revista babel n.º 8

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REVISTA LABORATORIAL DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL/JORNALISMO DA ULBRA/CANOAS JULHO DE 2011 ANO V NÚMERO 8 babel A diretora que reconstruiu o Theatro São Pedro EVA SOPHER PÁGINAS 4 E 5 “Eu inicialmente não queria assumir esse cargo, mas não encontraram ninguém, e meu marido me disse que eu sabia muito bem que, se eu não assumisse, ninguém o faria. Acabei aceitando”. É TEMPO DE AULA DE MÚSICA NAS ESCOLAS PÁGINA 9

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Revista produzida pelos alunos da disciplina de Produção Jornalística II do curso de Comunicação Social da Ulbra/Canoas – 2011/1: Aloha Boeck, Ethel Peisker, Felipe Stefani, Iuri Ramos, Marcelo Freitas, Maximiliano Correa, Melina Fritzen, André Bresolin, Robson Alves, Débora Viviam, Verônica Ganciar, Tony Capellão, Fernando Queiroz. Fotografia Arquivo Babel e fotos de divulgação Revisão Carlos Nunes. Coordenadora de Ensino Cármen Lúcia Rodrigues Coordenador do curso de Jornalismo Deivison Campos Professor responsável Carlos Alberto Nunes Projeto Gráfico Jorge Gallina (RPMT/RS 4043). Revista

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Page 1: Revista Babel n.º 8

REVISTA LABORATORIAL DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL/JORNALISMO DA ULBRA/CANOAS

JULHO DE 2011ANO V

NÚMERO

8babel

A diretora quereconstruiuo TheatroSão Pedro

EVA SOPHER

PÁGINAS 4 E 5

“Eu inicialmente não queriaassumir esse cargo, mas nãoencontraram ninguém, e meumarido me disse que eu sabiamuito bem que, se eu nãoassumisse, ninguém o faria.Acabei aceitando”.

É TEMPO DE AULA

DE MÚSICA

NAS ESCOLASPÁGINA 9

Page 2: Revista Babel n.º 8

Ela nem nasceu no Brasil, mas logo apropriou-se do espírito brasilei-

ro e se apaixonou por sua gente e sua cultura. Eva Sopher, matéria de

capa desta edição da Babel, dedicou-se à divulgação e à preservação da

cultura e da arte. Há mais de 40 anos envolvida com instituições da cultu-

ra, foi na direção do Theatro São Pedro que encontrou seu maior desta-

que e demonstrou abnegação, entrega e amor, principalmente quando

lutou pela restauração e reinauguração desse emblema de Porto Alegre,

para poder continuar um trabalho de tanto tempo; carreira brilhante e

exemplar, que encontra neste texto um pouco desse reconhecimento.

É com muito desta paixão e talen-

to que os repórteres da nossa revista

produzem suas matérias. Estudantes

ainda, mas já apresentando o faro

jornalístico, foram buscar temas de

curiosidade e interesse. Às vezes an-

siosos, em outras vezes um pouco in-

seguros, mas enfrentando os primei-

ros passos daquilo que se espera seja

uma longa e saborosa jornada. Aqui

o intuito é informar sim, esclarecer

também, mas sobretudo mostrar que

na sala de aula nascem os primeiros

projetos e os primeiros indícios do que mais tarde irá transforma-se

em grandes profissionais, de responsabilidade e de talento.

Os conteúdos são diversos, onde está uma informação, lá está o

repórter. Esta edição tratou também da importância da aparência no

marketing das eleições, de como alunos da Ulbra fazem programas de

TV, e da boa experiência que pode ser morar fora do País.

Na área da saúde, procurou mostrar os benefícios de uma alimen-

tação saudável; também trilhou os caminhos do design, ao mostrar como

o curso da Ulbra prepara pessoas para um mercado cada vez mais exi-

gente. E também ousou encarar a tragédia, marcando os perigos de se

andar na BR-116.

O pessoal da redação espera que esta edição da Babel seja im-

portante e útil para seus leitores, assim como foi significativa para

seus realizadores.

A entrega que valeu a penaReitor Marcos Fernando

Z iemer V ice-Reitor Valter

Kuchenbecker Pró-Reitor de

Administração Levi Schneider

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-

Graduação Erwin Francisco

Tochtrop Júnior Pró-Reitor de

Extensão e Assuntos Comuni-

tários Ricardo Willy Rieth Pró-

Reitor Adjunto de Graduação

Pedro Antonio Gonzàlez

Hernàndez Capelão Geral Pas-

tor Gerhard Grasel

Coordenadora de Imprensa

Rosa Ignácio Leite Coordena-

dora de Ensino Cármen Lúcia

Rodrigues Coordenador do

curso de Jornalismo Deivison

Campos Professor responsá-

vel Carlos Alberto Nunes Pro-

jeto Gráfico Jorge Gallina

(RPMT/RS 4043)

Revista produzida pelos alunos

da disciplina de Produção

Jornalística II – 2011/1

Aloha Boeck, Ethel Peisker,

Felipe Stefani, Iuri Ramos, Mar-

celo Freitas, Maximiliano

Correa, Melina Fritzen, André

Bresolin, Robson Alves, Débo-

ra Viviam, Verônica Ganciar,

Tony Capellão, Fernando

Queiroz. Fotografia Arquivo

Babel e fotos de divulgação

Revisão Carlos Nunes.

Universidade Luterana

do Brasil

Av. Farroupilha, 8001

Bairro São José, Canoas/RS

CEP 92425-900

Fone: 51 3477.4000

Fax: 51 3477.1313

2

Page 3: Revista Babel n.º 8

[índice]

A experiência de morar fora do Brasil

intercâmbio

PÁGINAS 14 E 15

Cursode Designda Ulbrapreparatalentospara ummercadoexigente

moda

eleições

PÁGINA 6

Em busca damelhor imagem física

trânsito

PÁGINA 8

A morte ronda a BR 116

prédio 11

PÁGINA 13

Programa de tv é feitopor alunos da Ulbra

saúde

PÁGINAS 10 E 11

3

PÁGINA 16

Em busca de umaalimentação saudável

Page 4: Revista Babel n.º 8

Ethel Peisker

Ela veio de longe para ficar. De ori-gem judia, com 12 anos aportou noBrasil, fugida da distante Alemanha na-zista em guerra, onde sua família so-fr ia perseguição, discr iminação econfisco de bens. Seu pai era um prós-pero banqueiro, e a primeira infânciafoi cercada dos confortos e facilidadesde um país de primeiro mundo. Tudoisso ficou para trás. A realidade encon-trada do lado de cá do oceano foi bemdiferente.

Eva Sopher,a senhora Cultura

Êfa, como a família chamava EvaMargarete Plaut, precisou de repenteprocurar emprego. Amante das artes,arruma seu primeiro emprego naCasa e Jardim, sede da Pro Arte, fun-dada por Theodor Heuberger em SãoPaulo. Muda-se para o Rio de Janeiroem 1943 onde encontra aquele queseria o amor de sua vida, WolfgangSopher. Casa e, na década de 60,muda-se para Porto Alegre. Começaassim a história de amor e fidelidadede Eva Sopher, ou simplesmente DonaEva, com a cultura de Porto Alegre.

