revista leiasff n.º 32

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Número 32 Janeiro/ Abril 2011 Distribuição Gratuita Núcleo de Música 19-02-02

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A Química é divertida

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Número 32Janeiro/ Abril 2011

Distribuição Gratuita

Núcleo de Música 19-02-02

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nestaedição:

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FICHA TÉCNICANr. 32 - Janeiro/ Abril 2011

Directora: Doutora Dina Jardim

Coordenação: Gualter Rodrigues Lígia Faria

Revisão: Conceiçãp Silva Teresa Pereira

Colaboração:

Cristina SimõesEcker Sommer

Fátima Andrade Fátima Gomes

Gilberto BasílioJorge PaivaJRA Rita RodriguesSara BotoSusana RodriguesTeresa Neves

Patrocinadores:

O Liberal Impressão:

O Liberal, Empresa de Artes Gráficas, Lda

Tiragem: 500 exemplares

Contactos:Escola Secundária de Francisco FrancoRua João de Deus, 99054-527 Funchal

[email protected]@madeira-edu.ptTlfn. - 291202820Fax - 291230342

Aconteceu

O Natal do Núcleo de Música 4

A Arte de Todos 5

Comemorações do Centenério da República 6

Alterações ClimáticasCausas e Efeitos 10

Parabéns Projeto JRA 11

A Química é Divertida 14

Dias Memoráveis 20

Finalistas 2010/ 2011 22

Opinião

AIDAmar, um nome dado por umaluno da Francisco Franco ao novo navio da AIDA cruises 38

Em torno do património barroco da cidade do Funchal 42

Clonagem - Uma análise crítica 44

Visita à exposição “Prolongada à Luz” 46

Dom Duardos (e uma ida ao teatro) 49

Funchal La Rochelle 52

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Doutora Dina JardimDiretora do Conselho Execurivo

É com enorme satisfação que lhe apresentamos mais uma edição da Leia SFF, a re-vista da comunidade educativa da Escola Secundária de Francisco Franco. Uma vez mais, à semelhança do que tem acontecido com as edições anteri-

ores, em cada página desta publicação, pode-se ver, ler e sentir um pouco da muita dinâmica que faz da ‘Francisco Franco’ uma escola ímpar no contexto educativo re-gional. Quandofalododinamismodaescola,refiro-menaturalmenteàvitalidade,à

energia e à diligência das ‘pedras vivas’ que a constituem: os alunos, os funcionári-os, os professores. A disponibilidade criadora que cada um coloca ao serviço da comunidade é, de facto, uma marca distintiva desta escola. É a idiossincrasia da ‘Francisco Franco’. É a nossa imagem. Cientes disso, temos pugnado para que este seja um espaço, cada vez mais

reconhecido, de competência, de dedicação e de trabalho, temperado com human-ismo, tolerância e compreensão. A vitalidade das instituições – hoje mais do que nunca – depende da excelência protagonizada por cada membro que a compõe. Caro leitor, esta edição, que agora tem em mãos, mostra-lhe apenas uma

pequena parcela da imensa realidade que nos caracteriza. Apesar de não querer se-cundarizar nenhuma das temáticas abordadas ao longo destas páginas, porque todas reflectemaescolaquesomos,há,porém,duasrubricasquegostariadesublinhar:aBênção das Capas e os artigos de apreciação crítica dos alunos. A Bênção das Capas é, por excelência, o ponto mais alto da vivência escolar

de qualquer estudante do Ensino Secundário. É um momento mágico. Um dia de son-ho que também nos contagia. Porque os belos momentos do itinerário da vida devem ficarimortalizados,aLeiaSFFdeixa-lhealgunsflashesdessedia/noitefestivo(a)queos nossos ‘Finalistas’ tão dignamente souberam comemorar. Para eles, em particu-lar,aquificaotributodaminhasimpatiaegratidão. Gostaria de realçar também a colaboração daqueles que apresentaram textos

de opinião. De facto, o exercício da cidadania exige-nos que sejamos leitores críticos e conscienciosos do mundo que nos rodeia. É importante, por isso, que cada um partilhe, escrevendo, a sua opinião. A escrita é um espaço de ‘visão’ de que nunca devemos abdicar: hoje, amanhã, sempre. Continuemos a fazer da Leia SFF um traço de união entre a comunidade edu-

cativa da nossa escola.

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O nosso natal começa em finais de Se-tembro, integrado no plano anual de actividades do Núcleo de Música da

nossa escola, a crescer musicalmente, já ultra-passadas as duas décadas de vida. O plano es-boçado para o Concerto de Natal brevemente está pronto, fruto do trabalho sábio e do diálogo entre os professores e os alunos. Torna-se pro-grama e cartaz, dentro e fora do horário curricular. Compõe-se de títulos que se revêem, já outrora interpretados, logo, em arquivo. Compõe-se de outras canções para as quais se buscam as le-tras e se recriam as músicas. Compõe-se de um saber específico, sensível e amante de músicas universais, adaptadas ao pulsar daqueles que abraçam o NM como uma criança que embalam, educam no amor, no ludismo e nas regras, labu-tam, sorriem - tudo vale a pena por ela.

Entram, então, no repertório, músicos conhe-cidos ou redescobertos e letras e pautas que nascem do amor pela arte, fruto de um percurso de vida, desde cedo (per)seguido, tornado pos-sível no NM, sonho timidamente concretizado mas aplaudido pelos colegas e pelos alunos, os antigos e os novos que integram o grupo e, depois, na escola, no dia do concerto: 12 de De-zembro de 2010. A partir daí, “O Natal da Gente” e “My Bluesy Christmas”, originais, na escrita e

na música, da professora Carmo Marques, ga-nham asas, revelam-se prendas para amigos músicos, docentes e não docentes, ou com a música no coração, que de longe vêm (con)viver (com) o Natal Madeirense.

O nosso natal progride, semanalmente, entre textos, acordes e acertos musicais, entre vozes a várias vozes que se destacam no NM e outras que crescem na aprendizagem animada e refor-çada positivamente, entre músicos experientes e outros prontos a aprender mais. Alguns, já nem alunos da escola são. Todos se doam pela causa - cantam, tocam, percutem, dedilham, bamboleiam atentos às pautas sorridentes na exigência dos compassos.

Em casa, no carro, algures, o Natal, cedinho, é uma canção dentro de cada um de nós…

O nosso natal teve pinheiro decorado com simples e alegre festa.

Os instrumentos musicais saíram nervosos dos seus aposentos, engalanados de esperan-ça e coragem para (en)cantar e regressaram à sua humilde casa, então varrida e lavada, pron-ta para o último, festivo e produtivo encontro do primeiro período (as canções para o Concerto da Amizade, em Fevereiro, foram, aí, seleccio-nadas). Mas antes receberam, com gratos sorri-sos e esquecidos cansaços, o caloroso aplauso da comunidade educativa.

Assim nasceu o nosso natal, cresceu, acen-deu-se de notas e melodias e, na data prevista, humilde, pronto e agradecido, brilhou, cintilou, na heterogénea sinfonia.

O Natal do Núcleo de Música

Fátima GomesProfª de Português

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nardes, correspon-dente do Diário de Notícias de Lis-boa, do jornalista da TSF Nicolau Fernandes e dos professores Tere-sa Jardim e Carlos Nó, a mesa redon-da sensibilizou não só os membros da Academia Francis-co Franco como a comunidade edu-

cativa em geral para a necessidade de olhar o mundo lá fora com atenção redobrada. Isto por-que, sob a aparência banal das coisas, se es-conde a arte à espera de ser (re)descoberta por nós, comuns mortais.

A Academia Francisco Franco, refira-se, é um projecto coordenado pelas professoras Eker Sommer e Susa-na Rodrigues que aposta em duas vertentes: por um lado, o apoio aos alunos lusodescen-dentes e estrangei-ros que frequentam a nossa escola; e, por outro, a sensibi-lização dos discen-tes em geral para a arte literária atra-vés de um espaço de escrita criativa

A Academia Francisco Franco promoveu uma mesa redonda sobre “A Arte do Quotidiano”. Tratou-se de uma inicia-

tiva que juntou, na Sala de Sessões da nossa escola, jornalistas, professores e alunos para debater a forma como o quotidiano pode trans-formar-se em arte. De “Calçada de Carriche”, de António Gedeão, até ao Evangelho Segun-do Jesus Cristo, de José Saramago, passando pelo visionamento de imagens do dia a dia que corporizam manifestações artísticas espontâne-as, o encontro possibilitou uma profícua troca de opiniões que teve como denominador comum a inegável assumpção de que a arte é realidade e a realidade arte.

Contando com as participações de Lília Ber-

Eker Sommer Susana RodriguesProfas de Português

A Arte de Todos

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Grupo de História

O Grupo de História da Escola Secundária Fran-cisco Franco associou-se às Comemorações do Centenário da República promovendo um

projecto constituído por diversas actividades, nome-adamente uma exposição e várias conferências alu-sivas ao tema, destinado à comunidade educativa e, particularmente, aos alunos. Enquadrando-se esta problemática na nossa História recente, tem a ela associada um riquíssimo e vasto manancial de informação que, apesar de estimulan-te, não nos permitiu, por razões óbvias, tratar em de-talhe.

Assim, seleccionámos e enfatizámos aspectos

que integram os conteúdos programáticos dos 11.º e 12.º anos de escolaridade, de forma interessante, mas não abdicando do rigor histórico.

A viagem pela 1.ª República foi percorrida através de uma mostra de caricaturas da imprensa portugue-sa, com uma explicação do contexto histórico a que se refere. O período trabalhado medeia entre as últi-mas décadas do século XIX e o ano de 1926, fim do sonho da 1.ª República.

Neste percurso, destacámos:- o Ultimato Britânico e a questão do Mapa Cor-

de-Rosa (1890), (Fgs 1 e 2);- a Instabilidade Política e Económica em que se

encontrava o nosso país, desde meados do século XIX (Fgs. 3 e 4);

- a Monarquia Agonizante de D. Carlos e o Regi-cídio (Fgs. 5 e 6);

- a Revolução do 5 de Outubro e a Fuga da Famí-lia Real (Fgs. 7 e 8);

- o Governo Provisório e a sua acção (Figs. 9 e 10);

- a Constituição de 1911 e os Governos Constitu-cionais (Fg. 11);

Comemorações do Centenário da República

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- o Desrespeito pelos Princípios Liberais: Igual-dade, Liberdade e Fraternidade (Fg.13);

- o Presidente-Rei – Sidónio Pais (1918) e o des-fazer do sonho da 1.ª República (Fig.14)

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- o Fim da República e a Instauração da Ditadura – o Movimento Militar de 28 de Maio de 1926 (Fg.15).

A exposição, intitulada da Monarquia à República, foi instalada na Galeria Francisco Franco e inaugura-da no dia 4 de Outubro de 2010, por Sua Excelência

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o Secretário Regional de Educação e Cultura, Doutor Francisco Fernandes.

Nesta exposição, além da viagem pelas caricaturas, a que já fizemos referência, foi também nosso objectivo partilhar, com rigor e isenção:

- os símbolos adoptados pelo novo regime político – os símbolos da República: o busto, a bandeira, o hino nacional (a Portuguesa) e a moeda (o escudo), já desenvolvidos na ante-

rior Leia SFF (número 31, de Outubro/Dezembro de 2010);

Não podendo deixar de integrar a História Re-gional na História Nacional elaborámos uma sucinta pesquisa histórica sobre:

- a República na Madeira, destacando as per-sonalidades republicanas com importante acção no contexto político da Região, nomeadamente o nosso

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Para uma maior reflexão, interactividade e par-ticipação do público foram realizadas várias con-ferências, desde o dia 6 de Outubro de 2010 a 27 de Janeiro de 2011. Umas, de âmbito nacional, e outras, de âmbito regional, permitiram um maior conhecimento e enriquecimento a todos quantos a ela(s) assistiram.

Este ciclo de conferências iniciou-se com a Con-ferência/Debate “Monarquia Vs República”. Foram

Outubro, Campo do Almirante Reis (como homena-gem ao comandante das operações militares que conduziram à queda da Monarquia – Almirante Car-los Cândido dos Reis) e Praça da República, actual Avenida Arriaga;

- a imprensa local e a sua reacção face ao novo regime.

conterrâneo Dr. Manuel Gregório Pestana Júnior; - a toponímia alterada pelo novo regime político,

designadamente as anteriores Rua da Princesa, Rua do Príncipe, Campo de D. Carlos I e Praça da Consti-tuição que, a partir do início de Novembro de 1910 foi alterada pela Comissão Admininistrativa da Câmara Municipal do Funchal e passaram a designar-se, res-pectivamente, de Rua 31 de Janeiro (em homena-gem à fracassada revolta do Porto, para implantação da República, de 31 de Janeiro de 1891), Rua 5 de

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oradores o jovem monárquico Dr. João Martins, do-cente, destacado no Arquivo Regional, e a republica-na, neta do Dr. Manuel Gregório Pestana Júnior, Dr.ª Isabel Pestana, docente da ES Jaime Moniz.

A Conferência “Os Símbolos da República”, foi sobretudo destinada aos alunos e teve duas realiza-ções. A primeira para os alunos dos Cursos CEF e a segunda para os alunos de História dos 11.º e 12.º anos, cuja temática se integra nos conteúdos progra-máticos destes anos de escolaridade. Foram orado-res os docentes desta escola, Dr.ª Urânia Gaspar, com uma intervenção sobre o Busto da República,

Dr. Rui Mendonça sobre o Hino Nacional e o Escudo e o Dr. Rui Amador sobre a Bandeira Nacional.

“Ética Republicana?” foi o tema analisado pelo Dr. Manuel Filipe Correia de Jesus, deputado à Assem-bleia Nacional.

