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www.auniao.com A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO ROCK FAMILIAR LUSITÂNIA COM SUCESSO APESAR DA CRISE. pag 04/05 edição 34.734 · 30 de abril de 2012 · preço capa 1,00 (iva incluído)

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edição da revista U de 30 de Abril de 2012

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Page 1: revista U 7

www.auniao.com

A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO

ROCKFAMILIAR

LusItânIA

coM sucesso

ApesAR dA cRIse. pag 04/05

edição 34.734 · 30 de abril de 2012 · preço capa 1,00 € (iva incluído)

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PUBLICIDADE

E-mail: [email protected] • Telefone: 295 540 910 • Fax: 295 540 919

Área Clínica Médicos

Análises Clinicas

Anestesiologia

Laboratório Dr. Adelino Noronha

Dr. Pedro Carreiro

Cardiologia Dr. Vergílio Schneider

Cirurgia Geral Dr. Rui Bettencourt

Cirurgia Vascular

Podologia

Dr. Fernando Oliveira

Drª Patrícia Gomes

Cirurgia Plástica Dr. António Nunes

Clínica Geral Dr. Domingos Cunha

Medicina DentáriaDr.ª Ana FanhaDr.ª Joana RibeiroDr.ª Rita Carvalho

Dermatologia Dr. Rui Soares

Endocrinologia Dr.ª Lurdes MatosDr.ª Isabel Sousa

Gastroenterologia Dr. José Renato PereiraDr.ª Paula Neves

Ginecologia/Obstetícia

Drª Paula BettencourtDrª Helena LimaDrªAna FonsecaDr. Lúcio Borges

Medicina Interna Dr. Miguel Santos

Medicina do Trabalho Dr.ª Cristiane Couto

Nefrologia Dr. Eduardo Pacheco

Neurocirurgia Dr. Cidálio Cruz

Neurologia Dr. Rui Mota

Neuropediatria Dr. Fernando Fagundes

Nutricionismo Dr.ª Andreia Aguiar

Otorrinolaringologia Dr. João MartinsDr. Rocha Lourenço

Pediatria

Doenças de Crianças

Dr.ª Paula Gonçalves

Dr.ª Patrícia Galo

Pneumologia Dr. Carlos Pavão

PsicologiaDr.ª Susana AlvesDr.ª Teresa VazDr.ª Dora Dias

Psiquiatria Dr.ª Fernanda Rosa

Imagiologia(TAC/ECOGRAFIA/Ressonância Magnética)

Dr.ª Ana RibeiroDr. Miguel LimaDr. Jorge Brito

Neuroradiologia (TAC/Ressonância Magnética) Dr.ª Rosa Cruz

Reumatologia Dr. Luis Mauricio

Terapia da Fala Dr.ª Ana NunesDr.ª Ivania Pires

Urologia Dr. Fragoso Rebimbas

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30 abril 2012 / 03

ABRIL GASTOTEXTO / Marco de Bettencourt Gomes | [email protected]

Caíram este ano alguns feriados nacionais. Ao que pa-rece no próximo ano cairão alguns mais, nomeadamen-te religiosos. A decisão, embora envolva o Governo do país e implique o respeito pela concordata celebrada com a Santa Sé, não é uma medida política made in Por-tugal. Aliás, nem sequer é uma medida política. O argu-mento é outro: aumentar a produtividade e é imposta, cegamente, pela troika.Abril celebra a liberdade democrática e a emancipação dos portugueses e a recusa do fascismo. Por cá conti-nua a ser difícil ser português. Por cá continua a ser di-fícil sonhar. Por cá continua Portugal a não tratar muito bem os seus filhos. Os trabalhadores não têm trabalho, os casais não têm segurança social, os idosos não têm acesso à saúde, os jovens são tratados como empeci-lho, os artistas não têm lugar para criar.Inventámos Portugal. Reinventámos Portugal. E ago-ra? Tenho saudades do futuro de Portugal. A ocidental praia está deserta. Há que navegar para novos qua-drantes.

SUMÁRIO

Rui SOaRES / pág. 16

NA CAPA...

Maria nasceu no mundo da música ou não fosse filha e sobrinha de guitarristas de renome – Luís Bettencourt e Nuno Bettencourt, respectivamente. A sua voz e o seu estilo seguem sobretudo os sons do Rock. No futuro espera ver desenhada a possibilidade de gravar um álbum de originais. Mas, para já, a jovem de 18 anos, da Praia da Vitória, quer apostar nas vivências e aprendizagens inerentes à esfera musical.

lusitânia reencontra sucesso 04

importância dos tubarões 10

bonita 13saber arrendar uma casa 14um dia 15

o corvo encanta 30touradas de regresso 31

“uma noite em ti” 23a distância é já ali 25o berço do cristianismo 26

resurfacing 08

EDITORIAL / SUMÁRIO

ambiente com sabores 11

deus é feio ou é belo? 21

bonecos de maio 29

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30 abril 2012 / 04

LUSITÂNIA REENCONTRA SUCESSO

O Sport Clube Lusitânia sagrou-se campeão da Série Açores, quatro anos após a última parti-cipação neste escalão.Ruben Silva, responsável pelo fu-tebol lusitanista, considera que o título da Série Açores é um fei-to “histórico” tendo em conta as dificuldades que o Lusitânia tem atravessado nos últimos anos.Em relação ao jogo que confir-mou a conquista do campeona-to, o responsável destaca, mais uma vez, a grande mobilização de adeptos lusitanistas na Praia da Vitória, que ultrapassavam os apoiantes da equipa da casa, na-quela que foi uma tarde de festa para a família “verde e branca”.“Os nossos adeptos têm sido um verdadeiro12º jogador ao longo da época e mais uma vez estive-ram connosco numa comemora-ção que demonstrou a grandeza do Lusitânia”.Quanto à próxima época e ao de-safio de disputar a II divisão na-cional, o dirigente diz que para já é hora de festejar o sucesso, dizendo apenas que “já temos ideias do que queremos para o futuro, vamos para um outro

FOTOS / Fausto Costa

O Lusitânia poderá ter dois candidatos à presidência da direcção.

patamar competitivo mas temos que ter muita moderação e não cometer loucuras de forma a não repetir alguns erros do passa-do”.Apesar do sucesso desportivo, o dia a dia da agremiação da Rua da Sé continua a ser marcado pelas dificuldades económicas e pelo facto do clube continuar sem uma direcção.O responsável pelo futebol afir-ma que a comissão continua com energia para continuar a traba-lhar mas não deixa de manifestar a sua vontade de que “o sucesso no campo possa traduzir-se em mais ajuda para resolvermos os problemas que temos tido”

REVISÃO

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30 abril 2012 / 05

ApesAR do sucesso despoRtIvo, o dIA A dIA dA AgRemIAção dA RuA dA sé contInuA A seR mARcAdo peLAs dIfIcuLdAdes económIcAs e peLo fActo do cLuBe contInuAR sem umA dIRecção.

DISPUTA PELA PRESIDÊNCIAO Lusitânia poderá ter dois candi-datos à presidência da direcção. Ao que o nosso jornal apurou, o ex-presidente Paulo Borges, que já admitiu publicamente a sua intenção de candidatura, poderá ter concorrência a uma hipotéti-ca corrida eleitoral.Neste momento, está a ser prepa-rada uma lista que integra nomes como Ildebrando Ortins, Jorge Valadão e Mário Santos, faltando ainda escolher a personalidade que encabeçará a direcção.Paulo Borges, por seu turno, tem como intenção estabelecer con-tactos com os principais credores do Lusitânia com vista a viabilizar a situação económico-financeira da colectividade.A estratégia, de acordo com as nossas fontes, pode passar pela dilatação dos prazos de paga-mento junto aos maiores credo-res.

ALMOÇO VERDE A 12 DE MAIOÀ semelhança do que tem vindo a ser feito nos últimos anos, a Comissão Directiva do Lusitânia está a organizar o III Almoço Ver-de, a ter lugar no próximo dia 12 de Maio no Salão da Santa Casa da Misericórdia de Angra do He-roísmo, em São Carlos.Durante o almoço serão home-nageados os elementos da actual equipa de futebol sénior, campeã da Série Açores 2011/2012.

O BOM EXEMPLO DOaNGRENSE

TEXTO / João Rocha / [email protected]

Há sensivelmente um ano o Angrense conseguiu, pela primeira vez no seu historial, o acesso à II Divisão “B” de futebol.O clube encarnado passou para um patamar competitivo superior sem alterar, um milímetro sequer, a filo-sofia existencial.Manteve uma gestão rigorosa, apos-tando essencialmente na figura do jogador local.O treinador João Eduardo Alves, com os meios à disposição, conseguiu que o Angrense apresentasse uma per-formance desportiva absolutamente digna, mesmo falhando o objectivo/sonho da permanência.Além do mais, o Angrense conseguiu remodelar a sua sede social, manten-do o equilíbrio financeiro na gestão corrente do clube.Ou seja, para um clube ter sucesso há coisas bastante mais transcendentais da bola que batei ou não na barra da baliza…

o AngRense conseguIu

ReModeLAR A suA sede socIAL

MAntendo o equILíbRIo FInAnceIRo.

