revista locação 41

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IPI Câmbio automatizado Descubra as vantagens O imposto da polêmica ano VII n o 41 setembro - outubro • 2011 Esta revista tem suas emissões compensadas por restauro florestal em mata ciliar ENTREVISTA José Luiz Gandini , presidente da Abeiva

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Mais uma edição da Revista Locação da Associação Brasileira de Locadoras de Veiculos

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Page 1: Revista Locação 41

iPiCâmbio automatizado descubra as vantagens

o imposto da polêmica

ano VII • no 41 • setembro - outubro • 2011

Esta revista tem suas emissões compensadas por restauro florestal em mata ciliar

ano VII • n 41 • setembro - outubro • 2011

entrevista

José luiz gandini, presidente da Abeiva

Page 2: Revista Locação 41

Job: 265722 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 265722-20812-69061-13-07-Fiat-An. Uno Azul Cubos-21x28_pag001.pdfRegistro: 36080 -- Data: 12:57:12 13/07/2011

Page 3: Revista Locação 41

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editorial

Conselho gestor Paulo Gaba Jr., Paulo Nemer, Alberto de Camargo Vidigal, José Adriano Donzelli, Saulo Fróes, Nildo Pedrosa, Carlos Rigolino Júnior, Alberto Faria, Roberto Portugal, Valmor E. Weiss, Luiz Mendonça e Carlos Faustino.

Conselho gestor (suplentes): Carlos Teixeira, João Carlos de Abreu Silveira, Eládio Paniágua, Luiz Carlos Lang, Cássio Lemmertz, Paulo Miguel, Alberto Nemer Neto, Reynaldo Tedesco, Marcelo Fernandes, Nelma Cavalcanti.

Conselho FisCal: Antonio Pimentel, Eduardo Corrêa, Paulo Bonilha Jr., Flavio Gerdulo, Raimundo Teixeira, Jacqueline Moraes de Mello.

Conselho FisCal (suplentes): Joades Alves de Souza, Félix Péter, José Zuquim Militerno, João José Regueira de Souza, Marco Antonio Lemos e Emerson Ciotto.

Comissão editorial: Marco Antonio Gomes, Marcio Gonçalves, Nelma Cavalcanti Sobral e Saulo Fróes.

Presidente exeCutivoJoão Claudio Bourg

revista LocaçãoProjeto, criação e execução: Scritta (11) 5561-6650 - www.scritta.com.br

Jornalista responsável: Paulo Piratininga (MTPS 17.095) - [email protected]

Coordenação geral: Diogo Cruz

Redatores: Francisco Otake, Kátia Simões e Rafael Carrieri

Revisão: Júlio Yamamoto e Leandro Luize

Projeto gráfico e diagramação: Cris Tassi (11) 3287-0065 - [email protected]

Impressão: Gráfica Revelação

Publicidade: Cibele Cambuí (11) 5087-4831 – [email protected]   Associação Brasileira das Locadoras de AutomóveisRua Estela, 515 – Bloco A – 5º andarCEP 04011-904 – São Paulo/SPTelefone: (11) 5087-4100 Fax: (11) 5082-1392E-mail: [email protected] Site: www.abla.com.br SAS Quadra 01, conjunto J, 6º andar, sala 602 Edifício CNT, CEP 70070-010 – Brasília/DFTelefone: (61) 3225-6728 Fax: (61) 3226-0048 A revista Locação não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos assinados. Permitida a reprodução das matérias desde que citada a fonte.

exPediente Por trás do aumento do IPI

setembro • outubro 2011 abla

Qualquer empresário brasileiro com algum tempo de atuação no mercado não se surpreen-de com anúncios de aumento de impostos ou mesmo de redução de alíquotas. Por mais que estejamos vivendo um período de estabilidade e ciclo de crescimento, o versátil empresariado aceita e até entende determinadas atitudes go-vernamentais. Mas será que, em um mundo globalizado, isso é aceitável? O capital dos investidores internacionais, que tanto se quer atrair, considera isso normal?

Quando critiquei arduamente, em 2008, a redução do IPI nos veículos na-cionais, com terríveis consequências para nossos ativos mesmo beneficiando a compra dos novos, estava na verdade criticando a falta de uma política estável para o nosso setor. Da mesma forma neste ano, o aumento do IPI para alguns im-portados, em especial asiáticos e europeus, demonstra que não existe política de longo prazo que favoreça investidores. Do ponto de vista tributário, foi acertada a decisão de não reduzir o IPI nos nacionais, mas “martelar” importadoras e monta-doras com planos de investimento no Brasil certamente não foi a melhor decisão.

Por mais que o mundo inteiro enxergue o Brasil como mola propulsora de crescimento, fica ainda uma desconfiança no ar. A própria China sofre ainda as consequências de agir de forma protecionista, mesmo com taxas de crescimento tão elevadas nas últimas décadas. Para se firmar como um dos quatro maiores pro-dutores mundiais de automóveis, o Brasil precisa dar segurança a quem vai gerar tantos empregos, pagar tantos impostos e investir tantos recursos. Os próprios empresários nacionais que iriam abrir ou abriram revendas das marcas importa-das são geradores de empregos, renda e impostos, no Brasil e para brasileiros. Da mesma forma é preciso garantir financiamento para o consumo interno, um dos pilares desta crescente produção.

Acabou o tempo do protecionismo e da reserva de mercado. Não existem mais as “invasões” de área, o ágio e as margens garantidas. Quem for competente e lutar por isso, reduzindo margens, permanecerá. E viva a livre concorrência e o capitalismo! Contudo, a política governamental precisa, mais do que conceder benefícios fiscais, assegurar a continuidade da política vigente para que as mon-tadoras possam investir.

O setor de aluguel de carros não troca suas frotas pelo preço, mas pela garan-tia de peças de reposição e pela rede de assistência. Não existe o “mais bonito”, mas sim aquele com melhor valor de revenda. Não optamos pelo maior prazo de garantia, mas pelo que tem menor custo de manutenção. Não escolhemos o último lançamento, mas sim o que registra menor índice de sinistralidade e roubo.

Enfim, os maiores compradores de carros do país gostariam de basear sua estratégia de compras de forma independente, mas o governo nos impede quando não promove uma política de longo prazo, em prejuízo da livre con-corrência. Ruim para o setor, para o mercado automobilístico e para o Brasil! Realmente uma pena!

Paulo gaba Jr. é presidente do Conselho Gestor da ABLA

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abla setembro • outubro 20116

índiCe

30 turismo Você sabe onde o sol nasce

primeiro nas Américas?

Siga para João Pessoa

11 locadoras rebatem Fenabrave

20 a importância dos pneus

22 Balanço do PQa

28 objetos de desejo

34 alterações no ponto eletrônico

35 vida executiva

36 artigos

24 CâmBio Confira as diferenças entre

automático x automatizado

26 test-drive Testamos o novo

Sandero automático

12 esPeCial iPi O imposto que está

movimentando o mercado

08 entrevista

Presidente da Abeiva, José Luiz Gandini

critica o aumento do IPI e o impacto

para a indústria de importados

6 abla setembro • outubro 2011

Page 7: Revista Locação 41

É Fiesta!A FIAT divulgou o lançamento do

novo Palio no fim de outubro. O modelo apresenta 3,88 m de comprimento por 1,67 m de largura, entre eixos de 2,42 m e 1,51 m de altura. O veículo será lançado nas versões Attractive 1.0 e 1.4; Essence 1.6 16V, com opção de câmbio Dualogic; e Sporting 1.6 16V, também com o câmbio automatizado.

Novidade chegando

Em tempos de aumento do IPI, uma das opções para o consumidor são os veículos oriundos do México, não incluídos na medida. Na esteira dessa polêmica, a Ford anuncia a chegada do New Fiesta Hatch, com valores a partir de R$ 48.950. Segundo a montadora, o objetivo é comercializar 24 mil unidades por ano, atingindo 15% do total do segmento de hatchbacks premium. O motor é um Sigma 1.6 Flex 16V, produzido em Taubaté, no interior de São Paulo.

O modelo, um dos líderes mundiais de vendas em sua categoria, simplifica a oferta de opcionais com três pacotes disponíveis. Com bons recursos de segurança, a versão completa oferece sete airbags. No banco do passageiro, um sensor de peso identifica se o ocupante é um adulto ou uma criança e também o grau do impacto para melhorar a resposta dos dispositivos de segurança.

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Fiat

PIT STOP

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ENTREVISTA

8 abla setembro • outubro 2011

A medida do governo que

regulamenta o aumento do IPI

para os importados pegou de

surpresa boa parte do setor,

inclusive a Associação Brasileira das Empresas

Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva).

