revista do varejo 45
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Janeiro de 2008TRANSCRIPT
Ano IV Janeiro 2008 R$ 9,90
ISS
N 1
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Nº
45
carta ao leitorPráticas, resistentes e baratas, as sacolas plásticas con-
quistaram o varejo ainda no início dos anos 60, com o
surgimento das primeiras versões nos supermercados nor-
te-americanos. De lá para cá, elas ganharam o mundo e vêm
sendo utilizadas por todos os tipos de comércio: dos gran-
des supermercados às feiras de hortifrúti. O sucesso e a acei-
tação foram tão grandes que hoje, apenas no Estado de São
Paulo, cerca de 66 milhões de sacolas plásticas são
consumidas a cada mês.
Tamanho volume de plástico, que muitas vezes não é
reciclado e nem descartado de forma adequada, vem cha-
mando a atenção de pessoas e entidades preocupadas com
as questões ambientais. Sabendo
que o plástico-filme usado para a
fabricação destas sacolas leva
quase 100 anos para se decom-
por na natureza, muitas empresas
varejistas já estão testando novos
materiais como tecidos sintéticos
e plásticos oxibiodegradáveis, en-
quanto alguns consumidores res-
gatam a prática de usar sacolas
reutilizáveis para fazer compras.
Enquanto algumas cidades nos
EUA – como São Francisco – já
proibiram o comércio de usar sa-
colas plásticas, a discussão no Bra-
sil sobre as alternativas ao plástico ainda está só começan-
do. A princípio, o mercado prefere evitar uma proibição le-
gal ou uma legislação específica e aposta na pressão dos
consumidores para que as empresas se adaptem aos no-
vos tempos. Mas certas opções, como o oxibio, vêm geran-
do polêmica entre governo, entidades não-governamentais
e iniciativa privada.
Na matéria de capa desta edição, a repórter Andréa da
Luz aprofunda a discussão sobre o tema e mostra algumas
experiências que já vêm sendo feitas por diversas redes va-
rejistas no País, além de ouvir a opinião de pesquisadores,
varejistas e governantes sobre a polêmica do plástico
oxibiodegradável e outros materiais candidatos a substituir
o plástico-filme. Confira a reportagem na página 16.
Boa leitura e boas vendas!
A Revista do Varejo é editada e
comercializada pela Editora Empreendedor
DIRETOR-EDITORAcari Amorim [email protected]
REDAÇÃO [email protected]
■ Edição Executiva: Diógenes Fischer■ Reportagem: Andréa da Luz, Camila Stähelin, Cléia Schmitz ePaula Arend■ Edição de Arte: Fernanda Pereira■ Fotografia: Casa da Photo, PurestockX e Clipart.com■ Revisão: Lu Coelho■ Ilustrações: Édio Wilson Cardoso
SEDES
■ São PauloGerente Comercial: Fernando Sant’Anna [email protected] de Contas: Gesner C. Vieira, Érika Kaiser, Nassara KedmanRua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis01239-010 – São Paulo – SPFone: (11) [email protected]
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ESCRITÓRIOS REGIONAIS
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O que fazer
com as sacolas?
Matéria de Capa
Perfil
O estilista Vinicius Campion fala
sobre sua experiência no varejo
com os erros e acertos da rede
de lojas A Mulher do Padre
ÍÍÍÍÍNDICENDICENDICENDICENDICE
6 Janeiro 2008
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Entre o uso de novos materiais e a volta do
velho hábito de reutilizar a bolsa de compras,
o varejo busca alternativas ao plástico
Banho de Loja
A arquiteta Kátia Bello instiga
os varejistas a saírem da zona
de conforto e perderem o
medo de investir em inovação
Fazendo Melhor
O consultor Moacir Moura
fala sobre a importância
de dar bons exemplos de
liderança aos funcionários
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Tendência
Como as lojas descobriram
nas revistas um novo canal
para reforçar a marca e se
comunicar com os clientes
30
Franquia
Vendendo soluções sob medida para organização
de espaços, a rede Mr. Closet oferece dois formatos
de franquia para expandir sua área de atuação
ENTREVISTA 12
O consultor Hilton de Brito aconselha os lojistas a
prepararem desde já uma previsão das vendas para
o ano todo e ensina como analisar as variáveis que
podem influir no desempenho futuro do negócio
E MAIS:
Carta ao Leitor 4
Movimento 8
Teste Friedman 58
Pequenas Notáveis 60
Feiras 62
Empreendedor na internet 66
40
34
Para reduzir custos operacionais e manter o foco
nas vendas, cresce o número de lojas que estão
terceirizando o departamento de Recursos Humanos
Gestão
REVISTA DO VAREJO ANO IV Nº 45
72007 Janeiro
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joProjeto de Loja
A Babel mistura uma ambientação contemporânea
com elementos clássicos em uma loja intimista e
moderna para vender roupas masculinas de grife
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8 Janeiro 2008
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joMMMMMOVIMENTOOVIMENTOOVIMENTOOVIMENTOOVIMENTO
xxxxxxxxx
A "bíblia" do marketing promocional
brasileiro ganha edição atualizadaA Pearson Education está lançando a sexta edição
do livro Marketing Promocional, fruto da experiência
profissional de João de Simoni Ferraccio, carinhosamente
reverenciado pelo mundo publicitário brasileiro como
o 'papa' das promoções. Nesta nova edição, que agora
enfoca todo o vasto campo de atuação do marketing
promocional, foi mantida a estrutura básica que vem
auxiliando há vários anos tanto profissionais quanto
estudantes da área. As atualizações e acréscimos foram
feitos com o intuito de deixá-la ainda mais completa,
agradável e fácil de compreender.
Entre os temas abordados por De Simoni, estão o
uso das técnicas que transformam, enriquecem e con-
vertem a promoção de vendas em marketing promocio-
nal; como trabalhar com premiações, ofertas, descon-
tos e todas as técnicas promocionais e de merchandi-
sing, além de sugestões de como planejar e organizar
eventos e de como expor de maneira atraente seus pro-
dutos. O livro trata ainda dos três diferentes tipos de
promoção (industrial, de serviço e de varejo) e faz co-
mentários sobre ética e a legislação do marketing pro-
mocional. Para encerrar, um glossário com termos pro-
mocionais e de merchandising.
Urano lança solução completa para pesagem no varejoUrano lança solução completa para pesagem no varejoUrano lança solução completa para pesagem no varejoUrano lança solução completa para pesagem no varejoUrano lança solução completa para pesagem no varejo
MOVIMENTO
MOVIMENTO
MOVIMENTO
MOVIMENTO
MOVIMENTO
Marketing Promocional –
A Evolução da Promoção de Vendas
por João de Simoni Soderini Ferraccio
208 páginas – R$ 41
Pearson Prentice Hall, 2007
Desenvolvida para os pequenos e médios
estabelecimentos, a TOP, novo lançamento da
Urano, conta com balança e etiquetador de
código de barras em um único produto. O equi-
pamento permite cadastrar os itens na pró-
pria balança através do teclado e
tem navegação simplificada das
funções, sem a utilização de có-
digos. Concebida para atender
também o mercado externo, a ba-
lança tem preço competitivo para fa-
zer frente aos similares chineses.
Já a TOP NET é uma evolução da TOP. Com todos os
benefícios da TOP, o modelo NET agrega um módulo
de comunicação TCP-IP, que permite fazer uma rede
entre as balanças de um estabelecimento e gerenciar
os dados via Internet. A balança TOP pode, a qual-
quer momento, ser transformada em TOP NET.
Basta agregar o módulo de comunicação
TCP-IP. Ambos os modelos contam com
bateria interna, com autonomia de 60
horas, o que permite trabalhar por seis
dias, durante 10 horas diárias, sem
energia elétrica.
92008 Janeiro
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O aumento na utilização dos cartões de débito e crédito
pelos consumidores, inclusive brasileiros, confirma os resul-
tados da Pesquisa de Uso Global do Dinheiro, realizada pela
KRC Research a pedido da MasterCard. O estudo foi feito para
avaliar o uso de dinheiro vivo comparado a outros meios
alternativos de pagamento e também teve o objetivo de de-
terminar o interesse dos consumidores por novas tecnolo-
gias como os cartões sem contato PayPass.
A empresa anunciou em dezembro a emissão de 20 mi-
lhões de cartões desse tipo no mundo inteiro. Atualmente a
tecnologia, que foi projetada para oferecer uma alternativa
fácil e conveniente ao dinheiro vivo, já é aceita em mais de 80
mil estabelecimentos de 20 países. A
principal vantagem é eliminar a ne-
cessidade de passar o cartão ou assi-
nar recibo para compras abaixo de US$
25. Para pagar, o consumidor só pre-
cisa tocar o PayPass nos terminais.
A pesquisa foi realizada em 13
países e mostra que a maioria dos con-
sumidores acredita que um dia deve
existir uma sociedade sem dinheiro –
em termos globais, os consumidores
não gostam de carregar grandes volu-
mes de dinheiro, e seu comportamen-
to, que mostra a relutância em per-
manecer em filas por mais de dez mi-
nutos para fazer pequenas compras, está incentivando o cres-
cimento de meios de pagamento sem contato.
Principais resultados da pesquisa
– A maioria dos pesquisados (56%) acredita que um dia
o mundo não terá mais dinheiro em papel-moeda e os car-
tões de débito e crédito devem substituir dinheiro e che-
ques como meios de pagamento.
– 75% dos pesquisados acreditam que não precisam mais
dispor de grandes volumes de dinheiro em papel-moeda.
– Dois terços (66%) dos entrevistados utilizam dinheiro
para fazer compras com uma freqüência menor do que há
cinco anos.
– Apenas um quinto (21%) dos consumidores está dis-
posto a esperar em filas durante mais de 10 minutos para
fazer uma compra de menos de US$ 25.
Pesquisa sobre uso de cartõesPesquisa sobre uso de cartõesPesquisa sobre uso de cartõesPesquisa sobre uso de cartõesPesquisa sobre uso de cartões
prevê o fim do dinheiro vivoprevê o fim do dinheiro vivoprevê o fim do dinheiro vivoprevê o fim do dinheiro vivoprevê o fim do dinheiro vivo
Plastrom apresenta sensorPlastrom apresenta sensorPlastrom apresenta sensorPlastrom apresenta sensorPlastrom apresenta sensor
antifurto discreto e funcionalantifurto discreto e funcionalantifurto discreto e funcionalantifurto discreto e funcionalantifurto discreto e funcional
Presidente da CNDL criticaPresidente da CNDL criticaPresidente da CNDL criticaPresidente da CNDL criticaPresidente da CNDL critica
novo aumento de impostosnovo aumento de impostosnovo aumento de impostosnovo aumento de impostosnovo aumento de impostos
A preocupação dos varejistas em pre-
venir os furtos, mas sem descaracterizar
o layout da sua loja, fez com que a Plas-
trom Soluções lançasse o sistema de Vi-
gilância Eletrônica de Mercadorias (VEM)
Ônix Dual. Composto por um pedestal
único, sua eletrônica microprocessada
permite um vão de até 1,60 metro (vari-
ando de acordo com o ambiente), pos-
sui baixa incidência de manutenção e
permite o sincronismo com o Circuito
Fechado de TV (CFTV).
Por utilizar tecnologia de radiofre-
qüência de última geração, a Ônix Dual
não sofre interferências nos locais ins-
talados. Já na parte estética, o uso de
acrílico transparente garante uma per-
feita integração com a ambientação
das lojas.
As medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda no
início de janeiro para compensar a perda de arrecadação da
CPMF não foram bem recebidas pelo movimento lojista do
Brasil. O aumento nas alíquotas do Imposto sobre Opera-
ções Financeiras (IOF), em 0,38%, e da Contribuição Social
sobre Lucro Líquido (CSLL) de 9% para 15% "vão ser repas-
sados para os bens e produtos finais, além de onerar o crédi-
to ao consumidor brasileiro, que já paga uma das cinco maiores
cargas tributárias do mundo", afirma Roque Pellizzaro Júni-
or, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojis-
tas (CNDL).
As medidas visam garantir uma arrecadação de pelo menos
R$ 10 bilhões ao ano – a perda da CPMF implicou numa queda
de aproximadamente R$ 40 bilhões no orçamento da União.
"O Brasil não precisa do aumento destes tributos pois, sem
contar a CPMF, em 2007 o governo obteve um crescimento
superior aos R$ 40 bilhões na arrecadação, assim como em
2008 também deve ter", analisa Pellizzaro Júnior.
10 Janeiro 2008
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Comércio eletrônico bate recorde no NatalComércio eletrônico bate recorde no NatalComércio eletrônico bate recorde no NatalComércio eletrônico bate recorde no NatalComércio eletrônico bate recorde no Natal
HISTÓRICO DO NATAL
2006 2007
Período 15/11/06 a 23/12/06 15/11/07 a 23/12/07
Tíquete médio R$ 304 R$ 308
Faturamento R$ 693 milhões R$ 1,081 bilhão
RANKING DOS PRODUTOS MAIS VENDIDOS NO
NATAL EM 2007 (EM VOLUME DE PEDIDOS)
Lugar Categoria Porcentagem
1° Eletrônicos 17%
2° Livros, Revistas e Jornais 16%
3° Informática 13%
4° Telefonia Celular 11%
5° Títulos de CD, DVD e Vídeo 11%
com participações de 15%, 8% e 9%, respectivamente.
A principal mudança no ranking ocorreu com a categoria
de Títulos de CD, DVD e Vídeo, que ocupou durante muitos
anos a 1ª colocação, passando agora ao 5° lugar com 11%
das vendas. O aumento da participação de televisores, com-
putadores, celulares, notebooks e tocadores de MP3 no carri-
nho de compras do consumidor virtual sobre o total de pedi-
dos efetuados durante o período elevou o tíquete
médio de R$ 304 para R$ 308.
Os motivos apontados pelo diretor-geral da e-
bit, Pedro Guasti, para esse recorde de vendas são
as facilidades oferecidas pelo canal, o constante
aprimoramento da logística de entrega e a como-
didade que encanta os e-consumidores. "Produtos
importados como Eletrônicos geralmente são mais
baratos pela internet, além das políticas de parce-
lamento e entrega no prazo que são motivadores
para que os consumidores procurem, cada vez com
mais freqüência, esse canal de compra."
De acordo com o Índice e-bit/Pwc, calculado
pela e-bit durante o período em que as compras na-
talinas foram efetuadas, a satisfação do consumidor
se manteve próxima a 86%, sendo que o percentual
de pedidos que teve todos os produtos entregues
dentro do prazo prometido pelas lojas chegou a 77%.FONTE: E-BIT INFORMAÇÃO (WWW.EBITEMPRESA.COM.BR)
Assim como no varejo tradicional e nos shoppings,
os adeptos às compras pela internet não pararam de
clicar neste Natal e as expectativas de cresci-
mento com relação a 2006, mais uma vez, se
confirmaram. Pelo acompanhamento que a e-
bit faz do setor, era esperado que as lojas vir-
tuais atingissem no período de 15 de novem-
bro a 23 de dezembro um faturamento de aproxima-
damente R$ 1 bilhão. Entretanto, esse valor foi su-
perado e o comércio eletrônico alcançou R$ 1,081
bilhão. Desta maneira, enquanto as lojas de rua e os
shoppings cresceram, segundo o Índice Serasa e a Al-
shop, 9,9% e 12% respectivamente, o e-commerce ele-
vou suas vendas em 55% se comparado ao mesmo período
de 2006.