Assume a direção da Pro Arte de1965 a 1975, quando é indicada pelogovernador Synval Guazelly a assu-mir a direção do Theatro São Pedro,que inicia o processo de reconstru-ção e restauração. Uma verdadei-ra maratona se iniciava. “Eu inicial-mente não queria assumir esse car-go, mas não encontraram ninguém,e meu marido, chegando de uma vi-agem, me disse que eu sabia muitobem, que se eu não assumisse, nin-guém o faria. Acabei aceitando”, dizEva.

4

[especial]

Eva foi decisiva na campanha pela restauração do Theatro São Pedro

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O Memorial pode ser visitado

de terças a sextas-feiras das

13h às 18 horas e sábados e

domingos das 16h às 18 horas.

A entrada é franca.

Longos e duros nove anos se passa-ram até que se concluíssem as obrasdo teatro. Era uma batalha constante.O maior empecilho tinha um nome:verbas. Eva declara que sem o auxílioque a imprensa prestou, envolvendocom isso a comunidade e pressionan-do o poder público na obtenção dos re-cursos, não teria obtido êxito na suaempreitada.

Após a reinauguração, em 1984, oporão do prédio foi usado para acomo-dar a administração. Com o início dasobras do Multipalco, anexo ao TheatroSão Pedro, a administração mudou-separa o novo prédio. Havia um sonhoantigo de Eva, de contar a história des-sa luta, já que, como ela mesma decla-ra, “a memória do povo é curta. Preci-sa registrar”.

Para comemorar os 150 anos do tea-tro, o Grupo RBS se propôs a fazer umamostra retrospectiva contando a traje-tória desde sua fundação em 1858, até2008. Hoje, muitas imagens de perso-nagens do passado espiam das grossasparedes, que em tempos passados ser-viram apenas para manter a estruturado prédio, com seus dois metros e meiode largura, e uma argamassa nada con-vencional para os tempos atuais: estru-me de vaca, cal, leite e areia.

O memorialSão fotos de artistas, cenas de shows

e apresentações, cartazes de espetácu-los, recortes de jornal, bilhetes e reca-dos deixados no livro de visitas doTheatro São Pedro, por artistas e visi-tantes locais, de outras cidades, esta-dos e países; escritas e imagens quecontam histórias, eternizam momen-tos que já se foram, mas no porão sãolembradas. Perto de completar trêsanos, o Memorial do Theatro São Pedro,que foi inaugurado em 7 de outubro de2008 para comemorar os 150 anos doteatro e permanecer aberto por doismeses para visitação, continua aberto.O sucesso foi tanto, que o Memorial vi-rou também história. Hoje faz parte doacervo de preservação da memória cul-tural do Estado. É mantido pela Associ-ação de Amigos do Theatro São Pedro,com auxilio do Estado.

O espaço físico foi ambientado pelaagência Maria Cultura, que usou cores

distintas para cada fase da mostra. Fa-zendo uma analogia ao teatro, dispõe omaterial em quatro atos, nas três salas.Alessandra Fernandes, 26 anos, forma-da em História pela UniversidadeLuterana do Brasil, em 2006, é a moni-tora que leva os visitantes neste tourpelo passado, mostrando e contandofragmentos da história dessa centená-ria casa e dos muitos artistas que pas-saram por ela, como Tom Jobim, BibiFerreira, Paulo Autran, Tônia Carrero,Fernanda Montenegro, entre tantos ou-tros, além de maestros como Villa Lo-bos, Arthur Rubenstein e o israelenseZubin Mehta. “Adoro trabalhar aqui”,declara Alessandra. “Comecei na chape-laria do teatro; quando viram que eu eraformada em História, e estava sempremostrando as dependências do localpara os visitantes, me chamaram. Émuito bom”, entusiasma-se.

O Memorial recebe visitantes de vari-ados locais, inclusive do exterior.Alessandra conta um fato curioso: “Temum psicólogo que traz seus pacientesaqui. Ele já veio várias vezes, e eles ado-ram”.

Há uma frequência muito grande depessoas do interior do Estado que visi-tam o Memorial. Ângela Maria Santosde Almeida, 41 anos, veio de Rio Gran-de e visitou o local com os filhos. “Acheilindíssimo; a gente fica emocionada dever todos estes artistas que já passarampor aqui”.

Alessandra se sente feliz por conduzir pessoas pela história do teatro

Reinauguração aconteceu em 1984

5

Eva, a grande idealizadora desse pro-jeto, juntamente com sua equipe, queconsidera sua família funcional, mostra-se muito feliz ao ver perpetuados os fru-tos de tantas sementes plantadas, nes-te país que adotou como seu, em meioséculo de dedicação, empenho, e sobre-tudo amor.

Page 6: Revista Babel n.º 8

As vésperas do período eleitoral, oscandidatos enfrentam uma verdadeirabatalha para conquistar a intenção devotos dos eleitores. Foi-se a época emque a questão ideológica era a principalpreocupação dos futuros governantesbrasileiros. Há algum tempo as eleiçõessão marcadas por políticos que, cada vezmais, mostram-se preocupados com amelhor imagem física. Um fenômenoque ficou evidente a partir das eleiçõesde 1989, a derrota do então candidatoLuis Inácio Lula da Silva, que se apresen-tava muito forte em suas declarações,mas desajeitado esteticamente, inversoà condição de Fernando Collor de Mello,sempre ajustado aos padrões estéticos.Certo ou não, a verdade é que a grandemaioria dos políticos seguiu a tendênciade valorização da imagem.

O documentário Entreatos, do cineas-ta João Moreira Salles, lançado em 2004,expõe esta realidade. Salles acompanhouos últimos dias antes da disputa do pri-meiro turno do ano de 2002, ao lado deLula. O filme mostra toda a preocupaçãode Lula e sua equipe em se mostrar sem-pre bem arrumado.

O ex-colunista político dos jornais ZeroHora e Correio do Povo, José Barrio-nuevo, destaca que a preocupação coma aparência não é só privilégio de políti-cos. “Hoje em dia qualquer pessoa ‘pú-blica’ coloca botox. Quem é candidato,então, tem que ao menos fazer duas tro-cas de roupa ao dia”, destaca.

Para o coordenador do curso de Ciên-cia Política da Ulbra, Honor de AlmeidaNeto, esta preocupação com a aparên-cia passa pela profissionalização dos atu-ais marqueteiros de campanhas dos can-didatos. “Eles (os candidatos) cada vezmais se preocupam com a imagem, e aatuação dos coordenadores de campa-

Iuri Ramos

Em busca da melhorimagem

[política]

nha é quase científica, de acordo com oque as pesquisas mostram, são feitas al-terações na imagem do político. Ainda hámuitos eleitores que votam pela propa-ganda da televisão e neste ponto a ques-tão estética é muito importante”, afirma.

Neste quesito, o pleito deste ano tam-bém ficará marcado pela busca da aceita-ção pública através da aparência. Acandidata à Presidência da RepúblicaDilma Rousseff, depois de se recuperar deum câncer no sistema linfático, realizoucirurgias para melhorar a aparência. A ex-ministra da Casa Civil também mudou o

Para Honor, a necessidade da boa aparência trouxe profissionalização

6

tom de cor dos cabelos e não dispensa amaquiagem, tudo para garantir uma me-lhor imagem diante das câmeras. Seu prin-cipal adversário, José Serra, já havia se sub-metido a uma intervenção cirúrgica pararemover as bolsas de gordura ao redor dosolhos anos atrás, agora optou mais umavez pela cirurgia plástica. Reduziu o tama-nho das gengivas para aumentar o sorri-so, reforçado por um clareamento. A bus-ca pela “melhor” imagem é um fenôme-no que parece relevante aos eleitoreiros,já que a briga pela intenção de votos apa-renta mesmo não ter limites.

