revista experts no varejo

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Este editorial tem por missão compartilhar estratégias, oportunidades e experiências de sucesso no setor varejista. Aproveitem!! #VAREJO #EMPREENDEDORISMO #LEIDOSUCESSO #EXPERTSNOVAREJO

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Os supermercados, como entes participantes das relações

econômicas, serão enquadrados, hora como consumidores, hora como

fornecedores; porém mesmo quando são consumidores podem ocorrer

outras situações como quando a compra é realizada com o intuito de

revender, ou seja, em uma relação de intermediação, quando a compra é

de um produto ou um serviço com o fim de produzir uma mercadoria que

será vendida na loja.Na primeira situação o supermercadista compra algo para consumir,

dando um fim ao bem ou serviço negociado. O CDC é claro ao definir que

“Consumidor é toda pessoa física ou JURÍDICA que adquire ou utiliza

produto ou serviço como destinatário final”, redação da cabeça do art. 2º

do citado dispositivo legal. Com uma leitura rápida desse artigo não é

difícil identificar que a relação da empresa consumidora, com o

fornecedor do serviço ou bem quando adquiridos para satisfazer uma

necessidade, sem o intuito de revenda, trata-se de uma relação

consumerista e que por isso, deverá ser regrada pelo Código em análise. Os supermercadistas são entes considerados de poder econômico

elevado, frente à pessoa física, fato que pode confundir os incautos

quando compara os processos de compra dessas entidades, porém estes

podem encontrar-se em uma situação de hipossuficiência, ao tratar com

fornecedores, pois na relação comercial entre eles poderá ocorrer um

certo desequilíbrio, ocasionado pela vulnerabilidade técnica, fática ou

jurídica da empresa consumidora. Portanto, quando isso ocorre, a lei deve

reestabelecer o equilíbrio entre as partes contratantes, tarefa atribuída ao

CDC.No entanto, para a segunda situação, a questão não é de um todo

encerrada com uma simples negativa. Não se fala nada em relação a

simples compra para revenda, pois já é pacificado, tanto pela doutrina,

quanto pela jurisprudência, nem precisando destacar a própria lei, mas

quando o supermercado compra um produto que irá ser utilizado como

insumo, a questão não é tão facilmente resolvida, pois existem opiniões

antagônicas a respeito da utilização do CDC para tutelar essas relações,

em que os supermercadistas adquirem produtos para compor outros

produtos, que serão vendidos aos consumidores finais.Existem doutrinas e jurisprudência que fornecem subsídios, para

defender que nesses casos, a pessoa jurídica poderia ser equiparada ao

consumidor final. Tendo em vista que se analisar o fato do produto

comprado, para ser utilizado como insumo, deixa de existir para ser

transformado em outro, portanto um fim, e que o produto produzido com a

matéria-prima é que verdadeiramente será vendido para um consumidor

do supermercado. Abre-se, com isso, uma nova forma de se enxergar a

primeira relação, como sendo consumerista e não de intermediário para

revenda. Sugere-se que em caso de pendências jurídicas nessa área seja

utilizada a melhor argumentação, pois em muitos processos ganha quem

melhor apresentou o seu direito.