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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO Estágio Profissionalizante Junho 2021 Diana dos Santos Pinheiro | 2015184 Mestrado Integrado em Medicina Orientador: Prof. Doutor Albino Maia | Regente: Professor Doutor Rui Maio

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

Estágio Profissionalizante

Junho 2021

Diana dos Santos Pinheiro | 2015184

Mestrado Integrado em Medicina

Orientador: Prof. Doutor Albino Maia | Regente: Professor Doutor Rui Maio

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ÍNDICE

1. Introdução 2

2. Atividades desenvolvidas 3

a. Estágio parcelar de Pediatria 3

b. Estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia 3

c. Estágio parcelar de Saúde Mental 4

d. Estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar 5

e. Estágio parcelar Medicina 5

f. Estágio parcelar Cirurgia Geral 6

3. Elementos valorativos 7

4. Reflexão crítica 8

5. Referências bibliográficas 10

6. Anexos 10

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1. Introdução

O presente relatório procura expor de forma sucinta as atividades realizadas durante o Estágio

Profissionalizante do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina da Nova Medical School – Faculdade de

Ciências Médicas. O relatório está organizado em quatro partes principais: a introdução, onde são

apresentados os objetivos definidos para o Estágio Profissionalizante e as linhas orientadoras do relatório;

o corpo de trabalho, constituído por uma síntese das atividades realizadas nos estágios parcelares e de

atividades extracurriculares; a reflexão crítica, onde apresento um balanço final das atividades e dos

objetivos cumpridos; e a última parte, os anexos, de atividades desenvolvidas ao longo do curso e que

considero parte fundamental da minha formação.

Segundo o projeto “Licenciado Médico em Portugal” [1], o ensino pré-graduado de Medicina em Portugal,

apresenta como função e filosofia de base, “(…) preparar licenciados médicos com atributos profissionais

adequados e com um núcleo de conhecimentos e competências que lhes permita aprender

autonomamente ao longo da carreira médica”. A formação dos futuros médicos deve ainda ter como

finalidade geral a aquisição “de uma base de conhecimentos sólida e coerente, associada a um adequado

conjunto de valores, atitudes e aptidões que lhe permita tornar-se um médico fortemente empenhado nas

bases científicas da arte da Medicina, nos princípios éticos, na abordagem humanista que constitui o

fundamento da prática médica (…) de modo a promover a saúde e o bem-estar das comunidades.”

Tendo por base as competências práticas, teóricas e interpessoais esperadas de um Licenciado em Medicina

aliadas aos pontos onde sinto maior dificuldade e nas quais procuro melhorar, estabeleci como objetivos

principais no início do Estágio profissionalizante:

• Demonstrar conhecimento sobre ciências básicas e clínicas e aplicá-lo na análise de problemas clínicos

comuns;

• Efetuar uma história clínica abrangente e praticar um exame físico detalhado, identificar corretamente

os problemas médicos dos doentes, formular hipóteses diagnósticas precisas, definir estratégias e

implementar um plano de gestão para lidar eficazmente com os problemas identificados;

• Adequar a requisição de métodos complementares de diagnóstico e treinar a sua interpretação;

• Praticar a realização de documentos médicos, como diários clínicos, notas de entrada e de alta;

• Usar uma abordagem biopsicossocial na avaliação e tratamento dos doentes;

• Adquirir e aplicar conceitos fundamentais na prevenção da doença e promoção da saúde a nível

individual e das populações;

• Adequar técnicas de comunicação eficazes com os doentes e familiares, pessoal médico e outros

profissionais;

• Demonstrar comportamento profissional a nível pessoal e interpessoal;

• Aquisição progressiva de autonomia e responsabilidade nas atividades realizadas.

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2. Estágios Parcelares

a. Pediatria

O estágio parcelar de pediatria decorreu durante quatro semanas, de 7 de setembro a 2 de outubro de

2020, no Hospital D. Estefânia, sob orientação da Dra. Marta Conde, especialista em Reumatologia

Pediátrica.

