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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA IMPACTOS DA DISLEXIA NA SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA Por: Mara Daiane Duarte Almeida Orientador Prof.ª Dayse Serra Niterói 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

IMPACTOS DA DISLEXIA NA SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA

Por: Mara Daiane Duarte Almeida

Orientador

Prof.ª Dayse Serra

Niterói

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

IMPACTOS DA DISLEXIA NA SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Psicopedagogia.

Por: Mara Daiane Duarte Almeida

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AGRADECIMENTOS

.... a Deus por me possibilitar a

realização deste trabalho, ao meu

marido que está sempre ao meu lado,

aos familiares que torcem por mim e se

alegram a cada nova conquista, aos

amigos que fiz durante este curso que

me ajudaram muito durante todo o

período de estudo,......

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DEDICATÓRIA

.....os meus alunos, pois sem eles a

realização deste trabalho seria

impossível, já que a partir da minha

vivência profissional surgiram dúvidas e a

necessidade de buscar novos

conhecimentos para que cada vez mais

consiga realizar meu trabalho ajudando

cada um a se desenvolver da melhor

maneira possível,.......

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RESUMO

A presente monografia tem como objetivo entender o que pode ser feito para

diminuir os efeitos psicologicamente negativos da Dislexia no desenvolvimento

humano. Encontrar uma forma de amenizar os sintomas deste distúrbio,

verificar se os alunos que apresentam este distúrbio o levam para a fase adulta

e se existe alguma forma de isto não acontecer. Com isto, entender as

necessidades de uma criança Dislexa e como ela reage quanto a isso para

podermos ajudá-la no seu desenvolvimento e aprendizagem.

Palavras-chave: Dislexia, alunos e professores.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada para realização deste trabalho foi uma pesquisa

bibliográfica e na internet e também os conhecimentos adquiridos durante o

curso de pós-graduação em Psicopedagogia, além da prática pedagógica.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O que é Dislexia? 13

CAPÍTULO II - A importância do diagnóstico precoce

da Dislexia. 19

CAPÍTULO III – Como agir com crianças Dislexas. 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34

BIBLIOGRAFIA CITADA 36

ÍNDICE 38

FOLHA DE AVALIAÇÃO 39

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INTRODUÇÃO

No dia-a-dia do meu trabalho, como professora das séries iniciais do

ensino Fundamental, me deparo com diferentes formas de dificuldades de

aprendizagem e que na maioria das vezes são denominadas como Dislexia.

Por isso escolhi este tema para monografia, na tentativa de entender melhor o

que realmente acontece com as crianças que não conseguem, ou tem

dificuldades de aprender a ler e a escrever.

Conclui minha graduação em Pedagogia na Universidade Federal

Fluminense em 2009, o tema monografia foi sobre “TDA/H em Adultos”, pois

sempre me interessei por temas relacionados à educação especial, transtornos

de comportamento e inclusão.

Tenho como maior preocupação não é com o transtorno em si, mas

sim com os impactos gerados por ele na vida das crianças, em relação ao seu

convívio com os colegas e professores. Como podem conviver com suas

particularidades fazendo parte do grupo em que estão inseridos, sem serem

rejeitados ou diminuídos.

Dei início à vida profissional, trabalhando como professora de apoio de

alunos com necessidades educacionais especiais, na rede municipal da cidade

de Niterói no estado do Rio de Janeiro. Chegando a escola encontrei vários

casos de dificuldades de aprendizagem, principalmente em relação à leitura e

a escrita.

Atualmente no município de Niterói, a organização da escola é por

ciclos. Dessa maneira, os educandos dificilmente são reprovados. Assim,

muitas vezes estes que tem dificuldades de aprendizagem chegam ao fim do

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ensino fundamental com dificuldades na leitura e escrita e até mesmo sem

saber ler, ou escrever.

Crianças que não tem graves problemas de comportamento e ou

neurológicos, não tem direito a um professor de apoio e nem frequentar a sala

de recursos, devido ao grande número de alunos com graves transtornos,

síndromes e deficiências.

Com isso o aluno com dificuldades de aprendizagem, fica em sala de

aula, mesmo sem conseguir acompanhar o conteúdo e recebe a aprovação

automática no final do ano letivo.

Alguns desses alunos conseguem passar por avaliações e análises da

orientadora Pedagógica da escola, sendo diagnosticadas como Dislexas.

Então são encaminhadas para atendimento especializado fora da escola,

porém, nem sempre são levadas para esses atendimentos pelos familiares, o

que dificulta ainda mais o trabalho do professor de sal de aula e o

desenvolvimento da criança.

Atualmente trabalho em uma instituição de ensino particular, também

no município de Niterói, e, para minha surpresa, também existem vários casos

de dificuldades de aprendizagem. Porém, todas estas crianças têm professor

de apoio além do professor regente, mas nem todas têm acompanhamento

especializado fora da escola, mesmo tendo sido encaminhadas para

especialistas.

Geralmente o diagnostico destas crianças aponta alguma Dislexia ou

TODA/HI, com tratamento adequado, a criança consegue se desenvolver

satisfatoriamente, porém nem sempre consegue se livrar dos rótulos adquiridos

devido as suas particularidades.

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Dificilmente um aluno com dificuldades de aprendizagem não sofre

com o preconceito dos colegas, professores e em alguns casos até da própria

família. Muitas vezes isso faz com que o jovem se sinta inferiorizada, incapaz e

diminuída em relação ao grupo.

Essa questão deve ser trabalhada com o professor em sala de aula.

Porém, na maioria das vezes os profissionais têm dificuldades de lidar com o

aluno que não aprende com a mesma velocidade dos outros. Normalmente a

atitude do docente coloca a dificuldade do aluno em evidência na turma,

tentando incluí-lo no grupo. Em outros casos, por não saber como agir, exclui e

acreditando que ele não é capaz de aprender nada.

