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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
POS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL COM OS ALUNOS DISLEXICOS
Por: Tania Conceição Marchese D’Ottavio
Professora: Geni Lima
Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
POS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL COM OS ALUNOS DISLEXICOS
Apresentação de monografia a Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Orientação Educacional e Pedagogica.
Por Geni Lima
OBJETIVO
Este estudo de pesquisa foi realizado com a intenção de descobrir o
problema que os alunos dislexicos apresentam, amenizando as caracteristicas
que possuem, podendo serem prejudicados durante as avaliações que serão
realizadas.
Curso de Orientação Educacional e Pedagogica
Autora: Tania Conceição Marchese D`Ottavio
Agradecimentos
“Agradeço primeiramente a Deus por me proporcionar a luz dos dias para
ingressar nesta caminhada e realizar esta monografia, aos meus pais, pela
persistencia, incentivo, carinho e dedicação, o que se torna em um alicerce que
posso me apoiar nas horas mais delicadas de minha vida.
Agradeço tambem a Professora Geni Lima que em muito me orientou na
realização deste trabalho, com toda a paciencia e dedicação. Assim, este
objetivo em minha vida, foi alcançado.
Não posso esquecer dos demais Professores da Universidade Candido
Mendes, UCAM, do Instituto A Vez Do Mestre, IAVM, que contribuiram atraves
de suas aulas, durante todo o curso, o incentivo e a sensatez de me pos-
graduar em Orientação Educacional e Pedagogica, tornando mais decisia a
minha escolha.”
Dedicatoria
Dedico este trabalho monografico, aos meus
pais, Dario e Maria, e ao meu irmão Marcelo, que
sempre se mostrou entusiasmado em me ajudar e
incentivar em cursar a pos-graduação em
questão.
Resumo
Tem-se atribuido inumeras funções ao Orientador Educacional e que na
verdade não lhe cabe as tais realizações.
Neste trabalho monografico se encontra as reais atribuições do
Orientador Educacional nas escolas e alem do mais, especificamente com
aqueles alunos que tem disturbios de aprendizagem – a dislexia.
Como o Orientador Educacional tera que agir com estes alunos para que
não se cause mais problemas, como: discriminação, problemas psicologicos,
exclusão escolar e social.
Deixa entendido tambem, algumas caracteristicas de alunos dislexicos
durante as aulas, em que o professor e quem vai “diagnosticar” pelas
atividades requisitadas. Para isso, o professor deve anunciar ao Orientador
Educacional para buscar ajuda como proceder com tal educando.
Sinaliza tambem o que vem a ser Dislexia e como diagnostica-la. Quais
procedimentos o Orientador Educacional devera seguir para ajudar
favoravelmente este aluno. Encontraremos então uma resposta de que este
trabalho devera ser realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por
Psicologos, Fonoaudiologos e Psicopedagoga Clinica; pois irão iniciar uma
minuciosa investigação sobre o caso.
Metodologia
Este trabalho trata de uma pesquisa bibliografica. Os principais autores
utilizados na realização desta pesquisa foram:
-Antunes, Celso - Gicaglia, Lia Renata Angelini – Ianhez, Maria Eugenia –
Lück, Heloisa – Selikowitz, Mark.
A referida pesquisa tambem foi realizada atraves de estudos de casos,
com alunos do Ensino Fundamental I, do Colegio Cenecista Capitão Lemos
Cunha.
A observação foi realizada durante a minha regencia nestas turmas,
feitas por mim mesma.
Sumario
Introdução .............................................................. pag: 09
Capitulo I ................................................................ pag: 12
Capitulo II ............................................................... pag: 17
Capitulo III .............................................................. pag: 23
Capitulo IV .............................................................. pag: 30
Conclusão ............................................................... pag: 35
Bibliografia .............................................................. pag: 40
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Introdução
O tema desta monografia e sobre o disturbio de aprendizagem – a
dislexia.
A questão central deste estudo e sobre o comportamento caracteristico
que os alunos que a possuem demonstram, confundindo-se com a indisciplina,
ocasionando problemas no processo de ensino-aprendizagem.
O tema em questão e de fundamental importância, pois o docente, em
geral, tem um excelente desempenho em sala de aula e parece não adiantar,
ou melhor, não atinge o objetivo esperado que e de sanar o problema
apresentado pelos alunos dislexicos, ou por desconhecimento, ou por não
saber como lidar com tal fato.
Muitas atitudes do docente são questionadas, quanto a forma de como
se comunica com seus alunos, o jeito de lidar com eles, de que modo esta
sendo explicado o que não conseguem absorver.
Não se avalia somente o processo de ensino-aprendizagem, outro
aspecto relevante, que acontece na realidade das escolas, e a questão da
indisciplina, que tanto incomoda aos docentes. Ha uma duvida quanto a este
comportamento, se e somente, um adjetivo de personalidade por parte de
alguns educandos, sendo o fato de apenas incomodar aos demais colegas de
classe, ou se ha realmente algum problema de natureza deste aluno.
Tradicionalmente, o orientador educacional tem sido visto e tem-se visto
como um profissional, cujo o papel principal e atuar com os educandos. Assim
e que a Orientação e definida como um “metodo pelo qual o orientador
educacional ajuda o aluno na escola a tomar consciencia de seus valores e
dificuldades, concretizando principalmente atraves do estudo, sua realização
em todas as estruturas e em todos os planos de vida.”
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Levando-se em consideração a importancia de atuação do individuo em
sua sociedade, o orientador educacional, assume como diretriz de seu trabalho
o comprometimento com o desenvolvimento da sociedade.
Assim sendo, destaca-se a importancia das dimensões pedagogicas e
tecnicas do orientador educacional, que demonstra pela capacidade de
relacionar conteudos e tecnicas da area de trabalho, pela execução de
planejamento e previsão, pela avaliação, por relacionar conteudo e
metodologia a realidade de vida do aluno, relacionando ambos que sejam
pertinentes ao contexto escolar.
O orientador educacional, hoje em dia, se configura como um processo
social necessario dentro da escola, para mobilizar os que nela atuam para a
formação do homem coletivo.
Então, a escola e o orientador educacional são elementos importantes
de mediação da aprendizagem do aluno e da sua formação como um todo.
Assim, temos como objetivo geral apresentar a sociedade a importancia do
trabalho de Orientação Educacional no espaço escolar, como, mediador no
processo de ensino-aprendizagem.
