processo civil

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Processo Civil – P1 Mandado de Segurança – Lei nº 12016/2009 “É uma ação civil de rito sumário e especial. Para definir o cabimento do H.C ou do Mandado de Segurança, utiliza-se o critério da exclusão.” O mandado de segurança, criação brasileira, é uma ação constitucional de natureza civil, qualquer que seja a natureza do ato impugnado, seja ele administrativo, seja ele jurisdicional, criminal, eleitoral, trabalhista, etc. O constituinte de 1988 assim o definiu: “concerder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando e responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.” Art. 5º, LXIX. O direito líquido e certo é aquele que pode ser demonstrado de plano mediante prova pré-constituída, sem a necessidade de dilação probatória. Trata-se de direito “manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto e ser exercitado no momento da impetração.” Procedimento especial: Sumário - não se admite instrução - não há oitiva de testemunhas O Rito Sumário ≠ Procedimento do art. 275. O direito é liquido e certo, apenas prova documental é suficiente, sem audiências. Ilegalidade ou abuso de poder: O cabimento do mandado se segurança dá-se quando perpetrada ilegalidade ou abuso de poder por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Legitimidade ativa e passiva:

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Mandado se Segurança Coletivo e Individual, Ação Civil Pública e Ação Popular.

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Page 1: Processo Civil

Processo Civil – P1

Mandado de Segurança – Lei nº 12016/2009

“É uma ação civil de rito sumário e especial. Para definir o cabimento do H.C ou do Mandado de Segurança, utiliza-se o

critério da exclusão.”

O mandado de segurança, criação brasileira, é uma ação constitucional de natureza civil, qualquer que seja a natureza do ato impugnado, seja ele administrativo, seja ele jurisdicional, criminal, eleitoral, trabalhista, etc.O constituinte de 1988 assim o definiu: “concerder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando e responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.” Art. 5º, LXIX.O direito líquido e certo é aquele que pode ser demonstrado de plano mediante prova pré-constituída, sem a necessidade de dilação probatória. Trata-se de direito “manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto e ser exercitado no momento da impetração.”

Procedimento especial: Sumário - não se admite instrução - não há oitiva de testemunhas

O Rito Sumário ≠ Procedimento do art. 275. O direito é liquido e certo, apenas prova documental é suficiente, sem audiências.

Ilegalidade ou abuso de poder:O cabimento do mandado se segurança dá-se quando perpetrada ilegalidade ou abuso de poder por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Legitimidade ativa e passiva:Pode ser ativa, sendo que esta pode ser tanto pessoa física quanto jurídica. Quando passiva, é a autoridade coatora ou pessoa jurídica que ela representaO legitimado ativo, sujeito ativo, impetrante é o detentor de “direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data.”

Universalidades de bens e direitos (espólio, massa falida, condomínio), agentes políticos (governadores, parlamentares), o MP etc.

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Assim, dentro do rol “detentor de direito líquido e certo” incluem-se: pessoas físicas (brasileiras ou não, residentes ou não, domiciliadas ou não), jurídicas, órgãos públicos despersonalizados, porém com capacidade processual (chefias dos executivos, mesas do legislativo),

Já o legitimado passivo, sujeito passivo, impetrado é a autoridade coatora, responsável ou abuso de poder, autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. A autoridade, portanto, é o “agente público investido de poder de decisão para anular o ato atacado ou para suprir a omissão lesiva do direito líquido e certo do impetrante, não se confundindo, portanto, com o mero executor.” Dentro do conceito de “agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público” a doutrina e a jurisprudência vêm entendendo caber impetração de mandado de seg. em face de diretor de estabelecimento particular de ensino, p. exemplo.