Page 7: Revista Babel n.º 8

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O curso de Comunicação Social da Uni-versidade Luterana do Brasil realiza há 12anos um trabalho com Organizações nãoGovernamentais (ONG´s) através da dis-ciplina Projeto em Ação Comunitária. Aparceria tem como objetivo principal in-centivar o planejamento e a execução deações de comunicação por alunos da uni-versidade junto às organizações do tercei-ro setor. As atividades são propostas atra-vés de um trabalho integrado pelos aca-dêmicos de Jornalismo, Publicidade e Pro-paganda e Relações Públicas.

Para o professor Fernando Noronha,que participa do projeto desde a primei-ra turma, em 1998, a parceria garante umassessoramento qualificado e soluções decomunicação adequadas a cada organiza-ção atendida. “Os grupos são constituídospor alunos em fase de conclusão de cur-so, supervisionados por professores comconhecimento não apenas em comunica-ção, mas também nas questões do tercei-ro setor”, garante Noronha.

Entre as 18 entidades que já partici-param do projeto está a Associação Be-neficente Fraterno Auxílio Cristão de SãoCristóvão (FAC), organização localizadano município de Canoas que auxilia crian-

Melina Fritzen

Oportunidade parao terceiro setor

O trabalho dos alunos é valorizado pelas

instituições que procuram executar todas

as ações propostas pelos grupos.

Entretanto, segundo a professora Maria

Clara Aquino, que também orienta a

disciplina Projeto em Ação Comunitária,

algumas ações não são executadas pelas

ONG‘s devido à escassez de recursos nas

organizações do terceiro setor. “Há um

trabalho entre as organizações e os alunos

para que tudo possa ser executado ou

então repensado para ser realizado de

ças carentes e idosos através de campa-nhas de arrecadação de roupas e ali-mentos, realização de cursos e oficinas,entre outras atividades. A ONG é aten-dida pelos grupos de projeto há algunssemestres, através de um trabalho con-tínuo para realização de ações de comu-nicação, até então inexistentes na orga-nização. “A relação da FAC com seus pú-

outra forma, caso não haja recurso para

determinado tipo de ação”, afirma.

O trabalho realizado é tão importante para

os alunos, em termos de aprendizado,

quanto para as organizações que, através da

parceria, conseguem perceber que uma

comunicação qualificada é o caminho para

obterem credibilidade perante a sociedade.

Com isso, ganham visibilidade nos meios de

comunicação e passam a trabalhar com

estratégias de comunicação direcionadas aos

seus públicos, conforme suas necessidades.

Rosa está otimista quanto às próximas ações

planejadas para a FAC. “A organização

certamente ganhará maior visibilidade assim

que implementarmos tudo o que os alunos

propuseram no que tange à comunicação

visual e à comunicação de uma maneira

geral. Temos certeza de que poderemos dar

continuidade e aplicar o que nos foi

proposto pelos alunos da Ulbra que, através

deste projeto, nos auxiliaram e ensinaram

sobre a comunicação entre a FAC e os seus

públicos”, enfatiza.

Importância da iniciativa é reconhecida pelas organizações

blicos sempre foi muito informal, semnenhuma ação específica voltada à co-municação. Não tínhamos noção dosmecanismos que poderíamos disporpara tal relacionamento”, destaca RosaBerté, secretária da ONG que participadas reuniões para discussão das ativida-des com os alunos.

Os grupos já realizaram diversas ativi-dades para melhorar aimagem da organizaçãojunto aos seus públicos,como a criação dalogomarca, do blog, damissão da ONG e de umvídeo institucional, alémda elaboração de umplano de captação de re-cursos através da realiza-ção de eventos. Segundoa estudante de Jornalis-mo e integrante do gru-po que atende a FAC nes-te semestre, FernandaMenezes da Silva, a prin-cipal necessidade da as-sociação atualmente é aimplantação do logotipona fachada da sede. “AFAC está instalada desdeo início deste ano em um

prédio novo, com uma estrutura ótima,mas até hoje não há identificação na fa-chada. Esta é a ação imediata identificadapelo grupo, que já foi acordada com a en-tidade e aprovada pelos professores. En-tre outras atividades previstas pelo gru-po, será organizada, também, a festa deinauguração do prédio da ONG”, planejaFernanda.

A FAC São Cristóvão auxilia crianças carentes

[comunicação]

Page 8: Revista Babel n.º 8

8

No dia 25 de setembro, é celebrado o DiaNacional do Trânsito. Em datas comemora-tivas, o habitual é sair para jantar, cantar pa-rabéns, comer torta, enfim. Mas o vigésimoquinto dia do mês de setembro não trazboas recordações para aqueles que tiveramseus entes queridos ceifados por esse gran-de gargalo de vidas chamado BR 116. Espe-cialmente no trecho entre as cidades de DoisIrmãos, na subida da Serra, e Porto Alegre,considerado o mais movimentado do paíspelo Instituto de Geociências Aplicadas(IGA). O percurso de 52 quilômetros em quecirculam, todos os dias, aproximadamen-te 120 mil veículos, protagonizou, somenteentre os dias 6 e 17 de setembro, três aci-dentes fatais, dois em Novo Hamburgo e umem São Leopoldo.

No dia 6, num acidente entre três veí-culos, por volta das 18h40, no km 239 darodovia federal, em Novo Hamburgo,duas pessoas morreram. O condutor deuma motocicleta YBR 125 Factor não te-ria conseguido frear e colidiu com um au-tomóvel da marca Parati que trafegava àsua frente. Com o impacto os dois ocu-pantes da motocicleta foram arremessa-dos e pararam embaixo de um caminhãoque vinha logo atrás, todos no sentidocapital-interior. O condutor da motocicle-ta, de 35 anos, e a passageira, de 17,morreram no local. Quatro dias depois,dia 10, no km 237, no sentido contrário,um caminhão também não teria conse-guido frear no semáforo e arrastou umcarro por cerca de 30 metros. O automó-vel da marca Kadett fazia uma conver-são à esquerda, por volta das 5h15, paraingressar em Novo Hamburgo. O passa-geiro, de 27 anos, morreu na hora, en-quanto o condutor do veículo, de 26anos, foi encaminhado em estado graveao hospital do município. Já no dia 17,aproximadamente às 3h10, outro veícu-

Robson Alves

25 de setembro ea falta de educação

Acidentes na BR 116 são constantes e a imprudência é a principal causa

lo teria perdido o controle, saiu da pistae capotou. O motorista, de 32 anos, per-deu a vida no local, enquanto o passa-geiro, de 31, foi encaminhado em esta-do grave para o hospital, porém não re-sistiu aos ferimentos e morreu no dia se-guinte. Três acidentes e seis vitimas em12 dias, cinco fatais.

