revista metalica_número 41

Upload: jose-guilherme-santos-da-silva

Post on 01-Mar-2018

306 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    1/52

    ano 17 n 41 maro 2016 10

    TCNICA POSTES DE TRANSMISSO EXECUTADOS EM AO MACIO E EM AO DE ALTA RESISTNCIA

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    2/52

    Neste livro, denominado por Manual de Dimensionamento de Estruturas

    Metlicas, so apresentados os conceitos tericos de base, bem como as

    principais disposies e modelos regulamentares aplicveis ao clculo e

    dimensionamento de elementos (pilares, vigas, escoras, tirantes, etc) em

    estruturas metlicas correntes. Para alm de fornecer os conceitos tericos

    necessrios para uma boa compreenso dos fenmenos envolvidos, este

    manual pretende essencialmente ser uma ferramenta de apoio utilizao da

    nova regulamentao europeia de clculo e dimensionamento de estruturas

    metlicas Eurocdigo 3: Projeto de Estruturas de Ao, Parte 1-1: Regras gerais

    e regras para edifcios; de forma a cumprir este objetivo, no final de cada captulo

    so apresentados diversos exemplos de aplicao resolvidos, relativos anlise

    de estruturas metlicas e ao dimensionamento de elementos submetidos aos

    diversos tipos de esforos, atuando isoladamente ou combinados.

    Manual de Dimensionamentode Estruturas Metlicas - 3 edio

    Autor: Rui A. D. Simes

    Publicado por CMM | 313 pginas

    PVP*: 29,00 euros

    Preo Membro CMM*: 23,20 euros

    Manual de Conceode Edifcios em LSF Light Steel Framing

    Autores:Nuno Silvestre, Joo Pires e Antnio Santos

    Publicado por CMM | 234 pginas

    PVP*: 30,00 euros

    Preo Membro CMM*: 24,00 euros

    Manual deDimensionamento deEstruturas Metlicas Mtodos Avanados

    Autores:Lus Simes da Silva e Helena Gervsio

    Publicado por CMM | 460 pginas

    PVP*: 35,00 euros

    Preo Membro CMM*: 28,00 euros

    coleo de manuais tcnicos da CMM coleo Construo Metlica e Mista

    manuaisjeditados

    *Acresce IVA taxa em vigor

    emd

    estaque

    prximosttulo

    s

    Manual de Dimensionamento de EstruturasMetlicas: Verificao da Resistncia ao Fogo

    Autor: Paulo Vila Real

    (disponvel brevemente)

    Manual de Execuo de Estruturas Metlicas 2 edio

    Autores: Filipe Santos

    e Lus Simes da Silva

    (disponvel brevemente)

    Manual de Dimensionamento de LigaesMetlicas e Mistas

    Traduo adaptada do manual Design of connections in steel and

    composite structures

    Autores: Jean Pierre Jaspart, Klaus Weynand e

    Lus Simes da Silva (traduo e adaptao)

    (disponvel brevemente)

    Manual deExecuo deEstruturas Metlicasem frica

    Autores:Filipe Santos e Lus Simes da Silva

    Publicado por CMM | 128 pginas

    PVP*: 32,24 euros

    Preo Membro CMM*: 25,80 euros

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    3/52

    editorial

    1

    metlica 41 .maro 2016

    sumrio

    1 editorial

    2 notcias

    tcnica

    10 anlise comparativa de postes

    de transmisso executados em

    ao macio e em ao de

    alta resistncia

    trabalho vencedor do Prmio Universitrio

    Portugal Steel 2015

    Nuno LopesDiretor

    Revista da

    Associao Portuguesa

    de Construo Metlica e Mista

    Business Center Leonardo da Vinci

    Coimbra iParque Lote 3

    3040-540 Antanhol, PORTUGAL

    tel.: +351 239 09 84 22

    tlm.: +351 96 50 61 249

    fax: +351 239 40 57 22

    internet: www.cmm.pt

    e-mail: [email protected]

    n 41 Maro de 2016

    DIRETORNuno Lopes

    CONSELHOEDITORIALAntnio Matos Silva, Amrico Dimande,

    Altino Loureiro, Avelino Ribeiro, Dinar Camotim,

    Filipe Santos, Joo Almeida Fernandes,

    Jos Guilherme Santos da Silva,

    Leonor Crte-Real, Luis Figueiredo Silva,

    Luis Simes da Silva, Nuno Silvestre,

    Paulo Cruz, Paulo Vila Real,

    Pedro Vellasco, Ricardo Hallal Fakury,

    Rui Simes, Tiago Abecasis,

    Valdir Pignatta e Silva, Vtor Murtinho

    PROPRIEDADEEEDIOcmm Associao Portuguesa

    de Construo Metlica e Mista

    REDAO, DESIGNEIMPRESSOEngenho e Mdia, Lda.

    ISSN0874-3738

    DEPSITOLEGAL128899TIRAGEM1500 exemplares

    PERIODICIDADETrimestral

    Isenta do registo na ERC ao abrigo do

    Decreto Regulamentar 8/99 de 9 de Junho, Art 12, n1-A.

    ASSINATURAANUAL36

    IMAGEMDACAPA Vtor Murtinho

    No nmero 41 da metlicad-se destaque ao trabalho vencedor do Prmio

    Universitrio Portugal Steel 2015. O trabalho premiado foi desenvolvido no

    mbito de uma Dissertao de Mestrado com o ttulo Anlise Comparativa

    de Postes de Transmisso Executados em Ao Macio e em Ao de Alta

    Resistncia. O estudo apresenta uma anlise comparativa de custos de fabrico,

    para um caso particular de postes de transmisso, com o fuste produzido

    integralmente com diferentes classes de resistncia de ao, considerando os

    aos macios mais comuns e aos de alta resistncia. Trata-se de um estudo

    muito interessante que foi realizado em parceria com uma empresa do setor.

    A forma como a reabilitao de um bairro de Coimbra concretizada respeitando

    o patrimnio edificado com uso de construo metlica e mista objeto de

    anlise do artigo de opinio do Professor Vitor Murtinho. O Professor Altino

    Loureiro foca-se na preparao de juntas para soldadura por arco eltrico,

    fornecendo importantes recomendaes com vista obteno de soldaduras

    com qualidade. A utilizao do ao como uma soluo arquitetnica e estrutural

    eficiente para o projeto e construo do Museu do Amanh (nova referncia no

    Rio de Janeiro) apresentada no artigo regular do Professor Jos Guilherme

    Silva. E no artigo dedicado internacionalizao das empresas nacionais,

    destaca-se o processo desenvolvido por uma empresa de consultoria e

    engenharia.

    Por fim, salienta-se a formalizao, por parte da cmm, de uma candidatura a um

    projeto conjunto no mbito do programa Formao-Ao para PME, que resulta

    das necessidades identificadas e ilustra a importncia que a cmm pretende dar

    formao contnua dos profissionais do setor da construo metlica. Neste

    contexto, o programa previsto de formaes da cmm para o ano de 2016 j se

    encontra disponvel.

    opinio

    16 arquitetura

    24 mercados internacionais

    26 soldadura

    30 grandes obras de construo metlica no Brasil

    atualidades

    36 formao e eventos cmm

    42 publicaes

    CMM

    44 em destaque ADF

    46 lista de membros

    agenda

    48 calendrio de eventos

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    4/52

    notcias

    2metlica 41 .maro 2016

    A CMM formalizou a candidatura, enquanto

    entidade promotora, e em conjunto com umgrupo de empresas do nosso setor, a um

    projeto conjunto no mbito do programa

    Formao-Ao para PME.

    Programa formao-ao IAPMEI

    Estes programas tm como destinatrios preferenciaisempresas industriais e de servios, sendo o pblico-alvo empresrios, gestores e quadros superiores destasempresas.

    O programa Formao-Ao tem o IAPMEI comoOrganismo Intermdio e destina-se s regies menosdesenvolvidas das NUTS II do Norte, Centro e Alentejo.

    A formao-ao uma interveno com aprendizagemem contexto organizacional que mobiliza e internalizacompetncias com vista persecuo de resultados

    suportados por uma determinada estratgia de mudanaempresarial.

    Os tempos de formao e de ao surgem sobrepostose a aprendizagem vai sendo construda atravs dodesenvolvimento das interaes orientadas para ossaberes-fazer tcnicos e relacionais. Trata-se, assim,de uma metodologia que implica a mobilizao emalternncia das vertentes de formao (em sala) e deconsultoria (on the job) e, como tal, permite atuar a doisnveis:

    Ao nvel dos formandos: procura desenvolvercompetncias nas diferentes reas de gesto,dando resposta s necessidades de formaoexistentes;

    Ao nvel da empresa: procura aumentar aprodutividade, a capacidade competitiva e aintroduo de processos de mudana/inovao nasempresas.

    O objetivo especfico deste programa consiste emconceder apoios financeiros a projetos exclusivamentede formao e realizados com recurso metodologia

    de formao-ao, que visem a melhoria das PMEem 7 reas temticas especificas. Os projetos aapresentar podem abranger aes em uma ou maisreas temticas e as PME a intervencionar podemenquadrar-se numa ou mais reas temticas. OPrograma tem uma durao de 2 anos, sendo o projetofinanciado por incentivo em 90% e o remanescentepor contribuio privada.

    Se estiver interessado em incluir a sua empresa nesteprograma de formao ao, no hesite em contactar-nos.

    A CMM pretende, ao longo deste ano, apresentarvrias candidaturas a projetos conjuntos do Portugal2020 nomeadamente no mbito de projetos deinternacionalizao e de qualificao das PMEs. Seestiver interessado em fazer parte deste projetos,contacte a CMM para [email protected]

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    5/52

    PROTECO DE ESTRUTURASMETLICAS CONTRA O FOGO

    Tinta intumescente aquosa e de rpidasecagem, que confere s estruturas metlicasuma proteco contra o fogo at 60 minutos.C-Therm IC300 WB est certificada segundo aNorma Europeia ENV 13381-8.

    PARA MAIS INFORMAO CONSULTEPor estar de acordo com as Directivas

    Comunitrias de Produtos de Construo,

    C-ThermIC300 WB tem marcao CE.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    6/52

    notcias

    4metlica 41 .maro 2016

    Equipamento da FICEP oferece soluo para a eficciaprodutiva de mais um fabricante de estruturas metlicas

    Um equipamento da FICEP, representada pela

    DNC Tcnica, contribuiu para o crescimento

    em capacidade produtiva, com tecnologia

    de ponta, da empresa Entreferros, com o

    fornecimento de uma linha de corte e furao

    de perfis da FICEP.

    A empresa ENTREFERROS foi fundada em maio de 2002,sob o nome de Jorge Moutinho Silva Unipessoal, Lda., nafreguesia de Sandim, Vila Nova de Gaia. Posteriormente,mudou seu nome para Entreferros SerralhariaConstrues Metlicas Lda.

    O equipamento adquirido vai trazer a esta empresa umaelevada capacidade de produo, com prazos de entregadiminutos e um produto final de excelncia. Trata-se deuma linha de corte e furao de perfis at 1015mm, de3 spindles de alta velocidade, com 6 ferramentas por

    spindle equipado com troca automtica de ferramentas

    e preparada para: furar, roscar e escarear, entre outrasaplicaes disponveis. Em relao ao corte, o serrotedesta linha FICEP dos mais rpidos no mercado,equipado com serra bimetlica capaz de cortar umIPE de 300mm em menos de 30 segundos.

