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Práticas e Modelos na Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares
DREC 5 – Sessão 3
Maria do Rosário Monteiro de Figueiredo
Objectivos da sessão:
Entender as ligações do processo de auto-avaliação à escola.
Perspectivar a gestão da informação e o processo de comunicação com a escola/ agrupamento.
Perceber o papel e a necessidade de liderança por parte do professor coordenador.
Tarefa 2
A integração do processo de auto-avaliação no contexto da escola é crucial.
A ausência de práticas de avaliação e também de uso estratégico da informação recolhida no processo de planificação e de melhoria tem estado igualmente ausente das práticas de muitas bibliotecas.
Integrar o processo de auto-avaliação no processo de avaliação interna e externa da escola requer, também, envolvimento e compromisso da escola/ órgão de gestão e uma liderança forte da parte do coordenador.
1 – Faça uma análise à realidade da sua escola e à capacidade de resposta ao processo e identifique os factores que considera inibidores do mesmo.
2 – Delineie um plano de acção que contemple o conjunto de medidas necessárias à alteração da situação e à sua consecução com sucesso.
Sumário
1. Auto-avaliação das B.E. no meu Agrupamento de Escolas.
1.1. Capacidade de resposta da Escola ao processo de Auto-avaliação.
1.2. Factores inibidores do processo.
2. Plano de acção: medidas necessárias para alterar, com sucesso, a situação actual.
Práticas e Modelos na Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares
DREC 5 – Sessão 3
Maria do Rosário Monteiro de Figueiredo
1. Auto-avaliação das B.E. no meu Agrupamento de Escolas
Avaliar os outros é sempre a tarefa mais penosa. Avaliarmos o serviço em que
estamos integrados – a Biblioteca Escolar, acarreta, igualmente, uma certa dose de
sofrimento.
Por isso, padronizar os parâmetros da auto-avaliação e baseá-la em evidências
claras acaba por ser um alívio, porque retira ao processo carga subjectiva e permite dar
o passo seguinte com maior consistência – planear o futuro.
Poder-se-ia advogar que a melhor forma de avaliar seria a externa, mais objectiva.
No entanto, a literatura especializada ao debruçar-se sobre a dicotomia avaliação
externa/avaliação interna, discorda. Sarah McNicol, citando Stenhouse, afirma que,
estas duas formas de avaliar a B.E., apesar de distintas, são complementares e
necessárias: a primeira, porque fornece especialização e objectividade, a segunda,
porque introduz familiaridade e compreensão ao processo.1 Contudo, adverte: se a
auto-avaliação for guiada por padrões idênticos aos usados em inspecções externas, é
provável que só produza alterações cosméticas,2 até porque o seu impulso primordial é
a contabilidade em detrimento do desenvolvimento3. Sobre este assunto, Elspeth Scott
vai mais longe e afirma que informação não é o mesmo que conhecimento.
Conhecimento implica compreensão.4
A prática de auto-avaliação e o uso estratégico da informação recolhida constitui,
assim, um factor incontornável no processo de planificação e de melhoria das
Bibliotecas Escolares do Agrupamento onde trabalho. E, como tal, deve envolver não só
as Professoras Bibliotecárias e as suas equipas, mas o órgão de gestão, as estruturas
intermédias de liderança, os docentes, os alunos e a restante Comunidade Educativa.
1 No original “External and internal evaluators are equally important: the former provide expertise and objectivity, and the latter familiarity and understanding. The two roles are distinct yet complementary and both are necessary for effective evaluation.” Stenhouse, (1975:83). Cit in McNicol, Sarah (2004) Incorporating library provision in school self-evaluation. Educational Review, 56 (3), 287-296. <http://forumbibliotecas.rbe.min-edu.pt/mod/resource/view.php?id=8291> 2 No original “A self-evaluation which is driven by identical criteria to external inspections is likely to produce only cosmetic improvements.” Idem. 3 No original “self-evaluation has a different rationale to external evaluation as its primary impulse is development rather than accountability.” MacBeath et al. (2000). Ibidem. 4 No original “information is not the same as knowledge; knowledge implies understanding”. Cit. in O Modelo de Auto-avaliação no contexto da Escola/ Agrupamento. Texto Base da Sessão 3. <http://forumbibliotecas.rbe.min-edu.pt/file.php/94/MABE_-_ESCOLA_1.doc>
