revista informativo abo-df 41

48
Publicação da Associação Brasileira de Odontologia - Junho/2010 - Edição 41 Distrito Federal 50 anos de Odontologia Destaque: Brasília é destaque em Washington Reconhecimento: Mãe de Renato Russo declara amor pela cidade Especial: Doenças da cabeça têm tratamento

Upload: cido-web

Post on 08-Mar-2016

234 views

Category:

Documents


7 download

DESCRIPTION

Revista Informativo

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Informativo ABO-DF 41

Publicação da Associação Brasileira de Odontologia - Junho/2010 - Edição 41

Distrito Federal

50 anos de Odontologia

Destaque: Brasília é destaque em

Washington

Reconhecimento: Mãe de Renato Russo

declara amor pela cidade

Especial:Doenças da cabeça

têm tratamento

Page 2: Revista Informativo ABO-DF 41
Page 3: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 3

Editorial

Dr. Hamilton Melo,presidente da ABO-DF

Foi dada a largada, começa mais uma corrida à sucessão nas eleições ma-joritárias para mais um mandato de quatro anos. Uma oportunidade para tomar decisões e, principalmente, para reflexão. Precisamos reconhecer que houve, nos últimos anos, muitas conquistas sociais, mas as expensas de uma

carga tributária cada vez mais extorsiva.

O povo brasileiro é um dos que mais pagam impostos. Somos penalizados por taxas abusivas que nos engessam em obrigações e compromissos compulsórios. Para a população carente a situação ainda é mais grave, pois, muitos, desconhecem os benefícios da cidadania plena: ruas asfaltadas, escolas, saúde, água, dignidade.

Os diversos incentivos para mudar esse quadro, como bolsa escola, cotas e outros privilégios precisam vir acompanhados e de mudanças estruturantes para que a realidade dessas pessoas tenha perspectivas.

Para a classe média, vive o dilema de sempre um degrau a mais para subir e os altos impostos para administrar. Já é chegada a hora de mexer com os mais abastados e taxar as grandes for-tunas diminuindo a sobrecarga dos trabalhadores que provêm tudo que acontece nesse país. É preciso planejar a distribuição de renda.

Como profissionais liberais, a maioria dos cirurgiões-dentistas está no meio termo, uma classe esclarecida, ciente de seus deveres, cumpridores de suas obrigações, altamente preparados, mas massacrados pelos elevados tributos sociais.

Esse é o momento de refletirmos e analisarmos o perfil de quem queremos para líder, o perfil daqueles que escolheremos para conduzir o futuro de nosso pais.

A corrupção na Política Brasileira não é uma novidade desde os tempos de Colônia. Temos, aos poucos, conseguido avançar em grandes conquistas a partir da democratização deste país, conseqüentemente, conquistamos o direito de ver muitos desses bandidos sendo penalizados. Sabemos que ainda temos muito para avançar.

No caso do Distrito Federal é preciso abrir um parêntese, pois nunca fora tão descarada como agora e, infelizmente, tudo caminha tão lentamente que penso como seria importante a intervenção. Mais uma vez acredito, seria a única forma de colocar os tresloucados usurpa-dores do dinheiro público na cadeia. A vida continua e exige de nós mortais o cumprimento do nosso dever, mas não poderia deixar de registrar que o estado instituído é extremamente burocrático e cúmplice de toda bandalheira administrativa.

Em se tratando de ABO, a diretoria tem trabalhado para promover ações que valorizem o profissional da Odontologia e procuramos parcerias que visam beneficiar o associado. Agora, levamos até você uma nova edição de nossa revista, com matérias atuais e escritas com uma leveza agradável de ler. Assuntos, como o Distúrbio Bipolar e a Síndrome do Pânico, a capa-cidade empreendedora da mulher, os destaque de nossa Odontologia em nível internacional, o memorial da Odontologia, que traz mais uma matéria de nossa história com um brilhante trabalho do Dr. Silvio Carneiro reportando mais um de nossos expoentes o Dr. José Honório, em fim um trabalho que dá ênfase ao prazer da boa leitura.

As ações da ABO-DF visam integrar todos os profissionais da Odontologia. Boa leitura!

EditorialCenário político atual requer reflexão para mudanças

Page 4: Revista Informativo ABO-DF 41

ABO-DF faz parceria com a Renault do Brasil e garante descontos para os associados

O convênio assinado entre a Associação Brasileira de Odontologia do Distrito Federal e a Renault do Brasil irá garantir aos associados a compra de veículo da marca na modalidade Venda Direta da Fábrica, de acordo com a tabela de preços e ainda a garantia de desconto para frotista.

Os associados interessados deverão comprovar que fazem parte do quadro da ABO-DF por meio da carteirinha da associação ou carta em papel timbrado. O convênio tem validade de 90 dias, iniciado em 26 de maio.

Imperdível

Mais informações na Secretaria da

ABO-DF 34454800

Page 5: Revista Informativo ABO-DF 41

Sumário

DIRETORIA EXECUTIVAHamilton de Souza MeloPresidente Marcelo Henrique de Negreiros PintoVice-PresidenteLuciana Freitas AraújoSecretária Geral Larissa Medeiros Léda1º SecretáriaJoão Gilberto Barbosa MachadoTesoureiro GeralPedro de Alcântara Bernardes Júnior1º Tesoureiro

CONSELHO FISCAL - MEMBROS EFETIVOSAdhemar Paolielo FreireSebastião Viana PalharesAdriana De Andrade Nagatani

CONSELHO FISCAL - MEMBROS SUPLENTESEcy Da Silva Almeida Sebastião Paulino SalesSamir Rezek

COMISSÃO DE DEFESA DE CLASSE – EFETIVOSOrlando Ayrton De ToledoMaria Das Graças B. De Queiroz GerolinLarissa Ribeiro De AlmeidaClaudine Sousa Sáteles Carrijo

COMISSÃO DE DEFESA DE CLASSE – SUPLENTESLuciano Leal Duarte Delcides Caetano Pereira NetoFlávia Carneiro NunesDanuza Gonçalves De Souza

DIRETORIA DA UNIABOSérgio De Freitas PedrosaAna Cristina Barreto BezerraLaudimar Alves De Oliveira

DIRETORIA SOCIAL Elen Alves Arruda QueirozMaria Das Graças GerolimJosemar Bezerra De Sousa

DIRETOR DE ESPORTESRoberto Amaral

PRESIDENTE DO MEMORIAL DA ABO-DFSilvio Carneiro

COORDENAÇÃO COMERCIAL E INFORMÁTICAJosé Aparecido Flor de Souza

PRODUÇÃO DE TEXTODocumenta Comunicação

FOTOGRAFIABanco de Imagens da ABO-DF,

PROJETO GRÁFICO, CAPA E EDITORAÇÃOEvaldo Gomes de Abreu

TIRAGEM6000 exemplares

IMPRESSÃOGráfi ca e Editora Ideal - (61) 3344-2112

*Não nos responsabilizamos por conceitosemitidos por artigos assinados

Editorial ..............................................................................................................................................................................3

Especial: Doenças da cabeça ........................................................................................................................................6

Aprendendo a viver .........................................................................................................................................................9

Uso racional de medicamentos ................................................................................................................................ 10

Mulher na Odontologia .............................................................................................................................................. 12

Empresário Robério Filho defende que a Odontologiadeve ser exercida em sua totalidade ........................................................................................................................ 14

Dentista cidadão .......................................................................................................................................................... 16

Brasília 50 anos ............................................................................................................................................................. 18

Ipea divulga estudo sob re os 50 anos de Brasília ................................................................................................. 18

Memorial da Odontologia ......................................................................................................................................... 20

Faculdades de Odo ntologia do Distrito Federal recebem visita da ABO-DF ................................................ 27

Saúde Bucal deve ser incluída nos tratamentos hospitalares ........................................................................... 28

Lançada no Senado Federal a nova Classifi cação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Odontológicos ................................................................................................ 33

Odontologia brilha nos Estados Unidos ................................................................................................................. 34

Coordenador de Ortodontia da EAP apresenta tese de doutorado nos Estados Unidos............................ 36

FDI’2010 – Salvador, Bahia ........................................................................................................................................ 37

Fim do PDE ..................................................................................................................................................................... 44

ABO-DF sorteia carros para sócios em dia ............................................................................................................. 45

Informativo da Associação Brasileira de Odontologia - Seção - DFSGAS 616. Lote 115 – Cep: 70200 - 760 – Tel: (061) 3445.4800 Fax: (061)3445.4848www.abo-df.org.br – [email protected]

Page 6: Revista Informativo ABO-DF 41

6 R evista ABO/DF | Junho/2010

Especial

A Síndrome do Pânico e o Transtorno Bipolar são con-siderados doenças da moder-nidade. De uns 15 anos para

cá, essas patologias viraram moda, in-clusive entre artistas e pessoas famosas. Hoje, é possível acompanhar os avan-ços do tratamento por meio de livros, depoimentos e estudos científicos. Nes-ta reportagem, você tem o testemunho de um paciente da Síndrome do Pâni-co, mas que por questões éticas pediu que não fosse identificado. Assim, será tratado aqui como entrevistado A. O certo é que essas doenças afetam cen-tenas de pessoas, em suas rotinas e em seus ambientes de trabalho.

Síndrome do PânicoUma sensação de morte, um medo que parece sem origem, uma vonta-de de sair correndo para algum lugar, um coração que bate acelerado. Esses são alguns dos sintomas definidos pe-

los pacientes que sentem a chamada Síndrome do Pânico. “É difícil definir Síndrome do Pânico para mim, de fato posso afirmar que nenhum exame mé-dico combinava com o meu estado de saúde naquele momento”, relata o en-trevistado A.

Muitos médicos reconhecem que a Sociedade discrimina as pessoas que sofrem da doença. “As pessoas que sofrem da Síndrome não precisam sair falando para os outros, mas é impor-tante contar com uma rede de supor-te”, indica o psicólogo pela UnB, Mar-celo Carneiro Medeiros de Souza, que possui especialização em terapia con-jugal e familiar pelo Cefam (Centro de Estudos da Família).

A Síndrome do Pânico pode ser en-tendida como uma categoria da ansie-dade. Todos possuem ansiedade, mas em alguns casos ela pode se apresen-tar com fortes sensações sem controle. “São ataques de 15 a 20 minutos ou de no máximo uma hora. Essas pessoas ficam com muita falta de ar e sensação de morte eminente”, esclarece Mar-celo. Em geral, a doença se manifesta com mais freqüência na fase adulta.

Familia, terapia e medicamentos ajudam pacientes com Transtorno Bipolar e Síndrome do Pânico

Doenças da cabeça podem ter uma solução mais rápida quando os pacientes possuem apoio familiar

Page 7: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 7

Ansiedade

Os estudos apontam para algum tipo de componente genético, “isso signi-fica que pessoas que tenham parentes com essa doença podem desenvolver os sintomas”. Para escapar dessa sen-sação, muitos elegem uma ou mais pessoas que funcionam como seu por-to seguro. “Os pacientes preferem não sair de casa e quando saem gostam de ter por perto a pessoa que elegeu como suporte”.