    Mais uma empresa confia um novo investimento DNC Tcnica, que mais uma vez volta a estar ao ladodos grandes fabricantes de estruturas metlicas emPortugal.

    www.dnctecnica.com

    Seveme recebe prmio PME Excelncia 2015

    A Seveme, S.A. foi galardoada com o prestigiado

    prmio PME Excelncia 2015, em cerimnia

    pblica que decorreu no Europarque, em Santa

    Maria da Feira, a 10 de fevereiro.

    o terceiro ano consecutivo que recebe estadistino, sendo que neste, das centenas de milharesde Pequenas e Mdias Empresas existentes emPortugal apenas 1509, de todos os ramos de atividade,a receberam.

    www.seveme.com

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    7/52

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    8/52

    notcias

    6metlica 41 .maro 2016

    Lderes na Excelncia!

    Em ano de comemorao do 20. aniversrio,

    a FIXPAOS fixing solutions, assinala mais

    um momento marcante no seu historial e

    desenvolvimento empresarial - a obteno doEstatuto PME Excelncia 2015.

    PME Lder nos ltimos anos, a FIXPAOS fixingsolutionsv assim publicamente reconhecido em2016 o valor e acerto da sua aposta numa estratgiade crescimento sustentado e de boas prticas. Umaestratgia de Excelncia sempre alinhada com umamisso e uma viso constantemente orientadas para osseus parceiros.

    Aps duas dcadas, a FIXPAOS fixing solutionscontinua a desenvolver a sua atividade, mantendo comocompromisso fulcral a satisfao dos seus clientes,investindo na qualidade e na competitividade de produtose servios, de que exemplo o mais recente reforo dacapacidade instalada (stock) em 150 ton.

    Contando com os melhores parceiros e os produtos maiscompetitivos, disponibiliza uma vasta gama de soluesde fixao, e presta servios de reconhecido valor,atravs de uma adequada estrutura de armazenamento e

    distribuio e de uma de uma prtica de sustentabilidadee de segurana.

    Fruto de um investimento contnuo na formaoe qualificao dos recursos humanos, dispe deuma efetiva eficincia operacional assegurada porcolaboradores dedicados, profissionais e motivados.Uma estrutura coesa e funcional que v assimcompensado e engrandecido o seu desempenho.

    O Estatuto PME Excelncia 2015, atribudo pelo IAPMEI,em parceria com os principais bancos e o Turismo dePortugal, I.P., consagra o mrito das PMEs Lder, que sedestacaram pelos melhores desempenhos, no contextode toda a estrutura empresarial nacional. Desta forma, oIAPMEI presta tributo a todas as PMEs que contribuemativamente no reforo da capacidade competitivanacional.

    uma conquista partilhada que valoriza todos osparceiros - colaboradores, clientes, fornecedores queparticipam no desenvolvimento da empresa.

    FIXPAOS, fixing solutions valorizamos o seu negcio!

    www.fixpacos.com

    Entreferros alm-fronteiras

    A empresa Entreferros, sediada na zona

    industrial de Lourosa, Santa Maria da

    Feira, concluiu com sucesso a fabricao e

    montagem do maior Centro Comercial da ilha

    de Curacao, com uma rea de 50.000 m2e com

    3.100 toneladas de ao.

    Com a internacionalizao da empresa, a Entreferrosviu a necessidade de adquirir novos equipamentos.

    Um centro de corte e furao CNC da FICEP, que serinstalada no decorrer do ms de maro.

    No prximo trimestre, a empresa ir alargar a sua rea deproduo para 3.800 m2de rea coberta.

    www.entreferros.com

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    9/52

    notcias

    7metlica 41 .maro 2016

    PUB

    .

    Isopan Iberica sl

    Poligono Industrial de Constant - Av.da de les Puntes - Parcela, 23 - E - 43120 CONSTANT (TARRAGONA) - tel. 0034 977524546 - [email protected] - www.isopan.es - Contacto para Portugal: [email protected]

    Descubra Isopan: Lder na produo de painis industriais com isolamento trmico paracoberturas e fachadas, painis imitao de telha, painis frigoricos, painis para avirios.

    European Steel Bridge Awards 2016

    Os European Steel Bridge Awards 2016 so

    atribudos pela ECCS a cada dois anos para

    incentivar o uso criativo e de excelncia do ao na

    construo de pontes.

    O objetivo dar reconhecimento, a nvel europeu, construo de pontes metlicas e mistas, enfatizandoas vrias vantagens do ao na construo, produo,economia, sustentabilidade e arquitetura, e para atrair ointeresse dos clientes, arquitetos e engenheiros no usode mais ao no setor da construo da ponte, tornando,assim, a indstria mais competitiva.

    Os prmios so destinados a pontes com estruturas deao que tenham sido concebidas ou fabricadas nos pasesmembros da ECCS, primariamente. Os prmios soentregues ao proprietrio, empreiteiro geral, arquitetos,projetistas e os construtores de estruturas metlicas, decada projeto de ponte de construo metlica.

    A CMM, como membro nacional da ECCS, responsvelpela aprovao de cada trabalho apresentado, validando

    que est em conformidade com os regulamentos dosPrmios. Pela primeira vez este ano, os concorrentesinternacionais so tambm convidados a apresentaremas suas candidaturas para o especial International BridgeAward.

    www.steelconstruct.com

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    10/52

    notcias

    8metlica 41 .maro 2016

    Arestalfer ganha obra na Avenida da Liberdade Edifcio Liberdade 203

    E porque o futuro tambm se constri com o

    respeito pela tradio, este conjunto de edifcios hoje alvo de uma cuidada interveno.

    O Liberdade 203 resulta numa harmoniosa linguagemarquitetnica comum a todo o conjunto onderecuperao e renovao so as palavras de ordem.O edifcio tem 6 pisos, cerca de 44 apartamentos e9 lojas.

    A Arestalfer ser responsvel pela execuo emontagem de cerca de 400 toneladas de aotransformado, bem como 3000 m2de chapacolaborante que ter com principal funo a

    consolidao e reforo estrutural dos vrios pisos.A concluso da obra est prevista para 2017.

    www.arestalfer.com

    Metaloviana participa no projeto Casas em Movimento

    Este projeto, do arquiteto Manuel Vieira Lopes,

    denomina-se de Casas em Movimento, tendo

    sido um dos poucos projetos a nvel mundial

    exposto no concurso Internacional Solar

    Decathlon em Madrid.

    Esta casa destaca-se pela inovao e tecnologia

    aplicada, tendo sido alvo de destaque e grandeinteresse pela imprensa Nacional e Internacional.A Metaloviana fabricou e montou os rgosmecnicos e a estrutura metlica mvel de apoioaos painis solares, que acompanha o movimentodo sol durante o dia, permitindo a estes uma maiorexposio e maior eficincia energtica.

    www.metaloviana.pt

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    11/52

    notcias

    9metlica 41 .maro 2016

    Ferramenta Web para o Dimensionamento de EstruturasMetlicas com Tubo Estrutural

    A Ferpinta Calculator surge no contexto dos tubos

    de ao conformes norma europeia EN 10219-1,destinados a aplicaes estruturais.

    Trata-se de uma ferramenta de apoio aodimensionamento, que possibilita a verificao dodesempenho de tubos de ao (com seces circular,quadrangular e retangular) em termos de resistnciamecnica e estabilidade.

    Est disponvel para computadores, smartphones etablets, e permite:

    Aceder ao catlogo e caractersticas dos tubosFerpinta;

    Identificar tubos equivalentes, que substituam perfisdo tipo I e H;

    Calcular e verificar a resistncia de vigas e colunas emtubo.

    Disponvel na App Store e PlayStore.

    PUB

    .

    www.ferpintacalculator.com

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    12/52

    tcnica anlise comparativa de postes de transmisso

    10metlica 41 .maro 2016

    A construo metlica de estruturas no Mundocomeou a ganhar dimenso no sculo XIX e, desdeento, a procura do ao para material estruturalaumentou consideravelmente. Esta demanda, a parcom a crescente evoluo tecnolgica ao longo dasltimas dcadas, levou a que muitos novos materiais deconstruo fossem desenvolvidos, nomeadamente osaos de resistncias superiores e com caractersticascomportamentais de melhor qualidade.

    Apesar dos seus elementos essenciais serem o ferro eo carbono, os aos estruturais contm outros elementossecundrios que quando adicionados ao ferro, emconjunto com outros tratamentos, permitem obtermltiplas propriedades, determinadas caractersticasespecficas e diferentes resistncias, nomeadamente aonvel da tenso de cedncia.

    Este ltimo parmetro, essencial na qualificao erepresentao da capacidade resistente de um ao,tem vindo a crescer cada vez mais nos ltimos tempos,pelo que, atualmente, j existe uma grande gama deaos para Engenharia Civil cujas tenses de cednciapodem variar, habitualmente, entre 235MPa e 690MPa(Tabela 1), existindo j ao com tenso de cedncia atcerca de 1100MPa. Com algum conceito subjetivo, soconsiderados como aos de alta resistncia aqueles quepossuem uma tenso de cedncia superior a 500MPa,enquanto os aos macios correspondem aos quepossuem tenses de cedncia menores.

    Ao contrrio dos aos macios, os aos de alta resistnciaimplicam cuidados especficos como por exemplo naresistncia rotura frgil (tenacidade), na soldadura,

    ou na exposio a agentes corrosivos, que devido presena de seces mais esbeltas e finas e onde nohaja uma correta proteo, pode originar uma diminuioda vida til da estrutura ou at mesmo uma falhaestrutural prematura.

    anlise comparativa de postesde transmisso executados

    em ao macio e em ao dealta resistncia trabalho vencedor do Prmio Universitrio Portugal Steel 2015

    Joo Pedro Pereira de Sousa1e Professor Rui Carneiro de Barros 21 Mestre em Engenharia Civil, FEUP, [email protected] Doutor em Engenharia Civil, FEUP, [email protected]

    Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Departamento de Engenharia Civil, Seco de Estruturas, Portugal

    Por outro lado, o facto de possurem resistnciassuperiores permite obter componentes estruturais demenores seces e mais esbeltos, com menor volumee peso mas sem comprometer a segurana. Daquiresulta um aumento do espetro das possibilidades dedimensionamento e arquitetura que antigamente aindano eram possveis.

    Apesar do seu preo unitrio ser superior, os aos de

    alta resistncia so tambm competitivos com os aosmacios, j que necessrio menos quantidade dematerial para satisfazer as mesmas necessidades (Figura1). Isto despoletou ainda mais o seu interesse devido aosnovos e mais abrangentes limites econmicos de projetocujas solues s os mesmos permitem alcanar.

    Para alm das suas particularidades, estes aosinovadores possuem tambm um alto valor ambientalna medida em que possibilitam no s economizarmatrias-primas como tambm energias de produo emontagem. O transporte de estruturas mais leves permiteuma reduo do consumo de combustvel pelo meio delocomoo e, por outro lado, a construo de estruturasde menores dimenses permite o transporte de maisunidades por viagem.

    Com efeito, a crescente utilizao e expresso comercialdos aos de alta resistncia e a procura constantede solues estruturais menos dispendiosas e maisecolgicas nos mercados levou a que os suportesde linhas de transmisso, quer torres treliadas, quermastros tubulares, fossem sujeitos a novas anlisesestruturais com o intuito de se entender melhor ainfluncia da utilizao dos aos de alta resistncia na sua

    economia, ecologia e comportamento.

    Por estas razes, desenvolveu-se um estudo comobjetivo de se realizar uma anlise comparativa decustos de fabrico, para um caso particular de postes de

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    13/52

    tcnica anlise comparativa de postes de transmisso

    11metlica 41 .maro 2016

    transmisso, cujo fuste produzido integralmente comdiferentes classes de resistncia de ao, desde os aosmacios mais comuns at aos aos de alta resistncia

    mais modernos.