Competência:A competência para processar e julgar o MS dependerá da categoria da autoridade coatora e sua sede funcional, sendo definida nas leis constitucionais, bem como na própria CF. No tocante à competência do mandado de segurança contra atos e omissões diz a doutrina “o Supremo Tribunal Federal carece de competência constitucional originária para processar e julgar mandado de segurança impetrado contra qualquer ato ou omissão de Tribunal Judiciário, tendo sido o art. 21, VI, da Lei orgânica da Magistratura Nacional (Lom.) inteiramente recepcionado. Por essa razão, a jurisprudência do Supremo é pacífica em reafirmar a competência dos próprios tribunais para processarem e julgarem os mandados de segurança impetrados contra seus atos e omissões.” O mesmo se aplica ao STJ, conforme súmula 41. E CF, ainda, súmula 624/STF.Portanto, quanto à competência:

MS impetrado na Justiça Estadual tem competência na Justiça estadual, bem com na Lei orgânica da Magistratura.

Com relação a atos “ilegatio” praticado por juízes de 1º grau, a competência é do TJ/SP., no que tange a competência para impetração da “mandadus” relativa a atos “ilegitis” de magistrados vinculados ao Juizado Especial.

Há entendimento que seja na turma recursal, que por outro lado alguns sustentam que deve prevalecer a competência do TJ ou da Justiça Federal conforme o caso, em virtude da lei orgânica da magistratura.

Na Cf. é estabelecida a competência: no STF – art. 102, I, “b”; no STJ – art. 102, I, “b”; TRF – art. 109, VIII; Justiça Eleitoral – 121, §4º, V.

O mandado de segurança pode ser repressivo de ilegalidade ou abuso de poder já praticados, ou preventivo, quando estivermos diante de ameaça a violação de direito líquido e certo do impetrante. Muitas vezes, para evitar p perecimento do objeto, o

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impetrante poderá solicitar concessão de liminar, desde que, é claro, demonstre o fumus boni iuris e o periculum in mora (Art. 7º, II, Lei nº 1533/51)

Prazo:O prazo para impetração do mandado de segurança, de acordo com o art. 18 da lei em comento, é de 120 dias, contado da ciência, pelo interessado, do ato a ser impugnado. O STF já se posicionou pela recepção do art. 18 da lei, considerando perfeitamente possível o estabelecimento de prazo decadencial pela lei do mandado de segurança.Ex.: se o último dia caiu num sábado, o prazo fatal é na sexta.Quando há uma omissão a autoridade deve ser

Petição Inicial:Segue os requisitos do art. 282, inclusive com o valor da causa. Petição em duas vias, com Xerox de documentos. Obs.: Obrigatório sob pena do art. 284, prazo de 20 dias para correção. Caso se estiver inepta, quando é indeferido de plano, art. 295. Documentos têm força probatória absoluta.

Procedimento:O juiz poderá conceder a liminar desde preenchido os requisitos: fundamento relevante e ineficácia da medida ao final (perigo de demora).O juiz determina que a autoria coatora preste informações no prazo de 10 dias. Caso não preste, não tem revelia., embora tenha natureza jurídica de defesa, são apenas informações.

Recursos:Liminar – Agravo de Instrumento (art. 7º, § 1º da lei 16016/2009.

1º Grau sai a Sentença – Apelação, tendo efeito meramente devolutivo, art. 12 parágrafo único.

2º Grau - o relator indefere a impetração do MS, cabe Agravo interno (legal, inominado) contra decisão monocrática, com base no art. 557 do CPC.

Contra Acórdão proferido pelos Tribunais, cabe Recurso Ordinário.

Incabível no MS (art. 25 da lei): embargos infringentes; não há condenação de honorários advocatícios; multa para litigância de má-fé. É possível aplicação da litigância de má-fé em razão de aplicação subsidiária do CPC.Se a autoridade coatora não cumprir a decisão constitui crime de desobediência, art. 26 CC e art. 330 do CP.Se a sentença denegatória julgar no mérito, não impede de entrar com ação ordinária. Permite discussão

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O MS corre no recesso até o deferimento ou não da liminar..

Mandado de Segurança Coletivo

“Ação judicial impetrada por partido político, organização sindical, sindicato de classe ou associação legalmente constituída em funcionamento há um ano, fundando-se em direito líquido e certo ameaçado por ilegalidade ou

abuso de poder praticado por autoridade pública.”Art. 21

A grande diferença entre o mandado de segurança individual e o coletivo (este último criado pela CF/88) reside em seu objeto e na legitimação ativa. As ponderações sobre direito líquido e certo, ilegalidade e abuso de poder, legitimação passiva, campo residual, são adotadas também no mandado de segurança.