Em meio à correria de eventos, viagens e

reuniões, o presidente da entidade e da KIA

Motors do Brasil, José Luiz Gandini, recebeu

nossa reportagem para analisar os rumos dos

importados. E revelou: as importadoras sequer

foram comunicadas da decisão. Confira a seguir.

Como a Abeiva recebeu a notícia do aumento do IPI?gandini: Foi uma medida totalmente inesperada. Ninguém nos comunicou nada. Ninguém nos chamou para uma conversa. Simplesmente fiquei sabendo que teríamos um anúncio em Brasília e tive conhecimento da decisão durante a coletiva de imprensa do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Escutávamos rumores há seis meses, mas nem sequer fomos convidados a participar dessa negociação.

É absurda a afirmação de um ministro citando os importadores como aventureiros. Eu não posso aceitar isso. Empregamos 40 mil brasileiros na atividade de distribuição de veículos automotores importados. Somente neste ano recolheremos R$ 5,6 bilhões em impostos. Todas as marcas que estão aqui têm renome internacional e não estão no Brasil para brincar.

E mais, se você parar para analisar, excluindo as quatro grandes montadoras que atuam no Brasil há muito tempo, as outras entraram da mesma maneira como nós estamos trabalhando. Iniciamos a importação de veículos, observamos a aceitação desses modelos pelo consumidor brasileiro, fazemos volume e aí sim montamos uma fábrica. Se você não permite que essas empresas importem os produtos, o volume de vendas não paga os custos de uma planta.

Qual é o impacto dessa medida para as montadoras multinacionais aqui presentes?gandini: Trata-se de uma decisão de cada marca. A Abeiva não negocia pacotes de indústrias. Somos a associação dos importadores de veículos, então, devemos negociar com o governo brasileiro.

Se o governo pretende que o carro nacional tenha mais competitividade, ele deveria reduzir o IPI dos nacionais, como já havia sido proposto pelo ministro Pimentel (Fernando Pimentel, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Mas o projeto mudou na véspera e transformou-se em um aumento de tributos. Não é com mais imposto que você aumenta a competitividade. Acho até que esta é uma maneira de segurar novos investimentos.

José Luiz Gandini

Page 9: Revista Locação 41

E outra: para você montar uma fábrica no país, nunca vai conseguir iniciar sua produção com 65% de nacionalização. Isso é algo que você consegue com o tempo – dois, três, quatro anos. Aliás, a medida pode fazer com que muitas marcas se desinteressem pela ideia de implantar uma fábrica no Brasil.

Como essa medida impactou na tomada de decisão?gandini: Muda tudo. Em primeiro lugar, nem dá para pensar em longo prazo, pois o novo IPI já vale a partir de 2012. Porém, com o novo prazo de vigência, nossas 27 empresas associadas estão aliviadas, porque será possível planejar a comercialização do atual estoque, bem como programar futuras aquisições no exterior. Quando você tem uma programação feita, sabendo qual é a regra, você importa o que você quer e um volume que você quer. Mudar a regra durante o jogo é muito difícil e esse é o nosso grande problema.

Quais são os planos da abeiva para o futuro? eles podem ser alterados?gandini: Continuaremos a questionar a medida. Vamos mostrar que ela é injusta, só fortalece as fabricantes nacionais e que o pato será pago pelo consumidor brasileiro. Os preços terão de ser elevados e as opções de compra serão mais restritas. Outra prioridade é avaliar o que fazer com os veículos já comprados pelas importadoras.

Essa lei foi totalmente projetada para beneficiar as empresas locais, com medo de que os importados invadam o Brasil. Isso não é verdade. Nossa participação no mercado interno é de 5,9%. Alguns falam que o número é de 24,25%, mas é porque as próprias montadoras trazem esses outros produtos. Nunca iríamos invadir o mercado brasileiro. Até porque os 35% do imposto de importação já representam uma grande barreira alfandegária. É a maior taxa permitida

9setembro • outubro 2011 abla

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ENTREVISTA

pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Então, é muito difícil planejar qualquer coisa para 2012.

Qual foi o principal motivador dessa medida? há alguma relação com o avanço das montadoras chinesas no país?gandini: É difícil eu responder o que passou na cabeça do governo para tomar essa atitude. Mas foi um lobby feito pelas próprias montadoras nacionais para mostrar que as estrangeiras poderiam “invadir” o Brasil, teoria com a qual não posso concordar. Mas não sei dizer se o aumento do IPI foi definido especificamente por conta dos chineses. Mas de fato eles acabam amedrontando os países onde iniciam operações, por terem preços muito competitivos.

Vale lembrar, porém, que é muito caro trazer um carro da China para o Brasil. E sobre esse frete incide o imposto de importação e depois pagamos 35% sobre o preço final. Quer dizer, não há motivo de preocupação com a China. Nunca conseguimos grandes volumes com esses preços. Uma invasão não aconteceria em hipótese alguma. Essa invasão está sendo promovida pelas montadoras que trazem carros do México, da Argentina sem pagar os 35%, não entrando nessa nova regra.

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o número de veículos importados pela abeiva cresceu 104,1% em agosto de 2011 em comparação com agosto de 2010. Quais os motivos principais para esse crescimento relevante?gandini: Em primeiro lugar, a entrada de novas marcas no país. Quando dobra esse volume, não são simplesmente as mesmas marcas. Então, você acaba trazendo marcas e também um volume maior. Tivemos a entrada das chinesas no Brasil, que se associaram à Abeiva no fim do ano passado. Isso resultou em um crescimento acima do normal. Daqui para a frente esse crescimento não terá continuidade. Mas, mesmo assim, não podemos nos esquecer de que, apesar de dobrarmos as vendas, representamos apenas 5,9% do mercado interno.

Como a abeiva enxerga o fato de muitos consumidores optarem pela compra de importados por meio de importadoras independentes, em vez de concessionárias da própria marca?gandini: A venda por importadoras não acontece muito. Algumas marcas trabalham dessa maneira, outras não. A Porsche, por exemplo, nem tem concessionária no país. A venda é pelo próprio importador. Na Kia, também não temos concessionárias e atuamos apenas com terceirizados. Se um consumidor comprar diretamente, nós não vendemos. Simplesmente apresentamos os preços, as opções de modelo e recomendamos a busca na concessionária.

Quais são os momentos marcantes da associação nestes 20 anos?gandini: Já passamos por três grandes sustos nestas duas décadas. O primeiro deles foi o aumento da alíquota de importação, que passou de 20% para 70% (em fevereiro de 1995). Foi trágico, pois todos os carros que estavam em navios e nos portos passaram, de uma hora para outra, a pagar essa taxa.

O segundo foi à véspera da eleição do Lula, quando o dólar chegou a R$ 4. Agora estamos passando pelo terceiro grande susto. Nós sobrevivemos aos dois primeiros e vamos sobreviver a esse também. Tenho convicção disso.

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KIA

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As declarações do presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze, sobre a compra e venda de veículos pelas locadoras causaram indignação no presidente da Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc), José Adriano Donzelli.

Segundo Reze, as locadoras compram veículos com descontos de até 35%, para depois revendê-los com menos de um ano de uso, competindo com as concessionárias. “As montadoras deveriam conceder esses descontos também aos clientes”, afirmou. De acordo com

o presidente da Fenabrave, 30% dos automóveis novos vendidos no país são adquiridos por empresas especializadas em locação.

Porém, o anuário 2011 da ABLA revela que as compras do setor contabilizam somente 10% de tudo aquilo que as montadoras produzem, importam e vendem no Brasil. “Assim, não se sustenta qualquer afirmação como a da Fenabrave, que acusa indevidamente as locadoras de adquirir automóveis por meio do sistema de faturamento direto das montadoras e importadoras”, questiona.

Donzelli informa que o prazo mínimo para a venda não

pode ser inferior a seis meses. A entidade acredita haver interessados em “distorcer os fatos e criar versões fantasiosas, seja intencionalmente ou por falta de maior competência”. E reitera manter relação de ética e parceria com as concessionárias, auxiliando-as a obter receita com comissões, pagas independentemente do faturamento direto, e vendas de peças e serviços.