Em virtude desse preparo insuficiente dos professores, analisa-se o
papel de suma importancia do orientador educacional, diante de tais alunos em
sala de aula, isto e, alunos dislexicos, levando-se em consideração o processo
de ensino-aprendizagem dos mesmos, bem como o seu comportamento.
Para isso, faz-se necessario que o orientador educacional faça uma
escala de atividades especiais para com estes alunos, sem causar danos
futuros, tais como: discriminações, problemas psicologicos etc.
Quais as providencias cabiveis a serem tomadas e encaminhamento
adequado com alunos que possuirem disturbios de aprendizagem.
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Este fato nos obriga que dentro da instituição de ensino, se faça um
diagnostico não somente desse disturbio, mas como tambem outros que
poderão surgir. E de suma importancia a atuação do orientador educacional
neste sentido, que e evidenciado atraves de caracteristicas que esses
educandos apresentam durante as aulas.
Para que tudo isso se concretize, e necessaria a participação da familia
do educando, promovendo assim o desenvolvimento de atitudes favoraveis a
efetiva participação dos pais na tarefa educativa, orientando os pais para que
tenham atitudes corretas em relação ao estudo dos filhos, identificando
possiveis influencias do ambiente familiar que possam estar prejudicando o
desempenho do aluno na escola e atuar sobre elas.
Contribuindo assim, para o processo de integração escola-familia-
comunidade, atuando como elemento de ligação e comunicação entre todos e
identificando possibilidades e disponibilidades de colaboração por parte dos
pais, em relação a escola.
Tendo o aluno como seu principal objeto de trabalho, o orientador
educacional passa a ser um profissional de grande relevancia para o resultado
final do ensino que e a aprendizagem, consequentemente ser comprometido
com a formação do cidadão consciente no mundo em que vive, disso, portanto,
resulta a sua importancia na escola.
Educar, hoje, exige mais do que nunca olhar o sujeito/aluno de forma
ampla, um ser que e que constituido de historia, crenças e valores, e por isso o
orientador deve, portanto, buscar os meios necessarios para que a escola
cumpra o seu papel de educar.
São portanto, objetivos desta pesquisa analisar o papel do orientador
educacional com os alunos dislexicos, considerando-se o processo ensino-
aprendizagem, assim como o comportamento dos mesmos, alem de discutir as
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melhores diretrizes para a atuação com estes alunos e tambem analisar quais
as providencias que deverão ser tomadas com este fato.
Capitulo I
A IMPORTANCIA DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
A Orientação Educacional se faz necessaria na instituição escolar, com
o objetivo de moldar o aluno em suas ações, personalidade, objetivos que
queira atingir ate chegar o momento de uma escolha profissional, dentre outras
atuações. O orientador educacional tem-se visto hoje, com algumas atribuições
que não lhe condizem e isto e que segundo Mara Rubia Bispo Orth, pensa, e
que a Orientação Educacional enfrenta um paradigma originario, que significa
influencia teorica na historia da Orientação Educacional. Não significa que
esses indicativos tenham exclusividade nas praticas atuais, mas que, de algum
modo, ainda estão presentes de forma predominante.
Se pensarmos em termos do que hoje se convencionou chamar a
Orientação Educacional na pedagogia tradicional, ela se torna praticamente
desnecessaria, pois os alunos, vistos como receptores de conteudos, são
tambem padronizados por idade e capacidade, determinando-se previamente
suas possibilidades de serem mais ou menos inteligentes. Nessa perspectiva,
não precisa de orientador educacional. Alem dos professores, que comumente
são conceituados como competentes se capazes de resolver todos os
possiveis problemas de sala de aula, talvez se precise de auxiliar de disciplina
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para cuidar dos alunos extraclasse ou acompanhar aqueles que, porventura, o
professor encaminhe a direção. Nesse caso, a Orientação Educacional tambem
seria auxiliar de disciplina.
Ate o regimento escolar insatisfatorio pode ser visto como questão de
indisciplina para as exigencias escolares. Assim, uma boa Orientação
Educacional tradicional e aquela que ajuda os alunos a obterem boas notas e a
se comportarem conforme as normas e hierarquias.
Boas notas, capacidade de raciocinio logico e memorização tornam-se,
pois , sinonimos de inteligencia. Ainda hoje, quando um professor fala de
alguem como seu melhor aluno, certamente não esta falando das suas
capacidades interativas, cenicas, autocriticas e criativas, mas, sim, do seu
rendimento-nota.
Na pedagogia tradicional, esta embutido o principio do aluno ajustado as
condições oferecidas pela escola, visto que a educação formal apresenta-se
como instrumento de progresso e desenvolvimento do pais pela preservação
da ordem e da disciplina. Disso interpretamos que o papel da Orientação
Educacional e o de assistir o aluno para que sua adaptação e vivencia
harmoniosa na escola a fim de que ele se torne um cidadão disciplinado,
organizado, seguro e formado de acordo com os principios da moral e dos bons
costumes.
Assim, caracterizamos a Orientação Educacional na pedagogia
tradicional, como objeto do processo educativo, cuja a função e direcionar e
encaminhar o aluno ao desenvolvimento e, consequentemente, ao progresso
do pais por meio do progresso escolar atraves dos objetivos e principios
preestabelecidos no Plano Global da Escola e no Regimento Escolar.
A Orientação Educacional, nesse enfoque de escola conteporanea,
apresentou-se com a caracteristica de “orientador de educação”, ou seja, a ela
competia orientar, o que significa agir psicologicamente em uma parte
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especifica da educação do educando, a orientação educativa para o ensino
medio. Com isso, competia a Orientação Educacional, “em face da
personalidade de cada aluno, e de seus problemas, não so (buscar) a
necessaria “correção e encaminhamento”, mas ainda a elevação das
qualidades morais para continuar desempenhando sua ação, centrada no
disciplinamento do aluno pelo vies psicologico, assumindo tambem o
aconselhamento vocacional e profissional em respeito aos propositos do ensino
medio, acordados pela politica educacional desde 1961.
Ao mesmo tempo, persiste a ideia de “talentos”, ou seja, “o homem certo
no lugar certo.”
E uma concepção de talento baseada naquilo que trazemos ao nascer, o
que e potencial de cada um. Por essa dimensão, muitas escolas, apoiadas pelo
SOE planejam atividades com alunos que visem por a descoberto as suas
potencialidades, como, por exemplo, aplicando testes psicologicos para
identificar no aluno seus interesses, personalidades e aptidões. De acordo com
os resultados desses testes padronizados, a orientação realiza
aconselhamento e orientação profissional tendo em vista o potencial
descoberto.
