relatório final de estágio
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RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO IVREALIZADO NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO CRISTIANO CARTAXO, CAJAZEIRAS – PBTRANSCRIPT
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – LICENCIATURA
RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES DE ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO IV
REALIZADO NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO CRISTIANO
CARTAXO, CAJAZEIRAS – PB
PERÍODO DE VIGÊNCIA: 2014.2
ESTAGIÁRIO(A): PAULO VICTOR FERREIRA DE PAULA
ORIENTADOR(A): PROFESSORA DRA. ANTÔNIA ARISDÉLIA
FONSECA MATIAS AGUIAR FEITOSA
CAJAZEIRAS – PB
2015
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PAULO VICTOR FERREIRA DE PAULA
RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES DE ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO IV
Relatório de Atividades apresentado ao Componente
Curricular Estágio Supervisionado IV, ministrada pela
professora Dra. Antônia Arisdélia Fonseca Matias
Aguiar Feitosa, junto à Unidade Acadêmica de Ciências
Exatas e da Natureza, do Centro de Formação de
Professores da UFCG como requisito parcial para
avaliação da referida disciplina.
CAJAZEIRAS – PB
2015
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SUMÁRIO
1. Estágio Supervisionado na Formação Docente .................................................... 03
2. Caracterização das Instituições ............................................................................ 07
2.1 Instituição Formadora .................................................................................. 07
2.2 Instituição Concedente ................................................................................. 20
3. Objetivos ............................................................................................................. 26
3.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 26
3.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 26
4. Aporte Teórico .................................................................................................... 27
4.1 Para além da Regência de Classe ................................................................ 27
4.2 As Múltiplas Inteligências e a Perspectiva de Aprendizagem Significativa... 28
4.3 Estudos e pesquisa colaborativa no Estágio Curricular Supervisionado ........ 31
5. O Campo de Estágio e as Demandas Pedagógicas Percebidas .............................. 33
6. Atividades desenvolvidas na Instituição Concedente ........................................... 36
6.1 Perfil docente acerca das modalidades didáticas para o ensino de Biologia .. 36
6.2 Avaliação do livro didático de Biologia orientada por parâmetros oficiais ... 37
6.2.1 Programa Nacional do Livro Didático ................................................. 37
6.2.2 Critérios de avaliação e categorias analisadas no ensino de Biologia ... 38
6.2.3 Caracterização do livro didático para o ensino de Biologia .................. 39
6.3 Planejamento Pedagógico – Projeto de Ensino ............................................. 40
6.3.1 Organização de atividades em Unidades Didáticas de Biologia ........... 40
6.3.2 Planejamento do Projeto de Ensino ..................................................... 40
7. Intervenção no Espaço Escolar – Regência Colaborativa ..................................... 42
7.1 Detalhamento das atividades realizadas e discussão dos resultados obtidos 42
8. Conclusão e Recomendações ............................................................................... 45
9. Reflexão Crítica do Estudante Estagiário ............................................................. 47
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 48
ANEXOS ............................................................................................................ 50
APÊNDICES ...................................................................................................... 51
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1. ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DOCENTE: UMA VISÃO
INTEGRADA DOS CONHECIMENTOS BIOLÓGICOS
O ensino de biologia deve estar pautado em
práticas convergentes que superem
as visões simplistas, integrando
as diversas manifestações
de vida na biosfera1
O Componente Curricular Estágio Supervisionado IV busca estabelecer uma relação
pedagógica entre o graduando em licenciatura com profissionais da área educacional em um
ambiente de ensino.
Sendo, as experiências no ensino de Biologia, deverão ser proporcionadas ao acadêmico
pela participação em situações reais, dentro e fora da sala de aula, que lhe permita vivenciar,
aplicar e aprofundar os conhecimentos teóricos de acordo com os objetivos do curso.
O Estágio Supervisionado são atividades de aprendizagem profissional, de caráter
obrigatório, previsto no currículo do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, da
Universidade Federal de Campina Grande – Campus Cajazeiras, ministrada pela professora
Dra. Antônia Arisdélia Fonseca Matias Aguiar Feitosa, como cumprimento do artigo 1º da Lei
11.788/2008. O estágio foi realizado na Escola Estadual de Ensino Médio Cristiano Cartaxo,
Cajazeiras-PB, no período de 27/02/2015 à 06/03/2015 compreendendo o Estágio
Supervisionado IV.
Não é possível ensinar Biologia preparando alunos capazes de questionar, pesquisar e
solucionar problemas científicos desvinculando a mesma da realidade, desmistificando o
conceito de que a Biologia é uma disciplina de termos técnicos e científicos. Sendo assim, o
ensino de Biologia acima de tudo deve motivar o aluno a tornar-se ativo na sociedade,
ensinando-o sobre os direitos e deveres para com a natureza e a sociedade, sensibilizando-o a
respeito do seu posicionamento socioambiental. Nós estudantes de Licenciatura em Ciências
Biológicas, temos como desafio preparar os alunos para tais ensinamentos, adquirindo e
compartilhando experiências, utilizando todo o aporte teórico adquirido na academia, no
desenvolvimento do estágio.
1 Alunos Ciências Biológicas 2011.1, CFP/UFCG.
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1.1. Orientações Legais e Pedagógicas do Estágio Supervisionado
O Estágio Curricular Supervisionado, de acordo com o PARECER CNE/CP 28/2001,
constitui um componente curricular obrigatório integrado à proposta pedagógica. É entendido
como o tempo de aprendizagem que, através de um período de permanência, alguém se
demora em algum lugar ou ofício para aprender a prática do mesmo e depois poder exercer
uma profissão ou ofício. Assim, o estágio curricular supervisionado supõe uma relação
pedagógica entre alguém que já é um profissional reconhecido em um ambiente institucional
de trabalho e um aluno estagiário.
Este é um momento de formação profissional do formando seja pelo exercício direto in
loco, seja pela presença participativa em ambientes próprios de atividades daquela área
profissional, sob a responsabilidade de um profissional já habilitado. Ele não é uma atividade
facultativa sendo uma das condições para a obtenção da respectiva licença. Não se trata de
uma atividade avulsa que angarie recursos para a sobrevivência do estudante ou que se
aproveite dele como mão de obra barata e disfarçada. Ele é necessário como momento de
preparação próxima em uma unidade de ensino.
Tendo como objetivo, junto com a prática, como componente curricular, a relação teoria e
prática social tal como expressa o Art. 1º, § 2º da LDB, bem como o Art. 3º , XI e tal como
expressa sob o conceito de prática no Parecer CNE/CP 9/2001, o estágio curricular
supervisionado é o momento de efetivar, sob a supervisão de um profissional experiente, um
processo de ensino-aprendizagem que, tornar-se-á concreto e autônomo quando da
profissionalização deste estagiário.
Entre outros objetivos, pode-se dizer que o estágio curricular supervisionado pretende
oferecer ao futuro licenciado um conhecimento do real em situação de trabalho, isto é
diretamente em unidades escolares dos sistemas de ensino. É também um momento para se
verificar e provar (em si e no outro) a realização das competências exigidas na prática
profissional e exigíveis dos formandos, especialmente, quanto à regência. Mas, é também um
momento para se acompanhar alguns aspectos da vida escolar que não acontecem de forma
igualmente distribuída pelo período, concentrando-se mais em alguns aspectos que importa
vivenciar.
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1.2. Caracterização Curricular do Estágio Supervisionado IV
O estágio curricular supervisionado é, pois, um modo de atividade de capacitação a ser
realizado em unidades escolares onde o estagiário assuma efetivamente o papel de professor,
dentre outras exigências do projeto pedagógico e das necessidades próprias do ambiente
institucional escolar testando suas competências por um determinado período. Por outro lado,
a preservação da integridade do projeto pedagógico da unidade escolar que recepciona o
estagiário exige que este tempo supervisionado não seja prolongado, mas seja denso e
contínuo. Esta integridade permite uma adequação às peculiaridades das diferentes
instituições escolares do ensino básico em termos de tamanho, localização, turno e clientela.
A operacionalização do Estágio Curricular Supervisionado na integralização curricular
está redimensionada conforme a Resolução CNE/CP 2 de 19 de fevereiro de 2002.
A carga horária não deverá ser inferior a 400 (quatrocentas) horas e deverá ter início na
segunda metade do curso. Na presente proposta, este totaliza 405 (quatrocentas e cinco horas)
composto de dois eixos temáticos: 1) Estágio Curricular Supervisionado de Ensino de
Ciências no Ensino Fundamental (ESTÁGIO SUPERVISIONADO I e II); e 2) Estágio
Curricular Supervisionado de Ensino de Biologia no Ensino Médio (ESTÁGIO
SUPERVISIONADO III e IV). Estes dois eixos deverão estar distribuídos ao longo dos
quatro últimos períodos do curso e vinculados às disciplinas inseridas na estrutura curricular.
Tais componentes curriculares, de caráter eminentemente teórico-prático, destinarão sua
carga horária para atividades a serem desenvolvidas no espaço de atuação profissional nas
Escolas de Ensino Fundamental e Médio da rede pública e/ou privada, mas sempre ancorados
a um projeto pedagógico construído interativamente entre professores e aluno do curso de
modo orientado e supervisionado continuamente. Os estágios vinculados deverão ser
desenvolvidos em escolas de Ensino Fundamental e Médio da rede estadual, municipal, e
privada sob orientação do professor da IES.
Recomenda-se que durante a participação nos estágios os estudantes sejam conduzidos a
analisar as estruturas sociocultural, política, pedagógica e administrativa que envolvem o
Projeto Pedagógico da escola. Nesta perspectiva, e no sentido de alcançar os objetivos do
curso, os estudantes serão orientados a desenvolverem projetos pedagógicos ao longo dos
períodos que englobarão o planejamento, construção de conhecimentos, estratégias de
integração da comunidade escolar, observação das aulas e Regência. A operacionalização do
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Estágio Supervisionado, nesta proposta, se configura em disciplinas que estão previstas para
serem desenvolvidas nas perspectivas que segue:
A disciplina Estágio Supervisionado IV: caracteriza-se por inserir o aluno na prática
docente da regência de classe, além disso, irão executar o desenvolvimento dos projetos de
pesquisa propostos no Estágio Supervisionado III. Esta atividade do estágio acontece em salas
de aula do ensino de Biologia – Ensino Médio. O aluno terá acompanhamento pedagógico
pelo professor coordenador das atividades do Estágio Supervisionado e será orientado ao
exercício docente reflexivo, em que as situações de estágio se constituam de uma prática
efetiva. (Elaborado a partir do Relatório de Estágio Supervisionado III).
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2. CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL
2.1.Instituição Formadora
Os paradigmas educacionais conduzidos durante o século XX, alimentados pela ideia dos
benefícios advindos do progresso e da tecnologia, se caracterizaram por modelos excludentes
pautados numa racionalidade baseada no determinismo, na fragmentação, no isolamento. Os
efeitos frustrantes sobre as vidas humanas e sobre as relações sociais de desigualdade,
competição e desrespeito às dignidades necessárias ao ser humano mobilizaram reações de
resistências nos diferentes segmentos da sociedade humana gerando uma consciência
planetária sobre a necessidade de mudanças estruturais nas diversas instâncias que envolvem
a vida, sobretudo, a humanidade.
As últimas décadas, e, de modo mais efervescente, este início de século, estão marcados
por um conjunto de mobilizações, reflexões e mudanças no pensamento humano no sentido de
desenvolver novas formas de produzir, agir, ser, estar e existir. As mudanças requeridas se
apresentam à humanidade como um desafio permanente, exigindo transformações profundas e
qualitativas nos diversos segmentos que compõem a sociedade. Nesta perspectiva, situamos
os processos educativos de formação docente como espaços em que tais mudanças possam
acontecer e propagar-se para o meio social.
