revista babel - número 13

36
Quem aprende uma nova língua adquire uma nova alma. Juan Ramón Jiménez Piano à quatre mains Publicação incontornável do departa- mento de línguas, Babel comemora catorze anos. E se os trabalhos nela divulgados são apenas uma pequena amostra dos muitos realizados pelos alunos ao longo do ano levo, os mesmos apresentam as compe- tências adquiridas no âmbito da aprendiza- gem das línguas, quer materna, quer es- trangeiras. Mas no mundo conturbado em que vi- vemos, aprender uma língua é muito mais que adquirir um instrumento de comunica- ção. É aprender uma cultura, é abrir-se ao mulculturalismo, é adquirir uma nova ma- neira de ver as coisas e o mundo. A apren- dizagem de uma língua estrangeira promo- ve a abertura a culturas e civilizações dife- rentes, abre portas, derruba muros, permi- te parlhas e promove a igualdade de opor- tunidades entre cidadãos do mundo que, por movos superiores ao seu desejo, se veem na iminência de deixar o seu espaço para recomeçar, algures, uma nova vida. Assim, temos uma Babel que existe, não no sendo bíblico para que um não enten- da a língua do outro (Génesis 11:6,7), mas, pelo contrário, para que a reunião da diver- sidade seja a mais-valia de uma escola e, consequentemente, o exemplo para um país que tantas vezes foi forçado a aprender ou- tras línguas para sobreviver. Nos anos 60, proliferaram as malas de cartão, não de uma tal Chanel, nem de um Versace, mas corresponderam a um movi- mento de sobrevivência de um povo que precisava de sair... As vacanças, as pubelas, as fresas, etc, tão alvo de chacota, não eram mais que a forte capacidade de adaptação de um povo quase analfabeto a outras civilizações, através do elo mais forte – a língua! Quantos já esque- ceram esta situação e, agora, são os primei- ros a fechar portas e erguer muros. Os ditos mais zelosos da nossa língua são os primeiros a ficar surpresos (em vez de sur- preendidos) e a chamar aos outros abusados (em vez de abusadores) de uma forma casual (em vez de informal) quando empregam um estrangeirismo. A única reação possível é LOL. Ora, se acolher um estrangeirismo é a manifestação espontânea da adaptação a um mundo em evolução, aprender uma língua é um desafio complexo que mobiliza o raciocí- nio lógico e nos enriquece, nos dá “uma nova alma”. É um dos primeiros desafios daqueles que, com diversas origens (uma selfie da nos- sa escola revelaria isso mesmo), procuram hoje no nosso país uma nova vida. Mas sere- [Connua na página 2] EDITORIAL escola gil vicente | agrupamento de escolas gil vicente Revista de Línguas Publicação Plurilingue Número 13 maio de 2016 BABEL SUMÁRIO Editorial 1 Textos em Português: Narravas curtas Resumos e Opiniões Texto exposivo Nocia Autorretrato Autobiografia Textos mimécos 2 Textos em Francês: Voyage en francophonie Contre la discriminaon et le harcèlement Interview Visite à Ilustrarte 2016 Rapports en famille et entre amis Horoscope 2016 Petes annonces 10 Textos em Inglês: Migraons - Open doors, be open-minded » Break walls of prejudice and discriminaon against the other » Meet young immigrants » Famous migrants around the world » Walk in other people’s shoes… » In a Foreign Land » 10 PMW - 10 Palavras, 10 Mots, 10 Words What is the meaning of suc- cess? 20 Vencedores do Concurso Literário Fazedores de Histórias 30 Departamento Curricular de Línguas DESTAQUE Vencedores do Concurso Literá- rio Fazedores de Histórias Fonte: hp://greensavers.sapo.pt/

Upload: nguyendieu

Post on 07-Jan-2017

236 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Babel - número 13

Quem aprende uma nova língua adquire uma nova alma.

Juan Ramón Jiménez

Piano à quatre mains

Publicação incontornável do departa-

mento de línguas, Babel comemora catorze

anos. E se os trabalhos nela divulgados são

apenas uma pequena amostra dos muitos

realizados pelos alunos ao longo do ano

letivo, os mesmos apresentam as compe-

tências adquiridas no âmbito da aprendiza-

gem das línguas, quer materna, quer es-

trangeiras.

Mas no mundo conturbado em que vi-

vemos, aprender uma língua é muito mais

que adquirir um instrumento de comunica-

ção. É aprender uma cultura, é abrir-se ao

multiculturalismo, é adquirir uma nova ma-

neira de ver as coisas e o mundo. A apren-

dizagem de uma língua estrangeira promo-

ve a abertura a culturas e civilizações dife-

rentes, abre portas, derruba muros, permi-

te partilhas e promove a igualdade de opor-

tunidades entre cidadãos do mundo que,

por motivos superiores ao seu desejo, se

veem na iminência de deixar o seu espaço

para recomeçar, algures, uma nova vida.

Assim, temos uma Babel que existe, não

no sentido bíblico para que um não enten-

da a língua do outro (Génesis 11:6,7), mas,

pelo contrário, para que a reunião da diver-

sidade seja a mais-valia de uma escola e,

consequentemente, o exemplo para um país

que tantas vezes foi forçado a aprender ou-

tras línguas para sobreviver.

Nos anos 60, proliferaram as malas de

cartão, não de uma tal Chanel, nem de um

Versace, mas corresponderam a um movi-

mento de sobrevivência de um povo que

precisava de sair...

As vacanças, as pubelas, as fresas, etc, tão

alvo de chacota, não eram mais que a forte

capacidade de adaptação de um povo quase

analfabeto a outras civilizações, através do

elo mais forte – a língua! Quantos já esque-

ceram esta situação e, agora, são os primei-

ros a fechar portas e erguer muros.

Os ditos mais zelosos da nossa língua são

os primeiros a ficar surpresos (em vez de sur-

preendidos) e a chamar aos outros abusados

(em vez de abusadores) de uma forma casual

(em vez de informal) quando empregam um

estrangeirismo. A única reação possível é

LOL.

Ora, se acolher um estrangeirismo é a

manifestação espontânea da adaptação a um

mundo em evolução, aprender uma língua é

um desafio complexo que mobiliza o raciocí-

nio lógico e nos enriquece, nos dá “uma nova

alma”. É um dos primeiros desafios daqueles

que, com diversas origens (uma selfie da nos-

sa escola revelaria isso mesmo), procuram

hoje no nosso país uma nova vida. Mas sere-

[Continua na página 2]

EDITORIAL

escola gil vicente | agrupamento de escolas gil vicente

Revista de Línguas

Publicação Plurilingue

Número 13

maio de 2016

BABEL

SUMÁRIO Editorial 1

Textos em Português: Narrativas curtas

Resumos e Opiniões

Texto expositivo

Notícia

Autorretrato

Autobiografia

Textos miméticos

2

Textos em Francês: Voyage en francophonie

Contre la discrimination et le

harcèlement

Interview

Visite à Ilustrarte 2016

Rapports en famille et entre

amis

Horoscope 2016

Petites annonces

10

Textos em Inglês: Migrations - Open doors, be

open-minded

» Break walls of prejudice and

discrimination against the

other

» Meet young immigrants

» Famous migrants around the

world

» Walk in other people’s

shoes…

» In a Foreign Land

» 10 PMW - 10 Palavras, 10

Mots, 10 Words

What is the meaning of suc-

cess?

20

Vencedores do Concurso

Literário Fazedores de

Histórias

30

Departamento Curricular de

Línguas

DESTAQUE

Vencedores do Concurso Literá-rio Fazedores de Histórias

Fonte: http://greensavers.sapo.pt/

Page 2: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 2 B A B E L

EDITORIAL - CONTINUAÇÃO Seja a revista Babel um espaço de encontro, intercâmbio

de culturas, as nossas vozes contra muros de preconceitos e

indiferença.

Mª do Rosário Pinto

Inácia Pereira

Isabel Sequeira

Mª Teresa Neto

Maurício Bonito

Coordenadora e Delegados do Departamento Curricular de Línguas

mos nós capazes de acolher também, não um estrangeiris-

mo, mas um estrangeiro, de promover a plena integração

pela língua, garantindo em simultâneo a preservação da

língua e da identidade de cada um?

Será este o nosso grande desafio, transformar a integra-

ção do estrangeiro em enriquecimento mútuo e crescimen-

to global baseado no respeito pelo outro e pela sua diversi-

dade.

tendo demorado mais ou menos oito horas.

Já no Havai, fui às docas e perguntei a um senhor:

-Sabe dizer-me onde posso apanhar um barco para a

Ilha Caveira?

-Se quiser, pode vir connosco. -respondeu-me o homem.

Eu aceitei a boleia que, além de ter sido grátis, não de-

morou quase tempo nenhum.

Duas horas depois de eu ter escavado para encontrar o

tesouro, consegui sentir ferro, pelo que peguei no tesouro,

que era pequeno e leve (mas assaz valioso), e voltei para

Portugal, passando a não ter mais despesas.

Nuno Jorge, 6º5ª (2014/2015)

[Supervisão: Dr.ª Alexandra Caetano]

O tesouro

Certo dia, enquanto passeava pela praia de Carcavelos,

encontrei uma garrafa, provavelmente de rum, hermetica-

mente fechada e que parecia conter algo no interior. Eu

resolvi abri-la e reparei que estava lá dentro um papel com

um aspeto velho. No momento em que eu desdobrei o pa-

pel, pude observar que era um mapa que indicava o local

onde se encontrava um tesouro e, rapidamente, percebi

que o tesouro estava enterrado na Ilha Caveira, que se situa

a norte do Havai.

Após cerca de cinco minutos, encontrei um táxi que me

transportou até ao Aeroporto de Lisboa.

Quando, finalmente, comprei o bilhete, segui viagem,

garmos a um lugar onde estava marcado um «X». Escavá-

mos… escavámos…, até encontrarmos um quadro belíssimo

de Cleópatra muito valioso.

Quando olhámos para trás, a borboleta tinha desapareci-

do! Entregámo-lo ao museu e aparecemos na televisão. Ga-

nhámos um grande prestígio social e isso deu-nos uma gran-

de alegria.

Foi um dia excecional!

Mas, porque é que a borboleta terá desaparecido?...

Joana Saraiva, 6º5 (2014/2015)

Prova Final de 6º ano - 2015

(A aluna obteve 100% na Prova Final; Texto reproduzido

a partir da folha de rascunho fornecida pela aluna)

[Dr.ª Alexandra Caetano]

A caverna misteriosa

Num dia de verão muito solarengo, eu e a minha família

decidimos ir passar o dia à praia. No caminho, para espanto

meu, encontrei uma amiga minha chamada Inês. Ela é baixa,

elegante, morena e tem olhos azuis. Quando chegámos à

praia, eu e a Inês fomos brincar para o mar.

De súbito, uma borboleta pousou na minha mão, como

se nos quisesse dizer alguma coisa. Eu e a Inês seguimo-la

até uma caverna assaz assustadora. Entrámos lá e continuá-

mos a caminhar pelo trilho da gruta. Por fim, chegámos a

um lago com água cristalina, onde encontrámos um barqui-

to.

Fomos para dentro da embarcação e seguimos até che-

N A R R A T I V A S C U R T A S

Page 3: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 3 B A B E L

que há já bastante

tempo que não en-

contrava humanos

nem dialogava com

eles.

Tanto Ulisses co-

mo Robinson queri-

am escapar-se da-

quela ilha, por isso,

quando já tinham ganho mais confiança um no outro, resol-

veram construir uma canoa para poderem voltar cada um à

sua pátria, Ulisses à Grécia e Robinson a Inglaterra.

Após um ano, a canoa ficou pronta, pelo que se lançaram

ao mar e, depois de Robinson, Ulisses regressou à pátria.

Nuno Jorge, 6º 5ª (2014/2015)

[Supervisão: Dr.ª Alexandra Caetano]

Ulisses em Ogígia

No dia em que Ulisses chegou à ilha de Ogígia, depois de

ter acordado do desmaio, começou por procurar alguém.

Quando Ulisses ia a subir uma colina, encontrou, no cu-

me, um homem barbudo, vestido de palha e apoiado num

pau, a observar o mar.

No momento em que o herói foi ter com o homem, este

pisou um ramo de uma árvore. Como podemos calcular, o

homem assustou-se e, pensando que Ulisses era um animal

selvagem, pegou numa espingarda que tinha às costas.

Quando o homem se apercebeu de que Ulisses era um hu-

mano, foi a correr na direção do herói e abraçou-o.

O homem chamava-se Robinson Crusoé. Quando Ulisses

e Robinson acabaram de travar conhecimento, Ulisses per-

cebeu que Robinson o tinha abraçado anteriormente por-

N A R R A T I V A S C U R T A S

Fonte: google.imagens

poderiam visitar a fábrica na

companhia do Senhor Willy Won-

ka, desvendar os segredos escon-

didos e receber chocolates até ao

final das suas vidas.

Será que o chocolate de ani-

versário de Charlie é um dos pre-

miados?

Na minha opinião, este livro mostra-nos que, se acreditarmos, podemos alcançar os nossos objetivos.

Ângela Agostinho, nº 5, 7º 2ª [Supervisão: Dr.ª Maria João Queiroga]

Charlie e a fábrica de Chocolate Roald Dahl

Este livro conta-nos a história de Charlie, um menino

pobre que vive com os seus pais e os seus quatro avós, nu-

ma pequeníssima casa.

Charlie adorava chocolate, mas, como o dinheiro era

pouco, só no dia do seu aniversário podia comê-lo. Como se

isso não fosse suficiente, da sua casa via-se uma enorme

fábrica, a Fábrica Wonka, que fabricava o melhor chocolate

do mundo.

Alguns dias antes do seu aniversário, Charlie viu uma

notícia no jornal a anunciar a abertura das portas da Fábrica

Wonka a cinco crianças que encontrassem os bilhetes dou-

rados escondidos nas tabletes de chocolate. Os premiados

R E S U M O S E O P I N I Õ E S

Gostei muito do livro e com ele aprendi que, se nós qui-

sermos, nada é impossível.

Ana Melo, nº 3, 7º 4ª

[Supervisão: Dr.ª Maria João Queiroga]

Alice no País das Maravilhas Lewis Carroll

Alice estava ao lado da irmã sem fazer nada. De repente,

viu um coelho branco a olhar para um relógio e decidiu se-

gui-lo. O coelho entrou num buraco e Alice, ao debruçar- -

se nele, caiu.

A partir desse momento, começam as aventuras de Alice,

desde beber água e diminuir de tamanho, a comer um bolo

e crescer mais do que devia... Conhece pessoas adoráveis,

como o Chapeleiro, mas também conhece pessoas odiosas e

invejosas, como a Rainha de Copas. Para ela, este é, sem

dúvida, o País das Maravilhas...

Fon

te:

goo

gle.

imag

ens

Fonte: google.imagens

Page 4: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 4 B A B E L

Gostei do enredo da histó-

ria e do facto de ser uma his-

tória cheia de suspen-

se. Penso que Robinson cres-

ceu ao longo

da história (mentalmente) e

isto faz-nos pensar como serí-

amos e como reagiríamos, se

estivéssemos no seu lugar.

Maria Marques, nº 14, 7º 4ª

[Supervisão: Dr.ª Maria João

Queiroga]

Robinson Crusoe Daniel Defoe

Um rapaz chamado Robinson Crusoe (que nome peculi-

ar) embarca numa viagem emocionante de barco.

Kapum! Slash! Boom! O barco naufraga e Robinson en-

contra-se desmaiado na praia de uma ilha, a qual é visitada,

por vezes, por terríveis canibais... Mas nem tudo é mau.

Robinson também faz um amigo, chamado Sexta-Feira, e

juntos fazem todos os possíveis para sobreviver.

Um dia, Robinson consegue sair da ilha com o seu amigo

Sexta-Feira e os dois partem noutra viagem de barco até...

casa.

R E S U M O S E O P I N I Õ E S

Fonte: google.imagens

100 Anos do Liceu Gil Vicente Entendey minha verdade

Desde 1914, o Liceu Gil Vicente faz uma viagem no ensi-

no e na aprendizagem.

Alguns alunos vão para a escola como diabo na alma, o

que faz com que tenham um comportamento parvo e preju-

diquem os mais interessados nos estudos. Por vezes, um lá

vai apregoando uma sátira ou outra, na forma de gozo ou de

desprezo para com alguém.

No fundo, as aulas acabam por ser uma barca, pois a

matéria é tanta que dá a ideia de que se está viajar de maré

em maré. Alguns alunos estão na sala, como se estivessem

numa farsa assaz incomodativa.

Entre os professores, lá há um ou outro mais cómico, o

que dá uma crítica ótima a cada uma dessas aulas.

Nestes 100 anos, o Liceu aguentou-se lindamente. Espe-

ro que continue assim!

