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1 Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012 Daniel dos Santos Junior CEO da NAMISA e Diretor da Mineração da CSN. Ano 8 | nº 41 | Fevereiro/Março de 2012 revista CSN e Namisa focadas na expansão de suas atividades Economia verde por Marina Grossi Mercado demanda novas qualificações profissionais Mineradora Rio do Norte contrata cursos a distância Confira a programação de cursos do IETEC

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Na edição que acaba de ser publicada, a publicação entrevista o CEO da Namisa, Daniel Santos, que acumula o cargo de diretor de mineração da CSN. Na conversa, ele trata da importância da qualificação, além dos investimentos das empresas em 2012. Temos também artigos com personalidades de renome, como a presidente-executiva do CEBDS, Marina Grossi e o senador e professor Cristovam Buarque.

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1Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Daniel dos Santos JuniorCEO da NAMISA e Diretor da Mineração da CSN.

Ano 8 | nº 41 | Fevereiro/Março de 2012

revi

sta

CSN e Namisafocadas na expansão de suas atividades

Economia verdepor Marina Grossi

Mercado demanda novas qualificações profissionais

Mineradora Rio do Nortecontrata cursos a distância

Confira a programação de cursos do IEtEC

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2 Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

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3Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

PRESIDENTE | Ronaldo Gusmão

DIRETORIA | Diretor Geral: Mauri Fortes / Diretor de Marketing: Paulo Emílio Vaz

/ Diretor de Operações e Produto: José Ignácio Villela Jr. / Diretora de Ensino:

Wanyr Romero Ferreira

COORDENAÇÕES | Financeiro: Sérgio Ferreira / Administrativo: Marcelo Pereira

/ Comunicação e Marketing: Raquel Souza / Ensino: Fernanda Braga / Gestão

Integrada: Gislene Perona / Treinamento: Vivian Prado / Sistemas de Informação:

Michele Dias / Vendas: Sheyla Matos e Viviane Pereira / EAD: Juliana Mendonça

COORDENAÇÕES TÉCNICAS | Meio Ambiente: Luiz Ignácio Fernandez de Andrade

/ Sistemas Industriais: José Ignácio Villela Jr. / Mineração: Jorge Valente /

Manutenção: José Henrique Egídio / Tecnologia da Informação: Alexandra

Hütner / Telecomunicações: Hudson Ribeiro / Gestão de Projetos: Ivo Michalick /

Gestão de Energia: Carlos Gutemberg / Responsabilidade Social: Helena Queiroz

/ Inovação e Criatividade: José Henrique Diniz / Sustentabilidade: Antônio Claret

Oliveira

COORDENAÇÕES DE CURSO | Gestão de Negócios: Wilson Leal / Gestão de

Projetos: Clênio Senra e João Carlos Boyadjian / Tecnologia da Informação:

Antônio de Pádua Pereira / Engenharia de Planejamento: Ítalo Coutinho /

Engenharia de Software: Fernanda Zaidan

REVISTA IETEC | Projeto Gráfico: G30 MKt e COM / Diagramação: tatiane Coeli /

Jornalista Responsável: Harley Pinto (09013/MG) / Impressão: Paulinelli

Comentários, sugestões e anúncios:

[email protected]

todas as matérias e artigos estão disponíveis no site:

www.techoje.com.br

tiragem:

20.000 exemplares | Periodicidade bimestral | Distribuição gratuita

Expediente

www.gestaodeprojetosbrasil.com.br

www.twitter.com/ietecwww.twitter.com/ietecprojetoswww.twitter.com/ecolatina

Redes Sociais:

Opinião Capa Curtas

• Construção e Montagem: o desafio das interfacespor Ítalo Coutinho

• CSN e Namisa determinadas em aumentar sua produção

• Uma bússola para a economia verdepor Marina Grossi

• Fazer ou criar... eis a questão!por Marcos Nascimento

Conhecimento aplicado• Cristiano Freitas - Leme Engenharia• Karel Bogasch- Grupo Totvs

Aconteceu no IETEC• Eleição no Crea-MG• Workshop de Inovação• Cursos a distância• Workshop de Análise de Negócios

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8 e 9

21

17

20

15 e 16

Cenário

• Novos profissionais para um novo mercado

18 e 19

Capacitação

Cursos nas áreas de: • Gestão de projetos• Gestão e tecnologia da informação• Responsabilidade social• Gestão e tecnologia industrial• Gestão da inovação• Meio ambiente• Manutenção • Mineração

11 a 14

• A Copa de 2014 e a Rio+20 na Ilha de Páscoapor Ronaldo Gusmão

5

• Consciência em construçãopor Cristovam Buarque

22

• PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

7

www.linkedin.com/company/ietec

www.facebook.com/ietec

www.youtube.com/IETECtv

issuu.com/ietec

Page 4: Revista IETEC 41

4 Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012Tel: (31) 3223.6251 / 3116.1000 | R. Tomé de Souza, 1065 – Savassi – Belo Horizonte | ietec.com.br | [email protected] | twitter.com/ietec

Para se aprofundar no mercado de mineração, você precisa extrair conhecimento do lugar certo

• AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DE BARRAGENS DE REJEITOS 7 a 10 de fevereiro• DESMONTE DE ROCHAS COM EXPLOSIVOS 9 e 10 de fevereiro• INTRODUÇÃO AO TRATAMENTO DE MINÉRIOS 14 a 16 de março• AMOSTRAGEM E CONTROLE DE QUALIDADE EM MINERAÇÃO 21 a 23 de março

Os alunos receberão um exemplar do livro “Avaliação Econômica de Projetos de mineração”, de Petain Ávila de Souza

Expertise comprovada por27 turmas realizadas e461 profissionais formados

AVALIAÇÃO ECONÔMICADE PROJETOS DE MINERAÇÃOAprenda com quem é referência: Professor Petain Ávila de SouzaMais de 40 anos na capacitação dos melhores profissionais.

Benefícios:• Habilitar os profissionais na tomada de decisões de investimento;• Analisar o valor do dinheiro no tempo;• Avaliar os riscos envolvidos;• Utilizar técnicas e metodologias de economia aplicadas à avaliação econômica de projetos mineiros.

12 a 14de março

INSCREVA-SE

Confira a programação completa no site

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5Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Opin

ião

A história da Ilha de Páscoa é um dos exemplos mais intrigantes de como a ação humana pode extinguir a vida em uma ilha de aproximadamente 380km2. A ilha é mundialmente conhecida pelas suas 600 estátuas de pedra com aproximadamente seis metros de altura e dezenas de toneladas de peso, que foram esculpidas ao longo de centenas de anos. Quando os europeus lá chagaram pela primeira vez em 1722, a ilha era ocupada por aproximadamente três mil nativos. Hoje ela está praticamente sem nenhuma alma. Já em 1877 a população não tinha como se manter, pois haviam devastado toda a ilha para esculpir seus moais.

A ilha começou a ser habitada no século V. Por volta de 1500, a população teria atingindo sete mil pessoas e já havia centenas de estátuas. Seus habitantes devastaram toda a ilha na construção dessas estátuas gigantes – que eram símbolo de status e poder dos 12 clãs que governaram a ilha – na alimentação da população, na construção de canoas e casas. Certamente os habitantes tinham noção do tamanho do estrago que estavam fazendo, mas não foram capazes de modificar seus hábitos e encontrar uma forma de viver em equilíbrio com o meio ambiente. Mesmo com o fim iminente, a disputa continuou até a última árvore ser derrubada, visto que ainda há estátuas inacabadas.

Mas o que a história da Ilha de Páscoa pode nos ensinar. Mais ainda. O que tem a ver com a Copa de 2014 e a Rio+20? O Brasil e o mundo, totalizando mais de 600 milhões de pessoas, assistiram ao sorteio das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014. Todos os dias, em praticamente todos os noticiários, fala-se da realização da Copa, dos 12 estádios em construção e das inúmeras outras obras de infraestrutura necessárias para receber nossos ilustres turistas. Será que estamos construindo nossos moais?

A conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento realizada na cidade do Rio de Janeiro em 1992, mais conhecida como Rio 92, foi a maior e mais importante conferência sobre meio ambiente já realizada no planeta e teve a participação de mais de 170 nações. Nesta conferência foram aprovadas a Declaração do Rio (equivalente à Declaração Universal dos Direitos Humanos para o meio ambiente); a agenda 21; os princípios das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, princípio da precaução e princípio do poluidor pagador, a Convenção do Clima e a Convenção da Diversidade Biológica entre outros.

Depois da Rio 92 outras conferências foram realizadas – a mais recente foi a 17ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-17), na África do Sul, em dezembro – com o mesmo intuito: debater as conseqüências da ação do homem no meio ambiente. O documento mais importante foi o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC) divulgado em 2007, que afirma que as mudanças climáticas ocorrem devido às ações do homem na Terra com o lançamento na atmosfera dos gases causadores do efeito estufa.

A cidade do Rio de Janeiro será novamente a sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será realizada em junho de 2012. A conferência visa engajar os líderes mundiais em questões de vital importância para a sobrevivência do ser humano, como as mudanças climáticas, a erradicação da miséria, economia verde, biodiversidade e a governança internacional para sustentabilidade do planeta.

Enquanto provavelmente todos os brasileiros sabem tudo sobre o andamento das obras dos estádios/moais para a Copa, somente 11% sabem da realização da Rio+20, evento que diz respeito diretamente às nossas vidas. O mais importante não é a realização da Rio+20 em si, mas o desequilíbrio ambiental na nossa “ilha” chamada Terra.Atualmente consumimos 30% a mais do que o planeta é capaz de regenerar. Como será o amanhã? Acabamos de celebrar o nascimento do 7º bilionésimo habitante. São sete bilhões de pessoas para alimentar, tomar água potável, dar moradia e vestimentas necessárias para sua sobrevivência. Como diria Drummond, “E agora, José?”

Paradoxalmente sabemos que estamos fazendo mal ao planeta, mas como isso “não” afeta em quase nada nossa vida atualmente, não fazemos nada a respeito. Quando as mudanças climáticas afetarem nossas vidas não haverá nada a fazer. Já vimos essa história antes?Precisamos nos engajar em algo maior: defender a Nossa Casa, a casa de nossos antepassados, mas também a casa de nossos filhos e dos filhos de nossos filhos.

O desenvolvimento sustentável não é um fim em si, mas um meio para se chegar a uma sociedade solidária. Infelizmente isso não aconteceu com a Ilha de Páscoa, onde não poderemos realizar a Copa de 2014, muito menos a Rio+20.

Ronaldo GusmãoPresidente do Ietec.

A Copa de 2014 e a Rio+20 na Ilha de Páscoa

O desenvolvimento sustentável não é um fim em si, mas um meio para se chegar a uma sociedade solidária

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6 Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

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7Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Estabelecido em 1972 como resultado da Conferência de Estocolmo (a primeira grande conferência internacional sobre questões ambientais), o PNUMA é ligado à ONU, sendo a a principal autoridade global em meio ambiente. Seus principais objetivos incluem manter o estado do meio ambiente global sob contínuo monitoramento; alertar povos e nações sobre problemas e ameaças ao meio ambiente e recomendar medidas para aumentar a qualidade de vida da população sem comprometer os recursos e serviços ambientais das futuras gerações.

Com sede em Nairóbi, no Quênia, o PNUMA dispõe de uma rede de escritórios regionais para apoiar instituições e processos de governança ambiental e, por intermédio desta rede, engaja uma ampla gama de parceiros dos setores governamental, não-governamental, acadêmico e privado em torno de acordos ambientais multilaterais e de programas e projetos de sustentabilidade.

Em 2004, o PNUMA pôs em marcha uma estratégia para reforçar suas atividades no país com a inauguração de um escritório no Brasil, em Brasilia. Esse processo de descentralização de ações vem alcançando países em desenvolvimento com o objetivo de facilitar a identificação de prioridades e o desenvolvimento de iniciativas que atendam especificidades subregionais e nacionais.

No Brasil, o PNUMA trabalha para disseminar, entre seus parceiros e à sociedade em geral, informações sobre acordos ambientais, programas, metodologias e conhecimentos em temas ambientais relevantes da agenda global e regional - um exemplo: 2012 foi eleito o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos - e, por outro lado, para promover uma mais intensa participação e contribuição de especialistas e instituições brasileiros em foros, iniciativas e ações internacionais. O PNUMA opera ainda em estreita coordenação com organismos regionais e subregionais e cooperantes bilaterais bem como com outras agências do Sistema ONU instaladas no país.

Dentre as principais áreas temáticas de atuação do PNUMA estão: mudanças climáticas, manejo de ecossistemas, uso

eficiente de recursos e consumo e produção sustentáveis e governança ambiental.

Nestas áreas, o PNUMA procura contribuir para o diálogo entre os gestores públicos, atores da sociedade civil, do setor privado e acadêmico, abordando questões como:

• A compilação e análise integrada de informações sobre o estado do meio ambiente e os impactos de processos de desenvolvimento sobre os recursos naturais, com objetivo de produzir subsídios para tomadores de decisão e apoiar a elaboração de políticas ambientais. • A identificação e desenvolvimento de alternativas para minimizar impactos negativos ao meio ambiente causados por padrões insustentáveis de produção e consumo, enfocando, principalmente, a eficiência de recursos.

• Assistência ao desenvolvimento de capacidades, de conhecimento científico e transferência de tecnologias para fortalecer a implementação de acordos ambientais multilaterais. • Implementação de ações integradas e de cooperação sul-sul entre países

em desenvolvimento no âmbito de blocos regionais e subregionais.

• Promoção de parcerias integrando o setor privado em uma nova cultura de responsabilidade ambiental e criação de espaços para a preparação e participação da sociedade civil e setores acadêmicos para atuar solidariamente na gestão ambiental e no desenvolvimento sustentável.

O PNUMA Brasil atua em estreita colaboração com o Escritório Regional para a América Latina e Caribe, baseado no Panamá, e mobiliza recursos técnicos de suas diversas unidades especializadas localizadas em Nairóbi, Paris, Genebra, Cambridge etc.

Acesse www.pnuma.org.br para mais informações sobre os programas e as atividades do PNUMA em todo mundo, além de documentos técnicos (nos idiomas oficiais inglês, francês e espanhol), publicações, campanhas e outras informações de interesse ambiental.

Cená

rio

Missão da entidade é promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável

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8 Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Em 2011, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) – criada em 1940 e privatizada em 1993 no Governo Itamar Franco – obteve recordes em sua receita e lucro líquidos. O segmento de mineração foi um dos principais responsáveis por esse bom desempenho.

A revista IETEC convidou o diretor de mineração da CSN e presidente da Namisa, Daniel Santos, para comentar esse bom momento da companhia. Na entrevista abaixo, ele detalha, além de suas expectativas para o ano que acaba de começar, quais são os principais diferenciais da empresa no tocante à qualificação de mão de obra, inovação, tecnologia e sustentabilidade.

O que esperar da economia brasileira para 2012?

Para 2012 esperamos alguma turbulência no mercado de minério de ferro, que passa por ajustes de preços influenciado pelo cenário externo. Acreditamos que a demanda chinesa ainda ditará os rumos do mercado, por conta da crise europeia e pelas incertezas econômicas dos Estados Unidos, aliado à eleição presidencial norte americana este ano. A CSN e a Namisa estão determinadas em aumentar sua produção de minério de ferro. Nossos investimentos incluem a instalação de usinas para beneficiamento dos minérios de baixo teor e iniciativas para aumento da qualidade de seus produtos. Desta forma, a CSN e a Namisa poderão enfrentar as incertezas futuras de forma mais competitiva.

Investir em qualificação paracrescer; esse é o foco daCSN e Namisa em 2012

Como o senhor vê as mudanças tecnológicas atuais nos processos industriais no Brasil e no mundo?