REVISÃO

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30 abril 2012 / 06

PARA QUE O SILÊN-CIOSEtoRne gRItoTEXTO / Tomaz Dentinho

Faço parte do comunhão e Libertação desde há 4 anos. por volta desta altura do ano realiza-se um retiro com três lições e, no encontro deste ano no Vimeiro, tirei algumas notas que julgo valer a pena partilhar convosco.na primeira lição partimos da constatação da nossa incon-sistência, da diversidade de perspectivas e da persistência do mal, que se confronta com a nossa sede de ser mais e melhor e com a afirmação de que cristo está e estará con-

nosco. de onde se conclui que o homem só consegue voltar a partir da queda e do erro par-tindo de cristo, numa moralida-de que parte da humilhação e da humildade para que cristo preencha o nosso nada.na segunda lição reafirma-se que toda a realidade é fei-ta para o homem e que deus criou o mundo para afirmar a pessoa. que importa ganhar tudo se nos perdemos? para além do moralismo e da pie-dade precisamos ser leais à nossa humanidade. o eu livre e auto -consciente é tudo o que temos contra o poder efémero da autoridade e do dinheiro.na terceira lição aprendemos que o eu não deve ser reduzi-do ao saber de cada um, numa atitude farisaica de já sabido, mas tem de estar aberto ao espanto de cristo. As bem-Aventuranças louvam a fome e a sede para colocar cristo no coração e não são apenas uma reafirmação das regras morais da Lei de Moisés. e para estar aberto ao espanto é necessária uma caminhada atenta aos si-nais de cristo, que são a verda-de, a realidade, numa ambicio-nada certeza do seu amor para com simples pecadores.

empRego ou A vã GLÓRIA EUROPEIA

TEXTO / Carmo Rodeia

Escrevo “entalada” entre três acontecimentos que não estando total-mente ligados têm em comum as pessoas e um certo ideal de justiça social, de democracia e liberdade.38 anos depois os portugueses assinalaram o 25 de Abril. Mais do que uma efeméride é um momento de afirmação nacional que importa re-avivar. A revolução está feita mas muitos dos seus pressupostos conti-nuam por cumprir: uma cultura de responsabilidade numa sociedade democrática livre, um estado austero e pouco gastador e uma economia ao serviço das pessoas e do desenvolvimento humano.Os tempos hoje são bem distintos. Preservamos (e bem!) o essencial: a liberdade. Mas, continuamos a desprezar a cidadania e a justiça social. O fosso entre ricos e pobres acentua-se e as dificuldades porque passa a esmagadora maioria dos portugueses, e dos açorianos, em particular, não nos dá tranquilidade. O 1.º de Maio que amanhã se comemora é por isso um momento de exal-tação do direito ao trabalho de todos, fortalecido pelo dever de trabalhar para garantir um futuro melhor. Para nós e para os nossos filhos. Um país que não dá oportunidades aos jovens (35% de desempregados) e que lhes deixa dívidas diárias está a hipotecar-lhes o seu futuro.Os franceses dão sinais de que estão cansados de um estado faustoso mais atento aos privilégios, à sumptuosidade e aos radicalismos.A 6 de Maio dirão quem será o novo inquilino do Eliseu. Depois da vitória na primeira volta, o socialista François Hollande, com o apoio de toda a esquerda, parte em vantagem, embora os votos amealhados pela extre-ma-direita de Marine Le pen, sejam cruciais. É a primeira vez, desde o ínicio da quinta república francesa, em 1958, que um presidente recandi-dato não é reeleito à primeira volta. É sintomática a “raiva” que os franceses manifestaram contra Sarkozy. As pessoas não gostam de predestinados com missões proféticas, quase messiânicas, que nunca têm, dúvidas e raramente se enganam. Sejam de esquerda ou de direita. As pessoas gostam de ser ouvidas. Mais do que aquilo que os políticos possam pensar, quando se arrogam ao direito de serem donos da razão!

REVISÃO / OPINIÃO

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GADGETS DA SEMANA

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de conteúdo - 13,95€03// ouça musica debaixo

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o tecLAdo pRotectoRTEXTO / Paulo Brasil Pereira

Já passaram umas semanitas desde que anunciamos aqui o lançamento do “novo Ipad”. Pelos vistos foi um sucesso de vendas em todo o mundo, foram 3 milhões em três dias. Só eu é que ainda não tenho um infelizmente. Portanto este artigo não é pra mim, nem para quem infelizmente não o comprou...ainda claro!Não existe Ipad sem a sua Smart Co-ver, que é sem mais nem menos, a capa de protecção que transporta o nosso tablet. Mas a logitech teve uma ideia genial e tornou a Smart Cover ainda mais Smart... tornou-a num te-clado, ou seja, a sua capa de protec-ção é ao mesmo tempo um teclado. Sim, existem inúmeros teclados para

Ipads, mas este teclado é uma boa al-ternativa aos teclados que já existem no mercado, que são independentes do iPad e causam um volume maior na sua mala, ao contrário deste, que se liga através de bluetooth, tem uma bateria que pode durar até 6 meses (no caso de o utilizar 2 horas por dia) e até o protege de arranhões e po-eira. Esta pequena maravilha chama-se Logitech Ultrathin Keyboard Cover, custa cerca de 99€ e começa a ser vendida no final deste mês. Uma ou-tra boa noticia é que se tiver o Ipad 2, não terá que comprar o novo Ipad só para utilizar este teclado, ele é com-pativel com a versão anterior.

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FERRAMENTAS

2 em 1: pRotecção e tecLAdo

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RESURFACINGPARTE I

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O termo anglo-saxónico Resurfacing significa destruição controlada das camadas superficiais da pele da cara. Controlada, porque é possível determi-nar a profundidade de destruição, per-mitindo poupar a parte mais profunda dos folículos pilosos, onde se encon-tram células que permitem regenerar as camadas superficiais da pele. Esta técnica, que não é nova, pode ser útil na melhoria de cicatrizes, rugas, manchas, e lesões superficiais da pele (querato-ses actínicas e lêntigos, por exemplo).Como se faz? A destruição pode ser efectuada de forma mecânica-derma-brasão, química-Resurfacing químico (com ácido tricloroacético, ácido glicó-lico, fenol, etc), ou usando LASER ablac-tivo (Erbium ou CO2). Em Portugal, os médicos com formação específica para efectuar estas técnicas são os derma-tologistas e os cirurgiões plásticos.Onde se faz? Em bloco operatório ou sala de pequena cirurgia. Esta técnica não deve ser confundida com proce-dimentos a que ouvimos chamar “pe-eling”, “microdermabrasão”, “exfolia-ção” ou “limpeza com microgrânulos”, efectuados por esteticistas ou em casa, que retiram o conteúdo de pontos ne-gros e melhoram ligeiramente manchas ou imperfeições muito superficiais – “poros”. Por vezes, estes procedimen-tos são oferecidos como panaceia para

envelhecimento cutâneo. No entanto, do ponto de vista científico, não existe evidência de que tenham efeito de mé-dio ou longo prazo na pele, no que ao envelhecimento se refere. No entanto, no imediato, boa parte das pessoas nota um efeito positivo na textura da pele, levando a repetir periodicamen-te.Podem beneficiar do resurfacing as pessoas com acne já curado medica-mente mas nas quais persistem cica-trizes. Algumas cicatrizes muito fundas (ice peaks) carecem de outros métodos além deste (excisão, soltar na profun-didade a cicatriz e enchimento); quem tem pele envelhecida. Além de eliminar manchas de envelhecimento e rugas superficiais (não as de expressão), provoca remodelação e deposição de novo colagéneo na derme superficial; e pessoas com manchas pigmentadas extensas da face (Melasma). Embora o método seja eficaz a eliminar as man-chas, a repigmentação é a regra no médio prazo. Preferimos, actualmente, para esta situação, utilizar preparados que envolvem três componentes – hi-drocortisona, ácido retinóico e hidro-quinona – com efeito de melhoria das manchas mais lento, mas mais dura-douro.