Os outros alunos, dependendo da idade e da dificuldade apresentada

pelo colega, podem acolhê-lo e nesse caso poupá-lo das tarefas que exijam

leitura e escrita. Mas também podem evitá-lo, por achar que ele é “burro” ou

“preguiçoso”. Em alguns casos os indivíduos acham que os alunos que

recebem alguma ajuda extra, devido as suas dificuldades, são privilegiados.

Neste caso dependendo de como esta situação é trabalhada e ou, esclarecida,

a criança pode ser aceita ou excluída do grupo.

Todas estas situações conflitantes podem gerar ainda mais

complicações para estas. No caso da exclusão, além da depressão, as

crianças ficam desmotivadas, julgando-se sempre incapazes de realizar as

mesmas tarefas dos colegas. Por outro lado, quando aceitas no grupo, podem

se conformar com a situação, achando tudo fácil e não buscando melhorar, ou

seja, acomodando-se.

No decorrer do curso deste curso de Psicopedagogia, a partir das

aulas assistidas e dos textos lidos, em contraponto com minha prática,

consegui entender melhor o que é a Dislexia e que ela não é a única causa da

dificuldade de aprendizagem e ou alfabetização, existem outros transtornos,

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como a Disgrafia, Disortografia, Limitrofia, Disllia, e o Distúrbio de formação e

sintaxe.

Comumente estes distúrbios, que possuem características próprias,

são erradamente englobados na Dislexia, como se fosse uma coisa só. Esse

fato não ocorre apenas nas escolas, alguns profissionais especializados,

também cometem este erro, mandando esses diagnósticos para as escolas.

Acreditando nos diagnósticos recebidos, as escolas buscam trabalhar

a partir deles, sendo assim, um diagnóstico incorreto pode prejudicar o

trabalho pedagógico e o desenvolvimento desta criança.

Todos esses motivos me levaram a querer entender verdadeiramente o

que é a Dislexia, para que como professora e futuramente Psicopedagoga,

possa ajudar meus alunos de forma mais eficaz, não só pedagogicamente,

como também psicologicamente, pois a criança precisa estar feliz pra

aprender, precisa de afeto e segurança, fazem parte do grupo com

importância. É necessário respeitar as diferenças, sem menosprezá-las nem

reforçá-las, lembrando sempre que todos são únicos, nem melhores e nem

piores, apenas diferentes.

O objetivo deste trabalho é entender as necessidades de uma criança

Dislexa, suas necessidades e reações, para minimizar as dificuldades geradas

por esse distúrbio, diminuindo os rótulos recebidos por estes de maneira que

isso possa gerar menos traumas possíveis para sua vida adulta.

Então sabendo que a Dislexia pode gerar outras comorbidades, ou,

estar simplesmente acompanhada por elas, busco entender como podemos

diminuir os efeitos psicologicamente negativos deste distúrbio no

desenvolvimento humano. Além de mostrar as crianças com as quais trabalho

que elas podem superar suas dificuldades e ter uma vida adulta “normal”, sem

o constante medo do erro.

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Este trabalho será realizado a partir da observação de “crianças com

diagnóstico de Dislexia”, de minha própria pratica pedagógica e demais

professores e alunos da escola. Utilizarei para isso pesquisas bibliográficas, na

internet e também os conhecimentos adquiridos durante o curso de pós-

graduação em Psicopedagogia.

Esta monografia vai se dividir em introdução, capítulo I – O que é a

Dislexia?. Que trará conceitos e definições deste distúrbio, na visão de vários

autores; Capítulo II – A importância do Diagnóstico precoce da Dislexia. Que

trará dicas de diagnósticos e de tratamentos para a dislexia, destacando a sua

importância para desenvolvimento social e cognitivo do indivíduo Dislexo;

Capítulo III – Como agir com a criança Dislexa. Que tratará da importância da

integração entre família, escola e terapia, com sugestões para pais e

professores; e as Considerações Finais.

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CAPÍTULO I

O QUE É DISLEXIA?

... O disléxico não é deficiente, é diferente.

Autor desconhecido.

Atualmente existem muitos estudos sobre a Dislexia, feitos por

profissionais de várias áreas. Ainda não existe um consenso na literatura em

relação a intervenções e remedições para Dislexos, mas com as várias

pesquisas existentes, onde cada vez se descobre mais detalhes sobre mais

detalhes sobre este transtorno podemos melhorar o atendimento a estas

crianças, cada vez mais, buscando o seu pleno desenvolvimento.

A dislexia é comumente conhecida como uma dificuldade no

desenvolvimento da linguagem, oral e escrita. Ou seja, um indivíduo Dislexo,

possui dificuldades em adquirir as ferramentas necessárias para aprender a ler

e a escrever e até mesmo a falar em alguns casos. Isso pode ocorrer devido a

vários motivos, um deles é uma disfunção cerebral.

“A Dislexia constitui um conjunto de sintomas específicos que implicam em disfunções

subcorticais e corticais frequentemente de origem constitucional, que afetam o

aprendizado da linguagem e da escrita. (DSM-IV, 1995). Não provem de um déficit

nos processos periféricos – audição e visão – nem de deficiências nos processos

verbais superiores ou inteligência.” (ZORZI e CAPELLINI, 2009, pg. 244).

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia:

“A DISLEXIA, de causa genética e hereditária, é um transtorno ou distúrbio

neurofuncional, ou seja, o funcionamento cerebral depende da ativação integrada e

simultânea de diversas redes neuronais para decodificar as informações, no caso, as

letras do alfabeto. Quando isso não acontece adequadamente, há uma desordem no

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caminho das informações, dificultando o processo da decodificação das letras, o que

pode, muitas vezes, acarretar o comprometimento da escrita.”

(http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html).

Podemos dizer então que uma criança com Dislexia tem um problema

de aprendizagem. Este processo tem várias teorias, desenvolvidas em vários

estudos. Porém de acordo com Olivier (2010), a aprendizagem é um processo

de aquisição de conhecimentos que se dá pelo resultado de observação,

estudo e raciocínio. Por isso devemos avaliar bem os sintomas da dificuldade

ou problemas da criança em questão, para que assim consigamos identificar o

distúrbio.

