sintsaf - ago/2010

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SINTSAF PROMOVE NOVAS CONQUISTAS SENADO APROVA REGULAMENTAÇÃO DOS TÉCNICOS ASSÉDIO MORAL NA ÁREA DE SAÚDE 2 4 3 Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza - Número 63 - Agosto / 2010 A DISCUSSÃO SOBRE A TERCEIRIZAÇÃO DOS SERVIÇOS NA ÁREA DE SAÚDE RECEBE APOIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Terceirização dos Serviços na Área de Saú- de, tema que vem sendo discutido e questionado há um tempo por Pro- fissionais, Sindicâncias Trabalhistas, Conselho Nacional de Saúde e Organizações Sociais, ganha reforço com o po- sicionamento do MPF - Ministério Público Federal contrário à terceirização dos serviços de Saúde, por meio do documento, “Fundamentos Básicos para Atuação do MPF nos estabelecimentos Públi- cos de Saúde.” De acordo com o estudo do MPF, “O resultado prático pode ser o descontrole sobre o uso do patrimô- nio e dos recursos públi- cos e a precarização dos vínculos entre os servi- ços públicos de saúde e os recursos humanos que lhe são fundamen- tais”. Esta foi a principal conclusão do documen- to elaborado pelo Grupo de Trabalho da Saúde, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. O estudo traz ain- da uma crítica sobre as leis que instrumen- talizam a criação das Organizações Sociais (OS). Segundo o Minis- tério Público Federal, as OS ao flexibilizar contro- les administrativos, não oferecem em troca, me- canismos eficazes para garantir o prometido con- trole finalístico e maior responsabilidade em relação aos dirigentes e administrativos. E acres- centa “A verdade é que o instrumento do Contrato de Gestão tem se reve- lado insuficiente. Muitas vezes não há controle no momento da construção, por exemplo, em relação à factibilidade das metas estabelecidas em função do equipamento e recur- sos humanos disponibi- lizados. Posteriormente, não há controle na execução do contrato. Não há, também, critérios para estipulação de garantias em relação ao patri- mônio cedido e aos recursos repassados.” Em seu parecer, o MPF destaca ainda que o SUS – Sistema Único de Saúde é uma política única para toda Nação, que se reporta à intui- ções integradas por todos os entes federativos, como co- missões tripartite e bipartite, além do Conselho Nacional de Saúde. A frustração dos direitos do cidadão por qual- quer dos seus elos ( ou Inte- grante) atenta contra o inte- resse nacional de promoção do completo bem-estar físico, mental e social”. :: TERCEIRIZAÇÃO Rua General Sampaio, 1600 casa 03 - Fone: (85)3455.6600 - Fortaleza - CE - [email protected]/www.sintsaf.org.br

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Page 1: SINTSAF - AGO/2010

SINTSAF PROMOVE NOVAS CONQUISTAS

SENADO APROVA REGULAMENTAÇÃO DOS TÉCNICOS

ASSÉDIO MORAL NA ÁREA DE SAÚDE2 43

Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza - Número 63 - Agosto / 2010

A DISCUSSÃO SOBRE A TERCEIRIZAÇÃO DOS SERVIÇOS NA ÁREA DE SAÚDE RECEBE APOIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Terceirização dos Serviços na Área de Saú-de, tema que vem sendo discutido e questionado há um tempo por Pro-fissionais, Sindicâncias Trabalhistas, Conselho Nacional de Saúde e Organizações Sociais, ganha reforço com o po-sicionamento do MPF - Ministério Público Federal contrário à terceirização dos serviços de Saúde, por meio do documento, “Fundamentos Básicos para Atuação do MPF nos estabelecimentos Públi-cos de Saúde.” De acordo

com o estudo do MPF, “O resultado prático pode ser o descontrole sobre o uso do patrimô-nio e dos recursos públi-cos e a precarização dos vínculos entre os servi-ços públicos de saúde e os recursos humanos que lhe são fundamen-tais”. Esta foi a principal conclusão do documen-to elaborado pelo Grupo de Trabalho da Saúde, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.