Estando a serviço da psicologia escolar, a Orientação Educacional
possui a finalidade de conhecer, classificar e selecionar distinguindo o aluno
comum do incomum, o normal do especial, atraves de modernos metodos
psicologicos, por meio dos quais interesses, aptidões e personalidades são
considerados adequados ou não a profissionalização, a integração e a
harmonia escolar e social do aluno.
Segundo Heloisa Lück, a administração, supervisão e Orientação
Educacional, faz uma ação integrada na escola.
A administração da escola, a supervisão escolar e a Orientação
Educacional se constituem em tres areas de atuação decisiva no processo
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educativo, tendo em vista sua posição de influencia e liderança sobre todas as
atividades desenvolvidas na escola. O clima emocional de trabalho, o
estabelecimento de prioridades de ação, o tipo de relacionamento professores-
professores, professores-alunos, escola-comunidade, dentre outros aspectos
importantes da vida escolar, dependem, sobremaneira da atuação dos
elementos que ocupam aquelas posições.
A escola, como um sistema social, se compõe de um conjunto de
funções, todas elas mais ou menos inter-relacionadas e todas elas
interinfluentes, de sorte que a maneira como são conduzidas as ações em
determinada area afetam, de alguma forma, as ações de outra area. Dessa
interinfluencia nem sempre se tem consciencia e, portanto, nem sempre se age
de maneira a somar esforços, de acordo com um ponto de vista e objetivos
comuns. As consequencias, nesse caso, são sempre negativas.
1.1 A Escola Como Sistema E A Divisão De Trabalho
A fim de se conhecer, analisar e controlar o que se passa dentro da
escola e direcionar as inovações necessarias ao bom desempenho de suas
funções, sem que se corra o risco de se tomar posições e medidas unilaterais e
exclusivas a alguns setores, em desconsideração ou ate em detrimento de
outros setores e do conjunto, e preciso examinar a escola por meio de uma
concepção sistemica.
Por sua propria função, a escola constitui-se em uma organização
sistemica aberta, isto e, em um conjunto de elementos (pessoas, com
diferentes papeis, estrutura de relacionamento, ambiente fisico, etc.), que
interagem e se influenciam mutuamente, conjunto esse relacionado, na forma
de troca de influencias, ao meio em que se insere.
Dessa forma, qualquer mudança em qualquer dos elementos da escola
produz mudança nos outros elementos, mudança essa que provoca novas
mudanças no elemento iniciador, e assim sucessivamente.
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Com referencia ao relacionamento de mutua influencia com o meio em
que esta inserida, o que a torna um sistema aberto, e não fechado em si
mesmo, sabe-se que a escola tem uma função de promover a melhoria da sua
comunidade, pela educação de seus filhos, e que, ao faze-lo, recebe influencia
dessa comunidade, adaptando seus objetos, programas, metodos e tecnicas as
suas necessidades. Tambem ai as mudanças são reciprocas.
Portanto, quando se pensar em algum setor da escola, deve-se pensar
em suas relações com os demais setores, bem como com a comunidade.
1.2 A Equipe Tecnico- Administrativa
Em relação a Orientação Educacional, a educação para o
desenvolvimento integral, preconizada pela Lei 5692/71, so e possivel vendo-
se o educando como um ser integral, cujos componentes cognitivos,
psicomotores e afetivos devem ser desenvolvidos equilibrada e
harmonicamente; so e possivel uma vez que se parta das peculiaridades e
necessidades de desenvolvimento dos educandos.
Uma ação educativa relevante e um curriculo positivo unem em uma
associação harmoniosa os conhecimentos, habilidades e sentimentos.
Consideram equilibradamente tanto as necessidades individuais como as de
grupo, as pessoais e as institucionais. A educação sob esse angulo traduz o
ponto de vista da Orientação Educacional.
Dada a sua posição unica na escola, as perspectivas do diretor quanto a
esse ponto de vista são importantissimas para que o mesmo seja
implementado, haja ou não orientador educacional na escola. E cabe ao diretor
criar condições para que essa implementação ocorra, tanto quanto possivel,
não so tomando decisões e assumindo medidas coerentes aquele ponto de
vista, mas tambem, por um lado, assegurando que os demais participantes do
processo educativo apoiem e incentivem ações nesse sentido.
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Capitulo II
O PAPEL DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL COM OS
ALUNOS DISLEXICOS
2.1 Orientação Direta Ao Aluno
Tradicionalmente, o orientador educacional tem sido visto e tem-se visto
como um profissional cujo o papel principal e atuar com os educandos. Assim,
e que a Orientação Educacional e definida como um “método pelo qual o
orientador educacional ajuda o aluno, na escola, a tomar consciência de seus
valores e dificuldades, concretizando, principalmente atraves do estudo, sua
realização em todas as estruturas e em todos os planos de vida. Em vista
disso, o mesmo faz levantamento de dados (sondagem de aptidões), realiza
sessões de orientação e de aconselhamento e desempenha uma serie de
funções de maior ou menor importancia, relacionadas com a concepção do
atendimento ao educando.
Dentre todas as atuações o aconselhamento tem sido considerado como
a principal e mais importante, segundo Smith, 1995 e Arbuckle, 1972, por
exemplo, curriculos e programas inadequados as suas necessidades e
condições individuais, regulamentos inflexiveis, ou insensibilidade de
professores e adultos em geral a individualidade do educando.
Alem da parcialidade com que ve a situação do aluno, tal posição
assumida incorre em erro por chocar-se com os principios do proprio
aconselhamento quanto a aceitação e compreensão do educando.
Os modelos e tecnicas de aconselhamento desenvolveram-se
principalmente em clinicas, independentes de pressões organizacionais como
as que ocorrem na escola, com relação a expectativas e quanto ao tempo
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gasto no trabalho com o educando e o resultado desse trabalho. Problemas
podem ser esperados em função de sua transposição para a escola, tendo em
vista que, inserido no contexto escolar, o orientador educacional se acha
naturalmente associado as suas normas, regras e aos regulamentos, os quais
nem sempre funcionam no sentido da promoção do desenvolvimento do
educando; mais ainda, por sua posição junto ao corpo tecnico docente-
administrativo da escola, e limitado e pressionado em certo grau por
expectativas, exigencias (explicitas ou implicitas) que ocorrem. Questiona-se,
pois, que o orientador educacional, dentro da escola, possa criar o preconizado
clima propicio ao aconselhamento, livre de disposições para moldar o aluno no
sentido de conformar-se a determinados padrões de comportamentos.