A Conferência “Crescimento e afirmação do En-sino Técnico no Funchal” foi apresentada pela Dr.ª Fátima Abreu, docente da ES Francisco Franco.

“A Madeira: alguns efeitos da 1.ª Guerra Mundial e da experiência da Ditadura de Sidónio Pais (1917-18)” proferida pela Dr.ª Fátima Freitas Gomes, do-cente da ES Jaime Moniz.

Da nossa parte, gostaríamos de, mais uma vez, agradecer a todos quantos tornaram possível a con-cretização deste projecto.

O Grupo de História da ESF.

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Para que o supracitado se concretize é estri-tamente necessário que se divulgue informação acerca dos efeitos colaterais das “Alterações Climáticas”, sendo a realização desta conferên-cia um excelente meio para atingir este fim.

Para concluir, posso afirmar que os cerca de 60 minutos dedicados à referida palestra foram muito produtivos no sentido em que me diverti ao ouvir o orador, mas acima de tudo porque aprendi ainda mais acerca desta matéria.

Entre as plantas, há enormes diferenças na quantidade de biomassa que pro-duzem e no volume de gás carbónico

(CO2) que retiram da atmosfera e o de oxigénio (O2) que produzem. As árvores são as que maior volume de CO2 absorvem e maior volume de O2 libertam e, entre elas, as que maiores valores conseguem, são as árvores da floresta tropical de chuva (pluvisilva), por se encontrarem nas zonas equatoriais, com o Sol praticamente na vertical e luminosidade diária uniforme durante todo o ano. É, pois, nestas florestas que não só se encontram os maiores seres vivos terrestres (árvores até cerca de 6000 toneladas), como também são as florestas de maior biomassa ve-getal. Portanto, são as florestas que podem ali-mentar não só os maiores herbívoros terrestres (elefantes), como grandes manadas de outros herbívoros e uma enorme diversidade de orga-nismos. As florestas tropicais são, pois, os ecos-sistemas terrestres de maior biodiversidade; são o maior “pulmão” do Globo, por ser aí que se pro-duz o maior volume de O2; e são a região com maior acção “purificadora” do ar, por ser aí que as plantas absorvem o maior volume de CO2.

Há países que sabem viver da floresta, man-tendo sempre a mesma área global de floresta, mas a enorme maioria deles, tal como Portugal,

não sabe. Actualmente, é impressionante a ve-locidade de destruição das florestas do Globo. Devido à enorme quantidade de madeira que a pluvisilva possui, este tipo de floresta (Amazó-nia, África Equatorial, Malásia, Filipinas e Papuá-sia) está a ser incendiada e derrubada, muitas vezes de maneira indiscriminada e estúpida, a uma velocidade “diabólica”, desaparecendo, por cada período de 10 segundos, uma área corres-pondente à superfície do relvado de um campo de futebol, calculando-se que, a continuar este ritmo, não haverá pluvisilva no Globo quando se atingir a segunda metade deste século. Assim, estamos a diminuir drasticamente a absorção de CO2, numa contribuição para o “Aquecimento Global” muito mais relevante do que a industrial e veículos motorizados, e a diminuir o volume de oxigénio na atmosfera, o que é um elevado risco para a sobrevivência das gerações futuras.

Praticamente toda a gente tem alguma cons-ciência do que está a acontecer no Globo Terres-tre, com o consequente risco de sobrevivência da nossa espécie, mas, a maioria das pessoas, não só não tem a educação ambiental necessá-ria para entender o que se está a passar, como também não percebe que tem, forçosamen-te, de mudar a sua maneira de estar na Terra.

É fundamental parar ou regulamentar para que este desastre não continue. Isso é possível. Apenas são necessários políticos conscientes, assim como vontade política.

ALTERAÇÕES CLIMÁTICASCAUSAS E EFEITOS

Professor Doutor Jorge PaivaInvestigador do Jardim Botânico de Coimbra

Apesar de, naturalmente, estar minimamente sensibilizado para a problemática do “Aqueci-mento Global”, ao longo da conferência, o meu entendimento acerca do tema em questão au-mentou. Cada vez mais, este se afigura como o desafio mais hercúleo com que alguma vez a humanidade se deparou ou deparará e, como tal, é urgente uma consciencialização e uma to-mada de posição por parte, não de alguns, mas de todos nós.

Um comentário à conferência: “Alterações Climáti-cas” proferida pelo Prof. Jorge Paiva

Hernâni Correia, nº 11, 12º19

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Quando a natureza se revolta

No dia 20 de Fevereiro a excepcional pluvio-sidade que se abateu sobre a ilha da Madeira fez despoletar uma tragédia.

A cidade do Funchal é recortada por três ri-beiras, a de São João, a de Santa Luzia e a de João Gomes. Estas reúnem outros cursos de água mais pequenos e atravessam toda a cidade.

Ao longo da História da Ilha da Madeira sem-pre existiram exemplos de cheias que resulta-ram em perdas de vida e prejuízos avultados, no entanto os leitos das ribeiras continuaram a ser canalizados, aumentando assim o risco de transbordar em dias de forte pluviosidade.

Depois do aluvião de 1803 o governo Na-cional enviou para a ilha o engenheiro militar Brigadeiro Oudinot, para este superintender e dirigir as obras de construção de muralhas pro-tectoras e de encaminhamento da água nestas três ribeiras que atravessam a cidade do Fun-chal.

As secções destas ribeiras foram, então, alargadas e construiu-se taludes de alturas ele-vadas, calculadas tendo em conta a última

No ano lectivo de 2009/2010, o projecto JRA participou no concurso” Melhor ar-

tigo, fotografia e vídeo 2010. Dos trabalhos en-viados a concurso o projecto JRA foi contempla-do com o 3º lugar na categoria de melhor artigo 2010, com o artigo “ Quando a natureza se revolta”.

O projecto JRA (Jovens repórteres para o ambiente), é um projecto educativo promovido a nível internacional pela Fee (Fundação para a educação ambiental), cuja secção portuguesa a Abae (Associação Bandeira Azul para a Eu-ropa) coordena o projecto a nível nacional. Da comissão nacional de acompanhamento deste projecto fazem parte os ministérios do ambiente e da educação, jornalistas e outras entidades re-lacionadas com a educação ambiental.

A Escola Secundária Francisco Franco aderiu pela primeira vez a este projecto no ano lectivo de 2003/ 2004 e já conta com alguns prémios atribuídos.

Sónia Maria Pena Morgado MateusProfª. BiologiaAna Cristina Nunes RodriguesJoana Carolina Carvalho MendonçaRicardo José Dinis de Sousa

Parabéns Projecto JRA

Foz das três principais ribeiras que atravessam a baixa do Funchal (Google earth)

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nal, o Dr. Alberto João Jardim, contesta estas “teorias” de culpabilização lembrando que, devi-do à morfologia singular da Madeira, que torna impossível a construção na grande maioria da ilha, é necessário colocar 75% da população em 35% do território, pelo que as construções efectuadas eram necessárias, sendo que algu-mas dessas construções, como o Mercado dos Lavradores, foram efectuadas há muitos anos, quando ainda não existia ordenamento do terri-tório, tendo-se tornado símbolos emblemáticos da cidade do Funchal.

Na última década verificou-se, também, a retirada do gado caprino e ovino das serras do Funchal e procedeu-se a uma intensiva flo-restação, que visava a diminuição do risco da ocorrência de outra catástrofe. No entanto, a excepcional quantidade de chuva que se veri-ficou no dia 20 de Fevereiro fez com que solos das zonas altas se soltassem e, devido à oro-grafia acentuada da ilha, se precipitassem em derrocada pelas ribeiras em direcção à foz.

Os inertes, lama e rocha foram-se acumu-lando e os taludes das ribeiras, apesar de extre-mamente elevados, foram insuficientes, ficando entupidos, e a água, lama e rocha abandona-ram o seu leito normal, inundando as ruas pró-ximas da foz.

Até os socalcos construídos ao longo das ri-beiras, com o intuito de diminuir a velocidade

aluvião. Estas obras pretendiam evitar tragé-dias como a aluvião de 1803. Então o que cor-reu mal para que no dia 20 de Fevereiro de 2010 outra aluvião acontecesse?

Alguns especialistas culpam o mau ordena-mento do território e a construção desenfreada que tem vindo a ser feita ao longo dos leitos da ribeira, por esta catástrofe. Nas imediações das ribeiras assistiu-se ao longo dos últimos anos a uma crescente construção na baixa citadina, algumas secções das ribeiras sofreram estreita-mentos e encanamentos mal dimensionados dos cursos de água, os leitos de cheias das ribeiras foram ocupados por casas, estradas e centros comerciais com estacionamentos abaixo da su-perfície que conduziram à impermeabilização do solo e do subsolo, sendo estes alguns exemplos de mau planeamento urbanístico.

Na sequência da construção subterrânea na baixa do Funchal ao longo destes anos, muitos estudos foram feitos sobre o impacte ambiental, nos quais concluí-se que construir nos locais em questão teria um impacte negativo para o am-biente e seria uma ameaça para os cidadãos, uma vez que se situavam nas imediações de ribeiras que tiveram, no passado, episódios de cheias e aluviões, tendo sido um erro de plane-amento e ordenamento do território efectuar a construção deste tipo de edifícios.

No entanto, o presidente do Governo Regio-

Rua João de Deus dia 21 de Fevereiro de 2010, um dia depois da aluvião

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ras sem interrupções, num esforço unido para limpar os inertes acumulados nas ribeiras pelo aluvião de sábado. É um trabalho vital para a segurança do Funchal e dos seus cidadãos, já que o assoreamento da foz das ribeiras afecta-das pelo aumento do caudal é uma bomba reló-gio iminente, caso volte a chover.

Os inertes pedras, lamas e destroços estão a ser retirados e depositados em locais próxi-mos e seguros, evitando grandes viagens e de-moras.

Desta desgraça é preciso retirar lições, re-pensar as atitudes, “limpar”o que está errado e depois reconstruir de acordo com um plano de ordenamento do território adequado à situ-ação.

das águas, não foram suficientemente efica-zes.

Todas as ruas abaixo da cota quarenta onde se situa a Escola Secundária Francisco Fran-co foram bacia de sedimentação da lama e dos inertes transportados pelas ribeiras. A escola, que se situa entre duas das ribeiras, a ribeira de João Gomes e a ribeira de Santa Luzia, esca-pou ilesa, só as ruas completamente entupidas de destroços impediram o acesso e a retoma normal das aulas.

Desde o dia 20 de Fevereiro que as maiores empresas de construção civil que trabalham na Madeira têm meio milhar de homens e mais de uma centena de máquinas e camiões nos tra-balhos de limpeza das ribeiras 24 sobre 24 ho-

Foi o título da conferência proferida pelo Doutor Raimundo Quintal na Escola Secundária Francisco Franco no passado dia 12 de Feve-reiro de 2011. Inserida no tema aglutinador da Escola –A Juventude e a Floresta- e no tema da Área de Projecto dos alunos do 12º Ano, turma 18, « Valorizar a Madeira- valorização dos recur-sos naturais madeirenses», a palestra salientou a importância da preservação das florestas e, no caso, da flora madeirense, na sustentabilida-de da nossa «Ilha Afortunada».

Ao longo da viagem realizada pelas diversas

A Flora da Madeira

espécies da Flora da Madeira, percebemos que algumas delas, sobretudo as que travam a ero-são, foram muito danificadas pelos incêndios de Agosto de 2010.

A Associação dos Amigos do Parque Ecológi-co do Funchal, empenhada em recuperar a bio-diversidade nos píncaros da Ilha, conta com a participação de todos na plantação de espécies indígenas, nomeadamente, com um grupo de alunos do 12º Ano da Escola Secundária Fran-cisco Franco que prontamente se disponibilizou para o efeito.

Laurisilva - A Floresta da Madeira Urveira, uma planta endémica da Madeira que po-derá ter desaparecido definitivamente da macaro-

nésia com os encêndios de Agosto de 2010

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MICA É DIVERTIDA” está especialmente desenhado para o público jovem (desde o jardim-de-infância até ao ensino secundário).

O projecto “A QUÍMICA É DIVERTIDA” insere-se no âmbito das actividades de divulgação da ciência, leva-das a cabo pelo Centro de Química da Madeira (CQM).

Os alunos foram muito pontuais e não se esque-

ceram de levar máquina fotográfica e material de re-gisto e as provas estão aqui à vista !!

Esperemos que gostem das experiências experimentadas pelos mesmos…

Divirtam-se pois a QUÍMICA É MESMO DI-VERTIDA!

No dia 26 de Novembro, pelas 14 h, os alunos das Turmas 5 e 8 do 10º Ano, acompanhados pela pro-fessora de Física-Química Teresa Neves e pelo Téc-nico de Laboratório Humberto Macedo, participaram no evento “ A QUÍMICA É DIVERTIDA” na UMA.

O projecto “A QUÍMICA É DIVERTIDA” tem o ob-jectivo geral de divulgar e promover a cultura cien-tífica nas áreas da Química e da Bioquímica e, em particular, de fomentar o interesse dos jovens pelo seu estudo. É, de facto, conhecido o decréscimo de vocações nas áreas científicas, situação relativamen-te à qual a Química e a Região Autónoma da Madeira não são alheias.

Assim, embora as actividades a desenvolver se-jam abertas ao público em geral, o projecto “A QUÍ-

Presépio

P r o c e d i -mento Ex-perimental* Construir um presé-pio feito com m a t e r i a i s de vidro de labora tó r io (os balões de fundo re-dondo, balões volumétricos, provetas e outros) e também com figuras usando papel e outros materiais num local escuro.

Explicação:Estas figuras, estando sob a luz negra ultravioleta, ficavam visíveis e fluorescentes.Solução aquosa de FLUORESCEÍNA.A fluoresceína é um xanteno, uma classe de compostos largamen-te utilizados como corantes.