O estudo traz ain-da uma crítica sobre as leis que instrumen-talizam a criação das Organizações Sociais (OS). Segundo o Minis-

tério Público Federal, as OS ao flexibilizar contro-les administrativos, não oferecem em troca, me-canismos eficazes para garantir o prometido con-trole finalístico e maior responsabilidade em relação aos dirigentes e administrativos. E acres-centa “A verdade é que o instrumento do Contrato de Gestão tem se reve-lado insuficiente. Muitas vezes não há controle no momento da construção, por exemplo, em relação à factibilidade das metas estabelecidas em função do equipamento e recur-sos humanos disponibi-lizados. Posteriormente,

não há controle na execução do contrato. Não há, também, critérios para estipulação de garantias em relação ao patri-mônio cedido e aos recursos repassados.”

Em seu parecer, o MPF destaca ainda que o SUS – Sistema Único de Saúde é uma política única para toda Nação, que se reporta à intui-ções integradas por todos os entes federativos, como co-missões tripartite e bipartite, além do Conselho Nacional de Saúde. A frustração dos direitos do cidadão por qual-quer dos seus elos ( ou Inte-grante) atenta contra o inte-resse nacional de promoção do completo bem-estar físico, mental e social”.

:: TERCEIRIZAÇÃO

Rua General Sampaio, 1600 casa 03 - Fone: (85)3455.6600 - Fortaleza - CE - [email protected]/www.sintsaf.org.br

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SINTSAF SE INTEGRA NA COMISSÃO DE SAÚDE SOBRE SEGURANÇA NO TRABALHO

SINTSAF PROMOVE NOVAS CONQUISTAS DE PRE-CATÓRIOS PARA OS SERVIDORES Palavra da

Presidente

Drª Raimunda Chaves BarrosoPresidente em Exercício

O Sindicato debateu nesse mês de agosto, te-mas que refletem direta-mente aos Trabalhadores de Saúde de Fortaleza, a participação do Sindicato no âmbito municipal de-monstra as valiosas con-tribuições às causas dos seus servidores, frutos de uma luta contínua por seus direitos.

As estratégias se fun-damentam no sentido de fortalecer a atuação e o empenho que vem desen-volvendo na linha de frente de batalhas e conquistas, abrangendo toda catego-ria dos filiados. Durante o período de ausência do seu Presidente, assumo o compromisso de continu-ar a lutar com os mesmos ideais e o desafio de cons-truir novos mecanismos na defesa dos Servidores de Saúde.

SINTSAF impulsionando a defesa dos direitos dos Trabalhadores da Saú-de de Fortaleza promove mais paga-

mentos de precató-rios aos servidores. Em agosto os nú-meros de beneficia-dos aumentaram, o crescimento nos índices vem se for-talecendo pela atua-ção e o empenho do sindicato.

As conquistas do sindicato referen-tes ao pagamento de precatórios se re-alizam a cada mês, por meio de ações que contemplam re-

ajuste de FGTS, URP, Isonomia sala-rial entre outros. A assessoria jurídica do SINTSAF conta com uma equipe de profissionais que procura intensi-ficar os serviços prestados aos seus filiados, garantindo o acesso à justiça.

A discussão em torno da campanha salarial 2010 deu origem à criação de uma Comissão de Saúde sobre Seguran-ça no Trabalho, com o objetivo de atuar em todos os hospitais da rede de saúde pública do município de Fortaleza, Setor de Zoonoses, IPM- Instituto de Previdên-cia do Município, Guardas Municipais, Postos de Saúde e Sefin – Secretária de Finanças do Município.

O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza, em mais

uma frente na unificação e no fortaleci-mento dos interesses dos servidores que representa, atuará nessa Comissão com o propósito da prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, tor-nando compatível o trabalho permanen-te com a preservação da vida e a promo-ção da saúde do trabalhador.

O SINTSAF terá assento na comis-são, sendo representado por seu Presi-dente e pela Diretora de assuntos jurídi-cos Viláucia Borges de Menezes, o que fortalecerá ainda mais a luta do sindicato pelos direitos de seus sindicalizados.

:: ATUAÇÃO

:: PAGAMENTO

:: Marialdo Costa

Na opinião de Ma-rialdo Costa do Sin-dicato dos Trabalha-dores no Serviço de Saúde de Fortaleza – SINTSAF, a questão em volta da Terceiri-zação coloca em jogo a qualificação desses profissionais que irão exercer as várias fun-ções dentro de ser-viços ligados direta-mente ao usuário do Sistema Único de Saú-

de – SUS. “Não há uma qualificação, esses profissionais muitas vezes são jogados de qualquer maneira para trabalhar, gerando lu-cros para as empresas terceirizadas. Dentro dos hospitais as salas estão repletas de gen-te que não tem nem mesa para sentar. Em relação aos Trabalha-dores da Saúde, não

há uma equidade, um funcionário de carreira sai muito mais barato para o município do que um terceirizado, por exemplo, um mé-dico terceirizado atra-vés de cooperativas. O plantão contratado sai quase que metade de um salário de um mé-dico de carreira, é um pessoal que trabalha muito solto”. Afirma.

