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1 1 DAMÁSIO Tema da aula: Teoria Geral dos Recursos Excepcionais. Recurso Especial (CPC atual e novo CPC) Eduardo Arruda Alvim 04.11.14 (19h) SISTEMA RECURSAL – TEORIA GERAL DOS RECURSOS RECURSOS - CONCEITO RECORRER É UM ÔNUS: RECURSOS E AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR – art. 22, I, CF OBJETIVO DOS RECURSOS: (1) Anular ou reformar a decisão recorrida : (2) esclarecer ou integrar a decisão recorrida: (3) uniformizar jurisprudência RECURSOS ORDINÁRIOS E RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS - matéria fática (S. 279 do STF e 7 do STJ) - não impede a requalificação jurídica destes fatos - Exaurimento de instância – reflexo: embargos infringentes; agravo interno do art. 557, § 1º do CPC - Exigência de prequestionamento

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Teoria Geral dos Recursos Excepcionais. Recurso Especial (CPCatual e novo CPC)

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DAMÁSIO

Tema da aula: Teoria Geral dos Recursos Excepcionais. Recurso Especial (CPC atual e novo CPC)

Eduardo Arruda Alvim

04.11.14 (19h)

SISTEMA RECURSAL – TEORIA GERAL DOS RECURSOS RECURSOS - CONCEITO RECORRER É UM ÔNUS: RECURSOS E AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO

COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR – art. 22, I, CF

OBJETIVO DOS RECURSOS: (1) Anular ou reformar a decisão recorrida : (2) esclarecer ou integrar a decisão recorrida: (3) uniformizar jurisprudência

RECURSOS ORDINÁRIOS E RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS

- matéria fática (S. 279 do STF e 7 do STJ) - não impede a requalificação jurídica destes fatos

- Exaurimento de instância – reflexo: embargos infringentes; agravo interno do art. 557, § 1º do CPC

- Exigência de prequestionamento

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RECURSOS DE FUNDAMENTAÇÃO LIVRE E RECURSOS DE FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA

PRINCÍPIOS RECURSAIS: A) duplo grau de jurisdição B) taxatividade C) princípio dispositivo D) princípio da correspondência: - Conceito - Redefinição do conceito de sentença (11.232/05). - A hipótese do §6º do art.273. - NCPC (art. 363) - § 6.º, do art. 273 – tratamento de julgamento antecipado parcial

do mérito – cabimento de agravo de instrumento (art. 363, § 4.º, do NCPC) “Art. 363. O juiz decidirá parcialmente o mérito, quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 362. § 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. § 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. Se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. § 3º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 4º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento”. - Despachos/despachos de mero expediente (a nova redação do 504, L. 11.276/06)

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E) singularidade recursal (princípio da unicidade): F) princípio da fungibilidade: - arts. 810 do CPC/39 e 244, 250 do CPC/73 - Fungibilidade recursal – princípio da instrumentalidade do processo - exceção casos erro grosseiro – existência de dúvida objetiva – boa-fé do

recorrente - o problema do menor prazo - conceito de sentença (L. 11.232/05) - Possíveis questionamentos: recurso cabível contra exclusão de litisconsortes à luz

do §1º do 162 ? Decisão que põe fim à liquidação – art 475-H ? Decisão que põe fim à impugnação - §3º do art.475-M ?

- exemplos atuais: 1. art. 395 – decisão que resolver incidente de falsidade de documento: a) instauração antes da audiência – cabimento de agravo / instauração após audiência - cabimento de apelação (autos apartados – 393)

- 2. Decisão que concede antecipação de tutela com base no § 6.º do art. 273 Literalidade do art. 810, CPC/39: “Art. 810. Salvo a hipótese de má-fé ou erro grosseiro, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro, devendo os autos ser enviados à Câmara, ou turma, a que competir o julgamento” O art. 809, CPC/39 – princípio da variabilidade: - A parte poderia variar de recurso, desde que o fizesse dentro ainda do prazo de interposição - Princípio não foi repetido no CPC/73 – é compatível, todavia, com o atual CPC? - Paulo Cezar Aragão e NNJ entendem que não, na medida em que vigora o princípio da consumação e o CPC/73 não trouxe qualquer exceção a esse respeito: NNJ: “Como a variabilidade se configura em exceção ao instituto da preclusão consumativa, deveria constar de texto expresso de lei para que se a permitisse. Isso não acontece na atual sistemática, pois o código não concedeu permissão para evitar-se a preclusão recursal consumativa. Esta nos parece ser a regra geral em matéria de

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recursos; uma vez já exercido o direito de recorrer, consumou-se a oportunidade de fazê-lo, de sorte a impedir que o recorrente torne a impugnar o pronunciamento judicial já impugnado”. Literalidade – CPC/39: “Art. 809. A parte poderá variar de recurso dentro do prazo legal, não podendo, todavia, usar, ao mesmo tempo, de mais de um recurso”

G) princ. da consumação e princípio da preclusão consumativa - razões inconformismo – não pode aditar, mas pode desistir - art. 511, § 2.º - preparo – complementação - Entendimento STJ – possibilidade de preparo no primeiro dia útil seguinte se

recurso for protocolado após expediente bancário REsp 924.649/RS NCPC – falta de preparo implica no recolhimento em dobro, sob pena de deserção Art. 1.020. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. § 1º São dispensados de preparo e do porte de remessa e retorno os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. § 2º A insuficiência no valor do preparo ou do porte de remessa e retorno implicará deserção, se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de cinco dias. § 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e retorno no processo em autos eletrônicos. § 4º O recorrente que não comprovar o recolhimento do preparo e do porte de remessa e retorno no ato de interposição do recurso será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. § 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo ou do porte de remessa e retorno no recolhimento realizado na forma do § 4º. § 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de cinco dias para efetuar o preparo. § 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de cinco dias.

H) Princípio da personalidade dos recursos - princípio da independência dos litisconsortes – art.48 - decorre do princípio dispositivo - art.509, caput do CPC – cunho expletivo

- parágrafo único, 509 – solidariedade passiva - litisconsórcio simples (art.46, I) – ex: recurso do devedor principal aproveita ao fiador se defesas forem comuns.

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NCPC – manteve a mesma sistemática (ver art. 1018 do NCPC abaixo) “Art. 1.018. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros, quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns”. Redação aprovada no Senado era mais abrangente – bastava que as questões de fato e de direito fossem comuns (ver art. 959, abaixo, na versão aprovada no Senado) “Art. 959 O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, desde que comuns as questões de fato e de direito.

Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros, quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns”.

I) dialeticidade dos recursos J) irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias - Processo não pode ser paralisado - Art. 522, nova redação (L. 11.187/05) - Art.527, II – conversão do ai em retido - Art. 527 c/c 558 - Art. 558 – mitigação deste princípio

EFEITOS DOS RECURSOS

(1) prolongam estado de litispend. e impedem preclusão

- conhecimento / não conhecimento: - problema do prazo da rescisória

- Súmula 401/STJ

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- Projeto do NCPC – superação da Súmula 401 (pelo menos quanto à interpretação no sentido de que não cabe o trânsito em julgado parcial)

a) Admite-se o trânsito em julgado parcial no projeto (art. 363, NCPC)

b) Prazo da rescisória se inicia do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo (ver art. 987)

Ver dispositivos do NCPC abaixo:

“Art. 363. O juiz decidirá parcialmente o mérito, quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 362. § 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. § 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. Se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. § 3º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 4º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. Art. 514. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. §1º O disposto no caputaplica-se à resolução da questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se: I – dessa resolução depender o julgamento do mérito; II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. §2º A hipótese do §1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. Art. 987. O direito de propor ação rescisória se extingue em dois anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. § 1º Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense. § 2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 978, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de cinco anos, contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. § 3º Nas hipóteses de simulação ou colusão das partes, o prazo começa a contar para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão. Art. 1.015. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte”.

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(2) devolutivo

- Todo o recurso possui – regra geral: art. 515, caput

- No especial é diferente. Na apelação é amplo

- Importância distinção recursos ordinários e extraordinários

(3) suspensivo

- Manter suspensa eficácia decisão impugnada

- Efeito suspensivo inato e adquirido – críticas à regra do art.520

- Efeito suspensivo da apelação no NCPC (ver tabelas abaixo)

CPC/73 Anteprojeto do NCPC Projeto aprovado no

Senado Projeto aprovado no Plenário da Câmara

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Art. 497. O recurso extraordinário e o recurso especial não impedem a execução da sentença; a interposição do agravo de instrumento não obsta o andamento do processo, ressalvado o disposto no art. 558 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.038, de 25.5.1990)

Art. 908. Os recursos, salvo disposição legal em sentido diverso, não impedem a eficácia da decisão. § 1º A eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se demonstrada probabilidade de provimento do recurso. § 2º O pedido de efeito suspensivo durante o processamento do recurso em primeiro grau será dirigido ao tribunal, em petição autônoma, que terá prioridade na distribuição e tornará prevento o relator.

Art. 949. Os recursos, salvo disposição legal em sentido diverso, não impedem a eficácia da decisão. § 1º A eficácia da decisão poderá ser suspensa pelo relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso, ou, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou difícil reparação, observado o art. 968. § 2º O pedido de efeito suspensivo do recurso será dirigido ao tribunal, em petição autônoma, que terá prioridade na distribuição e tornará prevento o relator. § 3º Quando se tratar de pedido de efeito suspensivo a recurso de apelação, o protocolo da petição a que se refere o § 2º impede a eficácia da sentença até que seja apreciado pelo relator. § 4º É irrecorrível a decisão do relator que conceder o efeito suspensivo.

Art. 1.008. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.

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Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) I - homologar a divisão ou a demarcação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) II - condenar à prestação de alimentos; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) III - (Revogado pela Lei nº 11.232, de 2005) IV - decidir o processo cautelar; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. (Incluído pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996) VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)

Art. 928. Atribuído efeito suspensivo à apelação, o juiz não poderá inovar no processo; recebida sem efeito suspensivo, o apelado poderá promover, desde logo, a execução provisória da sentença.

Art. 968. A atribuição de efeito suspensivo à apelação obsta a eficácia da sentença.

Art. 1.025. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I – homologa divisão ou demarcação de terras; II – condena a pagar alimentos; III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V – confirma, concede ou revoga tutela antecipada; VI – decreta a interdição. § 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. § 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I – tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; II – relator, se já distribuída a apelação. § 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso, ou, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou difícil reparação.

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Medidas: cautelar, agravo (após pedido ao juiz de primeiro grau) e petição simples. Propugna-se, no sistema vigente, pela adoção do princípio da fungibilidade, diante da incerteza do meio, que se reflete na jurisprudência.

Medida: petição autônoma, dirigida ao tribunal – (§ 2.º, art. 908).

Medida: petição simples, dirigida ao tribunal (§ 2.º, art. 949, acima). Protocolo da petição já suspende a eficácia da decisão.

Medida: Requerimento ao tribunal ou relator (se apelação tiver sido distribuída)

Conclusões:

a) CPC/73:

- Recursos, em geral, têm efeito suspensivo

- Apelação tem efeito suspensivo

- Meios para se pleitear efeito suspensivo à apelação varia – admite-se cautelar, agravo e petição simples

b) Anteprojeto do NCPC

- Recursos, em geral, não têm efeito suspensivo

- Apelação não tem efeito suspensivo

- Meio para se pleitear ef. Suspensivo é petição autônoma dirigida ao tribunal

c) Projeto aprovado no Senado

- Recursos, em geral, não têm efeito suspensivo

- Apelação não tem efeito suspensivo

- Meio para se pleitear ef. Suspensivo é petição autônoma dirigida ao tribunal – protocolo da petição já tem o condão de suspender

d) Projeto aprovado no Plenário da Câmara dos Deputados

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- Recursos, em geral, não têm efeitos suspensivo

- Apelação tem efeito suspensivo - Meios para se pleitear o ef. Suspensivo: a) requerimento ao tribunal ou ao relator (se apelação tiver sido distribuída)

(4) efeito expansivo

- afetação da esfera jurídica de outras pessoas que não o recorrente.