De janeiro a agosto desse ano, 48 pessoasperderam a vida na BR 116, número maiordo que em todo o ano passado, onde foramregistradas 45 mortes. É difícil afirmar as cau-sas exatas dos três acidentes na rodovia fe-deral, mas é notória, nos três casos, a pre-sença da temida, porém constante, impru-dência. O agente de segurança Marcos Ale-xandre Fernandes, que esteve no local da co-lisão no dia 10, afirmou que os indícios nolocal davam conta de que o caminhão vinhaem alta velocidade e, quando o semáforofechou, a proximidade não permitiu com queele tivesse êxito na frenagem do veículo. Noacidente do dia 6, os registros da Polícia Ro-doviária Federal (PRF) informaram que o con-dutor da motocicleta não possuía carteira dehabilitação. Já na capotagem do dia 17, to-dos os indícios apontam para que a perda do

controle do Passat fosse devido à alta veloci-dade. “O trânsito é um sistema imprevisível,depende diretamente da atitude das pesso-as. Muitos fatores contribuem para aumen-tar as estatísticas, entre eles o crescimen-to do fluxo de carros e do número de con-dutores”, afirmou o inspetor Danilo Lima,chefe substituto do setor de comunicaçãoda PRF, em entrevista ao periódico O PovoOnline.

A pedagoga da Equipe Brasil Escola,Jussara de Barros, explica: “Segundo aLei, a educação para o trânsito deve seradotada nas escolas, desde as séries ini-ciais, a educação infantil, transcorrendopelo ensino fundamental, ensino médioe ensino superior, a fim de educar os ci-dadãos fazendo-se um trabalho deconscientização dos mesmos.”

Enquanto a sociedade brasileiraaguarda que se dê a atenção que o pro-blema merece e que todos os investi-mentos em educação sejam feitos, fa-mílias continuarão lembrando do trân-sito no Natal, no Ano Novo e em tantasoutras datas, como algo que tirou delaspessoas queridas.

[rodovias]

Page 9: Revista Babel n.º 8

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Tony Capellão

Escolas públicas e privadas de todo o Bra-sil têm até 2011 para incluir o ensino demúsica em sua grade curricular. A exigênciasurgiu com a Lei nº 11.769, sancionada em18 de agosto de 2008, que determina que amúsica deverá ser conteúdo obrigatório emtoda a Educação Básica. A lei diz que o ensi-no de música será obrigatório na EducaçãoBásica (que engloba Educação Infantil e oEnsino Fundamental), mas não especifica setodas as séries terão a música incluída emsua grade curricular. Isso será definido até2011 com os sistemas de ensino estaduaise municipais, assim como a quantidade deaulas por semana.

Os alunos do Colégio Cristo Redentor deCanoas já têm acesso a aulas de música.A prática vem sendo feita há aproximada-mente dez anos na escola. “Esta já é umapreocupação que temos há muitos anos,a música influencia as crianças diretamen-te no lado emocional e afetivo. Ela ajudacom o crescimento do ser humano”, diz aprofessora Beatris Barbier. A diretora daescola, Carin Kuchenbecker, conta que oaluno começa a ter aulas de música des-de que entra no colégio. “Com três anosde idade o nosso aluno começa a ter asaulas. Ele acaba tendo oito anos de con-tato direto com a música”.

A diretora da Associação Brasileira de En-sino Musical (ABEM), Regina Albano deLima, explica que a música contribui paraa formação integral do indivíduo. “Ela re-verencia os valores culturais, difunde o sen-so estético, promove a sociabilidade e aexpressividade, introduz o sentido de par-ceria e cooperação e auxilia o desenvolvi-mento motor, pois trabalha com a sincroniade movimentos. Ao entrar em contato coma música, zonas importantes do corpo físi-co e psíquico são acionadas, os sentidos,as emoções e a própria mente. Por meioda música, a criança expressa emoções que

Aulas de música jáestão acontecendo

Antes da exigência da lei, o colégio Cristo Redentor já trabalhava com música

[ensino]

não consegue expressar com palavras”,destaca a diretora, e completa: “O traba-lho com música desenvolve as habilidadesfísico-cinestésica, espacial, lógico-matemá-tica, verbal, além da prática musical”.

Uma criança pode vivenciar a música pormeio de trabalhos corporais que desenvol-vem a atenção e a coordenação motora. Osecretário municipal de Educação de Ca-noas, Paulo Roberto Ritter, fala sobre a pre-paração que está sendo feita no municí-pio: “Algumas escolas já estão tendo aulas,porém com uma frequência muito baixaainda. No próximo ano haverá um concur-so público específico para professores demúsica”. O MEC recomenda que, além dasnoções básicas de música, dos cantos cívi-cos nacionais e dos sons de instrumentosde orquestra, os estudantes aprendam can-tos, ritmos, danças e sons de instrumentosregionais e folclóricos para, assim, conhe-cer a diversidade cultural do Brasil. E paraque as aulas de música não virem “hora dorecreio”, é preciso que os pais fiquem deolho em quem irá ministrar essas aulas ese esse ensino será contínuo e com umametodologia capaz de desenvolver a ca-

pacidade musical dos estudantes de for-ma gradual e, sem interrupções.

Inserir o ensino da música nas escolasmexe diretamente com o emocional daspessoas. “Quem é que não tem aquelamúsica que lembra um momento ro-mântico da sua vida ou que simplesmen-te lembra alguém? Todo mundo tem”,diz o professor Daniel Muller. Ele aindafala que investir em educação podealavancar outros setores, como o con-sumo, a saúde, a habitação, a seguran-ça. Pessoas mais bem instruídas têm em-pregos melhores, salários maiores e,consequentemente, um poder de com-pra maior. Pesquisas apontam que umapopuação com mais anos de estudo ten-de a cuidar melhor da saúde e a come-ter menos crimes. Os especialistas emeducação alertam que a relação entre aevolução na qualidade do ensino e a me-lhora nos índices sociais e econômicosnão são tão diretas e previsíveis, mas éconsenso entre economistas e educado-res que educação de qualidade para to-dos é condição essencial para o desen-volvimento de um país.

Page 10: Revista Babel n.º 8

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Débora Viviam e Verônica Ganciar

Moda não é roupa. Ou melhor, não é sóroupa. Moda, do termo latino modus, in-dica uma maneira, uma forma, quase umaestética. A roupa é só o motivo mais atra-ente para se pensar em moda e suas re-presentações tão onipresentes hoje em dia.A moda conquistou o mundo. Está em todaparte e opera hoje como construtora deidentidades individuais. Na Ulbra, o mun-do da moda vem para a sala de aula porintermédio de professores capacitados eatuantes. Por meio de uma metodologiaenvolvente, o curso apresenta disciplinaspráticas e teóricas, reunindo conhecimen-tos que tratam desde as matérias-primasaté a industrialização, passando pela cria-ção e percorrendo os processos de comer-cialização do produto final.

O aluno que estuda Design de Moda naUlbra diferencia-se pelo preparo sólido paraum mercado cada vez mais especializado.Os acadêmicos são informados, estimuladose apoiados para participar de concursos,como o Next Generation do Donna FashionIguatemi, destinado aos estudantes demoda, tendo como objetivo mostrar o tra-balho de quem está estudando nos princi-pais cursos do Estado. “Acredito que é umagrande oportunidade por ser o maior even-to de moda do Rio Grande do Sul. Então, éo momento deles mostrarem todo o talen-to e potencial porque tem muitos profissio-nais em busca de novos talentos”, destaca acoordenadora do curso de Design de Moda,Débora Quaresma.