Durante este estágio tive contacto com várias vertentes da especialidade, nomeadamente: Consulta

Externa, onde decorreu a maioria do estágio; Internamento; Unidade de Cuidados Intensivos e Serviço de

Urgência.

Em ambiente de Consulta Externa, pude acompanhar as várias fases do seguimento de doenças

reumatológicas crónicas como Artrite Idiopática Juvenil, Lúpus Eritematoso Sistémico, Doença de Behçet e

Síndrome Febre Periódica com Estomatite Aftosa, Faringite e Adenite (PFAPA), em doentes com idades

compreendidas entre 6 e 18 anos. O contacto próximo com patologia reumatológica pediátrica permitiu-

me aperfeiçoar o exame objetivo, principalmente na componente osteoarticular e treinar técnicas de

comunicação com doentes pediátricos e as suas famílias. Durante a minha estadia no serviço de Urgência,

e devido às limitações da pandemia SARS-CoV-2 que impossibilitaram o acompanhamento de patologia

respiratória, tive contacto principalmente com patologia traumática, dermatológica (exantemas e

escabiose) e conjuntivite viral, em doentes com idades entre os 4 e os 12 anos. Foi no âmbito do Serviço de

Urgência que pude ter mais autonomia ficando encarregue, juntamente com a minha colega de estágio, da

anamnese e exames objetivos iniciais, com posterior discussão diagnóstica e terapêutica com a tutora.

Durante uma manhã, acompanhei a Dra. Mafalda Crisóstomo na Unidade de Cuidados Intensivos no

seguimento clínico de uma criança de 14 meses, após o diagnóstico de Linfoma de células T.

Realizei uma história clínica sobre encefalite autoimune, e apresentei um seminário sobre “Diversificação

alimentar no 1º ano de Vida, com foco na Dieta Vegetariana”.

Assisti à 9º reunião de Imunoalergologia, sob o formato de webinar.

b. Ginecologia e Obstetrícia

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia decorreu durante quatro semanas, de 6 a 30 de outubro de

2020, no Hospital Lusíadas Lisboa, sob orientação da Dra. Maria João Mendonça.

Foi o estágio mais variado, tendo traduzido bem a diversidade de atividades inerentes a esta especialidade.

Presenciei quarenta e oito consultas de Obstetrícia, nas diferentes fases da gestação, desde consultas pré-

concecionais, consulta de 1º, 2º e 3º trimestre com a requisição dos exames necessários e avaliação dos

resultados, e implementação das alterações necessárias quer em termos de estilo de vida ou início de

terapêutica farmacológica. Por iniciativa própria e feedback positivo da tutora pude realizar algumas

ecografias abdominais com autonomia parcial. Nas consultas de Ginecologia, assisti a consultas de rotina

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para a realização de exames do programa nacional de prevenção do Cancro da Mama e Cancro do Colo do

Útero. Realizei, de forma autónoma, o exame mamário, ginecológico e citologia cervical.

Durante o estágio tive bastante contacto com o tema da infertilidade e Procriação Medicamente Assistida

e pude acompanhar as várias fases de investigação da etiologia da infertilidade e consequentes

tratamentos. Neste sentido assisti à realização de histerossalpingografias, análise de resultados

laboratoriais e hormonais, e transferência de embriões e inseminação intra-uterina.

Assisti ainda a consultas de endometriose, a sessões de fisioterapia do pavimento pélvico, a ecografias de

1º, 2º e 3º trimestre e a três histeroscopias diagnósticas.

No Serviço de Urgência, dividi a minha atividade entre o bloco de partos, tendo assistido a oito cesarianas,

e os gabinetes de consulta de urgência onde os principais diagnósticos foram hemorragia cervical pós

histerectomia, vulvovaginites, rotura de gravidez ectópica, e algias pélvicas por quisto ovárico.