Entre as categorias de produtos mais vendidas, itens de
alto valor agregado como Eletrônicos, Artigos de Informática
e Telefonia Celular, que foram as grandes apostas de vendas
para a data comemorativa, tiveram 17%, 13% e 11% de par-
ticipação em volume de pedidos, ocupando o 1°, 3° e 4°
lugar no ranking, respectivamente. No Natal de 2006, essas
mesmas categorias ocupavam o 2°, 5° e 4° lugar na tabela
Superando expectativas, o varejo virtual cresce mais que as
lojas de rua, com um volume de vendas superior a R$ 1 bilhão
EEEEENTREVISTNTREVISTNTREVISTNTREVISTNTREVISTAAAAA
12 Janeiro 2008
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joEEEEENTREVISTNTREVISTNTREVISTNTREVISTNTREVISTAAAAA
132008 Janeiro
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JJJJJá sabe qual é a sua previsão de vendas para oNatal deste ano? Tudo bem que 2008 está apenas
começando, o período de maior movimento no co-mércio acabou de passar, mas os varejistas já devem– ou, ao menos, deveriam – estar preparados desdejá para enfrentar o ano inteiro. O que, quanto, comoe onde pretendem vender é o que os donos de lojadevem saber ao fazer seu planejamento. E como aprevisão de vendas é composta por uma série de va-riáveis que se diferenciam de acordo com o segmen-to em que se atua, é preciso conhecer muito bem omercado onde está inserido seu negócio.
Independente da previsão ser anual, semestralou trimestral, o monitoramento constante é indis-pensável. "Quanto melhor for a informação do queestá acontecendo no seu ponto-de-venda, melhorpode ser a sua capacidade de reagir às alteraçõesda sua previsão de venda", destaca o diretor da ZBS,Hilton de Brito Filho, empresa que atua no varejodando suporte ao planejamento de negócios. Con-fira na entrevista a seguir como a previsão de ven-das pode ser determinante no processo de organi-zação da sua loja.
por cam i l a s tähe l i n f o tos casa da photo
Previsões
para 2008Não é preciso ser astrólogo para ter uma idéia de
como serão suas vendas nos próximos meses. De
acordo com o consultor Hilton de Brito, basta manter
os pés no chão, conhecer bem o ramo em que atua
e monitorar constantemente o desempenho da loja
Revista do Varejo – Qual a importância de uma previ-são de vendas?Hilton de Brito – É uma forma de o lojista montar umcenário que permita que ele conheça seu negócio. Aprevisão de vendas é composta por uma série de va-riáveis com pesos distintos, que orientam comodeve ser a participação do empreendimento em umdeterminado mercado. Como se está olhando o futu-ro, e ele é sempre incerto, tem que se ter o cuidadode garantir que essas variáveis estejam, pelo menos,dentro de uma faixa de controle do seu negócio. Atra-vés da previsão, o empresário estabelece qual deveser a sua venda. Por exemplo, 10 mil peças em trêsmeses. E essa venda de produtos está orientada porpremissas que apontam quais os aspectos do merca-do merecem maior atenção.
RV – É possível determinar quais dessas variáveis sãomais importantes na hora de se fazer uma previsão?Brito – É difícil. Porque depende muito do tipo deproduto, mercado e segmento que se esteja anali-sando. Quando se verifica segmentos mais estáveis,as variáveis são muito mais tradicionais. Já em rela-
EEEEENTREVISTNTREVISTNTREVISTNTREVISTNTREVISTAAAAA
14 Janeiro 2008
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jo
“ Ao invés de ficar
esperando o que vai
acontecer no próximo
trimestre, o lojista tem que
fazer o monitoramento em
uma escala menor de
tempo. Deve tentar ler o
que está acontecendo no
ponto-de-venda e assimilar
essas informações
semanalmente ”
ção a produtos novos, em que o lojista está sujeito amudanças de tecnologia, por exemplo, é preciso en-tender a reação do consumidor e ainda assim depen-de de regulamentações governamentais, como nocaso das tecnologias para telefonia celular. Em al-guns segmentos, a localização do ponto-de-vendavai ser crucial, em outros serão as relações com ocliente e com o fornecedor. Portanto, se o varejistaconhece quais são as variáveis que compõem a equa-ção do negócio dele, pode montar cenários mais pró-ximos daquilo que vai realmente acontecer.
RV – Existem técnicas específicas para previsão devendas?Brito – Há modelos matemáticos, que conseguem for-necer algumas tendências. E outros mais qualitati-vos, nos quais a inteligência de planejamento daspessoas que estão na empresa qualifica os númerosestabelecidos nessas previsões matemáticas. Esse com-ponente, que vai ajudar o lojista a determinar o quepode vender no futuro, é acompanhado por um fa-tor bastante interessante, que é a cadeia de supri-mentos com a qual se vai trabalhar. Ela vai dizer quala estimativa de erro lá na frente. Sim, porque podehaver erro. E quanto maior este erro, pior será a con-dição de custo na cadeia. Se errar muito para cima,vai faltar produto. Se errar muito para baixo, haveráexcesso de produto. Quanto maior for o erro da suaprevisão, mais difícil será montar sua cadeia de su-primentos para garantir que sua loja terá aquele pro-duto disponível para o seu cliente no menor custopossível.
RV – E o que se deve fazer quando a previsão devendas dá errado?Brito – Vamos imaginar o cenário. Voltemos às 10mil peças que se pretende vender durante três me-ses. Ao invés de ficar esperando o que vai acontecerno próximo mês ou trimestre, o proprietário da lojatem que começar a fazer o monitoramento em umaescala menor de tempo. Então, deve tentar ler o queestá acontecendo no ponto-de-venda e assimilar es-sas informações semanalmente. Monitorar o que estáacontecendo no curto prazo e tentar projetar solu-
ções, caso haja erros, a cada semana no médio pra-zo. Assim, é preciso monitorar sempre, não necessa-riamente mudar todo o planejamento, para garantirque meu erro relativo semanal seja menor que aque-le erro que possa acontecer no mês fechado ou notrimestre. Quanto melhor for a informação do queestá acontecendo no seu ponto-de-venda, melhorpode ser a sua capacidade de reagir às alterações dasua previsão de venda.
RV – É possível ao varejista fazer uma previsão anualde vendas para o seu negócio levando em conside-ração os períodos de sazonalidade do comércio?Brito – Todo dono de loja tem que fazer uma previ-são de vendas. A anual é uma previsão macro, quan-do se trabalha com grandes números. Traduzindo emtermos de volume de dinheiro, por exemplo, há umempresário que quer faturar R$ 10 milhões no ano.Só que, primeiro, é preciso entender o porquê dessevalor, que pode tanto ser um crescimento quanto umamanutenção dos faturamentos dos anos anteriores.Para isso, é preciso olhar para trás, entender onde
152008 Janeiro
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errou nas variáveis para poder ajustar esses erros egarantir esses R$ 10 milhões. Só que não pode espe-rar o mês de janeiro começar para fazer a previsãodo ano, tem que ser antes do ano começar. Depois defazer essa projeção anual, é necessária uma previsãoquebrada por trimestre. No caso dos primeiros trêsmeses, por exemplo, janeiro é um mês fraco, feverei-ro tem alguma sazonalidade do Carnaval e março pre-cisa começar a se abastecer para o Dia das Mães. Emseguida, olhar isso mensalmente.
RV – Aí entra novamente a importância de ummonitoramento constante?Brito – Com certeza. O lojista precisa fazer o ano,entender trimestralmente o que vai acontecer e fazerrevisões mensais e semanais para garantir que nãoesteja fazendo projeções nem muito grandes, nemmuito pequenas. Então é um processo de projeçãoanual, com revisões periódicas. Desta forma, omonitoramento vai ajudar demais o lojista na parteda execução do planejamento. É necessário acompa-nhar se o que ele planejou está acontecendo ou não.
Então ele precisa montar um processo de aprendiza-do contínuo que vai ajustando o planejamento dele.
RV – O planejamento é imprescindível para o suces-so do negócio?Brito – Planejar é difícil e requer muita disciplina. Sedeixar de lado o mês de janeiro, por exemplo, começao ano com um mês a menos. Se entrar com carga deproduto em excesso ou falta, isso significa prejuízopara a loja. O varejista que perde um dia não conse-gue recuperar depois, a não ser que pague um preçopor isso, que é fazendo promoções e ações afins. Eisso custa caro para o lojista. Sendo assim, planejar éuma condição indispensável para que ele não tenhasurpresas. Quanto melhor ele planejar, quanto maisele entender do negócio dele, menor a variação dasurpresa. Um problema sério de quando não se plane-ja bem é a falta ou o excesso de estoque. Se pegar umvarejista e perguntar o que ele prefere, se falta ou háexcesso, ele não vai saber responder. É preciso plane-jar. Não importa se dezembro foi maravilhoso, em ja-neiro precisa dar lucro de novo.
MMMMMAAAAATÉRIATÉRIATÉRIATÉRIATÉRIA DE CAP DE CAP DE CAP DE CAP DE CAPAAAAA
16 Janeiro 2008
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O que fazer com
Consumidores e lojistas fazem a mesma pergunta: como reduzir o impacto ambiental das
embalagens de plástico no comércio? Entre testes de novos materiais e a volta do hábito
de reutilizar sacolas, confira algumas das soluções encontradas pelos varejistas brasileiros
por andréa da luz fo to d i vu lgação
as sacolas?
extinção. "Explicamos que quería-
mos resgatar o antigo costume de
usar essas sacolas para sensibilizar
as pessoas a cuidarem do ambien-
te", diz a sócia-gerente Fabiana Cas-
selhas. Ela lembra que, no começo,
as pessoas compravam as sacolas
mas esqueciam de trazer quando vol-
tavam à padaria. "Muitos achavam
que queríamos economizar na com-
pra de sacolas plásticas", conta Fa-
biana. O treinamento dos atenden-
tes ajudou a multiplicar a idéia e es-
clarecer o objetivo da ação. Mais de
mil unidades foram vendidas e, em
breve, haverá mais um modelo à dis-
posição. "Assim atingimos dois ti-
pos de clientes: os que querem abra-
çar a causa e os que querem fazer
isso sem perder o estilo", afirma.
Outra solução simples e eficien-
te é a Bag Market, sacola organiza-
dora reutilizável e reciclável que se
encaixa dentro dos carrinhos de su-
permercados. O produto é uma cri-
ação da empresa paulista Gatto de
Rua, que antes de entrar nesse mer-
cado atuava no ramo de confecções
descarte inadequado, o
baixo índice de recicla-
gem, o entupimento de
redes pluviais e o longo
tempo para decomposi-
ção das sacolas plásticas (cerca de
100 anos) estão forçando o consu-
midor a repensar costumes e o co-
mércio a estudar alternativas de em-
balagens menos agressivas ao am-
biente. A preocupação ambiental
traz de volta o velho hábito de fa-
zer compras levando uma sacola
própria, ao mesmo tempo em que
se pesquisam novos materiais como
o tecido não-tecido (TNT), o bioplás-
tico e o plástico oxibiodegradável,
em designs inteligentes e em bolsas
reutilizáveis.
Entre as diversas alternativas en-
contradas pelo varejo, a panificado-
ra e confeitaria paulistana Pão do
Parque lançou uma campanha pelo
uso das sacolas reutilizáveis de TNT
no começo de 2007. A sacola custa
R$ 2 e a renda é repassada a uma
ONG que cuida da preservação de
mamíferos aquáticos ameaçados de
de moda. A idéia partiu da sócia e
diretora comercial da empresa, Elai-
ne Guapo. Irritada com a falta de
uma bolsa prática e eficiente para
fazer compras, ela reuniu a equipe
de criação para fazer o design das
peças.
Foram quatro anos de trabalho
para desenvolver e aperfeiçoar um
protótipo. Depois, mais dois meses
de pesquisas para achar o material
adequado: a fibra de polipropileno
retornável de 80g, um TNT lavável,
originado do plástico, leve e de uso
sustentável. A intenção não é aca-
bar com a sacola plástica, mas ofe-
recer às pessoas uma oportunidade
de ajudar na preservação ambien-
tal. "O grande apelo ecológico de
nosso produto é que, após o tem-
po médio de uso de cinco anos,
pode-se descartá-lo na coleta reci-
clável de lixo", explica o sócio-dire-
tor Mário Gaspar.
Lançada em março de 2007 em
São Paulo durante a feira da Asso-
ciação Paulista de Supermercados
(Apas), a bolsa fez tanto sucesso
172008 Janeiro
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NO HIPPO
Supermercados, a
primeira remessa de
300 unidades da
sacola reutilizável
esgotou em uma
semana
Divulgação
MMMMMAAAAATÉRIATÉRIATÉRIATÉRIATÉRIA DE CAP DE CAP DE CAP DE CAP DE CAPAAAAA
18 Janeiro 2008
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do
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que se transformou no carro-chefe
da empresa. A produção atual é de
12 mil peças mensais, mas a meta é
ampliar para 18 mil a 20 mil saco-
las em 2008 e atingir a capacidade
total de 48 mil unidades/mês em cin-
co anos. Os sócios negociam com
um grande canal de varejo a distri-
buição para todo o País, divulgam
o artigo em feiras do setor e desen-
volvem outras peças para carrinhos
e cestas de farmácias, empórios e
lojas. "Não vimos ainda no merca-
do um produto tão completo e que
satisfaça tanto o cliente quanto a
Bag Market", afirma Gaspar.
Disponível em dois tamanhos,
com capacidade para 130 litros e
210 litros, possui três divisórias per-
mitindo a separação entre perecíveis
e não-perecíveis, e ainda pode se
transformar em três bolsas separa-
das. O preço é de R$ 60 e R$ 80,
respectivamente, para as sacolas
média e grande. Consumidores tam-
bém podem adquiri-las arcando com
o custo do envio por Sedex. Em no-
vembro, 350 unidades foram ven-
didas em uma campanha promoci-
onal da Coppertone na loja Broo-
klin do Carrefour, em São Paulo.
reduzir, reutilizar e reciclar
O foco da rede francesa de su-
permercados, no entanto, é nos
três Rs: reduzir, reutilizar, reciclar.
O Carrefour quer chamar a aten-
ção do consumidor para o uso ra-
cional ensinando a reutilizar e des-
cartar de maneira correta para reci-
clagem. A empresa realiza um pro-
jeto piloto na loja de Pamplona, em
São Paulo, com sacolas de polipro-
pileno que custam entre R$ 2 e R$
3. Com capacidade para 35 quilos,
5 mil unidades foram importadas da
França. De acordo com a gerente de
Sustentabilidade da empresa, Kari-
na Chaves, o primeiro momento é
de conscientização. "Apenas repas-
samos ao consumidor o custo das
embalagens, pois queremos estimu-
lar o novo hábito", diz. E, para en-
tender melhor o comportamento dos
clientes e seus hábitos de compra, a
empresa realiza uma pesquisa na-
quela unidade. "O estudo acontece
junto com o projeto das sacolas e
visa avaliar se e onde existe a de-
manda por embalagens diferencia-
das", explica Karina.
Simultaneamente, a rede já ofe-
rece caixas de papelão para acondi-
cionar compras maiores, que não
cabem nas bolsas de polipropileno.