Objeto, legitimidade ativa e objetos:

Como o mandado de segurança coletivo busca-se a proteção de direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data (campo residual), contra os atos de omissão ilegais ou com abuso de poder de autoridade, buscando a preservação (preventivo) ou reparação (repressivo) de interesses transidividuais, quais sejam, individuais homogêneos, coletivos e difusos.

O MS coletivo, de acordo com o art. 5º, LXX, pode ser impetrado por: partido político com representação no Congresso Nacional, ou seja, um deputado ou um senador; organização sindical, entidade de classe ou associação, desde que estejam legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Organização sindical, entidade de classe e associação legalmente constituída se unem por um requisito especial, a pertinência temática, ou seja, o tema do mandado deve ser pertinente com o que ele representa, com sua finalidade.O MP tem legitimidade prevista no art. 127 e 129, II. Pessoa física não pode impetrar.O prazo para impetração é de 120 dias da ciência do ato de impugnação.

Partidos políticos:No tocante aos partidos políticos, bastará a existência de um único parlamentar na Câmara ou no Senado, filiado ao partido, para que se configure a “representação no Congresso Nacional”.

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A questão discutida é: os partidos políticos poderão representar somente seus filiados e na defesa de, apenas, direitos políticos? Entende-se que não, podendo defender qualquer direito inerente à sociedade, pela própria natureza do direito de representação previsto no art. 1º, parágrafo único. Esta, todavia, não é a posição adotada pelo STF, no entender do doutrinador, data vênia, restritiva do previsto na CF, burlando objetivo maior de defesa da sociedade, já que o constituinte originário não colocou qualquer limitação à atuação dos partidos políticos, a não ser a representação no Congresso Nacional.

Organizações Sindicais, Entidades de Classe e Associações:Já as organizações sindicais, entidades de classe e associações deverão preencher os seguintes requisitos constitucionais: estar legalmente constituídas e atuar na defesa dos interesses dos seus membros ou associados.O requisito estarem em funcionamento há pelo menos um ano é exclusivo das associações, não sendo exigida referida pré-constituição ânua para os partidos políticos, organizações sindicais e entidades de classe.Nesse sentido, “tratando-se de mandado de segurança coletivo impetrado por sindicato, é indevida a exigência de um ano de constituição e funcionamento, porquanto esta restrição destina-se apenas às associações, nos termos do art. 5º, LXX, “b” in fine da CF.Acompanhando jurisprudência do STF, entendemos que não há necessidade de autorização específica dos membros ou associados, desde que haja previsão expressa no estatuto social.Ao se referir à defesa dos interesses dos membros ou associados, a Constituição estabeleceu a necessária existência da pertinência temática do objeto da ação coletiva com os objetos institucionais do sindicato, entidade de classe ou associação.Trata-se da verdadeira substituição processual (legitimação extraordinária) das entidades representando direitos alheios de seus associados.

Liminar:A liminar só poderá ser decidida após audiência (no sentido de ouvir) do representante da pessoa jurídica de direito público que deverá se pronunciar no prazo de 72 hrs, nos termos do § 2º do art. 22 da lei 12016/09. Aqui está se exigindo um contraditório antecipado desde que não atrapalhe.O procedimento são os mesmos que o do mandado de segurança individual. Assim funciona também para os efeitos dos recursos. Tendo aplicação subsidiária ao CPC. Objetivos: Os dois objetivos buscados com a criação do mandado de segurança coletivo, no entender de Michel Temer: fortalecimento das organizações classistas e pacificar as relações sociais pela

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solução que o judiciário dará a situações controvertidas que poderiam gerar milhares de litígios com a conseqüente desestabilização da ordem social.

Ação Civil Pública – Lei nº 7347/85 e mais algumas leis inserindo e modificando

“Ação que tem por objetivo responsabilizar por danos morais e patrimoniais causados ao meio-ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a interesse difuso ou coletivo, por infração da ordem econômica e da economia popular. Prevista na Lei nº 7.347, de 24 de Julho de 1985”

Segundo a doutrina, não é taxativo o rol dos direitos que podem ser buscados através da ação civil pública e nem o dos instrumentos processuais de tutela coletiva. Aplica-se no caso, o denominado Princípio da Não-Taxatividade.

