além da torre de babel (1)

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Euclydes L.. de Almeida

ALM DA TORREDE

BABEL

Editora Bhavani

1998

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ALM DA TORRE DE BABEL A GRANDE TRAMA

Uma Crtica e Uma Nova Tomada De Conscincia Religio E ao Esoterismo

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O heroismo consiste no apenas em encontrar uma nova verdade mais ampla, mas tambm em ter coragem de agir de acordo com esta visoCarol S. Pearson

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INTRODUOHoje falarei a respeito de uma TRAMA existente no mundo. De um

Plano arquitetado, contra a humanidade, desde tempos imemoriais, fazendo-a esquecer-se de Sua Real Histria e, consequentemente, afastando-a de sua verdadeira posio no contexto Universal. Lamentavelmente, o tema, via de regra, tem sido esquecido , ou negligenciado, ou encoberto no somente por autores ortodoxos como tambm por aqueles outros, seguindo linhas mais liberais. Esta falha na literatura mundana e na esotrica liga-se, obviamente, causas muito mais obscura e profundas do imaginado prioristicamente. Existem muitas maneira de observar e analisar o passado. Dezenas, talvez centenas, de pesquisadores no do conta de como pretritos

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acontecimentos, vividos por nossos ancestrais podem ser vistos e julgados atravs perspectivas diversas. At h alguns anos atrs, eu no conseguia ver sequer os contornos da Trama que se desenvolve furtivamente nas sombras. Encontrava-me, por assim dizer como muitos ainda esto presos consideraes esotricasreligiosas ortodoxas, no me permitindo enxergar, com clareza, indcios da Trama e de seus planejadores. Desde o momento em que me propus a desenvolver este pequeno estudo, verifiquei o quo difcil seria escreve-los de modo inteligvel ao cidado comum sem nenhuma intimidade com o assunto. Assaltou-me, portanto, um grande sentimento de frustrao ante esse obstculo. Reconheci a dificuldade em comunicar quaisquer informaes, no comuns ao contexto dirio do no iniciado, sem o uso de um palavreado adaptado estas condies. muito difcil transmitir-se idias to afastadas do corriqueiro. verdade, tambm, que este palavreado adaptado muitas das vezes mais oculta do que desvela. Sobretudo neste particular assunto, no qual vrios termos adquiriram, no transcorrer do tempo, varias conotaes indesejveis, viciadas, torcidas e totalmente afastadas de seus originais significado. Verifico tambm nas pessoas uma clara tendncia em rejeitar, priori, novas idias e novos conceitos, por motivos ligados exclusivamente religio, poltica e o status social vigente. Esta tendncia, como fcil de se compreender, liga-se, por um lado, falta de uma adequada e esclarecedora leitura e, por outro lado, s baixas condies do nvel cultural da grande maioria das pessoas. No seria talvez necessrio dizer que, no particular caso, o Brasil apresenta-se como campeo da desinformao, ou que toda informao somente guiada em certa e especfica direo. Ou seja: aquela que mais beneficia a classe dominadora, isto , uma minoria. A nossa maior dificuldade reside num fato incontestvel: a maioria das pessoas reage violenta e instintivamente contra qualquer idia, ou processo, que possa a vir, de uma maneira ou de outra, estremecer o status quo reinante, ou seja: que as venha forar a pensar por si prprias. Mesmo que esta nova tomada de conscincia signifique uma mudana salutar, uma melhora nas condies de suas vidas ou em relao s suas atividades profissionais, sociais ou de crenas religiosas, nas quais, a grande maioria dos fiis no tm tanta convico. Estas so aceitas por puro comodismo ou modismo. Veja-se, como exemplo deste modismo, a enxurrada de livros esotricos abarrotando as livrarias, e at mesmo as bancas de jornais. Atualmente, o desatino esotrico atingiu tal nvel que facilitou o surgimento de escolas, nas quais voc pode tornar-se um iniciado jato, bastando to somente para isto possuir dinheiro suficiente para gasta-lo no pagamento de ensinamentos padronizados, vindos8

s deus sabe de onde. E nesta conversa muitos j entraram e continuam a entrar. Quedamos pasmos ante a miopia de indivduos rejeitando novas idias e novos preceitos apenas por no se encaixarem nos paradigmas de suas crenas pessoais, mesmo que estas crenas entrem em conflito com o bom senso e a racionalidade. Como afirmado por J.G. Artienza, ... o homem o grande enganado do cosmo, e algumas vezes conscientemente, como se estivesse ansioso pelo engano e pela dependncia. O homem obedece com medo e at com alegria toda religio ou filosofia poltica que lhe dispensa pensar e lhe impem verdades por decreto ou, como afirmam as religies, pela palavra de deus. Resumindo: o homem gosta de ser enganado. Mesmo considerando seriamente estas premissas, atrevi-me desenvolver esse trabalho, na esperana de conseguir atingir mentes mais abertas, as quais, suponho, ainda existam. A Trama aqui referida foi criada, em seus mnimos detalhes, h milhares de sculos atrs e, desde ento, direciona nossos passos individuais e coletivos a uma direo que nos desvia do objetivo da evoluo. Isto pode ser constatado mediante a cuidadosa observao da Histria e da catica situao do mundo na atualidade. Que o homem enveredou em um beco-sem-sada ser difcil contestar. A Trama foi concebida objetivando a manuteno de um Poder controlador dos destinos da humanidade, impedindo-a de libertar-se das cadeias materiais, mentais e espirituais, obstaculizando o seu livre acesso ao bsico e imprescindvel conhecimento necessrio sua natural maturao, e clara viso do que o homem em toda sua realidade e plenitude um Deus entre Deuses. Ou, como dito por Crowley, uma estrela entre estrelas. O sombrio controle sobre nosso livre arbtrio tem sido mui sutilmente exercido pele Trama, apoiando-se principalmente no sentimento religioso, nas lutas de classe, nos preconceitos raciais, e antagonismos polticos, entendendo-se sobre a Terra como um pesado manto negro, obscurecendo nosso porvir. No falo somente em termos materiais, como muitos possam imaginar. Direciona, tambm,, a Trama a nveis mais profundos, em que fenmenos inquietantes, manifestando-se em vrias partes do mundo, e subvertendo as teorias cientficas e religiosas, representam to somente a ponta de imenso iceberg flutuando perigosamente na rota de nossas existncias.

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Estou plenamente desperto para o fato de que com minhas assertivas, excitarei a ira de ocultistas, espritas, catlicos romanos, protestantes, evanglicos, comunistas, capitalistas e democratas.1 Tambm, por outro lado, atrairei a ateno e o dio dos Arquitetos da Trama, os quais, por intermdio de seus aliados humanos (e no humanos) tentaro calar minha boca e desmentir meu trabalho. Que fazer? Este sempre foi o preo pago por todos quantos, no passado, ou no presente, e seguramente no futuro, (se no vencermos a guerra contra esta Trama), deram um passo alm da preconceituosa viso de valores tradicionais, estabelecidos como padres inquestionveis. Enquanto no lograrmos enxergar um pouco mais frente e com clareza, penetrando a nvoa nos envolvendo e nos desorientando, ou quando o fazemos nos curvamos, covardemente, ante as foras sinistras a nos imporem regras arbitrrias, fracassaremos ruidosamente como seres divinos e livres que deveramos ser, e seremos engolidos pelos turbilhes da Trama. No afirmo ter vislumbrado a verdade em toda sua magnitude. No! Apenas penetrei um pouquinho alm da nvoa enganadora.Olhei, por assim dizer, por detrs do primeiro vu. Entrevi, com o canto do olho, o rpido e sorrateiro movimento de uma sombra esgueirando-se sinistramente entre outras sombras. Entretanto, a fugidia viso serviu para vislumbrar o ainda no visto: aquilo que nos tem manipulado, desencaminhado nossas vidas e nos observado durante sculos a fio, com sinistros olhos e escondendo-se sob diversas mscaras, sejam polticas, sociais ou esotricas. Se bem que o homem comum no alimenta a mnima desconfiana dessa manipulao, crescendo a seu redor, ela emerge aos nossos olhos a cada instante basta olharmos com um pouquinho de mais ateno para fatos do dia a dia, para certas lendas e mitos vindos do passado, ou para enigmas histricos e, principalmente, para a atual e cotica situao em que a humanidade, in totum, mergulhou nos ltimos anos, sem saber como e porque. Induzido pela Trama e seus vassalos, o homem enveredou por um labirinto, onde seus desesperados gritos ecoam h milnio, sem serem respondidos, ou nenhuma chance de ser acudido por uma Ariadne, porque somente o prprio homem poder salvar-se a si mesmos, e nenhum deus far isto por ele.1

- Nota de E.: Na teoria, a Democracia inspiradora, mas nada tem a ver com o que encontramos nos pases dizendo adota-la como regime poltico, principalmente os Estados Unidos da Amrica. O existente nestes pases democratas, com rarssimas excees, um Capitalismo selvagem to daninho humanidade quanto o Comunismo e o Fascismo.

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Ouspensky disse certa vez: de que serve tentar desmascarar mentiras, se as pessoas gostam delas, vivem delas e nelas? Verdade: o homem vive mergulhado numa iluso induzida, semelhante aquela descrita em Matrix. Certamente, muitos afirmam que Ouspensky pinta o quadro com tintas demasiadamente escuras. Discordo dessa opinio. Para mim ainda esto claras, comparando-as realidade nua e crua. Jamais a mentira foi to cultuada como em nosso tempo, com exceo ao perodo histrico dominado pela Santa Inquisio, quando a Trama, atravs da Igreja Romana mostrou abertamente seu dio e desprezo pela humanidade. Felizmente para nossos netos assim espero existe uma luz no final do tnel. A existncia da Trama j comeou ser divisada e pesquisada por alguns dispersos investigadores. Homens que conseguiram escapar do condicionamento imposto pela Trama, por seus aliados (humanos e no humanos)e por idiotas teis No jargo da CIA, um idiota til refere-se a algum trabalhando para ela, mas que no se d conta do fato. Nesta classificao coloco membros de membras da, assim chamada, OTO Americana, FRA, AMORC e outras mais. Algumas dessas, talvez, tenham conscincia do que esto fazendo. Neste grupo incluo alguns tarlogos, numerlogos, etc. Nos ltimos anos alguns independentes investigadores tm-se pronunciado sobre questionamentos que procuro apresentar sob o ponto-devista esotrico. Vrios estudiosos tm publicado suas concluses. A princpio timidamente. Alguns apresentam seus estudos sob o mento da fico como, por exemplo, Colin Wilson. Mas aos poucos, estas publicaes tornam-se mais abundantes e no to disfaradas. Entre os pioneiros desta nova onda cito Geralg Gorg, Robert A. Wilson, Timothy Leary, Zecharias Sitchin, Robert Charroux, Donald Holmes, Alais Denielou, Lovecraft, Eliphas Levi, Blavatsky, Allam Watts, Crowley, Marcelo Motta, e outros nos diversos seguimentos do pensamento humano. Estamos sendo testemunhas e vtimas, a nvel planetrio, de uma imensa campanha que tende destruir qualquer grau de liberdade que o ser humano tome no sentido de forjar seu prprio destino, afirmou um desses pesquisadores. Somos constantemente, sem o percebermos, vigiados e manipulados por religies, seitas, movimento polticos, esotricos, organizaes pseudo manicas, movimentos sociais e militares que, embora paream independentes uns dos outros, e mesmo antagnicos, possuem um elo unindo-os entre si mesmos e a Trama. Povos em vrias naes, encontram-se mentalmente em total escravido, sob o fascnio de lideres religiosos e

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polticos, operando em base de afirmaes que surgem totalmente insanas a todos quantos no se encontram sob seu fascnio. Na verdade os grandes peridicos e as cadeias de televiso fabricam ou manipulam a opinio de 90% da populao do mundo. Existe um modo de tratar as notcias, seleciona-las, limita-las. Nos EEUU existem 1800 peridicos; 11.000 semanrios; 11.000 emissoras de rdio; 2000 canais de televiso, 2500 editoriais. Mas 50% deste total controlado por uma vintena de companhias, cuja fonte econmica mais importante a publicidade. No o consenso do pblico que permite a sobrevivncia dos meios de comunicao, seno os interesses particulares. Euclydes Lacerda de Almeida

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IA escravido possui diferentes formas. Existe uma escravido econmica, uma escravido poltica, uma escravido religiosa. Tambm em comunicao. .