Olivier (2010) dá a visão Neuropsicológica da Dislexia, onde ela diz

que se encontram alterados os processamentos periféricos e centrais. O

primeiro refere-se a um comprometimento no sistema de análise visual-

perceptiva, que é subdividido em: Dislexia Atencional, onde o indivíduo lê

palavras isoladas; Dislexia por Negligência, atribuída a lesão cerebral que

causa dificuldade de leitura no campo visual; Dislexia Literal, o indivíduo lê

letras individuais, mas não consegue ler palavras.

O segundo refere-se ao comprometimento do processamento

lingüísticos dos estímulos e subdivide-se em: Dislexia de Superfície, onde o

indivíduo lê irregularmente segundo Olivier, 2010 (apud BLACK e BEHRMANN,

1994); Dislexia Fonológica, incapacidade de leituras de palavras não-reais e

leitura de palavras reais segundo Olivier, 2010 (apud BLACK e BEHRMANN,

1994); Dislexia Profunda assemelha-se com a Fonológica, porém com lesões

múltiplas no hemisfério esquerdo segundo Olivier, 2010 (apud BLACK e

BEHRMANN, 1994 e ELLIS e YOUNG, 1988).

Olivier (2010) também da à visão da Psicopedagogia e Multiterapia

para a Dislexia e afirma que esta é a mais divulgada e citada, algumas vezes

até de maneira equivocada. Ela inicia com a origem da palavra, onde: Dislexia

tem origem do grego “dis” – dificuldade e “lexia” – linguagem. Leva ainda em

conta que léxico significa um conjunto de palavras usadas em uma

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língua/idioma. Porém o distúrbio é bem mais complexo e necessita de

definições mais específicas para que possamos entendê-lo. Então ela a

subdivide em: 1. Congênita ou Inata; 2. Dislexia Adquirida; 3. Dislexia

Ocasional; 4. Conjunto de Características isoladas.

A partir destas definições podemos entender que a Dislexia não pode

ser definida simplesmente como uma troca de letras, ela é bem mais do que

isso, é um distúrbio cerebral, que pode ser causado por vários motivos e se

apresentar-se de diversas maneiras. Sendo assim um profissional que se

disponha a fazer uma avaliação de uma criança com suspeita de Dislexia

precisam estar muito atento as particularidades dos sintomas de cada um para

que não ocorra nenhum erro no tratamento indicado.

“A complexidade do entendimento do que é Dislexia, está diretamente vinculada ao

entendimento do ser humano: de quem somos; do que é Memória e Pensamento-

Pensamento e Linguagem; de como aprendemos e do por quê podemos encontrar

facilidades até geniais, mescladas de dificuldades até básicas em nosso processo

individual de aprendizado.” (http://www.dislexia.com.br/).

É fácil perceber que as diferenças humanas não estão presentes

somente nas características físicas de cada pessoa, mas também nas

características intelectuais, e não só em relação à quantidade de inteligência

de cada pessoa, mas sim na forma em que cada um entende o mundo e as

coisas ao seu redor.

“O maior problema para assimilarmos esta realidade está no conceito arcaico de que:

"quem é bom, é bom em tudo"; isto é, a pessoa, porque inteligente, tem que saber

tudo e ser habilidosa em tudo o que faz.” (http://www.dislexia.com.br/).

Embora a Dislexia seja um distúrbio neurológico de origem congênita,

aparece em crianças com potencial intelectual normal, sem déficits sensoriais

e que apresentam condições constitucionais para aprender a ler e escrever,

não consegue desempenhar tais tarefas satisfatoriamente, segundo Zorzi e

Capellini, 2009 (apud CAPELLINI e SALGADO 2004).

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Existem diferentes formas de aprendizagem, isto deve ser respeitado e

entendido tanto pelos pais quanto pelos professores para que todos possam se

desenvolver adequadamente. Quando se trata de indivíduos disléxicos essas

diferenças são ainda maiores, ou mais visíveis, já que o Dislexo tem

dificuldades em processar a memória de curto prazo em memória de longo

prazo.

Além da Dislexia existem outros distúrbios que fazem com que a

criança possua dificuldade na leitura, escrita e até mesmo em cálculos e são

facilmente confundidos com dislexia ou simplesmente nomeados como tal.

Porém, como já falado anteriormente, deve-se ter muito cuidado ao analisar os

sintomas da não aprendizagem de uma criança, para que ela tenha acesso a

um tratamento adequado.

Segundo Olivier, 2010, os distúrbios que possuem sintomas parecidos

com a Dislexia são:

ü Disgrafia: desordem de integração visual-motora onde o indivíduo fala

de forma normal, em muitos casos consegue ler, mas não consegue

transmitir informações visuais ao sistema motor, possivelmente possui

problemas motores ou de equilíbrio;

ü Disortografia: dificuldade na linguagem escrita, o indivíduo apresenta

fraseologia incorretamente constituída e/ou por palavras escritas de

forma errada;

ü Limitrofia: termo usado erroneamente para definir um grau leve de

autismo, atualmente usa-se o termo ”Limitação de Autonomia

Psicossocioambiental”, que pode ser temporária. Caracteriza-se por

dificuldade de concentração, falta de equilíbrio e/ou coordenação

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motora, problemas de articulação para a fala e dificuldades na aquisição

de leitura e por vezes difícil socialização, preferência por ficar sozinha;

ü Dislalia: má pronúncia das palavras, omitindo ou trocando fonemas ou

até sílabas. Este distúrbio pode se dar também pelo ambiente de

convívio da criança, ou seja, fala errado porque escuta as pessoas a

sua volta falando errado;

ü Distúrbio de formação e sintaxe: disposição incorreta das frases escritas

e até em um discurso, isto ocorre por falta de organização do

pensamento, ou então só grava o visual e por isso não forma frases

completas, além disso, pode formar frases no pensamento, mas com

tanta rapidez que omite palavras na hora de passar para o papel.