O psicólogo Marcelo lembra que a ansiedade faz parte da vida do ser humano. “Na vida normal, a ansieda-de faz parte do cotidiano, como uma entrevista de emprego, o problema é quando a pessoa não sabe estabele-cer o limite do equilíbrio”. A Síndro-me do Pânico pode aparecer também em pessoas com mais de 35 anos que nunca apresentaram os sintomas. Isso ocorre quando não há controle da ro-tina e dos seus limites para suportar a demanda externa.

“Há anos tenho uma vida com horá-rio de trabalho exagerado isso foi ge-rando um desconforto físico e mental muito forte, como não obedeci meu li-mite um belo dia não suportei de tan-to trabalhar, deitei em minha cadeira e saí direto para a SAMU. Minhas forças se esgotaram a ponto de não ficar de pé. Eu tinha certeza que ia morrer. Fi-quei cada vez mais lento, sem forças, um mal estar de falência total, pouco pulso e gelado, mal conseguia falar”, lembra o entrevistado A.

SoluçãoA boa notícia é que já há tratamento. Os pacientes devem ser submetidos a um acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Enquanto o psicólogo

busca a razão que gera a ansiedade, o psiquiátrico faz uso de medicamentos que amenizam a sensação de ânsia e antidepressivos. De fato, há vários métodos e linhas diferenciadas para li-dar com a doença. “A mais comum é a cognitivo comportamental que ensina o paciente a lidar com os ataques”.

Como relata A, no início de suas crises, o maior desejo era descobrir as causas, “eu só pedia a Deus uma explicação, pois ao ler meus exames os médicos pediam para repetir e me diziam que eu estava ótimo e me olhavam como se eu tivesse inventando algo. Até que outra crise veio e um médico a contro-lou. Até isso ocorrer passei por quatro momentos bem desconfortáveis da crise. A partir dai tudo foi melhoran-do e ficamos mais tranqüilos, os medi-camentos tiveram muita importância para o nível do meu estresse”.

As pessoas que passaram por uma separação, perda de um dos pais na infância ou que possuem dificuldades de manter relacionamentos pessoais, além das que possuem características perfeccionistas são as mais propícias a desenvolver a Síndrome. “O ideal é que o paciente se esforce a não parar as suas atividades. Acontece é que, às ve-zes, a pessoa não suporta, mas quanto mais ela conseguir permanecer na ati-vidade melhor”, reforça Marcelo.

Como testemunha A, cada paciente deve ser tratado individualmente. “Eu utilizei medicamentos que no início eram ótimos, mas depois co-meçaram a fazer mal e, por fim, mi-nha intuição falou mais alto e aboli bastante os medicamentos pois era hora de parar e não trocar ou redu-zir a dose”. Outra questão é que os pacientes devem procurar se ajudar e descobrir caminhos alternativos

Apoio e reconhecer fragilidades ajudam na cura

Page 8: Revista Informativo ABO-DF 41

8 R evista ABO/DF | Junho/2010

para aliviar a ansiedade e o estresse. “o esporte foi muito importante para o meu caso, gosto de jogar futebol. Por fim, consegui retomar minha ro-tina e meu trabalho”.

Mesmo sabendo que há particulari-dades é possível extrair algumas re-comendações gerais para os pacientes da Síndrome do Pânico. O primeiro passo é buscar a compreensão da fa-mília e dos amigos. Não se trata de um chilique. “No meu caso eu dimi-nui o ritmo e busquei apoio na família e em Deus, além dos profissionais que me ajudaram. Foi preciso de humil-dade para reconhecer que o médico psiquiatra era essencial para a minha recuperação”.

Transtorno BipolarSe a Síndrome está relacionada à an-siedade, o Transtorno tem a ver com o humor. É uma espécie de alter-nância entre a depressão e a euforia, chamada de mania pelos psicólogos. Os delírios e alucinações só ocorrem em alguns casos. E quando ocorrem são as situações mais graves, o que é mais raro. Os principais sintomas são as va-riações de humor. Ora a pessoa está depressiva - pouca energia física e mental, triste, desesperançada - , ora eufórica ou maníaca - ideias de gran-deza, aceleração do pensamento, fuga, aumento da libido, pouca necessida-de de sono. “Os pacientes começam a enxergar coisas que não existem na vida real”, explica Marcelo Medeiros. O resultado pode ser desastroso, como fazer uma interpretação errada das si-tuações cotidianas.

A principal dificuldade do Transtorno é manter o equilíbrio. “É uma doença que se não for tratada prejudica mui-to a construção de uma carreira, pois a pessoa não consegue manter uma estrutura seqüencial da sua rotina”, esclarece. Os ciclos do Transtorno po-dem variar de uma semana a um mês. Os períodos de depressão, em geral, são mais prolongados que os de ma-nia.

Os momentos de mania podem exa-cerbar a libido e podem provocar, in-clusive, a busca de fuga por meio de drogas. “Na fase da euforia, essas pes-soas passam a ter idéias grandiosas, acham que podem tudo, mas, na pra-tica, não conseguem dar continuidade aos seus delírios, o que com certeza leva a frustração e, conseqüentemente, à depressão”.

Apoio FamiliarMais uma vez, a família é peça funda-mental na recuperação desse paciente. O entendimento e a compreensão são parte do tratamento que deverá ter acompanhamento psicológico e psi-quiátrico. Para que seja diagnosticado um caso de Transtorno Bipolar, os pa-rentes são fundamentais, pois poderão relatar com maior clareza os sintomas. Nem sempre, as pessoas que sofrem do mal têm condições de reconhecer que estão doentes.

“Parentes de primeiro grau com algu-mas dessas doenças, têm duas vezes mais possibilidades de desenvolver uma dessas doenças do que os que não têm”, revela Marcelo. É importan-te entender que esses sintomas vão va-riar de pessoa para a pessoa.

Page 9: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 9

Aprendendoa Viver

Pelos seus espaços, suas lem-branças, Renato Russo tem tudo a ver com Brasília. Não é por acaso que o cantor é home-

nageado por toda cidade. O Espaço Cul-tural Renato Russo na 508 Sul é apenas uma dessas marcas. Lembranças físicas ou abstratas, sua letra e sua música per-correm as largas avenidas do Distrito Fe-deral, a arquitetura arrojada e o encanto azul do céu.

Por reconhecer o talento e a dedicação do poeta e artista Renato Russo, a Asso-ciação Brasileira de Odontologia (ABO--DF) abre a palavra a sua mãe, Maria do Carmo Manfredini, que se declara uma apaixonada por Brasília. Além de pro-fessora, é bandeirante e vicentina.

“Tenho a certeza de que o caráter e o respeito humano são valores que deve-mos incutir numa criança, para que ela se torne um adulto, feliz, integro e rea-lizado dentro da sociedade da qual faz parte. Assim tentei orientar não só meu filho Renato, como também os outros dois. Renato foi uma criança tranquila, estudiosa, muito inteligente, dócil e que nos deu muitas alegrias e muitíssimos cabelos brancos a partir do momento em que ele começou na vida artística, onde as drogas eram o passaporte para a sua aceitação no grupo.”

DeclaraçãoNão soube, enquanto ele viveu, que era portador do HIV, soube no dia de sua

Mãe de Renato Russo declara seu amor por Brasília

Na Capital Federal desde 1973, Carminha, como é conhecida, dá lição de vida

morte pelo noticiário. Amigos me dis-seram que ele procurou evitar que eu sofresse. Hoje em dia, eu lidaria com a AIDS, como lidaria com outra doença qualquer, com cuidados, preocupação e em momento algum com preconceito, isso seria simplesmente ridículo.”

AmadurecimentoHoje em dia acho que a sociedade já está mais esclarecida e o preconceito, embora ainda existente, já está bem menor. Sem-pre tive preocupação com as pessoas mais carentes e procuro focalizar muito de minha energia e tempo disponível no sentido de minorar as necessidades, tan-to físicas como materiais das pessoas que me procuram. Aprendi, nesta vida, que não há ninguém melhor ou pior que nós, apenas pessoas que não tiveram as mes-mas oportunidades para que pudessem desenvolver suas reais potencialidades na sociedade da qual fazem parte”.

Maria do Carmo Manfredini dedica-se às crianças carentes de Brasília

Page 10: Revista Informativo ABO-DF 41

10 R evista ABO/DF | Junho/2010

Artigo

No Brasil, somente médicos e cirurgiões-dentistas são profissionais prescritores de medicamentos a huma-

nos. De acordo com a lei 5081 , que rege o exercício da Odontologia no país, é permitido ao cirurgião-dentista ”prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo indicadas em Odontologia”. Conside-rando o ato da prescrição de extrema responsabilidade, todas as condutas adotadas neste sentido devem ser fun-damentadas e baseadas em evidências científicas. Dentre elas está o uso ra-cional de medicamentos.

Em 1985, durante a Conferência Mun-dial sobre o Uso Racional de Medica-mentos em Nairobi, definiu-se “Existe uso racional quando os pacientes rece-bem medicamentos apropriados a suas necessidades clínicas, em doses ade-

Uso racional de medicamentos quadas às particularidades individuais, por período de tempo adequado e com baixo custo para eles e sua comunida-de”. Infelizmente, na prática percebe-se que a multiplicidade de produtos far-macêuticos, a prática comum da auto-medicação, o comodismo do prescritor, aliado a seu desconhecimento farmaco-lógico, às expectativas do paciente e à pressão da indústria farmacêutica são fatores geradores do uso irracional de medicamentos. Por isso, o prescritor precisa estar atualizado corretamente com informações isentas, sem qualquer interferência de propagandistas de la-boratório e de interesses comerciais.

A prescrição racional é um processo dedutivo e lógico, baseado em infor-mações abrangentes e objetivas, não sendo uma receita de bolo, uma ação reflexa ou uma resposta a pressões comerciais. Para tanto, o profissional deve se apoiar em critérios funda-mentais para o estabelecimento do esquema terapêutico, como a indica-ção correta do medicamento, a seleção (baseada em eficácia, segurança, con-veniência operacional, disponibilida-de e custo), a prescrição, informação e seguimento do paciente. A prescrição pressupõe conhecimentos de farma-cologia, quanto a ações, efeitos e es-quemas de administrações de drogas. Há fundamentos farmacocinéticos e farmacodinâmicos que definem a dose a ser empregada, via, método, horário e cuidados da administração, interva-

Painel sobre Uso Racional de Medicamentos: Contri-buição para a Segurança do Paciente. Participantes: Prof Dr Eduardo Barbosa (USP)Profa Dra Érica Negrini Lia (UNB),Eugenié Desirré Ra-belo Neri (UFC), Marisa Lea (INCOR/USP)Antônio Alves Ferreira – Conselho Estadual de Saúde – Fortaleza – CE)

Profª Dra. Erica Negrini LiaProfª Adjunta do Departamento

de Odontologia da Universidade de Brasilia (UnB)

Page 11: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 11

Uso racional de medicamentos lo entre doses e duração do trata-mento. Não se pode esquecer de que o paciente é parte essencial e membro ativo da relação com o profissional e deve receber sem-pre orientação adequada.