Colaboração: Clínica Médica da Praia da Vitória

A trilogia do ser-pensar-agir é indisso-ciável no ser humano. O homem pensa, pensa-se e age para ser livre. É nesta ação que afirma a sua especificidade, mas sendo natureza, ao agir sobre ela, age também sobre si próprio. Se a natureza é mera reação e impul-so e o animal mero instinto - embora alguns animais sejam dotados de uma inteligência prática - o homem tem uma tarefa distinta inerente à sua condição de ser racional. Apesar de

TEXTO / Paulo Homem*

CIÊNCIA / OPINIÃO

TÉCNICA MELHORA

CICATRIZES, RUGAS E MANCHAS NA PELE

TEXTO / Rui Oliveira Soares

/ Dermatologista

ENTRE o SER E O TER

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também reagir por impulso, o ho-mem tem imperativos intrínsecos à sua condição que o obrigam a ser mais que isso: tem a responsabilida-de não só de re-agir mas também de agir; não só ser mero instinto, mas pensar esse instinto e agir em con-formidade com o pensamento. Não fazê-lo é ser “anti-natura”, pois o ser humano foi dotado de capacidades únicas, de estruturas que lhe per-mitem ser, no dizer do filósofo Max Scheler, qualitativamente diferente dos outros seres animados. Contudo, na sociedade moderna o

que interessa é Ter. Ostentar marcas de classe, promover a saturada ima-gem em detrimento de dimensões valorativas éticas, estéticas, políticas e religiosas.É a Filosofia que inscreve esses valo-res no mundo para que a vida huma-na ultrapasse a simples posse de ob-jectos e seja plena. É ela que acende a luz que permite ver e tocar o outro: verdadeiro motor de um percurso “com-sentido”.

* aluno de Filosofia e Cultura Portuguesa da

Universidade dos Açores

MoNTRA

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MONTRA / OPINIÃO

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21 janeiro 2012 / 09

MONTRA / OPINIÃO

im dit, veniendae simaximod molorpo ressund igendis non conessit reperae cuptatur? Siminte voluptur? Poreium am, quas mi, voluptus, as porrorenis pra dolut quam, quia derum, natibus-to illa nonecea cusdam alignimporro que ex etum ut lam lam aut laborias pedignimenis excea volorro ma der-natquam aut molesequata dis repuda sam resera voleceriae id magnimpos sum sincit quas alitemod et ipsundi-tium explabo. Ebit fugit, sitiae eicim dem simus eicit qui aut aut expelit as et porio. Offictur? Illaut quatur sa a lendam Aniatur aut modi cuptat

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IMPOR-

TÂNCIA

DoS

TUBARÕESTEXTO / Ricardo Cordeiro*

O crescente aumento nas capturas de tubarões pe-lágicos nos Açores tem levantado questões rela-cionadas com a necessi-dade da sua protecção, pelo que convém explicar a importância ecológica dos tubarões nos ocea-nos.Os tubarões estão pre-sentes nos oceanos há cerca de 400 milhões de anos. Desde então, têm desempenhado o papel de predador de topo nos ecossistemas marinhos onde se inserem, sendo responsáveis pela regu-lação e manutenção do equilíbrio dos oceanos. Os tubarões ao limitarem as populações das suas presas, afectam as pre-sas desses animais e as-sim por diante, num efei-to de cascata ao longo da estrutura da comunidade marinha. Uma vez que a sua função é regular a abundância, distribuição e diversidade das espé-cies dos níveis inferiores da cadeia alimentar, os tubarões influenciaram a evolução da maioria das espécies que vivem nos oceanos.O desaparecimento dos predadores de topo num ecossistema ma-rinho pode potenciar a predação desmesurada por organismos de níveis inferiores da cadeia ali-

mentar, o herbivorismo excessivo e o aumento da concorrência por espaço e alimento, o que acaba por afectar a riqueza e abundância de espécies dentro do sistema. Devido ao seu crescimen-to lento, tardia maturação sexual e baixa capacidade reprodutiva, os tubarões são muito vulneráveis à pesca comercial, que tem sido responsável pela re-dução dos efectivos po-pulacionais e pelo risco de extinção de inúmeras espécies. Estima-se que anualmente são captura-dos mais de 100 milhões de tubarões.Em conclusão, o papel dos tubarões na manutenção do equilíbrio ecológico dos oceanos não pode ser subestimado. A depleção ou desaparecimento dos tubarões é susceptível de desestabilizar irreversi-velmente os ecossistemas marinhos. Convém lem-brar que 50% do oxigénio que respiramos provém dos oceanos. Em última análise, poderá estar em causa a sobrevivência do Homem.

*Biólogo marinho

OS TUBARÕES ESTÃO PRESENTES NOS OCEANOS HÁ CERCA DE 400 MILHÕES DE ANOS

CIÊNCIA

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30 abril 2012 / 11

UMA

NOITE

COM

LINA

CAVALIERI

TEXTO / Joaquim Neves

Ópera seria um tema de fundo, Paglacci definiti-vamente não.

Com três amigos bávaros fomos jantar ao Ambiente com Sabores. No restaurante, não nos apeteceu am-biente verde fresco saladas primaveril, nem estávamos com pressa de vermelho almoço, nem dada à hora romantismos também vermelhos caídos em tentações de chocolates e Maria Amélias. Optamos por uma serenidade tranquila calma de cinza.Mas mais de 21 vezes 7 pares de olhos acompanhavam-nos. Não eram intima-dores. Nem críticos, nem acusadores.Olhos que preferiam partilhar só na sala ao lado. Cátia, a dona do Ambientes, es-clareceu-me tratarem-se dos olhos de Lina Cavalieri, cantora de ópera italiana, reapresentada pelo designer Fornasetti. Estreou-se, quem diria em Lisboa, ano 1900 como Nedda em Pagliacci de Rug-gero Leoncavallo, e no mesmo ano casou com um paspalho dum príncipe russo. E lá foi cantando mundo fora. E pode-se reencontrar na Terceira, exactamente onde estava, no Ambiente com Sabores. Canta, baixinho, encanta. Assim, gratui-

MESA

21 x 7 oLhos

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Receita

chocoLAte = tentAção = Mousse

Henri de Toulouse-Lautrec, ar-tista, inventou a mousse de cho-colate no início do séc. XX, a que inicialmente chamou de maione-se de chocolate.A Mousse, do francês que quer dizer espuma, feita de ovos e/ou nata em combinação com outros ingredientes que lhe dão sabor, como o chocolate ou frutas. As claras de ovos são batidas em neve e depois incorporadas aos outros ingredientes. Refrige-rado, mantém-se alterado. De tantas formas de fazer só uma sugestão: Junte meia a uma co-lher de chá de pimenta cayenne ou piri-piri em pó. Ingredientes: 200g de chocolate meio-amargo; 100g de mantei-ga com sal; 9 gemas; 6 claras; 8 c. de sopa de açúcar. (varian-tes cheirinho: baunilha ou no-zes, amêndoas, avelãs torradas; porto, brandy, cognac, verdelho etc…)Derreta o chocolate em banho-maria com a manteiga. Bata as gemas com o açúcar até esbran-quiçar. Adicione o chocolate der-retido, a pimenta, e mexa bem. À parte, bata as claras muito bem em castelo e depois incorpore gentilmente com a outra parte e variantes. Coloque como achar melhor, taça ou tacinhas, leve a resfriar. Que quando comer vai aquecer.Eu ainda gosto bater chantilly para pôr por cima… e a cereja só mesmo se pedido.

MESA

LInA

tamente, silenciosamente cantava para mim, nós e quem vem sentar-se nesta sala. Come com os olhos e com os sabo-res. Se a Lina por si só já é um regalo de olhos, também a comida. Quando olhos comem, paladar corresponde e ambiente envolve o mundo está certo e em ordem.Qualquer tentativa de descrever a origi-nalidade dos pratos e sua apresentação, coragem de experimentação e origina-lidade de combinações resumem-se a excelente. Por isso só surpreendente. Ópera seria um tema de fundo, Paglac-ci definitivamente não. O jantar não caiu em tragédia, caiu mais em graça a todos nós. O prólogo foi a apresentação a escolha e decisão sobre provar vinho branco regional. O primeiro acto quatro variantes de entradas frias e quentes, partilhadas em troca de garfos, que no segundo acto acelerou e rodopiou qua-tro variantes de pratos entre peixe, car-ne e massas, sucessivamente trocados e passados adiante entre nós ao olhar atento da Lina que não nos deixava por um momento só. Introduzimos à ópera um terceiro acto: doces, não terminando em facadas à Neda ou uns aos outros, nem terminamos exclamando Pagliacci o Canio: “ A comédia acabou.” Mas me-recia uma introdução como no segundo acto da ópera com tambores.Se cai em traição como Neda, só pode ser a mim mesmo, trai-me reconhecer um lugar ou ambiente onde se cozinha muito melhor do que eu seria capaz de fazer. Para nós acabou o jantar, se pudéssemos, repetiríamos do princípio para saborear tudo mais uma vez. É uma ópera, quero dizer jantar, que poderia ouvir, quero dizer degustar muitas vezes mais. Lina pode sempre voltar jantar comigo e lhe exclamarei: “ O jantar começou.”Nota: Ambiente com Sabores, rua Direita, Angra.

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BonITATEXTO / Miguel de Sousa Azevedo

passo os dedos, ao de leve,por um rosto meigo ...

Imagino flores e sóis de mil cores,luas-doces com sabores,

tudo que o faça brilhartudo que o possa despertar,acordá-lo ao amor de uma manhã.

cabelos lisos e macios, ao de leve,tapam e enfeitam o rosto meigo...Imagino uma viagem ao vento,por um chão sem lamento,tudo que os faça voar.

PALAVRAS

lavandarias

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D.A. - LavandariasIndustriais dos Açores,

Unipessoal Lda.

