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www.auniao.com A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO PARQUE POR INTERPRETAR A FORÇA DOS NEGÓCIOS SOBRE A RAZÃO DOS DIREITOS pág. 06 edição 34.739 · 07 de maio de 2012 · preço capa 1,00 (iva incluído)

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edição n.8 da revista U de 07 MAIO 2012

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www.auniao.com

A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO

PARQUEPOR

INTERPRETARA FORÇA DOS NEGÓCIOS

SOBRE A RAZÃO

DOS DIREITOS pág. 06

edição 34.739 · 07 de maio de 2012 · preço capa 1,00 € (iva incluído)

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07 maio 2012 / 03

O fim das palavrasTEXTO / Marco de Bettencourt Gomes | [email protected]

O silêncio é a palavra mais cara que conheço. Vale ouro o silêncio. É uma palavra cara. O silêncio é a palavra que mais fala e nada fala tanto quanto o silêncio. Quando se esgotam as palavras, quando a alma não encontra léxico para verbalizar o que lhe vai dentro, buscamos no silêncio essa linguagem misteriosa que nos comunica.O mundo está cheio de ruído. Há uma inflação de pala-vras que tornam impossível a escuta. Como se vivêssemos numa praça e fossemos vendedores de mercado, cada um a apregoar mais alto que todos o seu peixe para con-quistar o monopólio da atenção da freguesia. As palavras estão esvaziadas de conteúdo. As palavras dizem pouco, quase nada. As palavras já não valem. A palavra escrita perde força pela proliferação em catadupa de publica-ções nas mais diversas plataformas. A palavra proferida perde força pela multiplicação babilónica de audiovisuais. Perdemos a memória das palavras. Resta-nos agora o si-lêncio. O silêncio que grita melhor e mais alto. O silêncio da beleza, o silêncio do rumor dos passos, o silêncio do caminho. O silêncio da janela, o silêncio das mãos.Esquecemos a beleza das palavras. Perdemos a escuta do eco. Desaprendemos o alfabeto dos signos. Vivemos em surdina com telemóveis, com televisores, com internets. Ouvimos as palavras que são só sons e só escutamos um vazio doloroso como se fosse o esgar de uma ave branca em debandada.Falamos sozinhos e já ninguém faz caso.Até as palavras já gastaram os poetas. Que venham, en-tão, os poetas do silêncio falar ao homem que não ouve.

sUmÁRiO

FOTO / SIARAM/SRAM

NA CaPa...

São várias as novidades que o Parque Natural da Terceira prepara para apresentar: o projecto para o futuro centro de interpretação, o guia, e a sinalética do parque. A revista “U” falou com a directora desta unidade de gestão de áreas pro-tegidas, Sónia Alves, que, neste momento, enceta esforços na procura de parceiros para a dinami-zação do parque que ocupa 22% da área terres-tre da ilha.

sinto-me amputado 06

2.ª caixinha mágica 07

o livro de receitas comestível 28insularidade obrigatória 26a viola de arame dos açores 10

pontes sobre o tejo 21olh’ó véééélho… 25

3 poemas da ilha terceira 13o imaterial das viagens 14steve earle 15

a ver navios por causa dos aviões 05

EDITORIAL / SUMÁRIO

convite para pensar 08

a sereia do pescador 11

o nosso chão 23

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07 maio 2012 / 04

O MAR NA ONDA DO TURISMO

O grupo de jamantas que pode ser en-contrado nas águas dos Açores tem po-tencial para aproveitamento em ecotu-rismo, já que este é um dos poucos locais do mundo com agregações destes ani-mais que possam ser vistas por turistas.Esta é uma das conclusões de um estudo que está a ser realizado por investigado-res do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Aço-res, que marcaram cinco jamantas junto ao banco submarino ‘Princesa Alice’, a 80 quilómetros a sul/sudoeste do Faial.“É a primeira vez que se está a fazer este trabalho”, afirmou Jorge Fontes, um dos responsáveis pelo estudo, em declara-ções à Lusa, acrescentando que se estão a usar pela primeira vez aparelhos de te-lemetria por satélite colocados no dorso destes animais. O biólogo marinho salientou que as ja-mantas são uma espécie “pouco conhe-cida em todo o mundo”, o que aumenta o interesse desta investigação, cujos dados recolhidos já permitiram chegar a algu-mas conclusões.Uma delas é que as jamantas podem ter “potencial para serem exploradas co-mercialmente para o ecoturismo”, já que, frisou Jorge Fontes, “existem poucos pontos no globo onde há agregações” desta espécie susceptíveis de serem avistadas por turistas.As jamantas “permanecem algum tempo nos Açores”, especialmente durante o verão, e partem depois para sul, em bus-

FOTOS / João Costa

NOs aÇOrEs sÃO FrEQUENTEs Os avIsTaMENTOs DE EspÉCIEs raras

As jamantas podem ter “potencial para serem exploradas no ecoturismo”.

ca de águas mais quentes.“Todos os animais que marcámos foram em direcção a Cabo Verde e foi lá que as marcas se libertaram, ao fim de seis me-ses”, revelou Jorge Fontes, acrescentan-do que a informação recolhida permitiu conhecer melhor os perfis de mergulho, as velocidades de deslocação, a tempe-ratura e a luminosidade das águas por onde passaram as jamantas.Jorge Fontes alertou que as jamantas são muito vulneráveis, porque apresentam uma “longevidade relativamente grande e taxas de crescimento e fecundidade baixas”.“Em regra, têm uma cria por cada fêmea e, em situações excepcionais, poderão ter duas crias”, salientou, concluindo que estas características colocam as jaman-tas num “patamar de vulnerabilidade muito elevado”.Apesar de a imagem das jamantas ter estado associada a animais perigosos para o homem, Jorge Fontes assegurou que estes animais “são inofensivos” e até “dóceis”.“Os seus hábitos alimentares não in-cluem mergulhadores”, ironizou, recor-dando que as jamantas “não têm dentes” e alimentam-se de plâncton e pequenos peixes, não constituindo risco para os hu-manos.

DESTINO DE EXCELÊNCIA PARA MERGULHOA aposta na promoção dos Açores

REVISÃO

JaMaNTas COM pOTENCIal para O ECOTUrIsMO

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O MErgUlhO rECrEaTIvO COM rECUrsO a rECIFEs E EsTrUTUras arTIFICIaIs, COMO as CrIaDas COM O aFUNDaMENTO DE NavIOs, É OUTra Das vErTENTEs a ExplOrar Na prOMOÇÃO DO TUrIsMO NOs aÇOrEs.

como “destino de excelência” para a prática do mergulho, que inclua a criação de uma marca identificadora e tarifas aéreas mais económicas, foi uma das principais conclusões da III Bienal de Turismo Subaquático. “Os Açores, pela sua localização e génese geológica, apresentam um grande potencial para a prática do mergulho”, refere o documento fi-nal da reunião, que define a ética, a formação e o profissionalismo como os princípios fundamentais para as-segurar o futuro deste mercado tu-rístico.Os participantes na bienal, que de-correu na Graciosa, em Outubro úl-timo, salientaram que o mergulho costeiro e recreativo tem sido o “mo-tor” deste segmento turístico, mas defendem que podem ser abertas “novas linhas de promoção”, como o mergulho técnico e o mergulho com grandes pelágicos, nomeadamente tubarões baleia e jamantas.O mergulho recreativo com recurso a recifes e estruturas artificiais, como as criadas com o afundamento de na-vios, é outra das vertentes a explorar na promoção do turismo de mergulho nos Açores, que deve também apro-veitar a recente criação de parques arqueológicos subaquáticos.As conclusões da bienal alertam, no entanto, que o crescimento deste segmento turístico no arquipélago “não pode descurar aspectos ligados à segurança”, defendendo uma apos-ta na “informação, formação, preven-ção e minimização dos riscos”.

A VER NAVIOS POR CaUsaDOS AVIÕES

TEXTO / João Rocha / [email protected] / FOTO / Eduardo Resendes

O mar é, inegavelmente, um verdadeiro tesouro dos Açores. Além da pesca e da ciência, os recursos marinhos abrem tam-bém uma verdadeira onda de oportunida-des a nível do turismo.As potencialidades são amplas e deve-ras atractivas. Observação de cetáceos e mergulho constituem um chamariz do ar-quipélago que tem uma natureza mágica que nunca pode deixar de lado os encan-tos da maresia.Um turista mais aventureiro pode até arriscar um mergulho na companhia dos tubarões.O cardápio das emoções marítimas só pa-rece encalhar nos… aviões. Para se chegar a estas bandas, há que assegurar ligações aéreas e, neste domínio, o preço das pas-sagens continua proibitivo para a maioria das bolsas.Enquanto não for desfeita esta força de bloqueio, o turismo nos Açores nunca ga-nhará asas e fica condenado a ver navios. E, sendo assim, os efeitos negativos irão se manifestar pelo ar, terra e mar, apesar da Região ter encantos mil e ser muito agradável aos sentidos.

OBSERVAÇÃO DE ESPÉCIES MARINHAS

E MERGULHO SÂO UM CHAMARIZ DO

ARQUIPÉLAGO.