A empresa também estimula os for-
necedores a estudarem alternativas
à utilização do plástico. Outra op-
ção é utilizar menos sacolas no su-
Div
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ação
FABIANA, da Pão do Parque: a renda com a venda das sacolas de TNT é revertida para a preservação de mamíferos aquáticos
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da P
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192008 Janeiro
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O CARREFOUR investe no polipropileno para mudar os hábitos do consumidor
permercado. Uma unidade agüenta
até seis quilos de produtos, então
não é preciso usar duas para carre-
gar um pacote de arroz.
sucesso de público
Em Florianópolis, o Hippo Super-
mercados lançou o projeto piloto da
sacola reutilizável 100% algodão em
julho passado, com divulgação em
banners e panfletos e treinamento na
frente de caixa. A primeira remessa,
de 300 unidades, se esgotou em uma
semana. "Encomendamos mais 300
e a procura também foi maior do que
a oferta, o que nos deixou felizes
porque o principal objetivo é estimu-
lar a reutilização, mesmo que as sa-
colas não sejam da nossa empresa",
diz a assessora de marketing Márcia
Regina Bonett. A bolsa é vendida
por R$ 9 e quem a adquire ganha
um quilo de adubo orgânico. Cerca
de 2 mil unidades já foram comer-
cializadas. "Isso é só o começo, pois
acreditamos que a empresa que não
estiver protegendo o ambiente não
terá como existir no futuro", avalia
Márcia.
Segundo ela, o objetivo é ampli-
ar a participação do consumidor
nas ações ambientais da empresa.
Com um público focado principal-
mente nas classes A e B, o super-
mercado tem a vantagem de contar
com a fácil adesão da clientela ao
conceito de proteção ambiental. "Já
tínhamos uma cliente que vinha ao
supermercado com as próprias sa-
colas e não pegava novas no caixa.
Outros traziam sacolas reutilizáveis
de viagens feitas a países da Euro-
pa", conta a assessora. A idéia do
projeto, portanto, é reduzir a quan-
tidade de lixo que se leva para casa.
A empresa utiliza ainda modelos oxi-
biodegradáveis certificados (um adi-
tivo é acrescentado ao plástico con-
vencional permitindo a desintegra-
ção das sacolas em contato com o
oxigênio, luz e calor) que levam de
um ano e meio a dois anos para se-
rem decompostos em partículas
menores, invisíveis a olho nu, na na-
tureza.
Essa alternativa também foi ado-
tada em julho pela rede Sesi Farmá-
cias em Santa Catarina, com 83 lo-
jas no Estado. A empresa está subs-
tituindo as sacolas pequenas, de
maior uso, pelo novo plástico mes-
mo com a polêmica criada em torno
do material. Isso porque vários seg-
mentos discutem a contaminação
do ambiente pelas partículas que se
originam dos oxibiodegradáveis, o
que não está provado cientificamen-
te. Segundo o superintendente Sér-
gio Gargioni, caso os danos sejam
confirmados, a continuidade do uso
poderá ser reavaliada. A rede incen-
tiva também o uso de sacolas de
tecido 100% algodão que podem ser
compradas por R$ 5 ou trocadas por
pontos acumulados no Cartão Fi-
delidade.
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MMMMMAAAAATÉRIATÉRIATÉRIATÉRIATÉRIA DE CAP DE CAP DE CAP DE CAP DE CAPAAAAA
20 Janeiro 2008
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Cerca de 66 milhões de
sacolas plásticas são consumidas
por mês no Estado de São Paulo
e menos de um terço é
reciclada. Calcula-se que das 12
mil toneladas de lixo doméstico
produzidas por mês na cidade,
8,6% (ou mil toneladas) sejam
de material plástico. (Fonte: O
Estado de São Paulo, dados de
setembro/2007)
465,1 bilhões de
unidades de sacos plásticos
foram consumidas no mundo em
2007. (Fonte: RES Brasil,
associada à Abief)
20% do total de plástico é
reciclado em média no Brasil, o
equivalente a 200 mil toneladas
por ano. Não há dados
específicos sobre o plástico-
filme. Sabe-se apenas que o
material representa 29% do
total de plásticos separados
pelas cidades que fazem coleta
seletiva.
50% de energia pode ser
economizada com o uso de
plástico reciclado.
3,2% das sacolas e sacos
plásticos são reciclados nos EUA
(28,8 mil toneladas por ano) e
2% das embalagens de produtos
(30 mil toneladas). O plástico é
altamente combustível, mas a
reciclagem energética ainda não
é praticada no Brasil.
Fonte: Cempre
O plásticoem números
GERGIONI, da Sesi Farmácias, com o
saquinho de plástico oxibiodegradável
para pequenas compras e a sacola
de tecido para volumes maiores
discussões à vista
A questão das embalagens nocomércio vai além da mera elimina-ção das sacolas comuns. É precisolevar em conta a infra-estrutura, oshábitos comportamentais brasilei-ros e as conseqüências do uso dasalternativas disponíveis. Por isso,ainda deve haver muita controvér-sia sobre o assunto. De acordo coma pesquisadora do Departamento deTecnologia de Polímeros da Unicamp,Lúcia Mei, que conduz estudos so-bre o material no Brasil, pesquisasfeitas na Itália, Inglaterra e EUAmostraram que microorganismosatacam os plásticos oxibiodegradá-veis, o que seria um indício de queeles são biodegradáveis após sofre-rem a desintegração por exposiçãoao tempo.
De acordo com a pesquisadora, épreciso fazer mais ensaios científicospara comprovar que isso de fatoocorre. "Prefiro coletar mais dadosantes de dizer que é seguro usar essetipo de embalagem. Em viagem re-cente à China e Japão, no entanto,percebi que os oxibiodegradáveis es-tão sendo muito utilizados", afirma.As sacolas comuns podem ser reci-cladas várias vezes, quando correta-mente descartadas e não contamina-das com o lixo. Quando isso aconte-ce, o custo da limpeza antes da reci-clagem inviabiliza o processo e elasvão para os aterros. "As oxibiode-gradáveis podem ser recicladas oucompostadas. Na Europa, por exem-plo, onde há falta de espaço para ater-ros, é feita a compostagem, enquan-to no Brasil a possibilidade ainda estásendo estudada para os plásticos emgeral", diz Mei.
O governador do Estado de SãoPaulo, José Serra, é contra o uso domaterial e vetou recentemente umprojeto de lei que obriga a troca do
plástico-filme pelo oxibiodegradávelno comércio. A Secretaria Estadualdo Meio Ambiente realizou em de-zembro, na capital e no interior doestado, um mutirão de conscientiza-ção sobre o problema causado pelouso de sacolas plásticas e estimulouo uso de sacolas de pano.
Já a ONG Fundação Verde (Fun-verde) defende a embalagem oxibio-degradável. "Com a opção aditiva-da, o produto ficará no máximo 18meses no ambiente, causando me-nor dano do que as sacolas tradici-onais. Por isso, a população devecobrar dos comerciantes o uso desacolas com ciclo de vida curta, evi-tando aumentar o rastro de polui-ção que deixaremos para as gera-ções futuras", diz o presidente Cláu-dio José Jorge. Para a organização,o custo das embalagens (indepen-
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MMMMMAAAAATÉRIATÉRIATÉRIATÉRIATÉRIA DE CAP DE CAP DE CAP DE CAP DE CAPAAAAA
22 Janeiro 2008
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dente do tipo) sempre é re-
passado ao consumidor;
então o mais importante é
levar em conta o custo dos
danos ambientais causado
pelo descarte incorreto das
sacolas plásticas convenci-
onais, somado ao uso de di-
nheiro público para limpe-
za de áreas poluídas com
esses objetos, como rios e
ruas. "Este custo é enorme
e afeta todos e o planeta",
diz.
O presidente da Associ-
ação Brasileira de Supermer-
cados (Abras), Sussumo
Honda, afirma que os su-
permercados estão procu-
rando soluções para coo-
perar com a não-agressão ao ambi-
ente. Segundo ele, Condor e Muffa-
to, do Paraná, e Modelo, de Mato
Grosso, já aderiram às sacolas com
plástico oxibio. Outros adotam as
reutilizáveis ou trabalham com a
conscientização dos clientes. Mas o
presidente admite que é preciso sa-
ber mais sobre a ação dos oxibiode-
gradáveis. Por isso, o setor começa
a discutir e a trabalhar em conjunto
com o governo e a sociedade orga-
nizada, em busca de soluções mais
efetivas para o problema.
taxa polêmica
Em alguns países europeus,
a solução afeta diretamente o
bolso do consumidor, que paga
para usar as sacolas de plástico-
filme dos supermercados. Mas
o modelo de taxação tem pou-
ca chance de dar certo no Bra-
sil. De acordo com o presidente
da Associação Brasileira da In-
dústria de Embalagens Plásticas
Flexíveis (Abief), Rogério Mani,
é preciso analisar a situação so-
cioeconômica e a infra-estrutu-
ra de cada país. "Se houver no
Brasil uma taxa para sacolas
plásticas, quem vai sofrer é o
consumidor, pois a maioria da
população faz compras a pé ou
usando algum meio de transporte que
não o automóvel", aponta.
"Não podemos dizer que vamos
eliminar totalmente o uso do plásti-
co. Precisamos estimular seu uso ra-
cional e o descarte correto", defende
a gerente de Sustentabilidade do Car-
A BAG MARKET é outra alternativa
reutilizável que se encaixa dentro
dos carrinhos e pode ser usada
por um período de cinco anos
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KARINA, do Carrefour: “Não podemos dizer que vamos
eliminar totalmente o uso do plástico. Precisamos
estimular seu uso racional e o descarte correto"
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ação
232008 Janeiro
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CONTATO
Abief
(11) 3032-4092
Abre
(11) 3082-9722
Carrefour
0800 7273090
Hippo Supermercados
(48) 3212-6600
Pão do Parque
(11) 3714-3916
Sesi Farmácias
(48) 3231-4671
Funverde
(44) 3226-2113
Profª Drª Lúcia Helena Mei
(19) 3521-3900
refour, Karina Chaves. O presidente
da Abief partilha da mesma opinião.
"Não podemos considerar as saco-
las plásticas como vilãs, pois o pro-
blema é o descarte incorreto. O ca-
minho mais curto e eficiente para re-
solver essa situação é a reciclagem
energética", afirma Rogério Mani, res-
saltando o fato de se tratar de “um
dos produtos mais versáteis do mun-
do” e uma das poucas embalagens
que suportam cerca de mil vezes seu
próprio peso. "Há ainda o aspecto
econômico do País, que faz com que
a maior parte se transforme em sa-
cos para acondicionamento de lixo."
Justamente por essa condição é
que o executivo não acredita na mas-
sificação das sacolas reutilizáveis. Para
ele, a maior oferta continuará sendo
de sacolas tradicionais, porém com
melhor qualidade. Mani cita como
exemplo o Programa da Qualidade de
Sacolas Plásticas, que envolve 15 fa-
bricantes e visa reduzir em até 30% o
consumo de sacolas no varejo. “Com
sacolas melhores, serão necessárias
menos unidades para acomodar as
compras”, afirma. O novo modelo
mais reforçado foi lançado em dezem-
bro pela Plastivida e pelo Instituto Na-
cional do Plástico (INP).
Para Luciana Pellegrino, diretora executiva da Associação
Brasileira de Embalagem (Abre), a discussão sobre as sacolas no
comércio tem que ser mais profunda e cautelosa. "Conforme o
desfecho do debate, a indústria atenderá a nova demanda, mas não
dá para definir uma única solução e obrigar o mercado a atendê-la
através de legislação", opina. Ela alerta para a necessidade de
fomentar o mercado de material reciclado para fortalecer a
demanda – o que incentivará a indústria de reciclagem a
reprocessar esse material – e incentivar o desenvolvimento de
tecnologias que permitam o uso de materiais já reciclados na
fabricação de embalagens.
Para dar suporte à indústria, entidades como o Centro de
Tecnologia de Embalagem (Cetea) e a Plastivida estudam os
efeitos da degradação das oxibiodegradáveis em solos e rios. Mas
na opinião da diretora da Abre, a segurança das embalagens
reutilizáveis também deve ser discutida. "Como transportam
produtos químicos e de limpeza e depois alimentos (como
verduras) sem proteção, pode haver contaminação. Que órgão vai
se responsabilizar por isso?", questiona.
A fabricante Nobelpack, que fornece sacolas de papel 100%
reciclado pós-consumo ao varejo, já trilha o caminho das
embalagens ecologicamente corretas. O produto é feito a partir da
celulose resultante da reciclagem de embalagens longa-vida e de
jornais e revistas. Com uma tonelada de papel reciclado, se produz
em média 20 mil sacolas. Em 2007, 85% da matéria-prima
utilizada veio de embalagens longa-vida recicladas, cujo
reaproveitamento rendeu uma economia de 31,1 milhões de litros
de água (equivalente ao consumo médio mensal de 5.200 pessoas),
343.900 kW de energia (consumo médio de cerca de 1.960
famílias/mês) e a preservação de 16.660 árvores reflorestadas.
De acordo com a gerente de marketing Cleonice Rodrigues
Takeda, os varejistas buscam alternativas com apelo ambiental e
benefícios sociais. Por isso, a empresa oferece várias opções como o
plástico oxibiodegradável, o plástico reciclado pós-consumo, o
papel 100% reciclado pós-consumo, além de desenvolver sacolas
retornáveis em TNT e em ráfia. "A tendência é que todas as
alternativas caminhem juntas e que o varejo teste várias em
conjunto para ver o que será mais apropriado", diz. "Os
supermercados estão sendo considerados os grandes vilões por
causa das sacolas plásticas, mas a troca envolve custos e mudança
de cultura, o que leva tempo", avalia Cleonice. Na opinião dela, o
caminho é a conscientização, em especial do consumidor, de quem
deve partir a exigência da troca das embalagens.
O que diz a indústria
24 Dezembro 2007
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CAMPION ainda estava na
faculdade quando abriu sua
primeira loja: ”Com formação
em produtos, não tinha
experiência com comércio,
que é sempre um mistério”
252008 Janeiro
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Sem experiência prévia no varejo, o estilista Vinicius Campion atingiu o sucesso com
a grife A Mulher do Padre depois de uma série de experiências com formatos de loja
diferenciados e estratégias ousadas, sem deixar de aprender com os próprios erros
experimentarA moda é
por cam i l a s t ähe l i n f o tos casa da pho to
iversificar e estar sempreatento às novas opor-tunidades de negócios.Esta é a receita de suces-so para o estilista Vini-cius Campion, dono damarca A Mulher do Pa-
dre (AMP). O paulistano já foidono de banca de camisetas, salãode beleza, casa noturna, gravado-ra, agência de DJs e loja de móveis.Há dois anos reformulou radical-mente seus negócios, fechou suaslojas e está apostando em novosformatos para o varejo. O porquêdo nome da grife, ele mesmo expli-ca: "É um exercício de antimarca.Teoricamente, é a última marca quevocê quer ser. Mas, na verdade,buscamos criar um desejo em cimado indesejado".
A Mulher do Padre é anti-sexypor opção. Em suas criações, Cam-pion trabalha basicamente commodelagens fechadas, quase aus-teras, com corte reto que mais lem-bram o estilo brechó. Mas o quepoderia não agradar a muitos
dfashionistas fez sucesso entre osmodernos da cidade. Tudo começouquando o estudante de DesenhoIndustrial começou a criar estampase imprimir em camisetas para ven-der na porta de escolas em vans.Logo em seguida, as peças passa-ram a ser vendidas numa feira cha-mada Mercado Mundo Mix. Nessaocasião, em 1995, A Mulher do Pa-dre, ou AMP, como é mais conheci-da a grife, foi criada oficialmente.
