revista latitude - 8

115
ano 4 // número 8 // março de 2010

Upload: hangar-centro-de-convencoes-e-feiras-da-amazonia

Post on 29-Mar-2016

247 views

Category:

Documents


10 download

DESCRIPTION

Revista Latitude - ano 4 - número 8 - março de 2010

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Latitude - 8

3 LATITUDE 8

ano 4 // número 8 // março de 2010

Page 2: Revista Latitude - 8

4LATITUDE 8

HOTÉIS EXPRESSO XXI DE BELÉM DO PARÁ

Para conciliar trabalho e lazer nas melhores

localizações da cidade.

expressoxxiBel-anuncio-pagdupla.indd 1 3/15/10 12:17:57 PM

Page 3: Revista Latitude - 8

5 LATITUDE 8

HOTÉIS EXPRESSO XXI DE BELÉM DO PARÁ

Para conciliar trabalho e lazer nas melhores

localizações da cidade.

expressoxxiBel-anuncio-pagdupla.indd 1 3/15/10 12:17:57 PM

Page 4: Revista Latitude - 8

6LATITUDE 8

Foto: Elcimar Neves/Agência Pará Foto: Eunice Pinto/Agência Pará

Foto: Eliseu Dias/Agência Pará

van

gu

ard

a

Foto: David Alves/Agência Pará Foto: Tamara Saré /Agência Pará

R$ 900 milhões investidos na cons-trução das Eclu-sas de Tucuruí.

Recuperação dosDIs de Icoaraci eAnanindeua.

Apenas no sul e sudeste do Pará serão mais de US$ 5 bilhões em investimentos, sendo a instalação da Aços Laminados do Pará, em Marabá, o maior: US$ 3,7 bilhões.

A construção das Eclusas de Tucuruí representa sozinha um investimento aproximado de R$ 900 milhões na economia paraense e outros R$ 340 milhões em recursos serão destinados para dar operacionalidade à hidrovia Tocantins-Araguaia.

No oeste do Pará, a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, já é o maior empreendimento energético do PAC. Com custo estimado em R$ 16 bilhões, a usina será a segunda maior do Brasil com potência instalada de 11 mil megawatts. No nordeste do estado, o investimento total é de US$ 180 milhões com a transferência da siderúrgica Copala para o município de Moju.

Desenvolvimento também na região metropolitana de Belém, com a recuperação dos Distritos Industriais de Ananin-deua e Icoaraci. Juntos, os DIs de Ananindeua e Icoaraci geram mais de 30 mil empregos e possuem faturamento anual superior a R$ 900 milhões.

E isso não é tudo, estão previstos investimentos de R$ 261,9 milhões no PAC Estadual, em urbanização para Belém, Ananindeua e Castanhal e outros R$ 473 milhões para viabilizar o Linhão do Marajó, que levará energia elétrica de Tucuruí a 15 municípios.

O governo do Pará está transformando as riquezas do estado em emprego, renda e desenvolvimento em todas as regiões.

R$ 261, 9 milhõesem urbanizaçãopara Belém, Ananin-deua e Castanhal.

R$ 473 milhõespara viabilizar oLinhão do Marajó. Governo Popular é mudança.

A prioridade são as pessoas.

O Pará transformadoem um canteiro de obras.Um grande salto para o futuroe um novo capítulo para odesenvolvimento do estado.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

ANUN_GOV_LATITU copy.pdf 1 19/03/10 17:37

Page 5: Revista Latitude - 8

7 LATITUDE 8

Foto: Elcimar Neves/Agência Pará Foto: Eunice Pinto/Agência Pará

Foto: Eliseu Dias/Agência Pará

van

gu

ard

a

Foto: David Alves/Agência Pará Foto: Tamara Saré /Agência Pará

R$ 900 milhões investidos na cons-trução das Eclu-sas de Tucuruí.

Recuperação dosDIs de Icoaraci eAnanindeua.

Apenas no sul e sudeste do Pará serão mais de US$ 5 bilhões em investimentos, sendo a instalação da Aços Laminados do Pará, em Marabá, o maior: US$ 3,7 bilhões.

A construção das Eclusas de Tucuruí representa sozinha um investimento aproximado de R$ 900 milhões na economia paraense e outros R$ 340 milhões em recursos serão destinados para dar operacionalidade à hidrovia Tocantins-Araguaia.

No oeste do Pará, a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, já é o maior empreendimento energético do PAC. Com custo estimado em R$ 16 bilhões, a usina será a segunda maior do Brasil com potência instalada de 11 mil megawatts. No nordeste do estado, o investimento total é de US$ 180 milhões com a transferência da siderúrgica Copala para o município de Moju.

Desenvolvimento também na região metropolitana de Belém, com a recuperação dos Distritos Industriais de Ananin-deua e Icoaraci. Juntos, os DIs de Ananindeua e Icoaraci geram mais de 30 mil empregos e possuem faturamento anual superior a R$ 900 milhões.

E isso não é tudo, estão previstos investimentos de R$ 261,9 milhões no PAC Estadual, em urbanização para Belém, Ananindeua e Castanhal e outros R$ 473 milhões para viabilizar o Linhão do Marajó, que levará energia elétrica de Tucuruí a 15 municípios.

O governo do Pará está transformando as riquezas do estado em emprego, renda e desenvolvimento em todas as regiões.

R$ 261, 9 milhõesem urbanizaçãopara Belém, Ananin-deua e Castanhal.

R$ 473 milhõespara viabilizar oLinhão do Marajó. Governo Popular é mudança.

A prioridade são as pessoas.

O Pará transformadoem um canteiro de obras.Um grande salto para o futuroe um novo capítulo para odesenvolvimento do estado.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

ANUN_GOV_LATITU copy.pdf 1 19/03/10 17:37

Page 6: Revista Latitude - 8

8LATITUDE 8

Untitled-1 1 25/3/2010 11:25:49 Untitled-1 2 25/3/2010 11:25:50Untitled-1 1 25.03.10 16:30:15

Page 7: Revista Latitude - 8

9 LATITUDE 8

DELTA

Untitled-1 1 25/3/2010 11:25:49 Untitled-1 2 25/3/2010 11:25:50Untitled-1 1 25.03.10 16:30:15

Page 8: Revista Latitude - 8

10LATITUDE 8

LATITUDE #8

Foto de Capa / cover photo: Jaime Souzza

SUMÁRIO / summary

INTERVIEWEnvironment preserva-tion through water care, it according to Adal-berto Veríssimo, from Imazon.

ENTREVISTA A preservação do meio ambiente a partir do cuidado com a água, na opinião de Adalberto Veríssimo, do Imazon

LIFE & STYLEIn Belém, the only certainty is that rains ev-eryday – or rains all day –, and still surprises.

COTIDIANO Em Belém, é certo que todo dia chove - ou chove o dia todo -, mas ainda assim ela pega a todos de surpresa

ROUTEFrom the Mangal das Garças to the Casa das Onze Janelas, riverside fun creates a unique circuit around the Old City area.

ROTEIRO Do Mangal das Garças à Casa das Onze Janelas, diversão à beira do rio cria um circuito único no bairro da Cidade Velha

ESSAYThe mix of earth and water results in clay, which comes out of na-ture in canoes or on the back of men who supply brickyards.

ENSAIO A mistura de terra e água resulta no barro, que sai da natureza de canoa ou nas costas de homens que abastecem olarias

56 30 38 44

Page 9: Revista Latitude - 8

11 LATITUDE 8

Cenas / Scenes • 14Dicas de programações culturais e roteiros turísticos Tips for cultural programming and tourist itineraries

Zoom / Zoom • 66 | 88 | 94 | 106A cultura paraense revelada em imagens Paraense culture revealed in images

Opinião / Opinion • 36 | 64 | 112Zildinha Sequeira, Bob Menezes e Maurílio MonteiroInstitucional / Institucional • 113

Ecologia / Ecology • 26Dicas de como utilizar a água de forma viável e correta.Tips on how to use water in a viable and correct way

Meio Ambiente / Enviroment •108Estação de tratamento de água beneficia população paraense.Water Treatment Station assists people of Para

GALLERYInspiration and creativ-ity gives shape, concept and beauty to clay, it in the hands of plastic artists and artisans of Icoaraci.

GALERIA Inspiração e criatividade faz barro ganhar forma, conceito e beleza nas mãos de artistas plásticos e artesãos de Icoaraci

GASTRONOMY The wild flavour of the acai berry, to be served in a traditional way, with manioc flour, or in con-temporary recipes.

GASTRONOMIAO sabor selvagem do açaí para ser saboreado da forma tradicional com farinha ou em receitas contemporâneas

TOURISMThe beaches of sweet waters transformed the districts of Belem in a refuge, there’s no need to go any further.

TURISMO As praias de água doce fazem dos distritos de Belém um refúgio certo sem precisar ir longe para aproveitar

FASHIONMake an oblation and let be taken by the beauty of the Queen of the Waters, who inspired this fashion editorial

MODAFaça uma oferenda e se deixe encantar pelas belezas das Rainhas das Águas, que inspira o ensaio de moda

54 68 84 96

Page 10: Revista Latitude - 8

12LATITUDE 8

Editores Responsáveis / Responsable EditorsBob Menezes

Esperança Bessa

Conselho Editorial / Editorial BoardJoana Pessoa

Zildinha SequeiraBob Menezes

Maurílio Monteiro

Editora / EditorEsperança Bessa

Editor de fotografia / Photografic EditorBob Menezes

Coordenador de editoração / Editorial CoordinatorGil Yonezawa

Design Gráfico / Graphic DesignAnna Margarida Leal

Gil Yonezawa

Tratamento de imagem / Treatment of imageGil Yonezawa

Comercial / ComercialNilma Tavares

Produção / ProducerTainah Fagundes

Estagiários / InternsBruno Carachesti (foto e produção)

Filipe Lobo (designer e ilustração)Lorenna Montenegro (texto e produção)

Thiago Freitas (texto e produção)

Textos / TextAline MonteiroDébora McDowellEsperança BessaIsmael MachadoJosé Mattos NetoLeandro MoreiraWagner Dias Caldeira

Fotos / PhotosBob MenezesHely PamplonaGui SampaioJaime SouzzaKeilon FeioKelly PozzebonRenato ReisTarso Sarraf

Revisão / ProofreadingJosé Rangel (português)

Tradução / TraductionMilenna Pessoa (colaboração)

Tiragem / Reprint30.000 un.

Impressão / PrintingGráfica Delta

EXPEDIENTE / staff

Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia

Av. Dr. Freitas, S/NMarco • CEP: 66613-902

Belém • Pará • Brasil

ContatosContacts

+55 91 3344-0100 / 3344-0101 / [email protected]

www.hangarcentrodeconvencoes.com.br

Diretora-presidentePresident

Joana Pessoa

Conselho Administrativo do HangarManagement Board

Presidente escolhido pelos membros fundadores - Roberto Fer-reira; representantes do poder público - Cincinato Marques Júnior (Secretaria de Estado de Cultura - Secult) e Luiz Antônio Souto (Empresa Paraense de Turismo - Paratur); representantes da so-ciedade civil na área de atuação da entidade - Sebastião Miranda (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Se-brae) e Orlando Rodrigues (Belém Convention & Visitors Bureau); conselheiros escolhidos pelos membros fundadores - Anazilda Sequeira, Altair Vieira e Ruy Martini; conselheira de notória capaci-dade profissional - Vera Tavares; representante dos empregados da entidade Paulo Morelli.

LATITUDE

Page 11: Revista Latitude - 8

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

anuncio_LATITUDE.pdf 1 19/03/2010 12:14:18

Page 12: Revista Latitude - 8

14LATITUDE 8

Na Amazônia, água é mais do que em qualquer outro lugar sinônimo de vida. Porque a água não só nos mata a sede como nos serve de transporte, nos revela o sabor de frutos, nos traz alimentos, nos transporta por lugares onde a floresta não se deixa penetrar de carro ou a pé. Então a água, aqui, tem um significado maior, porque ela nos cerca por todos os lados, ela cai diariamente dos céus, e também, silenciosamente, entra em nós em forma de nosso ar, que é pura umidade.

As águas de março, cantadas em verso e prosa, também lavam o Pará e no Dia Mundial da Água, come-morado no dia 22 de março, ninguém mais do que nós temos que refletir o que estamos fazendo com os leitos de nossos rios. Porque água, aqui, é também economia, turismo, lazer, cultura, passado, presente e futuro, e por isso, quando nós do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia estimulamos uma conscientização am-biental baseada, entre outros pilares, nos cuidados com esse bem por aqui (ainda) abundante, é porque sabemos também que a água é um dos motivos que nos fazem um destino único para turistas nacionais e internacionais que vêm se encantar com os nossos rios dos quais não dá para ver a outra margem e nossas praias de água doce com ondas, que despertam tanta curiosidade. Mergulhe de cabeça nessa ideia conosco.

In the Amazon region, water is, more than in any other place, syn-onym of life. Because water not only satiate thirst but also provides us with transport, reveals the taste of fruits, brings food, takes us to places where the rainforest do not allow any penetration, by car or on foot. Therefore, water here has a greater meaning, because she surrounds us, on all sides, she pours down from heaven everyday, and also, breaks through us in form of air, which is pure humidity.

The waters of March, sang in verse and prose, also cleanses Pará and, in the World Water Day, celebrated on 22 March, we, more than anyone else, have to think about what we are doing on with the rivers streamsstream bed of our rivers. Because water here also means economy, tourism, leisure, culture, past, present and future. Thus, when we, from the Hangar Convention Centre and Trade Fair Centre of the Amazon, stimulate an environmental consciousness based, among other pillars, on concerns about this good resource that here is (still) abundant here, is because we also know that water is what makes us an unique destination for national and international tourists, who come all the way here to be completely absolutely stunned by our rivers, as it is not possible to see if where it is not possible to see the other side or where it endsends, and also by our beaches of sweet waters with waves that arouse so many curiosity. Come and ‘dive’ with us into this idea.

Joana PessoaDirector-president of Hangar Fairs and

Conventions Center of the Amazon

Joana PessoaDiretora-Presidente doHangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia

EDITORIAL / editorial

foto

pho

to: R

eina

ldo

Silva

Júni

or

Page 13: Revista Latitude - 8

15 LATITUDE 8

Page 14: Revista Latitude - 8

16LATITUDE 8

Gastronomia / gastronomy

foto

/ ph

oto:

Bru

no C

arac

hest

i

foto

/ ph

oto:

Bru

no C

arac

hest

i

A Itália é aquiNo interior do sobrado centenário as bandeiras, pôsteres e miniaturas da Ferrari dão a dica: ali é uma autêntica cantina italiana. O balcão de entrada dá fácil acesso à rica variedade de frios, 20 tipos de queijos, tomates recheados, calabresas ao vi-nho, entre outros. O restaurante Cantina Italiana oferece em seu cardápio os tradicionais macarrões, pizzas e lasanhas, além das combinações da moderna gastronomia que agrada aos palada-res mais refinados, como as trufas importadas. Esse pedacinho da Itália em Belém fica na Travessa Benjamin Constant, 1401, entre a avenidas Nazaré e Braz de Aguiar. Funcionamento diário de meio-dia às 15h e de 19h à meia-noite. Informações: + 55 91 3225-2033.

Italy is hereInside this centenary place, flags, poster and Ferrari miniatures give it away: there is an authentic Italian cantina. The buffet, by the main entrance, gives access to the rich variety of cold cuts, 20 kinds of cheese, stuffed tomatoes, sausages ala vine, and others. Canina Italiana restaurant offers in its menu the most traditional pastas, pizzas and lasagnes, apart from the combinations of the modern gastronomy, which delights those with a more refined palate such as turfs imported. This small piece of Italy is located at the Benjamin Constant, 1401, in-between Nazare and Braz de Aguiar avenues. It is open from noon to 3pm, and 7pm to midnight. Information: +55 91 3225-2033.

Ponto de encontro para um bom bate-papo no café da manhã ou no final do dia, a Delicidade oferece mais de cem tipos de pães produzidos de forma artesanal, além de doces, salgados, frios, cafés, sucos, entre outras deliciosas opções. A charmosa pada-ria aposta na diversidade de sabores que se tornaram famosos, como a Coxinha de Tu-cupi com Jambu e o Croissant com Geleia, para degustar com um bom café expresso de alta qualidade, feito a partir de grãos selecionados que deixam o aroma e o sabor únicos. A Delicidade fica na Avenida Braz de Aguiar, esquina com Travessa Doutor Moraes e funciona de segunda a sexta de 7h às 21h, sábado até as 20h e domingo até as 13h. Informações: + 55 91 3241-7055.

Delicious CoffeeMeeting point for a good conversation at breakfast or at the end of the day, Delicidade offers over a hundred varieties of breads prepared in an artesian way. Besides that, sweets, snacks, cold cuts, cof-fees, juices, among many other delicious options. The charm bakery bets on the diversity of flavours that got them famous, such as the coxinha de tucupi com jambu and the croissant with jam, to be appreciated with a good and high quality espresso made with selected grains that gives it a unique taste and smell. Delicidade is at Braz de Aguiar Avenue, junction with Dr. Moraes and is open from Monday to Friday, 7am to 9pm; Saturday, up to 8pm; and Sunday up to 1pm. Information: +55 91 3241-7055

Delíciade café

CENAS / scenes

Page 15: Revista Latitude - 8

17 LATITUDE 8

foto

/ ph

oto:

Jai

me

Souz

za

foto

/ ph

oto:

Jai

me

Souz

za

Capital Sin is not to tryThose who visit the Capital Steak House got the feeling of a tour through different places of the world. The place offers a happy hour with beers from Europe, tasty steaks from Uru-guay and the Mexican chilli sauce, apart from the Italian coffee and the salmon that comes all the way from the Canadian freezing waters. The restaurant also has a multimedia system with LCD TVs showing Capital Steak House exclusive programs, to make it more fun. A re-laxed atmosphere to enjoy a pint and a good chat with your mates. The bar is located at the entrance of the Boulevard Shopping Mall, in Belém (www.capitalsteakhouse.com.br).

Pecado é não experimentar

Em uma casa centenária, localizada na travessa que dá nome ao res-taurante, o Benjamin apresenta um agradável ambiente, com salas em estilo clássico e um grande balcão na entrada, com uma extensa carta de drinques. Entre os pratos principais da casa, destaca-se o stinco (canela) de cordeiro e o risoto de frutos do mar Nero di Seppia. Vale a pena comer bem atento aos detalhes arquitetônicos do local, que fica na Benjamin Constant, 1361, e funciona de terça a sábado de meio-dia às 15 horas e de 19 horas à meia-noite. Aos domingos está aberto do meio-dia às 17 horas. Estacionamento próprio com 30 vagas. Informações: + 55 91 3343-3758 e 9116-6630.

Os que visitam o Capital Steak House têm a sensação de estar num tour por várias ca-pitais do mundo. O espaço oferece happy hour com cervejas da Europa, as saborosas carnes do Uruguai com o picante tempero mexicano, além do café italiano e o salmão das águas geladas do Canadá. O restau-rante dispõe ainda de sistema multimídia com TVs de LCD exibindo programação exclusiva Capital Steak House, para aumen-tar ainda mais a diversão. Um ambiente descontraído para tomar chopp regado a um bom bate-papo com amigos. O bar fica na entrada do Boulevard Shopping, em Belém (www.capitalsteakhouse.com.br).