A inovação tecnológica sempre teve espaço no ramo da mineração. Nos últimos vinte anos, o setor apresentou um forte desenvolvimento na área de aproveitamento de minérios de baixo teor, como técnicas de lixiviação biológicas e químicas de metais nobres e não-ferrosos; flotação de ultrafinos de fosfatos e minérios de ferro; equipamentos de flotação e separação magnética que evoluíram consideravelmente com as exigências sempre crescentes por maior produtividade e maior escala.

Na mineração propriamente dita, podemos citar os avançados sistemas com telemetria para o controle de tráfego e otimização das operações de mina.

Os equipamentos já entraram na fase da robótica e temos alguns exemplos muito expressivos na Austrália, como os caminhões sem operadores, os chamados driverless trucks.

Na área gerencial tivemos grandes aportes com a tecnologia digital e o controle em tempo real das operações.

Hoje, todos estão conectados e recebendo informações que permitem tomadas de decisão muito mais ágeis quando comparadas às décadas passadas.

Na entrevista abaixo, o presidente das companhias detalha o dia a dia de trabalho e suas ideias para os próximos anos no mercado de mineração

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9Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Capa

É cada dia mais importante uma boa qualificação dos profissionais. Como a CSN seleciona seus colaboradores?

A Companhia possui várias formas de seleção dependendo do público-alvo. Existem diversas portas de entrada para o grupo CSN, desde a seleção tradicional até a formação de jovens que iniciam sua carreira no grupo por meio do programa de formação continuada. As principais fontes de novos talentos para o grupo CSN são os programas de trainee, jovens profissionais e o programa Capacitar, que seleciona jovens após um treinamento técnico oferecido pela Fundação CSN por meio de seu Centro de Educação Técnica (CET).

A CSN realiza investimento na qualificação de seus funcionários? Como se dá esse processo?

A CSN tem um forte programa de educação continuada que se inicia por meio do CET com cursos de aprendizagem industrial, além de cursos de mecânica, elétrica e mineração, para o Ensino Médio.

A CSN também investe em cursos que são demandados pelas comunidades onde atua. Um exemplo disso foi o curso de artesãos em pedra sabão, promovido pelo CET, na cidade de Congonhas, em uma iniciativa conjunta com a Prefeitura que teve por objetivo reunir profissionais renomados para oferecerem este treinamento aos jovens interessados em manter a tradição local.

Outra iniciativa do CET é o curso de hotelaria em Volta Redonda, onde a CSN mantém um hotel-escola de excelente nível, contribuindo para a formação de jovens em outras áreas da economia além da siderurgia e mineração.

A sustentabilidade é um valor para a empresa?

A CSN tem entre suas preocupações a sustentabilidade de sua atuação. Para operacionalizar as ações nesta área, a CSN criou uma gerência exclusiva que, por sua vez, conta com o importante apoio do Conselho Independente de Sustentabilidade.

Este é formado por cinco grandes especialistas que tem como função primordial aconselhar a empresa na incorporação do tema na gestão dos negócios, visando uma atuação que alie resultados financeiros positivos, com desenvolvimento social e preservação ambiental.

A política de sustentabilidade da empresa está sendo construída e será implementada ao longo de 2012. No decorrer deste mesmo ano faremos, com auxílio de consultoria externa, um mapeamento da situação das empresas do Grupo com base nos critérios da Global Report Initiative (GRI), o qual servirá de ponto de partida para a elaboração de planos de ação que visem mitigar os impactos negativos (internos e externos, diretos ou indiretos da empresa), assim como potencializar os impactos positivos.

Em 2012 será feito também os inventários de emissões de gases

de efeitos estufa para todas as operações do grupo. Com base nos resultados conseguiremos identificar potenciais fontes de redução e organizaremos os grupos de trabalho técnicos que cuidarão disto, organizados pela gerência de sustentabilidade.

Outra preocupação da empresa é estabelecer e manter um relacionamento positivo com suas partes interessadas. Nos municípios onde atua fortalecerá canais de diálogo com a comunidade, poderes públicos e sociedade civil organizada.

No âmbito dos fornecedores, começará a implementar programas com público alvo estratégico, como caminhoneiros, e desenvolverá linhas visando aumentar as compras locais e desenvolver capacidades nas comunidades. Internamente, promoverá ações de educação ambiental para funcionários, assim como incentivará inovações produtivas que reduzam impactos ambientais negativos. É o início de um longo caminho, que esperamos seja bastante frutífero

A empresa investe na inovação dos seus processos e produtos? Como se dá essa realidade?

Na mineração, a empresa vem investindo de forma consistente nos estudos tecnológicos e nas avaliações de novas tecnologias na área de processamento mineral, com o objetivo de aumentar a produção e a qualidade dos seus produtos.

Na prática, com suas operações iniciadas em 2010, a tecnologia de concentração magnética com alta intensidade via concentrador WHIMS (Wet High Intensity Magnetic Separator) está atualmente viabilizando o beneficiamento dos rejeitos da usina de beneficiamento da mina de Casa de Pedra para produção de pellet feed. Desde 2006, consistentes estudos de caracterizações tecnológicas com os minérios itabiritos da mina Casa de Pedra demonstraram a viabilidade dos projetos de usinas de beneficiamento com moagem e concentração por flotação para a produção de pellet feed a partir da lavra desses itabiritos de baixo teor de ferro.

A empresa promove seminários internos que buscam envolver e motivar as pessoas a desenvolverem soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios nos processos da CSN. O seminário acontece anualmente onde são inscritos projetos com os seguintes temas: Melhoria da produção e processo da Mineração; Desenvolvimento de novos processos; Energia, Utilidades, Segurança do Trabalho, Meio Ambiente; Automação, Tecnologia da Informação, Gestão; Matérias - primas/insumos. Os melhores projetos são premiados e avaliados para solicitação de patentes.

42 anos, engenheiro de Minas graduado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e M. Sc. em Economia Mineral pela Western Australia School of Mines. CEO da NAMISA e Diretor de Mineração da CSN.

Quem é Daniel dos Santos Junior?

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10 Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Opin

ião Para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, as perspectivas

de crescimento sustentado, com boas condições fiscais e inflação sob controle, tornam o Brasil rota “fundamental para investimentos de longo prazo de todos os setores produtivos.”

Ele reiterou que os projetos para formação bruta de capital fixo devem atingir R$1 trilhão de 2012 a 2015, com uma taxa de expansão levemente inferior a 8% ao ano. “Apesar da crise, o país tem atraído investimentos. Temos confiança no cenário favorável para o Brasil, que deve ser a quinta ou quarta economia do mundo nos próximos anos”, destacou.

Sob essa ótica, análises e questionamentos são necessários: como vamos gerar energia suficiente?; Como vamos fazer a logística para montagem dessas plantas?; Onde vamos conseguir pessoal qualificado para fabricação de equipamentos sob encomenda?; Quais empresas no país conseguem atender os níveis de exigência tecnológica e produtiva?; Temos malha de telecomunicação e dados para integrar a cadeia produtiva?; Existem empresas com know how suficiente para construção e montagem desses empreendimentos?

Esses investimentos são perceptíveis na demanda de serviços e equipamentos para as iniciativas nos setores de mineração, siderurgia e óleo e gás. Na década de 90 falava-se em valores na casa dos milhões de reais.

Hoje, qualquer ampliação ou nova instalação atrai um montante próximo dos bilhões, quando não além. Só para se ter uma ideia, a pelotizadora da mineradora Ferrous no Espírito Santos tem como investimento a cifra de R$5 bilhões.

Os projetos têm sido executados em situações diversas e em locais remotos. Recursos de infra-estrutura precários e demanda de profissionais para atividades que há muito não desenvolvíamos em nosso país são alguns exemplos desses desafios.

Os sites onde já existem plantas (ou fábricas) operando, chamados de brownfields, trazem questões novas para a engenharia, o equacionamento de interferências nas mais variadas situações

Ítalo coutinho engenheiro industrial mecânico, Pós-Graduado em Gestão de Projetos (Ietec), onde coordena cursos de pós-graduação, entre eles o de Gestão de Projetos em construção e Montagem. coordenador de Projetos da Outotec, empresa finlandesa de processamento mineral.