Rua da Palha, 25 • 9700-144 Angra do HeroísmoTelefone: 295 212 544 • Fax: 295 216 424

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30 abril 2012 / 14

TEXTO / ACRA / Angra do

Heroísmo

O arrendamento de uma casa para habi-tação constitui uma opção alternativa para quem, por alguma razão, não pretende avançar para a com-pra de um imóvel. Mas, antes de celebrar um contrato de arrenda-mento, tenha em aten-ção: nunca deixe de ler, com toda a atenção, o conteúdo do contrato,

p o i s gran-d e p a r -te do r e g i -m e l e g a l d o arren-damento pode ser afastado pelas condições estabelecidas nesse contrato; verifique o es-tado da casa e, caso esta esteja deteriorada e tenha defeitos, inclua no contrato uma cláusu-la que os descreva; vaso se trate de uma casa já mobilada, junte ao contrato um documento onde descreve todo o mobiliário e equipamen-to, bem como o seu estado; não se esqueça: Se o contrato não estabelecer nada em contrário, a lei presume que a casa, o mobiliário e todo o equipamento lhe foram entregues em bom es-tado. O contrato de arrendamento tem de ser ce-lebrado por escrito, caso tenha uma duração igual ou superior a seis meses. Se for inferior a seis meses não tem de ser escrito.É obrigatório ficar estabelecido no contrato a data de celebração, a sua duração e o preço da renda;Se o contrato nada referir sobre a realização de obras e estas forem necessárias para a conser-vação ou manutenção geral da casa o inquilino deve solicitá-las ao senhorio, através de carta registada com aviso de recepção, estabelecen-do um prazo razoável.

vIveR “soZInho” no meIo dos outRosTEXTO / Adriano Batista

Vivemos inseridos numa sociedade cada vez mais comodista e consumista, onde as pessoas vivem isoladas umas das outras. A maior parte de nós nem os vizinhos conhece. Vivemos num isolamen-to humano profundo e nunca antes visto.Vamos diariamente a um determinado café, e a conversa com o/a funcionário/a é sempre a mes-ma. “Olhe, um café por favor”, isto se houver o mínimo de educação, pois educação é algo que se procura, algo que aparece já nos anúncios publi-citários como “perdido”. Vamos a uma tabacaria comprar o jornal, e apenas abrimos a boca para perguntar “quanto custa” o dito jornal, ou eventu-almente para dizermos um “até amanhã”.Vamos a um supermercado, “entulhamos” o carri-nho de compras com o que necessitamos, chega-mos à caixa de pagamento, e nem abrimos a boca porque o funcionário fá-lo primeiro dizendo aquilo que queremos saber, o preço de tudo o que leva-mos. Assim sendo limitamo-nos a “puxar” o dinhei-ro ou o cartão de crédito, pagamos e andamos. Vendo bem as coisas, entramos em 10 lojas du-rante um dia, e proferimos 10 ou 15 palavras. Um simples “obrigado”, um “quanto custa” entre ou-tros… É esta a sociedade que nos deixaram e será esta a sociedade que vamos deixar aos outros se a mudança não partir de nós próprios. Temos nós de ser “o fermento na massa”, ou continuaremos inevitavelmente a viver “sozinhos” no meio dos outros…

SABER ARREN-DAR UMACASA

RETRATO

ISOLAMENTO COMUNITÁRIO

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O promotor de justiça apresentou com calma os factos: tinha escrito vá-rias notícias falsas sem nenhum aviso. “Concorda que é um comportamento condenável?” foi-lhe perguntado. Ele retomou o mesmo ar sereno que o ca-racterizava desde a juventude. Trans-pirava tranquilidade e paz, como se a vendesse, como se a oferecesse. Pediu para se levantar e isso lhe foi prontamente concedido. Quando fa-lou, tinha presente tudo o que fora referido. Tinham sido várias peças noticiosas apresentadas no jornal di-gital, consumo de todos os internautas do mundo. Tinha sido cuidadoso: as suas notícias tinham tido título, lead e o revestimento de verosimilhança que provocara os enganos e sustentava as acusações.Começou por referir ao tribunal um exemplo: a notícia de 25 de Abril. Nes-ta, descrevera como o Presidente da República em exercício teria declara-do que tal feriado era “inútil”. Os quê, quem, quando e onde não podiam ser mais explícitos: dava até espaço a in-terpretação e às famosas entre-linhas. Aqui, como se compreende, esta cróni-ca evita referências a nomes, a ver se não se incorre em erro semelhante.X assumiu que era matéria grave e sub-versiva o referido texto: poderá alguém difundir ideias erróneas sobre a socie-dade? Poderá fazê-lo colorindo frases próprias com o nome da mais alta figu-ra do Estado? Isso era agora afirmação própria apresentada com voz firme e clara. Antecipara as conclusões. Mas porque se mantinha calmo? Dava até a impressão de se sentir feliz.Em abono da verdade, prosseguia ele, deveria ter sido descoberto muito an-tes. Quem acredita numa notícia que destaca, em manchete, que um mem-bro de um gabinete governamental assumia que todos os políticos são cor-

ruptos? Isso fazia sentido? “Com tanta descredibilização que a vida política vai conhecendo, quem se arriscaria a fazer uma afirmação dessas?”O promotor de justiça sorriu, com assentimento, e perguntou-lhe se estranharia se o tribunal decidisse aplicar-lhe a pena máxima prevista. X retorquiu que tinha muitas esperan-ças de ser declarado inocente. “Como será isso se há provas e já admitiu a sua culpa?” “A verdade é que o meu jornal é uma obra de ficção: não me podem acusar de nada”.Burburinho. Silêncio. Burburinho e si-lêncio quase simultâneos e remexer dos papéis do processo, a ver alíneas e leis e olhares, uns atrapalhados, ou-tros meramente incrédulos. E eis que X explica devidamente o seu ponto de vista inesperado: o jornal estava devi-damente assinalado como puro exercí-cio literário. Era um espaço de criativi-dade, sem mais.Mas como chegara tão longe o pro-cesso judicial? Como fora possível que ninguém se tivesse dado conta? Quem tinha falhado? O plano funcionara em cheio: durante meses a fio, o site tinha assumido uma rara componente noti-ciosa. Foi o suficiente para que todos se esquecessem do declarado propó-sito de inventar. Não leram as letras pequenas. Lixaram-se.X pediu para falar ainda uma vez. Expli-cou que acreditava no poder da pala-vra. Que se fala e escreve muito mas se comunica pouco. Que os homens são ilhas. Referiu que o Homem não criou o amor nem a esperança. Recordou que a linguagem é a invenção maior da humanidade. Que é a arma do espírito. Que é desprezada por muitos. Que não conhece limites e constrói redes invisí-veis nos retalhos da civilização. Houve quem o aplaudisse de pé.E foi citado em todos os jornais.

UMdIA

OPINIÃO

TEXTO / Pe. Teodoro Medeiros

Page 16: revista U 7

ROCKFAMILIAR

DESTAQUE

Page 17: revista U 7

ROCKFAMILIAR

O seu tipo de sangue é Rock e flui ao som de bandas como Beatles ou Led Zeppelin. Com 18 anos de idade, Maria Bettencourt dá continuidade a uma família de músicos aço-rianos, artistas de guitarra, espalhados pelo mundo, entre os quais o seu pai Luís e o seu tio Nuno.A jovem residente na Praia da Vitória começou a cantar ao lado do segundo, há oito anos, e vai traçando o seu percurso ao toque dos acordes musicais do primeiro. Embora familiar, diz que a relação em palco é sobretudo profissional. Há concertos principalmente nas ilhas Terceira e São Miguel. São intimistas e primam pelo ta-lento e pela naturalidade dos seus intérpretes. Um dia pretende gravar um álbum de originais. Mas sem pressas. Interessa-lhe muito mais a música, o palco e a aprendizagem. Os Açores representam o seu cenário de origem e o seu aconchego. Considera que ser ilhéu re-side no sentimento e, por isso, desvaloriza uma possível explicação.Possui (até ao momento) seis tatuagens no corpo – um vício confessado. E um coração em flor.