Todos estes distúrbios possuem não só definições distintas como

também possuem tratamentos distintos. Estas diferenças precisam ser

respeitadas para que seja ministrado um tratamento adequado e assim o

indivíduo consiga superar as suas falhas. Para isso é necessário ficar atento

aos sintomas da Dislexia que podem ou não incluir os sintomas dos

transtornos citados anteriormente.

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia são sintomas da

Dislexia:

Ocorrerá Sempre: Ocorrerá muitas vezes: Ocorrerá às vezes:

ü dificuldades com a

linguagem e escrita;

ü disgrafia (letra feia); ü dificuldades com a

linguagem falada;

ü dificuldades em

escrever;

ü discalculia, dificuldade

com a matemática,

sobretudo na

assimilação de símbolos

e de decorar tabuada;

ü dificuldade com a

percepção

espacial;

ü dificuldades com a

ortografia;

ü dificuldades com a

memória de curto prazo

ü confusão entre

direita e esquerda.

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e com a organização’;

ü lentidão na

aprendizagem da

leitura.

ü dificuldades em seguir

indicações de caminhos

e em executar

seqüências de tarefas

complexas;

ü dificuldades para

compreender textos

escritos;

ü dificuldades em

aprender uma segunda

língua.

(http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html)

Já Zorzi e Capellini, 2009 classificam a Dislexia em: Disfonética ou

Fonológica, onde os indivíduos possuem dificuldade na leitura de palavras

pouco familiares, dificuldade na conversão som-letra, provavelmente devido a

uma disfunção do lóbulo temporal; Diseidética, dificuldade na leitura por um

problema de ordem visual, provavelmente causado por uma disfunção no

lóbulo occipital; Mista, apresentam as duas dificuldades citadas anteriormente

associadas, provavelmente por disfunção dos lóbulos pré-frontal, frontal,

occipital e temporal. (apud Capellini e Oliveira, 2003; Ciasca, Capellini e

Tonelotto, 2003).

O fato de um indivíduo apresentar alguns dos sintomas citados até

aqui, não quer dizer que o mesmo tenha Dislexia. Para isso é necessário um

diagnóstico multidisciplinar. Ou seja, a presença destes sintomas não confirma

a Dislexia, pois pode indicar somente um distúrbio de aprendizagem até

mesmo momentâneo, ou mesmo uma lesão cerebral ou síndromes distintas.

Assim é necessário ter acesso a um diagnóstico preciso e, caso seja

positivo para a Dislexia continuar com acompanhamento especializado, tendo

reavaliações periódicas, tanto para verificar a eficácia do tratamento quanto à

evolução do mesmo.

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CAPÍTULO II

A importância do diagnóstico precoce da Dislexia.

“... Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até

genial, mas que aprende de maneira diferente...”

Autor desconhecido.

Sabe-se que a Dislexia tem recebido atenção especial de estudiosos

de diversas áreas de pesquisa, como psicólogos, fonoaudiólogos,

neurologistas, pedagogos, psicopedagogos, entre outros. Porém ainda é difícil

de ter um diagnóstico rápido e preciso, devido à diversidade de definições e

falta de consenso no tratamento.

De acordo com Alves, Siqueira, Lodi e Araujo, 2011, a leitura é uma

atividade mental complexa e recente na humanidade ao contrário da

linguagem oral, que é inata. Por tanto é fácil falarmos, mas é difícil

escrevermos, devido às inúmeras associações necessárias para este fim.

Essa dificuldade aumenta de acordo com o meio em que a criança

Dislexa está incluída, pois ela pode ser erroneamente classificada como tendo

pouca inteligência, ou como preguiçosa, ou ainda o professor é ruim, ou a

escola é de má qualidade. Isso fica mais visível quando temos acesso aos

altos índices de reprovação nas séries iniciais do ensino fundamental.

“Essa taxa de distorção série /idade também atinge o ensino fundamental, e, de

acordo com os dados das pesquisas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Básica – Saeb, 59% dos alunos brasileiros chegam a 4ª série do ensino fundamental

sem terem desenvolvido competências e Habilidades elementares de leitura.”

(ALVES, SIQUEIRA, LODI e ARAUJO, 2011, pg. 27).

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Por isso é tão importante identificarmos a verdadeira causa da não

aprendizagem de uma criança. Quanto mais cedo uma criança com distúrbios

de desenvolvimento, seja qual for ele, tenha acesso a um diagnóstico, mais

eficiente será o tratamento e ela terá maiores chances de minimizar os seus

déficits aprendendo e se desenvolvendo de acordo com o esperado para a sua

idade e/ou série escolar.

Como a Dislexia é um transtorno do desenvolvimento, dificilmente se

apresenta sozinha, ou seja, normalmente é acompanhada de outras

comorbidades. Assim fica fácil entender que o diagnóstico deve ser realizado

por uma equipe multidisciplinar. Desta forma ele será mais preciso e facilitará o

tratamento da mesma.

A Associação Brasileira de Dislexia diz que a equipe de profissionais

deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o

diagnóstico de dislexia chamam este processo de Avaliação Multidisciplinar e

de Exclusão. Visando assim diminuir as chances de erro em um diagnóstico,

para isso diz que:

“Outros fatores deverão ser descartados, como déficit intelectual, disfunções ou

deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas e adquiridas), desordens

afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com constantes fracassos

escolares o disléxico irá apresentar prejuízos emocionais, mas estes são

conseqüências, não causa da dislexia).” (http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html).

Para que isso ocorra deve ser considerado o histórico familiar, o

comportamento da criança em casa e na escola, a turma em que a criança

está inserida, os professores da mesma, bem como a escola em geral. Uma

criança com suspeita de Dislexia deve primeiramente ser encaminhada a um

Psicopedagogo.

“.... um crescente número de pesquisas que mostram que os resultados de leitura de

crianças com Dislexia podem ser significativamente melhorados se estas crianças

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forem identificadas precocemente e passarem por uma intervenção adequada.”

(CATTS, CHAN, 2011, Pg. 55).