Objeto:É a ação que tem como objeto a tutela de interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos.Interesses difusos são transidividuais de natureza indivisível que sejam titulares pessoas inderteminadas ligadas por circunstância de fato. Interesses coletivos, em “strito seunsu” compreendem uma categoria determinada ou determinável de pessoas ligadas pela mesma ligação jurídica. (ex: aumento de uma fatura de um consórcio » ilegal)Individuais homogêneos, também considerados interesses coletivos em sentido amplo “latu sensu”. Encontram-se reunidos por essa categoria de interesses integrantes determinados de um grupo, pessoas que compartilham prejuízos divisíveis oriundos das mesmas circunstâncias fáticas.

Ou seja:

Interesses e direitos difusos.

São aqueles transindividuais, de natureza indivisível, de que

sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por

circunstâncias de fato.

São direitos que pertencem a todos, com titulares

indeterminados, não podendo ser individualizado, eis que o bem

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jurídico é indivisível. O que gera a junção de interesses, é

uma situação de fato.

Ex. Dano ambiental que causa a poluição da água; dano a um

patrimônio histórico, artístico, turístico; dano a patrimônio público;

propaganda enganosa e abusiva que atinge a todas as pessoas

indeterminadamente.

Interesses ou direitos coletivos.

São os transindividuais, de natureza indivisível de que seja

titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com

a parte contrária por uma relação jurídica base.

Ex. conjunto de pais de alunos que sofreram aumento abusivo

da mensalidade escolar, gerando a eles um dano coletivo em

sentido estrito. Note-se que os titulares são identificáveis e podem

propor uma Ação Civil Pública para evitar o aumento.

Foro competente:Onde ocorreu o dano.Situação da coisa: art. 95 - Ação de nunciação de obra nova -Exceção à competência territorial.Pedido: art. 3º - objeto imediato: é a prestação jurisdicional invocada.Condenação em dinheiro.- o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer (art. 1º)

Portanto:

Foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência

funcional para processar e julgar a causa.

Prevenção – A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para

todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma

causa de pedir ou o mesmo objeto.

Pretensões que não podem ser veiculadas por ação civil pública:

-Tributos;

-Contribuições previdenciárias;

-Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

-Outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem

ser individualmente determinados.

Page 8: Processo Civil

Legitimidade para propor a ação principal e a cautelar:

A legitimidade pode ser concorrente: que é uma substituição

processual, ou seja, em nome próprio defende direito alheio.

A legitimidade está estabelecida no art. 5º mas devemos ressaltar

que a exigência de um ano de constituição das associações poderá

ser dispensado desde que haja manifesto interesse social.

A legitimação para a propositura da ação civil pública

é extraordinária ,   concorrente   (os entes legitimados podem atuar

ao mesmo tempo no pólo ativo da ação) e disjuntiva (nenhum dos

entes legitimados depende da concordância dos outros para mover a

ação civil pública).

As ações civis públicas poderão ser propostas pelo (a) (s):

a. Ministério Público.

- Tal legitimidade também está prevista no art. 129, III da CF.

-  O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará

obrigatoriamente como fiscal da lei.

b. Defensoria Pública.

- A lei 11.448/07 trouxe legitimidade para a Defensoria Pública,

consolidando entendimento tanto da doutrina quanto da

jurisprudência.

c. União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

d. Autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de

economia mista.

e. Associação que, concomitantemente:

e. a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei

civil;

e. b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio

ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência

ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Requisito da pré-constituição das associações:

Page 9: Processo Civil

Poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse

social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela

relevância do bem jurídico a ser protegido.

Litisconsórcio facultativo. Dois casos:

- Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas

habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.

- Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios

Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos

interesses e direitos que podem ser objeto de defesa através da ação

civil pública.

Desistência ou abandono da causa por associação legitimada:

Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por

associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado

assumirá a titularidade ativa.