Para a professora de Moda, PaulaBittencourt, esse tipo de evento é muitobom, porque motiva cada vez mais os alu-nos a criarem e de repente até desenvol-verem a própria marca. “Além de colocarem prática tudo que eles aprendem emsala de aula, de concretizar as ideias, é umconcurso fundamental e bastantemotivador”, enfatiza.

Da sala de aula para aspassarelas

[curso]

Page 11: Revista Babel n.º 8

11

Competições e apresentações são a grande oportunidade para estudantes de moda

Com o tema “O Mundo é a Moda”, o quese viu foi uma mistura de estilos com ele-mentos de diversos países. Os oito estu-dantes da Universidade que participaramdo concurso rodaram o mundo e épocasem suas peças. A aluna Aline Dahlheimerse inscreveu pela primeira vez e não es-condia a euforia após o término do desfi-le. “Estou muito feliz em estar participan-do, bem feliz mesmo.” Ela trouxe a Rússiae suas matrioskas para a passarela. Aperformance das modelos e as peças em-polgaram o público presente. “Eu fiz todaa roupa, toda a modelagem. Foi minha avóquem costurou, porque fui a cinco costu-reiras e elas disseram que era impossível.Então, foi a gente que fez tudo mesmo. Foiuma correria, muito trabalho, mas no fimdeu tudo certo”, completa.

Já para a acadêmica Jéssica Yasmim De-voto impossível era controlar-se e man-ter a calma: “Quem for participar apro-veite o momento e curta ao máximo. Nãoprecisa ficar nervosa como eu”. Com pe-ças inspiradas na Espanha, de cores quen-tes e sensuais, Jéssica era só sorrisos apóso desfile. “O Nexte Generation serve paramostrarmos o nosso talento, portanto,tentamos dar o nosso melhor. Achei otema bem interessante, porque dava paracriarmos muitas coisas. Estou muito felizem participar.”

Sentadas nas primeiras cadeiras em fren-te à passarela, as professoras admiraramorgulhosas o desfile dos alunos. Em certasocasiões, a ansiedade parecia ser maior quea dos futuros estilistas. É uma satisfaçãoenorme em nós vermos que do nosso tra-balho, o sonho de muitos se concretiza napassarela. Ficamos muito felizes e satisfei-tas por eles conseguirem conquistar o quesempre almejaram”, destaca Paula.

A Ulbra já conquistou o posto máximonesta competição duas vezes, com as es-tudantes Camila Dubina e Tainara Pacheco,que representam os campi de Canoas eTorres, respectivamente. E nesta edição,Camila apresentou sua coleção de roupasna passarela principal do Donna FashionIguatemi. A estudante lançou sua própriamarca, a Circunflexo, que trouxe para o pú-blico roupas leves e descontraídas inspira-das em elementos do graffite e do streetwear. Para ela, participar do Next Ge-neration foi uma grande oportunidade. A

sensação de sonho realizado compensatodas as noites em claro e as dificuldades.Foi um ano em busca de colocar nas pas-sarelas suas criações exatamente como asidealizou. “Acredito que a originalidade emcima do tema proposto foi o que me levoua vencer quando participei. Temos de fa-zer o que gostamos”, diz Camila.

Quem se dedica ao setor pode ter umfuturo interessante. Dados da AssociaçãoBrasileira da Indústria Têxtil e de Confec-ção (ABIT) mostram que, em ranking naci-onal, o Rio Grande do Sul está na 7° posi-ção, com 3,5% do total do PIB Têxtil/Con-fecção. Além disso, o Estado paga os salá-rios mais altos na área da moda, segundo

o Ministério do Trabalho e Emprego. Even-tos como o Donna Fashion Iguatemi são osgrandes responsáveis pelo crescimento epela divulgação da indústria têxtil do Sul. Ea Ulbra já abre os caminhos nesta área paraos alunos que mostram suas criações nes-ses desfiles.

A universidade é uma das principais insti-tuições de ensino superior no estado do RioGrande do Sul e a primeira entre as institui-ções privadas a instituir um curso de Designde Moda, com um currículo diferenciado etotalmente voltado para o mercado de tra-balho. Além disso, a instituição foi a pionei-ra no sul do país a oferecer cursos superio-res de tecnologia na área do Design.

FOTOS CAMILA DUBINA

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André Bresolin

No curso de Comunicação Social da Uni-versidade Luterana do Brasil existe um pro-jeto de extensão destinado aos acadêmi-cos, chamado Prédio 11. Trata-se de umprograma de televisão semanal, produzi-do e apresentado pelos alunos, que são es-tagiários do curso. Aos sábados, o progra-ma é veiculado na ULBRA TV, sempre às13horas.

Os alunos da Universidade que com-põem o Prédio 11 trabalham de segunda asexta no período da tarde para produziremtodo o conteúdo que vai ao ar na TV. VeraMendez, a jornalista-responsável, explicaque a ideia de criar o programa surgiu dopropósito de ensinar aos alunos a produzi-rem um programa de televisão. Ela salien-ta que o projeto inicial previa um progra-ma que fosse voltado a assuntos de inte-resse dos acadêmicos, como cultura, en-tretenimento, artes em geral, além daque-les vinculados à Universidade como insti-tuição. Segundo ela, “a base do programaé uma entrevista principal, com outrosquadros menores, onde são apresentadasmatérias, reportagens e até uma agendacultural”.

Ainda no que se refere à programação,Vera enfatiza que “existe atualmente umquadro onde são destacados seminários,palestras e espetáculos que foram realiza-dos no Campus Canoas”, mas já existiu noPrédio 11 um quadro chamado de Repór-ter Girino, que era feito pelos calouros docurso de Comunicação Social e cuja te-mática se baseava numa reportagem comtons de humor. Apesar de não fazer maisparte do programa, o quadro fez sucessoentre telespectadores e professores de jor-nalismo da Ulbra. Vera destaca ainda que“procura observar as aptidões de cada es-tagiário, para encaminhá-los às atividadesmais apropriadas a cada um”. Os estagiári-os do programa desempenham diversas

Prédio 11: aprendizadocom profissionalismo

[televisão]

funções, para terem experiências em to-das as áreas do jornalismo.

A atração principal do programa Pré-dio 11 normalmente é gravada em um es-túdio próprio, mas em algumas ocasiõesexistem as gravações externas, de even-tos como Expointer, Feira do Livro dePorto Alegre e Semana Farroupilha. Oprograma, que já teve três apresenta-dores, é ancorado atualmente pela alu-na de Jornalismo Verônica Ganciar. Emsua estreia, Verônica passou por um tes-te de fogo, quando gravou no tapetevermelho do Festival de Cinema de Gra-mado. Sem experiência na função, elarelata que diante da situação “suas per-nas tremeram”. A apresentadora fazuma revelação: “No princípio sentia umcerto nervosismo nas gravações, mascom o tempo e a experiência adquirida,essa sensação passou”. O trabalho delaconsiste não apenas em apresentar oprograma, mas também em elaborarpautas e as perguntas que serão feitasaos entrevistados do programa.Verônica disse ainda que, além dessasfunções, “cuida da edição do programa,acompanhando atentamente o trabalho

dos editores”. Para elaborar as pautas eas perguntas, ela interage com os cole-gas e faz questão de ressaltar: “A genteprocura debater, pois o programa per-tence a todos os alunos que trabalhamno núcleo e todos têm o direito de opi-nar e sugerir”. A apresentadora se senterecompensada pela função desempenha-da e deixa um conselho para os colegasde Jornalismo que pretendem ingressarno Prédio 11: “Prestem atenção nas au-las, pois muitos conteúdos abordadosservem de suporte para o trabalho”.

