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Page 1: Pesquisa simplificada: Transição de Governo nos Municípios Paulistas

PESQUISA: TRANSIÇÃO DE GOVERNO NOS MUNICÍPIOS PAULISTAS1

O estudo, realizado entre novembro e dezembro de 2011, tem como base metodológica um questionário que foi encaminhado aos 645 municípios do estado, por e-mail. As informações foram complementadas por telefone, e feita a análise dos instrumentos (lei, decreto, Lei Orgânica Municipal e portaria) com relação à data de promulgação, existência de comissão de transição, seu papel e atribuições, composição e coordenação, entre outros aspectos.

Foi considerada como institucionalização a existência de um instrumento (lei, decreto, Lei Orgânica Municipal ou portaria) que discipline o processo de transição, que é iniciado após a promulgação do resultado oficial das eleições municipais, encerrando-se na data de posse do novo governo.

A pesquisa foi respondida por 319 municípios paulistas (49%) e abrangeu as diversas faixas populacionais (Gráficos 1 e 2)2.

49%51%

Levantamento de Dados

Municípios que responderamMunicípios que não re-sponderam

Gráfico 1: Levantamento de dados da Fonte: Cepam, 2011

1 A pesquisa sobre a institucionalização da transição de governo foi apresentada em seminário, no Cepam, em novembro de 2011.2 Neste documento, serão apresentadas algumas informações da pesquisa.

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0 a 15.000 15.001 a 40.000

40.001 a 110.000

110.001 a 290.000

290.001 a 630.000

mais de 630.000

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

37% 34%

85%100% 100% 100%

63% 66%

15%0% 0% 0%

Municípios que responderam Municípios que não responderam

Gráfico 2: Participação na pesquisa, por faixa populacional (em %)

Fonte: Cepam, 2011

Todos os municípios acima de 110.000 habitantes participaram da pesquisa. A participação dos municípios com até 40.000 habitantes foi menor, mas não é possível inferir que estas localidades não responderam por não disporem de instrumentos de transição.

Observou-se que 59 dos municípios que participaram do estudo (18%) possuem algum instrumento para regulamentar de transição (Gráfico 3). A maioria dos municípios do estado (82%) não possui instrumento que especifique as regras e os procedimentos da transição.

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Gráfico 3: Existência de

instrumento de transição de governo (em %)

Fonte: Cepam, 2011

Observa-se que há instrumento de transição em todas as faixas populacionais (Tabela 1). O maior percentual de municípios com algum tipo de instrumento se situa nas faixas de pequeno e médio porte. Mesmo considerando que os municípios de menor e médio porte constituem 76% dos municípios paulistas, o que justificaria o percentual maior de municípios que detém algum instrumento de transição, é importante inferir a seguinte relação: 63% dos municípios de 0 a 15.000 e 64% dos municípios de 15.001 a 40.000 não reponderam a pesquisa, portanto foi trabalhado com um universo menor nos pequenos e médios portes.

Tabela 1: Municípios do Estado de São Paulo, que participaram da pesquisa de Transição de Governo e que possuem instrumento de transição, por faixa populacional

Faixa Populacional

Municípios do Estado de São Paulo

Municípios que participaram da pesquisa

Municípios que possuem Instrumento

Quantidade % Quantidade % Quantidade %

0 a 15.000 350 54 131 37 13 10

15.001 a 40.000

140 22 47 34 15 32

40.001 a 110.000

92 14 78 85 13 17

110.001 a 290.000

41 6 41 100 12 29

290.001 a 16 3 16 100 4 25

18%

82%

Possuem instrumentoNão Possuem In-strumento

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630.000

mais de 630.000

6 1 6 100 2 33

TOTAL 645 100 319 49 59 18

Fonte: Cepam, 2011

Dos municípios que possuem instrumento, a Lei Orgânica Municipal é o instrumento mais frequente. O segundo instrumento citado pelos municípios é a lei (27%). Os decretos e as portarias mostraram-se instrumentos menos genéricos, institucionalizando uma transição específica (Gráfico 4).

Gráfico 4: Tipos de instrumento de formalização do processo de transição de governo (em %)

Fonte: Cepam, 2011

Tabela 2: Quantidade e porcentual de municípios, por tipo de instrumento que institucionaliza a transição de governo e por porte populacional

Faixa Populacional

Instrumento

LEI (qtd) % DECRETO %

LEI ORGÂNICA % PORTARIA %

Total de respon-dentes

0 a 15.000 1 8 0 0 12 92 0 0 1315.001 a 40.000

3 20 3 20 7 47 2 13 15

40.001 a 110.000

7 54 1 8 5 38 0 0 13

110.001 a 290.000

2 17 3 25 7 58 0 0 12

290.001 a 1 25 0 0 3 75 0 0 4

58%27%

12%

3%

LEI ORGÂNICA

LEI

DECRETO

PORTARIA

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630.000mais de 630.000

2 100 0 0 0 0 0 0 2

TOTAL 16 27 7 12 34 58 2 3 59Fonte: Cepam, 2011

Na tabela 2, observa-se que a Lei Orgânica Municipal é o instrumento mais presente nas diversas faixas. Com exceção estão os municípios de 40.001 a 110.000 e os acima de 630.000 onde prevalece a Lei com 54% dos municípios que detém a transição institucionalizada, usando o fórum correto.

Na maioria dos casos que possuem Lei Orgânica Municipal, resumem-se apenas à entrega de um relatório da gestão à equipe do candidato eleito, de forma incompleta e restrita.

Assim, a pesquisa aponta que a maioria dos municípios do estado não possui instrumento que especifique as regras e os procedimentos da transição. Quando existe, está descrito, majoritariamente, na Lei Orgânica, de forma incompleta e restrito à apresentação de um relatório. Assim, torna-se necessária um incentivo para que as administrações municipais criem instrumentos que garantam uma transição democrática e responsável e garanta a continuidade dos programas e projetos aos cidadãos.


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