    Este trabalho, de ttulo Anlise Comparativa de Postesde Transmisso Executados em Ao Macio e em Aode Alta Resistncia, com orientao do Professor RuiCarneiro de Barros e coorientado pelo Mestre JorgeHenriques, ambos da Faculdade de Engenharia daUniversidade do Porto, foi desenvolvido no mbito daDissertao do Mestrado Integrado em EngenhariaCivil (MIEC) do autor em 2014 e enquadrou-se noprojeto de investigao e desenvolvimento VeryHigh Strength Steel Poles (VHSSPoles), realizado noconsrcio entre a empresa Metalogalva e a FEUP.

    Para esta investigao foi indispensvel modelar edimensionar diferentes postes de transmisso, comdiferentes caractersticas geomtricas e seccionais,diferentes aes do vento e cabos condutores ediferentes classes de ao. Isto permitiu gerar umapopulao de resultados exequveis (postes queverificam a segurana) a partir da qual foi possvelobter o poste de transmisso mais econmico eeficiente no fabrico, para cada classe de ao, comotambm produzir algumas comparaes e conclusesmais relevantes.

    Devido grande quantidade de clculo necessria,tornou-se fundamental elaborar um mtodo quepermitisse obter as aes do vento, esforos,resistncias (incluindo seces transversais de classe3 e classe 4) e segurana, tudo de forma automtica

    e clere e para qualquer geometria e caractersticasmecnicas do poste.

    Para tal, foi desenvolvida pelo autor uma aplicaoinformtica, com programao em Visual Basic, emambiente Excel, que se baseia nas regras que as NormasEC1-1-4, EC3-1-1, EC3-1-5, EC3-1-12, EC3-3-1 e EN50341-1 preconizam e que realiza o clculo da aodo vento sobre a estrutura, clculo e verificao desegurana aos fenmenos de ovalizao (Ovalization) epartilha de vrtices (Vortex Shedding), dimensionamentoe a verificao de segurana global (de acordo com onovo mtodo geral de verificao da encurvadura porflexo e encurvadura lateral, presente no captulo 6.3.4do EC3-1-1) de forma automtica e individual para cadacaso. Como a ao ssmica raramente condicionantepara estes cenrios e envolve uma anlise diferenciada emais complexa, a mesma no foi considerada ao longo dotrabalho.

    Por sugesto da empresa Metalogalva, em termosgeomtricos cada estrutura composta por uma torrepiramidal com uma altura de 46,5 metros cujo fuste formado por chapas metlicas tubulares cnicas quepodem possuir uma seco poligonal de 8, 12, 16 e 20faces e que podem ser constitudas por vrias classesde ao diferentes desde S235 at S690. Devido aotransporte, foi necessrio dividir o poste em 5 peas: 4

    mdulos com 10m de altura e um com 6,5m. No topo daestrutura existem oito braos para a instalao dos cabosde transmisso dispostos simetricamente relativamenteao eixo do poste: dois braos para os cabos de guardanos 46,5m e seis braos adjacentes para os condutores,colocados em par s alturas de 22,5m, 32,5m e 42,5m.

    Fig.1 Esquema da espessura de ao necessria para resistir a um esforo de trao axial de 10.000kN (Tabela 1).

    Classe do aoTenso de cedncia

    de acordo com o EC3 [MPa]

    rea de seco necessria

    [m2]%

    S 235 235 0,043 + 193,6

    S 275 275 0,036 + 150,9

    S 355 355 0,028 + 94,4

    S 450 440 0,023 + 56,8

    S 500 500 0,020 + 38,0

    S 550 550 0,018 + 25,5

    S 620 620 0,016 + 11,3

    S 690 690 0,014

    Tabela 1 Tenso de cedncia de acordo com o EC3-1-1 e EC3-1-12 para espessuras inferiores a 40mm

    e respetiva rea de seco em ao necessria para resistir a um esforo de trao de 10.000kN.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    14/52

    tcnica anlise comparativa de postes de transmisso

    12metlica 41 .maro 2016

    Como condicionantes, tambm sugeridas pelaMetalogalva, teve-se as espessuras de chapa em cadamdulo, que variam desde 3mm at 20mm, dimetros naseco da base desde 1800mm at ao mnimo possvel,limitados pela verificao de segurana e dimetros notopo de 200mm, 350mm e 500mm, por forma a obter-seas taxas de variao de seco em altura mais eficientes.Para a localizao dos postes analisados, admitiu-se umterreno de caractersticas correspondentes zona B e categoria 0 do EC1-1-4. Dentro do clculo de esforosinternos para o estado limite ltimo, considerou-se

    uma majorao de 10% do peso prprio, 40% na aodo vento sobre a estrutura e 100% sobre a ao doscabos de transmisso. Como as regras relativas aosestados limite de servio no se encontram definidasregularmente, os mesmos no foram considerados.Por outro lado, alguns fatores de dimensionamento no

    foram considerados devido ao tempo til disponvel coma dissertao, nomeadamente a resistncia fadiga erotura frgil.

    Com estes critrios, aps um processo iterativo dedimensionamento, verificou-se que o dimetro mnimona base que permitia a execuo de um poste sem

    comprometer a segurana era de 1300mm para umao S690. Por outro lado, os aos S235 e S275 noconseguiam garantir a segurana para um dimetro nabase de 1800mm (condicionante inicial) pelo que estesforam excludos da populao de anlise.

    No final desta conduta contabilizaram-se 296 soluespossveis para o dimensionamento do poste detransmisso considerado, que verificavam a seguranae estabilidade global e a partir das quais se efetuou aanlise de custos de fabrico.

    Dentro desta anlise, consideraram-se alguns preos dereferncia do mercado em 2014, sugeridos pela empresaMetalogalva, tais como o preo do ao, preo porquinagem, preo de soldaduras, preo de galvanizao epreo da pintura final.

    O primeiro bastante varivel ao longo do tempo edepende de vrios parmetros, como a procura domercado, quantidades encomendadas ou preos damatria-prima. Os preos considerados encontram-se naTabela 2.

    Conforme se utiliza uma seco transversal poligonal com

    maior nmero de faces, maior o custo de fabrico. Oprincipal fator que influencia este parmetro o processode quinagem no qual se realiza a dobragem das chapas deao por forma a se obter a seco transversal desejada.Considerou-se necessrios 4 minutos por quinagem a umpreo de 85/hora (Tabela 3).

    Fig.2 Exemplo de um poste de caractersticas semelhantes (Metalogalva).

    Classe do ao Preo [/Ton] %

    S 355 650

    S 450 720 + 10,8

    S 500 750 + 15,4

    S 550 775 + 19,2

    S 620 810 + 24,6

    S 690 840 + 29,2

    Tabela 2 Preos mdios considerados para cada classe de ao.

    Nmero

    de quinagens

    Tempo de trabalho

    [min]Preo por mdulo %

    Preo dos

    5 mdulos

    8 32 45,3 227

    12 48 68,0 + 50 340

    16 64 90,7 + 100 453

    20 80 113,0 + 150 567

    Tabela 3 Preo das quinagens para o caso de estudo.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    15/52

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    16/52

    tcnica anlise comparativa de postes de transmisso

    14metlica 41 .maro 2016

    Para finalizar a construo das seces transversais necessrio realizar as soldas longitudinais em cadamdulo constituinte do fuste. Se este possusse umdimetro na base superior a 400mm a solda seriabilateral e efetuada por meio de um robot, a umavelocidade de 2,5min/metro e a um preo mdio de110/hora. Caso contrrio a solda seria unilateral erealizada manualmente a uma velocidade de 50min/metro e a um preo mdio de 80/hora (Tabela 4).

    Por forma a garantir a longevidade das chapas dasseces transversais, aplica-se um tratamentoanticorrosivo de galvanizao por imerso a quente.Para este processo considerou-se um custo mdio de450/Ton de ao. Aps o exerccio da galvanizaosobre os vrios mdulos estruturais constituintes dofuste realizado o trabalho de pintura externa por formaa garantir a aparncia externa necessria ou pretendida.O preo mdio considerado para esta atividade foi de24/m2de rea a pintar.

    Dentro do fabrico de um poste de transmissoencontram-se ainda relacionados outros custos que noforam considerados nesta anlise, como por exemplo:o preo das furaes, preos de assemblagem epreos de movimentaes internas. Estes valores noforam tidos em conta na medida em que possuempouca variabilidade entre as possibilidades dedimensionamento obtidas e so de menor relevnciapara o preo geral.

    Na mesma situao, visto que os braos de suporteaos cabos condutores so semelhantes em todos os

    casos analisados, os seus custos de fabrico no foramponderados para o estudo em questo. Os restantescustos associados a transporte, instalao e manutenotambm no foram considerados na anlise.

    Com base nos preos apresentados foi possvel realizaruma estimativa do custo de fabrico de cada soluo dentrodas 296 possibilidades de dimensionamento, obtidasanteriormente, para o poste de transmisso estudado.

    Assim, apuraram-se os casos mais econmicos com ointuito de se poder comparar as poupanas passveis dese atingirem com a utilizao de uma determinada classede ao. Com efeito, apresenta-se um resumo dos valoresalcanados na Tabela 5 e nas Figuras 3 e 4.

    Como mencionado, o presente trabalho teve o intuitode realizar uma anlise comparativa para um caso maisparticular de postes de transmisso com vista a averiguara existncia de vantagens associadas aos aos de altaresistncia.

    Sendo este o principal interesse do presente trabalho,os resultados obtidos foram bastante satisfatrios. Coma anlise de custos, os resultados finais indicam umapoupana monetria de 3,0%, 5,6%, 10,0%, 18,8% e30,2% no preo de fabrico de um fuste executado emao S690 em comparao com o ao S620, S550, S500,S450 e S355, respetivamente.

    Os parmetros que mais influenciam o preo de produocorrespondem ao volume de ao utilizado e ao processode galvanizao, que depende diretamente do peso docomponente estrutural.

    CasoTempo de

    trabalho [min]Preo soldagem

    1 Mdulo de 10m soldado 2x pelo robot 50 92

    1 Mdulo de 6,5m soldado 1x manualmente 325 433

    4 Mdulos de 10m soldados 2x em robot e 1 de 6,5m soldado 1x manualmente 200 + 325 800

    4 Mdulos de 10m e 1 de 6,5m soldados 2x por robot 232 426

    Tabela 4 Preo das soldagens.

    Classe do ao Preo de fabrico mnimo %

    S 355 24.417,9 + 30,2

    S 450 22.272,2 + 18,8

    S 500 20.617,3 + 10,0

    S 550 19.797,6 + 5,6

    S 620 19.301,0 + 3,0

    S 690 18.747,1

    Tabela 5 Resumo de preos das solues de dimensionamento

    mais econmicas.

    Fig.3 Discretizao dos preos dentro da soluo mais econmica

    para cada classe de ao.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    17/52

    tcnica anlise comparativa de postes de transmisso

    15metlica 41 .maro 2016

    PUB

    .

    Concluiu-se, assim, que a escolha de aos de altaresistncia poder ser uma boa opo, j que permiteobter preos mais reduzidos no s no fabrico dos postesde transmisso mas tambm pela sua influncia diretae benfica no transporte, instalao e meio ambientedevido presena de peas estruturais menos volumosase mais leves.

