pesquisa simplificada: transição de governo nos municípios paulistas
DESCRIPTION
A pesquisa está em andamento, aqui estão os primeiros resultados. Equipe da pesquisa: Coordenação: Fernando Montoro e José Carlos Macruz Técnicos: Alicir Aparecida Marconato, Fátima Fernandes de Araújo, Juçara Terra Rodrigues, Laís de Almeida Mourão, Maria do Carmo Meirelles Toledo Cruz (coordenadora da pesquisa), Rodrigo Camarinha (estagiário) e Sílvia Maura Seixas Colaboração: Adriana de Almeida Prado, Alceu Araújo, Antonio Celso de Albuquerque Filho, Berenice Mastro, Ivonete dos Santos, José Carlos de Almeida Filho, Josefina Ballanotti, Juçara T. Rodrigues, Maria Teresa T. de Lima Ferraz, Norma M. Peixoto, Reinaldo Casaroli Jr. e Silvano DavisonTRANSCRIPT
PESQUISA: TRANSIÇÃO DE GOVERNO NOS MUNICÍPIOS PAULISTAS1
O estudo, realizado entre novembro e dezembro de 2011, tem como base metodológica um questionário que foi encaminhado aos 645 municípios do estado, por e-mail. As informações foram complementadas por telefone, e feita a análise dos instrumentos (lei, decreto, Lei Orgânica Municipal e portaria) com relação à data de promulgação, existência de comissão de transição, seu papel e atribuições, composição e coordenação, entre outros aspectos.
Foi considerada como institucionalização a existência de um instrumento (lei, decreto, Lei Orgânica Municipal ou portaria) que discipline o processo de transição, que é iniciado após a promulgação do resultado oficial das eleições municipais, encerrando-se na data de posse do novo governo.
A pesquisa foi respondida por 319 municípios paulistas (49%) e abrangeu as diversas faixas populacionais (Gráficos 1 e 2)2.
49%51%
Levantamento de Dados
Municípios que responderamMunicípios que não re-sponderam
Gráfico 1: Levantamento de dados da Fonte: Cepam, 2011
1 A pesquisa sobre a institucionalização da transição de governo foi apresentada em seminário, no Cepam, em novembro de 2011.2 Neste documento, serão apresentadas algumas informações da pesquisa.
0 a 15.000 15.001 a 40.000
40.001 a 110.000
110.001 a 290.000
290.001 a 630.000
mais de 630.000
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
37% 34%
85%100% 100% 100%
63% 66%
15%0% 0% 0%
Municípios que responderam Municípios que não responderam
Gráfico 2: Participação na pesquisa, por faixa populacional (em %)
Fonte: Cepam, 2011
Todos os municípios acima de 110.000 habitantes participaram da pesquisa. A participação dos municípios com até 40.000 habitantes foi menor, mas não é possível inferir que estas localidades não responderam por não disporem de instrumentos de transição.
Observou-se que 59 dos municípios que participaram do estudo (18%) possuem algum instrumento para regulamentar de transição (Gráfico 3). A maioria dos municípios do estado (82%) não possui instrumento que especifique as regras e os procedimentos da transição.
Gráfico 3: Existência de
instrumento de transição de governo (em %)
Fonte: Cepam, 2011
Observa-se que há instrumento de transição em todas as faixas populacionais (Tabela 1). O maior percentual de municípios com algum tipo de instrumento se situa nas faixas de pequeno e médio porte. Mesmo considerando que os municípios de menor e médio porte constituem 76% dos municípios paulistas, o que justificaria o percentual maior de municípios que detém algum instrumento de transição, é importante inferir a seguinte relação: 63% dos municípios de 0 a 15.000 e 64% dos municípios de 15.001 a 40.000 não reponderam a pesquisa, portanto foi trabalhado com um universo menor nos pequenos e médios portes.
Tabela 1: Municípios do Estado de São Paulo, que participaram da pesquisa de Transição de Governo e que possuem instrumento de transição, por faixa populacional
Faixa Populacional
Municípios do Estado de São Paulo
Municípios que participaram da pesquisa
Municípios que possuem Instrumento
Quantidade % Quantidade % Quantidade %
0 a 15.000 350 54 131 37 13 10
15.001 a 40.000
140 22 47 34 15 32
40.001 a 110.000
92 14 78 85 13 17
110.001 a 290.000
41 6 41 100 12 29
290.001 a 16 3 16 100 4 25
18%
82%
Possuem instrumentoNão Possuem In-strumento
630.000
mais de 630.000
6 1 6 100 2 33
TOTAL 645 100 319 49 59 18
Fonte: Cepam, 2011
Dos municípios que possuem instrumento, a Lei Orgânica Municipal é o instrumento mais frequente. O segundo instrumento citado pelos municípios é a lei (27%). Os decretos e as portarias mostraram-se instrumentos menos genéricos, institucionalizando uma transição específica (Gráfico 4).
Gráfico 4: Tipos de instrumento de formalização do processo de transição de governo (em %)
Fonte: Cepam, 2011
Tabela 2: Quantidade e porcentual de municípios, por tipo de instrumento que institucionaliza a transição de governo e por porte populacional
Faixa Populacional
Instrumento
LEI (qtd) % DECRETO %
LEI ORGÂNICA % PORTARIA %
Total de respon-dentes
0 a 15.000 1 8 0 0 12 92 0 0 1315.001 a 40.000
3 20 3 20 7 47 2 13 15
40.001 a 110.000
7 54 1 8 5 38 0 0 13
110.001 a 290.000
2 17 3 25 7 58 0 0 12
290.001 a 1 25 0 0 3 75 0 0 4
58%27%
12%
3%
LEI ORGÂNICA
LEI
DECRETO
PORTARIA
630.000mais de 630.000
2 100 0 0 0 0 0 0 2
TOTAL 16 27 7 12 34 58 2 3 59Fonte: Cepam, 2011
Na tabela 2, observa-se que a Lei Orgânica Municipal é o instrumento mais presente nas diversas faixas. Com exceção estão os municípios de 40.001 a 110.000 e os acima de 630.000 onde prevalece a Lei com 54% dos municípios que detém a transição institucionalizada, usando o fórum correto.
Na maioria dos casos que possuem Lei Orgânica Municipal, resumem-se apenas à entrega de um relatório da gestão à equipe do candidato eleito, de forma incompleta e restrita.
Assim, a pesquisa aponta que a maioria dos municípios do estado não possui instrumento que especifique as regras e os procedimentos da transição. Quando existe, está descrito, majoritariamente, na Lei Orgânica, de forma incompleta e restrito à apresentação de um relatório. Assim, torna-se necessária um incentivo para que as administrações municipais criem instrumentos que garantam uma transição democrática e responsável e garanta a continuidade dos programas e projetos aos cidadãos.