Árvore de Prata

Procedimento Ex-perimental:* Fazer uma árvore com um fio de COBRE e mergulhar numa so-lução de NITRATO DE PRATA 2%, Explicação:A reacção que ocorre forma a DEPOSIÇÃO de PRATA METÁLI-CA, dando este aspecto.

A equação química que traduz a reacção é a seguinte:Cu (s) + 2 Ag+ (aq) → Cu2+ (aq) + 2 Ag (s)

Bolas de Natal

Procedimento Experimental:* Adicionar 1 mL de solução amónia 25% a 30 ml de so-lução de AgNO3 0,1 M (nitrato de prata) agitando o balão. O precipitado for-mado é dissolvido adicionando mais 1 mL de solução de amónia. Adicionar a esta mistura 2 mL de solução de glucose.* Esta mistura é colocada num balão de fundo redondo que é imer-so num banho de água a 70ºC.Após 2 minutos a superfície interior do balão fica revestida com um espelho de prata.

Explicação:Os iões prata (Ag+) reagem com OH- presentes na solução aquo-sa de amónia produzindo um precipitado de AgOH de cor casta-nha que é dissolvido pela adição de um excesso de amónia aquo-sa com formação de [Ag(NH3)2]+. A diamina de prata é reduzida pela glucose formando-se prata no estado sólido. A glucose é oxidada a ácido glucónico.

Bolas Saltitonas

Procedimento:* Juntar 150 ml de vinagre a 150 ml água destilada.* Colocar 3 bolas de naftalina e adicionar 2 espátulas de bicarbo-nato de sódio.Explicação:As bolas de naftalina vão para o fundo porque são mais pesadas do que a água.As bolhas de gás são produzidas pelo bicarbonato e pelo vinagre.

Teresa NevesProfª. Fìsica e Química

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Vela Mágica

Procedimento Experimen-tal:* Colocar uma vela num prato fundo. * Adicionar ao prato água com corante.* Acender a vela. Colocar um copo sobre a vela, tapando-a.A vela apaga e a água sobe.

Explicação:A vela apagou-se porque para que haja chama tem de haver oxi-génio e, como durante a reacção química o oxigénio foi consumi-do, a chama acabou por se apagar.A água subiu para o interior do copo onde ocorreu a combustão da vela, porque a pressão no interior do copo diminuiu e a água exis-tente no exterior foi empurrada para dentro, porque a pressão no exterior passou a ser superior à pressão no interior do copo, logo a água passou a ocupar o espaço deixado pelo oxigénio.

Encher Balões

Procedimento Experimen-tal:Colocar cerca de 50 mL de vina-gre dentro do balão volumétrico e de seguida juntar 3 colheres de chá de bicarbonato de sódio ao balão de festa e depois colocá-lo no gargalo do balão volumétrico de 250 mL.Observa-se que o balão de festa enche.

Explicação:O ácido acético do vinagre reage com o bicarbonato de sódio liber-tando dióxido de carbono. À medi-da que se forma mais gás, a pres-são dentro da garrafa aumenta e o balão enche.A equação química que traduz a reacção é a seguinte:NaHCO3(s) + CH3COOH(aq) → CH3COONa(aq) + H2O(l) + CO2 (g)

Fogo frio

Procedimento Experimental:* Mergulhar completamente um lenço num líquido (mistura de 2-propanol:água destilada). Mistura de 2-propanol:água (50:50).

* Torcer o lenço e afastar um pouco, acender um fósforo no len-ço.

Algumas dessas bolas agarram-se a superfície rugosa das bolas de naftalina e comportam-se como bóias, trazendo as bolas para a superfície.Quando as bolas chegam à superfície, algumas bolas soltam-se a as bolas descem para recolher outras bolhas que as farão subir de novo.

O Jardim de Sílica

Material e Reagentes:- Copo de vidro;- Vidro de relógio para ta-par o copo;- Microespátula comprida;- Solução de silicato de sódio comercial; Cristais de vários sais hidratados (tantos quanto possí-vel): CuCl2 (verde claro), Ni(NO3)2 (verde claro), MnCl2 (branco e cor de rosa pálido), FeCl3 (laranja acastanhado), Fe(NO3)3 (laranja acastanhado), Co(NO3) (desenvolve-se azul escuro), Zn(NO3)2 (branco).- Luvas de protecção- Óculos de segurança.

Procedimento experimental:* Diluir a solução de silicato de sódio comercial com igual quanti-dade de água destilada. * Colocar a solução resultante num copo de vidro. Distribuir, com uma espátula, cristais coloridos de vários sais hidratados no fundo do copo de vidro. Após alguns minutos observar-se-á um jardim colorido com uma vegetação luxuriante.

Explicação:A reacção dos iões metálicos dos sais com o ião silicato da solu-ção resulta na formação de uma membrana semi-permeável em torno do cristal. Uma vez que a concentração do sal no espaço entre os cristais e esta membrana é mais elevada que no exterior da membrana, a água envolvente difunde-se para o seu interior. A pressão aumenta e a membrana rompe-se. O “buraco” assim formado é imediatamente preenchido pelo sal metálico ocorrendo a formação de uma nova membrana. Este processo repete-se e, à medida que se formam novas membranas, surgem formações semelhantes a plantas que crescem a partir dos cristais.

O lenço arde com uma chama azul mas não é danificado.

Explicação:O arrefecimento por evaporação rápida previne que o lenço pegue lume e não se queime. O que está a queimar é o vapor do álcool.

Qual é a água Tónica?

Procedimento Experimental:* Colocar água normal gaseificada em um gobelé e água tóni-

ca em outro gobelé.* Usar a luz ultravioleta e demonstrar a diferença de cor que

se

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Experiência com microondas

Procedimento ex-perimental:Dois balões, num coloca-se ÁGUA nor-mal (torneira), liga-se o microondas (mais ou menos por um minuto). A água aquecida libera vapor e assim o balão começa a encher.Noutro balão coloca-se PARAFINA LÍQUIDA, faz-se o mesmo pro-cedimento, e o balão não enche.Explicação: Isso acontece devido a polaridade. ÁGUA É PO-LAR.

Azoto

Procedimento experi-mental:Fazer a demonstração utili-zando flores, frutas, garrafa de plástico e marshmallows.

Explicação: O azoto está a uma tempera-tura tão baixa, a -196ºC que congela a água existente nas frutas e flores, fazendo com que estas se partam.No caso da garrafa de plástico, devido às baixas temperaturas ocorre a condensação do vapor de água que existe no ar e, desta forma o volume ocupado dentro da garrafa diminui, fazendo com que a garrafa encolha.No caso dos marshmallows, como não possui água na sua consti-tuição, estes não sofrem nenhuma alteração quando mergulhados no azoto.

Cola Instantânea

Procedimento experimental:* Adicionar num gobelé, 1,5g de tio-cianato de amónio e 1,5g de hidróxido de bário.* Colocar o gobelé so-bre papel de filtro húmido que se encontra em cima de uma placa de esferovite.* Misturar os dois reagentes; após bem misturados (cerca de 2-3 minutos) levantar o gobelé e verificar que este está colado à es-ferovite.

Explicação:A reacção que ocorre é uma reacção fortemente endotérmica que o calor absorvido do gobelé e do papel de filtro molhado levou a temperatura do sistema abaixo de zero graus. Isto fez com que a esferovite ficasse colada ao gobelé por uma placa de gelo.A equação química que traduz a reacção é a seguinte:Ba(HO)2.8H2O(s) + 2NH4SCN(s) → Ba2+(aq) + 2SCN(aq) + 2NH3(aq) + 10H2O(l)

Formas Geométricas de Sabão Procedimento Experimental:* Mergulhar as formas geométricas feitas com fio de cobre num-

pode visualizar entre as águas.

Explicação: Isso acontece devido a presença de QUININO na água TÓ-

NICA.O sulfato de quinina é o quinino. É extraída da quina. Quinina

(C20H24N2O2) é um alcalóide de gosto amargo que tem funções antitérmicas, antimaláricas e analgésicas. É um Estereoisómero da quinidina.

A quinina, pó branco, inodoro e de sabor amargo, é uma subs-tância utilizada no tratamento de malária e arritmias cardíacas. Além de ser um fármaco é utilizada como flavorizante da água tónica.

Fogo de Artifício

Material:* Ácido sulfúrico concentrado * Permanganato de potássio * Álcool etílico * Tubo de ensaio largo * 2 pipetas e tetinas

Procedimento experimental: * Adicionar a um tubo de ensaio 2 ml de ácido sulfúrico concentra-do, com o auxílio de uma pipeta. * Adicionar cuidadosamente igual quantidade de álcool etílico, de forma a que não se misturem. * Adicionar seguidamente uns cristais de permanganato de potás-sio.

Explicação:Na superfície de separação observa-se a formação de peque-

nos estalinhos luminosos.É visível a energia libertada na reacção do KMnO4 e H2SO4

com o álcool sob a forma de pequenas explosões.

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A equação química que traduz a reacção é a seguinte:NaHCO3(s) + CH3COOH(aq) → CH3COONa(aq) + H2O(l) + CO2 (g)

solução com deter-gente.* Ao ser retirado rapidamente da solução, aparecem formas de sabão no interior das for-mas geométricas que foram mergu-lhadas.

Explicação:O detergente adicionado à água faz com que a força de coesão entre as moléculas de água diminua, fazendo com que a tensão superficial também diminua e fazendo com que a bolha de água e sabão estique mais.Nas formas geométricas construídas, as películas formam-se ocupando a menor área possível. Esta situação também se deve à tensão superficial que faz com que o espalhamento da água seja o mínimo possível.Coluna de Espuma

Coluna de Espuma

Procedimento Experimen-tal:* Deitar um pouco de detergente numa proveta.* Adicionar cerca de 10 ml de vinagre e adicionar uma colher cheia de soda.

Explicação:O ácido acético do vinagre reage com o bicarbonato de sódio liber-tando dióxido de carbono. À medida que se forma mais gás, e com a adição de detergente obtemos uma coluna de espuma.

Garrafa AzulProcedimento Experimental:* Diluir 3,5g de Hidróxido de sódio em 180 ml de água destilada.* Juntar 6 g de glucose à solução de hidróxido de sódio.* Juntar 4 mL de azul de metileno (0,1% em H2O).* Verter a mistura para uma garrafa de plástico transparente.* Agitar o frasco e deixar repousar. A solução passa de azul escuro para transparente. Ao voltar a agi-tar o frasco fica azul…

Explicação:A glicose em meio alcalino é lentamente oxidada pelo oxigénio dissolvido em solução, formando ácido glicólico.A equação química que traduz a reacção é a seguinte:CH2OH-CHOH-CHOH-CHOH-CHOH-CHO+1/2O2→CH2OH-CHOH-CHOH-CHOH-CHOH-COOH

Na presença de hidróxido de sódio, o ácido é convertido em glico-nato de sódio. O azul de metileno catalisa a reacção porque actua como um agente de transferência de oxigénio. Ao oxidar a gluco-se, o azul de metileno reduz-se a leuco-metileno, tornando-se in-color. O leuco-metileno reoxida-se rapidamente enquanto houver oxigénio no sistema e a solução volta a tornar-se azul.

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família e a explorarmos o mundo à volta. Per-mitem também treinar maneiras de ser de um modo mais descontraído e irmos mais além da pessoa que éramos antes (pode estar aqui uma das preocupações das famílias). Até ao dia, em que temos de ser capazes de nos relacionar-mos com estranhos (que não nos embalam).

É através dos amigos que escolhemos que sabemos que a sociedade nos aceita e que nos dá valor.

Do amor – Pode parecer imoral dizer, mas para saber amar é preciso treinar ou experi-mentar (que palavras frias). E ser criativo. Ex-perimenta-se um modo pessoal de se fazer no-tar, e até de comunicar sentimentos positivos, mas também os negativos fruto das decepções. Não amar (ainda), ou “amar um e outro/a”, amar perdidamente, ou amar sem que o outro/a se dê conta, podem ser sinais de desenvolvimento saudável.

Absorvidos pelo romance, nem sempre o adolescente se dá conta que este pode estar ligado a outros assuntos, tal como a “quota” que se adquire junto do grupo de amigos.

Mas o maior desafio do adolescente, neste campo, é ser capaz de aprender a amar o/a outro/a, mesmo com os seus defeitos, ou que ele/ela nos “tire do sério” - amar com sentimen-tos protectores. Assim como acreditar que o amor é frágil.

Outro desafio é criar expectativas positivas, que merecem ser amados (e bem tratados).

As relações amorosas instáveis e de curta duração podem ser um obstáculo para treinar estas competências.

Da autonomia – entendida como uma das principais conquistas da adolescência, é a ca-

A adolescência deverá ser entendida como uma oportunidade.Há autores que até consideram que é o segundo

momento de organização de toda a personalida-de (o primeiro – a infância). Com essa reorgani-zação, espera-se que o adolescente seja produ-tivo e feliz e modifique o mundo para melhor.

Em jeito de notas soltas, escolhi algumas das grandes temáticas: os amigos, o amor, a auto-nomia, a depressão, a expressão, os outros, o sexo e os valores.

Começo por identificar o que há de novo nes-te período - as temáticas que referi, aparecem pela primeira vez na vida, e seria importante que o adolescente compreendesse que estão todas ligadas. Por exemplo, as relações com os ami-gos afectam a auto-estima. O mesmo para as más escolhas, que podem comprometer todas as áreas.

Outra novidade é que ocorrem todas ao mes-mo tempo, e num período de alguns anos, tal como a necessidade de estudar e escolher um curso, sem esquecer fazer amigos, e de entre eles, talvez alguém.

Estão de tal modo ligadas que é importante que na mente do adolescente se crie um sentido coerente de quem é.