O diagnóstico psicopedagógico é composto dos aspectos do passado,

do presente (diagnóstico) e do futuro (prognóstico) e o psicopedagogo se

utiliza de variados meios para analisar cada uma dessas esferas, de acordo

com a necessidade. O essencial é a descrição e a localização contextual do

caso investigado. Diz WEISS (2008) que “Todo diagnóstico psicopedagógico é,

em si, uma investigação” e esta visa ao esclarecimento de uma queixa, que

pode, por sua vez, incluir muitas outras questões, não percebidas ou relatadas

por quem sinalizou o problema.

O Psicopedagogo poderá se utilizar para realizar o diagnóstico de

entrevistas, com a própria criança, com os pais, professores e colegas. Pode

também realizar Provas Operatórias, Anamnese, observação da criança no

espaço escolar, entre outros.

Também é indicada a utilização da E.O.C.A. (Entrevista Operativa

Centrada na Aprendizagem), elaborada por VISCA (1987). Segundo SAMPAIO

(2010), a E.O.C.A. “tem como objetivo investigar os vínculos que ela (a criança)

possui com os objetos e os conteúdos de aprendizagem escolar, observar suas

defesas, condutas evitativas e como enfrenta novos desafios”. A seqüência

proposta pelo autor não é uma fórmula rígida, pois pode variar segundo as

circunstâncias. É um instrumento simples, mais rico em seus resultados.

Subsequentemente é apresentada pelo Psicopedagógico a Devolução,

que indicará um tratamento, bem como um caminho a seguir, seja com

medicamentos, treinamentos ou com profissionais específicos. Embora

existam muitas pesquisas sobre este distúrbio, ainda não existe um tratamento

específico, ou seja, cada caso é um caso e deve ser olhado com atenção e

cuidado, sem generalizações.

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“Este tratamento será proveitoso desde que não se arraste indefinidamente com a

desculpa de que deve haver acompanhamento medicamentoso ou com equipamento

específico.” (OLIVIER, 2010, pg. 59).

Sendo assim temos que ficar atentos aos resultados do tratamento

aderido, pois o mesmo precisa apresentar resultado positivo, caso contrário

terá que ser questionado e dependendo do caso até mesmo substituído. Para

isso é necessário ter claro em mente o objetivo que se deseja alcançar,

evitando assim a perda de tempo e também de confiança dos pais e

principalmente da criança.

“O psicopedagogo avaliará o paciente encaminhado, para detectar distúrbios

fonoauditivos, que exigirão encaminhamento a um fonoaudiólogo e a um otorrino.

Havendo deficiência na visão, poderá ser indicado um oftalmologista. Também,

certamente, o psicopedagogo o encaminhará a um neurologista, para que exames

sejam realizados.” (OLIVIER, 2010, pg. 64).

É se suma importância que a avaliação da criança supostamente

Dislexa seja feita por profissionais adequados e que o tratamento seja

rigorosamente seguido. O indivíduo Dislexo só terá êxito se estiver com os

profissionais corretos, em um tratamento adequado, mesmo que isso inclua

uma realfabetização, realizada por outro profissional que não seja o professor

de sua turma, em um atendimento extraclasse.

Olivier 2010, também aconselha que o indivíduo Disléxico pratique

esportes, para melhorar a sua coordenação motora, seu equilíbrio e sua

lateralidade. Ela destaca entre as atividades físicas o balé clássico e o teatro,

tanto para os meninos quanto para as meninas. Além é claro da arte terapia,

que é recomendada para todos os distúrbios e transtornos.

“Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva. Ao contrário do que

muitos pensam o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu

caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências

concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo

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muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.”

(http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html).

A Dislexia é um transtorno muito complexo e pouco conhecido na

sociedade brasileira e, até mesmo no meio acadêmico, por isso seu

diagnóstico é tão difícil e necessita de um alto índice de detalhes. O maior

problema é que devido ao desconhecimento deste transtorno, muitas crianças

não têm acesso ao tratamento adequado e por isso são prejudicadas, muitas

vezes chegando à fase adulta ainda na condição de analfabetas.

“Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas

do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no

desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada

como desencadeante de insucessos no aprendizado.” (http://www.dislexia.com.br/).

É fácil entender que um indivíduo Dislexo abandone a escola por não

conseguir aprender a ler e/ou escrever. Sem o tratamento adequado, ele será

eternamente discriminado e até mesmo isolado do grupo. Quando não se

aprende a ler e escrever, a escola torna-se ineficiente e desnecessária.

Vivemos em um mundo letrado, fazemos uso de leitura e escrita

comumente em nosso dia a dia, é inaceitável que algumas pessoas não

possam fazer parte desse mundo, que sejam privadas dele. Temos que

entender que uma pessoa Dislexa pode não escrever ou ler como uma pessoa

não Dislexa, porém não podemos excluí-la por isso.

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CAPÍTULO III

Como agir com uma criança Dislexa?

Após se obter um diagnóstico positivo para a dislexia, os responsáveis

pela criança devem procurar uma escola que trabalhe com a inclusão. O

trabalho a ser realizado deve ser em conjunto onde cada um faz a sua parte.

Ou seja, o tratamento deve ser realizado pelos profissionais indicados ao caso

(Fonoaudiólogo, Psicólogo, entre outros), pela escola onde o indivíduo Dislexo

estuda e em casa, com o auxílio de todos os familiares.

Todos precisam estar integrados em busca de um mesmo objetivo.

Pais, professores e demais profissionais envolvidos no processo, precisam

periodicamente avaliar o avanço do indivíduo Dislexo. E assim poder decidir se

o tratamento pode ser mantido ou precisa ser trocado, ou se a mudança deve

ser na escola ou até mesmo em casa.

Uma criança que possui um distúrbio de aprendizagem, seja qual for

ele, precisa de mais atenção. Porém isso não pode ser confundido com super

proteção. A criança não pode ser subestimada, deve ter desafios como

qualquer outra, mas com possibilidades de vencê-los, ou seja, os desafios

devem ser adequados as suas dificuldades.