To eat with the eyesIn a centenarian house, on the street the restaurant is named after, the Benjamin offers a pleasant environment, with rooms in classical style and a big balcony at the entrance, with a broad drink menu. From the main dishes of the house, the lamb stinco (cinnamon) and the seafood risotto are in the prefer-ence. It is worth eating paying attention to the architectural details of the place, which is on the Benjamin Constant, 1361, and opens from Tuesday to Satur-day, noon to 3pm and 7pm to midnight. On Sundays, it is open from noon to 5pm. Available parking with over 30 spaces. Info: + 55 91 3343-3758 e 9116-6630.

Para comer com os olhos

Page 16: Revista Latitude - 8

18LATITUDE 8

CENAS / scenes

Andale, andale...

Chopp gelado e petiscos mexicanos, em um confortável ambiente que remete às cidades do Texas e do Novo México. No El Bandolero, tudo é assim, com cara de vilarejo do século XIX com fachadas de casas mexicanas, celeiro, barbearia e até delegacia. O restaurante é a primeira franquia com temática mexicana do Norte do Brasil e no cardápio estão pratos internacionais como risotos, carnes, saladas e peixes, além de combinações exclusivas. Na avenida Senador Lemos, 377. Informações +55 91 3343-5895, 3343-5892 e www.elbandolero.com.br

‘Andale, andale…’Cold chopps and Mexican appetisers in a cosy place that make you relate to Texas and New Mexico. In El Bandolero, it is everywhere, as if you were in a XIX cen-tury village with Mexican houses, barns, barber’s shop and even a police station. The restaurant is the first franchise of Mexican food in the north of Brazil and has in its menu international dishes such as risottos, steaks, salads and fishes, apart from exclusive combinations. At the Senador Lemos Avenue, 377. Info +55 91 3343-5895, 3343-5892 and www.elbandolero.com.br.

Descontração colorida

O Maricotinha é um refúgio no meio de Belém que parece ter saído de um filme de Almodóvar. Lá, tudo é colorido e com ar de brechó, criando uma atmosfera diferenciada com três opções de ambientes: o Lounge ideal para uma conversa descontraída a dois; o Salão das Sombrinhas que abriga um restaurante cujo destaque é o bacalhau, e que conta com uma rica carta de vinhos; enquanto o Quintal é um bar que dispõe de uma carta de cervejas especiais, um chopp geladíssimo e grelhados apetitosos. A programação musical é feita por DJs que embalam a noite. O Maricotinha fica na travessa Domingos Marreiros, 489, entre Wandenkolk e Dom Romualdo Coelho Informações: +55 91 3225-0125.

Colourful FunThe Maricotinha is a refuge in the middle of Belém that seems to be taken out from an Almodovar movie. There, everything is colourful and with an air of bazaar, which creates a different atmosphere with three options: the Lounge, with a more intimate environment, for a good and laid back couple talk; the Umbrella Saloon houses a restaurant, which has bacalhau (cod) as signature, and counts with a rich wine list; the Quintal is a bar with a list of special beers, cold chopp and tasty grills. The music is set by the DJs who lead the night. The Maricotinha is on the Domingos Marreiros way, 489, in-betweem Wandekolk and Dom Romualdo Coelho. Info: +55 91 3225-0125.

foto

/ ph

oto:

Mau

rício

Via

nna

foto

/ ph

oto:

Gui

Sam

paio

Vida Noturna / night life

Page 17: Revista Latitude - 8

19 LATITUDE 8

foto

/ ph

oto:

Jai

me

Souz

za

Page 18: Revista Latitude - 8

20LATITUDE 8

Turismo / tourism

Compras com charmeEm qualquer lugar do mundo, passear por ruas de compras a céu aberto tem um charme a mais. É assim na 5ª Avenida, em Nova Iorque, e na Rua Oscar Freire, em São Paulo. Belém também não fica fora dessa lista, com a Avenida Braz de Aguiar, bastante arborizada, onde não passam ônibus, com calçadas largas para conhecer as mais de 40 boutiques e galerias com algumas das grifes mais conhecidas no mundo da moda, localizadas em sua extensão ou nas diversas transversais que cortam a avenida. Re-serve uma manhã inteira ou uma tarde para passear e ainda parar em um dos bares, restaurantes e padarias da área. A maior parte das lojas funciona das 9 às 20 horas, de segunda a sábado.

Charming shoppingIn any part of the world, a stroll through the famous street shops has a different charm. That’s the case of the 5th Avenue, in New York, and the Oscar Freire Street, in Sao Paulo. In Belém, it is not different, the Braz de Aguiar Avenue, a woody street, where there are no buses but wide side-walks that encourages you to go through all of those over 50 boutiques and galleries with some of the most well-known brands in the fashion world, located not only in the avenue but also in the transversal streets that cut it. Take a whole morning to have a walk and also enjoy the bars, restaurants and bakeries of the area. Most of the stores open from 9am to 8pm, Monday to Sunday.

Sofisticação em shoppingLocalizado em uma das áreas mais privilegiadas da capital paraense, na Avenida Visconde de Souza Franco, o Boulevard Shopping Belém é um dos maiores shoppings da região. No espaço recém-inaugurado o consumidor tem acesso a 250 opções de lojas, além das âncoras Centauro, Renner, Marisa, Riachuelo, C&A e Vi-são. A Praça de Alimentação possui espaço para mil pessoas, com vista panorâmica da avenida e mais de 20 opções gastronômicas. No térreo, mais uma alameda com restaurantes oferece pratos sofisticados. O shopping ainda conta com serviço de manobrista, sala vip e duas mil vagas no estacionamento. Funcionamento diário das 10h às 22h. Informações: +55 91 3222-7233 e www.boulevardshoppingbelem.com.br.

Sophistication in shopping mallLocated in one of the most privileged areas of the capi-tal, on the Visconde de Souza Franco Avenue, the Shop-ping Mall Boulevard Belém is one of the biggest in the region. In this newly inaugurated space, the consumer has access to 250 options of stores, besides department stores such as Centauro, Renner, Marisa, Riachuelo, C&A e Visao. The food hall can attend a thousand people, with a panoramic view of the avenue, and more than 20 gastronomic choices. In the ground floor, another aisle of food offers sophisticated dishes. The mall also has valet parking, VIP room and two thousand parking spaces. Opens daily from 10am to 10pm. Info: +55 (091) 3222 7233 and www.boulevardshoppingbelem.com.br.

foto

/ ph

oto:

Bru

no C

arac

hest

i

foto

/ ph

oto:

Jai

me

Souz

za

CENAS / scenes

Page 19: Revista Latitude - 8

21 LATITUDE 8

Para respirar ar puro e relaxar numa piscina de água mineral não é preciso ir longe de Belém. Os 160 mil metros quadrados do Complexo Ecológico Parque dos Igarapés é um refúgio para os que buscam a tranquilidade da natureza amazônica. Aos visitantes que gostam de adrenalina, o lugar oferece o cir-cuito de aventuras com arvorismo, tirolesa e rapel, enquanto os menos agitados podem curtir as trilhas para caminhada. O Parque dos Igarapés também possui confortável hospedagem com chalés e albergues, além de um setor gastronômico com restaurante e bares. Informações: +55 91 3248-1718 e www.parquedosigarapes.com.br

Nature as witnessTo have a breath of fresh air and to relax in a pool of mineral water, it is not necessary to go away from Belém. The 160 square meters of the Ecologic Complex Parque dos Igarapes is a getaway to those seeking the calmness of the Amazonian nature. To those visitors into adrenaline, the place offers a circuit of adventures such as arvorismo (rope-course), tirolesa (zip-lining) and rappel-ling, whilst those less agitated can opt for a trekking. The Parque dos Igarapes also has comfy accommodations, with chalets and hostels, besides a gastronomic area with restaurants and bars. Info: +55 91 3248-1718 and www.parquedosigarapes.com.br

No meio da florestaPara os fãs de ecoturismo, o Parque Zoobotânico Vale (PZV), em Parauapebas, sudeste do Pará, oferece uma oportunidade para apreciar uma amostra de toda a variedade biológica da Floresta Amazônica. A reserva possui 30 hectares de floresta nativa e mantém 260 mamíferos, além de aves e répteis originários da região. Tudo pode ser observado de perto pelo visitante, com total segurança e respeito ao meio ambiente. O PZV é mantido e administrado pela Vale e conta com a colaboração de biólogos, médico veterinário, técnicos em meio ambiente, identificadores botânicos e tratadores. Aberto à visitação pública de terça a domingo, das 9h às 15h30. Entrada franca. Informações: +55 94 3327-5346.

In the middle of the forestFor ecotourism fans, the Zoobotanic Park Vale (PVZ), in Parauapebas, South-Eastern of Pará, offers the opportunity to appreciate a sample of the whole biologic variety of the Amazon rainforest. The reserve has 30 hectares of native forest and keeps 260 mammals, besides birds and reptiles from the region. The visitor can observe everything from a close distance, safe and respecting the environment. The PZV is supported and managed by the Vale and counts with the collaboration of biologists, vets, environmental technicians, botanical identifiers and trainers. Open to public visitation from Tuesday to Sunday, 9am to 3.30pm. Free entry. Info: +55 94 3327-5345.

foto

/ ph

oto:

Div

ulga

ção

foto

/ ph

oto:

Div

ulga

ção

Natureza como testemunha

Page 20: Revista Latitude - 8

22LATITUDE 8

CENAS / scenes

foto / photo: Jaime Souzza

foto

/ ph

oto:

Jai

me

Souz

za

Arte na feiraA Feira de Arte e Artesanato da Praça da República simboliza a diversidade e a riqueza da cultura paraense. Ponto tradicional para visitação tradicionalmente todo domingo, faça chuva ou faça sol a ”feirinha”, como é carinhosamente ba-tizada pelo público, é a maior feira de artesanato do Norte do Brasil. Protegida pela sombra do túnel de mangueiras, as 300 barracas montadas aos domingos recebem em média 40 mil pessoas. Lá o público pode apreciar e adquirir produ-ção de artesãos, artistas plásticos, antiquários, aquaristas e paisagistas. Também sempre há shows musicais, de dança e teatro em palcos montados pela praça, no anfiteatro ou pelas calçadas mesmo. A feira abre às 8 horas e segue até o início da tarde, se assim a chuva deixar.

Art in the FairThe Art and Artesian Fair (feira) of the Praca da Republica symbolises the diversity and richness of the paraense culture. Kindly called feirinha (little Fair), it is a traditional Sunday sightsee-ing, comes rain or sun, this is the biggest artesian Fair of the North of Brazil. Guarded by the shadow of the tunnels of the mango trees, the 300 stalls have an average of 40 thousand visitors. There, the public can appreciate and purchase the work produced by artisans, plastic artists, antiques, aquariums and landscape designers. There are also music concerts, dance and theatre presentations on the stages placed on the square, or in the sidewalks even. The Fair opens from 8am till the beginning of the afternoon, if the rain allows.

Teatro CuíraNo prédio datado de 1905, tombado pelo Patrimônio Histórico, na esquina da boemia rua 1º de Março com a Riachuelo, funciona o Teatro Cuíra, o único teatro privado de Belém. O local com 400m², que já foi de fábri-ca de algodão a cabaré, atualmente incentiva a música, a dança e as artes cênicas. O responsável pelo espaço é o Grupo Cuíra, que há 27 anos es-timula a produção e a valorização da cultura regional. Vale a pena conferir as cem poltronas para o público, do-adas logo após a desmontagem do antigo Cinema Nazaré. Informações: + 55 91 9987-7819 e 3246-7819

Cuira TheatreIn an adapted building from 1905, part of the Cultural Heritage, on the bohemian corned of the 1st March street, by the Riachuelo, the Cuira Theatre is the only private theatre of Belem. This 400 square meter venue, which has already been place for a cotton factory and a cabaret, is now place for music, dance and scenic arts. Grupo Cuira is responsible for the space that for 27 years has been stimulat-ing the production and boom of the regional culture. It is worth seeing those hundred seats donated by the Nazare Cinema, just after its dismantling. Informa-tion: + 55 91 9987-7819 and 3246-7819

Cultura / culture

Page 21: Revista Latitude - 8

23 LATITUDE 8

Page 22: Revista Latitude - 8

24LATITUDE 8

ENTREVISTA / interview

É de senso comum que a água é vital para a existência do ser humano, mas poucos poderiam definir tão bem a importância dela no ciclo da vida como Adalberto Veríssimo, uma pessoa cujo envolvimento direto com causas ambientais começou quando tinha apenas 15 anos. Ele é autor de 15 livros e de mais de 80 artigos científicos e técnicos sobre conservação, ecologia, manejo e política florestal na Amazônia. E, por incrível que pareça, o resultado de décadas de trabalho e conta-to com o meio ambiente é a sensação de que ainda há muito por fazer. “Nenhum cidadão com senso de humanidade deveria viver achando que não tem poder para mudar isso”, provoca.

Veríssimo se graduou em Engenharia Agrônoma motivado pelo interesse de explorar a vocação para atuar com o uso da natureza de forma sustentável. Nesse sentido, ajudou a fundar o Instituto do Ho-mem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) em 1990, com o objetivo de criar um centro de referência em termos de produção de informação e geração de soluções para os problemas da Amazônia.

Em entrevista exclusiva, Beto (como prefere ser chamado) dá sua visão sobre o crescente interesse na situação do meio ambiente, diz que o maior erro da humanidade é achar que os recursos naturais são infinitos e define o papel do cidadão perante a questão ambiental.

WATer AS reSpoNSIbIlITy oF AllCutting down on waste is the first step towards the preservation of this abundant – though finite – resource.

It is of common sense that water is vital to human existence but only a few could define its importance for the cycle of life as well as Adalberto Veríssimo, whose direct involvement with environmental causes started when he was at the age of 15, does. He is the author of 15 books and over 80 scientific and technical articles on conserva-tion, ecology, management and forest policy of the Amazon rainforest. Incredible as it seems, decades of work and contact with the environment results in a feeling that there is still a lot to be done. “No citizen with sense of humanity should live thinking that one has no power to change this,” provokes.

Veríssimo graduated in Agronomy Engineering, moved by his interest to explore this vocation to act on the sustainable use of the environment. Thus, he helped to establish the Institute for Man and Environment of the Amazon (Imazon), in 1990, with the aim of creating a centre of reference in terms of providing info and solutions for the problems of the Amazon.

In an exclusive interview, Beto (as he prefer to be called), gives his insight on the rise of interest in environ-mental issues, says that the biggest mistake of humankind is to believe that those natural resources are infinite and de-fines the role that citizens play in the environmental issue.

água como responsabilidade

de todosNão desperdiçar é o primeiro passo para a preservação desse abundante – porém finito – recurso

Page 23: Revista Latitude - 8

25 LATITUDE 8

texto / text: Leandro Moreirafotos / photos: Jaime Souzza

Page 24: Revista Latitude - 8

26LATITUDE 8

Você mostra um olhar preocupado sobre a evolução da questão ambiental do mundo. Fale sobre isso.

Quando o tema “meio ambiente” apareceu na agenda de debates, ele estava muito conectado com valores éticos e morais. Dizia-se apenas que a Amazônia não deveria ser destruída pelo patrimônio genético e que a humanidade precisaria dela um dia. As mudanças climáticas não representavam relevância nos anos 70 e 80, o que fez com que o assunto demorasse a ter caráter de prioridade. Hoje está provado que o maior desafio da humanidade é inverter o processo que evolui todos os dias no mundo onde vivemos. Em Belém mesmo, qualquer um percebe que está cada vez mais quente e chovendo em uma frequência bastante incomum. O desconforto térmico também é cada vez maior. Tudo isso é derivado da emissão de gases do efeito estufa.

E como você enxerga o panorama atual? O que pode acontecer se nada for feito?Acho que é fundamental encontrar um conjunto de soluções que ajude a Amazônia, para evitar um colapso planetário do ponto de vista climático, porque a Amazônia é uma grande reguladora do clima. Se acontecer esse colapso, o planeta inteiro vai sofrer. A Amazônia tem um valor que vai além do imaginário. Ela é superlativa, tem o maior rio do mundo, florestas enormes e um ciclo que, se afetado, pode trazer consequências muito expansivas, superlativas como a própria floresta.

Qual é a importância da água nesse ciclo que você citou?Floresta e água estão diretamente conectadas. A Amazônia tem água, em grande parte porque tem floresta. Metade da chuva que cai vem do chão da própria floresta (a outra metade das chuvas vem do oceano). É um processo de respiração e transpiração. Sem a floresta, a Amazônia não teria essa riqueza que a torna superlativa em uma escala glo-bal. Conservá-la é tão importante quanto conservar os seus estoques de água. Do ponto de vista estratégico, as duas coisas são fundamentais para o planeta.

E na cidade?Para a pessoa que mora em uma cidade da Amazônia, que vive em uma imensa bacia hidrográfica, esse estoque fantástico de água doce dá aos que têm água tratada a sen-sação de que o recurso, por ser infinito, pode ser gasto em abundância. O desafio do gestor público é fugir desse ideal e acabar com os desperdícios que podem ser evitados com um pouco mais de atenção.

O desperdício, então, é o maior erro?O sistema de distribuição, além de deficitário, tem muitas falhas que nos levam a desperdiçar muito. Dados do IBGE mostram que daria pra abastecer uma cidade de um milhão e meio de habitantes só com a quantidade de água desperdiçada.

Qual deve ser o comportamento do cidadão perante o tema? Além de usar melhor a água e ter cuidado com ela, o cidadão tem que entender que a água é elemento-chave para outros temas que são de prioridade fundamental para todos. A saúde, que só tem estabilidade com uma hidratação de qualidade para a população, e a economia, que é afetada pelo desperdício de recursos em tubulações mal construídas que exigem reparos constantes, são dois exemplos da ideia que quero transmitir. Então é importante enxergar que se trata de um problema multifacetado. O assunto parece caminhar sozinho, mas tem conexão direta com outros pilares essenciais para que uma metrópole seja bem estruturada.

Qual deve ser a reflexão no Dia Mundial da Água este ano?A água depende da floresta e da estabilidade do clima. Quando o clima começa a entrar em parafuso, ou diminui a água e os lugares começam a ficar secos ou aumentam exageradamente as chuvas. O que equilibra o clima, no caso da Amazônia, é a flores-ta. Ela produz e regula a chuva. As pessoas devem ter ciência de que a água tem essa conexão vital com as florestas, que precisam parar de ser exploradas pelo desmatamen-to. A água possui uma conexão com o nosso bem-estar no sentido mais profundo, não só para matar a sede ou higienizar, mas também como fonte de saúde ou de doença, dependendo do jeito que é tratada. E quando ela é fonte de doença, os problemas são numerosos. Por esses e outros motivos, cuidar bem da água é cuidar de um pilar da cidadania de forma geral.