Vale ressaltar que os prescritores que se dispõem a realizar atua-lização contínua tornam-se alta-mente competentes e mais bem preparados para adequada sele-ção de condutas.

Odontologia x URMPela primeira vez, a Odontologia participou do III Congresso Brasi-leiro sobre Uso Racional de Medi-camentos ocorrido em outubro de 2009 por iniciativa da ANVISA, OPAS, Ministério da Saúde e Go-verno do Estado do Ceará. O cur-so “Decisão clínica envolvendo o uso de medicamentos em Odontolo-gia” foi ministrado pelas Professoras Patrícia Medeiros de Souza (Departa-mento de Farmácia/UnB) e Erica Ne-grini Lia (Departamento de Odontolo-gia/UnB). Também no painel sobre o Uso Racional de Medicamentos: Con-tribuição para a Segurança do Pacien-te a Odontologia esteve presente.

Com o intuito de incentivar o Uso Racional de Medicamentos, o Minis-tério da Saúde mantém uma lista de medicamentos essenciais (RENAME),

coordena o Comitê Nacional para Uso Racional de Medicamentos, incentiva o ensino deste conteúdo nos cursos de graduação e pós-graduação, contri-bui para a divulgação de informações isentas de interesse privados e coorde-na programas que promovem o acesso aos medicamentos em todo o país. O Formulário Terapêutico Nacional 2008 “ RENAME 2006 está disponível pelo site http://portal.saude.gov.br/por-tal/arquivos/multimedia/paginacar-tilha/iniciar.html (clicando no ícone AJUDA é possível baixar em pdf e salvar no computador)

Profa Erica Negrini Lia no III Congresso Brasileiro sobre Uso Racional de Medicamentos

SITE DE CONSULTAhttp://www.opas.org.br/medi-camentos/ (informações gerais sobre medicamentos)http://www.consultaremedios.com.br/ (preços de medicamentos)

BIBLIOGRAFIA Wannmacher L. Ferreira, MBC Farmacologia Clínica para den-tistas. 3ª ed. Rio de Janeiro, Gua-nabara Koogan; 2007

Page 12: Revista Informativo ABO-DF 41

12 R evista ABO/DF | Junho/2010

Mulher naOdontologia

A cirurgiã-dentista Carla Car-valho sabe que a vida mudou depois que nasceu sua pri-meira filha Camila. O tempo

que antes era dedicado apenas as ativi-dades profissionais, agora, precisa ser melhor equilibrado com a vida domés-tica. “As prioridades em minha vida mudaram. Apesar da grande dedicação a minha profissão, não posso deixar de lado minha filha e meu marido. Tento manter o máximo de tempo possível disponível com eles, principalmente à

Dupla jornada exige visão empreendedoraMulheres empreendem e superam os homens na administração de negócios

noite e durante os fins de semana. Sem-pre que estou retornando do trabalho, já vou pensando sobre o quê irei fazer para o jantar”, conta Carla.

Como profissional da área de saúde, Carla é uma das mulheres que se viu obrigada a desenvolver o lado empre-endedor. “Quando solteira, morava com meus pais. Havia tempo para me dedicar mais a profissão. Concluí o mestrado em Ciências da Saúde na UnB. Simultanea-mente, realizei o curso de Especialização em Ortodontia na UFG, em Goiânia, já trabalhava na Polícia Militar do Estado de Goiás e ainda atendia em consultório particular”. Uma rotina compartilhada pela maioria das mulheres.

A situação merece um olhar ainda mais especial diante dados do Conselho Re-gional de Odontologia do Distrito Fe-deral. Dos 5.643 registrados no CRO, 3.203 são mulheres. “As mulheres vêm se dedicando à Odontologia já faz um tempo”, reconhece o vice-presidente da ABO-DF, Marcelo Negreiros. No leque de oportunidades, a estética, em geral, é a especialidade preferida delas.

Mundo dos Negócios

Reconhecidas pela sua força, as mu-lheres brasileiras superam os homens no mundo dos negócios. Dos 18,8 milhões de pessoas à frente de em-preendimentos em estágio inicial ou

Carla com a família em rotina difícil de trabalho

Page 13: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 13

Dupla jornada exige visão empreendedoracom menos de 42 meses de existência no Brasil, 53% são mulheres e 47%, homens. É o que mostra a mais nova edição da pesquisa Global Entrepre-neurship Monitor, a GEM 2009. Uma das novidades do estudo é que pela primeira vez a proporção de mulheres empreendendo por oportunidade su-pera a de homens na mesma condição.

Para conciliar a dupla jornada, as mu-lheres precisam de habilidade, além de visão empreendedora. Para Carla o segredo está na capacidade de res-peitar o espaço de cada atividade na agenda. “Com organização e impondo limites ao tempo destinado ao traba-lho e aos estudos, é possível conciliar a vida doméstica e a profissional. O se-gredo é estabelecer um tempo para se dedicar as necessidades do lar e contar com um marido que ajuda nas atribui-ções domésticas”, conta.

Como empreendedora, Carla conse-gue administrar bem sua rotina com a família e pacientes, “sou dentista da PM e atendo dois dias da semana no 16° BPM, em Formosa, nos outros três dias úteis da semana, me divido en-tre atender no consultório particular e dar aula no curso de especialização em Ortodontia da ABO-DF”.

Em 2009, além do Brasil, apenas ou-tros dois países registraram taxas de empreendedorismo feminino mais elevadas que as dos homens: Tonga,

com 61%, e Guatemala, com 54%. Já as brasileiras estão praticando um em-preendedorismo cada vez mais plane-jado e consistente. Sobre este aspecto, o estudo constatou que dos empreen-dedores por oportunidade 53,4% são mulheres e 46,6%, homens.

Metodologia

Criado em 1999, o Global Entrepre-neurship Monitor (GEM) é o maior estudo independente do mundo sobre a atividade empreendedora, cobrindo 54 países consorciados, o que repre-senta 95% do Produto Interno Bruto (PIB) e dois terços da população mun-dial. O GEM é coordenado pelo Global Entrepreneurship Research Associa-tion (GERA) - organização composta e dirigida pela London Business School (Inglaterra), pelo Babson College (Es-tados Unidos) e por representantes dos países participantes do estudo.

No Brasil desde 2000, o GEM vem se consolidando como importante refe-rência nacional para as iniciativas rela-cionadas ao tema empreendedorismo. O projeto é liderado pelo Instituto Bra-sileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), entidade que coordena e exe-cuta o Projeto GEM, tendo como par-ceiros o Sebrae, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/PR) e o Serviço Social da Indústria (Sesi/PR).

Page 14: Revista Informativo ABO-DF 41

14 R evista ABO/DF | Junho/2010

Entrevista

Empresário Robério Bandeira defende que a Odontologia deve ser exercida em sua totalidade

ABO - Robério, Brasília é constituída por pessoas que escolheram vir para cá, pessoas que foram trazidas e pes-soas que aqui nasceram, o que é o seu caso. Como você se sente participando da primeira geração de empresários genuinamente brasilienses?Brasília é uma cidade incrível, uma ter-ra que deu oportunidades a quem quis trabalhar e quem tinha idéia de parti-cipar da criação de um novo Brasil. Eu me orgulho muito de ser brasiliense, de ter minhas filhas nascidas e criadas aqui e quero retribuir tudo que esta ci-dade tem proporcionado a mim e mi-nha família, que optou em vir para cá.

ABO - É por isso que você tem atuado diretamente em projetos sociais?É. Nós vivemos uma situação de crise

Robério Bandeira

constante nas áreas de saúde, educação e segurança. É claro que o poder públi-co tem a obrigação de investir recursos nessas áreas e controlar o seu uso, mas eu acredito em ações simples e com baixo custo, que apresentam um dife-rencial, a médio e longo prazo, para o desenvolvimento da população caren-te, inclusive para a formação e geração de empregos.

ABO - Qual a sua opinião sobre a questão da inclusão da saúde bucal como uma política de saúde cidadã?Projetos preventivos são necessários para solucionar um problema na sua base. Com políticas públicas, voltadas para o amparo da saúde bucal da po-pulação de baixa renda, é possível mi-nimizar as conseqüências da falta de

Robério Bandeira é brasiliense, tem 31 anos, casado, pai de três meninas e trabalha desde 2000 na administração direta das empresas do Grupo Brasfort, que gera 10 mil empregos diretos e indiretos fundado por seu pai, Robério Bandeira, que veio do Ceará, casou e constituiu família em Brasília, chegando aqui em 1963.

Bacharelado em Ciências Jurídicas, Robério tem se destacado pela atuação como cidadão preocupado com a melhoria da qualidade de vida da população, principalmente das cidades do entorno, com efetiva participação em movimentos sociais, organizações não governa-mentais (ONGs), projetos e ações complementares que amparam a formação e a saúde de crianças e jovens.

Na sua atuação como cidadão pode-se destacar a posição de voluntário na Vara da Infân-cia e da Juventude, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, assume a diretoria como 1º Secretário do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores do Distrito Federal – SINDESP/DF e Vice - Presidente para Assuntos Financeiros Adjunto, da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores – FENAVIST.

Page 15: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 15

Editorial

Empresário Robério Bandeira defende que a Odontologia deve ser exercida em sua totalidade

informação, incentivando o cuidado pessoal com a higiene bucal e possibi-litando acesso ao tratamento adequado em fase inicial. O resultado é a melhora significativa na qualidade de vida des-sas pessoas, com atenção a saúde in-tegral e, até mesmo, uma redução dos tratamentos mais complexos.

ABO - Você não acha que estas ações não recebem o devido amparo políti-co e que atualmente os políticos estão muito desacreditados?É verdade e a população tem razão em cobrar posturas mais eficientes e éticas dos seus representantes. Mesmo com a atual crise política, é preciso acredi-tar numa mudança efetiva. Em ano de Copa do Mundo, posso dizer que a eleição acontece como a escalação dos jogadores que vão ao mundial. O critério para a escolha dos jogadores, ou políticos, que representam o país é decisiva para os resultados dos jogos – ou projetos, no caso da política. Uma vez eleitos os políticos, ou decididos os jogadores que entram em campo, o importante é apoiá-los, para que se atinja o melhor resultado. Na política, o amparo a cúpula governamental deve ir além da disputa entre partidos e sim em beneficio da população. Na Copa, depois de decidida a escalação, só po-demos apoiar e torcer, em quem nos representa.

ABO - Qual a sua percepção sobre a odontologia no Distrito Federal?É necessária a implantação de Políti-cas Públicas como forma de valoriza-ção, também dos profissionais. Como resposta, ganhos para a classe e para a população, com a ampliação e diversi-ficação de serviços, cada vez mais espe-cíficos e voltados para um atendimento totalitário, que envolva as mais diver-sas especialidades. Com a contratação de profissionais especializados e dispo-níveis para atendimento no SUS.

