .
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METODOLOGIA
A metodologia que será utilizada para que os objetivos da monografia sejam
alcançados englobará uma pesquisa bibliográfica ampla por textos técnicos
relacionados ao tema proposto .
Para tanto , faz-se necessário a busca minuciosa por artigos , livros , apostilas e
revistas especializadas e até mesmo paginas da web ( internet ) .
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................... 9
CAPITULO I -
DEFINIÇÃO DE DISLEXIA .............................. 10
1.1 Sintomas da Dislexia ............................................... 11
1.2 Sinais da Dislexia .................................................... 12
1.3 Tipos de Dislexia ................................................... 15
1.4 Dificuldades de Aprendizagem ............................ 15
A dislexia e a Alfabetização .................................. 17
CAPITULO II –
PRINCIPAIS CAUSAS DA DISLEXIA ............ 19
2.1 Diagnóstico da Dislexia ......................................... 20
2.2 Tratamento da Dislexia ........................................ 20
2.3 Tratamento Psicopedagógico da Dislexia .......... 22
2.4 Problemas Emocionais ....................................... 22
8
Psicopedagogia Escolar ........................................ 24
Sugestões e Recursos .......................................... 26
O Apoio do Professor ......................................... 26
CONCLUSÃO ..................................................... 29
REFERÊNCIAS ..................................................... 31
WEBGRAFIA ......................................................... 31
9
INTRODUÇÃO
A definição de dislexia , segundo alguns autores , é como sendo uma
falta de habilidade na linguagem que acaba se refletindo na leitura .
Os disléxicos processam as informações de um modo diferente , cada
um com suas características próprias .
Dizer que um individuo é disléxico é deixar claro que ele não é
deficiente mental , por isso é necessário um diagnostico onde se
possa avaliar o desenvolvimento para se diferenciar a dislexia de
outros distúrbios .
A criança com dificuldade de aprendizagem é aquela que apresenta
bloqueios na aquisição do conhecimento , na audição , na fala , leitura ,
raciocínio ou habilidades matemáticas . Estas desordens são intrínsecas ao
sujeito , presumidamente devido a uma disfunção do sistema nervoso
central , podendo ocorrer apenas por um período na vida .
Entende-se que cada aluno apresenta sua dificuldade , alguns tem
bloqueios para escrever , expressar suas emoções , falar etc . Nesse
contexto , o professor precisa estar atento a essas dificuldades a fim de
criar mecanismo para o seu enfrentamento , reconhecendo que na fase
inicial a criança absorve o que lhe é repassado e incorpora valores que
no decorrer da vida escolar , se contemporizam com outros , podendo
gerar conflito ou dificuldades .
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CAPÍTULO I
DEFINIÇÃO DE DISLEXIA
A dislexia é uma dificuldade acentuada que ocorre no processo da
leitura e da escrita . É uma incapacidade de ler , como as outras
crianças apesar de possuir uma inteligência normal e boa saúde e
órgãos sensoriais intactos .
A palavra dislexia é derivada do grego ¨dis ¨ - dificuldade e ¨ lexia ¨ -
linguagem , portanto dislexia é uma dificuldade de aprendizagem
caracterizada por problema na linguagem receptiva e expressiva ,
oral ou escrita . As dificuldades podem aparecer na leitura e
escrita , soletração e ortografia , fala e compreensão e em
matemática .
Problemas no processamento visual e auditivo podem aparecer ,
distinguindo os disléxicos como um grupo que apresenta dificuldade
no processamento de linguagem . Isso significa que pessoas
disléxicas tem dificuldade em traduzir a linguagem ouvida ou lida
para o pensamento , ou o pensamento para a linguagem falada ou
escrita .
Dislexia não está associada a uma baixa de inteligência . Na
verdade , há uma lacuna inesperada entre a habilidade de
aprendizagem e o sucesso escolar . O problema não é
comportamental , psicológico , de motivação ou social .
Dislexia não é uma doença é um funcionamento peculiar do
cérebro para o processamento da linguagem . Pessoas disléxicas são
11
únicas ; cada uma com suas características , habilidades e
inabilidades próprias .
Anualmente no Brasil , milhares de estudantes são considerados
como portadores de dificuldade de aprendizagem . Mesmo assim
destes casos não são corretamente diagnosticados por isto não são
devidamente orientados .