REVISÃO

ChaMarIZ para TUrIsMO DE avENTUra

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sintO-meAMPUTADOTEXTO / João Aguiar Campos *

A reestruturação da empresa onde trabalhava colocou um amigo de longa data no desem-prego. As condições da saída e a estrutura familiar constituem uma almofada que não tornam dramáticos os seus tempos mais próximos. Apresenta-se, apesar disso, visivelmente afectado.Explicou-me o que lhe vai na alma: “nem imaginas quanto me custam as passagens perió-dicas pelo Centro de Emprego... Enquanto espero, sinto que uma estranha deficiência me atingiu, após acidente sem culpa. Acre-ditas que tenho vergonha?”As minhas palavras não têm valido de nada: reafirma em cada conversa a sua condição de “amputado”. De facto, sem-pre sentiu o trabalho como um direito, um dever, um contributo e não apenas como uma fonte

de rendimentos – protestando a injustiça de se ver transformado numa “despesa a reduzir”...Admite que o patrão também viveu momentos de angústia e se pode ter sentido sem alterna-tiva. Mas, em todo o caso, rea-firma que são indisfarçáveis as dores…Se ouvirmos amputações e do-res, ganha alma o debate do desempregos – tantas vezes tra-duzido em percentagens e nú-meros, sem olhos, nem família; ou em pouco menos que esté-reis indignações.Com 202 milhões de desem-pregado em todo o mundo e o mercado em ponto morto, pa-rece um ideal fora de alcance; mas importa não perder de vista a obrigação de tudo fazer para que todos tenham acesso ao trabalho e o possam assegu-rar. O emprego tem de ser uma prioridade social. E, neste esfor-ço, cabe importante papel aos cristãos, cuja obrigação é lutar contra tudo o que afecta a pes-soa, pois acreditam num Deus solidário com o homem.

* Director do Secretariado Nacional

das Comunicações Sociais

a FOrÇa DOs NEgÓCIOssOBRe a RaZÃO dOs diReitOsTEXTO / Carmo Rodeia

A primavera árabe que muitos esperavam que pudesse terminar na Síria, com uma abertura do regime de Bachar Al Assad, está a transformar-se num verdadeiro holocausto para o povo. Em vez de liberdade de expressão, respeito pelos direitos do homem, da libertação de presos políticos e da realização de eleições livres, os sírios estão a ser massacrados e impedidos de serem apenas pessoas livres.Governados por um ditador ocidentalizado, que tanto agradou a todos na Europa e nos Estados Unidos, quando se exibia em visitas de estado ao lado da mulher Asma, os sírios vivem oprimidos e, agora, reprimidos pela força das armas do exército que jurou defendê-los.Nem as sanções económicas da Liga Árabe e da União Europeia nem a pressão da comunidade internacional para a retirada de Assad da esfera do poder, em particular o plano de Kofi Annan, surtiram qualquer efeito.O que espanta no meio disto tudo é todos estarem longe de assumir um posicionamento racional, como era desejável e expectável, sobretudo se atendermos ao que aconteceu na Líbia.O número de baixas estimadas excedeu em cinco vezes o que aconteceu no conflito contra Kadaffi, além dos inúmeros refugiados que partiram para países vizinhos como a Turquia, o Líbano ou a Jordânia. A questão, de resto, já nem é apenas política e militar; assume contornos de uma dramática crise humanitária.No entanto, o único campo em que a comunidade internacional parece continuar apostada é no político-diplomático. Até quando? Qual é o inte-resse da Rússia e da China para não apoiarem o Ocidente quando, ape-sar das reservas, é certo, não se opuseram a uma intervenção na Líbia?E porque é que os EUA, como fizeram noutras ocasiões, não se juntam aos seus naturais aliados, com o apoio de forças regionais, para contri-buir de outra forma para o fim deste regime?Se calhar porque há interesses superiores, nomeadamente negócios e favores no domínio do armamento, quer ao regime sírio quer à oposição. Acresce que muitos dos que se opõem ao regime são aliados da Al Qaeda e outros grupos radicais islâmicos, não oferecendo grandes credenciais democráticas ou de respeito pelos direitos humanos. Até quando é que a população síria vai ter de aguentar com este equilí-brio de interesses?

REVISÃO / OPINIÃO

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2.ª CaIxINha MágICaTEXTO / Paulo Brasil Pereira

Já ouvimos falar imensas vezes dos discos multimédia, que ligamos à TV lá de casa, e que vemos no ecrã da sala o que até então só o computa-dor conseguia. Foi mais uma ferra-menta para ajudar a decidir o que vemos na televisão da sala.O WD TV Live é a segunda “caixinha que mudou o mundo”, reproduz pra-ticamente qualquer tipo de formato de áudio, fotografia e vídeo (incluin-do Full HD 1080p24).Pegue na tralha toda do seu pc, pas-se para uma pen ou disco rigido ex-terno e ligue a esta caixa.Este aparelho permite a reprodu-ção directa no televisor de vídeos do YouTube, Vimeo e DailyMotion, conteúdos do Facebook e estações de rádio na Web... Sim, esta caixinha

permite ligação de rede com e sem fios.Se o seu pc está cheio de coisas in-tediantes, não desanime, esta amiga traz-lhe o arcade às mãos. Troque pedras preciosas com o Rockswap ou tente a sua sorte com o Texas Hold’Em ou teste as suas capacida-des matemáticas com Sudoku.Este equipamento, na minha opinião, só peca por não ter um disco duro, precisa sempre ligar a um dispositi-vo de armazenamento, caracteristi-ca que tem outros equipamentos da marca, mas não são tão polivalentes como este em análise.Resumindo, veja tudo o que lhe ape-tecer (incluindo video e som HD) e esta caixinha põe lá na tv da sala por 119€, mas já com o IVA.

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FERRAMENTAS

WD Tv lIvE

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RESURFACINGPARTE IINa continuidade do anterior artigo so-bre Resurfacing, hoje abordamos os problemas que o procedimento pode causar. Durante o procedimento a dor é controlada com sedação e anestesia local. No pós-operatório imediato (pri-meiros dias) são próprios do procedi-mento dor moderada, inchaço, erosões e crostas, que podem ser minoradas com medicação. O efeito adverso mais comum é a hiperpigmentação transitó-ria, acastanhada (semanas a meses). A vermelhidão persistente (até 3 meses) é menos frequente. Infecções e cicatri-zes são complicações raras.Em quem deve evitar-se o resurfacing? Pessoas de pele escura. Pessoas que tomam determinados medicamentos (ex. isotretinoína). Predisposição a cica-trizes anormais. Doença cardíaca, renal ou hepática grave e distúrbios psiquiá-tricos exigem avaliação cuidada antes de se decidir pelo tratamento. Também a expectativa irrealista de resultados por parte do doente deve dissuadir o clínico de efectuar o procedimento. Em que altura se deve efectuar? De pre-ferência no início do Inverno, mas pode efectuar-se até fim de Março. Nunca antes ou durante o verão. O motivo é que a exposição à radiação ultravioleta aumenta o risco de hiperpigmentação transitória.Que outras alternativas há, cientifi-

camente credíveis, para obter efeito parecido ao de um resurfacing no en-velhecimento cutâneo? LASER não ablactivos: actualmente existem apa-relhos capazes de provocar microdes-truição em pontos separados da derme levando a remodelação de colagéneo nesta última. Quem os comercializa afirma que se obtêm os resultados de um resurfacing sem provocar dor, ero-sões e crostas. No entanto, os resulta-dos são piores que os do resurfacing no que respeita a atenuar irregularidades, manchas e cicatrizes. Outros aparelhos de LASER (ex: nd Yag) e outras técnicas (ex: radiofrequência) permitem obter remodelação de colagéneo na derme superficial, mas não obtêm efeitos nem tão imediatos, nem tão espectaculares como o resurfacing.Por outro lado, existem tratamentos in-jectáveis (por ex. com ácido hialurónico) capazes de obter bons resultados na textura da pele e modulação do rosto.Finalmente, há tratamentos cirúrgicos invasivos, no âmbito da cirurgia plásti-ca, como o lifting, a suspensão com fio fino de metal (ouro, por exemplo) e o enxerto de gordura própria. Deve olhar-se para estes tratamentos não como exclusivos, mas complementares.

* Dermatologista

Colaboração: Clínica Médica da Praia da Vitória

As relações humanas são um convite para pensar, pois ocupam a totalidade da existência humana. O homem desde o seu nascimento até à morte vive de-pendente deste sistema de ligações que estabelece com os vários seres que com ele partilham o mundo. Pensar-se a si próprio é, de certo modo, pensar os ou-tros e o mundo. É pelo pensar que somos capaz de afirmar a existência, tal como Descar-tes declarava “Penso, logo existo”, pois “torna-se necessário que eu que penso

CONVITE PARA PensaRTEXTO / Melânia Pereira *

CIÊNCIA / OPINIÃO

PROCEDIMENTO DEVE SER FEITO

NO INÍCIO DO INVERNO

TEXTO / Rui Oliveira Soares *

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seja alguma coisa e não nada.” Mas este pensar não é um acto fechado sobre si mesmo, é antes um exercício de retorno à própria existência na e pela qual en-contramos o seu próprio sentido. É pelo pensar que somos conduzidos a uma exigência de interpelação do senti-do da vida, que nos projecta para a rela-ção com o outro. Assim, ser convocado para a Vida é sem-pre uma solicitação para pensar, para se ser chamado a viver em relação-de-sentido. Mas só pelo pensamento filosófico é possível apreender a possibilidade da existência do todo relacional. Este desa-fia-nos não só a usarmos a razão na me-

dida certa para encontrarmos na vida um lugar para a utopia e para o sonho, como para a dimensão real e objectiva do mundo que nos apela constantemen-te a sermos a mais genuína expressão de vida.No entanto, este pensar não pode, nem deve, ficar encerrado na dimensão filo-sófica; é antes um convite que transbor-da para o nosso dia-a-dia para aprender-mos a reflectir os nossos pensamentos e as nossas ligações.Adiar este pensar é correr o risco de per-der um momento único de compreensão e de aproximação ao sentido da Vida.