ABO - Em função das suas respostas, acredito que estamos diante de al-guém preocupado em contribuir com a classe odontológica e com progra-mas nesta área. É isso?Sem dúvida. Estou sensível as deman-das da classe e disposto a rever e for-mular projetos, que atendam satisfato-riamente a demanda deste contingente. Desta forma, contemplamos a popula-ção, com a prestação de um serviço ne-cessário e ainda proporcionamos novas vagas ao setor.

ABO - Robério, pra finalizar, se vier a se candidatar, qual vai ser seu lema?Ainda não pensei nisso, até porque não há uma oficialização ainda do partido, o que posso adiantar é que a única pro-messa que faria é a de trabalhar com afinco pelo que acredito, inclusive na representação dos interesses da catego-ria no DF.

Page 16: Revista Informativo ABO-DF 41

16 R evista ABO/DF | Junho/2010

Entrevista

Quais são seus projetos

para a Odontologia?

São muitos os meus projetos para a Odontolo-gia, pois estou im-pressionado com a carência nessa área por parte do poder público. Te-nho cinco propos-tas para a Câmara Legislativa. Duas para a área de saú-de, sendo que uma delas específica para a Odontolo-gia. Entendo que todos os postos de saúde, hospitais públicos e escolas públicas devem ter Odontologia de qualidade e em todas as espe-cialidades e para todas as faixas etárias. Isso não é

um sonho impossível, pois em 1992 tive a oportunidade de implantar um trabalho comunitário como esse em Samambaia. Foram três anos, foi feito em mutirão pela própria comu-nidade com ajuda de equipamentos e medicamentos doados pela Secre-

taria de Saúde. Na época consegui-mos estudantes de Odontologia do último ano de algumas faculdades que prestavam esses serviços volun-tariamente sob supervisão de profis-sionais já graduados. Infelizmente por problemas pessoais só pude fi-car a frente desse projeto por pouco tempo. Outro aspecto que defendo é que as ABOs obtenham repasses de dinheiro público, pois elas vêm fa-zendo o papel do poder público, le-vando atendimentos odontológicos a uma grande parcela da população que não tem condições de utilizar atendimento provado. Esse é o meu maior compromisso com a classe odontológica e com a população de Brasília. Lutarei pela contratação via Secretaria de Saúde e Secretaria de Educação de um número bem maior de odontólogos para que possamos ter odontologia de qualidade e em todas as especialidades nos postos de saúde, hospitais públicos e esco-las públicas do Distrito Federal.

Qual a sua opinião sobre a questão da inclusão da

saúde bucal como uma política de saúde cidadã?

De fundamental importância, pois a saúde bucal é a porta de entrada para a saúde do corpo humano como um todo. Precisamos conscientizar as au-toridades e a própria população da

A profissão cirurgião-dentista abre as portas do consultório para falar sobre cidadania. Quem pensa que dentista é

um profissional que só pensa em im-plantes, estética, prótese, canais e gengi-vas, surpreenda-se. A partir deste mês, a Revista ABO-DF inicia uma nova edito-ria, a do “Dentista Cidadão”.

Agora, o cirurgião-dentista terá que opinar e abrir o verbo sobre questões do dia a dia. Estamos falando de cida-dania. Iniciamos a nossa conversa com Luiz Carlos.

Nasci em Itaúna (MG), em 19/09/1959. Vim com os meus pais e irmãos para Brasília em fevereiro de 1972. Entrei para o curso de odontologia na UnB, em 1985, e me formei em dezembro de 1988. Especializei-me em Implantodontia pela Abeno(Associação Brasileira de ensino Odontológico), em São Paulo, no ano de 2002. Tenho 2 filhas, uma de 15 e outra de 13 anos. Trabalho em minha própria clínica desde 1989 e, hoje, ela funciona no shopping Liberty Mall.

Dentista cidadão

Page 17: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 17

importância de manter a saúde bucal como prevenção de outras doenças sistêmicas.

O que o senhor pensa sobre o papel das classes

odontológicas?

As classes odontológicas têm feito um trabalho de grande importância para a Odontologia. Infelizmente elas encon-tram-se engessadas devido à falta de representatividade tanto nas prefei-turas municipais, governos estaduais, câmaras legislativas e congresso na-cional. Chegou o momento da Odon-tologia refletir sobre esses aspectos, pois se faz necessário que elejamos representantes em todas as esferas de poder municipal, local e federal, pois caso contrário, por mais que as entida-des de classe se esforcem eles não te-rão respaldo entre representantes que têm compromissos com outras entida-des que não a Odontologia.

De que forma a ABO-DF pode ajudar?

Entendo que a ABO é a casa do cirur-gião-dentista. Portanto, poderá ajudar muito continuando com seu papel so-cial na complementação e na formação intelectual da classe odontológica, além de promover eventos que venham a reunir a classe odontológica como um

todo e, sobretudo, continuar levando a odontologia principalmente para a população mais necessitada. Entendo também, que ela poderá fazer muito mais viabilizando como fazem outras categorias (médicos, policiais, banquei-ros, empresários, etc.) a eleição de ci-rurgiões dentistas para representá-los em todos os poderes políticos.

Questões como salário, mercado de trabalho e

ensino precisam melhorar em quais aspectos?

Precisam melhorar em todos os aspec-tos. Infelizmente a grande maioria dos jovens recém formada está deixando a Odontologia por falta de motivação. Te-mos que reverter esse quadro, pois en-tendo que a odontologia tem um papel social de grande importância e de gran-de respeitabilidade junto a comunidade. Cabe a nós profissionais mais antigos que vivemos tempos bem melhores na nossa profissão fazer com que esses jo-vens possam voltar a acreditar em uma odontologia digna, justa e respeitável. Para isso todos nós que estamos postu-lando cargos eletivos, assim como pro-fessores universitários e dirigentes das entidades de classes teremos que buscar mecanismos para valorizar os profissio-nais odontólogos tanto na questão sala-rial quanto nas condições de trabalho e, sobretudo fazendo com que eles sintam orgulho da profissão que escolheram.

Dr. Luiz Carlos apresenta seu ponto de vista de dentista cidadão

Dentista cidadão

Page 18: Revista Informativo ABO-DF 41

18 R evista ABO/DF | Junho/2010

Estudo do Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada (Ipea), denominado “Brasília: Impactos Econômicos da Ca-

pital no Centro-Oeste e no País” indica que a concepção de Brasília foi fruto do período exitoso do ciclo urbano--industrial dos anos 50.

Inicialmente idealizada para ser a sede administrativa e política do país, hoje, 50 anos depois de sua inauguração, Brasília enfrenta os mesmos proble-mas de uma metrópole e de grandes cidades, como trânsito congestionado, especulação imobiliária, distribuição desigual de renda, entre outros.

Isso ocorreu porque o processo de de-senvolvimento rompeu com o projeto original e missão inicial da nova ca-pital federal, aponta o estudo. A nova capital federal nasceu com cerca de 20 mil moradores. Hoje, o Distrito Federal conta com 2,4 milhões de habitantes.

Brasília 50 anosIpea divulga estudo sobre os 50 anos de Brasília

Entre a fundação da capital, em 1960, passando pelos anos 70, do milagre brasileiro e regime militar, até os anos 80, ocorreu uma certa indefi -nição do que seria Brasília, se todos os órgãos seriam transferidos para o Planalto Central ou se alguns perma-neceriam no Rio de Janeiro, segundo avaliação de Márcio Pochmann, pre-sidente do Ipea.

Na década de 80, a cidade adquire novo papel: o de alavancar o desen-volvimento agrícola da região Centro Oeste, que passa fazer parte da fór-mula de pagamento da dívida externa brasileira. “Tivemos infl exão na cons-trução de Brasília”, resume Pochmann. Essa transformação persiste até os dias atuais, mas é necessário encontrar o papel que a capital federal deverá ter nas próximas cinco décadas, observa.“Brasília precisa de projeto para os próximos 50 anos, não só como pólo de desenvolvimento para o Centro Oeste”, ressalta o presidente do Ipea. “A cidade está carente de projeto de longo prazo”, complementa.

HistóriaInicialmente idealizada para ser a sede administrativa e política do país, ainda no período imperial, o principal obje-tivo da nova capital seria o de promo-ver a integração do território nacional. Essa idéia foi defendida pelo Marquês de Pombal em 1761, depois retomada

Reportagem:Vanessa Brito/Agência

Sebrae de Notícias

Especial: 50 anos Brasília

Problemas de grandes cidades

Page 19: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 19 Revista ABO/DF | Junho/2010 19

Brasília 50 anosIpea divulga estudo sobre os 50 anos de Brasília

Capital enfrenta os mesmos problemas de uma metrópole e de grandes cidades, como trânsito congestionado, especulação imobiliária e distribuição desigual de renda

pelos Inconfi dentes e reforçada após a chegada da corte portuguesa à cidade do Rio de Janeiro em 1808.

O nome Brasília teria sido uma suges-tão de José Bonifácio de Andrada e Sil-va, na época ele fora ministro do Rei-no e dos Negócios Estrangeiros, entre 1822 e 1823. Na primeira Constituição da República do Brasil, de 1891, a loca-lização de onde seria a capital federal foi fi xada legalmente.

Ao ser eleito em 1956, o então presi-dente Juscelino Kubitschek de Olivei-ra anunciou a construção e inaugura-ção de Brasília, ocorrida em 21 de abril de 1960. O plano urbanístico fi cou sob a responsabilidade e autoria de Lúcio Costa, e Oscar Niemeyer foi autor da concepção do estilo arquitetônico dos prédios e fachadas.

Resultado do sonho, coragem e esfor-ço de milhares de brasileiros, especial-mente dos que vieram para o Planalto Central participar da concretização do desejo do presidente Juscelino Ku-bitschek, hoje, 50 anos depois, Brasí-lia ocupa o segundo lugar no ranking de crescimento demográfi co, segun-do dados do IBGE (2006/2007), após Salvador (BA). A taxa de crescimento da capital federal, no período pesqui-sado, foi de 3,02%, enquanto a capital baiana cresceu 6,58%.

Page 20: Revista Informativo ABO-DF 41

20 R evista ABO/DF | Junho/2010

Memorial daOdontologia

“Nasci em Uberaba – MG, em 06 de outubro de 1942. Sou fi lho de Pe-dro Abílio Borges,

homem trabalhador e da zona rural, que faleceu de infarto em 1947, quando então eu estava com 5 anos de idade ele com apenas 40 anos. Minha mãe, Francisca Abadia Borges, mulher guerreira, com a morte do esposo foi para a cidade de Uberaba levando sua máquina de cos-tura Singer, na qual costurava diuturna-mente para sustentar os três fi lhos.”

“Tivemos todas as difi culdades fi nan-ceiras possíveis para nos graduarmos em Cursos Superiores. Mas com nos-so trabalho, diga-se mais pesado para os irmãos mais velhos, e ajuda do meu padrinho de batismo Adhemar Cruvinel Borges, consegui concluir o Curso de Odontologia na Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, hoje UNIUBE, em dezembro de 1964.”