Nuno Jorge, 6º 5ª (2014/2015)

[Supervisão: Dr.ª Alexandra Caetano]

O P I N I Õ E S

Auto de Moralidade

Na peça Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente faz uma

crítica social, tentando transmitir um ensinamento moral.

António Feio, responsável pela encenação a que as tur-

mas do 9º ano assistiram no dia 6 de janeiro, optou por co-

locar uma espécie de introdução, antes da peça começar,

que serviu para se explicarem elementos indispensáveis na

representação de um texto dramático. Os responsáveis re-

cordaram também quem foi Gil Vicente, sempre de uma

forma divertida, o que atraiu a atenção do público.

A caracterização das personagens estava muito bem fei-

ta, principalmente a de Gil Vicente, que parecia mesmo uma

estátua. Ao colocarem o Anjo de patins, isso realçou a leve-

za e simplicidade da personagem.

Em termos genéricos, o desempenho dos atores foi ad-

mirável, pois demonstraram muita presença de palco e bom

humor. A iluminação e a sonoplastia também resultaram na

perfeição, na medida em que reforçavam as ações das per-

sonagens.

Os atos que cometemos vão ter sempre um julgamento,

e aqueles que fizeram o bem, procurando sempre uma con-

duta justa, não podem ter o mesmo fim do que aqueles que,

ao contrário, seguiram o caminho errado, procurando so-

mente os seus interesses.

Camilla Martins, nº 5, 9º 1ª

[Supervisão: Dr.ª Maria João Queiroga]

Fon

te:

htt

p:/

/agr

up

ame

nto

.aeg

v.p

t/

A propósito da representação da peça Auto da Barca do Inferno, pela Associação Cultural Kids, no Auditório

Pedro Arrupe

Page 5: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 5 B A B E L

O P I N I Õ E S

ferentes. A música era animada, mas não percebi bem o

que simbolizava...

Gostei muito dos figurinos, adequados à época e a cada

personagem. Era o que acontecia, por exemplo, com Brizída

Vaz, com o seu vestido provocante e sedutor.

O texto era, no geral, cheio de comédia, ironia e com

recurso a uma linguagem que, por ser estranha ao público,

se tornava engraçada.

Esta encenação de António Feio é um grande espetácu-

lo.

Daniela Santos, nº 7, 9º 1ª

[Supervisão: Dr.ª Maria João Queiroga]

Auto da Barca do Inferno no Auditório Pedro Arrupe

O Auto da Barca do Inferno é uma peça de teatro de Gil

Vicente que visa transmitir um ensinamento moral, através

de uma crítica à sociedade do tempo do dramaturgo portu-

guês.

No espetáculo da Associação Cultural Kids a que as tur-

mas do 9º ano da nossa escola assistiram, a peça, cheia de

música e história, apresenta a morte de dez personagens e

o caminho que cada uma tem de seguir: o Inferno ou o Pa-

raíso.

O Diabo encaminha as personagens para o Inferno e,

por isso, esta personagem tinha de ser representada como

sendo maldita, rude, maldosa e impiedosa, coisa que a atriz

que representava este papel conseguiu transmitir com um

toque de comédia.

O Anjo é o arrais do Paraíso e, desse modo, era de espe-

rar vê-lo cheio de graciosidade e com um aspeto celestial,

mas, infelizmente, a atriz que o representou, na minha opi-

nião, não transmitiu essa ideia.

Entre as personagens, houve uma que me despertou a

atenção: o Sapateiro. A personagem foi representada com

humor, o que se notava na linguagem obscena e nos atos

praticados.

O cenário era um pouco confuso. Duas mesas enormes

que eram mudadas de cada vez que se sucediam cenas di-

o público e dificulta a visão.

O Anjo aparece poucas vezes em cena, ao contrário do

Diabo, evidenciando pouco o conflito entre o Bem e o Mal,

como deveria acontecer numa peça dramática.

Contudo, os responsáveis pelo espetáculo conseguiram

captar a atenção do público, sobretudo devido ao recurso

ao cómico e à explicação de alguns aspetos característicos

do teatro e da arte de representar.

Madalena Pinto, nº 13, 9º 4ª

[Supervisão: Dr.ª Maria João Queiroga]

Considero a encenação da peça Auto da Barca do Infer-

no, da responsabilidade de António Feio, um excelente es-

petáculo: dá a conhecer ao público a sociedade do início do

século XVI, abordando também assuntos da atualidade.

Nesta peça, personagens de diferentes classes sociais

vão ter, depois de falecerem, a um cais, onde são julgadas

pelo Anjo e pelo Diabo, que decidem em qual das barcas

elas devem seguir. No espetáculo encenado por António

Feio, optou-se por representar o cais através de duas mesas

de madeira. Na minha opinião, essa opção não funciona,

pois o público, se não tiver lido a obra, não sabe o que as

mesas representam.

O som e a iluminação apresentam soluções interessan-

tes, como quando Gil Vicente se movimenta pelo palco e o

público nunca deixa de o ouvir ou de o ver. No entanto, a

tela colocada no fundo do palco, onde se projeta a imagem

da cena que está a decorrer, é perturbadora, pois confunde

A propósito da representação da peça Auto da Barca do Inferno, pela Associação Cultural Kids, no Auditório Pedro Arrupe

Fonte: google.imagens

Fonte: google.imagens

Page 6: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 6 B A B E L

O P I N I Õ E S A propósito da representação da peça Auto da Barca do Inferno, pela Associação Cultural Kids, no Auditório Pedro Arrupe

Os figurinos demonstravam como as pessoas se vestiam

naquela época e os atores tiveram um bom desempenho,

destacando-se as atuações do Diabo e do Parvo, as melho-

res prestações, contrastando com a atuação do Anjo, que

ficou um pouco aquém, pois a atriz enganou-se múltiplas

vezes.

O conflito patente nesta obra estava muito evidente nas

ações das várias personagens, visto que, dependendo do

que tinham feito em vida, o seu futuro seria o Paraíso ou o

Inferno.

Esta obra tem um ensinamento moral, pois todas as

nossas ações, boas e más, têm peso no nosso futuro, fazem

a diferença nas nossas vidas, tal como fizeram no futuro

das personagens do texto vicentino.

Rita Moreira, nº 18, 9º 4ª

[Supervisão: Dr.ª Maria João Queiroga]

A peça Auto da Barca do Inferno, encenada por António

Feio e levada à cena pela Associação Cultural Kids, trans-

portou-me para os séculos XV e XVI, o que me fez entender

melhor cada uma das personagens e gostar ainda mais do

texto de Gil Vicente.

A encenação do espetáculo concilia a transição entre a

Idade Média e o Renascimento e a atualidade, dando à pe-

ça um “toque” dos tempos modernos. A cenografia foi um

ponto forte neste espetáculo. A tela de projeção no fundo

do palco permitiu a visualização da peça de diferentes pers-

petivas, o que a tornou mais interessante.

Em relação à sonoplastia, as músicas que separavam as

diferentes cenas estavam de acordo com a peça e as falas

das personagens ouviam-se bem. Quanto à iluminação, as

luzes estavam bem posicionadas, o que possibilitou a ob-

servação das várias ações das personagens.

Fon

te:

goo

gle.

imag

ens

Da encenação do Auto da Barca do Inferno realizada por

António Feio, esperava algo magnífico e irónico, mas a me-

lhor parte, na minha opinião, foi quando o espetáculo aca-

bou.

O Auto da Barca do Inferno, escrito pelo pai do teatro

português, no século XVI, provoca grandes expectativas,

mas quando o texto é encenado de uma forma moderna

desnecessária, já não é bem a mesma coisa. O espetáculo

começa com uma breve introdução em vídeo, na qual nos

informam sobre a estrutura de um auto. Embora útil, a en-

cenação e o uso de termos modernos fazem toda a situação

parecer um canal televisivo, onde o recurso à piada fácil é

constante.

Quando os atores entram em cena, usa-se uma lingua-

gem alterada que, muitas vezes, não se associa à época.

Também parte do guarda-roupa não é fiel ao período qui-

nhentista.

Para finalizar, certas cenas eram muito pouco claras,

como o momento em que o Frade, anteriormente acompa-

nhado de uma mulher, vai para o Inferno sem se perceber

qual o destino dela, já para não falar nas adaptações musi-

cais, pois tenho a certeza que, no século XVI, não se dança-

va a macarena.

Foi mais um daqueles espetáculos com más opções hu-

morísticas. Muito sinceramente, preferia embarcar para o

Inferno do que assistir a esta versão novamente.

Salomé Gonçalves, nº 19, 9º 4ª

[Supervisão: Dr.ª Maria João Queiroga]

Page 7: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 7 B A B E L

consegue dobrar o Cabo das Tormentas que mais tarde se

virá a chamar Cabo da Boa Esperança.

Joana Saraiva, 6º 5ª (2014/2015) [Supervisão: Dr.ª Alexandra Caetano]

Adamastor

O Gigante Adamastor é uma figura mitológica criada por

Luís Vaz de Camões para representar todos os perigos, tem-

pestades, naufrágios que os portugueses enfrentaram na

época dos Descobrimentos.

A aparição do Gigante é caraterizada pela utilização

abundante de adjetivos e pelo terror dos marinheiros, que

leva Adamastor a perguntar a Vasco da Gama, simplesmen-

te, «Quem és tu?».

O Gigante tinha um ponto fraco, um amor não corres-

pondido. A questão que Vasco da Gama colocou, levou Ada-

mastor a principiar uma conversa sobre o seu amor falhado.

O Gigante era apaixonado pela bela Tétis que o rejeitou

pela «grandeza feia do seu gesto».

Isso enfraqueceu Adamastor, e assim, Vasco da Gama

T E X T O E X P O S I T I V O

Fonte: google.imagens

de jeito.

Dentro de mim vive uma grande calma mas pareço meio

nervosa. Não consigo parar quieta, como é que hei de dizer?

Tenho sempre de estar a mexer ou a fazer algo. Não é uma

sensação muito agradável, mas há coisas piores.

Para além de parecer cansada pareço um tanto indife-

rente. Contudo, não costumo estar sempre assim. Não, acho

que não, até sorrio em demasia. A minha mente é mais irre-

quieta do que eu, (embora não pareça, porque estou sem-

pre a fazer algo), pois estou sempre a falar comigo mesma.

Acho interessante observar as pessoas a fazerem alguma

coisa, gosto só de ficar a ver e a pensar mas, para elas, deve

ser estranho estarem a ser observadas, assim.

Não me acho muito importante e não sou como as ou-

tras pessoas, a meu ver…

Matilde Salvador, nº 15, 8º 1ª [Supervisão: Dr.ª Manuela Nunes]

Não sou muito alta nem baixa e sou magra, diria que não

muito, mas o suficiente para dizer que o sou. Tenho um ca-

belo meio estranho, pois a cor castanha está um pouco mis-

turada com outras tonalidades como se fosse uma tela cheia

de tons e cores misturadas.

Uso óculos e infelizmente os meus olhos não são nada de

especial, são daquele castanho claro, mas nada de surpreen-

dente.

Tenho a pele, diria que branca, mas daquele branco

amarelado.

Na minha face veem-se umas bochechas que, com o frio,

ficam tão vermelhas como se eu estivesse envergonhada.

Os castanhos e os pretos até me ficam bem, mas tenho um

ar cansado como se tivesse feito muita coisa, no entanto, e

muito sinceramente, costuma ser apenas sono.

Sou pensativa e calma, embora de um modo geral goste

de falar. Não exagero, mas até me delicio se a conversa for

A U T O R R E T R A T O

O robô chegou ao salão onde se celebrou o casamento

duas horas antes da cerimónia, e, ligaram-no na hora de

casar os noivos.

O aluguer deste padre especial custa à volta de três mil

euros em Portugal.

Esta inovação vai chegar ao nosso país na metade do ano

de dois mil e dezasseis.

Joana Saraiva, 6º 5ª (2014/2015) [Supervisão: Dr.ª Alexandra Caetano]

O casamento

O Padre Robô

No dia vinte e um de dezembro, domingo passado, cele-

brou-se um casamento em que o padre era um robô da mais

alta tecnologia. Este casamento realizou-se em Tokyo, no

Japão.

Os noivos quiseram utilizar um robô como padre, com o

objetivo de se tornarem famosos por todo o mundo.

N O T Í C I A

Page 8: Revista Babel - número 13

A U T O B I O G R A F I A

B A B E L Página 8 B A B E L

Todos os dias passeávamos em Santa Apolónia, perto da

estação dos comboios, recordo-me que ela adorava olhar

para o rio Tejo, ela dizia que, se morresse, queria que os

seus restos mortais lá fossem depositados. Não sei porquê,

mas ela amava aquele rio.

Passámos os primeiros anos de casados felicíssimos, só

não conseguimos ter um filho, o que é pena. Hoje estou

viúvo.

Sim, parte de mim morreu, mas a sua vontade foi feita:

as suas cinzas foram largadas pelas águas cristalinas do rio

Tejo.

Cada vez que passo pelo rio Tejo, vêm-me as lágrimas

aos olhos por reviver os meus primeiros anos de casado.

Talvez eu também queira partir agora, talvez eu também

queira fazer parte desse rio…

Denilson Almada, nº 6, 10º GI

[Supervisão: Dr. Maurício Bonito]

O meu casamento foi nas águas do Tejo

Tenho trinta e cinco anos e recordo os meus primeiros

anos de casamento.

Recordo momentos como as primeiras férias juntos, os

fins de semana na quinta dos meus pais e as idas à praia de

Carcavelos no verão.

Quando penso nos primeiros anos de casado é quando o

sentimento de nostalgia se apodera de mim, dizem que re-

cordar é viver e eu concordo plenamente. Cada vez que me

lembro dos meus primeiros anos de casado é como se os

estivesse a viver uma segunda vez, não em corpo, mas em

pensamento.

No início do casamento, eu era feliz, acordava todos os

dias com um sorriso na cara devido ao facto de saber que ao

meu lado estava a mulher que eu escolhi para ser a mãe dos

meus filhos, a minha melhor amiga e a minha amante.

T E X T O S M I M É T I C O S À m a n e i r a d e P a d r e A n t ó n i o V i e i r a

Os alunos foram convidados a incluir novo peixe no Sermão de Santo António aos Peixes , escrito em 1654

espaços bem lustrosos pois estais sempre a limpar estes das

algas que os conspurcam. As vossas fêmeas são maiores que

vós e são diferentes de outros vossos irmãos peixes, pois (tal

como nós, Humanos) transportam os vossos filhos no ven-

tre. Também tendes uma sociedade hierarquizada, com os

vossos clero, nobreza, povo, e aceitais, sem revolta, esta

ordem social.

Ana Patrícia Ferreira, Nº 2, 11º LH

[Supervisão: Dr.ª Maria do Rosário Pinto]

[…] E continuando com os vossos elogios, não termino sem

antes falar de vós, pequenos molly. Apesar de vós, machos,

mostrardes comportamentos algo agressivos em certos mo-

mentos das vossas vidas, vós sois peixes pacíficos que vos

dais tranquilamente com outras espécies do vosso elemen-

to. Comeis de tudo um pouco, tendes apetite para tudo o

que Deus Senhor Nosso vos providencia e não sois exigen-

tes. Gostais de plantas, tanto para vos alimentardes, como

para vos abrigardes. Gostais também de manter os vossos

ce que tal seja possí-

vel, pois é mais fácil

perseguir aqueles que

não possuem defesa

do que aqueles que

podem retribuir a vos-

sa maldade. Vós, como

muitos outros gran-

des, observais o sofrimento dos outros e nada fazeis, lavarí-

eis as mãos, se as tivésseis, como Pilatos, no dia da Paixão

de Cristo.

Cátia Magalhães, nº 6, 11° LH [Supervisão: Dr.ª Maria do Rosário Pinto]

E agora a vós me dirijo, tubarões, os mais temíveis de todos

os peixes, embora os mais sociáveis com os seus iguais. Aliás

não posso deixar de vos acusar de um hábito ou divertimen-

to que tendes: a perseguição dos pequenos. E o vosso ali-

mento são esses mesmos, os pequenos! Sois semelhantes a

esses nobres que habitam a terra e não se cansam de abu-

sar dos pequenos que trabalham incansavelmente para au-

mentar a riqueza de quem os não respeita. Vós sois parte

desse grupo, desse pequeno grupo que são os grandes e

apenas perseguis os mais fracos, aqueles que não possuem

meios para se defenderem da vossa magnificência e feroci-

dade. Mas agora vos pergunto: teríeis a capacidade de per-

seguir os vossos iguais? Os grandes como vós? Não me pare-

Fonte: google.imagens

Page 9: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 9 B A B E L

Temo, Lídia, o destino. Nada é certo. Nada nos falta porque nada somos. Basta que a vida seja só a vida e que eu a viva, - Súbito ausente e nulo do universal destino. Mas tal como é gozemos o momento, Tanto quanto vivemos, vive a hora em que vivemos. Desenlacemos as mãos! O que me dás, dás-mo. Tanto me baste. Contenta-te com seres quem não podes deixar de ser, E deixa a vida incerta ser quem seja. E entre essas dádivas memoradas, como um rio passemos, Na sentença gravada do destino. Acima da verdade estão os deuses. Nada mais nos é dado.