Este fato decorre da falta de informações dos profissionais das
áreas de educação e saúde , que não fazendo a identificação
precoce e o devido encaminhamento , provocam em muitos casos a
frustração e até a evasão escolar.
A dislexia faz vitimas em todas as camadas sociais , muitas vezes
impedindo o progresso e a ascenção social dos que apresentam o
problema .
1.1 - Sintomas da Dislexia
Os sintomas mais significativos de dislexia , sem ser precisa a
idade cronológica do individuo são :
1 ) Um atraso na aquisição das competências da leitura e escrita ;
2 ) Confusão entre letras, silabas ou palavras com diferenças subtis
de grafia ( a – o ; c – o ; e- c ; f-t ; h – n ...) ; confusão entre letras ,
silabas ou palavras com grafia similar , mas com diferente
orientação no espaço ( b-d ; d-p; b-q ; d-q ; ...) ; inversões parciais
ou totais de silabas ou palavras ( me-em ; sal_ las ; ... ) ;
3 ) Substituição de palavras por outras de estrutura similar , porem
com significado diferente ( saltou – salvou ; ... ) ;
4 ) Adição ou omissão de sons , silabas ou palavras ( famosa – fama;
casaco – casa . .. );
12
5 ) Leitura silábica , hesitante e com bastantes incorreções ;
6 ) ilegibilidade da escrita , letra rasurada , presença de muitos
erros ortográficos e redação com idéias desordenadas e sem
nexo ;
7 ) Leitura pode surgir em espelho ;
8 ) Baixa compreensão leitora ;
9 ) Erros ortográficos ( naturais ou arbitrários ) ;
10) Outros sintomas que podem estar associados são :
- Dificuldade de memória a curto prazo
- Problemas ao nível da motricidade fina
- Problemas na percepção Visio-espacial
- Problemas na organização espaço temporal
- Baixa atenção com ou sem hiperatividade
- Desorganização e pouco empenho no trabalho .
1.2 - Sinais da Dislexia
¨ Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem . É um distúrbio
especifico da linguagem , de origem constitucional , carecterizado pela
dificuldade de decodificar palavras simples . Mostra uma insuficiência
no processo fonológico .
Estas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas
em relação a idade . Apesar de submetida a instrução convencional ,
adequada inteligência , oportunidade socio – cultural e não possuir
distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais , a criança falha no
processo de aquisição da linguagem .
A dislexia , apresentada em farias formas de linguagem ,
frequentemente incluídas problemas de leitura , em aquisição de
capacidade de escrever e soletrar ¨ . ( Ianhez , 2002 , pg. 23 )
13
È importante ressaltar que o autor deixa claro que a dislexia não
é um transtorno de aprendizagem , mas é um transtorno de
linguagem que faz sintonia na aprendizagem . A dislexia não é uma
doença , portanto não se pode falar em cura . Ela é congênita e
hereditária , portanto não é conseqüência de problemas emocionais
ou intelectuais .
Eu acredito que o aluno disléxico estará sempre em situação de
fracasso escolar e com isso necessita ser incluído e adaptado a uma
avaliação especial e os professores precisam elaborar um plano de
ensino buscando a inclusão deste aluno , partindo de habilidades
que ele já possui , ou seja , proteger o que este aluno aprendeu e
assimilou e trabalhar e mudar se for o caso a forma de avaliar
para que ele possa seguir sua vida escolar sem prejuizo de afetar
sua auto estima levando-o a exclusão social e a depressão .
Podemos estar atentos a alguns sinais anteriores a aquisição da
linguagem escrita que se inicia por volta dos 6 anos de idade , em
vez de unicamente considerarmos sinais de imaturidade podemos
procurar analisá-los com mais atenção :
- Antecedentes familiares - verificar se existem familiares pai , mãe
com problemas de dislexia ;
- Atraso na aquisição da linguagem oral . Dificuldade em falar com
clareza ;
- Confusão no vocabulário que diz respeito a orientação espacial ;
- Confusão na pronunciação de palavras que se assemelham
atendendo a sua fonética ;
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- Dificuldade em nomear coisas , pois não é capaz de recordar o
nome que se lhes atribui ;
- Dificuldade em elaborar rimas .