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DESTAQUE

TEXTO / Sónia [email protected]

FOTOS / Rui Soares

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Revista “U” (U) - O José Cid canta “eu nas-ci para a música”. Este sentimento aplica-se à Maria Bettencourt?Maria Bettencourt (MB) – Sem dúvida! Não me lembro de ter decidido “quero ser cantora” ou “quero fazer carreira no mun-do da música”. É algo que esteve presente na minha vida desde criança. U – A edição de 2004 do Festival Maré

de Agosto, em Santa Maria, marcou a sua estreia em palco. E neste caso ao lado do seu tio Nuno Bettencourt então membro dos Extreme. O que guarda na memória desse dia?MB – Lembro-me praticamente de tudo! Tinha 10 anos na altura. Os Extreme dedicaram-me o concerto antes de subi-rem ao palco. Cantei Bring Me to Life, dos Evanescence, às 6h00 da manhã, com o Gary Cherone a empurrar-me, porque não queria subir ao palco de maneira ne-nhuma. Era demasiada a vergonha. Mas ainda bem que o fiz, pois vai permanecer na minha memória, sobretudo por ter partilhado o palco com o meu tio, um dos meus músicos preferidos.U – Passados três anos, é a vez de subir ao palco para cantar com o seu pai Luís Bettencourt, na Praia da Vitória. Como funcionou a vossa relação: pai e filha ou dois músicos?MB – Como dois músicos. É óbvio que tenho um orgulho enorme em parti-lhar o palco com o meu pai, não só pelo músico que é mas também por ser da minha família. Mas tento olhar para ele como mais um membro da banda. Da parte dele há muito respeito, se bem que chocamos algumas vezes por ter-mos feitios parecidos, ou mesmo iguais. Ele, por seu lado, trata-me também como um membro da banda e não como filha e isso ajuda-me bastante a manter o profis-sionalismo. U – Sente mais responsabilidade por des-cender de uma família com nome, traba-lho e talento reconhecido além-mar na música? MB -Tento sempre dar o meu melhor quando subo ao palco. Umas vezes sinto-me satisfeita com o meu trabalho, outras não, como tudo na vida. Mas não sinto muito essa responsabilidade, porque in-dependentemente da minha descendên-

cia, tentarei fazer o melhor que sei.U – No seu percurso, quase a somar uma década, e partilhando sempre o palco com o seu pai, em diferentes ilhas dos Açores e vários pontos do continente, quais foram as mudanças mais significativas a nível de interpretação, estilo, referências e de visão da área musical nos Açores e no mundo?

MB – O cenário musical tem crescido imenso nos Açores. Cada vez existem mais bandas e mais gente interessada em trabalhar na música, e com qualidade. Muitas delas estão ligadas ao Rock, o que é óptimo!A nível mundial, a coisa está mais com-plicada. Qualquer pessoa faz mú-sica devido à facilidade das novas tecnologias. Muitas vezes a quanti-dade interessa mais que a qualidade. U – Neste sentido, actualmente, o núme-ro de jovens interessados em cantar ou tocar parece mais elevado do que nunca. Podemos por um lado referir fenómenos como Justin Bieber e Hannah Montana e, por outro lado, a promoção de progra-mas televisivos como Ídolos ou Operação Triunfo. Estamos a falar de talentos mu-sicais realmente ou de oportunidades de fama e dinheiro?MB – Embora não oiça Justin Bieber e Hannah Montana/Miley Cyrus, considero ambos possuidores de grandes vozes. São alvos de muito ódio por parte dos Média e até do público, mas por alguma razão al-cançaram o topo. De resto, admito que não sou grande fã de programas de televisão do género.

DESTAQUE

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DESTAQUE

seIs tAtuAgens. nAdA compARAdo com As que AIndA pRetendo fAZeR

sInto que tenho muIto pARA ApRendeR

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São mais uma máquina de fazer dinheiro. Valorizam a aparência face à voz. Não ti-rando o valor de todos que por lá passam, é claro. U – Qual é o seu género musical preferido e quais são os ‘covers’ que ocupam o top 5 da sua tabela? MB – O Rock, sem dúvida alguma. Mas interesso-me muito também por Pop e R&b. Em relação aos covers, a pergunta já é mais difícil. Talvez Gravity, do meu tio; Rock & Roll, de Led Zeppelin; Domino da Jessie J; Lucy in the Sky With Diamonds, dos Bea-tles e Jar of Hearts, da Christina Perri. Se bem que este meu top é relativo porque estou sempre a mudar de opinião em rela-ção às músicas que mais gosto de cantar. Tudo depende da minha disposição. U – Para quando a apresentação de temas originais? Há perspectivas?MB – Por enquanto não há nada prepara-do. Sinto que tenho muito para aprender com o meu pai e com os músicos com quem tenho o prazer de partilhar o palco, como o Michael, o Raul Cardoso, o Ricardo Silva e o Paulo Fonseca, entre muitos ou-tros. Mas é algo que quero fazer. Tudo a seu tempo. U – Vai a caminho dos 19 anos de idade. A ideia é prosseguir os estudos académicos nos Açores ou fora da região?MB – A ideia, por enquanto, é continuar nos Açores e subir palcos ao lado do meu pai e um dia mais tarde ir viver para Lon-dres, ou Boston e tentar a minha sorte na música. Não pretendo prosseguir os estu-dos. A minha área é mesmo o palco. U - É relevante para si a presença cons-tante do mar e da bruma?MB – Sempre tive o mar e a bruma perto de mim. É a tal magia dos Açores... E não os troco por nada.Ser ilhéu não se explica, sente-se. Não po-demos fugir disso.U – A Maria possui um estilo e uma ima-gem muito próprias que evidenciam a sua ligação à música sobretudo ao rock. Tra-ta-se de uma afirmação natural enquanto jovem ou um complemento artístico inse-parável do meio musical?MB -É uma afirmação natural. Quando comecei a ter este estilo mais ‘rock’, muita gente dizia que era uma “fase”, “a fase do preto”, mas a verdade é que essa “fase” já dura há mais de cinco anos, quase seis. Não me esforço para parecer assim. É desta maneira que me sinto confortável sendo claro que o Rock influencia muito isso, mas é uma coisa natural e não um complemento artístico.U - Ao todo são quantas as suas tatua-gens? E o que a motiva a fazer esta forma de arte no corpo? MB – Vou em seis. Nada comparado com as que ainda pretendo fazer. Nem sei bem porque comecei com isto. Aos 14 anos pedi aos meus pais para fazer uma pequena ta-tuagem no pulso relacionada com música. Assim aconteceu e, a partir dali, nunca mais parei. É realmente um vício, mas o mais importante é ser uma forma de ex-pressão e de arte. É algo de que aprecio.

seR ILhéu não se expLIcA,

sente-se

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EditorJoão Rocha

RedacçãoSónia Bettencourt, Humberta

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Colaboradores:ACRA - Angra, Adriana Ávila, Adriano Batista,António Lima, Carlos Elavai, Carmo Rodeia,Duarte Nuno Chaves, Filipe Leite, Francisco Nogueira, Frederica Lourenço, Gianfranco Ravasi,Joaquim Neves, José Couto, José Júlio Rocha,Juliana Couto, Leocádia Regalo,Miguel de Sousa Azevedo, Paulo Brasil Pereira,Ricardo Cordeiro, Rildo Calado, Sónia Narciso,Teodoro Medeiros, Tomaz Dentinho e Valéria Rocha

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DEUS É FEIOOU ÉBELo?

A arte é, se quisermos, a narração visual da experiência de encontro com um rosto, uma palavra, uma imagem verdadeiramente visível porque incarnada. São Paulo irá mais longe, completando cristoló-gica e cristãmente a doutrina da “imagem-ícone” de Deus desen-volvida em Génesis 1,27 («Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher»). De facto, ele afirma que os cristãos, como filhos adoptivos de Deus, são predestinados a serem “uma imagem (eikôn) idêntica à do seu Filho, de tal modo que Ele é o primogénito de muitos irmãos” (Romanos 8, 29). O cristão é, por isso, imagem da imagem de Deus e a arte é o ícone da imagem da imagem, pois através dos vários rostos humanos ela recompõe o rosto de Cristo que é revelação do rosto divino. Como afirmava Ma-cário, o Grande, na sua Iª Homilia, «A alma que foi plenamente ilumi-nada pela beleza inexprimível da luminosa glória do rosto de Cristo, fica cheia do Espírito Santo (...) e torna-se toda ela olhos, toda luz, toda rosto» (Patrologia Graeca XXXIV, 451).Façamos aceno a uma pergunta talvez ingénua mas, sem dúvida, fascinante: é possível dizer algo mais sobre o rosto de Deus, atra-vés da Incarnação [de Jesus], para que a arte adquira uma espécie de cânone figurativo? Há um silêncio nos Evangelhos que não dedica-ram nem uma linha ao perfil físico de Jesus de Nazaré, nem sequer o Evangelho de Lucas, dito o “pin-tor” (de acordo com a tradição). Ora, a cultura cristã enveredou não por uma, mas por duas vias e antitéticas. Ambas têm, todavia, uma sua verdade. Primeiramente, a partir do sécu-lo III, os Padres da Igreja quebra-ram o silêncio visual e imaginaram o rosto de Cristo moldado pelo

seu sofrimento redentor, o rosto da paixão e morte que o célebre passo de Isaías, do canto quar-to do Servo Sofredor, ilumina: “Sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente ... diante do qual se tapa o rosto” (53,2-3). Orígenes resumiu isso de forma lapidar: Jesus era pequeno, feio-te, semelhante a um zé-ninguém. Pode ser surpreendente, mas aqui chegados, devemos dizer que até a fealdade pode salvar o mundo, invertendo assim a célebre e cita-díssima afirmação de Dostoievski. A lógica da Incarnação compreen-de também o sofrimento de Deus, o corpo martirizado, a posteriora Dei, como Lutero ousava definir