“Aqui chegando, encontrei um ver-dadeiro canteiro de obras para todos os lados, barro vermelho, uma estrada que parecia que não tinha fi m, nenhu-ma infra-estrutura, faltava água, escu-ro, lama, barracos de madeira e muita,

Dr. Silvio CarneiroPresidente do Memorial

da OdontologiaABO-DF

Odontologia busca espaço na Nova Capital

mas muita poeira vermelha. Quem mudaria para um ambiente desses? Todos aqueles que perceberam que era possível contribuir para uma nova História.” Entre eles José Honório Borges. “Quando fui informado de que em Brasília existia um consultório montado, necessitando de um profi s-sional para assumir a responsabilida-de técnica dos trabalhos, não pensei duas vezes, desloquei-me para cá em 22 de fevereiro de 1965”, recorda.

Na mala muita coragem, “trazia co-migo uma mala de fi bra Eucatex, com poucas roupas, alguns cadernos da fa-culdade e uns poucos livros, e, prin-cipalmente, a vontade de vencer”. A partir daquele momento uma nova realidade. Uma época que não se fala-va em competitividade no mercado de trabalho, não havia referência profi s-sional. “Eu cheguei, até há pouco tem-po, a cuidar de mais de três gerações de uma mesma família. Depois que o paciente ganhava confi ança, pronto, não havia profi ssional substituto”.

O Dr. Adriano Magalhães Freire, (in memoriam), CRO-DF 001, foi o Idealiza-dor e Presidente de todas as Entidades de Classe da Odontologia de Brasília.

O Prof. Dr. Gustavo Demerval da Fon-seca, (in memoriam), em 1958, foi um dos Fundadores e Primeiro Presidente da Associação Brasileira de Odontolo-gia do Distrito Federal, ABO-DF.

Em 26/02/1973, posse do Dr. José Honório Borges como 1º Secretário da ABO-DF.

Da esquerda para a direita: Osdir Brasileiro de Matos (presidente da ABO-DF),

José Honório Borges (posse), Solon Magalhães e Márcio

Junqueira

Page 21: Revista Informativo ABO-DF 41

Odontologia busca espaço na Nova Capital

Mudar para Brasília era uma atitude de coragem. Os pioneiros, como DR. JOSÉ HONÓRIO BORGES, CRO-DF 071, ajudaram a construir uma nova realidade.

O Dr. Ademar dos Reis, (in memo-riam), em 1965, foi também um dos Fundadores e Primeiro Presidente da ABO - Taguatinga-DF.

Os passos eram largos, de quem que-ria ir além do consultório. O primeiro ponto de trabalho foi em Taguatinga e foi lá que ele começou a arregaçar as mangas. “No mesmo ano que me mu-dei, ingressei de imediato na recém criada Associação Brasileira de Odon-tologia – Subseção de Taguatinga, sen-do o Presidente (1965), o Dr. Ademar dos Reis”. Foi num dos barracos da maior cidade do entorno de Brasília que o Dr. José Honório fi ncou os pés. “Morei num desses barracos de dois cômodos, na QNG 25, lote 3, e ao lado funcionava o consul-

Os passos eram largos, de quem que-ria ir além do consultório. O primeiro ponto de trabalho foi em Taguatinga e foi lá que ele começou a arregaçar as mangas. “No mesmo ano que me mu-dei, ingressei de imediato na recém criada Associação Brasileira de Odon-tologia – Subseção de Taguatinga, sen-do o Presidente (1965), o Dr. Ademar dos Reis”. Foi num dos barracos da maior cidade do entorno de Brasília que o Dr. José Honório fi ncou os pés. “Morei num desses barracos de dois cômodos, na QNG 25, lote 3, e ao lado funcionava o consul-

José Honório Borges e sua esposa Eni

Page 22: Revista Informativo ABO-DF 41

22 R evista ABO/DF | Junho/2010

Memorial daOdontologia

tório.”O Dr. Silvio Marcos Antônio Carnei-ro, em 2006, foi o Idealizador e Presi-dente do Memorial da Odontologia da ABO-DF, na Gestão do primeiro man-dato do Dr. Wesley Borba Toledo, frente à Presidência da ABO-DF.

Lembranças: Realização profissional, reco-nhecimento, crescimento, dedicação. José Honório recorda com emoção que sua maior batalha na época era combater os chamados “práticos”, pessoas que chegavam à cidade dis-postos a ganhar a vida a qualquer cus-to, mesmo que fosse burlando a ética. “Devo reconhecer que o meu lado so-cial foi muito motivado pelo ingresso no Rotary Club, pois por meio da enti-dade pude viabilizar o bem, como foi o caso do Brucutu.”

Em julho de 1977, o Rotary Club de Taguatinga colocou na estrada o fur-

gão Ford 51, apelidado de Brucutu, uma espécie de consultório dentário volante para atender orfanatos e a co-munidade mais carente. “Consegui-mos o carro graças a generosidade do então governador do Distrito Federal, que autorizou a NOVACAP a nos vender por preço simbólico o furgão. Logo nós batizamos de Brucutu, pois era muito feio e desajeitado”.

Um ano depois, o Brucutu estava pron-to. Ele foi todo reformado com parce-ria, ROTARY CLUB TAGUATINGA / TAGUAUTO E ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE TAGUATINGA e preparado para receber o consultório ambulante. Era o momento da inau-guração e início de uma longa estrada. “Graças a essa união de esforços foi possível realizar o sonho, pudemos levar avante o nosso projeto de atendi-mento odontológico nos orfanatos de Taguatinga. Para dar suporte ao proje-to, a ABO Taguatinga e o Rotary Club

Família reunida. Da direita para esquerda: Marizete, Cristian, Eni, José Honório, Henrique, Karina (nora) e os netos

Page 23: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 23

de Taguatinga deram as mãos. Brasília e suas redondezas tinham disso, eram inovadoras e disposta em transformar o areal em concreto.

Família:A família era o grande alicerce para suportar os desafios e a vontade de crescer. “Após algum tempo da minha chegada em Brasília, conheci aquela que seria a minha esposa e incentiva-dora, Eni Martins França Borges. Nós dois nos ajudamos. Apenas para você ter uma idéia, inicialmente ela era pro-fessora de ensino fundamental, depois quis fazer Direito e eu a acompanhei, íamos juntos para aula, hoje, é servi-dora pública aposentada”.

Os filhos são apaixonados pela histó-ria que ouviram ao longo da vida e que também fazem parte. Com tanta paixão pela profissão, não poderia ser diferente. Os dois filhos são Cirurgi-ões-Dentistas. O primogênito Cristian Martins França Borges é especialista e mestre em Ortodontia, começou na clínica do Edifício Paranoá Center em Taguatinga e hoje atende apenas na clínica localizada no Lago Sul, onde José Honório faz parceria com o filho como Orientador Técnico. Bom para os dois, pois podem desfrutar do co-

nhecimento e da amizade.O segundo filho não ficou atrás. Hen-rique Martins França Borges é es-pecialista em Cirurgia Buco-Maxilo Facial e também, em Implantodontia. Outra carreira pautada no compro-misso e dedicação. “Henrique exerceu a profissão nas nossas duas clínicas, no hospital das Forças Armadas, por seis anos, e atuou como servidor pú-blico do Hospital de Base do Distrito Federal”. É casado com a pedagoga Karina Lins Palmeira Borges, servido-ra pública da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Do ca-samento veio o neto, agora, com cinco anos, Pedro Henrique Lins Palmeira Borges, “meu amigão e companheiro de brincadeiras”, revela.

Para compor a família com mais or-gulho ainda, o casal José Honório e Eni tem a filha de coração, Marizete Rodrigues, Advogada. “Ela nos deu duas netinhas lindas que são Gabriela Rodrigues Paranhos e Marina Rodri-gues Paranhos”.

“Dedico todos os atos da minha vida aos meus progenitores – meu pai, que partiu sem que eu pudesse me lem-brar de ter ou não montado em seus ombros, e à minha mãe, por sua força

Dr. Silvio Carneiro entre os dentistas Henrique e Cristian Borges

Dr. José Honório Borges em atendimento comunitário

Page 24: Revista Informativo ABO-DF 41

24 R evista ABO/DF | Junho/2010

Memorial daOdontologia

e amor.”

Filiação a Entidades de Classe” :

“ Na ABO-Taguatinga, tem a inscrição nº 01, obtida no ressurgimento da en-tidade. Na ABO-DF, teve como asso-ciado o mesmo número de inscrição do CRO-DF – nº 071. Não era obrigado a também ser associado da ABO-DF, mas ele fazia questão de participar do qua-dro associativo das duas entidades.”

Funções Eletivas Exercidas:1966/67: Secretário Geral da ABO--Sub-seção Taguatinga (Presidente Dr. José Ferreira Chaves).1967/69: Conselheiro Suplente do CRO-DF. (Presidente Dr. Adriano Ma-galhães Freire e o Secretário, Dr. Fre-derico de Assis Salles).1966/67: Delegado do Conselho Re-gional de Odontologia – DF junto a Taguatinga.

1968/69: Presidente da ABO Subseção Taguatinga.

1976/77: Secretário da Associação Brasileira de Odontologia do Distrito Federal (Presidente Dr. Osdir Brasilei-ro Matos).

1978: Presidente da ABO Subseção de Taguatinga. (Foi a época do ressurgi-mento da Entidade).

1979/80: Vice-Presidente da ABO Sub-seção Taguatinga.

1983/84: Vice-Presidente da ABO Sub-seção Taguatinga.

Depoimentos:“A Odontologia foi o foco de minha vida profissional. Trabalhei como clínico-geral entre 1965 a 1980. Depois, atuei como Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares, IE-1619, realizando correções das bases ósseas e dentárias. O meu traba-lho fazia com êxito a integração da Orto-pedia Maxilar com a Ortodontia. Sempre procurei fazer o melhor, isso me garantiu construir muitos amigos nos consultórios e cursos ministrados. Fui um profissional feliz e vitorioso. Assim posso encerrar, agradecendo a DEUS !”

José Honório Borges

“Essa família é um presente de Deus para mim. Tinha nove anos de idade quando cheguei aqui. Para mim foi um exemplo de luta, garra, e eu participei e acompanhei tudo isso. Era muito trabalho e dedicação, mas as poucas horas que tinha eram dedi-cadas com intensidade. Como um casal, é um exemplo muito estimulante para todo-so nós”.

Marizete Rodrigues

“Foi o meu primeiro líder. Desde criança tinha muita admiração e afinidade, com forte ligação emocional. Sempre acompa-nhei seu trabalho com seriedade. Às ve-zes chegava tarde do trabalho, sempre se dedicando à Odontologia. Envolvido com as entidades, com o Rotary, ele tem muita facilidade de agregar e conciliar as pessoas. Lembro das nossas férias de carro. Mesmo com uma rotina apertada, ele encontrava tempo para a família”.