ENTREVISTA / interview

Page 25: Revista Latitude - 8

27 LATITUDE 8

You present a concerned view on the evolution of environmental issues in the world. Talk about it

When the subject ‘environment’ first appeared in the agenda of de-bates, it was pretty much connected to ethical and moral values. It was only said that the Amazon rainforest should not be destroyed by the genetic patrimony and that humankind would need it one day. Climate change did not have any relevance in the 70’s or 80’s, which postponed the importance of the issue. Today it is proven that the biggest chal-lenge for humankind is to revert this process that evolves every day in the world we live in. In Belém, for instance, anyone can notice that it is getting hotter and the unusual frequency of the rain. The thermal discomfort is getting worse. It is all originated from the greenhouse gas emissions.

And how do you see the current panorama? What will happen if nothing is done?It is essential to find a set of solutions that would help the Amazon rainforest, in order to avert a planetary collapse from the climate point of view, as the Amazon is a great climate regulator. If this collapse happens to occur, the entire planet would suffer. The value the Amazon rainforest has goes beyond one’s imaginary. It is superlative, has the biggest river of the world, massive forests and a cycle that, if affected, can bring up some serious consequences, as massive as the forest itself.

What is the importance of water in this cycle you have mentioned?Forest and water are directly connected. The Amazon rainforest has wa-ter, to a large extent it is because it has forest. Half of the rain that falls comes from the soil of this forest (the other half comes from the ocean). It is a process of respiration and perspiration. Without the forest, the Amazon would not have this wealth that makes it superlative in a global scale. To conserve it is as important as to conserve its water supplies. From a strategically point of view, both are essential to the planet.

What about the city?For those who live in one of the Amazon cities, who live in a giant hy-drographical basin, this fantastic supply of sweet water gives, to those who have running water, the impression that this resource, for being endless, can be wasted. The challenge of the governor is to run away from this principle and put an end to the waste that can be averted with just a little bit of attention.

So, waste is the biggest fault?The distribution system, apart from being defective, has lots of faults that lead us to the waste. Records from the IBGE show that this amount of wasted water could supply a city with a million and a half inhabitants.

How the citizen should behave in this issue?Besides making a better and conscious use of the water, the citizen should understand that water is a key element for many other issues that are of everyone’s main concerns. Healthcare, which can only be es-tablished with a hydrating quality for the population, and economy, that is affected by the waste of resources in badly built pipes that demand constant repairs, are two examples of this idea I want to broadcast. So, it is important to realise that this is a multifaceted problem. This subject seems to walk alone but it is directly connected to other essential pillars for a well-structured metropolis.

What should be the reflection for the World Water Day this year?The water depends on the forest and on climate stability. When the weather starts to go crazy, or there’s a shortage of water and droughts starts to bite, or there’s a massive increase on rains incidence, what makes the climate stable, in the Amazon’s case, is the forest. It gener-ates and regulates the rain. People must understand that water has this vital connection with forests, which have to stop being exploited by deforestation. Water is connected to our wellbeing in the deepest sense, not only to cease the thirst or for hygienic but also as source of health and sickness, depending on how it is treated. When it is source of sickness, problems are countless. Thus, to take good care of water is to take good care of a pillar of citizenship, in general.

Page 26: Revista Latitude - 8

28LATITUDE 8

A ilusão da abundância disfarça a realidade. Apesar de cobrir quase toda a superfície do planeta, menos de 3% de toda a água existente na Terra corresponde à água doce. E quando conside-ramos apenas o volume disponível para consumo em rios e lagos, este índice não chega a 0,2%, visto que a maior parte da água doce concentra-se em calotas polares e geleiras ou em subsolos profundos. Partindo desses dados, é importante lembrar que cada um pode economizar água através de atitudes consideradas pe-quenas, mas que fazem muita diferença. Basta refletir sobre gastos desnecessários comuns do dia-a-dia. No chuveiro, por exemplo, um banho de 15 minutos exige 105 litros de água - se esse tempo for reduzido para 10 minutos, o consumo já cai para 70 litros. No lavatório, uma simples lavagem de mãos consome cerca de sete litros de água, enquanto uma lavagem de louça 112 litros. Seguem, então, sugestões que, se colocadas em prática, podem ajudar a conservar um dos bens mais preciosos do planeta.

Faça sua parte!Desperdício de água pode ser evitado com atitudes simples

ECOLOGIA / ecology

Do your bIT!Minimal efforts can avoid water waste

The delusion of abundance distorts the reality. Although it covers almost all the surface of the planet, less than 3% of the total water existent on Earth corresponds to fresh water. Considering the amount available for consume, in rivers and lakes, this index does not reach 0.2%, as great part of this concentration of fresh water is in ice capes and glaciers, or in deep subsurface. Bearing these figures in mind, it is important to remember that everyone can save water by only adopting a simple approach that can make a huge difference. Start off by rethinking the, usually unnecessary, daily waste. In the shower, for instance, 15 minutes demands over 105 litres of water – if this time is reduced to 10 minutes, the consume falls to 70 litres. In the lavatory, almost 7 litres of water is consumed just by washing your hands, whereas doing the dishes can take up to 112 litres. Follows, therefore, some suggestions that, if put into practice, can help with the conservation of this that is one of the most precious resources on the planet.

Page 27: Revista Latitude - 8

29 LATITUDE 8

No banheiro:Feche a torneira enquanto escova os dentes ou faz a barba.Evite banhos demorados. Mantenha a válvula de descarga do vaso sanitário ajustada. Nunca a utilize como lixeira ou cinzeiro.

Na cozinha:Antes de lavar a louça, remova os restos de comida e jogue-os no lixo.Organize a louça antes de iniciar a lavagem, deixando de molho as peças mais sujas.Mantenha a torneira fechada enquanto ensaboa a louça e enxágue tudo de uma só vez.Se preferir, use uma bacia com água para lavar e a torneira somente para enxaguar.

Na lavanderia:Utilize a capacidade máxima de espaço da sua máquina de lavar roupas. Algumas possuem função de lavagem para meia carga.Caso lave roupas à mão, mantenha a torneira fechada enquanto ensaboa.Utilize a água em que deixou as roupas de molho para lavar o quintal.

No jardim, quintal e calçada:Opte pela vassoura ao limpar a calçada e deixe a manguei-ra de lado. Se precisar, use um balde.Não lave o carro utilizando mangueira. Utilize um balde para enxaguá-lo.Cubra a piscina com lona para evitar evaporação da água.Para regar plantas, troque a mangueira pelo regador.Conserte ou substitua mangueiras furadas e evite vazamen-tos na ligação entre ela e a torneira.Fonte: www.verdolengo.com.br

texto / text: Leandro MoreiraIlustrações / Illustrations: Filipe Lobo

Bathroom:Close the tap while brushing you teeth, or shaving.Avoid long showersKeep the flush valve adjusted. Never use the toilet bowl as rubbish bin or ashtray.

Kitchen:Before doing the dishes, remove all the wastes and bin it.Organize the dishes beforehand, leaving the dirtier ones to soak in water for a while.Keep the tap closed while soaping the dishes and then rinse it all at once.If you prefer, fill a washbasin with water to soap it, and the tap for rinsing only.

Laundry:Use the wash machine in full capacity. Some have the half capacity function.If you wash it by hand, keep the tap closed when not in use.Utilise the water used to soak the clothes to wash the backyard.

Outside spaces:Instead of using the hose, use the brush to clean the backyard. If you need water, use a washbasin.Do not use the hose to wash the car. Use a basin when drying it.Cover the swimming pool with a canvas to keep the water from evaporating.To water the plants, switch from hose to watering can.Fix or replace damaged hoses and check the connection with the tap to avoid dripping.Source: www.verdolengo.com.br

Page 28: Revista Latitude - 8

30LATITUDE 8

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do planeta. Ela é a condição essen-cial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida tal qual é estipulado no Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sen-do, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permane-cer intactos para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos pre-decessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos su-cessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza. Ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualida-de das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua pro-teção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os impe-rativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômi-ca, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribui-ção desigual sobre a Terra.

• O Dia Mundial da Água foi criado pela Assembleia Ge-ral da Organização das Nações Unidas ONU – por meio da resolução A/RES/47/193 de 22 de Fevereiro de 1993, declarando todo dia 22 de Março de cada ano como sendo o Dia Mundial das Águas (DMA).

universal Declaration of Water rights

Art 1 – Water is part of the patrimony of the planet. Every continent, every people, every nation, every city, every citizen is fully responsible for it.

Art 2 – Water is the jungle of the planet. It is essential to the life of vegetable, animal and human beings. The right to water is one of the fundamental rights of a human be-ing: the right to life, as stipulated in Art 3 of the Universal Declaration of Human Rights.

Art 3 – The natural resources that convert water into po-table are slow, fragile and very restricted. Therefore, water must be handled with rationality, precaution and modera-tion.

Art 4 – The balance and future of the planet depend on the preservation of the water and its cycles. Those must remain intact in order to assure a continuity of life in Earth. This balance depends, in particular, on the preservation of seas and oceans, where the cycles start.

Art 5 – Water is not only an inheritance of ours predeces-sors; it is, above all, a loan from our successors. Its protec-tions constitute vital necessity, thus a moral obligation towards present and future generations.

Art 6 – Water is not a free gift of nature. It has an economic value: it is necessary to understand that it is, at times, rare and expensive, and that it might lack in any part of the world.

Art 7 – Water must not be wasted, polluted, nor poisoned. Its usage, in general, must be done with conscious and dis-cernment in order to avoid the breakdown or deterioration of the quality of the reserves current available.

Art 8 – Use of water implies respect towards the law. Its protection constitutes a juridical obligation for every man or group that makes use of it. This matter must not be neglected by man, or by the State.

Art 9 – The water matter imposes a balance between the imperatives of its protection and the necessities of an eco-nomical, sanitarian and social order.

Art 10 – Planning for water management must take into consideration solidarity and consensus due to its unequal distribution around the Earth.

• The World Water Day was established by the United Nations General Assembly - through the resolution A/RES/47/193 of 22 February 1993, which designated 22 March of each year as the World Water Day (WWD)

declaração universal dos direitos da água

ECOLOGIA / ecology

Page 29: Revista Latitude - 8

31 LATITUDE 8

Page 30: Revista Latitude - 8

32LATITUDE 8

foto

/ ph

oto:

Bob

Men

ezes

COTIDIANO / life & style

Page 31: Revista Latitude - 8

33 LATITUDE 8

água que lavaNo Pará ou chove todo dia,

ou chove o dia todoWATer THATCleANSeIn Para, either rains every day or all day

Who lives in, or have been to, Para knows that here there are only two climatic seasons – the one when rains everyday and the one when rains all day. Meteorology explains that cloud formations and convergence zones bring lots of water to this end. Hard is to explain this watery presence to the people here.

Even though global warming have been tricking us and mess-ing with the weather, the rain here have only moved away from that infallible metric of time, right at the beginning of the afternoon, as it used to be back in the days when appointments were only to be made after or before the rain, as our grandparents tell. The rain, however, is still between us – and ‘in us’. It is enough to breath. Here, 90% of the air is water. Rain in permanent state of latency. In five min-utes, in a clear blue sky, she falls to remind us of our essence as sons and daughters of sweet waters. And we go with her in the torrent.

Quem vive ou já passou pelo Pará sabe que por aqui só se tem duas estações climáticas – aquela em que chove todo dia e a que chove o dia todo. A meteorologia explica que as formações de nuvens e as tais zonas de convergência trazem água para dedéu por estas bandas. Explicar essa presença aquosa na gente daqui é que são elas.

Mesmo que o aquecimento global venha nos pregando peças e tenha descontrolado o tempo, a chuva pode ter-se escapulido daquela métrica infalível do início da tarde, do tempo em que, contam as avós, se marcavam os compromis-sos antes ou depois da chuva. Mas a chuva permanece entre nós – e em nós. Basta respirar. Aqui 90% do ar é água. Chuva em estado de latência permanente. Em cinco minutos, num céu de brigadeiro, ela desaba para nos lembrar nossa essência de filhos de água doce. E vamos com ela na torrente.

texto / text: Aline Monteirofo

to /

phot

o: Ja

ime

Souz

za

Page 32: Revista Latitude - 8

34LATITUDE 8

Quem não acostumou a ser pego pelo toró no meio do caminho? Ficar preso no rumo do trabalho, da escola? Sim, porque paraense que se preza, mesmo sabendo que a água sempre vem, não anda de guarda-chuva à mão, como os londrinos o fazem, aí o jeito é correr, cobrir a cabeça com o que tiver à mão (serve saco plástico, jornal, caderno, bolsa) ou se abrigar embaixo da primeira marquise que houver pelo caminho. E fazer, com isso, o tempo passar de uma maneira bem particular. Diz-se que por aqui não se cumprem horários. Uma calúnia. O que faz a diferença é o relógio: o nosso é feito d’água.

Tudo é desculpável num lugar onde se sabe que é pos-sível chover, num dia só, a média de precipitação de um mês inteiro e, logo em seguida, abrir um sol de queimar miolos, deixando a rua, antes alagada com água até o meio da perna, sequinha, sequinha, num piscar de olhos. Enquanto cai o aguaceiro, embaixo de qualquer fio de cobertura, as pessoas se apertam para escapar dos pingos. Ou dividem o guarda-chuva na solidariedade que ainda existe por estas bandas.

Para a criançada, a chuva em Belém ainda é sinônimo de farra. De jogo de bola e de brincadeiras molhadas no quintal. Sintomas de cidade pequena e de vida leve que nos acome-tem vez ou outra, nas margens da correria e dos problemas da grande metrópole. E que tomam de assalto quem se atreve, num dia de encantamento, a fingir que o acaso o colocou a céu aberto, debaixo d´água, sem escolha a não ser aproveitar.

foto

s / p

hoto

s: Ke

ilon

Feio

Who have never been caught by her in the middle of the way? Got stuck on the way to work, or school? Indeed, a typical paraense, even knowing the water is about to come, don’t bother to have an umbrella handy, as Londoners do so. What is left to do then? Run. Cover your head with whatever is it you are carrying (plastic bag, paper, notebook, handbag) or find yourself refuge under the first marquise you spot on the way. Thus, killing time in a rather particular way. They say here people are never on time. What a lie. The difference is in the clock: ours is made of water.

Everything is excusable in a place where it is widely known that it is possible to rain the average precipitation of a whole month in a single day and, immediately afterwards, to break a sun that could fry the brain, drying the streets that were flooded with water up to the shanks in a blink of an eye..As the rain pours down, under any available shelter, people squeeze to get away from the raindrops. Or share an umbrella, in an act of solidarity that still exists around here.

For the kids, rain in Belem means time to have fun. To play ball games and other wet games in the courtyard. Symptoms of small cities and of a relaxed life that hit us back from time to time, on the boundaries of all the rush and problems of the big metropolis. And that take by surprise who dare pretend that, in a day of delight, fate put one under an open sky, pouring down rain, to have another option but enjoy it.

COTIDIANO / life & style

Page 33: Revista Latitude - 8

35 LATITUDE 8

foto

/ ph

oto:

Bob

Men

ezes

Page 34: Revista Latitude - 8

36LATITUDE 8

foto

s / p

hoto

s: Ta

rso

Sarra

f / Ja

ime

Souz

za

Como a água é, pela mítica universal, o símbolo do movi-mento, do que carrega o bem e leva o mal, o símbolo de todo o começo, a vantagem de estar cercado, permeado por ela, é correr fluido pelo tempo. Sem contar que sem chuva, lembre-mos, não existiria tudo o que é simbólico desse universo ama-zônico: grandes árvores imponentes, a baladeira infalível das nossas mangas despencando em queda livre, e o céu de uma cor indescritível, capaz de animar os corações mais duros.

A chuva não nos obedece mais, cai a qualquer hora. Mas continuamos a nos pregar na certeza, pelo menos, de que ela virá. Como mágicos fantásticos, herdeiros ancestrais dos pajés que sabiam ler o tempo, no Pará é permitido a todos o benefício de estar certo ao dizer “hoje vai chover”. E assim a chuva nos leva.

As water is, according to universal myth, symbol of move-ment, of what brings good and avert bad, symbol of every start, the advantage of being surrounded, and permeated by it, is to flow through time. Not to mention that without rain, let us re-member, everything of symbolic in this Amazonian universe would not exist: big gallant trees, the infallible sight of our mangos falling down, and the sky of an ineffable colour, capable of living up the hardest hearts.

The rain no longer complies with us, it pours down at anytime. Nonetheless, we keep on hanging to the certainty that she will, at least, come. Just like magicians, ancestral inheritors of those apaches that could read the weather. In Para, everyone has the benefit to be right when saying ‘today it’s going to rain.’ And thus, the rain carries us.

COTIDIANO / life & style

Page 35: Revista Latitude - 8

37 LATITUDE 8

O Armazém das Festas planeja, organiza e realiza em todos os detalhes a festa dos seus

sonhos. Além disso, você também conta com uma loja que oferece um amplo mix de

produtos do ramo para os setores de varejo e atacado. São milhares de itens para fazer de

cada evento um momento único em altíssima qualidade e so sticação.

Formaturas, 15 anos, buffets e material de decoração para qualquer tipo de evento, é só

falar com o Armazém das Festas.

ARMAZÉM DAS FESTAS. VOCÊ SÓ PRECISA ENTRAR COM O BRILHO

DE FELICIDADE NOS OLHOS.O BRILHO DA FESTA PODE DEIXAR COM A GENTE.

Tv. 9 de Janeiro, nº 657, entre Boaventura e Domingos Marreiros. 3226-7184 • 3228-2245 • 9166-4773 - [email protected]

Page 36: Revista Latitude - 8

38LATITUDE 8

Zildinha SequeiraPsicoterapeuta / Psychotherapist

A vida é a arte de fazer escolhas Viver é fazer escolhas. Diariamente, a toda hora, a todo momento, escolhemos algo e tomamos

decisões que afetarão não só nossas vidas, como a de outras pessoas também. Quando as escolhas são fáceis tudo flui com tranquilidade, mas quando nos deparamos com situações mais complexas (como por exemplo: devo me envolver emocionalmente com essa pessoa?), escolher pode ser um processo muito difícil. Imagine a dificuldade dos adolescentes que, aos 17 anos, precisam decidir sobre a profissão que irão ter, sabendo que essa decisão vai nortear a vida deles por um longo tempo. Temos que reconhecer que fazer escolhas é uma arte!

As escolhas estão sempre ligadas aos desejos (sejam eles conscientes ou não), crenças, valores e interesses que cada um de nós tem. Assim, somos os responsáveis por tudo de bom e ruim que aconte-ce conosco. A vida não dá certezas para ninguém, mas mostra caminhos e, quando não percebemos os sinais que ela nos mostra, nos equivocamos em nossas escolhas. Felizmente, na maioria das vezes, pode-mos contar com a chance de tentar novamente e, através dos erros, nos movermos e nos humanizarmos. Nossa vida é resultado de nossas escolhas e não do mítico destino. A forma como lidamos com escolhas é que determina o grau de suavidade, flexibilidade ou estresse com que vivemos e o tamanho da nossa vocação pra felicidade.