Dos amigos – ajudam a nos desligarmos da

Cristina Simões Psicologa

Adolescentes

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para com todos, e em particular para com os que não são amigos nem familiares, não preju-dique a imagem positiva que temos de criar de nós próprios.

Do sexo – pela primeira vez começam a sentirem-se sexualmente atraídos por alguém. Tal como em relação a outros assuntos, os ado-lescentes são já sexualmente maturos, podem ter bebés, mas são emocionalmente imaturos. É este desequilíbrio, em conjunto com a curiosi-dade em experimentar, que é fonte de preocu-pação dos adultos.

É também com o tempo que se vão aperce-bendo que amor e o sexo podem ou não,coincidir, e que se pode fazer sexo por diversas razões. Descobrem também que o outro pensa e sen-te de modo diferente e que a imaginação pode fazer milagres - o órgão sexual está no cérebro - e não onde julgavam que se encontrava.

Um dos maiores desafios da adolescência, será ser capaz de ligar a ternura à sexualida-de.

Dos valores – as satisfações que a maior par-te das pessoas procura na vida, poderá levar a aderir a um grupo (ou rede social), mas será com o propósito de criar os próprios valores.

pacidade de nos esforçarmos por vivermos de acordo com as nossas necessidades e in-teresses. Mas o problema é que nem sempre sabemos o que nos convém. Seja como for, é importante correr riscos. Por isso, devemos ter diversas experiências dentro da escola e fora. E claro, educar os pais com provas de que mere-cemos confiança e sabemos para onde vamos (mais ou menos).

Pelo que não há autonomia sem capacidade de auto-análise (quem somos e o que pretende-mos). Como de resto, tudo.

Da depressão – o aborrecimento e a vontade de nada fazer, a acontecer, não é depressão. Contudo, a depressão é um risco na adolescên-cia. Sentir-se no coração dos pais e merecer a sua confiança, são factores que protegem. O sentido de ser competente em alguma coisa, também. É importante ser capaz de pedir ajuda em caso de aflição, e ser levado a sério.

Da expressão – dar utilidade à poderosa energia criadora (o cérebro está mais desenvol-vido que nunca), na sua linguagem preferida, é uma boa ideia. Poderá ser útil para lidar com o stress.

Dos outros – que o nosso comportamento

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e os respectivos apoiantes/colaboradores.“E salta A, e salta A, olé, olé” (sim, é verdade

sou apoiante da lista A, se calhar seria mais jus-to deixar de lado as listas, mas vou-vos contar como foi a minha experiência, logo tenho de fa-lar da lista A) e “A Probabilidade de A, sabendo que é da turma 3, é 100%”.

Ainda não eram oito horas do dia 26 de Ou-tubro e a comissão já estava na porta da escola

a distribuir as suas t-shirts pelos seus colabora-dores e a informar que a campanha seria ape-nas no primeiro intervalo. Dá o toque de saída das nove e quarenta e cinco, sai tudo disparado, a música entoa pelos corredores e os gritos de apoio ouvem-se por toda a escola: “Eu não sei, mas ouvi dizer que a lista A vai vencer! Lista, lis-

Como Fernando Pessoa diria: arte é fa-zer os outros sentir aquilo que senti-mos, e é isso que vou tentar fazer, em

relação aos dias da campanha para a comissão de finalistas. Seguindo a teoria do POETA, é necessário encontrar um sentimento comum a todas as pessoas para que todos os que leiam este texto possam entender como foi esta vivên-cia.

Acho que a forma mais fácil de explicar isto será assim: imaginem um jogo entre a Selecção de Portugal e a Selecção de Espanha (estão a imaginar?) então Patrício defende um remate fortíssimo, passa a Moutinho, Moutinho passa a Coentrão, Coentrão finta dois jogadores, cruza para Meireles, Meireles remata e a bola bate na trave, entra Ronaldo na área recebe a bola fa-lhada, remata e é GOLOOOOOOOOOO. Bem, a campanha foi como uma espécie de amplifica-ção da festa deste golo.

Foram dias de luta, lealdade, empenho, fes-ta, convivência, confiança, organização, ami-zade, apoio, imaginação, um toque de loucura, uma pitada de rivalidade, respeito, união, muita transpiração, aproximação, cooperação, amiza-de, e acima, de tudo dias que permitiram a cria-ção de laços, principalmente entre as comissões

Carolina Teixeira12º 3

Dias Memoráveis

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a garra de cada um dos apoiantes. O suspense invadiu o dia 28 e ao fim da

tarde soubemos que perdemos a eleição, mas como alguém disse “ganhámos imenso”. Al-guém tem de perder não é verdade? O que é certo é que estes dias foram memoráveis e tal-vez os melhores deste ano lectivo. Mas este é o nosso ano, pessoal! Somos finalistas e é es-sencial vivermos ao máximo esta oportunidade única. Dia 26 de Novembro seremos “príncipes e princesas” que desfilam até à Sé e mais tarde dançam no seu baile. Este dia ficará marcado para sempre nas nossas vidas, por isso vamos aproveitá-lo. Parabéns à Comissão vencedora e boa sorte…

ta AAAA”, é certo que perdemos a eleição, mas neste momento o que importava era expor a garra da nossa lista, mostrar optimismo e força e por isso a festa continuou: “Mas quem será, mas quem será a lista vencedora? É a “lista A, é a lista A” e o motor de serra eléctrica, ligado ao guiador da mota da Natacha, apoiava-nos desalmadamente. No segundo intervalo a lista B faz a sua campanha.

Na parte da tarde a história repete-se, ou seja, dá o toque das quinze e quinze e a famí-lia da lista A, comandada pelo nosso candida-to a presidente, ouve-se por toda a escola. No segundo intervalo a lista B faz de novo a sua festa.

No dia 27 a campanha era só de manhã e na porta da escola, da Rua das Hortas, pas-savam alunos com t-shirts vermelhas com a garra de “Arrebentar” com tudo” e com t-shirts brancas de todos para todos. E assim foi no pri-meiro intervalo, a lista B mostrou o que valia e no segundo a BOMBA explodiu. E explodiu quase literalmente, quer dizer nós explodimos todos - o Jota e o Cotrim como rastilho e to-dos os apoiantes como efeitos da BOMBA. E foi até aí a nossa festa: bandeiras, A’s, motores de motosserra, cartazes com uma amostra dos colaboradores da lista, brigadeiros, vuvuzelas e

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tas para disputar a liderança e eleger a comissão de finalistas 2010/2011, a qual iria representar os discentes durante todo o ano lectivo.

A campanha, que teve lugar nos dias 26 e 27 de Outubro, decorreu de forma pacífica, sem-pre com respeito e consideração por todos os en-volvidos.

Após uma noite onde imperou a insónia e os nervos, saiu vencedora do escrutínio a Lista B. Os elementos que a integram agradecem o apoio e a confiança neles depositada, por parte de to-dos os alunos, que tornaram possível esta vitória, a qual querem honrar.

Tal como preconizava o nosso slogan: “De todos para Todos”, pretendemos representar da melhor forma todos os finalistas, proporcionando-lhes um ano tranquilo, inesquecível e proveitoso.

Trabalharemos de forma a envolver todos os alunos e colaboradores no nosso projecto, pois todos são parte fundamental do mesmo, juntos somos um todo.

Orgulhamo-nos do dia 26 de Novembro, dia da celebração da Bênção das Capas. Apesar da chuva, aquela sexta-feira foi radiante e repleta

Na nossa escola, cerca de 700 jovens terminam, este ano lectivo, uma etapa muito importante nas suas vidas.

É o culminar de 12 anos de esforço, de ale-grias, de expectativas, de conquistas e de aprendi-zagens e de alguns momentos menos bons, mas que constituíram também uma oportunidade para se superar.

Junho será, para alguns, o final da vida escolar e, para outros, a viragem, a passagem para outros níveis.

Assim, todos ambicionam um ano calmo, profí-cuo, memorável e digno do esforço que acompa-nha cada passo.

Com esta finalidade, formaram-se duas lis-

Finalistas 2010 / 11

A comissão de Finalistas

Anita Sousa, 12º 4, nº 5Tiago da Mata, 12º 8, nº 7Carolina Vieira, 12º 11, nº 4Marco Santos, 12º 11, nº 12Valter Ramos, 12º 11, nº 25

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de emoções. Cerca das 14:30h, o sol “brindou-nos” com

“o ar da sua graça” e permitiu-nos desfilar de for-ma digna e elegante, desde a escola até à Sé do Funchal, precedidos pela madrinha dos finalistas, a doutora Mercedes Sousa, que nos honrou com o seu sorriso sincero e com a sua presença.

O frio e a chuva foram minimizados e substi-tuídos pelo sorriso espontâneo e constante dos finalistas, pelo calor e pelo carinho de todos os professores, familiares e amigos que nos acom-panharam nesta jornada e que contribuíram para esta efeméride.

Sentimo-nos lisonjeados por termos sido presenteados com a presença de sua reverência, o Senhor Bispo, D. António Cavaco Carrilho, que se prontificou a celebrar a eucaristia da “Bênção das capas”.

Tal como frisou o senhor Bispo na homilia, de-sejamos que todos se empenhem para alcançar com sucesso os seus objectivos e que se man-tenham fiéis aos seus “ideais” e aos “valores da vida”.

Agradecemos a todos os professores, familia-

res e amigos que nos acompanharam no jantar, no Casino, e também no baile, no Copacabana, pois agraciaram-nos e honraram-nos com a sua presença e disponibilidade.

Julgamos ter conseguido parte dos nossos objectivos: proporcionar a todos os finalistas um dia abarrotado de emoções felizes, com um jantar agradável e acessível, um cortejo bonito e digno da nossa escola, uma celebração eucarística es-pecial e um baile extraordinário e inolvidável. Em suma, um dia feliz que será recordado sempre, com carinho e felicidade.

No entanto, o trabalho ainda não terminou. Falta organizar a viagem de finalistas, a Canárias ou a LIoret de Mar.

Desejamos que um grande número de alu-nos tenha a oportunidade de nos acompanhar na viagem, a qual marcará o final da nossa longa ca-minhada.

Continuaremos a preparar e a organizar o ano lectivo, promovendo a união, a amizade, o respeito e o convívio entre todos os finalistas e al-mejando a todos um ano cheio de sucessos.

Um bem haja a todos!

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Benção das Capas

Finalistas 2010/ 2011

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AIDAmar, um nome dado por um aluno da Francisco Franco

ao novo navio da AIDA CruisesJorge Spínola Ferreira é um jovem entusiasta, estudante da Fran-

cisco Franco, que deu o nome AIDAmar ao novo navio da Aida Cruises. Acompanhe-nos nesta sua história.

AIDAmar, um nome dado por um aluno da Fran-cisco Franco ao novo navio da AIDA Cruises

Jorge Spínola Ferreira é um jovem entusiasta, es-tudante da Francisco Franco, que deu o nome AIDA-mar ao novo navio da Aida Cruises. Acompanhe-nos nesta sua história.

COMO COMEÇOU ESTA PAIXÃO PELOS NAVIOS DE CRUZEIRO

Jorge Ferreira é um jovem entusiasta de navios de cruzeiros que estuda na nossa escola, a escola Secundária de Francisco Franco.

Aos três anos de idade, começou a demonstrar uma especial atenção aos navios de cruzeiro, come-çando inicialmente por saber os nomes dos navios de cruzeiro que pelo Funchal passavam.

Com o passar do tempo, esta paixão pelos navios de cruzeiro foi crescendo, até um pico que nunca nin-guém imaginaria.

Em 1999 começa a fotografar os navios de cruzei-ro, inicialmente com uma antiga câmara fotográfica Nikon. Depois de ter as fotografias Jorge revelava-as numa loja fotográfica, coleccionando assim muitas fotografias. Com o passar do tempo, em 2004, con-segue uma câmara fotográfica de 1.3 megapixel num telemóvel Nokia 3660, onde começa a tirar mais fo-tografias. Esta paixão pela fotografia cresceu e conti-nua a crescer na actualidade.

2009 foi o ano impulsionador na carreira de Jorge Ferreira no Mundo dos cruzeiros. Consegue comprar

uma máquina fotográfica de 12.1 megapixel, provo-cando assim uma melhor colecção e qualidade de fotografia. Neste mesmo ano, Jorge visita o primeiro navio de cruzeiro, o navio “Aida Luna”, sendo esta a primeira de muitas visitas a bordo efectuada por ele. Neste mesmo ano, Jorge funda o seu espaço na internet, um espaço que hoje conta com várias parcerias em todo o Mundo, com inúmeros visitantes diários, consegue fazer parte da revista “cruzeiros”, e acima de tudo consegue ganhar conhecimentos internacionais, um dos principais com o Presidente da companhia Aida Cruises, e com a presidência da companhia de cruzeiros Alemã Phoenix Reisen.

Jorge trava inúmeras amizades com importantes entusiastas de navios começando assim o seu per-curso até a actualidade.

RELAÇÃO COM OS NAVIOS DA AIDA CRUISES

Aida Cruises é um nome que significa muito para

Jorge Ferreira. Desde o ano que começa a fotografar os cruzeiros em 1999 Jorge Ferreira tem uma relação próxima com os navios da Aida, sendo que começa a fotografar principalmente a mais antiga estrutura da companhia, o navio Aida Cara. Uma curiosidade inte-ressante é que uma das primeiras escalas do navio Aida Cara no Funchal marca o sexto aniversário de Jorge, guardando esse momento com uma fotografia sua, com o plano de fundo aquela enorme boca e

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aquele olho, característicos dos navios AIDA.