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odo estudante de Historia Geral sabe que na rea hoje conhecida como Oriente Mdio foi, na Antiguidade, o bero de vrias religies um verdadeiro laboratrio do qual veio luz uma enorme quantidade de sistemas religiosos e cultos os mais obscuros. Mas tambm ali nasceu o Judaismo, o Cristianismo, o Culto de Isis, de Osris, de Baal, de Dionsio, e o Isl. Em meio a estas religies e cultos, as mais conhecidas so: Judasmo, Cristianismo e Islamismo. Porm, h muitos sculos atrs, Aton, Amon, Osris, Baal, Adonis, Dionsio, etc., reinaram absolutos. Esta rea, chamada Oriente Mdio, sempre foi tumultuada. Mesmo hoje a vemos fervilhar em diversos tipos de lutas. Israel, Palestina, Iraque, Ir, foram o pivot de diversas guerras, e presume-se que brevemente haver outro conflito entre Israel e seus vizinhos mulumanos, como j houve entre Israel e o Egpto. A Guerra do Iraque foi uma pgina parte, pois constituiu uma guerra provocada pelos Estados Unidos da Amrica, em sua poltica intervencionista. Tambm de nosso conhecimento que vrios governantes sempre tentaram o controle religioso do povo para obter poder poltico. Certamente foi este o caso do Imperador Constantino, quando reuniu os bispos cristos num conclio (reunio de religiosos), na cidade de Nicia, para re-estabelecer o poder do Imprio Romano, j em decadncia, sobre as colnias estabelecidas naquela regio. Constantino, o analfabeto Constantino, tornou-se assim o primeiro governante adotando o Cristianismo como religio oficial do estado (futuramente esta manobra seria seguida por vrios outros); muito embora ele mesmo seguisse a Religio do Sol Invicto. No ser necessrios descrever

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aqui as artimanhas polticas e criminosas perpetradas para que a religio surgente (o pseudo cristianismo Romano), vencesse o Verdadeiro Cristianismo, desenvolvido naquela regio da Terra. Porm, sempre interessante reavivar a memria desta ignomnia articulada contra a humanidade, uma vez que os atuais catlicos romanos parecem ignorar a histria de sua prpria religio e dos crimes que ela cometeu para estabilizarse no mundo, inclusive o assassinato em massa dos Ctaros, homens e mulheres que seguiam o cristianismo primitivo. O ultimo reduto dos Ctaros foi Monte Segur, ao qual as lendas se referem como sendo o local onde estava o Santo Graal. Segundo uma pesquisadora de nosso tempo, Constantino reuniu os bispos de diversas regies no famoso Conclio (Nicia 325 a.C) para que estes chegassem a um acordo sobre o figura de Jesus Cristo2 se Ele era ou no da mesma Essncia de Deus. Procedeu-se a uma votao. Paradoxalmente, os bispos votaram contra a divindade de Jesus. Nisso eles seguiam a doutrina de rio, bispo de Alexandria, e um dos mais cultos de seu tempo. Constantino o inculto Constatino que ainda no abandonara o culto ao Sol Invictus (Mitra), ia perdendo a pacincia. Pois, como iria ele, ento, se converter a Para rio, a duplicidade de um deus que, afinal, no era Deus? substncia no podia deixar de Por isso, tomado de ira, obrigou aos implicar uma dupla personalidade, da bispos a fazerem outra votao em qual sairia irremediavelmente desunida a Unidade Divina. Apresentava-se que reconhecessem que Jesus era da assim o confronto entre os que mesma substncia do Pai Eterno, e afirmavam que Jesus era o Verdadeiro no substncia parecida. Muitos Logos encarnado, e os que bispos viraram a casaca por consideravam-no apenas um homem temerem as consequncias em no tornado Deus no momento do batismo, obedecerem aos desejos do como dito no Evangelho de S. Marcos. Imperador. Mas rio e mais vinte e um bispos de bom senso (e honestos) mantiveram-se firmes com os votos anteriores. rio, culto como era, sabia que os judeus se consideravam filhos de Deus. Alis como os verdadeiros2

- Nota de E.: Termos como Cristo, forma latina do grego Chrestos, o mesmo que Mashiah (O Ungido, o Messias) hebraico, um ttulo e no um nome prprio, como grande parte dos catlicos romanos imaginam. A Igreja de Roma o empregou nos Evangelhos para agradar a gregos e romanos (Jesus Cristo um nome contendo a forma grega Chrestos e a habraica Joheshuah). No Evangelho de S. Marcos, por exemplo, a expresso Jesus Cristo encontra-se apenas no Prlogo (I,1): estamos em face de uma frmula compsita, tardia, refletindo uma terminologia helenstica, e no palestina. O Nome do Messias prometido no Antigo Testamento Emmanuel (isto , Deus Em Ns. No resto de sua narrativa, S.Marcos, fala sempre de Jesus, no de Cristo, e muito menos Jesus Cristo; ao passo que o autor das Epstolas atribudas a Paulo de Tarso usa de preferncia Cristo, maneira da dispora. Paulo de Tarso, ou quem escreveu as Epstolas era um Gnstico, sabendo o que estava falando.

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cristos. Era isso exatamente que os distinguia dos outros povos, e que fazia deles um povo eleito3. No Antigo Testamento, Deus designado como Pai para algum em vrios livros xodo, Salmos, Samuel, etc. Mas os mtodos de Constantino eram mais convincentes. rio foi excomungado e seus livros queimados (como sempre acontece, aquilo que voc no entende, voc destri), e o Concilio de Nicia decretou a pena de morte contra quem conservasse alguma das obras de rio. esta, infelizmente, a histria da origem de Igreja Catlica Apostlica Romana (para maiores detalhes veja Carta da Um Mao, de Marcelo Motta). Os dogmas da Igreja foram estabelecidos por votao, e sempre aliando-se aos poderosos e cruis senhores do mundo, contra a liberdade do resto, e para tanto usando da violncia, da mentira e do crime. Anos mais tarde ao Conclio de Nicia, seguiu-se a padronizao dos Livros da Bblia, sendo retirados do texto original (ou devidamente tomando a forma a apoiar o Credo de Nicia) fatos e elementos misticamente incompatveis com a reforma. Seguiu-se uma sistemtica perseguio aos gnsticos, pagos e judeus, assegurando, para a Igreja Romana, que nenhuma rival perturbasse a consolidao da doutrina crist romana. Em 391 e.v., uma fanatizada multido incentivada pela igreja em crescimento, incendiou o Templo e a Biblioteca de Alexandria, o grande centro do Conhecimento Antigo. Foi o mais profundo golpe sofrido pelo esprito da pesquisa intelectual, terminando com a possibilidade de se pesquisar e, consequentemente, de se expor a Fraude, uma das filhas mais querida da Grande Trama. A partir desse ponto, qualquer pesquisador independente era estigmatizado de herege, torturado e queimado vivo.. em nome de deus. Quem viu o filme ou leu o livro O Nome da Rosa (Humberto Eco) pode fazer uma plida idia de como isto acontecia, mesmo entre sacerdotes. Aps o Conclio de Nicia, outros foram realizados consolidando a Fraude. Assim, a Grande Trama foi se apossando da mente ocidental.

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- Nota de E.: Os judeus sabiam, e ainda sabem, a verdadeira origem do homem.

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IIOs costumes tm sido preparados convenientemente para distrair e escravizar a cada setor da populao. Assim temos, logo de incio, o costume do esporte espetculo (foot-ball, basketball, ciclismo, etc. de alta competio e profissional) utilizado como distrao de uma parte importante da po pulap masculina.

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orna-se notrio que o presente momento testemunha um fenmeno de extraordinrias caractersticas. Srios questionamentos, tanto na seara religiosa quanto na esotrica esto passando pelo crivo de uma profunda investigao. O projeto deve-se vrios pensadores e pesquisadores independentes, iniciando uma revoluo nos paradigmas de ambas as correntes. Recentes divulgaes de obras inditas, mantidas em sigilo durante muito tempo (sculos, ou mais), indicam nova orientao nestas pesquisas. Pode-se afirmar que este despertar inaugurou-se com Blavatsky, Crowley, Dion Fortune, Ouspensky, Freud, Jung, e outros. O movimento tambm oferece novas perspectivas e interpretaes mais ousadas quanto a importantes e cruciais problemas penalizando a raa humana no nosso tumultuado fim de sculo.4Portanto, uma feliz ocorrncia podermos, atualmente, nos expressar com maior liberdade e publicar relevantes temas, at pouco tempo considerados tabus, e muitos dos quais4

- Nota de E.: Torna-se, agora, mais claro o que queriam exatamente dizer os autores ou compiladores dos Grimrios com os termos esprito, anjo e demnio, pois embora primeira vista parecem considera-los como personalidades, existe uma forte tradio indicando que os iniciados que entendiam o profundo significado dos Grimrios consideravam os espritos como simples personificaes de princpios csmicos ou de elementos da prpria mente humana (Ver Magia Francis King pag. 11-12

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desconhecidos no Brasil, o que nos colocava bem prximos da alienao ante vrias obras surgidas na Amrica e Europa. Durante sculos tivemos nossos conhecimentos e nossas conscincias limitadas pelos grilhes forjados nos subterrneos do falso cristianismo. A mais notvel manifestao dessa nossa posio libertria encontra-se na mudana ocorrida no pensamento de vrios estudiosos, pesquisadores, eruditos e msticos surgidos nesse sculo . Isto libertou vrios indivduos das algemas de um brutal dogmatismo escravisante para inditas interpretaes de textos sagrados, tradies esotricas e discursos mgico-msticos vindos do passado. Foi afirmado, por um srio pesquisador, que o poder eclesistico colocou um torniquete, na mente do mundo ocidental, durante quinze centenas de anos. Na atualidade o torniquete comea a ser removido, e novos horizontes iluminam-se com a promessa de total liberdade de expresso e ao em todos os campos da atividade humana. A despeito dos poderes contrrios os mesmos que queimaram Giordano Bruno, Joana DArc, Jacques de Molay, e outros cujos nomes ocupariam todas as pginas desse trabalho parte da verdade comea a ser revelada. Os Livros Sagrados de vrias religies do passado, aparecem agora, sob uma nova luz, mesmo no mecanismo de suas estruturas. A pesquisa progride a passos largos, e nos leva ao ponto onde ela pe em xeque a (pseuda) bsica historicidade dessas escrituras, das quais era crime geralmente punido com a morte na fogueira duvidar-se mesmo de uma letra. Estudiosos desses textos e da vida de seus escritores, comeas a declarar abertamente que as narrativas ali contidas no podem ser mais aceitas como acontecimentos reais, histricos. Ou eles consistem numa forma alegrica de transmitir certos conhecimentos, ou encobrem acontecimentos no compreendidos por nossos antepassados ou so, em sua maioria, pura invencionice. Para ns, particularmente, o Novo Testamento apresenta um amlgama de vrias concepes religiosas, crenas populares, palavras de passe de organizaes secretas. Tudo isto sendo oferecidos a gregos e troianos, como sendo uma revelao divina. Mas, como j afirmado, contendo alguns fatos, infelizmente descritos e interpretados por observadores cujas mentes ainda no se encontravam preparadas para entend-los e, assim, os registraram sob o ponto de vista da superstio religiosa e de uma viso maravilhada ante as inslitas ocorrncias. Neste contexto, a prpria Igreja de Roma, vendo-se ameaada diante de vrias desses descobertas, e temerosa (como sempre) de perder o poder poltico exercido sobre as massas, comea a rever, muito discretamente, alguns de seus dgmas e algumas de suas estrias. Veja-se, por exemplo, o18

caso do Santo Sudrio, que a Igreja, no faz muito tempo, reconheceu publicamente como uma falsificao.