Construção e Montagem: o desafio das interfaces

não são fáceis e demanda um estudo multidisciplinar para essas compatibilizações. Não é raro encontrar eletrodutos ou bases civis enterradas, onde segundo as plantas - que deveriam estar atualizadas - indicavam passagem livre e sem problemas para as novas construções e montagens.

Do outro lado, os greenfields, ao pé da letra não se apresentam assim tão livres de desafios. Não é raro equipes de terraplanagem encontrarem formações rochosas inesperadas. O planejamento do empreendimento que vai começar da base precisa ter um centro de excelência para reunir as informações e fazer uma comunicação adequada, assim problemas de incompatibilizações poderão ser antecipados. Resolver na empresa de engenharia é muito mais barato do que resolver na obra. Mas é preciso engenheiros experientes no momento da execução da construção e da montagem para sanar questionamentos de maneira racional, rápida e em prol do projeto como um todo.

Além de tudo, outro ponto de atenção é a interface entre diversos projetos ocorrendo simultaneamente. Uma rua de acesso para determinada empresa construtora é escopo para outra que faz a montagem de eletrodutos e cabeamento de dados. Reuniões semanais com a presença de todos os envolvidos é fundamental para garantir que essas interfaces não se tornem problemas reais e imediatos.

Os limites de bateria das empresas sempre apresentam as chamadas gray areas, em portugês claro: terra sem-dono. Caso não sejam realizados seminários e debates, para encontrar os pontos de convergência e solução, o projeto nunca será finalizado. É comum contratar empresas para fazerem essas ligações, principalmente em se tratando de funções como utilidades (água, esgoto, energia, dados, vapor etc).

Por fim, construir e montar são fases que não começam após as etapas de engenharia e suprimentos, e sim, iniciam desde que o estudo de viabilidade do empreendimento é concluído e a organização decide levar adiante aquele investimento de capital. O projeto executivo do projeto será a principal ferramenta para estabelecer essas estratégias e desde o início esclarecer as premissas, riscos e restrições existentes ou futuros.

Onde conseguiremos pessoal qualificado para fabricação de equipamentos sob encomenda? Quais empresas conseguem atender os níveis de exigência tecnológica e produtiva?

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11Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Programação de cursos:Uma equipe bem capacitadafaz uma empresa de sucesso

Fevereiro a Maio de 2012

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12 Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Conheça as diversas oportunidades de curso oferecidas pelo IETEC. Muito mais qualificação para sua equipe e muito mais retorno para sua empresa.

Confira a programação dos cursos no site www.ietec.com.br. Para mais informações: (31)3116-1000/ (31)3223-6251 - [email protected]

Curso Início Término Horário

Gerenciamento de Projetos2/Fev26/Abr

3/Fev27/Abr

Diurno

Viabilidade Econômico-Financeira de Projetos 7/Fev 8/Fev Diurno

Preparatório para Exame PMP/PMI 29/Fev 2/Mai Noturno

Gerenciamento Integrado de Projetos na Construção Civil 1/Mar 2/Mar Diurno

Gerenciamento de Riscos em Projetos 1/Mar 2/Mar DiurnoAuditoria em Projetos 14/Mar 16/Mar DiurnoAdministração de Contratos 28/Mar 29/Mar DiurnoLiderança em Equipes de Projetos 11/Abr 12/Abr DiurnoImplantação e Gerenciamento de Projetos 40h 16/Abr 20/Abr Diurno

Gestão de Projetos

Gestão e Tecnologia da Informação

Curso Início Término HorárioSegurança da Informação nas Organizações 14/Fev 17/Fev NoturnoLiderança em Equipes de Tecnologia 1/Mar 2/Mar Diurno

Gerenciamento de Projetos de Software com ênfase em Planeja-mento

2/Abr 11/Abr Noturno

Gestão de Serviços de TI - ITIL V3 16/Abr 18/Abr Diurno

Responsabilidade Social

Curso Início Término HorárioISO 26000 25/Abr 26/Abr DiurnoResponsabilidade Social Corporativa 26/Abr 27/Abr Diurno

Manutenção

Curso Início Término HorárioGestão de Projetos de Paradas 5/Mar 6/Mar DiurnoGerenciamento da Manutenção 22/Mar 23/Mar DiurnoEliminação de Acidentes e Perdas da Manutenção 19/Abr 20/Abr DiurnoGerenciamento Total de Equipamentos para a Produtividade - TPM 25/Abr 26/Abr Diurno

Page 13: Revista IETEC 41

13Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Confira a programação dos cursos no site www.ietec.com.br. Para mais informações: (31)3116-1000/ (31)3223-6251 - [email protected]

Gestão e Tecnologia Industrial

Meio Ambiente

Gestão da Inovação

Curso Início Término HorárioInovação Profissional e Criatividade – Ativadores e Ferramentas 7/Mar 9/Mar Diurno

Gestão de Projetos de Inovação e Análise de Viabilidade 16/Abr 18/Abr Diurno

Curso Início Término HorárioGerenciamento de Riscos e Acidentes Ambientais 8/Mar 9/Mar Diurno

Bioengenharia de Solos: para Proteção de Taludes e Recuperação Ambiental

14/Mar 16/Mar Diurno

Legislação Ambiental 19/Mar 21/Mar DiurnoInventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa e a Nova ISO 14064

19/Mar 20/Mar Diurno

Administração de Resíduos Sólidos Industriais 22/Mar 23/Mar DiurnoEcodesign: Desenvolvendo Processos e Produtos mais Susten-táveis

5/Abr 6/Abr Diurno

Drenagem Superficial e Profunda, Obras de Arte Correntes, Espe-ciais e Taludes

10/Abr 13/Abr Noturno

Licenciamento ambiental 16/Abr 18/Abr DiurnoControle Ambiental da Mineração 25/Abr 27/Abr Diurno

Curso Início Término HorárioGerenciamento de Almoxarifados 8/Fev 9/Fev DiurnoAnálises Tributárias 16/Fev 17/Fev DiurnoAdministração de Materiais 1/Mar 2/Mar Diurno

Elaboração de Proposta Técnica e Comercial 14/Mar 16/Mar Noturno

Custos como Instrumento de Gestão 15/Mar 16/Mar Diurno

Planejamento, Programação e Controle da Produção 22/Mar 23/Mar Noturno

Gerenciamento de Compras 27/Mar 28/Mar Diurno

Planejamento e Controle de Estoque 3/Abr 4/Abr Diurno

Mapeamento e Gerenciamento de Processos (Rastreabilidade de Processos)

9/Abr 10/Abr Diurno

Gerenciamento da Logística 10/Abr 11/Abr Diurno

Gerenciamento de Contratos de Compras 12/Abr 13/Abr Diurno

CEP - Controle Estatístico do Processo 12/Abr 13/Abr Diurno

Formação do preço de Vendas e Análise Tributária 16/Abr 17/Abr Diurno

Liderança em Equipes de Produção 23/Abr 24/Abr Diurno

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14 Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012Rua Tomé de Souza, 1065 | Savassi | CEP 30.140-131 | Belo Horizonte / MG ietec.com.br | [email protected] | (31) 3116.1000 | (31) 3223.6251

Curso Início Término HorárioAvaliação da Segurança de Barragens de Rejeitos 7/Fev 10/Fev DiurnoDesmonte de Rochas com Explosivos 9/Fev 10/Fev DiurnoAvaliação Econômica de Projetos de Mineração 12/Mar 14/Mar DiurnoIntrodução ao Tratamento de Minérios 14/Mar 16/Mar DiurnoAmostragem e Controle de Qualidade em Mineração 21/Mar 23/Mar DiurnoGerenciamento de Projetos de Mina Subterrânea 9/Abr 10/Abr Diurno

Bombeamento de Polpas 23/Abr 25/Abr Diurno

Curso Início TérminoGestão de Pessoas em Equipes de Projetos 15/Fev 20/MarAdministração de Contratos 17/Fev 15/MarPlanejamento e Controle de Manutenção 27/Fev 20/MarLiderança e Gestão de Pessoas 6/Mar 10/Abr

Gestão da Inovação no Ambiente Empresarial 13/Mar 16/Abr

Conexão direta com o conhecimento.Flexibilidade de horário, economia de tempo, conteúdo atualizado e facilidade de acesso. Estes são os ingredientes principais que fazem dos cursos on line do IETEC uma excelente opção para quem precisa se atualizar.