ATRIBUIÇÃO DO NOME AIDA MAR A UM NAVIO DA AIDA CRUISES

A Atribuição do nome Aida mar a um navio AIDA foi o maior feito de Jorge Ferreira no Mundo dos cru-

zeiros, sendo assim o primeiro Madeirense a dar o nome a um navio de cruzeiro, o primeiro Português a dar o nome a um Navio da Aida Cruises e um dos raros elementos a dar um nome a um navio de cru-zeiro. Ele conta-nos como tudo se passou:

“Tudo começou com a ideia de colocar uma son-dagem no meu blog sobre o futuro nome de um na-vio AIDA. Entre os nomes figuravam, Aida Eye, Aida Vénus, Aida Mítica, Aida Rose e Aida mar sendo este último dado por mim. Enviei esta sugestão para o meu grande amigo Michael Thamm, presidente da Aida Cruises, o qual mostrou interesse em algum da-queles nomes.

Em Janeiro, recebo uma carta da Aida Cruises a anunciar que o nome Aida mar foi o nome escolhido para o seu novo navio da Aida Cruises, ou seja que tinha sido eu a dar o nome ao navio Aida Mar. Como tal fiquei muito emocionado com aquele aconteci-

mento, e que em principio irei estar na cerimónia de inauguração do navio em Hamburgo a se realizar a 12 de Maio do próximo ano.”

PORQUE O NOME AIDA MAR?“ O nome Aida mar não surgiu assim do nada, tive

de pensar um pouco antes de dar este nome e re-lacionar com os restantes navios. Ora bem, a Aida Cruises já detinha os nomes Aida Cara, Aida Vita, Aida Aura, Aida Diva, Aida Bella, Aida Luna, Aida Blu, e Aida sol, e porquê o próximo não ser Aida Mar? Ponderei a hipótese de colocar o nome mar em In-glês, Aida Sea, sugestão essa que já me tinha sido dada anteriormente, mas queria colocar um nome na língua de Camões, constituindo então os nomes Aida Cara, Diva, Sol e Mar.”

QUE PROJECTOS SE SEGUEM?“ Eu ainda não estou satisfeito com o que conse-

gui até agora. Quero fazer mais, muito mais pelos cruzeiros, estou a escrever um livro sobre os navios que passavam por cá e já não passam, ou porque já foram desmantelados, ou porque estão baseados noutros continentes, e estou muito satisfeito porque já consegui muitas ajudas e já conto muitas pessoas empenhadas a colaborar comigo. Há pouco tempo lancei o primeiro site alguma vez feito em português dedicado única e exclusivamente a notícias dos na-vios de cruzeiro, e estou a fechar novas parcerias com sites de relevância a nível Internacional.

QUAL O TEU NAVIO FAVORITO? O QUE TE DESPERTA NELE?

“Apesar de eu ter dado o nome ao navio Aida Mar, o meu navio favorito é um cruzeiro que muito raramente passa por cá. Chama-se Albatros. O que mais me fascina neste navio são os seus interiores luxuosos, aquele design dos navios da classe Royal Viking, e por aqueles tons esverdeados característi-cos da Reisen. No entanto, aprecio outros navios . Posso dar exemplos como o Norwegian Jewel, o ex. Vangog actual Salamis Filoxenia, Aurora, Ocean Dre-am, alguns navios da Carnival e por incrível que

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Na minha opinião o regime político mais jus-to, mais completo e mais eficaz para o nosso país é a República. É assim que eu gosto que Portugal seja.

Não consigo imaginar-me a viver numa épo-ca em que a monarquia vigorasse. Considero-a profundamente desigual e profundamente injus-ta. Nela existe um rei/rainha que julga estar num patamar superior, e que por isso não se assu-me como uma pessoa banal, igual a todos nós. Porque nasceu em “berço de ouro”, pensa estar acima de tudo e de todos. Discordo profunda-mente das sociedades actuais que ainda pos-suem reis e rainhas, apesar de não terem poder quase nenhum. São meros símbolos que, para mim, nada significam, apenas preocupados em gastar fortunas e manter a imagem e a aparên-cia, evidenciando o seu estatuto superior.

Na República tudo é diferente. A República, quando foi implantada, foi quase como uma “sal-vadora” para muitos portugueses e voltar à mo-narquia seria andar para trás na História. A Re-pública trouxe consigo mais igualdade entre as pessoas de todas as classes, aproximando-as, ao mesmo tempo que o poder passou a estar distribuído nas mãos de todos nós. Igualdade e República caminham juntas. Por isso gosto tan-to dela.

Seria uma anarquia total se, actualmente, com os valores contemporâneos que defende-mos, retornássemos à monarquia em Portugal. E a República hoje, não só é um regime, como já assumiu o carácter de valor completamente estabelecido e completamente inquestionável. Para mim é verdadeiramente impensável viver em Portugal sem República. Nem tudo é belo e perfeito na República, mas por enquanto conti-nuo a preferi-la à monarquia, talvez por ter sido tão esperada… por ter sido uma esperança… por ter sido uma conquista na História… ou tal-vez por, simplesmente, ser mesmo o melhor re-gime político até agora posto em prática.

Nofinaldoanolectivode2009/2010,etendoematençãoofactodeestarpróximaadataemqueaRepúblicaPortuguesacomemoraumséculodeexistência,osprofessoresdeHistóriapediram aos seus alunos que elaborassem um texto de opinião no qual se procurasse dar uma resposta à seguinte questão “Se eu pudesse escolher, optava pelo regime republicano ou pelo regime monárquico? “

Perante a riqueza assinalável no que diz respeito à qualidade e sentido crítico dos textos produzidos, e tendo em atenção a pertinência e oportunidade da problemática, achou-se por bem partilhar com a comunidade escolar o trabalho produzido por duas das alunas que esti-veram envolvidas na actividade. Pretende-se, desta forma, proporcionar um momento de re-flexão,queculminarácomarealizaçãodeumaconferênciasubordinadaaotema“Monarquiaversus República”, a decorrer na nossa escola, na Sala de Sessões, no dia 6 de Outubro, pelas 10 horas. A mesma terá por oradores o Dr. João Martins e a Drª Isabel Pestana.

Simone Faria 11º 26 no ano lectivo de 2009/2010

pareça eu gosto de um navio que a maioria dos entusiastas não gosta, o Norwegian Epic”.

O ENTUSIASMO PELOS CRUZEIROSA paixão deste jovem entusiasta pelos navios é

imensa, dedica grande parte do seu tempo livre à beira-mar, a ver os navios de cruzeiro, a vê-los ma-nobrar, as operações portuárias, e a apreciar aque-les resort’s flutuantes. Para Jorge, este entusiasmo nunca terá fim, e será sempre um fiel entusiasta de navios como nos conta:

“ Este meu entusiasmo pelos navios nunca terá fim, e estou pronto sempre para participar em qual-

quer assunto que tenha a ver com os navios de cru-zeiro.”

QUANTO AO TEU FUTURO PROFISSIO-NAL? PRETENDES SEGUIR ALGUMA CAR-REIRA RELACIONADA COM OS CRUZEI-ROS?

“Quanto ao meu futuro já sei o que quero, mas uma coisa é garantida estou pronto para o que a maré me trouxer”. Concluiu com um sorriso

cruzeirosjorge.blogspot.commaremadeira.no.comunidades.net

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Ana Filipa Botelho11º 26 no ano lectivo de 2009/2010

Se eu pudesse escolher, o meu país seria uma monarquia constitucional porque o cargo de chefe de Estado implica, hoje em dia, independentemente do regime, os mesmos di-reitos e deveres (pelo menos na maior parte dos actuais países), assim como o estatuto de figura simbólica, o cumprimento de um protocolo e um comportamento majestoso e cerimonial.

Para mim, um monarca e um presidente têm um igual nível de poder: se compararmos o rei de Espanha, Juan Carlos I, por exemplo, ao presidente Aníbal Cavaco Silva, não haverá muitas diferenças, excepto o processo de toma-da do poder e a preparação exigida para desem-penhar o cargo. Um presidente da República, hoje em dia, é meramente uma figura simbólica; preside às mais diversas cerimónias; acolhe e é recebido por outros chefes de Estado; visita instituições públicas; a nível político tem o po-der de passar ou vetar uma lei, simplesmente; em alguns casos é chefe das forças armadas e mecenas da cultura; e entre outras caracterís-ticas, é estimado pelo seu povo que o recebe com flores, pequenas bandeiras e com “flashes”

de máquinas fotográficas. Será um monarca di-ferente? Não. Para além disto, a questão da he-reditariedade e da educação que um monarca recebe desde criança, para o preparar para o seu papel futuro, faz-me crer que um monarca será a figura ideal para chefe de Estado - aliado ao poder da tradição, à imparcialidade na polí-tica e à ideia de símbolo da união de um país, quer nos momentos bons, quer nos momentos mais difíceis. (…)

Claro que quando penso na hipótese de um monarca para Portugal, gostaria que fosse um monarca com mais algum poder efectivo, com mais liberdade para emitir a sua opinião e mais possibilidade para defender o seu povo quando algo de mal lhe acontece. Não quereria ter um monarca inflexível, preconceituoso, me-droso, facilmente influenciável, mas sim um mo-narca com uma mente aberta e espírito crítico, algo que acredito que o século XXI proporciona-rá às casas reais europeias existentes.

Resumindo, entre um presidente e um monarca não há diferenças concretas e radicais, o que há é uma pessoa que lidera uma nação e que representa um país. Então, porquê viver com uma pessoa diferente de cinco em cinco anos, quando se pode viver com a mesma pes-soa a vida inteira?

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Entraram, em 1955, para o espólio do Museu de Arte Sacra do Funchal qua-tro baixos-relevos em madeira estofa-

da e dourada, Abraão e Melquisedec, Arca da Aliança, Agnus-Dei e Visão e vocação de Isaías, obras do século XVII (1648-1654) do imaginário e entalhador madeirense Manuel Pereira, acti-vo na Ilha da Madeira entre 1624 e 1679 . Têm o registo MASF8, MASF9, MASF10 e MASF11. Estes quatro painéis eram montados nas esca-das que ladeavam o tabernáculo da Última Ceia, peça também incorporada no citado museu em 1995 (MASF346), e faziam parte de um antigo camarim da Sé do Funchal que era montado na Semana Santa com grande esplendor.

A primeira descrição que conhecemos deste camarim é do século XIX e foi escrita por Isa-bella de França, senhora inglesa casada com

madeirense, que visitou a nossa ilha em 1853-1854 tendo anotado no seu diário os costumes e tradições da Ilha da Madeira: “Na Quinta-Feira Maior fomos ver o altar em que fica depositado o Santíssimo até ao dia seguinte, e que era magní-fico: atingia quase o tecto da Sé e ocupava todo o transepto meridional, formava uma pirâmide, com degraus na parte da frente e estava coberto de centenas de círios acesos, entremeados de flores, imagens pequenas, roupagens e guarni-ções de ouro e prata, sendo tudo sobreposto de um cofre de prata com as partículas, e ao lado do altar ficavam soldados de baionetas que re-presentavam os soldados romanos guardando o sepulcro” . Inicialmente, Isabella de França julgava que os soldados tivessem por função afastar e controlar a multidão, mas tratavam-se, afinal, de figurantes .

As cenas do Antigo Testamento representa-das nestes baixos-relevos remetem para prefi-gurações eucarísticas, ou seja, temas que anun-ciam antecipadamente a morte e ressurreição de Cristo. Cada cena encontra-se representada no centro de um painel envolvida por cercadu-ras ou frisos e separadas por pilastras. A cer-cadura ou friso superior está decorado com fo-lhas de acantos organizadas por dois módulos, repetidos alternadamente, sendo um composto por duas folhas e um vaso e o outro por duas folhas. Os dois frisos inferiores apresentam ro-setas e formas espiraladas, organizadas e com-postas através de jogos de simetria. As quatro pilastras que separam os painéis são rigorosa-mente iguais, encimadas por um enrolamento e suportadas na base por uma cabeça de leão bem expressiva, com boca aberta e enormes garras, que se adapta ao terminus da pilastra para assentá-la firmemente no chão, enquan-to no centro observamos uma grande folha de acanto bem lavrada e relevada, de ponta enro-lada e levantada, com marcação das nervuras . Entre o enrolamento e a folha de acanto en-contram-se cinco formas ovaloides, meramente decorativas. O enrolamento, a folha de acanto e o leão formam superfícies côncavas e convexas de acentuadas saliências e cavidades que criam

Rita Rodrigues*Coordenadora Dep. Exp. Artísticas

Em torno do património barroco da cidade do Funchal:

Os baixos-relevos de Abraão e Melquisedec, Arca da Aliança, Agnus-Dei e Visão e vocação de Isaías, hoje

no Museu de Arte Sacra do Funchal

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leituras diferenciadas de luz e claro-escuro. La-teralmente estas pilastras são decoradas com elementos florais.

Embora as folhas de acanto (acanthus mollis) sejam elementos decorativos nestes pai-néis, porque representadas nas cercaduras, a sua presença evidenciada, especialmente nas pilastras, pela sua dimensão, poderão “indicar que as provações da vida e da morte, simbo-lizadas pelos espinhos da planta, tinham sido vencidas” , sendo também símbolo de triunfo.

O mesmo sucederá à figura do leão, animal conotado com a força e braveza desde os tem-pos da Antiguidade. O leão poderá simbolizar Cristo, “o leão de Judá” porque “Judá é um leãozinho” (Gn 49, 8) , e a sua ressurreição, atendendo que enquanto dorme o leão mantém os olhos abertos como “también Jesús dormía en la cruz y en seu sepulcro, pero su natura-leza divina velaba” . É também a encarnação do poder, sabedoria e justiça. Contava, ainda, uma lenda antiga que a leoa dava à luz filhotes mortos que ressuscitavam passados três dias, como “Cristo [que] morreu pelos nossos peca-dos (…); foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras” (I Cor 15, 3-4)

Nos homens adultos (profeta, patriarca, rei-sacerdote, povo), como também na figura de Cristo, os cabelos são longos, as barbas far-tas e pontiagudas. Os cabelos e as barbas são texturados com linhas serpentiformes, criando efeitos em forma de caneluras, cuja técnica foi igualmente aplicada nos cabelos dos anjos, nos animais para identificar os pelos (leão da pilastra, boi do cortejo, touro e leão alados), na representação da água e do fogo, como ainda nas cordas da harpa, aqui segundo uma orien-tação rectilínea. Para a representação da lã (carneiros, Agnus-Dei), o imaginário recorreu à modelação de caneluras idênticas às ante-riores, procedendo, no entanto, a acentuados enrolamentos e formas espiraladas que cons-tituem pequenas superfícies esféricas, contri-buindo para uma melhor leitura tridimensional das mesmas. Idêntica solução técnica foi apli-cada nas nuvens, embora aqui evidenciando e acentuando as configurações espirais e o dinamismo. As alusões a arbustos representa-dos de formas agressivas, pontiagudas e quase triangulares, repetem-se em Visão e vocação de Isaías e Abraão e Melquisedec, sendo o tri-

ângulo isósceles repetidamente usado no nimbo e auréola de Cristo, Agnus-Dei, sol e tiara do rei-sacerdote, isolado ou em camadas sobrepostas criando ricos efeitos rítmicos.

São também de grande riqueza formal as co-roas, turbantes, capacetes ou outros elementos que cobrem as cabeças dos diferentes persona-gens pela variada modelação, drapeados e efei-tos decorativos com linhas ondulantes.

Na generalidade, a expressão dos homens é severa e grave, e conjuntamente com os anjos e querubins apresentam alguma plasticidade ingé-nua e certa rigidez formal. Robert Smith afirmou que as “estátuas um tanto toscas do retábulo da capela-mor do colégio estão relacionados com os anjos e crianças dos restos do camarim da sé” , apontando, assim, para o mesmo autor to-das estas obras.

A perspectiva, escala e profundidade são apontadas através da variação do tamanho das figuras, colocadas em planos anteriores e poste-riores, como pelo relevo e saliência das mesmas. As nuvens em formas volumosas e espiraladas, as texturas e formas das copas das árvores, os frutos e as fitas, como os raios que coroam o Cristo, envolvem o sol e o cordeiro, repetem-se no terceiro e quarto painéis, Agnus-Dei e Visão e vocação de Isaías, criando uma linguagem de-corativa comum e uniformidade no conjunto.

Em todos os painéis, as asas dos anjos, que-rubins e animais alados apresentam formas de-senhadas segundo o mesmo geometrismo for-mal e iguais escalonamentos das camadas de penas.

O segundo, terceiro e quatro painéis, Arca da Aliança, Agnus-Dei e Visão e vocação de Isaías, caracterizam-se por grande profusão de figuras, espaços totalmente cheios, enquanto o primeiro painel apresenta maior economia de elementos composicionais e é o único que envolve a cena em cartela.

No que concerne aos temas dos painéis, Ma-nuel Pereira seguiu gravados ilustrativos dos textos bíblicos do Antigo Testamento. Através dos tratamentos escultóricos aplicados nas nu-vens e nas copas das árvores, como em alguns elementos decorativos, parece o imaginário co-nhecer alguns gravados de Virgil Solis (1514-1562) ou dos seus seguidores .

Todos os temas representados nestes pai

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Isaías, profeta que anunciou o sofrimento de Cristo: “Todos nós estávamos perdidos como ovelhas, cada qual seguia o seu caminho, e Javé fez cair sobre ele os crimes de todos nós. Foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; tal como o cordeiro, ele foi levado para o mata-douro. (…) Foi preso, julgado injustamente” (Is 53, 6-8).

4. Visão e vocação de Isaías: representa textualmente as palavras escritas por Isaías (Is 6, 1-13): “(…) vi o Senhor sentado num trono alto e elevado. (…) De pé, acima d´Ele estavam serafins, cada um com seis asas: duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés, e com duas voavam” (Is 6, 1-3) .

Contam com mais de três séculos e meio de vida e história estes painéis, outrora na Cate-dral do Funchal, cumprindo a sua função cultu-al, e hoje no Museu de Arte Sacra do Funchal, merecendo um olhar atento dos visitantes.

Na aula de Psicologia do dia 15 de Outubro de 2010 assistimos ao do-cumentário «Clonagem» da National

Geographic Society. Foi-nos proposto realizar uma análise crítica do tema.

Mas o que é a clonagem?A clonagem é um conjunto de procedimentos

biotecnológicos ou de processos biológicos que permitem a produção de organismos, de genes ou de células semelhantes geneticamente aos organismos, genes ou células que lhes deram origem. A clonagem está entre as diversas téc-nicas que pressupõem manipulação de material genético. Existem principalmente duas verten-tes da clonagem: a clonagem terapêutica e a clonagem reprodutiva. A clonagem reprodutiva implica a produção de seres, enquanto que a clonagem terapêutica consiste na produção de tecidos ou órgãos.

A clonagem tornou-se mais popular entre a comunidade científica em geral quando em 1997 foi anunciada a primeira clonagem com sucesso de um mamífero - a ovelha Dolly. No entanto, esta ovelha envelheceu muito depres-sa, tendo falecido em pouco tempo.

A principal causa de debate em torno da clo-

néis remetem para textos bíblicos:1. Abraão e Melquisedec: “encontro de

Abraão quando este voltava vitorioso da bata-lha contra os reis” (Hb 7, 1); Melquisedec pre-para pão e vinho para oferecer a Abraão.

2. Arca da Aliança ou Entrada da Arca da Aliança em Jerusalém: a origem, construção, simbologia e desaparecimento da Arca da Aliança vem descrito no Êxodo (Ex 25, 10-22 e 37, 7-9); esta arca era venerada pelos hebreus onde se guardavam os Dez Mandamentos ou Tábuas da Lei, a Vara de Aarão e o Vaso de Maná, os três elementos representativos da aliança de Deus com o povo de Israel, ou seja, a autoridade de Deus e o alimento dos homens, por isso, era entendida como o próprio Deus.

3. Agnus-Dei: é umas das representações simbólicas de Cristo referidas no Antigo e Novo Testamentos; representa a Visão e vocação de

A Clonagem - Uma análise crítica

Carolina Teixeira12º 3

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nagem são os princípios éticos e morais. A base da nossa sociedade é a família e com a clona-gem o conceito de família deixaria de ser o que até hoje está estipulado; por outro lado, mexeria com o conceito da espécie humana, pois já não seria necessário um homem e uma mulher para que houvesse descendência. Temos ainda que a ideia de clonagem para grande parte da popu-lação remete para a imagem de grupos de zom-bies e monstros ou até mesmo a ideia de que após a clonagem as crianças clonadas possam ser usadas como objectos ou ainda o facto da clonagem poder gerar a ideia de raça superior.

Será correcto criar um ser para posteriormen-te matá-lo e usar os seus órgãos noutro? Não são já os gémeos clones ou réplicas genetica-mente idênticos? Será correcto escolher as ca-racterísticas da descendência no momento da fecundação? Será correcto numa família a filha ser completamente igual à mãe e não ter ligação genética com o pai, ou pelo contrário o filho e o pai serem geneticamente idênticos e este não ter qualquer ligação genética à mãe?

São questões como estas que criam tanta discussão em torno da clonagem. O desenvol-vimento da clonagem leva ao desenvolvimento da genética e sendo o Homem um ser com com-portamento imprevisível é difícil imaginar onde este desenvolvimento nos levaria, quando atin-giria os seus limites ou se a humanidade sabe-ria quando já não estava a agir para o bem da espécie ou até mesmo para o bem do planeta. Por outro lado, este processo causa polémica dentro da própria ciência pois não só a igreja se opõe, como existem também cientistas que não concordam com a clonagem.

Os argumentos a favor da clonagem são o

facto de esta ser vista como uma esperança para os doentes com diabetes, insuficiência re-nal, artrite, Parkinson, Alzheimer, lesões na co-luna, sida e outras doenças que até aos nossos dias não têm cura ou tratamento possível e por outro lado serviria como método de substituição de processos como a fecundação in vitro, nos casais inférteis. Para além de ter efeitos directos no ser humano, a clonagem poderá ser a espe-rança de algumas espécies em vias de extinção (como no caso dos bisões, apresentado no do-cumentário), animais já extintos ou até mesmo na produção de animais mais propícios ao con-sumo como, por exemplo, as galinhas perfeitas do geneticista Rob Etches.

Concluindo, em termos gerais, sou contra a clonagem, principalmente a clonagem reprodu-tiva. Isto porque não acho correcto a criação de um ser humano geneticamente igual a outro que já existe. No caso dos gémeos geneticamente idênticos, são gerados simultaneamente e se-gundo um processo relativamente natural en-quanto que no caso da clonagem trata-se de um processo artificial de produção de seres. Em relação à clonagem terapêutica, acho que é importante que se invista nela, pois como no exemplo referido no documentário acerca da clonagem de porcos com órgãos propícios à utilização no ser humano é importante chegar a terapias, tratamentos e curas de doenças que matam população das variadas faixas etárias no nosso planeta. É verdade que o porco também é um ser vivo, mas se matamos porcos e outros animais para a nossa alimentação, estes «no-vos porcos» seriam um investimento na área da medicina

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O que hoje conhecemos por Museu de Arte Contemporânea do Funchal foi anteriormente um forte que servia de

defesa à cidade do Funchal contra os ataques piratas.

O Forte de São Tiago nasceu na sequência da construção do muro da cidade do Funchal. Teve início em 1614 e em 1620 já estava con-cluído. A sua traça deve ser atribuída a Jerónimo Jorge, que era fortificador e mestre das obras reais na Madeira, mas a conclusão coube a Bar-tolomeu João, seu filho, em 1654.

Esta fortaleza sofreu obras no século XVIII sob a direcção de Francisco Tossi Columbina, engenheiro, que se encontrava no Funchal para dirigir as obras do porto da cidade, durante a go-vernação de José Correia de Sá. Serviu também de acolhimento às tropas britânicas durante as invasões napoleónicas.

No século XIX o forte de São Tiago sofreu no-vas obras e já no século XX, em 1901, foi orna-mentado para receber a visita do rei D. Carlos, único rei português a visitar a Madeira.

Serviu de quartel até 1992. A partir desta data foi cedido ao Governo Regional da Madeira para organizar o Museu Militar e se aproveitar o edifí-cio e instalações para fins culturais.

Assim, o Forte de São Tiago foi adaptado a uma nova realidade. Com o passar dos anos deixara de ter as principais funções de outros tempos e passara a ser um local de referência cultural. O seu espólio foi formado a partir do prémio de Artes Plásticas da Cidade do Funchal que teve lugar em 1966 e 1967, e hoje conta com obras de conceituados artistas como Pe-dro Cabrita Reis, Ana Vidigal, Gäetan, Eduardo Batarda, Daniel Blaufuks, Miguel Branco, Cala-pez, Pedro Casqueiro, Álvaro Lapa, João Vilhe-na, Pedro Proença, Fernando Calhau, António Palolo, Lourdes Castro, João Queiroz, Michael Biberstein, etc.

O Forte de São Tiago, ou seja, o Museu de

Arte Contemporânea do Funchal, é um espa-ço de cultura, de exposições temporárias e de divulgação da arte, contudo levanta algumas questões, nomeadamente o espaço em si, ou seja, será que esse local está apto a receber obras de grandes dimensões e determinadas características que apresenta a arte contem-porânea? Mas sendo um museu um espaço de exposição, divulgação e promoção da arte, com espólio próprio e realizando ciclicamente exposições, com responsabilidades de preser-vação e conservação das obras, então o Museu de Arte Contemporânea do Funchal cumpre as suas funções sociais e culturais.

Com as alterações ocorridas na arte, essen-cialmente a partir dos anos 60 do século XX como o surgimento de produções nas áreas dos Happenings, Performances, Instalações, Novo Realismo, Land Art entre outros, os museus tive-ram de utilizar estratégias de modo a conseguir acolher esta nova arte (novas linguagens, supor-tes, materiais e dimensões). Com isto surgiram os museus de arte contemporânea criados de raiz que na Madeira remete para o caso do Cen-tro das Artes – Casa das Mudas (Calheta) da

Daniel Faria, Juan Fernando e Paulo Jorge 11º 13 – Curso de Artes Visuais/ Históriada Cultura e das Artes

Visita à exposição “PROLONGADA À LUZ” Museu de Arte Contemporânea do Funchal

Hugo OlimSync (da serie Trailers)Retroprojector e película cinematográficaDimensões variadas2010

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autoria do arquitecto madeirense Paulo David, que já apresenta outras preocupações de modo a abranger as mais diversificadas obras contem-porâneas. Por isso, o Museu de Arte Contempo-rânea do Funchal, deve ser entendido como um espaço cuja função foi alterada e, por isso, há uma adaptação das obras ao espaço/museu. É

Hugo OlimPelícula cinematográfica, 2 ecrãs 15,4’’ e inversor.69 x 22 cm2010

o que observamos na exposição “PROLONGA-DA À LUZ” dos artistas madeirenses Carlos Va-lente, Vítor Magalhães e Hugo Olim (Novembro e Dezembro de 2010).

“PROLONGADA À LUZ” é uma exposição que abarca instalação, vídeo, fotografia, cine-ma e multimédia. O aproveitamento do espaço do Forte de São Tiago para esta exposição, em concreto, é inteligente, pois foram aproveitados os espaços de menor intensidade luminosa pro-vocando, assim, a sensação de estarmos no cinema, porque as obras expostas estão direc-tamente relacionadas com materiais e técnicas usados na projecção dos filmes.

A transformação do Forte de São Tiago para museu foi benéfica embora nem todo o tipo de peças possa ser exposto naquele espaço, limi-tando-se a pequenas instalações e obras de pe-queno formato.

É sem dúvida uma mais valia para a cidade do Funchal possuir um espaço cultural no qual se possa apreciar arte contemporânea realizada quer por artistas madeirenses, continentais ou estrangeiros. Permite ampliar os nossos conhe-cimentos, em determinados aspectos, e direc-cionar o público para novas realidades e visio-namentos.

A utilização do Forte de São Tiago, como um espaço dedicado a exposições de obras diver-sas, é uma óptima oportunidade para relacio-nar o passado com o presente. Com efeito, um edifício histórico do séc. XVII que sofreu várias transformações e que integra o património regio-nal, é importante conservar, preservar e, agora, reutilizar como espaço cultural.

Carlos ValenteCircuito – Instalação (vídeo: captação directa, gra-

vação e tratamento analógico; equipamentos de edi-ção e leitura; cabos diversos)

2010

Fotos: Daniel Faria

Bibliografia e sitografiahttp://www.guiadacidade.pt/portugal/poi/18366/31/forte-de-sao-tiago-museu-de-arte-contemporanea

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza_de_S%C3%A3o_Tiago_do_Funchal

Roteiro histórico turístico da cidade do Funchal, coord. por Rui Carita, Funchal, C.M.F. / 500 Anos Cidade do Funchal, 2004, pp.35-37

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DOM DUARDOS (e uma ida ao teatro)

Acredito que todos nós temos o péssimo hábito de olhar para alguém que passa por nós e classificá-lo, de algum modo,

mesmo que não o manifestemos.Instintivamente , inserimos esse determinado

alguém numa determinada categoria atenden-do a uma certa ideia pré-concebida meramente baseada numa determinada forma de vestir ou num determinado comportamento.

Não é que o façamos de propósito, é natural. Por mais que neguemos, a primeira impressão vale muito.

Achamos retardados os que têm raciocínio mais lento que o nosso, inúteis os deficientes físicos, inconveniente quem diz as verdades quando não dá jeito. Dividimos, assim, a socie-dade em que vivemos em grupos: marrões, ne-

gros, ciganos, aldrabões, criminosos, bêbados, drogados, inúteis, ricos, pobres, homossexuais, mendigos, supérfluos, entre muitos outros que seriam impossíveis de enumerar.

Preconceitos e estereótipos estão associa-dos aos rótulos que atribuímos. Mas, quando o fazemos, esquecemo-nos que o «rotulado» é uma pessoa tal como nós com sentimentos e emoções e que os podemos ferir com este há-bito fútil de marcar as pessoas como um mero artigo de supermercado.

È verdade que o exterior diz muito acerca do que somos, mas há coisas que só podem ser desvendadas com o tempo. As palavras não di-zem o que somos.

Mas serão os rótulos assim tão maus? Sim, não, talvez. O rótulo, apesar das controvérsias, é uma forma de defesa. Caberá então a cada um de nós pesar ambos os lados e decidir em plena consciência o melhor a fazer.

RÓTULOS

Daniela Silva 10º 1

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Pensa-se, ou deviam pensar, numa escola cada vez mais cultural, mas a exigência de pro-gramas extensos, de exames que pretendem aferir mais o trabalho dos docentes do que a verdadeira experiência de ensino-aprendizagem vivida pelos alunos ou da sua real dimensão na aquisição e assimilação de conhecimentos e sua praticabilidade, afastam os docentes da en-volvência em actividades extra-curriculares ou de acompanhar os jovens em visitas de estudo, actividades culturais, etc. Apesar desta realida-

de, deve-se referir que a nossa escola apresen-ta uma dinâmica significativa, e de visibilidade social, no que concerne à sua participação em projectos, clubes, actividades extra-curriculares ou de complemento curricular, que abarcam áreas diversas como a música, artes plásticas, fotografia, teatro, escrita, ambiente, informática, desporto, etc.

Como docente do Curso de Artes Visuais e

DOM DUARDOS (e uma ida ao teatro)

Rita Rodrigues*Coordenadora Dep. Exp. Artísticas

particularmente de História da Cultura e das Ar-tes temos consciência dos diferentes factores que determinam ou condicionam a formação dos nossos alunos como potenciais fruidores: desde o factor social, onde a educação informal e familiar pode diferir da educação escolar ge-rando diferentes níveis de educação e instrução; do factor económico, que condiciona o acesso aos bens culturais; do factor cultural, que acen-tua a diferenciação dos níveis de comunicação criando limiares confusos e ténues no papel primordial da escola: educação, instrução e/ou certificação?; do factor geográfico, que contribui para a integração da escola e do aluno num am-biente sócio-cultural profícuo e a acessibilidade aos bens culturais (bibliotecas, teatros, cinemas, salas de espectáculos, museus, galerias…); do factor regional (ou local), onde se considera a localização da escola (espaço urbano ou rural) como a relação dos estímulos culturais da es-cola com os estímulos culturais dos alunos ou ajuste ou desajuste entre a proposta cultural da escola e a vivência cultural do aluno; e do factor psicológico, ou seja, o que determina a formação da personalidade, das vocações, das aptidões, dos gostos …

Apesar de todas as condicionantes e limita-ções, continuamos a acreditar e a sonhar (en-quanto não inventarem um imposto que nos afaste desta realidade) que a educação artística contribuirá pouco a pouco, pedra a pedra, para a construção de uma escola mais cultural, por-que a alfabetização (cultural) contribuirá para a construção de uma sociedade mais feliz (infeliz-mente, ainda, distante dos propósitos iluminis-tas!).

Não entendemos a escola como um atelier estereotipado, de formas velhas e arcaicas, onde cada indivíduo é ensinado a seguir o caminho do vizinho, mas pelo contrário, um espaço dinâ-mico e interactivo, onde cada “um”, no seu “eu individual” aprende, num processo construtivo, a ser crítico (e auto-crítico), activo, interventivo e criativo. Mas perante a realidade de alguns pro-gramas escolares somos obrigados, ainda, a

Fotos: Estúdio Quatro Duarte Rodrigues

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partilhar a opinião de Carl Rogers quando afirma que em educação tendemos para formar indivíduos conformistas, estereotipados, quando deveríamos apostar na formação de pensado-res livres. Por isso, sempre que possível facul-taremos (ou incutiremos) uma visita de âmbito cultural a um museu ou galeria de arte, ou ida ao teatro, espectáculo …

Acompanhamos um grupo de alunos do 11º. 12ª. do Curso de Artes Visuais ao Teatro Munici-pal Baltazar Dias, no dia 19 de Novembro, pelas 21.30h, para assistir à peça DOM DUARDOS, uma tragicomédia de Gil Vicente, encenada por Duarte Rodrigues e co-produção da Companhia Contigo Teatro e do Grupo Mímica e Teatro Ofi-cina Versus.

«‘Dom Duardos’ foi escolhida numa tentativa de contribuir para a divulgação da obra vicenti-na, “reconhecendo a sua intemporalidade e uni-versalidade”. Gil Vicente é estudado nas esco-las, mas pouco, daí que, “tendo consciência da importância que o teatro tem enquanto veículo de divulgação dos nossos clássicos que os cur-rículos escolares nem sempre contemplam com a projecção que merecem, preparámos este espectáculo para o público escolar do 3º. Ciclo e do Ensino Secundário (...)”, refere a organi-zação. A peça narra a paixão do cavaleiro Dom Duardos por Flérida, por entre outras peripécias, onde inclusive se escarnece do artificialismo do amor cortês» .

Do elenco desta peça faziam parte três pro-fessoras da Escola Secundária Francisco Fran-

co: Celina Pereira, do grupo de Biologia, que interpretava a personagem Maimonda; Maria José Assunção, do grupo de Português, que re-presentava Constança Roiz, mulher do hortelão; e São Gonçalves, do grupo de Artes Visuais, responsável pela cenografia, guarda-roupa e di-recção artística.

Aqui ficam as opiniões de alguns alunos:

A ida ao teatro Baltasar Dias foi agradável pois convivemos com os colegas e professores.

A parte que mais valorizei foi o momento do espectáculo com o fogo que antecedeu à peça e da música que se adequava ao tempo ence-nado.

A peça Dom Duardos foi muito cómica, mas um pouco maçadora (parte em que uma per-sonagem entrava em palco, várias vezes, sem falar e todas as atenções centravam-se nesse momento).

As minhas personagens preferidas foram os camponeses, pois foram os que deram graça ao espectáculo por serem atrevidos e um cavaleiro com a sua amada.

Também gostei da personagem Dom Duardos pois era um cavaleiro humilde, trabalhador que queria aprender a ser melhor e apaixonado.

Espero que se façam mais visitas ao teatro e a lugares educativos para aumentar o nosso gosto cultural.

Grécia Matos, 11º.-12ª

Quando falamos em teatro muita gente pensa logo em “seca”, pois devo dizer desde já que não o é. Teatro, para quem realmente sabe apreciar, é lindíssimo e por muitas vezes mais divertido que o cinema, tanto a fazê-lo como a vê-lo.

Eu gostei imenso de ver a peça “Dom Duar-dos” no Teatro Municipal Baltazar Dias. Achei que estava tudo óptimo, o cenário, a iluminação, as roupas, a maneira como as personagens re-almente representavam é de louvar. Actores ex-celentes criaram uma peça excelente, que foi o caso de Dom Duardos.

Ana Paula Neto, 11º.-12ª.

Fotos: Estúdio Quatro Duarte Rodrigues

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Gostei da ida ao teatro, especialmente do ce-

nário, as cores, a iluminação e a indumentária dos actores.

Michele, 11º.-12ª

Eu gostei imenso da peça especialmente do espectáculo com fogo antes da peça e das par-tes cómicas... A peça foi espectacular visto não ter sido sempre monótona e até incluíram umas partes cómicas... Para além disso gostei dos ce-nários...

Emerson Foto: Grécia Matos

A lógica é uma disciplina da filosofia que es-tuda argumentos a fim de saber se estes são ou não válidos. A importância que a lógica de-sempenha na vida humana consiste em nos aju-dar a pensar com coerência, fazer-nos pensar de uma forma correcta, podendo assim tirarmos conclusões correctas, quando nos são apresen-tados argumentos no nosso dia-a-dia. Com a lógica, podemos ver se as conclusões que nos são apresentadas diariamente fazem realmente sentido e, se, em geral, tudo funciona em con-formidade. Podemos também analisar e ficar a saber se, do encadeamento das premissas dos nossos argumentos, podemos realmente obter as conclusões a que chegamos. Assim, a lógi-ca permite-nos analisar e corrigir situações do nosso dia-a-dia, tornando-se muito importante na vida humana.

LÓGICA

Carina Gouveia 11.º 11

“O mesmo é pensar e ser”. Ora, por exemplo, tal como o nome indica, um ser racional é capaz de pensar. Logo, Parménides, ao afirmar que ser e pensar são a mesma coisa, na minha opinião, está correcto. Porquê? Porque nós somos o que pensamos. Agimos de acordo com os nossos

princípios, com a nossa opinião. E se as nos-sas acções determinam o nosso carácter, aquilo que somos, nada há de mal no pensamento de Parménides. Mas se, por outro lado, considerar-mos não um ser racional, mas um ser irracional, então teremos outra situação. Estes seres agem por instinto, não são capazes de pensar, não têm noção do certo e do errado. Eles são aquilo que os instintos os levam a ser. Será correcto, en-tão, considerar, nesta situação, que pensar e ser são equivalentes? Os seres irracionais existem, logo são, e, nessa mesma lógica, seriam o que pensam, ou seja, seriam de acordo com aquilo que fazem. Pois, não são aquilo que pensam. Se considerarmos os seres racionais, aqueles que pensam, ao pensar recorrem necessaria-mente à lógica, na medida em que esta discipli-na da filosofia é indispensável na construção do pensamento e da linguagem. Se um ser racional agir instintivamente, o que também pode acon-tecer, consequentemente, as suas acções não serão ponderadas, não serão coerentes com o seu pensamento. Logo, não poderá ser julgado pelo que fez, porque aquilo que fez não foi aqui-lo que pensou. Assim, encontro mais uma prova de que a afirmação de Parménides não poderá estar correcta na sua totalidade. Concluindo, de acordo com os exemplos acima apresentados, eu não posso concordar plenamente com o pen-samento de Parménides.

Sara Patrícia 11.º 10

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Os alunos e as professoras coordenadoras do Projecto FraNET participaram numa activi-dade de intercâmbio, no decurso do ano lecti-vo de 2009/2010, entre a Escola Secundária de Francisco Franco e os Lycées de Valin e Antoine de Saint-Exupéry, em La Rochelle, em França.

Este intercâmbio surgiu da iniciativa da professora Linda Baracchini, que, em con-junto com as professoras Frédérique Richer e Colette Leviel, entraram em contacto com as professoras coordenadoras do Projecto Fra-NET da E.S.F.F., projecto de complemento curricular que interliga o ensino/aprendizagem

da língua francesa e as novas tecnologias. Os alunos e as professoras coordenadoras

do FraNET, Luísa Chaves, Teresa Sousa e Sara Jardim, abraçaram este projecto com todo o entu-siasmo e embarcaram numa odisseia de diligên-cias para poder levá-lo a bom porto: apresentação do projecto de intercâmbio aos órgãos da escola, planificação dos vários momentos, contacto com diversas instituições, correspondência entre to-dos os participantes, angariação de fundos, etc.

Nos finais do mês de Março, o grupo de três professoras e dezoito alunos franceses visitaram a ilha da Madeira, onde, durante sete dias bem

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preenchidos, puderam apreciar a beleza da ilha, mergulhar na sua cultura e desfrutar da hospita-lidade das famílias madeirenses. Puderam igual-mente constatar o quanto já havia sido recuperado após a catástrofe que nos assolou em Fevereiro.

Ao longo da semana, o programa compre-endeu inúmeros passeios, nomeadamente, ao Monte, à Ribeira Brava, à Calheta, à Camacha, ao Santo da Serra, a Machico, a Santana e pas-seios a pé pela cidade do Funchal. Os alunos e professoras franceses visitaram igualmente o Jardim Monte Palace da Fundação Berardo, a Câmara Municipal do Funchal e o Salão No-bre e Paços do Concelho, o Jardim Botânico, o Hotel Reid’s Palace, Palácio de São Louren-ço, o Museu Madeira Wine Company, o Gol-den Gate Grand Café, o Centro Cívico Cultural de Santa Clara – Universo de Memórias João Carlos Abreu, o IVBAM (Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira), o Forte de São Tiago e Museu de Arte Contemporâ-nea, o Museu Story Centre, o Engenho do Mel, o Centro das Artes – Casa das Mudas, o Cen

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tro do Vime e o Parque Temático da Madeira. Dois meses depois, coube ao grupo de alu-

nos e professores portugueses ser acolhido em La Rochelle, uma importante cidade fran-cesa situada na região de Poitou-Charentes. Com mais de mil anos de história, o coração de La Rochelle é formado por lindíssimos pré-dios de calcário, por belas ruas ladeadas de arcadas e pelo antigo porto, que data de sé-culos passados em que o comércio de conha-que, sal e vinho trouxe prosperidade à cidade.

Durante uma semana, o grupo de alunos e

professores da Escola Secundária de Francisco Franco visitou locais de interesse histórico e cul-tural, museus e monumentos, parques e jardins, contactou com escolas, bibliotecas e instituições locais, deslocou-se às ilhas de Ré e Aix, tendo cres-cido em conhecimento e vivências, numa apren-dizagem intercultural de identidades e diferenças.

No dia 14 de Maio, fomos acolhidos em La Ro-chelle de forma calorosa, pela professora Linda Baracchini e pelas famílias anfitriãs, tendo sido os alunos encaminhados para os respectivos lares.

No dia 15, sábado, algumas famílias e seus correspondentes passaram o dia prazeirosa-mente no Marais de Poitevin, desfrutando da calma e da beleza desta «Veneza» francesa. Outras famílias optaram por outros passeios e actividades, nomeadamente, o circuito mundial de saltos ornamentais de rochedos e passeios pela bonita região de Poitou-Charentes. À noite, a maioria dos participantes aderiu às iniciativas desenvolvidas em torno da «Noite dos Museus».

No dia 16, domingo, cada família responsa-bilizou-se pelo seu correspondente, proporcio-nando-lhe um dia diferente de convívio e lazer.

No dia 17, segunda-feira, o grupo de alunos e professores portugueses visitaram o Lycée Antoi-ne de Saint-Exupéry, designadamente, os diferen-tes espaços administrativos e de recepção, as sa-las de aula, o internato, a enfermaria, os espaços consagrados ao desporto e o CDI, entre outros.

Alguns dos alunos portugueses tiveram a oportunidade de assistir às aulas dos seus cor-respondentes, o que lhes permitiu entrar em contacto com disciplinas comuns ao seu pró-prio currículo, mas na língua estrangeira em estudo, o Francês. Depois de almoçar na can-

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tina da escola, o grupo passeou pela belíssima cidade de La Rochelle, tendo sido gentilmen-te guiados através do velho porto e do centro histórico da cidade. Foi-nos ainda proporcio-nada a visita ao Musée du Nouveau Monde.

No dia 18, terça-feira, a manhã foi passada no Lycée Antoine de Saint-Exupéry, onde almoçá-mos. Na parte da tarde, visitámos o Aquarium de La Rochelle, que deslumbrou pela variedade de

espécies marinhas e pela arquitectura particular, e a Médiathèque Michel Crépeau, espaço de cultu-ra que surpreendeu pela inovação e diversidade.

No dia 19, quarta-feira, os alunos e professo-res usufruíram de um cruzeiro inter-ilhas, pas-sando pelo Forte Boyard, construído no sécu-lo XVII para proteger dos ataques da marinha inglesa junto com as demais fortificações, o Arsenal Marítimo de Rochefort, e de um pas-seio a pé pela ilha d’Aix. Neste espaço para-disíaco, os alunos desfrutaram de um piqueni-que à beira mar e de um passeio de bicicleta.

No dia 20, quinta-feira, o grupo reuniu-se na Praça de Verdun e partiu para ilha de Ré, onde passou um dia maravilhoso, numa ilha onde a natureza, os pântanos, as florestas e as dunas misturam e declinam os perfumes do oceano. Em La Flotte, os alunos portugueses foram de-safiados para um jogo-questionário sobre o mer-cado pitoresco desta povoação. Este dia pos-sibilitou ainda um passeio a pé em Bois-Plage de Ré e um piquenique em Saint-Martin-de-Ré.

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No dia 21, o grupo reuniu-se pela últi-ma vez no Lycée Antoine de Saint-Exupéry para uma despedida sentida, após uma se-mana de convívio saudável e enriquecedor.

Este intercâmbio não teria sido possível sem o apoio e a dedicação de muitas pessoas e instituições que tornaram estas semanas me-moráveis. A nossa sincera gratidão à Direcção Regional de Turismo, à Direcção Regional de Florestas, à Direcção Regional dos Assuntos Culturais, à Direcção Regional da Educação, à Escola Secundária de Francisco Franco, à Es-cola Básica e Secundária de Machico e à Escola Básica e Secundária da Calheta. Um agradeci-mento especial à Câmara Municipal do Funchal, à Câmara Municipal de Santana, à Junta de Freguesia de Santa Luzia e ao Consulado da França na Madeira. Um agradecimento sincero

ao IVBAM, à Fundação Berardo, ao Centro Cívi-co Cultural de Santa Clara (Universo de Memó-rias), ao Centro das Artes – Casa das Mudas, ao Museu de Arte Contemporânea, ao Madeira Story Centre, ao Museu da Madeira Wine Com-pany e ao Palácio de São Lourenço. O nosso profundo agradecimento ao Hotel Reid’s e ao Golden Gate Grand Café. Esta menção esten-de-se igualmente às empresas Porto Santo Line, Aquagym, House & Craft, Teresa Spínola Cabeleireiros, Salão Cabeleireiro Unisexo Gra-ça, Grafimadeira, Pereira d’Oliveira, Vinhos Bar-beito Madeira e Justino e Henriques e Filhos. Finalmente, agradecemos de todo o coração a musicalidade contagiante do Dr. Mário André e a generosidade incansável da Dra. Margarida Camacho, sem a qual nada teria sido possível.

Pour moi, l’échange s ’est t r ès bien passé. À Madèr e, le paysage est magnif ique mais les r out es danger euses . I ci les per sonnes savent r ecevoir et nous met t r e à l’aise. S ur t out ne changez r ien! (Clar a Lef ay)

J ’espèr e r evenir à Madèr e mais cet t e f ois avec ma f amille! (Claudia Dr apeau)

C’est le meilleur voyage de t out e ma vie! (Léa Phelippeau)

J ’ai t out aimé, sur t out le beau t emps, la plage, les f amilles et la bonne humeur ! I noubliable! (Mélanie Ronsin)

Un voyage inoubliable! (A ur élie Pichar d)

J ’ai bien aimé les baignades sur les belles plages. I l f ait t ouj our s beau et chaud! Les gens sont super gent ils ! C’est une île super belle avec des paysages var iés et un climat par f ait ! (Romane Mendes da S ilva)

Les madér iens mangent beaucoup, des plat s délicieux . Une t r ès bonne ent ent e ent r e t ous les cor r espondant s ! (Mélanie Cor r eia)

Une végét at ion VE RT E , une mer BLE UE , un soleil J A UN E ,… de la couleur , t ouj our s de la couleur et encor e de la couleur ! E u volt o! (Colet t e Leviel)

S uper , à r ef air e! (E lsa Poisbeau)

T r ès bien, mais t r op cour t ! (Gabr ielle Vet eau)

T r ès bien, mais c’ét ait t r op cour t ! (J or dan T eix eir a)

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Eras luz divinaEras minha almaMinha vida a ti entregueiAi! Era o paraíso!

Mas a luz desvaneceuMeu coração se perdeuE a minha vida?Em deserto se transformou!

Ai! Onde está o meu paraíso?

Mágico lugar aqueleOnde teus olhos viNeles encontrei o que sempre quisAi! Era o paraíso!

Tua pele, suave doçuraTeu seio ardenteOnde envolvido me encontreiAi! Era o paraíso!

S i possible, j ’aimer ais r evenir à Madèr e avec mes amis et ma f amille. (Max im Pr évot )

De la génér osit é, du savoir vivr e, de la convivialit é…que de bons ingr édient s ! (F r édér ique Richer )

S e eu gost ar ia de volt ar à La Rochelle? S em dúvida nenhuma, ia j á no pr óx imo avião! (Belinda)

J ’ai bien aimé même s i au dépar t j ’avais le blooze (blues). J e ne veux plus par t ir ! (É lodie Labr egèr e)

A dor ei as pessoas e o local! (Mar iana)

O int er câmbio f oi o melhor que podia t er acont ecido, ador ei imenso. F icar á par a sempr e na minha memór ia (A nia)

Gost ei de t udo mesmo... das paisagens, do convívio, das pessoas , da f amília de acolhiment o... (Micas)

O int er câmbio f oi a melhor ex per iência da minha vida, e agr adeço aos meus pais a opor t unidade que me der am. (F ilipa)

Uma ex per iência unicament e posit iva. A cho que nos ensinou a t odos a ser mos mais r espeit osos e a t er mos uma ment alidade mais aber t a no que diz r espeit o a hábit os e cult ur as dif er ent es . A j udou- nos a cr escer como pessoas... conhecemos não só s ít ios novos mas t ambém pessoas que j amais ser ão esquecidas . A lém de agr adecer aos meus pais por me t er em pr opor cionado est a viagem... agr adeço às pr of essor as pela iniciat iva! (Kaylene)

Gost ei de t udo, da f or ma como f ui r ecebido, da f amília, do clima, das paisagens e das f r ancesas! (Valt er )

O s hábit os f r anceses são dif er ent es mas int er essant es! Gost ei de apr ender coisas novas! (H ugo)

Gost ei t ant o que quer o j á volt ar amanhã! (E ma)

A dor ei! F ant ást ico! Uma ex per iência inesquecível! (Paula)

A dor ei! F ant ást ico! Uma ex per iência inesquecível! (Paula)

F oi t udo muit o bom. A mei as biciclet as e a liber dade pr opor cionada aos seus habit ant es . A chei um aut ênt ico cenár io de f ilme, quando via pessoas a andar de biciclet a com as suas baguet es acabadinhas de compr ar no cest o. (A na Chaves)

Era o paraísoDaniela SilvaCândidaEmmaPetra 11º 18

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Será amor? Será tentação?Não sei não.Só, nesta perdição!Oh! Meu amor, oh meu amor!

Não te quero, não te amo.És um engano, Um engano profano!Oh! Meu amor, oh! Meu amor!

Não quero o teu amor,Não me faz falta.És fogo, fogo que tenta!Oh! Meu amor, oh! Meu amor!

Daniela Freitas 11º 18

Oh! Meu amor

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Horizontais:

1- Foi proclamada em Lisboa a 5 de Outubro de 1910. 7- Interjeição designativa de espanto ou repulsão. 8- Impos-to sobre o rendimento das pessoas singula-res. 10- Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de ovo. 11- Grupo musical. 14- Batráquio. 15- D. (…) II, último rei de Por-tugal que partiu para a Inglaterra com a restan-te família real, ficando aí a viver no exílio. 16- Espécie de assento que os monarcas e o papa ocupam em ocasiões solenes. 17- Cortar ren-te. 20-Símbolo do rad (Física). 22- Orçamento

Geral do Estado. 23- Concelho (Câmara Municipal de Lisboa), proclamou a instauração da República. 27- Que tem por costume ou hábito fazer alguma coisa. 29- Contracção de “a” com “o”. 30- Avançar. 31- Perverso. 33- A minha pessoa. 34- Dar uma sova em. 37- Teófilo (…), primeiro presidente da Re-pública, mas foi apenas presidente do Governo Provisório até às eleições. 39- Pega. 40- Segundo. 41- Paixão.

Verticais:

1- Corto e trituro com os dentes. 2- Interjeição designativa de surpresa, admiração e chamamento. 3- Nome do sétimo planeta do sistema solar, cuja órbita decorre entre a de Saturno e a de Neptuno. 4- Chefe, dirigente ou guia de qualquer tipo de acção, empresa ou ideal. 5- Cento e um em numeração romana. 6- Manuel de (…), foi eleito, em 1911, como primeiro Presidente de Portugal. 7- A (…), hino oficializado em 1911, depois da implantação da República (com música escrita por Alfredo Keil e letra por Henrique Lopes de Mendonça, ainda antes da revolução). 9- Que tem saúde (fem.). 11- (…) Nacio-nal, substituiu a Bandeira da Monarquia Constitucional a 19 de Junho de 1911, depois de se implantar a República. 12- Sem ornatos. 13- Metade de um batalhão. 15- Redução de maior. 18- População em geral. 19- Suar ou transpirar muito. 21- Som de canhão. 24- Elas. 26- Nome feminino. 28- Nódoa na fruta, que começa a apodrecer. 32- Prefixo (oposição). 33- Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de “eu”. 35- Eles. 36- Graceja. 38- Antes do meio-dia (abrev.).

Passatempos

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O clube Desportivo da

Escola Francisco Franco Agradece a todos os seus patrocinadores o

apoio que lhe tem sido disponibilizado