TEXTO / Gianfranco Ravasi / Presidente do

Conselho Pontifício da Cultura

TRaduçãO / SNPC

ENSAIO

ÁBsIde com pAntocRAtoR

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30 abril 2012 / 22

o perfil de Cristo crucificado. O seu rosto reflecte a face banha-da de lágrimas dos irmãos e irmãs do “primogénito entre muitos ir-mãos”. Neste sentido, é uma “fe-aldade” nobre que fala de Deus e que impede todo o kitsch devo-cional, todo a esteticismo triunfa-lista, todo o maneirismo. Contudo, é preciso reconhecer que o ponto de chegada da vida de Cristo não é a Sexta-feira San-ta, mas “o Domingo da vida”, para usar livremente uma locução he-geliana, ou seja, o alvor da Páscoa que é por excelência o definitivo “dia do Senhor” (Apocalipse 1,10). Não é por acaso que a Primeira Carta de João define Deus como Luz (1,5). A partir daqui inaugurou-se uma outra estrada figurativa que os Padres da Igreja exaltaram a partir do século IV, e fizeram prevalecer na tradição artística posterior. Usando os modelos da estética clássica greco-romana, absorvendo até frequentemente a tipologia figurativa das divindades pagãs ou dos filósofos da antigui-dade, propôs-se um Deus belo e radioso, um Cristo apolíneo, irra-diando luz como o sol, segundo o passo do Salmo 45,3, submetido a uma releitura alegórico-messiâni-ca: “Tu és o mais belo dos filhos dos homens”. Apesar de Santo Agostinho repetir que “ignoramos totalmente qual seja o rosto” real de Cristo, foi esta a imagem divina que se impôs, reforçada em milha-res de representações admiráveis em séculos da melhor arte cristã, mas também na superabundância monótona e repetitiva dos copis-tas.Na verdade, os dois itinerários ico-nográficos oferecem um contribu-to para representar o Deus bíblico que é, sim, transcendência e luz, mas também é Emanuel, pronto a caminhar pelos percursos da his-tória e a tocar os corações com o

seu Filho feito homem. À luz desta perspectiva torna-se emblemáti-ca a síntese operada pelos vários Pantokrator colocados nas absi-des das grandes basílicas anti-gas: o Cristo triunfante e glorioso aparece em todo o esplendor da sua beleza, mas traz bem visíveis os estigmas ensanguentados da sua paixão. Deus invisível e visível, transcendente e próximo, glorio-so e sofredor. Eis a arte, a quem cumpre não só apresentar o fe-nomenológico, mas o mistério su-bentendido (o Inconnu, como dizia o poeta francês Laforgue). Quan-do a arte se faz religiosa, deve procurar sempre unir de maneira harmoniosa o Infinito e a carne, o Eterno e a história, o Filho de Deus que é Jesus de Nazaré.

ENSAIO

sALvAdoR dALI

cRIsto InveRtIdo de

Rem – LosIng my ReLIgIon, dIRectoR - tARson sIngh, 1991

Page 23: revista U 7

30 abril 2012 / 23

“UMA NOITEEM TI”

E pareceu-me cheirar jasmins e ouvir pássa-ros nas escadas das tuas coxas redondas.As palavras dormiam inclinadas so-bre os sonhos,

como serpentes que se dobravam no teu cabelo.

Beijei-te a boca em soluços e em es-pasmos dormi contigo.

Os teus lábios de vinho eram ventre de fogo.

Em cada pedaço de ti havia uma noi-te sacrificada,

um pavor à alegria, uma solidão, um tudo feito de nada.

Descobri-me na assimetria desta tua existência.

Sufocaste-me no tempo que existe atrasado em ti.

No latejar das veias deixei-me esvair em convulsões de prazer.E cansado deixei-me morrer dentro de ti.

E pareceu-me cheirar jasmins e ouvir pássaros nas escadas das tuas coxas redon-das.

Mas afinal eram glicínias nos teus olhos

e uma fogueira do santo ofício que me ardia em culpapor não te ter resgatado do sono.E ali fiquei… à espera que o tempo passasse

a deixar espalhar a noite nos meus próprios dias

TEXTO / José Couto

FOTO / Jorge Medeiros

FOTÓGRAFO

Page 24: revista U 7

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Page 25: revista U 7

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A DISTÂNCIA É JÁ ALI

Os Açores não têm montanhas. Têm picos, cabeços, montes, serras. Ninguém chama montanha à Serra do Cume ou à de Santa Bárbara, ao Monte Brasil ou ao Pico da Bagacina. Etc. Porquê? Acho que porque os Açores não têm montanhas. Têm uma só Montanha. E todos sabemos qual é. Estive alguns dias na ilha do Pico e, como em todas as vezes que lá estive, fiquei preso a um respeito, algo primitivo, por aquela presença contínua, silenciosa de majestade.E depois há aquelas pedras negras, contorcidas à volta de si mesmas como mas-sa de pão, a desafiar o mar todos os dias, naqueles movimentos estáticos. Numa fotografia, podemos ficar com a impressão de que o mar está parado e é a pedra que rebenta contra o oceano. É ali que nascem as vinhas, plantadas na pedra, mergulhadas nas fendas, pedra e mais pedra sobre pedra, um moinho flamengo a arrebitar, e, de vez em quando, casas de pedra.Há por ali um porto, num lugar chamado Calhau, todo ele em pedra negra re-bordada a cal, como muitas vezes se vê nas casas de lá. É uma majestade sólida, escura, imponente sobre o mar. Faz lembrar, para quem viu, aquele porto do filme «A Amante do Tenente Francês», onde Meryl Streep se punha, mesmo na ponta do cais escuro, a olhar o negrume do mar bravio e o cinzento do horizonte, à espera que alguém volte ou, simplesmente, à espera de partir, coisas que nun-ca acontecem em certos filmes e, sobretudo, em certos portos escuros. Naquele porto, o Faial estende-se, não muito longe, suave, com a Horta aos pés, a trancar o horizonte. Uma grua escura envelhece sozinha. Não há um barco, um sequer para dinamizar a utilidade daquelas pedras ordenadas. Acho que assim é mais belo. Há uma solidão intrínseca à negrura daquelas pedras, um diálogo entre mar e pedra, sem terra nem outros intérpretes, para ali a medir a eternidade.Em São Mateus, a montanha aproxima-se demasiado. É quase insuportável. A ilha é grande, com pouca gente, e tem, ainda por cima, aquele colosso. Tudo é distante e parece que, mesmo quando segredamos, a montanha faz ecoar o som dos nossos sussurros. E persegue-nos, silenciosa e distante, como perse-guiu Raul Brandão há quase noventa anos, para quem o Pico era «... a mais bela, a mais extraordinária ilha dos Açores, de uma beleza que só a ela lhe pertence», uma espécie de outro Adamastor que, no entanto, no seu silêncio, o estonteava: «Esmaga-me esta negra solidão. (...) É um sítio para estar calado...». Proximidade e distância, mar e terra em concubinato, imensidade desmesurada e eu ali, a ver o Pico tapar uma parte do céu, a sensação que, se gritasse, a montanha me de-volveria o grito três vezes mais forte, três vezes mais lento, três vezes repetido.E depois há o mar que os homens do pico conhecem ao palmo, a rota das ba-leias que, em silêncio, dão ainda mais grandeza àquela ilha que parece sempre distante, mesmo quando se está lá. Há as ilhas em frente, que fazem o mar mais pequenino do que é quando, por exemplo, estamos aqui, na Terceira. Mesmo ao levantar vôo, acompamnha-nos aquela imensa massa de pedra que persegue o avião num silêncio.Há uns meses, se se lembram, o céu estava tão límpido e seco que se via São Miguel da Terceira. Nesse dia, de Angra para São Mateus da Calheta, parei para ver uma paisagem. Tratava-se do Sol que, em pleno inverno, se escondera por detrás da montanha do Pico. O contraste recortava a montanha de um negro absoluto. À volta, o céu estava de um vermelho que amarelava até ao azul e à escuridão mais acima. O mar tinha uma tonalidade azul turquesa, quase intenso, quase verde.Se calhar até há algum ou alguns lugares mais belos que os Açores. É possível. Arrisco até que seja provável. Há quem diga que certamente existem lugares mais belos que os Açores. Há também quem diga que não.

OPINIÃO

TEXTO / Pe. José Júlio Rocha

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VOANDO SOBRE O BER-ÇO DO CRISTIA-NISMOTEXTO E FOTO / Leocádia

Regalo

Cinco horas. A noite na Capadócia está sere-níssima. Um luar difuso ilumina o céu ainda es-trelado. Abro a janela do quarto de hotel e respi-ro o silêncio espantoso da paisagem, esculpida pelo vento e pela água em formações geológi-cas únicas, que se esten-dem por vales e desfila-deiros com formato de cones. São as chamadas “chaminés de fadas” a sobressair num mar de rocha, fantasmagórico, envolvidas em sombra, no recorte pronunciado dum horizonte de vérti-ces.Curiosa, aventuro-me numa partida duplamen-te excitante. Como será voar uma hora de balão, em pleno ar, quando nasce o sol? Como será sobrevoar uma região surpreendentemente

fascinante, que constitui um peculiar museu ao ar livre, no coração da Ana-tólia?Chegados ao local da largada de balões, depa-ramos com um número elevadíssimo de turistas. Somos recebidos com café bem quente e sa-borosos bolos secos, en-quanto os balões, esten-didos sobre várias pistas, vão sendo insuflados e se preparam para des-colar, à força de gás que incendeia em clarões a madrugada. Enormes, multicolores, exibindo a bandeira turca, com cestas para 24 pessoas, são dirigidos por pilotos competentíssimos, que os fazem subir, planar, descer, com uma perícia notável.Sinto uma emoção inex-plicável – estamos a voar sobre o berço do Cristianismo. As igrejas rupestres, escavadas nas rochas, foram gru-tas de oração dos cris-tãos perseguidos, utili-zadas como lugares de culto clandestino. E têm nomes significativos: a igreja escura, a igreja em caracol, a igreja es-condida, a igreja do mau olhado, a igreja da maçã, a igreja da serpente... Salvaram-se da era ico-noclasta e preservam intactos frescos primor-diais, representando Je-sus e os apóstolos, san-tos, cenas do Evangelho. Refugiados num vale ex-tensíssimo, a que deram o nome de Göreme (que significa “tu não podes ver”), os primeiros cris-tãos construíram aldeias

PARTIDAS

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subterrâneas e cerca de 400 templos, mosteiros e capelas, escondidos nas rochas vulcânicas, criando um dos maiores centros da Cristandade. É uma paisagem molda-da pela erosão e pelos caprichos da natureza, única no mundo.Sorvo cada minuto de felicidade, deslumbrada com a surpresa do voo, ouvindo o silêncio das alturas, enchendo os olhos com a dança dos balões que se deslocam sem qualquer solavanco, numa magia de cores a enfeitar o espaço, num cenário etéreo, coroado com o nascer do sol.

REFUGIA-DOS NUM VALE ExTEN-SÍSSIMO, A QUE DERAM O NOME DE GöREME (QUE SIG-NIFICA “TU NÃO PODES VER”), OS PRIMEIROS CRISTÃOS CONSTRUÍ-RAM ALDEIAS SUBTERRÂNE-AS E CERCA DE 400 TEM-PLOS

PARTIDAS

enoRmes, muLtIcoLoRes, exIBIndo A

BAndeIRA tuRcA, com cestAs pARA 24 pessoAs.

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OPIN-IONARTICLE HEAD-LINEcoVeR-AgeTEXTO / Frederica Lourenço

Corat res et pore, siminis et debitas imporrundis dolorem denihil iundis vid explacias am, seque dolupta tem-qui quaspellandi debis a non eatur, im lam reped ut aliquo omnit aut quae-cea voles aut occus ut quatem diation poratem excearumquid que sequaere nonseque niet explitio blabo. Bo. Nam, te sant exerit remodit volore nimod magnatat anit adi quo commolectur aut ium non pedignam invelenim vo-luptat. Hillabor alibea con repremquid endes sande dunt eaturibusdam aut rest rernam quid eatem sunditasped que mi, odion por arciae maio. Itati-bus, si odit ist, quae ditatem nos nes dignatur, quaepro dustibus eatem quis auta aliatiatum net volorerum, consed que rere occuptature exper-

ci piscit verro quibus repre magnat magnam sunt dis nam quo dolorum quature scitium quatesto mos alicti rendiae similibere, cus, simusant, sae cum as sam ipiende rfernam se pro eicatibea quosa nonsed evendamet maximpo reicabo ritibusci sequostia nobitae ctoribu sciaeca boratquatem arum re repudit voluptate sus quiasi apereri onsent aliquatem illiquis est, sam qui demporporpor as dolectis aut quisque molupti assincti sit, ut labo. Bis derchil ilitam sit ped mi, offi-cab ipsant est veleseq uodiamus es ilibus, ommoluptatur aci andam et alit aut volorep ellendaero dolore mod et ulparum incias molorro to blaboria simoluptate nostion sectene vent undam ium qui quide consed quis-sequatus magnien imint, que re quo moditate volore laut asitatus, quia-temos que venet restia quia corunt. Ciendio con rehenis ipsunt ullupta si net dolore nos assitatqui rerrovi di-cidunt, quatur rectiumque rem que netur? Acerum eicae voluptiore mi-nihillabo. Vitatus, omnihicitate nihilit qui ut et volor audae quam essunti ossum, omnim hic totat. Uga. Itatem alibus dolo tem. Lesciam evelectur sanihiciae pos porum, si temporr ovi-dunt iatqui utenis nis et volupiene vo-lupta denduci llaces sinum, occus aut volendi blaborem fugiaecupici

“O trabalho não pode ser uma lei sem que seja um direito.”

Victor Hugo

CONCOR-DA COM O CONGELA-MENTO DO SUBSÍDIO DE NATAL E DE FÉRIAS?

questIonÁRIo

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CARTooN

ÓCIOS / OPINIÃO

AS MAIS VISTASONLINE

A 24 de Abril SANDRO PAIM E PEDRO FON-SECA DISPUTAM CÂMARA DO COMÉRCIO

Cartaz musical SHAGGY, PUDDLE OF MUDD E SANTOS&PECADORES NA PRAIA

F. S.

ENTRETENIMENTO / OPINIÃO

16 abril 2012 / 28

“Citação e/ou frase aqui.”

AS MAIS VISTASONLINE

A MA-ÇONARIA INFLU-ENCIA A POLÍTICA PORTU-GUESA?

QUESTIONÁRIO

SIM

NÃO

CARTOON

Título Aqui

Título Aqui

PORTOTEXTO / Frederica Lourenço

I am a fan of

Crise à parte, 2012 é o ano da cidade do Porto, aquele em que finalmente começam a valorizar o que de bom se faz por cá, mesmo que o reconheci-mento tenha vindo de fora. Se para os Maias 2012 é o ano do fim do mun-do, para o Porto é - sem dúvida - um

ano vintage.A Wallpaper colocou a cidade no top 5 dos melhores destinos do mundo, e a Associação de consumidores euro-peus considerou-a o melhor destino da europa. Muito para além dos faná-ticos do futebol e do português com pronúncia, esta é uma cidade patri-mónio mundial onde criatividade e liberdade são palavras de ordem. Talvez seja do microclima, mas a ver-dade é que lá tudo é possível, lá as coisas acontecem, lá os melhores são melhores que os outros, lá fazem-se trabalhos que dão prémios e criam--se negócios originais em tempos de crise.Sou do Porto, nasci no Porto e or-gulho-me muitíssimo daquilo que o Porto é. A cidade foi tomada por um optimismo contagiante, e quando achamos que não é possível trazer a público ideias mais criativas que as anteriores, lá nos explicam que não, que isso é impossível.Este é o ano de férias cá dentro, de se instalarem numa das unidades ho-teleiras giríssimas que o Porto tem para oferecer, e galgar a cidade das Antas até à Foz. Ir a Serralves, às Ga-lerias de Paris, jantar à Casa da Músi-ca, entreterem-se nas esplanadas da Avenida da Liberdade, rumarem até às ruas da Ribeira... e biba o Porto!

“Best European Destination 2012”

Page 29: revista U 7

30 abril 2012 / 29

BoNECoS DE MAIOSurgem, quase misteriosamente, com o amanhe-cer do dia 1 de Maio de todos os anos, às portas, janelas, balcões ou outros lugares nos arredores

eLes Vão

ApAReceR

das casas, mantendo-se impávidas e serenas, ao longo de um dia, à curiosidade dos olhares de quem passa.A tradição dos Maios continua forte na ilha Terceira.

POR AÍ

Os bonecos, representando as mais diversas situ-ações do quotidiano laboral, social, cultural, políti-co e desportivo, apareceram um pouco por toda a ilha, captando a atenção dos transeuntes e subli-nhando a perícia de mãos onde se misturam labor e arte.

GOUVEIA no MAh

A Sala do Capítulo do Museu de Angra do Heroísmo (MAH) tem patente ao público até 3 de Junho a expo-sição “Paulo Gouveia: A reinvenção do vernáculo”.Mostra de sete obras arquitectónicas escolhidas pelo seu significado no conjunto da produção de Paulo Gouveia e pela fiabilidade da documentação a elas respeitante existente no espólio deste arqui-tecto angrense, considerado o expoente máximo da arquitectura pós-modernista nos Açores. As obras apresentadas, que se integram tanto na esfera dos equipamentos públicos como no domínio da mora-dia privada, e se encontram edificadas tanto no es-paço das ilhas como no do continente, constituem, de acordo com os comissários da exposição, arqui-tectos João Vieira Caldas e Sérgio Fazenda Rodri-gues, exemplos maiores de “uma obra que reinventa a arquitectura vernácula da Região, estabelecendo um método de projectar que utiliza em todas as ge-ografias”.