O desafio de formação de indivíduos numa sociedade de cultura e economia globalizadas
vem se traduzindo na concepção de novos paradigmas para a educação, levando a uma nova
forma de ver a função social da escola e o processo de ensino e aprendizagem. Assim, uma
educação de qualidade constituirá um conjunto de contribuições para que o Brasil possa
crescer com justiça social, possibilitando, a oferta e o acesso a educação de qualidade, que
garanta a formação de cidadãos competentes ao enfrentamento dos desafios das sociedades
contemporâneas. A construção de uma Educação Básica voltada para a cidadania, como
prática efetiva, implica na necessidade, não só da garantia de ofertas de vagas, mas da oferta
de um ensino de qualidade, sob a responsabilidade de professores portadores de
conhecimentos específicos nas diferentes áreas das Ciências Biológicas e atentos às dinâmicas
sociais.
A educação superior, através dos cursos de formação de professores para atuarem na
Educação Básica, é desafiada a promover mudanças na condução dos processos educativos
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nas diferentes áreas do conhecimento, considerando que a realidade social demanda
transformações que se pautem em novas formas de produzir conhecimento pertinente, em
desenvolver a responsabilidade social e a reforma do pensamento que conduza as ações com
vistas ao ideal da sustentabilidade humana e planetária. Esta perspectiva exige melhoria da
qualidade do ensino básico para o desenvolvimento de competências e habilidades requeridas
para enfrentar a dinâmica que mobiliza a sociedade humana.
As Ciências Biológicas é hoje uma das áreas do conhecimento com maior deficiência de
professores graduados e capacitados para o seu ensino (dados do MEC). As regiões Norte,
Centro-Oeste e Nordeste do Brasil são as mais afetadas por essa deficiência, apesar de terem
os principais biomas brasileiros em seus limites, tais como, Floresta Amazônica, Cerrado,
Mata Atlântica, Pantanal; o que historicamente refletiu em consequências desastrosas sobre as
relações homem-natureza, além de possuírem uma grande demanda por professores e/ou
professores leigos em atuação, o que tem comprometido o desenvolvimento social,
econômico, científico e tecnológico nessas regiões do país, bem como dificultando a
utilização racional de seus recursos naturais. A situação é ainda mais crítica quando se trata
do Sertão Paraibano, que além da carência de professores, há a proliferação de profissionais
não qualificados atuando em sala de aula.
Em consonância com as demandas atuais da sociedade, a Universidade Federal de
Campina Grande, na perspectiva de contribuir para superação de desafios envolvendo a
formação e qualificação de professores, vem desenvolvendo programas e projetos voltados
para tal formação, atendendo a uma demanda bastante significativa, entendendo-se que as
relações da universidade com a sociedade são avaliadas em função das competências
atribuídas à educação superior no sentido de desenvolver as três vertentes, o ensino, a
pesquisa e a extensão, tendo em vista responder as expectativas e desafios elencados por esta
mesma sociedade. A oferta de novos cursos ampliará esforços na busca de favorecer a criação
de melhores condições pedagógicas para um desenvolvimento que eleja a cidadania como
eixo central da educação escolar.
Assim, o Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas ora proposto visa ofertar mais
especificamente uma estratégia que priorize as três vertentes: ensino, pesquisa e extensão,
além de descentralizar o ensino superior, política adotada desde a sua instituição pelo Centro
de Formação de Professores do Campus de Cajazeiras da UFCG, evitando dessa forma, que o
estudante se locomova para um grande centro a fim de cursar uma faculdade, onde raramente
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voltaria a sua cidade de origem, o que resultaria na falta crônica de professores no interior dos
Estados que abrangem essa região, tais como, a Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do
Norte.
As abordagens teóricas do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas da UACEN/CFP/UFCG estão intimamente relacionadas com a formação de
professores que planeja, organiza, produz e desenvolve atividades e materiais voltados para o
Ensino de Biologia e de Ciências, sendo sua atribuição central à docência na Educação
Básica, a qual requer sólidos conhecimentos sobre os fundamentos da Biologia, sobre o seu
desenvolvimento histórico e suas relações com as diversas áreas, assim como, sobre as
estratégias para transposição do conhecimento biológico em “Saber Escolar” construído desde
a sua formação inicial até uma futura formação continuada. Dessa forma, podem-se destacar
essas abordagens quanto:
Á natureza da Biologia;
Ao ensino e à aprendizagem da Biologia;
Ao ensino experimental da Biologia;
À resolução de problemas;
À avaliação da aprendizagem.
Essas abordagens devem tornar os professores no nível da formação inicial, capazes de:
1. Promover a elaboração de uma sólida visão da Biologia;
2. Apresentar oralmente, por escrito e mediante demonstrações experimentais o conteúdo
básico de sua especialização;
3. Organizar as atividades e planejar os conteúdos de um curso de Biologia e de Ciências
para a Educação Básica;
4. Localizar e dar significado às dificuldades conceituais e operacionais de seus alunos;
5. Fazer levantamento sistemático sobre a situação de aprendizagem de seus estudantes;
6. Refletir sobre sua prática docente;
7. Programar, sustentar e renovar sua atualização didática, cultural e científica.
Dentro do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UACEN/CFP/UFCG, a relação teoria-prática é entendida como principal eixo articulador da
dinâmica do ensino-aprendizagem. Entende-se que um desafio que deve ser colocado
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constantemente para os alunos, no contexto do aprendizado da Biologia é o de relacionar os
conhecimentos teóricos e o “Saber-Fazer”.
Considera-se nesse Projeto que a propensão à pesquisa deve ser uma atitude fundamental
do Licenciado em Ciências Biológicas. A pesquisa desenvolvida no âmbito do Ensino se
apresenta como um constituinte do desenvolvimento teórico e prático do conhecimento. A
intimidade com o conhecimento teórico só pode ser obtida através da percepção de como este
é criado e sustentado pelo processo investigativo. Igualmente, a atividade prática possui um
componente investigatório de criação ou pelo menos de recriação, que a torna bem mais que
uma simples reprodução do conhecimento. Entende-se que os alunos do curso de Licenciatura
em Ciências Biológicas devam ser familiarizados com os procedimentos de pesquisa e com o
processo histórico de produção e disseminação do conhecimento. Assim, no curso, a pesquisa
será tratada como um instrumento de ensino e um conteúdo de aprendizagem, de forma a
garantir autonomia na aquisição e desenvolvimento do conhecimento pelos seus egressos.
O Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UACEN/CFP/UFCG, propõe-se a um
ensino problematizado e contextualizado, articulando o ensino, a pesquisa e a extensão, dentro
de uma ótica que acredita fundamental a relação do conhecimento biológico e de outras áreas
na resolução de problemas inseridos dentro de um contexto social.
Além de ter independência de atuação, deseja-se desenvolver no aluno a capacidade de
atuação em equipe, nas situações que exijam o trabalho conjunto de um grupo de
profissionais.
A utilização de recursos da informática deve desempenhar papel importante na resolução
de problemas. O professor de Biologia precisa compreender o uso do computador na sua
formação e na sua prática educativa na Educação Básica não apenas como uma ferramenta
para a resolução de problemas, mas como uma nova forma de compreender as estratégias e
possibilidades de construção de modelos e conhecimentos em Ciências. Uma vez que, nas
últimas duas décadas, as utilizações da informática na Educação têm experimentado um
enorme avanço no seu potencial e na sua diversidade de usos.
A Biologia é um campo da ciência no qual se estuda os seres vivos em relações de
interdependências entre si e com o meio ambiente. Neste sentido ocupa-se de compreender
como os processos vitais se autorregulam e se auto-(re) organizam continuamente na biosfera.
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A profissão de Biólogo foi regulamentada pelo Decreto n 88.438/83, de acordo com a Lei
n 6.684/79 e de conformidade com alteração estabelecida pela Lei n 7.017/82, quando o
Conselho Federal de Educação fixou o conteúdo mínimo e a duração dos cursos de História
Natural (Biologia) no país, para a formação destes profissionais.
O Biólogo é o profissional que estuda a vida em suas diferentes formas de expressão:
estuda a origem, estrutura, evolução, e funções dos seres vivos, classifica diferentes espécies
de animais e vegetais e estabelece sua relação com o meio, podendo, dependendo de sua
formação, atuar nas mais diferentes áreas, mesmo assim, muitas vezes têm dificuldades de
ingressarem no mercado de trabalho nessas áreas, pois muitas delas não são exclusivas da
profissão.
O profissional graduado em Ciências Biológicas possui uma formação básica e ampla,
com fundamentação teórico-prática, envolvendo o conhecimento da diversidade dos seres
vivos, sua organização em diferentes níveis, suas relações filogenéticas e evolutivas, suas
respectivas distribuições e relações com o meio em que vivem, possibilitando assim, que o
Licenciado em Ciências Biológicas possa atuar em pesquisa básica e aplicada, podendo ainda
desempenhar atividades de análises, experimentação, assessoria, consultoria nas diversas
áreas da Biologia, e se dedicar ao exercício do magistério no nível fundamental e/ou médio,
nas disciplinas Ciências ou Biologia, respectivamente, podendo ainda lecionar no ensino
superior em qualquer área das Ciências Biológicas, após curso de Mestrado ou Doutorado,
conforme estabelece o artigo 66 da Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB). Ao concluir o curso de graduação, podem ingressar em cursos de pós-
graduação, em qualquer área de pesquisa básica, aplicada, ou em pesquisa na área de ensino.
A Biologia como área de conhecimento que, a exemplo das demais ciências, evolui sob
processos históricos socialmente construídos, oferece a possibilidade de avançar no sentido de
educar cientificamente a população com a finalidade de capacitá-la a refletir sobre os
problemas do mundo reconhecendo seu compromisso em atuar sobre os mesmos, buscando
modificá-los.
Pensar o perfil profissional do(a)s licenciado(a)s em Ciências Biológicas, dentro da
perspectiva anteriormente apresentada, nos remete a refletir acerca das demandas
educacionais que nos são impostas neste início de século e, consequentemente, a entender
qual concepção de cidadania se pretende desenvolver através de processos educativos. De
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forma específica, precisamos entender como os conhecimentos das Ciências Biológicas
podem contribuir para a formação deste cidadão.
A educação idealizada para este momento contemporâneo se reveste de responsabilidades
para proporcionar o desenvolvimento humano em todas as suas dimensões (cognitivas,
afetivas, éticas, sociais, culturais, econômicas) a partir de estratégias pedagógicas que
conduzam os agentes educativos à prática da reflexão e autorreflexão, a crítica e autocrítica,
que incentive a alteridade; favoreça a solidariedade e a reforma do pensamento; enfim, que
contextualize e globalize os saberes.
A constituição de um cidadão que se caracterize capaz de conviver, comunicar e dialogar
reconhecendo a relação de autonomia/dependência e que dinamiza os sistemas funcionais para
a manutenção da vida só é possível caso os processos educativos a ele oferecidos transcendam
os modelos pedagógicos tradicionais e orientem reações fora dos reflexos antigos, para sair
dos paradigmas pautados na fragmentação, na competitividade e no isolamento. Este é um
desafio que se impõe aos cursos de formação docente que têm como meta investir em
estratégias educativas inovadoras capazes de possibilitar a construção de um universo social,
cultural, pedagógico coerente e integrador; que expresse a competência de acolher, ao mesmo
tempo, a RAZÃO e o SER.