Práticas e Modelos na Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares
DREC 5 – Sessão 3
Maria do Rosário Monteiro de Figueiredo
1.1. Capacidade de resposta da Escola ao processo de Auto-avaliação.
A capacidade de resposta da minha Escola ao processo de Auto-avaliação, que iniciaremos este ano, é ainda uma incógnita. Estamos no ano 1 de um novo Agrupamento, temos quatro Bibliotecas integradas na Rede e um público que vai do Jardim-de-infância ao Secundário. Há muitos projectos e prioridades em cima da mesa. A única certeza que temos neste momento é que o papel das B.E. se irá escrever de acordo com o fulgor que lhe imprimirmos, e com a irrefutabilidade dos argumentos que utilizarmos na defesa do seu crescimento e na melhoria dos seus serviços. Para isso, a apresentação de resultados baseados em evidências e a identificação clara das áreas fortes e das que necessitam de intervenção, é o caminho a seguir. Como fazer, então? Recolher evidências, por si só, não basta. Há que sistematizá-las e problematizá-las. Até porque, como diz Elspeth Scott no texto indicado para esta sessão, a informação já lá está, quer explícita, implícita ou facilmente extrapolável. Só precisa de ser coligida, avaliada criticamente e transformada em saber. 5 E, depois de tratada e avaliada a informação, que estratégias usaremos para potenciar a resposta da escola aos resultados encontrados? A ligação inequívoca da acção das B.E. ao currículo e à aprendizagem dos alunos será uma das chaves. O reforço do trabalho colaborativo com os professores de diferentes disciplinas, outra. A presença da B.E. em todos os planos estratégicos e operacionais da escola ainda outra. Em todo este processo, irá, naturalmente sobressair o dinamismo das Professoras Bibliotecárias. A resposta da Escola será, também, determinada pela capacidade que estas responsáveis demonstrarem em inquirir, monitorizar, estabelecer prioridades, argumentar, projectar e planificar.
1.2. Factores inibidores do processo.
Assumem-se, entre outros, como inibidores do processo de auto-avaliação das B.E., e consequentemente como obstáculos à definição de estratégias de melhoramento destes espaços, uma gestão centralizada do Agrupamento que não agiliza, nem autonomiza procedimentos, a não inclusão das B.E. nas prioridades de gestão actuais e a falta de recursos humanos especializados em multimédia. Para ultrapassar estes percalços, as B.E. vão ter de provar que fazem a diferença na Escola e se a Gestão investir recursos humanos e materiais na sua dinâmica, a Comunidade Educativa vai ter um retorno formidável.
5 SCOTT, Elspeth (2002). How good is your school library resource centre? An introduction to performance measurement”. 68th IFLA Council and General Conference August. <http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/028-097e.pdf>
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DREC 5 – Sessão 3
Maria do Rosário Monteiro de Figueiredo
2. Plano de acção: medidas necessárias para alterar, com sucesso, a situação actual.
O Plano de Acção a delinear para alterar, com sucesso, a situação actual, deve
prever, na sua génese, os seguintes passos:
Plano de Acção Medidas Estratégias
• Fazer uma análise contextual externa e interna das B.E. do Agrupamento.
Caracterizar: • A comunidade onde estão inseridas as B.E. • História e influências comunitárias.
Aferir: • Serviços oferecidos; • Fundos utilizados; • Actividades realizadas; • Nº de utilizadores; • Nível de satisfação dos utilizadores.
• Ajuizar instalações e colecções.
Verificar: • Acessibilidade dos serviços do ponto de vista do
utilizador. • Avaliação da colecção do ponto de vista da
adequação curricular, extensão e variedade de formatos.
• Conhecer as virtualidades de um bom plano de acção.
• Ler e fazer formação especializada. • Conversar com especialistas. • Visitar B.E de sucesso.
• Avaliar o impacto, nas B.E. que dirigimos, do plano que vigorou anteriormente.
• Fazer análise SWOT.
• Orientar a auto-avaliação das B.E. por recolha de evidências.
• Observar directamente. • Elaborar questionários. • Fazer entrevistas.
• Escolher o domínio anual onde irá incidir a auto-avaliação.
• Fundamentar, junto dos interlocutores institucionais, a escolha.
• Identificar as áreas que necessitam de melhoria e planificar a intervenção numa perspectiva de integração escolar.
• Aplicar o Modelo de Auto-avaliação em vigor.
• Apresentar o relatório de Auto-avaliação à Escola. • Reunir com as estruturas de gestão.
• Estabelecer uma ligação sólida entre as B.E. e a liderança da Escola.
• Reunir com o Órgão de Gestão. • Apresentar indícios fundamentados da ligação das
B.E. ao sucesso educativo dos alunos em C. Pedagógico e C. Geral.
• Assegurar nas B.E., recursos humanos capazes de dar resposta às solicitações multimédia dos utilizadores.
• Reunir com o Órgão de Gestão. • Participar em reuniões do Conselho Pedagógico e
Conselho Geral. • Trabalhar com professores e
alunos, adequando o trabalho da BE aos objectivos educativos e ao sucesso dos alunos.
• Reunir com departamentos e docentes. • Disponibilizar questionários aos alunos. • Fazer entrevistas. • Fazer inquéritos.
• Desenvolver, de forma sistemática, a formação e o apoio individual ou em grupo no âmbito das literacias.
• Realizar actividades formativas de âmbito geral e especializado.