* Aluna de Filosofia e Cultura Portuguesa da UAç

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21 janeiro 2012 / 09

MONTRA / OPINIÃO

im dit, veniendae simaximod molorpo ressund igendis non conessit reperae cuptatur? Siminte voluptur? Poreium am, quas mi, voluptus, as porrorenis pra dolut quam, quia derum, natibus-to illa nonecea cusdam alignimporro que ex etum ut lam lam aut laborias pedignimenis excea volorro ma der-natquam aut molesequata dis repuda sam resera voleceriae id magnimpos sum sincit quas alitemod et ipsundi-tium explabo. Ebit fugit, sitiae eicim dem simus eicit qui aut aut expelit as et porio. Offictur? Illaut quatur sa a lendam Aniatur aut modi cuptat

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A VIOLA

DE ARAME

DOS AÇORES

TEXTO / Wellington Nascimento *

A Viola e outros cordo-fones foram transpor-tados pelos Portugue-ses para os Açores, Ilha da Madeira, Cabo Verde e Brasil, tornando-se bastante comuns entre as populações. Estes cordofones possuíam características seme-lhantes às Violas actu-ais e tiveram grande importância na música popular da península ibérica durante toda a Idade Média e Moder-na, constando em fon-tes iconográficas dos séculos XV ao XVIII. No Arquipélago dos Açores e segundo o cronista Gaspar Frutuoso, a Vio-la da Terra, terá chega-do na segunda metade do séc. XV, trazida pelos primeiros povoadores.Desenvolve-se então a construção de uma identidade açoriana vinculada à Viola da Terra. Essa construção identitária tem vários aspectos dos quais vou enumerar dois: a utili-zação do corpo do ins-trumento como repo-sitório de símbolos e a tradução destes símbo-los de forma a vincular a Viola da Terra a uma identidade açoriana e a utilização sistemática da imagem da Viola da Terra e sua vinculação a personalidades de rele-vo de modo a valorizar e

sedimentar a sua impor-tância no contexto iden-titário açoriano. Essa construção identitária é explicada com o apa-recimento nas últimas décadas do séc. XVIII na Europa e em Portugal do movimento artístico, político e filosófico de-nominado “Romantis-mo”. Deste modo a Vio-la da Terra assumiu ao longo dos séculos gran-de importância social e cultural no arquipélago açoriano, tornando-se o único instrumento mu-sical típico dos Açores, com presença em todas as ilhas e em todas as manifestações lúdicas da sociedade. Hoje viva, mais do que nunca, e mantendo uma ponte sólida entre o passado e o presente, a Viola da Terra dá-nos uma ideia da sua importância como símbolo identitá-rio e como amálgama da Cultura Açoriana.

* Centro de História de Além-

Mar do Centro de Estudos

Gaspar Frutuoso

A VIOLA DA TERRA TOR-NOU-SE NO ÚNICO INS-TRUMENTO MUSICAL TÍPICO DOS AÇORES

CIÊNCIA

EMPREGADO(A)Armazenista e distribuidor, com sede na cidade de Angra do Heroísmo, procura empregado(a), para trabalho de armazém, distribuição e vendas.

Condições necessárias:

• 12º ano de escolaridade• carta de condução• bons conhecimentos de língua inglesa• bons conhecimentos de informática na óptica do utilizador• ser responsável, organizado(a), auto motivado(a) e sociável• e ter boa capacidade de comunicação e para trabalhar em equipa• disponibilidade imediata.

Enviar o Curriculum Vitae para este jornal, até ao dia 8 do corrente mês de Maio.

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ASEREIADOPESCADOR

TEXTO / Joaquim Neves

Comida é poe-ma, é prosa do paladar, sem ex-cessos ou gulas difícil de parar

Em vilas piscatórias, poéticas e históricas há por vezes um Pescador; oferece o pei-xe pescado ao prato do provador. Limpo, fresco com tons deste oceano, regala a vista, amacia a língua e deixa a alma de consolo grata. Não fosse o pescador co-nhecedor do modo de bem servir. Obriga-ção tem de não dar argumentos a discutir. E sem algum dilema, nem me atrevo a pensar donde vem o camarão fresco sem ser do alto mar. Mas isto são só conversas, nada relevantes, ao segredo que desco-bri neste restaurante da praia, vitoriosa memória de outro tempo. Há uma sereia, como marinheiros a descrevem, encanta com sorrisos de mesa em mesa, em pés de anjo marinho. A seu tempo e ritmo e a seu gosto sugere. Gosto disto e daquilo e convence que o gelado caseiro, verdadei-ro, mesmo feito nesta casa, é o melhor a seu gosto, o mais guloso dos doces, derre-te em céu a cada colherada. A Sereia dan-ça entre mesas de gente alegre, circunda-das de madeiras feitas traves e paredes, armários cheio de vinhos, luzes suaves bem já de noite, aconchegam o mais es-fomeado, como se estivesse num barco, a balouçar suaves ondas e prepara os olhos a quem tem barriga funda.Seja com o prato escolhido lulas ou abró-

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a sErEIa DO pEsCaDOr

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tea, sopa com funcho da avó, naco de car-ne na ilha engordado, vence o paladar ao mais duro crítico esmagriçado.“Ó sereia, linda menina, que vinho me vais servir? – Escolha você mesmo, que o vinho só sei abrir. Espere só um pouco, que a ou-tros vou sorrir, mas volto já só um pouqui-nho, há sobremesas primeiro que tenho que servir.”Comida é poema, é prosa do paladar, sem excessos ou gulas difícil de parar. Deveria ter pedido uma dose inteira tipo à Tercei-ra mais que enfardar. Mas cada refeição, entrada, meio e fim, inspira do prato vazio outro dia voltar e pescar aqui.Cara nova vinho velho, bolsa a decidir, há muita escolha e pede quem comigo quer beber. Beber traz história e histórias de outros tempos, não tão velhas como Da-rwin se encontrasse novo peixe emprata-do com legumes, sem batatas cozidas, pois estas não haviam viajado aos sete mares do mundo esfomeado. Nem Hemingway aqui jantou, que teria escrito sobre lulas à Guilho e do vinho picaroto sugerido pela sereia, livre de sorriso maroto. Pessoa, Quental, Almeida Garrett teriam gostado. Mas por outro lado, tem fotos em moldu-ras com memórias e gravuras de outras gentes faladas deste tempo encruzilhado.Este Pescador nasceu recente, anos oi-tenta e tal do século passado, balouça en-tre dias calmos e mar encrespado. Só falta mencionar a quem bebe mais que a sede, há garrafas XXL para quem pouco não é suficiente prazer. Para que tudo seja ser-vido como manda o Pescador, da estante observa o cozinheiro, se cada garfada provada, combinada e degustada, cor-responde à expectativa saciada da opção seleccionada do cardápio sortido.Esqueçam lá a perca do Nilo, amêijoas do Vietname, camarão descascado quem sabe no Suriname, de viveiros e antibióti-cos que mate qualquer verme, só quero dizer se não é daqui não é fresco, se quero comer bem, como o que há chegado fres-co daqui à nossa gente.“Ó sereia linda quando te volto a ver?””Pois venha cá jantar. Estou aqui para ser-vir.”Nota: O Pescador, Praia da Vitória.

Receita

CEVICHE

Cebiche, ceviche ou seviche, é um prato de origem Peruano, desde o tempo dos incas e seu prato na-cional, que celebram nas vésperas de S. Pedro, a 28 de Junho. Basea-do em peixe cru, cortado em tiras ou cubos, marinado em sumo de limão ou preferencialmente lima ou outro cítrico como os nossos limões tangerinos. O essencial é que o peixe seja preferencialmen-te branco, sem muita gordura, nem músculo vermelho, e camarão, la-gosta ou mesmo polvo podem ser usados. Um importante ingredien-te da preparação do Ceviche é o “leche de tigre”, suco feito com o peixe marinado na lima com os ou-tros componentes. O nome “leite” deve-se à cor branca e o “tigre” ao facto desse molho ser usado no Peru para curar “ressacas” e para dar força a quem o ingere. Tem-pere com cebola, pimenta. Pode servir-se como entrada, acom-panhado com pão, bolachas de água e sal, tortilhas mexicanas e batatas fritas. Ou pode ser o prato principal duma refeição, acompa-nhado com batatas “portuguesas” ou acompanhe com abacate, mi-lho ou batata-doce. Acrescente salsa, coentro e outros “cheiros verdes”.

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O COZINhEIrO aTENTO

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Três pOEMas Da Ilha TErCEIra

PaRa a LUísa RiBeiRO

TEXTO / Rui Almeida

I

De terra e magmaSe faz chãoE terreno fendido por raízesPequenas e grandes

E se faz mundo habitadoE suspensoDa profundeza.