Cursos corporativos IETEC: o mercado reconhece.Grandes empresas já aprovaram os Cursos Corporativos IETEC para capacitar seus colaboradores. Com aulas voltadas para a realidade do seu negócio, os Cursos Corporativos podem ser customizados de acordo com a necessidade da sua empresa.

Mineração

Cursos a Distância

NOVO

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15Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Aconteceu no IETEC

Curta

s

Em visita ao IETEC, o então candidato à presidência do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), Jobson Andrade, foi recebido pelo presidente Ronaldo Gusmão.

Durante o encontro, os dois discutiram os novos paradigmas da profissão, além de questões relativas à engenharia - Andrade é engenheiro civil especializado em gerenciamento de projetos. “Foi um encontro muito proveitoso, principalmente analisado sob o ponto de vista de alguém que já vive a realidade do Crea-Minas há muitos anos”, analisou Gusmão.

Andrade recebeu 53% dos votos válidos. O mandato tem duração de três anos.

CREA-MG elege novo presidente

Mineradora Rio do Norte contrata curso a distância

Uma das maiores mineradoras do Brasil, responsável pelo pioneirismo na exploração de bauxita na região amazônica. Essa é a Mineradora Rio do Norte (MRN), a mais nova cliente do IETEC nos cursos à distância (EAD). A empresa está qualificando 15 de seus profissionais – entre gerentes, engenheiros, coordenadores e técnicos – através do curso de ‘Planejamento e Controle da Manutenção’. O objetivo é atualizá-los em relação aos principais conceitos necessários para o planejamento dos trabalhos de manutenção, a fim de proporcionar o melhor aproveitamento de todos os recursos do setor.

Com 16h/aula, os alunos puderam escolher os horários mais adequados para estudar os conteúdos programáticos. Com o uso de recursos tecnológicos e pedagógicos diversificados, que dão dinâmica aos cursos e favorecem a interação entre alunos e tutores, como explica Mário Océlio da Conceição Castro, técnico em Planejamento e Manutenção da MRN. “O material do curso é de fácil entendimento e didaticamente autoexplicativo. O material é atual, concernente com as práticas atuais de mercado. A plataforma de navegação é de fácil navegação e abrangente”.

IEtEC incentiva a inovação nas empresas

Em parceria com o CIEMG (Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais), o IETEC realizou o Workshop de Inovação e Criatividade. O evento ocorreu na sede da entidade, em Contagem, no dia 1º de dezembro.

Mais de 70 profissionais e empresários participaram do evento, que contou com a abertura da superintendente-executiva do CIEMG, Maria Rita Suely Passos Santana. “Inovar no ambiental empresarial é essencial. As empresas precisam compreender que de nada adianta realizar bem suas atividades cotidianas. É necessário criar novas possibilidades, como forma de incrementar seus negócios. O IETEC trouxe essa mensagem”.

O coordenador de Inovação do IETEC, José Henrique Diniz, passou a mensagem: “inovação não é algo espontâneo. É deliberado, fruto da estratégia da empresa. É necessário realizar uma gestão da inovação, que nada mais é que estimular, com método, a adoção das melhores práticas”, afirma.

A especialista em criatividade Terezinha Araújo, enfatizou que “uma ideia faz toda a diferença, desde que seja atrelada a certos paradigmas. O empresário precisa compreender que é necessário se preparar para inovar. Não adianta ter boas intenções, se não forem colocadas em prática, de forma metódica e visando objetivos do negócio”.

Jobson Andrade em visita ao Ietec, é recebido pelo presidente Ronaldo Gusmão.

ErrataDiferentemente do que noticiamos na edição 40, o segmento de mineração da ArcelorMittal (e não ArcellorMittal) contratou o IETEC para qualificar os profissionais selecionados no Programa de Jovens Profissionais de Mineração no curso de aperfeiçoamento em Gestão de Projetos.

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Poucas são as organizações que conseguem tirar proveito das informações do seu negócio – e, principalmente, do que refere aos seus concorrentes – transformando-as em conhecimento e lucro. Esta é a principal constatação do workshop de Análise de Negócios que o IETEC organizou no final de novembro. A coordenadora do MBA em Administração de Projetos com ênfase em Análises de Negócios da Informação, Alexandra Hütner, foi a mediadora do encontro, que contou com palestras dos consultores Sérgio Viegas e Rodrigo Neves. Hütner explicou que o profissional de análise de negócios, embora possua sua origem na área de TI, há muito deixou de ser uma mera interface do setor com o restante da empresa. “Ele é cada dia mais estratégico, possuindo uma visão ampla do negócio, dos seus processos e métodos”, enfatizou.

Já Viegas abordou a importância da informação para o setor de TI. “Infelizmente, quando traduzimos a expressão IT (Intelligent Technology), colocaram a Tecnologia em primeiro lugar. Daí em diante, TI se tornou apenas Tecnologia, com a Informação figurando em segundo plano. Gosto da metáfora de que a tecnologia seria a tubulação, e a água que corre por ela, a informação. De nada vale uma tubulação perfeita, se a água que circula por ela não for de qualidade. Esse é um dos papéis do profissional de TI. Esse é,

Informação: matéria-prima do negócio

também, um dos principais trabalhos do analista de negócios”, afirma o profissional.

Capítulo mineiro do IIBA

Ao final do evento, foi lançado o capítulo mineiro do IIBA (International Institute of Business Analysis), associação profissional sem fins

lucrativos, que busca promover o desenvolvimento e a profissionalização da Análise de Negócios.Segundo Rodrigo Neves, presidente da seção mineira do Instituto, a relevância do IIBA é cada dia maior no mundo dos negócios. “São mais de 16 mil membros no mundo, com cerca de 100 capítulos regionais em mais de 60 países. Esse cenário faz da nossa associação uma real representante dos analistas de negócios. Além de Minas, somente há capítulos no Brasil em São Paulo e no Rio de Janeiro”, diz. Para ingressar no IIBA, basta acessar www.theiiba.org e fazer o cadastro internacional. Para informações sobre o capítulo mineiro, acessem www.minasgerais.theiiba.org.

Alguns dos primeiros signatários do capítulo mineiro do IIBA, em evento na sede do Ietec

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Opin

ião

Uma coisa me chama a atenção cada vez mais nas intervenções que faço, principalmente nas empresas de países latino-americanos: é a vontade de serem mais e mais competitivas e de expandirem suas fronteiras internas e externas.

Entenda-se por fronteiras internas as barreiras que elas se impuseram durante anos, sujeitando-se a formas e conteúdos na maneira de gerir os negócios, sem se atentar para alguns riscos.

O principal desses riscos era justamente acontecer o contrário do que buscavam: menos produtividade e, por consequência, menos competitividade. Isso porque passaram a focar, de forma até alienante, somente o “fazer”, esquecendo ou não colocando o devido esforço no “criar”. Mas seria isso um pecado organizacional? Em teoria não, mas com certeza os frutos dessa colheita podem não ser os melhores.

É nesse cenário que tenho vivenciado muitas situações de empresas, algumas seculares, que estão reunindo seus líderes pela primeira vez para falar sobre modelos de liderança, alinhamento, novas formas de conduzir suas unidades, necessidade de desenvolver seus subordinados, entre outras coisas muito básicas.

O que mais me impressiona é que falamos de empresas líderes em suas indústrias, ícones de seus países. Ou seja, não são empresas sem recursos, informações ou bons profissionais.