A participação no Mundo Mixfez com que o novato fosse convi-dado a integrar o grupo de estilis-tas da Semana de Moda – Casa dosCriadores, evento paralelo ao SãoPaulo Fashion Week. A partir dis-so, Campion expandiu a linha deroupas, criando peças mais concei-tuais e não se limitando a produzirapenas camisetas, investindo tam-bém em acessórios. "Estava na fa-culdade quando abri a primeira loja.Minha formação é voltada paraprodutos e não tinha experiênciaanterior com comércio, que é sem-pre um mistério a se desvendar."
A primeira loja da AMP foi im-plantada no Shopping Villa-Lo-bos, na capital paulista. Na épo-ca, sua namorada, Paula Ferrali,com quem é casado, morava emBuenos Aires. "Em um primeiromomento, resolvemos agir nasduas frentes, aqui e na Argentina.Então, fabricávamos todas as pe-ças no Brasil, mas comercializáva-mos nos dois países", conta Cam-pion. Até hoje Paula divide as ta-refas, criativas e administrativas,da loja com o marido.
além do underground
Durante oito anos os lança-mentos das coleções da AMP fo-ram feitos nesses eventos alter-nativos. "O Mercado Mundo Mixfoi uma possibilidade de ampliar oshorizontes comerciais. Tivemosoportunidade de visitar outros es-tados e abrir lojas em outras capi-tais, como Curitiba, Belo Horizon-te e Rio de Janeiro", conta o pro-prietário da marca. Só que o lojis-ta queria ampliar seu público
26 Janeiro 2008
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para além do universo under-ground. "Decidimos mudar nos-sa plataforma de lançamento emontamos um projeto em SãoPaulo, bem concentrado na cida-de. Compramos um prédio de seisandares, com 2 mil m² de área,localizado em Pinheiros."
No subsolo e no térreo do edi-fício funcionava o ampgalaxy, mis-to de casa noturna e bar. Tambémno térreo abrigava a Riviera, lojade móveis e objetos antigos. Noprimeiro andar ficavam a loja deroupas da AMP e o salão de bele-za, chamado Hairy Label Supers-tars. "Trabalhávamos com uma téc-
nica baseada nos quatro arquéti-pos fisionômicos de Hipócrates,algo novo que não havia em ne-nhum outro lugar do Brasil", contaCampion. No segundo pavimento,dividiam espaço o escritório, a gra-vadora de discos ampgalaxy Re-cords e a agência de DJs hairylabel-superstars, que traziam não sópara o Brasil, como para outrospaíses da América Latina, artistasestrangeiros de renome, como oamericano Larry Tee.
"Compramos a licença de algunsálbuns desses caras e criamos umselo nosso próprio. Chegamos a lan-çar sete discos", conta o estilista. Mas
tudo isso era para movimentar amarca. Essa pequena holding fatu-rou no segundo ano de funciona-mento (2004) cerca de R$ 13 mi-lhões. Desse total, 70% advinhamda venda de roupas nas quatro lo-jas próprias (na época, três em SãoPaulo e uma em Porto Alegre) e em170 multimarcas espalhadas peloBrasil.
mudança de foco
"Aparentemente, estávamosindo bem. O problema é que aca-bamos nos perdendo um pouco nonosso foco. O mais importanteeram e são as lojas de roupas, e
272008 Janeiro
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naquele momento me descuidei dis-so. A casa noturna e a gravadoraganharam proporção e foram to-mando demais o meu tempo, quechegou uma hora que decidi fechá-las."
O prédio com o complexo co-mercial funcionou de 2003 a 2006."Nosso raio de penetração nãopassava muito da cidade de SãoPaulo, então chegamos à conclu-são de que era melhor criar núcleosregionais do que continuar com oesforço todo concentrado nesseponto", diz. Em 2006 a fabricaçãofoi levada para Paulatina, pólo in-dustrial no interior do Espírito San-
to, e para Franca, interior de SãoPaulo.
As quatro lojas próprias daAMP fecharam as portas e foramcriados 15 showrooms regionais."Pretendemos cuidar mais de pertodos nossos clientes, então o tra-balho de dois anos para cá vem commuito mais agressividade na parteda distribuição", afirma o empresá-rio. Atualmente, A Mulher do Pa-dre está presente em 200 lojasmultimarcas no País.
Além disso, o estilista aposta emdois novos formatos de lojas parao varejo: o pop up e o amp pocketstore. O primeiro deles é uma espé-cie de franquia trimarca, em funcio-namento desde dezembro do anopassado em quatro cidades: VilaVelha (ES), Aracaju (SE), Franca(SP) e no Rio de Janeiro (RJ). "É quaseuma franquia, na verdade, só que olojista trabalha com três marcas epode escolher uma quarta paracompor o mix de produtos. É umprojeto de loja que conta com aAMP; a Lei Básica, uma marca doEspírito Santo, produzida na mes-ma indústria que a gente; e a Adi-das Originals, que é a marca impor-tada da Adidas."
Segundo Campion, o grandediferencial desse formato é que ovarejista pode contar com todos osbenefícios de uma franquia, mascom a flexibilidade de uma multi-
Mulher do PadreFundação: 1995Sede: São PauloÁrea de atuação: vestuário e acessóriosNúmero de lojas: 15 showrooms; 4 pop up epresente em 200 multimarcas
marca. "Temos um projeto de es-tarmos com 100 lojas em cincoanos, com custo de implementaçãoe um projeto arquitetônico muitobaixo. Com R$ 180 mil é possíveldeixar uma unidade totalmentepronta. Por isso acreditamos quevai ser muito fácil a expansão."
Outro formato proposto são aspocket stores, que começarão a serimplantadas ainda este ano. É ummodelo de loja mais compacto, comuma variedade de produtos que vãoalém do vestuário. "Estamos desen-volvendo alguns itens complemen-tares exclusivos para estas lojas,com o objetivo de posicionar amarca como multiproduto. Inclu-sive vamos para a China no próxi-mo mês para fabricar em parceriacom fornecedores de lá desde brin-quedos até acessórios, como guar-da-chuva e coisas para casa", afir-ma o empreendedor.
sucesso internacional
Mas as escalas da marca peloexterior não são de hoje. As pe-ças já foram distribuídas na Itália,França, Inglaterra, Portugal, Espa-nha, Suécia e Japão. Atualmente,são três escritórios funcionandona Europa: um em Portugal, quedistribui também para a Espanha;um na Grécia; e um na Itália. Oestilista afirma que apesar da acei-tação da grife lá fora ser muito
28 Janeiro 2008
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oxa
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boa, o câmbio não favorece."Chegamos com o preço mui-to alto e, por conta disso, aexportação está acontecendoem um volume muito peque-no. Através desse trabalhocom o parceiro chinês, preten-demos resolver isso de manei-ra definitiva, já que teremosuma base de fabricação no ex-terior."
criação própria
Vinicius Campion cria desdeas estampas utilizadas em suasroupas até os ambientes das lo-jas, incluindo as campanhaspublicitárias da marca. O mate-rial para a inspiração das cole-ções serve, inclusive, também comoestratégia de divulgação da grife. Issoporque, há seis anos, antes de criarqualquer coleção é desenvolvido umfilme, que serve de base de informa-ção para as peças de roupas e aces-sórios.
Segundo o estilista, a regra parao processo de criação e confecçãosegue três fases: "A primeira delas étotalmente livre, que é a parte maiscriativa, onde se desenvolve uma nar-rativa, uma coleção de personagens.Nela, organizamos todo o repertó-
rio no formato de um curta-metra-gem. A segunda parte é mais indus-trial e fazemos tudo aquilo que foifeito na fase anterior virar produ-to. Na terceira e última parte, sãofiltros utilizados pelo nosso depar-tamento comercial e pela nossa es-trutura industrial a partir de algu-mas limitações que são colocadaspelo mercado", diz o empresário.
No final do ano passado a AMPfinalizou seu quarto vídeo, chama-do Armadilha de Mosca Vênus, quetraz os elementos gráficos que nor-
1995
TRAJET
TRAJET
TRAJET
TRAJET
TRAJETÓÓÓÓ ÓRIA
RIA
RIA
RIA
RIA O estudante de Desenho Industrial cria a marca A
Mulher do Padre, no Mercado Mundo Mix. É convidadoa integrar o grupo de estilistas da Semana de Moda –Casa dos Criadores.
2003Compra prédio em Pinheiros (SP), onde passa afuncionar loja de roupas, casa noturna, gravadora,agência de DJs, salão de cabeleireiro, loja de móveisantigos e escritório. Tudo com a marca da AMP.
2006Campion decide reformular seusnegócios. Fecha o prédio de Pinheirose todas as lojas próprias da marca.Transfere a produção fabril e deacessórios de cidades e investe emnovos formatos de loja para o varejo.
2007Viagem para fechar parceria chinesa.
teiam a coleção Verão 2008.Com a participação do casal deatores Mel Lisboa e Daniel Al-vim, a marca promove a con-tinuidade do filme anterior, Crè-
me Brûlle. No roteiro, um pas-seio por locações inusitadas deSão Paulo, passando pela Sa-pataria Burso, uma das maistradicionais e antigas da cida-de, até o Astronete Bar, queemprestou o clima retrô paraambientar uma cena de bailecom shows de dança de umelenco performático.
Com uma estratégia de co-municação segmentada, aAMP atinge desde os consumi-dores fiéis que se identificam
com o conceito mais moderno atéos clássicos, que não abrem mãodos catálogos impressos. "Imaginoque fornecemos para clientes de 17aos 70 anos de idade. Não acho quesejamos uma marca para o públicojovem. Criamos peças que podemdurar no guarda-roupa, feitas parao consumidor que está no topo dapirâmide no que se refere à informa-ção", identifica o criador da grife.
CONTATO
www.amulherdopadre.com
CAMPION: “Temos um projeto de estarmos com
100 lojas no formato pop up em cinco anos,
com custo de implementação muito baixo”
30 Janeiro 2008
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joTTTTTENDÊNCIAENDÊNCIAENDÊNCIAENDÊNCIAENDÊNCIA
Cresce o número de varejistas que estão investindo em
revistas para divulgar sua marca e seus produtos, criando
um novo canal de relacionamento com os consumidores
de lojaLeitura
por c l é i a s chm id t f o tos casa da pho to
omercado de revistascustomizadas – nomeque se dá às publica-ções relacionadas auma marca ou empre-
sa – está em franca ascensão. Deacordo com o professor Luiz Chi-nan, consultor editorial da Asso-ciação Brasileira de JornalismoEmpresarial (Aberje), nos EstadosUnidos essas publicações já repre-sentam um volume de negócios deUS$ 1,5 bilhão. No Brasil, não hálevantamentos precisos, mas opotencial é de um mercado em tor-no de R$ 500 milhões. De olhonesse potencial, muitas redes va-rejistas resolveram apostar nessemeio como um forte canal de co-municação e fidelização de seusclientes.
Para Chinan, o primeiro ganhode uma revista customizada é apossibilidade de criar um banco dedados qualitativo de clientes. Elecita como exemplo a revista AlôBebê, publicação da rede homô-nima. "Ao fazer uma determinadacompra, o cliente faz seu cadas-tro e 'ganha de brinde' uma assi-natura da publicação. As maté-rias versam sobre os temas de in-teresse do público e da loja, as-suntos ligados à paternidade e àmaternidade", afirma. E essa é asegunda vantagem de uma publi-cação customizada na opinião deChinan: prestar ao cliente o ser-viço da informação.
"Obviamente, os fabricantes deprodutos têm todo o interesse deaparecer em anúncios de destaquepara leitores dessa revista. Afinal,compõem o seu público-alvo semdispersão. Esse é o terceiro ganho,que vale também por um quarto:a rede estimula as vendas e, ao
Escolha um formato e umprojeto gráfico queexpresse a identidadeda loja e estimule aleitura. Uma rede desurfwear, por exemplo,não combina com umapublicação clássica;
Invista em conteúdos de interesse do seu cliente, incluindotemas externos à loja. Afinal, revista customizada não écatálogo;
Contrate correspondentes em cada região de atuação da redede lojas. É uma excelente forma de se aproximar do universode todos os clientes;
Mantenha uma periodicidade regular para que o cliente/leitorpossa criar expectativas positivas com a publicação;
Invista em interatividade para promover a participação doleitor e avaliação constante da publicação;
Anote reclamações apresentadas pelo cliente em relação apreço, produto e atendimento.
Fonte: Aberje
DICDICDICDICDICAS PAS PAS PAS PAS PARA FARA FARA FARA FARA FAZER SUAZER SUAZER SUAZER SUAZER SUA REVISTA REVISTA REVISTA REVISTA REVISTAAAAA
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mesmo tempo, financia a publi-cação por meio de seus fornece-dores", afirma o consultor daAberje.
evolução do catálogo
Foi para divulgar sua lista depreços para o segmento varejistaque a Kalunga criou uma das re-vistas customizadas mais conhe-cidas do Brasil, com uma tiragemde dar inveja a muitas publicaçõescomerciais: 250 mil exemplares,distribuídos gratuitamente paraclientes da marca – fabricantes, re-vendedores, lojistas e consumido-res de materiais escolares e pro-dutos para escritório e informáti-ca. Quinze anos depois, a revistaKalunga continua publicando sua
lista de preços, mas conquistoumuitos leitores com reportagensde interesse geral. "Temos leitoresfiéis, desde o início. Muitos delescolecionam a revista, separam asmatérias e até as encadernam anoa ano", afirma Manoel Dorneles,editor desde o primeiro número dapublicação.
Para o jornalista, a revista é ummeio bastante eficiente de divul-gação institucional da marca Ka-lunga. A empresa também já cons-tatou que, depois de consultar apublicação, muitas pessoas pro-curam as lojas da rede ou ligampara o canal de televendas paracomprar mercadorias. Todos osmeses, mais de 100 mil clientes quecompram rotineiramente na Ka-
lunga recebem a revista em casa,um banco de dados precioso paraas estratégias de fidelização damarca. Os outros 150 mil exem-plares são distribuídos nas lojas.Há novos planos para a publica-ção. "Nossa intenção é torná-lamais segmentada, conforme o pú-blico a que se destina. Assim, ha-veria uma edição para o varejo,outra para o corporativo, e assimpor diante", afirma Dorneles.
Há muitas marcas interessadasem anunciar nessas publicações.Tanto que a rede de móveis e aces-sórios para casa Tok&Stok estudaaumentar o espaço de sua publi-cação reservado aos anunciantes.Criada em 2005, a revista é anuale está em sua terceira edição. Em
32 Janeiro 2008
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joTTTTTENDÊNCIAENDÊNCIAENDÊNCIAENDÊNCIAENDÊNCIA
114 páginas, divididas em noveseções e cerca de 32 matérias, háentrevistas com arquitetos e de-signers, soluções para diferentesambientações, dicas para com-pras, além de matérias sobre meioambiente e cultura. "A revista sur-giu da necessidade de aliarmos adivulgação de nossos produtos eserviços com conteúdo editorialrico em informações de apoio aosclientes. A Tok&Stok sempre foifonte e referência de informaçõesque auxiliam as pessoas a encon-trarem alternativas inteligentes deorganização e adequação estéticados espaços da casa, escritório eáreas de lazer", explica o gerentecomercial da rede, Nilo Signorini.