Este universo a se constituir a partir de formas inovadoras de formação docente
caracteriza-se por ser complexo, dinâmico, dialogal e interativo e exigirá do cidadão a
responsabilidade em assumir o papel de ator e autor na construção de uma sociedade
relacional a partir do diálogo permanente com as diversas áreas do conhecimento,
compartilhando referenciais e promovendo novas formas de ser e estar no mundo.
Os cursos que se propõem a atender aos preceitos educativos requeridos atualmente
devem organizar sua trajetória pedagógica orientada à tarefa docente como trabalho coletivo
de inovação, pesquisa e formação permanente. Neste sentido, o Curso de Licenciatura em
Ciências Biológicas, aqui proposto, busca desenvolver no formando o perfil de professor-
pesquisador consciente da necessidade de uma formação contínua que se apresente com as
seguintes características: capaz de integrar os conhecimentos específicos à sua prática
docente; que compreenda a complexa interação entre os processos de ensino-aprendizagem;
que seja aberto à reforma do pensamento reflexivo, crítico e ético; que detenha a
fundamentação teórica adequada aos princípios de uma ação educativa competente e
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responsável; que exercite a interação entre ensino, pesquisa e extensão; que seja capaz de
desenvolver pesquisa básica ou aplicada nas áreas das ciências biológicas e da educação; que
seja comprometido com a busca de alternativas aos desafios para a construção de sociedades
sustentáveis.
Portanto, o Centro de Formação de Professores da UFCG, enquanto unidade de uma
instituição pública de ensino superior e, portanto, lócus de produção e socialização de
conhecimentos, devendo desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão no sentido de
possibilitar a formação de profissionais competentes em suas áreas de atuação e
compromissados com o desenvolvimento social e a melhoria da qualidade de vida, procura
em seus cursos de graduação, dentre estes o de Licenciatura em Ciências Biológicas ora
proposto, oferecer uma sólida formação inicial, por meio da transmissão e apropriação de
conhecimentos que possibilitem a apreensão e compreensão da realidade bem como a
intervenção crítica na realidade.
Estes conhecimentos devem envolver conceitos e princípios, assim como valores e
atitudes e deverão ser organizados levando-se em consideração as novas formas de
organização da ciência e abordagens dos processos de ensino e aprendizagem.
Assim, espera-se que o Biólogo formado no CFP/UFCG domine os conceitos e
metodologias que caracterizam o conhecimento biológico, compreenda o processo histórico
de produção de conhecimento, analise informações, argumentos e ideias e desenvolva uma
atitude reflexiva, questionadora e de intervenção. Para tanto, deverá conhecer profundamente
os seres vivos, suas relações ecológicas e os diferentes aspectos do ambiente determinantes
dessas relações. Deverá conhecer a organização estrutural e funcional dos seres vivos, do
nível molecular ao somático, assim como as causas e consequências das alterações dos
padrões normais dessa organização. Deverá compreender a Evolução e seus mecanismos
como eixo integrador do conhecimento biológico. Essa formação deverá envolver conteúdos
básicos e conteúdos específicos de áreas do conhecimento em Biologia, assim como
conhecimentos de áreas de Ciências Exatas, Sociais e Humanas integrados aos conhecimentos
biológicos.
O Licenciado em Ciências Biológicas deverá ter sua formação inicial voltada para a
atuação docente competente e comprometida técnica e politicamente com a melhoria do
ensino fundamental e médio nas várias áreas da educação ligadas à Biologia. Essa formação
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deverá ter como paradigma a racionalidade prática/crítica e como princípio norteador o
conceito de ação/reflexão/ação. Além de conhecimentos específicos da Biologia, deverá ter
como objeto os saberes necessários à profissão docente: saberes crítico-contextuais, que
permitam a compreensão das condições sócio históricas que determinam a tarefa educativa;
saberes pedagógicos, aqueles produzidos pelas Ciências da Educação e sintetizados em teorias
educacionais; saberes didático-curriculares, relacionados às formas de organização e
realização de atividades educativas no âmbito da relação educador – educando e saberes
atitudinais relativos a comportamentos, atitudes e vivências adequadas ao trabalho educativo.
De acordo com as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Ciências Biológicas, o
graduado em Ciências Biológicas deverá ser:
Generalista, crítico, ético, e cidadão com espírito de solidariedade;
Detentor de adequada fundamentação teórica, com base para uma ação competente,
que inclua o conhecimento profundo da diversidade dos seres vivos, bem como sua
organização e funcionamento em diferentes níveis, suas relações filogenéticas e
evolutivas, suas respectivas distribuições e relações com o meio em que vivem;
Consistente e atuar com qualidade e responsabilidade em prol da conservação e
manejo da biodiversidade, políticas de saúde, meio ambiente, biotecnologia,
bioprospecção, biossegurança, na gestão ambiental, tanto nos aspectos técnicos-
científicos, quanto na formulação de políticas, e de se tornar agente transformador da
realidade presente, na busca da melhoria de qualidade de vida;
Comprometido com os resultados de sua atuação, pautando sua conduta profissional
por critérios humanísticos, compromisso com a cidadania e rigor científico, bem como
por referenciais éticos legais;
Consciente de sua responsabilidade como educador, nos vários contextos de atuação
profissional;
Apto a atuar multi e interdisciplinarmente, adaptável à dinâmica do mercado de
trabalho e às situações de mudança contínua do mesmo;
Preparado para desenvolver ideias inovadoras e ações estratégicas, capazes de ampliar
e aperfeiçoar sua área de atuação.
A educação é convocada, permanentemente, a desenvolver alternativas pedagógicas que
respondam às constantes mudanças conduzidas na sociedade. Através de processos
educativos, ela é capaz de reorientar o pensamento humano construindo novos modelos de
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coexistência das vidas no planeta. As respostas requeridas por tais mudanças ultrapassam os
limites de influência que apenas o conhecimento científico especializado possa alcançar.
Nesta perspectiva, os conhecimentos a serem construídos a partir dos processos de
formação humana e profissional que são conduzidos nos Cursos superiores, especificamente
nas Licenciaturas, devem ser resultantes de um processo multicultural, contínuo, capaz de
articular saber e prática como elementos constitutivos do fazer educativo cotidiano. Este
conhecimento deve caracterizar-se como pertinente (MORIN, 2007), dialogal (FREIRE,
1979) e proporcionar o crescimento pessoal e profissional das pessoas.
O paradigma da qualidade na formação do professor é o princípio maior que norteia este
projeto, sedimentado, sobretudo, nas inovações que vêm acontecendo no âmbito da política
educacional do país, que exigem um maior investimento na qualificação de professores,
capacitando-os para que possam oferecer um ensino mais relevante e significativo para seus
alunos.
A proposta pedagógica do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, da Unidade
Acadêmica de Ciências Exatas e da Natureza (UACEN), do Centro de Formação de
Professores (CFP), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), situada no sertão
da Paraíba, assume o compromisso de possibilitar uma formação docente em Ciências
Biológicas pautada na perspectiva da emancipação humana, da autonomia profissional, da
cidadania planetária, dos valores culturais e éticos que entendam os processos educativos
como elementos integrados e integradores dos sistemas que envolvem as vidas.
Concebendo desta forma o significado da proposta pedagógica aqui colocada, no fazer
acontecer humano, é importante definir os pressupostos teóricos e filosóficos que indicarão
sob quais paradigmas educativos o referido Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em
Ciências Biológicas da UACEN/CFP/UFCG está construído, no sentido de corresponder à
formação de docentes aptos a enfrentarem as diversidades, os limites, as incertezas e as
contradições que permeiam o sistema educacional nesta era planetária e que se constituem
desafios a serem superados pela humanidade. Neste sentido, o presente Projeto Pedagógico
orienta-se a partir das concepções teóricas e filosóficas acerca dos componentes que integram
os processos de formação docente como seguem:
PROFESSOR – Concebido como um agente mediador dos processos pedagógicos capaz
de atuar, com autonomia, como facilitador da construção de conhecimentos pertinentes; que
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assuma a função de planejar, sistematizar, coordenar e criar situações de aprendizagens
desafiadoras e significativas.
PEDAGOGIA DA DEMANDA – Pedagogia que parte do protagonismo; da busca, em
primeira instância, para satisfazer necessidades não satisfeitas desencadeando em
consequência, um processo imprevisível, gestor de iniciativas, propostas e soluções
(GUTIÈRREZ e PRADO, 2002). O discurso que orienta a pedagogia da demanda reconhece a
inserção do sujeito na realidade que pretende conhecer. É uma construção que acontece de
modo processual e depende de tantas circunstâncias da cotidianidade. Esta dimensão
pedagógica procura sempre a construção de um presente capaz de projetar um futuro melhor
levando em consideração às dimensões sociopolíticas, técnico-científica, pedagógica e
espaço-temporal.
FLEXIBILIDADE NO CURRÍCULO – Campo da ação pedagógica em que de forma
dinâmica produz conhecimento e política cultural. Mobilizado no espaço educativo, o
currículo se movimenta numa dinâmica flexível apoiado na interdisciplinaridade, na
transdisciplinaridade, na cotidianidade, na contextualização e na participação ativa do aluno
para constituir uma formação crítica, reflexiva e inovadora de modelos qualitativos do fazer
educativo.
APRENDIZAGEM COMO PROCESSO – O sentido da aprendizagem está em fazer com
que o indivíduo saiba conduzir o seu destino, num mundo onde a rapidez das mudanças se
conjuga com o fenômeno da globalização para modificar a relação que homens e mulheres
mantêm com o espaço e o tempo. Uma educação básica bem-sucedida suscita o desejo de
continuar o aprender. (DELORS, 2006). As experiências de aprendizagens devem oferecer os
mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, orientar
estratégias que permitam navegar através dele. Esta forma de conduzir os processos de
aprendizagem deve prever ao longo da vida a sustentabilidade educativa baseada em quatro
pilares orientados no Relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI
– Educação um tesouro a descobrir (DELORS, 2006): “Aprender a Conhecer”; “Aprender a
Fazer”; “Aprender a Viver Juntos”; e, “Aprender a Ser” – estes pilares educativos devem ser
tratados, no interior dos processos educativos, com o mesmo empenho, de modo simultâneo e
complementar.
17
CONHECIMENTO PERTINENTE – O conhecimento não pode ser concebido como o
acúmulo de dados ou de informações, mas sua organização. Para ser pertinente, o
conhecimento precisa ser compreendido como aquele capaz de situar qualquer informação em
seu contexto e, se possível, no conjunto em que está inscrita. O conhecimento pertinente
progride pela capacidade de contextualizar e englobar (MORIN, 2006).
TRANSDISCIPLINARIDADE – Engloba e transcende as disciplinas, sem anulá-las,
mantendo a complexidade do real em que não há um modo linear de ler o mundo e de
articular saberes. A transdisciplinaridade, como método científico e como atitude pedagógica,
quebrando o isolamento das disciplinas pela circulação de conceitos e valores, só é válida
quando sustentada por um novo olhar sobre as coisas (GADOTTI, 2000). A
transdisciplinaridade é um fazer educativo orientado pelo pensamento complexo que une e
distingue sem perder o elo que constitui a rede de interdependências que envolvem os
sistemas vivos.
PEDAGOGIA DA SUSTENTABILIDADE – Concebe a educação como um processo
dialógico, político que se relaciona aos direitos humanos e planetários. A pedagogia da
sustentabilidade orienta uma forma de (re)pensar, (re)construir cotidianamente os processos
educativos de forma multidimensional. Ela se refere a novos compromissos priorizando a
possibilidade de refutar os paradigmas que se ancoram na lógica da fragmentação, do
descompromisso com a ética e com os valores culturais. É um pensamento pedagógico que
enfatiza dimensões sócio-política, científica, técnica, ambiental e política da educação.