Em termos de sessões formativas, assisti ao Workshop “The Woman” sobre os principais diagnósticos da

especialidade lecionado pela equipa médica do Hospital São Francisco Xavier; frequentei o curso do

Hospital Lusíadas sobre Procriação Medicamente Assistida, lecionado pela Dra. Daniela Sobral e pela

embriologista Sónia Jorge e assisti ao Workshop “Urgências em Ginecologia” organizado pela Associação

de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas. Realizei um seminário sobre “Incontinência Urinária”.

c. Saúde Mental

O estágio parcelar de Saúde Mental decorreu durante quatro semanas, de 2 a 27 de novembro de 2020, no

Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, sob orientação do Dr. Pedro Branco.

O estágio dividiu-se em duas semanas de ensino prático presencial e duas semanas de ensino à distância.

Durante o estágio presencial, frequentei o serviço de Psicogeriatria, destinado a doentes com mais de 65

anos com diagnóstico psiquiátrico de novo. Numa primeira fase, efetuei um acompanhamento mais

observacional, onde aprendi diferentes técnicas de entrevista adaptada às várias patologias.

Progressivamente, fui ganhando mais autonomia, e durante os últimos dias de estágio, já realizava

observação clínica com total autonomia, discutindo as eventuais alterações terapêuticas e eventual alta

clínica com o tutor.

Tive contacto com onze doentes, a maioria entre os 76 e 80 anos cujos principais diagnósticos foram

Perturbação Depressiva Grave e Psicose de Início Tardio e assisti a uma teleconsulta de seguimento de uma

Perturbação Depressiva.

Devido às limitações da pandemia SARS-CoV-2, a frequência do serviço de urgência não foi permitida.

Em relação a sessões formativas, o serviço de Psicogeriatria apresentava reuniões clínicas semanais de

apoio psicopedagógico dirigidas aos familiares e cuidadores de pessoas com demência. Assisti às sessões

sobre: Exercícios de estimulação em casa, Depressão e apatia, Alteração de comportamento e Alterações

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de sono. Durante as sessões eram transmitidas informações e técnicas práticas de aplicação diária, e

estimulava-se a partilha de experiências e desafios dos cuidadores.

O ensino à distância consistiu na realização de histórias clínicas com base na visualização de duas entrevistas

realizadas pelo Professor Doutor Miguel Talina: 1) Episódio Depressivo Grave, 2) Esquizofrenia Paranóide

Aguda. Criei também seis vinhetas clínicas, com base no tipo de questões e temas da matriz da Prova

Nacional de Acesso à Formação Especializada.

d. Medicina Geral e Familiar

O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar decorreu durante quatro semanas, de 30 de novembro a 8

de janeiro de 2021, na Unidade de Saúde Familiar da Costa do Mar, sob orientação da Dra. Joana Oliveira.

O estágio decorreu durante o Estado de Emergência, pelo que toda a atividade considerada não urgente foi

suspensa. Desta forma, a maioria das consultas a que assisti foram de Saúde Materna e Infantil e consultas

de Doença Aguda, onde as patologias músculo-esqueléticas foram as mais prevalentes. Quanto às consultas

de Saúde de Adultos, mantiveram-se apenas os programas de seguimento de doentes com Hipertensão

Arterial e Diabetes Mellitus. Durante as consultas, fui ganhando progressivamente mais autonomia,

realizando o exame objetivo inicialmente com acompanhamento da tutora e depois de forma totalmente

autónoma, quer nas consultas de Doença Aguda como também nas de Saúde Materna.

Durante este estágio, testemunhei uma grande articulação entre as equipas médica e de enfermagem,

funcionando em perfeita simbiose quer no que respeita a consultas, como também em todos os assuntos

relacionados com a plataforma Trace Covid. A gestão desta nova tarefa de acompanhamento dos doentes

diagnosticados com COVID-19 ou em isolamento profilático era partilhada pelos vários profissionais de

saúde.

Elaborei a análise de decisão clínica sobre a prescrição de método contracetivo mais adequado a uma jovem

com patologia auto-imune e enxaqueca e queixas de spotting prolongado, e apresentei um caso clínico

sobre um doente tipo da USF da Costa do Mar: idoso, com multipatologia, condições de habitabilidade

precárias e baixo nível socioeconómico.

e. Medicina

O estágio parcelar de Medicina decorreu durante oito semanas, de 18 de janeiro a 12 de março de 2021,

no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental - Hospital Egas Moniz, sob orientação da Dra. Teresa Romão.