Nossas escolhas sempre definem o que somos e seremos. Então, escolha ser uma pessoa amada, escolha ser ética, escolha ser solidária, escolha respirar liberdade, escolha se embriagar de alegria e distribuir sorrisos, escolha desafiar circunstâncias, escolha se cuidar, escolha viver desejos, escolha renovar sua alma, escolha ficar receptiva ao inesperado, escolha não ter compromisso com o erro, escolha viver no tempo da delicadeza, escolha ter preguiça de sofrer, escolha ouvir seu coração, escolha tornar sua vida deliciosamente agradável... Enfim, escolha ser feliz!

lIFe IS THe ArT oF mAkINg CHoICeSTo live is to make choices. Every day, all the time, at any moment, we chose something and take decisions that will

affect not only our lives but also other people’s life. When choices are easy, everything flows smoothly. When we face a complex situation though (such as: should I or shouldn’t I get emotionally involved in the relationship?), choosing can be a very tough process. Imagine for a 17-year-old teenager that needs to select a profession, knowing this decision will lead their lives for a long time. We must admit that making choices is an art!

Choices are always connected to desire (whether it is conscious or not), belief, values and interests that each of us has. Thus, we are responsible for all the good and bad things that happen to us. Life does not provide anyone with certainties; it shows the way though and, when we cannot see the signs it is showing, we make mistakes in our choices. Fortunately, most of the time, we can count on a second chance to try again and then, through our mistakes, move on and humanize. Our life is a result of our choices and not of mythic fate. The ways we handle our choices define the level of mildness, flexibility or stress we are going to live with and the dimension of our predisposition to happiness.

Our choices always define what we are and what we will become. So, choose to be loved, choose to be ethic, choose to be caring, choose to breath freedom, choose to get inebriated of joy and to distribute smiles, choose to dare situations, choose to take care of yourself, choose to live your desires, choose to renew your soul, choose to be receptive to the unexpected, choose no to have commitments with mistakes, choose to live in the age of delicacy, choose to be too lazy to suffer, choose to listen to your heart, choose to make your life deliciously pleasant… Well, choose to be happy!

foto

pho

to: Ja

ime

Souz

za

Ilustr

ação

/ ilu

strat

ion

: Filip

e Lo

bo

CRÔNICA / cronicle

Page 37: Revista Latitude - 8

37 LATITUDE 8

REALIZAÇÃO:

Vocêé umgrande

evento.

2010

A maior feira de

eventos do Norte.

Participe!

1316a

MA I O

HANGAR20

10

[email protected]: 3223-8575 M

W 3

24

6-0

22

0

Page 38: Revista Latitude - 8

38LATITUDE 8

DIVERSÃO PELAS BEIRADASFUN IN THE EDGESFrom the Mangal das Garcas to the Esta-cao das Docas there is a circuit of bars and restaurants that has a common attraction: the stunning river view.

For hundred of years, the river was a great excuse for Belem to exist. On its border, the first street, square and church appeared. And this river – that first brought the Portuguese, then the French air to an age called Belle Epoque, and was primary source of subsistence for our people – until now gather people around it but now for a different reason: to have fun.

The Cidade Velha (Old City), first council of Belem, today houses vary places that have the view to the Guama River in common, or that were literally built on it, with palafitas. No matter which kind of programme or menu the bars and restaurants offer, the border of the river is the excuse to gather around for a good fun in a pleasant and exotic place, especially to those who are not with the immensity of the Amazon rivers.

A greater part of this leisure options are located in a sort of route that goes from the Mangal das Garcas to the Onze Janelas, offering different music and food options, what make it a democratic place for all kinds of tribes and social groups. Rock and reggae, caipirinha e chopp, pescada e tapioquinha are some of the examples of this variety of elements that made this and attractive route for paraenses, who have this bloody relation with water, and a must go for outsiders.

So, get a map, pinpoint those who better suit you and enjoy a good cultural programme having the river in the background.

Do Mangal das Garças à Estação das Docas há um circuito de bares e restaurantes que têm um atrativo em comum: a bela vista para o rio

Há centenas de anos, o rio foi o grande pretexto para que Belém existisse. Foi à margem dele que surgiu a primeira rua, praça e igreja da cidade. E esse rio – que trouxe primeiro os portugueses até nós, depois os ares franceses no período chamado de Belle Époque, e que foi fonte primária de subsistência da população – até hoje reúne gente em volta dele, mas por outro motivo: a busca por diversão.

A Cidade Velha, primeiro bairro de Belém, abriga hoje vários estabelecimentos que têm em comum a vista para o Rio Guamá, ou que literalmente foram erguidos so-bre ele, em palafitas. Independente da programação cultural dos bares e restaurantes e o cardápio neles servido, a beira do rio é um pretexto para reunir gente em busca de um momento de descontração em um ambiente agradável e exótico, principal-mente para quem não está acostumado com as grandes extensões dos leitos de rios amazônicos.

Grande parte dessas opções de lazer se concentra em um circuito que vai do Mangal das Garças à Casa das Onze Janelas, ofertando diferentes opções para ouvir uma boa música e comer, tornando a margem um lugar um tanto quanto democrático às diferentes tribos e classes sociais. Rock e reggae, caipirinha e chopp, pescada e tapioquinha são alguns exemplos da variedade de elementos que torna este roteiro atrativo para os paraenses que trazem a relação com a água no sangue e ainda parada obrigatória para quem vem de fora do Pará.

Então pegue o mapa, marque a alternativa que mais lhe interessa e curta um bom programa cultural tendo o rio como cenário.

foto

/ ph

oto:

Bob

Men

ezes

Mangal das Garças

Mormaço

Centro Cultural Cidade Velha

Açaí Biruta

PalafitaCasa das 11

janelas

ROTEIRO / route

Page 39: Revista Latitude - 8

39 LATITUDE 8

Como o próprio nome diz, o ponto turístico propõe um espaço naturalístico com a presença de aves pernaltas, marrecos e quelônios, que ficam instalados em um lago artificial. Além do mirante que já serviu de cenário pra muitas fotografias por aí, o Mangal conta com o Manjar das Garças, restaurante que mescla o melhor da cozinha regional com a gastronomia internacional, em um ambiente rebuscado e, por isso mesmo, ponto certo para os turistas. No almoço funciona o bufê e à noite o serviço é à la carte. Uma boa dica é a pes-cada ao molho de alcaparras.

Bem do lado do Mangal, na praça do Arsenal, escondidi-nho atrás de um caminho de casas humildes, está o Morma-ço, uma grande palafita com estilo mais rústico, preço mais acessível e público mais jovem. O Mormaço abriga festas que variam do pagode ao reggae e do rock à música eletrônica. Apesar de funcionar a partir das 16 horas, convidando o cliente a assistir ao pôr-do-sol saboreando uma cerveja e um dos petiscos do cardápio – que são bem em conta, por sinal – o bom mesmo do local são os shows de bandas e os DJs que animam a casa durante todo o fim de semana, mas sempre num climão despojado.

As the name suggests, this sightseeing is considered a naturalistic space with the presence of long-legged, marrecos and chelonian birds, which are kept in an artificial ponds. Apart form the mirante, which has already been scenario for many photo-graphs around the world, the Mangal counts with the Manjar of the Garças, restaurant that combines the best of the regional kitchen with the international gastronomy, in an environment that, therefore, became point for tourism. During lunch time, the buffet functions and at night the service is to there carte. A good tip is the fished one to the gravy of capers.

Right next to the Mangal, in the Arsenal Square, hidden behind simple houses is the Mormaco, a great palafita with a more rustic style, accessible price and young audience. Mormaco holds parties that vary from a samba style to reggae and from rock to electronic music. Although it opens at 4pm, inviting customer to see the sunset while enjoying beer and one of its appetizers – which, by the way, are not pricey – the best thing thre are the live bands and DJs that all livens up the place during the weekend, but always in a relaxed environment.

Mormaço

Mangal das Garças

texto / text: Débora McDowelfotos / photos: Jaime Souzza

foto

/ ph

oto:

Bob

Men

ezes

Page 40: Revista Latitude - 8

40LATITUDE 8

Apesar de, à primeira vista, remeter a alguma espécie de museu, trata-se de outra casa noturna da cidade, que já existia anteriormente com outros nomes e administração. Localizada na Rua Siqueira Mendes, uma das primeiras de Belém, a casa possui dois ambientes: uma grande pista climatizada e uma área externa, com vista para o rio. O local serve de palco para festas, em sua maioria as mais ‘alternativas’ da cidade. Even-tos de rock e música eletrônica marcam ponto quase todo fim de semana por ali, tornando o público do Centro Cultural Cidade Velha o mais jovem e descoladão de Belém.

Assim como o Centro Cultural Cidade Velha, o atrativo do Açaí Biruta é a música ao vivo: nas sextas, predomina o pagode, e nos domingos, o reggae, além de vez ou outra servir de espaço para eventos de rock. Também localizada na Rua Siqueira Mendes, a casa, que comporta cerca de 2 mil pessoas, possui um ambiente interno, com palco, e outro externo, estruturado sobre o rio, com um barco ancorado que também acomoda os clientes. Por tocar dois estilos musicais bastante populares e o preço não ser salgado, o público acaba sendo muito variado. Uma bebida exclusiva do local é o pau-do-índio: mistura de cachaça, pó de guaraná, licor de açaí e cravinho.

Although, at first sight, it reminds of some sort of muse-um, it is another nightclub of the city, that already existed with different names and administration. Located at the Siqueira Mendes Street, one of the first streets of Belém, the house has two rooms: a great acclimatised dance floor and an outside area, with aview of the river. The place is stage for parties, in its majority the more ‘alternative’ ones in the city. Events of rock and electronic music happens almost every weekend, making the public of the Cultural Centre one of youngest and chilled of Belém.

As well as the Cidade Velha Cultural Center, the attraction of the Açaí Biruta is live music: on Fridays, the samba style prevails, and on Sundays, reggae, apart form some rock events from time to time. Also located in the Siqueira Mendes Street, the place, it can held around 2 thousand people, has an internal area, with stage, and another external one, built over the river, with an anchored boat that also accommodates the customers. As it presents two very popular music styles and it not too pricey, the public varies. An exclusive drink of the place is the pau-do-indio: a mix of cachaça, guaraná, acai berry liquor and clove.

Centro Cultural Cidade Velha

Açaí Biruta

ROTEIRO / route

Page 41: Revista Latitude - 8

41 LATITUDE 8

Completando a trilogia noturna da Siqueira Mendes, está o Palafita, logo no começo da rua. Como o próprio nome já diz, o bar é um ambiente mais rústico e procurado tipicamen-te no fim da tarde, por um público mais adulto que procura cerveja gelada e música boa, indo do jazz à MPB. O enorme trapiche que fica nos fundos do estabelecimento, e que à noi-te ganha o brilho da luz de velas, proporciona uma ótima vista da Baía de Guajará e dos casarões da Cidade Velha. O bolinho de piracuí e o tacacá do Palafita são duas ótimas opções do cardápio do local.

Encerrando a trajetória gastronômica e festiva da mar-gem do Rio Guamá, encontramos a Casa das Onze Janelas, edifício histórico militar que atualmente é ponto turístico e abriga o Boteco das Onze. O bar é um dos mais conceituados da cidade, por possuir um amplo cardápio de comes e bebes, em um ambiente bem confortável, de paredes em pedra e luz baixa dentro, e de mesas ao ar livre fora, diante do rio e de um belo jardim. A caipirinha e os bolinhos de entrada, inspira-dos em salgados de vários bares do Brasil, são destaques no menu do Boteco.

Completing the night scene of the Siqueira Mendes is the Palafita, right in the beginning of the street. As its name already says, the bar is more rustic and frequented by a more adult public, typically in the end of the afternoon, looking for cold beer and good music, varying from jazz to MPB. Candles brighten the enormous deck located on the back during the nighta, provid-ing an excellent view of the Guajará Bay and the large houses of the Cidade Velha area. The piracuí fish balls and the tacacá of the Palafita are two excellent options of the menu.

Locking up the festive and gastronomic route by the Guamá River, we find the Casa das Onze Janelas, historical military build-ing that currently is a tourist point and holds the Boteco das Onze. The bar is one of the most appraised of the city, for its ample menu of food and drinks, in a well comfortable environment, its rock walls and gentle light inside, its outdoor tables, by the river and a beautiful garden. Caipirinha and the appetiser balls, inspired in pastries of many bars of Brazil, are the main attractions in the menu of the Boteco.

Palafita

Casa das Onze Janelas

Page 42: Revista Latitude - 8

42LATITUDE 8

Av. Alm.Tamandaré

Veiga Cabral

Veiga Cabral

R. Óbidos

Pass. Carneiro da Rocha

Av. Alm. Tamandaré

Tv. Pe. Eutíquio

Av. PortugalAngelo Custódio

Av. 16 de Novembro

Praça do Relógio

Rua São B

oaventuraR

ua Dr. A

ssis

Rua D

r. Malcher

Rio Guamá

Mangal das Garças

Mormaço

Centro Cultural Cidade Velha

Açaí Biruta

Palafita

Casa das 11 janelas

ROTEIRO / route

Serviços / ServiceMangal das Garças

Passagem Carneiro da Rocha, ao lado do Arsenal de Marinha.Funcionamento: de terça a domingo, das 7h às 17h (área externa) e das 9h às 17h (espaços monitorados). Entrada franca, exceto para os espaços monitorados. Às terças-feiras, entrada franca em todos os espaços. O restaurante Manjar das Garças funciona das 12h às 3h (quinta a sábado) e das 12h à 0h (domingo, terça e quarta). Informações: +55 91 3242-5052

Mormaço Bar & ArtePassagem Carneiro da Rocha, 1, ao lado do Mangal das GarçasFuncionamento: sexta-feira a partir das 23h, sábado às 15h, e domingo ao meio-dia.Informações: +55 91 3223-9892 e [email protected]

Centro Cultural Cidade VelhaRua Siqueira Mendes, 172, próximo à Praça do Carmo.Funcionamento: de acordo com a festa da noite.Informações: +55 91 4141-4199

Açaí BirutaRua Siqueira Mendes, 58, próximo à Praça do Carmo.Funcionamento: sexta e sábado, das 22h às 5h. Domingo, das 16h até a meia-noite. Informações: +55 91 4141-4199

Bar e Restaurante PalafitaRua Siqueira Mendes, 264, em frente à Catedral da Sé.Funcionamento: todos os dias, a partir das 12h. De quinta a domin-go, música ao vivo.Informações: +55 91 3212-6302

Espaço Cultural Casa das Onze JanelasPraça Dom Frei Caetano Brandão, s/n. Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 18h.Informações: +55 91 4009-8821 e [email protected]

Mangal das GarçasCarneiro da Rocha Way, next to the Marine Arsenal.Hours: From Tuesday to Sunday, 7am to 5pm (external area) and 9am to 5pm (monitored spaces). Free entry, with an exception for the monitored spaces. On Tuesdays, free entry in all spaces. The restaurant Manjar das Garças opens from noon to 3am (Thursday to Saturday) and noon to midnight (Sunday, Tuesday and Wednesday). Info: +55 91 3242-5052

Mormaço Bar & ArtCarneiro da Rocha Way, 1, next to the Mangal das GarçasHours: Friday from 11pm, Saturdays at 3pm, and Sundays at noon.Info: +55 91 3223-9892 e [email protected]

Cidade Velha Cultural CentreSiqueira Mendes Street, 172, next to the Carmo Square.Hours: depends on the party.Info: +55 91 4141-4199

Açaí BirutaSiqueira Mendes Street, 58, next to the Carmo Square.Hours: Friday and Saturday, 10pm to 5am. Sunday, 4pm to midnight. Info: +55 91 4141-4199

Bar e Restaurant PalafitaSiqueira Mendes Street, 264, in front of the Sé Cathedral.Hours: everyday, from noon. Thursday to Sunday, live music.Info: +55 91 3212-6302

Cultural Centre Casa das Onze JanelasDom Frei Caetano Brandão Square, s/n. Hours: Tuesday to Sunday, 10am to 6pm.Info: +55 91 4009-8821 e [email protected]

Page 43: Revista Latitude - 8

43 LATITUDE 8

EM TODOS OS MOMENTOS,

SEMPRE SUA MELHOR COMPANHIA.

SEMPRE SUA MELHOR COMPANHIA.

Setor exclusivo para atendimento

corporativo, com foco na gestão eficaz do

orçamento de viagens de sua empresa.

Valeverde Empresas

Atua na negociação do melhor pacote de viagem: passagem aérea, hotel e receptivo para participantes de eventos.

Valeverde Agência Oficial

City tour em Belém e arredores, passeios fluviais e pacotes regionais para conhecer os encantos e belezas do Pará.

Valeverde Receptivo

Valeverde Feiras e Eventos

Belém - Pará - Brasil

www.valeverdeturismo.com.br

SEMPRE SUA MELHOR COMPANHIA.

Emissão de passagens, reserva de hotéis

e

carros, cruzeiros

marítimos, grupos

nacionais e internacionais e documentação

de viagens.

Valeverde Turismo

Locação de ônibus para atender excursões

rodoviárias, eventos e empresas. B

arco para

passeios turísticos

, eventos e confrat

ernizações.Frota Própria Valeverde

Valeverde VIP Lounge

Conforto e comodidade na exclusiva sala

VIP na área de embarque do Aeroporto

Internacional de Belém.

Valeverde Feiras e Eventos

No Pará, só a Valeverde é assim. Oferece um leque

abrangente de produtos e serviços com o objetivo de

facilitar a vida de seus clientes, proporcionando

agilidade, conforto e segurança.

Ligue: (91) 3218-7333 ou 3218-5000.

Organização de seminários, feiras, congressos e eventos de todos os portes.

Page 44: Revista Latitude - 8

44LATITUDE 8

ENSAIO / essay

Page 45: Revista Latitude - 8

45 LATITUDE 8

SUOR DATERRA

texto / text: Wagner Caldeirasfotos / photos: Jaime Souzza

Page 46: Revista Latitude - 8

46LATITUDE 8

ENSAIO / essay

Page 47: Revista Latitude - 8

47 LATITUDE 8

Page 48: Revista Latitude - 8

48LATITUDE 8

ENSAIO / essay

Já vem a argila. Mas preferimos chamá-la barro, palavra evocativa da criação. Quando falamos já vem o barro, falamos de matéria primeira, sentimo-nos então pequenos deuses, prontos para reinventar o nosso próprio universo. O rio, tão misterio-so, questiona no que transformarão as pequenas porções de margem que as crianças vieram buscar e que ele, tão generoso, ofertou. Não respondemos de pronto, tampouco sabemos nós antes de o barro sair da maromba, mudo e limpo. Transformado e ressignificado. A roda inicia o movimento inexorável do tempo. Adiciona às conversas matutinas as preliminares de caça dos índios que andaram por aqui muito antes de esta oficina existir. As linhas marajoaras e tapajônicas confundem-se com as lições do pai, com as brincadeiras de nossos filhos, com os temores das coisas que vêm do céu. A roda liga as pontas. Já vem um vaso, uma cumbuca, uma tigela, um jarro, um filtro. Bate um contenta-mento resignado sabermos que há um pouco de nós no dia-a-dia das pessoas. Já vêm pequenos jacarés, tracajás, cobras, onças, um muiraquitã. As nossas reverências a esses entes que nos orga-nizam. Já vem o calor do forno, o suor que jorra, e, logo depois, o marulho do rio num gesto de gratidão que nos chega como bênção após um dia de trabalho.