Outra que considera as aulas importan-tes no processo é Marlova Tomasini, comgraduação em Jornalismo pela Ulbra e de-sempenhando a função de produtora doprograma. Marlova afirma que “um pro-jeto de cunho acadêmico como esse dáaos alunos a oportunidade de exercitar,treinar, experimentar e até errar, sendomais do que um complemento para o cur-so de Comunicação Social”. Indagada so-bre a ideia de que o estagiário pode errar,Marlova foi enfática: “Se o estagiário er-rar, ele vai verificar onde errou, paraaprender com isso e exercer futuramen-te sua atividade com clareza e retidão”.

Atualmente Verônica ancora o programa: “Passei por um teste de fogo em Gramado”.

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14

[intercâmbio]

Felipe Stefani

Muitos jovens sonham em fazerintercâmbio cultural. Os motivos sãoos mais diversos. Para morar longedos pais por algum tempo e experi-mentar um processo de independên-cia, mesmo que temporária, algunspara aprender um segundo ou tercei-ro idioma, outros para realizarem es-tudos profissionais ou ainda simples-mente para fazer os sonhos tornarem-se realidade. Mas você saberia dizerquando e por que esta ideia surgiu deforma organizada?

O intercâmbio cultural não é uma no-vidade, considerando, por exemplo, queos filhos de famílias abastadas do Brasil

A experiência dese viver em outro país

sempre deixaram o país para estudarnas grandes cidades da Europa. Mas foiapenas após a Segunda Guerra Mundi-al (1939-1945) que a ideia se populari-zou. Na época, o mundo estava dividi-do pelos horrores do conflito e aindatendo presente o fantasma de antigasdiferenças e rivalidades. Era urgente eimprescindível promover o entendi-mento e respeito entre nações e povos.Diante dessa situação, organizações in-ternacionais como a Cruz Vermelha de-cidiram que a melhor maneira de atin-gir o objetivo era mostrar aos jovensque a Terra era coberta de diferenças eque, ao invés de combatê-las, eles de-veriam conhecê-las para aprender arespeitá-las.

A realidade atual do intercâmbiodeve sua existência a pessoas deter-minadas, sonhadoras e realistas aomesmo tempo e que, mesmo en-frentando condições adversas e tem-pos de difícil comunicação, não desis-tiram de seus objetivos. Hoje, quemrealiza um intercâmbio, além do co-nhecimento de outras culturas, tam-bém obtém valorização profissional ecrescimento pessoal.

Segundo os dados fornecidos pelaBrazilian Educational and LanguageTravel Association - associação deagências de intercâmbio (Belta), noano de 2004, aproximadamente 42mil brasileiros, na faixa de 18 a 30anos, optaram por essa iniciativa,

Page 15: Revista Babel n.º 8

15

ante 35 mil em 2003. Hoje este nú-mero continua crescendo, devido àpercepção que os estudantes vêmtendo sobre a experiência. As pesso-as estão entendendo a necessidadede se fazer um programa no exteri-or, pois sabem que isso serve parauma especialização profissional, ouaté para se posicionar melhor nomercado, além da realização pessoalde concretizar antigos ou novos pla-nos.

Também há alternativas de lazer,além do aprendizado. Essa é uma boaopção para quem realmente desejaaproveitar as férias em outra cidade oupaís. A variedade de programas de fé-rias no exterior é grande, passandopela oferta de cursos de idiomas, es-pecialização e até de línguas com in-teresses específicos. O intercambistapode optar, por exemplo, pelo curso deIdiomas para Negócios, voltado paraestudantes e profissionais que neces-sitam aprimorar o idioma para a car-reira ou então pelo Programa de Féri-

as, que combina o curso de línguascom atividades esportivas, culturais esociais.

IntercâmbioA Universidade Luterana do Brasil

(Ulbra) tem o Programa de MobilidadeAcadêmica Internacional – IntercâmbioAcadêmico na Graduação, que permiteaos alunos de graduação a oportunida-de de estudarem durante o período deum a dois semestres letivos em uma ins-tituição de ensino superior conveniada,e de, após a conclusão dos estudos, te-rem o reaproveitamento dos créditoscursados no exterior, na Ulbra.

Esta modalidade de intercâmbiooportuniza a realização de experiên-cias multiculturais e interdisci-plinares, tanto no âmbito acadêmicoquanto no profissional. Contribui naqualificação e formação acadêmicacultural, intelectual, profissional epessoal, atendendo dessa forma àdemanda de um mercado global alta-

mente competitivo.

A Ulbra, através do

Departamento de

Relações Internacionais,

promove ações de

cooperação universitária

internacional que auxiliam no

desenvolvimento científico,

cultural e tecnológico da

Universidade e dos acadêmicos.

Busca incentivar o intercâmbio,

promovendo a troca de

informações e publicações com

universidades estrangeiras e

organismos internacionais. Para

saber mais informações sobre

como estudar no exterior, acesse:

www.ulbra.br/dri ou pelos

telefones (51) 3477.9131 e

3477.9162.

Como estudarno exterior

A estudante de Administração da

Ulbra Canoas, Ana Victoria Aguilera

Ramos, relata esta oportunidade de

aprender longe de casa. Mexicana, es-

tudante originária do 3º semestre no

Instituto Tecnológico de Sonora, da

Cidade do México, relata que a dife-

rença no modo de aprendizado é mais

fácil. Como experiência do intercâm-

bio, Ana acredita que a oportunidade

de estudar no Brasil lhe trouxe mais

confiança: “Morei sozinha pela primei-

ra vez e sei que estou mais madura, es-

tes seis meses na Ulbra foram impor-

tantes para meu crescimento profissio-

nal e pessoal”. A aluna despede-se dos

professores coordenadores da Adminis-

tração Valesca Reichelt e Eduardo Basso

Jr, agradecendo pela dedicação duran-

te o semestre e comenta que voltaria

ao Brasil para estudar uma especializa-

ção: “Acho que vou me especializar em

Recursos Humanos e, se possível, gos-

taria sim de voltar e estudar aqui nova-

mente”.Milhares de jovens brasileiros participam anualmente do intercâmbio entre países

Page 16: Revista Babel n.º 8

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Marcelo Freitas

Foi-se o tempo em que comer bastanteera sinônimo de saúde. Ficou no passadosem perspectiva de retorno. Hoje qualquerpessoa terá de se adequar ao novo momen-to, em que seguir hábitos de alimentaçãoregrados se faz cada vez mais vital. Em2010, uma pesquisa do IBGE revelou quequase metade da população brasileira(49%) está acimado peso. Levando-se em conta os ris-cos causados pelaobesidade, pode-se afirmar que esseíndice é preocu-pante. Para que essepercentual caia,o brasileiro de-ve antes de tu-do saber quaissão os aliados eos ini-m i g o sna buscada alimenta-ção sau-dável.