- subjetivo: litisconsórcio unitário (caput do 509) – considerar tb. a regra do p.u. do 509, em que o litisconsórcio não é unitário

- expansivo objetivo interno: reconhecimento de matérias de ordem pública a despeito de pedido expresso

- efeito expansivo objetivo externo: provimento do recurso atinge outros atos processuais praticados posteriormente àquela decisão e dela logicamente dependentes - se dá com provimento do agravo de instrumento – atos praticados após sua interposição (se provido o agravo), são considerados sem efeito – ex: art. 113, § 2.º e 475-O, II

(5) efeito translativo:

- §§ 1º e 2º art. 515

- Questões de ordem pública

- Recursos extraordinário – efeito translativo e prequestionamento – diferentes posições

- § 3.º, art. 515 – possibilidade de discussão do mérito em primeira mão na apelação – não há inconstitucionalidade – duplo grau admite mitigações

- Cabimento (ef. translativo): (i) a causa versar questão exclusivamente de direito e (ii) estiver em condições de julgamento - art. 330, I. Embora a lei utilize-se da conjunção aditiva “e”, tem-se que, para que o tribunal passe ao julgamento da causa, basta que a causa já esteja madura para julgamento

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- Não cabe se não foi oportunizada a defesa ao réu – também não cabe se há provas a serem produzidas

- Incidência § 3.º a outros recursos (ordinários) – mas não extraord., pois estes dependem sempre de prequestionamento, além de pedido expresso

Orientação do STJ – não aplicação do ef. translativo ao REsp PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO DE LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI E ERRO DE FATO. ART. 485, INCISOS V E IX, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. DISCUSSÃO ACERCA DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RESCINDENDO. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DE LEI ESTADUAL. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 7/STJ E 280/STF. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. NECESSIDADE DE PREQUESTIONAMENTO. (...). 3. Encontra-se superado o entendimento de que é possível conhecer das questões de ordem pública de ofício, ainda que não prequestionadas ou suscitadas, na excepcional hipótese de o recurso especial ter sido conhecido por outros fundamentos, em razão do efeito translativo. 4. A Corte Especial do STJ entende que mesmo as matérias de ordem pública necessitam estar devidamente prequestionadas para ensejar o conhecimento do recurso especial, o que não ocorreu na hipótese dos autos. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EDcl no REsp 1375270/MS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/06/2013, DJe 28/06/2013) PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. FATO NOVO. CONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. PREQUESTIONAMENTO. NECESSIDADE. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. No âmbito dos embargos de divergência, não é possível modificar a base fática da controvérsia, sendo irrelevantes as alterações ocorridas posteriormente ao julgamento do recurso especial. Matéria pacificada pela Corte Especial. 2. Segundo a firme jurisprudência do STJ, na instância extraordinária, as questões de ordem pública apenas podem ser conhecidas, caso atendido o requisito do prequestionamento. Aplica-se, no caso, o óbice da Súmula 168/STJ. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg nos EREsp 999342/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, CORTE ESPECIAL, julgado em 24/11/2011, DJe 01/02/2012)

Orientação do STJ – Não aplicação do art. 515, § 3.º, ao Recurso Especial PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AFASTAMENTO DA PRESCRIÇÃO EM SEDE DE AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RETORNO DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM. NECESSIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA TEORIA DA CAUSA MADURA EM RECURSO ESPECIAL. 1. Afastada a prescrição, é necessário o retorno dos autos ao Tribunal de origem para a análise do mérito da causa, uma vez que a teoria da causa madura não é aplicada em sede de recurso especial. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 294.137/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/06/2013, DJe 10/06/2013)

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PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. CORREÇÃO MONETÁRIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS. ANO-BASE 1990. APLICAÇÃO DA TEORIA DA CAUSA MADURA (DO ART. 515, § 3º, DO CPC) NA INSTÂNCIA ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. Hipótese em que o acórdão embargado, embora tenha reconhecido a pretensão recursal do contribuinte restrita ao afastamento da preliminar (carência de ação), utilizada pelo Tribunal de origem para extinguir o feito sem o julgamento de mérito, apreciou e julgou, desde logo, o próprio mérito da causa, afastando o IPC/IBGE como índice de correção monetária das demonstrações financeiras do ano-base de 1990. 2. Embargos de divergência em que se suscita dissídio jurisprudencial acerca da aplicação do art. 515, § 3º, do CPC na instância especial. 3. O art. 105, inciso III, da Constituição da República preconiza que cabe ao Superior Tribunal de Justiça "julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios". Daí se conclui que não é permitido ao STJ, no exercício de sua jurisdição especial (extraordinária), prosseguir no julgamento tocante à questão de fundo, quando o tribunal a quo, em face do acolhimento de determinada preliminar, extingue o feito sem proferir efetivo juízo de valor sobre o mérito da causa. 4. Ademais, a denominada "teoria da causa madura" está inserida em parágrafo (§ 3º) de artigo do Código de Processo Civil que disciplina o efeito devolutivo da apelação (art. 515), que é amplo (§ 1º) e não está adstrito à fundamentação utilizada na sentença (§ 2º), características essas que não se verificam no recurso especial, cuja admissibilidade, como visto, pressupõe prequestionamento e, portanto, fundamentação vinculada às questões indubitavelmente decididas pela Corte de origem. 5. Embargos de divergência providos para, afastada a preliminar de carência de ação pelo acórdão que decidiu o recurso especial, determinar o retorno dos autos ao Tribunal de origem a fim de que prossiga no julgamento da remessa necessária e da apelação da Fazenda Nacional. (EREsp 1062962/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 06/11/2009) PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. DESPACHO MERO EXPEDIENTE. CONTEÚDO DECISÓRIO. GRAVAME À PARTE. AGRAVO. CABIMENTO. 1. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o Tribunal de origem pronuncia-se de forma clara e precisa sobre a questão posta nos autos. 2. Independentemente do nome que se dê ao provimento jurisdicional, é importante deixar claro que, para que ele seja recorrível, basta que possua algum conteúdo decisório capaz de gerar prejuízo às partes. 3. Na hipótese, o provimento judicial impugnado por meio de agravo possui carga decisória, não se tratando de mero impulso processual. 4. A teoria da causa madura, tratada no art. 515, § 3º, do CPC, que permite ao tribunal julgar desde logo a lide, quando a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento, é inaplicável na hipótese por força do requisito do prequestionamento. 5. Recurso especial provido. (REsp 1307481/MA, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/05/2013, DJe 24/05/2013)

Orientação do STJ – 515, § 3.º - incidência nos tribunais locais, mesmo não havendo pedido expresso

AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - RESPONSABILIDADE CIVIL - ERRO MÉDICO - DANOS MORAIS - INEXISTÊNCIA - CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA - REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 7/STJ - APLICAÇÃO DA TEORIA DA CAUSA MADURA - DECISÃO AGRAVADA MANTIDA - IMPROVIMENTO.

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1.- A competência desta Corte restringe-se à interpretação e uniformização do direito infraconstitucional federal, restando impossibilitado o exame de eventual violação a dispositivos e princípios constitucionais sob pena de usurpação da competência atribuída ao Supremo Tribunal Federal. 2.- Sendo o magistrado o destinatário da prova, e a ele cabe decidir sobre o necessário à formação do próprio convencimento. Desse modo, a apuração da suficiência dos elementos probatórios que justificaram o indeferimento do pedido de produção de provas demanda reexame do contexto fático-probatório, providência vedada pela Súmula 7/STJ. Precedentes. 3.- No que se refere à análise do mérito do feito pelo Tribunal a quo, "conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, ainda que não exista pedido expresso da parte recorrente, afastada a extinção do processo sem exame do mérito, pode o Tribunal, de imediato, julgar o feito, caso a controvérsia se refira a questão de direito, tendo em vista a teoria da causa madura, com fulcro no art. 515, § 3º, do CPC" (AgRg nos EDcl no REsp 1.142.225/PA, Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, DJe 29.6.2012). 4.- Ultrapassar os fundamentos do Acórdão e acolher a tese sustentada pela Agravante, reconhecendo a culpa afastada pelo Tribunal a quo, demandaria inevitavelmente, o reexame de provas, incidindo, à espécie, o óbice da Súmula 7 desta Corte. 5.- Agravo Regimental improvido. (AgRg no AREsp 292.166/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/04/2013, DJe 03/05/2013) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. ICMS. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. SENTENÇA PROFERIDA SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. ARTIGO 515, § 3º, DO CPC. APLICABILIDADE DA TEORIA DA CAUSA MADURA. 1. Afasta-se a alegada violação do art. 535 do CPC, porquanto não viola tal dispositivo, tampouco nega a prestação jurisdicional, o acórdão que adota fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia, conforme ocorreu no acórdão em exame, não se podendo cogitar sua nulidade. 2. Ademais, consoante entendimento pacífico do STJ, extinto o processo sem julgamento de mérito, o Tribunal pode de imediato julgar o feito, ainda que inexista pedido expresso nesse sentido, caso a controvérsia trate de questão de direito, tese conhecida como teoria da causa madura. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1192287/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/05/2011, DJe 10/05/2011)

(6) substitutivo – 512 - na medida em que for conhecido

JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS

Considerações iniciais:

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- Preenchimento para apreciação do mérito recursal

- ¹ juízo de mérito – implicações práticas – efeito substitutivo (art. 512) / função rescindente

A) Efeito substitutivo – conhecimento + improvimento ou provimento (desde que error in judicando)

B) Função rescindente – conhecimento + provimento (desde que error in procedendo)

- Questões preliminares e prejudiciais: questões prévias

- Juízo de admissibilidade bi-partido (diferido): – Juízo adm. Órgão a quo é sempre provisório

- Inexiste interesse em recorrer contra a decisão do juízo a quo pela admissibilidade

- Requisitos admissibilidade: matéria de ordem pública

- Agravo art.544 - agravo de decisão denegatória de seguimento de recurso especial (ou extraordinário) será, no STJ (ou no STF), apreciado pelo relator (art.545) e, uma vez improvido, caberá recurso para a turma julgadora no prazo de cinco dias (art.545).

- Momento para aferir presença requisitos admissibilidade recursos: para o órgão a quo normalmente, no momento em que é interposto – art. 518 – possibilidade retratação qto à admissibilidade (518, § 2.º, Lei 11.276/06) – para órgão ad quem até apreciação mérito recursal (art. 561)

Novo CPC – Resp e RE – exclusão do juízo de admissibilidade diferido: Art. 1.042. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos

perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão: I – a exposição do fato e do direito; II – a demonstração do cabimento do recurso interposto; III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. § 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência com a certidão,

cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte; em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados devem ser mencionadas.

§ 2º Quando o recurso estiver fundado em dissídio jurisprudencial, é vedado ao órgão jurisdicional inadmiti-lo com base em fundamento genérico de que as circunstâncias fáticas são diferentes, sem demonstrar a existência da distinção.

§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.

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§ 4º Quando, por ocasião de incidente de resolução de demandas repetitivas, o presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber requerimento de suspensão de processos em que se discuta questão federal constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, estender a eficácia da medida a todo o território nacional, até ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial interposto.

§ 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou especial poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:

I – tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a interposição do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;

II – relator, se já distribuído o recurso; III – ao presidente ou vice-presidente do tribunal local, no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art.

1.050. ....................................................................................................... Art. 1.043. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar

contrarrazões no prazo de quinze dias. Parágrafo único. Findo esse prazo, serão os autos remetidos ao respectivo tribunal superior, independentemente de

juízo de admissibilidade.

Requisitos genéricos de admissibilidade dos recursos:

- Classificação Barbosa Moreira – intrínsecos (existência do poder de recorrer), intrínsecos (modo de exercer o recurso) – NNJr. requisitos de admissibilidade dos recurso em intrínsecos (decisão recorrida) e extrínsecos (dados alheios à decisão impugnada)

- Inexistência de fato impeditivo ou extintivo – NNJ (extínseco) / BM (intrínseco)

Requisitos intrínsecos de admissibilidade:

A) Cabimento:

- Diz respeito à (1) à previsão do meio impugnativo utilizado e (2) à sua adequação à situação processual específica.

- É matéria de processo e não de procedimento – disciplina só Constituição Federal ou leis federais

- Diferença regime do CPC/73 em relação ao CPC/39:

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- Despachos versus decisões interlocutórias, não há mais a denominação despachos de “mero expediente”

- Princípio da singularidade recursal – a decisão é incindível

- Art. 498, CPC - exceção ao princípio da singularidade recursal

B) Legitimidade para recorrer:

- art. 499: (i) as partes; (ii) o Ministério Público; e (iii) o terceiro prejudicado.

- Legitimação ¹ interesse recursal

- Juiz só tem legitimidade se for parte em incidente processual, tal como sucede, p.ex., na exceção de impedimento ou suspeição

- Parte: funciona no processo: autor, réu, assistente litisconsorcial, opoente, denunciado da lide, o chamado ao processo e o nomeado à autoria (desde que aceita) e o assistente simples

- MP: se atuar como parte ou como fiscal da lei (custos legis) - § 2.º do art. 499 – Amplitude legitimidade: Súmula 226, do STJ: “O Ministério Público tem legitimidade para recorrer na ação de acidente de trabalho, ainda que o segurado esteja assistido por advogado” – Pode ainda que não tenha atuado na primeira instância – Mas não está obrigado a recorrer

- Terceiro prejudicado: aquele que poderia ter sido assistente, simples (art. 50) ou litisconsorcial (art. 54). Prazo do recurso de terceiro prejudicado.

- Terceiro prejudicado e os recursos extraordinários (necessidade de prequestionamento)

- A hipótese do litisconsorte necessário excluído – ação declaratória de inexistência do julgado por falta de pressuposto processual de existência (citação)

- Legitimidade do advogado – Lei 8.906 – art. 23 - Advogado pode executar – pode recorrer

- Dificuldade em encartar a figura do advogado no art. 499 do CPC

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C) Interesse recursal:

- corresponde ao interesse processual

- Art. 499 – “parte vencida” – opinião Barbosa Moreira

- Necessidade em recorrer / Utilidade em recorrer

- Não há interesse em recorrer dos fundamentos da decisão – Exceções: decisão em ação popular (quando há coisa julgada secundum eventum litis)

- Situações práticas: (a) há interesse do réu em recorrer sentença de carência para obter improcedência, (b) réu pode recorrer de sentença em ação popular julgada improcedente por insuficiência provas para obter pura improcedência; (c) interesse autor em recorrer de sentença nula (citra (infra), extra ou ultra petita); (d) interesse autor sentença q. não examina pedidos em cumulação sucessiva (art. 289); (e) há interesse em recorrer, se o processo está maduro para ser julgado e converte-se indevidamente o julgamento em diligência, ou então se se determina dilação probatória em caso que comporta julgamento antecipado da lide.