A equipa médica que integrei era constituída pela Médica Especialista em Medicina Interna e chefe de

equipa Dra. Teresa Romão, interno de 1º ano de Oncologia Médica e interna de formação geral. Este facto

fez com que muito rapidamente ganhasse mais autonomia e responsabilidade. Logo desde a 1º semana de

estágio foram-me atribuídos um a três doentes diariamente, tendo no total observado catorze doentes. Era

responsável pela realização de notas de entrada, verificação de intercorrências registadas pela equipa de

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enfermagem e médico de urgência interna, realização de exame objetivo, prescrição de exames

complementares de diagnóstico e, posterior consulta/análise dos resultados, escrita dos diários clínicos,

contacto com familiares, discussão do plano terapêutico, e elaboração de notas de alta. No decorrer destas

atividades, tive oportunidade de manter uma relação próxima com a equipa de enfermagem, assistentes

sociais, fisioterapeutas e restantes colegas da equipa médica, que foram fundamentais para a minha

integração e cuidados multidisciplinares do doente.

Durante o estágio pratiquei frequentemente a colheita de sangue venoso e arterial. Assisti a duas

paracenteses diagnósticas, uma biópsia de nódulo pulmonar guiada por tomografia computorizada e três

colheitas de sangue venoso por cateter venoso central.

A maioria dos doentes observados apresentavam status pós-covid dependentes ainda de oxigenioterapia.

No serviço de urgência, tive contacto com oito doentes cujas principais patologias eram: dor abdominal,

dor lombar, escabiose e rash facial.

Assisti a duas sessões formativas sobre os temas: “Alterações do equilíbrio ácido base” lecionada pelo Prof.

Doutor Pedro Póvoa, e “Decisões de fim de vida” lecionada pela Dra. Camila Tapadinhas.

Realizei um seminário sobre “Tromboembolismo Pulmonar – a propósito de um caso clínico”.

f. Cirurgia Geral

O estágio parcelar de Cirurgia Geral decorreu durante oito semanas, de 15 de março a 14 de maio de 2021,

no Hospital Beatriz Ângelo sob orientação do Dr. Gonçalo Luz.

As primeiras duas semanas de estágio foram dedicadas ao estágio opcional de Medicina Intensiva.

Diariamente assistia à reunião de serviço. As minhas atividades passavam por acompanhar o médico na

consulta do processo clínico do doente, avaliação dos parâmetros clínicos, laboratoriais e imagiológicos,

realização de exame objetivo e ajustes terapêuticos. Durante este estágio, a atividade clínica por mim

desempenhada foi muito diferente daquela ao longo do curso, uma vez que a maioria dos doentes estavam

sedados e ventilados impossibilitando, por isso, a comunicação verbal e não verbal do doente pelo que a

avaliação do seu estado clínico tinha de ser feita com base em indicadores indiretos. Com o evoluir do

estágio ganhei autonomia, tendo elaborado na última semana, os diários clínicos de alguns doentes.

Em termos de procedimentos, assisti à colocação de cateteres venosos centrais, realização de

ecocardiogramas transtorácicos, pericardiocentese, extubação e remoção de traqueostomia. Acompanhei

dois doentes ventilados na deslocação ao serviço de imagiologia para realização de ressonância magnética.

As restantes seis semanas foram dedicadas ao estágio de Cirurgia Geral. Assisti a vinte e nove cirurgias,

como hernioplastias inguinais e umbilicais, colecistectomias vídeo-laparoscópicas, fundoplicatura de

Nissen, gastrectomia e colocação de implantofix. Participei numa cirurgia de hernioplastia inguinal bilateral.