    Por fim, o autor agradece o apoio do Professor DoutorRui Carneiro de Barros, do Mestre Jorge Henriques, daempresa Metalogalva e do projeto VHSSPOLES - VeryHigh Strength Steel Poles (Projecto de I&DT em Co-Promoo com referncia SI IDT - 21518/2011, subsidiadopela Agncia de Inovao S.A. atravs de fundoseuropeus do programa COMPETE).

    Agradece-se tambm a considerao e a deliberaoque o jri do Prmio deteve sobre o presente trabalhoe a oportunidade de reconhecimento e difuso deconhecimento cientfico que a associao Portuguesa

    CMM fornece aos demais trabalhos acadmicos,desenvolvidos no mbito da Construo Metlica e Mistaem Portugal, atravs do concurso nacional PrmioUniversitrio Portugal Steel.

    Fig.4 Preo total da soluo mais econmica

    para cada classe de ao.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    18/52

    arquitetura Bairro Norton de Matos em Coimbra

    16metlica 41 .maro 2016

    reabilitar renovar a vida:habitar no Bairro Norton de Matosem Coimbra

    por Prof. Vtor Murtinho e Pro f. Antnio BettencourtUniversidade de Coimbra

    Inicialmente denominado como Bairro

    Econmico do Calhab, ainda antes de

    inaugurado, esta operao urbana em Coimbrarecebeu simbolicamente o nome de Bairro

    Marechal de Carmona em homenagem

    deste estadista portugus, no mbito do seu

    octogsimo aniversrio, a 24 de novembro de

    1949. Posteriormente, e decorrente do processo

    revolucionrio de abril de 1974, esta zona

    residencial, edificada no stio conhecido como

    Planalto da Quinta da Cheira, seria rebatizado de

    Bairro Norton de Matos (BNM).2

    1 Citao extrada de Atmosferas, Editorial GustavoGili, Barcelona, 2006, p. 25.

    2 Jos Norton de Matos foi opositor ao MarechalCarmona nas eleies de 13 de fevereiro de 1949.

    Todavia, apesar do grande apoio popular, temendo

    fraudes eleitorais e represlias, este desistiu de

    disputar a presidncia da Repblica.

    3 Esta poltica havia sido iniciada atravs doDecreto-Lei n 23052 de 23 de setembro de

    1993, onde se autoriza a construo de casas

    econmicas, em colaborao com as cmaras

    municipais, corporaes administrativas e

    organismos do estado. Ao abrigo destas diretivas

    foram inaugurados os bairros da Ajuda e do Arco

    do Cego, em Lisboa, e o da Arrbida, no Porto.

    No caso de Coimbra, esta poltica teve grande

    incremento na dcada de quarenta e continuou

    na seguinte, com a construo de bairros comoo do Loreto, das Sete Fontes (Celas), da Fonte

    do Castanheiro, da Conchada, Marechal Carmona

    (Norton de Matos), de Santa Clara, de S. Jernimo

    (Cumeada) e Lomba da Arregaa (ver Santana, Ana

    Paula, Gnese e desenvolvimento da habitao

    social em Coimbra, Cadernos de Geografia, n 17,

    FLUC, Coimbra, 1998, p. 195).

    Colocamos as coisas deforma concreta, primeiromentalmente, depois narealidade. E vemos comoreagem umas com asoutras. E todos sabemosque reagem umas comas outras!

    Peter Zumthor1

    Este empreendimento, atualmente localizado em zonaprivilegiada da cidade, que poder eventualmenteter servido para absorver uma pequena parte doshabitantes da grande expanso universitria levada a

    cabo pelo governo na Alta da cidade de Coimbra, estavaenquadrado na poltica do Estado Novo de promoo dehabitao social.3Mas principalmente, acabou por serum bairro com caractersticas algo seletivas, vocacionadopara a classe mdia, preferencialmente habitado porfuncionrios pblicos, com algumas posses e prximos,em muitos casos, dos rgos de deciso e do poder.

    O BNM um projeto do arquiteto Janurio Godinho(1910-1990)4, que obedece a um plano reticuladoorientado segundo os pontos cardeais dominantes e queestabelece a valorizao daquele pedao de cidade, j

    que no seu desenho integra alguns dos elementos quecompem e melhor caracterizam a paisagem urbanacomo, por exemplo, a rua e a praa.

    Na sua maior extenso, o projeto desenvolvidopor Janurio Godinho composto por habitaesunifamiliares, construdas no final da dcada dequarenta.5O desenho urbano da proposta foi umaajuda na concretizao de uma lgica propagandista doprprio Estado Novo, que fazia um discurso assenteno pressuposto de que a cada famlia haveria decorresponder uma casa prpria, fosse ela no contextoda cidade ou nos arredores prximos. Idntico planoseria desenvolvido em Lisboa por Faria da Costa, deUrbanizao da Encosta da Ajuda (Restelo)6, commoradias unifamiliares para a burguesia, com maiordimenso e integrado no Plano Diretor desta cidade(1938-1948), da autoria, tal como o plano de urbanizaode Coimbra, de tienne Grer.7

    J no final da dcada de cinquenta implementada umasegunda fase de urbanizao, situada no topo poente doBNM, sendo composta por alguma habitao coletiva debaixa altura mas com espaos verdes, intersticiais, compercursos exclusivamente pedonais, que coincidiam com

    as orientaes mais progressistas que se iam fazendonalguns pontos do pas e que no caso de Coimbra conjuntamente com o Bairro da Solum dos exemplosque mais se aproximam dos preceitos urbansticosexarados na Carta de Atenas por Le Corbusier.8

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    19/52

    arquitetura Bairro Norton de Matos em Coimbra

    17metlica 41 .maro 2016

    que permite desenvolver um programa nacional derecuperao do patrimnio histrico, os designadosMonumentos Nacionais possibilita, paralelamente,iniciar um processo de demolio consistente da Altada Cidade de Coimbra, destruindo irreversivelmenteum vasto leque de edifcios histricos e redesenhandotoda aquela importante parte urbana. Curiosamente, nocontexto atual, essa mesma operao foi reconhecidapela Unesco e integrada na zona classificada comoPatrimnio Mundial no mbito da parte fsica do conjuntohistrico-cultural designado como Universidade deCoimbra Alta e Sofia, em 22 de junho de 2013.

    Em termos gerais e num contexto do perodoantecedente Segunda Guerra Mundial, a questoda habitao um problema candente que o regimepretende explorar em termos sociais, mas sobretudoobter com isso enormes ganhos polticos. Sebem que a operao urbanstica do BNM tenha deser entendida num contexto de alguma dinamizaoconstrutiva em vrias frentes com predomnio da dehabitao social, a verdade que esta interveno,pela importncia que adquire na prpria cidade deCoimbra, constitui um bom caso de estudo por se tratar

    de um conjunto edificado que, no tempo, tem sabidoresistir com excelncia s novas formas do habitarcontemporneo.

    Topograficamente o BNM ocupa um planalto, localizadona parte sul desta cidade, correspondendo a umaplataforma de configurao trapezoidal.9A soluopreconizada para o BNM por Janurio Godinho ,marcadamente, uma mescla entre a urbanidadenecessria e a ruralidade possvel. O modelo, demoradia com espao ajardinado, compatibiliza umdesenho estruturado e marcadamente citadino como bucolismo das memrias que os espaos verdesprivados certamente ajudam a recriar, pelo que osespaos abstratos e reticulados das estruturas urbanasso temperados por zonas ntimas de contacto com anatureza e indutoras de mpares experincias sensoriais.

    Curiosamente numa mesma zona da Cidade BNM acabamos por ter dois empreendimentos quecorrespondem a dois modos totalmente diferentesde fazer cidade. Um que aposta na diversificao doconstrudo numa lgica de disperso e de uniformidade,com espaos verdes mas privados e um outro comconcentrao de edificado de modo a potenciar aomximo os espaos verdes de acesso pblico. Esta a contradio, que vamos encontrar inmeras vezes,de um regime que induz a um tipo de arquitetura decarter nacionalista/tradicionalista e, por outro lado,promove uma arquitetura de matriz moderna. Esta

    tenso faz com que, ao mesmo tempo e no mesmoespao, existam obras formalmente to dspares como, por exemplo, em Coimbra, o edifcio da Faculdadede Letras (1945 1951) e o Edifcio da AAC (c.1954 1962), ambos os projetos feitos pelo mesmo arquiteto,Alberto Jos Pessoa (1919-1985). A mesma demagogia

    >

    Planta do Bairro das Casas Econmicas do Calhab (Bairro Nortonde Matos) em Coimbra, projeto de Janurio Godinho

    >

    Vista area do Bairro Norton de Matos com Estdio Municipalao fundo.

    4 Ver Afonso, Joo (editor),Inqurito ArquitecturaPortuguesa do Sculo XX em Portugal,Ordem dos

    Arquitectos, Lisboa 2006, p. 129.

    5 As obras de construo das moradias comearam

    em 1947, conforme notcia, em capa, o jornalA Voz do Calhab a 30 de janeiro desse ano

    (n 349), dando a informao da adjudicao do

    empreendimento. A 30 de outubro de 1949 (n

    431), o mesmo jornal noticiava j a ocupao das

    primeiras casas.

    6 Outro plano, o de Alvalade, seria desenvolvido nadcada de quarenta pelo mesmo arquiteto, Faria

    da Costa, e que correspondia a uma operao

    de habitao multifamiliar de larga escala,

    desenvolvido em cerca de 25 anos, constituindo

    um inovador estaleiro para mltiplas inovaes

    tcnicas, urbansticas e arquitetnicas (Portas,

    Nuno, A Arquitectura da Habitao no Sculo

    XX Portugus in Arquitectura do Sculo XX

    Portugal, Prestel, Frankfurt am Main, 1998, p. 119).

    7 Tostes, Ana, Os Verdes Anos na ArquitecturaPortuguesa dos Anos 50, FAUP edies, Porto,

    1997, pp. 52 a 59.

    8 Essa zona do BNM composta por um nicoquarteiro onde esto implantados nove blocos de

    habitao coletiva, com alturas que variam entre os

    trs e os cinco pisos, sendo da autoria do arquiteto

    Jorge Albuquerque (sobre esta interveno ver

    Correia, Jorge Paulo, Bairro das Caixas Coimbra,

    FCTUC, Coimbra, 2003).

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    20/52

    arquitetura Bairro Norton de Matos em Coimbra

    18metlica 41 .maro 2016

    Nesse limbo, estabelecem-se harmonias entre o artificiale o natural, entre a regularidade imposta e a aparenterusticidade.

    Inicialmente, a toponmia das ruas era constituda porletras do alfabeto, mas posteriormente, por questesde bom-senso e tambm devido ao nome que oBairro ostentava Marechal Carmona , estas foramsubstitudas pela denominao das colnias portuguesasda altura ou por figuras ilustres do perodo dosDescobrimentos (Rua de Angola, Rua de Macau, Rua deMoambique, Rua Vasco da Gama, Rua Pedro lvares

    Cabral, entre outros). Esta deciso ilustrativa de umambiente narrativo dos feitos histricos nacionais e deuma apoteose do designado imprio portugus.

    Culturalmente, o regime fez a promoo de umaidentidade nacional que, em parte, coincidiu comlegitimao de uma imagem arquetpica de umaconstruo com a qual as pessoas se revissem edescobrissem nela algo que poderia corresponder auma herana ancestral que, de algum modo, pudesseajudar a conformar um gosto, reconhecido como maislocal. Curiosamente, o mesmo regime que fomentava

    um tipo de construo com formas conservadoras e dematriz vernacular, levado muitas vezes a posies maisradicais onde o esteretipo da casa portuguesa de RaulLino disso um bom exemplo, em dualidade, permite aproduo de uma arquitetura moderna e inovadora emalguma da edificao de iniciativa pblica.