O golpe dessas crticas textuais, estremecendo o edifcio dos dogmas, tem sido bastante forte. O abalo acentuou-se, ainda mais, sob a divulgao de tradues e comentrios eruditos concernentes aos Manuscritos do Mar Morto e da Biblioteca de Nag Hamadi5, no especfico caso do Cristianismo. Estas tradues e comentrios trouxeram, ao pblico, inmeros fatos histricos at ento desconhecidos, ou mantidos em absoluto secreto pelas autoridades civis e eclesiasticas. Mais recentemente, a Igreja Romana, veio pblico pedir perdo ao judeus por ter fechado os olhos ante os crimes do Holocausto. Isto cinquenta anos depois de sua monstruosa atitude. Deveria tambm pedir perdo pelas atrocidades por ela cometidas contra ctaros, gnsticos, Templrios, Maes, Esoteristas, Mulumanos, etc. E esta organizao ainda tem a coragem de dizer-se Crist... Na verdade nos sabemos que a posio da Igreja de Roma no foi somente fechar os olhos s atrocidades do Nazismo. Em vrias ocasies houve at incentivos. O Papa Pio XII (Pacelli), ajudou a moldar uma ideologia de poder papal sem precedentes; durante a dcada de 1920, ele empregou a astcia e a coero moral para impor esse poder na Alemanha. Em 1933 Hitler tornou-se o parceiro perfeito para negociaes. Foi acertada uma concordata, que concedia vantagens religiosas e educacionais Igreja Catlica. Essa abdicao voluntria do catolicismo poltico, imposta de Roma, facilitou a asceno do Nazismo. (Vide O Papa de Hitler, John Cornwell).6 Em Parania, um estudo elaborado j h algum tempo, eu exponho todo o caso do escndalo5

A notcia foi publicada em vrios jornais. Mas chamo a ateno dos leitores, que mesmo admitindo a falsidade do Sudrio, a Igreja pretende fazer com que este permanea como smbolo religioso, isto , continuar com a farsa, continuar com foco mgico para glamourizar a mente dos crdulos, mantendo-os ligados ao egregora da Igreja Romana.

- Nota de E.: Vide Os Manuscritos do Mar Morto, O Mito de Cristo e Os Manuscritos do Mar morto, de John Allegro.6

- Nota de E.:Existem muitas evidncias de que Pio XII (Eugenio Pacelli) num estgio inicial de sua carreira, deixou transparecer uma inegvel antipatia contra os judeus.

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envolvendo o Vaticano, o Banco Ambrosiano, e o Arcebispo Paul Marcinkus. (Adendo I).

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III

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difcil, e bastante cansativo, escrever-se sobre qualquer assunto quando a maioria das pessoas j o considera, a priori, verdadeiro, intocvel, estabelecido, etc., pretendendo conhece-lo muito bem atravs da leitura de superficiais artigos de revistas populares, dominadas pela mdia, ou pela palavra de lderes manipulando o contedo dessas leituras em favor de suas filosofias implantadas sob a gide da f , do temor religioso, ou pela coero poltica. Portanto, indico aos leitores o estudo de vrios livros, sejam contra ou a favor das concluses que chagaram os autores citados no decorrer desse trabalho. Esta liberdade de procura imprescindvel na conquista do real saber. Ater-se a uma s linha de pensamento, por temor a um pseudo castigo vindo do cu ou da infalibilidade de um homem vestido de uma autoridade duvidosa, retornar ao nvel do troglodita. Esta sempre foi a dificuldade na apreciao imparcial da religies e do esoterismo. Devemos estudar vrias obras a respeito e delas tirar nossas prprias concluses, principalmente no concernente ao esoterismo, como atualmente divulgado no meio profano de modo superficial, tendencioso, comercial e o que pior, errado. Pois o esoterismo oferecido ao povo no Esoterismo, mas sim um grosseiro arremedo dele. Como comparao, poderamos afirmar que a distncia entre o esoterismo e o Esoterismo a mesma existente entre os conhecimentos de um eletricista e a Cincia de engenheiro eltrico. Apenas destacando-se uma diferena fundamental: o eletricista possui verdadeira funo dentro da sociedade, enquanto que o esoterismo nenhuma. A no ser aquela da confuso, da m interpretao, da burla, de m informao, do perigo e da embromao, dirigidas para propsitos inconfessveis. A est a realidade, em que caiba a carapua nos divulgadores do esoterismo em nosso pas e no resto do mundo. Para que nossas palavras fiquem bem claras, destacamos estarmos falando de uma escria (ludibriando o povo em benefcio prprio) de magos, tarlogos, qabalistas, etc., no meio dos quais muito difcil separar o jio do trigo. Este um crime imperdovel, do qual eu os acuso, doe a quem doer...

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O mesmo quadro observa-se na religies e ordens (ou deveria dizer des-ordem?), de fraternidade secretas (que de secretas s tm o nome, e a fraternidade uma lenda), e mais acentuadamente, nas escolas de magia conferindo diplomas a torto e a direito, como se a Magia pudesse ser aprendida em salas de aulas a semelhana de qualquer curso escolar. Isto no Magia coisa nenhuma... Diante do caos esotrico expandindo-se nossa volta, que pode ser feito? Como distinguir a verdade da mentira? Nesse ponto seria de grande utilidade citar a frase dita por um desconhecido sbio da velha Judia: Pelos seus frutos os conhecereis. A frase deveria ser suficientemente esclarecedora ao bom entendedor. Pouco ou nada poderemos fazer para os que no tm ouvidos de ouvir. Devemos nos lembrar, tambm, que poderes mgicos jamais foram indicadores de evoluo ou crescimento espiritual como muitos possam julgar. Uma coisa no implica a outra. Pessoas desequilibradas ou malvolas podem possuir admirveis dons mgicos, e usa-los de maneira a se beneficiarem pessoalmente em detrimento de seus semelhantes. E geralmente o fazem. Indivduos moral e espiritualmente jamais o faro, mesmo possuindo tais poderes. Atitudes do passado, relativas ao Esoterismo em geral e Magia em particular, chegaram at nossos dias quase que intactas, e sempre tendendo para dois extremos: uma indicando a Magia como uma arte do diabo, um perigo para a alma humana; enquanto outro a coloca num pedestal elevando-a nveis de algo extraordinariamente sacrossanto. Ambas as tendncias so, obviamente, desequilibradas. Em ambos os extremos os efeitos tm sido devastadores para a humanidade. As pessoas permanecem sem saber o que fazer entre a cruz e a espada: ou a Magia destri sua almas, ou estas, impuras como so (o que querem nos fazer crer os agentes da Trama) a aviltam. No ser difcil compreender que as duas alternativas possuem, por finalidade, afastar a todos da Real Cincia dos Magi As diversas pesquisas em curso vm tornando a posio da Trama bastante difcil. Principalmente em se manter velada aos olhos dos homens. Isto, evidentemente, a tem forado mexer-se, manobrando suas peas no tabuleiro do mundo, numa tentativa de anular o avano do conhecimento, a no ser naqueles pontos de seu interesse imediato. Mas, ao mover-se ela tornase visvel como uma serpente se denuncia movendo-se num capinzal. Desta maneira, a direo de seus movimentos sinuosos pode ser prevista ao observador mais atento. A confuso generalizada em que o mundo mergulhou, nas ltimas dcadas, resultam deste prenuncio da desesperada ao da Trama. Basta22

prestarmos maior ateno, e veremos a sombra dela esgueirando-se por detrs destes acontecimentos. Notcias nos chegam dos quatro cantos do mundo: guerras as mais estpidas, distrbios sociais, problemas econmicos corroendo a riqueza de vrios pases, conflitos raciais e religiosos nunca vistos em tais propores, e um aumento assustador de armas cada vez mais radicais; violncia urbana, fanatismos, movimentos tentando reerguer o Nazismo, o Fascismo e o Comunismo, para extermnio dos homens verdadeiramente livres. Torna-se mais do que claro que a raa humana est sendo governada poltica e economicamente por desconhecidos grupos financeiros, canalhas criminosos, e intelectualmente dirigida por duvidosos psicticos e charlates. Por outro lado, grande quantidade de documentos, inscries rupestres, monumentos pr-histricos, papiros, manuscritos medievais e culturas, ditas, primitivas, vm sofrendo sistemtica destruio, como se algo, ou algum, quisesse apagar a memria do passado, porque nesta memria (as memrias genticas talvez) encontram-se pistas que nos levariam mais rapidamente verdade. Outros tantos documentos so ocultados, alterados nos textos originais ou acidentalmente perdidos, ou considerados apcrifos por uma autoridade charlatanesca comprometida com nossos algozes algozes. Posso citar, como exponenciais crimes da Trama, no passado, o incndio da Biblioteca de Alexandria e as Cruzadas. Podemos tambm assinalar o desaparecimento das chaves dos antigos smbolos dos textos hierglifos, da escrita Maia, Azteca, Inca; e dos textos Gnsticos. Desses ltimos somente temos referncias atravs comentrios de seus opositores (portanto, no confiveis). E de outros tantos documentos indicando remotas civilizaes que floresceram na face do planeta, muito antes do atual homindio aparecer. As deturpaes bblicas, cujos erros de traduo e interpretao contam, respectivamente, entre 30000 e 20000. O sistemtico assassinato de inmeros sbios que ousaram levantar a ponta do vu da ignorncia. Os tenebrosos calabouos da Inquisio, onde padeceram, sob as mais mterrveis torturas, milhares de homens e mulheres acusados de feitiaria, herezia, pacto com o diabo, etc. O assassinato dos Templrios, dos Ctaros, cujos conhecimentos punham o poder da Igreja em perigo; o genocdio dos Incas no Peru, e Astecas no Mxico; as perseguies aos Maes, e a outros grupos religiosos como os Albigenses, Gnsticos, etc. Em nossa poca, o holocausto dos Judeus, dos Ciganos, dos homossexuais, etc., sob a bota Nazista auxiliada pelo Vaticano. A utopia marxista-leninista com seus crimes e perseguies, e o selvagem Capitalismo que parece imperar no mundo, matando de fome milhes de seres humanos. So estes, outros tantos xitos obtidos pela ao da Trama que, assim, sem aparecer, executa seu plano de extermnio de todos os seres inteligentes da Terra; pois no fim de sua trama, apenas permanecero, no23