- Interesse MP: funções típicas – interesse é presumido / se atua como parte privada (p. ex. art. 9.º, II – deve demonstrar interesse)

- Interesse do terceiro prejudicado: deve demonstrar nexo entre seu interesse em impugnar a decisão e a relação jurídica por ela decidida

Requisitos extrínsecos de admissibilidade:

A) Tempestividade

- interposição no prazo, sob pena de preclusão – art. 508

- Lei 9.800, de 26.05.1999- utilização de fac-símile (fax) para a prática de atos – Problema: lei não obriga órgãos a disponibilizarem equipamentos recepção

- Podem utilizar prerrogativa: partes e MP - juiz não

- Não juntada originais: não conhecimento do recurso

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- Horário prática atos processuais: art. 172 - horário expediente forense – lei de organização judiciária local

- Prazo revel: independentemente de intimação. Início fluência do prazo: da intimação da sentença, feita pelo Diário Oficial, e não da data do registro da sentença em cartório – art. 322 – Lei 11.280/06.

- Art. 188 – prazo em dobro para Fazenda Pública, autarquias e fundações e MP – sentido amplo de “parte” – MP aproveita-se desse benefício (parte e custos legis)

- O problema do recolhimento do preparo no dia seguinte e a letra do art.511 do CPC. Posição atual do STJ.

- Art. 506, par. único, redação da Lei 11.276/06: – Possibilidade de protocolo integrado – V. arts. 542 e 547 CPC - problema das instâncias especiais - Súmula 256/STJ: “O sistema de ‘protocolo integrado’ não se aplica aos recursos dirigidos ao Superior Tribunal de Justiça.” - Julgando o AgRg no Ag 792.846-SP, na sessão de 21/05/2008, a Corte Especial deliberou pelo CANCELAMENTO da súmula n. 256

- Prazo em dobro e processo eletrônico (TRF4, TJGO)

Julgado do TRF/4.ª Região – Inaplicabilidade do prazo em dobro para o processo eletrônico

PRAZO EM DOBRO. ART. 191 DO CPC. LITISCONSÓRCIO COM DIVERSIDADE DE PROCURADORES. PROCESSO ELETRÔNICO. DESNECESSIDADE. O artigo 191 deve ser interpretado de forma teleológica, isto é, de forma a atender à finalidade da norma, respeitando os princípios da utilidade, igualdade e da ampla defesa. Assim, a regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao processo eletrônico, posto que não se fazem mais presentes as restrições para vista dos autos. Agravo desprovido. (TRF4 5001481-41.2012.404.0000, Terceira Turma, Relator p/ Acórdão Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, D.E. 24/05/2012)

Julgados do TRF/2.ª Região e TRF/4.ª Região – Aplicação do prazo em dobro para o processo eletrônico

“O escopo do dispositivo [art. 191] é o de garantir a ampla defesa e o contraditório, mormente porque, sendo o prazo comum, de regra, os procuradores só teriam vista dos autos em cartório, podendo retirá-los somente após prévio ajuste e por petição, como previsto no § 2º, do art. 40, do CPC. II. A despeito

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de não se vislumbrar prejuízo aos litisconsortes, mormente porque, no processo eletrônico, os procuradores teriam simultaneamente disponível a integralidade das peças dos autos, devem às partes ser conferido prazo em dobro, vez que a Lei nº 11.419, de 19 de dezembro 2006, que dispôs sobre a informatização do processo judicial, não revogara ou afastara a incidência do art. 191, do CPC, tampouco criara qualquer exceção à aplicação deste dispositivo no processo eletrônico” (cf. AI 0015332-92.2012.4.02.0000, Rel. Des. Sergio Schwaitzer; DEJF 06/12/2012, p. 431)

“TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. PROCESSO ELETRÔNICO. PRAZO EM DOBRO. ART. 191 DO CPC. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. EFEITOS DA SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Havendo litisconsórcio passivo, com procuradores diferentes, contando-se em dobro o prazo para defesa, aplicando-se a regra disposta no art. 191 do CPC ao processo eletrônico, sob pena de ofensa ao princípio da ampla defesa. 2. Os efeitos irradiados pela sentença transitada em julgado proferida no bojo dos autos nº 2001.70.01.000495-1 atingem, não só a relação jurídica tributária preexistente a seu ajuizamento, como também aquela relativa a eventos posteriores ao mesmo. Ausência de interesse de agir configurada. 3. A verba honorária fixada na sentença mostra-se adequada e de acordo com os parâmetros desta Turma” (TRF4, AC 5009581-65.2011.404.7001, Segunda Turma, Relatora p/ Acórdão Luciane Amaral Corrêa Münch, D.E. 12/12/2012).

B) Regularidade formal

- Devem estar previstos em lei - órgãos judiciários não podem criar exigências não constantes da lei federal.

- Recurso deve ser fundamentado – princípio dialeticidade – conseqüência inobservância: não conhecimento

- Lei 9.135/95: peças obrigatórias – em alguns casos não são suficientes as peças obrigatórias – conceito de peças essenciais à compreensão da controvérsia

- Regularidade RESp/RE rigorosa: não se aplica o princípio do iura novit curia -necessidade de prequestionamento e pedido expresso – atenuação da idéia de que não se aplica o iura novit curia

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C) Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer

- Fatos extintivos do direito de recorrer: pode ser pela renúncia ao direito de recorrer (art. 502) ou aquiescência (art. 503)

- (1) renúncia ao direito de recorrer (art. 502)

- Renúncia ao direito de recorrer pactuada previamente à prolação da decisão: possibilidade, deve ser bilateral – entendimento de NNJ;

- Independe da causa envolver direitos disponíveis ou indisponíveis.

- Se houver renúncia: juiz deve conhecer de ofício. Se renúncia não foi manifestada nos autos, deve recorrido levá-la ao conhecimento do juiz (exceção de renúncia) – juiz deve condenar litigância de má-fé.

- Em caso de dúvida s/ extensão: interpretação restritiva, em favor do renunciante

- Renúncia independe da aquiescência do litisconsorte, mas efeitos são distintos: (a) litisconsórcio unitário: não impede que o provimento do recurso de outro litisconsorte beneficie aquele que renunciou; (b) litisconsórcio simples: o provimento do recurso do litisconsorte não renunciante não beneficia aquele que renunciou, aplicando-se a regra geral da independência de tratamento entre os litisconsortes (art. 48).

- (2) Aquiescência à decisão (art. 503):

- forma expressa ou tácita.

- Deve ser interpretada restritivamente

- Se houver litisconsórcio: mesmos efeitos acima (da renúncia)

- Fatos impeditivos do direito de recorrer: reconhecimento jurídico do pedido, renúncia ao direito s/ o qual se funda a ação, desistência do recurso ou da própria ação.

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- (1) Reconhecimento do pedido ou renúncia ao direito sobre que se funda a ação: enseja ausência de interesse recursal – exceção: se se pretender discutir, no recurso, o âmbito do reconhecimento ou da renúncia – direitos disponíveis

- (2) Desistência do recurso (ou da ação) – previsão - § 4.º do art. 267 - depende do consentimento do réu, se já tiver transcorrido o prazo de resposta - Desistência do recurso é ato unilateral, disciplinado pelo art. 501 – Pode ser tácita – Pode desistir até início julgamento recurso

- Desistência deve ser interpretada restritivamente

- Procuração s/ poderes específicos - não confere poderes p/ reconhecer, desistir ou renunciar

- Desistência e regime de Resp repetitivo – Lei 11.672/08 - STJ, QO no REsp 1063343/RS, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Corte Especial, julgado em 17/12/2008, DJe 04/06/2009

D) Preparo:

- Art. 511, CPC: preparo deve ser simultâneo

- Ocorrência de preclusão

- § 2.º do art. 511 – complemento do preparo – aqui se incluiria, segundo entendimento STJ, o porte – interpretação desse dispositivo

- Dispensa preparo de alguns recursos (agravo retido e EmDecl).

- Dispensa pagamento preparo: MP, União, Estados, Municípios e respectivas autarquias (administração descentralizada), ex vi do parágrafo único do art. 511.

- Estados e a União podem isentar outras hipóteses do pagamento de preparo (parágrafo único do art. 511, parte final)

- Pena de deserção – pode ser afastada se provar justo impedimento. Critério “justo impedimento”: art. 183, § 1.º, CPC

- Decisão que releva preparo é irrecorrível; decisão que indefere a relevação de pena

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de deserção, por evidente, é agravável.

- Litisconsortes: cada qual deverá pagar o seu preparo, ainda q. se trate de litisconsórcio unitário (art. 509). Decisão q. decreta deserção de 1 litisc. unitário é inócua

- Instituição financeira – fechamento antes do expediente forense – é divergente

- Recolhimento do preparo da apelação s/ valor da condenação e não s/ valor causa

Recurso adesivo

- admissível na apelação, REsp, RExt e nos embargos infringentes

- subordinação

- mesmas regras do recurso principal (art. 500, parágrafo único).

- visa a diminuir o número de impugnações,

- Prazo: 15 dias parte final do inc. I do art. 500)

- Cabe sempre que houver sucumbência recíproca.

Outras questões quanto ao NCPC – Teoria Geral dos Recursos e

Recursos Ordinários 1) O projeto do NCPC – a questão da declaração de inconstitucionalidade (incidental) e

a inexigibilidade do título)

ART. 541, §§ 10, 11 e 12, DO NCPC (abaixo) § 10 diz que controle de constitucionalidade pode ser concentrado ou difuso § 11 permite a modulação de efeitos, em atenção à segurança jurídica § 12 diz que decisão do STF deve ser anterior ao trânsito em julgado. Se for posterior, cabe rescisória.

“Art. 539. Transcorrido o prazo previsto no art. 537 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de quinze dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: I – falta ou nulidade da citação, se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II – ilegitimidade de parte;

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III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV – penhora incorreta ou avaliação errônea; V – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença. § 2º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148. § 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. § 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento; se houver outro fundamento, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. § 5º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação. O juiz poderá, entretanto, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir à impugnação efeito suspensivo, se relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou redução da penhora e de avaliação dos bens. § 6º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. § 7º A concessão de efeito suspensivo à impugnação por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante. § 8º Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz. § 9º As questões relativas a fato superveniente ao fim do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas pelo executado por simples petição. Em qualquer dos casos, o executado tem o prazo de quinze dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato. § 10. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação documentada em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 11. No caso do § 10, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. § 12. A decisão do Supremo Tribunal Federal a que se refere o § 10 deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda; se proferida após o trânsito em julgado, caberá ação rescisória, observado, sempre, o prazo previsto no art. 987, contado do trânsito em julgado da decisão exequenda.

2) Projeto NCPC – Supressão da admissibilidade pelo juízo de 1.º grau (não há dispositivo semelhante ao vigente 518, § 1.º) – v. art. 1023, § 4.º, abaixo.

Art. 1.023. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: I – os nomes e a qualificação das partes; II – a exposição do fato e do direito; III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; IV – o pedido de nova decisão.

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§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de quinze dias. § 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões. § 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente

de juízo de admissibilidade.

3) Apelação de decisão fundada no art. 285-A: - Juízo de retratação – 5 dias - §1.º do art. 285-A - Regime recursal de que tratam os §§1.º e 2.º do art. 285-A se assemelha àquele do art. 296. - Retratação do juiz: cita-se réu para prosseguimento do feito - Não havendo retratação: mantém-se a sentença improcedência - O réu é citado para responder ao recurso interposto e acompanhar os demais termos do processo. - Cabe ao réu, nas contra-razões deduzir toda matéria de defesa – amplo efeito

devolutivo da apelação. - De outro lado: Tribunal der provimento ao recurso, o réu deverá ser intimado

para apresentar contestação

Soluções do NCPC: Verificar art. 241 do NCPC: Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do julgamento. Apelação contra indeferimento da inicial: - Réu não é citado para contra-arrazoar apelação - Provida apelação, réu é citado para apresentar resposta - Não provida a apelação ou se não interposta, réu deve ser intimado do trânsito em julgado “Art. 332. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se. § 1º Se houver retratação, o juiz determinará a citação do réu para apresentar resposta. § 2º Se não houver retratação, o juiz determinará a remessa da apelação ao tribunal, hipótese em que o réu não será citado para apresentar contrarrazões. Provida a apelação, o réu será citado para apresentar sua resposta. § 3º Não interposta ou não provida a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença”.

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Apelação contra julgamento liminar de improcedência (atual 285-A): - Réu será intimado do trânsito em julgado da decisão caso não interposta a apelação - Se interposta a apelação, réu deverá ser citado para apresentar contrarazões Art. 333. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que: I – contrariar súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II – contrariar acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III – contrariar entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV – for manifestamente improcedente por contrariar o ordenamento jurídico; V – contrariar enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. § 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. § 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. § 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em cinco dias. § 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu para apresentar resposta; se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de quinze dias. § 5º Na aplicação deste artigo, o juiz observará o disposto no art. 521.

4) Hipóteses de cabimento do agravo de instrumento – supressão do agravo

retido - Texto do Novo CPC (Brasileiro) -

Impugnação das questões resolvidas em outras decisões interlocutórias por meio de apelação

(razões ou contrarrazões) – Uma das consequências disso é a subtração do agravo retido.

Todavia, NCPC fala em apresentação de protesto no primeiro momento que couber à parte

falar nos autos, sob pena de preclusão

Art. 1.022. Da sentença cabe apelação.

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§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não

comportar agravo de instrumento, têm de ser impugnadas em apelação, eventualmente

interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. Sendo suscitadas em contrarrazões, o

recorrente será intimado para, em quinze dias, manifestar-se a respeito delas.

§ 2º A impugnação prevista no § 1º pressupõe a prévia apresentação de protesto no

primeiro momento que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.