O art. 3º estabelece que no caso de desistência infundada ou abandono da ação por qualquer um dos legitimados, o MP ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. O MP pode desistir? Dois entendimentos:- Não, tal e qual ocorre na ação penal pública- Pode, porque se aplica subsidiariamente o CPC, além disso se o MP pode requerer o arquivamento do inquérito civil, poderá também desistir da ação se achar que deve.

Concessão de liminar: art. 12:

Poderá ser concedido pelo juiz, com ou sem justificação prévia.

Decisão- Está sujeita a agravo.

Suspensão da execução da liminar:

A requerimento de pessoa jurídica de direito público

interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à

segurança e à economia pública, poderá o Presidente do

Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso

suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da

qual caberá  agravo  para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5

(cinco) dias a partir da publicação do ato.

Multa cominada liminarmente   :

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Só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão

favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver

configurado o descumprimento.

A multa reverte para o autor. Desde a data que ela é imposta, até a data de trânsito em julgado.

Petição inicial

Para instruí-la o interessado poderá requerer às autoridades

competentes as certidões e informações que julgar necessárias, a

serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias.

Legitimidade para promover a iniciativa do Ministério Público:

Qualquer pessoa , facultativamente;

Servidor público, obrigatoriamente.

Provocação da iniciativa do Ministério Público:

O interessado deverá ministrar-lhe informações sobre fatos que

constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de

convicção.

Juízes e tribunais :

Se, no exercício de suas funções, tiverem conhecimento de fatos que

possam ensejar a propositura da ação civil, remeterão peças ao

Ministério Público para as providências cabíveis.

Ministério Público:

Dois papéis:

- Intervém no processo como parte .

- Caso contrário, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei

Inquérito Civil:

Page 11: Processo Civil

Poderá ser instaurado pelo Ministério Público, sob sua presidência.

Para tanto, poderá:

Requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões,

informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o

qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis

Negativa de certidão ou informação:

Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, hipótese em que a

ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles documentos,

cabendo ao juiz requisitá-los.

Crime:

Recusa o retardamento ou a omissão de dados

técnicos indispensáveis à propositura da ação civil,

quando requisitados pelo Ministério Público. Constitui crime, punido

com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de

10 (dez) a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional –

ORTN

Arquivamento do Inquérito:

Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se

convencer da inexistência de fundamento para a propositura da

ação civil, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou

das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.

Nesse caso os autos do inquérito civil ou das peças de informação

arquivadas serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,

no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério

Público. Lá, será submetido a uma sessão para exame e deliberação,

onde a promoção de arquivamento será  homologada ou rejeitada.

Page 12: Processo Civil

Até que ocorra a sessão, poderão as associações

legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão

juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.

Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de

arquivamento:

Será designado, desde logo, outro órgão do Ministério Público

para o ajuizamento da ação.

Ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou

não fazer:

O juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida

ou a cessação da atividade nociva, sob pena de execução

específica, ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente

ou compatível, independentemente de requerimento do autor.

Havendo condenação em dinheiro:

A indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido

por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que

participarão necessariamente o Ministério Público e representante

da comunidade.

Os recursos serão destinados à reconstituição dos bens lesados.

Efeito suspensivo no recurso :

Poderá ser conferido pelo juiz para evitar dano irreparável à

parte.

Execução:

Em princípio, será promovida pela associação autora.

Será promovida pelo Ministério Público, após decorridos sessenta

dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a

associação autora tenha executada.

Facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

Efeitos da sentença civil em ação civil pública:

Page 13: Processo Civil

Fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência

territorial do órgão prolator.

Exceção ao efeito erga omnes:

Se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de

provas,   hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra

ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova .

Litigância de má-fé:

Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores

responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente

condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas,

sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.

Custas emolumentos, honorários periciais e despesas:

Nas ações civis públicas, não haverá adiantamento de custas,

emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas,

nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé.

Ação Popular – Lei nº 4717/65

“É o meio constitucional posto a disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contrato administrativo, ilegais ou lesivos ao patrimônio público, ao meio ambiente, a moralidade administrativa, ao patrimônio histórico e cultural, bem como pleitear a condenação dos responsáveis pela lesão em perdas e danos. Art. 5º, LXXIII da CF e art. 1º da mencionada Lei.”