Locadoras rebatem Fenabrave

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CAPA

O imposto da polêmicaEm vigor até 31 de dezembro de 2012, a nova alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aplicada aos carros importados está dando o que falar. A indústria nacional festeja, os especialistas condenam o protecionismo ao veículo brasileiro e o consumidor sai perdendo

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Anunciado em meados de setembro, o decreto presidencial nº 7.567, que regulamenta as mudanças

na cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados, agradou a uma minoria e desagradou a muitos – de importadores a consumidores. Com a medida, foi elevada em 30 pontos percentuais a alíquota sobre veículos de fora do Mercosul e do México,

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países com os quais o Brasil mantém acordos comerciais, o que pode elevar os preços de automóveis e caminhões entre 25% e 28%. Com os novos índices, o valor do IPI sobre carros importados de até 1.000 cilindradas saltou de 7% para 37%; de 1.000 cilindradas, pulou de 11% para 41%; e os de 2.000 cilindradas, de 13% para 43%. Some-se a este percentual os 35% da taxa de importação já existente.

Porém, no dia 20 de outubro, em decisão unânime, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a medida vigore apenas a partir de 16 de dezembro. A alegação é de que o governo não respeitou o prazo de 90 dias para informar os cidadãos previamente sobre o aumento de impostos, conforme previsto no artigo 150 da Constituição. Quem adquiriu carros importados e pagou mais caro pelo IPI, de 16 de setembro até esta data de outubro, poderá reaver esses valores judicialmente. As importadoras também poderão ingressar com ações contra a União por eventuais prejuízos.

O aumento do IPI não englobará os carros nacionais ou importados da Argentina e do México, que preencham exigências como: ter 65% de conteúdo nacional e regional e direcionar investimentos para novas tecnologias. De acordo com o decreto, as empresas que atenderem a pelo menos seis dos onze requisitos previstos – montagem dos veículos, estampagem, fabricação de motores, pinturas, entre outros, feitos no Brasil – não terão o imposto elevado. As empresas do setor têm até o fim de novembro para comprovar o atendimento aos pré-requisitos. A previsão é que a decisão englobe de 12 a 15 empresas e que metade das importações tenha seu imposto elevado para 65% de produção regional. Vale observar, contudo, que a medida só incide sobre os veículos e não sobre as peças de reposição.

anfaveaGoverno e Associação

Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) compartilham do mesmo ponto

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de vista em relação à medida. Segundo seus representantes, o novo IPI deverá promover um aumento de investimentos na cadeia automotiva, geração de novos empregos, fortalecimento do processo produtivo e de toda a cadeia. Resultará ainda em novos investidores, mais competitividade da produção nacional e equilíbrio do comércio exterior, além do fortalecimento e da maior qualificação do parque industrial.

Advogado especialista em tributos e diretor do Escritório Edson Pinto Advogados, Edson Pinto observa que Estados como Espírito Santo e também o Distrito Federal, com base na inconstitucionalidade, concederam recentemente liminares suspendendo a cobrança do imposto à Venko Motors do Brasil (veículos Chery) e à Zona Sul Motors (multimarcas), empresas de importação e exportação de veículos. “Outros Estados também deverão questionar a decisão na Organização Mundial do Comércio (OMC), a qual proíbe atrelar benefícios fiscais à exigência de conteúdo nacional. E de acordo

com as suas regras, o único imposto que pode ser discriminatório é o de importação”, afirma.

Para Guilherme Handam Gontijo, professor de economia do IBMEC-MG, o governo está repetindo, anos depois, as mesmas práticas protecionistas usadas no passado, sobretudo nos anos 70. “Os efeitos todos nós já conhecemos: redução da concorrência no mercado interno em benefício de algumas montadoras, elevação dos preços

e estagnação da qualidade dos produtos ofertados, obtida graças à abertura do mercado nos anos 90”, opina. Segundo ele, uma das principais explicações para a medida está na geração de novos empregos na área, mas ninguém questiona a que preço essas vagas serão criadas – se é que efetivamente serão abertas. “O consumidor, com certeza, pagará mais caro pelo bem e a indústria local mais uma vez ganhará espaço sem muito esforço.”

Competitividade do setor automotivo brasileiroEntre 2005 e 2011, a produção nacional de veículos cresceu 45%

ano unidades (milhões)

2005 2,358

2006 2,404

2007 2,825

2008 3,050

2009 3,075

2010 3,380

2011 3.420Fonte: Anfavea

O desempenho dos importadosEntre 2005 e 2011, a entrada de importados no país cresceu 865%

ano unidades (mil)

2005 88,1

2006 142,4

2007 277,1

2008 375,2

2009 488,9

2010 660,1

2011 850,0Fonte: Anfavea

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Já Adriano Gomes, professor de finanças da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), observa que o governo abriu muitas brechas no decreto. O volume de liminares só cresce e, até serem julgadas, já se passarão alguns anos. “A pergunta que fica é: Qual é o problema de o consumidor comprar um carro mais barato? O caminho correto seria buscar alternativas e se planejar para brigar nas mesmas condições e não encarecer todo o mercado”, reflete.

medida temporáriaO principal ponto a ser levado

em consideração é que a medida vale apenas até o fim de 2012 e é temporária. Fred Carvalho, diretor e editor da Autodata, publicação especializada no setor automotivo, ressalta que a medida pegou todos de surpresa. “É a primeira vez que o

governo atuou nas regras de mercado. Mas devemos ter em mente que a greve dos metalúrgicos foi o seu ponto inicial. A invasão de modelos importados, principalmente da China, provoca a desindustrialização da economia nacional”.

“Mesmo assim, a medida não

impacta somente as chinesas e coreanas, mas também as marcas que atuam no Brasil. Um bom exemplo é a modernização do Tiguan, da Volkswagen. Mesmo com o aumento do IPI, a alta no preço foi apenas um pouco acima do praticado antes da regra”, completa.

Importações de automóveis em 2011A maioria dos carros importados veio da Argentina e da Coréia do Sul

País unidades (jan/ago 2011) Participação (%)

Argentina 250.050 40,0

Coréia do Sul 116.607 18,7

união européia 91.700 14,7

México 65.361 10,5

China 60.153 9,6

Japão 21.299 3,4

estados unidos 5.191 0,8

Outros 14.282 2,3

Total 624.643 100,0Fonte: Anfavea

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Os números da indústria nacional no país54 anos de atividade

us$ 70 bilhões de investimentos entre 1980 e 2010

5,2% do PIB nacional

22,5% do PIB industrial

Produção acumulada de 63 milhões de veículos

4,5 milhões/ano é a capacidade instalada

3,7 milhões de veículos mercado interno (2011)

3,4 milhões de unidades é a produção estimada para 2011Fonte: Anfavea

Posicionamento das montadoras/ importadorasO aumento do IPI surpreendeu as principais montadoras e importadoras do mercado. Confira as principais medidas tomadas pela indústria automotiva após o anúncio

audi } Manterá os preços sem aumento de IPI para todos os modelos da linha 2011 em estoque

(aproximadamente 900 unidades) } Os modelos 2012 terão aumento gradativo de preços: inicialmente, o reajuste será de apenas 10%, com validade

até 31 de outubro deste ano } A Audi espera beneficiar seus clientes em reconhecimento ao prestígio que vem recebendo no país. O Brasil é o

mercado onde a marca alemã mais cresce percentualmente no mundo } A marca não irá alterar o plano de investimentos no país, confirmando o lançamento de 16 novos modelos até o

fim de 2012

nissan do Brasil } A decisão é um incentivo para que as

montadoras produzam localmente e apliquem uma taxa de localização em torno de 65%, um percentual justo e normal muito acima da média praticada no país

effa motors } Manterá os preços até

outubro, mas ainda não anunciou sua previsão para novembro

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Kia motors do Brasil } Este novo IPI tira dos veículos importados a

possibilidade de competir com os nacionais. Ele acaba ainda com a principal função das montadoras de balizar os preços praticados no Brasil. Não podemos nos esquecer de que já somos taxados em 35% do imposto de importação

} A exportação de veículos tende a diminuir, devido à falta de competitividade internacional, que, por consequência, pode reduzir postos de trabalho

JaC motors } Com apenas 1% de participação nas vendas da indústria automotiva do Brasil, a JAC Motors atuou

como reguladora de preços dos modelos nacionais, conforme divulgado por inúmeras reportagens que retrataram as reduções de preços de modelos produzidos por multinacionais instaladas no país

} Todas as marcas chinesas, somadas, representam 2,5% do mercado nacional. Portanto, não há uma invasão chinesa!