Contudo, ainda assim focaram “fazer” e acabaram por negligenciar, esquecer ou mesmo julgar que não eram capazes de “criar”, sobretudo sua própria história. Uma pena, pois o que tenho visto são profissionais atrofiados por processos de comando e controle que os colocaram em uma situação muito cômoda, em que uma troca injusta vem ocorrendo por muitos anos: um bocado de dinheiro por seu “pensar” e seu “querer”, desde que o seu “sentir” não entrasse na equação.

Pode até parecer um pouco romântico, mas é justamente quando

atacamos as questões organizacionais com um tríplice arquétipo

- o do pensar, sentir e querer - é que percebemos quanto ficaram

presos ao fazer, julgando que o “sentir” de nada serviria para

seus planos futuros.

Mas, como sempre, há gente olhando para isso de forma diferente,

com um senso de urgência adequado e equilibrado e tentando

mudar a sua história e de suas organizações, procurando dar

espaço para o “criar”.

Vale analisarmos o custo que tivemos em simplesmente focar

nossos melhores esforços no fazer, no ter o made in em nossas

mentes e ações. E, claro, pensemos nos benefícios que poderemos

trazer para mentes, corações e organizações se trabalharmos

o created in, focando também no sentir, completando assim a

integralidade dos profissionais e por que não das empresas.

A isso muitos chamam de criação de imagem. Sinceramente,

vejo essa situação mais como uma transformação, uma mudança

profunda e irreversível na estrutura do que e no como fazemos

na vida e nas empresas.

A pergunta que fica é: o quanto você está disposto a ampliar

sua zona de conforto e passar do “fazer” para o “criar”? É claro

que isso gera ansiedade. Mas não há aprendizado sem “dor” e

sem algum incômodo. Mas ao final vale a pena. A sensação é

fantástica!

Texto gentilmente cedido pela revista MELHOR – Gestão de Pessoas

Fazer ou criar... eis a questão!

Marcos Nascimentoconsultor organizacional da McKinsey e educador

Quanto você está disposto a ampliar sua zona de conforto e passar do “fazer” para o “criar”? É claro que isso gera ansiedade. Mas não há aprendizado sem “dor” e sem algum incômodo.

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Você sabe quais são as funções que um engenheiro de planejamento pode desempenhar? Ou o trabalho que um analista de negócios e da informação realiza? Esses são alguns exemplos de profissões criadas recentemente no Brasil a fim de suprir uma demanda crescente nas mais diversas áreas de atuação.

Se por um lado a taxa de desemprego atingiu baixa recorde em 2010 – 6,7%, ou seja, a melhor da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em 2002 – por outro a preocupação é quase generalizada pela falta de qualificação profissional que assombra o país.

Mesmo em profissões consolidadas, como as engenharias, o cenário

NOVOS PROFISSIONAISpara um novo mercado

Cená

rio

Cursos recentes buscam atender à demanda do mercado por profissionais multiespecialistas

não é dos melhores no que se refere ao número, e qualidade, dos profissionais disponíveis no mercado. Muitos especialistas alertam para o déficit de engenheiros que o Brasil pode enfrentar nos próximos anos.

Competitividade

De acordo com pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a produtividade dos trabalhadores da indústria no Brasil é cerca de quatro vezes menor que a produtividade média dos trabalhadores industriais de países considerados competitivos, como Estados Unidos, Suíça, Noruega, Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul, Japão, Holanda, Suécia e Alemanha. De

ENGENHEIRO DE SOFTWAREPoucos campos na área de TI precisam tanto de investimentos como a engenharia de software. A demanda por mão de obra preparada é enorme, pois utiliza do conhecimento intensivo e envolve muitas pessoas trabalhando em diferentes fases. O engenheiro de software, além de lidar com um conjunto de métodos, métricas e técnicas, para gerenciar e dar manutenção no desenvolvimento de sistemas, é um profissional que acompanha o progresso tecnológico, com as inovações de grau de consistência variável que o mercado apresenta, adicionando a competência gerencial de cuidar do crítico processo estratégico de desenvolvimento de software.

GESTOR DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO E MONTAGEMO aquecimento do mercado de fabricação de equipamentos sob encomenda, obras industriais e montagem (nos setores de mineração, siderurgia, construção civil e óleo e gás) vivido pelo Brasil nos últimos anos se reflete em diversos campos da economia e fez nascer uma demanda até então reprimida: a necessidade de um profissional que gerencie os processos de fabricação, construção e montagem, de forma integrada e orientada aos objetivos empresariais. A demanda por esse tipo de profissional é grande, já que o mesmo atua em um campo carente de qualificação, que é o planejamento, execução e/ou controle de obras e projetos de montagem eletromecânica.

ENGENHEIRO DE PLANEJAMENTOSua origem é a gestão de projetos. Mas o profissional da área atua num campo mais específico, e por isso mesmo, mais delicado, do processo de gerenciamento (principalmente nas fases de planejamento, programação e controle).

Um planejamento bem executado faz toda a diferença quando da implantação de um projeto. O profissional preparado permite, além de uma melhor organização das demandas, uma economia em diversos pontos durante o andamento do empreendimento, como prazos, qualidade, riscos e custos. Setores variados da economia perceberam a necessidade de um especialista para o acompanhamento efetivo e pró-ativo de seus projetos.

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acordo com o levantamento, um trabalhador da indústria brasileira em 2010 produziu o equivalente a US$26.236, enquanto trabalhadores desses países chegaram a produzir US$100.166/ano.

Apesar disso, o Brasil continua atraindo um volume expressivo de investimentos produtivos estrangeiros. O IED (Investimento Estrangeiro Direto) somou em outubro de 2011 US$5,6 bilhões, atingindo o valor recorde de US$56 bilhões no ano.

Escassez de talentos

Segundo um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), se a economia do país apresentar um crescimento médio de 3,5% ao ano, o estoque de profissionais não será suficiente para atender a demanda por engenheiros já em 2015.

Em abril desse ano, o Ministério da Educação (MEC) iniciou um mapeamento do mercado brasileiro, com o objetivo de identificar as carências por profissionais, seja por região ou área de conhecimento. A primeira parte do projeto, voltada às engenharias, encontra-se em fase final de tabulação.

Para o presidente do IETEC, Ronaldo Gusmão, a principal carência do setor reside na falta de qualificação dos profissionais. “A formação do multiespecialista é premente, deve ser sistêmica e constante. Para dar sustentabilidade a esse crescimento da economia, primeiro temos que trazer para o mercado de trabalho os engenheiros formados há mais tempo, oferecendo a esses uma atualização adequada; formar tecnólogos, e, principalmente, multiespecialistas com muita educação, treinamento, leitura e profundo censo de oportunidade e atitude para aplicar seus conhecimentos no cotidiano das empresas”, analisa.

Segundo a FIESP, até 2009 o número de engenheiros formados no Brasil era equivalente a 7% do total de formandos do país, o que equivale a 2,9 engenheiros para cada 10 mil habitantes. Na China, 36% dos formandos são engenheiros, uma média de 14,4 para cada grupo de 10 mil habitantes.

“Com o país em pleno crescimento parece que este problema tende a aumentar. Segundo pesquisa realizada no ano de 2010 com mais de 35 mil empregadores em 36 países, pela consultoria internacional de recursos humanos Manpower, a escassez de mão-de-obra qualificada no Brasil só não é maior do que a no Japão”, afirma José Ignácio Villela Júnior, coordenador-técnico da área de Gestão e Tecnologia Industrial e diretor de produtos do IETEC.

Outro movimento originado dessa lacuna é a crescente ‘importação de talentos’. A edição de 2011 da Pesquisa de Mobilidade de Mão de Obra do Manpower Group aponta que 14% dos empregadores brasileiros buscam além das fronteiras do país profissionais para lidar com a escassez de talentos. Os profissionais mais demandados são, obviamente, engenheiros, seguidos de executivos sêniores, gerentes, professores e técnicos, principalmente vindos dos Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Portugal e Espanha.