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ASSÉDIO MORAL NA ÁREA DE SAÚDE

:: VIOLÊNCIA

Crescem os índices de casos relacionados ao Assédio Moral dentro do ambiente de trabalho. Quem sofre geralmente tem vergonha ou medo de se expor, alguns reflexos da globalização relacio-nados à precarização das relações trabalhistas, redu-ção de direitos, inovações tecnológicas e as crises financeiras fazem parte de um contexto relacionado às mudanças no mercado de trabalho.

O assédio moral ocor-re quando trabalhadores são expostos, com frequên-cia, à situações humilhan-tes e constrangedoras dian-te de outros colegas. Na área da Saúde são alvos freqüentes os trabalhado-res com estabilidade, cria-tivos e donos de iniciativas,

com mais idade, que sejam acometidos de doença ou sofram acidente de traba-lho. Em Fortaleza casos de assédio moral são re-gistrados principalmente no IJF – Instituto Dr. José Frota, e nas demais uni-dades de saúde do muni-cípio, conforme denúncias recebidas pelo SINTSAF – Sindicato dos Trabalha-dores no Serviço de Saúde de Fortaleza. De acordo com denúncias feitas pelos sindicatos é comum aos adoecidos e acidentados a ridicularizarão da doen-ça, o controle das idas ao médico, o isolamento ou transferência do local do trabalho e conselhos para que peçam demissão.

Em Brasília um pro-jeto de lei que está sendo analisado pelos deputados quer transformar assédio moral em acidente de tra-balho. Assim, o trabalhador

assediado passaria a ter direito a receber benefício da Previdência Social. Isso valeria apenas para os ca-sos de ofensa no local de trabalho, mesmo que o mo-tivo não tenha relação com assuntos profissionais.

De acordo com a CNTS – Confederação

Nacional dos Trabalha-dores em Saúde, no caso de algum trabalhador esti-ver sofrendo esse tipo de agressão, ou assédio mo-ral, deverá procurar as re-presentações do Ministério da Saúde ou a Delegacia Regional do Trabalho do seu Estado.

O QUE A VÍTIMA DEVE FAZER?• Resistir: anotar com

detalhes todas as humilha-ções sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que tes-temunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário).

• Dar visibilidade, pro-curando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do

agressor. • Organizar. O apoio é

fundamental dentro e fora da empresa.

• Evitar conversar com o agressor, sem testemu-nhas. Ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical.

• Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H

e da eventual resposta do agressor. Se possível man-dar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo.

• Procurar seu sindica-to e relatar o acontecido para diretores e outras instâncias como: médicos ou advoga-dos do sindicato assim como: Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direi-tos Humanos e Conselho Re-gional de Medicina

• Recorrer ao Centro de Referência em Saúde dos Trabalhadores e contar a hu-milhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólo-go.

• Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidarieda-de são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cida-dania.

CONDUTAS MAIS COMUNS QUE CARACTERIZAM O ASSÉDIO MORAL• Dar instruções confusas e imprecisas. • Bloquear o andamento do trabalho alheio.• Atribuir erros imaginários. • Ignorar a presença de funcionários na frente de outros.• Pedir trabalhos urgentes sem necessidades. • Fazer críticas em público.• Fazer circular boatos maldosos e calúnias sobre a pessoa. • Insinuar que o funcionário tem problemas mentais ou familiares.• Transferir o empregado de setor ou de horário para isolá-lo. • Não lhe atribuir tarefas. • Retirar seus instrumentos de trabalho ( telefone, fax, computador, mesa).• Agredir preferencialmente quando está a sós com o assediado.

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O Jornal do SINTSAF é o informativo do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza

Missão do SINTSAFResguardar os direitos e prerrogativas dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza, de modo que todos tenham plenas condições de trabalho para oferecer um melhor, e digno, atendimento aos clientes do serviço público municipal de saúde: a população fortalezense.