} Apesar de ter incomodado tanto as multinacionais instaladas no Brasil, a JAC Motors vai continuar oferecendo automóveis bem equipados e dotados de equipamentos de segurança não disponíveis nos segmentos em que atua no mercado nacional, com seis anos de garantia e relação custo/benefício imbatível

} A JAC Motors Brasil informa que tem uma boa quantidade de carros nacionalizados no estoque na rede e que, por enquanto, não vai alterar os preços sugeridos de sua família de automóveis

} Todos os planos para a construção de uma fábrica no Brasil permanecem inalterados

Peugeot } Somente um

veículo será afetado e a empresa afirma aguardar um posicionamento do departamento jurídico para tomar medidas

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Page 18: Revista Locação 41

abla setembro • outubro 2011

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Cn auto } A CN Auto terá uma reavaliação dos níveis de negócios

projetados para o fim de 2011 e todo o ano de 2012 } Promoverá uma readequação dos níveis de compras no exterior a

uma nova realidade, com adequação das despesas e investimentos } Em relação às locadoras de automóveis, em um primeiro momento,

acredita que sentirá dificuldade de estabelecer uma política comercial e de preços adequada ao atendimento à ABLA, em prazos mais seguros e longos

Chery } A Venko Motors,

responsável pela distribuição dos veículos da marca Chery, obteve na Justiça Federal, em Vitória, decisão liminar em mandado de segurança que adia por 90 dias a cobrança do aumento de 30 pontos percentuais sobre produtos industrializados (IPI), anunciada por meio do Decreto 7.567/2011

} Para a resolução definitiva do assunto,  a  Venko Motors acredita que o diálogo e a negociação entre o governo e as empresas atingidas, além de serem necessários,  configuram-se como a melhor e mais produtiva alternativa

toyota } A Toyota do Brasil tem nas suas operações no Mercosul o comprometimento e a contribuição para o

crescimento e desenvolvimento da economia local } A marca investiu mais de US$ 2 bilhões no Mercosul nos últimos 13 anos, com o investimento mais recente de

US$ 600 milhões no Brasil, para a construção de sua nova planta, em Sorocaba (SP) } A montadora japonesa mantém um relacionamento de respeito e harmonia com os governos locais, estando

em acordo com as leis vigentes, o que torna suas operações eficientes e capazes de contribuir com o desenvolvimento

As montadoras Volkswagen,

Fiat e Chevrolet vão seguir

as medidas tomadas pela

Anfavea. Mahindra, Citroёn,

Chrysler do Brasil, Hyundai, MMC

Automotores, Renault, Volvo e Ford

não se pronunciaram sobre o tema.

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Page 19: Revista Locação 41

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Confira a lista dos importados mais vendidos no Brasil em setembro e quais pagarão pelo IPI mais elevado:modelo imPosto vendas País de origem

1º Siena NP 5.951 Brasil/Argentina

2º GM/Agile NP 5.943 Argentina

3º Toyota/Hilux NP 3.075 Argentina

4º Hyunday/I30 P 2.726 Coreia do Sul

5º Ford/Focus Hatch NP 2.724 Argentina

6º Renault/Clio NP 2.058 Brasil/Argentina

7º Cherry/QQ P 1.926 China

8º Kia/Cerato P 1.781 Coreia do Sul

9º VW/Spacefox NP 1.643 Brasil/Argentina

10º Mitsubishi/Pajero NP 1.581 Brasil

11º Honda/CR-V NP 1.494 México

12º Kia/Sorento P 1.383 Coreia do Sul

13º Kia/Soul  P 1.375 Coreia do Sul

14º Renault/Fluence NP 1.266 Argentina

15º Jac/J3 P 1.265 China

16º VW/Jetta NP 1.279 México

17º Ford/Ranger NP 1.208 Argentina

18º Nissan/Sentra NP 1.140 México

19º Nissan/Tiida NP 1.190 México

20º Kia/Sportage P 1.159 Coreia do Sul

21º Hyunday/IX35 P 1.093 Coreia do Sul

22º Citroën/C4 NP 1.092 Argentina

23º Kia/K2500 P 988 Coreia do Sul

24º Mitsubishi/ASX P 978 Japão

25º GM/Captiva NP 962 México

26º Peugeot/408 NP 902 Argentina

27º Jac/J3 Turim P 898 Coreia do Sul

28º Ford/Fusion NP 885 México

29º Ford/Focus Sedã NP 880 Argentina

30º Toyota/Hilux SW4   NP 708 Argentina

31º Hyunday/Santa Fé   P 692 Coreia do Sul

32º Hafei/Towner P 692 China

33º VW/Amarok NP 684 Argentina

34º Hyunday/Sonata P 658 Coreia do Sul

35º Mercedes/ C 180   P 606 Alemanha

36º Hyunday/Azera  P 596 Coreia do Sul

37º Citroën/C4 Pallas NP 586 Argentina

38º Jac/J6   P 580 China

39º Hafei/Ruijy P 526 China

40º Chery/Face P 476 China

NP - Não paga P - PagaFonte: AutoInforme/Renavam

Dos 40 importados mais vendidos no Brasil no mês de setembro, 19, ou seja, 47,5% serão afetados pela medida do governo.

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Page 20: Revista Locação 41

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SERVIçO

Olha a pressão!

Entre os muitos itens que devem exigir atenção redobrada dos motoristas, a pressão dos pneus está

no topo da lista. Em média, a cada quinze dias é necessário fazer a calibragem dos quatro pneus, sem se esquecer do estepe. Se a pressão de inflação dos pneus não estiver correta, a duração já será menor. Mas como saber qual é o nível correto?

Garantir a qualidade dos pneus de seu carro é sinônimo de economia, mas será que os motoristas se lembram disso?

Alguns motoristas preferem encher demasiadamente o ar por não conhecerem as especificações. Essa prática também é perigosa, pois a alta pressão diminui a aderência em piso seco. Em uma situação de chuva, o veículo tende a aquaplanar mais facilmente – isto é, perde o contato com o solo, provocando a perda de controle do motorista.

Para evitar erros, o ideal é ter

sempre em mãos o manual do veículo no momento da calibragem dos pneus. Cada modelo apresenta recomendações específicas para o eixo dianteiro, o eixo traseiro, para a carga normal do veículo e para a carga máxima. Dependendo do fabricante, existe uma indicação de pressão para altas velocidades e outra no caso de velocidades mais baixas.

• Quando o volante da direção estiver “vibrando”, significa que os pneus/rodas necessitam de balanceamento

• Quando seu veículo estiver puxando demasiadamente para os lados ou com os pneus gastos, o problema está no alinhamento

• O alinhamento assegura maior durabilidade, segurança e melhor comportamento na hora de fazer as curvas. O alinhamento é recomendado a cada 10 mil quilômetros

• O rodízio de pneus deve ser feito a cada 5 mil quilômetros

• Ao perceber ruídos na hora de fazer as curvas ou quando o veículo tende a ir sozinho para uma determinada direção, é necessária uma verificação. Muitas vezes, o alinhamento e o balanceamento podem ter sido alterados devido a um choque dos pneus contra obstáculos como buracos, pedras grandes, meio-fio da calçada ou guias, ou por causa de acidentes menos graves

Dicas para prolongar a viDa útil Dos pneus

Page 21: Revista Locação 41

setembro • outubro 2011 abla

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Se o pneu estiver com pressão 25% menor, sua vida útil será reduzida pela metade. A baixa pressão de inflação também pode gerar danos na estrutura interna dos pneus, muitas vezes não visíveis pelo condutor. Em determinadas circunstâncias, os estragos provocam a explosão do pneu, causando acidentes mais tarde.

Especialistas apontam que os pneus exigem outras preocupações. “Além da calibragem, a manutenção do alinhamento, balanceamento e o rodízio dos pneus são fundamentais para prolongar a vida útil do equipamento e garantir a segurança do motorista”, frisa Humberto Junior, gerente de uma das unidades da DPaschoal na capital paulista. O especialista destaca ainda que os frotistas já têm um cuidado maior com o equipamento, realizando revisões periódicas das frotas a cada 20 mil quilômetros.

Page 22: Revista Locação 41

22

PQA

Rede de conhecimentos

O Projeto de Desenvolvimento Se-torial em Locadoras de Automó-veis celebra os resultados além da expectativa. Desde 2007, o

programa, mais conhecido como Programa Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA (PQA ABLA), aplicou 4.597 capacitações em cursos ministrados à distância ou por meio de seminários e palestras. Resultado para ser comemorado!

“O PQA venceu o grande desafio de dis-seminar conteúdo e difundir, em âmbito nacional, os conhecimentos dessa área tão carente de cursos e bibliografia”, avalia José Adriano Donzelli, coordenador do projeto e presidente da Federação Nacional das Em-presas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc).

A iniciativa nasceu da observação de que o setor de lo-cação de veículos estava em descompasso com o advento

do Brasil como destino internacional, com a moder-nização e o aumento da competitividade dos

serviços em toda cadeia produtiva do tu-rismo. Foi concebido de forma a con-

templar os profissionais que atuam na linha de frente, além dos em-presários, gestores e líderes do setor de locação.