Na enfermaria acompanhei vários doentes em diferentes fases de tratamento, desde diagnóstico de doença

aguda com indicação de tratamento conservador, a estabilização de comorbilidades para preparação

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cirúrgica e acompanhamento no pós-operatório. Nestes dias, fiquei encarregue de efetuar o diário clínico

de alguns doentes. No Serviço de urgência, acompanhei a equipa médica nos pedidos de colaboração com

outras especialidades e avaliação de suspeita diagnóstica de colecistite aguda e apendicite aguda.

Assisti a um total de 65 consultas externas, sendo que os principais diagnósticos observados foram: doença

do refluxo gastroesofágico, tumor gástrico, hérnias inguinais, obesidade mórbida e litíase vesicular.

Acompanhei os diferentes tipos de consulta, desde primeiras consultas referenciados pelos cuidados de

saúde primários, até ao seguimento de doentes com indicação para tratamento médico, avaliação pré e

pós-operatório. Nesses dias tinha contacto mais próximo com a equipa de enfermagem na sala de

tratamentos onde eram realizados vários procedimentos como: remoção de pontos e agrafos, realização

de pensos e cuidados de pé diabético.

Em relação a atividades formativas, participei no curso TEAM que consistiu em simulação de abordagem à

via aérea, doente em choque e doente com trauma vertebro-medular. Participei também na sessão de

simulação do Hospital da Luz Learning Health, onde pratiquei a realização de suturas, de inserção de cateter

venoso central guiado por ecografia, e abordagem à via aérea. Apresentei um seminário sobre “Fístula

entero-cutânea – a propósito de um caso clínico”.

3. Elementos Valorativos

Por forma a complementar a formação teórica e prática lecionada ao longo dos seis anos de curso achei

necessária a realização de algumas atividades extracurriculares, com o objetivo de reforçar conceitos

aprendidos e de colmatar algumas áreas menos exploradas no plano curricular do Mestrado Integrado em

Medicina.

Em 2016, realizei um estágio pré-clínico PECLICUF de duas semanas no Hospital CUF Infante Santo. Através

deste estágio tive o primeiro contacto com a prática clínica e com o ambiente hospitalar. Acompanhei

diariamente a equipa de enfermagem e comprovei a importância de todos os elementos da equipa de

saúde, da multidisciplinaridade e da comunicação entre equipas para o sucesso terapêutico do doente.

Em termos de atividades de voluntariado, destaco a participação nas sessões de rastreio de Doenças

Cardiovasculares de MarcaMundos, através das quais pude contribuir para a educação da população na

promoção da saúde e prevenção da doença; e no XVIII Hospital da Bonecada, com o objetivo de apresentar

os cuidados de saúde às crianças, eliminando medos e ansiedades relacionados com a bata branca.

No ano letivo 2016/2017 fiz parte do corpo docente do Departamento de Anatomia como monitora

convidada, onde para além de apoiar o Assistente na organização das aulas, realizava sessões de estudo

complementares. Estas tarefas permitiram-me consolidar conhecimentos, treinar técnicas de exposição e

síntese, e ajudar os colegas mais novos nas suas dificuldades de estudo e de adaptação ao ambiente

universitário.

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Para complementar os vários estágios parcelares do 6º ano, assisti à “9º Reunião de Imunoalergologia

Pediátrica”, ao workshop de “Procriação medicamente Assistida”, “Urgências em Ginecologia e

Obstetrícia”, participei no curso TEAM (Trauma, Evaluation and Management), nas Sessões de Simulação

do Hospital da Luz e na iMed Conference® 12.0.

Durante este último ano de curso, tive a oportunidade de colaborar com a Linha de Saúde 24 e ajudar a

lidar com as exigências e as necessidades aumentadas de apoio devido à pandemia SARS-CoV-2. Através de

contactos telefónicos tive de saber lidar com as preocupações e ansiedades dos doentes e ajudar a

selecionar os casos que necessitavam de atenção médica urgente e emergente.