2.1.1 Orientação Como Prestação De Serviços
Tal concepção de prestação de serviços e atendimento direto ao
educando, de acordo com a emergencia de necessidades psicoemocionais,
parece ter gerado uma mudança na abrangencia e sentido do papel do
professor em relação ao aluno. Observa-se, por exemplo, que, quando o
professor percebe que algum aluno seu tem dificuldades especiais, encaminha-
o para o orientador educacional a quem transfere a responsabilidade de
resolve-las. Ora, o professor e figura central na formação dos educandos. E ele
que forma no aluno o gosto ou o desgosto pela escola, a motivação ou não
pelos estudos; o entendimento da sua significancia ou insignificancia das areas
e objetos de estudo; a percepção de sua capacidade de aprender, de seu valor
como pessoa, etc.
“O atendimento individual ao educando, que vem
caracterizando a Orientação Educacional, fundamenta-se no
pressuposto de que os educandos tem necessidades especiais
e que os professores não estão preparados ou não tem
condições para atende-los. Segundo este enfoque o orientador
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educacional “presta serviços” na medida em que envergem as
necessidades.”
(Luck, 1978)
Da qualidade do relacionamento interpessoal professor-aluno, de
responsabilidade do primeiro, depende, entre outras coisas, o ajustamento
emocional do aluno na sala de aula e na escola. Portanto, não se concebe a
eficiencia de uma ação para sanar dificuldades dos alunos em sala de aula
sem a participação do professor.
Em vista dos problemas expostos, preconiza-se que o orientador
educacional assuma funções de assistencia ao professor, aos pais, as pessoas
da escola com as quais os educandos mantem contatos significativos, no
sentido de que estes se tornem mais preparados para entender e atender as
necessidades dos educandos, tanto com relação aos aspectos cognitivos e
psicomotores, como afetivos.
2.2 Atribuições Do Orientador Educacional
Lia Renata Angelini Gicaglia analisa que e de suma importancia a
Orientação Educacional, e atraves da Lei 5564, ela enumera as atribuições do
orientador educacional.
E importante ressaltar, que e necessario que seja observado o decreto
que regulamenta a profissão do orientador educacional e que estabelece, entre
outras coisas, as atribuições privativas, isto e, as que competem a ele
coordenar e aquelas das quais deve participar, juntamente com os demais
membros da equipe escolar. Isso não significa que o orientador educacional
deva cumprir todas as atribuições mencionadas no decreto, obrigatoriamente, o
tempo todo, quaisquer que sejam as circusntancias.
Dessa forma, conhecendo o conteudo da lei que regulamentou sua
profissão, dentro dos limites impostos pela mesma e de acordo com a realidade
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na qual esteja atuando, o orientador educacional podera selecionar e
hierarquizar o que sera realizado a cada ano.
Durante o planejamento ele devera ter disponivel a legislação especifica
que, ao regulamentar a profissão, delimitou suas atribuições. Trata-se da Lei nº
5564 de 21.12.1968, regulamentada pelo Decreto nº 72846 de 26.09.1973. Os
artigos 8º e 9º, do referido decreto, definem mais especificamente, em ambito
nacional, as atribuições do orientador educacional. Dada a importancia de seu
conhecimento, esses dois artigos são transcrito a seguir.
“Artigo 8º - São atribuições privativas do Orientador Educacional:
a)Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de
Orientação Educacional em nivel de:
1-Escola
2-Comunidade
b)Planejar e coordenar a implantação e o funcionamento do Serviço de
Orientação Educacional dos orgãos do Serviço Publico Federal, Estadual,
Municipal e Autarquico; das Sociedades de Economia Mista, Empresas
Estatais, Paraestatais e Privadas.
c)Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-a no processo
educativo global.
d)Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do
educando.
e)Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vistas a
orientação vocacional.
f)Sistematizar o processo de intercambio das informações necessarias ao
conhecimento global do educando.
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g)Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a
outros especialistas aqueles que exigirem assistencia especial.
h)Coordenar o acompanhamento pos-escolar.
i)Ministrar disciplinas de Teoria e Pratica da Orientação Educacional, satisfeitas
as exigencias da legislação especifica do ensino.
j)Supervisionar estagios na area de Orientação Educacional.
k)Emitir pareceres sobre materia concernente a Orientação Educacional.
Artigo 9º - Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes
atribuições:
a)Participar no processo de identificação das caracteristicas basicas da
comunidade;
b)Participar no processo de caracterização da clientela escolar;
c)Participar no processo de elaboração do curriculo pleno da escola;
d)Participar na composição, caracterização e acompanhamento de turmas e
grupos;
e)Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;
f)Participar no processo de encaminhamento dos alunos estagiarios;
g)Participar no processo de integração escola-familia-comunidade;
h)Realizar estudos e pesquisas na area da Orientação Educacional.
Ao dividir as atribuições em “privativas” e “participativas”, pretendeu o
legislador, por meio de tal distinção, assegurar ao orientador educacional a
especialidade de suas funções, principalmente no que se refere ao SOE, ao
processo de Orientação Vocacional e ao acompanhamento pos-escolar,
caracterizando-os como funções de coordenação. Desse modo, não so esta
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previsto que o orientador educacional execute tais tarefas como tambem que
as coordene. Ao faze-lo, entretanto, devera envolver os demais elementos da
escola, a familia e a comunidade na realização das mesmas, pois seria
impraticavel e provavelmente ineficaz tentar realiza-las sozinho, em toda a sua
extensão.
Não so a legislação foi suficiente em eliminar as minhas “duvidas” e
ansiedades no que se refere na atuação do orientador educacional com alunos
dislexicos especificamente.
Algumas observações foram feitas por mim mesma, enquanto lecionava
em turmas do Ensino Fundamental I, do Colegio Cenecista Capitão Lemos
Cunha, bem como o comportamento e atuação da Orientação Educacional que
la estava presente.
A Orientação Educacional sendo integrada com a Orientação
Pedagogica e Docentes, devera ser um processo cooperativo devendo:
- Fazer treinamento de professores em observação e registro do
comportamento do aluno;
- Orientação e pesquisa sobre as causas do desajuste e aproveitamento
deficiente do aluno;
- Assessorar os professores no planejamento de experiencias diversificadas
que permitam ao aluno;
- Descobrir atraves da auto-avaliação e da execução de atividades, suas
dificuldades e facilidades;
- Descobrir o seu modo e ritmo de trabalho;
- Descobrir sua forma de relacionar-se com os colegas e profissionais da
escola;
- Fazer escolhas;
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- Treinar a auto-avaliação;
- Recursos teoricos para interpretar os dados obtidos nas observações,
desenvolvimento de acordo com a faixa etaria;
- Pesquisa sobre as causas de desajustamento e aproveitamento deficiente do
aluno.