Page 49: Revista Latitude - 8

49 LATITUDE 8

THE SWEAT OF THE SOILHere comes the argil. Though we would prefer to call it clay, evocative word of the creation. When we talk about clay, we talk about the raw material, we then feel just as small Gods, ready to reinvent our own universe. The river, so mysterious, questions into what they will transform the small portions of edge the children had come to search and that it, so generous, offered. We don’t answer straight away, or know ourselves before it comes out, cut and clean. Transformed and re-signified. The wheel initiates the inexorable move-ment of time. It adds to the morning conversations the preliminaries hunting for the Indians who had lived here long before this place even existed. The marajoara and tapajonicas lines got mixed with the father’s lessons, with our kids’ mess, our fears of what comes from heaven. The wheel connects with the extremities. Then comes a vase, a bowl, a jar, a filter. The content-ment that there are only a few of us in the people’s daily routine hit us back. Here it comes little alligators, turtles, snakes, panthers, the muiraquita. Our reverences to those beings who organise us. Here it comes the heat of the oven, the sweat that gushes out and then, later on, the river, in a gesture of gratitude that comes to us as a blessing after a day of work.

Page 50: Revista Latitude - 8

50LATITUDE 8

ENSAIO / essay

Page 51: Revista Latitude - 8

88LATITUDE 8

...e a ousadia doexperimentalismo

Chef paulista explorou a Amazônia para combinar gastronomia do Pará e da Itália

O açaí vem deslumbrando o mundo inteiro com o seu sabor exótico e a sua rica fonte de nutrientes. Só que para quem não entra em contato com a fruta servida em seu forma-to tradicional – peculiaridade que só se encontra na Amazônia –, a liberdade para experimentá-la em ousadas receitas é total. E foi buscando essa distinção entre tradição e contemporanei-dade que o chef e sommelier paulista Bruno Stippe, presiden-te da Federazione Italiana Cuochi (FIC), esteve no Pará em uma verdadeira expedição gastronômica com o objetivo de descobrir a melhor forma de combinar ingredientes italianos e amazônicos. O resultado é ousadia pura.

Por meio do projeto Amazônia Che Ti Fa Bene, que con-tou com o apoio do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, Bruno pôde perceber (e provar) a infinidade de sensações que a gastronomia local tem a oferecer ao paladar. Na viagem – que foi realizada entre junho e outubro de 2009 e vai resultar em um livro homônimo ao projeto –, foram visita-das cidades como Soure, Santarém e Carajás, além de Belém. “Foi sensacional conhecer de perto os hábitos referentes à ali-mentação local e ser tocado pelo carisma das pessoas quando ensinam suas receitas”, diz.

Bruno quis conhecer sem restrições de tempo, distância ou estrutura urbana, cada ingrediente in loco e as variações de sabores dos ingredientes em cada região do Estado. E foi assim que ele, curiosamente, descobriu que existem inúmeros “açaís” pelo Pará. O açaí de Belém e o de Cametá, por exem-plo, são diferentes na sua essência, e a maneira de preparar o fruto estado afora também tem diversas variações, como o mingau de açaí, a crueira de açaí, sorvete de açaí, açaí doce, açaí com arroz, açaí salgado e açaí azedo. “É incrível a diversi-dade de sabores de um único ingrediente ser tão grande. De-pois de tomar o açaí da Amazônia, o resto não passa de água aromatizada. Acho que se eu morasse no Pará tomaria açaí o tempo todo”, brinca ele, que ainda classificou o Estado como o grande celeiro de inovações da gastronomia paraense.

Da viagem do chef pela Amazônia, um dos maiores expo-entes é uma criação que se encaixa perfeitamente nos moldes do que o paulista procurava quando veio à Amazônia: a mezza luna de açaí recheada com ricota e pirarucu defumado com molho de jambo e mascarpone. Trata-se de uma experiência única e inédita que une uma das maiores paixões da cozinha paraense ao modo italiano de preparar um prato.

GASTRONOMIA / gastronomy

Page 52: Revista Latitude - 8

51 LATITUDE 8

Page 53: Revista Latitude - 8

52LATITUDE 8

ENSAIO / essay

Page 54: Revista Latitude - 8

53 LATITUDE 8

Page 55: Revista Latitude - 8

54LATITUDE 8

Obra de Berna Reale em exposição no Hangar Centro de Convenções e Feiras da AmazôniaBerna Reale’s artwork, in exhibition at the Hangar Convention and Trade Fair Centre of the Amazon

GALERIA / gallery

Page 56: Revista Latitude - 8

55 LATITUDE 8

E DO BARRO SE FEZ ARTE

Terra, água e inspiração. Essa úmida equação é a mesma sempre, seja em galpões de artesãos, de onde saem delicados utensílios ornamentados com referências an-cestrais repassadas de pai para filho, seja em ateliês de artistas plásticos que usam a argila como suporte para uma linguagem contemporânea. Em ambos os casos, é

a natureza quem conduz toda a criação artísticaMADE OUT OF CLAY

Earth, water and inspiration. This moist equation is always the same, either in the shed of artisans, where fragile pieces elaborated with ancestral references carried on from father to son come from, or in the studio of plastic artists, who use clay as support for a contemporary language. In both cases, is nature

that leads all the artistic creation.

texto / text: Esperança Bessafotos / photos: Jaime Souzza e Bruno Carachesti

Page 57: Revista Latitude - 8

56LATITUDE 8

GALERIA / gallery

Page 58: Revista Latitude - 8

57 LATITUDE 8

fotos / photos: Bruno Carachesti

Page 59: Revista Latitude - 8

58LATITUDE 8

GALERIA / gallery GALERIA / gallery

Page 60: Revista Latitude - 8

59 LATITUDE 8

fotos / photos: Jaime Souzza

Page 61: Revista Latitude - 8

60LATITUDE 8

GALERIA / gallery GALERIA / gallery

Page 62: Revista Latitude - 8

61 LATITUDE 8

fotos / photos: Jaime Souzza

Page 63: Revista Latitude - 8

62LATITUDE 8

GALERIA / gallery

Berna RealeUsa a terra como gancho de sua produção, por comportar infinitos elementos e conceitos. Rea-lizou exposições individuais e coletivas por todo o Brasil e em países como Bélgica e Portugal.

Makes use of the earth as a hook to her produc-tion, as it holds infinite elements and concepts. She has already had solo exhibitions and collec-tives throughout Brazil and in countries such as Belgian and Portugal.

She has already done 13 exhibitions in many parts of the State and the Country. Her work makes use of clay sculptures to represent the planet’s energy transmission.

Chandra FaroJá realizou 13 exposições em diversos pontos do Estado e do País. Seu trabalho utiliza a escul-tura em argila para representar a transmissão de energia do planeta.

Anísio ArtesanatoHá mais de 25 anos, o senhor Anísio reúne e comercializa peças de artesanato de beleza ímpar típicas do distrito de Icoaraci, trazendo em seus traços a história que remonta às origens da Amazônia

For more than 25 years, Mr. Anísio has collected and sold craftworks made in the Icoaraci district, which have a unique beauty, and lines that trace back to the history and origins of the Amazon region.

Currículo

Page 64: Revista Latitude - 8

63 LATITUDE 8

Page 65: Revista Latitude - 8

64LATITUDE 8

Bob MenezesFotógrafo e Assessor de Marketing do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia

Photographer and Marketing Assessor at the Hangar Fairs and Conventions Center of the Amazon

foto

pho

to: A

nita

Lim

a

Ilustr

ação

/ ilu

strat

ion

phot

o: Fi

lipe

Lobo

CRÔNICA / cronicle

NO

O olhar do fotógrafo sempre atento adora mercados. São muitas as cores, muitos os matizes, cente-nas de formas e o mais importante: vários personagens prontos a serem capturados pela lente, quando já fotografados pelo olhar.

Eu sempre que posso passeio por um. O nosso Ver-o-Peso tem sido há anos fonte segura de deleite para meu olhar, e em viagens procuro logo saber se terei um bom mercado para visitar. Nem precisa ser grande, nem bom, ou que ali se comercialize de um tudo, para que as cores, formas e matizes surjam transformando o que para quase todos é um mero local de compras em um enorme parque de diversões de imagens.

Foi em um desses mercados que, dia desses, meu olhar ávido encontrou uma senhora de uns 60 anos, com 1,55m, gordinha, um pé de couve às mãos e na cabeça um lenço lindamente estampado em azul-marinho só não tão bonito quanto o azul que coloria seus olhos. Imediatamente fotografei aquela privilegiada composição, mas era preciso registrá-la e olhando-a nos olhos argumentei: “ah se eu tivesse esses olhos!”. Ela sorriu, permitiu o primeiro registro já perguntando o que eu faria. Entre uma foto e outra respondi que com uns olhos lindos daqueles seria um artista de cinema. Abriu-me então um grande sorriso disparando em seguida uma seca pergunta: “Pra quê?”. E concluiu com outra: “Mas a vida não seria a mesma?”.

Talvez alguns menos atentos respondam que não, a vida não seria a mesma, naturalmente se referin-do a dinheiro, fama etc..., essas coisas externas. Mas eu que vi seus olhos logo entendi que ela se referia certamente à vida verdadeira, aquela vida de cada um. Fiz mais uma foto, sorri feliz, beijei-lhe a mão e agradeci respondendo: “é verdade, seria a mesma vida!”

THE GREENGROCERThe keen eyes of photographers, always aware, love markets. So many colours, nuances, hundreds of forms and,

more important, a variety of personages ready to be captured by the lens, once already shot by the eye.I wander through one whenever I can. Our Ver-o-Peso has, for years, been a safe source of delight to my eyes.

When travelling, I quickly try and find out if I will have a good market to visit. It doesn’t need to be big nor great, or to commercialise all sorts of goods, to notice the colours, forms and nuances breaking up to transform this that, for almost everyone, is only a place for shopping, placed in a funfair of images though.

It was in one of those markets that, one of these days, my eager eye found this 60-year-old greengrocer lady, with 1.55m, chubby, bunch of greens in hand and a head scarf, which had such a pretty blue pattern, only not as beautiful as the blue that coloured her eyes. I immediately took a shot of that privileged composition but the important was to regis-ter it looking into her eyes, so I expressed it: ‘If only I had such eyes!’ She smiled, allowing me the first register and asking what I would do with it. Snapping away at her, I answered that I would be a movie star if I had such eyes. She opened up a huge smile, followed by a straight question: ‘What for?’ And concluded with another: ‘But wouldn’t it be the same life?’

Perhaps those less aware would say no, it wouldn’t be the same life, naturally relating it to money, fame and etc… those external stuff. However I, who saw her eyes, understood she was talking about the real life, that of each one. I took some more pictures, smiled pleased, kissed her hand expressing my gratitude and answered: ‘it is true, it would be the same life.’

A verdureira

Page 66: Revista Latitude - 8

66LATITUDE 8

OFERENDA O nome dela é Iara. Mas também pode ser Janaína, Iansã, Iemanjá. Sereia. Todas rainhas da água: salgada, doce, por vezes deliciosamente amarga, que atrai para o seu seio - e seu leito - homens desavisados. Entidades encantadas que encantam. E seduzem. Que envolvem, que apaixonam, que enlouquecem. Não subestime a força desses seres, capazes de ditar o ritmo das marés, a órbita da Lua e que podem acabar com a humanidade num piscar de olhos. Mas que também precisam ser amadas, adoradas, devotadas, caso contrário revelam toda a fúria que guardam dentro de si para depois se esquecer e se entregar de novo. Faça sua oferenda.

OblationHer name is Iara. However, It could also be Janaína, Iansã, Iemanjá.

Mermaid. All of them Queens of the waters: salt, sweet, deliciously bitter at times, that attracts to her bosom – and cot – oblivious men. Enchanted entities, who fascinate. And entice. Who involve, infatuate and madden. Do not demean the power of those beings, capable of dictating tidal flows, the moon orbit and of destroying humankind in a blink of an eye. But, who also need to be loved, adored, devoted; otherwise, will reveal all the fury kept inside, to later on forget and fall for it once again.

Make your oblation.

MODA / fashion

Page 67: Revista Latitude - 8

67 LATITUDE 8

texto / text: Esperança Bessa

Page 68: Revista Latitude - 8

68LATITUDE 8

Page 69: Revista Latitude - 8

69 LATITUDE 8

Page 70: Revista Latitude - 8

70LATITUDE 8

Page 71: Revista Latitude - 8

71 LATITUDE 8

Page 72: Revista Latitude - 8

72LATITUDE 8

MODA / fashion

Page 73: Revista Latitude - 8

73 LATITUDE 8

Page 74: Revista Latitude - 8

74LATITUDE 8

GASTRONOMIA / gastronomy

Page 75: Revista Latitude - 8

76LATITUDE 8

Page 76: Revista Latitude - 8

77 LATITUDE 8

Page 77: Revista Latitude - 8

78LATITUDE 8

Criação e Direção / Creation and DirectionGil Yonezawa

Fotografia / PhotographyBob Menezes

Tratamento de imagem / Treatment of image

Gil YonezawaStyling

Gil YonezawaThiago Freitas

Produção / ProductionTainah Fagundes

Assistente de Produção / Production assistantFilipe Lobo

Modelo / ModelKaroline Amaral

Maquiagem e cabelos / Make up and hairJohn Kintarus

Roupas / ClothingMaria Belém

Acessórios / Accessories

Mariana BibasAgradecimentos especiais / Special thanks

Carmita FaroClara Carneiro

MODA / fashion

Page 78: Revista Latitude - 8

79 LATITUDE 8

Page 79: Revista Latitude - 8

80LATITUDE 8

ZOOM / zoomZOOM / zoom

ZOOM”Beijando a água, como em uma poesia conhecida, o pássaro assume estar buscando. Em qualquer lugar. Em todo lugar. A dádiva encontrada o alenta e faz estancar. No ar, quase invisíveis suas asas se esforçam em aproximá-lo da fonte. Num milésimo de segundo sedento. Noutro livre. O beijo eterniza-do faz querer o mesmo tipo de entrega.”

“Kissing the water, as if in a widely-known poem, the bird admits its search. Anywhere. Everywhere. The gift found relieves and makes it stop. In the air, its almost invisible wings make the effort to get it to the fountain. In a thousandth of second, thirsted. In other, free. The eternalised kiss makes it want the same kind of release.”

texto / text: José Mattos Netofotos / photos: Hely Pamplona

Page 80: Revista Latitude - 8

81 LATITUDE 8

Page 81: Revista Latitude - 8

82LATITUDE 8

GASTRONOMIA / gastronomy

O SABOR DA TRADIÇÃO

No Pará, açaí é para ser saboreado com camarão, charque ou peixe frito e muita,

mas muita farinha

THE FLAVOUR OFF TRADITIONIn Pará, acai berry is to be savoured with prawns, jerk

beef or fried fish and loads, loads of cassava flour.

Page 82: Revista Latitude - 8

83 LATITUDE 8

texto / text: Ismael Machadofoto / photo: Renato Reis

Page 83: Revista Latitude - 8

84LATITUDE 8

GASTRONOMIA / gastronomy

Francisco Barbosa, o Lula, começa a bater o açaí no pró-prio barco. São quase nove horas da manhã e este homem, um negro forte de 34 anos, comanda a embarcação Estrela da Ilha que horas antes estava na Feira do Açaí, em Belém, desembarcando paneiros e mais paneiros com o fruto que vem de outros municípios para abastecer a capital paraen-se. É esse açaí, cada vez mais globalizado, que faz parte da rotina de milhões de pessoas no Estado, movimenta cada vez mais dinheiro, já é exportado com regularidade e passou a ser também prato nobre em alguns restaurantes especia-lizados na iguaria. Mas para isso acontecer o trabalho de Lula é uma rotina diária, que tem o pico entre os meses de novembro e fevereiro nas ilhas próximas à capital paraense. E o açaí batido à base da força manual na máquina instala-da no barco fará parte do almoço horas mais tarde junto à tripulação.

Há vários caminhos para o açaí. Um deles é o que vem do Marajó, de municípios como Ponta de Pedras, por exemplo. Lá, Feliciano Tavares Ferreira, o Feliz, 58 anos, é capaz de fazer acrobacias passando de palmeira a palmeira, enquanto vai recolhendo os cachos do fruto. Mais do que uma exibição gratuita, a habilidade adquirida poupa tempo e esforço. “Não preciso ficar descendo de um açaizeiro e subindo em outro para apanhar açaí”, diz ele, rindo da cara

de espanto e admiração dos que não estão acostumados a ver tanta perícia e desenvoltura nas alturas.

É simples. Para ele, lógico. Feliz põe a peconha – uma espécie de corda em círculo nos pés, que serve para dar apoio na hora de subir na árvore –, encaixa um facão na parte de trás do calção e sobe rapidamente em palmeiras de uns quantos metros de altura. De lá de cima volta com cachos. Ou simplesmente os joga para alguém que esteja embaixo ajudando a aparar.

Gente como Antônio Rabelo, o Preto, 40 e poucos anos, como ele mesmo ressalta. Rabelo aguarda para debulhar o açaí, ou seja, retirá-lo do cacho e armazená-lo no paneiro. Depois o fruto é lavado em água quente. Na casa de cada um deles, a máquina de bater açaí faz parte dos utensílios de cozinha, mais importante até do que uma geladeira, objeto raro por aquelas terras.

Feliz mora numa casa típica de beira de rio na Ama-zônia. Casa de madeira, de poucos cômodos e móveis, impecavelmente limpa e rodeada por açaizeiros. Em época de maré baixa, o quintal se torna maleável, mas firme. Uma espécie de igapó mais seco. Em época de altas marés, geral-mente a partir de março, as águas tomam conta do quintal.

Ele e Preto colhem açaí nas terras que pertencem a Raimundo Martins, um dos maiores produtores de Ponta de

Francisco Barbosa, Lula, starts to prepare the acai berry on the boat. It is almost nine in the morning and this man, a 34-year-old bulky black chap, conducts the boat Estrela da Ilha (Star of the Island), which hours before was at the Acai Fair, in Belém, delivering baskets and baskets filled with the acai that comes from other cities to supply the capital. This acai berry, now more globalised than ever, is part of the routine of millions in the Pará State. It boosts the economy; is already being regularly exported; and has become posh dish in some specialised restaurants. For this to happen, however, Lula’s work is a daily routine that has its peak from November to December in the islands next to the capital. And the berry manually prepared on the boat will become lunch for the crew.

The acai berry comes from many different places. One of them is the Marajó Island, from cities such as Ponta de Pedras. There, Feliciano Tavares Ferreira, known as Feliz (Happy), 58, loops from palm tree to palm tree, collecting the berry clusters. More than a free exhibition of his ability, it saves time and work. “I don’t need to get down of one tree to climb another,” he says, laughing at the astonished face of those who are not used to such expertise.