Jornalista Responsável - Waleska Thompson MTb Nº CE 2325JPDesign Gráfico - Leonardo Oliveira / [email protected] - Adolfo SiebraImpressão - Expressão GráficaTiragem - 5 mil exemplaresContatos: (85) 34556600

DIRETORIA EXECUTIVA: Plácido Sobreira Filho (presidente), Raimunda Chaves Barroso (1ª vice-presidente), Fco. Sebastião de Sá (2ª vice-presidente), Manoel Lopes da Silva Filho (secretário-geral),

Elenilde (secretário adjunto), Godofredo Holanda de Sousa (Tesoureiro Adjunto), Marialdo Antônio Costa (tesoureiro geral), Maria Oliveira Quixadá (dir. de comunicação), Dr. Luís Carlos (dir. de patrimônio),

Vilaucia Borges de Menezes (dir. de assuntos jurídicos), Teixeira (dir. administrativo), Carlinda Ferreira Bezerra (dir. de formação sindical), Heloísa (dir. de segurança e saúde), Laurentino Jr (dir. de cultura, esporte e lazer),

Graça Alencar (Sup. Dir. Executiva), Dr. Suzana Furlane (Sup. Dir. Executiva), Dr. Luíz Lopes (Sup. Dir. Executiva), Dr. Charles (Conselho Fiscal), Dr. Ananias (Conselho Fiscal), Iolanda (Conselho Fiscal), Ramim (Sup. Conselho Fiscal),

Dr. Hortence (Sup. Conselho Fiscal) e Fred (Sup. Conselho Fiscal).

APROVADO PROJETO QUE REGULAMENTA PROFISSÃO DE TÉCNICO EM IMOBILIZAÇÃO ORTOPÉDICA

Os técnicos em Imo-bilizações Ortopédicas são reconhecidos pelo projeto de Lei da Câmara (PLC 187/08), aprovado pelo Senado Federal na última quarta (4) do mês de agos-to, que regula o exercício da profissão. A conquista permitirá que os técnicos acumulem dois cargos ou empregos, benefício já pre-visto na Constituição para os profissionais da saúde cuja profissão está regula-mentada.

Sindicâncias e As-sociações de todo o país, comemoram a vitória após longo período de luta, a aprovação da proposta permitirá ainda o aperfei-çoamento da formação dos técnicos, profissionais

que atuam no tratamento de fraturas ósseas e de ou-tras doenças do aparelho locomotor que exigem imo-bilizações com talas, apa-relhos gessados e outros dispositivos.

O Sindicato dos Tra-balhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza – SINT-SAF vem acompanhando as batalhas enfrentadas pela categoria, e agora re-afirma seu compromisso pelo reconhecimento e re-presentatividade dos servi-dores de saúde. A decisão irá beneficiar os profissio-nais dos Frotinhas, Gon-zaguinhas, Hospital Nossa Senhora da Conceição e Instituto Dr. José Frota - IJF. Os números de Técnicos ultrapassa os 52, apesar do avanço será preciso im-pulsionar algumas medidas para a melhoria de vida

desses profissionais.Na avaliação do chefe

do setor de Traumatologia do IJF, Dr. Marco Antônio Rocha, o atendimento de um profissional Técnico de Imobilização é de total im-portância no procedimento médico do paciente, o re-conhecimento desses pro-fissionais proporciona além de melhorias, capacitação. Os procedimentos ainda carecem de uma prepara-ção melhor, é preciso bus-car um aprimoramento das técnicas, uma capacitação contínua para a valorização da profissão. Completa.

Para o Técnico em Imobilização do IJF, Renan Dourado a conquista traz uma condição de trabalha-dor, uma valorização que antes não tinha, com 23 anos de profissão destacou alguns pontos que devem

ser questionados. Segundo Renan existe uma dispari-dade salarial grande dentro do próprio setor, alguns pro-fissionais de outros setores foram aprendendo o ser-viço na prática e sem uma qualificação assumindo a função do Técnico, o que acabou por gerar muitas desigualdades, e quebra de direitos. Outro ponto im-portante que deve avançar é a exigência da chefia do setor ser um especialista da área, geralmente esse car-go vem sendo ocupado por enfermeiros que não são especializados em Trauma-tologias. Ainda é preciso avançar mais em melhores condições de trabalhos e definir a real função do Téc-nico. Existe um clamor para unificar toda a categoria em prol de todos. Destaca.

:: CONQUISTA

FOTO

: GER

ALD

O M

AG

ELA