Art. 1.028. Além de outras hipóteses previstas em lei, cabe agravo de instrumento contra

decisão interlocutória que:

I – conceder, negar, modificar ou revogar a tutela antecipada;

II – versar sobre o mérito da causa;

III – rejeitar a alegação de convenção de arbitragem;

IV – decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V – negar o pedido de gratuidade da justiça ou acolher o pedido de sua revogação;

VI – determinar a exibição ou posse de documento ou coisa;

VII – excluir litisconsorte;

VIII – indeferir o pedido de limitação do litisconsórcio;

IX – admitir ou não admitir a intervenção de terceiros;

X – versar sobre competência;

XI – determinar a abertura de procedimento de avaria grossa;

XII – indeferir a petição inicial da reconvenção ou a julgar liminarmente improcedente;

XIII – redistribuir o ônus da prova nos termos do art. 380, § 1º;

XIV – converter a ação individual em ação coletiva;

XV – alterar o valor da causa antes da sentença;

XVI – suspender o curso do processo na forma do art. 1.050, § 4º;

XVII – tenha sido proferida na fase de cumprimento de sentença e nos processos de execução

e de inventário.

XVIII – resolver o requerimento previsto no art. 990, § 4º.

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5 MODIFICAÇÃO NO ROL DOS RECURSOS

Art. 1.007 do NCPC – Distinção entre agravo de instrumento e agravo interno (não se utiliza

da expressão genérica “agravo”) / Supressão do agravo retido / Supressão dos embargos

infringentes / Inclusão do “agravo de admissão”.

* Modificações – Dep. Hugo Leal:

a) Re-inclusão dos infringentes;

b) Retirada do “agravo de admissão” do rol – inclui-se no gênero “agravo de instrumento”.

* Relatório Final – Dep. Paulo Teixeira (votado no Plenário da Câmara):

a) Exclusão dos Embargos Infringentes;

b) Re-inclusão do “agravo de admissão” no rol.

PL 8.046/2010 Art. 948. São cabíveis os seguintes recursos: I - apelação; II - agravo de instrumento; III - agravo interno; IV - embargos de declaração; V - recurso ordinário; VI - recurso especial; VII - recurso extraordinário; VIII - agravo de admissão; IX - embargos de divergência.

Relatório – Dep. Paulo Teixeira Art. 1.007. São cabíveis os seguintes recursos: I – apelação; II – agravo de instrumento; III – agravo interno; IV – embargos de declaração; V – recurso ordinário; VI – recurso especial; VII – recurso extraordinário; VIII – agravo de admissão; IX – embargos de divergência.

6. EXCLUSÃO, DE FORMA DEFINITIVA, DOS EMBARGOS INFRINGENTES –

INCLUSÃO DE TÉCNICA DE JULGAMENTO

* Volta dos Embargos Infringentes na redação do projeto apresentado pelo Dep. Hugo Leal:

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Cancelamento da Súmula 390 do STJ (“Nas decisões por maioria, em reexame necessário, não

se admitem embargos infringentes”) – redação expressa na linha de que cabem infringentes

contra acórdão de remessa necessária.

Art. 974-A. Cabem embargos infringentes quando o

acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação ou em

remessa necessária, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente

ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à

matéria objeto da divergência.

* Exclusão definitiva dos Embargos Infringentes, no relatório final apresentado pelo Dep.

Paulo Teixeira:

“O deputado Hugo Leal propõe, na Emenda nº 1 de seu relatório parcial, o restabelecimento

dos embargos infringentes. A proposta é acolhida em termos. Em princípio, parece não haver

razão para a eliminação completa dos embargos infringentes em nosso sistema. Trata-se de

recurso que representa um percentual pequeno no montante dos recursos interpostos; além

disso, possui um percentual de acolhimento próximo a cinquenta por cento, conforme relatos

colhidos em diversas audiências públicas. Por outro lado, há muitos problemas na manutenção

dos embargos infringentes, havendo grandes controvérsias quanto ao seu cabimento em vários

casos. Opta-se, então, por criar uma técnica de julgamento, que prolonga as discussões, com a

convocação de outros membros do tribunal para participar dos debates em outra sessão a ser

designada para prosseguimento”.

Todavia, inclusão de “técnica de julgamento” que “equivale aos embargos infringentes

(art. 955):

Art. 955. Quando o resultado da apelação for, por decisão não unânime, no sentido de

reformar sentença de mérito, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com

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a presença de outros julgadores, a serem convocados nos termos previamente definidos no

regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado

inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões

perante os novos julgadores.

§ 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se

os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.

§ 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do

prosseguimento do julgamento.

§ 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não

unânime proferido em:

I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença; neste caso, deve o seu

prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;

II - agravo de instrumento, quando o resultado for a reforma da decisão interlocutória de

mérito.

§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo no julgamento do incidente de assunção de

competência e no de resolução de demandas repetitivas.

§ 5º Também não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento da remessa necessária.

§ 6º Nos tribunais em que o órgão que proferiu o julgamento não unânime for o plenário ou a

corte especial, não se aplica o disposto neste artigo.

7. PRAZO DE INTERPOSIÇÃO E DE RESPOSTA:

Art. 1.016, § 5º – 15 dias, salvo embargos de declaração (oponíveis no prazo de 5 dias.

Art. 1.016. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.

§1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for proferida a decisão. § 2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão

proferida anteriormente à citação. § 3º No prazo para interposição do recurso, a petição será protocolada em cartório ou conforme as normas de

organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial. § 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data da interposição a

data da postagem.

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§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de quinze dias. § 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.

8. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO INTERPOSTO ANTES DO INÍCIO DO

PRAZO

Art. 218, § 4.º, do NCPC parece solucionar a polêmica a respeito da tempestividade do recurso

interposto antes do início do prazo recursal – parte pode ter acesso, antes da intimação, ao teor

da decisão.

Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.

§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do

ato.

§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a

comparecimento após decorridas quarenta e oito horas.

§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de cinco dias o prazo para a

prática de ato processual a cargo da parte.

§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.

9. CONCEITO DE SENTENÇA X DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Não houve modificação daquilo que já se entendia:

Sentença = pronunciamento por meio do qual o juiz põe fim ao processo ou a alguma de suas

fases + arts. 495 ou 497 (antigos arts. 267 e 269) – art. 203, § 1º, do NCPC.

Decisão interlocutória – pronunciamento de natureza decisória não enquadrável na descrição

do conceito de sentença (art. 203, § 2º, NCPC).

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e

despachos.

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§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o

pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 495 e 497, põe fim ao

processo ou a alguma de suas fases.

§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se

enquadre na descrição do § 1º.

§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício

ou a requerimento da parte.

§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de

despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando

necessário.

10. RETORNO DO EFEITO SUSPENSIVO DA APELAÇÃO

A regra é a de que os recursos, de uma forma geral, não mais têm efeito suspensivo.

Art. 1.008. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão

judicial em sentido diverso.

Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se

da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível

reparação e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.

Todavia, a apelação continua a ter efeito suspensivo como regra:

Art. 1.025. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a

sua publicação a sentença que:

I – homologa divisão ou demarcação de terras;

II – condena a pagar alimentos;

III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;

IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;

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V – confirma, concede ou revoga tutela antecipada;

VI – decreta a interdição.

§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório

depois de publicada a sentença.

§ 3º Nas hipóteses do § 1º, o apelante poderá formular pedido de efeito suspensivo:

I – na petição de interposição do próprio recurso; ou,

II – por petição autônoma, que deverá ser instruída com os documentos necessários ao

conhecimento da controvérsia, quando formulado depois de sua interposição, mas antes da

distribuição do recurso ao relator.

§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante

demonstrar a probabilidade de provimento do recurso, ou, sendo relevante a fundamentação,

houver risco de dano grave ou difícil reparação.

§ 5º Quando o pedido for formulado por petição autônoma e os autos já estiverem no

respectivo tribunal competente para julgar o recurso de apelação, é dispensável a formação do

instrumento de que trata o § 3º, inciso II.

§ 6º A apreciação do pedido de concessão de efeito suspensivo ao recurso de apelação nas

hipóteses do § 1º competirá ao:

I – juiz prolator da decisão apelada, no período compreendido entre a interposição do recurso

em primeiro grau e a distribuição ao relator no tribunal de segundo grau;

II – relator designado, depois da distribuição do recurso no tribunal de segundo grau.

11. INSTRUMENTO ADEQUADO PARA ATRIBUIR EFEITO SUSPENSIVO AO

RECURSO

Hoje, há divisão: cautelar, agravo (após pedido ao juiz de primeiro grau) e petição simples.

Propugna-se, no sistema vigente, pela adoção do princípio da fungibilidade, diante da incerteza

do meio, que se reflete na jurisprudência.

O NCPC é claro quanto ao meio adequado: REQUERIMENTO AO TRIBUNAL OU AO

RELATOR (SE JÁ DISTRIBUÍDA A APELAÇÃO)

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Art. 1.025. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a

sentença que: I – homologa divisão ou demarcação de terras; II – condena a pagar alimentos; III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V – confirma, concede ou revoga tutela antecipada; VI – decreta a interdição.

§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. § 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido

ao: I – tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator

designado para seu exame prevento para julgá-la; II – relator, se já distribuída a apelação.

§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso, ou, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou difícil reparação.

12. CUMPRIMENTO DO 526

O art. 526, em sua última redação, dada pela Lei 10.352/01, estabeleceu que o cumprimento do

tríduo conduz a não admissibilidade do agravo, desde que isso seja alegado e comprovado pelo

agravado. Essa disciplina quebrou a regra de que os requisitos de admissibilidade constituem

matéria de ordem pública, e, nessa medida, prescindem de alegação para serem examinados

pelo tribunal.

Segundo o art. 1.031, caput, do NCPC, se se tratar de processo eletrônico, a juntada do tríduo

em primeira instância tem o escopo de provocar a retratação, nada mais.

De outro lado, se os autos não forem eletrônicos, o cumprimento do tríduo permanece a

conduzir a inadmissibilidade do agravo de instrumento, desde que arguido e provado pelo

agravado.

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Art. 1.031. Com o objetivo de provocar a retratação, o agravante poderá requerer a juntada,

aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua

interposição, e da relação dos documentos que instruíram o recurso.

§ 1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará

prejudicado o agravo de instrumento.

§ 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no

prazo de três dias a contar da interposição do agravo de instrumento. O descumprimento dessa

exigência, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de

instrumento.

13. EFEITO MODIFICATIVO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

O art. 1.036, § 2º, do NCPC acolhendo o que os tribunais já decidiam, revela a possibilidade de

os embargos de declaração resultarem em modificação do julgado, caso em que deverá ser

respeitado o contraditório:

Art. 1.036. Os embargos serão opostos, no prazo de cinco dias, em petição dirigida ao órgão

jurisdicional, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a

preparo.

§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229 deste Código.

§ 2º O relator intimará o embargado para, querendo, manifestar-se sobre os embargos opostos

no prazo de cinco dias caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão

embargada.

14. EFEITO SUSPENSIVO E EFEITO INTERRUPTIVO DOS EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO

Os embargos de declaração não têm efeito suspensivo, a teor do art. 1.039, caput, do NCPC, e

interrompem o prazo para a interposição de recurso. Parece que a letra do NCPC acabará com

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a divergência doutrinária a respeito da adoção do efeito suspensivo nos embargos de

declaração.

Art. 1.039. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo

para a interposição de recurso.

§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz

ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso, ou, sendo relevante a

fundamentação, houver risco de dano grave ou difícil reparação.

§ 2º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do

julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte, antes da publicação do julgamento

dos embargos de declaração, será processado e julgado independentemente de ratificação.

§ 3º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em

decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a

dois por cento sobre o valor da causa atualizado. Na reiteração de embargos de declaração

manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor da causa

atualizado.

§ 4º A interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da

multa, à exceção do beneficiário de gratuidade da justiça e da Fazenda Pública, que a

recolherão ao final.

§ 5º Não serão admitidos novos embargos de declaração, se os dois anteriores houverem sido

considerados protelatórios.

15. PREQUESTIONAMENTO FICTO

O art. 1.038 do NCPC é sumamente interessante. Os elementos que o embargante pleiteou,

para fins de prequestionamento, consideram-se incluídos no acórdão, ainda que os embargos

sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro. omissão,

obscuridade ou contradição.

Trata-se de orientação contrária àquela firmada na Súmula 211 do STJ, na linha do que o STF

entende, e na linha do que diversos autores, críticos da S.211, já defendiam.

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Art. 1.038. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante pleiteou, para

fins de prequestionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou

rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou

obscuridade.

16. DESCABIMENTO DE NOVOS ED SE OS ANTERIORES FOREM

PROTELATÓRIOS

Art. 1.039, §§ 3º, 4º e 5º:

Art. 1.039. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo

para a interposição de recurso.

§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz

ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso, ou, sendo relevante a

fundamentação, houver risco de dano grave ou difícil reparação.

§ 2º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do

julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte, antes da publicação do julgamento

dos embargos de declaração, será processado e julgado independentemente de ratificação.

§ 3º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em

decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a

dois por cento sobre o valor da causa atualizado. Na reiteração de embargos de declaração

manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor da causa

atualizado.

§ 4º A interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da

multa, à exceção do beneficiário de gratuidade da justiça e da Fazenda Pública, que a

recolherão ao final.

§ 5º Não serão admitidos novos embargos de declaração, se os dois anteriores houverem sido

considerados protelatórios.

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RECURSOS EXCEPCIONAIS

1. Alguns aspectos introdutórios

- recursos – estrito direito

- criação do STJ (CF/88) - distribuição de competência, do que precedentemente só cabia ao

STF: 1) a tutela da Constituição ficou, como sempre esteve, afeta ao STF, no âmbito de sua

competência recursal (recurso extraordinário), 2) a guarda do direito federal ficou atribuída

ao STJ, via recurso especial

- lesão ao direito objetivo - A satisfação do direito subjetivo do recorrente será um reflexo da

correção referente à aplicação do direito objetivo.