- Desempenho escolar abaixo da media , em matérias especificas , que
dependem da linguagem escrita ;
- Melhores resultados , nas avaliações orais , do que nas escritas ;
- Dificuldade de coordenação motora fina ( para escrever , desenhar e
pintar ) e grossa ( é descoordenada ) ;
- Dificuldade de copiar as lições do quadro , ou de um livro ;
- Problema de lateralidade ( confusão entre esquerda e direita ,
ginástica ) ;
- Dificuldade de expressão : vocabulário pobre , frases curtas ,
estrutura simples , sentenças vagas ;-. Dificuldade em manusear mapas
e dicionário ;
- Esquecimento de palavras ;
- Problema de conduta : retração , timidez , excessiva e depressão ;-
- Desinteresse ou negação da necessidade de ler ;
- Leitura demorada , silabadas e com erros . Esquecimento de tudo o
que lê ;
- Salta linhas durante a leitura , acompanha a linha de leitura com o
dedo ;
- Dificuldade em matemática , desenho geométrico e em decorar
sequências ;
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1.3 – Tipos de Dislexia
A dislexia pode ser classificada de várias formas , de acordo com os
critérios usados para classificação .
Ela divide-se em dois tipos distintos : dislexia com alterações viso
espaciais e motrizes e dislexia com alterações verbais e de ritmo .
A escrita espelhada , confusões e inversões na escrita , problema
motor e disgrafias seriam viso espaciais e motrizes .
Os transtornos de linguagem , dislalias , inversões , pobreza de
expressões , pouca fluência verbal , compreensão baixa de regras
simbólicas , dificuldades para relatar fatos , etc ... seriam características
da dislexia com alterações verbais e de ritmo .
1.4 - Dificuldade de Aprendizagem
¨ A dislexia é uma dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade
de uma criança para ler ou escrever está por baixo de seu nível de
inteligência ¨. ( Fonseca , 1995 , pg . 68 )
A escola precisa buscar e defender o que é essencial para ajudar
estes alunos disléxicos a incorporar regras e a desenvolver suas
habilidades com diferentes métodos de aprendizagem assegurando
uma educação diferenciada e de qualidade .
Nos dias atuais em nossas escolas há um desequilíbrio muito
grande em relação ao social relacionado aos aspectos pedagógicos ,
Na minha opinião a primeira atitude a ser tomada é ter
comprometimento e acreditar que os alunos ou a criança disléxica
tem capacidade de aprender e cabe ao professor ou ao
psicopedagogo garantir que esta integração ocorra nos trabalhos
pedagógicos coletivos , promovendo encontros de pais , alunos e
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professores para que sejam apresentadas as novas concepções de
aprendizagem .
O estudo do processo de aprendizagem humana e suas dificuldades são
desenvolvidos pela psicopedagogia , levando-se em consideração as
realidades interna e externa , utilizando-se de vários campos do
conhecimento , integrando-se e sintetizando-os . Procurando
compreender de forma global e integrada os processos cognitivos ,
emocionais , orgânicos , familiares , sociais e pedagógicos que
determinam a condição do sujeito e interferem no processo de
aprendizagem , possibilitando situações que resgatem a aprendizagem
em sua totalidade de maneira prazerosa .
A aprendizagem e a construção do conhecimento são processos
naturais e espontâneos do ser humano que desde muito cedo aprende
a mamar , falar , andar , pensar, garantindo assim , a sua
sobrevivência . Com aproximadamente três anos , as crianças são
capazes de construir as primeiras hipóteses e já começam a questionar
sobre a existência .
Atualmente , a política educacional prioriza a educação para todos e
a inclusão de alunos que há pouco tempo eram excluídos do sistema
escolar por portarem deficiências físicas ou cognitivas , porem um
grande numero de alunos que ao longo do tempo apresentaram
dificuldades de aprendizagem e que estavam fadados ao fracasso
escolar pode freqüentar as escolas e eram rotulados em geral de
alunos difíceis .
Raramente as dificuldades de aprendizagem tem origens apenas
cognitivas . Atribuir ao próprio aluno o ser fracasso , considerando
que haja algum comprometimento no seu desenvolvimento psicomotor ,
cognitivo , lingüístico ou emocional ( conversa muito , é lento e não faz
a lição de casa , não tem assimilação , entre outros ) , desestruturação
familiar , sem considerar as condições de aprendizagem que a escola
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oferece a este aluno e outros fatores intra-escolares que favorecem a
não aprendizagem .