Para as empresas que recrutam tais profissionais, os maiores obstáculos encontrados se referem a custos (26%), conhecimento sobre os processos de recrutamento (9%), barreiras da língua (9%) e processo de relocação (9%). 36% dos empregadores estão preocupados com o impacto sobre o mercado de trabalho interno dos talentos deixando o Brasil para trabalhar em outro país. Além disso, 82% dos empregadores do Brasil acreditam que o governo e as empresas deveriam agir mais para diminuir a migração de talentos e atrair essas pessoas de volta para o país.

ENGENHEIRO DE SUPRIMENTOSProfissional que aprimora os processos ligados a suprimentos nas empresas, a partir de abordagens sistêmicas e integradas, usando técnicas que visam o mapeamento e melhoria dos processos. Atua direta ou indiretamente nos processos da área de suprimentos (Planejamento e Controle de Estoques, Compras, Recebimento e Armazenagem, Melhoria de Processos), comprometido com o aumento da produtividade, lucratividade e competitividade da empresa.

ENGENHEIRO DE CUSTOS E ORÇAMENTORamo da engenharia voltado à questões que envolvem os custos e orçamentos de uma obra ou serviço, o engenheiro orçamentista ou custos trabalha, entre outras questões, aspectos minuciosos da elaboração de estratégias financeiras e econômicas do empreendimento como um todo. Atuando desde a concepção do projeto, verifica sua viabilidade técnico-econômica, realizando análises, diagnósticos, prognósticos; enfim, a necessária síntese quanto ao que há de ser o projeto em se tratando dos recursos financeiros e táticas de aplicação e monitoramento..

ENGENHEIRO DE LOGÍSTICAO engenheiro de logística desenha processos de logística, tecnologia, e/ou infra-estrutura para dar suporte ao gerenciamento de produtos eficiente e rentável, desde sua concepção na prancheta até a produção, distribuição e ciclo de vida útil. Desenvolve recomendações a respeito de assuntos como o controle de tempo de atividades, local de operações e os fatores ambientais e humanos que afetam o desempenho da logística.

ANALISTA DE NEGÓCIOS E DA INFORMAÇÃODominar somente tecnologia não é mais suficiente, é preciso conhecer também o negócio, compreender suas reais demandas, problemas, requisitos e stakeholders. Saber práticas, ferramentas e técnicas de análise de negócio e, ainda, saber a nova linguagem. O profissional da área domina atividades e técnicas utilizadas para servir como ligação entre os diversos setores da empresa, com o intuído de compreender a estrutura, políticas e operações de uma organização e para recomendar soluções que permitam que a organização alcance suas metas.

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20 Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Karel Bogasch

Karel Bogasch acaba de receber uma oferta que muitos profissionais almejam. Foi promovido à líder de projeto em treinamento no Grupo Totvs. “Inicialmente irei me capacitar dentro da empresa, usando e aprendendo a metodologia que temos de projetos para futuramente ser um coordenador de projetos ou mesmo continuar como líder de projetos para apoiar os demais consultores nas áreas técnicas e apoiar nas questões de metodologia”.

O convite veio, em outros motivos, devido à qualificação constante de Bogasch. Ele cursou pós-graduação em Gestão da Logística – “à época me foi muito útil, pois apliquei os conhecimentos diretamente no meu dia a dia profissional”. Depois, realizou aperfeiçoamento em Gestão em Projetos e, recentemente, o MBA em Gestão Avançada de Projetos. “O curso foi de extrema relevância, pois me fez compreender que a adoção do Gerenciamento de Projetos facilita o trâmite de qualquer iniciativa, de qualquer área. Por menor que seja, mesmo que envolva poucos colaboradores ou que tenha um orçamento modesto, usando-se a metodologia do GP, as chances de sucesso são muito grandes. Isso faz toda a diferença. Trata-se de uma diferenciação de mercado muito importante”, analisa.

Outro diferencial de Bogasch é que ele não guarda o conhecimento para si. Para ele, a informação deve ser compartilhada. “Tento repassar o conhecimento adquirido, a importância de controlarmos o projeto, de documentarmos as atividades etc. e vejo que tenho sido bem compreendido. Isso ajuda a todos que, assim, podem desempenhar suas funções de forma mais assertiva”, analisa.

Conhecimento Aplicado

Conhecimento como propulsor do desenvolvimento profissional

Curta

s Cristiano Freitas

Cristiano Freitas coordena, hoje, o setor de Tecnologia da Informação da Leme Engenharia, empresa do grupo GDF Suez/Tractebel Engineering. Mas nem sempre foi assim... “Comecei na empresa em 2006, como coordenador de setor. Mas as atribuições e desafios cresceram ao longo dos anos com a rápida expansão da empresa na América Latina. Em 2005, possuía 350 colaboradores. Hoje, são 800. Nossa estrutura cresceu na mesma proporção, assim como nossas responsabilidades”, afirma Freitas, ex-aluno de diversos cursos do IETEC, entre eles o MBA em Gestão de Negócios.

Freitas é responsável pela gestão da área de TI nos escritórios do Brasil (BH, Brasília, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo, Projeto de construção da Hidrelétrica de Jirau e Projeto de construção da Hidrelétrica de Estreito) e América Latina (Chile, Panamá e Peru).

Para fazer frente aos novos desafios, o administrador de empresas conta que “os cursos do IETEC me ajudaram tanto na gestão especifica da área de TI como no entendimento dos demais processos da empresa. Além disso, a instituição possui um know how de mercado impressionante”, explica.

À frente de uma equipe de 20 profissionais, Freitas entende que “um bom time é composto de estrelas e profissionais dedicados e comprometidos”.

Outro ponto ressaltado por ele diz respeito ao incentivo da empresa para a qualificação contínua de seus colaboradores. “Contamos com o apoio e incentivo da empresa para o desenvolvimento das qualificações e procuro repassar esse incentivo”.

Por fim, o profissional pondera que a qualificação é primordial para qualquer profissional. “Além do conhecimento técnico, novos conhecimentos são propulsores para o desenvolvimento de novas habilidades interpessoais, conhecimento de outras áreas e visão estratégica, pontos essenciais para o sucesso em qualquer área de atividade”.

Freitasdurante a tractebel engineering (reunião anual dos gestores de tI das empresas do grupo), realizada na Bélgica.

Bogasch“Adoção do Gerenciamento de Projetos facilita o trâmite de qualquer iniciativa, de qualquer área.”

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21Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Opin

ião

Marina GrossiPresidente executiva do conselho empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (ceBDS).

Uma bússola para a economia verde

Lançado em 2010 pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), o relatório “Vision 2050: a new agenda for business” vai balizar nas próximas quatro décadas o planejamento estratégico de empresas em todo o mundo. A produção desse documento envolveu 29 empresas globais de 14 setores da indústria em debates com mais de 200 especialistas de 20 países, entre os quais o Brasil, representando o setor privado, instituições governamentais e da sociedade civil. Essa união de esforços ampliou o escopo do estudo, despertando também o interesse de outros setores, especialmente de formuladores de políticas públicas.

Em resumo, o relatório faz um conjunto de recomendações para que a população global de 9 bilhões de habitantes (projeção para daqui a 40 anos) tenha acesso a bens e serviços essenciais em 2050, dentro dos limites do planeta. Para isso, será preciso uma mudança profunda, técnica e adaptativa, do modelo de negócios e do padrão de desenvolvimento. Caso contrário, ou seja, se mantivermos os modelos atuais, chegaremos à primeira metade deste século precisando de recursos naturais correspondentes a 2,3 planetas Terra.

Como participante da produção do Vision 2050 e como parte da rede de conselhos do WBCSD, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) percebeu a oportunidade de adaptar as análises e recomendações do documento para a realidade do nosso país. O primeiro passo foi traduzir o texto. O segundo passo está em movimento com o processo de “tropicalização” do relatório.