4. Reflexão crítica

Findo o estágio profissionalizante, e terminada a formação pré-graduada em Medicina, impõe-se agora

avaliar criticamente todo o percurso e o resultado final: aquisição competências e valores de um jovem

médico. O 6º ano é determinante para a formação médica, e quando este se desenrola em plena pandemia,

há certos ajustes e cedências a fazer para proteção de todos os elementos envolvidos: os estudantes, as

equipas profissionais, e principalmente os doentes. Mas analisando a gestão de todas as atividades, penso

que foi até uma mais-valia para os alunos terem exercido a sua prática clínica nestas circunstâncias na

maioria das especialidades. Testemunhei a flexibilidade e capacidade de adaptação e sacrifício de todos os

profissionais com quem me cruzei, sempre com o objetivo de oferecer o melhor serviço aos utentes e

tentando minimizar as implicações desta pandemia nos cuidados à sua saúde.

Começando com o estágio de Pediatria. Destaco a autonomia que me foi permitida no Serviço de Urgência

para a realização de anamnese e exame objetivo dos doentes. Permitiu-me estruturar o raciocínio clínico e

gerir a entrevista clínica conciliando-a com a preocupação dos pais. Pela abrangência de diferentes

patologias e faixa etária dos doentes, melhorei a minha capacidade de adequar a história clínica a cada

caso. Como pontos mais negativos, destaco ter passado a maioria do estágio a assistir a consultas de

Reumatologia Pediátrica, que apesar de me ter capacitado para realizar o exame osteo-articular

pormenorizado, revelou-se bastante repetitivo e monótono. Outro ponto menos positivo deveu-se à

pandemia. Em pediatria muitas das patologias mais comuns manifestam-se por sintomas respiratórios, pelo

que para proteção própria não foi permitido o contacto com estes doentes durante o estágio.

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia foi dos estágios mais diversificados e interessantes. Pude

ter uma participação ativa em muitas consultas, técnicas e cirurgias que presenciei, e isso, traduziu-se,

definitivamente, na consolidação dos conhecimentos teóricos como também na minha autonomia e

confiança a realizar procedimentos práticos. A quantidade e qualidade de consultas, cirurgias e técnicas

diagnósticas e terapêuticas não foi afetado, de todo, pelo contexto pandémico, o que logicamente tem um

impacto muito positivo na minha formação.

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Considero que o estágio de Saúde Mental foi o mais negativamente afetada pela pandemia. O ensino

prático ficou resumido a duas semanas, limitando-se ao contacto com doentes em internamento. Estagiei

no Serviço de Psicogeriatria, e visto os utentes serem idosos, os efeitos terapêuticos são mais demorados,

pelo que sinto que não acompanhei os doentes tempo suficiente para notar evolução clínica clara. Por outro

lado, fiquei agradavelmente surpreendida pelo esforço do serviço em acompanhar também os cuidadores.

Esta atenção tornou clara a noção que tinha de que os cuidadores são um elemento essencial no bem-estar

dos doentes, e que merecem o acompanhamento e reconhecimento por parte das equipas de saúde.

Quanto às atividades do estágio à distância, apesar de bastante trabalhosas, considero que foram um bom

substituto ao estágio presencial. Faltou apenas algum feedback/discussão dos trabalhos realizados.

O estágio de Medicina Geral e Familiar foi fundamental para aprender a gerir não tanto “as doenças”, mas

principalmente para olhar para os doentes em toda a sua abrangência biopsicossocial. A USF Costa do Mar

abrange uma área muito precária de Almada, com condições de higiene, habitabilidade e ambiente sociais

mais desfavorecidos, pelo que as escolhas médicas tinham de ser adaptadas à realidade dos doentes.

Melhorei a minha capacidade de lidar com questões familiares mais delicadas, e em conjunto com a

restante equipa, trabalhar para educar os doentes para estilos de vida mais saudáveis. Por ter estado a

colaborar com a Linha Saúde 24 durante este estágio, consegui ter uma compreensão holística de todo o

processo que me permitiu prestar melhores cuidados aos utentes em ambos os contextos.