(Ricardo Reis)/Ana Maria Résio Mendes, nº 5, 12º LH

[Supervisão: Dr.ª Maria do Rosário Pinto]

Que é de mim? A liberdade vem do vagar, do pensamento são, do amor às coisas naturais A liberdade vem devagar (devagar, porque não sei onde quero ir) Como se tivesse demasiado tempo, Como se soubesse que o tempo é vago e tem tempo para esperar. Aproveitar o tempo! Mas o que é o tempo, que eu o aproveite? Que é do púcaro e da inocência? Que é de quem eu deveria ter sido? Sim, o mistério do tempo, Sim, o não se saber nada, Talvez o mundo exterior tenha pressa demais Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo E beber água como se fosse todos os vinhos do mundo! E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. Na minha vida, Dêem-me a liberdade A liberdade, sim, a liberdade! Deixai-me viver sem saber nada, e morrer sem ir saber nada! Se morrer, não falto, e ninguém diria. Que vida tem sido a minha! Que náusea de vida! Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou E a personalidade que tenho está entre o corpo e a alma… Mas é impossível que esta vida dure, Porque a alma é um abismo E o meu destino apareceu-me na alma como um precipício, Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou que sentir, E o que podia fazer de mim não o fiz. E a vida sempre me doeu, sempre me foi pouco, e eu infeliz, E salvo este desejo de liberdade e de bem estar, que é de mim?

(Álvaro de Campos)/Gabriela Goes Maciel, nº 17, 12º LH

[Supervisão: Dr.ª Maria do Rosário Pinto]

T E X T O S M I M É T I C O S À m a n e i r a d e P a d r e A n t ó n i o V i e i r a

Os alunos foram convidados a incluir novo peixe no Sermão de Santo António aos Peixes , escrito em 1654

E dirijo-me agora a vós, peixes-palhaço. Sois peixes com um ar alegre, contudo essa alegria esconde a vossa enorme de-pendência. Vós, que viveis em grupo, estabeleceis relações com as anémonas-do-mar e sois totalmente dependentes delas, pois que as utilizais para vos esconderdes dos preda-dores e para guardar os vossos ovos. Estais-lhes demasiado sujeitos, deveis ser mais livres e respeitar os amigos. Ao longo dos tempos, a relação que com ela desenvolvestes é tal que não sois envenenado pelos seus tentáculos que conseguem matar todos os tipos de peixes, menos a vós. Mas sois vós que muitas vezes traís a anémona, pois roubais o seu alimento. Vós sois traidores, que não conheceis um amigo que vos protege.

Rodrigo Pereira Carvalho, nº 18, 11º LH

[Supervisão: Dr.ª Maria do Rosário Pinto]

Fonte: google.imagens

Exercício poético: à maneira de Fernando Pessoa, com versos do próprio

Fon

te:

goo

gle.

imag

ens

Page 10: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 10 B A B E L

T E X T O S M I M É T I C O S Exercício poético: à maneira de Fernando Pessoa, com versos do próprio

Brilha a luz de uma janela. Vive, dizes, no presente. Mas eu não quero o presente, quero a realidade. Sim: há uma diferença. Sei isto porque os meus sentidos mo mostram. A tua beleza para mim está em existires. Basta existir para se ser completo; Vejo melhor os rios quando vou contigo, Por ora só sabemos que lá não estamos. Não me arrependo do que fui outrora, Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos. E não digo mais nada. Que mais há a dizer? A luz apagou-se. E eu admirei-me, porque não julgava Morto o meu corpo, Que mora nela.

(Alberto Caeiro)/Rute Sofia Ribeiro, nº 25, 12º LH [Supervisão: Dr.ª Maria do Rosário Pinto]

Fon

te:

goo

gle.

imag

ens

VOYAGE EN FRANCOPHONIE çaise, dont le nom est Bora Bora. Nous nous sommes instal-lés dans l’Hôtel Sofitel Bora Bora Motu. Bora Bora est une petite île tropicale avec des animaux exotiques. Il y a des plages de sable blanc et la mer est très bleue. Cette région est très relaxante et belle. Au restaurant, j’ai mangé des chevrettes et j’ai bu du Mai Tai. Henrique a mangé de la langouste à la vanille et il a bu de l’eau minérale. Les plats principaux étaient très bons. Plus tard, nous avons vu une attraction - des acteurs ont joué avec le feu. Nous avons aimé ce voyage!!!

Elias Silva, nº 2, e Henrique Nichel, nº 4, 8º 1ª [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

National Tsingy de Bemara-ha. Après un long tour, nous avons mangé au res-taurant La Marmite. Nous avons aimé ce voyage parce que Mada-gascar est une très belle île.

Inês Manuel, nº 5, e Simone Antão, nº 18, 8º 1ª [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Un voyage à Madagascar Le 27 janvier, nous sommes allées à Madagascar. Nous y sommes allées en avion. Quand nous sommes arrivées, d’abord nous avons visité la plage de la Baie des Dunes et nous avons bu du jus d’orange. Le soir nous nous sommes installées à l’hô-tel Nosy Be. Il avait une belle vue sur la plage. Nous sommes allées à la plage mais il a commencé à pleuvoir et nous sommes allées à l’hôtel. Le lendemain matin nous avons visité la région de Toliara. La plage est belle et grande. Plus tard, nous avons visité le Parc

L’Hôtel Sofitel Bora Bora, en Polynésie

Un voyage en Polynésie Française Le 7 février, moi et mon ami Henrique, nous sommes allés en Polynésie Française. Nous y sommes allés en avion. Quand nous sommes arrivés à l’aéroport, nous avons pris notre avion pour une petite île de l’archipel de Polynésie Fran -

Le Parc National Tsingy de Bemaraha, à Madagascar

Page 11: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 11 B A B E L

Un tour en chameau, au Maroc

VOYAGE EN FRANCOPHONIE Un voyage au Maroc

La semaine dernière, Laura et moi, nous avons fait un voyage au Maroc. Nous sommes sorties de l’avion et quand nous sommes arrivées, nous nous sommes installées à l’hôtel Riad Kaiss. Après, nous avons mangé du tajine, du poulet au citron, du couscous aux prunes et des légumes variés. Comme bois-son, nous avons bu du thé à la menthe, et comme dessert, nous avons mangé un gâteau aux châtaignes. Après le déjeuner, nous sommes allées au désert du Sa-hara et nous avons fait un tour en chameau et aussi en mo-to 4. C’était génial, parce que nous avons senti l’adrénaline de faire de la moto 4 et aussi un voyage en chameau. Plus tard, nous avons fait du kitesurf à la plage, mais avant nous avons bu un jus parce qu’il faisait très chaud. Voilà notre magnifique voyage qui, malheureusement, est terminé.

Laís Borges, nº 8, e Laura Marcelino, nº 9, 8º 1ª [Supervisão: Drª. Inácia Pereira]

le Vieux-Québec, le cœur historique de la ville, recon-nu par tout le monde en raison de l’attraction touris-tique. Pendant le voyage à l’aéroport, nous sommes passées devant le Château Frontenac. Nous avons pris l’avion pour le Portugal à dix-huit heures et demie. Nous avons passé, sans aucun doute, de grandes va-cances.

Madalena Gomes, nº 12, e Mafalda Fonseca, nº 13, 8º 1ª [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Un voyage au Québec, au Canada Pendant les vacances de Nöel, Mafalda et moi, nous sommes allées au Québec, au Canada, passer une semaine à l’Hôtel de Glace. L’hôtel est dans la rue de la Faune. Quand nous sommes allées à l’hôtel, nous avons passé le pont Pierre Laporte. Le lendemain, nous sommes allées visiter le mur de la Citadelle, dans la plus ancienne région du Québec. L’après-midi, nous nous sommes promenées autour de la ville. Le but était d’acheter des billets pour le concert d’Avril Lavigne. Après, nous sommes allées manger au restaurant Aux Anciens Canadiens, un restaurant de cinq étoiles. Le concert a été fantastique! Avant de revenir au Portugal, nous sommes allées visiter

L’Hôtel de Glace, au Québec

fraise et du chocolat. Plus tard, nous avons visité le Pont Boniface. Après, j’ai mangé du Gratin Dauphinois et Anna a mangé du stoemp. Pour le dessert, nous avons partagé un pudding belge. Après, nous avons visité les Maisons-Dieu de Bruges. On a acheté des chocolats typiques au "The Chocolate Line". Avec de beaux sou-venirs, on est rentrées à Lisbonne.

Anna Muninhas, nº 2, e Débora Matos, nº 5, 8º 2ª [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Un voyage à Bruges, en Belgique Cette année, j’ai voyagé à Bruges avec mon amie Anna. Après un long voyage, nous sommes arrivées à l’Hôtel Relais & Châteaux, à Bruges, puis nous sommes allées au restaurant. Le matin après, nous nous sommes réveillées tôt, nous avons pris le petit déjeuner et nous sommes allées à l’Église de Notre-Dame. Au déjeuner, nous avons mangé au restaurant typique Bistro Kok au Vin. Après le déjeuner, nous sommes allées au Quai Groenerei près de l’Église de Notre-Dame. Nous avons diné à l’hôtel et nous sommes allées au Dijver. Le dernier jour, nous avons mangé des waffles avec de la

L’église de Notre-Dame de Bruges

Jeudi après-midi, nous avons fait un pique-nique sur le bord du lac et un voyage en bateau. La gastronomie n’est pas très différente de celle du Portugal et les gens sont très sympathiques avec nous. Genève est une belle ville.

Fábio Estêvão, nº 6, e Guilherme Castro, nº 8, 8º 2ª

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Un voyage à Genève, en Suisse Cette année, en septembre, je suis allé avec Fábio à Genève, en Suisse, pour une semaine. Nous avons voyagé en avion, c’était un voyage incroyable. Nous sommes restés chez mon oncle et ma tante et nous avons visité la ville à vélo. La ville est autour du lac, c’est le Lac Léman, et elle a des champs tout autour. Le lac a un pont que nous avons traversé à pied le mardi. Les monuments sont magnifiques et l’architecture est belle. Le mercredi, nous avons visité le bâtiment de l’ONU avec tous ses drapeaux.

Le siège de l’ONU, à Genève

Page 12: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 12 B A B E L

CONTRE LA DISCRIMINATION ET LE HARCÈLEMENT

Vasco Bizarro, nº 20, 9º 4ª [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Je pense que le harcèlement est fait par des personnes

qui ont besoin de critiquer et agresser les autres pour se

sentir mieux.

À mon avis, les victimes de harcèlement ne devraient pas

avoir peur, elles devraient ignorer les insultes et les me-

naces et elles ne devraient pas se laisser faire.

Le harcèlement à l’école est cruel et inacceptable. Si

vous connaissez quelqu’un qui est victime de harcèlement,

essayez de l’aider. Il faut réagir et prévenir un adulte.

Madalena Pinto, nº 13, 9º 4ª [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

les jeunes exercent sur leurs copains qui ont une nationalité différente. Les victimes du racisme réagissent mal, se renfer-ment sur elles-mêmes, et ne parlent pas avec les autres. C’est une situation terrible et on doit aider les victimes à lutter contre les discriminations. On peut faire des activités avec nos copains de différentes nationalités pour connaître leurs origines et parler avec eux sur leurs problèmes.

Rita Moreira, nº 18, 9º 4ª [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Dans le collège, il y a différentes situations de discrimina-tion et de harcèlement, mais toutes sont également cruelles et inacceptables. Je pense que c’est horrible parce que les agressions physiques et psychologiques sont très fortes et laissent des marques sur les victimes pour toute leur vie. Normalement, les agresseurs ont été victimes de harcèle-ment ou ils ont des problèmes d’estime de soi et de con-fiance, alors ils se vengent sur les moins forts. Une situation est le racisme, une forme de violence que

taires des autres, affirmer avec force ses origines, parler avec un professeur et expliquer aux agresseurs que ce n’est pas correct de se moquer de quelqu'un en raison de son origine ou en raison de sa peau.

Vasco Bizarro, nº 20, 9º 4ª

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Je pense que ce n'est pas correct d'agresser et de faire la discrimination de quelqu'un qui a une différente couleur de peau ou une différente origine. Personnellement, pour moi, l'école devrait être multicul-turelle et devrait aussi accepter les immigrés. Pour ne pas se laisser faire, on peut ignorer les commen-

I N T E R V I E W I n t e r v i e w à l ’ a c t r i c e e t c h a n t e u s e L o u a n e E m e r a

Journaliste: Bonjour, Louane. Comment allez-vous? Louane: Bien, merci, et vous? Journaliste: Bien, merci. Louane n’est pas votre vrai nom. Quel est votre vrai nom? Louane: Anne Peichert. Journaliste: Vous êtes française, n'est-ce pas? Où êtes-vous née? Louane: À Hénin-Beaumont, Pas de Calais. Journaliste: Quand êtes-vous née? Louane: Je suis née le 26 novembre 1996. Journaliste: À quel âge avez-vous commencé à chanter? Louane: J’ai commencé à chanter à l’âge de douze ans, dans le programme l’École des Stars. Journaliste: Quel est le style musical que vous chantez? Louane: Surtout pop, mais aussi rock alternatif et indie pop. Journaliste: Vous avez lancé votre premier album cette année, c’est vrai? Comment s’appelle-t-il? Louane: Oui, c’est vrai. L’album s’appelle Chambre 12. Journaliste: Quelles sont vos chansons préférées? Louane: C’est la chanson Habits (Stay High), de Tove Lo, et les chansons du disque Settle, de Disclosure. Journaliste: Qui sont vos artistes préférés? Louane: John Travolta et Patrick Bruel. Journaliste: Est-ce que vous avez reçu des prix? Louane: Oui, mais seulement pour mon travail comme actrice, le Prix Lumière et le César du meilleur espoir féminin, pour mon rôle dans le film La Famille Bélier.

Rita Moreira, nº 18, e Vasco Bizarro, nº 20, 9º 4ª [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Fonte: google.imagens

Page 13: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 13 B A B E L

V I S I T E À I LU S T R A R T E 2 0 1 6

tout le monde peut construire son caractère et choisir ses

caractéristiques. Avec un crayon, un homme dessine sa tête

et exprime son état d’esprit.

À mon avis, cette illustration critique la société de nos

jours et l’absence de différenciation. Je pense que la tech-

nique mixte utilisée met en évidence l’innovation et la créa-

tivité de Serge Bloch.

João Carita, nº 9, 9º 2ª

[Supervisão: Dr.ª Maria da Paz Vieira]

J’ai choisi cette illus-

tration de Serge Bloch,

parce que je trouve

qu’elle est simple et très

créative.

Cette illustration nous

montre que nous pou-

vons être les auteurs de

notre personnalité, que

des gens qui réalisent différentes actions. À gauche, il y a un

petit lac, avec la statue d’un animal placée au centre.

L’illustratrice utilise des formes géométriques, surtout

des carrés et des rectangles. Les couleurs prédominantes

sont les couleurs pastel.

C’est une belle illustration, complexe, colorée, originale

et avec beaucoup de détails intéressants. Elle donne une

impression de mouvement et de joie!

Mariana Galhanas, nº 11, 9º 2ª

[Supervisão: Dr.ª Maria da Paz Vieira]

Je vais vous

présenter

l’illustration de

Violeta Lópiz

qui se trouve

dans le livre

"Amigos do

Peito".

Elle illustre

la place d’une ville où il y a une grande variété de maisons et

http://www.ilustrarte.net/PT/ilustrarte2016/ilustrarte16.htm

T E X T E S D E S C R I P T I F S / D ’ O P I N I O N

de leur amour produit des carrés de couleurs vives. Les cou-

leurs éclatantes attirent notre attention.

C’est une belle illustration qui donne une impression de

liberté et de victoire de l’amour. Cette illustration est un

hommage aux Français qui ont été victimes d’un attentat

terroriste en 2015, en France.

Raquel Ventura, nº 16, 9º 2ª

[Supervisão: Dr.ª Maria da Paz Vieira]

J’ai choisi cette illus-

tration de Serge Bloch

qui s’appelle "Paris sera

toujours Paris".

Cette illustration re-

présente un homme et

une femme qui sont des

anges avec des ailes do-

rées et bleues. Ils sont

amoureux et l’expression

Fonte: google.imagens / catálogo Ilustrarte’16

Fonte: google.imagens / catálogo Ilustrarte’16

Fonte: google.imagens / catálogo Ilustrarte’16

Page 14: Revista Babel - número 13

V I S I T E À I LU S T R A R T E 2 0 1 6

Cette illustration de Serge Bloch représente une scène familiale. On peut voir un homme qui offre un bouquet de fleurs à une femme. Les lignes sont simples, mais il y a un contraste entre les personnages et les fleurs qui sont colorées. On met en évidence les formes et les couleurs des fleurs, au centre de l’illustration. Sur la main droite de l’homme, il porte une batte de baseball. Il veut s’amuser, mais, avant, il exprime son amour. Je pense que cet homme adore cette femme, pourtant elle n’est pas très enthousiasmée, elle n’est pas très satis-faite. L’illustration donne une impression de calme et de gé-nérosité. Elle est simple, mais il y a des détails intéressants.