planeta, os idiotas, os semi-humanos e os retardados, muito mais fceis de serem controlados, escravizados e de trabalharem para os Arquitetos da Grande Trama. Aps A Segunda Guerra Mundial, a humanidade julgou poder respirar mais aliviada num clima de paz, harmonia e progresso. Mais um terrvel engano. Seguidamente estourou a Guerra da Coria, do Vietname, do Iran, do Paquisto, do Iraque, da Bsnia, etc., onde arma ultra sofisticadas foram testadas para a alegria de enriquecimento das industrias blicas americanas, russas, inglesas, etc. Ser que ningum ainda se apercebeu quem em tempo algum, o homem parou de matar-se mutuamente, sem ao menos saber porque? Que a maioria das indstrias mundiais vivem e se enriquecem de nosso sangue como vampiros que so? Durante todo este tempo, o homem tem-se deixado guiar pelas mentiras implantadas pela Trama. A to exaltada Civilizao do Sculo XX tornou-se o evidente exemplo disto. Por inumerveis milnios, a humanidade tem aceito, sem o mnimo questionamento, estas mentiras, sejam no campo das religies, ou seja no poltico, e que nada tm a ver com a realidade dos fatos observados na Natureza. Torna-se evidente, para mim, a funo dessas afirmaes mentirosas: manter a massa popular ignorante e subserviente uma Elite que Benjamim Disraeli descreveu como figuras que no podem ser vislumbradas por aqueles cujos olhos no conseguem penetrar nos Bastidores. Nesta mesma linha de pensamento nos informa Gerard Gorg: Eu tenho a viso de uma mistificao imensa em todos os graus da Histria, em todos os nveis de nossa civilizao. O mundo est condenado a viver sob o domnio de uma casta que eu chamarei de os Poderes Eu estaria de pleno acordo com Gorg no fosse seu pessimismo. A humanidade no est condenada irremediavelmente a viver sob o domnio dessa Trama. Ainda restam esperanas. Ainda tempo de acordar e reagir. Existem foras combatendo a Trama onde quer que Ela aparea, neste instante mesmo como no passado. Alm disso, e a despeito de todo cuidado para manter-se ignorada, alguns indcios vazam, e os homens mais atentos tm um vislumbre do que realmente est acontecendo, e quem so os responsveis pela Trama. Temos sido mantidos numa cegueira sepulcral. Uma cegueira nos afastando do Conhecimento de nossa real origem e de nossa posio no contexto universal. A prpria classe sacerdotal tem sido, ela mesma, vtima desta cegueira. Muito embora viva sob a iluso de que est servindo ao verdadeiro Deus, e de ser a elite do mundo. E no mesmo caminho seguem militares e polticos corrptos. A realidade outra. Todas essas classes24

eletistas no passam de simples marionetes nas mos dos verdadeiros Senhores do Mundo, que tm pretendido fixar limites para evoluo humana, por temor a esta evoluo, como ser discutido mais frente. E neste contexto aqueles que se julga livre , na realidade, um tolo presunoso; uma ovelha entre ovelhas, enganada, engrossando o rebanho, seguindo a determinao e o capricho de seres ocultos para os quais nada mais somos do que animais teis e aproveitveis para seus fins, mas descartveis ao trmino desta utilidade, da mesma forma que cobaias em laboratrio. No posso crer que toda esta misria, que toda esta confuso, que toda esta sangueira, enlameando o caminho da civilizao, seja a Vontade do Deus Verdadeiro, do Criador do Universo. Tambm, por outro lado, no ser lanando a culpa em um hipottico diabo que daremos o enigma por resolvido, ou explicado. muito fcil e infantil um tal tipo de raciocnio. Ele nos lavaria a uma outra questo: afinal, quem criou o diabo? Caso a resposta seja deus, ento este deus revelar-se-ia um covarde universal, criando um ser para encobrir sua prprias fraquezas, tendncias sdicas e cruis; o que seria um grande absurdo, considerando-se Deus como Amor e Bondades Supremas. Visto est que o deus referido na Bblia no pode ser este Deus Universal, mas uma imitao Dele, nomeado, pelos Gnsticos, como Demiurgo, ou seja, Jehov. Jeovah se declara todo poderoso (El Shaday), e declara: Ainda antes que houvesse dia, eu e ningum h que possa fazer escapar de minhas mos; operando eu, quem impedir? (Is. 43:23). Porque o Senhor dos Exrcitos o determinou: quem pois o invalidar? E a sua mo estendida est: quem pois a far voltar atrs (Is. 14:27). Vede que eu, eu sou, e mais nenhum Deus comigo; eu mato e fao viver, eu firo e eu saro: e ningum h que escape da minha mo ( Deut. 32:39) Paulo apstolo revela que algum submeteu e corrompeu toda a criao: Porque a criao, ficou sujeita vaidade, no por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperana de que tambm a mesma criatura ser libertada da escravido da corrupo, para a liberdade da glria dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criao geme e est juntamente com dores de parto at agora _ (Rm:19-22). Ora, se toda criao foi submetida ao opressor, e dentro dela Jeovah se arroga tantos poderes, ou Jeovah est submetido ao opressor, ou est mentindo. O que parece que, quem faz, tem mais poder do que quem fala e proclama o que no pode fazer.

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A situao do homem, na atualidade, como se ele tivesse suas vestes embebidas em gasolina e, loucamente, danasse volta de uma fogueira, e toda dantesca cena aplaudida pela assistncia: padres, polticos, governantes e, claro, esoteristas. Durante o negro reinado da Santa Inquisio (A infame Santa Inquisio foi criada por um fantico espanhol, Dominic Guzman, impelido por um dio sem limites contra as herezias. Em 1216 Guzman criou a ordem manstica, que tempos mais tarde chamou-se Dominicana.) milhares de sbios, filsofos e pesquisadores, e mesmo representantes das classes mais abastadas (dotados de corao e senso de individualidade) foram impiedosamente queimados vivos, ou morreram nas cmaras de tortura. Lutavam eles contra a Fraude, mostrando uma outra realidade que no a oficial ditada pela Igreja de Roma. Ainda hoje existem indivduos que tentam justificar as barbaridades cometidas pela Inquisio, baseando-se em premissas totalmente falsas (vide, particularmente, as idias do Sr. Paulo Coelho sobre o assunto). Neste particular, o homem no mudou muito em suas reaes ante o inovador, ante os grandes heris, ante a verdade, principalmente quando estes e estas contrariam os padres, leis e costumes estabelecidos pela Fraude e pela tacanha mentalidade de polticos e sacerdotes. Nos negros tempos da Inquisio, a Maonaria ergueu-se majestosa contra a infmia. Ainda era a Maonaria, isto , a poderosa Ordem criada pelos verdadeiros Adeptos opondo-se Grande Trama. Infelizmente a Maonaria, em nossa poca, decaiu alm do previsto por seus criadores. Diriam alguns que hoje em dia no existem mais fogueiras inquisitrias (mas existem outros meios de se queimar algum): outros meios para calar nossas bocas. E, em certo sentido, bem piores aos empregados anteriormente pela Inquisio, porque mais sutis, mais disfarados. O ocorrido durante a histria da evoluo humana consiste em que certos e ainda no definidos seres fizeram-se passar por Deus. Depois, sendo aceitos, aproveitaram da situao, conseguiram fazer com que o Verdadeiro Deus fosse visto, histricamente, como o Adversrio (isto , transformaram o Verdadeiro Deus em Diabo . Desta maneira, temos aceito, durante milnios, afirmaes mentirosas como se fossem verdade. O pior, que ns nos matamos mutuamente em nosso dessas mentiras. J hora desta insensatez terminar. Estou convicto que na poca em que vivemos, iniciar-se- um perodo, durante o qual, muitas da mentiras existentes sero desmascaradas e, ento, o homem poder respirar mais livremente sem nada temer. Porm, no podemos nos iludir: a guerra para a conquista da Liberdade ser tremenda e longa.26

No decorrer deste trabalho sero exibidas algumas dessas mentiras e mistrios. Dizer-se que uma viso do Universo, diferente da qual ns estamos acostumados a aceitar, insensata, significa afirmar-se, em outras palavras, que tal viso no se ajusta aos padres estabelecidos arbitrariamente e impostos pelo temor de um pseudo ser divino, ou pela fora poltico econmica, ou pelas armas. Estes foram os meios sempre empregados pela elite dominadora para impor-se sobre a massa popular. Os tiranos sempre procuram inibir e subjugar o povo atravs da religio, ou atravs da fora ou pelo terror; e o emprego desses mtodos variando segundo a reao de cada povo. Quando, por quaisquer circunstncias, no surtem o efeito desejado, o resultado um dio feroz e o assassinato em massa, como aconteceu na Rssia e na China comunistas, e em outros pases rotulados como democrticos como, por exemplo, os Estados Unidos da Amrica, que alm de praticamente dizimar as populaes indgenas de seu territrio, tem o pssimo costume de meter-se na vida de outros pases para salv-los , ou democratiza-los fora7 Tambm, este tem sido o mtodo de catequese usada por padres e pastores e outros representantes de religies organizadas, contra os povos chamados primitivos. Como os catequizadores costumam dizer: ns te salvaremos, mesmo que para isto seja necessrio mat-lo. Esta a palavra do feroz deus (Jehova) desses crentes. E, por isso, ele, o deus da Bblia tentou suprimir os rebeldes da face da Terra com o dilvio, e com a destruio da Torre de Babel, e arrasando Sodoma e Gomorra. Evidentemente, para o homem de bom senso, estas histrias demonstram cabalmente que esse deus no Deus coisa nenhuma, mas uma grotesca imitao Dele. Para muitos esta minha viso uma viso insensata, herege, etc. Mas, como dito por Bryan Swimme no necessitamos de vises sensatas; precisamos das mais chocantes e fantsticas vises do Universo que pudermos encontrar. No que apoiado plenamente por Teilhard de Cardin: S o inacreditvel tem possibilidade de ser verdadeiro. Teilhard de Cardin era um sacerdote da Igreja de Roma, e desenvolveu seus estudos e pesquisas antropolgicas com fortes nuances contrrias aos dogmas de Igreja, e por suas idias avanadas, morreu no ostracismo. Somente agora seus livros podem ser lidos e apreciados.7

- Nota de E.: No digo que devemos compactuar com os dspotas e ditadores dos diversos sistemas polticos. Mas ns temos que deixar que os povos do pases, sob o jugo da tirania, se mostrem capazes de, por si mesmos, livrarem-se da escravido. Caso contrrio, no merecem a liberdade, ou no a desejam. Ns no podemos, simplesmente, invadir estes pases sob o pretexto de libertar sua populao. Fazer isto, tambm autoritarismo, despotismo, etc.. Nossa luta contra a escravido deve ser no sentido de alertar, a todos, a respeito da escravido, e deixar que cada qual escolha seu caminho LIVREMENTE.

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A maioria das teorias existentes, sejam religiosas, polticas ou esotricas, em nada nos tem ajudado na compreenso do Homem, do Universo e de Deus. E no o fito deste nosso trabalho criar novas teorias, ou polmicas. Mas as polmicas inexoravelmente surgiro como a sombra que acompanha a luz. aqueles que virem em nossa exposio apenas loucura, devaneio, etc., tm o sagrado direito de assim pensarem e de seguirem suas prprias idias. Sugiro, entretanto, que antes de tomarem qualquer direo, deveriam estudar estas nossas proposies. Discusses a priori sempre sero um fator negativos em direo compreenso: cria dios, rancores, fanatismos e incentivam guerras. Consultem os compndios de Histria e constataro o fato. No fosse o rancor dos padres de Roma contra os Verdadeiros Cristos, no teramos o massacre dos Ctaros, dos Gnsticos, etc. No fosse o dio de Hitler (iludido por uma pseudo supremacia da tal raa ariana) contra os judeus, negros, ciganos e homossexuais, no teramos a Segunda Grande Guerra, durante a qual milhares de homens, mulheres, crianas e velhos foram chacinados, a sangue frio, em nome de uma limpeza racial. A compreenso da verdade jamais vir de disputas, de guerras e de dios, sempre baseados em extremismos, crenas pessoais, e sem quaisquer fundamentos, a no ser aquele da m f. As acirradas polmicas entre faces antagnicas sejam polticas ou religiosas, ou sociais nos tm afastado, e continuaro a faze-lo, das importantes questes humanas. E exatamente isto que nossos inimigos desejam. Pois enquanto os homens se degladiam em nome de quimeras, eles nossos inimigos mais facilmente nos dominaro. Em nosso sculo, especialmente nas ltima dcadas,s temos agido como loucos guerras e mais guerras. Esta viso me assusta e deprime. Demonstra o como a humanidade ainda no aprendeu que ela faz parte de um s organismo, e de como est em mos de manipuladores cruis. No podemos permanecer neste erro fatal.

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IV

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Q

uando voltamos de uma viagem e ingressamos numa nova fase de nossas vidas, somos impelidos imediatamente para um novo tipo de jornada; o padro no linear ou circular, mas em espiral. Voltei de uma jornada onde muitas de minhas antigas idias e concepes foram purgadas pela secura do caminho. E agora aquelas idias me parecem como brincadeiras de crianas. A viso e a clareza mental decorrentes desta purgao irei transmitir irei tentar transmitir neste estudo. Escrever sobre uma nova viso do mundo, no que tange religio e ao esoterismo, o mesmo que atiar uma colmia de furiosas abelhas. assumir uma perigosa opo, pois consiste em derrubar antigos dolos e enfrentar dios e ataques mais ferozes vindos dos adoradores desses dolos os que dormem e sonham no suportam ser acordados. Dito de outra maneira os escravos serviro. Os crticos de ambas as correntes sempre defrontam-se com trs obstculos: o pensamento adulterado, o fanatismo e a fraude. E eu no sei qual dos trs o pior. Espero conseguir dribla-los, fugindo dos jarges usados pela maioria dos magistas e iniciados escrevendo a respeito. Viso uma abordagem amena do tema, facilitando a leitura daqueles que, eventualmente, sendo leigos em ocultismo, vierem a ler estas pginas. Talvez minhas palavras possam ser, para muitos, o primeiro contato com conceitos, juzos, filosofias e prticas ocultas.. Pode, tambm, acontecer (quem o poderia negar? O Universo to cheio de surpresas) que alguns desses eventuais leitores obtenham, como melhor resultado desta leitura, o despertar para novos horizontes e o desejo de ir mais longe na pesquisa destas idias, procurando atingir outros ramos da frondosa rvore da Vida, saboreando seus frutos, e objetivando um nvel de conscincia mais alm do alcanado por mim nesta to curta e maravilhosa existncia. No importa, em absoluto, que um tal despertar seja causado pelo desejo em me combater o importante que despertem e vejam o perigo a que estamos expostos por fecharmos os olhos ao daquela Elite Anti Humana, a qual domino A Grande Trama. E na qual est atrelado o esoterismo com e minsculo. Seria conveniente acrescentar algo que no foi claramente dito por vrios esoteristas que me antecederam: que nada substitui a viso direta, a experincia pessoal e a pesquisa destituda de preconceitos. Para isto, em vrios pontos deste escrito, apresento smbolos preciosos, chaves, por assim dizer. Ao leitor mais atencioso no lhe ser difcil tomar posse dos verdadeiros significados destas chaves e abrir as necessrias portas para avano na Compreenso da Arte Real; pois sem estas chaves nenhuma porta abrir-se-, ou se abrir ser uma porta errada. E este , sem dvida, o30

motivo de ouvirmos e lermos tanta besteira concernente ao Esoterismo. Somente com as Reais Chaves se descortinar, ante nossos olhos, um mundo cheio de maravilhosas verdades, e situaremos o Grande Perigo nos rondando neste momento mesmo por detrs dos bastidores. Nada existe de mais decepcionante e profundamente traumatizante descobrir-se que tudo aquilo, a que dedicamos grande parte de nossas vidas, no passa de uma grande farsa, cuja finalidade nica consiste em nos manter afastados da realidade, tornando-nos idiotas teis. Isto aconteceu comigo; e no serei o ltimo. A mesma coisa vem ocorrente, e continuar ocorrendo, como grande nmero de indivduos, enquanto no soubermos separar o joio do trigo quer dizer: enquanto no percebermos claramente, que a grande maioria das mensagens de todos os textos sagrados foram manipulados, e deformados, durante sculos, causando uma ruptura entre ns e nosso passado e, consequentemente, afastando-nos do caminho para um futuro promissor. Certa vez, a Sra. Blavatsky declarou, para alarde de muitos e compreenso de pouqussimos, que o segredo inimigo da verdade. Isto, veja-se bem: no quer dignificar a no existncia de segredos. Existem segredos e Segredos. Blavatsky era uma Mestra de Templo. E todos ns sabemos que quando um Mestre de Templo fala, ele s diz mentiras. Por que? Que iniciados encontrem a resposta por si mesmos. No conhecem eles todos os segredos? No dizem eles que no h segredos? Como no difcil de se imaginar, a declarao proferida pela mais famosa ocultista do Sculo XIX, criou grande rebolio e mesmo espanto, nos meios esotricos, principalmente entre maes. Logicamente, tendo suas fundaes baseadas em um Grande Segredo, a Maonaria no sobreviveria sem eles, da mesma forma que a Igreja Catlica Romana sem seus dogmas. O choque causado pelas palavras de Blavatsky foi to intenso ao ponto em que vrios esoteristas, entre os mais exaltados, iniciarem uma campanha contra ela. E nisto, evidentemente, foram instigados e apoiados pela Fraude, que aproveitando-se da oportunidade, divulgou o ignbil boato que Blavatsky era uma farsante e espi a soldo da Rssia Kzarista. Como podemos observar, a verdade no agrada a maioria, principalmente queles vivendo da mentira. Alis quantidade jamais traduziu qualidade, em que isto pese , assim chamada, Democracia. Eu mesmo, em minha ignorncia, e como mao, recm chegado ao Templo de Salomo, senti-me perturbado na poca em que li a declarao. Deixei-me levar por minha tolice, e paguei este erro com juros e correo monetria. O tempo passou. Trinta anos aps tomar conhecimento das sbias palavras de Blavatsky, e a indispensvel ajuda de um amigo e Frater, consegui, finalmente, libertar-me do condicionamento, a mim imposto, e31

compreende-las com um pouco mais de clareza. Antes tarde do que nunca. Mas foram trinta anos preciosos de peregrinao nada agradvel; muitas quedas e muitos erros foram necessrios para a compreenso das verdades subjacentes na obra daquela grande mulher, principalmente em sua monumental A doutrina Secreta. Blavatsky, entre outras coisas, nos alertou, sua maneira, e durante toda sua vida, contra os erros, engodos e vs afirmativas, as quais a maioria dos esoteristas tm tomado e divulgado como verdades indiscutveis verdadeiros dogmas tais quais aqueles inventados pela Igreja de Roma, e atualmente seguidos por suas subsidirias: O Protestantismo, atualmente dividido em vrias Igrejas e seitas, nada mais representa do que uma continuao da escamoteao romana isto : uma farsa inventada no Conclio de Nicia com o intuito de agradar gregos e troianos. Somente uma coisa diferencia a matriz das subsidirias: O Protestantismo com suas igrejas e seitas, tornou-se muitas vezes pior que o Catolicismo Romano, porque baseiam-se num fanatismo grotesco e crescente. O Conclio de Niceia (325 d.C) convocado pelo Imperador Romano Constantino na poca. Recm convertido ao Cristianismo. Constantino foi pressionado por sua corte a elaborar um conceito de Deus que agradasse as faces crists que tinha Jesus como salvador dos pecados do mundo. Entre muitas discusses durante os debates, um grupo de altos dignatrios cristos decidiu que Deus era trs pessoas: Pai, Filho e Esprito Santo. O que contraria as palavras do prprio Jesus, pois nem no Novo Testamento nem nos textos Apcrifos, jamais se referiu Trindade. O que unanimemente todos os Evangelhos expressam : Eu (Jesus) e o Pai somos um... Foi neste Concilio que os Evangelhos que no tinham o aval do Esprito Santo foram rotulados Apcrifos. E de que forma se podia saber sobre essa deciso divina? Ento Constantino recorreu a uma votao. Nesta os defensores da Trindade perderam para rio, que afirmava que Jesus no era da mesma essncia de Deus. A Constantino isto no agradou e ordenou uma nova votao em que Jesus fosse considerado da mesma essncia do Pai, e para isto usou de sua autoridade de Imperador. rio e seus seguidores foram excomungados, e todos seus escritos destrudos, passando a ser considerado um crime contra o Imperador ter e ler os escritos Arianos. Ento, a partir de Nicia, tudo que no estivesse de acordo com os ditames de Roma era queimado ou, no mnimo, proibido. Isso no aconteceu com o Evangelho de Tom porque, um monge gnstico copiou-o, encerrou-o numa urna e levou-o para o Egipto, onde foi encontrado mais de 1600 anos depois, em 1945 na regio de Nag Hamadi.32

Grande parte dos esoteristas e maes que conheci, jamais assimilaram, sequer, um milsimo da mensagem de Blavatsky. E muito menos ainda aquela de Aleister Crowley, o Magus do Sec. XX. Se muito, eles permaneceram confusos na Sala dos Passos Perdidos. No conseguiram ver o oculto por detrs do ocultismo. Toda obra da mestra russa e do magus ingls nos exibe claramente o quanto estamos enganados, e continuaremos a estar, em muitas de nossas queridas crenas, e totalmente ignorantes dos sombrios movimentos subterrneos engendrados por poderes que, dificilmente, poderamos imaginar sequer existirem mesmo em nossos devaneios mais ousados, Infelizmente tanto os sucessores de Crowley e de Blavatsky no lograram dar o devido prosseguimento, ou desenvolver adequadamente, as sementes lanadas por estes dois gigantes do atual esoterismo. Os prprios seguidores de Blavatsky e Crowley foram, eles mesmos, envolvidos pela teia tecida pela Fraude. O resultado desta incompetncia catastrfica repercutiu prontamente na farsa krishnamurtiana, e no indiscutvel declnio da Sociedade Teosfica, a qual tornou-se, em nossos dias, uma plida sombra do que fora na poca de sua fundadora no falo aqui da tal Sociedade Teosfica Brasileira, hoje existindo sob outro nome, por consider-la uma piada... e de mau gosto, digase de passagem. O mesmo declnio tem sido seguido por vrias ordens thelmicas, principalmente pela OTO (ramo ingls e norte-americano) Toda obra de Blavatsky direciona-se em desmascarar os segredos esotricos e o falso cristianismo. Aleister Crowley deu continuao a essa trabalho, alcanando maior amplitude e profundidade, desenvolvendo-o em linhas muito mais universais. Infelizmente seus livros no so to fceis de serem encontrados no Brasil, como o so os rabiscos de certo pseudo mago catlico apostlico romano (que paradoxo!). Para nossa infelicidade, as tradues (ps Marcelo Motta) dos livros de Crowley, para o portugues so pssimas. As para o espanhol nem se fala.8 Blavatsky e Crowley demonstram o ulterior desenvolvimento da Cincia da Natureza Humana, confirmando que o Esoterismo o nico Conhecimento Verdadeiro sobre Deus, o Universo e o Homem. No posso aqui me omitir em tecer alguns comentrios sobre a Maonaria.8

- Nota de E. : Apenas aquelas tradues feitas por um Mestre de Templo so dgnas de serem lidas, sendo fiis ao pensamento original de Crowley. Refiro-me aqui Frater A, um autntico membro da Grande Ordem, atingindo o Grau de Mestre de Templo; um exaltado Grau na Hierarquia da Ordem, o que lhe deu a capacidade indispensvel para poder traduzir os textos sem deturpar suas mensagens. Principalmente os Libri em Classe A.

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Infelizmente, nesta Ordem somente vi um grande nmero de homens alardeando seus exaltados graus e bazofiando conhecimentos secretos que, na realidade, no possuem. Todos os Reais Segredos lhes foram velados nos ltimos 100 anos. Ante to lamentvel fato, John Yarker, Gro Mestre do Rito para a Inglaterra, escritor, estudioso, cuja cultura, idoneidade, cincia e valor so indiscutveis e indispensveis a qualquer estudante srio da Maonaria, usou, certa vez, as seguintes palavras em relao aos os maes de sua poca: So cegos guiando cegos9. Isto tem sido reconhecido por outros tantos maes no certamente os mais insignificantes. A meu ver, a Maonaria perdeu, ao longo dos anos, muitssimo de sua antiga posio, autoridade, eficcia e poder de equacionar e resolver os problemas afligindo a humanidade. A Maonaria atual, com rarssimas excees, tornou-se uma simples forma destituda de contedo interno10. A que poderamos atribuir to lamentvel quadro? Alguns autores apontam para as absurdas supersties introduzidas em vrios Ritos. Outros, em prticas desprovidas de bom-senso e de utilidade no campo da Iniciao. Meu particular ponto de vista aponta para causas mais ntimas, originadas primeiramente n ignorncia, na negligncia e na falta de conhecimentos bsicos e histricos. Alm desses, na massiva infiltrao de elementos indesejveis, ligados, em sua maioria, correntes comandadas pelas foras desagregadoras inimigas do homem. Provas desse movimento estampam-se no ignbil documentos, guardado a sete chaves na Loja Mizrain (Paris) no sculo passado. Refiro-me, aqui, aos famosos, e no menos aterradores, PROTOCOLOS DOS SBIOS DE SION, que o mao Jos Schorst trouxe a pblico numa tentativa de dar o alarme da maquiavlica9

- Nota de E.: As mesmas palavras podem ser usadas hoje para definir membros da OTO Norte Americana. - Nota de E.: Recentemente, um certo estudante das artes ocultas e membro da OTO (Caliphado) tentou rebater esta minha posio, alegando que a Maonaria teve grande participao em decises polticas e sociais de todo o planeta, etc... No discorda da afirmativa. Somente chamo ateno deste estudante para o fato que todo este trabalho manico deu-se no passado. Atualmente no tenho notcias de qualquer trabalho neste sentido. Pelo contrrio: Cada vez mais a Maonaria cai no descrdito pelas fajardices de vrios irmos. Alerto a este estudante que verifique quantos senadores e deputados e vereadores corrptos identificam-se como abertamente como maes. Tivemos at um presidente nestas condies... O que este meu querido estudante deseja ficar no alto do muro, na perspectiva de ingressar na Maonaria onde, certamente, usufruir das vantagens polticas, sociais e econmicas oferecida pelos maes. Por oiutro lado parece-me que este estudante esqueceu-se que a Maonaria pertence ao Aeon de Osiris e, portanto, totalmente invlida no presente Aeon de Horus, tanto quanto quaisquer das ordens rosacruz existentes em nosso meio. No entendo de como pode uma pessoa que se qualifica como Thelmita ser to ingnua, ou ... Eu sempre refiro-me ao valor Espiritual destas organizaes ja ultrapassadas, no ao poder material econmico, etc. Mas este estudante no quer ver os fatos que so, mas aqueles que o interessam, muito embora conhea a verdade, e eu sei porque ele toma esta posio. Infelizmente para ele, Horus um Deus de Guerra, e veio exatamente para destruir estes menstruos que restaram do Antigo Aeon, e queles que tm medo de assumir uma posio definida.10

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urdidura dos inimigos do Homem e de Deus. Aqui devemos abrir um parntesis para algumas consideraes importantes: Os nazistas se utilizaram dos Protocolos como arma contra os judeus. Tentaram demonstrar terem sido estes ltimos os autores do documento. Discordamos inteiramente desta verso. Os Protocolos, embora indiquem uma clara trama para domnio sionista do mundo, no foram escritos pelos judeus, mas sim por aqueles que procuram acirrar lutas raciais e polticas em nosso mundo. Os judeus jamais foram os autores dos Protocolos. Ao que tudo indica foram os jesutas. Porm, igualmente possvel que as investigaes realizadas, fossem quais fossem as ordens dadas e cumpridas, no tenham chegado a um resultado definitivo quanto a autoria dos Protocolos Cumpre notar que os Estados Unidos chegaram bastante atrasados neste assunto. Foram procedidos por quatro potencias mundiais, e uma delas h bastante tempo. Uma cpia dos Protocolos foi entregue ao museu Britnico, mediante recibo deste Instituto, datado de 10 de agosto de 1906. Os apontamentos remontam provavelmente ao ano 1896. O primeiro congresso sionista reuniu-se em Basilia no ano 1897. Recentemente publicou-se o documento na Inglaterra (eu o tenho em portugus em duas cpias. Uma delas sem indicao da casa publicadora), em circunstncias que despertaram a ateno pblica, apesar do titulo pouco feliz que recebeu. Editou-o a Casa Eyre e Spottidwood, impressoras oficiais do governo britnico, o que equivaleria, noutro pas, a ser impresso na Casa da Moeda. Ante algazarra de imprensa judaica, o Times de Londres, criticando a obra, declarou que todos os contra ataques dos judeus se tinham mostrado insuficientes. O referido jornal fez constar que os defensores judeus passavam por alto o contedo textual destes Protocolos, atacavam, em troca, a sua clandestinidade e, para julgar o texto, serviam-se invariavelmente da frmula: obra de um criminoso, etc. Os Protocolos nos obrigam irresistivelmente a repetir estas perguntas: Possuem os judeus um sistema de domnio mundial organizado? Qual sua poltica? Como a pem em prtica? Em relao a primeira pergunta, devo responder no, muito embora os ltimos fatos ocorridos na Palestina e amplamente divulgados pela imprensa escrita e televisada, comecem a me fazer mudar de opinio. Os israelitas atualmente esto empregando, contra os palestinos, os mesmos mtodos nazistas usados contra eles. Mas eu ainda prefiro pensar que por detrs de tudo isto est a mo da Trama mexendo os cordis. A35

segunda e terceira perguntas est evidente a qualquer um, s que os planos devem provir da Trama. Fim dos parentesis. Desnecessrio seria acrescentar aqui sobre o trgico fim de Jose Schorst, assassinado brutalmente no Egito, dois anos aps seu corajoso gesto. Talvez seja este um assunto que deveria ser particularmente discutido pelos Maes, porque nos Protocolos existe uma sria acusao de que a Maonaria um brao da Trama. E a Maonaria, at hoje, no refutou a acusao. Quem cala consente... Portanto, irei adiante com o tema principal deste trabalho, qual seja: A Grande Trama. Embora todos estes assuntos estejam interligados de maneira bastante ntima.

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P

articularmente eu definiria o Esoterismo como um legado vindo de muito longe... Uma herana recebida pelo homem algum obscuro momento da sua trajetria, no muito bem localizado, e muito menos seriamente pesquisado pelos doutos da Cincia Oficial. Diria mesmo que o Esoterismo o que sobrou, ou conseguiu chegar at ns, muito deturpado evidentemente, por causas acidentais e por manipulaes facciosas e estilhaado, de grandioso Conhecimento que a milhares de anos, constitua parte do patrimnio comum s vrias culturas da Terra. Durante vrias dcadas, meus pensamentos e idias estiveram obscurecidas, embrulhadas e direcionadas aos mais perigosos erros e caminhos tortuosos. Necessitei passar por uma reviravolta existencial, bastante dolorosa, para conseguir enxergar aquilo que est visvel o tempo todo e para todos bem debaixo de nossos narizes, mas que no queremos ver, simplesmente por medo de seus significados. Existe um temor infantil em ver o fato que nos levaria a assumirmos nossas responsabilidades como seres divinos que somos: livres e independentes num Universo sem limites. Neste contexto, muito devo quele amigo que, certa vez, deu-me uma sacudidela para me despertar. Certos dia estvamos, ele e eu, conversando informalmente a respeito da evoluo humana, de seu futuro e de seu arrojo na conquista do espao sideral, e das consequncias que, certamente, num futuro bem prximo, modificariam grandemente as estruturas das relaes humanas (politicosociais e, mais acentuadamente, as crenas religiosas) como se torna obvio. Como de costume, eu falava copiosamente e com eloqunte entusiasmo sobre as ltimas proezas de russos e norte-americanos sem dvida os pioneiros da grande aventura nos aguardando no espao, como o foram os portugueses e espanhis na conquista dos mares sculos atrs11.11

- Nota de E.: interessante observar que os desbravadores dos mares, antes nunca navegados, surgiram numa mesma e especfica poca. E que a maioria deles pertencia Ordem de Cristo, isto , o nome sob o qual se ocultaram os Cavaleiros Templrios. Com este ttulo eles funcionaram em pleno Sculo XVI, dedicandose a atividades martimas. Vasco da Gama era um Cavaleiro da Ordem de Cristo, e o Infanta d. Henrique, o Navegador, era Gro-Mestre da Ordem. Os navios dos Cavaleiros de Cristo navegavam sob a familiar Cruz dos Templrios. E foi esta mesma cruz que as tr~es caravelas de Colombo cruzaram o Atlntico em direo ao Novo Mundo. O prprio Colombo era casado com a filha de um ex-cavaleiro de Cristo, tendo tido, assim, acesso aos mapas (talvez mesmo aos de Pires Reis) e dirios do sogro. Assim, de vrias diferentes maneiras os Templrios sobreviveram ao ataque de 13 de outubro de 1307, desferido pelo Rei Felipe, O Bela, de Frana. Em 1422 a prognie dos Templrios prussianos, os Cavaleiros Teutonicos, se secularizou, repudiou sua lealdade a Roma e lanou seu apoio a um novo rebelde, chamado Martinho Luthero. Dois sculos depois de sua dissoluo, os Templrios de vingavam, embora de forma indireta, da Igreja que os havia trado. (veja O Santo Graal E A Linhagem Sagrada, pags. 47, 48). Gostaria de acrescentar uma curiosidade no nome de Cristovo Colombo: Cristovo vem de Cristoforus, ou seja, Aquele que carrega Cristo (como So Cristovo, que carrega o menino Deus nos

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A certa altura de meu discurso, acentuando futuras viagens a outros planetas, e mesmo a distantes Sistemas Solares, meu amigo interrompeu-me e, seriamente, observou: O que faz voc imaginar que o homem seja livre suficiente para atingir tais conquistas, ou mesmo que ser-lhe- permitido faze-lo? A brusca e inslita observao deixou-me confuso. No a soube responder. Por acaso no tinha o homem livre arbtrio? No somos livres para pensar e agir? Que, ou o que, ento, impediria de realizar seus sonhos? Deveras, as palavras dele erguiam-se enigmticas. Curiosamente, fizeram-me lembrar da clebre estoria da Torre de Babel. Vi, num lampejo, Deus descendo dos Cus, e com tonitroante e autoritria, clamar: Basta! No permitirei que o homem prossiga em sua aventura. Porm, nesta rpida viso mental, vi algo bastante incongruente, inslito mesmo. Fora de seu tempo e lugar. No momento no consegui determinar o que. Mas, a imagem permaneceu teimosamente grudada em minha mente como um parasita incomodativo. Na poca, eu havia iniciado meus estudos esotricos em uma escola bem conhecida, mas cujo nome no declinarei, respeitando meus antigos confrades. Muito jovem, e bastante presunoso de meus conhecimentos, obtidos naquela escola, e tambm excessivamente desatento, me passou desapercebido o que realmente ele desejara me transmitir, sem falar demasiadamente claro. Assim, perdi a oportunidade de questiona-lo mais seriamente e de ir mais fundo na questo. O que, obviamente, me teria poupado tempo e uma srie de decepes nos anos subsequentes. Talvez, quem sabe?, fosse sua oculta inteno deixar-me livre para procurar, por iniciativa prpria, as respostas ligadas sua observao. Somente uma pista oferecera. Implantara uma minhoca em minha cabea. De qualquer forma, uma pista clara, se eu fosse um pouco mais atento e menos presunoso para percebe-la. Portanto, cabia a mim, segui-la ou no. As palavras dele causaram-me profundo mal estar. Quase fsico. Era como se eu estivesse numa corda bamba estendida sobre um profundo abismo e em plena escurido. A observao permaneceu, em meu subconsciente, tal como um embrio desenvolvendo-se e crescendo lentamente no tero de suaombros disso ser ele o Santo Padroeiro dos viajantes, motoristas, etc.) E Colombo, obviamente Columbus uma Pomba, referindo-se ao Esprito Santo. Tambm existe um engma no nome de Alvarez Cabral, que antes da viajem chamava-se Pedro Alvarez Gouveia. Cabral lembra Cabra. Esta Cabra aparecia no escudo da famlia de Cabral. Cabra lembra Baphometh e tambm Capela, Alpha Aurigae, uma estrela da Constelao de Cocheiro. Cocheiro, Aquele que carrega...

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mo. No presente caso minha mente. Somente anos mais tarde, aps vrias e frustrante experincias no campo do esoterismo, que a considerao veio tona com redobrada intensidade, suscitando inmeras e desconcertantes interrogaes, cujas respostas eu no consegui obter. O mal aumentou. O embrio cresceu. Era como se eu estivera dormindo e sonhado durante toda minha vida: um sonmbulo decorando e aceitando conceitos falsos, inteiramente deturpado. Neste meio-tempo tive a felicidade de ler Donald Holmes, Stanlilav Grof, Robert Ambelain, Robert Charroux, Qixe Cardinale, John Allegro, Burton Russel e vrios outros entre historiadores, psiclogos e pesquisadores independentes: autores que me fizeram Olhar em outras direes. Nos anos seguintes, ainda na angustiosa crise, redobrei minha ateno s palavras de meu amigo (hoje falecido) 12. Reavaliei tudo quanto at ento houvera aceito como verdade. Tornei-me agnstico. Sob fria anlise, minhas antigas crenas diluram como bolas de sabo ao vento. Novos pensamentos tomaram corpo. O Universo, o Homem, e mesmo o conceito de Deus, adquiriram novas dimenses talvez no fossem exatamente aquilo que eu julgara ser. Clareira foram abertas na confusa e obscura floresta em que eu estava perdido. Imagens apareciam, cresciam, mudavam constantemente em forma, e cor e essncia, conectando-se uma a outras na medida em que eu as focalizava e as media pela rgua de meu amigo. Tudo se embaralhava. O mundo, como o conhecera, desmoronava num caos aterrador. Aquela idia de uma hierarquia universal, to apregoada pelo esoterismo, caa por terra. Tremi ante o choque provocado. Um machado fora posto nas antigas razes apodrecidas. O mal estar crescia avassaladoramente. Pela primeira vez na vida senti-me realmente atemorizado, impotente, frustrado, s, como jamais houvera antes. A viso descortinada, causou-me violenta comoo: uma nusea vida, fsica e mental. Nesta viso, o homem mostrava-se uma marionete desengonada, sem vontade prpria uma grotesca caricatura do que deveria ser na realidade. Um boneco manipulado por mos invisveis, desde sua origem at os dias atuais. Eu pressentia uma assustadora sombra movendo-se por detrs de todos os fatos histricos, de nossas religies, de nossas mais queridas crenas, de nossos ideais e, principalmente, de decises as quais afirmamos tolamente serem nossas. Aterrorizado percebi o quanto temos sido enganados: um painel mentiroso fora pintado no fundo do cenrios de nossas vidas, de nossa histria, e ns o tomvamos como se fosse a paisagem real. A dantesca viso erguia-se minha frente, sem disfarces: uma12

- Nota de E.: Sua morte ocorreu um tanto misteriosa. Foi encontrado pela empregada dois dias aps a data oficial de seu falecimento. Entretanto, alguns visinhos afirmaram-se t-lo visto em perfeito estado de sade um dia antes de ser encontrado morto.

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muralha mudando constantemente na medida dos interesses daqueles que a ergueram e, poro traz dela agora o sabia escondiam-se as respostas procuradas por tanto tempo... mas em lugares e tempos errados. Foi quando a pea que faltava no quebra-cabea adaptou-se perfeitamente no quadro geral. Quase beira da demncia, lembrei-me da observao feira, anos atrs, por meu amigo. Ento, a Luz brilhou e a imagem da Torre de Babel cintilou em sua real forma, sem interferncias dos vus colocados ante nossos olhos pela Trama. Finalmente, eu havia superado os inimigos por alguns segundos. Todavia o tempo suficiente para ver e enxergar. Aquele momento permanece gravado vivamente, e at hoje, em minha memria. Fora uma rpida olhada, mas suficiente para compreender. A incongruncia da viso que, anos atrs eu fora incapaz de determinar, mostrava-se, agora, terrivelmente clara. Fui sacudido por uma gargalhada nervosa. Eu vira claramente por detrs dos bastidores, alm da Torre de Babel. Compreendi a aterradora verdade a que meu amigo se referira por meias palavras. Vislumbrei a Trama e a Fraude desenvolvidas e se entrelaando durante milhes de anos contra ns. Acertadamente dissera meu amigo: O que faz voc imaginar que o homem seja to livre o suficiente para atingir tais conquistas, ou mesmo que lhe ser permitido faz-lo

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magino que o primeiro dever de um autntico pesquisador consiste em restaurar a verdade, destruindo a mentira. Mesmo que sta verdade seja contra suas idias pessoais. No podemos tolerar a farsa e a broma. Elas no podem prevalecer por mais atraentes que sejam, ou por serem mais cmodas mesmo que nesta tomada de posio, nossos dolos mais caros sejam derrubados. Fora da verdade, a Histria da raa humana, tornar-se-ia alm de imensa impostura, onde os acontecimentos, engrandecidos e enfeitados pelas crenas, ou inventados pelos aduladores dos poderosos, no nos traria o testemunho dos fatos reais. Seguir a linha mentirosa de conduta no o fito deste trabalho. Poucos sero aqueles que no se sentiro irados e indignados ante minhas consideraes e anlises iconoclastas de suas crenas... Jamais ele perdoam a palavra franca, a irreverncia salutar e o pensamento liberto de tabus. Mas isto pouco importa. No escrevo para agradar quaisquer correntes dos sistemas existentes no mundo. Muito pelo contrrio. A verdade sempre desagrada a maioria dos incapazes de considera-la. No ignoro que tentar acordar os dorminhocos e sonhadores e sempre uma tarefa exaustante e perigosa. Se o leitor deseja fazer parte do grupo dos sonolentos, ento feche este livro e o esquea... Entretanto, muitos desejam ser acordados. A estes eu escrevo. Se as idia aqui exposta so corretas, elas se provaro por si mesmas nas mentes daqueles que a estudarem de maneira no preconceituosa. De qualquer forma sero de interesse como um aspecto da verdade, e seu lugar certo ser encontrado no curso do tempo. Elas podero tambm liderar o estudante outras importantes pesquisas e descobertas, como foi o meu prprio caso. Estou convencido que a pesquisa ainda no est terminada. Muitos me tm perguntado se me considero um Mestre em Esoterismo. A resposta no! Somente sou, e num graus bem diminuto, iniciado em uma Ordem pouco conhecida pelo pblico. Ningum pode, em s conscincia, considerar-se um Mestre. Cada um de ns poder, evidentemente, apresentar certas habilidades conquistadas em alguns especficos ramos da atividade humana. Porm sempre seremos estudantes. Sempre, e de qualquer forma, estaremos aprendendo algo principalmente conosco mesmo. Dentro de ns existe uma fonte inesgotvel de conhecimentos e sabedoria, guardados durante milhes de anos de evoluo, mas a qual raramente recorremos em condies normais, porque o

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meio de alcanar esta fonte foi esquecida pelos homens. Somente um nfimo nmero de indivduos conhecem o segredo de atingir esta fonte sem maiores dificuldades. Somente em casos especiais, muito especiais mesmo, um dispositivo ativado em nosso interior, por algum meio desconhecido, e a fonte alcanada. Assim, o indivduo entra na posse de percepes ultrapassando aquelas conhecidas no estado, assim chamado, normal de conscincia. Portanto, temos que ter muito cuidado com pessoas se dizendo mestres. Na maior parte dos casos so impostores. Da mesma forma devemos tomar cuidado extremo com o que lemos nas tradues bblicas, ou em outros textos sagrados das vrias religies existentes no mundo. No creio que os relatos nestes antigos textos sagrados sejam mitos e, muito menos, revelaes divinas no sentido dado normalmente ao termo divino. Para mim eles constituem relatos de acontecimentos reais, mas totalmente deturpado. Descritos na linguagem simples da poca, empregando termos significando coisas bastante diferentes das que temos sido levados a compreender pelos mesmos termos atualmente. Portanto, as tradues deles no representam aquilo que seus escritores originais desejaram transmitir nos tempos em que foram escritos. Devemos nos lembrar, por exemplo, que os textos bblicos foram copiados de outros textos mais antigos, adaptados s crenas religiosas hebraicas. Que tradutores, por ignorncia da lngua original, ou por malcia, ou porque no presenciaram os fatos pessoalmente, no souberam dar s tradues o seu significa original, ou no tinham meios de faz-lo, porque as lnguas usadas no possuam os termos exatos para tal. Vamos a um exemplo: nos picos hinds, escritos H milhares de anos, encontramos referncia s vimanas; uma palavra normalmente traduzida por carruagem. Esta traduo foi descoberta estar errada. A palavra vimana, usada em vrios sentidos como, por exemplo, fogo no ar, calculador do dia ou criador do cu, apresenta, em todas suas derivaes, relao com a extenso do firmamento e suas dimenses. Mas nas passagens 17.59 do Yajurdeva, e nos trechos subsequentes do original, Vimana figura inequivocamente como veculo voador (Ver Maquinas Voadoras na ndia Antiga, do Prof. Dr. Dillep Kumar Kanjilal). Note-se ter sido necessrio um especialista na antiga Snscrita para que esta singular traduo fosse revelada. (A propsito, a palavra revelar tem sido usada de maneira equivocada. Revedlar no tem, originalmente, o sentido de mostrar, descobrir, manifestar. Muito pelo contrrio... Quer dizer Velar duplamente, ocultar duas vezes, tal como re-contar, re-petir, etc.).

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Outra descrio curiosa, e que nos traz espanto, encontramos nos Puranas. Neste livro encontramos a narrao da histria dos Assuras. Segundo o texto, este povo atingiu uma civilizao sem paralelos no passado (e, talvez no presente). Construram trs grandes cidades. Uma no solo, de cobre; outra, flutuando acima do solo, de prata; e a terceira, localizada nas grandes alturas, era de ouro. Alm disso, os Assuras, vestidos em trajes colantes, algo parecido com seda, podiam sobreviver segundo o relato dos Puranas durante muito tempo sob as guas ocenicas sem dificuldades. O que quer isto dizer? Julgo que estas simples descries sejam o bastante para nos fazer pensar seriamente. Esta proeza dos Assuras, lembra aquela outra do Deus Oannes (metade peixe, metade homem) que vivia sob as guas durante a noite, e de dia vinha terra firme ensinar aos homens as artes e as cincias. Olhando as representaes desse deus, que chegaram at ns, observamos , incrdulos, o fato dele usar uma curiosa roupagem estranhamente parecida aos equipamentos de mergulho atuais. Do nosso lado do mundo, isto , no Ocidente, vemos um dos profetas bblicos ser engolido por uma baleia e depois sair do bucho do animal so e salvo. O que realmente este relatos nos quer transmitir? Lemos no Gnesis, que O Senhor Deus confundiu os idiomas dos homens espalhando-os por toda parte, porque eles estavam construindo uma Torre para atingir o cu. Devemos convir que neste relato bblico (e em muitos outros) existe sem atinarmos o que a descrio de eventos observados por nossos ancestrais sem a devida compreenso do que ocorria realmente. Eventos muito importantes e acontecidos h milhares de anos atrs, registrados sob o ponto de vista religioso ou supersticioso e ininteligveis para ns pela ineficcia dos termos usados para registr-los. Isto , alguma coisa fora do normal para os antigos habitantes da Terra, algo que fugia inteiramente da compreenso deles. Ento usaram palavras descrevendo objetos e acontecimentos parecidos com o que realmente presenciaram. Seguindo esta pista, exorto a todos considerarem o que entenderia um homem do Sculo XII, se lhe falssemos a respeito da televiso. Ou, se fosse possvel, lhes mostrssemos uma funcionando. Como reagiria tal homem antes este acontecimento? Naturalmente entraria em pnico perante nossa magia. Diria a seus amigos que viu homens, cavalos, torres imensas, carruagens estranhas, movendo-se sem cavalos, etc., e tudo isto dentro de uma caixa pequena. Se ele descrevesse suas experincias, como ns interpretaramos, sculos depois, a descrio de uma caixa mgica, mostrando homens, torres, carruagens movidas sem cavalos, etc? Imagine-se agora que ns fossemos um desses amigos do visionrio. Claro est que interpretaramos uma tal descrio como sendo a viso de um luntico ou, se fssemos religiosos, sendo uma43

revelao divina, para a qual no teramos qualquer explicao, a no ser aquela da f em milagres. Observe-se, tambm, que neste Sculo XII no teramos a menor idia do que fosse esta caixa descrita por nosso amigo, isto , uma televiso, porque a televiso somente viria a ser inventada sculos mais tarde, e nossa mente ainda no estaria na posse deste conhecimento to corriqueiro hoje em dia e, por esta razo mesma, no haveria em nosso vocabulrio a palavra televiso. O mesmo raciocnio pode ser considerado em relao ao telefone, ao avio, luz eltrica, aos grandes transatlnticos, aos submarinos, a roupa de mergulho, aos satlites, ao computador , aos foguetes, etc. Devemos, tambm, aos lermos os textos bblicos (e outros, evidentemente) tomarmos em considerao que, alguns dos escribas destes livros usavam, em certas passagens, uma linguagem cifrada, para ocultar certos conhecimentos...13

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- Nota de E.: A maioria dos historiadores de hoje consideram os Livros do Antigo Testamento como tendo sido escritos am algum momento entre os anos de 650 e 500 a. C. por uma variedade de estudiosos judeus. Embora possam ter existido relatos mais antigos, escritos e orais, de onde estes textos foram escritos, na foram em que so apresentados hoje, no so considerados um registro historicamente exato dos primeiros israelitas. Alm do mais, da forma como foram escritos para fins religiosos, algumas pessoas chegaram a sugerir que os manuscritos do Tanak eram parbolas, e jamais tiveram a inteno de ser lidos como registros de acontecimentos reais.

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Comparao entre um Circuito Impresso e os Quadrantes da Magia Enoquiana

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VII

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algum tempo, quando escrevi um artigo sobre a Qabalah, tornou-se necessrio acrescentar-lhe uma nota no sentido de melhor entendimento, por parte dos leitores, que mesmo a Qabalah como divulgada em vrios livros populares, vem sofrendo uma malfica ao da Trama. Sabia que, via de regra, o assunto sempre fora evitado por outros autores temerosos de ferirem as doutrinas das correntes esotricas, as quais pertenciam ou de verem ruir teorias sustentando essas correntes. Descobrira, tambm, que inmeros setores manicos ocultavam seus conhecimentos sobre a Fraude, principalmente no concernente s reais origens do Catolicismo Romano e, qui, da prpria Maonaria. Que mesmo teosofistas evitavam entrar claramente no problema, ocultando-o, mesmo que com esta ao ferissem a Essncia Teosfica. Muito embora possa compreender a acomodtica postura desta gente, no posso desculpa-la pela covardia demonstrada. Liberto das cadeias esotricas e religiosas de minha juventude, no demorou muito para perceber que a Trama se infiltrara em quase todos os setores da vida humana, como declarado por Gerard Gorg: Eu tenho a viso de uma mistificao imensa em todos os degraus da Histria, em todos os nveis de nossa civilizao. O mundo est condenado a viver sob o domnio de uma casta que eu chamarei de Os Poderes. Eu estaria inclinado a concordar inteiramente com Gerard Gorg, no fosse seu pessimismo. O mundo no est irremediavelmente condenado. O mundo ainda pode se libertar destes Poderes, desta Trama, desta mistificao. Mas, evidentemente, no ser uma tarefa fcil, ou resolvida mediante rezas ou das prticas pseudo-esotricas. Se bem que o homem moderno, preocupado com sua extenuante luta pela sobrevivncia no contexto to catico e atroz em que se tornou nosso mundo, no possui a mnima desconfiana das obras da Trama sua volta, fortes indcios desta emergem aos nossos olhos a cada instante: lendas, mitos, enigmas, guerras sem fim, e uma avalanche de inslitas descobertas em todos os cantos do planeta, apontando numa s direo. Entretanto, o progresso muito lento e os obstculos erguidos muito grandes, precisamente devido ao fato de termos sido to condicionados e de no darmos a menor ateno s46

coisas e eventos fora do cotidiano, fora das oscilaes da bolsa de valores, ou da inflao, ou derrota de nosso time de futebol, ou do discursos polticos (nesta, assim chamada democracia), ou de um noticirio superficial dirigido pelos interesses que no os nossos como populao. Estamos acostumados a focalizar nossa ateno para um amontoado de coisas fteis, sem qualquer significado em nossa real existncia. Permanecemos cegos e surdos terrvel mentira em que estamos inseridos. E em toda ocasio na qual algum, mais observador, atina com isto e fala abertamente a respeito. De imediato os vassalos da Trama entram em ao, movimentando seus tentculos contra o herege. A pessoa, assim localizada, se v isolada, perseguida,classificada como demente, acusada de subverso da ordem, quando no a enviam para trs das grades, ou para um manicmio, como acontecido com Wilhem Reich, ou para a morte aviltante, como no caso de Giordano Bruno, Galileu e vrios outros. E todos estes crimes hediondamente praticados fria e cinicamente em nome de deus, da religio, da democracia, dos bons costumes, ou qualquer outra desculpa esfarrapada, as quais so aceitas, por uma maioria, mesmo sem serem compreendidas. Todavia, para ira da Trama, da Fraude e de seus auxiliares (os antihumanos e idiotas teis), todos ns, sem exceo, guardamos, em certos nveis mais profundos de nossas conscincias, o conhecimento desses fatos e as necessrias chaves dos segredos envolvendo nossas origens e o porque da Trama. Pois este conhecimento transmitido ininterruptamente de pai para filho, de gerao para gerao, atravs da herana gentica. Vagas lembranas de algum lugar (no necessariamente a Terra) ou poca (no necessariamente no passado pessoal) em que ramos livres e felizes: uma poca em que os deuses andavam sobre a Terra (talvez ns mesmos). E exatamente este sentimento, localizado to profundamente em nossos coraes, que as religies e as fraternidades esotricas se aproveitam para abocanhar o pobre coitado, acenando-lhe com promessas de reencontrar, em seus templos e lojas, o caminho de retorno quele paraso perdido mas que, na verdade, no se situa, e jamais situar-se-, num hipottico cu, mundo astral, etc. Que existiu, e ainda existe, dentro do prprio homem, e aqui mesmo na Terra, neste momento mesmo. A medida que o homem senha a aprender como penetrar no nvel dessas lembranas genticas, restaurando-as conscientemente, ento, o homem obter as chaves de sua prpria e verdadeira histria passada e seu destino futuro, pois uma coisa est ligada outra. Eis a como situo e entendo as prticas de meditao, de invocao, e outros processos h milhares de anos conhecidos por Iniciados: meios eficazes de abertura e ampliao de nossas mentes, nos conduzindo estes nveis de47

conscincia. Por isso a Trama procura, por todos os meios possveis, desvirtuar essas prticas, misturando-as com supersties, etc. Por conseguinte, pessoas, mesmo consideradas entre as mais inteligentes, tm tanta dificuldade, e mesmo averso, na aceitao de mtodos corretos, e de prticas contrrias quelas ditas oficiais. Galileu, e mais recentemente Teilhard de Cardin, sofreram as consequncias desta averso ao indito, ao diferente um no campo da cincia e o outro no campo da religio e o processo no terminar com eles. Disse Stanlislav Grof : uma nova verdade triunfa no porque convena seus opositores, fazendo-os ver a luz, mas porque eventualmente morrem, e uma nova gerao cresce familiarizando-se com elas. As sbias palavras de Grof podem parecer negativistas, mas elas demonstram claramente os fatos como so em nossa sociedade cientfica. Estamos condicionados a no aceitarmos nada que fuja aos padres estabelecidos. E quando algum arranha estes padres, ns o discriminamos infernizando sua vida. Sempre foi assim, e assim ser ainda por muito tempo. Ns aprendemos a procurar a verdade exatamente onde ela no est. Confiamos cegamente em qualquer afirmativa vinda de grupos considerados infalveis principalmente em se tratando de padres, pastores, mdiuns, gurus, polticos, etc. Existe um poder nos conduzindo aceitao de teorias mortas, preconizadas por estes ilustrssimos senhores.. O ser humano tem sido, e ainda o , um condicionado dependente, propcio manipulao direta e indireta. Eis a dura realidade: O Homem o grande enganado do Cosmos. Onde podemos localizar a causa primeira desta tendncia humana? Por que o homem se curva ao domnio da induo? Por que carrega o sentimento de que um ser inferior? O homem apresenta-se como o nico animal obedecendo aquilo que desconhece. O nico ser que foge amedrontado a um enfrentamento com a realidade. O nico ser que se apavora diante da morte. E, no entanto, todas as religies afirmam que a morte nada mais do que uma passagem para outro mundo melhor. Diz o homem acreditar em outra vida para a alma, onde ela ser mais feliz do que foi aqui na Terra, e chora desabaladamente quando seus entes queridos (at seus entes no queridos) morrem. O homem sempre aceita, na prtica, a chamada sabedoria afirmando mais valer um mal conhecido que um bem desconhecido. E nesse caminho que no caminho, mas um descaminho o indivduo verdadeiramente livre torna-se, perante a sociedade, um proscrito, um indesejvel, perseguido e obrigado ao silncio do ostracismo. Assim tem sido durante sculos, e me parece o s