Capitulo III
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
3.1 A Participação Do Orientador Educacional Em Relação Ao
Aproveitamento Escolar Do Aluno
Muitas das vezes, e confundido e tambem por falta de conhecimento,
quando o educando apresenta dificuldades de aprendizagem ou disturbio de
aprendizagem.
Ambos os diagnosticos são parecidos, mas na realidade ha uma
diferença entre eles.
“A escola tem assumido, de modo gradativo, as mais
diversas funções, mas e importante ter em mente que a função
precipua dessa instituição e a de transmitir conhecimentos.
Espera-se pois, que a escola ensine e que o aluno aprenda.
Entretanto, isto não significa que basta o aluno frequentar a
escola para, automaticamente, adquirir conhecimentos.”
(Lia Giacaglia)
Outras condições se fazem necessarias, quer no que se refere ao aluno e ao
ambiente familiar, quer no que se refere a instituição escolar. Nesse sentido,
são importantes e contribuem para a aprendizagem: fatores socioeconomicos e
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culturais, ambiente escolar e familiar proprios; professores bem preparados e
motivados; metodos de ensino e material didatico (adequados) alem de, por
parte do aluno, assiduidade, adaptação a escola, disciplina, bons habitos de
adaptação a escola, bons habitos de estudo, condições fisicas e psicologicas
favoraveis e bom relacionamento com professores e demais funcionarios, bem
como com os colegas.
Segundo Lia Giacaglia, e importante que todos esses fatores atuem
como facilitadores da aprendizagem cabendo a toda comunidade o dever de
cuidar para que isso aconteça, da melhor forma possivel.
Nessa tarefa, entretanto, estão envolvidos, mais diretamente, os
professores, a coordenação pedagogica e o orientador educacional.
O trabalho de acompanhamento do rendimento escolar dos alunos
devera começar a ser realizado primeiramente, passando depois a niveis,
series, turmas, disciplinas e professores, pais, alunos, enfim com quem for
necessario, para assegurar que todas as condições levem a um melhor
aproveitamento escolar por parte dos alunos.
Segundo Celso Antunes em o profissional de Educação saber o conceito
de dificuldade e disturbio de aprendizagem.
“Se detendo nesta importancia da função do orientador
educacional na instituição escolar, e que uma indagação surge:
O que causa a inquietação, ou o comportamento diferente dos
demais educandos do restante da turma?”
(Celso Antunes)
Um problema inicial ao encarar a questão de disturbios de aprendizagem
diz respeito a seu conceito. O que e disturbio de aprendizagem? Como graduar
essas dificuldades? Ate que ponto elas podem ser contornadas pela equipe da
escola? E possivel resolve-las plenamente?
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Talvez a melhor abordagem do tema possa ser feita com a diferenciação
entre dificuldades e disturbios de aprendizagem. Considerando a distinção
desses conceitos, entender-se-ia que as dificuldades de aprendizagem
envolveriam alunos comuns, aparentemente sem danos de natureza medica ou
psicologica que necessitam de praticas educativas especiais, e que os
disturbios de aprendizagem se refiririam a problemas mais amplos, quando se
manifestam dificuldades significativas de aquisição e uso das capacidades de
compreensão e expressão linguisticas – tanto oral como na leitura e na escrita -
e da capacidade de compreensão de operações logico-matematicas.
No primeiro caso, as pessoas com essas dificuldades poderiam ate
acompanhar um ciclo escolar convencional, ainda que com restrições entre o
que poderiam realizar e o que efetivamente realizam enquanto, no segundo
caso, estariam situados individuos com alguma forma de disfunção do sistema
nervoso central, apresentando problemas que exigiriam cuidados mais amplos.
Embora seja relativamente tenue a linha divisoria entre alunos que
apresentam dificuldades de aprendizagem graves e outros que revelam
disturbios de aprendizagem leves, ha alguns criterios que permitem classificar
operacionalmente alunos em uma ou outra categoria.
1-Apresentam dificuldades de aprendizagem crianças que – encaminhadas por
uma equipe psicopedagogica e interdisciplinar - , mesmo recebendo exercicios
e atividades apropriadas para seu nivel de idade e de capacidade, não rendem
de acordo com esses niveis em uma ou mais areas dentre as seguintes:
expressão oral, compreensão oral, expressão escrita com ortografia adequada,
habilidade basica de leitura, compreensão de leitura, calculo matematico,
compreensão matematica basica; 2-Apresentam disturbios de aprendizagem
crianças que revelem acentuada discrepancia na aprendizagem escolar nos
topicos acima mencionados, com rendimento muito baixo dos niveis
apresentados por alunos comuns e expressivamente abaixo dos apresentados
por alunos com dificuldades de aprendizagem. Fogem a essa situação alunos
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que apresentam deficiencia motora, auditiva e visual, atraso expressivo em
suas inteligencias espacial, logico-matematica e linguistica, transtornos
emocionais agudos e problemas ambientais, emocionais, culturais ou
economicos muito acentuados.
A estrutura e o funcionamento de um modelo integrador de ajuda a
alunos com dificuldades e deficiencias de aprendizagem poderiam ser
implementados na maior parte das escolas envolvendo elementos da propria
equipe administrativa e docente e, possivelmente estagiarios de cursos de
pedagogia, psicologia ou psicopedagogia.
Essa pratica, infelizmente muito comum nas escolas brasileiras merece
duas reflexões: A primeira diz respeito ao fato de que aquilo que se pede e
somente um pensamento divergente, no sentido de novas responsabilidades e
encontrarem confiança em exerce-las e, para isso, a escola necessita sair de
sua mesmice e do inevitavel desgaste de uma insuportavel rotina. A segunda
reflexão relaciona-se ao fato de que se em raros casos, verdadeiras mudanças
precisarão serem feitas, certamente serão realizados por pessoas da casa que,
mais tarde, se popularizam exatamente por tudo quanto conseguiram.
Com uma equipe que esta disposta a dar iniciativa a este trabalho, se
constituiria algo como uma Central de Atendimento a alunos com deficiencia de
aprendizagem (restrita a população da propria escola ou aberta a comunidade).