Com esse pensamento, a ABLA promoveu, em conjunto com a Fundação de Estudos e

Pesquisas Socioeconômicos (Fe-pese) da Universidade Federal de

Santa Catarina, cinco cursos à distân-cia nos quais foram matriculados 2.024

profissionais.

Os participantes puderam realizar até dois cursos si-multaneamente, totalizando 3.107 capacitações em dois eixos. O Eixo Qualidade do PQA teve início em 8 de no-vembro de 2010 e foi concluído no dia 30 de abril de 2011, com conteúdo focado em Atendimento Operacio-nal e em Qualidade em Vendas. O módulo de Gestão Em-presarial, por sua vez, começou no dia 16 de novembro de 2010 e terminou no dia 30 de abril de 2011, abordando Mercado & Marketing, Gestão de Frotas e Gestão Adminis-trativa e Financeira.

Além disso, a associação implementou ações como os Núcleos do Conhecimento (com edições em 2009 e em 2011), que aconteceram paralelamente ao Salão e Fórum ABLA, maior evento nacional voltado para as locadoras de veículos. Os seminários e palestras atraíram mais de 1.490 participantes. “As metas traçadas para o programa já foram atingidas, mas a ABLA pretende dar continuidade ao pro-cesso, para ampliar a visão estratégica das empresas e a qualidade dos serviços prestados”, conclui Donzelli.

abla setembro • outubro 2011

Projeto da ABLA dissemina conteúdo a profissionais do setor com mais de 4,5 mil capacitações

Page 23: Revista Locação 41

23setembro • outubro 2011 abla 23julho • agosto 2011 abla

Page 24: Revista Locação 41

24 abla setembro • outubro 2011

TECNOLOGIA

Entenda as vantagens do câmbio automatizado

O sistema é simples. O câmbio automatizado utiliza a mesma caixa do câmbio manual,

as mesmas engrenagens e o conjunto de embreagem. Mas duas praticidades chamam a atenção dos motoristas: dispensa o pedal na troca de marchas, assemelhando-se aos veículos automáticos, e ainda custa bem menos.

Na prática, o sistema

Sistema oferece comodidade com economia

proporciona economia aliada ao conforto de um automático e à esportividade do câmbio manual, com a vantagem de custar bem menos. Enquanto um automático sai em média por R$ 4.500, o automatizado representa metade do preço. Uma alternativa conveniente para frotistas como locadoras e taxistas, além de consumidores que buscam pleno conforto na direção.

Ao dirigir o veículo, o motorista logo sente a diferença. Pelo modelo automatizado é possível perceber leves trancos no momento das trocas, mesmo aliviando o pé do acelerador. Já câmbios automáticos são mais modernos e podem ser equipados com a tecnologia CVT (Continuously Variable Transmission), apresentando relações de marcha continuamente variáveis. Esse sistema garante aceleração contínua e as trocas são suaves, quase imperceptíveis.

Os automatizados desembarcaram aqui em 2007 como grandes apostas das principais montadoras. Inicialmente, a novidade foi implementada no Chevrolet Meriva e no Fiat Stilo, que batizaram seus

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Page 25: Revista Locação 41

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lançamentos como EasyTronic e Dualogic, respectivamente (o Dualogic também é oferecido em outros modelos da linha Fiat). A diferença entre os dois está apenas nos atuadores. Enquanto a General Motors investiu em motores elétricos e na diminuição do tamanho do conjunto, a Fiat optou por um sistema hidráulico que, segundo o fabricante, credita

manual - Caixa de câmbio tradicional, utilizado na grande maioria dos veículos, necessita do pedal da embreagem para a troca de marchas

 automÁtiCo - Caixa de câmbio com conversor de torque, sistema que liga a transmissão ao motor por meio hidráulico e também não necessita de embreagem

automatiZado - Caixa de câmbio tradicional controlada por uma central eletrônica, que comanda o engate das marchas. Aqui, nada de pedal também.

Entenda as diferenças:

sua escolha à maior durabilidade do conjunto.

A Volkswagen pegou carona com o lançamento do Polo I-Motion, em 2009. Mas ao contrário da concorrência, a caixa de câmbio tradicional teve o comando manual substituído por uma central eletrônica. A tecnologia, de acordo com a condução do motorista e a rotação do motor, transmite

Se você procura conforto e comodidade para se deslocar na cidade, o câmbio automatizado é uma boa opção. Agora, se não abre mão de uma condução refinada e não se importa com a diferença de preço, opte pelo automático.

comandos aos acionadores eletro-hidráulicos, que por sua vez movimentam a embreagem e promovem as trocas de marchas. Então, vamos acelerar?

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Grande vantagem do automatizado• Mantém o mesmo consumo de combustível do que o câmbio mecânico Grande desvantagem• O usuário não pode ficar “ segurando” o veículo parado em um aclive, pois vai “queimar” a embreagem. A montadora pode equipar o veículo com freio ABS e solucionar este problema acionando os freios automaticamente, evitando que o veículo ande para trás

Page 26: Revista Locação 41

TEST DRIVE

Até pouco tempo atrás, carro com câmbio automático era luxo para a maioria dos motoristas.

Com a expansão desses modelos, o luxo ficou mais acessível ao consumidor. É o caso do Sandero 2012, lançado em maio desse ano pela Renault, que promete oferecer mais conforto para quem não abre mão de conduzir um carro equipado

com uma caixa de transmissão automática convencional.

O câmbio da Renault conta com quatro marchas, com a opção das trocas no modo manual e recursos típicos dos sistemas automáticos atuais, oferecidos exclusivamente na versão Privilège. Uma das funções é a kickdown, ativada quando o motorista pisa no acelerador até o fim do curso. Neste instante, a caixa

reduz uma ou duas marchas para buscar o melhor desempenho em manobras como ultrapassagens. Além disso, o sistema dispõe de nove mapas eletrônicos adaptados a diferentes estilos de direção – uma tocada mais esportiva, por exemplo.

Em maio, o Sandero passou por um face-lift e ficou ainda mais bonito. E, na versão Privilège, é o mais equipado da categoria, além

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automático de cara nova

*João Claudio Bourg

Fotos divulgação Jac Motors Brasil

Page 27: Revista Locação 41

* João Claudio Bourg é presidente executivo da ABLA

setembro • outubro 2011 abla 27

O ÚNICO DO SEGMENTO A CONTAR COM TRÊS ANOS DE GARANTIA

de ter espaço interno sufi cente para acomodar três adultos no banco de trás, com 1,80 m de altura. O motor possui um bom volume de torque, a direção é fi rme e precisa. A suspensão acompanha o conjunto. E mais: é o único do segmento a contar com três anos de garantia.

O porta-malas de 320 litros exibe uma ótima capacidade volumétrica, proporcionando conforto quando alugamos o veículo para uma família em viagem de férias, por exemplo. A ergonomia é boa, mas identifi camos

renault sandero Privilège 1.6 16v

uma oportunidade de melhoria no sistema de acionamento de regulagem dos retrovisores , que fi ca abaixo da alavanca de freios, difi cultando o alcance da mão. Os botões dos vidros elétricos fi nalmente saíram do painel e foram para as portas, um dos pontos que a Renault melhorou.

O veículo tem um bom isolamento acústico, conforme pudemos perceber pelo baixo nível de ruído interno, que normamente só é encontrado em veículos da categoria executivo de luxo. Velocímetro e conta-giros são grandes e redondos, de fácil visualização. O computador de bordo e o conjunto de luzes-espia retangulares fi cam no centro do painel. A versão privilège oferece

freios com sistema anti-travamento (ABS), airbag duplo, terceiro apoio de cabeça no banco traseiro e volante revestido em couro como opcionais.

Na pista, o conjunto 1.6 fl ex oferece 107 cv (gasolina) a 5.750 rpm ou 112 cv (álcool) a 5.750 rpm. De acordo com a Renault, acelera de 0 a 100 km/h em 11,7 s quando abastecido com álcool e atinge a velocidade máxima de 171 km/h. O veículo registrou uma média de consumo de 7,2 km/l de etanol em um percurso misto que realizamos na estrada e na cidade.

O Sandero é garantia de um veículo prático, ágil e confortável. Ele se mostra interessante para quem procura um modelo de baixo custo e com a comodidade de um automático.

Page 28: Revista Locação 41

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Prepare uma tentadora e prática refeição, regada a uma coleção exclusiva de vinhos. Cuide bem da mamadeira do bebê, mas sem perder a elegância. Depois, descanse e se inspire com um livro sobre grandes aventuras.

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luXo

Objetos de Desejo

Pilotos de fogãoPara gourmets que adoram se aventurar na

cozinha, a marca francesa Le Creuset acaba de lançar a Linha Ocean, em elegante tom azulado.