Assim como qualquer outra criança, as Dislexas podem receber ajuda

para realizar as tarefas mais difíceis, mas também precisam ter tarefas que

consigam realizar sozinhas. É importante lembrar que a pessoa que auxilia a

criança, não pode realizar a tarefa pela mesma, deve apenas auxiliá-la a

realizar a mesma.

Durante minha trajetória profissional tive a oportunidade de conviver

com algumas crianças com diagnóstico de Dislexia. Percebi que mesmo tendo

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o mesmo diagnóstico, estas crianças apresentam características diferentes em

relação ao seu distúrbio, ou seja, cada uma com suas particularidades.

Diferente também são a expectativa e o comportamento das famílias.

Posso citar dois casos de dois meninos com diagnóstico de Dislexia, e

que fazem tratamento desde as séries iniciais. Atualmente eles estão com

onze anos de idade, ambos matriculados no sexto ano do ensino fundamental

em uma escola particular. A escola possui um sistema de inclusão que oferece

aos alunos com necessidades educacionais especiais um professor de apoio

que os auxilia tanto durante as aulas quanto nas avaliações, de acordo com a

necessidade de cada criança.

Os dois meninos tinham o apoio da família, porém de maneira

diferente. No primeiro caso, a família solicitou à escola que o professor de

apoio copiasse a matéria para ele e, transcrevesse suas respostas durante a

realização dos deveres e avaliações. Em casa ele possuía um professor

particular que o ajudava a realizar as tarefas para casa.

No segundo caso, a pedido da família, o professor de apoio trabalhava

de acordo com as regras da escola, ou seja, acompanhando o aluno,

corrigindo seus erros ortográficos e organizando suas tarefas. Este também

tinha um professor particular em casa que agia da mesma maneira.

O menino do primeiro caso aproveitava o tempo livre em que o

professor copiava a matéria para ele, para conversar, arrumar o cabelo, ir ao

banheiro, entre outras coisas. O menino do segundo caso tentava melhorar a

letra e diminuir os erros pra ter menos correções e receber elogios. Durante as

avaliações, o comportamento dos mesmos era igual. Assim o menino do

segundo caso obtinha melhor desempenho e resultado do que o menino do

primeiro caso.

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Sendo assim, destacarei a seguir qual seria a postura mais adequada

da família e da escola em relação ao tratamento da criança Dislexa, de acordo

com os estudos realizados até o presente momento.

III. 1- O Tratamento:

Como descrito no capítulo anterior, o tratamento deve ser adequado a

cada situação, respeitando as particularidades de cada indivíduo.

Independentemente dos indivíduos terem o mesmo distúrbio de aprendizagem,

o tratamento deverá ser sempre diferenciado, pois deve ser levado em conta

tanto o ambiente familiar de cada um, a escola, os professores, e

principalmente as características psicológicas e cognitivas.

De acordo com Zorzi e Capellini, (2009), é necessário que os

profissionais responsáveis pelo tratamento do indivíduo Dislexo, informe a

família o plano de trabalho e a evolução em cada etapa da terapia, além de

orientar a organização da agenda escolar e social da criança, dando destaque

as tarefas mais importantes como provas e trabalhos escolares.

Além disso, ainda segundo Zorzi e Capellini, (2009), os profissionais

devem ajudar a criança ou o adolescente a trabalhar com organização e

previsão de tempo disponível para o estudo; orientar o método de estudo que

mais o favorece, tanto para o dia a dia quanto para as provas; e ainda

organizar um horário de estudo em casa, orientando a família a supervisioná-

lo.

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III. 2- A Escola:

A escola deve oferecer um ambiente acolhedor, que propicie ao aluno

o seu desenvolvimento integral, ou seja, tanto no lado intelectual, quanto no

social. Sendo assim deve fazer a inclusão da criança com necessidades

educacionais especiais, sem julgá-la ou diferenciá-la. De maneira que não

pareça aos colegas que está criança é uma privilegiada e nem que é incapaz,

mas sim que está superando suas dificuldades.

Para isso a escola deve incluir todos neste processo, direção,

coordenação, orientação, professores, funcionários e demais alunos. Desta

maneira, com esclarecimento, todos podem ajudar e verdadeiramente incluir,

ao invés de excluir o diferente.

“O melhor é o currículo expressar o cotidiano do aprendente, o diálogo com o dia a

dia. Mesmo diante de propostas inclusivas, em algumas situações, a presença de um

mediador ou psicopedagogo, atuando para ajudar o professor, será sempre bem

vinda, mas nem sempre possível. A realidade da educação, geralmente, impõe a

prática pedagógica limites que só serão superados pelo amor e pelo preparo

profissional de quem atua.” (CUNHA, 2011, p. 27/28).

Percebe-se claramente que a escola precisa então construir um

currículo inclusivo. Ou seja, que englobe atividades de sala de aula,

extraclasse e que incluam a família, de maneira que a criança incluída tenha

atuação importante.

A criança que possui necessidades educacionais especiais não pode

ser vista por seus colegas como privilegiada, ou mais importante. Ela deve

fazer parte do grupo, para que seus colegas não se sintam preterido e então

não a excluam. Assim o indivíduo Dislexo sofrerá menos, pois sendo aceito

pelo grupo resta a ele somente superar as suas dificuldades, que já não são

poucas.

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“Isso porque indivíduos com necessidades especiais ou com características

específicas trazem a carga do isolamento por serem vistos como “diferentes”. Como

superar a dor do preconceito e da exclusão? Comumente, há relevantes alterações no

seio familiar. É primordial a atenção da escola a respeito dos impactos que alunos

com características especiais produzem na vida em família. Com efeito, o

entendimento das dificuldades de aprendizagem implica um olhar extensivo à família.”

(CUNHA, 2011, p. 125/126).

Contudo percebe-se que é necessário que a escola esteja preparada

para receber um aluno Dislexo, ou com qualquer outro distúrbio ou transtorno,

para que verdadeiramente possa fazer a inclusão do mesmo. Assim também é

necessário que o professor se prepare para recebê-lo, pois o professor será o

mediador entre os alunos, garantindo a verdadeira inclusão e minimizando os

conflitos.