O documento original expõe uma visão global, das metas a serem atingidas por todos os países. Mas cada país tem as suas peculiaridades, seus desafios e suas oportunidades. Um exemplo bem significativo: o relatório global aponta como cenário ideal que o Planeta chegue a 2050 utilizando uma matriz energética composta por 50% de fontes renováveis. No Brasil de hoje, já temos uma matriz com 40% de fontes renováveis. Por essa e outras razões – como disponibilidade de biodiversidade, água doce, sol, florestas e áreas disponíveis para cultivo – o Brasil é apontado pelos especialistas como o país de grande porte em melhores condições de atingir as metas capazes de conduzir o mundo para um novo patamar de desenvolvimento, no qual as demandas econômicas, sociais e ambientais estejam mais harmonizadas.

Contudo, não bastam as dádivas da natureza. Para que as metas sejam atingidas no Brasil precisamos trabalhar muito. Nossos passivos ambientais e sociais são enormes. Nosso modelo de governança ainda é extremamente precário. São desafios que precisam ser vencidos. Ainda não conseguimos avançar em questões básicas, como no combate à destruição de florestas. O

desmatamento na Amazônia – um dos grandes trunfos do Brasil neste século – tem sido reduzido, mas não ao nível do que se espera de um país com potencial de liderar a corrida verde nas próximas décadas.

Os desafios não param aí. A rede de esgoto do país atende a apenas 44% dos domicílios brasileiros e apenas 1/3 do esgoto coletado recebe algum tipo de tratamento, de acordo com o Instituto Trata Brasil. Dados do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome revelam que o estágio de situação de pobreza extrema ainda atinge 16,2 milhões de brasileiros. O índice de analfabetismo no Brasil – 9,6% dos brasileiros maiores de 15 anos - supera a média da América Latina, que é de 8,3%. Estamos muito atrás dos nossos vizinhos como Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai e Colômbia.

Para nos ajudar a construir um novo modelo de governança temos priorizado o processo de adaptação do Visão 2050 para a realidade brasileira. Tem sido uma experiência extremamente rica, com uma participação muito consistente das empresas instaladas no Brasil e instituições de outros setores. O rigor metodológico e a representatividade que estamos tendo nessa adaptação resultarão num documento imprescindível para os líderes atuais e do futuro próximo. O ponto alto dessa adaptação aconteceu durante o 4º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, o Sustentável 2011, realizado em setembro no Rio de Janeiro. Enfatizamos a questão da governança e trabalhamos em cima de nove pontos-chave: economia, desenvolvimento humano (incluindo as questões de saneamento e saúde pública),valores das pessoas (educação, emancipação das mulheres...), energia, edificações, mobilidade, consumo e insumos, biodiversidade e agricultura.

O texto final da versão brasileira do Visão será lançado em maio deste ano, um mês antes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Há um clima de expectativa e esperança em torno dos compromissos globais que poderão ser formalizados durante a realização do megaevento da ONU marcado para o próximo mês de junho no Rio de Janeiro. Será um momento de reflexão sobre o pouco que foi feito nos últimos 20 anos e o muito que precisamos fazer para vencer os mais urgentes desafios econômicos e socioambientais, no Brasil e no mundo - oferta de energia, água limpa e alimento; segurança climática; manutenção e recuperação de ecossistemas; erradicação da pobreza, entre outros.

No caso do Brasil, estamos confiantes de que o relatório tropicalizado “Visão 2050 – a nova agenda para os negócios no Brasil” prestará uma contribuição muito relevante para começarmos a construir, desde já, uma sociedade brasileira economicamente saudável, socialmente justa e ambientalmente responsável. Será uma espécie bússola para o novo modelo de desenvolvimento.

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22 Revista IETEC | Ano 8 | Fevereiro/Março de 2012

Opin

ião

No dia 2 de dezembro de 2011, o Presidente da República em exercício, Deputado Federal Marco Maia (PT-RS), sancionou a Lei nº 12.533 que institui a data de 16 de março como Dia Nacional da Consciência das Mudanças Climáticas. Pode parecer um ato sem grandes consequências, mas, a partir dele, essa data passa a ser usada em todo o país para debater a tragédia que nos ameaça por causa da crise ecológica e também buscar soluções para os problemas que enfrentam. Imaginemos todos os estudantes brasileiros, debatendo em suas escolas qual o tipo de progresso que estamos realizando, quais os problemas que a humanidade tem adiante e como enfrentá-los, usando esse dia para buscar respostas às perguntas que o mundo apresenta. A Subcomissão do Senado para a Cúpula Rio+20 preparou uma lista destas questões sobre o futuro da humanidade. Elas podem ser vistas no texto “Desafios da Humanidade”, que pode ser acessado no site www.cristovam.org.br. Ressalto algumas das questões:

Água, como conservá-la?

Se não adquirirmos uma consciência da escassez de água potável no mundo e não usarmos esta consciência para encontrar formas de poupar e reciclar a água potável que temos, nossos descendentes vão passar por graves dificuldades em um futuro não muito distante.

Energia, para quê e como?

Este é um problema perceptível por causa do esgotamento do petróleo, mas temos deixado o assunto para os técnicos, esquecendo que ele é também de comportamento pessoal e de política social. Buscamos aumentar a oferta, sem procurar como elevar o Bem-Estar usando menos energia. Os governos lutam desesperadamente por novas hidrelétricas, sem perceber que é possível reduzir o consumo de energia elétrica, nem entender que há outras fontes que já deveriam estar sendo utilizadas extensivamente

Crescimento, até quando poderá continuar?

A crise européia mostra na prática o que há décadas se discute teoricamente: que não há como a economia da produção material continuar crescendo eternamente. Mais do que um problema financeiro, a crise europeia é o resultado do esgotamento de um tipo de civilização que define progresso como sinônimo de crescimento econômico: o progresso medido pela velocidade da utilização dos recursos materiais para servir à voracidade do consumo.

cristovam Buarque cristovam Buarque é engenheiro mecânico, economista e professor universitário. Foi reitor da Universidade de Brasília (UnB) e ministro da educação 2003 - 2004. É senador por Brasília, com mandato até 2018.

Consciência emconstrução

O Dia Nacional da Consciência das Mudanças Climáticas terá um importante papel na construção dessa consciência.

Progresso, como redefini-lo?

Não é mais lógico nem ético adotar progresso como sinônimo de crescimento econômico, conseguido graças à depredação ambiental, ao aumento da desigualdade, à produção de armas e ao consumismo. Mas ainda não temos um conceito alternativo; ainda não se definiu com clareza o que é desenvolvimento sustentável, ainda não se aceita a ideia de que é possível elevar o Bem-Estar mesmo sem Crescimento Econômico.

Indicadores de progresso, quais utilizar?

Se progresso não é determinado pela taxa de crescimento do PIB, é preciso encontrar outros indicadores que meçam o nível de Bem-Estar. O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano - representou uma revolução. IDH leva em consideração a expectativa de vida ao nascer, educação e PIB per capita. Estimado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o IDH mostra o contraste do Brasil, como um exemplo de progresso, a 7ª economia do mundo; e, ao mesmo tempo, exemplo de fracasso, por sermos o 84º país em progresso social. Mas é preciso ampliar seu conceito até podermos, a cada ano, indicar o quanto cada país melhorou o Bem-Estar das pessoas sem depredar a natureza.

Decrescimento com Bem-Estar é possível?

Se o crescimento começa a se esgotar, como a Europa mostra, cabe perguntar se é possível melhorar o Bem-Estar com a economia decrescendo. Aumentar a oferta de alguns bens e reduzindo de outros, mesmo que a soma não represente crescimento de um ano para outro. Estas e outras perguntas poderão ser debatidas graças ao Dia Nacional de Consciência das Mudanças Climáticas, com a sanção da lei 12.533 de 2011. Alguns anos atrás, Celso Furtado disse: “Os homens de minha geração demonstraram que está ao alcance do engenho humano conduzir a humanidade ao suicídio. Espero que a nova geração comprove que também está ao alcance do homem abrir caminho de acesso a um mundo em que prevaleçam a compaixão, a felicidade, a beleza e a solidariedade”. Esta nova geração só pode ser formada por debates entre os jovens. E o Dia Nacional da Consciência das Mudanças Climáticas poderá ter um importante papel na construção dessa consciência.

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