Mark Selikowitz analisa em sua forma de pensar, conceituando que as
crianças que tem dificuldades comuns como as outras recebem o nome de um
termo coletivo: ‘dificuldades especificas de aprendizagem’, que e uma condição
inesperada e inexplicavel, que ocorre em uma criança de inteligencia media ou
superior, caracterizada por um atraso significativo em uma ou mais areas de
aprendizagem.
Que areas de aprendizagem estão envolvidas?
27
As areas de aprendizagem envolvidas nas dificuldades especificas de
aprendizagem podem ser divididas em dois grupos:
O primeiro grupo reune as habilidades academicas basicas: leitura,
escrita, ortografia, aritmetica e linguagem (compreensão e expressão). Estas
habilidades são relativamente faceis de avaliar e são de importancia
fundamental para o sucesso escolar.
O segundo grupo engloba areas da aprendizagem que tambem
possuem vital importancia, mas são menos compreendidas.
Estas envolvem aprendizagem de habilidades, tais como: persistencia,
organização, controle de impulso, competencia social e a coordenação de
movimentos.
Existem boas razões para agrupar todas essas dificuldades. Ficou bem
estabelecido que as dificuldades nessas diferentes areas estão intimamente
relacionadas. Elas frequentemente coexistem na mesma criança, são todas
mais comuns em meninos, possuem as mesmas teorias de causa e os
mesmos principios gerais de tratamento.
O que e atraso especifico?
Para que o termo dificuldade especifica de aprendizagem tenha algum
significado, ele deve ser utilizado somente para crianças que tenham
consideraveis dificuldades para aprender; que estejam fora da media. Não
devemos aplicar o termo a crianças cujas as dificuldades são simplesmente
parte da variação normal. Estas devem ser consideradas mais como variação
de talento do que dificuldades especificas. Mas como decidir qual e a media?
Este não e um problema que surge sempre que tentamos definir qualquer
disturbio.
Existem dois criterios usados para fazer a distinção entre o que esta na
media e o que esta abaixo dela. O criterio utilizado no diagnostico de uma
28
dificuldade especifica de aprendizagem depende da area de aprendizagem
particularmente envolvida.
-Criterio Estatistico: Em areas de aprendizagem que se prestam a
avaliação do aproveitamento, com leitura, ortografia e aritmetica, podemos
medir a habilidade infantil, com um teste padronizado. Este e um teste que tem
sido realizado exatamente da mesma maneira em muitas crianças, para
desenvolver padrões (normas) para diferentes idades. Dessa forma, uma
determinada criança pode ser testada e a ela atribuido um conceito que
compare seu desempenho com o dos colegas.
Uma faixa de notas e comumente designada como a variação media
para qualquer um destes testes. Uma nota abaixo desta faixa sera considerada
como indicativo de um atraso especifico.
- Criterio Clinico: Muitas habilidades não se prestam a quantificação
precisa. Em tais situações, e necessario confiar na avaliação cuidadosa do
comportamento e habilidade infantis, por um ou mais profissionais com
experiencia e treinamento necessarios para avaliar a importancia das
dificuldades da criança.
Quando as dificuldades especificas de aprendizagem podem ser
diagnosticadas?
As dificuldades especificas de aprendizagem são normalmente
diagnosticadas quando a criança esta na escola, na maioria das vezes, elas
não se tornam evidentes ate que aumentem as exigencias do trabalho
academico, a partir dos oito anos de idade.
Crianças em idade pre-escolar variam imensamente em suas
habilidades e, por isso, testes de desenvolvimento nesta idade são fracos
indicadores das habilidades quando mais velhas. Qualquer tentativa para
identificar na idade pre-escolar, crianças destinadas a ter dificuldades
especificas de aprendizagem produzira ansiedade desnecessaria em muitos
29
pais ao mesmo tempo em que podera não identificar outras crianças que terão
esta condição. E tambem importante compreender que o tratamento durante os
anos pre-escolares (conhecido como intervenção precoce) não tem provado
definir ou melhorar o desenvolvimento das dificuldades especificas de
aprendizagem posteriormente.
Como uma dificuldade de aprendizagem e diagnosticada?
Em muitos casos, e o professor quem primeiro suspeita de que a criança
possa ter uma dificuldade especifica de aprendizagem. Os professores são
capazes de comparar o trabalho e o comportamento da criança com os de seus
colegas e, por isso pode frequentemente reconhecer uma criança que esteja
enfrentando dificuldades, antes que tal fato seja percebido pelos pais.
As vezes, entretanto, a possibilidade da existencia de um problema com
a criança e percebida primeiro pelos pais. Não ha nenhuma maneira totalmente
confiavel de detectar se seu filho tem uma dificuldade especifica de
aprendizagem.
Capitulo IV
DISLEXIA E SUAS CARACTERISTICAS
Quando o tema abordado e a dislexia, a autora Maria Eugenia Ianhez
analisa a definição realizada atraves de pesquisas.
Segundo a ABD, a International Dyslexia Association, elaborada no
comite de abril de 1994, define dislexia:
“A dislexia e um dos muitos disturbios de aprendizagem. E um disturbio
especifico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela
30
dificuldade em decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiencia no
processo fonologico. Essas dificuldades na decodificação de palavras simples
não são esperados em relação a idade. Apesar de instrução convencional,
adequada inteligencia, oportunidade sociocultural e ausencia de disturbios
cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição
da linguagem com frequencia, incluidos ai os problemas de leitura, aquisição e
capacidade de escrever e soletrar.”
4.1 Etimologia
DIS = disturbio, dificuldade
LEXIA = leitura (do latim) e/ou linguagem (do grego)
DISLEXIA = disturbio de linguagem
Segundo Sally Shaywitz, o primeiro sinal indicativo da dislexia pode ser
um atraso na fala. Como regra geral, as crianças dizem suas primeiras
palavras por volta de um ano e as primeiras frases por volta de um ano e seis
meses a dois anos. As crianças vulneraveis a dislexia talvez não comecem a
pronunciar as primeiras palavras antes de completar dois anos. O atraso e
modesto, e os pais em geral o atribuem a um historico familiar de começar a
falar mais tardiamente. Um atraso aparentemente inocente na fala pode ser um
sinal precoce de um futuro problema de leitura – especialmente em uma familia
que tem um historico de dislexia. Alem disso, algumas crianças dislexicas
podem não demonstrar um atraso na fala ou este pode ser sutil e passar
despercebido.