- sucumbência é condição insuficiente

- cabimento da decisão do órgão fracionário – aplicação da lei (ou CF) ao caso concreto – não

cabe contra incidentes (ex: uniformização de jurisprudência) – Súmula 513/STF

- Hipóteses de cabimento bem delineadas na CF – descabimento da fungibilidade entre REsp

e RE

- Erro material – irrelevância se houver p. ex. erro na denominação do recurso

- Reprodução do texto constitucional pela lei infraconstitucional – cabimento de RE

- Lei federal ou CF deverá ser o núcleo do acórdão recorrido (ratio decidendi)

- Cabimento contra órgão colegiado – conceito de acórdão (art. 163) ¹ decisões

monocráticas

- Lei 9.099/95 se refere a acórdão (art. 46) – insuficiência para cabimento do REsp – CF

requer decisão de “tribunal”

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2. Raiz constitucional do recurso especial

Previsão na CF: art. 105, III

Requisitos de admissibilidade + rígidos estabelecidos na CF

2.1 – O termo “causas decididas”

- cabimento contra acórdão oriundo de tribunal

- expressão “causas decididas” abrange todo e qualquer acórdão, inclusive de AI –

Súmula 86/STJ

- abrange todo acórdão de tribunal local – apelação, EI, ED, AI

- pouco importa se o acórdão recorrido versou questão de direito material ou estritamente

processual

2.2 - O termo “em única ou última instância”

- julgamento em única ou última instância do tribunal local

- não cabe, p. ex., se couberem EI contra o acórdão – S. 207/STJ

- art. 498 (L. 10.352/01) – cabimento do REsp contra parte unânime – prazo a partir da

intimação da decisão dos embargos

- Superação das Súmulas 354 e 355/STF

- S. 281/STF – RE e REsp só cabem quando decisão não for impugnável por recursos

ordinários

- Caso do MS – cabimento desde já do REsp e RE: S.169/STJ

2.3- Decisão proferida por tribunal

- julgamento em única ou última instância proferida por tribunal local

- Daí porque descabe REsp contra decisão de JEC (Lei 9.099/95)

- Cabe RE contra decisão de JEC – art. 102 possui redação diferente

- Cabe RE quando esgotada a instância ordinária (não precisa ser decisão de tribunal) – ex.

da L. 6.830/80 – art. 34 (embargos infringentes da LEF) – S. 640/STF

-

2.4. As hipóteses de cabimento do REsp

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- Alínea a

- contrariedade ou negativa de vigência a tratado ou lei federal – supõe toda forma de ofensa

ao texto legal

- CF de 67 (art. 101, III, a) – previa cabimento de RE se houvesse “negativa de vigência” à

lei federal – edição da famigerada S. 400/STF à luz da CF precedente.

- STJ não tem aplicado dita súmula – termo “contrariar” constante do art. 105, III é +

abrangente do que “negar vigência”

- aplicação da S. 400 é incompatível com a missão do STJ (dizer a última palavra em matéria

de lei federal)

- refere-se a tratado ou lei federal – não cabe contra lei local – S. 280/STF

- lei federal em sentido lato: leis ordinárias, complementares, delegadas, decreto,

regulamento federal, lei estrangeira quando aplicável por força de norma de direito

internacional, medidas provisórias

- circulares, portarias, resoluções administrativas, ainda que de origem federal, não

comportam REsp

- Também não cabe REsp por ofensa a Regimento Interno – S. 399/STF

- Tratado: redundância – tratado quando recepcionado já deve ser entendido como lei em

sentido amplo (salvo direitos humanos e passar pelo quórum qualificado do art. 5.º, § 3.º da

CF – EC 45/04 – nesse caso, cabe RE)

- Alínea b

- ato de governo local julgado válido em face de lei federal

- antes da EC 45/04, cabia quando lei ou ato de governo local fosse julgado válido em face

de lei federal

- com a EC45/04 – lei local x lei federal – cabe RE (hipótese foi transferida ao STF – art.

102, III, d) – o problema envolve questão de competência da lei para dispor sobre

determinada matéria (arts. 22 e ss da CF) – já defendíamos o cabimento de RE, mesmo

antes da EC 45/04

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- se for julgado inválido o ato de governo local, dando-se prevalência à lei federal, descabe o

REsp

- subspécie da alínea a – há, em última análise, contrariedade à lei federal

- requisito objetivo – basta ter havido prevalência do ato de governo local – se tribunal local

deveria ou não ter dado prevalência é matéria de mérito

- Alínea c

- Divergência jurisprudencial entre o acórdão recorrido e acórdãos de outros tribunais da

Federação – não cabe se divergência for de mesmo tribunal – S. 13/STJ (cabimento do

incidente de uniformização – art. 476 e ss. e art. 555, § 1.º - afetação/assunção de

competência)

- Função de uniformização de jurisprudência do STJ

- Demonstração na forma do art. 541, p. ú. – repositórios oficiais e autorizados (art. 255 do

RISTJ), cópia do acórdão com declaração de autenticidade do advogado, julgado

disponível na internet (Lei 11.341/06)

- Fatos devem ser juridicamente idênticos

- Divergência deve ser atual – houve divergência e não há mais – S. 83/STJ

- Fatos a serem considerados são aqueles dados por corretos

2.5 – matéria fática

- Algumas hipóteses de fato que obstam o cabimento do REsp (S. 7/STJ e 279/STF): culpa

da parte em ação indenizatória; quantum debeatur; indenização por desapropriação,

honorários (salvo quando fixados em valor irrisório ou excessivo – parâmetro na tabela de

honorários da OAB), etc.

- Descrição empírica dos fatos x significação do fato no ordenamento jurídico (qualificação e

eventual requalificação pelo STJ) – aqui cabe REsp

- S. 5/STJ e 454/STF – interpretação de cláusula contratual

3. Prequestionamento

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- questão federal deve ter sido tratada pelo acórdão recorrido – é o prequestionamento

(decisão do tribunal local sobre a questão federal em pauta)

- requisito essencial à admissibilidade do REsp / RE

- S. 282/STF

- resulta de provocação – questão pode ser tratada de ofício (267, § 3.º)

- se a questão foi suscitada e não apreciada – cabimento de ED (art. 535, II) – S. 356 do

STF

- por isso o STJ editou a S. 98 – afastamento da multa do art. 538, p. ú.

- ED não se prestam a forçar o tribunal local a se manifestar sobre questão federal levantada

a destempo

- Se não for suprida omissão – cabimento de REsp por violação ao 535 – S. 211/STJ

(orientação restritiva) / STF decide diferentemente – prequestionamento ficto

- encampamos orientação do STF: a parte fez tudo o que podia para forçar o tribunal local a se

manifestar sobre a questão federal – denegação de prestação jurisdicional adequada

- nessa hipótese excepcional, justifica-se preenchido o prequestionamento mesmo sem o efetivo

enfrentamento da questão

- Se tribunal enfrentar a matéria em primeira mão (p. ex., art. 267, § 3.º) – cabe REsp, pois a

matéria foi enfrentada.

- Se houver error in procedendo do tribunal local, devem ser opostos os ED

3.1 As expressões prequestionamento explícito e implícito

- Prequestionamento explícito: questão federal foi objeto de apreciação pelo acórdão local

- Prequestionamento implícito: conjunto de alegações formuladas pelas partes

- Classificação supérflua

- Se considerada essa classificação, entendemos que deve haver prequestionamento explícito

- Prequestionamento numérico: alguns julgados (bem poucos) não admitem REsp por não

constar o número do dispositivo violado (entendimento nos afigura incorreto)

3.2 O prequestionamento numérico

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- Prequestionamento numérico: alguns julgados (bem poucos e antigos) não admitiam REsp

por não constar o número do dispositivo violado (entendimento nos afigura incorreto)

- Oposição de ED para constar o número do dispositivo violado

- Tribunais exigiam um “plus” não exigido pela CF

- naturalmente, é mais fácil verificar o prequestionamento se constar o dispositivo violado

- Prequestionamento, todavia, não é a menção ao número do dispositivo, mas sim a

apreciação da questão tida por violada

3.3 Prequestionamento e matéria cognoscível de ofício

- o prequestionamento em face das questões de ordem pública (ex. 267, § 3.º)

- nesse caso também é essencial o prequestionamento, pois dito requisito advém da própria

CF quando se refere a “causas decididas”

- Diferentes orientações dentro do STJ: a) necessitam de prequestionamento; b) não

necessitam; c) se REsp for conhecido por outros fundamentos, pode STJ reconhecer

matérias de ordem pública (aplicação da S. 456/STJ)

3.4. Efeito translativo no RESP?

- §§ 1º e 2º art. 515

- Questões de ordem pública

- Recursos extraordinário – efeito translativo e prequestionamento – Diferentes

posições

- Incidência § 3.º a outros recursos (ordinários) – mas não extraord., pois estes dependem

sempre de prequestionamento, além de pedido expresso

Orientação do STJ – não aplicação do ef. translativo ao REsp

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO DE LITERAL DISPOSIÇÃO

DE LEI E ERRO DE FATO. ART. 485, INCISOS V E IX, DO CÓDIGO DE PROCESSO

CIVIL. DISCUSSÃO ACERCA DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RESCINDENDO.

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IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DE LEI ESTADUAL.

INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 7/STJ E 280/STF. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.

MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. NECESSIDADE DE PREQUESTIONAMENTO.

(...).

3. Encontra-se superado o entendimento de que é possível conhecer das questões de ordem

pública de ofício, ainda que não prequestionadas ou suscitadas, na excepcional hipótese de o

recurso especial ter sido conhecido por outros fundamentos, em razão do efeito translativo.

4. A Corte Especial do STJ entende que mesmo as matérias de ordem pública necessitam estar

devidamente prequestionadas para ensejar o conhecimento do recurso especial, o que não

ocorreu na hipótese dos autos.

Agravo regimental improvido.

(AgRg nos EDcl no REsp 1375270/MS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA

TURMA, julgado em 20/06/2013, DJe 28/06/2013)

PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. FATO

NOVO. CONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA.

PREQUESTIONAMENTO. NECESSIDADE. RECURSO NÃO PROVIDO.

1. No âmbito dos embargos de divergência, não é possível modificar a base fática da

controvérsia, sendo irrelevantes as alterações ocorridas posteriormente ao julgamento do

recurso especial. Matéria pacificada pela Corte Especial.

2. Segundo a firme jurisprudência do STJ, na instância extraordinária, as questões de ordem

pública apenas podem ser conhecidas, caso atendido o requisito do prequestionamento.

Aplica-se, no caso, o óbice da Súmula 168/STJ.

3. Agravo regimental não provido.

(AgRg nos EREsp 999342/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, CORTE ESPECIAL, julgado

em 24/11/2011, DJe 01/02/2012)

Orientação do STJ – Não aplicação do art. 515, § 3.º, ao Recurso Especial

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PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AFASTAMENTO DA PRESCRIÇÃO

EM SEDE DE AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RETORNO DOS AUTOS AO

TRIBUNAL DE ORIGEM. NECESSIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA

TEORIA DA CAUSA MADURA EM RECURSO ESPECIAL.

1. Afastada a prescrição, é necessário o retorno dos autos ao Tribunal de origem para a análise

do mérito da causa, uma vez que a teoria da causa madura não é aplicada em sede de recurso

especial.

2. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 294.137/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA

TURMA, julgado em 04/06/2013, DJe 10/06/2013)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. CORREÇÃO

MONETÁRIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS. ANO-BASE 1990.

APLICAÇÃO DA TEORIA DA CAUSA MADURA (DO ART. 515, § 3º, DO CPC) NA

INSTÂNCIA ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE.

1. Hipótese em que o acórdão embargado, embora tenha reconhecido a pretensão recursal do

contribuinte restrita ao afastamento da preliminar (carência de ação), utilizada pelo Tribunal de

origem para extinguir o feito sem o julgamento de mérito, apreciou e julgou, desde logo, o

próprio mérito da causa, afastando o IPC/IBGE como índice de correção monetária das

demonstrações financeiras do ano-base de 1990.

2. Embargos de divergência em que se suscita dissídio jurisprudencial acerca da aplicação do

art. 515, § 3º, do CPC na instância especial.

3. O art. 105, inciso III, da Constituição da República preconiza que cabe ao Superior Tribunal

de Justiça "julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância pelos

Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios".

Daí se conclui que não é permitido ao STJ, no exercício de sua jurisdição especial

(extraordinária), prosseguir no julgamento tocante à questão de fundo, quando o tribunal a

quo, em face do acolhimento de determinada preliminar, extingue o feito sem proferir efetivo

juízo de valor sobre o mérito da causa.

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4. Ademais, a denominada "teoria da causa madura" está inserida em parágrafo (§ 3º) de artigo

do Código de Processo Civil que disciplina o efeito devolutivo da apelação (art. 515), que é

amplo (§ 1º) e não está adstrito à fundamentação utilizada na sentença (§ 2º), características

essas que não se verificam no recurso especial, cuja admissibilidade, como visto, pressupõe

prequestionamento e, portanto, fundamentação vinculada às questões indubitavelmente

decididas pela Corte de origem.

5. Embargos de divergência providos para, afastada a preliminar de carência de ação pelo

acórdão que decidiu o recurso especial, determinar o retorno dos autos ao Tribunal de origem

a fim de que prossiga no julgamento da remessa necessária e da apelação da Fazenda Nacional.

(EREsp 1062962/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado

em 28/10/2009, DJe 06/11/2009)

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. DECISÃO

INTERLOCUTÓRIA. DESPACHO MERO EXPEDIENTE. CONTEÚDO DECISÓRIO.

GRAVAME À PARTE. AGRAVO. CABIMENTO.

1. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o Tribunal de origem pronuncia-se de forma

clara e precisa sobre a questão posta nos autos.

2. Independentemente do nome que se dê ao provimento jurisdicional, é importante deixar

claro que, para que ele seja recorrível, basta que possua algum conteúdo decisório capaz de

gerar prejuízo às partes.

3. Na hipótese, o provimento judicial impugnado por meio de agravo possui carga decisória,

não se tratando de mero impulso processual.

4. A teoria da causa madura, tratada no art. 515, § 3º, do CPC, que permite ao tribunal julgar

desde logo a lide, quando a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em

condições de imediato julgamento, é inaplicável na hipótese por força do requisito do

prequestionamento.

5. Recurso especial provido.

(REsp 1307481/MA, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em

16/05/2013, DJe 24/05/2013)

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4. Forma de interposição do recurso especial – Repasse das hipóteses constitucionais

de cabimento do recurso especial

- Interposição por petição – presidente (ou vice) do tribunal local, contendo: a) exposição de

fato e de direito; b) demonstração de cabimento e c) pedido de nova decisão (anulação ou

reforma) – art. 541, I a III.

- Interposição simultânea de RE e REsp – petições autônomas

- A questão dos protocolos integrados – S. 256/STJ editada antes da L. 10.352/01.

- Mesmo com a L. 10.352/01 (nova redação ao art. 547, p. ú), havia julgados não admitindo

o integrado se o recurso não chegasse ao tribunal local até o último dia do prazo

- Mudança de orientação do STF e STJ – cancelamento da S. 256 – atualmente se aplica o

integrado ao REsp e RE

5. Efeitos dos recursos. Generalidades. Peculiaridades do recurso especial

5.1 O efeito devolutivo. Sua amplitude no caso do recurso especial

- regra: devolução da apreciação a outro órgão jurisdicional

- Alcides Mendonça Lima: denomina “efeito de transferência”

- Variação conforme espécie recursal

- Apelação, por exemplo\ amplíssimo – art. 515, caput do CPC

- Princípio tantum devolutum quantum appellatum

- Art. 515, §3.º do CPC: possibilidade julgamento do pedido não analisado no primeiro grau

- Prufundidade do efeito devolutivo: art. 515, §§1.º e 2.º - matérias automaticamente

devolvidas ao Tribunal – independe de pedido

- Parte da doutrina denomina efeito translativo

- Jurisdição ordinária: ampla possibilidade de agir oficioso (art. 267, §3.º e 301, §4.º do CPC)

- Recurso especial: devolve ao STJ matéria direito federal prequestionada

- Ex: má apreciação da prova – insucetível a via do recurso especial

- Recurso especial : recurso de estrito direito

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- Reexame de fatos: Proibição

- STJ: possibilidade de atribuir qualificação jurídica ao fatos – estrito direito

- Barbosa Moreira – exemplos problemas que podem ser objetos de RESP, sem reexame de

matéria fática: Verficar se entrega de títulos pelo devedor ao credor configurava ou não

novação ou dação em pagamento; simples escrito é caracterizado como simples minuta ou

instrumento de contrato preliminar

- Requalificar os fatos – é matéria de direito, no caso, à luz do direito federal

- Subsistência da descrição empírica dos fatos – possibilidade de correção

- Recurso especial versando apenas mérito: Impossibilidade de apreciar questão preliminar,

ainda que cognoscível de ofício pelas instâncias ordinárias

- Instâncias extraordinária – inaplicabilidade do §3.º do art. 267

- STJ: tendências acerca da possibilidade ou não de reconhecimento das matérias de ordem

pública em primeira mão

- Preliminar rejeitada – pretensão ao prevalecimento da preliminar – interposição de recurso

especial adesivo (condicionada)

- RESP E REXT – não são recursos de cassação

- Admitido o RESP – aplicação do direito à causa – art. 257 do RISTJ

- Conhecido o recurso, o acórdão substitui o acordão recorrido – art. 512 do CPC – mesmo

sob alegação de erros in procedendo, desde que conhecido e improvido o recurso

- Súmula 456 do STF – aplicabilidade ao STJ

5.2 O efeito suspensivo e o recurso especial – Ainda o efeito devolutivo no recurso

especial

-Efeito suspensivo – conceito

- Apelação – regra – efeito suspensivo – art. 520, caput do CPC.

- Decorre da mera recorribilidade – inibição à produção de efeitos

- Teresa Wambier: efeito devolutivo é da essência dos recursos; efeito suspensivo não é da

essência dos recursos, não os caracteriza como tais – concepção de recurso sem efeito

suspensivo

- NNJ: efeito devolutivo – mérito do recurso

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- Apelação – efeito devolutivo amplíssimo

- Recurso especial: matéria suscetível de impugnação é muito menos ampla

- Apenas questão de direito federal devidamente prequestionada

5.2.1 Execução provisória

- Decisão sujeita RESP – possibilidade execução provisória (art. 542, §2.º do CPC)

- Art. 544 do CPC – execução provisória

- Art. 545 do CPC – execução provisória.

- Arts. 544 e 545 – dispensa da caução (arts. 475-O, III e 475- O, §.º, II do CPC)

- Início execução provisória – interessado – instruir a petição na forma do art. 475-O, §3.º, I a

V do CPC)

- Tendência do sistema jurídico moderno a previsão de recursos não dotados de efeito

suspensivo ( Alcides Mendonça Lima)

5.2.2 Uso de medidas cautelares para atribuir efeito suspensivo ao recurso especial

-Exceção: STJ admite – obsta a execução provisória

- Admissão e atribuição com base no poder geral de cautela (art. 798 do CPC)

- Possibilidade do relator emprestar efeitos suspensivo ao RESP (art. 34, VI do RISTJ)

- Submissão da decisão ao órgão fracionário do tribunal competente para julgamento (art. 34,

V do RISTJ)

- Requisitos para concessão da medida cautelas: periculum in mora e fumus boni iuris

- Nossa Posição: desnecessidade de condicionar o cabimento da medida cautelar à admissão do

RESP pelo tribunal a quo

- Primeiro: Entre a interposição do RESP e a preciação dos requisitos de admissibilidade

transcorrem alguns meses – implicação no periculum in mora

- Segundo: Juízo de admissibilidade no órgão a quo é provisório e não condiciona o órgão ad

quem (STJ)

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- Contra –senso condicionar o cabimento da medida cautelar a um julgamento provisório de

admissibilidade do RESP

- Luiz Rodrigues Wambier: esse condicionamento retira a utilidade da medida cautelar

- Medida cautelar – finalidade: preservação resultado útil do provável provimento do recurso

- STF: cautelar só tem cabimento quando o REXT já tenha sido submetido ao crivo da

admissibilidade na instância local: Súmula 634 do STF.

- Cautelar requerida junto à presidência do tribunal local: Súmula 635

- Existência julgados no STJ encampando a orientação do STF

- Existência de julgados no STJ encampando a orientação por nós defendida

6. Cisão do juízo de admissibilidade do recurso especial

- Juízo de admissibilidade diferido

- Juízo definitivo é do STJ – pronunciamento do tribunal local não vincula STJ

- Cabimento do ADDREsp (art. 544)

- Interposição no tribunal local (art. 542, § 1.º)

- Juízo positivo no tribunal local: falta de interesse em recorrer, pois o juízo definitivo é do STJ

(envolve matérias cognoscíveis de ofício) – basta que recorrido alegue em contra-razões, p. ex.

- Juízo de admissibilidade deve ser fundamentado: S. 123/STJ

6.1 Natureza da decisão acerca do juízo de admissibilidade

6.1.1 A questão do termo a quo do prazo para propositura de ação rescisória

- natureza declaratória da decisão de admissibilidade – declara que quando o recurso foi

interposto, não estavam presentes os requisitos de admissibilidade

- Importância quanto ao momento do trânsito em julgado – ajuizamento de rescisória no

prazo de 2 anos (art. 495)

- Antes de proferido juízo de admissibilidade negativo, há litispendência – não há que se falar

em trânsito em julgado

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- O fato da decisão ser de natureza declaratória não faz com que a rescisória tenha de ser

ajuizada antes de proferido o juízo de admissibilidade

- caso da intempestividade flagrante ou evidente má-fé

7. Admissão do recurso especial pela instância a quo – Processamento do especial (e

do extraordinário, quando houver)

- admissão do REsp – remessa dos autos ao STJ

- Interposição simultânea de RE e REsp (art. 498) – remessa dos autos ao STJ

- Após julgamento do REsp – remessa ao STF para julgamento do RE se não estiver

prejudicado (art. 543, § 1.º)

- Provimento parcial do REsp, p. ex., pode subsistir interesse no julgamento do RE

- Relator do STJ pode entender que o RE é prejudicial ao REsp (exemplo da lei lei

(dispositivo de lei) que se pretenda ver aplicada favoravelmente ao recorrente tenha sido

declarada inconstitucional pelo tribunal local. É que, tendo o tribunal a quo decidido pela

inconstitucionalidade de uma dada lei, que também seja objeto de recurso especial, por má

aplicação pelo tribunal local, certo é que não poderá o Superior Tribunal de Justiça apreciar

a afronta apontada no recurso especial, antes que o Supremo Tribunal Federal decida se a

referida lei federal é, ou não, constitucional)

- Nesse caso – remessa ao STF em decisão irrecorrível do relator do REsp (art. 543, § 2.º)

- Se RE tiver sido inadmitido na origem – comunicação ao presidente do tribunal local para

remeter o ADDRE ao STF

- Relator do RE pode julgar o RE ou entender que não há prejudicialidade – determina

remessa de volta ao STJ em decisão também irrecorrível (art. 543, § 3.º)

7.1 Processamento do recurso especial que versar questões repetitivas – Lei 11.672/08

- inclusão do art. 543-C – novo regime aos Resps que versarem questões repetitivas, já

pacificadas pelo STJ

- Procedimento e julgamento – Resolução n.º 08/08 do STJ

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- Presidente do tribunal local admite um ou mais recursos que serão encaminhados ao STJ –

suspensão dos demais recursos – 180 dias até pronunciamento definitivo do STJ (§ 1.º do

art. 543-C)

- relator do recurso especial poderá determinar a suspensão dos recursos, nos tribunais locais

se assim não fizer o presidente do tribunal local se houver jurisprudência dominante ou se a

questão estiver afeta ao colegiado (§ 2.º do art. 543-C)

- solicitação de informações, no prazo de 15 (quinze) dias, aos tribunais federais ou estaduais

a respeito da controvérsia. (§ 3.º, art. 543-C).

- manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia, conforme

dispuser o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça (§ 4.º do art. 543-C).

- Vista ao MP – prazo de 15 dias (art. 543-C, § 5.º)

- Inclusão na primeira pauta disponível na Seção ou Corte Especial – preferência no

julgamento (salvo réu preso ou HC - § 6.º, do art. 543-C)

- Após julgamento do STJ, os recursos sobrestados: a) terão seguimento denegado se

decisão recorrida coincidir com entendimento do STJ (art. 543-C, § 7.º, I) ou, b) deverão

ser novamente examinados pelo tribunal de origem (art. 543-C, § 7.º, II).

- Se o tribunal de origem manter a decisão, será feita a admissibilidade do REsp que havia

sido sobrestado (art. 543-C, § 8.º)

- art. 2.º da L. 11.672/08: regime se aplica aos Resps já interpostos

- Algumas questões relevantes:

A) Julgamento do repetitivo (representativo da controvérsia) – não tem efeito vinculante

“RECLAMAÇÃO. JULGAMENTO PELO STF DE MATÉRIA AFETADA COMO

RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. AUSÊNCIA DE EFEITO VINCULANTE DO

JULGAMENTO DO STJ. 1. O art. 543-C do CPC, ao criar processamento próprio para as

questões que são recorrentes em sede de recurso especial - o chamado recurso repetitivo -,

pretendeu reunir e sobrestar na origem as matérias idênticas, subindo ao STJ apenas um ou

alguns representativos da controvérsia, que ensejarão parâmetro ao julgamento dos demais

processos sobre um mesmo tema. 2. A decisão proferida em sede de recurso especial afetado

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como repetitivo produz efeitos somente para os tribunais de justiça e tribunais regionais

federais, nos termos do § 7º do art. 543-C do CPC. 3. Segundo assevera o § 8º desse

dispositivo legal, a decisão desta Corte não tem efeito vinculante, pois mantido o acórdão

divergente pelo tribunal de origem, deve o recurso especial ser regularmente processado. 4.

Não cabe reclamação contra decisão unipessoal proferida em sede de recurso extraordinário ao

argumento de que essa diverge de entendimento desta Corte em recurso especial repetitivo. 5.

A reclamação tem por objetivo preservar a competência desta Corte ou garantir a autoridade

de suas decisões, de modo que não se destina ao exame do acerto ou desacerto da decisão

impugnada, como sucedâneo de recurso. Precedentes. 6. Agravo regimental improvido” (AgRg

na Rcl 3.644/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, 3.ª Seção, julgado em 28/10/2009, DJe 26/11/2009);

B) Decisão que nega seguimento a RESP com base no art. 543-C, § 7.º, I (acórdão recorrido

no mesmo sentido daquele que foi prolatado pelo STJ) – descabimento de Agravo

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO. LEI N. 12.322/2010. APLICAÇÃO. DATA DA

PUBLICAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. DECISÃO MONOCRÁTICA

FUNDAMENTADA EM PRECEDENTE DA CORTE ESPECIAL.1. A lei que rege a

interposição do recurso é a vigente à época da publicação da decisão que se quer combater e,

quando da publicação da decisão agravada, em 2.12.2010, a Lei n. 12.322/2010 ainda não

estava em vigor, uma vez que foi publicada em 10.9.2010, com vacatio legis de 90 dias.