It is simple. For him, obviously. Feliz puts on a peconha – sort of rope, in circles, that goes in his feet to give support when climbing the palm tree –, attaches a big

knife to the back of his trousers and climb rapidly in palm trees of many meters high. From there, he returns with clusters of the berry. Or just throws them to the person helping him.

People like Antonio Rabelo, known as Preto (Black), forty and something, as he says. Rabelo waits to thrash the acai, meaning he takes the berry out from the clusters and stock it in the straw baskets. Afterwards, the berry is washed in running water. In each house, the machine used to beat the acai is already part of the kitchen appliances, even more important than the fridge, which is a rare utensil in that area.

Feliz lives in a typical Amazon river board house. Made of wood, with only a few rooms and furniture, impeccably clean and surrounded by acai palm trees. In times of ebb tide, the courtyard becomes limber, but steady. A sort of dry bayou. In times of flow, usually from March, the waters take over the courtyard.

He and Pedro gather the acai berry from lands that belong to Raimundo Martins, one of the biggest produc-ers of Ponta de Pedras. It is a ‘halves’ system, meaning that half of what they collect is theirs; half is Martin’s, who used to hear jokes from everywhere when decided to buy land for this kind of production. “They called me crazy,” remembers. It because it was unusual for someone to

Page 84: Revista Latitude - 8

85 LATITUDE 8

Francisco Barbosa, o Lula, começa a bater o açaí no pró-prio barco. São quase nove horas da manhã e este homem, um negro forte de 34 anos, comanda a embarcação Estrela da Ilha que horas antes estava na Feira do Açaí, em Belém, desembarcando paneiros e mais paneiros com o fruto que vem de outros municípios para abastecer a capital paraen-se. É esse açaí, cada vez mais globalizado, que faz parte da rotina de milhões de pessoas no Estado, movimenta cada vez mais dinheiro, já é exportado com regularidade e passou a ser também prato nobre em alguns restaurantes especia-lizados na iguaria. Mas para isso acontecer o trabalho de Lula é uma rotina diária, que tem o pico entre os meses de novembro e fevereiro nas ilhas próximas à capital paraense. E o açaí batido à base da força manual na máquina instala-da no barco fará parte do almoço horas mais tarde junto à tripulação.

Há vários caminhos para o açaí. Um deles é o que vem do Marajó, de municípios como Ponta de Pedras, por exemplo. Lá, Feliciano Tavares Ferreira, o Feliz, 58 anos, é capaz de fazer acrobacias passando de palmeira a palmeira, enquanto vai recolhendo os cachos do fruto. Mais do que uma exibição gratuita, a habilidade adquirida poupa tempo e esforço. “Não preciso ficar descendo de um açaizeiro e subindo em outro para apanhar açaí”, diz ele, rindo da cara

de espanto e admiração dos que não estão acostumados a ver tanta perícia e desenvoltura nas alturas.

É simples. Para ele, lógico. Feliz põe a peconha – uma espécie de corda em círculo nos pés, que serve para dar apoio na hora de subir na árvore –, encaixa um facão na parte de trás do calção e sobe rapidamente em palmeiras de uns quantos metros de altura. De lá de cima volta com cachos. Ou simplesmente os joga para alguém que esteja embaixo ajudando a aparar.

Gente como Antônio Rabelo, o Preto, 40 e poucos anos, como ele mesmo ressalta. Rabelo aguarda para debulhar o açaí, ou seja, retirá-lo do cacho e armazená-lo no paneiro. Depois o fruto é lavado em água quente. Na casa de cada um deles, a máquina de bater açaí faz parte dos utensílios de cozinha, mais importante até do que uma geladeira, objeto raro por aquelas terras.

Feliz mora numa casa típica de beira de rio na Ama-zônia. Casa de madeira, de poucos cômodos e móveis, impecavelmente limpa e rodeada por açaizeiros. Em época de maré baixa, o quintal se torna maleável, mas firme. Uma espécie de igapó mais seco. Em época de altas marés, geral-mente a partir de março, as águas tomam conta do quintal.

Ele e Preto colhem açaí nas terras que pertencem a Raimundo Martins, um dos maiores produtores de Ponta de

Francisco Barbosa, Lula, starts to prepare the acai berry on the boat. It is almost nine in the morning and this man, a 34-year-old bulky black chap, conducts the boat Estrela da Ilha (Star of the Island), which hours before was at the Acai Fair, in Belém, delivering baskets and baskets filled with the acai that comes from other cities to supply the capital. This acai berry, now more globalised than ever, is part of the routine of millions in the Pará State. It boosts the economy; is already being regularly exported; and has become posh dish in some specialised restaurants. For this to happen, however, Lula’s work is a daily routine that has its peak from November to December in the islands next to the capital. And the berry manually prepared on the boat will become lunch for the crew.

The acai berry comes from many different places. One of them is the Marajó Island, from cities such as Ponta de Pedras. There, Feliciano Tavares Ferreira, known as Feliz (Happy), 58, loops from palm tree to palm tree, collecting the berry clusters. More than a free exhibition of his ability, it saves time and work. “I don’t need to get down of one tree to climb another,” he says, laughing at the astonished face of those who are not used to such expertise.

It is simple. For him, obviously. Feliz puts on a peconha – sort of rope, in circles, that goes in his feet to give support when climbing the palm tree –, attaches a big

knife to the back of his trousers and climb rapidly in palm trees of many meters high. From there, he returns with clusters of the berry. Or just throws them to the person helping him.

People like Antonio Rabelo, known as Preto (Black), forty and something, as he says. Rabelo waits to thrash the acai, meaning he takes the berry out from the clusters and stock it in the straw baskets. Afterwards, the berry is washed in running water. In each house, the machine used to beat the acai is already part of the kitchen appliances, even more important than the fridge, which is a rare utensil in that area.

Feliz lives in a typical Amazon river board house. Made of wood, with only a few rooms and furniture, impeccably clean and surrounded by acai palm trees. In times of ebb tide, the courtyard becomes limber, but steady. A sort of dry bayou. In times of flow, usually from March, the waters take over the courtyard.

He and Pedro gather the acai berry from lands that belong to Raimundo Martins, one of the biggest produc-ers of Ponta de Pedras. It is a ‘halves’ system, meaning that half of what they collect is theirs; half is Martin’s, who used to hear jokes from everywhere when decided to buy land for this kind of production. “They called me crazy,” remembers. It because it was unusual for someone to

Page 85: Revista Latitude - 8

86LATITUDE 8

GASTRONOMIA / gastronomy

Pedras. É um sistema ‘meeiro’, ou seja, metade do que tiram é deles; metade é de Martins que, quando começou a com-prar terras para a produção, ouvia gracejos de todo lado. “Me chamavam de doido”, lembra. Isso porque não era co-mum, lá pelos anos 50, início dos 60, alguém virar plantador de açaí. O fruto era abundante e quase ninguém comprava. Em Belém, numa viagem que durava até três dias, Martins muitas vezes levava mais da metade da produção de volta.

Só que ele é teimoso. E visionário. Antes, vivia de com-prar e vender gado e negociar terras. Investiu no açaí. “Hoje ele tem esse valor”, comenta, com forte sotaque marajoara. Em épocas de safra diz que colhe em média 150 paneiros por dia. Há quem diga que esse número é bem maior.

Martins faz parte do grupo dos grandes produtores que têm no açaí uma forte fonte de renda e sobrevivência. “Eu e meu irmão colhemos umas duas mil sacas por safra. É pouco, mas dá para a gente viver”, diz Roberto Almeida, esparramado no barco que descarregou, horas antes, o fruto na feira que não por acaso tem o nome de Feira do Açaí, no complexo do Ver-o-Peso.

“Eu só tenho medo é que cortem as árvores todas para plantar açaí”, diz dona Graciema, enquanto termina de preparar um café. Ela é mulher de Raimundo Martins e dia-riamente costuma bater o fruto para acompanhar o almoço e a janta. “Eu gosto bem grosso, meio papa. Já o Raimundo gosta mais pro médio”, vai explicando. Depois de colhido,

become an acai berry producer in the late 50’s, begin-ning of 60’s. The berry was abundant and almost no one would buy it. On a trip to Belém that would take up to three days, he would take back home over half of his production.

He is stubborn, though. And visionary. Before, he used to live off buying and selling cattle and trade lands. Decided to invest in acai berry then. “These days it has its value,” comments with a strong mara-joara accent. In times of harvest, he says he gathers an average of 150 straw baskets per day. Some might say this number is way greater.

Martins is part of a group for big producers that takes its profits and living from the acai berry. “My brother and I collect almost two thousand sacs per harvest. It is not much but enough to live,” says Roberto Almeida, hanging out on the boat that hours before had unloaded the berry at the fair, which, not by coincidence, is called Acai Fair, at the Ver-o-Peso complex

“I only fear they would cut off all the trees to plant acai,” says dona Graciema, while pouring coffee. She is Raimundo Martin’s wife and is used to preparing acai berry liquor for lunch and dinner. “I like it really thick, like a gruel. Raimundo likes it medium though,” explains. After the gathering, the berry stays in hot water to be softened. Then, it is beaten in a

Page 86: Revista Latitude - 8

87 LATITUDE 8

o fruto passa um tempo em água quente para amolecer. Só depois é que é batido na máquina para a transformação em ‘vinho’, como é chamado o líquido que é sorvido das formas mais diferentes possíveis.

O açaí que chega todas as madrugadas na Feira do Açaí vem em paneiros. É o fruto em estado puro. Em época de safra boa, o preço chega a R$ 10 o paneiro, ou um cesto, de acordo com o vocabulário do freguês. Mas no fim da safra, esse mesmo paneiro é vendido até por R$ 65, tamanha a procura diante da pouca oferta. Na ponta desse novelo, o consumidor, que paga mais caro para manter viva uma tradi-ção alimentar de grande parte do Pará.

“Quando vai acabando o tempo (safra) do açaí, o preço dispara”, diz Nazareno, que mantém um pequeno restau-rante só para comercializar o açaí como prato de ponta. Prato, aliás, que ganhou preferência no Sudeste do país. Lá, é vendido como energético e misturado de uma forma que arrepia os mais puristas. Açaí com granola, banana ou guaraná não faz parte da dieta de Feliciano, por exemplo. “Que é isso?”, se espanta. “Açaí tem de ser com farinha. E aí o sujeito escolhe se quer peixe frito, carne ou charque. Mas banana? Nunca vi”, ri.

machine to become ‘wine,’ as is called this liquor that is served in the most different ways.

The acai berry comes every day to the Acai Fair, at early rising, in straw baskets. This is the berry in its pure estate. In a good season, the price can go up to R$ 10 (U$ 5) per basket. At the end, however, this same basket is sold for up to R$ 65 (U$ 36), such the great sought against the poor offer. At the end of this ball of yarn, is the consumer, who pays to keep alive the tradition of feeding great part of the Pará State.

“When the time (season) of the acai finishes, the price goes up,” says Nazareno, who keeps a small restaurant just to commercialise the acai as a top dish. Dish, which, by the way, has gained the preference of those from the South Eastern region of the country. There, however, it is sold as energetic beverage, mixed in a way that freaks out those more purists. Acai with cereals, banana or guarana are not part of Feliz’s diet, for that matter. “What is this?”, asks stunned. “Acai is with cassava flour. And then you can chose if you want fried fish, beef or jerk beef. But banana? Never seen it,” laughs.

Page 87: Revista Latitude - 8

113 LATITUDE 8

Institucional

Page 88: Revista Latitude - 8

114LATITUDE 8

Hangar, Secult e Governo do Pará presenteiam Belém com duas pinturas que resgatam a história da cidade

Uma volta ao passado

Cidade com uma beleza arqui-tetônica majestosa, onde o Grande Hotel surge imponente no alto da avenida, envolto num túnel de man-gueiras quase na juventude. As vias do ‘Largo da Pólvora’, o horizonte límpido da Baía de Guajará, uma ‘Paris’ encravada entre os trópicos, na linha equatorial, no coração da Amazônia. Esta Belém, com quase 400 anos de história, deixou de habitar apenas os livros de história e a memória de poucos felizardos para decorar muros do presente.

Através de um projeto do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Governo do Pará, o artista plástico Eduardo Kobra veio a Belém e prepa-rou dois grandes postais que são uma verdadeira volta ao passado. A inter-venção artística fez parte do projeto de aniversário da capital e reproduziu cenas da Belle Époque belenense, que resgatam um pouco da glória do passado da cidade, deixam o espaço urbano mais bonito e, claro, melho-ram a autoestima da população.

Kobra esteve pela primeira vez na capital paraense durante a XIII Fei-ra Pan-Amazônica do Livro, quando trabalhou em cinco painéis, sendo que o maior mostra os barqueiros e o cais do porto no Mercado do Ver-o-Peso, obra que hoje embeleza a fachada lateral do Hangar e serviu de inspiração para a nova ação, es-trategicamente colocada na esquina da Avenida Portugal com o Boulevard Castilhos França, com uma vista privi-legiada para o mercado e a baía.

“Com o olhar de alguém que vem de fora, o Ver-o-Peso me cha-mou muito a atenção. No começo do século passado, as ruas e avenidas no Brasil tendiam a ser muito parecidas, não importa o local. Mas o mercado é um lugar único, muito democrático,

Texto / text: Lorenna Montenegro

O lixo, a sujeira e as pichações tomavam conta da privilegiada esquinaRubbish, dirty and scrawls were all over this exclusive corner

foto

s / p

hoto

s: Br

uno

Cara

ches

ti

QUALIDADE HANGAR / Hangar quality

Page 89: Revista Latitude - 8

115 LATITUDE 8

pois todos podem ver minha obra, tanto os que estão passando de ônibus quanto os que passam nos seus carros luxuosos”, conta o artista. A área, que antes servia de depósito para os vendedores de peixe, ainda recebeu uma pracinha construída espe-cialmente para apreciar a paisagem e a pintura, que retrata pessoas transitando pelas lojas da antiga Rua João Alfredo, com o bondinho ao fundo e uma grande sensação de tridimensionalidade.

Além do Ver-o-Peso, um muro em outro ponto da cidade, na esquina da Avenida José Malcher com a Travessa Castelo Branco, também recebeu um trabalho de Kobra, dessa vez com uma ação colaborativa com a participação de grafiteiros locais. “A proposta foi fazermos uma arte colaborativa. Apesar de usarmos mais o grafite e o Kobra e a equipe dele usarem a aero-grafia, trocamos ideias e dividimos o muro para mudar um pouco a cara da nossa cidade”, diz George Carvalho do coletivo de grafiteiros Cosp Tinta.

foto

s / p

hoto

s: Jai

me

Souz

za

Page 90: Revista Latitude - 8

116LATITUDE 8

Back to the pastHangar, Secult and the Para State Government presented Belem with two paints that recall the history of the city

City of a majestic architectonic beauty, where the Grand Hotel rises gallant from the top of the avenue, involved in a tunnel of mango trees. The ways to the Largo da Polvora, the limpid horizon of the Guajara Bay, a sort of Paris penetrated in the tropics, in the equatorial line, right in the heart of the Amazon. This Belem, of almost 400 years of history, from now on, not only lives in history books and in the memory of those happy ones; it now decorates the walls of the present.

Through a project of the Hangar Convention and Fair Centre of the Amazon, in partnership with the Para State Secretary for Culture and the State Govern-ment, the plastic artist Eduardo Kobra came to Belem to prepare two great sights that are a truly trip back to the past. This artistic intervention is part of the project for the anniversary of the capital, it depicts scenes of the Belle Epoque here, bringing back a taste of the glorious past of this city and embellishing the urban space, apart from increasing the self-esteem of the population.

Kobra first came to the paraense capital during the XIII Pan-Amazonic Book Fair, when he worked in five panels, one of them showing boatmen working at the Ver-o-Peso market, this panel can be seen in the external lateral of the Hangar and was used as inspiration for this new action, strategically allocated on the junction of the Portugal Avenue with Castilhos Franca Boulevard, a privileged view to the market and the bay.

“With the eyes of an outsider, the Ver-o-Peso called my attention. In the beginning of the last century, streets and avenues in Brazil tended to be very similar, no matter the place. The market, however, is such a unique place. Very democratic, where everyone has the opportunity to see my work, whether passing by bus or in luxurious cars,” tells the artist.

The area, which used to be deposit for fishmongers, also got a small square built with the special aim of appreciating the view and the paint that depicts people in the stores of the old Joao Alfredo street, with the tram in the back and a feel of tri-dimensionality.

Apart from the Ver-o-Peso, a wall in the other end of the city – the junction of the Jose Malcher Avenue with the Castelo Branco way – also received Kobra’s work. This time, in cooperation with local graffiti artists. “The proposition here was to make a collaborative art. Though we use more graffiti and Kobra and his team use air graphics, we extended ideas and shared the wall to give a new face to our city,” says George Carvalho, from the graffiti group Cosp Tinta.

Imagens com efeito tridimen-sional mudaram a paisagem da cidade

Three-dimensional images change the landscape of the city

QUALIDADE HANGAR / Hangar quality

foto

s / p

hoto

s: Jai

me

Souz

za

Page 91: Revista Latitude - 8

117 LATITUDE 8

Page 92: Revista Latitude - 8

118LATITUDE 8

Shows fazem a festa no HangarNatal, réveillon e aniversário de Belém foram marcados por programação gratuita que reuniu mais de 70 mil pessoasTexto / text: Lorenna Montenegro e Esperança Bessa Fotos / photos: Jaime Souzza

O Natal 2009 marcou o início de uma inten-sa programação de shows gratuitos promovidos pelo Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. A maratona, que só terminou no dia 11 de janeiro, véspera do aniversário de Belém, reuniu mais de 70 mil pessoas em 11 dias de programação, reunidas para assistir a alguns dos maiores nomes da música local e nacional.

A abertura do Natal Hangar ocorreu no dia 10 de dezembro com show de Ivan Lins no palco montado na área externa do Centro de Conven-ções, por onde passaram ainda Diogo Nogueira, Emílio Santiago, Leci Brandão, Mart’nália, Zizi Possi, Roberta Sá, Geraldo Azevedo, Orquestra Imperial e, atendendo a pedidos, o grupo Teatro Mágico, uma das principais atrações da XIII Feira Pan Amazônica do Livro. Entre as atrações locais estavam Coro Carlos Gomes, Fruta Quente, La Pupuña, Minni Paulo, Amazônia Jazz Band, Beto e Leno e banda do Exército.

Como já é tradição, o Hangar mais uma vez montou a decoração natalina que virou referên-cia na cidade. Dessa vez luzes espalhadas por todo o jardim deram brilho não a duas, mas a sete árvores de ferro de diferentes tamanhos. O presépio gigante também em ferro voltou ao lago como no ano anterior. Dando continui-dade à campanha que fez sucesso em 2008, o Natal Hangar 2009 também incentivou doações voluntárias de brinquedos, fraldas e produtos de higiene pessoal que foram entregues para beneficiar instituições de caridade.