31
Quando a criança começa a falar, as dificuldades na pronuncia – as
vezes chamada de “conversa de bebe” – que continuam alem do tempo normal
podem ser outro sinal precoce.
Por volta do cinco ou seis anos, a criança deve ter poucos problemas
para pronunciar a maioria das palavras corretamente. Tentativas de pronunciar
uma nova palavra longa e complicada podem revelar problemas relativos a
articulação. E como se houvesse um engarrafamento no aparelho articulatorio
que compromete a linguagem verbal, e os fonemas se atropelam quando saem
da boca das crianças.
4.2 Sinais da Dislexia
Stella Stelling analisa alguns sinais de dislexia e logo apos comenta
como deve ser a avaliação de alunos dislexicos.
Estes são alguns dos problemas comuns que voce pode observar em
crianças com dislexia:
- Problemas em reconhecer ou escrever palavras.
- Dificuldade em estruturar trabalhos escritos, como redações.
- Problemas em ortografia.
- Inversão de letras.
- Dificuldade em memoria a curto prazo.
- Dificuldade em revisar ou identificar erros.
- Compreensão auditiva inferior a media.
- Problemas com organização.
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- Dificuldade em escrever a mão.
- Baixo limiar de atenção quando escuta.
- Recuperação inferior de palavras.
- Problemas com discriminação visual.
- Problemas com percepção espacial.
- Lentidão ao fazer tarefas escolares.
- Pouca noção de tempo.
- Dificuldade em distinguir certos sons entre vogais e consoantes.
- Confusão com simbolos e com o alfabeto.
- Problemas em lembrar rotinas diarias.
- Compreensão inferior de leitura.
4.3 Avaliação
Segundo Stella Stelling, e muito importante quando se avalia uma
criança com dislexia, isto e, com dificuldades no aprendizado da leitura e
escrita, obter informações relacionadas com as principais areas comprometidas
com a aquisição da linguagem.
O fonoaudiologo pode fazer esta avaliação de forma rapida e
semiologica, adaptando os questionamentos a individualidade e as vivencias
de cada paciente; ou ainda utilizando jogos, ja que “certamente, o jogo deve
cumprir uma função na atividade destinada ao aspecto simbolico, de grande
33
importancia para a aprendizagem, e esta implicita a aquisição precoce da
linguagem” , segundo Bruner, Jolly e Sylva, 1976,p.19
A observação do comportamento no jogo, em varios contextos, pode
oferecer indicios significativos para todos os aspectos do desenvolvimento da
criança.
Segundo Piaget, em, pesquisas sobre a construção do pensamento,
ressalta a importancia da elaboração do jogo nas diferentes idades, o que
facilita atraves de alguns parametros, a observação da atividade ludica infantil.
Robert Franck, analisa que frequentemente, e o professor que percebe
primeiro os sinais da dislexia. As suspeitas costumam aparecer quando uma
criança brilhante demonstra problemas na leitura. Isso pode ser uma surpresa
para os pais, pois esperam que ela va bem na escola uma vez que sempre foi.
4.4 A Importancia Do Diagnostico
A ABD (Associação Brasileira de Dislexia) apoia a opinião a seguir,
inserida em seu folheto “O fracasso escolar e os disturbios de aprendizagem.”
“A constatação de que uma criança e portadora de dislexia, sobretudo
no grau mais severo, provoca ansiedade tanto na familia quanto na escola e
nos profissionais de reeducação, sabedores que são das limitações existentes
na colaboração familiar e das dificeis adequações escolares.
Em relação a criança, observamos que definir a causa de suas
dificuldades provoca mais a sensação de alivio do que um sentimento de
angustia, pois pelo menos ela não ficara mais adequadas para a reinteração do
aluno, objetivando tornar mais eficaz o plano de tratamento.”
34
Informações como o desenvolvimento da criança, historico familiar,
desempenho escolar, metodos de ensino, repertorio adquirido são de muita
importancia, por isso os pais e a escola tambem são fontes essenciais de
informação. Essa troca de dados entre os profissionais sera importante
tambem para se fazer o encaminhamento adequado. O diagnostico deve
esclarecer aos pais, aos professores e os profissionais que acompanharão o
caso bem como o proprio dislexico. O objetivo não deve ser apenas encontrar
um rotulo, mas tentar estabelecer um prognostico e encontrar caminhos
eficientes para o programa de reeducação.
35
CONCLUSÃO
Atualmente o orientador educacional tem sido visado nas escolas
brasileiras como profissionais transformadores nos contextos sociais, que
resulta em novas demandas e desafios na educação e tambem em novas
necessidades e um novo perfil de aluno, chegando-se a conclusão da
importancia deste profissional no espaço escolar.
O aluno e o principal objeto de trabalho de todo orientador educacional
que passa a ser um profissional de grande relevancia para o resultado final do
ensino, que a aprendizagem e associadamente comprometido com a formação
do cidadão consciente no mundo em que se vive.
Por isso, e que quando um aluno que e portador de algum disturbio de
aprendizagem, merece a dedicação do orientador educacional para
acompanha-lo na vida escolar, dando-lhe todo o apoio as necessidades de que
ele apresentara.
No que diz respeito aos alunos que apresentam dificuldades de
aprendizagem, e preciso que se faça um estudo de caso, sendo a coleta de
informações realizada atraves de entrevistas dialogicas, observações diretas
dos alunos e analise de materiais produzidos por eles, durante as atividades
desenvolvidas em nossos trabalhos.
Os resultados dessa investigação desvelaram que para minimizar o
“fenomeno” Dificuldades de Aprendizagem, e necessario concentrar esforços
no sentido de fazer emergir o ser aprendente, vinculando seus sentimentos,
sua auto-estima, ressignificando o papel do professor, levando o aluno ao
poder saber.
Tornou-se evidente a necessidade de perceber a escola como nutriz
oculta do fracasso escolar; a necessidade de seus professores refletirem sobre
as limitações do espaço do aluno dentro do curriculo escolar, atenção especial
36
que deve ser dada a dinamica das relações interpessoais, como passo de
fundo do construir ao destruir.
Emerge-se a necessidade de resgatar a participação e a contribuição da
familia, percebida como fundamental para a descoberta do espaço da criança
no seio desta; a sua influencia na aprendizagem escolar e em seus projetos de
vida.