II

No extremo da ilhaHá uma fórmula diurna de encontroCom o oceano.

Salpica das rochas para dentroDo corpo a sensaçãoDe ausência longe e de encontro com segredos

Em céu luminosoAtravés de janelas abertasNo solo táctil.

E vejo o que a mim chega devagar,Rasgo de chãoSem nuvens para recolher os sentidos.

III

Hás, um dia, de mergulharEm oceano mais calmo aindaDe braços alinhados porUm outro corpo.

Hás, em silêncio, de emergirCom os olhos neste mesmo azul.

PALAVRAS

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TEXTO / ACRA / Angra do

Heroísmo

Se decidir comprar um carro novo, há alguns cuidados prévios que não deve descurar, nomea-damente: compare pre-ços e as características de vários modelos e mar-cas que correspondam às suas necessidades; peça para consultar o guia de economia de combustí-veis, mais tarde pode sen-tir a diferença na carteira; conheça os períodos de

t e m -p o entre r e v i -sões e o sis-t e m a de ga-rantia, e x i s -tem diferenças importantes entre marcas; informe-se sobre a garantia de fábrica, prazo da garantia, ou qualquer outra garantia dada pelo fabricante; não ab-dique do direito de experimentar o veículo.Se a sua opção é por um carro usado, redobre os cui-dados, nomeadamente: se lhe for possível, peça um parecer sobre o veículo a uma oficina da sua confian-ça ou a um centro de inspecção técnica para ter in-formação o mais fiável possível sobre o seu estado; confirme o dono do veículo e o número de proprie-tários anteriores; consulte o livro de revisões, analise o livrete ou o documento único e o relatório da ins-pecção periódica; no contrato de compra e venda devem constar o preço, as condições de transacção, características, ano, quilometragem, garantia e tudo o mais respeitante a pagamentos. Guarde bem uma cópia para eventuais reclamações futuras; informe-se sobre a garantia que todos os veículos usados têm de possuir (prazo ou um determinado número de qui-lómetros) ou outra garantia que o vendedor entenda conceder.Quer se trate de um carro novo ou usado, todas estas informações devem constar num documento escrito que deve ser entregue ao consumidor no momento da compra.

aO CErNE Das COIsas ITEXTO / Antonieta Costa *

Sempre viajei muito. Logo depois de casar (com 19 anos incompletos), e devido ao gosto que o meu marido tinha nessa altura por viagens, comecei as minhas deambu-lações. Mas nunca viajei apenas para sair da Ilha. Infor-mava-me sobre os sítios para onde íamos e procurava vê-los com os olhos de quem lá vivia. Ganhavam assim maior profundidade e compreensão as impressões que geralmente as diferentes culturas causam. Mas mesmo assim, esse tipo de viagens é sempre um passo no es-curo, pois são muitas as nuances e especificidades que configuram os modelos culturais. Temos esse exemplo mesmo nos Açores, nas diferenças que se notam de ilha para Ilha, não obstante pertencerem à mesma cultura. Aparentemente os detalhes parecem não ter impor-tância, nem a interpretação que se lhes pretende dar, mas em certos casos, trata-se de posições de charneira, marcando o próprio crescimento moral das populações, tanto quanto dos visitantes. Não obstante a dificuldade de leitura, fascinam-me as culturas complexas, diferentes, cheias de enigmas, de comportamentos inesperados e de significados miste-riosos. Foi sempre para essas a minha atenção, porque a variedade de novos horizontes que abrem são, para além de estimulantes, uma aprendizagem constante sobre as formas de vida (animal e vegetal) originais e o modo como o ser humano se relaciona com elas e as interpreta.As diferenças geográficas e climáticas parecem ser as determinantes principais na caracterização das diver-sidades culturais. Mas a cultura que se desenvolve em cada uma dessas zonas cria ela própria, ao longo de mi-lénios, simbólicas e imaginários específicos no seu re-lacionamento com o ambiente físico, que vão enrique-cendo e desenvolvendo o seu património imaterial.

*Historiadora

COMODEVECOM-PRARCARRO

RETRATO

O IMATERIAL DAS VIAGENS

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Outro herói americano e outra voz con-tra o sistema: Steve Earle, o radical de esquerda que nunca vacilou quando a questão é criticar o seu próprio governo. Mas não sejamos redutores: este senhor nasceu no country de Nashville e isso ainda se nota na sua voz algo nasalada e de timbre ligeiramente metálico.O primeiro álbum, Guitar Town, data de 1986, embora o songwriter já estivesse em atividade muito tempo antes: esse primeiro trabalho tinha sabor country mas denunciava uma apetência rock em temos como Fearless Heart ou So-meday. O mesmo se diga dos 3 álbuns seguintes mas o essencial é a qualidade da escrita: poemas fortes sobre a soli-dão e o adeus, histórias de emigração e de foras da lei. As melodias acentuam essa tendência clássica de quem se revê na tradição dos trovadores.A composição de Earle sempre teve uma componente social muito forte: um sucessor de Dylan, oscila entre a críti-ca mordaz e a descrição detalhada de situações limite. As canções atingem o ouvinte por via direta, a crueza do que contam, ou por uma inata capacidade de transmitir tristeza. Mesmo se há te-mas mais leves e fáceis, Steve Earle e música pop não rimam um com o outro.

No início dos anos 90, o cantor teve uma paragem forçada na carreira: a depen-dência de drogas pesadas levou a que não pudesse fazer atuações em palco. A sua decadência tornou-se evidente e come-çou até a vender as suas guitarras para adquirir drogas. Como se isso não bastas-se, teve mesmo de cumprir pena de prisão por não comparecer em tribunal. Foi en-tão que fez uma desintoxicação e voltou com renovada energia aos discos.Para além de beber sonoridades rock, Steve usa instrumentos como bandolim, violino e dobro quando a intenção é ser “bluegrass”. Essa vertente tem discos tão fantásticos como “Train A Comin’” e “The Mountain”. Este último mais leve em sonoridade e de tom decididamente folclórico, mas muito bem conseguido e agradável ao ouvido. Talvez a maneira de se gostar de musica da qual nunca se gostou.A canção Pilgrim tem assistência em 2.º plano de Emmylou Harris e há ateus que dizem que percebem porque é que se tem fé quando a ouvem. Foi composta a pensar no baixista do disco anterior, falecido de cancro de pulmão aos 40 anos. Recomenda-se vivamente, como se ainda fosse preciso dizê-lo, uma visita a são youtube.

steveEARLE

OPINIÃO

TEXTO / Pe. Teodoro Medeiros

Pilgrim (Peregrino), de Steve Earle

Sou apenas um peregrino nesta estrada, rapazesEsta nunca foi a minha casaàs vezes havia pedras no caminho, rapazesMas eu nunca viajei sozinho

Encontrar-nos-emos numa auto estrada iluminadacanções para cantar e histórias a contarMas eu sou apenas um peregrino nesta estrada, rapazesAté te ver, estejas tu bem

Não é preciso chorar por mim rapazesEm algum ponto do caminho vais compreenderPorque eu hei de tocar a sua mão, rapazese, se puder, dar uma palavrinha por ti

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PARQUEPOR INTERPRETAR

DESTAQUE

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PARQUEPOR INTERPRETAR

Está fase final de concurso o projecto para a construção do futuro Centro de Interpreta-ção do Parque Natural da Terceira, a instalar em Santa Bárbara, na antiga casa do guarda florestal, localizada junto à estrada regional, perto da subida para a serra. Este será, porventura, um dos principais in-vestimentos a surgir no âmbito da recém-criada unidade de gestão das áreas protegi-das da Terceira.O imóvel vai ser alvo de obras de recupera-ção e de adaptação para as futura funções que, segundo a directora desta unidade de gestão, Sónia Alves, “terá como principal ob-jectivo promover o conhecimento do patri-mónio natural da ilha Terceira, divulgando-o de forma dinâmica e interactiva, de modo a despertar o interesse da população residen-te, bem como daqueles que nos visitam”.“Pretende-se que seja um espaço de divul-gação do conhecimento científico e de pro-moção de acções destinadas a diferentes públicos desafiando-os para a exploração do meio envolvente”.Outras das novidades vai para a criação de sinalética própria e de outras estruturas in-formativas: “pretendemos apoiar a visitação do Parque. Serão colocadas no terreno pla-cas de identificação das áreas do parque e outras de interpretação. Estas últimas serão instaladas em zonas de miradouro ou de con-templação e possuirão informação sobre os valores ambientais que se destacam em cada local”.

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DESTAQUE

TExTO / humberta [email protected]

FOTOs / sIaraM / sraM

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A articulação com outros circuitos de visitação também, adiantou, foi pen-sada: “nos trilhos será colocada sina-lética adicional, cuja correspondên-cia dos pontos assinalados no guia do parque permitirá aos pedestrianistas aprofundar o conhecimento sobre os locais por onde passam”.Ao todo, estão definidos três percur-

sos pedestres: Serreta, Mistérios Ne-gros e Baías da Agualva.Para breve, realçamos ainda, está o lançamento do Guia do Parque.: “O guia do Parque consistirá numa pu-blicação idêntica à dos guias já edita-dos para os Parques Naturais do Faial e S. Jorge. Nele constará informação geral sobre a ilha Terceira e mais es-pecífica sobre o parque natural, com a apresentação e descrição das di-versas áreas protegidas e estruturas de visitação. Para além disso, o guia descreverá alguns pontos de interes-se que estarão marcados ao longo dos percursos pedestres inseridos no parque natural, realçando paisagens, edificações, ocorrência de espécies de flora ou fauna e de formações geológicas, ou seja, possibilitando a interpretação ambiental dos trilhos. Esta informação será complemen-tada com um guia de campo onde constarão espécies da flora e fauna, marinha e terrestre, que poderão ser encontradas no Parque Natural da Terceira”.