O SER HUMANO – Entendido como um ser individual e complexo, coexistindo em
interdependência com outros seres vivos e com o meio ambiente nas diversas dimensões que
envolvem a vida. O ser humano define-se, antes de tudo, como trindade
indivíduo/sociedade/espécie – trindade inseparável que constitui a humanidade. Cada um
destes termos é, ao mesmo tempo, meio e fim: a cultura e a sociedade permitem a realização
dos indivíduos, as interações entre os indivíduos permitem a perpetuação da cultura e a auto-
organização da sociedade. Cada um dos termos dessa trindade é irredutível, ainda que
dependa dos outros. Isso constitui a base da complexidade humana (MORIN, 2007).
ALUNO COMO SUJEITO – Um ser humano uno/diverso – rico em potencialidades a
serem desenvolvidas; capaz de aprender e reaprender a aprender, a conhecer, a conviver com
os outros, a refletir, a compreender que a aprendizagem é um processo contínuo e que o
18
conhecimento é uma construção transitória. O aluno enquanto sujeito de sua ação é um ser
que pode assumir, de forma autônoma, seus processos de desenvolvimento humano e
intelectual, no sentido de dialogar com outros saberes e profissões para saber reconhecer-se
no e com o mundo.
CIDADANIA PLANETÁRIA – Educar para a cidadania planetária é refletir sobre a
sobrevivência pessoal e social dos habitantes do planeta. É dialogar com os diversos espaços
de formação humana e profissional e considerar que todos os processos de aprendizagens
contribuem para a construção da visão de mundo de nossos educandos. “As pessoas e o
planeta precisam ser salvos no mesmo projeto de futuro da própria humanidade” (GADOTTI,
2000). Educar para a cidadania planetária supõe o reconhecimento de uma comunidade
global, de uma sociedade civil planetária. A cidadania planetária deverá ter como foco a
superação da desigualdade, a eliminação das diferenças econômicas e a integração da
diversidade cultural da humanidade. Ela é essencialmente uma cidadania integral, portanto,
ativa e plena não apenas nos direitos sociais, políticos, culturais e institucionais, mas também
econômicos. As exigências da sociedade planetária devem ser trabalhadas pedagogicamente a
partir da vida cotidiana, a partir das necessidades e desafios da humanidade (GUTIÈRREZ e
PRADO, 2002).
Assim, nessa perspectiva, e de acordo com as Diretrizes Curriculares no que se refere à
estruturação dos Cursos de Ciências Biológicas, os itens seguintes devem ser observados:
Contemplar as exigências do perfil do profissional em Ciências Biológicas, levando
em consideração a identificação de problemas e necessidades atuais e prospectivas da
sociedade, assim como da legislação vigente;
Garantir uma sólida formação básica inter e multidisciplinar;
Privilegiar atividades obrigatórias de campo, laboratório e adequada instrumentação
técnica;
Favorecer a flexibilidade curricular, de forma a contemplar interesses e necessidades
específicas dos alunos;
Explicitar o tratamento metodológico no sentido de garantir o equilíbrio entre a
aquisição de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores;
Garantir um ensino problematizado e contextualizado, assegurando a
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão;
19
Proporcionar a formação de competência na produção do conhecimento com
atividades que levem o aluno a procurar, interpretar, analisar e selecionar informações;
identificar problemas relevantes, realizar experimentos e projetos de pesquisa;
Levar em conta a evolução epistemológica dos modelos explicativos dos processos
biológicos;
Estimular atividades que socializem o conhecimento produzido tanto pelo corpo
docente como pelo discente;
Estimular outras atividades curriculares e extracurriculares de formação, como, por
exemplo, iniciação científica, monografia, monitoria, atividades extensionistas,
estágios, disciplinas optativas, programas especiais, atividades associativas e de
representação e outras julgadas pertinentes;
Considerar a implantação do currículo como flexível, devendo ser permanentemente
avaliado, a fim de que possam ser feitas, no devido tempo, as correções que se
mostrarem necessárias.
As atividades curriculares desenvolvidas no Curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas da UACEN/CFP/UFCG deverão atender aos seguintes fundamentos:
O exercício da cidadania, fornecendo meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores;
O resgate do sentido público da prática social da educação;
A formação do magistério, integrada a uma formação continuada, buscando a
construção de uma educação cuja qualidade seja para todos (Art. 61, I, LDB);
Uma formação acadêmica que responda às efetivas exigências dos sistemas de ensino;
Uma formação que os incentive a adotarem uma prática mais interdisciplinar, mais
condizente com o contexto socioeconômico, voltada para a realidade local;
Uma formação que o capacite para agir com ética profissional.
De acordo com o art. 13 da LDB, as incumbências do professor extrapolam a docência,
que, embora seja a função principal, não é a única. Portanto, o biólogo, para atuar no Ensino
Fundamental e no Ensino Médio, terá em seu perfil uma postura profissional inovadora e
coerente com os valores e o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade;
observando-se sua capacidade de:
20
1. Articular as atividades de ensino e pesquisa com as problemáticas sociais, pautando
sua conduta profissional em critérios humanísticos e éticos;
2. Adotar metodologias adequadas às especificidades da área de Ciências Biológicas e
das características e necessidades dos alunos;
3. Elaborar e desenvolver projetos pedagógicos com competência;
4. Avaliar seus procedimentos didáticos e o desempenho dos alunos;
5. Vincular teoria e prática no cotidiano das situações didáticas;
6. Fazer uso das novas tecnologias nos diversos âmbitos do ensino;
7. Garantir de forma autônoma, científica e criativa seu auto aperfeiçoamento. (BRASIL,
MISNISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2011).
2.2.Instituição Concedente
A Escola Estadual de Ensino Médio e Técnico Cristiano Cartaxo foi fundada em 26 de
fevereiro de 1975, criada pelo decreto nº 6443 /75 de 25 de fevereiro de 1975, notícia esta
publicada no Diário Oficial do Estado em 26 de fevereiro de 1975 com a denominação de
Escola Polivalente Cristiano Cartaxo, tendo suas aulas iniciadas no dia 17 de março de 1975.
Anteriormente abrangia o ensino Fundamental e Médio, mas com a implementação do
ProEMI, passou a ser uma escola de ensino integral, onde funciona o Ensino Médio e os
Técnicos em Administração, Informática e Secretariado, esta reorganização da estrutura
curricular tem como base quatro eixos: trabalho, ciência, tecnologia e cultura, que contempla
diversas áreas de conhecimento a partir de 6 (seis) macro campos. É mantida pelo governo do
Estado e está localizada na Avenida Júlio Marques do Nascimento, no bairro Jardim Oásis, nº
915, na cidade de Cajazeiras – PB.
Possui como representantes legais o diretor Vilmar Gomes Pereira e a vice-diretora Vera
Lúcia Medeiros. (BRASIL, 2013).
ASPECTOS GERAIS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Construção e elaboração do PPP escolar;
O projeto Político Pedagógico foi elaborado e revisado pelos professores, Vilmar Gomes
Pereira, Maria Lisiê Saraiva Tavares de Sousa, Lêide Gomes Pereira, Valdina Germano
Soares, Anaildes Germano Soares. O Projeto Político Pedagógico, é uma ferramenta
21
importante para a documentação de todo o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo corpo
docente e o retorno desse trabalho refletido nos alunos, neles está às metas e os objetivos de
estudos, projetos e dos trabalhos desenvolvidos na escola (BRASIL, 2013).
Elaboração do Projeto Político Pedagógico;
Segundo Veiga (1995), um projeto político pedagógico – PPP ultrapassa a dimensão de
uma proposta pedagógica. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um
compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também,
um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio - político e com os
interesses reais e coletivos da população majoritária. Ele é fruto da interação entre os
objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece, através da reflexão, as
ações necessárias à construção de uma nova realidade. Antes de tudo, é um trabalho que exige
comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: professores, equipe técnica,
alunos, seus pais e a comunidade como um todo.
Processo de construção do PPP escolar;
Para mobilizarmos a comunidade escolar no sentido da construção coletiva do PPP é
necessário à utilização de um conjunto de ações articuladas entre si, o que significa a
necessidade de uma vinculação estreita entre objetivos da mobilização e meios usados para tal
fim (BRASIL, 2013).
Desafios da elaboração do PPP escolar;
Gadotti (2000), ao discutir os obstáculos e limites que surgem quando se procura
implementar processos de gestão colegiada, argumenta que para a real efetivação dos mesmos
é preciso que escola desenvolva um ambiente informativo promovendo articulação de
informações em todas as etapas do planejamento escolar e do fazer pedagógico-
organizacional, ou seja, no estabelecimento do calendário escolar, na distribuição das aulas,
no processo de elaboração ou de criação e novos cursos, ou de novas disciplinas, na formação
de grupos de trabalho.
Aplicabilidade cotidiana do PPP escolar nas atividades docente;
22
O projeto Político Pedagógico pode se tornar uma excelente ferramenta e roteiro
programático dos projetos que se pretende aplicar na escola, uma vez que ele expressa os
objetivos a serem alcançados e como executar tal ação.
Concretização das orientações estabelecidas no PPP;
A Escola Estadual de Ensino Médio e Técnico Cristiano Cartaxo possui diversos projetos
desenvolvidos e em desenvolvimento que auxiliam e contribuem de forma efetiva na
aprendizagem e lazer dos alunos ali matriculados, podemos citar os projetos:
Projeto: Resgatando a História Através da Música. Ao qual através da dança, os
alunos expressam caracterização de contextos sociais, políticos e econômicos ligados à
história.
Projeto: Operacional – A Leitura, a Escrita e os Paradidáticos. Através da leitura de
diversas bibliografias, há uma série de oficinas, debates e representações teatrais,
visando a valorização da literatura.
Projeto: A Escola Como Espaço de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra
Mulheres. Ajuda a toda a comunidade escolar a conscientização a respeito dos maus
tratos contra a mulher,
Projeto: Rádio Escolar – Fic Ligado: Saúde Sexual e Reprodutiva. Ações educativas
com base em situações reais.
Projeto: Oferta Verde: Horta Escolar. Visa melhoras no processo ensino aprendizagem
de acordo com preceitos ecológicos.
Projeto: Riscos da Prática de Automedicação na Escola.
Projeto: Esporte e Educação: Intervalo Recreativo.
Projeto Soletrando: Perspectiva de Estímulo à Leitura e à Pesquisa.
Projeto: Cultura Contada e Cantada.
Projeto: Dengue: Conhecer para Prevenir.
Projeto: FACOLB – Fazendo Coleções Botânicas (BRASIL, 2013).
Objetivos e dimensões pedagógicas presentes no PPP escolar.
O Projeto Político Pedagógico (PPP) deve se constituir na referência norteadora de todos
os âmbitos da ação educativa da escola. Por isso, a sua elaboração requer, para ser expressão
viva de um projeto coletivo, com a participação de todos aqueles que compõem a comunidade
23
escolar. (Elaborado a partir do Roteiro 01, incorporado ao Relatório de Estágio
Supervisionado III como Anexo A).