Segundo o executivo, muitosclientes entram na loja para ad-quirir ambientes completos retra-tados nas fotos da revista. A últi-ma edição teve tiragem de 30 milexemplares, vendidos a R$ 9,90nas lojas da rede e na internet.Acompanha a revista um catálo-
go dos produtos da mar-ca, incluindo especificaçõestécnicas de cada item,como as medidas, nome dodesigner que assina a peça,cores e tipos de acabamen-tos disponíveis. Segundo odiretor comercial da rede,a tiragem tem aumentadoem 15% a cada edição."Por acreditar que a revis-ta é um material colecio-nável e por ser a continui-dade da loja dentro dacasa do cliente, aumenta-mos os pontos de conta-to com a marca e temoso retorno em fidelização
de nossos clientes habituais e no-vos", afirma Signorini.
sintonia com a marca
Revistas customizadas tambémajudam a fortalecer a identidade deuma marca. A rede Track&Field, es-pecializada em moda esportiva emoda praia, destaca o con-ceito de vida saudável emsua publicação trimestral, aTracks, criada em 2003.Além de divulgar a coleçãoda marca, a revista traz in-formações sobre esporte,saúde e qualidade de vida."Ela ajuda a estreitar o re-lacionamento da marcacom os clientes, que ficamsabendo em primeira mãode todas as novidades da
Track&Field e ainda podem realizaras compras através dos catálogosdisponíveis na revista. Aliás, essaé uma alternativa que tem dadobastante retorno", afirma AnaClaudia Moura, diretora comercialda empresa. A Tracks é distribuídagratuitamente nas lojas e direcio-nada para o mailing de clientes damarca. A rede prefere não revelara tiragem da publicação, mas adi-anta que a meta é aumentá-la em2008.
Quem está estreando sua pró-pria revista é a Mundo Verde, redede produtos naturais com 113 lo-jas franqueadas. A publicação serátrimestral, com tiragem de 20 milexemplares. No editorial da primei-ra edição, a executiva Isabel MariaAntunes Joffe, fundadora e atualdiretora de marketing da MundoVerde, afirma que os clientes darede não buscam apenas produtosmas um estilo de vida que a revis-ta pretende abordar com informa-ções sobre sustentabilidade, saú-de e bem-estar. "Escolhemos fazeruma diagramação ousada e alegreporque achamos que essa é a cara
A REVISTA da Tok&Stok traz
entrevistas com arquitetos e
designers, dicas de compras
e soluções de decoração
COM TIRAGEM de 20 mil
exemplares, a revista da
Mundo Verde aposta no
conteúdo relacionado ao
estilo de vida dos clientes
332008 Janeiro
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da Mundo Verde e do seu públi-co", afirma Gustavo Negrini, idea-lizador da revista e diretor daAgência E3.
leitores fidelizados
Uma boa revista customizadaé aquela que o cliente faz questãode levar para casa. O varejista JoséOscar Constantino, diretor execu-tivo da rede Oscar Calçados, con-ta que a revista Oscar FashionShoes é disputada até o últimonúmero nos pontos de venda. "Éo nosso melhor meio de comuni-cação e fidelização", afirma o lo-jista. Uma pesquisa despretensio-sa no site de buscas Google mos-tra que Constantino tem razão.Num fórum virtual de fãs da can-tora Sandy, capa de uma das últi-mas edições da publicação, umacliente da Oscar Calçados contaentusiasmada que recebeu a revis-
ta em casa. Os colegas se interes-sam em ir às lojas para ver e pe-gar um exemplar da revista. Compublicação trimestral, a OscarFashion tem tiragem de 70 milexemplares nas edições de março,junho e setembro e 100 mil exem-plares na edição de novembro.
Para alcançar seus objetivos,uma revista customizada deve teralto padrão de qualidade editorial.Para isso, é preciso seguir algumasnormas básicas. Primeira regra: terreportagens bem apuradas e bemescritas. "Isso significa ter matéri-as com foco em serviço real e de-sinteressado aos leitores – e nãode promoção explícita de produ-tos", orienta Luiz Chinan. Outradica importante, segundo o con-sultor da Aberje, é usar fotografi-as jornalísticas, "e não somentepublicitárias, como aquelas debancos de imagens". Para comple-
tar, Chinan recomenda uma dia-gramação que estimule a leitura,uma periodicidade regular e, porfim, mecanismos de interação quepermitam a participação do públi-co e a avaliação constante do ve-ículo. Se tiver dúvida, pergunte aoleitor. Aliás, estimular a interati-vidade é um bom caminho paraaumentar o potencial de fideliza-ção da revista.
CONTATO
Aberje(11) 3662-3990Kalunga(11) 3346-9966Track&Field(11) 3048-1238Tok&Stok0800 7010161Oscar Calçados(12) 3942-5355Mundo Verde(24) 2237-2528
DORNELES: “Temos leitores fiéis que colecionam a revista da Kalunga, separam as matérias e até as encadernam ano a ano”
34 Janeiro 2008
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joGGGGGESTÃOESTÃOESTÃOESTÃOESTÃO
Contratar empresas especializadas para assumir a gestão de Recursos Humanos
é uma estratégia que vem ganhando espaço entre os varejistas, que podem se
concentrar em outros aspectos administrativos e reduzir seus custos operacionais
de terceirosPessoal nas mãos
por andréa da luz fo tos casa da photo
ma pesquisa feita pela
Associação Brasileira
dos Provedores de Out-
sourcing de Recursos
Humanos (ABPO-RH)
– entidade que reúne as 15 prin-
cipais fornecedoras desses servi-
ços no País – revela que 11,4%
de empresas ligadas ao comércio
optaram por terceirizar atividades
dessa área. E a tendência é que o
índice aumente, visto que as áreas
de RH estão cada vez mais foca-
das na retenção e desenvolvimen-
to de talentos e em estratégias que
tragam retorno aos negócios e
menos na execução de rotinas ope-
racionais.
A confirmação está nos resul-
tados da pesquisa, onde 70,5%
das 200 grandes e médias empre-
sas ouvidas disseram que buscam
a ferramenta para reduzir custos,
55,4% querem melhores práticas
de gestão e 35,4% mais tempo
para os negócios. Os processos
ude recrutamento e seleção e de fo-
lha de pagamento são os mais ter-
ceirizados por serem bastante ope-
racionais e demorados. Já os mais
difíceis de terceirizar são os que en-
volvem gestão (do capital intelec-
tual ou de remuneração variável,
por exemplo), porque sua respon-
sabilidade é de cada área e não do
RH.
foco no negócio
De acordo com o diretor execu-
tivo da Datasul HCM (Human Ca-
pital Management), Célio Luiz Val-
canaia, a principal vantagem para
o varejista é manter o foco no seu
negócio sem se preocupar com
processos de RH. "A segunda van-
tagem é o custo: em vez de você
ter uma equipe interna e manter
servidores e sistemas, passa a ter
um custo proporcional ao núme-
ro de funcionários, na terceiriza-
ção", aponta.
Nas Lojas Colombo, a terceiri-
zação começou há cerca de um
ano e meio na área de desenvolvi-
mento de pessoas, envolvendo os
6,1 mil funcionários em 340 lojas
e três centros de distribuição nos
estados do Rio Grande do Sul, San-
ta Catarina, Paraná, São Paulo e
Minas Gerais. "Entendemos que o
desenvolvimento do nosso capi-
tal humano pode gerar resultados
para a empresa e essa ferramenta
é um catalisador", diz o diretor de
RH, Rogério Souto.
A formação e a capacitação
obedecem ao cronograma anual
da universidade corporativa da
empresa. "Desenvolvemos os tó-
picos e a consultoria monta o pro-
grama. Com isso o processo fica
muito mais rápido e não é preciso
deslocar pessoas do RH para essa
função", explica Souto. As equi-
pes internas foram ajustadas para
trabalhar com gestão de resulta-
dos, que é o foco do setor, e o
número de horas de capacitação
352008 Janeiro
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36 Janeiro 2008
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joGGGGGESTÃOESTÃOESTÃOESTÃOESTÃO
dos colaboradores em todas
as unidades dobrou. "Como
as provedoras de outsour-
cing de RH estão sempre in-
vestindo no desenvolvimen-
to e atualização de seus con-
sultores, a qualidade dos pro-
jetos melhorou e o custo bai-
xou", revela Souto.
Outra vantagem, segun-
do o diretor, é a agilidade.
Com a matriz sediada em Far-
roupilha (RS), a mobilidade
para fazer treinamentos na-
cionais era mais restrita.
Agora, é possível trabalhar
com consultorias regionais
que são muito mais próxi-
mas das lojas e acabam sen-
do mais eficazes. Por fim, a
terceirização do processo
permite ter gente qualifica-
da internamente para assu-
mir novos postos de gestão
em curtíssimo prazo, diminuindo
a captação no mercado e a rota-
tividade.
"Conseguimos reter nosso
pessoal porque oferecemos pro-
jeto de remuneração competitivo,
bom relacionamento e perspecti-
va de carreira, dentro da nossa fi-
losofia de gestão de pessoas",
afirma Souto. Indicadores de
gestão medidos após a apli-
cação do programa mostram
a efetividade do parceiro: cres-
cimento da equipe, melhoria
no atendimento, aumento no
volume de vendas e percen-
tual de conversão. "Os resul-
tados são rápidos: em 15 dias
já é possível observar as mu-
danças", diz o diretor de RH.
gestão de temporários
A Riachuelo optou pela
terceirização focada no recru-
tamento e seleção de tempo-
rários contratados durante as
festas de fim de ano. Nessa
época, o número de funcio-
nários quase dobra: além dos
12,5 mil colaboradores efeti-
vos das 93 lojas, cerca de 10
mil temporários são contra-
tados. Segundo o coordenador de
Desenvolvimento Organizacional,
Gil Afeche Cohen, a matriz man-
tém uma equipe interna de RH
Opções de terceirização
Terceirização da tecnologia
empregada na área de recursos
humanos. Nesse modelo, o
cliente usa o sistema e a infra-
estrutura de banco de dados de
um fornecedor (softwares,
portal de RH, etc), mas continua
processando as informações
internamente.
A empresa faz a entrada dos
dados em um sistema e a
prestadora dos serviços faz
todo o processamento dessas
informações (cálculo de folha
de pagamento e de rescisões,
integração com a
contabilidade, etc).
SOUTO: “Como as provedoras de outsourcing
de RH investem no desenvolvimento e
atualização de seus consultores, a qualidade
dos projetos melhorou e o custo baixou”
ASP
Aplication Service Provider
BSP
Business Service Provider
BPOBusiness Process Outsourcing
Nesse sistema, funcionários
da prestadora contratada
fazem o serviço dentro da
empresa do cliente (entrega
de contracheques, arquivo de
dados, homologação de
documentos, etc).
Conheça as características das modalidades mais populares de outsourcing
372008 Janeiro
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Vare
jo
para contratação de efetivos, mas
nas lojas o processo já ocorre
através de terceirizadas, na
maioria das vezes. "Temos três
parceiros já definidos e o gerente
da loja escolhe com qual deles vai
trabalhar na seleção de temporá-
rios", explica Cohen. De posse do
perfil requerido, as contratadas
recrutam e selecionam os interes-
sados e encaminham os finalistas
para os gerentes das lojas entre-
vistarem. A partir daí, a decisão
é interna.
Mas nem sempre foi assim. Até
2006, era comum deslocar super-
visores da área de vendas das lo-
jas para realizar as entrevistas
com os candidatos. O desfalque
no atendimento levou às mudan-
ças. "Mesmo que seja mais caro
pagar por esse serviço do que
fazê-lo internamente, em 2007
optamos por terceirizar todo o
volume de contratações de fim de
ano evitando que as pessoas pa-
rem de se dedicar ao trabalho na
loja para fazer a seleção", afirma
Cohen. Embora os custos não
sejam vantajosos nesse caso, o
know-how e o banco de dados
das contratadas permitem rápida
reposição no caso da necessida-
de de troca de funcionários. "Mas
o melhor mesmo é podermos fi-
car focados no nosso negócio, e
com esse argumento tivemos o
consenso da diretoria para não
tirar as pessoas de suas funções
para realizarem o processo sele-
tivo", diz o coordenador.
Na Levi Strauss do Brasil, a
opção foi contratar um provedor
para cuidar de rotinas de pessoal,
administração de benefícios, fo-
lha de pagamento, segurança do
trabalho e segurança patrimonial.
A empresa deixou de operaciona-
lizar essas tarefas em 1997, mas
manteve os processos de seleção,
treinamento e desenvolvimento e
remuneração dos 55 funcionári-
os e 10 estagiári-
os. Há um ano, a
loja firmou con-
trato de BPO (Bu-
siness Process
Outsourcing) por
dois anos com a
Propay, renováveis
automaticamente
por mais 12 meses
para rotinas de
pessoal, adminis-
tração de benefíci-
os e folha de paga-
mento. "Um funci-
onário da contra-
tada trabalha den-
tro da nossa em-
presa realizando
todos os trabalhos
pertinentes a essas
áreas", explica a
gestora de Recur-
sos Humanos, Ve-
rônica Almeida.
Com isso, a área de
RH aperfeiçoou os
serviços, reduziu o
número de colabo-
radores e baixou o
custo. Na opinião
de Verônica, a
maior vantagem é
a otimização dos
recursos.
impulso aos pequenos
Embora a terceirização de RH
seja mais comum em empresas mé-
dias e grandes, a tendência é que
conquiste cada vez mais lojas pe-
quenas e com poucos funcioná-
rios. De acordo com Célio Valca-
naia, da Datasul, é muito caro
VALCANAIA: “Muitos varejistas de pequeno porte têm o
hábito de querer controlar tudo e esse sentimento é um
dos principais inibidores da contratação dos provedores”
manter uma área interna de RH,
mas elas ainda não estão muito
convencidas disso. "Muitos ainda
têm o hábito de querer controlar
tudo e esse sentimento é um dos
principais inibidores das contrata-
ções dos provedores", afirma. Os
pequenos também hesitam em ter-
ceirizar porque acham que o ban-
co de dados fora da empresa não
é seguro. "Normalmente quando
as empresas pequenas optam por
terceirizar, o nível de segurança
38 Janeiro 2008
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aumenta, e não diminui, porque
em geral elas não têm ambiente
contra fogo, roubo, invasão de
hackers, etc, o que um data center
de renome com certeza terá", diz
Valcanaia.
A estratégia dos provedores
de outsourcing para conquistar
o mercado de pequenas e médias
empresas é apostar na ampla di-
vulgação dos serviços. "Estamos
preparados para atender qual-
quer porte de empresa, mas o
mercado é novo, por isso tenta-
mos mostrar a diferença entre
fazer os serviços interna ou ex-
ternamente e suas vantagens",
diz o presidente da ABPO-RH,
Eduardo Quadrado.
"Com a terceirização, o custo
operacional passa a ser variável
(de acordo com o número de fun-
cionários), os riscos diminuem e
os gestores de RH podem focar
mais nos seus negócios", desta-
ca. Segundo o consultor, o mer-
cado cresce visivelmente nos seg-
mentos de concessionárias de veí-
culos, drogarias e grandes redes
lojistas. Mas ainda há muito para
crescer. "Nos EUA e Europa, de
38% a 45% das empresas tercei-
rizam RH, enquanto no Brasil esse
índice fica entre 4% e 4,5%. Que-
remos chegar em 2010 com 15%
desse mercado", revela.
CONTATO
Datasul0800 7043442
ABPO-RH(11) 3129-7107
Lojas Colombo(54) 3268-8250
Levi Strauss do Brasil0800 551501
Lojas Riachuelo(11) 6281-2100
QUADRADO: “Nos Estados Unidos e na Europa, de 38% a 45% das empresas
terceirizam a área de Recursos Humanos, enquanto no Brasil esse índice
fica entre 4% e 4,5%. Queremos chegar em 2010 com 15% desse mercado”
Como escolher
um bom provedor
Alguns cuidados são necessários na hora de escolher um bom
provedor de outsourcing de RH. Conforme Valcanaia, é preciso
lembrar que o banco de dados vai estar fora da empresa, então
o escolhido tem que ter um centro de dados confiável, com
garantia de disponibilidade e de espelhamento (duplicação da
base de dados), evitando que as informações se percam, por
exemplo, no caso de um incêndio.