2. Precedente: EREsp 740.530/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 1.12.2010.

3. Ademais, recentemente a Corte Especial consagrou entendimento no sentido de não ser

cabível agravo de instrumento contra a decisão que nega seguimento ao recurso especial

lastreada no artigo 543-C, § 7º, inciso I, do CPC, pois o acórdão recorrido estaria no mesmo

sentido daquele proferido em recurso representativo de controvérsia por este Superior

Tribunal.

4. Precedente: QO no Ag 1.154.599-SP, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, julgada em 16.2.2011.

5. Agravo regimental não provido”

(AgRg no AREsp .677/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA

TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 15/04/2011)

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“QUESTÃO DE ORDEM. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.

CABIMENTO. EXEGESE DOS ARTS. 543 E 544 DO CPC. AGRAVO NÃO

CONHECIDO.

- Não cabe agravo de instrumento contra decisão que nega seguimento a recurso especial com

base no art. 543, § 7º, inciso I, do CPC.

Agravo não conhecido”

(QO no Ag 1154599/SP, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, CORTE ESPECIAL,

julgado em 16/02/2011, DJe 12/05/2011)

C) Sobrestamento indevido – descabimento de reclamação – cabimento de agravo regimental

para o colegiado do tribunal local

Trata-se, no caso, do cabimento de agravo de instrumento contra a decisão que nega

seguimento ao recurso especial lastreada no art. 543-C, § 7º, I, do CPC, pois o acórdão

recorrido estaria no mesmo sentido daquele proferido em recurso representativo de

controvérsia por este Superior Tribunal. A Corte Especial, ao prosseguir o julgamento, por

maioria, entendeu não ser cabível o agravo de instrumento nesse caso. Manter a possibilidade

de subida do agravo para este Superior Tribunal viabilizaria a eternização do feito,

obstaculizando o trânsito em julgado da sentença ou acórdão e abarrotando-o de recursos

inúteis e protelatórios, o que estaria em desacordo com o objetivo da Lei n. 11.672/2008. Por

fim, entendeu que, quando houver indevidamente negativa de seguimento a recurso

especial por erro do órgão julgador na origem, caberá agravo regimental para o tribunal

a quo. Assim, a Corte Especial, por maioria, não conheceu do agravo de instrumento.

Precedente citado do STF: Ag 760.358-SE, DJe 19/2/2010. (STJ, QO no Ag 1.154.599-SP,

Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, julgada em 16/2/2011).

8. Preparo e REsp

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- art. 511: comprovação no momento da interposição

- art. 511, § 1.º: dispensa ao MP e Fazenda (autarquias também)

- art. 511, § 2.º: complementação do preparo – preparo deve ser insuficiente – deve haver

justificativa – não deve ser interpretado como um meio de adiar o preparo

- REsp independia de preparo (art. 112 do RISTJ) – essa regra não afastava porte de

remessa e retorno

- L. 11.636/07 – REsp passou a depender de pagamento de preparo

- Regulamentação pela Resolução 1/08 do STJ

9. Recursos especial e extraordinário retidos

- Art. 542, §3.º: recurso retido

- Não se confunde com o recurso de agravo retido

- Inexistência de juízo de retratação

- Dispositivo não indicou qualquer exceção

- Decisões interlocutórias – soluções urgentes – interposição na forma retida absolutamente

inócua

- Hipótese concreta subsumível ao §3.º do art. 542 e a urgência – inaplicabilidade do regime

da retenção

- Tribunal local processa na forma retida

- Nossa posição: tribunal deve determinar o processamento imediato, submetendo ao crivo da

admissibilidade

- Instrumento para pleitear o processamento imediato, sob pena de inocuidade do RESP –

supressão de uma das hipóteses de cabimento?

- Nossa posição: agravo de instrumento

- Agravo de instrumento: direcionado ao STJ ou STF – objetivo – imediato processamento do

RESP ou REXT

- Divergência no STJ:

- Decisões no sentido de cabimento de medida cautelar inominada

- Decisões: destrancamento do RESP: via agravo de instrumento por simples petição

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- Divergência no STJ – fungibilidade entre os três instrumentos

- Impossibilidade de acolhimento de objeção: cautelar ou simples petição não levam em conta o

prazo para interposição do agravo

- Fungibilidade: irrelevância de interposição do recurso no menor prazo

- Deve-se, neste caso, relevar a preclusão

- Essência da fungibilidade: não prejudicar o jurisdicionado quando existe dúvida objetiva

Modificações operadas no Novo CPC – Recursos Excepcionais

1. VINCULAÇÃO DAS DECISÕES NOS RECURSOS REPETITIVOS -

PRECEDENTES

A) Dispositivos Genéricos – Principiológicos – Maior importância dos precedentes no

Direito Brasileiro – Influência dos sistemas de common law

Art. 520. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e

coerente.

§ 1º Na forma e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão

enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.

§ 2º É vedado ao tribunal editar enunciado de súmula que não se atenha às circunstâncias

fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.

Art. 521. Para dar efetividade ao disposto no art. 520 e aos princípios da legalidade, da

segurança jurídica, da duração razoável do processo, da proteção da confiança e da isonomia,

as disposições seguintes devem ser observadas:

I – os juízes e tribunais seguirão as decisões e os precedentes do Supremo Tribunal Federal em

controle concentrado de constitucionalidade;

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57

II – os juízes e os tribunais seguirão os enunciados de súmula vinculante, os acórdãos e os

precedentes em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas

e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

III – os juízes e tribunais seguirão os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em

matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

IV – não havendo enunciado de súmula da jurisprudência dominante, os juízes e tribunais

seguirão os precedentes:

a) do plenário do Supremo Tribunal Federal, em controle difuso de constitucionalidade;

b) da Corte Especial ou das Seções do Superior Tribunal de Justiça, nesta ordem, em matéria

infraconstitucional;

V – não havendo precedente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça,

os juízes e órgãos fracionários de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal seguirão os

enunciados de suas respectivas súmulas e, não havendo estes, os precedentes do plenário ou do

órgão especial respectivo, nesta ordem;

VI – os juízes e os órgãos fracionários de tribunal de justiça seguirão, em matéria de direito

local, os precedentes do plenário ou do órgão especial respectivo, nesta ordem.

§ 1º A modificação de entendimento sedimentado poderá realizarse:

I – por meio do procedimento previsto na Lei nº 11.417, de 19 de dezembro de 2006, quando

tratar-se de enunciado de súmula vinculante;

II – por meio do procedimento previsto no regimento interno do tribunal respectivo, quando

tratar-se de enunciado de súmula da jurisprudência dominante;

III – incidentalmente, no julgamento de recurso, na remessa necessária ou na causa de

competência originária do tribunal, nas demais hipóteses dos incisos II a VI do caput deste

artigo.

§ 2º A modificação de entendimento sedimentado poderá fundarse, entre outras alegações, na

revogação ou modificação de norma em que se fundou a tese ou em alteração econômica,

política ou social referente à matéria decidida.

§ 3º A decisão sobre a modificação de entendimento sedimentado poderá ser precedida de

audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir

para a rediscussão da tese.

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§ 4º O órgão jurisdicional que tiver firmado a tese a ser rediscutida será preferencialmente

competente para a revisão do precedente formado em incidente de assunção de competência ou

de resolução de demandas repetitivas, ou em julgamento de recursos extraordinários e especiais

repetitivos.

§ 5º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante, sumulada ou não, ou de precedente,

o tribunal poderá modular os efeitos da decisão que supera o entendimento anterior, limitando

sua retroatividade ou lhe atribuindo efeitos prospectivos.

§ 6º A modificação de entendimento sedimentado, sumulado ou não, observará a necessidade

de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da

proteção da confiança e da isonomia.

§ 7º O efeito previsto nos incisos do caput deste artigo decorre dos fundamentos determinantes

adotados pela maioria dos membros do colegiado, cujo entendimento tenha ou não sido

sumulado.

§ 8º Não possuem o efeito previsto nos incisos do caput deste artigo os fundamentos:

I – prescindíveis para o alcance do resultado fixado em seu dispositivo, ainda que presentes no

acórdão;

II – não adotados ou referendados pela maioria dos membros do órgão julgador, ainda que

relevantes e contidos no acórdão.

§ 9º O precedente ou jurisprudência dotado do efeito previsto nos incisos do caput deste artigo

poderá não ser seguido, quando o órgão jurisdicional distinguir o caso sob julgamento,

demonstrando fundamentadamente se tratar de situação particularizada por hipótese fática

distinta ou questão jurídica não examinada, a impor solução jurídica diversa.

§ 10. Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica

decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.

§ 11. O órgão jurisdicional observará o disposto no art. 10 e no art. 499, § 1º, na formação e

aplicação do precedente judicial.

B) Importância dos Precedentes e Julgamento de Recursos Repetitivos

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CPC vigente – Possibilidade do tribunal local manter a decisão divergente (art. 543-C, §

7.º, II – hipótese em que o REsp sobrestado terá sua admissibilidade analisada:

Art. 543-C. (...).

§ 7o Publicado o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, os recursos especiais sobrestados na

origem:

I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação

do Superior Tribunal de Justiça; ou

II - serão novamente examinados pelo tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido

divergir da orientação do Superior Tribunal de Justiça.

§ 8o Na hipótese prevista no inciso II do § 7o deste artigo, mantida a decisão divergente pelo

tribunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade do recurso especial.

Consequências:

Julgamento do repetitivo (representativo da controvérsia) – não tem efeito vinculante

“RECLAMAÇÃO. JULGAMENTO PELO STF DE MATÉRIA AFETADA COMO

RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. AUSÊNCIA DE EFEITO VINCULANTE DO

JULGAMENTO DO STJ. 1. O art. 543-C do CPC, ao criar processamento próprio para as

questões que são recorrentes em sede de recurso especial - o chamado recurso repetitivo -,

pretendeu reunir e sobrestar na origem as matérias idênticas, subindo ao STJ apenas um ou

alguns representativos da controvérsia, que ensejarão parâmetro ao julgamento dos demais

processos sobre um mesmo tema. 2. A decisão proferida em sede de recurso especial afetado

como repetitivo produz efeitos somente para os tribunais de justiça e tribunais regionais

federais, nos termos do § 7º do art. 543-C do CPC. 3. Segundo assevera o § 8º desse

dispositivo legal, a decisão desta Corte não tem efeito vinculante, pois mantido o acórdão

divergente pelo tribunal de origem, deve o recurso especial ser regularmente processado. 4.

Não cabe reclamação contra decisão unipessoal proferida em sede de recurso extraordinário ao

argumento de que essa diverge de entendimento desta Corte em recurso especial repetitivo. 5.

A reclamação tem por objetivo preservar a competência desta Corte ou garantir a autoridade

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de suas decisões, de modo que não se destina ao exame do acerto ou desacerto da decisão

impugnada, como sucedâneo de recurso. Precedentes. 6. Agravo regimental improvido” (AgRg

na Rcl 3.644/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, 3.ª Seção, julgado em 28/10/2009, DJe 26/11/2009);

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE

QUE A CORTE DE ORIGEM CONTRARIOU ENTENDIMENTO CONSOLIDADO EM

RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. EFEITO VINCULANTE INEXISTENTE. PEDIDO

INCABÍVEL.

1. O art. 543-C do CPC, ao criar processamento próprio para as questões que são recorrentes

em sede de recurso especial - o chamado recurso repetitivo -, pretendeu reunir e sobrestar na

origem as matérias idênticas, subindo ao STJ apenas um ou alguns representativos da

controvérsia que ensejarão parâmetro ao julgamento dos demais processos sobre um mesmo

tema.

2. Tal dispositivo prevê que, após a solução da controvérsia no recurso processado nos termos

do art. 543-C, deverão os tribunais de origem assim proceder: a) negar seguimento ao recurso

na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação do STJ; e, b) examinar

novamente o recurso na hipótese de o acórdão recorrido divergir da orientação do STJ.

3. Frise-se, ainda, que o § 8º do art. 543-C do CPC admite, a despeito da existência de

julgamento proferido pelo STJ em sede de recurso especial repetitivo, a manutenção de

divergência de entendimento pelo Tribunal de origem, devendo, nesses casos, o recurso

especial ser regularmente processado. Precedente: AgRg na Rcl 3644/DF, Rel. Ministro Jorge

Mussi, Terceira Seção, DJe 26/11/2009.

4. No caso em análise, ocorreu a mesma situação, haja vista que o Tribunal de origem insistiu

em manter entendimento contrário ao fixado no STJ por ocasião do recurso repetitivo,

determinando nos termos do parágrafo 8º a realização de novo juízo de admissibilidade ao

recurso especial anteriormente sobrestado.

5. A reclamação tem por objetivo preservar a competência desta Corte ou garantir a autoridade

de suas decisões, de modo que não se destina ao exame do acerto ou desacerto da decisão

impugnada, como sucedâneo de recurso. Precedentes: AgRg na Rcl 3512/DF, Rel. Ministro

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Sidnei Beneti, Segunda Seção, DJe 29/6/2009; e, Rcl 1576/PB, Rel. Ministra Laurita Vaz,

Terceira Seção, DJe 5/11/2008.

6. Agravo regimental não provido”.

(AgRg na Rcl 4.353/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO,

julgado em 24/11/2010, DJe 30/11/2010)

Decisão que nega seguimento a RESP com base no art. 543-C, § 7.º, I (acórdão recorrido

no mesmo sentido daquele que foi prolatado pelo STJ) – descabimento de Agravo e de

Reclamação

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO. LEI N. 12.322/2010. APLICAÇÃO. DATA DA

PUBLICAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. DECISÃO MONOCRÁTICA

FUNDAMENTADA EM PRECEDENTE DA CORTE ESPECIAL.1. A lei que rege a

interposição do recurso é a vigente à época da publicação da decisão que se quer combater e,

quando da publicação da decisão agravada, em 2.12.2010, a Lei n. 12.322/2010 ainda não

estava em vigor, uma vez que foi publicada em 10.9.2010, com vacatio legis de 90 dias.