Na virada do ano, o Centro de Convenções promoveu o seu primeiro réveillon popular no ritmo da cantora Mart’nália, da bateria do Ran-cho Não Posso Me Amofiná e das marchinhas de carnaval do cantor paraense Eloi Iglesias, numa festa que teve queima de fogos à meia-noite, com a folia terminando só nos primeiros raios de sol de 2010.

Luíza Possi, Ivan Lins e Amazônia Jazz Band foram algumas das atrações do Natal HangarLuiza Possi, Ivan Lins and Amazônia Jazz Band were some of the attractions of the Natal Hangar

QUALIDADE HANGAR / Hangar quality

Page 93: Revista Latitude - 8

119 LATITUDE 8

Decoração e shows gratuitos atraíram mais de 70 mil pessoas ao deck

Christmas Decoration and free concerts attracted more than 70 thousand to the deck

Page 94: Revista Latitude - 8

120LATITUDE 8

QUALIDADE HANGAR / Hangar quality

Mas quem disse que 2010 não ia começar no ritmo da alegria? Ainda no dia 11 de janeiro, véspera do aniversário de Belém, que completou 394 anos, o Hangar promoveu uma grande festa popular. Indicado ao Grammy latino em 2008, Diogo Nogueira voltou a Belém depois de ter sido um dos cantores mais elogiados do Natal Hangar. Ele dividiu a noite com outro sambista, Dudu Nobre, e juntos eles cantaram parabéns à cidade das mangueiras à meia-noite, ao lado da governadora Ana Júlia Carepa e do então secretário de Estado de Cultura Edilson Moura.

Antes dos shows, a tarde foi reservada para a entrega das doações arrecadadas durante o Natal Hangar. Mais de cinco mil pessoas atendidas por 30 entidades foram beneficiadas e uma grande festa para a criançada, com a presença da Tia Bola. Toda a programação de shows foi uma realização do Hangar, com apoio da Secult e Governo do Pará, e teve patrocínio da TIM (Natal) e Cerpa Gold (Réveillon).

Parabéns à cidade das mangueiras

Atendendo a pedidos, Mart’nália voltou para animar o réveillon popular

Answering to requests, Mart’nália came back to get the popular réveillon going

Page 95: Revista Latitude - 8

121 LATITUDE 8

Artistas locais e nacionais dividiram o mesmo palco, para alegria dos fãs

Local and National artists shared stage, for the public sake

Page 96: Revista Latitude - 8

122LATITUDE 8

QUALIDADE HANGAR / Hangar quality

Diogo Nogueira, Dudu Nobre e mulatas do Rancho: samba para Belém

Diogo Nogueira, Dudu Nobre and the mulatas of Rancho: samba to Belém

Page 97: Revista Latitude - 8

123 LATITUDE 8

Concerts set the party at the Hangar

Christmas, New Year’s Eve and the anniversary of Belém were marked by free events that attracted over 70 thou-sand people

Christmas 2009 marked the beginning of an intense agenda of free concerts promoted by the Hangar Convention and Trade Fair Centre of the Amazon. This marathon, which only ended 11 January, brought together more than 70 thousand people, in 11 days of events, to see some of the greatest names of the local and national music.

The Natal Hangar started off with Ivan Lins concert, on 10 December, in a stage built outside the Convention Centre, where also performed national artists such as Diogo Nogueira, Emílio Santiago, Leci Brandão, Mart’nália, Zizi Possi, Roberta Sá, Geraldo Azevedo, Or-questra Imperial and, attending to public requests, the group Teatro Mágico, one of the main attractions of the XIII Pan-Amazonic Book Fair. Among the local attractions were: The Carlos Gomes Choir, Fruta Quente, La Pupuña, Emílio Santiago, Minni Paulo, Amazônia Jazz Band, Beto e Leno e the Army band.

As it is already tradition, the Hangar once again put together a Christmas decoration that became point of reference in the city. This time, the lights spread throughout the garden had brightened not only two, but seven Christmas tree made out of iron, in all different sizes. The giant presepio, also in iron, was set in the pond, as last year. Following the successful campaign of 2008, the Natal Hangar 2009 asked people to donate toys, diapers and products for personal hygienic to be given to charities.

On New Year’s Eve, the Convention Centre promoted its first popular réveillon with singer Mart’nália, the drummers of the School of Samba Rancho Nao Posso Me Amofiná and the traditional carnival songs of local singer Eloi Iglesias. The party started off with fireworks at midnight and finished with 2010’s first sunrise.

Celebrating the city of mango treesWho said 2010 would start with no joy? Not the Hangar. On 11

January, Belém’s anniversary Eve, the Convention Centre threw a big popular party to celebrate the 394 years of the city. Latin Grammy 2008 nominee, Diogo Nogueira came back to Belém, after being one of the most praised attractions of the Natal Hangar 2009.

Diogo shared the night with another Samba singer, Dudu Nobre, and, at midnight, they sang together to the city of mango trees, sided by the State Governor Ana Júlia Carepa and by the then State Secre-tary for Culture (Secult), Edilson Moura.

The afternoon before the concert was dedicated to handing in the donations gathered during the Natal Hangar 2009. More than five thousand people, represented by 30 charities, received the donations in a party that had the presence of Tia Bola for the children.

All the concerts and events were promoted by the Hangar, with support of the Secult and the Pará State Government, and sponsored by TIM (Christmas) and Cerpa Gold (New Year’s Eve).

Page 98: Revista Latitude - 8

124LATITUDE 8

Território mundial da educaçãoHangar sediou o maior evento sobre educação de adultos, promovido pela Unesco

Texto / text: Thiago Freitas Fotos / photos: Jaime Souzza

ACONTECEU NO HANGAR / At the Hangar

Representantes de diversos de diversos países juntos para discutir o tema

Representatives of different countries gathered together to discuss the subject

Page 99: Revista Latitude - 8

125 LATITUDE 8

Nunca um país do Hemisfério Sul havia sido escolhido para se-

diar a Confintea, maior evento de educação de adultos do mundo,

promovido pela Unesco. Nenhum país do Hemisfério Sul, e também

nenhum país das Américas. Para sanar esta defasagem histórica, a

sexta edição da Conferência Internacional de Educação de Adultos

veio em 2009 para o Brasil, mais especificamente para a Amazônia,

Pará, Belém, e entre os dias 1º e 4 de dezembro o Hangar Centro de

Convenções e Feiras da Amazônia se tornou território internacional,

reunindo pessoas de diversos países e culturas para discutir o tema

em âmbito global.

Durante os dias do evento, representantes dos países-membros

das Nações Unidas e de mais seis países convidados discutiram

diretrizes para a educação de jovens e adultos para os próximos 12

anos. A última Confintea tinha sido realizada no ano de 1997, em

Hamburgo, na Alemanha, e com a Declaração de Hamburgo agen-

tes governamentais e não-governamentais passaram a seguir um

conjunto de recomendações. Durante esses 12 anos, cada país teve

de fazer conferências nacionais para medir o avanço. E a Confintea

foi momento de apresentar os resultados disso.

A sexta conferência contou com uma programação formada

por mesas-redondas que debateram projetos e iniciativas para in-

crementar o aprendizado de jovens e adultos de maneira igualitária

em todas as partes do planeta. Além disso também aconteceram 32

workshops, onde foram abordados temas como os impactos da crise

econômica sobre o mercado de trabalho, os desafios em termos de

educação, a importância de consolidar a cooperação entre nações e

a necessidade de educar para gerar uma sociedade sustentável.

Pelos diversos espaços do Hangar, circularam pessoas de

diversas culturas, etnias e religiões, convivendo harmoniosamente

em busca de um bem comum: um mundo mais igualitário erguido

a partir do acesso à educação como um bem de todos. Ao final do

evento foi redigida a Carta de Belém, que norteará as ações nos 12

anos que se seguirão até a próxima edição da conferência, que será

na capital do Quênia, centro de graves problemas humanitários.

World’s territory for education Hangar hosted largest adult education event, pro-moted by Unesco.

Never before a country in the South Hemisphere, or in the Americas, had been chosen to host the Confintea, the world’s greatest adult education event, promoted by Unesco. To restore this cultural imbalance, the sixth edition of the International Conference on Adult Education, in 2009, came to Brazil, to the Amazon, Para, Belem, to be more precise. From 1 to 4 December, the Hangar Convention and Trade Fair Centre of the Amazon became international territory, bringing together people from many different countries and cultures to discuss the subject in a global angle.

During the event, representatives of the country mem-bers of the United Nations, and of other six guest countries, discussed new lines of direction to be adopted for young and adult educations during the next 12 years.

The Confintea had been previously held in 1997, in Ham-burg, Germany, and with the creation of the Hamburg Declara-tion, governmental and non-governmental agents started to follow a set of recommendations. Throughout these 12 years, every country had to held national conferences to measure its progress. In this year’s Confintea, the results were presented.

The programme of the sixth conference included round table debates, which discussed projects and initiatives to develop, in an equalitarian way, the learning process for young and adults from all over the planet. Moreover, 32 workshops brought up important issues such as the impact of the eco-nomic crisis on the market, the challenges of education, the importance in consolidating a cooperative solution between nations, and the need to educate in order to create a sustain-able society.

People from all sorts of backgrounds, cultures, ethnicities and religions had shared the spaces of the Hangar in a har-monious coexistence, for the sake of a common good: a more equalitarian world, based on access to education as a right of all. At the end of the event, the Letter of Belem was written, establishing all the actions that must be followed for the next 12 years, until the next edition of the conference, in Kenya, which is centre of serious humanitarian problems.

Page 100: Revista Latitude - 8

126LATITUDE 8

QUALIDADE HANGAR / Hangar quality

Mais de 500 mil pessoas pres-tigiaram a XIII

Feira Pan-Ama-zônica do Livro,

que em 2010 homenageará

os países africa-nos que falam

português

Qualidade quefaz a diferença

Em 2009, a XIII Feira Pan-Amazônica do Livro alcançou seu ápice. Ao todo, 500 mil pes-soas passaram pelo Hangar em dez dias de evento, das quais 64% declararam ter participado da edição também em 2008. Esse retorno é prova de que o público reconhece a qualidade e excelência deste que é o maior evento literário anual do Brasil, ficando atrás apenas das bienais realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

O número de estandes também aumentou significativamente na edição 2009, saltando de 130 para 176, dando maior opção de escolha para o público. Na oportunidade, quando homenageou a França e teve como patrono o escritor paraense Dalcídio Jurandir, ocorreu também a maior programação já realizada de palestras, seminários, apresentações musicais, teatrais, audiovisuais, etc., reunindo grandes nomes da literatura nacional, como Emir Sader, Frei Betto, Cristovão Tezza, Zuenir Ventura, Zeca Camargo, Moacyr Scliar, Ariano Suassuna, Maurício de Souza, Laurentino Gomes, Sérgio Nogueira e MV Bill. Entre as atrações musicais, fizeram shows gratuitos ao público os cantores Lenine, Paula Lima, Arthur Moreira Lima, Flávio Venturini, João Bosco e o grupo Teatro Mágico.

Durante a Feira, 13,5 mil professores e técnicos da educação foram agraciados com o Cred-Leitura, iniciativa do Governo do Estado que disponibilizou mais de R$ 2 milhões para que eles pudessem fazer aquisições de livros - quase 60% a mais que em 2008. Além disso, três mil crianças passaram pela Cidade do Livro, houve 20 mil acessos no total nos com-putadores ligados ao NavegaPará por toda a feira e 196 vídeos foram inscritos no prêmio NavegaTube, de estímulo à produção audiovisual para a web que destinou mais de R$ 50 mil em prêmios.

Em 2010, a XIV edição da feira promete mais surpresas para o público, desta vez viajan-do pela riqueza cultural africana dos países que falam português. O patrono será o paraense Bruno de Menezes, que teve uma obra intimamente ligada ao africanismo e à cultura negra no Brasil.

Quality that makes difference More than 500 thousand people had attended the XIII Pan-Amazonic Book Fair, which in 2010

will celebrate the Portuguese-speaking African countries.

In 2009, the Pan-Amazonic Book Fair reached its peak. Overall, in ten days of events, 500 thousand people had been to the Hangar, of which 64% had also attended the event in 2008. This is the proof that the public rec-ognises the quality and excellence of this that is the biggest annual literary event of Brazil, only behind biannual events that took place in Rio de Janeiro and Sao Paulo.

The number of stalls rose significantly in the 2009 edition, going from 130 to 176, which provided the public with a wider range of choices. The event, which celebrated France and had the paraense writer Dalcídio Jurandir as patron, had the biggest ever line up of lectures, seminars, music concerts, theatre and audiovisual presentations, etc, that brought together big names of the national literature such as Emir Sader, Frei Betto, Cristovão Tezza, Zuenir Ventura, Zeca Camargo, Moacyr Scliar, Ariano Suassuna, Maurício de Souza, Laurentino Gomes, Sérgio Nogueira and MV Bill. Among the musical attractions, Lenine, Paula Lima, Arthur Moreira Lima, Flávio Venturini, João Bosco and the group Teatro Mágico performed free concerts for the public.

During the Book Fair, 13,5 thousand teachers and education technicians were granted a Credit-Reader, a initiative of the State Government that put over R$ 2 million (US$ 1,5 million) available for books acquisition – al-most 60% more than in 2008. Moreover, three thousand children had been to the Book City, the total access to the computers connected to the NavegaPará was of 20 thousand, and 196 videos submitted to the NavegaTube Award, an incentive to web audiovisual production that distributed more than R$ 50 thousand (U$ 28 thousand) in prizes.

In 2010, the XIV edition of the Book Fair promises even more surprises to the public, this time travelling through all the richness of the Portuguese-speaking African countries. The patron will be paraense Bruno de Menezes, who had a work closely connected to the Africans and the Brazilian black culture.

Texto / text: Esperança Bessa Fotos / photos: Jaime Souzza

Page 101: Revista Latitude - 8

127 LATITUDE 8

Perfil dos visitantes quanto ao sexo: 49,2% masculino e 50,8% feminino.

Perfil dos visitantes quanto à faixa etária: 16 a 24 anos (25,9%), de 25 a 34 anos (25,3%), 35 a 44 anos (19,6%), 45 a 59 anos (19,5%) e 60 ou mais (9,7%).

83,1% dos visitantes se declararam muitos satisfeitos ou satisfeitos com a Feira; 15,7% ficaram parcialmente satisfeitos; e apenas 1,3% dos entrevistados informaram estar insatisfeitos.

Da amostra pesquisada, 64% participou da Feira de 2008, enquanto 26% foram visitantes novos que não participaram das três últimas edi-ções.

A maioria dos entrevistados que estiveram nas edições anteriores, 63,8%, opinou que a Feira de 2009 esteve melhor.

Pesquisa: Instituto Mentor Source: Mentor Institute

Números da XIII Feira Pan-amazônica do Livro:The XIII Pan-Amazonic Book Fair in numbers

Gender of the visitors: 49.2% male and 50.8% female.

Age range: 16 to 24 (25,9%); 25 to 34 (25.3%); 35 to 44 (19.6%); 45 to 59 (19.5%); 60 or more (9.7%).

83.1% of the visitors declared to be very happy or happy with the event; 15.7% partially happy; and only 1.3% declared to be unhappy.

From the public sample interviewed, 64% had attended to the 2008 fair; 26% had not attended any of the previous editions.

Great part of those who had attended previous editions, 63.8%, noticed improvement on the 2009 edition.

Pavilhão de Feiras reuniu mais de 176 estandes ofertando variedade

Fair Pavilion assembled more than 176 stalls offering varities

Page 102: Revista Latitude - 8

128LATITUDE 8

HOMENAGEM / Tribute

Olha o Centro de Convenções aí gente...Texto / text: Lorenna Montenegro Foto / photo: Jaime Souzza

Escola de samba leva a história do Hangar para o carnaval

O Rancho Não Posso Me Amofiná, quarta escola de samba mais antiga do Brasil e com 76 anos de estrada, homenageou o Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia como tema do seu carnaval deste ano.

Uma profusão de pássaros, um mar verde, panteras negras, caveiras, arcanjos, a cerâmica marajoara e aviões serviram como elementos para que os carnavalescos Paulo Anete e Laércio Queiroz contassem o enredo “Dos delírios da ilusão ao centro de grandes encontros, o Hangar é a paixão que o rancho vem cantar”. Através de seus três carros e dez alas, o Rancho ilustrou com precisão como era o espaço antes, quando abrigava os lendários aviões Catalina, como é atualmente, adaptado com as modernas instalações do centro de convenções, e fez ainda uma projeção de como poderá ser no futuro.

Muitas alas simbolizaram grandes eventos realizados no Hangar, como congressos médicos e de educação, iden-tificando o local como um centro de grandes encontros. Também fez parte do desfile a representação da majestosa samaumeira que embeleza a área externa do Hangar, e no alto de uma ala o pássaro Quero-Quero, abundante no espaço e mascote de campanhas ambientais do Hangar.

A diversidade de cores, beleza dos carros e o samba afiado dos passistas e brincantes, tendo como destaque ainda a comissão de frente que lembrava os pilotos que deram a vida pelo desenvolvimento da Amazônia, fizeram do Rancho vice-campeão do Carnaval 2010 com apenas meio ponto de diferença do primeiro colocado.

And Here Comes the Convention Centre...School of Samba Rancho Nao Posso Me Amofina takes the Han-gar’s story to the Carnival

School of Samba Rancho Não Posso Me Amofiná, the fourth oldest of Brazil with 76 years of creation, paid homage to the Hangar Convention and Trade Fair Centre of the Amazon in this year’s carnival.

A profusion of birds, a green sea, black panthers, skulls, archangels, the marajoara artisan and airplanes were the elements Paulo Anete and Laercio Queiroz had chosen to tell the plot ‘From the deliriums of the illusion to the centre of great meetings, the Hangar is passion that Rancho comes to sing.Through a parade of three cars and ten sectors, Rancho showed with precision how the space used to be in the past, when it housed the legendary Catalina planes; how it is today, after the modern installations of the convention centre; and also, projected how it will be in the future.

Some of the sections had been used to symbolise some of the great events already held at the Hangar, such as medical and educational conferences, appointing the place as centre for great meetings. Also, there had been a representation of the majestic samaumeira tree that embellishes the external area of the Hangar. On the top of one of the sectors, the Quero-Quero bird, common found in the area and mascot for environmental campaigns.

The diversity of colours, the beauty of the cars, the sharp samba of the inte-grants, and a special attention to the front sector in allusion to those pilots who gave their lives away for the development of the Amazonia, made Rancho second place of the Carnival 2010, with only half a mark of difference for the first.

Rancho se inspirou no Hangar para fazer um de seus melhores carnavais

Rancho used the Hangar as inspiration to perform one of its best carnivals

Page 103: Revista Latitude - 8

129 LATITUDE 8

Page 104: Revista Latitude - 8

130LATITUDE 8

QUALIDADE HANGAR / Hangar quality

E o Jacaré de Ouro veio para o Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. O troféu, concedido pelo Prêmio Caio, considerado o Oscar dos Eventos, este ano veio na categoria Melhor Pavilhão para Feiras e Exposições do Brasil. A premiação ocorreu no último dia 2 de fevereiro em São Paulo, e o Hangar foi eleito novamente um dos melhores no seu segmento no país.