Para o consultor Eduardo Quadrado, o varejista deve avaliar a
confiabilidade e o perfil do provedor, além de saber exatamente
quais serviços quer terceirizar e qual o nível de rapidez de
resposta dos serviços (por exemplo, quanto tempo leva entre a
entrega dos documentos e a contratação efetiva de um novo
funcionário).
FFFFFRANQUIARANQUIARANQUIARANQUIARANQUIA
40 Janeiro 2008
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por cami la s tähe l in fo tos casa da photo
Vendendoorganização
FFFFFRANQUIARANQUIARANQUIARANQUIARANQUIA
412008 Janeiro
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jocrescimento no merca-
do imobiliário brasileiro
na década de 1990 in-
centivou a companhia
costa-riquenha Hoggan
International a investir no País e cri-
ar, em 1998, a Mr. Closet, loja es-
pecializada em organização de es-
paços. A marca oferece soluções
para armários, closets, home offi-
ce, home theater e áreas de servi-
ços, além de dispor de opções de
acessórios e acabamentos para de-
Com dois formatos de
franquia, a Mr. Closet busca
parceiros para ampliar
sua rede de lojas que
vendem soluções sob
medida para organizar
espaços internos
ocorar ambientes internos de resi-
dências. Com o objetivo de expan-
dir sua área de atuação, há dois
anos a empresa optou pelo siste-
ma de franchising.
"A franquia é uma forma mais
organizada de se fazer negócio, já
que existe um compromisso entre
franqueador e franqueado, além de
ser um meio mais seguro para quem
quer começar um negócio próprio,
sem ter que testar novos produtos
e negócios", afirma o fundador da
FFFFFRANQUIARANQUIARANQUIARANQUIARANQUIA
42 Janeiro 2008
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empresa, Ronny Kleiman.
Para aqueles que tive-
rem interesse em se tor-
nar um franqueado da
rede, há dois tipos de ne-
gócios, com investimen-
to que variam entre R$
150 mil e R$ 350 mil. A
primeira opção é a fran-
quia, sugerida para cida-
des com população aci-
ma de 500 mil habitan-
tes. Nela, o franqueado
disponibiliza um show-
room com todos os pro-
dutos comercializados,
oferecendo ao cliente
uma idéia completa do
que a Mr. Closet oferece.
Neste formato, só po-
dem ser vendidos produ-
tos da marca.
A segunda opção é a
franquia compacta, des-
tinada para cidades menores ou
espaços pequenos. Neste caso, o
franqueador oferece um mini-
showroom com os principais pro-
dutos e acabamentos disponíveis
para o consumidor ter uma idéia
de como seu ambiente poderá ser
organizado. Esta alternativa permi-
te ao franqueado trabalhar com
outras empresas do ramo de deco-
ração, desde que não sejam do mes-
mo segmento em que a Mr. Closet
atua. Além disso, também propor-
ciona a oportunidade de comerci-
alizar diversos tipos de produtos
para casa ou escritório.
escolhidos a dedo
Há um processo de se-
leção dos franqueados atra-
vés de uma série de entre-
vistas e testes. "Achamos
interessante selecionar pes-
soas que tenham um perfil
empreendedor e que quei-
ram se dedicar integralmente
ao negócio", destaca o pre-
sidente da empresa. São re-
alizadas visitas às cidades
dos candidatos e os interes-
sados vão até às lojas e fá-
bricas. "Ajudamos o fran-
queado a encontrar qual o
ponto certo para ele mon-
tar a loja na sua cidade, fa-
zemos o projeto do espa-
ço, além de treinarmos toda
a equipe de funcionários",
diz Kleiman.
Para atrair franqueados
e clientes finais, a marca oferece uma
série de atrativos. Entre eles, um sof-
tware que permite a personalização
em 3D dos projetos e um "Serviço
de Organização de Espaço Persona-
lizado" nas lojas. Através dele, o ar-
mário é arrumado de acordo com o
estilo de vida de cada cliente como,
PERFIL DO NEGÓCIO
Fundação: 1998
Início do franchising: 2005
Lojas franqueadas: 7
Unidades próprias: 1
Investimento inicial: R$ 150 mil a R$350 mil (incluindo taxa defranquia)
Prazo de retorno do investimento: 24 a 36meses
Funcionários por unidade: 6 (em média)
Tamanho médio das lojas: 150 a 300 m²
Royalties: 5% sobre as compras
Fundo de promoção: 5% sobre ascompras
Prazo de contrato: 5 anos
Negócio: loja especializada emorganização de espaços comclosets e armários em geral
KLEIMAN, proprietário da marca, destaca o cuidadoso
processo de seleção dos franqueados, que inclui testes
e entrevistas, além de visitas a outras lojas e à fábrica
FFFFFRANQUIARANQUIARANQUIARANQUIARANQUIA
44 Janeiro 2008
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Vare
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Divulgação
CONTATO
Mr. Closet
www.mrcloset.com
Cristina Guimarães
(61) 3234-9622
por exemplo, os tipos de roupas
mais usadas e que, provavelmente,
ficarão mais à vista, cabides especí-
ficos e caixas organizadoras para de-
terminados tipos de roupas e aces-
sórios. O serviço é gratuito para
projetos com valor superior a R$ 10
mil. Em caso de mudança de endere-
ço, é possível levar o closet ou o
armário com uma nova adaptação
e sem custo adicional, dentro do
mesmo município. Para outros es-
tados, é cobrada uma taxa de trans-
porte e instalação.
Atualmente, a empresa possui
sete franquias e uma loja matriz com
a sua bandeira, além de duas unida-
des fabris, localizadas em São Pau-
lo. "Estamos investindo nas princi-
pais capitais brasileiras e em cida-
des com mais de 400 mil habitan-
tes, focando nos públicos das clas-
ses A e B", destaca Kleiman.
suporte essencial
Cristina Guimarães é franquea-
da responsável pela unidade de Bra-
sília, aberta há pouco mais de qua-
tro meses no Casa Park, um shop-
ping voltado para artigos de casa e
decoração. A empresária conta que
queria montar uma franquia e, de-
pois de uma longa pesquisa pela in-
ternet, encontrou a Mr. Closet, ti-
nha o dinheiro necessário, optou
pelo formato franquia e investiu.
"Antes tive uma loja no ramo de en-
tretenimento, através de uma licen-
ça de uso, mas não deu certo, du-
rou pouco tempo. Daí, então, optei
por encontrar algo no sistema de
franquia pelo negócio já vir pronto,
o risco ser menor e ter uma equipe
para dar suporte", afirma.
Todo o processo, desde o pri-
meiro contato, escolha do ponto-
de-venda, recrutamento e treina-
mento de funcionários, estudo de
mercado e abertura da loja, durou
um ano. O pessoal, formado por
quatro arquitetas, dois instalado-
res e um supervisor, foi treinado em
São Paulo, com exceção dos insta-
ladores cujo treinamento foi feito
montando o próprio showroom de
Brasília.
A franqueada afirma que uma
das maiores preocupações que tinha
era em relação à entrega dos pro-
dutos no prazo. "Mas, até agora,
todos foram entregues dentro do
tempo esperado. Além disso, a mon-
tagem é feita sem qualquer sujeira,
seja de serragem ou de outros resí-
duos. Isso me dá um retorno do
produto muito bom quanto à ins-
talação", destaca Cristina.
Pelo pouco tempo de existência,
a franquia de Brasília está surpre-
endendo positivamente a empresá-
ria. "Vendemos muito mais do que
o esperado. A receptividade do cli-
ente tem sido muito boa." Outro
ponto que merece destaque para ela
é a relação bastante flexível entre
franqueador e franqueado. "Nós
possuímos um diálogo aberto e
franco. Fazemos sugestões e, quan-
do possível, eles colocam em práti-
ca. Nos falamos diariamente via
Skype. Não tenho o que reclamar.
Acho que fiz a escolha certa."
UM DOS
diferenciais da
Mr. Closet é o
serviço que
simula no
computador
como ficará a
instalação na
casa do cliente
An Habibs GUIA FRANQUIA 230X315.indd 1 12/17/07 3:37:32 PM
PPPPPROJETO DE LOJAROJETO DE LOJAROJETO DE LOJAROJETO DE LOJAROJETO DE LOJA
46 Janeiro 2008
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NO TÉRREO, um tapete
estreito sobre o chão de
concreto raspado guia o
cliente através da loja
PPPPPROJETO DE LOJAROJETO DE LOJAROJETO DE LOJAROJETO DE LOJAROJETO DE LOJA
472008 Janeiro
Rev
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por pau la arend fo tos casa da photo
a
Misturando uma ambientação contemporânea com elementos que remetem à
tradicional feira de antiguidades que acontece na praça em frente à loja, a Babel
cria uma atmosfera intimista para vender roupas masculinas de diversas marcas
Modernidade emtons clássicos
Praça Benedito Calixto,
em São Paulo, é famosa
pela sua feira de antigui-
dades que acontece to-
dos os sábados, impre-
terivelmente, faça chuva ou faça
sol. O evento é marcado pelo mul-
ticulturalismo tanto das pessoas
que freqüentam o local como
dos produtos vendidos nas
barraquinhas. Mas desde o fi-
nal de setembro, dia 24 espe-
cificamente, existe um moti-
vo para ir à praça também na
segunda-feira, terça-feira,
quarta-feira, enfim, durante a
semana. Trata-se da Babel,
nova aposta dos empresári-
os Samuel Duek e Marcos
Sancovsky, focada no públi-
co masculino.
No dicionário, Babel, en-
tre outras explicações, signi-
fica mistura de línguas e reu-
nião de diversos elementos,
que podem ser usados tam-
bém para explicar tanto o
projeto de arquitetura como
o conceito do estabelecimento.
Além do fato de se tratar de uma
multimarcas, que inclui mais de 20
grifes, entre elas Seven for All
Mankind, Fórum (alfaiataria), Ale-
xandre Herchcovitch, Vans, Adi-
das, Lorenzo Merlino, Energie, a
apresentação desses produtos é
feita por meio de uma mistura de
elementos contemporâneos e clás-
sicos.
De acordo com Samuel Duek, a
proposta da loja é voltada para o
homem moderno, que representa
um nicho em crescimento, mas ain-
da carente de opções no Brasil. E
a Benedito Calixto foi esco-
lhida em razão da relação
positiva entre custo e bene-
fício. Entre eles, o fato de ser
um ponto turístico nos fins
de semana, apresentar uma
boa localização – próxima
dos principais shoppings da
capital paulista e também da
sofisticada região dos Jardins
–, usufruir do clima de tran-
qüilidade da praça mais va-
zia durante a semana e ain-
da não ser um ponto comer-
cial com custo tão caro como
OS DESENHOS do artista italiano
René Gruau influenciaram o estilo
da Babel e decoram as paredes da
área de vendas
PPPPPROJETO DE LOJAROJETO DE LOJAROJETO DE LOJAROJETO DE LOJAROJETO DE LOJA
48 Janeiro 2008
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jo
no citado Jardins.
"A idéia é que a loja fosse uma
mistura de tudo. O clássico e o
moderno. O barato (que nem é
tão barato) e o caro. Tudo bus-
cando um meio termo que agra-
dasse várias tribos", explica o em-
presário, que também foi respon-
sável pelo desenvolvimento do vi-
sual da loja. "Chamamos alguns
profissionais, como eletricista e
pedreiro, para resolver algumas
questões, mas, de modo geral, fo-
mos construindo aos poucos o
projeto", conta Duek.
clima nova-iorquino
Antes do empreendimento de
Samuel Duek e Marcos Sancovsky
(também dono da Benedixt, loja de
decoração e peças de design que
tem, inclusive, uma unidade ao
lado da Babel), o número 79 da
Benedito Calixto, em Pinheiro, já
abrigou, entre outras coisas, ba-
zares que só abriam nos sábados.
Para incorporar o perfil de loft e
das lojas da região nova-iorquina
do Soho, a construção deixou de
ser um ambiente de dois pavimen-
tos para ganhar uma área com pé-
direito duplo – com sete metros
aproximadamente – e um mezani-
no de cerca de 60 m².
A fachada estreita, aliás, disfar-
ça a amplitude e a profundidade
do interior da loja. E o objetivo pa-
rece ter sido esse mesmo. Duek con-
ta que se inspirou nas lojas mais
antigas do centro paulistano, com
vários produtos expostos em pe-
quenas vitrines, mas também nos
bistrôs franceses para decidir por
uma porta central com um toldo
e duas vitrines paralelas e criar
uma atmosfera mais intimista. "Em
um primeiro momento, pode pa-
recer que prejudica, mas não", ex-
plica. "Uma loja não precisa ser
uma fachada teatral", diz.
A decisão pelo azul na facha-
da é quase óbvia, uma vez que se
trata de lugar que agrega todos os
elementos de um verdadeiro Clu-
be do Bolinha – entre eles mesa de
bilhar, cadeira do barbeiro, bar&
café. A justificativa de Samuel
NA ENTRADA, os expositores laterais funcionam como uma extensão das vitrines, alternando itens clássicos e modernos
492008 Janeiro
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AAAAA LLLLLOJAOJAOJAOJAOJA
Local: São Paulo (SP)
Data do projeto: setembro de 2007
Tempo de execução: 120 dias
Área construída: 200 m2
Piso: madeira, concreto
Laje/cobertura: gesso, concreto e telhas
Paredes: pintura, estrutura da obra (tijolos)
Iluminação: dicróica, lâmpadas brancas (provadores) eamarelas (spots)
Mobiliário: modulados e peças restauradas
Duek é de que o tom escolhido é
bastante clássico e masculino.
Diante do pouco espaço, as vi-
trines "entram" na loja, em exposi-
tores laterais, divididos por estilos
– sendo um com itens mais clássi-
cos e outro com produtos mais
modernos. Tal espaço é bastante
destacado do restante da loja, pois
fica na área de pé-direito duplo e
ganha um reforço significativo da
luz natural que entra por meio de
uma imensa janela de vidro na par-
te superior da fachada – equiva-
lente ao espaço do segundo pavi-
mento. Há também uma abertura
lateral, além da própria porta e das
vitrines.
No expositor do lado esquerdo,
a parede é revestida por uma imen-
sa cortina de veludo alemão cinza,
que está presa em um cabo de aço
fixado próximo da cobertura. Foi a
solução mais prática encontrada
para esconder a caixa de luz e ou-
tras tubulações que ocupavam
aquela parede, conta o empresário.
visualização integral
A largura estreita da constru-
ção, segundo Duek, também não
chegou a ser um empecilho na
apresentação interna dos produ-
tos. O fato de ser uma loja bas-
tante comprida permitiu que os
itens pudessem ser distribuídos em
uma seqüência, além de garantir
uma visualização praticamente in-
tegral do que a Babel oferece. Em
prateleiras relativamente simples,
modulados que mantêm o mesmo
padrão em toda a loja, a disposi-
ção começa com acessórios e rou-
pas mais casuais no térreo, com
os artigos mais sofisticados no
mezanino.