DIAGNÓSTICO ESTRUTURAL, FUNCIONAL E PEDAGÓGICO DA ESCOLA
Estrutura funcional
No Projeto Político Pedagógico da escola ainda não consta o número total de alunos. Com
relação ao quadro geral de professores, ele é constituído por vários profissionais que atuam
nas diversas áreas do conhecimento e que também atuam nas disciplinas de macro campo,
além de desenvolverem projetos educacionais que visam contribuir de forma efetiva na
aprendizagem e lazer dos alunos ali matriculados. E esses profissionais, em sua grande
maioria apresentam especializações ou estão realizando-a. A escola apresenta o PPP
incompleto, pois o mesmo ainda não está finalizado, restando à colocação de informações
importantes como o número de alunos, o nome de cada representante escolar, entre outros
(BRASIL, 2013).
Infraestrutura física
A escola apresenta em sua forma física uma biblioteca bem diversificada no que diz
respeito ao conteúdo didático, há vários livros paradidáticos, onde o aluno tem livre acesso,
também possui um estoque considerável de livros didáticos, que estão à disposição do aluno
que por ventura não leve seu próprio livro, há também espaços para a leitura com cadeiras e
mesas e computadores pra uma eventual pesquisa, esta sendo autorizada pelo professor que
solicitou tal pesquisa. No que se refere ao espaço de lazer, há um auditório, onde se encontra
diversas mesas de ping-pong, possui um ginásio, ao qual ainda está em fase de construção da
cobertura. As salas de professores também são bastante organizadas com mesas e cadeiras. A
cantina é bem elaborada com mesas grandes e banquinhos e a cozinha é equipada com um
fogão de seis bocas. E na cantina está situado um aparelho de som que fica localizado no pátio
para que os alunos possam se descontrair depois do almoço, possui um som que pode ser
ouvido pelos alunos e funcionários da escola no intervalo. Os bebedouros estão em ótimo
estado de uso, sempre limpos. Os laboratórios de informática são bem equipados com um
total de quarenta e quatro computadores e uma impressora. E os laboratórios de Ciências
apresentam uma fragilidade no que se refere a sua estrutura de equipamentos de trabalho
científico, apresentam em sua maior parte somente vidrarias (BRASIL, 2013).
24
Recurso Didáticos presentes e disponíveis para uso
A entidade escolar apresenta máquina de xérox, disponível para todos os professores e
alunos, sendo o último mediante autorização de um professor, software, e todos os
computadores possuem acesso à Internet, protegidos com uma senha para serem utilizados
apenas quando necessário (BRASIL, 2013).
Quanto a Informatização
Com relação ao número de computadores que a escola apresenta são no total de 44
(quarenta e quatro), dispostos da seguinte maneira, 3 (três) computadores de pesquisa na
biblioteca, 1 (um) computador na diretoria, e 40 (quarenta) computadores divididos em dois
laboratórios de informática, sendo que estes são utilizados pelos alunos tanto para as aulas
quanto para a pesquisa. E a escola possui também assinatura de um provedor de internet
(BRASIL, 2013).
Condições materiais e manutenção da escola
As cadeiras que a escola dispõe são no total de quatrocentos e oitenta e seis em ótimo
estado de conservação, treze birôs para professores, os armários não são individuais, sendo
para professores e o grêmio. No que se refere às salas, não há nenhuma interferência por
qualquer tipo de barulho, as janelas, paredes, pisos e telhados estão em ótimo estado de
conservação, os banheiros estão sempre bem limpos e sempre com manutenções. A ventilação
é através de ventiladores e os bebedouros são de boa qualidade (BRASIL, 2013).
Finanças
Com relação aos recursos que a escola recebe são do Estado da Paraíba, da Secretaria de
Educação e Cultura e 9º Gerência Regional, destinando recursos que mantêm programas
ativos no âmbito escolar, tais como:
• PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola;
• Bolsa Escola;
• PNLD/ PNLEM – Programa Nacional do Livro Didático/ Programa Nacional do Livro
Didático para o Ensino Médio;
• PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar;
• PAS – Programa de Avaliação Seriada;
25
• PRODECER III – Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento
dos Cerrados (BRASIL, 2013). (Elaborado a partir do Roteiro 02, incorporado ao
Relatório de Estágio Supervisionado III como Anexo B).
26
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
O estágio supervisionado deverá ser uma oportunidade para que futuros profissionais
possam adquirir novas experiências, estando em contato com profissionais da área de
Biologia, atuando no processo de ensino/aprendizagem, desenvolvendo no graduando visão
prática com a aplicação e aprimoramento dos conceitos teóricos.
3.2. Objetivos Específicos
Propiciar um campo de experiências e conhecimentos que constitua em possibilidade
de articulação teórica-prática vinculados ao ensino de Biologia, observando na
realidade do ensino atualmente;
Criar um espaço de transição entre a vida estudantil e a vida profissional, atenuando o
impacto dessa transformação, base de emancipação e autonomia;
Desenvolver habilidades, hábitos e atitudes pertinentes e necessárias para aquisição
das competências profissionais;
Promover uma reflexão através das aulas ministradas pelos estagiários e como o
conhecimento é construído junto ao aluno.
27
4. APORTE TEÓRICO
4.1. ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA LICENCIATURA: Para Além da Regência
de Classe na Formação Docente
A Familiarização do Ambiente Escolar
O ingresso em um ambiente escolar é uma mudança desafiadora na vida do licenciado, por
isso, no início se faz necessário conhecer bem as estruturas legais e físicas da escola ao qual
esta se filiando, a equipe pedagógica e, as atividades desenvolvidas no ambiente escolar.
A sala de aula em que um professor vai trabalhar não está isolada no mundo, ela se
encontra dentro de uma escoa que tem seus valores bem estabelecidos. O professor sabe
que o seu trabalho está estreitamente relacionado com o desenvolvimento pelo coordenador
geral, pelo coordenador de área e pela direção, embora, após fechar a porta da classe, a
responsabilidade do ensino e da aprendizagem dos alunos seja sua (CARVALHO, 2012, p.
3).
Ainda de acordo com Carvalho (2012), ao entrar no ambiente escolar, o estagiário tem
importantes ferramentas de auxilio na compreensão do funcionamento da escola, o Projeto
Político Pedagógico é um documento elaborado por diferentes profissionais, nele consta todos
os dados da escola, do corpo docente, dos demais profissionais da instituição, das atividades
desenvolvidas e subprojetos de ensino, sendo, a leitura do PPP é uma excelente forma de ficar
por dentro do novo ambiente de trabalho.
O Estágio Supervisionado e suas amplas formas de atuação
O que determina a área de atuação do estagiário é o curso de graduação/licenciatura.
Dentro do ambiente educacional, o estagiário possui diversas formas de implementar ao seu
estágio, atividades que enriqueçam sua experiência da forma que mais lhe agrada. Como
encaminhamento metodológico, propomos as seguintes atividades para estágio: ação docente:
observação, participação e atuação em espaços formais e não formais de educação, pesquisa-
ação: identificação, estudo e intervenção oficina de materiais didáticos, diagnóstico,
elaboração e execução de projetos, tais como, seminários, debates, reuniões, cursos de
pequena duração desenvolvidos pelos estagiários.
[...] todas as atividades de regência, ao fazer com que os estagiários enfrentem uma classe
na função de professor, devem promover condições para que eles possam discutir sua
atuação didática, avaliando sua própria prática sob os mesmos pontos de vista com que
avaliaram o professor nos estágios de observação (CARVALHO, 2012, p. 65).
28
Compreendido como instrumento potencializador do processo de formação de um
professor pesquisador e reflexivo, o estágio articula-se à pesquisa, integrando práticas
educativas de caráter investigativo, interdisciplinar, extensivo e de aplicação de
conhecimentos. Neste sentido, além das atividades de observação, participação e regência, o
estágio inclui as atividades de pesquisa e de extensão, possibilitando a criação e a proposição
de novas experiências. Articulando teoria e prática, o estágio é concebido neste projeto
pedagógico como atividade instrumentalizadora da práxis docente e, portanto, transformadora
da realidade.
Posicionamentos Metodológicos do Estagiário no Ensino de Biologia
A experiência como docente permite afirmar que os estudantes têm formas diferentes de
se relacionar com o estudo dos conteúdos. Há os que se preocupam apenas com os resultados
de seus estudos traduzidos pelas notas ou conceitos. Estes se relacionam de forma superficial
com os conteúdos. Há também, os que buscam esclarecimentos profundos com o estudo e
passam a analisá-lo para atingir uma visão ampla do conhecimento.
O estágio curricular permite que a dimensão teórica da educação ganhe a devida
importância em fase das questões práticas de uma realidade a ser transformada. Afinal,
professores que não conhecem a realidade educacional na qual atuam não têm elementos
suficientes para transformá-la (BIZZO, 2012, p. 130).
Para compreender e avaliar a dimensão da importância da Ciência, do Conhecimento, da
Educação, derivada da pesquisa e da técnica, o estagiário busca fundamentos nas teorias
adquiridas na graduação, meio que pode levar o acadêmico a identificar novas e variadas
estratégias para solucionar problemas que muitas vezes ele nem imaginava encontrar na sua
área profissional. Ele passa a desenvolver mais o raciocínio, a capacidade e o espírito crítico,
além da liberdade do uso da criatividade, democracia e participação cultural.
[...] o estudante de um curso de licenciatura em ciências biológicas deveria realizar seu
estágio curricular em mais de uma instituição e, preferivelmente, em mais de um segmento
da educação básica. Com isso ele teria oportunidade de adquirir elementos práticos
referidos a teorias estudadas sobre alunos de diferentes faixas etárias e condição social
(BIZZO, 2012, p. 137).
4.2. A COMPLEXIDADE NO ESPAÇO ESCOLAR: As Múltiplas Inteligências e a
Perspectiva de Aprendizagem Significativa
29
METODOLOGIA DO ENSINO DE BIOLOGIA: Objetivos educacionais na prática e
formação docente
A educação se apresenta não apenas na escola, mas a partir da inserção do aluno no
mundo, que inicia com a família na qual é ensinado valores, costumes e regras. A educação
tem como princípio a transferência cultural, para que as pessoas se adaptem a sociedade, a
capacidade de desenvolver suas potencialidades, e como resultado a evolução da sociedade. A
educação tem como objetivo, desenvolver os potenciais do ser humano, facilitar a
socialização e conduzi-lo ao desenvolvimento pleno com padrões morais e éticos para que
possa conviver bem em sociedade.
Existem três tipos de domínios que são em geral utilizados para diferenciar tipos de
aprendizado: cognitivo, afetivo e psicomotor. A soma desses três domínios
resulta no desenvolvimento integral da pessoa. Domínio psicomotor envolve o aprendizado e
a avaliação de habilidades que combinam ações musculares e cognição. O domínio
psicomotor envolve, portanto, a combinação entre habilidades físicas e processos cognitivos.
Trata também de habilidades relacionadas com manipular ferramentas ou objetos. É do
domínio por excelência da ação. Exemplo andar de bicicleta, futebol entre outros diversos.
Domínio cognitivo, que inclui conhecimento de conteúdo, habilidades intelectuais,
compreensão e o pensar sobre um problema ou fato. Domínio afetivo trata de reações de
ordem afetiva e de empatia. O domínio afetivo trata de reações de ordem afetiva, de empatia,
objetivos que enfatizam o sentimento, emoção ou grau de aceitação ou rejeição. Tais objetivos
são expressos como interesses, atitudes ou valores.
A educação não pode ser um processo passivo, pois quando aprende o educando
desenvolve sua potencialidade, sua capacidade de pensar e ver o mundo e automaticamente
cresce como indivíduo que compõe e pode mudar a sociedade.