Quanto ao estágio de Medicina, foi a meu ver o que mais beneficiou, do ponto de vista de aprendizagem

por ter decorrido durante a pandemia. As equipas foram reorganizadas para colmatar as necessidades de

cuidados aumentados, traduzindo-se em mais doentes ao cargo de um menor número de médicos. Isto

permitiu-me assumir mais autonomia e responsabilidade. Numa primeira instância, esta maior exigência

foi fonte de alguma insegurança e ansiedade, no entanto, com a prática e o trabalho revelou-se

fundamental para o meu crescimento enquanto médica. Rapidamente assumi vários doentes, ficando

responsável pelo seu cuidado em todas as vertentes, inclusive com o contacto com os familiares. Notei uma

evolução clara nas técnicas e procedimentos que fui realizando, e na comunicação com os doentes e suas

famílias.

Do estágio de Cirurgia Geral destaco os ganhos obtidos no âmbito de Consulta Externa. Tive contacto com

patologia muito frequente, o que permitiu estruturar de forma muito clara as indicações para tratamento

médico ou cirúrgico. Pude orientar com autonomia parcial algumas consultas, o que foi uma mais-valia. Ao

contrário de Medicina Interna, a equipa de cirurgia era constituída por vários médicos especialistas e

internos de especialidade o que limitou os procedimentos técnicos e práticos que pude realizar.

Concluindo, considero que terminado o Estágio Profissionalizante, todos os meus objetivos iniciais foram

cumpridos. Ao longo deste ano, notei uma evolução significativa nas minhas capacidades técnicas, tendo

sido fundamental na consolidação de conhecimentos imprescindíveis à prática clínica, que me tornaram

melhor médica e melhor pessoa.

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5. Referências bibliográficas

[1] Victorino RM et al.; O Licenciado Médico em Portugal–Core Graduates Learning Outcomes Project;

Coord. Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, 2005

6. Anexos

Anexo 1 – Certificado de Participação Estágios pré-clínicos PECLICUF | 1º e 2º ano Pág. 11

Anexo 2 - Certificado de Participação MarcaMundos | Rastreios CC Colombo Pág. 12

Anexo 3 - Certificado de Participação XVIII Hospital da Bonecada® by Bayer Pág. 13

Anexo 4 - Certificado de Participação - Gestão em Saúde | VBHC Pág. 14

Anexo 5 - Certificado de Participação - FutureMD - O congresso pelo teu futuro Pág. 15

Anexo 6 - Declaração de monitora de Anatomia Pág. 16

Anexo 7 - Certificado de Participação Procriação Medicamente Assistida Pág. 17

Anexo 8 – Certificado de Participação Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management) Pág. 18

Anexo 9 - Certificado de Participação - Sessões Simulação – UC Cirurgia NMS | março 2021 Pág. 19

Anexo 10 - Certificado de Participação iMed Conference® 12.0 Lisbon 2020 | Virtual Lectures Pág. 20

Anexo 11 – Certificado de formação – Operador Júnior da Linha SNS24 Pág. 21

Anexo 12 - Declaração de colaboração na Linha SNS24 Pág. 22

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Anexo 1 – Certificado de Participação Estágios pré-clínicos PECLICUF | 1º e 2º ano

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Anexo 2 - Certificado de Participação MarcaMundos | Rastreios CC Colombo

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Anexo 3 - Certificado de Participação XVIII Hospital da Bonecada® by Bayer

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Anexo 4 – Certificado de Participação Gestão em Saúde | VBHC

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Anexo 5 – Certificado de Participação – Future MD – o congresso pelo teu futuro

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Anexo 6 – Declaração de monitoria de Anatomia

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Anexo 7 - Certificado de Participação Procriação Medicamente Assistida

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Anexo 8 – Certificado de Participação Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management)

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Anexo 9 - Certificado de Participação - Sessões Simulação – UC Cirurgia NMS | Março 2021

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Anexo 10 - Certificado de Participação iMed Conference® 12.0 Lisbon 2020 | Virtual Lectures

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Anexo 11 – Certificado de formação – Operador Júnior da Linha SNS24

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Anexo 12- Declaração de colaboração na Linha SNS24