O revestimento do piso, a co-
bertura e a decoração das paredes
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50 Janeiro 2008
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também mudam entre um ambien-
te e outro. No térreo, o chão é de
concreto raspado e tem um tapete
estreito que guia o cliente ao lon-
go da loja, até os provadores, além
de dividir a loja. A metade posteri-
or está em um nível superior – que
além da identificação pelo tapete
também é identificada por uma viga
vermelha. Essa mudança de "pata-
mar" também é marcada pela loca-
lização do caixa, instalado sob a
escada de ferro preta que leva ao
mezanino na lateral esquerda.
Antes desses degraus, porém,
um sofá forrado com jeans listra-
do tem como fundo desenhos de
René Gruau – artista, aliás, que
também influenciou o conceito da
Babel e tem como fã o próprio
Duek. Pouco conhecido do públi-
co em geral, esse pintor e desenhis-
ta italiano – mas que se mudou
para Paris com menos de 20 anos
de idade – foi responsável por pe-
ças publicitárias de nomes como
XXXXXXS, xxxxxxxxxxx
EXPOSITORES
modulados (acima)
contrastam com as
peças restauradas
do mobiliário
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52 Janeiro 2008
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Dior, Balenciaga e Givenchy desdea década de 1940. O ilustrador tor-nou-se símbolo de publicidade ele-gante e cheia de glamour.
E elegância e glamour não fal-tam na Babel. Mesmo depois de re-velados alguns "truques". O char-moso mobiliário, por exemplo, nãoconsiderando os expositores mo-dulados, foi todo restaurado. E otecido dos estofados veio da po-pular Rua 25 de Março, no Centrode São Paulo. "É tudo uma ques-tão de combinação e acabamento",explica Samuel Duek. E, claro, bomgosto e olho para perceber e co-nhecer qualidade no meio de tantavariedade, além de saber misturaradequadamente o antigo e o novo.
No final do caminho feito pelocarpete, estão dois provadores. As
NO MEZANINO, um ambiente
especial combina mesa de sinuca
(acima) com uma antiga cadeira
de barbeiro (abaixo), além dos
serviços de engraxate e alfaiate
532008 Janeiro
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O empresário trabalha com moda desde os 18anos, tendo morado na Europa e realizado cursosrelacionados ao assunto em Milão e Florença,além de aulas de desenho na Escola Pan Ameri-cana em São Paulo e vários cursos livres. Traba-lhou na coordenação de estilo Triton e tambémna Fórum – marca que tem como nome à frente oirmão de Samuel, Tufi Duek.
CONTATO
Babel
(11) 3063-4444
O IDEALIZADORO IDEALIZADORO IDEALIZADORO IDEALIZADORO IDEALIZADOR
cortinas xadrez e a cadeira antiganovamente contrastam com umaluminária contemporânea e que aju-da a deixar uma luz difusa dentrodo provador. Uma porta próximadali leva ao estoque e à área admi-nistrativa. A iluminação no espa-ço do térreo é feita basicamentepor um trilho de spots com luzamarela direcionada, que está pre-so nas vigas de madeira pintadasde preto da laje que dá suporte aopiso do mezanino.
galpão “vip”
O segundo pavimento é ondeestão reunidos os elementos maismasculinos e que não são roupas.Sobre um chão de madeira lixada,uma mesa de bilhar divide o espa-ço com os modulados de madeiraescura, uma cadeira de barbeiro eoutro provador igual aos do pisotérreo. Neste espaço, além do tri-lho com spots, luminárias refor-çam a iluminação principalmentesobre a mesa de bilhar e a cadeirado barbeiro. Mas há também aajuda de uma janela posterior e daabertura de vidro frontal – que ficasob a fachada.
Nas paredes cinzas, mesma corusada no térreo, fotografias em pre-to e branco de ícones do cinemamasculino, entre eles James Dean,
dividem o espaço com os tacos desinuca. Diferente do gesso que re-veste a laje do pé-direito duplo oua das vigas pretas sob o próprio me-zanino, esta área tem a coberturaaparente, apenas com as telhas evigas pintadas de branco. Trata-senovamente do jogo de viés chique edespojado ao mesmo tempo: a at-mosfera de galpão criado pelo chãode madeira lixada e a cobertura apa-rente combinada com os produtosmais sofisticados da loja.
De acordo com Samuel Duek, omezanino "é quase um espaçoVIP", que permite ao cliente umaprivacidade maior na hora de es-colher as roupas e os acessórios,além de abrir a possibilidade de queseja fechado por alguma ocasiãoespecial. É também nesse espaçoque está o ateliê do alfaiate e osmateriais do en-graxate – tudopara mimar o ho-mem urbano quea Babel buscaatender. Mimosque não terminampor aí. Há aindauma espécie de"sacada" internaformada pelo me-zanino onde está atabacaria, o bar e
o café, completando um mix deconvivência e pool de serviços.Tudo para que os homens se sin-tam exclusivos.
Trata-se de mais do que umponto-de-vendas. É quase um lo-cal para amigos se encontrarem.E enquanto renovam o guarda-roupa, apreciam um bom uísqueou um bom charuto, aproveitampara fazer a barba ou jogar umpouco de bilhar. "Pelo retorno dosclientes, parece que acertamos",observa Samuel Duek, referindo-se ao difícil equilíbrio entre umambiente masculino e sofisticado,sem que ficasse ostensivo, porexemplo.
54 Janeiro 2008
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joBBBBBANHO DE LOJAANHO DE LOJAANHO DE LOJAANHO DE LOJAANHO DE LOJA
KÁTIA BELLOArquiteta e sócia-diretorada Opus Designkat [email protected]
Zona de
confortoExperimente unir as suas mãos entrelaçan-
do os dedos. Agora descruze. Repita a ação.
Agora tente unir novamente as mãos alterando
a ordem dos dedos. Não parece que na primeira
posição era mais confortável?
Muito provavelmente você já ouviu a expres-
são “sair da zona de conforto” para ilustrar que
muitas vezes, sem perceber, repetimos as mes-
mas ações que se tornam hábitos. Sem falar que
ficamos sempre fazendo apenas aquilo que sa-
bemos ou estamos acostumados, pois isso nos
traz aparente segurança e conforto.
Zona de conforto para lojas não se refere a
um lugar com sofá e cafezinho para o cliente,
muito menos uma área da cidade onde seja con-
fortável chegar. Uma loja na zona de con-
forto é aquela onde você chega e o dono
lhe diz: em time que está ganhando não
se mexe. O raciocínio é que se achou uma
formatação que se julga ideal e se perma-
nece igual por muito tempo.
A variável tempo é extremamente im-
portante, pois a formatação que era ideal para
uma loja no passado agora pode não ser mais. O
tempo entre uma reforma e outra tem diminuído
drasticamente. Antigamente, falávamos que o
ciclo era de 10 anos, hoje falamos em quatro ou
cinco como referência. Porém, de acordo com o
segmento e as alterações do mercado, este tem-
po pode variar.
Agora, por exemplo, estamos reformando
um hipermercado de 8 mil metros quadrados
que foi reformado há apenas três anos. Só que a
conjuntura em torno dele mudou de tal forma
que se faz necessário este investimento em re-
forma em um curto espaço de tempo. Os concor-
rentes mudam, os consumidores mudam, os de-
“Inovar muitas vezes causaarrepio em administradores,pois a primeira coisa quelhes vem à cabeça é custo”
sejos de consumo também. A loja tem que mu-
dar, e cada vez mais rápido.
Lojas que não mudam correm o risco de de-
saparecer. Varejo é movimento constante, e quem
não acompanha a velocidade fica para trás. E
como é triste ver uma loja que perdeu o compas-
so do tempo.
Mudar significa sair da zona de conforto e
rumar para o novo. Inovar muitas vezes causa
arrepio em administradores, pois a primeira coi-
sa que lhes vem à cabeça é custo. Aqui, há de se
entender a diferença entre gasto e investimento.
Para mudar é necessário planejamento e
conhecimento. Quanto mais informações você
tiver, melhor será o resultado. Uma reforma bem-
feita pode aumentar seu faturamento por metro
quadrado. Neste caso o dinheiro investido terá
sido um investimento, e não um gasto, pois retor-
nará por meio do próprio incremento de vendas.
Sempre que um ano se inicia as pessoas
falam em mudanças, mas nem sempre as efeti-
vam. O novo muitas vezes assusta porque é des-
conhecido. Mas, às vezes, ficar parado pode ser
mais perigoso do que seguir adiante. Para se-
guir adiante é preciso lembrar de uma palavra
que não é sinônimo de ausência de medo, e sim
de conseguir agir mesmo com dúvidas ou me-
dos. Esta palavra é o que eu desejo a você agora:
CORAGEM. Em 2008 mexa-se! Não deixe sua
loja ou empresa na zona de conforto!
692006 Maio
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PPPPPEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEIS
70 Maio 2007
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FFFFFAZENDO MELHORAZENDO MELHORAZENDO MELHORAZENDO MELHORAZENDO MELHOR
572008 Janeiro
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Uma loja é o reflexo do perfil de quem a
dirige. Acaba prevalecendo o jeito que o líder
se comporta diante do trabalho e da sua equi-
pe. Se o cabeça nivela por baixo, os demais
colaboradores dançam conforme a música.
O líder influi diretamente em 70% no cli-
ma organizacional do ambiente, determinan-
do a produtividade e os resultados do ponto-
de-venda. A ação do líder tem extraordinária
importância na qualidade do trabalho. Aquilo
com que ele mais se preocupa e cobra é o que
acaba acontecendo.
Há grande diferença entre "cuidar" e "ad-
ministrar” uma loja. Quem cuida abre, fecha,
evita roubos, cumpre determinação da
central e segue o regulamento da or-
ganização. Avesso a mudanças, man-
tém tudo como encontrou. Ninguém
pode taxá-lo de incompetente, porque
não é. Mas como desenvolver pessoas
e cobrar desempenho não é sua obri-
gação, a equipe estaciona no mesmo nível de
aprendizado.
Profissionais empreendedores que adoram
aprender sempre não conseguem ficar muito
tempo ao lado de um “cuidador de loja”. Caso
não consigam transferência para ambientes
desafiadores, demitem-se. Não da empresa,
mas do "gerente cuidador". Com ele ficam os
cuidadores padrões que detestam inovação e
se contentam com um rendimento medíocre.
Pensam e agem pequeno.
Enquanto que o gerente com capacidade
de liderança gerencia de fato e de direito. Colo-
ca todos para dançar. E dança junto também.
Empenhado em pôr a loja na rota do cresci-
Liderança
“Profissionais que adoramaprender sempre nãoficam muito tempo ao ladode um ‘cuidador de loja’”
é tudo
MOACIR MOURA
Palestrante, consultor de varejo,especialista em gestão emotivação de pessoasmoacirmoura@ter ra.com.br
mento, inspira todos a vencerem desafios di-
ários. Mais antenado com o mercado, estabe-
lece um ritmo diferente de trabalho. Promove
esforços conjuntos para melhorar o padrão da
loja em organização, ambientação, vendas e
resultados. Não se contenta com pouco.
Rédeas na mão. Nada de barco à deriva.
Ambiente inspirador, positivo, bom para com-
prar e excelente para se trabalhar. Jogo aber-
to, transparência, disponibilidade para ouvir
as pessoas, todos jogando o jogo da confiança.
Prontos para vencer desafios. Faz o show.
A sala do gerente deve ser ampla, abran-
gendo todo o salão de venda. Mesmo com
boa performance, o gerente deve buscar um
desempenho ainda melhor. Incentivar vendas
adicionais, incluir itens e acrescentar valor, a
fim de aproveitar melhor o potencial de cada
cliente.
Além da habilidade para vender produtos,
estimula a equipe a entender o que mais
motiva a compra dos clientes, para ajustar a
argumentação dos vendedores. Qualidade,
marca, atendimento, serviços, confiança e pós-
venda. Preço, embora seja decisivo, não é mais
importante do que esses fatores. Satisfeitos
seus anseios, desejos e sonhos, os clientes
colocam o preço em segundo lugar. Relaciona-
mento é fundamental também.
Como lidar com objeções
TTTTTESTE FRIEDMANESTE FRIEDMANESTE FRIEDMANESTE FRIEDMANESTE FRIEDMAN
O senhor e a senhora "Volto já" já visitaram sua loja? Vocêse lembra deles. Eles gostaram da mercadoria que você de-monstrou e disseram que "voltariam depois". Eles vão voltar(com certeza), assim como o senhor. "Vou dar uma olhadapor aí." Ele acha que você tem uma seleção maravilhosa deprodutos, mas ele precisa "dar uma volta por aí".
Algumas vezes a hesitação de um cliente em adquiriruma mercadoria é uma forma de adiar a tomada de decisão.Não é fácil para ninguém desfazer-se de seu próprio dinhei-ro. Por que, então, isso seria mais fácil para seus clientes?Quem nunca ouviu a frase "está muito caro" no dia-a-dia detrabalho no varejo?
Muitas vezes os clientes podem dar uma desculpa aodizer: "Eu quero ver outras lojas", ou "Eu quero pensar com
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Janeiro 2008
aos preços?
mais calma", quando, na verdade, acham o preço daqueleitem muito alto. Nesse caso, você pode gastar o dia todotentando superar o "eu quero ver outras lojas" e, já que essenão é o problema real, você nunca vai fechar a venda. É porisso que é vital você trabalhar para descobrir a objeção real,e não simplesmente tomar ao pé da letra a afirmação docliente.
Lidar com objeções no varejo é rotineiro, principalmen-te quando se trata do preço de produtos e serviços. E sabercontornar esses questionamentos é fundamental para fe-char e salvar vendas. Que tal avaliar seus conhecimentosem objeção de preços? Responda às perguntas na página aolado e confira se você poderia agir melhor nestas situações.Boa sorte!
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De 0 a 20 pontos:Para converter mais vendas, é funda-
mental que você saiba contornar mais efi-
cazmente as objeções de seus clientes.
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nar objeções, que tal conhecer as técnicas
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clássicas de seus clientes, mas é necessário
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mais complicadas ou inesperadas. Portanto,
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1) B; 2) B; 3) A; 4) A; 5) B e 6) A
CADA RESPOSTA CERTA VALE 20 PONTOS
1) Por que ocorrem objeções?a ( ) Porque nem sempre o cliente está disposto a comprar.b ( ) Porque o cliente não percebeu valor no produto ou confiança no atendimento.
2) Ter empatia junto aos clientes para contornar a objeção é:a ( ) Se tornar um verdadeiro advogado do cliente, mesmo que você tenha quediscordar dos interesses da loja.b ( ) Mostrar interesse e se colocar no lugar do cliente sem, entretanto, enfrentara loja.
3) Como uma sondagem bem-feita e as objeções se relacionam?a ( ) Sondagens bem elaboradas passam informações que permitem ao vendedortransmitir segurança ao cliente.b ( ) Com uma sondagem bem executada, você terá cer teza absoluta de que nãoocorrerão objeções.
4) Qual é a diferença entre objeções por valor e por orçamento?a ( ) A objeção por orçamento se refere a quanto o cliente pode pagar por cer toproduto. Já a objeção por valor ocorre quando o comprador não acha que o produtovale o preço cobrado.b ( ) A objeção por orçamento acontece quando o cliente não acha que o produtovale o preço cobrado. A objeção por valor ocorre quando o comprador não temcondições de pagar por certo produto.
5) Seu cliente reclamou do preço de seu produto. Como você lidaria com ele?a ( ) Ofereceria já as opções de parcelamento de minha loja.b ( ) Descobriria se a objeção é relativa ao preço ou orçamento, adotando aestratégia mais adequada para cada caso.