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA SALA DE AULA: Identificação, aquisição e
desenvolvimento das potencialidades dos discentes
A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma alternativa para o
conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos
um desempenho, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Sua insatisfação com a ideia
de QI e com visões unitárias de inteligência, que focalizam, sobretudo, as habilidades
30
importantes para o sucesso escolar, levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens
biológicas da habilidade para resolver problemas. Através da avaliação das atuações de
diferentes profissionais em diversas culturas, e do repertório de habilidades dos seres
humanos na busca de soluções, culturalmente apropriadas, para os seus problemas, Gardner
trabalhou no sentido inverso ao desenvolvimento, retroagindo para eventualmente chegar às
inteligências que deram origem a tais realizações.
As inteligências levantadas na pesquisa de Gardner saem dessas duas áreas e passam a ter
uma área bem mais abrangente, sendo elas: linguística, lógico-matemática, espacial, pictória,
musical, corporal-sinestésica, naturalista, interpessoal e intrapessoal, existentes no cérebro de
todos os seres humanos, sendo que cada um tem as que são mais e menos desenvolvidas.
Gardner ainda afirma que estas inteligências apresentam-se de duas formas. Algumas pessoas
já nascem com determinadas inteligências, ou seja, a genética contribui. Porém, as
experiências vividas também contribuem para o desenvolvimento de determinadas
inteligências.
Os estímulos e o ambiente social são importantes no desenvolvimento de determinadas
inteligências. Se uma pessoa, por exemplo, nasce com uma inteligência musical, porém as
condições ambientais (escola, família, região onde mora) não oferecem estímulos para o
desenvolvimento das capacidades musicais, dificilmente este indivíduo será um músico.
O DESAFIO DE PROMOVER A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
A teoria da aprendizagem significativa está baseada na obra do pesquisador norte-
americano David Paul Ausubel (1918-2008), ao qual dizia que, quanto mais sabemos, mais
aprendemos. Uma vez que, o conhecimento estaria ligado à interação das ideias prévias acerca
de determinado assunto.
[...] uma aprendizagem deve ser significativa, isto é, deve ser algo significante,
pleno de sentido, experiencial, para a pessoa que aprende. [...] caracterizando a
aprendizagem significativa como auto-iniciada, penetrante, avaliada pelo educando
e marcada pelo desenvolvimento pessoal (GOULART, 2000).
A aprendizagem é mais eficaz de acordo com o interesse pessoal de cada um a
determinado assunto. Os subsunçores são estruturas de conhecimento específico, que podem
ser mais ou menos abrangentes de acordo com a frequência com que ocorre aprendizagem
significativa, em conjunto com um dado subsunçor.
31
Assim, a aprendizagem significativa ocorre quando a nova informação ancora-se em
conceitos relevantes e preexistentes na estrutura cognitiva do aprendiz.
A aprendizagem significativa implicará sempre tentar assimilar explicitamente os
materiais de aprendizagem [...] a conhecimentos prévios que em muitos casos
consistem em teoria implícitas ou representações sociais adquiridas por processos
igualmente implícitos. Nesse processo de tentar assimilar ou compreender novas
situações, ocorre não só um crescimento ou expansão desses conhecimentos
prédios, como também, como consequência desses desequilíbrios ou conflitos entre
os conhecimentos prévios e a nova informação, um processo de reflexão sobre os
próprios conhecimentos, que, conforme sua profundidade [...] pode dar lugar a
processos de ajuste, por generalização e discriminação, ou reestruturação, ou
mudança conceitual [...] dos conhecimentos prévios (POZO, 2002).
4.3. Estudos e pesquisa colaborativa no Estágio Curricular Supervisionado
Pesquisa-ação crítico-colaborativa construindo a prática docente a partir de
experiências em campo.
A necessidade em pesquisar o contexto escolar precisa estar inerente à prática do
professor, a partir das possibilidades em promover uma real mudança na gestão educativa.
Nesse sentido, o professor tem o potencial de observar e investigar a sua própria prática
docente, favorecendo o processo de ensino-aprendizagem.
A pesquisa colaborativa, por sua vez, cria nas escolas uma cultura de análise das
práticas que são realizadas, a fim de possibilitar que os seus professores, auxiliados
pelos docentes da universidade, transformem suas ações e as práticas institucionais
(Zeichner, 1993 In: PIMENTA, 2005, p. 521).
Assim, a pesquisa-ação tem como seu principal objetivo investigar os envolvidos em sala
de aula, ou seja, os alunos e os professores, dessa forma não têm como delimitar e planejar os
resultados efetivos, pois não saberemos os imprevistos e situações durante o estudo,
ocorrendo subjetivamente, sem aberturas para afirmações e conclusões precipitadas. É
importante enfatizar que cada pesquisa-ação é individual e situacional, ou seja, o contexto que
irá direcionar a investigação para o estudo, e a partir desse fator os temas serão elencados para
a aplicação dos planos de ação e a expectativa dos resultados.
[...] a prática reflexiva, como uma proposta político-pedagógica, necessita, para se
efetivar, que se assuma a dialeticidade como forma de construção da realidade
histórica; necessita de espaços institucionais não excessivamente burocratizados
32
[...] onde se valorize os comportamentos colaborativos, solidários, críticos,
intersubjetivos [...]; precisa se consolidar no sentido da não aceitação de verdades
prontas [...]; todos os envolvidos na prática reflexiva precisam constituir-se em
investigadores no contexto da prática (FRANCO, 2000, p.13).
A necessidade em pesquisar a própria prática docente permite ao professor ser um
pesquisador e observar em lócus o seu ensino e a aprendizagem dos alunos, promovendo
estratégias que favoreçam esse ato de ensinar. A pesquisa-ação colaborativa aqui apresentada
se realizou apenas com uma professora de inglês que se dispôs a desenvolver e investigar a
sua prática docente. O convite foi estendido a outras professoras, porém devido à
incompatibilidade de horários preferiram não se comprometer em.
A pesquisa-ação crítica considera a voz do sujeito, sua perspectiva, seu sentido,
mas não apenas para registro e posterior interpretação do pesquisador, a voz do
sujeito fará parte da tessitura da metodologia da investigação. [...] se organiza pelas
situações relevantes que emergem do processo (PIMENTA, 2005, P. 535).
Entendemos que a atividade docente é ligada à ação educativa mais ampla que ocorre na
sociedade que é o ensinar. Na sua acepção corrente, é definida como uma atividade prática. O
professor em formação está se preparando para efetivar as tarefas práticas de ser docente.
Dado que não se trata de formá-lo como reprodutor de modelos práticos dominantes, mas
capaz de desenvolver a atividade material para transformar o mundo natural e social humano,
por isso cumpre investigar qual a contribuição que a didática pode dar nessa formação,
desenvolvendo ao máximo suas potencialidades.
33
5. O CAMPO DE ESTÁGIO E AS DEMANDAS PEDAGÓGICAS PERCEBIDAS
Aspectos da Gestão Educacional
O processo educacional tem como controle das áreas fundamentais de funcionamento a
gestão escolar, a coordenação pedagógica e, a orientação educacional. Toda a administração
escolar depende de profissionais que desempenham suas funções de maneira integrada, com
toda a comunidade escolar, tendo a gestão participativa como modelo de gestão eficaz, sendo
o principal responsável pela escola, assegurando-se que todas as atividades sejam
desenvolvidas eficiente e eficazmente. Esse novo modelo de gestão procura derrubar práticas
excessivamente burocráticas, conservadoras, autoritárias e centralizadoras.
A Escola Estadual de Ensino Médio Cristiano Cartaxo coloca-se numa perspectiva de
gestão democrática de caráter emancipatória, uma vez que são utilizados instrumentos que
levam ao debate, a coparticipação dos segmentos escolares nas decisões tomadas pela gestão
educacional, promovendo a formação de conselhos escolares como instâncias deliberativas e
fóruns consultivos, para a eleição direta de diretores, havendo também estímulos na
participação escolar em outras instâncias da sociedade.
Marco sociocultural exposto no PPP escolar e aplicabilidade
O projeto político-pedagógico é caracterizado por sua contínua necessidade de
atualizações, mudanças e reflexões que podem gerar novas reorganizações mediante
acompanhamento e avaliações permanentes a fim de propiciar a intervenção na realidade
escolar. Sendo, constitui-se num imprescindível instrumento de intervenção na realidade
escolar e de comunicação entre os sujeitos que interagem no cotidiano escolar, bem como se
configura como canal de diálogo e de participação dos diversos protagonistas da comunidade
externa. Ao observar o posicionamento dos docentes em relação ao projeto político-
pedagógico, constatou-se que, os mesmos o veem apenas como um mero guia, uma vez que
possuem anos de ensino, não acreditam ser necessária a utilização e preparo com base no PPP
escolar.
Organização Didático-Pedagógica
O método didático-pedagógico na instituição concedente fica evidente em dois aspectos,
no tradicional e no sociocultural, onde as aulas não ministradas tendo o inovador como carro
34
chefe, mas a aplicabilidade são os modelos mais tradicionalistas, expositivo, transmissão de
conceitos, imitação dos modelos aprendidos, instrução programada, exercício de repetição,
onde uma atividade visa medir o grau de aprendizagem por parte dos alunos. Vale ressaltar
que a professora titular da disciplina, busca uma aprendizagem ativa, crítica e dialogada, não
tendo um bom êxito neste quesito. Quanto ao aspecto sociocultural, a escola possui uma
proposta de integração interessante, promovendo através de palestras, informes e eventos a
ideia de igualdade entre todos que frequentam o âmbito escolar. Assim, a escola perpetua os
comportamentos sociais aceitos, busca o respeito à individualidade de cada um, estimula o
desenvolvimento individual e coletivo, trabalha a autonomia.
Reflexões sobre a educação e a contribuição da LDB, do PCN e PCN+
A fim de alcançar uma eficácia maior na formação discente, leis, parâmetros e guias são
elaborados e aplicados para uma melhor aplicabilidade do ensino. Tendo em vista alcançar
essa finalidade, a LDB propõe que o currículo e a organização pedagógica do ensino médio
estejam de acordo com odefinido e regularizado no sistema de educação brasileiro.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais são o resultado do trabalho de diversos
especialistas e educadores de todo o país, que montam estratégias que visa auxiliar a equipe
escolar na execução de suas atividades. Servem também de estimulo e de guia para
aplicabilidade do plano de ensino eficaz, ajudando ainda na qualificação profissional.
Aspectos avaliativos
O corpo docente da instituição de ensino tem uma preocupação crescente com a forma que
a transmissão de saberes é interpretada pelos estudantes, o planejamento das atividades
pedagógicas está voltado a aspectos conceituais de autoavaliação, que possibilitam reflexões
de algumas práticas de avaliação na escola.
As discussões realizadas em sala de aula pelos professores e alunos resultam em geral na
prática do pensamento crítico, questionar e agir, elementos primordiais para se empreender
melhorias na aquisição de saberes.
Infraestrutura escolar
O Cristiano Cartaxo possui uma biblioteca com um acervo considerável de livros
didáticos e paradidáticos, além de possuir três microcomputadores com acesso à internet,
possibilitando a pesquisa escolar pelos alunos, dois laboratórios de informática com acesso a
35
internet, quadra esportiva, laboratório de ciências, cantina equipada, que oferece merenda
escolar de qualidade e almoço para aqueles que fazem os cursos técnicos à tarde,
dependências adequadas para atender a estudantes com necessidades básicas.