O Prêmio Caio é entregue anualmente aos melhores do Brasil nos setores de Eventos e Turismo, com o objetivo de incenti-var, reconhecer e valorizar o trabalho de empresas e profissionais da Indústria Brasileira de Eventos. Nesta edição, referente ao exercício de 2009, Belém ficou entre os principais destinos para eventos de pequeno e médio porte do Centro-Oeste e Norte, junto com Bonito, em Mato Grosso do Sul e Goiânia, e o Hangar ganhou como Melhor Pavilhão de Feiras, deixando para trás a ExpoBrasilia e o Studio 5 Pavilhão de Exposições, em Manaus.

Na edição de 2008 o Hangar já havia levado a prata na mesma categoria regional e ficado com o bronze em âmbito nacional. Em 2007, com apenas sete meses de inauguração, ele foi o mais novo vencedor do Prêmio Caio, naquela ocasião levando a estatueta na categoria Melhor Centro de Convenções da Região Centro-Oeste e Norte. Proporcionando reconhecimento em seu segmento e na mídia, o prêmio destaca novamente o Hangar como um ambiente moderno, completo e preparado para receber os mais diversos eventos. Única premiação no Setor, a 10ª Edição do Prêmio Caio reuniu mais de mil inscritos e um corpo de jurados formado por mais de 200 pessoas.

Another Gold for the Hangar

This time the Fair Pavilion won the Caio Award for Best of the North and Central-West regions

And the Gold Alligator came to the Hangar Convention and Trade Fair Centre of the Amazon. The trophy, granted by the Caio Award, considered the Oscar of Events, this year came under Best Pavilion for Fair and Exhibitions of Brazil. The award ceremony took place last February 2, in Sao Paulo, and the Hangar was once again chosen as one of the best in its field.

The Caio Award is annually handed in to the best of Brazil in the Events and Tourism sector to encourage, recognise and value the work of companies and professionals of the Brazilian Event Industry. In this edition, which referred to 2009 performance, Belém was placed among the main destinations, of the Central-West and North regions, for events of small and medium port, together with Bonito, in Mato Grosso do Sul, and Goiania. The Hangar won the award for Best Fair Pavilion, leaving behind the ExpoBrasilia and the Studio 5 Pavilion for Exhibitions, in Manaus.

In the 2008 edition, the Hangar had already won silver in this same regional category and bronze in the national. In 2007, with only seven months in activity, it was the youngest winner of the Caio Award, then getting the trophy for Best Convention Centre of the North and Central-West regions. Providing a wide recognition in the sector and in the media, the Award once again pointed out the Hangar as a modern and prepared place to receive events of all kinds. Only Award of the sector, the 10th edition of the Caio Award had more than thousand participants and a body of judge of more than 200 people.

Mais um ouro para o Hangar

Texto / text: Esperança Bessa

Dessa vez o Prêmio Caio elegeu o Pavilhão de Feiras como o Melhor do Norte e Centro-Oeste

Page 105: Revista Latitude - 8

131 LATITUDE 8

Reunião com comitivas chinesas. Autoridades da província de Sichuan, da República da China, se reuniram no Hangar no dia 4 de novembro para estreitar parcerias com o governo para-ense. No dia 13 de janeiro foi a vez de representantes da província de Shandong.

Espetáculo de Humor Deznecessários . O grupo teatral de humor formado por Miá Mello, Maíra Charken, Marcelo Marrom, Rodrigo Capella e Paulinho Serra arrancou gar-galhadas do público presente no Hangar no dia 20 de dezembro.

Meeting with Chinese Commissions. Authorities of Sichuan Prov-ince, from the Republic of China, had assembled at the Hangar on 4 November to establish a closer partnership with the State Govern-ment. On 13 January, the meeting was with the Shandong Province authorities.

Comedy Gig Deznecesários. The theatre group composed by Miá Mello, Maíra Charken, Marcelo Marrom, Rodrigo Capella and Paulinho Serra entertained the public, which burst into laughter, at the Hangar on 20 December.

Brazilian Congress of Zoology. In its 28th edition, the Brazilian Congress of Zoology – that took place from 7 to 11 February – had gathered together more than a thousand students and professional of the area to discuss the challenges in aggregating economic and social projects, considering the fauna conservation.

Congresso Brasileiro de Zoologia. Em sua 28ª edição, o Congresso Brasileiro de Zoologia – realizado de 7 a 11 de fevereiro – reuniu mais de mil estudantes e profissio-nais da área para debater os desafios em conciliar desenvolvimento econômico e social prezando a conservação da fauna.

Page 106: Revista Latitude - 8

132LATITUDE 8

ACONTECEU NO HANGAR / happenigs at the Hangar

Amazônia Fashion Week 2009. Uma nova edição do Amazônia Fashion Week aconteceu de 17 a 19 de novembro com o objetivo de inserir o Pará no roteiro dos grandes centros produtores de moda e artesanato do Brasil.

Alepa entrega títulos no fim do ano legisla-tivo. A Assembleia Legislativa do Estado homenageou 133 per-sonalidades no dia 10 de dezembro. Na ocasião, políticos, juristas, artistas, esportistas, gestores e outras personalidades receberam os títulos de “Honra ao Mérito” e “Cidadão do Pará”.

Alepa hand in titles at the end of the legislative year. The State Legislative Congress paid homage to 133 personalities on 10 De-cember. On the occasion, politicians, jurists, artists, sports people and other personalities received the titles for ‘Honour to Merit’ and ‘Pará Citizen’.

II State Conference on Education. ‘Building up the national articulated system for education: The National Plan for Education, its lines and strategies’ was theme of the II Para State Conference on Education, that took place from 20 to 22 November.

Amazon Fashion Week 2009. The latest edition of the Amazon Fashion Week took place from 17 to 19 November aiming to put Pará within the route of the greatest producing centres of fashion and crafts in Brazil.

II Conferência Estadual de Educação. “Cons-truindo o sistema nacional articulado de educação: o Plano Nacio-nal de Educação, suas diretrizes e estratégias de ação” foi o tema da II Conferência Estadual de Educação do Pará, que aconteceu de 20 a 22 de novembro.

Page 107: Revista Latitude - 8

133 LATITUDE 8

João Bosco canta em prol da Igreja. A Paróquia da Trindade promoveu um jantar beneficente para mil pessoas, vi-sando arrecadar fundos destinados à construção da casa paroquial da organização. A atração foi o cantor e compositor mineiro João Bosco, com um show de voz e violão.

Lançamento da revista Bacana. Três mil convidados prestigiaram o lançamento da nova edição da revista Bacana, que aconteceu no dia 23 de dezembro trazendo na capa a Governadora Ana Júlia Carepa, grande aniversariante da noite. O evento teve como atração a cantora Alcione.

Bacana Magazine launch. Three thousand guests had been to the launch of the latest edition of the Bacana Magazine on 23 Decem-ber. The front cover pictured Governor Ana Júlia Carepa, who had birthday that night. The event had singer Alcione as attraction.

João Bosco in charity gig for Church. The Trindade Congregation promoted a charity dinner for a thousand people to gather funds to build its parochial house. Singer songwriter João Bosco was the top attraction of the night.

Bank of Brazil Cultural Centre Itinerant 2009. From 24 to 29 November, the project Bank of Brazil Cultural Centre Itinerant had been to the Hangar with a wide programme. The top attractions were the concerts Naná Vasconcelos, Dona Onete and the play ‘Caminho da Meca,’ with Cleyde Yáconis.

Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante 2009. De 24 a 29 de novembro, o projeto Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante passou pelo Hangar com uma ampla programação. Destaque para o show de Naná Vasconcelos, Dona Onete e a peça “Caminho para Meca”, com Cleyde Yáconis.

Page 108: Revista Latitude - 8

134LATITUDE 8

ACONTECEU NO HANGAR / happenigs at the Hangar

Show católico com Celina Borges. A cantora gospel Celina Borges se apresentou para mais de 1,5 mil pessoas no dia 20 de dezembro. O evento celebrou o Natal e arrecadou fundos para ações solidárias voltadas às comunidades carentes de Belém.

Prefeitura homenageia personalidades. No aniversário de Belém, 12 de janeiro, a Prefeitura Municipal de Belém entregou a comenda Francisco Caldeira Castelo Branco a pessoas que prestaram serviços relevantes para a população da capital paraense.

Gospel Show with Celina Borges. Gospel singer Celina Borges performed for more than 1,5 thousand people on 20 December. The event celebrated Christmas and gathered aid for social ac-tions to help poor communities in Belém.

City Hall pay homage to personalities. On the anniversary of Belém, 12 January, the City Hall handed in the honour ‘Francisco Caldeira Castelo Branco’ to those people who had done relevant services for the population of the capital.

Ciência e Tecnologia. O IV Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica teve sua abertura solene no Hangar no dia 9 de dezembro de 2009. No dias 4 e 5 de fevereiro de 2010 foi a vez da I Conferência Estadual de Ciência e Tecnologia, seguida pela etapa regional nos dias 18 de 19 de março de 2010.

Science and Technology. The IV Seminar on Research and Innova-tion of the North and Northeast Technological Education had been formal opened at the Hangar on 9 December. The Hangar hosted the I Conference on Science and Technology on 4 and 5 February followed by the regional edition on 18 and 19 March 2010.

Page 109: Revista Latitude - 8

135 LATITUDE 8

Conferência de Cultura. O maior debate sobre a cultura do Pará aconteceu no Hangar de 8 a 11 de dezembro. A II Conferência Estadual de Cultura, promovida pela Secretaria de Estado de Cultura, contou com representantes de 103 municípios.

Show de Fábio Jr. Fabio Jr emocionou um público de mais de quatro mil pessoas em seu show no Hangar no dia 18 de de-zembro. Na ocasião, ele apresentou antigos sucessos como “Alma Gêmea”, “Felicidade” e “Pai” com novas roupagens e arranjos.

Fábio Jr concert. Fábio Jr touched a public of more than four thousand people in his concert at the Hangar on 18 December. On the occasion, he performed old hits such as “Alma Gêmea”, “Felicidade” and “Pai” with new arranges.

Conference on Culture. The largest debate on the culture of Pará took place at the Hangar from 8 to 11 December. The II State Con-ference on Culture, promoted by the State Secretary for Culture, had representatives from 103 cities.

Bolsa Trabalho distribui 7 mil cartões. Cerca de sete mil jovens cadastrados no Bolsa Trabalho receberam cartões do programa no dia 10 de dezembro. Os beneficiados pelo pro-grama do Governo do Pará recebem um incentivo financeiro e têm cursos de qualificação profissional.

Bolsa Trabalho hand in 7 thousand cards. About seven thousand young people registered on the Bolsa Trabalho had received cards from the programme on 10 December. Those in benefit of the State Government program receive financial aid and professional courses.

Page 110: Revista Latitude - 8

136LATITUDE 8

ACONTECEU NO HANGAR / happenigs at the Hangar

Rainha das Rainhas 2010. Pelo terceiro ano consecuti-vo, o Hangar foi palco de um dos principais eventos do calendário carnavalesco da cidade, o Rainha das Rainhas do Carnaval, no dia 5 de fevereiro. A coroada foi Bruna Pontes, da Assembleia Paraense.

Pró-Universitário. Para ajudar na preparação dos ves-tibulandos, a Secretaria de Estado de Educação realizou aulas do programa Pró-Universitário nos dias 22 de novembro, 12 de dezembro, 9 e 23 de janeiro e 10 de fevereiro.

University Prep. In order to help those preparing for the vestibu-lar contest, the State Secretary for Education had organised classes of the Pró-Universitário programme on the days 22 November, 12 December, 9 and 23 January and 10 February.

OAB Presidency. The new President of the Brazilian Bar Council, Pará section, Jarbas Vasconcelos had been sworn in an official ceremony on 14 January.

Rainha das Rainhas 2010. For the third year in a row, the Hangar has been stage for one of the main events of the carnival in the city, the Rainha das Rainhas do Carnaval, on 5 February. Bruna Pontes, representing Assembleia Paraense, won the contest.

Posse da presidência da OAB. O novo presidente da seção Pará da Ordem dos Advogados do Brasil, Jarbas Vascon-celos, foi empossado oficialmente em uma solenidade realizada no dia 14 de janeiro.

Page 111: Revista Latitude - 8

137 LATITUDE 8

Mais eventos que aconteceram no HangarMore events that happened at Hangar

Obs.: Nesta lista não constam eventos sociais como aniversários, formaturas e casamentosNB: Social events such as birthday parties, graduations or weddings are not listed.

Novembro 2009 November 2009

Dezembro 2009 December 2009

Janeiro 2010 January 2010

Fevereiro 2010 February 2010

Março 2010 March 2010

03 Internacional Microware / International Microware

17 34ª Convenção Estadual da Igreja do Evangelho Quadrangular / 34th State Convention of the Foursquare church

20 - 21 5º Encontro Estadual das Micro e Pequenas Empresas / 5th State Meeting of Micro and Small Entrepreneurs

23 Avaliação Final dos Projetos de Pesquisa de Saúde / Final Evaluation of Health Research Projects

24 Segurança Pública em evidência / Public Security in focus

30 Iterpa integra títulos de terra / Iterpa integrates land bonds

13 Reunião Sedect / Sedect Meeting

01 Cursos da Editora Positivo / Positive Publishing Courses

11 II Seminário de Avaliação e Planejamento - Fapespa / II Seminar for Evalluation and Planning – Fapespa

23 Evento Cereste / Cereste Event

04 Certificação Mova / Mova Certification

06 Seminário de Auditoria do CRC / CRC Audit Seminar

10 Campanha de prevenção do Câncer Ginecológico / Gynaecologic Cancer prevention campaign

15 Road Show Stihl / Road Show Stihl

22 Seminário de Avaliação Final do PPSUS / Seminar for PPSUS Final Evalluation

23 - 2Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular / Brazilian Society of Cardiovascular Surgery Congress

24 Destaques Natura 2010 / Natura Highlights 2010

07 Palestra beneficente com Alberto Almeida / Beneficent lecture with Alberto Almeida

10 Alepa concede títulos honoríficos / Alepa concedes honour titles

13 Musical da Rede de Escolas Adventistas / Adventist School Musical

14 Palestra Noite do Empreendedor / Seminar Enterprising’s Night

16 7º Fórum de Certificação Digital / 7th Forum of Digital Certification

18 Confraternização da AMEPA / AMEPA Communion

19 Confraternização RBA / RBA Communion

19 Confraternização da Unimed Belém / Unimed Belem Communion

29 Funpapa entrega certificados / Funpara hands certificates

A artista plástica Maiah é a autora desta obra publicada na sem identificação Latitude #7.Artist Maiah is the author of this artwork published without credit in the Latitude #7.

Errata:

Page 112: Revista Latitude - 8

138LATITUDE 8

ACADEMIA PELÉ CLUBAgora em Belém!Tel.: (91) 3204-7177 www.peleclub.com.br

Venha para Academia Pelé Club e encontre a sua melhor forma:

Atendimento HI-ATTENTION•

Treinos atualizados e personalizados •

diariamente (cód. ANNNA)

Profissionais especializados •

Equipamentos de última geração•

Inovação e tecnologia•

MATRÍCULAS ABERTAS!

ENTRE PARA O CLUB DO REI

CORRA! VAGAS LIMITADASInscrições no quiosque do Shopping Boulevard

DESCONTOS EXCLUSIVOS

Exame médico e avaliação física gratuitos por tempo limitado

pelaclub-anuncio-pagdupla.indd 1 3/13/10 9:36:47 PM

Page 113: Revista Latitude - 8

139 LATITUDE 8

ACADEMIA PELÉ CLUBAgora em Belém!Tel.: (91) 3204-7177 www.peleclub.com.br

Venha para Academia Pelé Club e encontre a sua melhor forma:

Atendimento HI-ATTENTION•

Treinos atualizados e personalizados •

diariamente (cód. ANNNA)

Profissionais especializados •

Equipamentos de última geração•

Inovação e tecnologia•

MATRÍCULAS ABERTAS!

ENTRE PARA O CLUB DO REI

CORRA! VAGAS LIMITADASInscrições no quiosque do Shopping Boulevard

DESCONTOS EXCLUSIVOS

Exame médico e avaliação física gratuitos por tempo limitado

pelaclub-anuncio-pagdupla.indd 1 3/13/10 9:36:47 PM

Page 114: Revista Latitude - 8

140LATITUDE 8

Page 115: Revista Latitude - 8

88LATITUDE 8

...e a ousadia doexperimentalismo

Chef paulista explorou a Amazônia para combinar gastronomia do Pará e da Itália

O açaí vem deslumbrando o mundo inteiro com o seu sabor exótico e a sua rica fonte de nutrientes. Só que para quem não entra em contato com a fruta servida em seu forma-to tradicional – peculiaridade que só se encontra na Amazônia –, a liberdade para experimentá-la em ousadas receitas é total. E foi buscando essa distinção entre tradição e contemporanei-dade que o chef e sommelier paulista Bruno Stippe, presiden-te da Federazione Italiana Cuochi (FIC), esteve no Pará em uma verdadeira expedição gastronômica com o objetivo de descobrir a melhor forma de combinar ingredientes italianos e amazônicos. O resultado é ousadia pura.

Por meio do projeto Amazônia Che Ti Fa Bene, que con-tou com o apoio do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, Bruno pôde perceber (e provar) a infinidade de sensações que a gastronomia local tem a oferecer ao paladar. Na viagem – que foi realizada entre junho e outubro de 2009 e vai resultar em um livro homônimo ao projeto –, foram visita-das cidades como Soure, Santarém e Carajás, além de Belém. “Foi sensacional conhecer de perto os hábitos referentes à ali-mentação local e ser tocado pelo carisma das pessoas quando ensinam suas receitas”, diz.

Bruno quis conhecer sem restrições de tempo, distância ou estrutura urbana, cada ingrediente in loco e as variações de sabores dos ingredientes em cada região do Estado. E foi assim que ele, curiosamente, descobriu que existem inúmeros “açaís” pelo Pará. O açaí de Belém e o de Cametá, por exem-plo, são diferentes na sua essência, e a maneira de preparar o fruto estado afora também tem diversas variações, como o mingau de açaí, a crueira de açaí, sorvete de açaí, açaí doce, açaí com arroz, açaí salgado e açaí azedo. “É incrível a diversi-dade de sabores de um único ingrediente ser tão grande. De-pois de tomar o açaí da Amazônia, o resto não passa de água aromatizada. Acho que se eu morasse no Pará tomaria açaí o tempo todo”, brinca ele, que ainda classificou o Estado como o grande celeiro de inovações da gastronomia paraense.

Da viagem do chef pela Amazônia, um dos maiores expo-entes é uma criação que se encaixa perfeitamente nos moldes do que o paulista procurava quando veio à Amazônia: a mezza luna de açaí recheada com ricota e pirarucu defumado com molho de jambo e mascarpone. Trata-se de uma experiência única e inédita que une uma das maiores paixões da cozinha paraense ao modo italiano de preparar um prato.

GASTRONOMIA / gastronomy