6) Você deve oferecer um produto mais barato:a ( ) Apenas após ter utilizado todos os seus argumentos de CVBA (características,vantagens, benefícios e atração) e oferecido condições de parcelamento ao seucliente.b ( ) Tão logo verificar que o cliente não poderá levar o produto original.
Calendário de seminários do Grupo Friedman
PTG – Programa de Treinamento de Gerentes
SÃO PAULO – 22 a 24 de janeiroRIO DE JANEIRO – 19 de fevereiro
PSL – Programa de Super visão de Lojas
SÃO PAULO – 26 a 28 de fevereiroSALVADOR – 4 a 6 de março
PPPPPEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEIS
60 Janeiro 2008
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Vare
joO espaço da micro e pequena empresa
Proprietários de micro e pequenas
empresas têm novo prazo para aderir ao
Simples Nacional: de 2 a 31 de janeiro
de 2008. Quem não entrar nesse período
terá que esperar para janeiro de 2009,
uma vez que as adesões são feitas cada
início de ano. A exceção é para empresas
novas, que podem ingressar no sistema
até dez dias após a efetivação do último
procedimento de registro da empresa.
O Simples Nacional é o novo sistema
de tributação das micro e pequenas em-
presas em vigor desde julho de 2007. Cri-
ado pela Lei Complementar 123/06, a Lei
Geral da Micro e Pequena Empresa, o sis-
tema unifica tributos federais, estaduais e
Empresas têm novo prazo paraaderir ao Simples Nacional
municipais: IRPJ, IPI, CSLL, Cofins, PIS,
INSS patronal, ICMS e ISS. Até novembro
de 2007, 2.797.064 empresas estavam
inscritas no regime.
Podem aderir ao Simples Nacional
empresas com receita bruta anual de até
R$ 2,4 milhões, desde que não estejam
entre as atividades vedadas. Quem tiver
débitos ou irregularidade cadastral terá
que resolver o problema também até 31
de janeiro, se não, fica de fora.
As adesões serão feitas pelo por tal do
Simples Nacional, via site da Receita Fe-
deral do Brasi l . O endereço é
www.receita.fazenda.gov.br. Os empresários
também podem solicitar a adesão acessan-
Período de adesão vai de 2 a 31 de janeiro, e quem
não optar nesse prazo terá que esperar mais um ano
CONHECIMENTO E NEGÓCIOS
EMPRESÁRIOS DEVEM VERIFICAR SE É VANTAGEM OU NÃO ADERIR AO REGIME E FICAR ATENTOS AO PRAZO
do o endereço www.receita.fazenda.gov.br/
simplesnacional/, conforme ocorreu em ju-
lho deste ano. O resultado das opções será
publicado nesse mesmo por tal.
Segundo o secretário-executivo do Comi-
tê Gestor do Simples Nacional, Silas Santia-
go, se a empresa tiver débitos, deverá quitá-
los ou fazer o parcelamento convencional,
que no caso da União é de até 60 meses. Nos
Estados e municípios, esse parcelamento
obedece às respectivas legislações.
A Lei Geral da Micro e Pequena Empre-
sa tem por base proposta do Sebrae elabo-
rada a par tir de sugestões de empresários
do segmento. Entre os objetivos da lei está
a redução de burocracia e tributos. “Os
empresários precisam fazer as contas e, se
confirmada a vantagem, não perder o pra-
zo”, aler ta o gerente de Políticas Públicas
do Sebrae nacional, Bruno Quick.
CA
RL
OS P
ER
EIR
A
612008 Janeiro
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por cândida bittencourt
Na tarde do dia 14 de dezembro de
2006, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva sancionava a Lei Geral da Micro e
Pequena Empresa. Essa data histórica
foi lembrada pelo diretor de Adminis-
tração e Finanças do Sebrae nacional,
Carlos Alberto dos Santos, durante a
12ª Reunião Plenária do Fórum Per-
manente das Micro e Pequenas Empre-
sas e Empresas de Pequeno Porte, re-
alizada em dezembro, em Brasília.
Para Carlos Alber to, além da redu-
ção da carga tributária, houve, princi-
palmente, um avanço na simplificação,
já que, agora, todos os tributos estão
concentrados numa mesma guia, redu-
zindo o número de papéis e, conseqüen-
temente, a burocracia. Ele ressaltou
também que mais de cem municípios
do País regulamentaram a lei, de acor-
do com a realidade socioeconômica da
região onde estão localizados.
Referindo-se também à Lei Geral, o
ministro interino do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, Arman-
do de Mello Meziat, afirmou que, com
a aprovação da Lei, o Brasil finalmente
reconheceu a prioridade das micro e
pequenas empresas, que são respon-
sáveis por 54,6% dos empregos no País
e 20% do Produto Interno Bruto (PIB).
“A Lei Geral veio atender aos anseios
da sociedade brasileira. Para alavan-
car essas empresas, é necessário in-
vestir em tecnologia e na diversifica-
ção de mercado com foco na exporta-
ção. Para este ano, a inovação tecnoló-
gica terá um capítulo exclusivo na agen-
da do governo”, afirmou.
Lei Geralcompletaum ano
O circuito nacional da Feira do Empreen-
dedor já tem calendário definido para 2008. O
evento, que leva capacitação e oportunidades
de negócios, será realizado em 11 cidades das
cinco regiões do País. “Preparamos melhor
nossas feiras para atender ao candidato a em-
presário, alinhando oportunidades de negóci-
os com informação e capacitação simultanea-
mente”, explica Andrea Faria, gestora nacio-
nal do circuito.
Em 2007, a feira foi visitada por um total
de 258 mil pessoas nas 11 cidades por onde
passou, segundo balanço divulgado pelo Se-
brae Nacional. O evento tem como finalidade
Feira do Empreendedorpercorre 11 cidades em 2008
Empresários elogiam feira pelas oportunidades de
negócio e oferta de conhecimentos sobre o mercado
levar informações, serviços e oportunidades
de negócios a empreendedores e empresá-
rios. No ano passado, foram preenchidas mais
de 50 mil vagas nas capacitações oferecidas.
A feira teve como um dos principais enfo-
ques, em 2007, a gestão ambiental relaciona-
da à oportunidade de negócios. O evento pro-
curou chamar a atenção de empreendedores e
empresários sobre a importância de as empre-
sas funcionarem com padrões adequados do
ponto de vista ambiental. Também chamou a
atenção para possibilidades de negócios neste
terreno como a criação de produtos com mate-
riais reciclados.
Londrina (PR)13 a 17 de agostoContato: Andre Basso(43) 3373-8000/[email protected]
Florianópolis (SC)21 a 24 de agostoContato: Siomara Cals de Abreu(48) 3221-0874
Belo Horizonte (MG)2 a 5 de setembroContato: Julio Júnior(31) 3371-9054/[email protected]
Teresina (PI)10 a 13 de setembro
Contato: Marilda Melão(86) 3216-1373/[email protected]
Mossoró (RN)6 a 9 de novembroContato: Eduardo Viana(84) [email protected]
Porto Alegre (RS)20 a 23 de novembroContato: Vânia Fernandes(51) 3216-5215/[email protected]
Calendário da Feira do Empreendedor 2008
Belém (PA)9 a 12 de abril
Contato: Carmélia Oliveira
(91) 3181-9075
Recife (PE)13 a 17 de maio
Contato: Tereza Nelma Alves
(81) 2101-8400
Palmas (TO)Junho
Contato: Rogério Maracaipe
(63) 3219-3349
Campo Grande (MS)3 a 6 de julho
Contato: Thaise Coelho Calaça
(67) 3389-5411
Fortaleza (CE)23 a 26 de julho
Contato: Horácio Melo
(85) 3255-6707/3255-6600/ 9944-1921
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62 Janeiro 2008
Rev
ista
do
Vare
jo
Em fevereiro, a cidade de São Paulo será sede do maior even-
to de móveis e acessórios de alta decoração da América Latina.
Nesta 5ª edição, a feira organizada pela Associação Brasileira
das Indústrias de Móveis de Alta Decoração (Abimad) contará
com 175 expositores que estão se preparando para fazer negó-
cios em grande estilo.
Serão aproximadamente 50 mil m² de área de exposição, onde
as maiores indústrias de alta decoração do País vão apresentar
as últimas tendências em móveis modernos e contemporâneos
para ambientes externos e internos, residenciais e comerciais e,
ainda, acessórios para decoração de interiores. Devido ao su-
cesso da última edição, estima-se que cerca de 10 mil pessoas
visitem a feira este ano.
fffffeireireireireir a.aa.aa.aa.aa.abimad.com.brbimad.com.brbimad.com.brbimad.com.brbimad.com.br
ABIMAD 2008
Feira Brasileira de Móveis e Acessórios de Alta Decoração
14 a 17/02/2008
Centro de Exposições Imigrantes
São Paulo – SP
Associação Brasileira da Indústria de Móveis de Alta Decoração (Abimad)
� (48) 3033-5959
FENATECFeira Internacional de Tecelagem
(primavera-verão)
11 a 14/03/2008
Pavilhão de Exposições do Anhembi
São Paulo – SP
Alcântara Machado Feiras de Negócios Ltda
� (11) 3291-9111
www.fenatec.com.br
MOVELSUL BRASIL16ª Feira de Móveis da Região Sul
Bento Gonçalves – RS
24 a 28/03/2008
Parque de Eventos de Bento Gonçalves
Sindicato das Indústrias do Mobiliário de
Bento Gonçalves (Sindmóveis)
� (54) 2102-6800
www.movelsulbrasi l .com.br
BRASILPACKFeira Internacional da Embalagem
10 a 14/03/2008
Pavilhão de Exposições do Anhembi
São Paulo – SP
Alcântara Machado Feiras de Negócios Ltda
� (11) 3291-9111
www.brasi lpack.com.br
SALÃO EMBALA INOVAÇÃOSemana Internacional da Embalagem,
Impressão e Logística
10 a 14/03/2008
Pavilhão de Exposições do Anhembi
São Paulo – SP
Alcântara Machado Feiras de Negócios
Ltda
� (11) 3291-9111
www.sa laoembala.com.br
FEICON BATIMATFeira Internacional da Indústria da
Construção
8 a 12/04/2008
Pavilhão de Exposições do Anhembi
São Paulo – SP
Alcântara Machado Feiras de Negócios Ltda
� (31) 3282-8280
www.feicon.com.br
NATURAL TECH4ª Feira Internacional da Alimentação
Saudável, Produtos Naturais e Saúde
1º a 4/05/2008
Pavilhão da Bienal
São Paulo – SP
Francal Feiras e Empreendimentos
� (11) 6226-3100
www.natural tech.com.br
EXPOLUXFeira Internacional da Indústria da
Iluminação
8 a 12/04/2008
Pavilhão de Exposições do Anhembi
São Paulo – SP
Alcântara Machado Feiras de Negócios
Ltda
� (11) 3291-9111
www.expolux.com.br
PONTO FINALSalão Internacional de Aviamentos de
Moda, Beneficiamento e Acabamento
11 a 14/03/2008
Pavilhão de Exposições do Anhembi
São Paulo – SP
Alcântara Machado Feiras de Negócios Ltda
� (11) 3291-9111
www.fenatec.com.br
TOYS, PARTIES & CHRISTMASFAIR SOUTH AMERICA13ª Feira de Artigos de Natal, Festas,
Papelaria Fina e Velas
17 a 20/05/2008
Transamérica Expo Center
São Paulo – SP
Grafite Feiras e Promoções Ltda
� (11) 2105-7000
www.graf i tefeiras.com.br
PPPPPEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEIS
66 Janeiro 2008
Rev
ista
do
Vare
jopor alexandre gonçalves alexandre @empreendedor.com.brEEEEEMPREENDEDOR NA INTERNETMPREENDEDOR NA INTERNETMPREENDEDOR NA INTERNETMPREENDEDOR NA INTERNETMPREENDEDOR NA INTERNET
www.empreendedor.com.brO conteúdo que faz toda a diferença
www.empreendedor.com.brO conteúdo que faz toda a diferença
Página inicial
Novidades no arSeguindo as tendências da web
2.0, de abrir canais de diálogos com
internautas e de apresentar matérias
em formato multimídia, o site
www.empreendedor.com.br estréia
2008 em nova versão. Além do novo
layout e logomarca, o Empreendedor
on-line está mais dinâmico e interati-
vo, através de espaços para comen-
tários em cada notícia e reportagem,
seções de contato direto com colu-
nistas, inclusive para esclarecimento
de dúvidas, e informações apresen-
tadas em diferentes formatos (áudio,
imagem e vídeo).
No novo site também serão apre-
sentados mais conteúdos especialmen-
te produzidos para o portal, além do
acesso gratuito às matérias publica-
das na Revista Empreendedor, Revis-
ta do Varejo, Guia de Franquias e Em-
preendedor Rural. Artigos; entrevis-
tas com grandes empresários; perfis
com empresas reconhecidas nacional-
mente; experiências de empreendedo-
res que divulgam, abertamente, seus
principais erros e acertos durante sua
gestão; agenda de feiras e eventos são
outros conteúdos disponíveis.
O objetivo é buscar cada vez mais
informação de qualidade, apresentá-
la de maneira atraente e tornar o por-
tal não apenas o ponto de referência,
mas também o ponto de encontro dos
empreendedores brasileiros.
Confira algumas das principaisnovidades do mês do novoportal Empreendedor:
Notícias: A área “De Empreende-
dor para Empreendedor” se transfor-
mou na seção “Notícias”. A diferença
está na atualização mais constante de
assuntos que interessam ao meio em-
presarial e no ranking de notícias mais
lidas e mais comentadas do site.
Leitura: Nesta nova seção, o in-
ternauta terá acesso às críticas de li-
vros voltados para assuntos empresa-
rias, com sugestão de preço e infor-
mações adicionais. Além da possibili-
dade de comprar as obras, através de
uma parceria com o site Submarino.
Frase do Dia: A todo o momento
será atualizada no site uma frase ou dica
de um empresário ou consultor. O ob-
jetivo é dar oportunidade ao leitor de
analisar o que eles pensam sobre di-
versos assuntos e refletir sobre temas
importantes do meio empresarial.
Newsletter: O cadastro para o re-
cebimento dos boletins eletrônicos está
mais simples. Agora, basta informar o
e-mail para ter acesso, duas vezes na
semana e de forma gratuita, a um re-
sumo das principais novidades divul-
gadas no site.
Os dez mais empreendedoresConfira, no site Empreendedor, o
perfil dos dez mais empreendedores do
ano que passaram por incubadoras, se-
lecionados pela Revista Empreendedor.
Todos são criadores de empresas de
qualidade reconhecida mundialmente e
que disputam com competitividade o
mercado. São eles: Alexandre Costa,
da PCTel; Augusto Guimarães, da Nu-
teral; Cláudio Grando, da Audaces; Fá-
tima Chamma, da Chamma da Ama-
zônia; Flávio Lacerda, da Adespec;
José Hahn Filho, da Pollux; Juliano
Alves, da Oníria; Nilton Alves da Qui-
mlab e Ricardo Sarmento Costa, da
Trilha Projetos.
Depois de conhecer os empresári-
os que mais se destacaram no ano de
2007, participe da enquete do mês de
janeiro. Diga qual é, na sua opinião, o
mais empreendedor entre os dez sele-
cionados. Para participar, clique na se-
ção “Enquete”, no menu à esquerda do
site Empreendedor.
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Acesse o site Empreendedor
(www.empreendedor.com.br)
e saiba como receber as man-
chetes, um resumo e o link de
cada novo conteúdo publicado.
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