    O plano de organizao do espao no BNM apresenta umdesenho a rgua e esquadro, privilegiando um projetocom dominncia da ortogonalidade. Um plano quetransmite uma ideia de ordem, sendo, ainda hoje, umadas zonas mais bem planeadas da cidade e uma das mais

    agradveis para a se viver. A opo pela ortogonalidadepermite uma orientao extremamente fcil no contextodo bairro, havendo o privilgio de alguns arruamentosrelativamente a outros. Esta estratgia sublima, aindamais, uma hierarquizao do espao pblico, reforadoatravs de algumas zonas que correspondem a praase que de algum modo ajudam a descomprimir osarruamentos que, circunstancialmente, apresentamdimenses mnimas e pouco adequadas para a circulaoautomvel e, certamente, impeditivas de que estesse cruzem no contexto da via. Estes arruamentos nopossuam passeios e eram destinados maioritariamente s

    moradias mais pequenas, j que as maiores estavam nasvias mais largas e com passeios adjacentes. Na prtica,a estrutura viria hierarquizada do bairro, conjugadacom a limitao dos pontos de relao com a cidadeenvolvente faz com que as circulaes automveis sefaam mais por zonas de contorno e muito pouco atravsde atravessamento. Este desenho confere no espaouma supremacia do peo relativamente aos veculosmotorizados, permitindo uma clara delimitao da forma euma grande autonomia deste bairro relativamente a toda aenvolvente urbana.10

    >

    Plantas da moradia (r/c e andar), como estava antesda reabilitao e onde facilmente perceptvel as partes originais

    e os acrescentos exteriores posteriores

    >

    Plantas do projeto (r/c e andar) com reabilitao das partes originaise ampliao da moradia.

    10 Ver Esteves, Carlos Nuno, O Bairro Norton deMatos: um espao urbano projetado para a

    cidade de Coimbra, FCTUC, Coimbra, 1994,

    p. 18

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    21/52

    arquitetura Bairro Norton de Matos em Coimbra

    19metlica 41 .maro 2016

    O trabalho de Janurio Godinho de Almeida , numpanorama geral, bastante ecltico, assemelhando-se um pouco ao tipo de produo que os melhoresarquitetos faziam poca. No caso concreto dos projetosdesenvolvidos no mbito do BNM, a linguagem utilizadatenta ir um pouco ao gosto da poca, aproximando-seem alguns aspetos ao tipo denominado, comummente,

    como Portugus Suave e tentando apresentar umaarquitetura regionalista, de matriz mais tradicional evernacular. No desenvolvimento planimtrico da soluo, percetvel a preocupao em as unidades de habitaoficarem, preferencialmente, afastadas dos arruamentoscom maior trfego, favorecendo assim um zonamentonatural e hierarquizado das funes. Nesse sentido, osespaos residenciais so desenvolvidos em espaosmais recatados e, obviamente, de maior intimidade. Nocaso das praas, elas aparecem em alinhamentos de ruassecundrias e nunca em enfiamentos das ruas principais.

    No contexto do bairro, o espao urbano sobrepe-se

    ao construdo. A morfologia urbana proposta, com lotesregulares, constitui a verdadeira essncia imutvel doespao. Na realidade, o desenho de cada lote afirma-se como elemento padro estabilizado, aguentandoperfeitamente algumas alteraes planimtricasdesde que se respeitam princpios elementares comoalinhamentos de ruas ou volumetrias de confinamento

    PUB

    .

    com estas. Nesse propsito, aceita-se que dentro dealguns valores a estrutura dos espaos urbanos apresenteuma forma justa, durvel, perene, e que as moradias,partindo de determinadas premissas, possam serencaradas como subsidirias ou variveis.

    As casas do bairro apresentam todas um formato

    retangular, normalizado segundo os padres previamentedefinidos e com pequenas variantes. Tm dois pisoshabitveis que so interligados por escadas estreitas dedois lanos com estrutura de madeira. Em termos gerais,durante a construo, as fundaes foram levadas a umacota suficiente para que, por escavao, facilmente sepudesse implementar o aproveitamento da cave semperturbar a estabilidade do edifcio.

    Nos ltimos tempos, devido essencialmente aoenvelhecimento ou ao desaparecimento da primeiragerao de ocupantes, as habitaes tm sofridoinmeras transformaes, algumas com carter de

    radicalidade. Estas alteraes, designadamente o facto deser possvel, dentro de algumas premissas, a demoliodas casas originais e a sua substituio por novas casas,mantendo globalmente as manchas de implantao e ascrceas, tem feito com que, de algum modo, se venhaa perder um pouco as caractersticas que favoreciam ahomogeneidade do conjunto.

    Melhorando a segurana, qualidade e performance

    Trabalhando juntospor um mundo maisseguro

    Avaliao de Conformidade com DiretivasEuropeias

    Agncia de Inspeo Autorizada ASME -selos convencionais e nucleares

    Certificao de Equipamentos sob Presso Inspeo na Origem Avaliao de Qualidade para Fornecedores

    Internacionais Certificao de Fabricao e Inspeo de

    Contentores Inspeo de Maquinaria Porturia

    Servios de Estaes de Tratamento de guas Certificao de Materiais Certificao de Produto Certificao de Procedimentos de Soldadura

    e Soldadores Certificao de Sistemas de Qualidade para

    Soldadura Cursos de Formao standard e medida

    www.lr.org/inspecao-portugal

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    22/52

    arquitetura Bairro Norton de Matos em Coimbra

    20metlica 41 .maro 2016

    No BNM, as habitaes eram divididas em duas classes(A e B) que por sua vez eram subdivididas em dois tipos (IIe III), correspondendo, na totalidade, a quatro tamanhos.11que distinguia as quatro variantes de habitaes era asua dimenso volumtrica e, consequente, o programainterno distributivo, sendo a variante principal o nmerode quartos. Em geral, as moradias eram desenvolvidas pordois pisos, sendo possvel a fcil implementao de umacave (normalmente semienterrada j que o piso de r/c erapor norma sobrelevado, permitindo resolver problemasde desnvel das ruas e fazendo com que numa qualquerrua as cotas de soleira fossem, por sistema, idnticas) e

    ainda o aproveitamento do desvo dos telhados (stos).As moradias poderiam sem geminadas ou em bandacomposta por quatro vivendas.

    As duas moradias da classe A eram as mais pequenas.Nesta classe, a moradia do tipo II, a mais pequena detodas, possua dois quartos e a do tipo III possua trs

    quartos. Funcionalmente, ambos os tipos tinham no pisotrreo a sala, cozinha e uma instalao sanitria; no pisosuperior estavam os quartos. As habitaes da classe Beram as maiores e destinadas a famlias mais abastadas.Assim, no R/C o programa funcional destas moradias eracomposto por cozinha, sala de refeies e sala de estar.No caso da moradia do tipo III, tinha ainda um escritriono R/C; no piso superior, para alm do espao de I.S.,possuam, nos dois tipos, trs quartos. Aqui, a grandediferena entre o tipo II e o tipo III era principalmenteo facto de a segunda ter reas mais generosas. J omodelo conceptual de organizao era muito parecido e

    desenrolava-se a partir da distribuio em torno da caixade escadas.

    Na contemporaneidade, j restam poucos residentes quetenham vindo estrear as moradias do BNM. A propriedadedestas habitaes tem-se dividido entre alguns herdeirosda primeira gerao de ocupantes e por um cada vezmaior grupo de casais que, adquirindo as casas, elegemeste local para a fazer ou refazer a sua vida. Na realidade,so cada vez mais os novos habitantes do bairro,permitindo uma rpida renovao geracional, mas tambmcolocando usos mais pesados nas discretas moradias

    sobreviventes. De facto, medida que a renovao vaiacontecendo, vo-se demolindo, em paralelo, muitas dasantigas casas, dando lugar a rplicas das anteriores mascom desenho interior e paredes de suporte totalmentediferentes. Ou ento, a situaes mais radicais ondea linguagem e o aspeto so totalmente adulterados,dando lugar a casas com linguagem e formalizaocontempornea. Assim, so cada vez em menor nmeroas habitaes que mantm o esprito e o traado original,j que aquilo que nos exemplos de transformao se vaigarantindo so os alinhamentos das fachadas principais eo cumprimento de algumas regras de s vizinhana.

    11 No artigo 12, captulo II, do Decreto-Lei 23053de 1933 que foi estabelecido este modelo de

    classificao por classes e tipos.

    >

    Quarto do primeiro com aplicao dos materiais de revestimentos,designadamente estrutura de suporte para placas OSB e posterioraplicao de sistema ETICS

    >

    Interior do quarto com aplicao de OSB e estrutura para aplicaode placas de gesso cartonado.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    23/52

    arquitetura Bairro Norton de Matos em Coimbra

    21metlica 41 .maro 2016

    Nesse sentido e perante a necessidade de adaptar umamoradia na Rua Gonalves Zarco, junto ao topo poenteda Praa dos Aores, optou-se por tentar manter o maispossvel a casa original.12Tratava-se de uma moradia daClasse B, Tipo II, que no seu miolo estava relativamenteconservada, mas que havia sofrido algumas alteraes,quer de ampliao para o exterior, quer de pequenas

    reorganizaes funcionais no interior. Na sua tipologiaprimitiva tratava-se de uma variante em que o modeloorganizativo correspondia ao das moradias do Classe Bdo tipo III. Ou seja, ao nvel do piso trreo, havia sidoimplementado uma nova diviso, por sacrifcio da reanica de sala de estar/refeies, criando um espaosuplementar. Em paralelo, j depois de consumada aconstruo da casa, havia sido implementada uma escadapara o sto, e havia-se procedido ao alargamento nazona da cozinha atravs da ampliao volumtrica comI.S e vestbulo para a traseira do lote e, cumulativamente,no limite noroeste do lote, edificado uma garagem. Estareorganizao da moradia foi essencialmente determinada

    pela dimenso que, na altura, o agregado familiar atingiu,justificando o aumento do nmero de divises.

    O novo proprietrio (um casal com duas filhas) pretendiaa maximizao do aproveitamento da moradia, tendodefinido um intenso programa: R/C (sala de estar, cozinhacom refeies, lavandaria, quarto de visitas e I.S.), cave(escritrio e arrumos), primeiro andar (dois quartosindividuais, duas I.S. de apoio, quarto principal com I.S.privativa e closet) e aproveitamento do sto como localde estudo. A estratgia escolhida pelos arquitetos paraesta aparente dificuldade de cumprir um programa to

    intenso foi de, por princpio ignorar as transformaes casa original, ver tudo aquilo que a preexistnciaconseguia sanar e o que era preciso construir de novopara o satisfazer. Deste confronto resultou um projeto decompromisso entre o respeito pela habitao original e

    sua compatibilizao com nova construo tirando partidode uma linguagem e materialidade mais contemporneae atual. Este processo obrigou a olhar para a casa e arefletir sobre os novos modos de habitar, a questionar osprocessos de construo e a encontrar a melhor formaque traduzisse e espelhasse a vontade inabalvel de umafamlia que queria experienciar uma vivncia nica de umespao como o BNM. Todo o projeto foi desenvolvidonuma contradio aparente do aumento da rea deconstruo e pela inteno objetiva, muito determinada,da existncia de uma liberdade traduzida numa perceode transparncia e de ausncia de obstrues do campo

    visual. Na prtica, os arquitetos sabem que o projeto o melhor instrumento para testar qualquer soluo,permitindo simultaneamente a simulao de um resultadoe a validao de qualquer inteno transformadora.13Da que todo o processo de investigao e de desenhose focou na capacidade de a casa se adaptar a novosprogramas funcionais e indagar sobre qual a suaviabilidade de transformao sem, com isso, perder a suamarca identitria.

    Mais do que rasgos geniais, importava transmitir emconstrudo toda uma srie de expectativas, de formas

    de habitar, de viver e de estar. Para esse efeito, foidesenvolvido o projeto, sem quaisquer constrangimentosformais, sem imposio de modelos e de sujeio amodas ou esteretipos. A proposta desenvolvida parte dopressuposto convincente de respeito pelo preexistente,

    12 O projeto foi desenvolvido pelos arquitetosLucinda Bem-Haja, Vtor Murtinho e Antnio

    Mota.

    12 Purini, Franco, Compor a Arquitectura, ACDEditores, Lisboa, 2009, p. 29.

    >

    Foto de plano de fachada do quarto do primeiro andar com inclinao de planos para o interior, desenhandoem negativo um tronco piramidal quadrangular

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    24/52

    arquitetura Bairro Norton de Matos em Coimbra

    22metlica 41 .maro 2016

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    25/52

    arquitetura Bairro Norton de Matos em Coimbra

    23metlica 41 .maro 2016

    PUB

    .

    permite o uso descontrado de todo um espao ldico,desmaterializado, sem fronteiras entre exterior einterior, sugerindo subtilmente um lugar uno e quasecontnuo.

    A dominncia da cor branca, no exterior e no interior,deram a calma, a pacatez procurada e que se

    impunha perante um dia-a-dia intenso de trabalhomuito exigente e normalmente desgastante. Omesmo branco que desmaterializa o espao e queenfatiza a sensao de amplitude de uma rea que,na gnese do edifcio inicial, era j contido e escassopor natureza. Se a premissa inicial era manter omais possvel o esprito da casa preexistente, asmatrias que no contexto do desenvolvimento doprojeto se assumiram como primordiais foram aluz e a gravidade. Conjuntamente e de modo muitoracional, puseram-se estes dois aspetos em confronto,com complementaridade, resultando um espaorelaxante, intimista e muito acolhedor. A ampliao,

    enquanto resposta ao programa, foi sistematicamentedesenvolvida tentando cumprir um desgnio de mximatransparncia e de tentar definir o melhor possvelos espaos, possibilitando um efeito de leveza, dedesafio da gravidade atravs da inexistncia visvel deelementos de suporte. Enfim, houve certamente umadeterminao consciente de construir uma soluo que

    fosse capaz de invocar a Beleza, na certeza que esse umdos caminhos para se conseguir uma maior felicidade doshomens.14A proposta foi um controlo adequado da pulsode fazer de novo e a disciplina do impulso criativo. Oresultado foi a implementao de uma soluo equilibradaentre o desejo de criao e o respeito pelo valor doexistente, gerando uma enorme empatia com o lugar.

    no respeito pelo patrimnio edificado, com o recurso atecnologias e linguagens contemporneas na construonova, que se constri no presente a arquitetura que tornasustentvel e atrativo o espao urbano. Isso faz com que,permanentemente, a vida se renove nos centros antigos,que se respeite a histria, mas tambm e sobretudo se encontre sentido e urbanidade aos espaos e, dessemodo, se lhes garanta um futuro ainda mais promissor.

    14 Campo Baeza, Pensar com as Mos,Caleidoscpio, Casal de cambra, 2011, p. 34.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    26/52

    mercados internacionais o caso da lcw consult

    24metlica 41 .maro 2016

    Naturalmente, a busca de solues metlicas para cadacaso concreto depende de mltiplos fatores, em queavultam: a tradio do Pas na construo metlica; o peso dos mitos entre os donos-de-obra acerca da

    falta de durabilidade das construes metlicas oude serem estruturas muito caras;

    o preo do ao estrutural versus o preo do betoestrutural;

    a capacidade instalada de fabrico, transporte emontagem de estruturas metlicas, ao nvel dosrecursos humanos e dos equipamentos;

    o rigor no cumprimento de prazos reduzidos, muitasvezes associados a eventos ou a situaes deemergncia;

    o desejo de modernidade e de solues esbeltas por

    parte do Cliente e do Pas; e, last but not least, a capacidade do projetista em

    encontrar solues adequadas e inovadoras para osdiferentes desafios.

    Neste particular, nosso entendimento que Consultoria no basta conhecer os inmeros CdigosEstruturais aplicveis nem reproduzir soluesconvencionais. preciso disponibilidade para: encontrar novas solues e conceitos e novos

    processos construtivos, aproveitando ascaractersticas nicas de resistncia e ductilidade

    do ao;

    Na sequncia da crise iniciada em 2008-2009e dos seus reflexos profundos na atividade daConsultoria em Portugal, particularmente a partirde 2011, a LCW sentiu necessidade de alargar asua atividade no estrangeiro, buscando novosmercados, estando atualmente a desenvolver asua atividade para 13 Pases, situados em frica,Amrica Latina e Mdio Oriente.Sendo a nossa atividade centrada nas reas dasinfraestruturas de transporte e infraestruturashidrulicas, a quota do ao estrutural no conjuntodestas infraestruturas no muito significativa,concentrando-se, at ao momento presente, naspontes rodovirias e ferrovirias e em coberturasde estaes.

    internacionalizao deuma empresa de consultoriade engenharia

    o caso da LCW Consult

    Eng. Vitor BarataLCW Consult

    A atuao nos mercados internacionais

    A atuao nos mercados internacionais apresenta muitasoportunidades e dificuldades, sendo que cada Pas um caso diferente, fruto da sua Cultura, do nvel deEngenharia e do tipo de abordagem Comercial.

    na conjugao de todos estes fatores que se pode e

    deve encontrar a soluo para atuar em cada mercado.

    >Viaduto Pk36+600, Linha ferroviria Thenia Tizi Ouzou, Arglia. >Viaduto Pk29+005, Linha ferroviria Thenia Tizi Ouzou, Arglia.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    27/52

    mercados internacionais o caso da lcw consult

    25metlica 41 .maro 2016

    promover a divulgao pblica das obras realizadasem Portugal e no estrangeiro, atravs de palestras,conferncias, seminrios e congressos, chamando aateno para a qualidade da engenharia portuguesa econtribuindo para o seu reconhecimento internacional,designadamente dando a conhecer os Prmiosobtidos;

    adotar as metodologias mais avanadas demodelao, de clculo e de partilha de informaoentre os diferentes atores da construo.

    Estas tm sido linhas mestras da atuao da LCW.

    Todavia, possvel fazer mais e melhor, juntandoaos projetos realizados, por exemplo, o fabrico pelasmetalomecnicas portuguesas, cuja capacidade, emgeral, de muito elevado nvel, tanto pela qualidade dos

    PUB

    .

    MBITO: CONCEPO, DESENVOLVIMENTO, PRODUO E MONTAGEM DE ESTRUTURAS EM FERRO E ALUMNIO

    Loteamento do Feital, Pavilho n 49 e 50

    Frossos, 4700-152 Braga

    Telf. 253 693 140

    SEDE:

    "A atuao nos mercados internacionais

    apresenta muitas oportunidades e

    dificuldades, sendo que cada Pas um

    caso diferente (...)"

    recursos humanos como dos equipamentos, desde quetodas as Partes atuem ao mais elevado nvel profissionale se conjuguem.

    Este aspeto da maior importncia, porque um projeto mesmo que bem elaborado e detalhado pode serdesqualificado em resultado de um deficiente fabrico e/ou montagem.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    28/52

    soldadura preparao de juntas para soldadura por arco eltrico

    26metlica 41 .maro 2016

    A preparao de juntas para soldadura frequentemente olhada como uma questo denormas, isto , vai-se s normas ver a preparao dejunta indicada para cada caso. O problema que asnormas so genricas e, portanto, no consideram

    todas as situaes que se podem encontrar emfbrica ou, ainda mais normal, em estaleiro. Almdisso, a preparao de junta adequada umfator determinante na realizao de soldadurascom qualidade. Repare-se que se diz preparaoadequada e no correta.

    De facto, a qualidade de soldadura depende demuitos outros fatores, como a seleo do processo desoldadura, os parmetros de soldadura, o procedimento,a posio, etc., e como habitual no h apenas umasoluo para o problema. A escolha da preparao dejunta adequada depende de muitos fatores, pelo que difcil abarcar todos numa norma, como por exemploa EN ISO 9692:2003 [1]. , portanto, importantecompreender como esses fatores influenciam o desenhoda junta. isso que se apresenta a seguir de formasimples e objetiva. Nalguns casos necessrio recorrera alguns conceitos que no cabem no mbito dum textosumrio como este, mas que ou j foram abordados emtextos anteriores da revista metlica ou os leitores seroorientados para outra literatura facilmente acessvel.As preparaes de junta que se seguem destinam-sea processos de soldadura por fuso como a soldadurapor eltrodo revestido, TIG, MIG/MAG e arco submerso,

    pois so os mais usuais na construo de estruturasmetlicas [2].

    Antes de falar na geometria das preparaes de junta til falar em geometria das prprias juntas. A figura 1ilustra a geometria das juntas mais comuns, usualmentedesignadas de topo (1), em ngulo (2), sobreposta(3), tambm em ngulo, usualmente designada de

    canto (4) e, por ltimo, no bordo (5). De facto, existemmuitas outras geometrias de junta determinadas pelasnecessidades de fabrico, mas as que se apresentam sosuficientes para ilustrar os principais conceitos.

    As geometrias de preparao de junta que seapresentam a seguir referem-se s juntas de topo ouem ngulo, pois as juntas sobrepostas ou no bordo norequerem, usualmente, qualquer preparao de junta.

    O primeiro fator a considerar o tipo de solicitao a quea junta est sujeita, isto , se uma solicitao estticaou se uma solicitao varivel com o tempo, ou seja,uma solicitao suscetvel de provocar o aparecimento epropagao de uma fenda, levando rotura por fadiga daligao. Isto determina se a soldadura deve atravessartoda a espessura de um dos elementos unidos, como seilustra na figura 2a), caso da solicitao varivel, ou se talno se torna necessrio, no caso da solicitao esttica,como se mostra na figura 2b). Neste ltimo caso, ajunta no necessita de qualquer preparao. Associadoa isto est tambm o grau de responsabilidade daestrutura, isto , estruturas com maiores consequnciasem termos de vidas humanas ou materiais requeremsoldaduras com penetrao total. O esquecimento

    destes princpios pode levar a acidentes muito graves[3, 4].

    preparao de juntas parasoldadura por arco eltrico

    por Prof. Altino J. R. LoureiroDEM, Universidade de Coimbra

    Fig. 1 Geometrias de juntas. Fig. 2 Soldadura: a) com penetrao total; b) sem penetrao total [5].

    (a) (b)

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    29/52

    soldadura preparao de juntas para soldadura por arco eltrico

    27metlica 41 .maro 2016

    A penetrao na soldadura no depende s dapreparao de junta, depende tambm do processo desoldadura utilizado, pelo que o que se apresenta a seguirrefere-se essencialmente aos processos de soldadurapor eltrodo revestido e MAG, pois utilizam intensidadesde corrente e densidades de energia semelhantesdurante a soldadura.

    A penetrao normalmente conseguida sobre ao comestes processos ser at 2.5 mm, pelo que se soldaremde topo por eltrodo revestido duas chapas encostadas

    com 6 mm de espessura, no se vai conseguirpenetrao total, como se esquematiza na figura 3a).

    Contudo, aumentando a distncia entre as chapas,designada folga, j se consegue a penetraopretendida, conforme se mostra na figura 3b). Esta folgapode ir at espessura dos elementos a unir, embora,para as espessuras acima de 4 mm, pode degradar-se aqualidade da soldadura. Nesses casos h a possibilidade

    de utilizar uma cobre-junta, como se ilustra na figura 4,mas estas juntas no devem estar submetidas asolicitaes de fadiga severas.

    Para espessuras acima de 4 mm usual fazer preparaode junta em V, como se ilustra na figura 5a). Asdimenses esto indicadas na legenda. Esta preparaode junta normalmente realizada por corte oxiacetilnico,

    PUB

    .

    Fig. 3 Junta: a) sem folga; b) com folga.

    (a) (b)

    Fig. 4 Preparao de junta com cobre-junta. Dimenses: 5b15 mm;

    520. Fonte: EN ISO 9692:2003.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    30/52

    soldadura preparao de juntas para soldadura por arco eltrico

    28metlica 41 .maro 2016

    e destina-se a permitir que o eltrodo possa acederfacilmente zona da raiz da soldadura, proporcionandoa sua fuso. Esta preparao habitualmente usadaem espessuras at 16 mm, embora possa ser usadapara espessuras maiores, no caso de haver acesso

    soldadura de um s lado.

    Para espessuras maiores que 16 mm e quandoh acesso soldadura dos dois lados aplica-sehabitualmente a preparao em X simtrica, tal comose representa na figura 5b). No caso de ser maisdesconfortvel soldar de um lado do que do outro, comoacontece em algumas soldaduras em estaleiro ou nasoldadura de recipientes sob presso, pode recorrer-se a uma preparao em X assimtrica, tal como serepresenta na figura 6.

    A preparao de juntas em X tem tambm vantagensem relao s juntas em V, quer ao nvel da economiaquer no que se refere a deformaes, principalmentepara as espessuras maiores, como se ilustra na figura 7.

    A parte superior da figura 7a) mostra graficamente quea preparao em X requer menor quantidade de metalde eltrodo para encher a junta do que a preparaoem V, o que significa tambm menos mo-de-obra. Aparte inferior da mesma imagem mostra que o mesmo

    se passa com a preparao em J relativamente preparao em V mas, neste caso, o que se ganha emmo-de-obra frequentemente perdido na execuo dapreparao de junta, pois esta tem de ser realizada pormaquinao (torneamento ou fresagem). Significa isto quea preparao em J apenas usada em equipamentos degrande valor acrescentado.

    A figura 7b) mostra que a preparao em V ocasionamaiores deformaes angulares na soldadura do que apreparao em X, logo que a soldadura seja executadasimetricamente.

    A posio de soldadura ou a geometria da junta justificamtambm a modificao de geometria da preparao,conforme se ilustra na figura 8.

    Fig. 5 Preparao de junta em: a) V; dimenses: b 1 a 4 mm; c 2 a 4 mm; 60;

    b) X; b 1 a 3 mm; c 2 mm; a 60; h t/2. Fonte: EN ISO 9692:2003.

    (a) (b)

    Fig. 6 Preparao de junta em X assimtrica; b 1 a 3 mm;

    c 2 mm; a 60; h t/3. Fonte: EN ISO 9692:2003.

    Fig. 7 Efeito da geometria da preparao de junta na(s): a) economia; b) deformaes angulares.

    (a) (b)

    Fig. 8 Influncia na preparao de junta da: a) posio de soldadura; b 1.5 mm; c -1.5 mm; 2545;

    b) geometria de junta; b 1 a 4 mm; c 2 mm; 35 60 (Fonte: EN ISO 9692:2003).

    (a) (b)

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    31/52

    soldadura preparao de juntas para soldadura por arco eltrico

    29metlica 41 .maro 2016

    Na figura 8a) apresenta-se a preparao de juntarecomendada para soldaduras de topo realizadas naposio horizontal na parede vertical; verifica-se que ajunta assimtrica, de modo a suportar melhor o materialde soldadura depositado.

    Na figura 8b) ilustra-se uma preparao de junta em K,

    usada no caso da soldadura de uma chapa espessa a umasuperfcie, no caso de ser uma junta com carregamentovarivel.

    Quando se usa um processo de soldadura com altaintensidade de corrente, como o caso do arcosubmerso, a preparao de juntas segue os mesmosprincpios. Contudo, alguns aspetos devem ser alterados.Primeiro, a folga deve ser reduzida a zero, para evitar oescoamento do fluxo que faz a proteo da soldadura.Depois, o talo deve ser mais espesso do que nasoldadura por eltrodo revestido ou MAG, de modo asuportar intensidade mais elevada, tal como se ilustra,

    por exemplo, na figura 9. Estas preparaes podem serutilizadas para outras espessuras de ao, dentro doslimites do processo.

    Em jeito de concluso, pode dizer-se que, alm destas, hmuitas outras preparaes de junta, sendo a sua escolhadeterminada no s pelas normas mas tambm pelaexperincia dos fabricantes.

    PUB

    .

    Referncias Bibliogrficas

    [1] EN ISO 9692:2003, Welding and allied processes Recommendations for joint preparation.

    [2] Altino J. R. Loureiro, A soldadura na construo de estruturas

    metlicas, Metlica 29 (2013), 26-27.

    [3] http://msc.aisc.org/globalassets/modern-steel/

    archives/2005/10/2005v10_learning_from_failure.pdf

    [4] http://www.sorocabamotors.com.br/noticias/noticia.asp?id=463

    [5] http://www.g-w.com/pdf/sampchap/9781590708668_ch06.pdf

    [6] Welding Handbook, eight edition, ESAB.

    Fig. 9 Preparaes de junta para a soldadura por arco submerso [6]: a)

    espessuras de 16 a 20 mm; b) espessuras de 18 a 30 mm.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    32/52

    grandes obras de construo metlica no brasil projeto e construo do Museu do Amanh

    30metlica 40 .dezembro 2015

    1. Introduo

    Inaugurado em dezembro de 2015, na cidade do Rio deJaneiro/RJ, o Museu do Amanh - considerado como ummuseu de terceira gerao - tem como cerne o conceitode um olhar diferenciado para o futuro, tal como umconvite populao para a reflexo e discusso, atravsda interatividade, sobre temas ligados humanidade,bem como ao meio ambiente e suas possveisprojees para os prximos 50 anos [1]. Diferentementedos museus de primeira e segunda gerao - estescaracterizados pelas temticas da histria natural; cinciae indstria, respectivamente, onde os visitantes secomportam predominantemente de maneira passiva - a

    terceira gerao de museus tem como objetivo principal atemtica dos fenmenos e conceitos cientficos, atravsde uma maior interatividade com os aparatos tcnicos, deforma que o visitante possa se engajar intelectualmentede forma dinmica [2].

    O projeto e a construo do Museu do Amanh estodiretamente relacionados revitalizao da zona porturiada cidade do Rio de Janeiro (Porto Maravilha), junto Baa de Guanabara, a partir de 2010. importanteressaltar a contextualizao histrica da regio, quepassou a ser considerada a porta de entrada no pas,com a vinda da corte portuguesa e a abertura dos portos

    (1808), passando por uma grande reestruturao (1903-1910) e posterior declnio fsico do espao urbano, assim

    como socioeconmico (1950-2010) [3], [4].

    Neste cenrio, construdo sobre o ento abandonadoPer Mau, o Museu do Amanh d um novo significadosociocultural a esta regio, alm de surpreender pelaousadia arquitetnica e estrutural de sua coberturametlica, conforme ilustrado nas Figuras 1 e 2. Nessesentido, todas as vantagens inerentes ao sistemaconstrutivo em ao, tais como a flexibilidade, racionalizaode materiais e sustentabilidade foram fundamentais paraatender s exigncias arquitetnicas e estruturais da obra.

    2. A Utilizao do ao no Museu do Amanh

    O projeto arquitetnico do Museu do Amanh, assinadopelo arquiteto Santiago Calatrava, foi concebido combase em elementos da fauna e flora brasileiras. Paraisso, Calatrava visitou o Jardim Botnico, o Parque Lajee conheceu os trabalhos de Burle Marx. Alm disso,o arquiteto buscou inspirao no entorno da regio,nomeadamente, o Mosteiro de So Bento, Morro daConceio e o Gabinete Portugus de Leitura, de formaa melhor compreender socialmente e economicamentea cidade atravs de seu passado e, em seguida, projetar

    o emprego do ao como umasoluo arquitetnica e estruturaleficiente para o projeto e

    construo do Museu do Amanh

    por Prof. J. G. Santos da Silva 1e Eng. C. M. R. Gaspar 21Professor, Departamento de Estruturas e Fundaes, ESTR. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, [email protected] de Doutoramento. Programa de Ps-graduao em Engenharia Civil, PGECIV. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, [email protected]

    Fig.1 Museu do Amanh situado na Praa Mau. Rio de Janeiro/RJ.

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    33/52

    grandes obras de construo metlica no brasil projeto e construo do Museu do Amanh

    31metlica 40 .dezembro 2015

    o futuro. Estas ideias se traduziram em uma estruturaassimtrica de concreto armado, de formas curvas, queapoiam a ousada cobertura metlica, no formato de umagrande nave, de acordo com as Figuras 1 e 2 [5], [6].

    A cobertura em ao, com 330 m de comprimento,numa rea de 35.800 m2e consumo de ao de 3.800toneladas, se destaca sobre o Per Mau. Segundo oengenheiro responsvel pelo projeto estrutural, FlvioDAlambert, somente o emprego do ao poderia atenderas exigncias arquitetnicas da cobertura, que foiconcebida desde o incio neste material pelo arquiteto.DAlambert ainda destaca a alta complexidade dosdetalhes construtivos e a logstica da obra [5], [6], [8].A uma altura de 23 m, a montagem da estrutura foifeita, in situ, a partir de dois canteiros instalados nasextremidades do Per para o recebimento dos perfismetlicos. Desse modo, estes eram deslocados para sua

    posio de projeto atravs de um prtico metlico, comoapresentado nas Figuras 3 e 4.

    O sistema estrutural se distingue por dois balanos,um de 65 m (lado mar) e outro de 70 m (lado terra),ancorados somente em dois pontos fixos enquantoque todos os demais apoios so mveis. A cobertura constituda por um monobloco treliado, com ligaes

    soldadas, de forma a garantir a fluidez de seus 330m de comprimento [8], [11]. Destaca-se que todos oselementos estruturais utilizados foram perfis tubularesdo tipo caixa em que as dimenses de at 1 m x 1,5 mdas sees transversais eram variadas de acordo com os

    esforos solicitantes de projeto. Alm disso, soldaram-sechapas internas para o enrijecimento da estrutura, umavez que os perfis metlicos poderiam sofrer flambagemdevido as suas grandes dimenses [11]. A montagemcompleta do sistema levou em torno de 24 meses [8],de acordo com as Figuras 3 a 6. O ao empregado noprojeto estrutural foi do tipo patinvel de maior resistncia corroso atmosfrica, ASTM A588 [5]. Ressalta-se, tambm, que com balanos com comprimento daordem de 70 m, o efeito dinmico do vento de extremaimportncia no que diz respeito ao clculo estrutural,e desta maneira foram elaborados inmeros ensaiosexperimentais realizados em tnel de vento [6].

    interessante observar os conjuntos mveis de aletasmetlicas apoiadas sobre a estrutura principal - comclulas fotovoltaicas posicionadas em suas facessuperiores - que giram conforme a movimentao dosol a fim de otimizar a captao da energia solar, bemcomo permitir a passagem de claridade [6], [12]. Osconjuntos so interligados num eixo instrumentado e

    Fig.2 Museu do Amanh.

    a) Balano: lado terra. Foto: Bernard Lessa [7]. b) Balano: lado mar [7]

    Fig.4 Canteiro de obras do Museu do Amanh.

    b) Detalhe do prtico para a montagem dos perfis metlicos [10]

    Fig.3 Detalhe dos perfis tubulares metlicos do tipo caixa enrijecidos

    utilizados para compor a cobertura [9].

    a) Vista area do canteiro de obras [10].

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    34/52

    grandes obras de construo metlica no brasil projeto e construo do Museu do Amanh

    32metlica 40 .dezembro 2015

    mecanizado por pistes hidrulicos. De acordo com oresponsvel pela fabricao e montagem da coberturae caixilhos, Andr Pestana, da Martifer, o empregodo ao foi fundamental para a execuo de grandesvos com poucos apoios, assim como devido aoselementos mecnicos mveis incorporados [11]. Umaspecto original do projeto a ser observado diz respeito aparncia externa do Museu do Amanh, que semodifica conforme a hora do dia, fazendo uma aluso sbromlias, plantas nativas da Mata Atlntica, conformeilustrado nas Figuras 7 e 8.

    O Museu do Amanh possui uma arquiteturasustentvel e segue as especificaes para obter a

    certificao Leed (Liderana em Energia e ProjetoAmbiental), concedida pelo Green Building Council,como mostrado na Figura 9. Nesse sentido, pode-se destacar, alm do uso da energia fotovoltaica, osistema de refrigerao que utiliza a gua provenienteda Baa de Guanabara a fim de realizar a troca de calore abastecer o espelho dgua. Desse modo, depoisde usada na climatizao, a gua devolvida maislimpa ao mar, o que reduz, portanto, a utilizao degua potvel. Alm disso, a gua da chuva captadapela cobertura utilizada como complemento paradescargas dos vasos sanitrios, lavagem dos pisos dasreas molhadas e irrigao dos jardins [7].

    Fig.5 Elevao lateral e planta geral da cobertura metlica [11].

    Fig.6 Montagem e solda dos perfis metlicos.

    a) Banzos a serem soldados. Foto: Luciola Villela. b) Banzos soldados. Foto: Luciola Villela.

    Fig.7 Detalhe dos elementos metlicos que compem a cobertura.

    a) Detalhe da cobertura treliada em construo [13]. b) Detalhe da instalao das aletas metlicas [13].

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    35/52

    grandes obras de construo metlica no brasil projeto e construo do Museu do Amanh

    33metlica 40 .dezembro 2015

    3. Consideraes Finais

    Este artigo possui o objetivo principal de apresentar umresumo no que tange aos principais pontos associadosao emprego do ao para a construo da cobertura

    do Museu do Amanh, localizado na cidade do Rio deJaneiro/RJ, Brasil. Ao longo deste trabalho de pesquisa,foi possvel constatar que, desde o primeiro momento,as vantagens associadas ao sistema de construoem ao propiciaram aos arquitetos e engenheiroscivis uma grande flexibilidade para a concepo e odesenvolvimento dos projetos arquitetnico e estrutural

    Cabe ressaltar que a transio entre a cobertura e abase de concreto do sistema estrutural ocorre atravsde pontos de contato concentrados na parte central doedifcio [12]. Com dois nveis conectados por rampas,o museu favorece a observao dos arredores. No que

    tange ao espao de convergncia da nave central daestrutura com as duas galerias laterais, o visitante podecontemplar perfeitamente uma vista panormica da Baade Guanabara, assim como marcos e arquitetnicoshistricos bastante relevantes no entorno do Museu doAmanh, tais como o Mosteiro de So Bento e o Morroda Conceio [5], Figura 9.

    PUB

    .

    Fig.8 Vista geral do funcionamento das aletas com clulas fotovoltaicas em funo do movimento solar.

    a) Vista dos conjuntos mveis de aletas [10]. b) Variao do posicionamento das aletas [10].

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    36/52

    grandes obras de construo metlica no brasil projeto e construo do Museu do Amanh

    34metlica 40 .dezembro 2015

    da cobertura do Museu do Amanh, tendo em menteque o emprego do ao foi fundamental para a execuode grandes vos com poucos apoios. Deste modo,foi possvel e vivel, ao longo do desenvolvimento doprojeto e da construo da obra, levar em consideraotodas as exigncias arquitetnicas, estruturais,logsticas, e a relevncia histrica e significativa da zonaporturia da cidade do Rio de Janeiro. Neste sentido,convm chamar a ateno do leitor para o fato de quea construo do Museu do Amanh sobre o Per Mauveio a contribuir de forma bastante importante para arevitalizao efetiva no somente do espao fsico daregio, mas tambm sob o ponto de vista de aspectossociais, econmicos e culturais da populao da cidade

    do Rio de Janeiro.

    4. Referncias Bibliogrficas

    [1] Disponvel em: http://www.riosemprepresente.com.br/projetos/museu-do-amanha/. Acesso em: fevereiro, 2016.

    [2] Cazelli et al., Tendncias Pedaggicas das Exposies de

    um Museu de Cincia, 1999. Disponvel em http://www.

    casadaciencia.ufrj.br/Publicacoes/Artigos/Seminario/Index.htm.

    Acesso em: fevereiro, 2016.

    [3] Toledo, M. P. de, Participao de Instituies Locais em Projetos

    de Revitalizao Urbana: O Caso do Projeto Porto Maravilha na

    cidade do Rio De Janeiro, Dissertao de Mestrado, Fundao

    Getlio Vargas, Escola Brasileira de Administrao Pblica e de

    Empresas, 2012. Disponvel em: http://www.portomaravilha.com.

    br/conteudo/estudos/ea3.pdf. Acesso em: fevereiro, 2016.

    [4] Martins R. D. F, Projeto Porto Maravilha: do Cenrio de

    Degradao Socioeconmica Cidade do Capital. XI Encontro

    Nacional da Associao de Ps-Graduao e Pesquisa em

    Geografia, 2015. Disponvel em: http://www.enanpege.ggf.

    br/2015/anais/arquivos/3/53.pdf. Acesso em: fevereiro, 2016.

    [5] Revista Arquitetura & Ao, Especial 10 anos: Evoluo e

    Perspectivas da Construo em Ao no Brasil, Centro Brasileiro

    da Construo em Ao (CBCA), Nmero 42, 2015.

    [6] Disponvel em: https://arcoweb.com.br/finest ra/arquitetura /

    santiago-calatrava-museu-amanha-rio-janeiro-2014. Acesso em:

    fevereiro, 2016.

    [7] Disponvel em: http://www.portomaravilha.com.br/museu_

    amanha. Acesso em: fevereiro, 2016.

    [8] Revista Construo Metlica, ABECEM 2016: O Plano

    Estratgico e a Retrospectiva 2015, Publicao Especializada da

    Associao Brasileira da Construo Metlica ABCEM, Edio119, 2015.

    [9] Disponvel em: http://aibnews.com.br/noticias /plantao -rio/2014/11/

    museu-do-amanha-devera-ficar-pronto-para-comemoracoes-dos-

    450-anos-do-rio.html. Acesso em: fevereiro, 2016.

    [10]Disponvel em: http://www.portonovosa.com. Acesso em:

    fevereiro, 2016.

    [11] Disponvel em: http://www.cbca-acobrasil.org.br/site/noticias-

    detalhes.php?cod=7144. Acesso em: fevereiro, 2016.

    [12] Disponvel em: http://www.cbca-acobrasil.org.br/site/noticias-

    detalhes.php?cod=7168. Acesso em: fevereiro, 2016.

    [13]Disponvel em: http://www.cidadeolimpica.com.br/no-porto-o-

    amanha-e-hoje/. Acesso em: fevereiro, 2016.

    [14]Disponvel em: http://www.cidadeolimpica.com.br. Acesso em:

    fevereiro, 2016.

    Fig.9 Vista a partir do interior do Museu do Amanh.

    b) Vista panormica para a Baa de Guanabara.

    Foto: Lvia Torres/G1.

    a) Entrada do Museu do Amanh [14].

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    37/52

    EN 15048

    ISO 4017

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    38/52

    formao e eventos

    36metlica 41 .maro 2016

    O projeto Portugal Steel, criado em 2013 para

    divulgar e promover o setor da construo metlica,

    manteve em 2015 as suas atividades com o objetivode aumentar a visibilidade e o reconhecimento da

    atividade e trabalho que este setor tem desenvolvido

    nos ltimos anos.

    Portugal Steel

    Nas atividades de 2015 realizaram-se eventos a nvelnacional, subordinados a temas especficos e direcionadosa todos os intervenientes e profissionais do setor. Dosvrios eventos e atividades desenvolvidas destacaram-se: A Construo Metlica em 2030, conferncia realizada

    no IST a 15 de maio, que contou com a presena doSenhor Secretrio de Estado Dr. Pedro Gonalves e asseguintes palestras: Inovar na tradio, exportar construo, Professor

    Jos Mendes, da Universidade do Minho Novas fronteiras para a construo sustentvel em

    ao, Professor Luis Simes da Silva, da Universidadede Coimbra

    Fabricao da Construo Metlica. Ontem, hoje eamanh, Engenheiro Silva Matos

    Projetar estruturas metlicas em 2030. Antevisoespeculativa, Engenheiro Tiago Abecassis

    Ligas metlicas em 2030 Espumas de ao:caractersticas e aplicaes, Professor Altino Loureiro,Universidade de Coimbra

    A conferncia Os novos rumos da Construo Metlicadecorreu na UC (DEC) no dia 04 de novembro e tevea presena das Cmaras de Comrcio e Indstria daColmbia e do Mxico.

    Para alm deste ciclo de Conferncias, manteve-se aestratgia de proximidade com as instituies de ensino,atravs da realizao de seminrios direcionados aalunos de engenharia civil e mecnica, com o objetivo depromover, junto do pblico-alvo, a sensibilizao para aConstruo Metlica.

    Os participantes dos seminrios so, na sua maioria,estudantes de cada entidade de Ensino, mas registam-se sempre presenas de representantes da indstria,ficando clara a fora deste projeto e sua importncia paraa comunicao da mensagem de valorizao do setor daconstruo metlica nacional, chegando cada vez maisao seu pblico especfico e sensibilizando os futurosprofissionais para as vantagens da construo metlica.

    Para alm destas aes, decorreu a primeira edio

    do Prmio Universitrio Portugal Steel, um concursonacional para premiar os melhores trabalhos escolaresem engenharia civil, no mbito da Construo Metlicae Mista. A edio de 2015 contou com uma aflunciasignificativa de trabalhos de alunos de engenharia civildas principais universidades nacionais. A edio desteano teve como vencedor Joo Pedro Pereira de Sousa, da

  • 7/25/2019 Revista Metalica_Nmero 41

    39/52

    formao e eventos

    37metlica 41 .maro 2016

    PUB

    .

    FEUP, com o trabalho Anlise Comparativa de Postes deTransmisso Executadas em Ao Macio e em Ao de Alta

    Resistncia, com orientao do Professor Rui Carneiro deBarros e coorientao do Mestre Jorge Henriques.

    O concurso Prmio Universitrio Portugal Steel parao ano 2016 foi j anunciado pelo Prof. Lus Simes daSilva no X Congresso de Construo Metlica e Mista. Oregulamento pode ser consultado em www.portugalsteel.com e www.cmm.pt

    O projeto Portugal Steel marcou presena com espaoprprio no X Congresso de Construo Metlica e Mista,

    onde se mais uma vez se promoveu o projeto junto dosetor.

    Para