Assim como o voto, a iniciativa popular, o plebiscito e o referendo, a

ação popular, corroborando o preceituado no art. 1º, parágrafo único da

CF/88, constituiu importante instrumento de democracia direta e participação

política. Busca-se a proteção da res publica, ou , utilizando uma nomenclatura

mais atualizada, tem por escopo a proteção dos interesses difusos.

 

Erário não é privado, apenas público.

Requisitos:

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Deve haver lesividade:

- Ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe

(entenda-se entidades da administração direta, indireta, incluindo

portanto as entidades paraestatais, como as empresas públicas,

sociedades de economia mista..., bem como toda pessoa jurídica

subvencionada com dinheiro público.

- À moralidade administrativa

- Ao meio ambiente

- Ao patrimônio histórico e cultural.

Requisito subjetivo:

Capacidade eleitoral (cidadão eleitor. Ex.: se estiver com os direitos

suspensos não poderá .

Ilegalidade do ato praticado pelo poder público ou entidade a

que ele participe.

Prazo prescricional:

Art. 21 – é de cinco anos a contar da publicidade do ato, quando se

tem a ciência desse ato.

Finalidade:

Preventiva: é ajuizada antes do ato, tentando não deixar ocorrer a

lesão. Ajuizada antes da consumação dos efeitos lesivos do ato.

Repressivo: é proposta após a ocorrência de ato lesivo

Competência:

As regras de competência dependerão da origem do ato ou omissão a

serem impugnados. Como exemplo, se o patrimônio lesado for da

Page 15: Processo Civil

União, competente será a justiça federal (art. 5º da Lei) e assim por

diante.

Cabe alertar que “a competência para julgar ação popular contra ato

de qualquer autoridade, até mesmo o presidente da república, é em

regra do juízo competente de primeiro grau. Precedentes. Julgado o

feito na primeira instância, se ficar configurado o impedimento de

mais da metade dos desembargadores para apreciar o recurso

voluntário ou a remessa obrigatória, ocorrerá a competência do

Supremo Tribunal Federal, com base na letra “n” do inciso I, segunda

parte, do art. 102 da CF. Assim, pode ser que, fugindo à regra geral

da competência do juízo de primeiro grau, caracteriza-se a

competência originária do STF para o julgamento da ação popular,

como nas hipóteses das alíneas “f” e “n” do art. 102 da Carta Magna.

O Juiz competente para conhecer e julgar a ação popular é o

responsável pelas causas envolventes dos interesses da União, do

Distrito Federal, do Estado e do Município, de acordo com a

organização judiciária local.

Havendo condenação, ou seja, a invalidação da medida impugnada,

restituirá o réu bens e valores e, ainda, pagará perdas e danos.

Recurso de ofício e apelação são as medidas cabíveis contra a

sentença. Competentes para julgar a ação popular são as Justiças

Federais nos casos de interesse da União e as Varas Especializadas

de acordo com a organização judiciária de cada Estado no caso de

interesse de cada um deles.

Interessando simultaneamente a União e outras pessoas, inclusive

pessoas físicas, o foro é o da primeira. Já no caso de existência de

interesse simultâneo do Estado Membro e do Município, o foro

competente será o estadual. A propositura da ação popular torna

prevento o juízo para todas as posteriores, com as mesmas pessoas e

os mesmos fundamentos. A competência é para os atos da União,

dos Estados, dos Municípios, do Distrito

Federal, das pessoas mantidas ou criadas por estas entidades, das

sociedades de que sejam acionistas e os das pessoas ou entidades

Page 16: Processo Civil

por elas subvencionadas ou em relação às quais tenham interesse

patrimonial.

Partes:

Só o cidadão que é eleitor.

Legitimidade:

A legitimidade do autor é para a maioria dos doutrinadores trata-se

de substituição processual, ou seja, defende em nome próprio

interesse da coletividade. Para os mais liberais e modernos a

legitimação é ordinária, ou seja, em nome próprio defende direito

próprio que é de sua participação na vida política do Estado.

Réus: art. 6º da Lei – pessoas jurídicas públicas ou privadas;

autoridades, funcionários ou administradores; beneficiários do ato

impugnado

Na legitimidade passiva, o litisconsórcio é necessário, podendo ser

simples (que não atinge a todos) ou unitário (que atinge a todos) com

relação à sentença.

Procedimento e Ação Popular Preventiva: A ação popular é ação especial constitucional, de rito ordinário regulada pelo CPC e pela Lei nº 4.717/65. Obedecendo os requisitos necessário para propositura da ação iniciado o processo: O Juiz despacha a inicial e ordena a citação dos réus, a intimação do Ministério Público e requisita documentos e informações a serem prestadas pelos réus que sejam importantes para a elucidação dos fatos. Para isso tem-se o prazo de quinze a trinta dias. A citação será feita no modo comum do CPC.

O prazo para a contestação é de vinte dias para todos os réus, prorrogável por mais vinte dias caso necessário para a produção da defesa, contados da juntada do último mandado de citação ou do transcurso do prazo do edital. Caso não exista requerimento de produção de provas até o despacho saneador, o juiz abrirá vista aos interessados por dez

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dias, para as alegações finais. Logo após, os autos irão para conclusão, devendo o juiz proferir sentença em 48 horas. No caso de requerimento de produção probatória, o rito será o ordinário, sendo então, de quinze dias o prazo para a prolatação de sentença.

Solução diversa e interessante é a que dá a lei no caso em que o autor popular desiste da ação ou dá causa à absolvição da instância. A partir desse momento serão publicados editais e, no prazo de noventa dias da sua última publicação, qualquer cidadão ou o Ministério Público poderão dar prosseguimento à ação. Sendo julgada procedente a demanda, o juiz invalidará os atos ilegais e condenará os responsáveis e os beneficiários dos mesmos a indenizarem em perdas e danos 7 os prejudicados, não se esquecendo que, quando proclamada a responsabilidade da administração pública e tendo a mesma que arcar com os prejuízos causados dolosa ou culposamente por seus funcionários, terá ela ação de regresso contra o agente causador do dano a ressarcir integralmente o erário público.

Já na improcedência do pedido popular, o responsável pela ação só arcará com as custas processuais e honorários advocatícios se for comprovada a sua má-fé ao intentá-la. A lei que regulamenta a ação popular não prevê a possibilidade da mesma ser utilizada preventivamente, a exemplo da lei do mandado de segurança na Lei nº 1.533/51, tendo-se a admitir assim a impossibilidade de ação popular preventiva. Entretanto, após o advento da Lei nº 6.513/77 que regula o cabimento desta ação contra atos lesivos ao patrimônio cultural, temos que admiti-la em razão do fato que os danos causados a este são, na maioria das vezes, irreparáveis. Regulamentação que reforçou este posicionamento foi o que possibilitou a concessão de medida liminar na ação popular. E, adicionamos aqui, as diversas liminares concedidas no país inteiro contra a venda do controle acionário da Companhia Vale do Rio Doce, entre outras. O rito procedimental será o ordinário, com alterações específicas, entretanto. São estas alterações a de obrigatoriedade de citação pessoal de todos os réus, a intimação do MP, a decisão sobre a concessão ou não de medida liminar, quando solicitada, requisição dos documentos indicados pelo autor na inicial, além de outros que lhe pareçam necessários, a possibilidade do processo ser feito sob segredo de justiça quando da ameaça à segurança nacional e sujeição, salvo justificativa comprovada, da autoridade que se negar a prestar as informações requeridas à pena de desobediência. Apresentação da defesa no prazo de vinte dias, com possibilidade de prorrogação por mais vinte dias.

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Aceitação de todos os meios de prova admitidos em direito, devendo as testemunhais e periciais serem solicitadas antes do saneamento do processo. Sentença prolatada em no máximo de quinze dias de conclusão dos autos, sob pena de perda da promoção de antigüidade, de tantos dias quantos forem os do retardamento. Liminar pode ser concedida. A sentença produzirá efeitos erga omnes, exceto se tiver sido a ação julgada improcedente por deficiência de provas, restando aí aberta a possibilidade de propositura da mesma desde que com novas provas. Da sentença caberá apelação, sendo a decisão denegatória sujeita ao duplo grau de jurisdição de ofício. Prescreve a ação no prazo de cinco anos, de acordo com a lei. Do papel do Ministério Público: Papel de destacada importância tem o MP nas ações populares. Podemos elencar como atribuições do mesmo o acompanhamento das ações ajuizadas em todos os seus termos, a atenção e cuidado para a devida celeridade de andamento, satisfatória instrução, exaurimento de instância, execução da sentença e devida efetivação das respectivas responsabilidades. Também não pode defender o ato ou os responsáveis pelo mesmo. Por último e não de somenos importância, caso o autor desista da ação já proposta por quaisquer motivos, o Ministério Público será o continuador da mesma até a solução final. O Ministério Público deve obrigatoriamente acompanhar a ação popular em toda a sua tramitação, como fiscal da lei - custos legis - apressar a produção de provas e promover a responsabilidade civil, penal ou ambas das pessoas respectivas.

É proibida a defesa do ato impugnado e seu autor pelo Ministério Público. Ainda são atribuições do MP adotar providências para obtenção das informações requeridas pelo Juiz da causa às entidades apontadas na inicial, além de outras que o mesmo entender necessárias para o deslinde da questão, promover a execução da sentença condenatória, no prazo de trinta dias, sob pena de falta grave, se o cidadão não o fizer no prazo de sessenta dias de sua prolação. O Ministério Público tem, sob pena de falta grave em virtude da omissão, o prazo de trinta dias após o esgotamento do prazo de sessenta dias de seu trânsito em julgado que tem o autor popular para a execução da sentença que lhe é favorável, para sua devida efetivação.

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Tem também funções que se dividem em facultativas e obrigatórias. As primeiras são as de dar continuidade ao processo em caso de desistência ou de absolvição de instância (extinção do processo, sem julgamento do mérito, por falta de providências a cargo do autor), podendo ainda qualquer cidadão fazê-lo no que concerne, inclusive à possibilidade de recorrer das decisões contrárias ao autor. Obrigatórias serão as de acompanhar a ação e apressar a produção da prova, promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, hipótese em que atuará como autor, providenciar para que as requisições de documentos e informações sejam atendidas dentro dos prazos fixados pelo juiz e promover a execução da sentença condenatória quando o autor não o fizer, nos trinta dias seguintes, decorridos sessenta dias de publicação da sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova respectiva execução. Não poderá, entretanto, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores. Sentença e Execução:

A sentença confirmadora da procedência do pedido invalidatório do ato impugnado deve conter o valor da lesão, caso já apurado e condenar a pessoa jurídica de onde emanou o ato e os seus diretos beneficiários a pagar as perdas e danos cabíveis, os réus, solidariamente, ao pagamento das custas e demais despesas judiciais e extrajudiciais, direta comprovadamente relacionadas com a questão, os honorários advocatícios, o pagamento pelos agentes responsáveis pela inadimplência danosa de quaisquer pagamentos dos mesmos acrescidos de juros de mora e multa legal ou contratual e, finalmente, a reposição pelos agentes responsáveis, com juros de mora, o devido por lesão causada pela execução simulada, fraudulenta ou irreal de contrato. Sendo julgada a ação improcedente e manifesta a má-fé do cidadão, haverá a condenação ao pagamento por este de dez vezes do valor das custas. Tal como está expresso nos termos da Constituição Federal e da Lei 4.717/65.

A sentença nesta ação está sujeita aos recursos elencados no CPC, sendo também os mesmos prazos e as mesmas partes da fase cognitória os competentes para propô-los, ou seja, qualquer cidadão e o Ministério Público. 10Impera o princípio do duplo grau de jurisdição quando da improcedência ou carência da ação, sendo a remessa ao tribunal de superior instância obrigatória.

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Deixando a mesma de produzir efeitos enquanto não for confirmada por este tribunal superior. Entretanto, sendo procedente a sentença, poderá apelar-se da mesma em quinze dias.