São quatro modelos e tamanhos de panelas à venda com a nova cor. Os utensílios, feitos de ferro

fundido, possuem acabamento esmaltado e são os únicos que podem ir ao forno sem necessidade

de retirar os puxadores nem a tampa. Na foto, Caçarola Buff et com 30 cm por R$ 882. Outras

informações no site www.lecreuset.com.br

De olho nos pequenosBebê a bordo requer acessórios extras como o aquecedor de mamadeira, à venda na BB Trends Concept Store. Com apoio loop de fácil manuseio, ele aquece em 15 minutos uma mamadeira de 240 ml e conta com um dispositivo que fi ca vermelho avisando quando está ligado. Dimensão: 12,5 x 6 cm. Por R$ 99. Informações pelo telefone (11) 3377-9200

Toque fi nalNas produções masculinas mais clássicas, um belo

par de abotoaduras faz toda a diferença. O modelo Montblanc Contemporary Collection exibe design

contemporâneo de bronze, com banho de ródio. O detalhe em Black Carbon dá o tom de modernidade

a um acessório poderoso. Preço à vista: R$ 1.005. Disponível em todas as Boutiques Montblanc.

Informações: (11) 3552-8000

Sorte ou azar?Decorativa, a caixa de jogos em forma de um atraente dado vermelho vem acompanhada

de baralhos e, é claro, de vários dados. Ideal para os amantes de um bom carteado. É da Full Fit. À venda

por R$ 125 na Fina Estampa, tel.: (11) 3823-2456

Page 29: Revista Locação 41

setembro • outubro 2011 abla

Reforma domésticaPara pequenos ou grandes reparos, é fundamental ter à mão uma caixa de ferramentas como esta da Mayle, acondicionada em uma prática maleta e composto por 110 peças. Entre os itens estão cinco pequenos extensores, uma chave de trava e quatro de fenda, além de um jogo de chaves para carro da Allen. Por R$ 351,81 na rede Leroy Merlin. Tel.: (11) 3612-6200

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Pequena notávelDivertida e super fashion, para carregar pequenos objetos como dinheiro, documentos, chaves e celular, a bolsa joaninha é um dos acessórios top da coleção de Sarah Chofakian. O modelo também pode ser encontrado na cor branca. Por R$ 238. Endereços das lojas no site www.chofakian.com.br

Hotel butiqueO que era chique fi cou melhor ainda. O Clarion Faria Lima,

administrado pela Atlantica Hotels, passou por uma reformulação em seus 30 apartamentos. As acomodações ganham um piso revestido

por carpete de madeira, novo enxoval e paparicos exclusivos na abertura de camas. Nas Suítes Royal, os visitantes contam com escalda-

pés de cortesia. As salas de eventos também estão com novo visual, com papel de parede mais clean, toalhas de Lycra, equipamentos

modernos de projeção e telas de LCD. O empreendimento, localizado próximo à Avenida Brigadeiro Faria Lima, uma das mais tradicionais de

São Paulo, tem diárias de casal a partir de R$ 373 (mais 5% de taxas).

Altas comemoraçõesA Enoteca Fasano sugere aos amantes do bom vinho a cobiçada coleção Selezione Fasano, que armazena, em uma caixa de madeira exclusiva, cinco dos mais signifi cativos produtores italianos. Um exemplo? Da região do Vêneto, a mais famosa área de produção deste espumante, vem o Prosecco di Valdobbiadene. Já a região da Toscana é representada pelo mítico Chianti Classico. Por R$ 1.334. Televendas (11) 3074-3959

Page 30: Revista Locação 41

abla setembro • outubro 2011

turIsmo

Uma das mais antigas capitais do Nordeste, João Pessoa, fundada em 1585, remonta ao passado com suas construções históricas, casarões, igrejas e praças. Com vários bens tombados

pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o destino exibe uma orla exuberante, com belas praias aliadas a um povo hospitaleiro e acolhedor. E toda essa beleza tem na moldura um sol abençoado. Aliás, é lá que o astro-rei decide nascer primeiro nas Américas.

A tranquilidade da orla soma-se a uma excelente infraestrutura, em praias com quiosques organizados e areias limpas, além de comodidades como estacionamento e duchas. Mas João Pessoa é muito mais do que praia. O visitante tem à disposição uma série de

atividades de entretenimento para curtir dias agradáveis na região. Apreciar o pôr do sol na praia do Jacaré e fazer uma visita ao Conjunto de São Francisco, um dos mais importantes complexos barrocos do país, estão entre as opções preferidas.

Os mais jovens podem curtir a vida noturna na Avenida Olinda, a mais movimentada nas madrugadas. São inúmeros barzinhos com música ao vivo, restaurantes e casas noturnas. Para quem deseja trazer lembranças aos amigos e familiares, uma visita ao Mercado de Artesanato Paraibano torna-se roteiro obrigatório, com suas mais de 120 lojas.

Após desvendar toda a capital, é hora de pegar a estrada com o carro alugado e seguir pelo caminho das

Quem adora as praias nordestinas pode se preparar: na região de João Pessoa o que não falta é beleza

30

Descubra a costa paraibana, onde o sol nasce primeiro nas Américas

Praia de Tambaba (no detalhe Centro Histórico de João Pessoa)

Page 31: Revista Locação 41

31

praias do sul. Em um roteiro que percorre os principais destinos turísticos do Nordeste, basta uma viagem de 40 km para conhecer a bela Costa do Conde, terminando a viagem na econaturista Tambaba.

A 20 quilômetros, dirija-se à Costa do Conde, ótima alternativa para sentir a brisa nordestina e suas praias de água morna e mansa. Com sete praias, um dos destaques fi ca para a barra de Gramame. Lá, o encontro do rio com o mar cria uma lembrança única e inesquecível. Pelo rio, aproveite para realizar um passeio de barco ou lancha, onde é possível apreciar a vegetação do mangue ou mesmo fazer uma relaxante pescaria. Se estiver a dois, não deixe de apreciar a Praia do Amor, onde índios caetés realizavam rituais de casamento.

Mais 20 km e chega-se a Tambaba. Além de belas trilhas para a prática do ecoturismo, o naturismo reina no local. Afi nal, é a primeira praia ofi cial de naturismo do Brasil. Quem busca escapar da agitação das cidades também encontra ali o destino certo. Qualquer que seja seu perfi l, o que importa é estar no paraíso, sob os olhares atentos daquele sol.

Fotos Cacio murilo / setur joão Pessoa

reúna sua família e amigos e alugue o carro adequado. Para curtir o cenário de tirar o fôlego no destino, só mesmo pegando a estrada

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Estação Cabo Branco de Ciência, Cultura e Artes de João Pessoa

Parque Sólon de Lucena, em João Pessoa

Page 32: Revista Locação 41

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a João Pessoa (PB) B Conde (PB) c Tambaba (PB)

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De avião - Há voos diários partindo das principais capitais do país em direção ao aeroporto internacional Presidente Castro Pinto, distante 8 quilômetros do centro.

De carro - Vindo do Sudeste, do Sul e dos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco: acesso pela BR-101Vindo de Fortaleza (CE): BR-116, BR-304, BR-406 e BR-101

De ônibus - As empresas São Geraldo e Itapemirim mantêm saídas das principais capitais do país para João Pessoa

Circulando - A melhor maneira de circular por João Pessoa e conhecer os atrativos dos seus  arredores é de carro. É fácil dirigir na cidade, bem sinalizada e com estradas novas como a PB-008, que leva às belas praias do litoral sul.

Principais distâncias

Fortaleza 688 km

Salvador 949 km

Belo Horizonte 2.171 km

Brasília 2.343 km

Rio de Janeiro 2.544 km

São Paulo 2.788 km

Como chegar a João Pessoa

Confira todas as locadoras da região associadas à ABLA no site www.abla.com.br

Dica para o leitorAlugando o veículo, o viajante admira as belas praias da região, prolonga suas férias e conhece mais três capitais brasileiras nas proximidades, a apenas 120 quilômetros do Recife (PE), 185 de Natal (RN) e 379 de Maceió (AL).

Percurso Total:

47,6 kmJoão Pessoa - Conde: 28,5 kmConde - Tambaba: 19,1 km

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Praia de Tambaba

Page 33: Revista Locação 41

O Brasil na rotaA BMW anunciou que

construirá uma fábrica em solo brasileiro, a primeira na América Latina. A montadora alemã mantém unidades produtivas na Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, África do Sul, Índia e China. Segundo Klaus Draeger, executivo da marca, uma fábrica no país é a peça que falta na estratégia global de produção de automóveis. Neste ano, o índice de vendas registrou alta de 70%.