Rasmi Ranabhat, nº 17, 9º 2ª [Supervisão: Dr.ª Maria da Paz Vieira]

B A B E L Página 14 B A B E L

L’illustration "Monsieur Fifo", de Matteo Pagani, présente une autruche, comme une personne, en d’autres termes, une autruche comme si c’était une personne. La technique utilisée dans cette illus-tration est une technique mixte. Les couleurs utilisées, comme le noir, blanc, rose et la couleur or, sont des couleurs froides, lumi-neuses et vives. Les formes sont

simples et légères. Pour moi, cette illustration présente d’une forme carica-turale un animal avec des vêtements humains. À mon avis, cette illustration démontre le côté sauvage de l’être humain. J’ai aimé cette illustration parce qu’elle est amusante et j’admire les techniques utilisées et les formes simples.

Filipa Cruz, nº 11, 9º 3ª [Supervisão: Dr.ª Sónia Dias]

Les illustrations "Capuchinho Vermelho Operação I, II e III", d’Emmanuelle Bastien, utilisent la technique des tampons. Une maison peut être une partie d’un monstre, un panier devient un casque. Cela montre qu’une chose a plusieurs utilisa-tions. Il y a des couleurs simples : bleu, noir et rouge. Et des formes simples aussi, qui for-ment alors des objets plus com-plexes. Je pense que cette illustration prouve qu’il n’est pas nécessaire de dessiner quelque chose de compliqué pour créer quelque chose de beau. Ce sont des illustrations simples mais belles et l’idée est géniale.

João Silva, nº 14, 9º 3ª

[Supervisão: Dr.ª Sónia Dias]

l’extérieur.

À mon avis, l’illustration est

simple et réelle. Elle donne une

impression de calme.

J’aime bien cette illustration

car l’illustratrice a tout fait

avec des feutres et l’image

montre un sol et un mur avec

des formes géométriques et

cela m’impressionne.

Maria Bonito, nº 16, 9º 3ª

[Supervisão: Dr.ª Sónia Dias]

Dans l’illustration

“Bruaá” (“Amigos do Peito”),

Violeta Lópiz utilise des feutres.

On peut y voir un jardin avec

des personnes, un kiosque avec

une esplanade et il y a un pal-

mier. Le sol du jardin est dessi-

né avec des lignes rectangu-

laires et obliques et le mur est

dessiné avec des rectangles.

Je pense que cette illustra-

tion est un belvédère parce que

les personnes sont à côté de la barrière et elles regardent

T E X T E S D E S C R I P T I F S / D ’ O P I N I O N

Fonte: google.imagens / catálogo Ilustrarte’16

Fonte: google.imagens / catálogo Ilustrarte’16

Fonte: google.imagens / catálogo Ilustrarte’16

Page 15: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 15 B A B E L

V I S I T E À I LU S T R A R T E 2 0 1 6

L’illustration “Curiosa II” de Sandra Rilova, qui utilise la

technique mixte, représente une scène à la forêt.

Au premier plan, nous pouvons voir un enfant, il res-

semble à une fille. Cette

fille est très petite, elle

porte un manteau rouge

avec un capuchon. À côté

de la fille, il y a une ombre

géante. À l’arrière-plan, on

voit un énorme loup noir

avec des dents pointues. À

côté de ce loup, il y a beau-

coup d’ombres ; ces

ombres ont différentes

tailles, mais toutes sem-

blent des loups.

Les lignes sont simples, mais il y a un contraste entre la

fille et le reste de l’illustration, parce que la fille est le seul

élément qui a une couleur différente. À mon avis, cette illus-

tration est très belle et originale, mais elle est aussi un peu

sinistre.

Madalena Pinto, nº 13, 9º4ª [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

L’illustration “Curiosa I”, de Sandra Rilova, représente

une scène dans la forêt, basée sur l’histoire “Le Petit Chape-

ron Rouge”.

Au premier plan, nous

pouvons voir un grand loup

qui se cache derrière un

arbre et observe une fille,

qui fuit l’image.

À l’arrière-plan, on voit

une maison avec la porte

entrouverte, indiquant que

la petite fille l’avait quittée,

et on peut voir aussi de

grands arbres. Les lignes

sont simples et tout le des-

sin est sombre, avec des ombres. Seulement le manteau

rouge de la fille contraste.

La technique est mixte et l’artiste utilise le crayon gra-

phite avec le collage. À mon avis, ce dessin est simple, diffé-

rent et très original. Je l’aime bien.

Salomé Gonçalves, nº 19, 9º 4ª [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

T E X T E S D E S C R I P T I F S / D ’ O P I N I O N

Je vais parler

d’une illustration du

livre DEMAIN dont

l’auteure est Louise

Mézel. Pour faire

cette image,

l’auteure a utilisé

une technique

mixte.

Dans l’illustra-

tion, il y a des

formes abstraites,

mais simples et des couleurs lumineuses. L’image repré-

sente le paysage d’un jardin et une personne qui observe les

belles fleurs et qui se promène entre les plantes. L’illustra-

tion donne une impression de calme, de joie.

À mon avis, le trait est libre, l’image a un jeu de couleurs

original et transmet du mouvement. J’aime beaucoup cette

illustration.

Rita Moreira, nº 18, 9º 4ª

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

L’illustration “Ils

peuvent rêver les

yeux grands ou-

verts", de Miguel

Tanco, représente

une scène à l’inté-

rieur d’une

chambre.

Au premier plan, nous pouvons voir un homme qui fait la

peinture d’un petit garçon sur un cheval à bâton. L’homme

peint le garçon comme s’il était monté sur un cheval réel. À

l’arrière-plan, on voit l’enfant qui joue avec son cheval à

bâton.

Les lignes sont très nettes et il y a peu de couleur, l’illus-

tration est essentiellement noire, blanche et jaune.

La peinture de l’homme nous donne une sensation de

fantaisie. Toute l’illustration transmet une impression amu-

sante.

À mon avis, c’est une belle illustration qui explique la

possibilité d’imaginer.

Vasco Bizarro, nº 20, 9º 4ª [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Fon

te:

goo

gle.

imag

ens

/ ca

tálo

goIlu

stra

rte’

16

Fon

te:

goo

gle.

imag

ens

/ ca

tálo

goIlu

stra

rte’

16

Fonte: google.imagens / catálogo Ilustrarte’16

Fonte: google.imagens / catálogo Ilustrarte’16

Page 16: Revista Babel - número 13

V I S I T E À I LU S T R A R T E 2 0 1 6

B A B E L Página 16 B A B E L

T E X T E S D E S C R I P T I F S / D ’ O P I N I O N

L’auteur de cette illustration s’ap-pelle Violeta Lópiz et elle a gagné le pre-mier prix au concours d’illustration Ilustrarte 16, avec le livre Amigos do Peito. Violeta a passé une saison au Portu-gal et elle a trouvé l’inspiration dans les rues de Lisbonne pour faire cette illus-tration. Elle a seulement utilisé des crayons de couleur et elle a tracé des lignes. Elle a aussi utilisé des couleurs vives comme le bleu clair et le rouge. Dans cette image je vois des formes rectangulaires et je vois aussi des personnes en hâte et des personnes tran-quilles dans leurs maisons. Je pense que cette illustration représente la vie de tous les jours : une dame secoue le ta-pis, quelques personnes montent l’escalier et dans l’im-meuble bleu une personne fait de l’exercice physique. En général, cette illustration donne une impression de mouve-ment. J’ai choisi cette illustration parce qu’elle est très belle et différente.

Luana Fernandes, nº 16, 9º 5ª [Supervisão: Dr.ª Célia Alves]

L’auteur de la peinture est Violeta

Lópiz et la technique utilisée dans cette

illustration est le feutre.

Dans l’image on voit au premier plan,

à droite, quelques immeubles avec des

formes géométriques comme le rec-

tangle, le carré et le triangle, et à gauche

on voit des personnes qui montent et

descendent les escaliers.

Quand nous regardons cette image superficiellement il

nous semble voir seulement des maisons mais quand on

l’observe mieux on voit qu’il s’agit d’une ville où chaque

personne a une activité.

C’est une image intéressante et originale qui m’apporte

de la joie et du calme et une impression de liberté.

Rúben Grenho, nº 20, 9º 5ª [Supervisão: Dr.ª Célia Alves]

Fonte: google.imagens / catálogo Ilustrarte’16

T E X T E S N A R R A T I F S

dé de vivre dans une résidence étudiante car c’était moins

cher. Elle y a fait plusieurs amis. Comme Marie aimait cuisi-

ner, elle passait les journées à faire des gâteaux pour ses

amis.

Un jour, après avoir été longtemps à la recherche d’un

emploi, elle l’a obtenu.

Marie a commencé à travailler dans un bar près du parc,

où elle vendait les gâteaux et les biscuits qu’elle faisait. Elle

avait beaucoup de clients.

Marie a compris que c’était trop tôt pour ouvrir son

propre restaurant. Du moins, elle faisait ce qu’elle aimait.

Autrement dit, elle n’a pas abandonné son rêve.

Cláudia Esteves, nº 8, 10º LH [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

La première aventure

Il était une fois une fille calme, indépendante et qui ai-

mait cuisiner. Son nom était Marie.

Marie vivait avec ses parents dans une petite ville dans le

sud de la France et son rêve était d’ouvrir un restaurant.

Après avoir terminé ses études, un matin, elle a décidé

de quitter la ville où elle vivait, à la recherche d’une vie meil-

leure.

Avec l’argent qu’elle avait économisé, elle a loué un petit

appartement. Mais au fil du temps, les difficultés ont com-

mencé à surgir. Marie ne trouvait pas un emploi et n’arrive-

rait même pas à gérer sa propre affaire. Gênée de rentrer

chez ses parents ou de leur demander de l’aide, elle a déci-

Illustrations de Verena Hochleitner (Autriche), dans Der verliebte koch (Le cuisinier amoureux)

Page 17: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 17 B A B E L

V I S I T E À I LU S T R A R T E 2 0 1 6 T E X T E S N A R R A T I F S

fois Fou était préparé et avec

un seul "clic" il a immobilisé

Étoile. Tout semblait perdu,

mais dans une histoire comme

celle-ci, l’héroïne ne peut pas

perdre.

Avec un peu de magie, des

mots qui transmettent de la

force et un peu de notre Étoile

agressive, elle a dérouté Fou et

a éliminé le nuage noir. Elle a fait tout ça en moins de cinq

minutes. Après s’être transformée en Chloé, elle est allée à

l’école, mais… elle était en retard.

Bien, vu que Chloé (ou Étoile) a de nouveau sauvé Paris

en temps record, elle peut faire tout ce qu’elle aime sans

avoir affaire à Fou pour la distraire. On attend qu’elle arrive

tôt à l’école demain.

Dullier Correia, nº 11, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

L’étoile de Paris

Chloé était une fille normale, elle allait à l’école, elle ai-

mait sortir avec ses amis. Elle était belle et très intelligente,

mais elle gardait un secret : en plus d’être Chloé, elle était

aussi Étoile, une super-héroïne qui protégeait la ville de Pa-

ris.

Tous les jours, Chloé faisait son chemin jusqu’à l’école,

mais ce jour-là quelque chose d’étrange est arrivé. Un grand

nuage noir a couvert le ciel et ce n’était pas un nuage de

pluie, c’était plus que cela.

Rapidement, Chloé s’est cachée derrière un arbre et est

devenue Étoile, et puis elle est allée voir le nuage. Elle de-

vait faire cela rapidement car les cours commenceraient

dans dix minutes. En d’autres termes, Étoile avait dix mi-

nutes pour sauver Paris.

Quand elle est arrivée au nuage, elle a rencontré Fou, un

homme méchant qui était toujours désagréable avec Étoile.

Cet homme n’était pas un rival pour Étoile, cependant, cette

Illu

stra

tio

n d

’Ingr

id G

od

on

(B

elgi

qu

e), d

ans

Je

pen

se

histoires typiques autour du feu. Après tout ça, ils se sont

endormis. Au milieu de la nuit, Marie a été réveillée par un

bruit étrange, elle a regardé et personne n’était là. Marie

était super effrayée et elle ne savait pas où ses amis étaient.

Les bruits étaient de plus en plus forts et n’arrêtaient pas,

d’aucune manière. La fille a crié jusqu’à ce qu’elle com-

mence à écouter des rires. C’étaient ses amis, tout ça était

une tromperie, les soi-disant amis voulaient seulement se

moquer d’elle. Immédiatement, elle est sortie de là, en pleu-

rant, avec des millions de pensées.

Bref, Marie continue toute seule, mais elle espère un

jour trouver de vrais amis.

Sara Alves, nº 26, 10º LH [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

La fille qui n’avait pas d’amis

Il était une fois une fille qui s’appelait Marie, elle avait 16

ans, c’était une lycéenne très, très timide. Dû à sa personna-

lité, Marie n’a jamais eu beaucoup d’amis et ceux qu’elle

avait étaient seulement avec elle parce qu’elle était une très

bonne élève, et ainsi elle faisait leurs devoirs ou les laissait

copier pendant les contrôles écrits. Marie en avait assez de

ça, elle voulait trouver des amis qui l’aimaient pour ce

qu’elle était, même avec sa personnalité timide.

Un jour, un groupe d’élèves est allé parler avec elle, ce

groupe était "les populaires" de l’école. Marie a seulement

pensé "Qu’est-ce qu’ils veulent ?", elle croyait qu’ils

n’avaient pas d’importance et qu’ils voulaient seulement

être populaires. À ce moment-là, pendant qu’elle réfléchis-

sait et dès qu’ils ont commencé à lui parler, Marie a rapide-

ment changé son opinion. Ils ont été super sympathiques,

Marie était surprise et elle a pensé que, finalement, elle

avait découvert de vrais amis.

Deux jours plus tard, le groupe a invité Marie à faire un

campement ce week-end, Marie a immédiatement dit "oui".

Elle rayonnait de bonheur, finalement, elle avait une amitié

qui ne voulait rien en retour. Le jour du campement est arri-

vé, le groupe et Marie sont arrivés et ils ont commencé à

monter la tente, après, ils ont mangé et ils ont raconté les

Illu

stra

tio

n d

e C

arm

en S

ego

via

(Esp

agn

e), d

ans

Len

-

gu

a d

e La

va (

Lan

gu

e d

e la

ve)

Page 18: Revista Babel - número 13

Ma famille est

une famille très

amusante, nous

plaisantons tous

les jours, nous

mangeons au res-

taurant tous les

jeudis et nous choi-

sissons un restaurant différent, mais nous avons aussi des

disputes. Nous discutons sur des sujets stupides.

J’aime ma famille, c’est ma famille idéale, je ne choisi-

rais pas d’autre famille. Nous nous entendons très bien.

Mon frère a six ans, il aime le sport et il aime jouer avec

moi. Il est intelligent, aventurier et généreux. J’aime mon

frère parce qu’il me fait rire. Je l’aide avec ses problèmes et

je prends soin de lui.

Inês Francisco, nº 13, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

RAPPORTS EN FAMILLE ET ENTRE AMIS

B A B E L Página 18 B A B E L

E n f a m i l l e Ma famille est recomposée. Ma mère est mariée avec

mon père, mais ma sœur, Joana, n’est pas la fille de mon

père. Nous sommes une famille qui se respecte, même

quand il y a des disputes. Ma sœur et moi, nous nous dispu-

tons beaucoup, car je suis jalouse quand ma mère lui donne

toute l’attention ou quand elle fait quelque chose que je

déteste, mais je l’adore. Elle est travailleuse et amusante.

J’adore toute ma famille, même avec toutes les dis-

putes, et pour moi, la meilleure famille est la mienne.

Maria Ferreira, nº 17, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Ma famille et moi, nous sommes très proches et je peux dire que j’ai de bons rapports avec tous. J’habite avec ma mère, mon père et mon frère. Ma rela-tion avec mes parents est comme dans une famille nor-male, nous nous disputons et mes parents me raisonnent quand il le faut. Je comprends parce qu’ils veulent faire de moi une meilleure personne. Avec mon frère, c’est différent. Il s’appelle Ricardo, il a 22 ans et même avec notre différence d’âge, il est mon meilleur ami, je sens que je peux lui parler de tout, il donne les meilleurs conseils. Évidemment, parfois nous nous dis-putons, mais je pense que tous les frères et sœurs le font. Il est très important pour moi et je ne pouvais pas demander mieux.

Sara Alves, nº 26, 10º LH [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Ma famille est petite, il y a cinq personnes, ma mère,

mes grands-parents, mon oncle et moi! Comme nous

sommes une petite famille, nous sommes proches et nous

nous faisons confiance. Mais comme toutes les familles,

nous avons nos disputes et conflits.

Ma grand-mère s’appelle Gordana et elle est un bon

exemple de la confiance qui existe dans ma famille. Je la

choisis parce que sa personnalité est intéressante pour moi,

elle est aventureuse et hyperactive, elle est incapable de

rester assise. Je la respecte beaucoup, non seulement

comme ma grand-mère mais comme une personne.

En conclusion, nous sommes proches et même si de

temps en temps il y a un conflit ou deux, il n’y a pas de fa-

mille parfaite.

Tara Mejia, nº 28, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Fonte: google.imagens

E n t r e a m i s

Pour moi, un vrai ami

est celui qui me donne

des conseils et même

me fait des reproches,

m’écoute et m’aide en

cas de besoin, par

exemple, quand j’ai un

problème. C’est quelqu’un qui est honnête et est toujours

présent. Il est aussi une personne avec qui je passe de bons

moments et qui m’accepte comme je suis.

Cláudia Esteves, nº 8, 10º LH [Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Fonte: google.imagens

Quand je suis avec un groupe d'amis, je cherche à m'intégrer, je tente de parler des mêmes sujets dont ils parlent et j'ai remarqué que je suis fréquemment la per-sonne qui parle le plus dans le groupe. Je cherche toujours à trouver de nouveaux sujets pour discuter et à faire rire les personnes; je ne suis pas la personne la plus calme dans le groupe. Je pense que dans un sens, je suis une personne comme les personnes de mon groupe (une copie des autres) parce que nous avons des personnalités similaires et les mêmes goûts, ce qui explique pourquoi nous sommes un groupe. Mais je suis différente des autres, nous sommes tous diffé-rents, ce qui est bon parce que chaque personne a un rôle différent dans le groupe. À mon avis, pour me sentir bien dans le groupe, je dois être moi-même, car un groupe n’est un groupe que si les

membres vous acceptent comme vous êtes. Un groupe d’amis fidèles est comme une deuxième fa-mille.

Tara Mejia, nº 28, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Page 19: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 19 B A B E L

Taureau (du 21 avril au 21 mai)

Pour commencer l’année 2016, vous vous sentirez nerveux

parce que 2015 a laissé des traces. Vous aurez des mo-

ments de tristesse à cause de problèmes sentimentaux.

Mais, au mois d’avril, vous aurez de bons résultats, vous

recevrez un prix de beauté et vous ferez de nouvelles ami-

tiés. Après avril, l’année 2016 sera une bonne année. En

août, vous ferez un bon voyage et vous tomberez amou-

reux d’une personne qui vous aimera aussi.

Beatriz Cunha, nº 5, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

H O R O S C O P E 2 0 1 6 Lion (du 23 juillet au 22 août)

En 2016, vous aurez des moments difficiles, mais vos amis

vous donneront de bons conseils.

Cette année, vous dépenserez beaucoup d’argent, donc

vous serez tous les jours préoccupé, vous ne pourrez pas

acheter tout ce que vous voudrez.

Pourtant, cette situation ira changer. Vous changerez de

métier et les problèmes économiques iront disparaître. À

partir de ce moment, l’année 2016 sera merveilleuse. Vous

n’aurez pas de moments de tristesse.

Dullier Correia, nº 11, e Maria Ferreira, nº 17, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Fonte: google.imagens

Fonte: google.imagens

Balance (du 24 septembre au 23 août)

Cette année, tu auras plus de situations positives que néga-

tives.

En 2016, tu auras la chance de rencontrer un grand amour

dans ta vie. Ne sois pas timide et prends des risques !Tu

auras l’opportunité de voyager pour la première fois dans

un pays exotique avec ton nouveau compagnon.

Mais il y aura aussi des moments difficiles : tu auras

quelques disputes avec ta famille et tes amis.

N’abandonne pas tes rêves. Cette année tu iras changer

beaucoup!

Adriana Aguilera, nº 1, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Sagittaire (du 23 novembre au 21 décembre)

Cette année, tu gagneras la loterie, mais tu ne devras pas

dépenser tout l’argent.

Tu auras une surprise très agréable avec l’amour !Tu feras

de nouvelles amitiés, mais tu devras faire attention parce

que tous ne seront pas tes amis.

Tu voyageras à l’étranger pour sentir de nouvelles expé-

riences.

Tu auras une proposition de travail et à partir de ce mo-

ment tu seras plus actif.

Ana Carolina Casaca, nº 2, e Cláudia Esteves, nº 8, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

P E T I T E S A N N O N C E S Jeune femme, 15 ans, généreuse, dynamique, honnête et

très jolie, cherche jeune homme malhonnête, arrogant,

infidèle, très laid, et avec une petite amie, pour un deu-

xième rapport à deux.

Adriana Aguilera, nº 1, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Jeune fille, 15 ans, américaine, heureuse, sincère et amu-

sante, cherche jeune homme, de préférence célibataire,

intelligent, fidèle et actif pour être compagnon pour la vie.

Beatriz Cunha, nº 5, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Page 20: Revista Babel - número 13

P E T I T E S A N N O N C E S

B A B E L Página 20 B A B E L

MIGRATIONS - OPEN DOORS, BE OPEN-MINDED

Femme âgée, 75 ans, embêtante, irritante et insensible,

cherche jeune homme paresseux, stupide, râleur et riche

pour une vie harmonieuse à deux.

Cláudia Esteves, nº 8, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Jeune femme, 25 ans, très occupée, équilibrée, un peu

égoïste et parfois froide, cherche jeune homme fort, beau

et sensible, comme compagnon pour vie à deux, en été, en

hiver et à la Saint-Valentin.

Dullier Correia, nº 11, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Jeune fille, 21 ans, belle, mariée, infidèle, gentille et extro-

vertie, cherche vieil homme célibataire, fidèle, stupide et

riche pour les week-ends.

Maria Ferreira, nº 17, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Jeune femme, 21 ans, déséquilibrée, infidèle, menteuse,

mais très honnête, cherche jeune homme célibataire ou

marié, équilibré, riche et fameux pour avoir un rapport

calme.

Sarah Maciel, nº 27, 10º LH

[Supervisão: Dr.ª Inácia Pereira]

Br ea k wa l l s o f pr e ju d ice a n d d i scr imin a t ion a ga in st t h e ot h er

In recent years, the immigrant population, especially from

Asia, Africa and Brazil, has been growing significantly in the

surrounding neighborhoods of our school, contributing to a

great social change and a cultural and linguistic diversity.

Gil Vicente School is an example of the growing multicul-

turalism in Lisbon.

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Most students who attend Gil Vicente School have Por-tuguese nationality, but about 20% come from foreign countries. Having a foreign nationality does not necessarily mean that these students don’t speak Portuguese. Howev-er, it is very significant the learning and integration difficul-ties they have to overcome. Although many students come from the PALOP (countries whose official language is Portu-guese), the great part of students have serious difficulties in the domain of the Portuguese language, written and spo-ken. And that's why many of these students end up feeling not well integrated and have a negative attitude towards the Portuguese school. We think the following measures are very important: All students who don’t speak Portuguese as their first language should have the necessary support to their lin-guistic integration; not only extracurricular classes but also support by Portuguese students who could monitor groups of foreign colleagues by providing them a better integration into school life and study support; We should learn more about traditions and cultures of all countries and nationalities present among the students of our school. We should spread our culture and invite our colleagues from different cultures to share our customs and exchange

views on life. Being a foreigner in a school is not easy; there is a new culture, language and learning to discover. We still have a lot to do and discover about integrating foreign students. We all have an important role in the inclusion of new stu-dents and it is our duty to make the school a better place every day. All of us, students, teachers and all the school communi-ty should contribute to the inclusion of foreign students and help them feel a sense of belonging at school and help them to overcome the obstacles they face in succeeding at school and building a new life.

Marta Alves, nº 14, e Rodrigo Carvalho, nº 18, 11º LH [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Page 21: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 21 B A B E L

MIGRATIONS - OPEN DOORS, BE OPEN-MINDED Br ea k wa l l s o f pr e ju d ice a n d d i scr imin a t ion a ga in st t h e ot h er

Fon

te:

goo

gle.

imag

ens

“…the share of disadvantaged students who perform

among the top quarter of all students who participated in

PISA is larger among immigrant students than among non-

immigrant students. These highly motivated students, who

managed to overcome the double disadvantage of poverty

and an immigrant background, have the potential to make

exceptional contributions to their host countries.”

http://www.oecd.org/education/Helping-immigrant-students-to-

succeed-at-school-and-beyond

M e e t y o u n g i m m i g r a n t s

We study at Gil Vicente School, Lisbon. Our class is

10GI.We are twenty eight students from 14 to 18 years old.

Some of us are not Portuguese and come from different

continents, different countries: India, Bangladesh, Nepal,

Cape Vert, Philippines, Brazil and Ukraine. Some can’t speak

Portuguese yet but are trying hard. We all expect to learn a

lot with each other and about different cultures. We are a

multicultural class! We want to share our experiences with

one another!

We are studying computer programming basically but

we also have other subjects: English, Portuguese, Physical

Education, Math and Chemistry.

This is a short presentation. Now let’s get to know

better some of us!

10º GI [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Fon

te:

goo

gle.

imag

ens

here on plane .When we landed at Portugal airport I was like wow it’s so big and I was really happy. I also felt scared and excited, all at the same time!

My brother Dipson is 10 year old and we both go to public school. I love to go to school because I have many friends at school. I am in tenth grade now. I like the English subject very much.

NAME: Ayusha AGE: 16 GRADE: 10º CURRENT HOME: Lisbon PLACE OF ORIGIN: Nepal

Hi friends! My name is Ayusha. I am 16 years old and I

was born in Nepal, the country of Himalaya and the birth-place of Gautama Buddha. We all moved to Portugal Lisbon three months ago. My mother, father, brother and I flew

Page 22: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 22 B A B E L

MIGRATIONS - OPEN DOORS, BE OPEN-MINDED M e e t y o u n g I m m I g r a n t s

of the most celebrated festivals in Nepal. Mandap is the art

of drawing designs on the ground using brightly colored rice

powder and we used to fill different colors in design. It is

the sign that we are welcoming Laxmi, the goddess of

wealth, fortune and prosperity, in our home.

Even though we live in Portugal, we still eat Nepali food.

My favorite Nepali food is momo and, you know friends, I

also have my favourite food here in Portugal and its name is

pastel de nata!

https://www.google.pt/search?q=tihar+festival+nepall

Ayusha Shrestha, nº 31, 10º GI [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Our house at

Nepal was differ-

ent. We had

three bedrooms

and a kitchen but

here we have

only one bed-

room and a kitchen. Also the roads are different; here roads

are so smooth but in Nepal they are sometimes made of

stones. Nepal’s roads used to be crowded by people but

here they are crowded with cars instead. We used to draw

mandap outside the gate at our home in Tihar, which is one

Fonte: google.imagens

was hard, I enjoyed. I go to school and I am at 10th grade. My Portuguese friends and teachers help me a lot. The people here are friendly and I have a lot of Ne-pali friends in my school. In Nepal we used to celebrate Dashain, Tihar but here people use to celebrate Halloween and Carnival. Things are different in Nepal and Portu-gal. The holidays are different. Even though we live in Portugal we still eat Nepali food. Although everything is different from Nepal, I enjoy living in Portugal. But I hope for the day when I can visit Nepal.

Kristi Thapa, nº 19, 10º GI

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

NAME: Kristi AGE: 16 GRADE: 10º CURRENT HOME: Lisbon PLACE OF ORIGIN: Nepal

My name is Kristi. I am 16 years old and I was born in Nepal where the highest point on Earth, Mount Everest, is located. I lived all my life in Nepal. I moved to Lisbon, Portu-gal two years ago because my parents work and live in Por-tugal. In Portugal, I was worried, excited and happy at the same time. Leaving motherland and moving to Portugal was the hardest decision. I still miss my family, cousin, school friends, teachers and grandparents. I still keep in touch with them through social media. The culture, traditions, food and houses of Portugal are totally different from Nepal. It was so hard my first day of school because everything was in Portuguese and I didn’t know what they were talking about. Learning the Portu-guese language was the hardest thing for me. Although it

Fon

te:

goo

gle.

imag

ens

NAME: Darwin Gualberto AGE: 17 GRADE: 10º

CURRENT HOME: Lisbon PLACE OF ORIGIN: Phillippines

My friend Darwin is from Philippines. He

is seventeen years old and he has got a big

family: his parents and three brothers.

Six years ago he came to Portugal in

order to study and have a better life. He

likes the monuments and going for long

walks. He likes to explore Monsanto. He

also loves playing computer games and

playing basketball. He hates talking too

much and he prefers to be alone than in the middle of

many people.

He likes living here but he also feels homesick. He says “I

miss my culture, gastronomy and the way we treat people”.

Eduardo Grilo, nº 8, 10º GI

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

NAME: Sonia Akter (16) Sharmin Akter (18)

GRADE: 10º CURRENT HOME: Lisbon PLACE OF

ORIGIN: Bangladesh

Sonia Akter, 16, and Sharmin Akter, 18,

are sisters. They are from Bangladesh, Dha-

ka.

They came to Portugal in search of a

better life; their father came first and works

in a restaurant in Bairro Alto.

They love the sea and the weather in

Portugal. They don´t speak Portuguese yet

but are l learning. They are making a great effort to over-

come the language barrier.

Sonia and Sharmin feel very happy.

Mauro Amado, nº 23, e Paulo Abrantes, nº 26, 10º GI

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Page 23: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 23 B A B E L

MIGRATIONS - OPEN DOORS, BE OPEN-MINDED

just like my family. Now I'm sixteen years old and I'm glad to say that I still talk with some people that I met when I was seven. I really think that knowing people was a big step for me because made me talk more and more. And look at me now. Most of people think that I was born here, in Portugal. I have great friends, I live with my parents and I couldn’t be happier.

Alexandra Craivanu, nº 1, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

NAME: Alexandra Craivanu AGE: 15 GRADE: 10º CURRENT HOME: Lisbon PLACE OF ORIGIN: Romania

I came to Portugal when I was seven years old. At the beginning it was a little bit difficult to adapt myself because I didn't know how to speak Portuguese. But as I was just a little girl it was easier for me to learn the language. I think that maybe the friends I made were very important for my integration here because they have always supported me,

very much because I don’t have many friends yet. The Por-tuguese are more introverted and the Brazilian are very extroverted. I’m 15 years old and I really miss my friends in Brazil, my family and my dog. I hope to make a lot of friends here because I want to be very happy in Portugal.

Giovanna Monte, nº 11ºLH

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

NAME: Giovanna Monte AGE: 15 GRADE: 11º CURRENT HOME: Lisbon PLACE OF ORIGIN: Recife, Brazil

I am Giovanna Monte. I moved from Recife, Brazil to Lisbon, Portugal. I came with my parents and my brothers. I arrived three months ago. It was winter and very cold; in Brazil it was very hot. When we landed at Lisbon airport I felt very happy. Now I attend a Portuguese school. I don´t like school

Fonte: google.imagens

M e e t y o u n g I m m I g r a n t s

I like Portugal because it’s a beautiful country, the food is very good and the Portuguese people are friendly and helpful, they have a great enthusiasm and always a smile. I do respect this country.

https://en.wikipedia.org/wiki/ Twelvedish_Christmas_Eve_supper

Yehor Zakharov, nº 30, 10º GI [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

NAME: Yehor AGE: 16 GRADE: 10º CURRENT HOME: Lisbon PLACE OF ORIGIN: Ukraine

I am Yehor from Ukraine. I am sixteen years old. I love playing computer games and playing the guitar. I also like to go to the gym. I don’t like noisy people and the prob-lems they bring. I came to Portugal in 2014 because of the war on the east of my country. Sometimes I miss my home, friends and our traditional celebrations. According to the Orthodox Church, we cele-brate Christmas on 7th January. We eat a 12-dish supper. At Christmas children and young people go to different houses and sing Christmas songs. It’s the most important celebra-tion of the year. There isn’t anywhere such an amazing cel-ebration as the Ukrainian Christmas, and we are very proud of it!

Fonte: google.imagens

Page 24: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 24 B A B E L

MIGRATIONS - OPEN DOORS, BE OPEN-MINDED F a m o u s m i g r a n t s a r o u n d t h e w o r l d

Arnold Schwarzenegger was born in Austria in 1947. In his 20s, after winning the bodybuilding title Mr. Universe, he moved to the USA. He then graduated from the Univer-sity of Wisconsin. When he decided to end his bodybuilding career, he became a movie star and started in movies such as “The Terminator” trilogy and “Conan the Barbarian”. He’s today considered a famous personality not just because of this bodybuilding career but also because of his political life. He was elected the 38th governor of California in 2003 and was reelected in 2006. This man is an amazing inspiration of what hard work and dedication do for us. If he didn’t work hard for his dreams and didn’t make sacrifices to achieve them, he wouldn’t be as successful as he is today. He moved to the U.S to make his dreams come true and he did it.

Daniel Fonseca, nº 8, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

António Damásio is a Portuguese neuroscientist that studies the brain and human emotions. He is a graduate of the University of Lisbon Medical School. Now he is a Professor of Neuroscience at the University of Southern California (USA). He studies the neurobiology of human behavior and investigates the brain areas responsible for decision-making and conduct. After observing behavior of hundreds of pa-tients with lesions in the prefrontal cortex, he concluded that while the intellectual capacity remained intact, these patients had constant change of social behavior and inabil-ity to respect the social rules. His studies are based in the area called cognitive science, they are very important for the comprehension of brain bases of memory and lan-guage.

Charlize Theron was born on 7 August 1975 in Benoni (South Africa). She became a U.S. citizen in 2007, although she remains with her South African nationality. She first started her career with dancing (mostly ballet), then modelling. At the age of 16she won a modelling con-tract and moved to Milan (Italy). After that she moved New York City (USA) to attend the Joffrey Ballet School. Unfortu-nately, after a knee injury her dancing career ended. At the age of 19, she moved to Los Angeles to work in the film industry. After several months in the city, she made her opening film with a non-speaking role in a horror. A year later she made her first speaking role in Two Days in The Valley. Her first long role was The Devil’s Advocate (a huge suc-cess). Since she first started in the filming industry, she has done more than 38 movies (Aeon Fluz, Hancock, The Italian Job and Snow White and the Hunstman, etc.) She is also very passionate about activism. She created in 2007 The Charlize Theron Africa Outreach Project (CTAOP), which is a project that supports African youth in the fight against HIV/AIDS. She was named a United Na-tions Messenger of Peace, in 2008. She also defends ani-mals’ rights and is an active member of PETA. Apart from all of this, she also supports same-sex marriage and is in-volved in women’s rights organizations. Charlize has two children, both adopted (Jackson and August). In total, she has won 42 awards (including 54 nomina-tions).

Beatriz Cardoso, nº 7, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

literature. But in 1938 he had to flee from the Nazis threat that was rising and that burned Freud’s works and books. He died in 1939, while exiled in England.

Diogo Pereira, nº 13, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Born on 6th May 1856, Sigmund Freud was an Austrian neurologist, more known as the father of psychoanalysis (psychological theories). His early life was spent in the Aus-tro-Hungarian Empire, where he and his family were living in a moderate state of poverty. In 1865, Sigmund entered a high school in Vienna, where he proved to be an outstand-ing pupil. He entered the University of Vienna in 1873 and graduated from it with a Medical Degree in 1881. He started developing psychoanalysis when he invited a woman to talk about her symptoms while under hypnosis. While she was talking in this state, her symptoms de-creased in severity. That led him to the conclusion that con-sistent and effective symptom relief could be achieved by encouraging patients to talk freely, without censoring them. He also realized that patients’ dreams could be ana-lyzed to reveal the complex structuring of unconscious mind. In 1902 Freud became a university professor. Because of this he gained prestige and followers that would later ex-pand the psychoanalytic movement throughout the world. In 1930 he received the Goethe Prize, an award given to him thanks to his contributions to psychology and German

Page 25: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 25 B A B E L

MIGRATIONS - OPEN DOORS, BE OPEN-MINDED F a m o u s m i g r a n t s a r o u n d t h e w o r l d

David Ho was born in Taiwan on 3 November 1952, but now he lives in United States of America. David Ho studied in Taiwan until the sixth year, then he went to the United States of America with his mother and his brother, they came to reunite with his father that already lived there for a few years. He graduated from California Institute of Technology and Harvard-MIT. He is a famous scientist, the first to try to understand the disease of HIV / AIDS and to try to get a drug for this disease. He is the scientific and executive di -

“Remember, remember always, that all of us, and you and I especially, are descended from immigrants and

revolutionists.”

W a l k i n o t h e r p e o p l e ’ s s h o e s …

If I had to leave my home and were forced to go to an-other place, I would probably take with me my diary and all my photo albums because I have so many memories

related to them. I would also take my favourite books be-cause they are very important to me. Music is my life so I wouldn’t leave my violin behind. In a new place my hope would be to find a better life so I could start all over again without having my old life haunting me.

Alexandra Craivanu, nº 1, 10º C

IF you had to leave your home, …

Who / what would you take with you ?

What would you leave behind?

What would you like to find in a new place?

eTwinning project In a Foreign Land

If I had to leave my home because of war, I would take with me my family, my dog and my cats although I think cats would have more chances to survive alone. I would also take my MP3 because music helps me to relax and would distract me from the sadness of leaving my home. I would also take clothes, some money, food, medicines and water. In a new country, I would like to find justice, equality, good opportunities, nice people, a good environment and a nice home.

André Silva, nº 4, 10º C

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

If I was forced to leave my home, I would take my family with me because they are very important in my life and I can’t live without them. Of course that I would also take food and money. In a new place I hope to find the value of inclusion be-cause I would like to be accepted and respected. I would love to find people that could help me and teach me their language, their customs and values that I would respect...

Andreia Ventura, nº 6, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Whether you love your life or not, if something hap-pened and ruined your routine, you would miss it. In my case, at first, I would feel lost, without a path. But I would have to struggle and try to solve that problem. If I had to take something material with me, it would be my computer. I know it sounds materialistic but my com-puter has all my life, all the pictures I took, it contains all my happy memories. I would feel very thankful if I found a place to stay.

Daniel Fonseca, nº 8, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

If I was forced to leave my country, I would take with me useful and practical stuff, not valuable things. I would take food and a lighter so that I could make a fire to warm myself or to give light or cook something. The last thing would be my survival kit and a map. I would put everything in my backpack and let’s go! When I arrived at a new place, I would take care of my-self, get a job, start working and get a home.

Daniel Marçal, nº 9, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Fonte: google.imagens

He published his first book in 1995; its name is O Erro de Descartes” (Descartes’ Error). Since then he has published several books where he describes his discoveries. His books are translated in many languages and taught in universities worldwide.

Luís Carvalho, nº 18, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

rector of the Aaron Diamond AIDS Research Center and the Irene Diamond Professor at Rockefeller University in New York. David has been working in the research of HIV/AIDS for thirty years and he has already published over 400 articles, all awarded by the scientific community. He is the leader of a group of organization in China and in the USA, which aims to combat the disease of HIV / AIDS. Now they are working on the vaccine against the HIV /AIDS. Throughout Ho’s career he has received numerous hon-ors and awards; he took 12 doctorates including Columbia University and the University of Tsinghua.

Sara Cruz, nº 27, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Page 26: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 26 B A B E L

MIGRATIONS - OPEN DOORS, BE OPEN-MINDED W a l k i n o t h e r p e o p l e ’ s s h o e s …

If I had to leave my house by force, I would probably take some clothes, my computer and my mobile phone. Why my computer and my phone? Because my life is there. I store everything in them. In my phone I have my friends, my family, pictures from the last five years. And my com-puter because I´m addicted to it, I can’t spend one day without turning it on, even if I don’t do anything with it, sometimes I just turn it on and listen to music for some hours.

Márcia Silva, nº 19, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

If I had to leave my home, I would take my mom, my sister and my cats with me and I would leave behind my furniture and my old toys. I would also take with me my old photos and my cell phone. I would bring my family because they mean the world to me and my cats because they need protection and they are like family members. My old photos show old memories and my cell phone can help me make important phone calls. I would leave behind my furniture because it’s heavy and huge and my old toys because I don’t need them any-more. My hope would be to find a new place, with good peo-ple around and good services (school, hospitals). But the best for me would be having my old home back.

Sofia Salvador, nº 28, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

If I was forced to leave my house, I would take my mo-bile phone and with sadness I would leave my books be-hind. If I was forced to leave my house, I would like to find a new place to call home.

Andreia Silva, nº 3, 11º LH [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

If I was forced to leave my home, I would take my cello, some clothes and money. But first of all, I would take my family and friends with me. I would leave behind my beautiful house and the place which saw me grow. In a new place, I’d like to find open doors to let me in and help me to find a new life with my family and friends.

Cátia Magalhães, nº 6, 11º LH [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

In an extreme situation I´d take some food, clothes to keep me warm and my family, of course. I´d leave behind material things, my house… In a new place and with the ones I love more, I’d like to find peaceful people, generosity and understanding.

Jessica Cordeiro, nº 10, 11º LH [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

If I were forced to leave my home, I would bring my dog, clothes, food and money. I’d leave behind all my electronic devices. I´d like to find a peaceful place to stay with my family.

Pedro Pereira, nº 15, 11º LH [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

If I were forced to leave my home, I wouldn’t care much about material things. Of course it would be difficult to leave all my personal objects behind, but in situations like these it is necessary to define priorities. I’d bring my family, my pet Simba, the money I’d have in my piggy-bank at the moment and some clothes to keep us warm. My only hope would be the one of finding a safe place to stay. That’s all I ask for.

Sara Gomes, nº 19, 11º LH [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

http://www.independent.co.uk/news/world/europe/i-love-my-dog-i

Page 27: Revista Babel - número 13

MIGRATIONS - OPEN DOORS, BE OPEN-MINDED

B A B E L Página 27 B A B E L

I n a F o r e i g n L a n d

Students from 10th and 11th grades have joined the eTwinning project In a Foreign Land whose topic is about migrations. In a short video Ana Patrícia Ferreira, nº1, 11ºLH and Sara Sousa Gomes, nº 19, 11ºLH expressed their views on this topic - Immigration. Watch it!

https://twinspace.etwinning.net/10942/pages/page/84274

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto] https://www.google.pt/search?q=Where+are+you+from-

10PMW – 10 PALAVRAS, 10 MOTS, 10 WORDS refugee, journey , cha l lenge, borders ,

ident i ty , hope, integrat ion, roots ,

wal l s , doors

they have to make some sacrifices so that new doors can open and with them new opportunities can appear. Besides this they also have to integrate in the new com-munity, in the society that may have different habits, laws, language, etc. But they do all of this with the huge hope that one day they can help their families and friend with the same pro blems.

André Silva, nº 4, 10º C

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

All around the world there are a lot of refugees, every single one with different roots or with different habits, lan-guages, a great diversity. But there is one thing that is common to each one of them: the challenge that they had or have to face, the journey that they had or have to make to pass the border. Some of these refugees lose a bit of their own identity because of this experience, but they have to make this effort to pass the huge wall of democracy that separates the country where they were born from a better life. So

their journey being “rewarded “with big walls that stop their journey, and not a very warm welcome by the citizens of their new country. Refugees arrive with no identity, with nothing that rep-resents who they are and what they do, but even with that they hope to find open doors that can lead to a nice and stable life in their new country. It's a big challenge in their life and we should help and support them because one day we can be like them asking for their help, and I think that we wouldn't like to be treated as we are treated them now.

Andreia Ventura, nº 6, 10º C

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Since the summer of 2015 the numbers of refugees attempting to get into European countries has increased significantly. In the last 7 years the European Union was not prepared for this huge refugee crisis, and has along the years invested in defences, walls and borders but not too much in plans for the integration of the refugees and in facilities where they could stay temporarily until they are accepted in a new country. These refugees leave their "home", some travel across the sea in little boats with too many people and with no security and others walk hundreds of miles, carrying with them old people and children. In the end of this horrible journey that they have to make for a better life, they see

“home”, which (for most refugees) is more of a prison be-cause there are always doors/walls that they need to tres-pass, like getting a job. I believe that in the heart of every refugee there’s still hope for the journey, back to their roots.

Beatriz Cardoso, nº 7, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

More than 19 million people have been forced to escape their countries, a consequence of war, political reasons and a never-ending quest for a better place to live. A lot of refu-gees tend to go to Europe resulting in a “Refugee crisis”. These people lose their roots, transgress borders to pursue a dangerous and uncertain journey for a better life in Eu-rope. A lot of refugees die during their journey to Europe. If they reach the end of the journey, they will have to face a challenging process of integration in their new

Page 28: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 28 B A B E L

10 PMW – 10 PALAVRAS, 10 MOTS, 10 WORDS

ous regions that were in a situation of war; the countries that received the refugees from the war had a huge prob-lem accepting everyone and trying to support them, both financially and culturally. There were simply not enough walls and doors for everyone. To the refugees that successfully entered an isolated country; they had trouble with integration and starting a new life with their new identities. Many were accustomed to different types of weathers and different types of food. Many of them had families with them. After a decade of war, all of Europe was in peace and North Korea and South Korea were now a new country called New Korea, in which reigned peace and kindness. North America and Russia signed a peace treaty and all countries from around the globe agreed in dismantling all weaponry and starting a new organization, the OME (Organization for Mankind and Earth). It was the beginning of a new era.

Luís Carvalho, nº 18, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

In the autumn of 2023, half of the world was in war. The European Union had collapsed and all countries of Europe were completely independent. Some countries remade former empires, like the Austro-Hungarian Empire. Portugal still remained allies with England and both founded the European Empire, with Wales, Scotland, Northern Ireland, France, Denmark, Germany and Iceland as members. Mean-while, Russia and North America had entered in another “Cold War” like situation and the European countries sup-ported either Russia (like Spain) or North America (like Ita-ly). North Korea had conquered South Korea and now they were at war with China. There was little hope for peace in the world. There was mass immigration all over the Northern Hemi-sphere. People fleeing from their home countries and cutting their roots to move to countries isolated from the war, like New Zealand or Australia. This proved to be a great challenge for everyone: the refugees had a tough journey of crossing borders and travelling through danger-

refugee, journey, chal lenge , borders , id ent ity , hope, integrat ion, roots, wal l s , doors

This is a great challenge for the western world. By re-ceiving the migrants in our countries and integrating them we all have a lot to gain.

Márcia Silva, nº 19, 10º C

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

The world needs to come together and be united as an active front but instead of that it is falling apart. We need to think what we want to be remembered for, as cowards who build walls and hide behind them and let the “stranger” die or as generous and respectful people who open our doors to save human beings.

ty. mEurope should open the borders and allow the entry of these people. But the refugees shouldn´t “break walls”, they must “knock doors” in an organized way.

Miguel Gomes, nº 23, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

More and more refugees make a big journey, to escape war in their origin countries. At the same time, there is a great a challenge to the European countries, which should help the integration of these people, who come with the hope of better days and a better life. They deserve respect for their roots and identi-

people do not respect their identity and treat them as if they were scapegoats for all the evils. Then migrants lose all hope they had to find a better life. For this reason, I think we should help these people to integrate in our country, respect their cultures and their roots, open doors to a better life and break down the walls that separate them from happiness.

Sara Cruz, nº 27, 10º C

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

The causes of immigration are always the same, the lack of conditions for the human beings to live in a country, so they leave their country and start a new journey. This journey is not always easy; refugees have to over-come countless challenges, ending in despair, many of them unable to cross the border to leave their country. But when they overcome all the difficulties of the big journey and arrive at the country which they had always thought it would be a wonderful place, where they would find a better life, they are confronted with the reality, a place where

ahead. They just wish to find some support and some walls to protect them from the cold. When they arrive at their destination they need to wait at the border of the country (without much food and sleep-ing in tents) and sometimes they are forced to go back to their country because they are illegal immigrants. It’s like humanity closes the door to the only opportunity to save their lives. If they can actually enter the new country and live there

Refugees are the people who have to leave their hometown, their country because of war or religious or political reasons and seek better life conditions. They have to make a journey to an unknown country normally without any conditions at all, like going in a small boat with more people than what is supposed to. Some-times they need to walk miles and miles until they search the ocean and finally get on board. Even knowing that the trip can go bad they can’t help but keep the hope and go

Page 29: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 29 B A B E L

10 PMW – 10 PALAVRAS, 10 MOTS, 10 WORDS

they need to start all over again. A hard life is waiting and the integration is not very easy for them because of the cultural differences. The majority of the refugees are treat-ed badly, in an unfair way by the native country because they think that ‘they are here to steal our jobs’ or ‘they want to ruin our country’. They just want to be treated equally and that the local people respect their identity (their religion, their nationality). It is a great challenge leav-ing their roots, their friends, and the house where they al-ways have lived in, spending days and nights walking or crossing the sea in a small boat, not knowing what can hap-pen when they finally reach their destination…

Sofia Salvador, nº 28, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

refugee, journey, chal lenge , borders , id ent ity , hope, integrat ion, roots, wal l s , doors

grated in a new society. He crossed the border to have new doors open to a nice future. In France, he hopes to keep his identity and his roots and he also hopes not to find any walls because he just wants to live a quiet and peaceful life.

Solange Coelho, nº 29, 10º C [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Last Easter holidays I went to France. My journey took two weeks. In France, I visited some monuments like Le Louvre; The Eiffel Tower; L´Arc du Triumph and Les Champs Elysées. I had an amazing time. On my way home I met Mike, a refugee from Syria. His country was at war and he had to run away to feel safe and had to face a new challenge. He hoped he would feel inte-

ney in hope to find a better place, free from destruction and killings. These refugees cross borders and break down walls. But as they get closer to their goals, new obstacles and hard-ships are brought about. Worldwide Nations should rethink their choices and be united in order to find a solution to this tragedy. We were once migrants; we still are one migrant people. If it was our country, we would like some acceptance and kindness, too.

Ana Patrícia Ferreira, nº 2, 11º LH [Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Nowadays there is a problem that is affecting the hu-man race worldwide - terrorism. Humanity has faced many threats throughout different periods of time. It has happened because of many different reasons like money, power, racism and other types of dis-crimination. In the world we live today, religious extremism is the main cause. People are using religion as an excuse to make wars and therefore killing innocent people and destroying their homes. These people have no choice than to leave their homes, their countries and their roots to embark on a jour-

lenge that we must accept because the migrants need help. They started their journey with hope and you can make a difference destroying the borders and helping them to inte-grate.

Cátia Magalhães, nº 6, 11º LH

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Refugees, migrations, terrorism, wars…These words are mixed and something that we are used to listening to these days. After hearing these words non-stop, maybe we should give them more importance and think about making the difference. Break down the walls and open our doors: it is a chal-

Cross the border without disorder. Lara Costa, nº 13, 11º LH

Keep hope and cross Europe. Marta Alves, nº 14, 11º LH

Start your migration and we will help you in your integra-tion.

Rodrigo Carvalho, nº 18, 11º LH

Migration opens doors to new frontiers. Do not lose hope, fight with perseverance.

Giovanna Monte, nº 22, 11º LH

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

Page 30: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 30 B A B E L

WHAT IS THE MEANING OF SUCCESS? “ F a l l d o w n s e v e n t i m e s , s t a n d u p e i g h t ”

feeling that it was all worth it, even though you've spent countless hours on many self-doubt and frustration crisis, and yet still didn't give up. Is success really about money? One does not need to be a billionaire or a celebrity to have success in life. You can be successful to your friends and family, even if your name is not on every magazine's cover. My grandmother still cries at the end of all my concerts and my grandfather still thinks I'm a "star", even if the conductor of the Berliner Phillar-moniker has no idea I exist. Success is about achieving personal goals and especially about happiness, and happiness, as we already know, is never about numbers.

Sara Gomes, nº 19, 11º LH

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

What do we think about when we think about success? Many define the success one achieves following the "fame criteria". A singer is only successful if it sells tons of records, for example. Then, a person can only achieve success if their name does never fall unknown on the ears of others. However, I do not share that point of view. The way I see it, success does not equal fame. Success relies on our ability to fight and to jump over the puddles that stand in our path. We may fall down or get our boots wet more than just a couple of times, but as a wise man once said: "Fall down seven times, stand up eight.” Failing does not mean we must give in without a fight! Success isn't about the number of Twitter followers, or the number of digits on your bank account. Success is nail-ing that one exam you worked so hard for. Success is the

“ L o v e w h a t y o u d o ”

port your family and put your kids to college plus you can travel around the world, try to solve the world's problems and achieve your goals. In conclusion, money can help you a lot but if you hate your job, work a lot and never have time for yourself, then it's not worth it.

Andreia Silva, nº 3, 11º LH

[Supervisão: Dr.ª Teresa Neto]

A lot of people believe that making a lot of money is the only way to be successful but some other people believe that there's more important things than money. In my opinion money is not that important because if you don't like your job then it does not matter if you're the richest person in the world, you still won't be happy. In other way, having a lot of money can be helpful, for example, if you make a lot of money it will be easier to sup-

CONCURSO L ITERÁRIO

FAZEDORES DE HISTÓRIAS T E X T O V E N C E D O R | E S C A L Ã O B - M O D A L I D A D E 1

colorido do seu computador. Isso sim, seria uma vida, decla-ra Bernardo. – E tu? O que andas a fazer, como gastas o teu tempo, conheces o mundo? – pergunta ao amigo João – Não me digas que passas os dias sentado numa cadeira ao computa-dor, tal como eu, logo tu, que eras um aventureiro... – Aventureiro? Para dizer a verdade, nunca tive sede de aventura1. Ó amigo Bernardo, se tu soubesses... – diz o João – A minha vida em terras distantes1 é complicada, longe dos meus pais, dos meus amigos, alguns dos quais nunca mais tornei a ver. João é hoje emigrante no Canadá. Apesar do êxito en-quanto ator de teatro, nunca mais arranjou emprego, nem no teatro, nem noutra qualquer profissão. Não que não te-nha tentado. Se não é aventureiro, sempre foi trabalhador. Na Escola Superior de Atores trabalhou com afinco e desen-volveu a sua arte, participando em inúmeras peças de suces-so. Tudo parecia correr bem. Mas o futuro acabou por ser diferente, nunca é como o idealizamos. João via-se for-

Uma Linguagem Universal É uma manhã como todas as outras na cidade de Lisboa. Bernardo e João, amigos de longa data, acabam de se encon-trar à saída do metro. Como não se viam há mais de um ano, desde a estreia da peça de teatro, o “Auto da Feira” de Gil Vicente em que os dois participaram enquanto atores prota-gonistas, fazem uma grande festa e abraçam-se alegremente. Estão felizes por se reencontrarem. Logo ali decidem ir tomar um café, querem colocar a conversa em dia. Só passou um ano, embora para ambos pareça que passou já um século, uma vida inteira. Sentem que muita coisa mudou desde o tempo em que faziam teatro. Bernardo é agora funcionário de uma agência de viagens, a Travel Trout. Trabalha muito, de manhã à noite, quase sem parar. Ganha o suficiente para levar a vida. No entanto, não é o emprego dos seus sonhos. Bom seria, diz ele, poder fazer umas quantas viagens, talvez dar a volta ao mundo, ir até aos maravilhosos destinos que apenas conhece a partir do ecrã

Page 31: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 31 B A B E L

CONCURSO L ITERÁRIO

FAZEDORES DE HISTÓRIAS T E X T O V E N C E D O R | E S C A L Ã O B - M O D A L I D A D E 1

tumes e hábitos diferentes dos seus. Pensava ser ator e era lenhador. Queria declamar na língua de Camões (ou de Gil Vicente), mas falava com as árvores num inglês meio ataba-lhoado. – Pareço-te aventureiro? Bom, não desisto dos meus sonhos. Por isso, amigo Bernardo, com as folhas das árvores faço ainda coroas e imagino ser o rei da floresta. Lá longe, João procura melhores condições de trabalho, uma vida digna, aquilo que não encontrou aqui perto, no seu próprio país. Foi, por isso, a vida que o fez viajante1. O que seria dele se não tivesse a generosidade daquelas árvo-res? O mesmo é dizer, se não tivesse encontrado naquela terra distante pessoas solidárias, que nele confiaram e lhe deram um trabalho, amizade, enfim, uma vida em que o sonho ainda é possível? A solidariedade não pertence a ne-nhuma nação, a nenhum povo. Pertence a toda a gente. Pertence até a todos os seres vivos: se regarmos uma plan-ta, há de nos dar uma flor. Se a árvore for grande, há de nos dar sombra, abrigo, alimento. A solidariedade daquilo que respira vida é o que nos permite crescer e prosperar. É o que nos liga: seres humanos, animais e plantas. A solidarie-dade não fala português, inglês, ou francês. Derruba muros, porque é uma linguagem universal.

1Versos de Manuel Alegre (adaptados)

David Wahnon Peeters, nº 7, 7º 1ª

[Revisão: Dr.ª Maria João Vaz]

çado a saltitar de emprego em emprego, pensava em si como um passarinho sem poiso, acabando por voar para muito longe. Foi obrigado a emigrar, já que o dinheiro que ganhava não dava para pagar as suas contas e nem mesmo os estu-dos. Não dava para continuar o seu sonho de ser ator. Aos vinte e cinco anos partiu pois para Maple Mountain, uma cidade canadiana numa região com mais alces do que pesso-as. Aí, trabalha agora como lenhador, uma atividade física esgotante que o leva a desenvolver os músculos e, surpreen-dentemente, a mente também. Durante o dia, João fala para as árvores. Diz ele que são boas ouvintes, os melhores espe-tadores que alguma vez teve. – Sabes, Bernardo, as árvores ouvem-nos sem perguntar nada, ouvem sem questionar, sem criticar, não fazem barulho nenhum. São seres vivos generosos. – Perdão? – interrogou-o Bernardo que ouvia o amigo espantado. – Sim, corto-lhes os troncos e os ramos e com eles faço abrigos e muitas coisas mais: mesas, cadeiras, estantes, bar-cos, de que nós na cidade, em todas as cidades, tanto preci-samos. São generosas ou não? – Bom, sim, acho que sim – diz Bernardo um pouco aca-nhado, sem perceber exatamente o que o amigo queria dizer com aquela conversa sobre árvores e floresta, mesas, estan-tes e barcos. O que quereria João dizer? Aos vinte e cinco anos vivia longe da sua família e amigos, numa terra distante, com cos-

M E N Ç Ã O H O N R O S A | E S C A L Ã O B - M O D A L I D A D E 2

todos nós. Ficámos junto da fonte a noite toda. De manhã,

partimos com a confiança renovada de encontrarmos um

lugar onde ficar.

Três dias depois, avistámos, não muito longe, a fronteira

de um pequeno país, junto à qual se via muita gente aglo-

merada. Quando lá chegámos, percebemos que um muro

impedia a passagem. As pessoas que o rodeavam empunha-

vam cartazes a pedir refúgio e outras manifestavam-se con-

tra a indiferença dos guardas da fronteira.

Todos tentaram o que estava ao seu alcance para entrar,

mas sem sucesso. Algumas pessoas ficaram ali o dia todo,

mas eu não. Continuei o meu caminho até chegar a um por-

to. Entrei num barco e notei muitas caras marcadas pelos

sofrimentos vividos. Todos tinham o mesmo objetivo: ter

uma vida melhor. O barco estava cheio de pessoas como eu.

Não era a única embarcação: atrás e à frente, havia outros

Muros

Eu vi. Eu vi aquilo que não queria ver: sangue a escorrer

pelos corpos, pessoas a gritarem pelas suas vidas ou por

aqueles que deixaram de viver. Eu vi aquilo que ninguém de-

sejava que acontecesse: guerra.

Como é possível aguentar tanto sofrimento? Não suporta-

va mais o que estava a ver, queria ir-me embora dali. Fugi,

como os restantes, para o porto, mas era tarde demais: o

porto já tinha sido bombardeado. Não tínhamos outra opção

senão a de caminhar pelo deserto.

Sem comida e a quilómetros da água, uns morriam de

fome ou de sede e outros suicidaram-se durante a caminha-

da, pois já tinham perdido a esperança.

Após três semanas, vimos, de repente, uma fonte no meio

do nada. Fomos a correr até lá para beber; era um alívio para

Page 32: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 32 B A B E L

Eu não queria passar pelo mesmo: «Mas porque tem isto de

ser assim? Não fomos nós que transformámos a nossa terra

num campo de batalha! Nós também somos gente, quere-

mos viver em segurança!»

De repente, apercebi-me de que a manifestação era do

lado de lá da fronteira, com cartazes de gente que nos com-

preendia e queria ajudar. Naquele momento, a minha espe-

rança voltou.

Ana Kavka Araújo, nº 4, 7º 2ª

[Revisão : Dr.ª Maria João Queiroga]

barcos com pessoas que fugiam do seu país.

Mal me apercebi, a frota já estava em alto mar. Era uma

noite de tempestade e os barcos estavam muito instáveis

devido à quantidade de pessoas que carregavam. Quando um

raio atingiu o barco atrás do nosso, aconteceu o desastre:

afundaram-se muitas pessoas. Poucas se salvaram. Eu conta-

va-me entre estas. Passámos por muito durante aquela noite,

mas não havia nada a fazer.

Já só éramos cinco no bote de salvamento, quando avistá-

mos a costa de um país. Mal desembarcámos, vi, mais uma

vez, um muro com arame farpado, cartazes e manifestações.

CONCURSO L ITERÁRIO

FAZEDORES DE HISTÓRIAS M E N Ç Ã O H O N R O S A | E S C A L Ã O B - M O D A L I D A D E 2

T E X T O V E N C E D O R | E S C A L Ã O D - M O D A L I D A D E 1

vales. Estávamos sós e seguros, ainda estamos.

– O mar é azul e gigante, não há como voltar atrás... Sa-

bes nadar?

– Sei, o meu irmão ensinou-me, quando éramos miú-

dos.

O teu irmão ficou para trás para morrer na sua terra. Ele

era um homem urbano que vivia no presente, com o sem-

blante severo de quem ama imenso. Acordava pelos três

filhos, trabalhava pela mulher. Tinha os olhos azuis e limpos,

como dois berlindes da cor cristalina do céu. Eles ficaram

todos, e nós levamos no coração o seu amanhã.

Encostei-te a um tronco. Nevava por entre a serra, mas

depois o tormento parou. Abri a velha tenda da nossa infân-

cia o melhor que consegui, porque tu já não podias, e por-

que eu tinha as mãos vivas das luvas de lã que o teu pai

trouxe de Cabul. Porque é que mas deste?

O céu estava roto com estrelas, e, entre o pano rasgado

do parco abrigo que trouxe, a lua era a nossa jóia pessoal de

osso, ouro e marfim. Aninhámo-nos o mais possível para

reter o calor, mas ainda tremias de vez em quando, num

sôfrego reflexo.

Começaste a contar a mesma história de sempre, o teu

pequeno hino. Fiz o melhor para não compreenderes os

meus olhos turvos. Então, olhei para ti e vi um mundo. Vi a

casa urbana que nos roubaram, os filhos que não tiveste. Vi

os desejos que não consumaste. Não seria tão mais doce

que a vida, a tua história? Um admirável mundo novo.

O frio chegou mais cedo

Quando suspiraste o derradeiro -Vamos parar aqui, fica-

mos mais abrigados do frio- ambos sabíamos que já tinhas

em ti o frio, algures nos pés gretados, perdido nos sapatos

húmidos. Que trazias contigo o gelar, esvaindo-se por entre

os dois sobretudos roubados, até ao peito que já nem sempre

ardia.

No dia em que partimos, reviste mil vezes a rota como se

fosse importante, afagaste afetuoso o tal destino no mapa

que encontraste abandonado, num daqueles armários gigan-

tes da universidade. Foi o professor que riscou o caminho

com um sorriso pesado no rosto. Disseste-

-lhe que ainda eras ingénuo e tinhas medo de perder a possi-

bilidade de um amanhã, que isso te enchia de coragem. E os

Balcãs iam ser verdes, e as mulheres seriam decerto belas,

felizes na sua língua caricata e brancas como a frágil flor das

amendoeiras.

Passámos o Mediterrâneo num barco de cartão à chuva,

perdidos entre outros desafortunados, como um cardume

enclausurado numa lata de conserva. O mar rugia uma praga

febril ao vento. Tu tinhas a esperança estóica dos que nascem

sós, e o sangue pulsava vermelho pelos teus braços morenos.

A Europa estava nua aos nossos pés, a fronteira era apenas

um mito de homens loucos, um muro lascando os seus grãos

para afastar a fatiga dessa terra de ninguém. Mesmo assim,

seguimos os montes e as aldeias, as florestas e os vazios dos

Page 33: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 33 B A B E L

CONCURSO L ITERÁRIO

FAZEDORES DE HISTÓRIAS T E X T O V E N C E D O R | E S C A L Ã O D - M O D A L I D A D E 1

gos. Num sobressalto, o seu suspiro doce mudou. O vento

soltou das suas entranhas o latir demente de um cão encur-

ralado, e levantou as árvores mais esguias, a neve, um pou-

co do mundo virgem com ele. A tenda escarlate dos nossos

velhos dias voou, desapareceu num segundo, e nós ficamos

descobertos com o céu luzio de Novembro por companhei-

ro. Havia uma estrela que foi queimando. Primeiro um ver-

melho dúbio, depois um laranja crescente, depois o amarelo

nostálgico das manhãs quentes, cada vez mais forte. O céu

parecia beber da sua luz.

Pediste-me um cigarro, o nosso último cigarro da sorte,

de um maço que compraste sozinho quando fugimos para

lugar nenhum. Precisaste de cinco fósforos para acendê-lo

porque a noite estava muito húmida. O aroma forte do taba-

co lutou com todos os cheiros da noite, o fumo escondeu-se

para sempre no perfume sombrio da escuridão.

A Estrela elevou o céu do falso outono a um êxtase lumi-

noso, como se fosse apenas nessa hora tangível, domável.

Exalaste o teu último viver por entre o sorriso branco, a ni-

cotina e a solidão. Eu fiquei só.

1Versos de Manuel Alegre

José Gustavo Duarte Ferreira, nº 11, 12º C

[Revisão: Dr. Nuno Soares]

– O que é que se passa? – e lembro-me como cada sílaba

se esforçava para gatinhar para fora da tua boca. Lembro-me

da dor, rasgando os teus lábios num silvo indecifrável.

– Nada, é isso. Não se passa nada.

– Será muito tarde para voltar para trás?

Mas nós não temos lugar algum para onde voltar, nenhum

canto do mundo é nosso. Não temos a casa de família que

herdei e que tu invejavas, o campo moreno, seco dos verões

quentes, a mesa de contraplacado onde escrevias os teus

pequenos versos. Não temos nada.

A noite desfez-se num uivar distante. Uma nuvem levou

consigo a lua, as estrelas, e o breu abateu-se como um dilúvio

sobre tudo, roubando os verdes eternos dos pinheiros bra-

vos, diluindo a sombra que os troncos robustos largavam

sobre a neve. Ao longe, a luz dúbia de uma aldeia preparava o

crepúsculo.

O teu corpo seco da jornada não tem sede de aventura,

nem quis a terra distante. A vida o fez viajante1, mas ninguém

o fez igual aos iguais. Não tens a tez Pálida dos que vivem,

nem um ideal complexo feito de remendos de outras eras. Tu

eras tu. Abdicaste da voz, da decisão e da propriedade, do

corpo e da coragem, da parca dignidade que restava para

estares aqui.

A brisa acariciava as nossas faces com os seus dedos lon-

M E N Ç Ã O H O N R O S A | E S C A L Ã O D - M O D A L I D A D E 1

de novo. Para novo é que já não vai…nem as “gordas” do

noticiário consegue ver em condições. E o quanto Joaquim

gosta de saber de notícias, não de gordas. Mas isso pouco

importa agora. Faz hoje 3 anos... E tanta falta lhe faz, o chei-

ro vindo da cozinha, o trautear da canção, o bate pé do ma-

lhão e o beijo do até já.

Olha para o relógio da sala, impaciente. Ainda não são

horas dos medicamentos. Ainda não são horas do telefone-

ma dos netos favoritos, que são todos. A filha “Natalie” cos-

tuma falar em último lugar, depois das gargalhadas e das

novidades da escola. Vá lá ela saber que ontem Joaquim se

esqueceu de jantar. Mas isso ele sabe omitir, não é a barriga

que fala ao telefone. São horas de quê, Joaquim?!

A televisão olha para ele. O comando está longe do acen-

to. Ainda sente a energia inquieta sempre a passar em fren-

te ao ecrã em dia de jogo, a varrer a casa imaculada e a lim-

Adelanté, Joaquim!

Dá-se pelo nome de Joaquim Nascimento, mas não se dá a

qualquer um.

Deu-se à sua mulher Esmeralda que não lhe deu hipótese,

com aquela saia verde rodada na noite do baile. Até parecia

que nunca a tinha visto vestida! “Vira que vira e torna a vi-

rar!”. Estimada rapariga, não fossem os pais doentes seria

bailarina, aquele relâmpago fugaz! Olha as outras todas ali ao

pé dela, Joaquim! A da frente arrumada num vestido em tons

de azul e a prima com um até aos joelhos!

Nem os corrupios todos o deixavam tão zonzo como Es-

meralda deixava.

Desgraçado Joaquim, como aquela pedra preciosa te dei-

xou…!

Ajeita o encosto da poltrona encardida e tenta adormecer

Page 34: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 34 B A B E L

CONCURSO L ITERÁRIO

FAZEDORES DE HISTÓRIAS M E N Ç Ã O H O N R O S A | E S C A L Ã O D - M O D A L I D A D E 1

ser português e entender as línguas de todo o mundo. Nem

que seja entendê-las mal.

“Nuestros hermanos” tinham a sua vida em mãos. Só

faltava mais de metade da peregrinação, desta vez trocando

Fátima por uma outra com a mesma inicial. Chamavam-lhe

França!

Perdoai-o Senhor, mas ele sabe o que faz! Está quase

Joaquim!

Já sentia o frio vindo da cordilheira. Quando voltasse a

Portugal e o corpo não lhe pesasse mais, descansado, pode-

ria dizer que passou por ali, que viu e sentiu. Pirenéu mons-

truoso não quis facilitar. Olha para ti Joaquim, homem do

norte com medo da neve!

Não se podia parar de andar nem de confiar. Pareciam

“coelhos” brancos a saltar na neve guiados por Deus. Acredi-

tou Joaquim, redimindo-se na fé.

Passou o monte que era montanha – e que o era de ver-

dade – e olhou a nova terra. Suspirou e provavelmente sor-

riu - é reconfortante porque é nova, mas é triste porque não

é Terra, a nossa Terra. – Restou-lhe entrar com o pé direito.

Chega ao fim do corredor e entra no quarto. Joaquim

tem direito a desconto, memória de velho demora a proces-

sar e o corredor é grande. As tábuas do chão do quarto ran-

geram, mas nada de catastrófico ou escandaloso. Nem a

vida é assim com Joaquim porque ele não deixa. “Não tem

sede de aventura, nem quis a terra distante. A vida o fez

viajante”1 e ele aceitou. Assim como aceita o relógio, os 3

anos, os medicamentos, os 3 anos, a televisão, os 3 anos e

aceitará o resto da vida.

Veste-se aperaltado e aperta a camisa até ao fim. A favo-

rita faz anos que não lhe serve porque a idade não perdoa e

a vida já não corre como antes. Apressa-se em direção à

sala, como quem corre para o baile, apanhando a foto que

está em cima da mesa junto à poltrona. Ai as cruzes! Guarda

-a no bolso interior junto ao peito. Só Joaquim saberá qual a

foto e qual o interior onde quer guardá-la. O bolso está fura-

do mas Joaquim não sabe. Se soubesse pensaria –“Tanta

falta me faz a agulha sempre pronta a acarinhar o meu teci-

do velho.”

Abre a porta de casa como quem derruba um muro e põe

o pé de fora. O direito.

Patrick, um dos netos favoritos, já o esperava de mão

dada com a sua “Natalie”.

Os outros, ansiosos, esperavam-no já dentro do carro. 1Versos de Manuel Alegre

Ana Maria Résio, nº 5, 12º LH

[Revisão: Dr.ª Maria do Rosário Pinto]

limpar o pó que não existia. Que nervos, que saudade! - re-

cordar dói um bocadinho mais quando se tenta desviar o as-

sunto, e Joaquim tenta muito.

Tanta preguiça e tantas contas para pagar. Na pátria bem

se governou sem luz, sem gás e sem modernices, entre três

paredes e meia. Era Joaquim e mais quatro, ele o mais velho,

e seus amados pais. Heranças que ficam, tempos que vão…

Olha as horas, Joaquim!

Tem mesmo de ser.

Levanta-se devagar com pouco ruído. Ai as cruzes! Em pé,

caminha e arrasta os chinelos como quem arrasta o corpo

todo e o que dentro dele ainda sobra. É só um corredor pe-

queno até ao quarto de Joaquim.

Pequeno como quem diz. O corredor é grande o suficiente

para pensar demais.

Lembra-se Joaquim quando “deu o salto” para uma vida

prometida. O caminho também era grande o suficiente mas

não se podia pensar muito.

Foi o beijo do até já e a oração aos santos todos que o

encaminharam. Também uns contos de reis à igreja, não fos-

se S. Pedro trazer tempestade maior! Trabalho esse que cou-

be a Esmeralda, coitada. Lá ficou a portuguesa com o coração

apertado e a filha nos braços. Fez lembrar a partida para a

guerra colonial que nunca aconteceu, o sentimento era seme-

lhante e a batalha também. Tanta injustiça e tão pouca alter-

nativa.

Lá foi ele, Joaquim unipessoal, que dividido pelo amor

passou a ser Joaquim marido e Joaquim pai. Tanto sentimen-

to e tão pouca humanidade.

Partiu. Que corredor! Que fronteira!

Deixou-se ir…

Era noite serrada e o saco não pesava, eram poucos os

haveres. Trazia no corpo a camisa favorita que o fazia pesar

menos que o saco, tal se enchia de conforto e de esperança,

não o saco, a alma. Foi do simbolismo que roubou as forças

para não olhar para trás.

Joaquim e mais 5, todos filhos da terra que os criou. A

candeia alumiava o caminho e os olhos apontavam para o

chão. - pouco importam os filhos da terra quando não se po-

de conversar - Tanto que Joaquim tinha para dizer. Cabeça

baixa e sempre em frente como na tropa, só faltou a conti-

nência. Incontinência é que não dava jeito.

Repousou apenas uma vez antes da fronteira com Espa-

nha. Escassos minutos de olhos abertos e de coração aperta-

do. Parecia Esmeralda… mas os apertos eram diferentes.

Ao passar a fronteira não lhe passou o desassossego por-

que estes vizinhos nunca foram de fiar, como os ventos!

“Sigamonos adilante, prósigue Joaquim!” - nada melhor que

Page 35: Revista Babel - número 13

B A B E L Página 35 B A B E L

CONCURSO L ITERÁRIO

FAZEDORES DE HISTÓRIAS M E N Ç Ã O H O N R O S A | E S C A L Ã O D - M O D A L I D A D E 2

cabeça, para que neste mundo cinzento passem dias, meses,

anos. Paro de avançar no tempo e agora vejo a Marta com

dezanove anos a visitar o pinheiro que brotou da sua semen-

te. Ninguém reparou na árvore – todos os membros da co-

munidade estavam demasiado absortos nas suas vidas para

reparar no ambiente que as rodeia. O pinheiro tinha cresci-

do bastante – estava muito mais alto que o muro.

E então a Marta vê algo extraordinário a acontecer. Ela

vê a sua faísca a mudar o mundo, pois no exato momento

em que está a observar o seu pinheiro, uma parte do muro

que tudo separava, rachada pelas raízes da planta, quebra e

colapsa. A Marta recua, enquanto os tijolos do muro caem.

Há pessoas que param, espantadas pela primeira vez na vida

por algo que não é o seu ego. A Marta tinha quebrado o

muro.

Concebo agora na minha mente um último pormenor.

Com a queda do muro, começo a ver as cores: o verde do

pinheiro; o casaco azul da Marta; os olhos perplexos das

pessoas. A Marta sorri. O que haveria do lado de fora?

Quem encontrariam? E como poderiam melhorar o mundo

que acabara de redescobrir as suas cores, de forma a erradi-

car os ideais corrompidos que imaginei?

Quero descobrir a resposta, mas nesse momento abro os

olhos. E num instante, esse mundo desaparece, porque não

passava apenas de uma divagação da minha mente. Mas

mesmo tendo sido imaginado, talvez este mundo não seja

tão diferente do meu.

Talvez – um talvez quase certo – este mundo imaginado

tenha muitas semelhan-

ças ao meu. E daí retiro

várias conclusões: que

todos temos muros nas

nossas vidas, sejam eles

literais ou metafóricos;

mas também concluo

que não nos devemos

esconder atrás deles,

como cobardes passivos

incapazes de atuar. E que para mudar as injustiças deste

mundo, temos de ter a iniciativa.

É a nossa ação que atua como motor da mudança em

prol de um mundo mais justo.

Miguel Graça, nº 19, 11º C [Revisão: Dr. Nuno Soares]

O Mundo Cinzento

Numa certa tarde nublada, estava deitado no meu quarto,

a olhar pensativo para o teto. Estava a pensar no quão caóti-

cas as minhas emoções estavam nesse dia – fúria, frustração,

felicidade, calma, unidas numa mistura inseparável. Então,

propus-me um exercício bastante peculiar. Fechei os olhos.

Tentei imaginar, por breves minutos, um mundo onde esta

amálgama de sentimentos não existisse. Por outras palavras,

um mundo sem esperança.

Um mundo com ideais extremamente corrompidos. Igual-

dade substituída por discrepâncias fortes dentro da socieda-

de; altruísmo por um egocentrismo perturbador; liberdade de

expressão por mutismo em relação a tópicos controversos;

amor por dores complexas no coração que se tentavam evi-

tar; raiva e frustração por um pacifismo e uma passividade

demasiado opressiva; e liberdade por um muro intransponí-

vel e verdadeiro que circundava a sociedade e afastava os

selvagens do lado de fora.

Há outro aspeto muito importante: concebi este mundo

sem cor.

Imagino uma rapariga de dezasseis anos – vou chamar-lhe

Marta – a passear nas ruas da cidade onde vive. Vai de cabe-

ça baixa, sozinha, sem falar, a pensar em si e em mais nada.

Apesar de aceitar sem relutância este mundo corrompido, ela

tem uma pequena faísca dentro de si que brilha intensamen-

te e que pode alterar tudo. Quando uma faísca se transforma

num fogo que não pode ser parado, tudo muda.

É por isso que, no dia em que concebi este mundo, a Mar-

ta compra algo inusitado: uma mera semente de pinheiro. A

princípio, ela não sabe onde poderá plantar esta semente. Ela

arrisca uma hipótese, e dirige-se às fronteiras da sua cidade,

ao muro de cinco metros que esconde o que existe do outro

lado. A Marta encontra solo fértil perto do muro que serve

para a sua sementinha. Ela enterra-a com amor, e pela pri-

meira vez em meses, a Marta faz um sorriso genuíno.

Inicialmente, acho este gesto um pouco estranho – apesar

de ter sido eu a conceber este mundo. Mas a Marta tem um

lema importante. Uma semente pode ser apenas isso no iní-

cio, mas um dia ela crescerá, e modificará para sempre o que

existe à sua volta. Naquela semente de pinheiro, a Marta de-

posita a sua faísca de rebelião, esperando que não se apague.

Todos os dias, a Marta passa pelo muro para cuidar da

semente. Decido fazer o tempo passar mais rápido na minha

Page 36: Revista Babel - número 13

BABEL - Publicação Plurilingue do Departamento Curricular de Línguas - Número 13

FICHA TÉCNICA

CONCEÇÃO | EDIÇÃO | ARRANJO GRÁFICO: Maria João Queiroga

SELEÇÃO DE IMAGENS: Professores e alunos que colaboraram neste número

COLABORARAM NESTE NÚMERO:

PROFESSORES - Alexandra Caetano, Célia Alves, Inácia Pereira, Isabel Pires, Manuela Nunes, Maria da Paz Vieira, Maria do Rosário Pinto, Maria João Queiroga,

Maria João Vaz, Maurício Bonito, Nuno Soares, Sónia Dias, Teresa Neto

ALUNOS - Adriana Aguilera, Alexandra Craivanu, Ana Carolina Casaca, Ana Kavka Araújo, Ana Maria Mendes, Ana Maria Résio, Ana Patrícia Ferreira, André

Silva, Andreia Silva, Andreia Ventura, Anna Muninhas, Ayusha Shrestha, Beatriz Cardoso, Beatriz Cunha, Camilla Martins, Cátia Magalhães, Cláudia Esteves,

Daniel Fonseca, Daniel Marçal, Daniela Santos, David Wahnon Peeters, Débora Matos, Denilson Almada, Diogo Pereira, Dullier Correia, Eduardo Grilo, Elias

Silva, Fábio Estêvão, Filipa Cruz, Gabriela Goes Maciel, Giovanni Monte, Guilherme Castro, Henrique Nichel, Inês Francisco, Inês Manuel, Joana Saraiva, João

Carita, João Silva, José Gustavo Duarte Ferreira, Kristi Thapa, Laís Borges, Lara Costa, Laura Marcelino, Luana Fernandes, Luís Carvalho, Madalena Gomes, Ma-

dalena Pinto, Mafalda Fonseca, Márcia Silva, Maria Bonito, Maria Ferreira, Mariana Galhanas, Marta Alves, Matilde Salvador, Mauro Amado, Miguel Graça,

Miguel Gomes, Nuno Jorge, Raquel Ventura, Rasmi Ranabhat, Rita Moreira, Rodrigo Pereira Carvalho, Rúben Grenho, Rute Sofia Ribeiro, Salomé Gonçalves,

Sara Alves, Sara Cruz, Sara Gomes, Sarah Maciel, Simone Antão, Sofia Salvador, Solange Coelho, Tara Mejia, Vasco Bizarro, Yehor Zakharov, 10º GI

TIRAGEM A PRETO E BRANCO (FOTOCÓPIA): 20 exemplares PREÇO: 1 € TIRAGEM A CORES: 12 exemplares PREÇO: 5 €

PROPRIEDADE: Escola Gil Vicente | Agrupamento de Escolas Gil Vicente Rua da Verónica, 37 - 1170-384 LISBOA Tel. 21 886 00 41

A correção linguística e a revisão dos textos produzidos pelos alunos são da inteira responsabilidade dos respetivos professores.

Página 36 B A B E L

http://greensavers.sapo.pt/2014/09/04/uma-torre-de-babel-em-areia-construida-com-tecnologia-3d-com-fotos/