PARCEIROSNATURAISNeste momento, o parque está na fase de “angariação” de parceiros. No programa “Parque Natural – Par-ceiro para o desenvolvimento sus-tentável”, Sónia Alves explica que procuram “todas as entidades que desenvolvam a sua actividade no parque natural e se comprometam a contribuir, de forma activa, para o desenvolvimento sustentável. O ob-jectivo é criar formas de promoção mútuas e de valorização do Parque”.Neste campo, o seu congénere no Faial é, indica, um bom exemplo a seguir: “com mais anos de trabalho e

infra-estruturas instaladas, o Parque Natural do Faial tem, sem dúvida, contribuído para a promoção turística do Faial e, por inerência, dos Açores. Exemplo disso foi o recente prémio conquistado na Bolsa de Turismo de Lisboa: grande vencedor português no programa Europeu de Destinos de Excelência – “EDEN”.”

Até ao momento, a promoção do par-que assentou no programa “Parque Aberto”, que decorreu entre Novem-bro de 2011 e Fevereiro de 2012. “Em-bora a iniciativa tenha terminado, o Parque Natural continua a promover actividades de divulgação junto de diversos públicos e em colaboração com outras entidades, sendo o exem-plo mais recente a realização de um circuito de interpretação ambiental destinado a avós e netos, que decor-reu no âmbito do programa regional do Ano Europeu do Envelhecimento Activo e Solidariedade entre Gera-ções”.Mas para os “próximos meses”, in-forma, será montada uma exposição itinerante, de momento, em prepara-ção.

PARQUE AGREGAPROTECÇÕESQuestionada sobre o que, na prática, muda para o utilizador com a criação do Parque, seja ele um visitante, um investigador ou produtor, dada a in-tensa exploração agropecuária da ilha, Sónia Alves explica que “antes

DESTAQUE

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DESTAQUE

FUTUrO CENTrO DE INTErprETaÇÃO DO parQUE NaTUral Da TErCEIra

O parQUE NaTUral Da TErCEIra

É CONsTITUíDO pOr 20 árEas

TErrEsTrEs E MarINhas

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da sua criação existiam diversas áre-as classificadas ao abrigo de diversos diplomas legais. O Parque Natural da Terceira, tal como acontece em cada uma das outras ilhas dos Açores, vem agregar num único documento todas estas áreas. Surge assim como uma ferramenta facilitadora quer para as entidades oficiais que têm a respon-sabilidade de gestão quer para o uti-lizador. O Parque Natural da Terceira é constituído por 20 áreas terrestres e marinhas que representam 22% da área terrestre da ilha Terceira”.É por isso que refere que, agora, em termos de restrições, a estrutura “não veio acrescentar muito ao que existia anteriormente, uma vez que a maioria das áreas que o constituem já detinha algum estatuto de protec-ção”.Contudo, na gestão entre a neces-sidade de protecção ambiental e o usufruto do espaço, a directora con-sidera que “o facto de na Terceira existirem áreas bem conservadas, como são exemplo as três reservas naturais (“Serra de Santa Bárba-ra e Mistérios Negros”, “Biscoito da Ferraria e Pico Alto” e “Terra Brava e Criação das Lagoas”), demonstra que o desenvolvimento socioeconó-mico, através de uma utilização ra-cional dos recursos naturais permitiu preservar as espécies e habitats na-turais existentes”.Caso particular, é o da Caldeira da Serra de Santa Bárbara que, com o parque, passou a ser uma reserva integral, tida como um ex-libris: “o facto da Caldeira da Serra de Santa Bárbara ter sido classificada como reserva natural integral significa que estamos perante uma área que se encontra praticamente inalterada pela intervenção humana, e que re-presenta uma das mais bem conser-vadas manchas de vegetação natural dos Açores, com grande diversidade de espécies, habitats e ecossistemas protegidos”.

sÓNIa alvEs, DIrECTOra

DEsTa UNIDaDE DE gEsTÃO

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01// www.anthropologie.eu

02// www.atelierlzc.com

03// www.amenityhome.

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04// www.clarissahulse.

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05// www.domestic.fr/

index.php

06// www.cathkidston.

co.uk

LOJAS

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Revista U

Rua da Rosa, 199700-144 Angra do Heroísmo

tel. 295 216 222 / fax. 295 214 030

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DirectorMarco Bettencourt Gomes

EditorJoão Rocha

RedacçãoSónia Bettencourt, Humberta

Augusto, Renato Gonçalves

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PaginaçãoElvino Lourenço, Ildeberto Brito

Colaboradores desta ediçãoAdriana Ávila, Antonieta Costa, António Lima,Carmo Rodeia, Filipa Toledo, Frederica Lourenço,João Aguiar Campos, João Amaro Correia,Joaquim Neves, José Júlio Rocha, Júlio Ávila,Luís Godinho, Melânia Pereira, Paulo Brasil Pereira, Rildo Calado, Rosa Cassis, Rui Almeida,Rui Oliveira Soares, Rui Sousa, Teodoro Medeiros e Wellington Nascimento.

Contribuintenº 512 066 981nº registo 100438

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Tiragem desta edição 1600 exemplaresMédia referente ao mês anterior: 1600 exemplares

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PONTESsOBRe OTEjO

Mas para que este tempo em declí-

nio não nos escape,

Como aos que se julgam sábios, já

vou ao teu encontro,

Até aos limites dos campos, onde as

águas azuis

Circundam a minha amada terra

natal e a ilha do rio.

Friedrich Holderlin, Elegias

Todas as cidades crescem de modo di-verso e singular. Os acidentes e acasos da história e a vontade humana sobre-põem-se, nos tempos e nos lugares, e são a matéria ligante da edificação das cidades. A explosão demográfica urbana no norte da Europa, no séc. XIX, não foi acompanhada pela contingência his-tórica portuguesa. Ainda hoje em Lis-boa são visíveis os sinais, a um tempo, a necessidade de coincidir o passo histórico com as demais capitais euro-peias e dessa mesma distância que, de tempos a tempos, o poder político se propõe suprir. Assim, Lisboa teve um crescimento di-verso das grandes capitais europeias. A revolução industrial, por tardia e lenta em Portugal, não teve as conse-quências dramáticas como na Londres ou Paris de oitocentos. Daí, e ao con-trário de Paris, não exiba as marcas monumentais do progresso em equi-pamentos urbanos nem em grandes boulevards, ou, distinta de Londres, no tecido urbano surjam as grandes extensões de construções de carácter social e de rendimento destinadas a atender à rápida transformação social e cultural por que atravessava. O séc. XX do urbanismo lisboeta tes-temunha com rigor estes movimentos de desfasamento e aproximação aos modelos europeus de desenvolvimen-to urbano, quase sempre suportadas pelo esforço público e estatal, o único, aliás, capaz de produzir importantes operações de transformação no tecido urbano. A paisagem urbana lisboeta é a evidência dessas cesuras históricas que pretendiam orientar e planear o

crescimento da cidade: das Avenidas Novas de Ressano Garcia, no virar do século, ao plano de Alvalade de Duar-te Pacheco; do Restelo das habitações para a burguesia adjacentes à Exposi-ção do Mundo Português de 1940, sob autoridade do mesmo Duarte Pacheco – e a florestação de Monsanto, da mes-ma época – aos planos de Olivais Norte e Sul em tempos de incertezas e rápi-das transformações sociais e políticas. Ainda que pareçam manifestamente exageradas as notícias da obsoles-cência e morte da cidade tradicional, assente num sistema de relações de ruas, praças e quarteirões, de espaços abertos e fechados, públicos e priva-dos, e da escala da necessidade do corpo humano, hoje, numa propalada

TEXTO / João Amaro Correia | SPNC

LEITURA

paIsagEM UrBaNa lIsBOETa

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e, de certa forma equívoca, condição urbana global, a cidade genérica, os instrumentos tradicionais do plane-amento – e podemos já considerar também tradicionais as próprias cate-gorias urbanas de Le Corbusier: habi-tação, trabalho, lazer, circulação – são necessariamente motivo de reflexão por parte dos intervenientes na cons-trução das cidades. Para evitar quer a evidente ditadura do mercado, quer as múltiplas e contraditórias opções individualistas, que possam aproveitar as brechas no edifício do bem comum da polis, importa, com abrangência e apoio em múltiplos saberes, pensar a condição urbana como uma das cir-cunstâncias da contemporaneidade. Por esta razão, importa revisitar Lis-boa em vésperas do Terceiro Milénio (Assírio & Alvim, 2002) do fotógrafo Luís Pavão.O último grande momento da planifi-cação da cidade de Lisboa remonta à preparação da Expo98 em que se pretendeu, e com algum sucesso, re-cuperar e juntar à cidade, um territó-rio ocupado por estruturas industriais desactivadas ou desfasadas quer do tempo, quer do lugar. A época era de alguma euforia económica e social sob uma atmosfera de optimismo irrestrito no futuro, emanado na percepção da, finalmente, integração do país e da so-ciedade portuguesa no concerto das nações mais desenvolvidas da Europa.Não exclusivamente focado nesse bocado da cidade de Lisboa, a colec-ção de fotografias de Luís Pavão evo-ca uma Lisboa modernizada segundo o compasso do desenvolvimento e progresso europeus. Uma Lisboa do-tada de equipamentos e estruturas sociais, urbanas e culturais – escolas, universidades, novas redes viárias, parques e jardins, conjuntos habita-cionais renovados – numa cidade que se afirma decididamente cosmopoli-ta e aberta sem as feridas necessa-riamente abertas num processo de veloz transição para uma sociedade pós-industrial.

LEITURA

lIsBOa EM vÉspEras DO

TErCEIrO MIlÉNIO, DE lUís pavÃO

paNOrâMICa Da pONTE vasCO Da gaMa

Não assumindo uma expressão crítica mas nem por isso meramente ilustra-tiva, importa neste conjunto de foto-grafias a visão da cidade onde se acu-mulam significados e paisagens numa época que, à distância de pouco mais de dez anos, nos parece já remota ou mesmo antagónica à experiência do contexto que atravessamos.Mas importa mais, agora neste tempo difamado pelo medo e pela angústia da(s) crise(s), convocar o passado e a História, tanto pessoais como colecti-vos, reactivá-los no interior da constru-ção de uma memória, não como refú-gio nostálgico em tempos turbulentos, mas que nos permita uma experiência das cidades e dos lugares despojadas quer do optimismo artificioso com que muitas vezes a sociedade de consumo nos conduz, quer do pessimismo que deturpa qualquer possibilidade de um viver completo, individual e comunitá-rio, do presente e do futuro.Evocando G.K. Chesterton, «o opti-mista achava que todas as coisas eram boas, excepto o pessimista, e que o pessimista achava que tudo era mau, excepto ele próprio», «a única maneira de sair disto parece amar» incondicio-nalmente o real, os lugares e as cidades para que possamos viver, transformar e construir as cidades e o real.

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O NOSSOCHÃO

A tua coragem compensou o meu medo e devolveste-me a liberdade com o teu adeusPartiste e levaste contigo o que me sobrava de esperança.Obrigado.Agora sinto-me mais leve. Agora sim posso realmente respirar sem o teu peso no meu peito. A tua coragem compensou o meu medo e devolves-te-me a liberdade com o teu adeus.Estas lágrimas são de alegria, es-tes soluços são felizes, sim, quero acreditar que sim. Não é possível que nós tenhamos sido em vão. Esta casa não foi em vão, o primeiro beijo não foi em vão, não foi, pois não?

Quero apagar o pensamento, quero gritar mais alto ainda, quero levan-tar-me do nosso chão...Em frente.Continuar. Erguer a cabeça e colar os pedaços de memória à minha maneira, formar um quadro que me agrade e pendurá-lo atrás do espe-lho.Enxugo as lágrimas noutras lágrimas e o tempo parece ter fugido contigo. Cobardes! Vocês são todos iguais!E o pior de tudo é a roupa por do-brar, e o pior de tudo é o cigarro deixado a meio, e o pior de tudo são todas as pequenas coisas nossas deixadas à chuva. E o pior de tudo é que nunca chegaremos a saber. Nunca. Fechaste a porta com dema-siada força.A tua necessidade de me proteger escondia o apenas o medo que ti-nhas da minha força. E será sempre esse medo disfarçado de orgulho que te vai impedir de voltar. E sei que não voltas mais!Acendo o que resta do cigarro e atrás de mim ouço a chave encaixar na fechadura. Nunca esquecerei o abraço silencioso que se seguiu...

TEXTO / Rui Sousa

FOTO / Filipa Toledo

FOTÓGRAFO

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OLH’ÓVÉÉÉÉLHO...

Quem desce a Fonte do Bastardo, junto à casa do senhor Soares, que hoje é a Casa do povo, tem uma vista quase inteira da igreja paroquial. Dali pode ver a lateral da sineira, com uma entrada sinistra que dá para o patamar mais alto da igreja, à volta do telhado. Há uma porta afundada ali para dentro. Em miúdo aprendi a ter medo daquilo. Nessa altura disseram-me que havia ali uma cadeira cravejada de pregos voltados para cima, onde se iam sentar os rapazes que se portavam mal na catequese. Era a história do boiceiro – alguns diziam que era o calhaboiço – mas eu sempre tive mais medo do boiceiro. Havia um demónio escondido lá atrás, que carregava na cabeça desses rapazes mal comportados, para doer ainda mais.O meu medo cresceu quando alguns rapazes da minha idade garantiram ter vis-to esse demónio dentro da igreja. Eram nove da noite e, como eles contavam, alguém fechara as portas da igreja e eles tinham ficado lá dentro. Dois rapazes. Às tantas, viram ondular uma daquelas cortinas grandes, vermelhas, que cobrem as portas laterais. Voltaram-se ambos e viram uma silhueta negra, de mais de três metros, com uns olhos enormes, esbranquiçados, a gemer e a dirigir-se para eles. Não me contaram bem como é que fugiram, mas eu cheguei a ter medo de entrar na igreja.Ainda minha mãe era criança e já se contava que a tia Fátinha das Vindimas, vi-úva de velha, tinha ido ao chafariz, cinco da manhã, noite, e viu, ao pé de si, o seu homem, que morrera, com uma espécie de luz por dentro e a crescer, a crescer sempre.E o cemitério velho da Fonte do Bastardo estava cheio de almas penadas que vinham por aí abaixo prestar contas ou mendigar orações.De todos os mitos da infância, aquele que, no entanto, mais calafrios me provo-cou, foi o do Velho da Saca Grande, assim chamado porque levava sempre uma saca de lona pela cabeça, surrada, suja, vestia sempre de preto e andava sempre descalço, uns pés roxos por cima, gretados de calos por baixo. Cuspia sonora-mente para o chão, depois de arrastar pelos pulmões acima as excreções da sua doença. Dizia-se que, de noite, falava com almas e gritava tão alto que se ouvia na Ponta de Baixo. Eram as dores dos penados que lhe passavam para o corpo. Não falava com ninguém e deambulava pelas canadas com os olhos presos no infinito, a respirar a própria alma, e com rugas na cara que mais pareciam sulcos de arado em terra branda. Um dia, passando com meu irmão mais velho pela Ribeira dos Lagos, vi-o ao longe e atirei-me para o lado de lá de um murinho que dividia a ribeira da estrada, transido de medo. O pobre velhote morreu como morrem os nossos mitos e medos infantis: sem ninguém dar por ele, sem ninguém sentir a sua falta.Acho que todos nós vivemos esses medos ancestrais. Acho que quase todos nós deixámos de acreditar nessas coisas que nos metiam medo. Mas não deixámos de ter medo. Muitas vezes não sabemos sequer do que é que temos medo, coisa ainda mais estranha do que os medos objectivados da infância.O medo e a tristeza são semelhantes. O homem é um animal de hábitos e a triste-za, uma certa tristeza, ou uma certa angústia, ou um certo medo, são hábitos. Jul-gamos que estamos tristes por aquela razão. Quando passa essa razão, sentimos um grande alívio. Que não dura muito porque, já a seguir, voltamos a estar tristes e, talvez inconscientemente, procuramos outra razão para dar azo à tristeza. E perdemos tanto tempo a dar de comer a essas mazelas cá dentro. Criámos esse vício de estimação, tão difícil de vencer como qualquer outro. E com a dificuldade acrescida de que julgamos que as razões da tristeza estão fora de nós. Conheço uma pessoa que tem sempre os mesmos sintomas de abatimento para muitas causas. E ninguém lhe diga que é a sua tristeza a tingir os acontecimentos! Nós não atraímos azar nem sorte. Nós é que os inventamos.Julgo que a alegria também é um vício.