2. Precedente: EREsp 740.530/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 1.12.2010.

3. Ademais, recentemente a Corte Especial consagrou entendimento no sentido de não ser

cabível agravo de instrumento contra a decisão que nega seguimento ao recurso especial

lastreada no artigo 543-C, § 7º, inciso I, do CPC, pois o acórdão recorrido estaria no mesmo

sentido daquele proferido em recurso representativo de controvérsia por este Superior

Tribunal.

4. Precedente: QO no Ag 1.154.599-SP, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, julgada em 16.2.2011.

5. Agravo regimental não provido”

(AgRg no AREsp .677/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA

TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 15/04/2011)

“QUESTÃO DE ORDEM. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.

CABIMENTO. EXEGESE DOS ARTS. 543 E 544 DO CPC. AGRAVO NÃO

CONHECIDO.

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- Não cabe agravo de instrumento contra decisão que nega seguimento a recurso especial com

base no art. 543, § 7º, inciso I, do CPC.

Agravo não conhecido”

(QO no Ag 1154599/SP, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, CORTE ESPECIAL,

julgado em 16/02/2011, DJe 12/05/2011)

“PROCESSUAL CIVIL. RECLAMAÇÃO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO A RECURSO

ESPECIAL E PROCESSAMENTO DO RESPECTIVO AGRAVO DE INSTRUMENTO EM

VIRTUDE DE ACÓRDÃO PROFERIDO EM RECURSO REPRESENTATIVO DA

CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, CPC. CABIMENTO DE AGRAVO REGIMENTAL NA

CORTE DE ORIGEM. PROCESSO EXTINTO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO.

1. A reclamação tem por objetivo preservar a competência desta Corte ou garantir a autoridade

de suas decisões, de modo que não se destina ao exame do acerto ou desacerto da decisão

impugnada, como sucedâneo de recurso.

2. No caso, o reclamante objetiva garantir a competência desta Corte quanto à análise de

agravo de instrumento interposto contra decisão denegatória de seguimento a recurso especial,

utilizando, por analogia, a orientação firmada na Súmula 727/STF.

3. A Corte Especial deste Tribunal Superior já decidiu que não cabe agravo contra decisão que

nega admissibilidade ao recurso especial com base no art. 543-C, § 7º, do CPC. Precedente:

QO no Ag 1.154.599/SP, Rel. Ministro Cesar Asfor Rocha, DJe 12/05/2011.

4. Por sua vez, o STF firmou posicionamento pelo não cabimento da reclamação ou do agravo

de instrumento contra decisão que aplica o entendimento da Corte a processos múltiplos, sendo

cabível o agravo regimental na Corte de Origem. Precedente: AI 760358 QO / SE, Tribunal

Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19.11.2009.

5. Por essas razões, considerando que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu pelo

não seguimento do recurso especial e do subsequente agravo de instrumento, em razão da

constatação de que a matéria foi decidida em conformidade com a orientação firmada pela

Primeira Seção desta Corte, no julgamento do Recurso Especial n. 1.104.900/RS pela

sistemática do representativo da controvérsia (art. 543-C do CPC), não se vislumbra a

apontada usurpação da competência desta Corte.

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6. Reclamação extinta sem julgamento do mérito”.

(Rcl 5.246/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO,

julgado em 22/06/2011, DJe 02/08/2011).

Novo CPC:

- Permite-se manutenção do tribunal local apenas nas hipóteses em que o precedente

tenha sido superado ou no caso de distinguishing (v. art. 1053, II e § 1.º)

Art. 1.053. Publicado o acórdão paradigma:

I – o presidente ou vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos

especiais ou extraordinários sobrestados na origem, se o acórdão recorrido coincidir com a

orientação do tribunal superior;

II – o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará a causa de competência

originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, na hipótese de o acórdão

recorrido contrariar a orientação do tribunal superior;

III – os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o curso para

julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior.

§ 1º Para fundamentar a decisão de manutenção do entendimento, o órgão que proferiu o

acórdão recorrido demonstrará a existência de distinção ou superação, nos termos do art. 521,

§ 5º ou §§ 6º a 11.

§ 2º Mantido o acórdão divergente pelo tribunal de origem, o recurso especial ou

extraordinário será remetido ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.049, § 1º.

§ 3º Realizado o juízo de retratação, com alteração do acórdão divergente, o tribunal de

origem, se for o caso, decidirá as demais questões ainda não decididas, cujo enfrentamento se

tornou necessário em decorrência da alteração.

§ 4º Quando ocorrer a hipótese do inciso II do caput e o recurso versar sobre outras questões,

caberá ao presidente do tribunal local, depois do reexame pelo órgão de origem e

independentemente de ratificação do recurso ou juízo de admissibilidade, determinar a remessa

do recurso ao tribunal superior para julgamento das demais questões.

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Art. 522. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão

proferida em:

I – incidente de resolução de demandas repetitivas;

II – recursos especial e extraordinário repetitivos.

Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material

ou processual.

Cabimento de reclamação se não aplicar a tese decidida no paradigma:

Art. 1.000. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:

I – preservar a competência do tribunal;

II – garantir a autoridade das decisões do tribunal;

III – garantir a observância de decisão ou precedente do Supremo Tribunal Federal em controle

concentrado de constitucionalidade;

IV – garantir a observância de súmula vinculante e de acórdão ou precedente proferido em

julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência.

(...).

§ 3º As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua

não-aplicação aos casos que a ela correspondam.

2. A QUESTÃO DA REAPRECIAÇÃO DE FATOS NOS RECURSOS

EXCEPCIONAIS

- CPC/73 – Como regra, não se permite apreciação de fatos:

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- Algumas hipóteses de fato que obstam o cabimento do REsp (S. 7/STJ e 279/STF): culpa da

parte em ação indenizatória; quantum debeatur; indenização por desapropriação, honorários

(salvo quando fixados em valor irrisório ou excessivo – parâmetro na tabela de honorários da

OAB), etc.

- Descrição empírica dos fatos x significação do fato no ordenamento jurídico (qualificação e

eventual requalificação pelo STJ) – aqui cabe REsp

- S. 5/STJ e 454/STF – interpretação de cláusula contratual

- NCPC Brasileiro:

- Redação do art. 1047, parágrafo único – devolução de todas as questões relevantes para a

solução do capítulo impugnado e dos demais fundamentos – se o recurso tiver sido conhecido

por um dos fundamentos.

“Art. 1.047. Admitido o recurso extraordinário ou especial, o Supremo Tribunal Federal ou

Superior Tribunal de Justiça julgará a causa, aplicando o direito.

Parágrafo único. Tendo sido admitido o recurso extraordinário ou especial por um fundamento,

devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais e de todas as questões relevantes

para a solução do capítulo impugnado”.

3. PREQUESTIONAMENTO FICTO E EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

O art. 1.038 do NCPC é sumamente interessante. Os elementos que o embargante pleiteou,

para fins de prequestionamento, consideram-se incluídos no acórdão, ainda que os embargos

sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro. omissão,

obscuridade ou contradição.

Trata-se de orientação contrária àquela firmada na Súmula 211 do STJ, na linha do que o STF

entende, e na linha do que diversos autores, críticos da S.211, já defendiam.

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Art. 1.038. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante pleiteou, para

fins de prequestionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou

rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou

obscuridade.

4. FUNGIBILIDADE ENTRE RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO

Arts. 1.045 e 1.046.

Relator do STJ, se entender que a matéria do REsp é constitucional, deve conceder prazo de

15 dias, para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre

a questão constitucional. Cumprida a diligência, remeterá o recurso ao STF, que, em juízo de

admissibilidade, poderá devolvê-lo ao STJ.

De outro lado, se o relator do STF entender que eventual RE versa ofensa reflexa à CF, por

pressupor a revisão da interpretação da lei federal ou de tratado, os autos deverão ser

remetidos ao STJ para julgamento como REsp.

Superação da Súmula 636 do STF? (“Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao

princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a

interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida”).

Art. 1.045. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa

sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de quinze dias para que o recorrente

demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.

Cumprida a diligência, remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de

admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça.

.......................................................................................................

Art. 1.046. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição

afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação da lei federal ou

de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.

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5. RESP E RE – POSITIVAÇÃO DO DISPOSTO NA SÚMULA 456 DO STF:

Súmula 456: “O Supremo Tribunal Federal, conhecendo do recurso extraordinário, julgará a

causa, aplicando o direito à espécie”.

Art. 1.047. Admitido o recurso extraordinário ou especial, o Supremo Tribunal Federal ou

Superior Tribunal de Justiça julgará a causa, aplicando o direito.

Parágrafo único. Tendo sido admitido o recurso extraordinário ou especial por um

fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais e de todas as questões

relevantes para a solução do capítulo impugnado.

6. REGIME DOS RECURSOS REPETITITVOS – DESISTÊNCIA DO RECURSO

REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA

Art. 1.011, parágrafo único – Desistência do recurso escolhido como representativo da

controvérsia à Questões jurídicas objeto do recurso representativo da controvérsia serão

decididas pelo STJ ou STF, ainda que haja desistência do recurso – Recorrente que desistiu

não se beneficia com julgamento favorável.

Art. 1.011. O recorrente poderá, até a data de publicação da pauta, sem a anuência do

recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.

Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão

geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou

especiais repetitivos.

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7. A questão do cabimento de REsp e RE da decisão que julgar a tese no incidente de

resolução de demandas repetitivas

*Inconstitucionalidade do dispositivo?

*Ampliação da competência dos tribunais superiores por lei infraconstitucional?

PL 8.046/2010

Art. 940. O recurso especial ou

extraordinário interposto por qualquer das

partes, pelo Ministério Público ou por

terceiro interessado será dotado de efeito

suspensivo, presumindo-se a repercussão

geral de questão constitucional

eventualmente discutida.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no

caput, interpostos os recursos, os autos

serão remetidos ao tribunal competente,

independentemente da realização de juízo de

admissibilidade na origem.

Relatório Final – Dep. Paulo Teixeira

Art. 998. O recurso especial ou

extraordinário interposto contra a decisão

proferida no incidente tem efeito suspensivo,

presumindo-se a repercussão geral de

questão constitucional discutida.

Art. 999. Interposto recurso especial ou

extraordinário, os autos serão remetidos ao

tribunal competente, independentemente da

realização de juízo de admissibilidade na

origem.

Redação atual:

Art. 995. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos individuais ou

coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do

respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo estado

ou região.

(...).

§ 4º Contra a decisão que julgar o incidente caberá recurso especial ou recurso extraordinário,

conforme o caso.

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§ 5º Se houver recurso e a matéria for apreciada, em seu mérito, pelo Supremo Tribunal

Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, a tese jurídica firmada será aplicada a todos os

processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem

no território nacional.

.......................................................................................................

(...).......................................................................................................

Art. 998. O recurso especial ou extraordinário interposto contra a decisão proferida no

incidente tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional

discutida.

Parágrafo único. No tribunal superior, o relator que receber recurso especial ou extraordinário

originário de incidente de resolução de demandas repetitivas ficará prevento para julgar outros

recursos que versem sobre a mesma questão.

.......................................................................................................

Art. 999. Interposto recurso especial ou extraordinário, os autos serão remetidos ao tribunal

competente, independentemente da realização de juízo de admissibilidade na origem.

8. RESP – POSSIBILIDADE DE DESCONSIDERAÇÃO DE VÍCIO FORMAL DE

RECURSO TEMPESTIVO

Art. 1.042. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição

Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em

petições distintas que conterão:

(...)

§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício

formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.

9. SUPRESSÃO DE JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE NO TRIBUNAL LOCAL DO

RESP

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Art. 1.043. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado

para apresentar contrarrazões no prazo de quinze dias.

Parágrafo único. Findo esse prazo, serão os autos remetidos ao respectivo tribunal superior,

independentemente de juízo de admissibilidade.

10. INSTRUMENTOS PARA CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO A RESP

3 INSTRUMENTOS:

A) Requerimento dirigido ao STJ entre a interposição do RESP e sua distribuição ao Ministro;

B) Requerimento ao relator do STJ, se recurso já tiver sido distribuído;

C) Requerimento ao Presidente ou Vice do Tribunal local em caso de sobrestamento do

recurso, se for repetitivo;

Art. 1.042. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição

Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em

petições distintas que conterão:

I – a exposição do fato e do direito;

II – a demonstração do cabimento do recurso interposto;

III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

(...).

§ 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou especial poderá

ser formulado por requerimento dirigido ao:

I – tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a interposição do recurso e sua

distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;

II – relator, se já distribuído o recurso;

III – ao presidente ou vice-presidente do tribunal local, no caso de o recurso ter sido

sobrestado, nos termos do art. 1.050.

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11. CONSAGRAÇÃO DA S.401/STJ NO NCPC – PELO MENOS QUANTO AO

INÍCIO DO PRAZO DA RESCISÓRIA – ADMISSÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO

PARCIAL

- significa que embora as decisões de não conhecimento do recurso reportem-se a momento

precedente (eficácia ex tunc), isso não pode implicar em amputação do prazo para a ação

rescisória

V. dispositivo do NCPC abaixo

Art. 987. O direito de propor ação rescisória se extingue em dois anos contados do trânsito em

julgado da última decisão proferida no processo.