Além disso, o professor também é responsável pela produção das

atividades de sala de aula, com isso ele pode realizá-las de acordo com as

possibilidades dos alunos incluídos, sem prejuízo pedagógico. Para que isso

ocorra sem problemas para a turma, tudo deve ser esclarecido entre os

colegas. É importante que hajam tarefas diferenciadas para os alunos

Dislexos, mas também é importante que em algum momento ele possa realizar

a mesma tarefa que seus colegas.

III. 3- A Família:

Saber qual o propósito da família é fundamental para prosseguir com o

tratamento, visando sempre o desenvolvimento da criança Dislexa. É preciso

ficar atento, pois algumas famílias procuram por especialistas para obter o

laudo do distúrbio da criança e acreditam que isso é suficiente, acomodam-se

com a situação, sem se preocupar em fazer o tratamento.

É importante ter em mente que mesmo a Dislexia não tendo cura, a

criança pode ter os seus sintomas amenizados e/ou até superadas. Nestas

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condições terá uma vida adulta tranqüila, trabalhando e estudando, longe das

dificuldades e dos traumas causados pelo distúrbio.

“Apesar da Dislexia não ter “cura” do ponto de vista neurobiológico, várias são as

estratégias terapêuticas utilizadas para a aquisição e o desenvolvimento da leitura em

nível proficiente.” (ALVES, SIQUEIRA, LODI e ARAUJO, 2011, p. 34).

De acordo com Cunha (2011), é necessário que o lar possua uma

extensão pedagógica e, para isso os pais devem se desviar da culpa e do

medo, deixando de lado o desânimo e pensando positivamente, com otimismo.

Assim a criança se sentira mais segura para superar seus obstáculos, sabendo

que terá a quem recorrer nos momentos de dificuldade.

A família deve escolher uma escola com a qual concorde com a ação

pedagógica e suas regras. Para que família e escola possam caminhar justas,

por um mesmo objetivo. E que exista entre as duas um ótimo diálogo, com

freqüentes trocas de informações. Essa relação é fundamental para o bom

funcionamento do tratamento.

“É essencial que haja unidade, pois, à família, cabe a correão dos filhos, à escola, o

ensino. Quando a família, por qualquer motivo, ainda que justificável, não consegue

cumprir a sua parte, o aluno fica desprovido de atributos que o preparam para a

aprendizagem escolar, principalmente aqueles que estabelecem os limites da

convivência social e que deságuam no comportamento em razão disso, será na

escola que ele descobrirá preceitos comportamentais imprescindíveis para a

aprendizagem.“ (CUNHA, 2011, p. 126).

Percebe-se que a família tem papel fundamental no desempenho da

criança Dislexa na escola. Tanto a criança precisa da atenção, compreensão,

acompanhamento e confiança da família, quanto à escola, precisa sentir que

tem uma parceria, que pode contar com a família.

“Percebemos que, quando a educação do aprendente é prioridade familiar, a escola

tende a acompanhar as expectativas. Em muitos casos, contratam profissionais

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especializados ou elaboram um currículo diferenciado em razão das necessidades.

Este é um grande desafio para o sucesso da educação do aluno.” (CUNHA, 2011, p.

127).

A família precisa estar preparada para ajudar o indivíduo Dislexo,

participando ativamente do seu tratamento e fazendo a ligação entre escola e

ações extraclasse (com profissionais como Neurologistas, Fonoaudiólogos,

Psicólogos, etc.), para que a criança possa se desenvolver em todos os

sentidos. A família precisa ter em mente que pode e deve ajudar a criança e

que deve esperar sempre a sua evolução. Valorizando mais os pontos

positivos, de vitórias do que os negativos.

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CONCIDERAÕES FINAIS

Este trabalho teve como principal objetivo entender quais os reflexos

da Dislexia na vida social da criança, que tipo de problemas ele pode causar, e

principalmente como se pode lidar com esses problemas.

Ao tratar de dislexia, um dos problemas enfrentados na sala de aula

com um número grande de alunos e a dificuldade em lidar com este, por parte

dos professores, surgiu à vontade de escrever esta monografia com o título

Impacto da Dislexia na Socialização da Criança.

Assim, dei início ao meu trabalho falando um pouco da dislexia, para

que nós professores, alunos e pais possamos compreender o que realmente

acontece com a criança. Seguindo para o segundo capítulo, ressaltei a

importância do diagnostico precoce. Para finalizar esta monográfica trouxe

algumas opções de como lidar com estas crianças, seguindo a proposta de

escritores conhecidos no meio acadêmico.

Durante minha prática como educadora de crianças que apresentavam

algumas necessidades e muitas delas a Dislexia senti a falta de onde me

apoiar para poder trazer a teoria que estudei durante minha vida acadêmica

para ajudar na aprendizagem destes alunos. Com isso, este trabalho servirá

como suporte para professores entenderem melhor o que acontece com seus

alunos e assim ajudarem no processo de aprendizagem dos educandos.

Ao longo da minha pesquisa bibliográfica pude perceber pontos tais

como: a dificuldade de se ter um diagnóstico para a Dislexia, a complexidade

do tratamento deste distúrbio, a importância da participação da família tanto no

tratamento quanto na vida escolar da criança e a importância de a escola

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efetivamente fazer a inclusão deste indivíduo propiciando o seu bem estar

social e o seu desenvolvimento cognitivo.

Compreendi que indivíduos com Dislexia podem ter uma vida “normal”,

estudar, trabalhar ter amigos e tudo mais que desejarem. Porém enfrentando

uma luta diária contar si próprios para superar suas dificuldades, oprimir os

desânimos, forçar a concentração, enfrentar o preconceito, etc.

Isto tudo se torna mais fácil quando se tem o apoio principalmente da

família, além dos amigos e em todo o meio social o qual estiver inserido.

Entendo que o bem estar emocional influencia o aprendizado, principalmente

em uma pessoa que possua Dislexia, devido a sua tendência a auto-exclusão

e ao complexo de inferioridade.