OPINIÃO

TEXTO / Pe. José Júlio Rocha

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INSULA-RIDADE OBRIGA-TÓRIATEXTO / Júlio Ávila

FOTO / Luís Godinho

Estava eu no Alto das Covas, a tarde ia a meio, era dia de tourada em São Carlos, Angra quase inteira estava dispensa-da do expediente pós almoço. Nesse dia eu pertencia à minoria. Era um dia de final de estio quente, húmido, sufo-cante, e eu suava em bica agarrado às fun-ções de reparação de um daqueles monitores encavalitados num pos-te metálico que desfila horários dos autocarros. Sabia que muita gente tinha melhor sorte que eu, invejava secreta-mente e com modera-ção os desocupados que pass(e)avam a aprovei-tar a meia folga. Um de-

les, passando de carro, apitou-me, num cum-primentos entre a sau-dação e a chacota, des-cendo em direcção aos semáforos. Foi aí que se deu o milagre. Um daqueles pequeninos, aquilo a que agora vou chamar de epifania pela observação. Os meus olhos deixaram o car-ro e o condutor gozão, subiram, atravessaram umas léguas de azul e foram dar com a silhue-ta das ilhas irmãs, São Jorge na frente, a ponta da Piedade escapando-lhe à guarida um pouco fugida à esquerda, para ir subindo até ao alto da montanha a anunciar o Pico, ali logo atrás do biombo em primeiro plano. Espectacular, pensei eu, apesar de já conhecer o quadro de cor. Sem querer dei por mim a repetir o exer-cício que faço quando atravesso o mato en-sonado para enfrentar mais um dia de quoti-diano arrancado à roti-na e ao tédio. Passado o Pico da Bagacina, já a mais de meia recta, olha-se à direita, e em dias que a visibilidade o permite lá as encontra-mos, sempre iguais nas formas, contornadas a sombras diferentes conforme a luz. E por uns momentos foge-se a este pedacinho de terra rodeado de mar, dá-se um salto àqueles outros ou à Graciosa, aqui mesmo à distân-cia dum semicerrar de olhos e de um mínimo de orientação geográ-

PARTIDAS

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fica. É esta a minha es-capadela favorita. Olhar e acenar ao de longe às gentes que lá conheci e aos que falta conhecer, aos nossos vizinhos, di-zendo baixinho cá para dentro eu sei que vocês estão aí e olham para nós também, haja saúde e fiquem bem. Conforta pensar que se o stress apertar já faltou mais, daqui a dias começam os barcos, o vaivém, não é preciso muito dinhei-ro, mete-se uma se-mana ou duas de férias e vai-se por aí abaixo espairecer, acenar a ou-tras gentes, quem sabe de volta a si, caro leitor.

SÃO JORGE NA FRENTE, A PONTA DA PIEDADE ESCAPANDO-LHE à GUARIDA UM POUCO FUGIDA à ESQUERDA, PARA IR SUBINDO ATé AO ALTO DA MONTANHA A ANUNCIAR O PICO

PARTIDAS

Olhar E aCENar aO DE lONgE às gENTEs QUE lá

CONhECI E aOs QUE FalTa CONhECEr

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OPin-iOnaRtiCLe Head-LineCOVER-AGETEXTO / Frederica Lourenço

Corat res et pore, siminis et debitas imporrundis dolorem denihil iundis vid explacias am, seque dolupta tem-qui quaspellandi debis a non eatur, im lam reped ut aliquo omnit aut quae-cea voles aut occus ut quatem diation poratem excearumquid que sequaere nonseque niet explitio blabo. Bo. Nam, te sant exerit remodit volore nimod magnatat anit adi quo commolectur aut ium non pedignam invelenim vo-luptat. Hillabor alibea con repremquid endes sande dunt eaturibusdam aut rest rernam quid eatem sunditasped que mi, odion por arciae maio. Itati-bus, si odit ist, quae ditatem nos nes dignatur, quaepro dustibus eatem quis auta aliatiatum net volorerum, consed que rere occuptature exper-

ci piscit verro quibus repre magnat magnam sunt dis nam quo dolorum quature scitium quatesto mos alicti rendiae similibere, cus, simusant, sae cum as sam ipiende rfernam se pro eicatibea quosa nonsed evendamet maximpo reicabo ritibusci sequostia nobitae ctoribu sciaeca boratquatem arum re repudit voluptate sus quiasi apereri onsent aliquatem illiquis est, sam qui demporporpor as dolectis aut quisque molupti assincti sit, ut labo. Bis derchil ilitam sit ped mi, offi-cab ipsant est veleseq uodiamus es ilibus, ommoluptatur aci andam et alit aut volorep ellendaero dolore mod et ulparum incias molorro to blaboria simoluptate nostion sectene vent undam ium qui quide consed quis-sequatus magnien imint, que re quo moditate volore laut asitatus, quia-temos que venet restia quia corunt. Ciendio con rehenis ipsunt ullupta si net dolore nos assitatqui rerrovi di-cidunt, quatur rectiumque rem que netur? Acerum eicae voluptiore mi-nihillabo. Vitatus, omnihicitate nihilit qui ut et volor audae quam essunti ossum, omnim hic totat. Uga. Itatem alibus dolo tem. Lesciam evelectur sanihiciae pos porum, si temporr ovi-dunt iatqui utenis nis et volupiene vo-lupta denduci llaces sinum, occus aut volendi blaborem fugiaecupici

“não serve de nada atormentarmo-nos com uma coisa depois de a termos feito, a não ser para

torná-la pior.” Bonaventure Périers

O TURISMO

RELIGIOSO

é UMA BOA

APOSTA PARA

OS AÇORES?

QUESTIONÁRIO

sIM 61,02%

NÃO 38,98%

CARTOON

ÓCIOS / OPINIÃO

AS MAIS vistasONLINE

A partir de 11 de MaioPROGRAMA BOM DIA FORA DA RTP-AÇORES

Angra do Heroísmo - SANDRO PAIM REELEITOPRESIDENTE DA CÂMARA DE COMéRCIO

F. S.

ENTRETENIMENTO / OPINIÃO

07 maio 2012 / 28

“Citação e/ou frase aqui.”

AS MAIS VISTASONLINE

A MA-ÇONARIA INFLU-ENCIA A POLÍTICA PORTU-GUESA?

QUESTIONÁRIO

SIM

NÃO

CARTOON

Título Aqui

Título Aqui

LIVROTEXTO / Frederica Lourenço

I am a fan of

…de ideias estapafúrdias como esta: um livro de receitas que – depois de consultado – vira lasagna.

À partida até parece uma ideia con-denada ao fracasso, mas a velocida-de com que a primeira edição esgo-tou (ou melhor, foi comida) diz-nos precisamente o contrário: as pessoas querem, precisam de ideias diferen-tes, originais e que as façam sorrir sem esforço.Criado pelo estúdio de design Kore-fe, é um must have para a próxima época natalícia, já que os pré-regis-tos de venda para a 2ª edição deste manual estão já em andamento e em contagem decrescente.O conceito é simples. Primeiro, os leitores lêem com atenção as indi-cações que vêem em cada uma das folhas de massa fresca aprendendo, assim, os passos necessários para preparar este clássico da gastrono-mia. Utilizando as folhas de massa (leia-se, do livro) como base, juntam--se os ingredientes extra de forma a complementarmos esta receita de sonho; levamos ao forno e… voilá!, temos lasagna!O “The Real Cookbook” foi cria-do para a editora Gerstenberg, para complementar a sua secção de livros relativos a culinária e arte. Para quem quiser saber mais infor-mações ou reservar já o seu exemplar da 2ª edição, basta fazê-lo através do site therealcookbook.com

DE RECEITAS COMESTÍVEL

Page 29: revista U 8

07 maio 2012 / 29

mÚsiCa DO MUNDOO Pinhal da Paz em São Miguel recebe de 8 a 10 de Junho o “Festival Curiosidades”, um encontro de “mú-sicas do mundo” que pretende ser espaço de divulga-

CURIOSIDADES

ção de músicas de outras paragens e de oportuni-dade de jovens da região.No dia 8 vão subir ao pal-co Hiromi Uehara, Bar-rence Whitfield and The James Montgomery Blues

8 a 10 JUnHO

Band, projectos acústicos regionais e uma jam session. No dia 9 é a vez dos terceirenses Ti-Notas, João Frade & Giuliano, Ivo Papasov and the Wedding Band e Ba-bylon Circus, seguindo-se a apresentação de projec-tos acústicos regionais.A 10 de Junho será a vez de todos os músicos partici-parem num espectáculo de improviso.

PALAVRÕES gosta?L.C., Sem Companhia – Grupo de Teatro Experimen-tal propõe, para a sua participação na III Temporada de Teatro de Angra do Heroísmo, a apresentação de um conjunto de textos de vários autores, entre os quais se contam “Gosto de Palavrões”, de Miguel Esteves Cardoso, “Os Miseráveis”, de Vítor Hugo, o “Guardador de Rebanhos”, de Fernando Pessoa; “Ri-cardo III”, de W. Shakespeare; “Alarmes, excursões e brindes”, de Michael Fryan, “Fado Falado”, de João Vilaret (com letra e música de Aníbal de Nazaré e Nelson de Barros).Num palco vazio, de um teatro abandonado, o zelador da casa das artes, então um dos actores residentes, nos seus tempos áureos, dá a conhecer ao público excertos de espectáculos que por ela passaram.Numa viagem de cerca de 60 minutos, o actor leva-nos da comédia hilariante ao drama mais escarninho, numa constante espiral entre personagem e público, também chamado à cena.

Como elemento ico-nográfico o motivo possui várias qua-lidades que contri-buem para a com-preensão e plena experiência do es-forço artístico, a sua identificação e clas-sificação na imagem contribui para a cla-rificação do signifi-cado codificado per-mitindo assim guiar na “leitura” quem tem em considera-ção a estética pre-senciada; pode ter uma função decora-tiva ou ornamental, emprestando de cer-ta forma ao todo o seu particular vigor, é caso para se dizer, o que realmente in-teressa encontra-se nos promenores.Existe grande varie-dade de motivos que permeiam a nossa realidade insular, desde os simples ob-jectos do quotidiano, os rostos sulcados como a própria terra, as edificações huma-nas que brotam em verdes campos, as magníficas compo-sições nubolosas ou o sempre presente Oceano... uma infini-dade de opções co-locadas à disposição de quem procura produzir uma obra de carácter vincada-mente açoriano.ainda assim surgem a um olhar devida-mente treinado para além do óbvio outros motivos, novas e ex-citantes possibilida-des colocadas em evidência pela maior abertura a influên-cias externas. Nesta perspectiva é pos-sivel uma eventual reavaliação do que caracteriza o nosso meio através de no-vas ferramentas que permitiram explorar as recentes técnicas de forma adequada para que dai se pos-sa retirar “algo de jeito”.Existem e a sua ca-pacidade para ligar sinapses reminiscen-tes bem no interior de cada um de nós dando início a uma viagem emocional é bem real, toda a manifestação estéti-ca é uma invocação única e pessoal irre-quecida pelo valor que concedemos aos nossos motivos.

CULTURA

MOTIVOSaçORianOsTEXTO / António Lima

Page 30: revista U 8

PU

BLIC

IDA

DE

METROnOmYTEXTO / Adriana Ávila

O coletivo Britânico Metronomy , foi fundado pelo músico Joseph Mount em 1999. Atualmente, a banda é constituída por quatro elementos (Anna Prior, Gbenga Adelekan, Jo-seph Mount e Oscar Cash). Aproximadamente sete anos mais tarde, realizaram a gravação do álbum de estreia «Pip Paine (Pay The £5000 You Owe)», nesse momento ainda pela Holiphonic. Atualmente, os Metronomy são inerentes à Because Music, editora através da qual gravaram a maior parte dos seus álbuns, EP’s e Singles. O seu estilo musical, aproxima-se mais do electropop experimental, servindo de modelo o seu novo disco, realizado no ano transato «The English Riviera». Fevereiro de 2012, data marcada

tHe LOOK/ CORine

pelo single «The Look/Corine», incluindo duas versões originais e duas remisturas. Entre muitos outros nomes, os Metronomy estão inseridos no valioso cartaz do SONAR em Barcelona, com atuação dia 14 de Junho. metronomy.co.uk e http://www.myspace.com/metronomy

ESPANCA VENDEO filme “Florbela”, sobre a vida da poeta Florbela Es-panca, estreado a 8 de Março, ultrapassou os 35 mil espectadores, sendo o filme português mais visto dos últimos dois anos. Protagonizado por Dalila Carmo, “Florbela” ainda não tem data de estreia prevista para as salas da Terceira.

DIA DA eUROPaA Biblioteca Municipal de Angra do Heroísmo assinala o Dia da Europa com uma mostra bibliográfica, acom-panhada da apresentação de um filme, no dia 9 de Maio. Com esta iniciativa pretende-se contribuir para uma maior divulgação e conhecimen-to de temáticas relativas à União Europeia, acentuando-se a necessidade de união e per-tença, como forma de atingir a paz duradoura. Entre 9 e 31 de Maio, de terça a sábado, durante as horas de abertura.

rOsTOs da CidadeO Foyer do Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo tem patente ao público até 12 de Junho a exposição “Rostos da Cidade” de Emanuel Félix.Esta mostra retrata o rosto dos edifícios, que nos olham também quando os olhamos e a paisagem humanizada, os rostos, não necessariamente identificáveis de quem torna a cidade viva no seu dia-a-dia.

CULTURA

CONSULTÓRIOS EMMadalenaAngra Praia Velas292623321295214980 295512025 295412538

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Page 31: revista U 8

07 maio 2012 / 31

CLUBE ORPHeUO Clube Escolar Orpheu apresenta no dia 10 de Maio no Auditório do Ramo Grande, na Praia da Vitória, a

10 DE MAIO

peça “A Vida não é uma dependência” da auto-ria de Teresa Valadão.Um trabalho desenvol-vido no âmbito do pro-grama “In Forma-te” da Cáritas de Angra do Heroísmo e Direcção Regional da Prevenção

e Combate às Dependências, a peça será interpreta-da por 17 jovens e direccionada a adolescentes e seus pais.O espectáculo terá representações no dia 10 de Maio à tarde para escolas e de noite para o público em ge-ral. No dia 18, actuam na Escola Tomás de Borba e no dia 25 é a vez de subirem a palco no Teatro Angrense.

O sport Club lu-sitânia volta a or-ganizar no dia 12 de Maio mais uma edição do ““almoço verde” no salão da santa Casa da Mi-sericórdia, em são Carlos.Esta iniciativa, para além de contribuir para “a viabilização desta referência do desporto açoriano”, pretende também homenagear a sua equipa de futebol sénior, campeã da 3.ª Divisão série açores.venda dos bilhetes: Café aliança; snack-bar Copacabana; realsom; petisquei-ra do arco Café do renato; pastelaria Benfica; Bar havana; Mercearia são Car-los; Café roberto Queijaria vaquinha; adega de são Ma-teus; Escritório Digi-tal; Capão; Mercado pão Milho; pastelaria lusitânia e Terçor.

RamO GRande

OPINIÃO / AGENDAOPINIÃO / AGENDA

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WORLD

TRADE

CENTER

NYC

TEXTO / Rildo Calado

O skyline da Big Apple ganhou uma nova cons-trução, que rece-beu no passado dia 30 de Abril o status do prédio mais alto de Nova Iorque.Após o desas-tre ocorrido em

HEADLINE HERELores aut quidebis dis nitatem et que pel ime nosse-quam, officae cesecto etum rae quibus acesto quaspiet faccum iligenimi, sam et, quidebitis antia

TITLE HERE

dolorestibus conse-quate int entus quo doluptiatus dolo earum rem arum volora vita arum reictissi utatae. Et aborero cone etur, cuptatem que com-moluptas quiae et, ve-liqui accusam facculp

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ariorum vel il es volor simus, core quistib eribus voluptis earum vendae cum exerum arum quiant. Ehendit, sinto verovitio. Ut est, ut incid quas inullor estiusa picaboremque nonsed quibearum que est, quiasped eos auditem poreptas doloriti omnimpo-riate invellaut expediciis quias mos sam alite quid quas ella Lit et qui debis magnates dolupta erfe

Xeratem quost autemos dipsam ut imagnam, offic totatur? Quiditam alia iducidentia si-tias millupis et om-nim ex enis as eost eosaper ibeaquo ma del ipis dolor ad eument, con cor-ectatiam dolorese pratiant quam que volo molorro ex et vit qui ditessun-di unte ella nate nobitatem quis quossimodia quis delisci psapedi beritem ilit quis in-venis consequ un-dignam aut most, cum fugition eium eratur res ipsamus eatum etur sapitat iaecaep udaera-tiatur aditatis no-bitib usante qui as rersperae latis ex exerae. Ipicipitium que et, quatur res

2001, o Empire State Building ocupou o pódio de prédio mais alto da ilha de Manhattan, título que perdera em 1931.Com a construção do novo prédio do complexo World Trade Center, o edifício do King Kong volta a ficar em segundo lugar da tabela.Há já algumas semanas que a construção ultrapassou os 102 andares do Empire State, mas ainda faltava con-quistar a altura da antena do prédio. Após seis anos de construção, o novo WTC ocupa já o posto de prédio mais alto da cidade e, após conclusão da obra, irá ganhar o título do maior prédio do país, a altura final da torre de 104 andares será de 1.776 pés (541,3 metros), altura que simboliza a data da Independência dos Estados Unidos.

FOTOS / Rosa Cassis

Page 32: revista U 8

E-mail: [email protected] • Telefone: 295 540 910 • Fax: 295 540 919

Área Clínica Médicos

Análises Clinicas

Anestesiologia

Laboratório Dr. Adelino Noronha

Dr. Pedro Carreiro

Cardiologia Dr. Vergílio Schneider

Cirurgia Geral Dr. Rui Bettencourt

Cirurgia Vascular

Podologia

Dr. Fernando Oliveira

Drª Patrícia Gomes

Cirurgia Plástica Dr. António Nunes

Clínica Geral Dr. Domingos Cunha

Medicina DentáriaDr.ª Ana FanhaDr.ª Joana RibeiroDr.ª Rita Carvalho

Dermatologia Dr. Rui Soares

Endocrinologia Dr.ª Lurdes MatosDr.ª Isabel Sousa

Gastroenterologia Dr. José Renato PereiraDr.ª Paula Neves

Ginecologia/Obstetícia

Drª Paula BettencourtDrª Helena LimaDrªAna FonsecaDr. Lúcio Borges

Medicina Interna Dr. Miguel Santos

Medicina do Trabalho Dr.ª Cristiane Couto

Nefrologia Dr. Eduardo Pacheco

Neurocirurgia Dr. Cidálio Cruz

Neurologia Dr. Rui Mota

Neuropediatria Dr. Fernando Fagundes

Nutricionismo Dr.ª Andreia Aguiar

Otorrinolaringologia Dr. João MartinsDr. Rocha Lourenço

Pediatria

Doenças de Crianças

Dr.ª Paula Gonçalves

Dr.ª Patrícia Galo

Pneumologia Dr. Carlos Pavão

PsicologiaDr.ª Susana AlvesDr.ª Teresa VazDr.ª Dora Dias

Psiquiatria Dr.ª Fernanda Rosa

Imagiologia(TAC/ECOGRAFIA/Ressonância Magnética)

Dr.ª Ana RibeiroDr. Miguel LimaDr. Jorge Brito

Neuroradiologia (TAC/Ressonância Magnética) Dr.ª Rosa Cruz

Reumatologia Dr. Luis Mauricio

Terapia da Fala Dr.ª Ana NunesDr.ª Ivania Pires

Urologia Dr. Fragoso Rebimbas