relatório final - estágio iii -

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RELATÓRIO FINAL Estágio III – Relatório sobre a observação realizada na disciplina de sociologia no Ensino Médio 1) Nome do Aluno: Josiane Cristina dos Santos 2) Dados da Escola em que realizou a observação: Nome: Colégio Estadual Rui Barbosa Endereço: Rua 19 de Dezembro Bairro: Centro Cidade: Abatiá Estado: Paraná Telefone:(43)35561750 Instituição Pública ( x ) Instituição Privada ( ) 3) A INFRAESTRUTURA E A ORGANIZAÇÃO DA SALA DE AULA O Colégio Estadual Rui Barbosa - E.M. possui excelente estrutura física, com todos os ambientes necessários para que se efetive o processo ensino - aprendizagem em condições adequadas. A instituição possui, em sua estrutura , 08 salas de aula, sendo utilizadas 06 (seis) salas no período matutino, e 05 ( cinco ) salas no período noturno, um laboratório de Informática, uma sala de professores, com banheiros para homens e mulheres, uma secretaria, uma diretoria, uma cantina, uma quadra poliesportiva, 2 banheiros para os alunos do sexo masculino, dois para o sexo feminino e três para deficientes . Dispõe , também , de uma biblioteca desativada que, segundo a diretora, é por falta de um bibliotecário. As salas de aula são bem iluminadas por lâmpadas fluorescentes, para que os alunos do turno noturno possam ter maior visibilidade, sendo que elas são ligadas também no turno matutino, quando o dia está chuvoso e escuro. A parte externa também possui fluorescentes, assim como na biblioteca, na secretaria, na sala dos professores e nas outras dependências da escola. A escola tem um pequeno jardim em volta da estrutura, existe também uma horta cultivada pela escola.

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Page 1: Relatório Final - Estágio III -

RELATÓRIO FINALEstágio III – Relatório sobre a observação realizada na disciplina de sociologia no Ensino

Médio

1) Nome do Aluno: Josiane Cristina dos Santos

2) Dados da Escola em que realizou a observação:

Nome: Colégio Estadual Rui Barbosa

Endereço: Rua 19 de Dezembro

Bairro: Centro

Cidade: Abatiá

Estado: Paraná

Telefone:(43)35561750

Instituição Pública ( x ) Instituição Privada ( )

3) A INFRAESTRUTURA E A ORGANIZAÇÃO DA SALA DE AULA

O Colégio Estadual Rui Barbosa - E.M. possui excelente estrutura física, com todos os

ambientes necessários para que se efetive o processo ensino - aprendizagem em condições

adequadas.

A instituição possui, em sua estrutura , 08 salas de aula, sendo utilizadas 06 (seis) salas no

período matutino, e 05 ( cinco ) salas no período noturno, um laboratório de Informática, uma sala

de professores, com banheiros para homens e mulheres, uma secretaria, uma diretoria, uma

cantina, uma quadra poliesportiva, 2 banheiros para os alunos do sexo masculino, dois para o sexo

feminino e três para deficientes . Dispõe , também , de uma biblioteca desativada que, segundo a

diretora, é por falta de um bibliotecário.

As salas de aula são bem iluminadas por lâmpadas fluorescentes, para que os alunos do

turno noturno possam ter maior visibilidade, sendo que elas são ligadas também no turno matutino,

quando o dia está chuvoso e escuro.

A parte externa também possui fluorescentes, assim como na biblioteca, na secretaria, na

sala dos professores e nas outras dependências da escola.

A escola tem um pequeno jardim em volta da estrutura, existe também uma horta cultivada

pela escola.

Os meios de comunicação utilizados pela escola são o telefone e o fax e a Internet. O

Laboratório de Informática possui vinte computadores, e no momento encontra- se em

funcionamento parcial, pois existem alguns computadores sucateados .Os alunos não tem livre

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acesso aos computadores, pois, segundo a diretora, não existem monitores para auxiliá -los, para

que façam suas pesquisas de forma correta .

A escola possui diversos recursos multimídia: um televisor multimídia em cada sala, três

DVD, um retroprojetor e um aparelho multimídia, todos esses equipamentos são usados para

facilitarem os trabalhos dos professores.

4) EU NO MEIO – O CONTATO COM O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM SALA

DE AULA

O meu estágio foi supervisionado pela professora Selma Costa Leite,licenciada em

Pedagogia e Ciências Sociais. Realizei observações e intervenções nas turmas de 1º, 2º e 3º anos

do ensino médio matutino e noturno.

Importante destacar , que já conheço muito bem a instituição onde estagiei, pois faz sete

anos que trabalho neste colégio , onde, atualmente, estou ministrando aulas de Filosofia para os

alunos do 1º do ensino médio noturno. Sendo assim, não tive dificuldades para trabalhar com este

público, pois , além de conhecer os alunos, já tenho experiência de trabalho com adolescentes.

Realizei observação e regência em todos os anos (1º, 2º e 3º), tanto no período matutino,

quanto noturno. Durante o período de convivência com os alunos, foi possível observar que existe ,

na maioria das turmas, uma ausência significante de concentração e motivação dos alunos. Pude

perceber também, principalmente no período noturno, muita falta de compromisso , muitos vão para

a escola por ir, chegam atrasados ,se distraem com o uso do celular, faltam muito, matam aula, não

entregam as atividades solicitadas pelo professor, etc... Além disso, a defasagem de conteúdos e

dificuldades de aprendizagem dos alunos é bastante gritante.

No período noturno, a maioria dos alunos são trabalhadores , que chegam a escola bastante

exaustos e desmotivados. Além disso, existe ,também, um fator bastante agravante em nosso

município , a questão das drogas, uma grande parcela de nossos jovens são usuários e a maioria

desses deles são estudantes do ensino médio , e isso, com certeza, seria uma dos fatores que

poderiam estar interferindo no desempenho dos mesmos, especialmente os do período noturno.

5) EU NO MEIO - AS INTERRELAÇÕES

Dentro de uma perspectiva geral ,o estágio ocorreu normalmente .Todos foram receptivos e

ajudaram para que a observação/regência se desenvolvesse da melhor forma possível. O Professor,

também ajudou nos conteúdos da regência e na melhor forma de executá-la.

Foram diversas experiências e participações durante o meu estágio , mas a que mais gostei

de participar foi o evento sobre a semana da Consciência Negra, uma excelente atividade, onde

os alunos montaram oficinas sobre a cultura afro-brasileira, comidas típicas, danças , desfiles,

capoeira, raps, entre outras. O interessante foi que eles pesquisaram o contexto histórico da cada

apresentação. Isto possibilitou o enriquecimento do conhecimento de todos os que estavam

presentes. Todo ano eu participo do evento como professora, este ano o grande diferencial foi que

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participei como professora de Filosofia e estagiaria de Sociologia, uma experiência bastante

gratificante, neste momento, pude aprimorar meus conhecimentos e aprender muito mais com meus

colegas professores e com os alunos com os quais não mantinha contato.

A realização desse estágio foi gratificante e possibilitou um grande conhecimento da prática

pedagógica, pois acredito que quanto mais atuamos na docência mais aprendemos, afinal a

aprendizagem humana é constante e prática e teoria se completam.

6) A COMUNIDADE ESCOLAR – PERFIL SOCIOECONOMICO E CULTURAL

O Colégio Estadual Rui Barbosa – EM. conta com uma clientela de aproximadamente 400

alunos, proveniente tanto da zona urbana como da zona rural.

No período matutino é onde concentra-se o maior número de alunos. É também neste

período que a renda familiar dos alunos é maior e a evasão e repetência são menores.

No período noturno se concentra o maior índice de evasão e repetência, pois a maioria são

de alunos trabalhadores, que ajudam na renda familiar ,e, muitas vezes, deslocam- se para outros

municípios (corte de cana-de-açúcar , empresas de corte de frangos, fábrica de costura ,entre

outros) .As atividades predominantes das famílias são vendedores, autônomos, pedreiros,

trabalhadores rurais, entre outros.

Neste período , se encontra os maiores problemas e desafios do colégio , além da evasão e

repetência ,existe , também, um grande envolvimento dos jovens com drogas.

7) AVALIAÇÃO

Com a realização do estágio, foi possível conhecer a realidade da comunidade escolar,

professores, alunos, o trabalho da equipe pedagógica e demais funcionários que contribuem para

que a educação aconteça.

O estágio possibilitou o contato com os alunos e, oportunizou a observação sobre como

estes se desenvolvem na disciplina de Sociologia, bem como o professor lida com as diversas

situações em sala de aula.Considero esta experiência como norteadora para minha atuação , tanto para minha pratica

atual, como professora de Filosofia, quanto para minha pratica futura, como professora de Sociologia, pois pude ver, com olhos de estagiária de Sociologia, não apenas de professora, a realidade da escola onde trabalho, podendo perceber que são vários os problemas enfrentados em toda a escola e que o nosso desafio como educador é maior do que ousamos imaginar.

Sabemos, é claro, que não podemos mudar o mundo, mas somos um elemento fundamental no desenvolvimento cultural da sociedade e, para isso, devemos procurar entender nossa clientela, buscando uma metodologia mais acessível para esta, visando alcançar o interesse e participação da totalidade dos nossos alunos, o mesmo serve para os diretores e pedagogos dos estabelecimentos de ensino.

Dentro dessa perspectiva, pude concluir que na escola em que estagiei e onde atualmente trabalho, faz –se urgente e necessário um repensar da prática pedagógica por parte da maioria dos professores ,no sentido de resgatar os alunos que ,por um motivo ou outro, estamos perdendo.

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Durante a leitura dos textos teóricos sugeridos, em especial “Os lugares da sociologia na formação de estudantes do ensino médio: as perspectivas de professores” ,de Kelly Cristine Corrêa da Silva Mota, foi possível perceber que a falta de interesse e desmotivação ,observada durante meu estagio, não é um caso isolado, ao contrário , podemos perceber que as dificuldades no ensino da sociologia é um problema geral, onde as dificuldades maiores, segundo apontam os professores entrevistados, ficam a cargo do público do ensino médio: os adolescentes e os jovens.

É preciso indagar: de onde vêm o desinteresse, a apatia, o descompromisso, a falta de vontade de estudar dos jovens de hoje? Arroyo (2000) diz que essa situação da infância e da juventude espelha não somente nosso fracasso enquanto educadores, mas da nossa civilização, da nossa cultura. Segundo ele, creditar o não- interesse pela escola, pela sociologia, o fracasso escolar dos estudantes a eles mesmos, as suas desmotivações em estudar e aprender, desconsidera outras dimensões que determinam tanto o fazer pedagógico quanto a vontade de aprender. Para ele, colocar a culpa nos alunos pelo fracasso escolar, expresso na evasão, na repetência, e até mesmo nas dificuldades de ensino de uma disciplina, é um argumento que inocenta o Estado, a ordem social e suas políticas. Quando professores observam que os estudantes não se interessam pela sociologia, que, na “verdade”, eles não se interessariam pelos estudos de modo geral, afastam a possibilidade de pensar o problema de uma perspectiva diferente: o que tem a escola que não desperta o interesse deles? De modo específico, o que tem a sociologia, como ela tem sido construída, para que a achem desnecessária?

Diante de disso, nos deparamos com um grande desafio: Como estimular e motivar nossos alunos? Como fazê -los reconhecer a importância da sociologia para a construção de sua identidade e cidadania? Como leva- los a participar ativamente das aulas? Acredito que não existe uma receita pronta, pois mudar o Estado , as políticas públicas e o sistema de ensino não é algo tão fácil e simples, mas, como educadores, tenho uma grande convicção de que podemos ,sim, fazer a nossa parte. Precisamos buscar estratégias de ensino mais atrativas ao nosso aluno, criando dinâmicas, aulas criativas, inovando as explicações , fugindo do tradicionalismo, e principalmente usar explicações com exemplos relacionados com o dia a dia dos alunos, fazendo que com isso eles possam participar adequadamente das aulas. Mota (2003) aponta que a forma como os professores conduzem suas aulas, realiza diferentes maneiras dos estudantes conduzirem o seu pensamento. Aquelas mudanças pequenas no cotidiano escolar, como as disposições das classes, a não- centralização das aulas na figura do professor, os trabalhos e pesquisas em grupos auxiliam a construção de práticas e concepções de ensino e aprendizagem consoantes com exercícios de fato críticos e cidadãos.

Como sugerido no texto de Mota, atividades com músicas, como rap, funk, reggae, pagode, e práticas esportivas, como capoeira, skatismo, também poderão contribuir para o interesse e construção da identidade do nosso jovem atual. Além disso, o engajamento de jovens em grupos e movimentos ambientalistas, étnicos, feministas, de combate a doenças e acidentes de trânsito, expressam novo modo de militância e poderiam despertar o interesse dos jovens por questões sociais.

Diante dessas observações , fica claro e evidente que o desafio do professor de Sociologia para o público do ensino médio , adolescentes e jovens atuais é muito grande, onde ele deverá exercer um papel mediador , servindo de ponte entre o aluno e sua aprendizagem. Para atrair nossos jovens, é importante ter claro que o conteúdo que iremos ensinar, deverá deve ter sentido, estando ligado a realidade do aluno, fazendo parte do contexto social, onde a aprendizagem possa ir além dos muros da escola. Pois ,o conceito de escola ,hoje, é muito mais que um lugar onde se aprende conteúdos culturais sistematizados ao longo dos tempos, ela está diretamente ligada às transformações sociais, portanto sua interação com as mudanças ocorridas deve ser contínua.

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Neste sentido, a formação do professor é de suma importância para transformar a prática educativa para que o mesmo possa enfrentar os desafios, mantendo o equilíbrio entre o que já existe e as mudanças que se propõe.

8) Referências

DA SILVA MOTA, Kelly Corrêa. Os lugares da sociologia na formação de estudantes do ensino

médio: as perspectivas de professores. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em

Educação, 2006.

SILVA–UEL, Ileizi Fiorelli. A sociologia no ensino médio: os desafios institucionais e

epistemológicos para a consolidação da disciplina. 2007.

ARROYO, Miguel, (2000). Ofício de mestre: imagens e autoimagens.

3ª ed. Petrópolis: Vozes.