Henrique Martins França Borges.

Hospital Volante Odontológico já reformado em parceria com a Taguauto e a Administração Regional de Taguatinga

1978. Posse como presidente da ABO Taguatinga-DF. Da esquerda para a direita: José Honório Borges, Eni Borges (sua esposa), Mozart. De pé: João Evangelista e sua esposa Tereza.

Page 25: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 25

“O que me chama atenção no meu pai é o lado generoso dele. É muito humano, gen-til e presente. É um exemplo muito presen-te para todos nós”.

Cristian Martins França Borges.

“Fomos da primeira turma de Direito de Brasília (CEUB) – 1972, graças à dedica-ção do meu esposo, José Honório. Leciona-va no primário, mas queria estudar. E foi ele, uma pessoa decisiva em minha vida e na minha profissão”.

Eni Martins França Borges.

Com a palavra o Dr. Silvio Carneiro, Presidente do Memorial da ABO-DF.:

Em primeiro lugar, quero agradecer à família do Colega e amigo Dr. José Honório Borges, pela maneira cari-nhosa em que fomos recebidos em sua residência.

Bem, como aqui cheguei na década de 60, eu pude viajar e relembrar cronologicamente, todos os passos do colega José Honório, pioneiro consagrado. Honório, você faz parte desta história, ajudou substancial-mente a construir a nossa Tagua-tinga, Brasília, contribuindo muito com o Social “Brucutu” e edificando a Odontologia do Distrito Federal. Naquela época, o Social aqui no Dis-trito Federal era muito precário, con-siderando o “formigueiro” de gente nos canteiros de obras, os diversos tipos de acidentes no trabalho, por todos os lados. Os médicos, Cirurgi-ões Dentistas, para-médicos, Hos-pitais e Postos de Saúde, não com-portavam a demanda da população e todos os dias chegavam famílias vindas de todos os cantos do Brasil, em busca de trabalho e de melho-res dias. Para vocês relembrarem esse momento da cidade, foi criado pelo Governo do Distrito Federal – (GDF), uma rede de supermer-

Dr. Silvio Carneiro com o casal José Honório e Eni

cados com o nome de (SAB) - Ser-viço de Abastecimento de Brasília, e também SAB-VOLANTE, que era uma carreta fechada, com escadas, que cada dia ia para um bairro das cidades, para suprir as necessida-des da população. Posteriormente o Governo Federal criou a Companhia Brasileira de Alimentos – (COBAL), também rede de supermercados, estendendo posteriormente, para todo o Brasil. Quantas vezes íamos a Goiânia, Uberaba, a Belo Horizon-te, para comprar um par de sapa-to, uma camisa, uma japona para agasalhar do frio do cerrado, lem-bra? Eu quero agradecer em nome da Classe Odontológica do Distrito Federal, ao prezado colega e amigo José Honório, a sua esposa guerrei-ra e companheira Eni Borges, aos filhos Dentistas Cristian, Henrique e sua esposa, Karina, e a Advogada Marizete, “filha de coração”, pelo civismo para com a nossa cidade, e para com a Odontologia do Distrito Federal. Que Deus continue aben-çoando toda esta família maravi-lhosa.

Page 26: Revista Informativo ABO-DF 41

26 R evista ABO/DF | Junho/2010

ABO Universidades

Dos cerca de 6 mil inscritos no Con-selho Regional de Odontolo-

gia do Distrito Federal, um terço é associado à ABO-DF. Enquanto no Conselho a inscrição é compulsória, pois é uma entidade ligada

à regulamentação da profissão, na As-sociação, é opcional. “Os futuros pro-fissionais devem se perguntar: o que a ABO-DF faz pela classe? Por isso, resolvemos estreitar a relação”, revela o presidente da ABO-DF, Hamilton Melo.

Em síntese, o objetivo do projeto “ABO na Universidade” é explicar para o acadêmico o papel da Associação e como funciona uma entidade de clas-se. A primeira faculdade do Distrito Federal a receber a visita foi a Faciplac (Faculdades Integradas do Planalto

Faculdades de Odontologia do Distrito Federal recebem visita da ABO-DF

Projeto ABO na Universidade prevê palestras e debates sobre o mercado de trabalho durante todo o ano

Central). O coordenador e professor do curso de Odontologia Antônio Luís Tognoli garante que foi uma experiên-cia pioneira, “a atitude traz uma nova visão ao acadêmico, mostrando uma ABO mais acessível e disponível para a formação e interação dos jovens pro-fissionais dentro de uma classe”.

AtuaçãoHoje, a ABO-DF vai além de uma enti-dade associativa, ela vem levantando várias frentes de mobilização e articu-lação institucional. “A Associação está na luta pela Odontologia no Trabalho, a presença do dentista na UTI, a con-quistas das vagas disputadas pelos dentistas concursados, enfim, uma série de ações”, lembra Hamilton. Dis-cutir o mercado de trabalho e a reali-dade fora da sala de aula são os focos desses encontros. “Acreditamos que a ABO deve continuar com essa inicia-tiva, pois irá contribuir na construção de centenas de carreiras”, acrescenta Tognoli. Uma das referências da ABO--DF consiste também em sua excelên-cia no quesito aperfeiçoamento pro-fissional. “Temos as melhores equi-

Page 27: Revista Informativo ABO-DF 41

ABOUniversidades

Faculdades de Odontologia do Distrito Federal recebem visita da ABO-DF

pes de professores de Brasília. Nosso programa de educação continuada, nosso espaço de socialização, encontros científicos, uma biblioteca atualizada. São vários os motivos para se associar a ABO”. Para os

alunos a experiência não poderia ter sido melhor, “os alunos se mostraram bastante contentes e se sen-tiram prestigiados ainda nos bancos acadêmicos”, reforça Tognoli.

Page 28: Revista Informativo ABO-DF 41

28 R evista ABO/DF | Junho/2010

Dentista na UTI

O mérito do projeto de nº 2.776 que estabelece a obrigatoriedade da presença de profissio-

nais de Odontologia na UTI será votado na Comissão de Seguri-dade Social e Família. Segundo o deputado Mulim, em alguns paí-ses da Europa esta pratica já é co-mum nos hospitais. “O cirurgião--dentista dá suporte na área da saúde e contribui sobretudo para a preservação de vidas. Alguns países da Europa já desenvolvem há anos esse trabalho, e, aqui no Brasil, algumas cidades estão de-senvolvendo esse trabalho pilo-to, inclusive no estado do Rio de Janeiro, no Hospital das Laran-jeiras, no qual nenhuma cirurgia cardíaca é feita sem a presença de um cirurgião-dentista”, destaca.

O indivíduo que vai para a UTI em decorrência de problema car-díaco pode ir a óbito por conta da chamada infecção nosocomial, provocada pelo ambiente em que

se encontra. Aquela pessoa fra-gilizada acaba adquirindo doen-ças sistêmicas e pode morrer de pneumonia e não da doença que a levou ao hospital. “Os argumen-tos favoráveis à presença de um dentista nas unidades médicas são por demais óbvios. Afinal, a saúde bucal é um dos maiores fa-tores de sanidade física e mental do indivíduo. E uma simples dor de dente pode comprometer a re-cuperação dos internados”, com-plementa.

Saúde IntegradaO projeto defende que os pacien-tes internados em Unidades de Terapia intensiva (UTI) devem receber - como o próprio nome sugere - cuidados especiais e constantes, não só para tratar o problema que os levou à interna-ção, mas também para cuidar dos demais órgãos e sistemas, que podem sofrer alguma deteriora-ção prejudicial para a recupera-ção e para o prognóstico. Nesses

cuidados deve estar incluído o tratamento odontológico, com hi-giene bucal adequada, dada a in-ter-relação entre doenças bucais e sistêmicas. No entanto, é raro encontrar um cirurgião-dentista fazendo parte da equipe multi-profissional das UTI.

Na Câmara, o deputado explicou que o atendimento odontológico do paciente crítico também con-tribui para a prevenção de infec-ções hospitalares, principalmen-te, as respiratórias, entre elas a pneumonia, uma das principais infecções em pacientes de UTI, fa-vorecidas por microorganismos que proliferam na orofaringe. “A sua ocorrência é preocupan-te, pois é bastante comum nesse grupo de pacientes, provocando número significativo de óbitos ou prolongando a internação do paciente e exigindo mais medica-mentos e cuidados”.

Pequenos CuidadosJá virou rotina nos hospitais a hi-giene das mãos como importante medida para o controle da infec-ção hospitalar. “Os profissionais da Medicina estão plenamen-te convencidos da necessidade da presença de um dentista nas equipes das UTI. Os estudiosos do assunto vêm recomendan-do essa providência há tempos.

Saúde Bucal deve ser incluídanos tratamentos hospitalares

O deputado Neilton Mulim (PR/RJ) defende na tribuna da Câmara dos Deputados a presença do cirurgião-dentista em equipe multidisciplinar das Unidades de Terapia Intensiva (UTI)

Page 29: Revista Informativo ABO-DF 41

Saúde Bucal deve ser incluídanos tratamentos hospitalares

Como explica a própria doutora Teresa Márcia Nascimento de Morais, em artigo publicado na Revista Brasileira de Terapia In-tensiva, os pacientes de UTI apre-sentam higiene bucal deficiente, com quantidade significativa-mente maior de bactérias do que indivíduos que vivem integrados na sociedade. (...) Estes resulta-

dos levam tais estudos a sugerir que a colonização do biofilme bu-cal por agentes patogênicos bu-cais, em especial, os respiratórios, pode ser uma fonte específica de infecção hospitalar, importante em UTI, uma vez que as bactérias presentes na boca podem ser as-piradas e causar pneumonias de aspiração”, conclui.

Em vista de dados de fisiopa-tologia mostrando possível relação entre cuidados odon-tológicos e pneumonias no-socomiais” - hospitalares - “o Cirurgião-Dentista poderia acrescentar-se à equipe mul-tiprofissional em benefício do paciente crítico”.

Page 30: Revista Informativo ABO-DF 41

30 R evista ABO/DF | Junho/2010

Editorial

O projeto social “ABO na Comunidade – Saúde Bu-cal nas Instituições”, está em plena atividade no pri-

meiro semestre de 2010. No mês de março, foram desenvolvidas ações de promoção e prevenção em quatro ins-tituições; no mês de abril, em três; em maio, quatro; já em junho, está previs-to o trabalho em mais três instituições do Distrito Federal que são benefi cia-das pelo projeto.

No dia 7 de maio, dentistas e auxilia-res do projeto visitaram a instituição “Federação de Bandeirantes do Bra-sil” localizada no Paranoá que tem como presidente, Elza Motta Nardelli, e como vice-presidente, Maria do Car-mo Manfredini.

Na visita, 122 crianças/adolescentes participaram de palestras sobre saúde bucal, escovação supervisionada com fl úor e receberam escovas e creme dental.

Durante a visita foi realizada uma ob-servação clínica da boca de todas as crianças e 15 foram classifi cadas como as de maior necessidade de tratamen-to. Estas crianças foram agendadas para realizar o tratamento na clínica do projeto.

O coordenador do projeto, Josemar Bezerra de Sousa, destaca que a em-presa Oral-B tem apoiado o projeto com a doação de cremes dentais para serem distribuídos a todas as crianças do projeto.

Ação do Projeto ABO na Comunidade com a presença da Pioneira Maria do Carmo Manfredini (mãe de Renato Russo)

Odonto Junina 2010

Page 31: Revista Informativo ABO-DF 41

A festa junina das entidades odontológicas do Distrito Federal acontecerá no dia 26 de junho, com a participação da ABO-DF, ABO TAGUÁ, Sindica-to dos Odontologistas, CRO-DF e do Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de saúde bucal e dos diretórios acadêmicos da UnB, CATÓLICA e UNIP. Todos os participantes estarão com barracas vendendo bebidas e comidas típicas. A festa será animada pela Banda Lua Nova. Haverá apresentação da quadri-lha TENGO LENGO às 21h30.

A festa terá início às 20h com término previsto para 3h.

As crianças terão disponíveis brinquedos que serão montados e os adultos poderão participar do concurso do melhor traje típico masculino e feminino.

A participação do associado é muito importante para o sucesso da festa. Os convites poderão ser adquiridos com antecedência na secretaria da ABO-DF ou no dia. A entrada do evento custará R$ 10,00, sendo a renda revertida em benefício do programa social ABO na Comunidade.

Odonto Junina 2010

Page 32: Revista Informativo ABO-DF 41

ABO Social

AGOSTO Festa 52 anos da ABO-DFLocal: ABO-DFHora: 22hData prevista: 21/08 (sábado)

SETEMBRO ABO Musical – Anos DouradosLocal: ABO-DFHora: 20h30Data prevista: 24/09 (sexta-feira)

OUTUBRO

Torneio de Futsal e Vôlei de areia entre as entidades odontológicas

Local: ABO-DFData prevista: 16/10 (sábado)

Dia de saúde e lazer destinado as crianças do projeto ABO na Comunidade

Local: ABO-DFHora: 8 às 12hData prevista: 21/10 (quinta-feira)

Baile do Cirurgião Dentista Local: Salão Grande Oriente 913 SulData: 23/10 (sábado)

NOVEMBROEncontro dos sócios remidos da ABO-DF

Local: ABO-DFHora: 8h30 às 14hData prevista: 20/11 (sábado)

ABO MusicalLocal: ABO-DFHora: 20h30Data prevista: 26/11 (sexta-feira)

DEZEMBRO Confraternização funcionários da ABO-DFLocal: ABO-DFHora: 12hData prevista: 11/12 (sábado)

Acompanhe a Programação Social 2º Semestre – ABO-DF

Tel. (12) 3929-5504 | SAC: 0800 77 37030 | www.titaniumfix.com.br | [email protected]

O mais completo kit do mercado está agora com novas peças,nova embalagem e novas cores. Escolha o seu!

Page 33: Revista Informativo ABO-DF 41
Page 34: Revista Informativo ABO-DF 41

34 R evista ABO/DF | Junho/2010

Premiação

Domínio do conhecimento e persistência garante suces-so para um método que parecia difícil de dar certo.

“A confiança que eu tenho no doutor Jorge Faber, como profissional, permi-tiu que o meu caso fosse bem sucedi-do”, garante a paciente e, hoje, profes-sora de Odontopediatria da ABO-DF, especialista na área, Flávia Velasque. O artigo retrata o método de trata-mento aplicado por Jorge em Flávia que, além de paciente, é co-autora do trabalho.

O artigo foi encaminhado em 2007, mas só ficou de conhecimento público em 2009, por meio de uma publicação no American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. “Para mim foi uma grande surpresa, por-que nosso artigo levou praticamente a nota máxima, e é muito difícil publicar nessa revista”, explica Jorge Faber.

O estudo detalha a utilização de implan-tes temporários. Uma inovação que sur-

Dentistas de Brasí lia recebem a maior premiação clínica da área de Ortodontia

Jorge Faber e Flávia Velasque são reconhecidos pelo trabalho ‘‘Titanium miniplate as anchorage to close a premolar space by means of mesial movement of the maxillary molars.’’

preendeu quem era cético em sua fun-cionalidade. “Acreditamos que o estudo foi premiado pelo sucesso em sua apli-cabilidade e, também, pelo ineditismo da utilização de implantes temporários como solução para esse tipo de proble-ma”, acrescenta Jorge. A revista, funda-da em 1915, com 13 edições por ano, é a principal referência e fonte de pesquisa para os profissionais da área.

Premiação

Eles receberam o prêmio de melhor case report de 2009 do American Jour-nal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. A premiação aconteceu dia 1º de maio, em Washington, nos Estados Unidos, durante o Congresso da Associação Americana de Ortodon-tia e pode ser comparada ao “Oscar” da Ortodontia. Anunciados como ven-cedores pelo Ortho News, do Ame-rican Journal de abril, a reportagem apresenta uma síntese do tratamento e afirma que a utilização de implantes temporários “garante excelentes resul-tados”.

Os dois profissionais formados pela Universidade de Brasília afirmam que escreveram o artigo despretensiosa-mente, “não queríamos provar nada, apenas mostrar que a técnica funcio-na”, explica Flávia. Feliz com a con-quista dos dentes alinhados, ela espera que o método seja disseminado como uma opção real, “o tratamento permi-

Page 35: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 35

Dentistas de Brasí lia recebem a maior premiação clínica da área de Ortodontia

tiu que minha dentição ficasse preen-chida, sem a utilização de prótese”.

O prazer de pesquisar também ajudou Jorge Faber na insistência da técnica. “Sempre gostei de estudar, isso é um prazer”. Com mais de 70 artigos publi-cados, sua atividade clínica no quarto andar do Brasília Shopping vem sendo compartilhada com a de editor chefe da Dental Press Journal of Orthodon-tics, a principal publicação na área na América Latina.

Cerimônia de premiação. Dr.Vincent Kokich, editor do AJODO entrega o prémio para os doutores Jorge Faber e Flávia Velasque

Page 36: Revista Informativo ABO-DF 41

36 R evista ABO/DF | Junho/2010

Premiação

O c o o r -d e n a -dor do curso de

e s p e c i a l i z a ç ã o em Ortodontia da UNIABO – Escola de Educação Con-tinuada da ABO/DF – , Carlos Gui-marães apresentou, em maio de 2010, tese de doutorado pela USP-Bauru, denominada “Es-tudo das alterações dentoesqueléticas

decorrentes do tratamento da má oclusão de classe II, 1ª divisão com o aparelho propulsor mandibular Twin Force Bite Corrector, associado a apa-relhagem fixa”. A defesa foi feita no Departamento de Ortodontia da Uni-versidade de Connecticut – UCONN – USA, durante o programa de residên-cia de mestrado na universidade.

A conferência em inglês durou uma hora e contou com a presença dos professores Dr. Ravindra Nanda, Che-fe do Departamento de Ortodontia da UCONN; Dr. Flávio Uribe, Diretor do Programa de Mestrado da UCONN; Dr. Nejat Erverdi, Presidente da Euro-pean Orthodontic Society; e do cirur-gião ortognático de Medellín-Colôm-bia, Prof. Dr. Carlos Villegas Bateman. Na ocasião, houve discussão do estudo

Coordenador de Ortodontia da UniABO/DF apresenta tese de doutorado nos Estados Unidos

Carlos Henrique Guimarães Júnior

apresentado, com os residentes ameri-canos e brasileiros, incluindo a partici-pação de alunos da especialização da UNIABO-PI.

A Associação Brasileira de Odontologia do Distrito Federal reco-nhece a grande relevância da apresen-tação para o prestígio da Odontologia Nacional e incentiva os seus associa-dos a buscar sempre a excelência na Odontologia.

Carlos Guimarães formou-se em Odontologia pela Universidade de Brasília (1987). É especialista em Or-todontia pela PUC-RJ (1994) e mestre em Ortodontia pela Universidade Ci-dade de São Paulo (2004), doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odon-tologia de Bauru - USP (2008). Hoje é responsável pela coordenação do Cur-so de Especialização em Ortodontia da ABO-DF e ABO-PI e pela coordenação do Programa Anual de Mini-Residên-cia no Departamento de Ortodontia da Universidade de Connecticut – EUA.

Já foi presidente da Socieda-de de Ortodontia do Distrito Federal e mantém clínica privada desde 1987, além disso, é professor convidado em diversos cursos de pós-graduação no Brasil e no exterior, tendo proferido cursos na Argentina, Bolívia, Equador, Guatemala, México e Peru e também membro da ABOR-DF (Associação Americana de Ortodontia).

Page 37: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 37

ABO Taguainga

Page 38: Revista Informativo ABO-DF 41

A Escolinha de Tênis já encontra-se em pleno funcionamento. Os horários são:

• de 2ª a 6ª feira nos horários das 7h às 11h

• 12h às 16h• e das 18h às 22h

Os associados e dependentes terão desconto de 20% na matrícula e mensalidades.Mais informações com os professores: Sheila ou André. Telefones: 9212 1286 ou 8153 9884.

A escolinha de Jiu-jitsu já iniciou suas atividades funcionando de 2ª a 6ª feiraOs horários são:

• 6:00 às 8:20, • 12:00 às 14:20• e 17:00 às 19:20.

Os associados e dependentes terão desconto na matrícula e nas mensalidades.Maiores informações com os professores: Sander ou Regis. Telefones: 9227 0134 ou 9152 3905.

Page 39: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 39

CBHPO

As entidades odontológicas se reuniram para lançar, em Brasília, no Senado o docu-mento que é fruto de uma

luta da categoria. A nova Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedi-mentos Odontológicos (CBHPO), será usada no cálculo dos valores cobrados por procedimentos odontológicos em todo o país, o que deverá facilitar a ne-gociação dos profissionais com as ope-radoras de planos de saúde. A Comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos (CNCC) é formada pelas entidades, como a FNO, CFO, ABCD, ABO e FIO. A elaboração da CBHPO contou com o apoio da Fun-dação Instituto de Pesquisas Econômi-cas (FIPE), a idéia é substituir os Va-lores Referenciais para Procedimentos Odontológicos (VRPO), hoje, vigente no mercado. “A Classificação é um marco na forma de valoração dos pro-cedimentos odontológicos”, explica o presidente da ABO-DF.

Valoração relativaEm 2007, as entidades nacionais inte-grantes da CNCC assinaram contrato com a Fundação Instituto de Pesqui-sas Econômicas da USP (FIPE), tendo duas metas fundamentais: validar a VRPO (Valores Referenciais para Pro-cedimentos Odontológicos) e cons-truir a CBHPO. No ano seguinte, foi compilado um rol com 521 procedi-

Lançada no Senado Federal a nova Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Odontológicos

mentos retirados da VRPO.O objetivo era construir uma classifi-cação que indicasse, não os preços ab-solutos, mas a valoração relativa dos procedimentos, reconhecendo o traba-lho profissional (UH/unidade de ho-norários) e o custo operacional (UC/unidade de custo), relacionando-os em duas escalas de pontuação.