Segundo anutricionista do Hospi-tal da Ulbra, Rita Rocha daSilva, alimentos como arrozintegral, pão integral, farinha in-tegral, aveia, frutas, verduras, car-ne magra, leite e iorgurtes são os maisbenéficos à saúde. Por outro lado, rela-cionou os alimentos que têm muita gor-dura, guloseimas doces, açúcares, bis-coitos recheados e frituras como os maisprejudiciais. É importante que não seleve em conta apenas a essência dos ali-mentos para distingui-los em saudáveise não-saudáveis. O modo com que sãopreparados pode modificar essa classi-ficação. A opção pela fritura de verdu-

Em busca da alimentaçãosaudável

[saúde]

ras e carnes pode ser prejudicial. “O ide-al é evitar as frituras e procurar prepa-rar os alimentos assados, grelhados oucozidos. Quanto ao sal, optar por tem-peros naturais como: cebola, salsinha,alho, orégano etc”, salienta.

Além de selecionar os alimentos, exis-tem maneiras de se preservar a saúdeque estão relacionadas à rotina da ali-

mentação. Uma de-las é simplesmente respeitar as refei-ções do dia, não só no que diz respeitoa horários, mas também, à quantidade.Rita ensina: “O certo é fazer de cinco aseis refeições diárias: café da manhã,lanche da manhã, almoço, lanche da tar-de e jantar. Se o jantar for cedo, tem ain-da a ceia, que é um lanche mais tarde”.

Apesar de saber os males que podem sercausados por alimentação desregrada, muitaspessoas não conseguem resistir às tentaçõesadvindas dos apetitosos, porém, perigosos ali-mentos ricos em açúcares e gorduras. A estu-dante de Jornalismo Núbia Gallas, 23 anos, éum exemplo: “Eu me alimento com as coisasde que realmente gosto e com que eu me sin-to bem. Tenho consciência da importância dealguns alimentos mas não me preocupo”.

Quanto a produtos industrializados, exis-tem algumas averiguações que se po-

dem fazer antes de adquiri-los. Aprincipal delas é ler as in-

formações nutricionaisque são colocadas nas

embalagens. Lá sepode identificar

alguns per-centuaisdo que

foi utilizado napreparação dos

produtos. De acor-do com Rita, o que sedeve cuidar nestes es-

paços são os níveiscalóricos (para quem

tem problema de peso),de sódio (sal) e também de

gorduras trans.Não se pode negar que se tor-

na muito difícil resistir às guloseimasque são vendidas nas ruas e nos bares.

Mas a coisa muda de figura quando se en-tra na questão dos perigos e complicaçõesque são causados pela má alimentação. Alémda obesidade, colesterol, diabete, entre outras,o descuido pode causar sérios danos ao cora-ção. “As doenças cardíacas mais comumenterelacionadas a erros alimentares ou hábitosalimentares inadequados são a hipertensão ar-terial e a doença isquêmica, ou seja, o entupi-mento das artérias do coração”, afirma o car-diologista do hospital da Ulbra, Júlio AlfredoRossi Boehl.

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17

Fernando Pisoni Queiroz

Nascido em 18 de junho de 1942 em Liverpool, Inglaterra, PaulMcCartney ganhou de seu pai o primeiro instrumento musical dasua vida, um trumpete, em 1956, que acabou trocando por umviolão. Como era canhoto, teve que mudar a ordem das cordaspara ter um certo sucesso, pois não conseguia tocar direito comodestro. No ano seguinte, Paul foi apresentado a John Lennon, acei-tando seu convite para entrar no Quarrymen Skiffle Group que,depois de muitos anos, nomes e formações, viraria os Beatles.

O sucesso mundial e a fortuna chegaram nos anos 60 com ogrupo que ousou mudar a música e a mentalidade de uma gera-ção. Desavenças pessoais e profissionais interromperam a carrei-ra dos Beatles. Os integrantes da banda desenvolveram estilospróprios muito diferentes entre si durante os anos. Todos já ti-nham famílias a quem também queriam se dedicar. A banda aca-ba oficialmente em 1970.

Depois que Paul McCartney saiu dos Beatles, decidiu conti-nuar fazendo música. Lançou um disco solo em 1970 e outroem parceria com sua esposa, Linda, no ano seguinte. Ainda em1971, McCartney forma os Wings e consegue muito sucesso,emplacando vários hits nas paradas. A década de 70 mante-ve Paul ocupado junto ao conjunto, entre muitas prisões porporte de drogas e confusões nos shows. Os motivos do fimda banda ainda são escusos, mas cogita-se que os músicos,insatisfeitos com a perda do contrato das apresenta-ções no Japão e com a remuneração baixa, resolve-ram sair da banda.

Paul sai da prisão e lança o disco “McCartney II”, comexperimentações de sintetizadores e baterias eletrôni-cas. O disco representava oreinicio da sua carreira solo,mas não obteve muito sucesso.O começo dos anos 80 foi difícil paraPaul. A morte de John Lennon e o fracasso deseu novo álbum o fizeram trabalhar mais e mais. Doisanos depois surge “Tug of War”, tido por muitoscomo seu melhor disco solo. Com parcerias comStevie Wonder e Carl Perkings, ele decide ganharo elogio da critica especializada. Tendo tido bonsresultados com suas recentes parcerias, McCartney decidecontinuar com o projeto, desta vez com Michael Jackson nodisco “Pipes Of Peace”. Músicas como “Say, Say, Say” e “TheGirl Is Mine” foram tocadas exaustivamente no ano de 1983.A parceria foi desfeita quando Michael comprou as músicasdos Beatles que Paul planejava adquirir.

Com as críticas ruins de seu próximo disco, “Press to Play”,McCartney passa três anos sem lançar nada. Em 1988, em umprojeto inédito, ele lança um álbum apenas para a antiga UniãoSoviética, com clássicos do rock dos anos 50. “Chobba B Cccp”foi lançado depois para o resto do mundo, fazendo a populari-

O fenômeno Paul McCartney

[ensaio]

dade de Paul subir novamente. Uma coletânea (“All the Best”) élançada enquanto Paul apronta seu próximo disco, “Flowers inthe Dirt”. Este álbum levaria Paul de volta à estrada, depois de 13anos sem fazer turnês. A “Paul McCartney World Tour” é a maisbem sucedida de 1990, visitando muitos países, incluindo o Brasil.Faz dois shows no estádio do Maracanã, quebrando o recorde depúblico em shows fechados, com 184.000 pessoas. Ele voltaria aoBrasil em 1993, divulgando “Off The Ground”. Ao mesmo tempoque lançava seu disco, colocou nas lojas suas experimentaçõescom trance music e ambient sound sob o pseudônimo de“Fireman”. Fez um grande sucesso entre os DJs europeus nas pis-tas de dança.

A música clássica também chamou a atenção de McCartney.Fez peças clássicas para a Filarmônica de Liverpool e para os 100anos da gravadora EMI.

Em 1995 foi diagnosticado um câncer em Linda, sua esposa. Afamília se retiraria da vida pública para dar prioridade ao seu tra-tamento. Paul só apareceu em público novamente em 1997 parareceber a condecoração da Rainha Elizabeth II, tornando-o “Sir”.Linda estava muito doente e não pôde comparecer no evento.

Lançando “Flamig Pie” no mesmo ano, as esperanças cresciamà medida que os médicos revelavam o sumiço dos tumo-res de Linda. Porém, em abril de 1998, foi descobertoque o câncer havia ido para o fígado e que as chanceseram muito poucas. Informado pelo médico da família

que ela teria apenas mais uma semana de vida, osMcCartney foram para os EUA, onde Linda fale-ceu no dia 17 de abril.

Desde então Paul McCartney tenta vencer afalta da esposa, como sempre, trabalhando mui-to. Um novo disco, “Run Devil Run” (com as parti-cipações de David Gilmour e Ian Paice), estava sen-

do esperado para outubro de 1999, marcando avolta de Paul à música.

O último lançamento de Paul, o CD/DVDGood Evening New York City, marcou o reen-contro generoso com canções dos Beatlesque Paul não costumava apresentar ao vivo

até 2002, como “A Day In The Life”, “Some-thing”, “Day Tripper”, “I’ve Just Seen A Face”,

além de canções dos Wings meio deixadas delado, caso de “Rock Show/Venus And Mars”,“Let’em In”, “Mrs. Vanderbilt” e “1985”, por exem-plo. Aliás, as pazes espirituais com Lennon pare-cem verdadeiras, principalmente pela inclusão dacortante “Here Today”, composta em 1981 para odisco Tug Of War. Essa música é, provalmente, a maisbela homenagem feita ao beatle morto, mais que

“All Those Years Ago” (de George Harrison) ou“Empty Garden” (de Elton John), só para mencio-

nar outras duas belas rendições.

Page 18: Revista Babel n.º 8

18

Guajuviras, desenvolvimentoesperado há duas décadas

[cidade]

Após anos de burocracia,o bairro de Canoasfinalmente vê o projetodo Parque Empresariale Parque Naturalganhar força

de revitalização de uma área aparente-

mente esquecida no município.

Em 10 de julho de 1995, o governo do

Rio Grande do Sul doou ao município de

Canoas uma fração de terra com área de

560 hectares, localizada na Estrada do

Nazário, conhecida como Fazenda

Guajuviras. Esta doação foi condiciona-

da à implantação de um parque de lazer

ambiental em 80% da área e o restante

20, para um distrito industrial. Qualquer

destinação contrária tornaria sem efei-

to a concessão, retornando o bem ao

domínio e posse do Estado.

Desde então, a prefeitura municipal

de Canoas vem tentando concretizar

a implantação de um projeto que en-

volvesse as duas possibilidades. As ra-

zões da demora para que o processo

seguisse em frente passam por fatores

como dotação orçamentária e mudan-

ças políticas que acompanhavam cada

término de período eleitoral.

Aloha Boeck

Há 23 anos, o motorista Jorge Luis

Teixeira se inscrevia para a compra de

um imóvel no bairro Guajuviras, em Ca-

noas. Certo dia, foi informado sobre fa-

mílias que estavam invadindo as áreas

vazias, se apropriando dos terrenos. Te-

mendo perder o seu pedaço de terra

para os invasores, dormiu por muitas

noites no local, quase ao relento, prote-

gendo o que acreditava ser seu. E lá está,

até hoje, melhorando cada vez mais sua

propriedade. Agora, assim como viu

sua casa crescer, verá seu bairro de-

senvolver. Está em andamento o

projeto do Parque Empresarial e Par-

que Natural, de responsabilidade da

Secretaria Municipal de Desenvolvi-

mento Econômico (SMDE), que se desti-

na ao desenvolvimento econômico e so-

cial da região e a uma comunidade ca-

rente de identidade, com necessidade

O populoso bairro Guajuviras terá desenvolvimento econômico e social alavancado por implantação de projeto

BAIRROS DA CIDADE DE CANOAS

Industrial

Centro

São Luís

Mathias Velho

Harmonia

Mato Grande

Fátima

Ilha das GarçasRio Branco

Niterói

N.S. das Graças

OlariaEst. VelhaRondon

Igara

S. José

Brigadeira

Page 19: Revista Babel n.º 8

19

No entanto, o governo do Estado

precisava de uma área para construir

um novo presídio. Lembrou-se das ter-

ras do Guajuviras. Para que a obra pu-

desse ser em solo canoense, a gover-

nadora Yeda Crusius firmou convênios

de cooperação e o município devolveu

a área concedida em 1995. Em sessão

na Assembléia Estadual, os deputados

votaram e fizeram uma nova doação,

no total de 500 ha, de modo que o Es-

tado ficou com 50 ha para o presídio.

Agora, os parques dividem igualmen-

te as terras.

Para o secretário-adjunto do Desen-

volvimento Econômico, Valmor Ávila,

a importância social do projeto é fun-

damental:

- O projeto busca uma ocupação ur-

bana sustentável que valorizará as

potencialidades ambientais da área.

Há previsão de áreas destinadas a es-

colas, creches, postos de saúde, segu-

rança, espaços culturais.

Recentemente, alguns avanços mar-

cam o começo do fim de uma espera

de 20 anos. Para o estudo do plano

urbanístico, foi contratada a empre-

sa Jaime Lerner Arquitetos Associa-

dos, de Curitiba, enquanto o diagnós-

tico ambiental será feito pelo Centro

Universitário Unilasalle, de Canoas.

Benefícios

para a população

A escolha da área não aconteceu so-

mente pela disponibilidade. Segundo

a gerente do projeto, Marta Boeck, o

bairro fica em um território de grande

proximidade com Porto Alegre, com si-

tuação geoestratégica privilegiada.

Além disso, tem relação direta com

uma comunidade que há anos espera

por mudanças:

- O trabalho é bastante motivador,

quando se pensa numa comunidade que

acalenta um sonho há duas décadas,

uma comunidade com uma característi-

ca de muita luta na busca de dignidade.

É um sim ao desenvolvimento, um pro-

jeto que vai efetivamente melhorar a

qualidade de vida daquelas pessoas e vai

lançar o município a um cenário de visi-

bilidade nacional – defende.

A prefeitura visa potencializar o sis-

tema produtivo do município, com a

geração de aproximadamente dez

mil empregos, melhor distribuição

de renda, arrecadação de impostos

e melhoria na qualidade de vida na

região.

Para Jorge Luis, morador do bairro e

que trabalha muito pelo crescimento da

região, existe uma preocupação nas

questões sociais e de segurança. Como

muitos moradores trabalham no comér-

cio informal, sem alvará, a comunidade

vizinha deseja que o projeto se concre-

tize rapidamente.

- As expectativas da população do

bairro são antigas e alguns já almejam

a ampliação de negócios e novos inves-

timentos – acredita o motorista.

No que depender de Ávila, o projeto

sai da fase burocrática até o final de

2011:

- Canoas tem cerca de 70% de sua eco-

nomia calcada na indústria e devemos

levar em consideração a vocação da ci-

dade. O Parque Empresarial Guajuviras

fará com que Canoas avance a um novo

patamar de desenvolvimento.

Se for assim, Jorge Luis poderá, mais

uma vez, descansar de suas preocupa-

ções. Por mais que hoje sua proprie-

dade permita que ele não durma ao re-

lento, ainda rondam os fantasmas do

esquecimento social. Com o prometi-

do desenvolvimento do seu amado

Guajuviras, acredita que só quem

deve, agora, invadir os terrenos é a

prosperidade.

Empresa de Jaime Lerner assina convênio com o prefeito Jairo Jorge para plano urbanístico

Para Valmor, projeto tem valor social

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