Educação e qualificação para um bom desempenho na prática Docente
Os professores da escola concedente, raramente participam de eventos oferecidos pela
instituição, pelos companheiros e alunos, isso demonstra uma falta de interesse em se tornar
um bom profissional. Alguns professores participam de atividades extras muito
corriqueiramente, mas deixam evidente a falta de interesse pela participação motivadora. O
ideal seria que os professores priorizassem sua qualificação profissional, levando em conta a
contribuição que o enriquecimento em sua formação lhe oferece a enfrentar um mercado cada
vez mais competitivo e a diferença que tal qualificação teria de contribuição para a formação
do aluno. (Elaborado a partir das demandas levantadas no Relatório de Estágio
Supervisionado III).
36
6. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO CAMPO DE ESTÁGIO
6.1. Perfil docente acerca das modalidades didáticas para o Ensino de Biologia
REPRESENTAÇÃO CONCEITUAL DO PROFESSOR DE BIOLOGIA E SUA
PRÁTICA DOCENTE*
Particularização Docente Percebida no Questionário
A professora supervisora da Escola Estadual de Ensino Médio Cristiano Cartaxo, onde o
Estágio Supervisionado IV está em execução, submeteu-se a um questionário para avaliar sua
concepção acerca das modalidades diversas presente no ensino de biologia. A mesma
apresenta formação profissional como licenciada em ciências, com habilitação em biologia,
possuindo ainda uma especialização em metodologia do ensino e educação exclusiva, ao qual
desempenha atividade efetiva no quadro docente da referida escola por um período em torno
de 16 anos.
Em relação à importância da educação para formação do indivíduo, afirma reconhecer tal
valor, sendo este primordial para a completa estruturação do aluno como cidadão. Estando sua
avaliação de acordo com a visão de importância de tais ensinamentos com a do estagiário.
Percepção do Ensino de Biologia na Concepção do Professor de Nível Médio
Acredita que o ensino de biologia tem o potencial de melhorar a qualidade de vida dos
alunos, através da conscientização destes a respeito dos problemas vivenciados em seu
cotidiano, dando ênfase a quesitos relacionados à saúde no geral.
Entende por metodologias de ensino o uso de estratégias utilizadas na educação de
qualquer disciplina, para aperfeiçoar a transmissão do conhecimento e que as modalidades
didáticas são aulas diferenciadas, onde são aplicados novos recursos didáticos a serem
trabalhados. Quanto ao quesito de utilização de recursos didáticos diversificados, a professora
atestou usar frequentemente, prática contraditória da observada no decorrer do estágio, onde a
mesma os usa esporadicamente, não sendo uma prática corriqueira.
Em relação aos temas transversais, diz trabalhar assuntos ligados a saúde, sexualidade,
ética, a prática da alimentação saudável, ao qual não citou serem temas geralmente tratados
em projetos que contam com a colaboração efetiva de alunos vinculados a comunidade
escolar.
37
Acredita que a biologia deve ser tratada de forma diferenciada com frequência, a fim de
fixar os conteúdos biológicos.
Quanto à inovação em sala de aula ela afirma utilizar além de pesquisas e atividades em
grupo, as quais o estagiário apontou como métodos comumente utilizados. Atesta aplicar
experimentos, jogos didáticos, uso de modelos e aplicações de paródias, atividades essas
desempenhadas em parceria com alunos de projetos ligados a disciplina, mas não citados pela
professora. E reforça afirmando que toda metodologia aplicada, é satisfatória no processo de
ensino-aprendizagem.
A professora desconhece ou não utiliza as indicações de projetos educacionais expostos
no PPP escolar, mas reconhece que a escola dispõe de projetos que são desenvolvidos na
escola. Acha a inclusão de novas modalidades de ensino interessante, pois auxilia na
aprendizagem.
A professora afirma que a falta de apoio ao desenvolver projetos na escola por parte dos
gestores, apoio dos colegas de profissão e a falta de material é o que mais dificulta o
desenvolvimento destes, em contra partida, o estagiário acredita ser o tempo o maior
empecilho, uma vez que não há apoio da direção e corpo docente, dificulta, mas não torna
impossível a execução de trabalhos na escola.
*analise feita com o as respostas do questionário aplicado à professora Sara Franco Barreto,
quando esta ainda era a professora com a qual o estagiário trabalhava.
6.2. Avaliação do livro didático de biologia orientada por parâmetros oficiais e
pedagógicos
6.2.1. Programa Nacional do Livro Didático
O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é o mais antigo dos programas
voltados à distribuição de obras didáticas aos estudantes da rede pública de ensino brasileira e
iniciou-se, com outra denominação, em 1929. Ao longo desses 80 anos, o programa foi
aperfeiçoado e teve diferentes nomes e formas de execução. Atualmente, o PNLD é voltado à
educação básica brasileira, tendo como única exceção os alunos da educação infantil.
O Programa tem por objetivo prover as escolas públicas de ensino fundamental e
médio com livros didáticos e acervos de obras literárias, obras complementares e dicionários.
38
6.2.2. Critérios de Avaliação e Categorias analisadas no Ensino de Biologia
A avaliação das coleções no âmbito do PNLD-2015/Biologia foi realizada com base na
articulação de critérios eliminatórios comuns a todas as áreas, critérios eliminatórios da área
de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e critérios eliminatórios específicos para o
componente curricular Biologia (GUIA DE LIVROS DIDÁTICOS PNLD, 2015, 2014).
Ao elaborar a coleção Biologia Hoje dos autores Linhares e Gewandsznajder, editora
Ática, 2013, procurou-se:
Propor situações de aprendizagem que auxiliem os alunos a compreender os
fenômenos biológicos, de forma a colaborar com sua formação integral e o
desenvolvimento de uma consciência crítica;
Discutir conteúdos de forma interdisciplinar e contextualizada, valorizando os
significados que os alunos atribuem ao que for aprendido;
Ressaltar que os conhecimentos científicos, por serem produtos de investigações e
estarem em constante desenvolvimento, não são absolutos nem acabados, e relacionar
avanços tecnológicos ao desenvolvimento da Ciência;
Evidenciar que no desenvolvimento de determinados conhecimentos tornam-se
necessárias a experimentação, a utilização de equipamentos diferenciados e a busca
por diversos meios de informação;
Propor atividades diversificadas que possibilitem o exercício da criatividade por parte
de cada aluno e atividades em que a construção de conhecimentos ocorra de forma
coletiva, na interação entre os alunos e entre estes e o professor;
Valorizar os conhecimentos prévios dos alunos, reconhecendo-os como sujeitos com
saberes e potenciais;
Estimular a reflexão sobre questões éticas que envolvam dimensões humanas como
cultura, sociedade, política, Ciência e tecnologia, tendo como referência os Direitos
Humanos;
39
6.2.3. Caracterização do Livro Didático para o Ensino de Biologia – análise de
uma Unidade Didática
Unidade II – Evolução
Conteúdos Programáticos (Biologia Hoje - LINHARES; GEWANDSZNAJDER, 2013).
Evolução: as primeiras teorias;
A teoria sintética: variedade genética e seleção natural;
A teoria sintética: genética das populações e formação de novas espécies;
Evolução: métodos de estudo;
A história dos seres vivos.
De acordo com a observação do livro didático do 3° ano pode ser observado que o
conteúdo de biologia está problematizado na perspectiva da contextualização e dinâmica
coletiva. Observando o impacto da tecnologia e da pesquisa na sociedade, ajudando a
população contra questões relacionadas à genética e os ramos que a compõem. O ambiente e
suas contribuições para as evoluções biológicas no decorrer do primeiro capítulo da unidade.
Aborda a Biologia como uma ciência fundamental para compreensão do mundo e
consequentemente, porta de estudo para as demais ciências. O contexto histórico é bem
discutido e relativo aos acontecimentos científicos da época. Em relação ao uso de analogias,
observa-se que é bem utilizada e que seu uso favorece a compreensão dos conceitos, teorias e
fenômenos, por exemplo, ao se tratar das mudanças que ocorrem no nosso corpo,
relacionando a eventos evolutivos e processos de mudança adaptativa. Os conhecimentos
científicos são contextualizados e mostram estar de acordo com os conhecimentos prévios dos
alunos.
A abordagem metodológica proposta no livro, visa muito à pesquisa científica,
estimulando o professor a fazer uso de diversas modalidades didáticas, a fim de incrementar o
ensino, estimulando uma aprendizagem significativa e eficaz. Toda e qualquer ação proposta a
ser desenvolvida pelo livro didático, busca uma preocupação permanente ao contemplar
desafios e possibilidades de incorporar ao ensino, estratégias facilitadoras, que supram as
reais necessidades dos alunos aos temas estudados, melhorando a qualidade do ensino e
diminuindo as dificuldades existentes.
As atividades propostas na unidade analisada buscam muito a contextualização dos
conteúdos, facilitando ainda mais a aprendizagem dos alunos. Sendo, que os capítulos
abordados, são ricos em textos complementares, que servem de suporte para o desempenho
40
nas atividades. Estas sendo divididas em três modalidades: Uma atividade colaborativa em
grupo, que contribui para o trabalho coletivo da turma, uma atividade de múltipla escolha,
familiarizando os discentes com questões vestibulares e, a última totalmente descritiva
individual, onde o aluno colocará em prática, os conhecimentos adquiridos nas explanações
teóricas. (Construído a partir do Roteiro 02 Anexo 06).
6.3. Planejamento Pedagógico – Projeto de Ensino
6.3.1. O Projeto de Ensino como organização de atividades em Unidades
Didáticas de Biologia
O projeto de ensino intitulado “Desenvolvimento Sexual e Reprodução - Gravidez e
Aborto na Adolescência” (Apêndice 01) teve por objetivo, propiciar aos alunos suporte
teórico e intelectual, para servir de subsunçor para uma roda de debates sobre o tema: Aborto.
Com isso, o projeto foi elaborado para duas semanas de aula, a fim de construir junto aos
alunos, uma aprendizagem significativa, possibilitando aos discentes um olhar crítico,
posicionamentos fundamentados acerca de temas polêmicos.
O projeto de ensino foi dividido em três momentos distintos. Apresentação teórica (aulas
expositivas-dialogadas) (Apêndices 03, 07 & 09), atividades de verificação do conhecimento
(Apêndices 04 & 05) e por último uma roda de debates como oficina didática, no estilo mesa
redonda, com o auxílio de textos base (Apêndices 11 & 12) para expor dúvidas e
posicionamentos dos alunos em relação aos temas trabalhados.
6.3.2. Planejamento do Projeto de Ensino
O projeto de ensino foi elaborado visando à dinâmica de aulas teóricas/ modalidades
didáticas. Uma vez que a teoria é fundamental para a execução de qualquer atividade.
O projeto de ensino foi dividido em três etapas: aulas expositivas-dialogadas, uma roda de
debates acerca do tema aborto, no formato de mesa redonda e, uma excursão didática
realizada em parceira com o PIBID (programa a qual o estagiário está filiado), ao laboratório
de anatomia da ETSC da UFCG. Todas as modalidades trabalhadas foram continuidade das
explanações teóricas trabalhadas em sala.
O projeto de ensino objetivou conhecer as particularidades da adolescência e a idade
adulta, bem como o desenvolvimento sexual e reprodução. Além de, possibilitar ao aluno uma
41
visão ampla da aceitação da diversidade sexual humana. Onde seria desenvolvida a
apresentação teórica de forma expositiva-dialogada, sendo apresentados todos os conceitos
introdutórios sobre o desenvolvimento sexual e reprodução masculina e feminina, que por sua
vez, iria caminhar para o desenvolvimento dos conhecimentos sobre o tema. Criar um espaço
para manifestar, trocar e refletir aspectos relevantes da sexualidade feminina, procurando,
também, propiciar esclarecimentos pessoais sobre os tabus referentes ao aborto,
desenvolvendo a apresentação teórica de forma expositiva-dialogada, onde serão apresentados
todos os conceitos introdutórios sobre os riscos e consequências referentes a uma gravidez
não planejada na adolescência, bem como os riscos de um aborto nesta fase, que por sua vez,
irá caminhar para o desenvolvimento dos conhecimentos sobre o tema. Criar um espaço para
manifestar, trocar e refletir aspectos relevantes sobre o tema aborto, procurando, também,
propiciar esclarecimentos pessoais sobre os tabus referentes a esta prática, com base nas aulas
anteriores, um conhecimento base torna-se presente para a discussão acerca do tema proposto.