Especialidades ouvidasAs especialidades odontológicas fo-ram ouvidas para selecionar os prin-cipais atributos para a realização dos procedimentos, que ficaram assim definidos: Tempo (30), Qualificação/Atualização (20), Complexidade (20), Risco (15) e Planejamento (15). Em seguida, chegou-se a um consenso na pontuação de cada atributo e na valo-ração de cada procedimento, de acor-do com a especialidade.A consulta é o procedimento de re-ferência, valendo 100 pontos, sendo acrescida de percentuais para visitas hospitalares ou domiciliares, consul-tas ou visitas de emergência. Após o lançamento nacional, no Senado, a CBHPO será publicada nos Diários Oficiais dos Estados.

Em cerimônia no Auditório Petrônio Portela foi lançada no dia 11 de maio a nova CBHPO

Page 40: Revista Informativo ABO-DF 41
Page 41: Revista Informativo ABO-DF 41
Page 42: Revista Informativo ABO-DF 41

42 R evista ABO/DF | Junho/2010

CRO

Mais um biênio administra-tivo está chegando ao fim no CRO-DF e a hora é de fazer um balanço geral de

tudo que aconteceu nesses 18 meses. Levando-se em conta que o tempo foi curto, as transformações foram enor-mes, por isso existem bons motivos para comemorar. Podemos, então, fa-zer uma avaliação de ganhos acima do normal para a categoria. Ainda no inicio de nossa adminis-tração, criamos o Coral da Odonto-logia que passou a ser denominado “Coral Dr. Frederico Salles” que, através de boa música, leva com bri-lho o nome da instituição. Criamos uma estrutura de assistência gratuita jurídica e contábil, onde o Cirurgião Dentista pode contar com uma asses-soria, bastando agendar um horário ou telefonar para o Conselho e rece-berá orientação gratuitamente. Des-de o ano passado já funciona o CRO--Expresso, um serviço que facilitou a vida do profissional com o leva e traz de documentos, trazendo agilidade para a tramitação das documenta-

Um ano e meio de ganhos para os Dentistas do DF

ções que não exijam necessariamente a presença do inscrito.

A previdência complementar não foi esquecida e firmamos uma parceria com a Petros que administra o fundo de pensão da Petrobrás, trazendo o CRO-prev para o CD que queira reforçar sua aposentadoria. Ainda no campo econô-mico, viabilizamos uma linha de cré-dito de vinte milhões de reais através de convênio com a Unicred para que o profissional em início de carreira, possa investir em seu consultório ou clínica. Outra importante ferramenta de apro-ximação entre o CRO-DF e os inscritos, foi a criação de um informativo eletrô-nico, onde passamos de maneira rápi-da informações recentes e importantes para a categoria.

No quesito fiscalização, dobramos o número de fiscais além de implemen-tarmos a visita orientadora. No ano pas-sado, o SLU anunciou que deixaria de recolher os resíduos de saúde dos con-sultórios e clínicas, passando a responsa-bilidade aos profissionais. Conseguimos junto a outros órgãos flexibilizar até abril deste ano, o prazo final para a contrata-ção de empresa que recolhe os resíduos de saúde. No entanto, junto ao Sindicato dos Odontologistas, entramos com uma ação judicial para declarar inconstitucio-nal a contratação de empresa especiali-zada já que esse serviço é tributado.

Outro passo importante dado pelo CRO-DF foi a criação da Comissão Memorial da Odontologia que iniciou um trabalho de levantamento da histó-ria da Odontologia no Distrito Federal

Arte e eventos acadêmicos garantiram a agenda do cirurgião-dentista

Debates avançam as reivindicações

Page 43: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 43

Um ano e meio de ganhos para os Dentistas do DF

em 53 anos de sua existência por aqui, destacando para as novas gerações, o papel dos pioneiros que construíram com brilho o futuro dessa profissão. O CRO-DF levou também às regiões do DF os Cursos Itinerantes com ma-térias sobre Responsabilidade Civil, Dentística, Periodontia e prescrição medicamentosa, além da exposição so-bre terapias Complementares feita por membros da Comissão das Práticas In-tegrativas e Complementares à Saúde Bucal. Toda essa equipe levou esse tra-balho às cidades de São Sebastião, So-bradinho, Riacho Fundo, Brazlandia, Planaltina, Taguatinga além do Gua-rá e do Plano Piloto, alcançando com isso, todas as regiões do DF.

O CRO-DF tomou a iniciativa de pre-encher uma lacuna existente no tocan-te a um protocolo para atendimento a pacientes especiais. Nos dias 25 e 26 de fevereiro, promovemos um Fórum sobre o atendimento odontológico a pacientes com necessidades especiais, para discutir e elaborar esse protocolo detalhadamente e que norteará o tra-balho dos CDs que atendem pacientes especiais. O Protocolo foi entregue ao promotor Dr. Diaulas Costa Ribeiro, no dia 7 de abril na Promotoria de Jus-tiça Criminal de Defesa dos Usuários do Serviço de Saúde (Pró-Vida), tendo a presença de representantes do SODF, da ABO-DF e Gerência de Odontolo-gia da Secretaria de Saúde.

Poderíamos ainda enumerar uma sé-rie de mudanças que se efetivaram e outras que estão a caminho, mas vale lembrar que, através de incursões po-

líticas eficientes, o CRO conseguiu a doação inédita de equipamentos de última geração como notebooks, má-quinas fotográficas, além de outros equipamentos tecnológicos doados pela Receita Federal, que auxiliarão os trabalhos administrativos e de fiscali-zação do Conselho. Esse tipo de doação foi o 1º do Brasil nos 46 anos de criação dos Conselhos.

Para encerrar essa exposição, não po-deríamos deixar de lembrar o recebi-mento de doação pela União, de um terreno para a nova sede do Conselho, situado num local privilegiado, com amplo espaço para estacionamento, es-tando aproximadamente 250 metros de distância do Palácio Buriti. A nova sede vai trazer uma economia de cerca de R$ 80.000,00 por ano, levando em conside-ração o que gastamos hoje com con-domínio do edifício onde o CRO está instalado. São treze anos de sede atual, com gasto que totalizam quase dois mi-lhões de reais. Economia que faremos em igual período na nova sede.

Nesse espaço, com um auditório, o CRO-DF poderá realizar congressos, solenidades. A nova sede será integral-mente uma casa para o profissional onde ele poderá ter acesso a um museu da Odontologia, acessar uma bibliote-ca virtual, entre outros serviços locais. É importante frisar que essa doação foi possível graças às intervenções políti-cas que realizamos junto ao Governo Federal. A nova sede será uma reali-dade onde poderemos construir com mais beleza, modernidade e funciona-lidade o CRO que queremos.

Coral da Odontologia "Dr. Frederico Salles" foi uma das conquistas

Page 44: Revista Informativo ABO-DF 41

44 R evista ABO/DF | Junho/201044 R evista ABO/DF | Junho/2010

PDE

Informação publicada no Diário Ofi cial chegou com impacto nas classes odontológicas. Agora, o polêmico PDE deixa de existir e

volta a valer o Pise. “O problema não era o programa em si, mas a forma como queriam implantar”, explica a presidente do Sindicato dos Odon-tologistas, Érica da Silva Carvalho. A Associação Brasileira de Odontologia do Distrito Federal (ABO-DF) tam-bém manifestou descontentamento e chegou a entrar com uma ação na Justiça para evitar a viabilização do PDE no governo do Distrito Federal.

“O Pise possui a mesma fi nalidade do PDE não via necessidade desse pro-grama”, reforça o presidente da ABO--DF, Hamilton Melo. Durante a sua vi-gência, o Programa Dentista na Escola chegou a ser modifi cado pela Gerência de Odontologia da Secretaria de Saúde

Muita polêmica e pouca efetividade

O Programa Dentista na Escola (PDE) foi extinto conforme publicação no Diário Ofi cial, com isso, voltam as ações do Programa Integrado de Saúde Escolar (Pise)

do DF, com a participação do SODF, ABO-DF e CRO-DF, “a nossa proposta era que ele se incorporasse ao Sistema Único de Saúde, pois assim, teríamos um programa defi nitivo e não acaba-ria de um governo para outro”, expli-ca Érica.Oportunidade

O fi m do PDE pode ser uma oportu-nidade para os dentistas, pelo menos é assim que pensa o Sindicato dos Odontologistas do Distrito Federal. “Acredito que os dentistas da educa-cional terão agora uma nova chance de arrumar a casa e voltar o atendimento nas escolas e, até mesmo, solicitar a necessidade de um concurso publico para a Secretaria de educação”, sugere a presidente do SODF.De fato, as entidades odontológicas querem mais ação. “Se há recursos, podemos fazer mais”, reforça Hamil-ton. “É o momento, inclusive, de pro-gramar novos concursos, já que vários que estavam programados foram can-celados pelos ex-gerentes do PDE. Re-forço ainda, que nós, entidades, nunca fomos contra o PDE, mas sim da ma-neira equivocada que ele foi apresen-tado, muita verba e pouca ação”, con-clui Érica Carvalho.

Page 45: Revista Informativo ABO-DF 41

Revista ABO/DF | Junho/2010 45

Evento ABO-DF

Por essa Guilherme não espe-rava, em pouco mais de um ano como sócio da ABO-DF levou o grande prêmio. Pa-

gou em dia e levou. “Sim, foi uma surpresa, pois eu acabava de chegar de uma viagem e havia me esquecido completamente do sorteio, inclusive ao receber a ligação achei que era um trote, só cai na real quando liguei de volta e confirmei a premiação. Passei a noite em claro, de tanta alegria. Para mim que estou começando na pro-fissão, este carro veio na hora certa, foi um grande empurrão”, declara.

29 anos, casado, com atuação focada na área de cirurgia e prótese, no COP - Centro Odontológico Pérola, “sou só-cio da ABO-DF desde 2009”, reforça.

Brasiliense nato, formado pela UNIP--DF em fevereiro de 2010. “Pretendo me especializar em Cirurgia Bucoma-xilofacial”. A decisão de ser integrante da ABO-DF foi motivada pelos cursos e palestras, “são facilidades e descon-tos nos congressos, além das progra-mações sociais que são oferecidas aos associados”, enumera.

Guilherme lembra que este tipo de promoção é uma excelente forma de premiar os associados que pagam suas mensalidades em dia e que valorizam a Instituição, “pois pagar em dia é um dever de cada associado. Lembrando que a anuidade é sempre revertida em vantagens para o próprio associado e sua família”, reforça. Parabéns Gui-lherme!

ABO-DF lança XIV CIODF e sorteia carro para sócios em dia

Page 46: Revista Informativo ABO-DF 41

Indi

cativ

o Pr

ofiss

iona

l

Page 47: Revista Informativo ABO-DF 41
Page 48: Revista Informativo ABO-DF 41