A festA do LI-vRose estiver pela capital não dei-xe de passar pelo parque eduardo vII onde até 13 de maio decorre a 82.ª edição da feira do Livro.disponibilizando ao público leitor mais de 300 tí-tulos, o pavilhão dos Açores reu-nirá edições da responsabilidade de diversas enti-dades e institui-ções. é o caso da Associação Ami-gos dos Açores, da Associação os montanheiros, da câmara municipal de santa cruz da graciosa, do Insti-tutos Açoriano de cultura, cultural de ponta delga-da e histórico da terceira, do nú-cleo cultural da horta, do obser-vatório do mar e da universidade dos Açores, A hora h volta a acontecer de se-gunda a quinta-feira, na última hora da feira, quando os visitan-tes têm uma hora de promoções e descontos espe-ciais. A 2 de maio ocor-re o lançamento mundial do novo romance de mia couto, “As con-fissões da Leoa”, com apresentação de José eduardo Agualusa.

CULTURA

Page 30: revista U 7

PU

BLIC

IDA

DE

BoNoBoTEXTO / Adriana Ávila

Não se trata de um chimpanzé, mas sim do pseudónimo do músico britânico Simon Green. Concretizou o seu álbum de lançamento há doze anos «Animal Magic» pela editora igualmente britânica «Tru Thoughts», onde conheceu um dos fundadores Robert Luis outro-ra seu colega de DJ set, formando a dupla Nairobi and Barakas. Aos 36 anos, Green manifesta um percurso musical muito vincado, com quatro álbuns de originais e inúmeros singles/ EPs. Nos últimos anos, a assinatu-ra de Bonobo está inevitavelmente associada à “Ninja Tune”. Realce para o seu mais recente trabalho original «Black Sands (2010)»,o núcleo do albúm continua a ser música

BLACK SANDS REMIXED

eletrónica mas com uma pitada de soul e jazz, contan-do com a participação da cantora Andreya Treyana em três músicas. Já em 2012, foi apresentado o disco de re-misturas do anterior ,«Black Sands Remixed», grande percentagem das músicas são remisturadas por outros artistas convidados.

coRVo encAntADepois de uma menção especial no Festival de Lo-carno e da consagração nacional no DocLisboa, em Outubro, “É na Terra Não é na Lua, o documentário sobre o Corvo de Gonçalo Tocha venceu a categoria de Cinema do Futurono Buenos Aires – Festival In-ternacional de Cinema Independente (BAFICI).

MoMENToS KODAKTem saudades daqueles momentos Kodak – paz à sua alma – com cores saturadas e molduras simila-res às de uma Polaroid, com efeitos, filtros e luzes estouradas, a lembrar os anos 70? A tendência começou há alguns anos com o Hipsta-matic, um aplicativo que confere às imagens o visual de câmaras de brinquedo de baixa definição. Agora, o Instagram permite que uma foto seja feita com seu smartphone, que um “filtro” digital seja aplica-do e que a imagem resultante desse processo possa ser vista por uma comunidade cada vez maior.

RuA com os artistasPorque não duvidamos da necessidade do nosso tra-balho. Porque sabemos que a arte faz bem à saúde. Para uma sociedade + Justa + Solidária + Cooperativa + Igualitária. DIA 1 DE MAIO, ÀS 15H, SAÍMOS À RUA EM TODAS AS ILHAS! Junta-te a este movimento re-gional e sai para a rua a mostrar a tua arte! MÚSICA. TEATRO. DANÇA. PINTURA.ESCULTURA.PERFOR-MANCE. VÍDEO. ARTES DE CIRCO. CINEMA…A iniciativa é promovida pela Descalças cooperativa cultural.

CULTURA

Page 31: revista U 7

30 abril 2012 / 31

OPINIONARtIcLe HEadLi-

NETEXTO / nome jornalista

To etur modioruptas dolorem abo-rehe niatin eum et esti bla qui cuscim lisi dolupta ectur? Am, vide estrupt atureped mos sus que voluptas dolor mi, omnihici consecum dolorectium ipsaper chitatet ommolup tiberci psumque doloreptas imusam facese-que volorru ptiant demquat ibernat. Fugitaquis dolorep udigend ucius. In-tio omnis a volentur alitiorum escipsa ecuptatus iunt volupisqui beatem-porrum et ut destibus alis sequibus destiis eost, saest ut que nonsequi nes rem vollacc atecae rem solliatius sunto et ium ad qui debit, veniasp isquament, que sequi alitius restiae volupta ecepudis milicip sandus et facid mo tem volluptis dolentures evelluptatur res sequi occum rem-ped quat in parci re labo. Ro intem-po rporem volorum videsto tet utem ium dolorro ium rerum eium ipit, que sum a dolupic tem quodit et alitat imoloru ptatqua eritinv endunt quia

doloreium est, offictur, eosantumene saerum, es maios voleceperum faci nectatur repedig enditibus modi cor sitatur, cum hil ipsae quias sapissunt. Obitatur recabor am harum fuga. Otatemque incil intur aspe verovitam iur moluptatur, con pelest maximil lo-rest, omnis re voloribea derum sinciis dis prem. Nam doloristrum aut harum dolorror si odis dit minum eumquia debis maximolores nonsed et qui blab imos aut omnisquam sectia pe Ugia doluptur sum sequia aut et re, quaersperum nia dolo occum

ToURADAS DE REGRESSO

A data há muito que está assinalada no calendário

de muitos terceirenses. O primeiro de Maio marca o

1 de MAIo

regresso das touradas

à corda, fenómeno de

popularidade impar na

ilha que se prolonga

até meados de Outu-

bro.

Este ano os toiros, não

esquecendo o impres-

cindível quinto, fazem as suas primeiras aparições

na Fonte, freguesia da Ribeirinha, no Largo da Fon-

te, em São Sebastião e na Estrada Regional das Fon-

tinhas, todas com início marcado para as 18h30.

No dia 5 de Maio é a vez do Terreiro em São Ma-

teus.

A III temporada de

teatro de Angra do

heroísmo continua

no dia 5 de maio,

pelas 21h30, com

a peça “As me-

mórias da nossa

gente” do grupo

de teatro do porto

Judeu, um espec-

táculo que com-

bina diversos nú-

meros musicais e

rábulas, num total

de 28 elementos,

acompanhados de

orquestra.

o espectáculo terá

lugar no teatro

Angrense e os bi-

lhetes podem ser

adquiridos online

no site da cultu-

ragnra, até 24 ho-

ras antes do seu

início.

A FESTA NA RUA

OPINIÃO / AGENDAOPINIÃO / AGENDA

21 janeiro 2012 / 31

DIREC-

TÓRIO

ARQUI-

TECTOS

2011TEXTO / Rildo Calado

A revista Wallpa-per, para a edi-ção do Directório de Arquitectura de 2011, juntou 20 dos jovens arquitectos mais promissores do mundo, dando a cada um deles um briefieng para que criassem o derradeiro retiro

HEADLINE HERELores aut quidebis dis nitatem et que pel ime nosse-quam, officae cesecto etum rae quibus acesto quaspiet faccum iligenimi, sam et, quidebitis antia

TITLE HERE

dolorestibus conse-quate int entus quo doluptiatus dolo earum rem arum volora vita arum reictissi utatae. Et aborero cone etur, cuptatem que com-moluptas quiae et, ve-liqui accusam facculp

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ariorum vel il es volor simus, core quistib eribus voluptis earum vendae cum exerum arum quiant. Ehendit, sinto verovitio. Ut est, ut incid quas inullor estiusa picaboremque nonsed quibearum que est, quiasped eos auditem poreptas doloriti omnimpo-riate invellaut expediciis quias mos sam alite quid quas ella Lit et qui debis magnates dolupta erfe

Xeratem quost autemos dipsam ut imagnam, offic totatur? Quiditam alia iducidentia si-tias millupis et om-nim ex enis as eost eosaper ibeaquo ma del ipis dolor ad eument, con cor-ectatiam dolorese pratiant quam que volo molorro ex et vit qui ditessun-di unte ella nate nobitatem quis quossimodia quis delisci psapedi beritem ilit quis in-venis consequ un-dignam aut most, cum fugition eium eratur res ipsamus eatum etur sapitat iaecaep udaera-tiatur aditatis no-bitib usante qui as rersperae latis ex exerae. Ipicipitium que et, quatur res

rural. As 20 casas foram desenhadas de forma a serem flexíveis e funcionais, mas também tecnologicamente inovadoras e eficazes, permitindo a sua construção em ambientes rurais isolados. A única condição à criativida-de foi de que as casas teriam de tocar ligeiramente no chão, de forma a criar o menor impacto possível com a paisagem. Os arquitectos condensaram as suas ideias numa série de modelos com visões muito interessantes sobre o mesmo conceito de partida , modelos estes que estão em exposição na Fundação da Arquitectura de Londres até ao próximo dia 14 de Julho.A representar Portugal estava o atelier Sami Arquitec-tos, de Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira sami-arqui-

tectos.com.

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