A aula seria explanada de forma expositiva-dialogada, com possíveis interferências por parte
dos alunos. A excursão didática teria/teve por objetivo, oferecer conhecimentos de morfologia
e aspectos relevantes dos sistemas reprodutores do homem, conhecimentos indispensáveis à
formação dos discentes, bem como, identificar, classificar, localizar, diferenciar, nomear e
descrever a morfologia das estruturas de cada sistema reprodutor humano.
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7. INTERVENÇÃO NO CAMPO ESCOLAR – REGÊNCIA COLABORATIVA
7.1. Detalhamento das atividades realizadas, com discussão dos resultados obtidos
(semana 01 & 02)
Antes de iniciar o trabalho de regência, encontrei-me com a professora Vânia Célia Soares
e apresentei-lhe as propostas pedagógicas, planos de aula (Construído a partir do Roteiro
03 Anexo 12) (Apêndices 02, 06, 08 & 10) e projeto de ensino (Construído a partir do
Anexo 07) (Apêndice 01), que iria trabalhar na série/turma 1º Ano A. Finalizando essa parte,
iniciei meu trabalho.
O período de regência teve seu início em 27 de fevereiro de 2015 e teve seu término em
09 de março do mesmo ano. A carga horária de regência foi equivalente à carga horária de
observação, totalizando 08 horas/aula.
As aulas foram elaboradas de maneira criativa, utilizando o livro didático trabalhado na
escola e outras referências, com o intuito de promover um acréscimo de informações. Os
alunos acompanhavam as aulas ora através de instrumentos didáticos tradicionais (livro
didático), ora com materiais impressos, que objetivou dinamizar a aula com ilustrações.
No dia 27 de fevereiro de 2015, foi ministrado no 1º Ano A, o conteúdo “Fases da Vida –
Adolescência e Idade Adulta (Desenvolvimento Sexual e Reprodução)”, dividido em duas
etapas e, respectivamente, 02 (duas) aulas. As aulas abordaram “A adolescência e idade
adulta” como etapa inicial, para explanação dos “sistemas reprodutor masculino e feminino e
reprodução humana”. As aulas foram trabalhadas de forma expositiva dialogada com
intervenções e discussões. Originalmente, a aula seria trabalhada com o uso de slides
(Apêndice 03) e um projetor multimídia, mas por indisponibilidade do equipamento escolar,
esse recurso tecnológico não foi utilizado. Como auxílio reserva, o estagiário disponibilizou
um material impresso (Apêndice 04) que serviram de roteiro orientador, bem como auxiliou
no desenvolvimento da atividade (Apêndice 05) de verificação da aprendizagem. A
professora titular da disciplina esteve presente durante a regência, contribuindo e avaliando-a
através da ficha de Avaliação de Regência de Classe (Anexo 13).
O segundo encontro ocorreu no dia 02 de março do referido ano e, correspondeu a 01
(uma) aula, sendo trabalhado o assunto “Gravidez e Parto: Gravidez na Adolescência e
Aborto” (Apêndice 07), explanando sobre as etapas de uma gravidez desde a fecundação ao
43
parto, além de introduzir conceitos básicos referentes à saúde feminina, a importância de uma
gestação planejada e os cuidados com a mesma. Esta aula foi de suma importância, pois era
base para o debate que ocorreria na próxima aula sobre o tema: Aborto. Durante toda a aula,
obtive apoio e colaboração da professora titular, bem como interação dos alunos, em especial
as meninas, com perguntas pertencentes ao que estava sendo trabalhado.
O terceiro encontro ocorreu no dia 06 de março, correspondente a 02 (duas) aulas, estas
divididas em duas etapas. A primeira deu-se por meio de uma aula expositiva-dialogada,
referente ao assunto “Métodos Contraceptivos” (Apêndice 09), sendo de suma importância
para fortalecer conceitos acerca de práticas sexuais saudáveis, além de evitar uma gravidez
não planejada. A segunda parte do terceiro encontro foi marcada pela “Roda de Debates:
Gravidez e Aborto na Adolescência” (Apêndice 13). Inicialmente, Foram repassados aos
alunos, textos base (Apêndices 11 & 12) para se familiarizarem com o tema, bem como ter
aporte teórico para uma discussão saudável e fundamentada. Esta atividade visou criar um
espaço para manifestar, trocar e refletir aspectos relevantes sobre o tema aborto, procurando,
também, propiciar esclarecimentos pessoais sobre os tabus referentes a esta prática introduzir
os educandos em assuntos polêmicos. Mais uma vez, o apoio da professora foi de grande
ajuda e sua contribuição otimizou a proposta inicial da modalidade didática apresentada. A
professora trouxe para auxilio do estagiário, peças tridimensionais das etapas de uma
gravidez, desde a fecundação a fase final do terceiro trimestre, para ser utilizada na roda de
debates, para mostrar até que fase da gestação os que são pró ao aborto defendem esta prática.
A modalidade didática não objetivava mudar os conceitos dos alunos, nem seus
posicionamentos sobre o aborto, mas visava prepará-los para uma discussão saudável acerca
do tema, entendendo os dois lados, de quem é a favor e de quem é contra.
O quarto e último encontro de regência deram-se no dia 09 de março, através de uma
“excursão didática” (Apêndice 15) dos alunos ao laboratório de Anatomia Humana da ETSC
da UFCG (tarefa esta realizada em parceria com o PIBID, programa ao qual o estagiário
encontra-se vinculado), dando continuidade ao tema: “Desenvolvimento Sexual e
Reprodutor”. Neste ambiente, uma técnica laboratorial, explanou acerca das funções e
composições dos sistemas de reprodução humana. Nesta prática, os alunos tiveram a
oportunidade de observar em peças sintéticas a composição dos sistemas reprodutores
humano, auxiliando numa aprendizagem eficaz.
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Como todo laboratório, cuidados foram tomados para a permanência dos discentes neste
ambiente. Previamente, foi distribuído um protocolo de permanência e utilização de
laboratórios de anatomia (Apêndice 16), com informações relevantes de postura a serem
tomadas dentro do laboratório. Posteriormente, foi repassado um termo de responsabilidade e
conduta (Apêndice 17), que firmava o compromisso dos estudantes para se portarem de
forma adequada durante a excursão didática.
Esta atividade foi bastante gratificante, uma vez que introduziu os jovens a ambientes
laboratoriais, bem como utilizou uma prática de ensino para fortalecer os conhecimentos
teóricos adquiridos em sala de aula.
Todo o trabalho de regência foi gratificante, pois possibilitou o trabalho conjunto com a
professora titular, obtendo apoio moral e ativo no processo de ministrar as aulas, bem como
na apresentação do estagiário a turma que iria se trabalhar.
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8. COCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
O Ensino Básico deste país deve melhorar significativamente para a formação de jovens
capazes de ingressar em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. O que vemos na
prática educacional é que, toda a teoria aprendida na sala de aula, por muitas vezes não
prepara o formando para a realidade do ensino brasileiro, mas o estágio como ferramenta
essencial para a formação do licenciado oferece uma oportunidade de abrangência, e
formação de um profissional consciente no dever de mudar a atual realidade nas escolas.
O exercício de qualquer profissão é prático, no sentido de que se trata de aprender a
fazer „algo‟ ou „ação‟. A profissão de professor também é prática. E o modo de
aprender a profissão, conforme a perspectiva da imitação será a partir da
observação, imitação, reprodução e, às vezes, da reelaboração dos modelos
existentes na prática, consagrados como bons. Muitas vezes nossos alunos
aprendem conosco, observando-nos, imitando, mas também elaborando seu próprio
modo de ser a partir da análise crítica do nosso modo de ser. Nesse processo
escolhem, separam aquilo que consideram adequados, acrescentam novos modos,
adaptando-se aos contextos nos quais se encontram. Para isso, lançam mão de suas
experiências e dos saberes que adquiriram (PIMENTA, LIMA, 2004, p 85).
O Estágio Supervisionado IV possibilitou um amadurecimento das minhas ideias, as
observações de aulas no ensino básico – ensino de biologia concedeu-me uma análise crítica
ao sistema educacional atual, oportunizou a chance de avaliar a forma como ministrar uma
aula, assim do que é necessário abordar. Na regência do Estágio Supervisionado IV, pus em
prática todo o aporte teórico que obtive no decorrer das duas disciplinas de estágio, constitui
um momento de aquisição e aprimoramento de conhecimentos e de habilidades essenciais a
minha formação e futuramente ao meu desempenho profissional.
O exercício de qualquer profissão é técnico, no sentido de que é necessária a
utilização de técnicas para executar as operações e ações próprias. Assim, o
médico, o dentista necessita desenvolver habilidades específicas para operar os
instrumentos próprios de seu fazer. O professor também. No entanto, as habilidades
não são suficientes para a resolução dos problemas com os quais se defrontam, uma
vez que a redução às técnicas não dá conta do conhecimento científico nem da
complexidade das situações do exercício desses profissionais. Nessa perspectiva, o
profissional fica reduzido ao „prático‟, o qual não necessita dominar os
conhecimentos científicos, mas tão somente as rotinas de intervenção técnica deles
derivadas (PIMENTA; LIMA, Revista Poíesis, 2005/2006).
O estágio me colocou em contato direto com professores, equipe pedagógica e alunos, o
que me forneceu uma noção necessária para a minha formação, já que pretendo exercer a
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profissão de professor. Desta forma, apesar de todas as dificuldades que envolvem o professor
em seu cotidiano escolar e da sua desvalorização, esta profissão é sem dúvida, sublime. E esta
experiência me propiciou uma reflexão sobre o fato de ser um bom educador.
47
9. REFLEXÃO CRÍTICA
O Estágio Supervisionado me ofereceu uma oportunidade de vivenciar na prática toda a
teoria aprendida em sala de aula.
A relação com a professora do Ensino Básico e a boa recepção por parte dos alunos,
possibilitou-me desempenhar uma atividade satisfatória.
A professora do componente curricular: Estágio Supervisionado IV demonstrou ter
aptidão para o ensino, auxiliou de forma clara as dúvidas existentes e ofereceu apoio
extraclasse sempre que solicitado.
Houve uma preocupação constante da mesma em auxiliar nas etapas de construção do
relatório final das atividades desenvolvidas durante a disciplina. Sendo que as atividades
desenvolvidas na disciplina ofereceram suporte para a construção do referido relatório, assim
como dos demais trabalhos acadêmicos solicitados pela referida professora.
A flexibilidade das datas de recebimento das atividades foi crucial para o desempenho
satisfatório dos mesmos. A professora visou todas as atribuições acadêmicas e pessoais que os
estagiários desempenham, sendo, foi de fundamental importância para uma avaliação positiva
das atividades.
A participação em reuniões individuais com a professora da Educação Básica, foi de
grande valia para ganhar segurança necessária para regência em sala de aula e dar o melhor
desempenho possível para o desenvolver dessas atividades.
48
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50
ANEXOS
51
APÊNDICES