Em meio às discussões sobre o aumento do IPI para importados, a JAC Motors também oficializou o plano de uma fábrica em território nacional, na Bahia. Ao custo de R$ 900 milhões e com capacidade para produzir 100 mil veículos, a indústria terá 80% de capital brasileiro. A montadora chinesa ainda estuda local da planta e data para início das obras.

PIT STOP

Estivemos presentesSegue a lista dos eventos que contaram

com a participação do presidente executivo da ABLA, João Claudio Bourg.

05/09 Seminário AutoData Veículos do Futuro WTC Convention Center - São Paulo (SP)

09/09 Lançamento do Renault Fluence São Paulo (SP)

13/09 Lançamento do Calendário Ubrafe Parque Anhembi - São Paulo (SP)

19/09 Entrega do Prêmio Personalidade Mundial de Vendas 2011 Esporte Clube Sírio - São Paulo (SP)

28/09 Confraria AutoData Museu do Futebol - São Paulo (SP)

04/10 Salão Duas Rodas Anhembi - São Paulo (SP)

17/10    Seminário Perspectivas 2012 - Autodata WTC Convention Center - São Paulo (SP)

19/10 Feira das Américas/ABAV Riocentro - Rio de Janeiro (RJ)

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BMW

Page 34: Revista Locação 41

34 abla setembro • outubro 2011

PIT STOP

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editou no dia 28 de setembro a Deliberação 115/2011, que adia para o dia 1º de julho de 2012 o início da vigência da Resolução 363/10. A medida exige o reconhecimento de fi rma por autenticidade do condutor e do proprietário do veículo no preenchimento do Formulário de Identifi cação do condutor infrator.

A resolução deve trazer transtornos tanto para os usuários como para os empresários do setor. “Está sendo criado um procedimento caro, trabalhoso e incompatível com a atual dinâmica da locação”, reitera Adriano Augusto Pereira de Castro, advogado especialista na indústria de locação de veículos e assessor jurídico do Sindiloc/MG e da ABLA.

A prorrogação foi ofi cializada no dia 5 de setembro, em Brasília, por meio de um pedido conjunto da ABLA, da Associação Nacional das Empresas de Transportes

Urbanos (ANTU), Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) e do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores e Bens Móveis do Estado do Paraná (Sindiloc/PR).

No encontro, o presidente do Sindiloc/PR, Carlos Rigolino, apresentou as reivindicações dos frotistas ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que deliberou o adiamento do prazo.

Entenda a Resolução 363/2010Com a norma, ao cometer uma infração de trânsito,

o proprietário e o condutor do veículo devem se dirigir a um cartório, ou órgão de trânsito, para fazer o reconhecimento de fi rma por autenticidade. É obrigatória a presença de ambos, implicando custos fi nanceiros, perda de tempo e mais burocracia.

Ponto eletrônico só em 2012Mais uma vez as empresas têm

o prazo estendido para atender à obrigatoriedade do Registro Eletrônico de Ponto (REP), conforme determina a Portaria nº. 1.510, de 21 de agosto de 2009, do Ministério do Trabalho e Emprego. A nova data passou a ser 1º de janeiro de 2012, segundo portaria nº 1.979 do Ministério do Trabalho, em medida de caráter improrrogável. A data anterior, de 3 de setembro, representou o terceiro adiamento desde a primeira promulgação da lei.

O novo sistema abrange todas as empresas com mais de dez funcionários, e promete impactar setores variados – incluindo a locação de veículos. “Uma atividade

como a nossa, que absorve uma considerável quantidade de profi ssionais, terá prejuízos irreparáveis”, afi rma o diretor regional da King Rent a Car, do Espírito Santo, Márcio Gonçalves.

O empresário critica especialmente os altos custos para a implantação dos equipamentos. “Além da impressão em cada momento de registro, ainda devemos arcar com a manutenção das máquinas. Na verdade, as prorrogações já mostram que a medida apresentava problemas”, completa.

“O gasto para a compra do equipamento gira em torno de R$ 2 mil a R$ 4,5 mil, acrescidos de outras despesas necessárias para

Locadoras ganham mais uma batalha

34 abla setembro • outubro 2011

a alteração”, reforça Vitor Almeida, sócio-diretor da Divisão Trabalhista e Previdenciária da auditoria e consultoria BDO RCS.

De acordo com o Ministério, durante os 90 primeiros dias a fi scalização será para orientação. Nas duas primeiras visitas, será estabelecido o prazo de um a três meses para adequação. Após a terceira visita serão aplicadas ações repressivas.

Page 35: Revista Locação 41

Carne do sol nascenteQuem imagina o Japão apenas como um polo tecnológico se surpreende ao saber que de

lá também vem a carne mais cara do mundo: o kobe bife. Apesar de não terem a tradição de grandes produtores mundiais como Estados Unidos, Brasil, China e União Europeia, os japoneses criaram com detalhismo e perfeição a carne mais valiosa e uma das mais saborosas.

Proveniente do gado wagyu, sua extrema maciez provém da gordura. Mais precisamente da gordura intramuscular, que fi ca entre as fi bras. Além do clima, a seleção do gado é minuciosa, incluindo raças europeias, como shorton e angus, e coreanas. Depois, o processo de obtenção da carne ainda depende de alimentação, manejo e idade de abate. O preço? Cerca de R$ 150 por um prato bem caprichado.

Tem horas?Para os que ainda sabem o valor de

uma peça que não somente acompanha o tempo, mas também expõe o estilo de seu usuário, os relógios continuam em alta. E mesmo com a geração dos celulares e suas multifunções. Com modelos que chegam a R$ 20 mil, a Raymond Weil aporta no Brasil até o fi m do ano.

Criada em 1976 em Genebra (Suíça), pelo fundador de mesmo nome, a marca mescla seu portfólio de modelos mais esportivos com desenhos mais tradicionais, elegantes em qualquer ocasião.

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VIDa eXeCutIVa

dica de leitura

Jogando para VencerA fi losofi a do maior técnico da história do

basquete universitário norteamericano, John Wooden, foi retratada na obra Jogando para Vencer. Reconhecido pela conquista de dez títulos nacionais, sendo sete consecutivos, o treinador transformou seus comandados em vencedores com uma tese simples, mas arrebatadora. Para ele, a qualidade fundamental do atleta seria a paz de espírito, proveniente da consciência de ter feito o maior esforço possível para ser o melhor de acordo com seu potencial.

O treinador inspirou até a criação da Pirâmide do Sucesso de Wooden, um guia prático para a conquista da excelência no esporte e também na vida. Seu comportamento infl uenciou nomes como Bernardinho, que apresenta e comenta o livro. É o terceiro título da coleção Na Vida como no Esporte, organizada pelo técnico da seleção brasileira de vôlei masculino.

Viagem em miniaturaMais uma super atração para quem planeja curtir férias com os fi lhos

em Orlando (EUA). Além dos já conhecidos e famosos parques da Disney e Universal, Sea World e Busch Gardens, os viajantes podem curtir o mais novo parque temático da Lego, o Legoland.

Com uma grande diversidade de cenários formados por miniaturas de prédios, animais selvagens e até um castelo, o local terá quatro montanhas-russas e outras atrações

feitas com as peças de montar. Entre elas um Ford Explorer montado com 380 mil bloquinhos. Criado por uma equipe de 22 designers, o modelo levou 2.500 horas para fi car pronto e chama a atenção dos afi cionados por carros.

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A quem interessa o aumento do IPI?Algumas considerações do ponto de vista da indústria de locação de veículos.

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ARTIGO

O sistema de incentivos da medidaDemonstrado o agudo interesse das locadoras de

veículos na questão do aumento do IPI para veículos importados, resta identifi car como tal medida contribuirá para o progresso do Brasil. Afi nal, toda e qualquer política econômica produz sistema de incentivos que afeta o mercado e, por esse motivo, deve atender à seguinte determinação constitucional:

“Constituição, art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fi m assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (…)”

Os princípios constitucionais previstos no art. 170 da Constituição vão da promoção da soberania nacional e da busca do pleno emprego ao respeito à propriedade privada, à proteção da livre concorrência e à proteção do consumidor. Os princípios devem ser interpretados em conjunto, identifi cando-se o impacto de determinada política econômica na promoção ou supressão de determinado objetivo constitucional.

O aumento do IPI dos veículos importados se trata de uma medida discriminatória que coloca veículos nacionais em posição competitiva privilegiada no mercado interno, ofendendo ao princípio da livre concorrência. A menor oferta de veículos também tende a reduzir as forças de mercado que induzem ao fornecimento de veículos de melhor qualidade a menores preços, causando prejuízo ao princípio da defesa do consumidor. O princípio da soberania nacional também não parece atendido, pois o aumento do IPI dos veículos importados não induz ao desenvolvimento de diferenciais competitivos pela indústria automobilística para concorrer em nível mundial, apenas gera barreira tributária que tende a longo prazo confi nar a indústria brasileira nas protegidas fronteiras nacionais. E a busca do pleno emprego não parece ser atendida, porque o pleno emprego de qualidade se dá

A recente medida adotada pelo governo federal de elevar em 30% o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados é fato de interesse geral da sociedade brasileira e, também, para a pauta específi ca da indústria de locação.

A elevação do IPI para veículos importados se propõe a ser analisada como componente da política econômica governamental. A motivação dessa medida, segundo pronunciamento do governo, é proteger a indústria automobilística nacional da concorrência predatória de veículos estrangeiros. Os resultados esperados seriam a preservação do parque fabril diversifi cado e os empregos a eles associados.

A partir desses elementos tributários e de política econômica, inicia-se a exposição técnica do ponto de vista das locadoras de veículos.

O interesse das locadoras de veículosSendo as locadoras compradoras de 10% da

produção nacional, qualquer medida que impacte o preço e a disponibilidade dos veículos é de seu interesse. Entretanto, restringir a análise a esse tópico é ignorar as demais inter-relações entre locadoras e montadoras de automóveis.

As locadoras são a porta de entrada da inovação automotiva no mercado consumidor. Elas reproduzem em ritmo acelerado todo o ciclo econômico do veículo no varejo, permitindo às montadoras anteciparem qual será a reação do mercado a inovações e lançamentos que se constituam em diferenciais competitivos. Vidros e travas elétricos, quatro portas, ar condicionado, freios ABS, air bags e motores fl exfuel são apenas algumas das inovações que se tornaram padrão da indústria de locação antes de se difundirem no restante do mercado. Essa mesma característica favorece a entrada de novos concorrentes no mercado automotivo, que oferecem novas propostas e outros diferenciais aos consumidores que aperfeiçoam a experiência da locação.

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com o crescimento econômico sustentável pelas forças do mercado, não com barreiras tributárias que podem a qualquer momento ser derrubadas. Os princípios constitucionais aplicáveis à ordem econômica não parecem ser atendidos pela medida.

Não se entende a medida como instrumento de política econômica de qualidade. Certamente o aumento do IPI não é medida de política monetária com o objetivo de combater a infl ação, pois encarecer o preço dos veículos importados apenas gera mais infl ação. A medida não integra a política cambial, pois a despeito de recente aumento da cotação do dólar nas últimas semanas há anos o Brasil padece do excesso de dólares na economia nacional, valorizando artifi cialmente o real e retirando competitividade do produto nacional frente ao importado. Na contramão de várias outras medidas tomadas pelo governo nos últimos anos para evitar o ingresso de dólares no Brasil, o aumento do IPI claramente induz à manutenção desses dólares no país, acentuando o problema cambial. A medida em análise também não parece ser política fi scal, pois o governo adotara várias medidas de austeridade, e o discricionário aumento de tributação certamente inibirá a expansão da atividade das montadoras estrangeiras e tende a reduzir o marketshare de tais empresas no país, a longo prazo reduzindo a arrecadação.

Uma última análise: a medida não parece pertencer a política industrial digna desse nome. No passado recente, o governo adotou instrumentos tributários com claro intuito de política industrial, marcadamente a redução do IPI ocorrida a partir de 2008. Não se concebe política industrial baseada no aumento dos preços dos produtos, como ocorre com o aumento do IPI, mas com a adoção de medidas para aumentar a efi ciência da indústria nacional. Boas políticas industriais promovem o aumento da efi ciência da indústria benefi ciada, resultado que não é percebido como factível com o aumento do IPI dos veículos importados.

ConclusãoO aumento do IPI dos veículos importados só

interessa às próprias montadoras nacionais, as quais com os bons números apresentados nos últimos tempos não precisavam de ajuda para enfrentar a concorrência. A indústria nacional vende muito, exporta muito e sofre competição saudável do produto estrangeiro.

As locadoras de veículos são diretamente afetadas pelo aumento do IPI, que inibe seu papel como agentes que introduzem a inovação da indústria automotiva no mercado consumidor. Infelizmente, a medida governamental impede que as locadoras de veículos ofereçam mais e melhores alternativas a menores preços aos seus clientes, resultado muito indesejável para o desenvolvimento do setor.

O aumento do IPI dos veículos importados é medida que produz perverso sistema de incentivos. Ao induzir ao aumento da competitividade da indústria nacional, não cria bases para a expansão sustentável de postos de trabalho, não se alinha a qualquer política de proteção ao consumidor e não promove nenhum princípio constitucional aplicável à ordem econômica. Como política econômica, parece uma medida amplamente equivocada em várias dimensões, pois incentiva o aumento da infl ação pelo encarecimento dos veículos e agrava a questão cambial ao induzir à manutenção de dólares na economia nacional, sem incentivar nenhum aumento da efi ciência da indústria nacional como boas políticas industriais devem fazer. Trata-se de infeliz exemplo de “política pública” equivocada.

Adriano Augusto Pereira de Castro

Advogado especialista na indústria de locação de veículos (OAB/MG 94.950)

Assessor jurídico do Sindloc-MG e da ABLA - (31) 3224-1292 ou [email protected]

Professor e mestre em Direito Empresarial

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Adriano Augusto Pereira de Castro

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Conrado Adolpho

Em uma leitura atenta dos meios de

comunicação, sejam jornais, rádios, sejam programas

de TV, percebemos a profusão de notícias sobre

novatos do mercado, como Facebook, Orkut, YouTube

ou Twitter.

O mundo empresarial tradicional – aquele

formado de aço e tijolos –, perplexo diante de

mudanças que mal pode acompanhar, se pergunta

para onde vamos. As conversas de corredores mais

parecem a anunciação do apocalipse.

O fato é que, se pararmos para analisar esse

quadro, veremos que o ser humano não mudou

muito nos últimos, digamos, mil anos. Continuamos

com nossas angústias diante da morte, precisando

comer e viver em pares. O que mudaram foram as

ferramentas, o chamado “contexto”.

Não existia o Orkut na década de 80, mas as pessoas

entoavam o bordão Quem matou Odete Roitman? É fácil,

hoje, imaginar uma comunidade no Orkut com esse

nome, bem como é fácil imaginar uma comunidade

com o nome “Eu amo Ovomaltine do Bob’s”. Pessoas

sempre cultuavam marcas e as tomavam como pano

de fundo de sua própria identidade. Falavam bem de

produtos ou exprimiam seus estilos de vida por meio

de adesivos de carro ou bordões populares. Com a

crescente massificação da internet e da banda larga,

veio a denominada web 2.0. Agora somos nós, reles

mortais consumidores, quem produzimos o conteúdo

que invade o mercado – o que sempre quisemos dizer,

mas que nunca nos deram chance nem espaço de falar.Em qualquer modelo econômico, quem detém os

meios de produção tem o braço forte na economia.

O poder das redes sociais para a geração de negócios

Se antes só veículos como TV e jornal detinham os

meios para produzir e veicular a informação, hoje

qualquer consumidor pode fazer seu próprio programa

de TV com uma câmera de celular e divulgá-lo no

YouTube, o que gera uma grande conversa – esse é o

princípio das redes sociais.

Percebemos, portanto, que o “novo mundo” não

traz regras tão diferentes das do “velho mundo”. Nossos

costumes mudaram. O paradoxo em que estamos

inseridos, contudo, reside no fato de que, ainda que

o ser humano não tenha mudado em sua essência,

segue guiando nossa economia pelos caprichos de sua

própria espécie. As transformações baseadas nas novas

tecnologias são mais profundas do que saber mexer no

Facebook ou “subir” um vídeo no YouTube. A mudança é

sociocultural.

A chave para transformar redes sociais em

instrumentos de negócio é entender a essência do ser

humano. A lógica do “produzir e comunicar para vender”

dá lugar ao “comunicar para engajar, ouvir para produzir

e adaptar para vender”. Algo bem complexo para ter

mudado apenas nos últimos 10 ou 15 anos e exigir a

rápida adaptação das empresas.

O sucesso nas redes sociais não tem tanto a ver com

perfis na internet, tem muito mais relação com fazer de

forma verdadeira e interessada aquilo que o consumidor

desde sempre desejou como ser humano: ser ouvido.

Conrado adolphoé palestrante, escritor, professor universitário e especialista em marketing e gestão empresarial

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