A relação professor/aluno torna o aluno capaz ou incapaz . Se o
professor tratá-lo como incapaz , não será bem sucedido , não
permitirá a sua aprendizagem e o seu desenvolvimento . Se o
professor , mostrar-se despreparado para lidar com o problema
apresentado , mais chances terá de transferir suas dificuldades para
o aluno .
A aprendizagem escolar também é considerada um processo natural
que resulta de uma complexa atividade mental , na qual o
pensamento , a percepção , as emoções , a memória , a motricidade e os
conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deva sentir o
prazer em aprender .
1.5 - A Dislexia e a Alfabetização
¨ Dificuldade de aprendizagem ( DA ) é um termo que se refere a um
grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades
significativas na aquisição e utilização da compreensão auditivas da fala
, da leitura , da escrita e do reciocinio matemático . Tais desordens ,
consideradas intrincecas ao individuo , presumindo-se que sejam
devidas a um disfunção do sistema nervoso central , podem ocorrer
durante toda a vida ¨. ( Fonseca , 1995 , pg. 71 )
Muitos autores tem defendido o método fonético como o mais
adequado na alfabetização de disléxicos . Os métodos fonéticos
favorecem a aquisição e o desenvolvimento da consciência fonológica
que é a capacidade de perceber que o discurso espontâneo é uma
sequência de sentenças e que estas são uma sequência de silabas
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( consciência silábica ) e que as silabas são uma sequência de
fonemas ( consciência fonêmica ) o que auxiliaria muito nas
dificuldades dos alunos disléxicos .
Por isso , o disléxico precisa olhar e ouvir atentamente , observar os
movimentos da mão quando escrever e prestar atenção ao movimento
da boca quando fala . Desta maneira a criança disléxica associará a
forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os
movimentos , pois falar , ouvir , ler e escrever , são atividades da
linguagem .
Do ponto de vista do desenvolvimento e da construção de
significados , só pode ser significativo para a pessoa aquilo do qual
ela possui um mínimo de experiências e de informação ¨ .
Para auxiliar o aluno disléxico em suas dificuldades , a escola deve
dar encorajamento , atender e respeitar as capacidades e os limites
da criança , estar informada , para amparar a criança em sua
dificuldade , manter o professor da classe familiarizado e
sensibilizado com a dislexia , para compreender e apoiar a criança na
sala de aula , reconhecer a necessidade de ajuda extra e desenvolver
um clima de paciência , para que as crianças possam ter tempo
suficiente para cumprir suas tarefas , ate mesmo , repeti-las varias
vezes para retê-las .
È importante também , conscientizar toda comunidade escolar que
estas facilidades dadas aos disléxicos , na verdade representam a
única forma que este tem para competir em igualdade de condições
com seus colegas ,
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CAPITULO II
PRINCIPAIS CAUSAS DA DISLEXIA
As causas da dislexia são neurobiológicas e genéticas . A dislexia é
herdada e portanto uma criança disléxica tem algum pai , avô , tio ou
primo que também é disléxico em alguns casos .
Diferentemente de outras pessoas que não sofrem de dislexia ,
disléxicos processam informações em uma área de seu cérebro , não
obstante m os cérebros de disléxicos são perfeitamente normais . A
dislexia parece resultar de falhas nas conexões cerebrais .
Felizmente existem tratamentos que curam a dislexia . Estes
tratamentos buscam estimular a capacidade do cérebro de
relacionar letras aos sons que as representam e , posteriormente ao
significado das palavras que elas formam .
Alguns pesquisadores acreditam que quanto mais cedo é tratada a
dislexia , maior chance de corrigir falhas nas conexões cerebrais da
criança . Em outras palavras , a dislexia se tratada nos primeiros
anos de vida da criança pode ser curada por completo .
O diagnóstico da dislexia exige quase sempre uma equipe
multidisciplinar , formada por neurologista , psicólogo , psiquiatra e
psicopedagogo . Esta equipe tem a função básica de eliminar outras
causas responsáveis pelas trocas de letras e outras alterações de
linguagem .
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2.1 Diagnóstico da Dislexia
De certa forma o diagnóstico de dislexia é feito por exclusão . Por
isso quanto a criança é levada ao consultório com a queixa que
vai mal na escola , antes de afirmar que é dislexia é preciso
descartar uma serie de distúrbios que ela não tem . Por exemplo :
deficiências visuais e auditivas interferem negativamente na
aprendizagem e podem ser tão sutis que as pessoas ao redor não
percebem .
Temos hoje possibilidade de fazer um diagnostico precoce de uma
criança potencialmente disléxica logo a partir do Jardim de Infância.
Um dos sintomas mais alarmantes nestas crianças é o seu distúrbio
psicomotor o qual permite ao técnico especializado fazer um prévio
despistamento do problema disléxico .
Especialistas também esclarecem que o diagnóstico diferencial e o
treinamento remediativo para o disléxico adulto devem seguir
orientação idêntica aquela que é adequada a criança e ao jovem
disléxico .
2.2 Tratamento da Dislexia
É importante enfatizar que a dislexia não é curada sem um
tratamento apropriado . Não se trata de um problema que é
superado com o tempo , a dislexia não pode passar despercebida .
Pais e professores devem se esforçar para identificar a
possibilidade de seus filhos ou alunos sofrerem de dislexia .
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Crianças disléxicas que forem tratadas desde cedo superam o
problema e passam a se assemelhar aquelas que nunca tiveram
qualquer dificuldade de aprendizado .
Mas um bom tratamento certamente rende bons resultados . Alguns
estudos sugerem que um tratamento adequado administrado ainda
cedo na vida escolar de uma criança , pode corrigir as falhas nas
conexões cerebrais ao ponto que elas desapareçam por completo .
Foram desenvolvidos diversos programas para curar a dislexia . Não
há um só tratamento que seja adequado a todas as pessoas .
Contudo a maioria dos tratamentos enfatiza a assimilação de
fonemas , o desenvolvimento do vocabulário , a melhoria da
compreensão e fluência na leitura .
Esses tratamentos ajudam o disléxico a reconhecer sons , silabas ,
palavras e por fim frases . É aconselhável que a criança disléxica
leia em voz alta com um adulto para que ele possa corrigi-la . É
importante saber que ajudar disléxicos a melhorar sua leitura é
muito trabalhoso e exige muita atenção e repetição .
No tratamento do disléxico , há ao nível da clinica medica , neste
âmbito da correção das perturbações posturais e proprioceptivas ,
três processos que se complementam : reprogramação postural e
psicomotricidade , modificação da informação visual através de
lentes prismáticas de pequena potencia e apoio psicopedagogico
especializado .
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2.3 - Tratamento Psicopedagógico
A tarefa clinica psicopedagógica é ajudar essa pessoa a descobrir
modos compensatórios de aprender , jogos leituras compartilhadas ,
atividades especificas para desenvolver a escrita e habilidades de
memória e atenção fazem parte do processo de intervenção .
A medida que o disléxico se percebe capaz de produzir poderá
avançar no seu processo de aprendizagem e iniciar o resgate de
sua auto – estima .
Além disso , cabe destacar a importância dos professores
compreenderem o problema da criança disléxica para que não seja
taxada de preguiçosa ou estúpidas e da participação dos pais como
defensores , facilitadores de intervenções apropriadas e fonte de
apoio emocional .
2.4 – Problemas Emocionais
A criança disléxica é geralmente triste e deprimida , pelo repetido
fracasso em seus esforços para superar suas dificuldades , outras vezes
mostra-se agressiva e angustiada . Estes intensos sentimentos de
inferioridade , provocam frustrações , como a reprovação e a evasão
que são ocorrências comuns na vida escolar do disléxico .
Existem , também , conseqüências mais profundas , no nível emocional
como diminuição do auto conceito , reações rebeldes e delinqüências .
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Em geral , a criança é considerada relapsa , desatenta , preguiçosa e
sem vontade de aprender , o que cria uma situação emocional que
tende a se agravar , especialmente em função da injustiça que possa
vir , a sofrer . Seu esforço de lutar contra as dificuldades , a
censura e a decepção , as vezes leva a criança disléxica a manifestar
sintomas como dores abdominais , de cabeça ou transtornos do
comportamento .
Os problemas emocionais surgem como uma reação secundaria aos
problemas de rendimento escolar . As crianças disléxicas tendem a
exibir um quadro mais ou menos típico , com variações de criança
para criança , cujas características são a reduzida motivação e
empenho pelas atividades , recusa de situações e atividades que
exigem leitura e escrita , sintomatologia ansiosa , perante avaliações
ou atividades de leitura e escrita , sentimentos de tristeza e de
culpabilização , reduzida auto estima , insegurança , vergonha ,
incapacidade m inferioridade e frustração , comportamento de
oposição e desobediência perante pais , professores , enurese noturna
e pertubação do sono .
Não saber ler ou escrever tem um desapreço social muito grande e
a pessoa traz este sentimento consigo . Esta tensão e esta visão de si
mesmo como não aprendiz estão presentes quando a pessoa se
senta para escrever , e se manifesta muitas vezes na rigidez do braço
e mão , muitas vezes anulando o movimento do pulso ( necessário
para escrever )¨ .
A experiência emocional da escrita também se manifesta em
verbalizações como ¨ não gosto de escrever ¨ não quero aprender a
escrever ou ¨não sou bom para escrever ¨ , ela só se modificará
quando a criança se vir efetivamente realizando o ato de escrever .
www.arletefonoaudiologia.com.br/a.profissional/dislexia/
24
2,5 Psicopedagogia Escolar
A atuação da Psicopedagogia tem como base o pensar , a forma
como a criança pensa e não propriamente o que aprende . Ter um
olhar psicopedagogico de um processo de aprendizagem é buscar
compreender como eles utilizam os elementos do seu sistema
cognitivo e emocional para aprender .
O processo de construção do conhecimento se dá em base sólida de
acordo com a afetividade que se tem perante o objeto de estudo e o
desconhecido , pressupondo-se que todo desconhecido é novo e o novo
tem que associar-se ao já aprendido , modificando e aumentando-o .
Contribuir para o crescimento dos processos da aprendizagem e
auxiliar no que diz respeito a qualquer dificuldade , em relação ao
rendimento escolar , também é do âmbito da psicopedagogia , bem
como de educadores em geral .
Ter conhecimento de como o aluno constrói seu conhecimento ,
compreender as dimensões das relações com a escola , com os
professores , com o conteúdo e relacioná-los aos aspectos afetivos e
cognitivos , permite uma atuação mais segura e eficiente .
É neste contexto atual que o Psicopedagogo conquista espaço . Uma
observação minuciosa e uma escuta atenta sem pré conceitos assinalada
pela imparcialidade , pode detectar a real problemática da instituição
escolar . Esse é o papel do psicopedagogo nas instituições : olhar em
detalhe numa relação de proximidade , porem não de cumplicidade ,
facilitando o processo de aprendizagem .
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Afinal , a Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor
compreensão do processo da aprendizagem humana e assim estar
resolvendo as dificuldades da mesma , ou mesmo prevenindo-as ,
visando o interesse e o prazer do aluno e do professor pelo processo de
ensinar e aprender , garantindo o sucesso escolar para todos .
( www.dislexia.org.br )
2.6- O Apoio do Professor
O papel do professor é dirigir um olhar flexível para cada aluno que
tenha dificuldade , é compreender a natureza dessas dificuldades ,
buscar um diagnóstico especializado , uma orientação para melhorar
o dia a dia da criança e se instrumentalizar , pois há muitos
professores que lecionam e não sabem o que é dislexia .
A primeira tarefa do professor é resgatar a autoconfiança do aluno.
Descobrir suas habilidades para que possa acreditar em si mesmo
ao se destacar em outras áreas .
O professor que deseja ajudar seus alunos , sabe que é necessário
encaminhá-lo para tratamento e colaborar nesse tratamento . Mas
ele sabe também que o atendimento gratuito é sujeito a grande
espera e que o nível econômico da maioria dos escolares não permite
tratamento particular . Só através de um trabalho paciente e
constante , poderá prestar a ajuda que a criança tanto necessita .
O ideal é trabalhar a autonomia da criança para que ela não
comece a sentir-se dependente em tudo . O professor deve acolher e
respeitá-lo em suas diferenças sem cair no sentimento de pena .
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Cabe ao professor recorrer a diversas atividades e técnicas de ensino
e descobrir qual delas se adapta a cada estudante e cada situação .
É importante que o professor explique a criança o seu problema ,
sente ao lado dela , não a pressione com o tempo , não estabeleça
competições com os outros , que seja flexível quanto ao conteúdo das
lições , que faça criticas construtivas , estimule o aluno a escrever
em linhas alternadas , certifique-se que a tarefa de casa foi entendida
pela criança , peça aos pais que releiam com ela as instruções ,
evite anotar todos os erros na correção , não corrija com lápis
vermelho e procure descobrir os interesses e leituras que prendam
a atenção da criança .
É de grande importância ressaltar que a manutenção de turmas
pequenas , com no máximo 20 alunos , ou menos é de extrema
relevância para que o professor tenha oportunidade de observar de
maneira adequada a todos os educandos como também dispor de
tempo para auxiliá-los .
2.7- Sugestões e Recursos
A motivação é muito importante para a criança disléxica , pois ao
se sentir limitada e inferiorizada , ela pode se revoltar e assumir
uma atitude de negativismo . Por outro lado , quando se vê
compreendida e amparada , ganha segurança e vontade de colaborar.
Existem também alguns recursos e alternativas para que a criança
consiga acompanhar a turma , entre eles :
- Dar a ele um resumo , do programa a ser desenvolvido ;
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- Iniciar cada novo conteúdo , com um esquema mostrando o que
será apresentado no período . No final , resumir os pontos chaves ;
- Usar vários recursos de apoio para apresentar a lição a classe
alem do quadro negro , projetor de slides , retroprojetor , vídeos e
outros recursos multimídia ;
- Introduzir vocabulário novo ou técnico de forma contextualizada ;
- Evitar dar instruções orais e escritas ao mesmo tempo ;
- Avisar com antecedência quando houver trabalhos que envolvam
leitura para que o aluno encontre outras formas de realizá-lo como
gravar o livro , por exemplo ;
- Fazer revisões com tempo disponível para responder as possíveis
duvidas ;
- Autorizar o uso de tabuadas , calculadoras simples , rascunhos e
dicionários , durante as atividades e avaliações ;
- Aumentar o limite do tempo para atividades escritas ;
- Ler enunciados em voz alta e verificar se todos entenderam o que
está sendo pedido ;
- Usar gravador ;
- Confecção do próprio material para alfabetização como desenhar
e montar uma cartilha ;
- Uso de gravuras e fotografias ( a imagem é essencial ) ;
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- Material dourado ;
- Folhas quadriculadas para matemática ;
- Não deve ser forçada a ler em voz alta , em classe , a menos que
demonstre desejo em faze-lo ;
- Uso de informática , como corretor ortográfico .
Entre alguns exemplos de atividades e técnicas aplicáveis ao
disléxico , podemos destacar :
- Colocar o aluno na primeira classe ( para poder dar atenção
especial a ele ) ;
- Repetir só para a criança o que disse para a classe ;
- Ler novamente um trecho do livro só para ela ;
- Corrigir atividades ao lado dela ;
- Dar tempo maior para que faça o mesmo trabalho que os demais ;
- Substituir avaliações e outros trabalhos escritos por orais ;
- Utilizar programas oferecidos no mercado para montar uma
metodologia de apoio ao aprendizado .
( www.dislexia.org.br )
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CONCLUSÃO
Dislexia é um jeito de ser e de aprender , reflete a expressão individual
de uma mente , muitas vezes arguta e até genial , mas que aprende de
maneira diferente .
A linguagem é fundamental para o sucesso escolar . Ela está presente
em todas as disciplinas e todos os professores são potencialmente
professores de linguagem , porque utilizam a língua materna como
instrumento de transmissão de informações .
Muitas vezes uma dificuldade na aprendizagem da matemática esta
mais relacionada a compreensão do enunciado do que ao processo
operatório da solução do problema . Os disléxicos em geral , sofrem
também de discalculia - dificuldade de calcular - porque encontram
dificuldade de compreender os enunciados das questões .
Uma criança disléxica encontra dificuldade para ler e as frustrações
acumuladas podem conduzir a comportamentos anti sociais , a
agressividade e a uma situação de marginalização progressiva .
Pais , professores e educadores devem estar atentos a dois
importantes indicadores para o diagnostico precoce da dislexia : a
historia pessoal do aluno e as suas manifestações lingüísticas nas
aulas de leitura e escrita .
Quando os professores se deparam com crianças inteligentes ,
saudáveis , mas com dificuldade de ler e entender o que leram , devem
investigar imediatamente se há existência de casos de dislexia na
família . Em geral , a historia pessoal de um disléxico traz traços
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comuns , como o atraso na aquisição da linguagem , atrasos na
locomoção e problemas de dominância lateral .
O histórico de dificuldades na família e na escola poderá ser de
grande utilidade para profissionais como psicólogos , psicopedagogos
e neuropsicologos que atuam no processo de reeducação lingüística
das crianças disléxicas .
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