E muito normal que uma criança enfrente problemas em habilidades
como leitura, escrita, ortografia e aritmetica, no primeiro ou segundo ano
escolar, mas apos esse periodo, ela deve atingir um nivel basico de
competencia. Se a criança continua a encontrar dificuldades depois desse
periodo, ela pode ter uma dificuldade especifica de aprendizagem. Deve-se
suspeitar caso ela pareça estar aquem de suas potencialidades e não esteja
demonstrando sinais de tornar-se competente nas habiliddes academicas
basicas. Pode ocorrer que ela aparente ser inteligente o suficiente para superar
as dificuldades de seu trabalho academico.
Sua leitura pode ser lenta e hesitante, com erros elementares ao ler, ela
pode formar a estoria baseado nas ilustrações para dissimular dificuldades, ou
pode tentar adivinhar as palavras de forma desordenada. Pode ser incapaz de
soletrar as palavras em sua ortografia, apesar de tentar arduamente. Sua letra
pode permanecer muito imatura e ou ilegivel, apesar de grande esforço. Outro
sinal e quando ela consegue escrever claramente apenas se o fizer
extremamente devagar.
Se suas habilidades aritmeticas estiverem afetadas, ela parecera
confusa quando lhe pedirem para fazer calculos que se espera de uma criança
de seu nivel de escolaridade. Ela pode ter grandes dificuldades para entender o
significado das operações aritmeticas, como adição, subtração e multiplicação.
Uma outra indicação de que a criança pode ter uma dificuldade
especifica de aprendizagem e a lentidão da fala. Ela pode encontrar dificuldade
37
para expressar, ou sua fala pode ser imatura e confusa. De vez em quando, e a
dificuldade da criança entender a linguagem que e primeiramente percebida.
Ela pode ficar confusa diante de uma situação complexa e não entender
estorias adequadas a sua idade.
Os pais podem perceber que seu filho tem dificuldade em outras areas
do desenvolvimento. Desajeitamento, na organização, falta de concentração e
de autocontrole são sinais de uma possivel dificuldade especifica de
aprendizagem. Ela pode ser inquieta, impulsiva e incapaz de se concentrar em
uma tarefa por um determinado periodo de tempo. Pode ter grande dificuldade
para colocar as coisas na ordem correta ou para aprender a diferenciar as
noções de direita e esquerda. Aprender a dar laço no sapato ou dizer as horas,
pode estar alem de suas capacidades, mesmo com idade em que outras
crianças dominam estas habilidades facilmente.
As vezes, uma dificuldade especifica de aprendizagem apresenta-se
inicialmente como um problema de comportamento ou como uma dificuldade
de relacionamento com os colegas.
Isto pode ser uma armadilha para os menos atentos, ja que o problema
pode ser atribuido a indisciplina, e, consequentemente, não surgir a suspeita de
uma dificuldade de aprendizagem. A criança pode recusar-se a fazer as tarefas
escolares ou ludibriar ao faze-las. Pode tornar-se arredia, agressiva ou hostil.
Ela pode ser rejeitada pelas outras crianças e tornar-se socialmente isolada.
Estes comportamentos podem indicar auto-estima baixa como resultado das
dificuldades com as tarefas escolares, ou imaturidade social que e na verdade
uma forma de dificuldade especifica de aprendizagem. Dificuldade de
concentração que resulta em inquietação e impulsividade pode tambem ser
interpretada erroneamente como indisciplina, analisa Mark Selikowitz.
Segundo Abigail Muniz Caraciki, em seu livro que e de importancia
capital, o especialista em Fonoaudiologia, pois os falsos dislexicos não lucram
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nada com o tratamento da Dislexia, necessitam de escolas especializadas em
tratamentos psiquiatricos, psicologicos ou neurologicos, dispensando o trabalho
fonoaudiologico.
No caso de Dislexia verdadeira, o tratamento e eficaz e não dura mais
de seis meses, com o atendimento prescrito.
Na falsa Dislexia por retardamento mental, ele não trara nenhum
beneficio e uma escola especializada e o que respondera positivamente ao
problema.
Os deficientes visuais e auditivos tambem se beneficiariam de escolas
especializadas, mas no caso das deficiencias advirem dos orgãos condutores,
em casos mistos, em que haja tambem um problema de disfunção cerebral
minima, teremos que dar o atendimento fonoaudiologico para a Dislexia
agregada ao problema visual ou auditivo.
Stella Stelling analisa que, segundo Gesell, “a criança pode ser
identificada pela forma como se comporta.”
Na verdade, comportamento e conduta são adequados para todas as
relações da criança, sejam reflexas, voluntarias, espontaneas ou aprendidas.
Assim como o corpo cresce, a conduta evolui e a criança e um sistema
de ação em crescimento. Na medida em que o sistema nervoso se modifica,
sob a ação do crescimento, a conduta se diferencia e varia.
E na idade de aprendizagem da leitura e da escrita que os disturbios se
evidenciam, epoca em que os pais e professores percebem que existe algo
errado com a criança.
Nesse momento e importante uma orientação adequada a Escola e a
Familia, no sentido de buscar um melhor ajustamento emocional da criança.
Desse ajustamento vai depender o resultado do tratamento fonoaudiologico.
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Cabe ao fonoaudiologo procurar a escola, conversar, esclarecer e
orientar a professora no sentido de que a mesma compreenda a dificuldade da
criança, oferecendo-lhe possibilidades para melhor ajudar o aluno. E
importante deixar claro que reprovações sucessivas so servirão para agregar
problemas emocionais que irão dificultar ainda mais o tratamento e a
recuperação da criança.
Escola, familia e fonoaudiologo devem atuar de forma integrada para a
obtenção de melhores resultados.
Segundo Robert Franck, diagnosticar a dislexia não e uma questão
simples. O processo vai provavelmente envolver um grande numero de
profissionais e uma bateria de testes. Tenha em mente, contudo, que todo
esforço e valido para se ter um diagnostico conclusivo. Uma vez identificadas
as areas problematicas especificas da criança, voce e as demais pessoas que
o cercam estarão mais preparados para ajuda-lo.
Geralmente, o pai e o primeiro a ver os sinais da dislexia. Embora voce
possa suspeitar de que a criança tenha um problema, procure os especialistas
para um diagnostico apropriado.
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Paulo: Papirus, 1999. 191 p.
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IANHEZ, Maria Eugenia. Nem Sempre e o que Parece: Como enfrentar a
dislexia e os fracassos escolares. 4 ed. São Paulo: Alegro, 2003. 166 p.
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Complexidade na Orientação Educacional. 21 ed. Erechim, Rio Grande do
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pensa, como ela se sente, como eles podem ser bem sucedidos. 21 ed. São
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2006. 286 p.
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