A escola tem um papel fundamental para o desenvolvimento de uma

criança com Dislexia, pois é na escola que os pais vão buscar apoio e

conhecimento para lidar com seu filho. Provavelmente a escola que identificará

o distúrbio e solicitará a família uma avaliação Psicopedagógica da criança.

Durante a construção desta monografia entendi que não é possível

determinar quantas crianças que possuem Dislexia se tornarão capazes de ler

e escrever dentro dos padrões da normalidade (impostos pela sociedade) e

quantos terão problemas e serão excluídos por ela.

Porém acredito que um ambiente estável e seguro possibilitam

condições que facilitarão o desenvolvimento intelectual de uma criança

Dislexa. Com os adultos funciona da mesma forma, um indivíduo Dislexo

necessita de estímulos positivos, pois os desafios podem gerar neles a falsa

impressão de que não são capazes.

Contudo é difícil chegar a uma conclusão já que Dislexia é um tema

tão complexo. Acredito que em outra oportunidade possa aprofundar meus

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estudos e assim então entender melhor como se da à evolução dos sintomas

da Dislexia durante a vida de uma pessoa em uma análise mais profunda.

O que acredito é que professores de crianças com necessidades

educacionais especiais precisam entender que o afeto e a aprendizagem

andam juntos, como professora e futura Psicopedagoga pretendo continuar

estudando e aprofundando meus conhecimentos, para que possa cada vez

mais aperfeiçoar minha prática pedagógica.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Dificuldades de aprendizagem em leitura e

escrita: método fônico para tratamento/Geraldo Peçanha de Almeida. - Rio de

Janeiro: Wak ed., 2010.

CUNHA, Antonio Eugênio. Afeto e Aprendizagem: amorosidade e saber na

prática pedagógica/Antonio Eugênio Cunha. - Rio de Janeiro: Wak ed., 2008.

CUNHA, Antonio Eugênio. Práticas pedagógicas para a inclusão e

diversidade/Antonio Eugênio Cunha. - Rio de Janeiro: Wak ed., 2011.

OLIVIER, Lou. Distúrbios de Aprendizagem e de Comportamento/ Lou de

Olivier. - Rio de Janeiro: Wak ed., 2010.

D639. Dislexia: novos temas, novas perspectivas/ Luciana Mendonça Alves,

Renata Mousinho, Simone Capellini (organizadoras) - Rio de Janeiro: Wak

Editora, 2011. 344 p; 23 cm.

SAMPAIO, Simaia. Manual prático do diagnóstico psicopedagógico clínico. Rio

de Janeiro: Wak editora, 2010. 2ª edição.

VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia Convergente. Porto

Alegre: Artes Médicas, 1987.

WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia clínica: Uma visão diagnóstica

da aprendizagem. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008. 13ª edição ampliada.

ZORZI, Jaime e CAPELLINI, Simone. Dislexia e outros distúrbios da Leitura-

Escrita. Pulso, 2009. 2ª edição.

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35

ABD – Associação Brasileira de Dislexia. Dislexia - Definição, Sinais e

Avaliação: <http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html>. Acesso em: 19 de

janeiro de 2012.

O que é a Dislexia? <http://www.dislexia.com.br/> acesso em 19 de janeiro de

2012.

LAROSA, Marco Antonio; AYRES, Fernando Arduini. Como Produzir uma

Monografia: passo a passo..., ...siga o mapa da mina. Rio de Janeiro. AVM,

2008. 7ª edição.

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · “A Dislexia constitui um conjunto de sintomas específicos que implicam em disfunções subcorticais e corticais frequentemente

36

BIBLIOGRAFIA CITADA

1. CUNHA, Antonio Eugênio. Práticas pedagógicas para a inclusão e

diversidade/Antonio Eugênio Cunha. - Rio de Janeiro: Wak ed., 2011.

2. OLIVIER, Lou. Distúrbios de Aprendizagem e de Comportamento/ Lou

de Olivier. - Rio de Janeiro: Wak ed., 2010.

3. ALVES, L. M.; SIQUEIRA, C. M.; LODI, D. F.; ARAÚJO, M. C. F..

Capítulo 1. Introdução à Dislexia do Desenvolvimento. (in.: Dislexia:

Novos Temas, Novas Perspectivas; Organizadoras: Luciana Mendonça

Alves; Renata Mousinho; Simone Aparecida Capellini). Rio de Janeiro:

Wak Editora, 2011. 344 p; 23 cm.

4. CATTS, Hugh W; CHAN, Y-Chih. Capítulo 3. Identificação Precoce da

Dislexia. (in.: Dislexia: Novos Temas, Novas Perspectivas;

Organizadoras: Luciana Mendonça Alves; Renata Mousinho; Simone

Aparecida Capellini). Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. 344 p; 23 cm.

5. SAMPAIO, Simaia. Manual prático do diagnóstico psicopedagógico

clínico. Rio de Janeiro: Wak editora, 2010. 2ª edição.

6. VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia

Convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

7. WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia clínica: Uma visão

diagnóstica da aprendizagem. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008. 13ª

edição ampliada.

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37

8. ZORZI, Jaime e CAPELLINI, Simone. Dislexia e outros distúrbios da

Leitura-Escrita. Pulso, 2009. 2ª edição.

9. ABD – Associação Brasileira de Dislexia. Dislexia - Definição, Sinais e

Avaliação: <http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html>. Acesso em: 19

de janeiro de 2012.

10. O que é a Dislexia? <http://www.dislexia.com.br/> acesso em 19 de

janeiro de 2012.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O que é Dislexia? 13

CAPÍTULO II

A Importância do Diagnóstico Precoce da Dislexia. 19

CAPÍTULO III

Como Agir com uma Criança Dislexa? 24

III. 1- Tratamento: 26

III. 2- Escola: 27

III. 3- Família: 28

CONCIDERAÇÕES FINAIS 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34

BIBLIOGRAFIA CITADA 36

ÍNDICE 38

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: