relatório final de estágio suprficionado iii

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Este relatório é resultado de uma disciplina intitulada Estágio Supervisionado de Ensino Aprendizagem de Literatura no Ensino Fundamental e Médio, do curso de Letras-Língua Portuguesa, da Universidade Federal do Pará (UFPA)Autores: Frederico Santana de Carvalho (UFPA) e Milene de Fátima Pereira Sousa (UFPA)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAR CAMPUS UNIVERSITRIO DE BRAGANAFACULDADE DE LETRAS

FREDERICO SANTANA DE CARVALHOMILENE DE FTIMA PEREIRA SOUSA

ESTGIO SUPERVISIONADO EM ENSINO-APRENDIZAGEM DE LITERATURA NO ENSINO FUNDAMENTAL E MDIOGNEROS LITERRIOS:A FBULA E A CRNICA NO CONTEXTO ESCOLAR

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MDIO PROFESSOR BOLVAR BORDALLO DA SILVADIRETORA: PROFESSORA ROSANA RAMOS LIMAORIENTADOR: MS. CAMILLA DA SILVA SOUZA

BRAGANA/PARJUNHO-2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAR CAMPUS UNIVERSITRIO DE BRAGANAFACULDADE DE LETRAS

FREDERICO SANTANA DE CARVALHOMILENE DE FTIMA PEREIRA SOUSA

GNEROS LITERRIOS:A FBULA E A CRNICA NO CONTEXTO ESCOLAR

Este relatrio foi julgado adequado para obteno dos crditos na disciplina Estagio Supervisionado de Literatura no Ensino Fundamental e no Ensino Mdio, do curso de Letras e aprovado na sua forma final pela orientadora. Prof. Ms. Camila da Silva Souza.

Data: ____/____/____Parecer: ________________________________________________________________________Prof. Orientadora Ms. Camila da Silva SouzaUniversidade Federal do Par - CAMPUBRAGA.

BRAGANA/PARJUNHO/2015RESUMO:Este relatrio de Estgio Supervisionado tem como objetivo informar sobre a experincia que tivemos ao observarmos e ministrarmos aulas de Literatura em turmas do ensino fundamental e mdio da Escola E. E. F. M. Bolvar Bordallo da Silva, Bragana-Pa. Este foi dividido em dois momentos: observao e regncia. No momento de observao, participamos das aulas de um professor de Lngua Materna observando como as prticas desse docente aconteciam em sala de aula. No momento de regncia, intervimos nas aulas, ministrando-as e trabalhando com gneros textuais literrios: fbula e crnica. A metodologia utilizada para avaliar os alunos foi a criao de produes textuais escritas e se estas contemplavam os gneros textuais trabalhados. Nossos resultados foram satisfatrios, pois o contato com as classes envolvidas fez com que percebssemos como est a receptividade dos alunos quanto ao ensino de gneros textuais.PALAVRAS-CHAVE: Estgio de Observao e Regncia; Gneros Literrios; Fbula; Crnica.

SUMRIO

INTRODUO26ESTGIO NO ENSINO FUNDAMENTAL271.1APRESENTAO DA CONCEDENTE:271.2DO PROFESSOR271.3TURMA DO ENSINO FUNDAMENTAL291.4DESCRIO DA OBSERVAO DO ENSINO FUNDAMENTAL292.5 DESCRIO DA REGNCIA DO ENSINO FUNDAMENTAL312.6RESULTADOS OBTIDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL33ESTGIO NO ENSINO MDIO363.1TURMA DO ENSINO MDIO363.2DA OBSERVAO ENSINO MDIO363.4DA REGNCIA DO ENSINO MDIO393.5RESULTADOS OBTIDOS DO ENSINO MDIO41CONSIDERAES FINAIS:47REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:49ANEXOS:50

INTRODUOO Estgio Supervisionado III uma disciplina que integra a grade curricular do curso de Licenciatura em Letras habilitao em Lngua Portuguesa da Universidade Federal do Par UFPA. Neste estgio, esto envolvidas questes que dizem respeito observao e regncia de classe no contexto escolar, enfatizando o ensino de literatura no ensino fundamental e mdio. Cabe ao aluno-estagirio presenciar e intervir em dois momentos: um primeiro de observao e outro momento em que dever reger aulas sobre um determinado assunto para a classe na qual est exercendo o estgio.O estgio aconteceu em uma escola de ensino fundamental e mdio Professor Bolvar Bordallo da Silva, localizada na cidade de Bragana, nordeste do estado do Par. As turmas que foram escolhidas para a realizao deste foram respectivamente uma do 7 ano do ensino fundamental e uma do 1 ano do ensino mdio, e em ambas o professor colaborador deste estgio foi o mesmo.Este estgio foi dividido em dois momentos, como j foi mencionado, pois consiste na Observao e Regncia de classe. Porm, foram encontradas diversas dificuldades em relao execuo deste. Aquelas se deram por conta de alguns motivos, como: do estgio ter iniciado simultaneamente com as primeiras aulas do perodo letivo da escola concedente; de greve escolar que durou mais de um ms e que acarretou no atraso da concluso deste; de orientao por parte da direo da escola para no realizarmos a regncia logo na primeira semana de retorno das aulas aps a greve, por conta de que seria mais vivel que o professor supervisor retomasse as aulas.Com isso, este estgio teve uma durao de aproximadamente quatro meses, com interrupes, incluindo nestes a observao e a regncia de classe, contando desde o primeiro contato com a escola concedente at o ltimo dia de regncia. Foram observadas duas aulas para o estgio de observao no ensino fundamental e duas para o de regncia, bem como quatro aulas no ensino mdio, sendo duas de observao e duas de regncia.Empecilhos parte, pudemos concluir todas as etapas deste estgio que teve incio no ms de maro, com interrupo nos meses de abril e maio, e fim somente no ms de junho de 2015, pelos motivos acima mencionados.

ESTGIO NO ENSINO FUNDAMENTAL

1.1 APRESENTAO DA CONCEDENTE:A escola em que este estgio aconteceu foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Mdio Professor Bolvar Bordallo da Silva, na cidade de Bragana-Pa. A escola foi inaugurada no dia 14 de fevereiro de 1974, e tem essa denominao por causa do ilustre bragantino, advogado, professor e historiador Bolvar Bordallo da Silva. Suas atividades iniciaram-se no dia 20 de maro de 1975. A escola oferece o Ensino Fundamental, Mdio e Educao de Jovens Adultos (EJA). Possui um espao fsico composto por: 1 laboratrio de informtica, 1 sala de recursos multifuncionais, 1 biblioteca, 1 laboratrio de cincias, 1 sala de audiovisual, 1 sala de reciclagem, 1 secretaria, 1 diretoria, 1 sala de professores, 1 auditrio, 1 cantina, espao de convivncia extra classe entre os alunos e 2 quadras de esportes.A escola ainda conta com o apoio do programa Mais Educao, que proporciona aulas, oficinas, entre outros, aos alunos, nas reas de letramento, esporte, cultura, fotografia, etc.A estrutura fsica da escola dividida em dois andares, havendo salas de aula e auditrio no primeiro andar, e as demais salas no trreo. Foi recentemente reformada sendo acrescentada uma rampa proporcionando acessibilidade aos cadeirantes, pelo menos ao trreo.1.2 DO PROFESSORO professor possui graduao em letras/ Lngua Portuguesa pela Universidade Federal do Par. O professor utiliza mtodos didticos em que predominam duas vertentes: uma de cunho tradicionalista e outra de cunho inovador. Na tradicionalista, notamos que o docente utiliza textos e estes servem como pretexto para anlise de elementos gramaticais; j na de cunho inovador notamos que o professor interpreta o texto com os alunos mostrando para estes o texto em seus diversos sentidos.O professor informou que normalmente utiliza o livro didtico em suas aulas, porm, como os alunos ainda no haviam recebido esses livros, pois era incio de ano letivo, ele ministrava suas aulas com livros prprios. O relacionamento do professor com seus alunos era ameno, tinha suas divergncias e dilemas, mas era equilibrado. Tinha domnio da turma, conseguia captar a ateno desta ltima utilizando uma linguagem compreensvel para o nvel da turma.Em nossas observaes, percebemos que os mtodos do professor, ao explicar seus contedos ou ao propor alguma atividade (exerccio), so provenientes de uma concepo de linguagem no tanto aprovada em mtodos educacionais nos dias atuais. A concepo de linguagem que predomina em suas aulas a segunda, que condiz quela que o sujeito apreende a lngua e utiliza esta ltima apenas como um instrumento para comunicao, sem se colocar frente s decises pertinentes ao uso desse instrumento, os seja, o sujeito assujeitado, este apenas reproduz enunciados j preexistentes na sociedade sem se posicionar a ou neles, sem agir diante das situaes encontradas em sala de aula, em leituras textuais, como diz Possenti: Para que o sujeito possa ser concebido como algo mais que um lugar por onde o discurso passa, vindo das estruturas, necessrio fazer a hiptese mnima de que ele age. (POSSENTI, apud. KOCH).Entendemos que o professor, utilizando textos como um pretexto para retirada de elementos gramaticais, sem refletir sobre os diversos sentidos que um texto apresenta, est tomando para si essa concepo de linguagem. J, em nossa interveno (no estgio de regncia) nos utilizamos da terceira concepo de linguagem abordada por Koch, a linguagem como lugar de interao, onde fizemos os alunos lerem, analisarem e interpretarem cada texto exposto nas aulas, fazendo relao anloga com eles e instigando-os a se questionarem perante cada fato considerado desconhecido por eles os alunos. Expusemos a eles os conhecimentos por ns apreendidos, atravs de estudos e discursos j existentes, que se somaram com nossas experincias e que na interao com o outro que esses conhecimentos tinham valor e serviriam para algo, como ele afirma que esta concepo:(...) corresponde a noo de sujeito como entidade psicossocial, sublinhando-se o carter ativo dos sujeitos na produo mesma do social e da interao e defendendo a posio de que os sujeitos (re) produzem o social na medida em que participam ativamente da definio da situao na qual se acham engajados, e que so atores na atualizao das imagens e das representaes sem as quais a comunicao no poderia existir.

1.3 TURMA DO ENSINO FUNDAMENTALUma das turmas em que realizamos este estgio do 7 ano/9 composta por 26 alunos com faixa etria de 14 a 16 anos de idade. Alguns alunos eram repetentes dessa srie e apresentavam certas dificuldades quanto ao entendimento dos contedos, assim como tambm os no repetentes. Apesar disso durante as aulas alguns alunos participavam e interagiam fazendo questionamentos sobre os assuntos referentes aos contedos ministrados e tambm a assuntos diversos. No entanto, outros no interagiam e ficavam dispersos no momento das aulas atrapalhando estas.O turno em que essa turma tinha aulas era o da tarde e aconteciam nos cinco dias teis da semana. Os alunos tinham o horrio de 13:00 horas para entrar na escola e 18:00 para sair, sendo que as aulas comeavam s 13:30 e cada uma tinha a durao de 45 minutos.1.4 DESCRIO DA OBSERVAO DO ENSINO FUNDAMENTALIniciamos o estgio de observao no dia 18/03/2015 em uma turma do 7ano/9, no turno da tarde da escola Bolivar Bordallo da Silva. O professor iniciou a aula ditando a fbula A lebre e a tartaruga, do autor Esopo. Em seguida fez a leitura do texto descrito e uma atividade de compreenso textual. Porm esta atividade consistia em questes referentes ao texto, mas no levava em considerao a interpretao textual dos alunos, e sim apenas a interpretao visual que eles faziam diante do texto, tais como: quem era o autor, quantos pargrafos o compem, quais personagens faziam parte da histria, onde acontecia a histria, entre outras meras questes superficiais do texto. Diante disso, percebemos que esse mtodo de interpretao textual erroneamente empregado, pois no leva o aluno a refletir sobre os diversos sentidos de um texto, e sim o leva a retirar elementos j mencionados na superfcie daquele.

(FIGURA 1- Estgio de observao: alunos do ensino fundamental)

(FIGURA 2 Estgio de observao: alunos do ensino fundamental)

No dia 19/03/2015, foi o segundo dia de observao. O professor trouxe outro texto para trabalhar com seus alunos, A vida de uma laranjeira, do autor Drio Levin. Com esse texto ele props aos alunos que lessem em voz alta e em coletividade e logo em seguida explicou algumas partes do texto. Props ainda uma atividade similar trabalhada na aula anterior: que retirassem o autor, a quantidade de pargrafos, o ttulo e mais algumas questes percebveis no texto.2.5 DESCRIO DA REGNCIA DO ENSINO FUNDAMENTALPara realizao deste estgio, foi proposto pelo professor orientador que trabalhssemos com os gneros textuais e a partir destes desenvolvssemos uma proposta de interveno que contribusse para o ensino desse gnero.No dia 15/06, iniciamos no estgio de regncia no ensino fundamental, como proposta de interveno, utilizamos o gnero textual fbula, por se tratar de um gnero de fcil aprendizagem para o nvel de escolaridade no qual estvamos trabalhando. A partir do estudo desse gnero em sala de aula, constatamos que, ainda que j tivessem tido contato com o gnero, os alunos encontravam dificuldades em identificar as caratersticas da estrutura que compem uma fbula. Com esta constatao, elaboramos um plano de aula em que apresentvamos o conceito de fbula, seu histrico, seus principais pioneiros, suas caractersticas e seu tipo textual - por se tratar de uma narrao, expusemos as caratersticas desse tipo de texto. Nesse plano tambm apresentamos como objetivos: trabalhar o processo de leitura e escrita dos alunos atravs do gnero fbula, refletir e interpretar as fbulas observando a relao de seus valores morais.Para realizarmos os objetivos descritos acima, expusemos aulas sobre o gnero fbula, levamos exemplos desse gnero para a sala de aula, lemos juntamente com os alunos, posteriormente por questo de falta de tempo pedimos a eles que formassem duplas e produzissem um texto que contemplasse o gnero em questo. No horrio da aula poucos alunos estavam presentes na sala, por conta de que aquelas aconteciam nos ltimos horrios (5 e 6 horrios) daquele turno e alguns alunos tm um mau costume de no permanecerem na sala nos ltimos horrios. Das duplas que permaneceram na sala, obtivemos uma primeira produo textual.Recolhemos essas produes, lemos, analisamos e constatamos onde os alunos tinham maiores dificuldades na construo de um texto escrito, mais precisamente, na construo de uma fbula, e a partir da elaboramos a aula do segundo dia com intuito de demonstrar a eles onde eles conseguiram ou no contemplar o gnero proposto. Escolhemos uma das produes para servir como exemplo para expormos a eles questes como: pontuao, coeso e coerncia, progresso das ideias, quanto ao gnero, caracterstica da fbula entre outros.No dia 16/06/2015 (segundo dia da regncia) iniciamos a aula retomando sobre o gnero textual fbula, mostrando no texto em anlise, questes dos elementos que compem uma narrativa como: personagens, espao, tempo, enredo, narrador. Posteriormente devolvemos os textos da produo inicial e solicitamos que os alunos identificassem em suas produes as caractersticas do gnero e os elementos da narrao e, a partir dessa identificao, adaptassem seus textos para que obtivessem uma segunda produo. importante destacar que na segunda aula por ser no primeiro e segundo horrio, havia alunos que no tinham participado da aula anterior, por esse motivo tivemos que retomar explicando resumidamente sobre o assunto em questo para que aqueles pudessem produzir textos. E com os alunos que j tinham produzido, devolvemos as produes e orientamos refaco dos textos.Ao final desse processo, conseguimos uma primeira e uma segunda produo textual dos alunos que participaram desde o inicio das nossas aulas, e dos que estiveram apenas na segunda aula, conseguimos uma nica produo. Consideramos bom o empenho dos alunos ao participarem ativamente nas aulas, tornando estas bastante produtivas.

(FIGURA 3 Estgio de regncia no ensino fundamental)

(FIGURA 4 Estgio de regncia no ensino fundamental)

2.6 RESULTADOS OBTIDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Com a interveno pedaggica obtivemos resultados relevantes, tanto no desempenho nas produes textuais dos alunos quanto na experincia para construo na nossa formao enquanto docente. Notamos que ainda h muitas dificuldades por parte dos alunos quanto produo textual, talvez porque pouco se trabalhado essa questo em sala de aula. No entanto, nosso objetivo foi criar mtodos que os estimulassem a leitura e a produo textual, para isso, trabalhamos com gneros textuais dos quais os alunos j haviam tido contato, e de forma interativa sugerimos que criassem textos. Esses textos deveriam conter as caractersticas do gnero em questo, no caso a fbula na turma do 7/9.A partir de suas produes percebemos que os alunos conseguiram entender em partes os contedos que haviam sido explicados em sala. Como exemplo citamos textos produzidos durante as aulas.

TEXTO 1: A abelha e o cachorro

O texto acima faz parte da primeira produo de um dos alunos da turma. Podemos perceber que aquele pode ser considerado como uma fbula, pois trata-se de uma narrativa de tem como personagens animais que protagonizam uma cena qualquer e apresentam caractersticas humanas, e o principal contm uma moral ou ensinamento.

Texto 2: A goiaba e o passarinho

O texto em anlise faz parte da produo inicial e foi desenvolvido em dupla. Percebemos que o texto possui caractersticas de uma fbula e quanto ao tipo tem-se o narrativo. A autora comea situando o leitor destacando o tempo em que ocorreu a histria, por isso, utiliza expresses temporais, como Em um belo dia (...). O percurso da fbula respeita uma sequncia de fatos, um passarinho que procurava por comida, depois avistou uma rvore e logo se aproximou. Notamos na fbula em anlise que os elementos que compe uma narrativa so bem empregados, a autora consegue dar sequncia aos fatos de modo que o torna coerente. importante ressaltar que os dois textos, acima analisados, fazem parte da primeira produo dos alunos, portanto, por falta de tempo no foi possvel uma segunda produo desses alunos.ESTGIO NO ENSINO MDIOA escola, a qual foi realizado o estgio de observao e regncia no ensino mdio, foi a mesma do ensino fundamental, logo todas as caractersticas dessa j foram mencionadas acima, bem como o professor colaborador deste estgio, que foi o mesmo tanto na turma do ensino fundamental quanto na do ensino mdio.3.1 TURMA DO ENSINO MDIOA outra turma que foi trabalhado neste estgio foi uma turma do 1 ano de ensino mdio, composta por 20 alunos, de faixa etria entre 15 a 17 anos de idade. Havia apenas um aluno repetente nessa turma. Muitos alunos faltaram s aulas por motivos que no saberemos expor aqui, pois no nos foram justificados, por conta disso, no obtivemos um nmero satisfatrio de alunos desta turma nas atividades que por ns foram propostas.A turma era um pouco agitada e raramente interagia com as aulas do professor; e, apesar de no obtermos muita da participao desses alunos, questionavam sobre os contedos, isto , perguntavam sobre coisas que no entendiam ou no sabiam (referentes ao contedo estudado no momento), porm no demonstravam isso na escrita.3.2 DA OBSERVAO ENSINO MDIONos dia 18/03/2015 e 19/03/2015, realizamos a primeira parte desta segunda etapa deste estgio que consistiu na observao das aulas do professor supervisor em uma turma de 1 ano do ensino mdio. No primeiro dia (18/03), como era incio de ano letivo e alguns alunos no tinham tido ainda contato com aulas especificas de literatura, isto , uma disciplina prpria de estudos literrios, o professor iniciou a aula falando sobre literatura dando nfase ao estudo de textos, de gneros literrios. Estes seriam trabalhados ao longo do primeiro bimestre do ano letivo corrente, e mostrou como exemplos alguns gneros textuais como: fbula, poema, crnica, conto e etc. Aps explanar resumidamente sobre esses contedos comunicou aos alunos que o gnero textual que seria estudado nas primeiras aulas de literatura era o gnero crnica. Em seguida, explicou sobre gneros textuais enfatizando a crnica. A escolha do gnero se deu pelo fato de que ns estagirios conversamos anteriormente com o professor supervisor e falamos que queramos trabalhar um gnero textual literrio, ento por isso o professor iniciou a aula falando sobre literatura dando nfase ao gnero crnica. Durante a aula foi lida a crnica sesso de hipnotismo do autor Fernando Sabido. Aps a leitura o professor fez um breve comentrio sobre o texto identificando neste o que o caracterizava como uma crnica. Em seguida sugeriu uma atividade de interpretao textual, esta se dava com perguntas referentes ao texto estudado. Geralmente as perguntas referentes ao texto no exigiam do aluno a criatividade ou uma leitura profunda e sim uma anlise superficial, com questes como: marque com um x o sinnimo da palavra, citava uma frase do texto e perguntava a que esta referia. Notamos a partir da que o texto usado como um pretexto para que se conheam aspectos gramaticais, ou seja, o texto visto em sua forma superficial.

(FIGURA 5 Estgio de observao: ensino mdio)

Na aula seguinte, dia 19/03, o professor retornou a aula explicando resumidamente sobre o gnero crnica mostrando os diversos tipos de crnicas existentes, como: crnica jornalstica, humorstica, descritiva, dissertativa, histrica, potica, etc. Aps esse momento distribuiu aos alunos cpias de uma crnica que seria trabalhada durante aquela aula. A crnica intitulada Aconteceu alguma coisa do autor Carlos Drummond de Andrade. Aps a leitura sugeriu aos alunos que explicassem sobre o que tinham entendido do texto, em seguida conclui com explicaes sobre o sentido do texto. Durante a aula o professor, como forma de interao, tambm pediu as opinies dos alunos estagirios. Contribumos, falando sobre entendimento sobre o texto. A partir da observou-se uma relao de interao entre professor supervisor, alunos estagirios e a turma. Percebemos durante o estgio de observao que o texto literrio pouco explorado no sentido profundo do texto. Essa questo se d pelo fato de muitos professores ainda seguirem o mtodo tradicional de se abordar um texto. Ao trabalhar com estes, aqueles levam em considerao que para o entendimento do que de fato um texto precisa-se apenas destacar os aspectos gramaticais presentes neles. Desse modo, observamos a grande dificuldade que os alunos apresentam para compreenderem o sentido do texto em seus diversos aspectos e principalmente produzirem textos.(FIGURA 6 Estgio de observao: ensino mdio)

3.4 DA REGNCIA DO ENSINO MDIONos dias 17/06 e 18/06/2015, realizamos o estgio de regncia na turma do primeiro ano do ensino mdio. No dia 17/06 iniciamos a aula retomando o assunto sobre o gnero textual crnica. Ao longo da aula fizemos um momento de interao atravs de perguntas para saber se os alunos ainda lembravam o que era crnica e de como esta composta. Aps esse momento falamos sobre o que texto, sobre o que gnero textual literrio e sobre os tipos textuais enfatizando o tipo narrativo e quais os elementos que a compe. Em seguida para exemplificar distribumos cpias da crnica O Lixo do autor Lus Fernando Verissimo e pedimos aos alunos para que fizessem a leitura individual e silenciosa do texto. Posteriormente propomos um momento de interao com a turma, onde todos iam falar o que tinham entendido sobre o texto. Aps o dilogo sobre o texto identificamos e explicamos sobre as estruturas que compem o gnero narrativo mostrando esses elementos presentes no texto em questo. Todo esse momento se deu na primeira hora de aula. Na segunda hora de aula propusemos aos alunos a produo de um texto que fosse do gnero crnica. O objetivo dessa atividade era analisar como estava a produo textual dos alunos e se estes tinham entendido de fato o que era uma crnica e como esta se estrutura. Pedimos aos alunos que escolhessem qualquer tipo de crnica, podia ser crnica potica, descritiva, dissertativa, humorstica e etc. Durante o perodo das produes orientamos alguns alunos em suas produes e acompanhamos respondendo as dvidas colocadas por aqueles. Com isso tivemos a produo inicial de alguns textos feito pelos alunos. Vale ressaltar que alguns alunos no conseguiram produzir os textos, uns porque no estavam interessados e outros pela grande dificuldade em criar textos escritos. No entanto, consideramos para anlise deste trabalho uma produo inicial e final dos alunos. Aps a leitura feita dos textos produzidos pelos alunos constatamos algumas dificuldades encontradas por aqueles, como: composio do texto, conforme seu tipo e gnero, alguns aspectos gramaticais, coeso e coerncia, pontuao entre outros. A partir de ento planejamos uma aula para a anlise dos textos produzidos, levando em considerao aspectos importantes como o gnero e tipo textual e a pontuao. No segundo dia de estgio de regncia, (18/06) iniciamos a aula explicando resumidamente sobre tipo textual destacando o tipo narrativo, j que este o que predomina na Crnica. Em seguida falamos sobre gnero textual em questo e tambm explicamos sobre pontuao e como us-la em textos. Escolhemos aleatoriamente um dos textos produzidos pelos alunos para analisarmos juntamente com eles, com a inteno de mostrar-lhes caractersticas de uma crnica, existentes ou no no texto escolhido. Feita essa anlise, instrumos os alunos a refazerem suas produes textuais iniciais, a fim de obtermos uma segunda produo mais condizente ao gnero textual trabalhado.

(FIGURA 7 Estgio de regncia no ensino mdio)

3.5 RESULTADOS OBTIDOS DO ENSINO MDIOProdues textuais do 1ano:

TEXTO 3 de uma aluna do ensino mdio

O texto acima faz parte da primeira produo e pode ser considerado em partes como uma crnica, pois apresenta algumas caractersticas do tipo em questo. Relata um fato do cotidiano, tem uma linguagem simples e apresenta a opinio da autora. Pertence ao domnio da literatura e desenvolve-se em torno de uma ideia sobre acidentes no trnsito narrando um fato que a autora provavelmente observou. Apresenta como propsito comunicativo relatar uma informao.J na segunda produo textual, percebemos algumas modificaes como: mudana da temtica, ou seja, criao de um novo texto; ideias bem encadeadas tornando assim o texto coerente; quanto ao tipo, constitui-se de uma narrao em que descreve um fato do cotidiano, podendo assim ser considerado como uma crnica.

TEXTO 4: Segunda produo da aluna do ensino mdioNo entanto, ainda notamos que alguns alunos conseguiram entender o que o gnero textual crnica caracterizando em partes nos textos produzidos.

TEXTO 5: O trajeto de umas simples formigas no mundo - primeira verso

No texto acima podemos considerar em partes como uma crnica, pois trata-se de uma narrativa em que relata um fato. As ideias presentes no texto esto articuladas de modo de fcil compreenso, tornando este coerente. A partir do texto percebemos que o aluno conseguiu compreender o gnero textual em que estvamos trabalhando.

TEXTO 6: O trajeto de umas simples formigas no mundo - segunda verso

Esse texto corresponde segunda produo. Notamos que o aluno conseguiu seguir com a mesma temtica da primeira produo e acrescentou novas informaes ao texto fazendo com que melhorasse sua produo. Quanto estrutura percebemos que as ideias esto se interligando umas s outras, tornando assim um texto de fcil compreenso. Consideramos a produo textual como uma crnica por narrar um fato que mesmo sendo fictcio contm informaes do cotidiano.Portanto, conseguimos em partes alcanar os objetivos proposto durante este estgio. notamos que os alunos ainda tem dificuldades para produzirem textos, pensamos que isso acontece pela falta de incentivo nas aulas e tambm porque no se trabalha com essa questo em sala de aula.

CONSIDERAES FINAIS:Pudemos notar, com este estgio supervisionado de observao e regncia, que em seu primeiro momento, - o de observao - o professor titular da turma utilizava mtodos pedaggicos que, de certa forma, faziam com que os alunos interagissem tanto com ele prprio quanto entre si, porm notamos que ele se portava de maneiras diferentes nos dois nveis de ensino (fundamental e mdio); no fundamental ele dominava mais a turma, em relao em prender a ateno dos alunos e dos contedos abordados, j no mdio, ele no os dominava tanto, deixando os alunos um pouco soltos em suas aulas.Notamos ainda que o professor, por mais que se dedicasse bastante para proporcionar aos seus alunos uma melhor aprendizagem da lngua materna ou dos contedos de literatura, encontrava diversas dificuldades que causavam desconforto em seu trabalho, como: perodo curto de aulas, poluio sonora (ao redor do ambiente da sala de aula), calendrio escolar (que tem muitos feriados), entre outros, inclusive a greve que ocorreu nos meses de abril a maio de 2015.No momento da regncia de aulas, experienciamos uma etapa diferente da aprendizagem docente, isto , como se dava a prtica docente em sala de aula: encontramos tanto pontos positivos quanto negativos. Quanto aos positivos, podemos considerar que para se praticar a docncia preciso dedicao, pacincia, estar em constante atividade de pesquisas, para estar atualizados sobre os contedos que for abordar em sala de aula, ou os que surgirem dentro desta. J em relao aos pontos negativos, a prtica docente pode-se tornar desestimulante para o professor a partir do momento em que este no encontrar um ambiente confortvel para exercitar sua profisso, por exemplo: as conversas paralelas em alto tom nos corredores da escola, que causavam uma inquietao nos alunos da turma em que estvamos estagiando; os constantes feriados que o calendrio escolar adere que atrasavam nos contedos das aulas e um dos principais fatores de uma insatisfao da profisso de professor neste pas: a m valorizao dessa profisso, seja no mbito financeiro, seja no mbito de reconhecimento profissional.Com tudo isso, propomos que sejam revistos os contedos a serem ministrados nas turmas do ensino fundamental e nas do ensino mdio, bem como que os professores atentem-se para esses contedos e para quais sries/anos esto repassando-os, pois muitos dos contedos que observamos eram inadequados para as sries dos alunos, e isso acarretava no atraso intelectual dos alunos. Portanto, isso compete aos professores titulares das turmas exercerem, logo implicar no melhoramento do aprendizado dos alunos em aumentar suas competncias sociocognitivas e discutir sobre gneros textuais ou qualquer outro assunto trabalhado em sala de aula.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

ANTUNES, Irand. Fundamentos e Prticas. So Paula: Parbola Editorial, 2010.BUENO, Luzia. A construo de representaes sobre o trabalho docente: o papel do estgio. Tese (Doutorado) Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, So Paulo, 2007.GALINDO, Mnica Abrantes. O professor da escola bsica e o estgio supervisionado: sentidos atribudos e a formao inicial docente. 2011. 295 f. Tese (Doutorado) Faculdade de Educao, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2011.KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. 2 ed. So Paulo: Cortez. 2003LOBATO, Monteiro. Fbulas. Ed, Globo. 120 pgs. Disponvel em: gentequeeduca.org.br/livros01.livrosgratis.com.br/cp023831.pdf. Acessado em: 20/03/2015.LOPES, Grasielly. (UNESP). Disseretao: Fbulas (1921) de Monteiro Lobato: Um Percurso Fabuloso. Disponvel em: livros01.livrosgratis.com.br/cp023831.pdf. acessado em: 20/03/2015.MARCUSCHI, Luiz Antnio. Produo Textual: anlise de gnero e compresso. So Paulo. Ed: Parbola, 2008.SOUZA, Loide Nascimento. (PG-UNESP/Assis). Art; A Metalinguagem da Fbula: Uma Leitura de Fbulas de Monteiro Lobato. Disponvel em: cielli2014.com.br/anais/download/area/2/simpsio/10/id/NTEy.

ANEXOS: