pedologia simplificada

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ARQUIVO DO AGRNOMO - N 1(2 edio - ampliada e totalmente modificada)

A PEDOLOGIA SIMPLIFICADAHlio do Prado(1) 1. INTRODUO pedologia, uma cincia relativamente recente (tem pouco mais de um sculo), estuda o solo tendo como base o seu perfil. O perfil do solo uma seco vertical que contm horizontes ou camadas sobrejacentes ao material de origem. O levantamento pedolgico consiste de dois componentes: mapa e relatrio tcnico. O mapa mostra a distribuio espacial dos solos na paisagem, enquanto o relatrio aborda as suas caractersticas morfolgicas, qumicas, fsico-hdricas e mineralgicas. Tem-se verificado que as informaes pedolgicas so subutilizadas pelo usurio com poucos conhecimentos de solos. Procurando mudar esta situao, foram escolhidas algumas informaes bsicas de como identificar os solos no campo e feitos os comentrios gerais sobre as potencialidades e limitaes dos principais solos que ocorrem no pas. 2. PROCEDIMENTO NO CAMPO PARA SE CLASSIFICAR O SOLO So vrios os procedimentos que devem ser tomados no campo para se classificar os solos. As observaes podem ser feitas mediante tradagens, trincheiras ou em barrancos adequados de estradas (sem sinais de eroso ou de adio de materiais). O estudo dos solos mediante a amostragem por tradagens tem alguns inconvenientes, tal como a destruio das unidades estruturais, impossibilitando a avaliao correta da estrutura, da cerosidade e da consistncia nos estados seco e mido. Entretanto, possvel examinar a cor, avaliar a textura e a consistncia do solo no estado molhado. O estudo em trincheiras ou em barrancos de estrada permite o exame das caractersticas morfolgicas sem limitaes, pois as unidades estruturais esto no seu estado natural. Deve-se ter o mximo cuidado para no amostrar o solo em local onde foi adicionado material estranho. Para se estudar os solos em barrancos de estrada recomendase cavar aproximadamente 30-50 cm para dentro do barranco, e em toda a extenso do perfil, para se evitar que o ressecamento prejudique a avaliao da estrutura e da consistncia nos estados seco e mido. Deve-se verificar se h boa luminosidade, ou seja, se no h sombra na face da trincheira escolhida ou no lado do barranco de estrada. Isto porque a pouca luminosidade dificulta a separao dos horizontes. recomendvel no descrever o perfil de solo logo aps dias chuvosos, pois nessas condies h dificuldade em se avaliar certas caractersticas morfolgicas como estrutura, consistncias seca e mida, e cerosidade (se ocorrer). A descrio morfolgica feita segundo as normas contidas no Manual de descrio e coleta do solo no campo, de LEMOS & SANTOS (1984). Aps separar os horizontes, tendo-se como base as variaes de cor, textura, estrutura, cerosidade (se ocorrer), consistncia e transio entre horizontes, inicia-se a coleta de amostras de solo, comeando pelos horizontes ou camadas mais profundas, at os horizontes mais superficiais, para evitar a contaminao entre as amostras de horizontes, o que poderia ocorrer caso a amostragem fosse feita no sentido inverso. As amostras de solo so acondicionadas em sacos plsticos em quantidade de 2-5 kg, fazendo-se antes a etiquetagem, anotando-se as respectivas profundidades dos horizontes (ou camadas) e o respectivo nmero do perfil. 3. HORIZONTE DIAGNSTICO DE SUBSUPERFCIE O horizonte diagnstico de subsuperfcie utilizado para classificar o solo porque sofre pouca ou nenhuma influncia do manejo, sendo que o horizonte B2 considerado diagnstico de subsuperfcie porque apresenta o grau mximo de desenvolvimento de cor, textura, estrutura e cerosidade (se ocorrer), ao contrrio do BA (antigo B1) e do BC (antigo B3), que so horizontes de transio. Se o solo no possui o horizonte B em subsuperfcie, utiliza-se o horizonte C como diagnstico, e, finalmente, se no existe o horizonte B e nem o horizonte C, utiliza-se o horizonte A como diagnstico de superfcie. A Tabela 1 resume os critrios gerais de classificao dos vrios tipos de horizonte B. Na Tabela 2 so relacionadas as seqncias de horizontes A-B, A-C, A-R, A-(B e/ou C pouco espessos), A-E-Btg, A-Cg e H-Cg, com as respectivas possibilidades de classificao do solo.

A

Tabela 1. Critrios gerais de classificao dos vrios tipos de horizonte B (CAMARGO et al., 1987). B latosslico (Bw): Horizonte mineral no iluvial e muito intemperizado (teor de argila semelhante ao do horizonte A). B textural (Bt): Horizonte mineral iluvial com concentrao de argila translocada do horizonte A (teor de argila bem mais elevado do que no horizonte A). Se o teor de argila for relativamente uniforme entre os horizontes A e B, deve ocorrer cerosidade relativamente ntida nos agregados estruturais. B ntrico (Btn): Horizonte B textural rico em sdio trocvel. B incipiente (Bi): Horizonte mineral no iluvial e com menor grau de intemperizao do que o B latosslico (teor de argila semelhante ao do horizonte A). B podzol (Bh, Bs, Bhs): Horizonte mineral iluvial, com concentrao de matria orgnica e/ou ferro translocados do horizonte A.

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Eng Agr, Dr., Pesquisador Cientfico do Instituto Agronmico, CEP 13020-902 Campinas-SP. Telefones: (19) 231-5422 (IAC) ou (19) 434-5336 (residncia).

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Tabela 2. Seqncia de horizontes e classificao do solo. Seqncia de horizontes1 A-Bw-C A-Bt-C Classificao do solo Latossolos Ferrferos, Latossolos Roxos, Latossolos Vermelho-Escuros, Latossolos Vermelho-Amarelos, Latossolos Amarelos, Latossolos Brunos e Latossolos "variao Una" Rubrozns, parte dos Podzlicos Vermelho Escuros, parte dos Podzlicos Vermelho-Amarelos, parte dos Brunos No Clcicos, parte dos Podzlicos Amarelos, parte dos Podzlicos Brunos Acinzentados, parte dos Podzlicos Acinzentados Planossolos, parte dos Podzlicos Vermelho Escuros, parte dos Podzlicos Vermelho-Amarelos, parte dos Brunos No Clcicos, parte dos Podzlicos Amarelos, parte dos Podzlicos Bruno Acinzentados, parte dos Podzlicos Acinzentados Parte dos Solonetz Solodizados Parte dos Solonetz Solodizados Cambissolos, parte dos Brunizens Podzis Podzis hidromrficos Areias Quartzosas, Regossolos, Vertissolos, Solonchaks, parte das Rendzinas e Solos Aluviais Litossolos, Solos Litlicos e parte das Rendzinas Litossolos, Solos Litlicos e parte das Rendzinas Parte dos Planossolos e Hidromrficos Cinzentos Glei Hmico e Glei Pouco Hmico Glei Hmico e Solo Orgnico

A-E-Bt-C

A-Btn-Cn A-E-Btn-Cn A-Bi-C A-E-Bh-C ou A-E-Bhs-C ou A-Bh-C ou A-Bhs-C A e/ou Eg-Bhg ou Ag e/ou Bhsg-Cg A-C A-R A-(B e/ou C pouco espessos) A-E-Btg-Cg A-Cg H-Cg1

w = intensa alterao do solo, com inexpressiva acumulao de argila, com ou sem concentrao de sesquixidos; t = acumulao de argila silicatada; n = acumulao de sdio; h = acumulao aluvial de matria orgnica; i = desenvolvimento incipiente, imaturo; s = acumulao de xidos de ferro e alumnio; g = cor glei (cinza).

Observao: a classe do Plintossolo exige a presena do horizonte plntico e pode ser solo hidromrfico ou no.

No exame do perfil de solo deve-se verificar qual a seqncia de horizontes, ou seja, se A-Bw ou A-Bt ou A-E-Bt ou A-Btn ou A-E-Btn ou A-Bi ou A-E-Bh ou A-E-Bhs ou A-Bh ou A-Bhs ou A-C ou A-R ou A-(e/ou C pouco espessos) ou A-EBtg ou A-Cg ou H-Cg. A Figura 1 mostra o esquema de um perfil de solo hipottico, contendo os principais horizontes ou camadas (EMBRAPA, 1988).

4. PRINCIPAIS ATRIBUTOS DO SOLO PARA FINS DE CLASSIFICAO 4.1. Cor A cor a sensao visual que se manifesta na presena da luz e, de certo modo, reflete a quantidade de matria orgnica, o tipo de xido de ferro presente, alm da classe de drenagem do solo. A carta Munsell comumente utilizada na designao de cores do solo. Nela constam o matiz, o valor (ou tonalidade) e o croma (ou intensidade). O matiz refere-se combinao dos pigmentos vermelho (do ingls red) e amarelo (do ingls yellow), o valor indica a proporo de preto e de branco e o croma refere-se contribuio do matiz. Os matizes variam de 5R (100% de vermelho e 0% de amarelo) at 5Y (0% de vermelho e 100% de amarelo) (Figura 2).

Figura 1. Esquema de um perfil de solo hipottico mostrando os principais horizontes ou camadas.

Figura 2. Carta Munsell para designao de cores do solo.

2

ARQUIVO DO AGRNOMO N 1 DEZEMBRO/95 (2 edio ampliada e totalmente modificada)

NOTA: A carta de Munsell corresponde a um sistema de designao de cores de solo que especifica os graus relativos de trs variveis simples: o matiz, o valor e o croma (CURI et al., 1993). Na Figura 3 so apresentados os padres dos matizes 10R e 2,5YR da carta Munsell. Esses matizes possuem maior contribuio de red (vermelho) do que de amarelo (yellow) em relao a 5YR; 7,5YR e 10YR, que so apresentados na Figura 4.

Tabela 3. Atributos de um Latossolo Vermelho Escuro crico. Profundidade (cm) 64-140 Cor Vermelha Horizonte Bw pH em H2O 5,6 V (%) 6

Tabela 4. Atributos de um Podzlico Vermelho-Amarelo. Profundidade (cm) Cor Horizonte pH em H2O V (%)

80-100

Amarela

Bt

5,6

82

Em geral, existe boa correlao entre os valores de pH em gua e o grau de saturao por bases (V%), vlida para o horizonte A (QUAGGIO, 1983) e geralmente para o B. Nesta correlao, o valor de pH em gua maior ou igual a 5,5 quando o valor de saturao por bases for maior ou igual a 50%. Entretanto, alguns solos cricos apresentam valores relativamente altos de pH em gua no horizonte B, e no possuem valores elevados de saturao por bases. Por isso, no se deve sempre considerar no horizonte B a referida correlao, especialmente para solos cricos. 4.2. Textura do soloFigura 3. Padres dos matizes 10R e 2,5YR da carta Munsell.

Figura 4. Padres dos matizes 5YR; 7,5YR e 10YR da carta Munsell.

O valor varia de 0 a 10 e est disposto no sentido vertical. Se, por exemplo, o valor 2, significa que a cor branca contribui com 20% e a cor preta com 80%. O croma varia de 0 a 20, e est disposto no sentido horizontal. Se, por exemplo, o croma zero, significa que nula a contribuio do vermelho e do amarelo. As Figuras 3 e 4 so apresentadas apenas com o objetivo de ilustrar a metodologia e no devem ser utilizadas para a avaliao da cor do solo visando a sua classificao. Para tal, utilizar sempre a carta Munsell original. A cor vermelha do solo no significa necessariamente que o solo tem elevado potencial nutricional. A Tabela 3 apresenta os dados qumicos de um Latossolo Vermelho Escuro crico que apresenta, no horizonte B, valor relativamente alto de pH em gua (5,6) e reduzido valor de saturao por bases (6% apenas) (INTERNATIONAL SOIL..., 1986). Contrastando, um outro solo de cor mais amarelada, como o Podzlico Vermelho-Amarelo, pode ser eutrfico (EMBRAPA, 1975) (Tabela 4).

A textura, que constitui a fase mineral slida do solo, mede, em porcentagem, as propores de argila, silte e areia, e tem sido utilizada como sinnimo de granulometria. O solo possui textura arenosa quando o teor de argila + silte for menor ou igual a 15%, textura mdia se o teor de argila + silte for maior ou igual a 15% e tambm se o teor de argila no superar 35%, textura argilosa se o teor de argila estiver entre 35 e 60% e, finalmente, textura muito argilosa se o teor de argila for superior a 60%. A Tabela 5 apresenta, como exemplo, a relao entre os atributos de textura e a interpretao pedolgica, as caractersticas do solo e as implicaes de manejo. Na textura do solo a argila sentida atravs de sua pegajosidade, o silte pela sua sedosidade e a areia pela sua aspereza. As diferentes propores destes constituintes so agrupadas em classes texturais e representadas no tringulo de classificao textural. A Figura 5 apresenta a classificao textural americana, de acordo com LEMOS & SANTOS (1984), sendo os dados utilizados na descrio morfolgica do perfil do solo. A Figura 6 representa a classificao textural simplificada, segundo EMBRAPA (1979), cujos dados fazem parte da legenda do mapa pedolgico. 4.3. Estrutura As partculas de argila, silte e areia normalmente esto reunidas, formando agregados. A estrutura refere-se ao arranjo dessas partculas, sendo os principais tipos: bloco (polidrica): aquela em que as trs dimenses da unidade estrutural so aproximadamente iguais e pode ser subdividida em blocos angulares e sub-angulares. A diferena est nas faces dessas unidades. As de blocos angulares so aquelas em que as faces so planas e a maioria dos vrtices com ngulos vivos; as subangulares tm mistura de faces arredondadas e planas com muitos vrtices arredondados.

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Tabela 5. Relao entre atributos de textura, interpretao pedolgica, caractersticas do solo e implicaes de manejo (PRADO, 1991). Atributos Textura arenosa Interpretao pedolgica Frao slida mineral normalmente constituda de quartzo. Teor de argila + silte 15%. Caractersticas do solo Elevada suscetibilidade eroso. CTC baixa, quase que exclusivamente contribuio da matria orgnica. O tamanhos dos poros grande. Baixos valores de reteno de gua, no s a altas como a baixas tenses. Alta taxa de infiltrao de gua. Densidade do solo apresenta valor prximo a 1,3 g/cm3 em rea no compactada. Implicaes de manejo A drenagem excessiva favorece a livixiao de nutrientes, especialmente nitratos. Necessidade do parcelamento do adubo potssico, quando recomendado em doses elevadas. Baixa fixao de fsforo. Empregar dose menor de herbicida do que aquela para solo argiloso devido menor adsoro desse produto pelo colide do solo. Sob o mesmo nvel de manejo, utilizar menor suporte, ou seja, menor nmero de cabeas de gado/ha. Quando apresentam baixa CTC, reduzir o nmero de gradagens em relao aos solos mais argilosos. Necessidade de subsolagem em reas compactadas, especialmente se o teor de areia fina for alto.

Textura mdia

Teor de argila + silte maior que 15% e argila 35%.

Baixa/moderada suscetibilidade eroso. Mdios/baixos valores de reteno de gua no s a altas como a baixas tenses. Densidade do solo apresenta valor prximo a 1,3 g/cm3 em rea no compactada. Solo menos suscetvel eroso em rea no muito declivosa. Drenagem boa ou acentuada. Altos valores de reteno de gua no s a altas como a baixa tenses. Densidade do solo apresenta valor muito prximo a 1 g/cm3 em rea no compactada.

Textura argilosa

Teor de argila varia de 35 a 60%. No caso de latossolos, so elevados os valores de porosidade total e microposidade. Sensao "areia", sendo que essa sensao de aspereza na massa do solo desaparece quando se faz mais presso com os dedos, pois so destrudos os flculos de argila. Possibilidade de se obter teor de argila subestimado na anlise granulomtrica devido ao elevado grau de floculao da frao argila. Se no ocorrer adequada ao do agente dispersante, essa argila continuar floculada, no sendo determinada. Teor de argila superior a 60%. Demais aspectos pedolgicos idem aos da textura argilosa.

Em condies midas h grande aderncia da massa do solo no implemento agrcola. Formao de grande torres de solo, necessitando-se maior nmero de gradagens para desfazer esses torres. Reduzir o nmero de passagens com as mquinas para atenuar o efeito da compactao, diminuindo os danos s plantas.

Textura muito argilosa

Idem textura argilosa.

Idem textura argilosa.

Figura 5. Classes texturais do material constitutivo do solo (LEMOS & SANTOS, 1984).

Figura 6. Classificao textural simplificada do material constitutivo do solo (EMBRAPA, 1979).

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ARQUIVO DO AGRNOMO N 1 DEZEMBRO/95 (2 edio ampliada e totalmente modificada)

prismtica: a estrutura em forma de prisma quando as partculas do solo esto arranjadas em torno de uma linha vertical dominante. Os limites entre as superfcies verticais so relativamente planos. Esta estrutura pode ter dois subtipos: prismtico e colunar. granular: apresenta partculas tambm arranjadas em torno de um ponto, como na estrutura em blocos. laminar: as partculas do solo esto arranjadas em torno de um plano horizontal. As unidades estruturais tm aspecto de lminas de espessura varivel, porm, a linha horizontal sempre maior. A Figura 7 apresenta os vrios tipos de estrutura do solo.

abrupta: quando a linha que separa dois horizontes traada em menos de 2,5 cm; clara: quando a linha de separao entre dois horizontes traada entre 2,5 e 7,5 cm; gradual: quando a referida linha traada entre 7,5 e 12,5 cm; difusa: quando a linha traada separando ambos os horizontes ocorre numa faixa superior a 12,5 cm. 4.7. Atributos qumicos Os valores de saturao por bases (V%) e saturao por alumnio (m%) servem para indicar o potencial nutricional dos solos, e o de reteno de ctions (RC) para informar sobre sua capacidade de reter ctions. A Tabela 6 apresenta a interpretao desses valores no horizonte B.Tabela 6. Valores de saturao por bases (V%), saturao por alumnio (m%) e de reteno de ctions (RC) empregados pelo Instituto Agronmico e relacionados com os termos eutrfico, distrfico, lico e crico. Interpretao V m RC cmol(+)/kg argila > 1,5 > 1,5 > 1,5 1,5

--------%-------Eutrfico(1) Distrfico lico crico(1) (2)

50 < 50 < 50(3)

< 50 < 50 50(2)(3)

b1

b2

c1

c2

Mnimo de 1,5 cmol(+)/kg de solo, em relao soma de bases. Mnimo de 0,3 cmol(+)/kg de solo, em relao ao alumnio trocvel. (3) No diagnstico (valores de m ou V maiores, menores ou iguais a 50%).

a

d

Figura 7. Tipos de estrutura do solo: a) laminar; b) prismtica (b1 = subtipo prismtico, b2 = subtipo colunar); c) blocos (c1 = blocos angulares, c2 = blocos subangulares) e d) granular (LEMOS & SANTOS, 1984).

Calcula-se o valor de saturao por bases (V), expressa em porcentagem, dividindo-se a soma de bases (S) pela capacidade de troca de ctions (T ou CTC), ou seja: S V(%) = x 100 T onde S = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+, e T = S + Al3+ + H+, em cmol(+)/ kg solo. Calcula-se o valor da saturao por alumnio (m), expresso em porcentagem, dividindo-se o valor de Al3+ pela soma de bases + Al3+, ou seja: m(%) = Al3+ (S + Al3+) x 100

4.4. Consistncia A consistncia do solo ocorre em funo das foras de adeso e coeso, que variam com o grau de umidade do solo. A consistncia inclui propriedades como resistncia compresso e ao esboroamento, friabilidade, plasticidade e pegajosidade. Ela varia com textura, quantidade de matria orgnica, quantidade e natureza do material coloidal e teor de gua. 4.5. Cerosidade So filmes de material inorgnico muito fino de natureza diversa, orientados ou no, constituindo revestimentos ou superfcies brilhantes na superfcie dos elementos estruturais. Quando bem desenvolvidos so facilmente perceptveis, apresentando o aspecto lustroso. A cerosidade um dos critrios utilizados para enquadrar o solo como possuidor de horizonte B textural. 4.6. Transio entre horizontes Refere-se faixa de transio na separao entre os horizontes. Pode ser:

Calcula-se a reteno de ctions (RC), expressa em cmol(+)/ kg de argila, dividindo-se S + Al3+ pela porcentagem de argila, ou seja: RC = S + Al3+ % argila 5. IDENTIFICAO NO CAMPO, POTENCIALIDADES E LIMITAES DOS PRINCIPAIS TIPOS DE SOLO DO BRASIL Os diversos sistemas de classificao de solos desenvolvidos no exterior no nos atendem satisfatoriamente, pois temos predominantemente solos desenvolvidos em condies de clima tropical, e no de clima temperado, da a necessidade do nosso prprio sistema de classificao. 5 x 100

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Atualmente, a classificao brasileira em desenvolvimento est no estgio da 3 aproximao, e esse sistema baseia-se preferencialmente nos atributos morfopedognicos, os quais so indicadores dos processos da formao do solo. Sua caracterstica ser multicategrica, pois comporta hierarquizao de vrias categorias; ser descendente, ou seja, est estruturada partindo-se de classes de categoria mais elevada (classes de solo de maior generalizao) para classes de categoria mais baixa (menor generalizao); e ser aberta, pois admite a incorporao de classes de solos recm-conhecidas (EMBRAPA, 1981). Os solos brasileiros so classificados com base nos horizontes diagnsticos de superfcie: A chernozmico, A proeminente, A moderado, A fraco, A antrpico, A hmico e horizonte turfoso, e tambm com base nos horizontes diagnsticos de subsuperfcie: B latosslico, B textural, B ntrico, B incipiente, B podzol, horizontes plntico, clcico, petroclcico, fragip, durip, lbico, glei, sulfrico e slico. Ao contrrio do sistema brasileiro em desenvolvimento, o sistema americano, classificado tambm com base nos horizontes diagnsticos de superfcie e de subsuperfcie, est hierarquizado de uma forma ascendente, o qual inclui as 11 ordens do nvel mais elevado, e nos nveis mais inferiores: subordem, grande grupo, subgrupo, famlia e srie (Figura 8). Nesta figura constam as possibilidades de enquadramento das subordens, tendo-se a ordem Oxisol como exemplo. Para diferenciar as subordens so empregados os regimes hdrico e trmico do solo, o tipo de epipedon, o estado de decomposio da matria orgnica, entre outros critrios. Os regimes hdricos considerados so os seguintes: dico, perdico, stico, xrico e trrido; os regimes trmicos so: msico, trmico, hipertrmico, perglico, cryico e frgido. Na discriminao dos grandes grupos so considerados subsuperficialmente as condies qumicas, a presena de plintita, a presena de alta concentrao de areia, os regimes hdricos e trmicos, entre outros critrios. Os subgrupos so divises dos grandes grupos e representam o conceito central da categoria, e, finalmente, so considerados na famlia e na srie a mineralogia da frao argila, o regime trmico e a textura. A classificao americana considera os horizontes diagnsticos de superfcie (ou epipedons), que no so sinnimos de horizonte A caso o escurecimento englobe o horizonte subsuperficial e atenda

s exigncias qumicas. Os epipedons so os seguintes: mollic, umbric, ochric, antropic, plaggen, histic e melanic. Os horizontes diagnsticos de subsuperfcie so: argillic, kandic, oxic, natric, cambic, spodic, agric, calcic, petrocalcic, gipsic, petrogipsic, salic, sulfuric, duripan, fragipan, albic, placic e sombric. A classificao americana teve vrias aproximaes, sendo que em 1960 foi publicada como 7 aproximao e modificada em 1975 sob a denominao de SOIL TAXONOMY. J foi revisada em 1990 e 1992. A seguir, exemplificado como feito o enquadramento de um solo na classificao americana (ao nvel de Grande Grupo), tendo-se como base o solo classificado na classificao brasileira em desenvolvimento (Latossolo Roxo eutrfico), considerando-se sua ocorrncia em dois locais: um relativamente mido (regime hdrico dico) e outro relativamente seco (regime hdrico stico). Primeiramente, considerar que o referido solo correlacionase com a ordem Oxisol na classificao americana, logo, utilizar o elemento formativo ox de Oxisol, ao nvel de Ordem. A etapa seguinte enquadr-lo ao nvel de subordem, empregando-se o elemento formativo ud, de dico, e ust, de stico. As respectivas combinaes resultam nas respectivas subordens: Udox e Ustox. No Grande Grupo utilizar o elemento formativo eutr, de eutrfico, resultando em Eutrudox (Latossolo Roxo eutrfico da regio mais mida) e Eutrustox (Latossolo Roxo eutrfico da regio mais seca). Nas fotos 1 a 27 so apresentados os perfis de solos e feitos comentrios gerais sobre a identificao do solo no campo, suas potencialidades e limitaes. Parte das fotos de perfis de solo so do livro Manual de classificao de solos do Brasil e os comentrios gerais sobre as potencialidades e limitaes foram extrados do livro Solos tropicais potencialidades, limitaes, manejo e capacidade de uso, de autoria de Hlio do Prado. Embora a Pedologia seja uma cincia arquitetada numa linguagem aparentemente complicada, existe uma enorme lgica na sua abordagem, que na realidade pode ser facilmente compreendida. Tal compreenso bsica para se conhecer as potencialidades e as limitaes dos vrios tipos de solo, como pode ser constatado no item a seguir, com as ilustraes dos solos.

Subordens da ordem Oxisol (exemplo)

ELEMENTOS FORMATIVOS DA ORDEM: ist (de Histosol), od (de Spodosol, and (de Andisol), ox (de Oxisol), vert (de Vertisol), id (de Aridisol), ult (de Ultisol), oll (de Molisol), alf (de Alfisol), ept (de Inceptisol), e ent (de Entisol).

ELEMENTOS FORMATIVOS DA SUBORDEM: alb (de Albico), and (de ndico), aqu (de Aquico), ar (de arao), arg (de Arglico), bor ou cry (de frio), ferr (de xido de ferro), fibr (de ltimo estgio de decomposio), fluv (de rio), hem (de estgio intermedirio de decomposio), hum (de matria orgnica), lept (de pouco espesso), ochr (de crico), plag (de plgeno), psam (de areia), rend (de rendzina), sapr (de muito decomposto), torr (de quente e seco), ud (de dico), umbr (de mbrico), ust (de stico), xer (de xrico).

Figura 8. Hierarquia da classificao americana e enquadramento ao nvel de subordem.

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ARQUIVO DO AGRNOMO N 1 DEZEMBRO/95 (2 edio ampliada e totalmente modificada)

LATOSSOLO FERRFERO

Identificao no campo: Este solo tem ocorrncia restrita a reas elevadas (prximo de 900 m de altitude), no quadriltero Ferrfero e em Itabira (MG), principalmente. Apresenta textura argilosa ou muito argilosa ao longo do perfil e cor vermelho-prpura. Possui atrao magntica muito forte e comumente concrees de ferro na massa do solo. Potencialidades: A saturao por alumnio reduzida em profundidade e, por ser profundo, no h restrio, sob o ponto de vista fsico, ao enraizamento em profundidade. Limitaes: Normalmente so distrficos ou cricos, condies que limitam o enraizamento sob o ponto de vista qumico. Em condies naturais, os teores de fsforo e micronutrientes so reduzidos. Outras limitaes: suscetibilidade eroso e baixa quantidade de gua disponvel s plantas.

Foto 1. Perfil de um Latossolo Ferrfero (Original: Igo F. Lepsch).

LATOSSOLO ROXOIdentificao no campo: Na paisagem ocorre em relevo plano ou suavemente ondulado e sua cor avermelhada bastante homognea em profundidade. O teor de argila quase o mesmo ao longo do perfil, o que pode ser estimado mediante a sensao ao tato da amostra molhada, ou seja, h semelhante pegajosidade da amostra de solo tanto da camada superficial como da subsuperficial. Outro procedimento de campo refere-se estimativa do teor de xido de ferro total, utilizando-se um m, no qual verifica-se a aderncia de partculas de solo, inclusive na regio central do m. Potencialidades: O relevo plano ou suavemente ondulado favorece muito a mecanizao agrcola. Este tipo de relevo, aliado s boas condies fsicas (solo profundo, muito poroso, de textura homognea ao longo do perfil) condicionam maior resistncia eroso. Por serem solos profundos, no h impedimento fsico ao desenvolvimento do sistema radicular em profundidade, e este enraizamento mais abundante se o solo for eutrfico. Conseqentemente, o vigor da planta maior, o que importante para superar possveis condies adversas de falta de gua durante o "veranico". Limitaes: O enraizamento em profundidade muito limitado se o solo for lico, pois ento ser grande a concentrao de alumnio txico (a reduzida quantidade de clcio limita a explorao radicular no horizonte B). Se o solo for crico, o enraizamento em profundidade ser limitado, porm, no tanto quanto no solo lico. Isso ocorre porque no crico a concentrao de alumnio txico no to elevada. A quantidade de gua disponvel baixa, em especial se o solo for crico, porque so solos extremamente intemperizados e, como conseqncia, h elevada microagregao, o que tem reflexo na rpida percolao da gua. Em condies naturais, os teores de fsforo (P) so baixos e necessitam ser elevados atravs da adubao. Por serem solos bastante suscetveis compactao, recomenda-se reduzir o trfego de veculos, alm de se evitar a arao e a subsolagem quando o solo estiver muito mido.

Foto 2. Perfil de um Latossolo Roxo (Original: Francisco Carlos Mainardes da Silva).

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LATOSSOLO VERMELHO ESCUROIdentificao no campo: Sua ocorrncia predominante no relevo plano ou suavemente ondulado. A cor vermelha uniforme em profundidade, e a textura pode ser mdia, argilosa ou muito argilosa. Quando apresenta textura argilosa ou muito argilosa parece muito com o Latossolo Roxo, e pode-se diferenci-lo no campo mediante o emprego de um m. No Latossolo Vermelho Escuro a atrao magntica baixa/mdia e, em geral, verifica-se que o centro do m no totalmente preenchido com partculas do solo, enquanto no Latossolo Roxo a atrao alta, ficando o centro do m totalmente preenchido pelas partculas. Potencialidades: O relevo plano ou suavemente ondulado onde ocorre permite facilmente a mecanizao agrcola, e por ser profundo, poroso ou muito poroso e se for eutrfico existem condies adequadas para um bom desenvolvimento radicular em profundidade. Limitaes: O potencial nutricional dos solos licos bastante reduzido, pois existe a "barreira qumica" do alumnio que impede o desenvolvimento radicular em profundidade. Se o solo for crico, existe tambm uma "barreira qumica", no caso devido mais aos baixos valores da soma de bases (especialmente clcio) que saturao por alumnio, que no alta. Outra limitao refere-se baixa quantidade de gua disponvel s plantas, geralmente constatada. So solos que, em condies naturais, apresentam baixos nveis de fsforo. Haver problema de compactao no s se a textura for argilosa ou muito argilosa, mas tambm se a textura for mdia, especialmente se o teor de areia fina for elevado.

Foto 3. Perfil de um Latossolo Vermelho Escuro (Original: Pablo V. Torrado).

LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO

Identificao no campo: O relevo onde ocorre predominantemente plano ou suave ondulado, morfologicamente apresenta cor amarelada homognea em profundidade, e pode apresentar textura mdia ou argilosa ou muito argilosa. Potencialidades: O relevo plano ou suavemente ondulado onde ocorre permite facilmente a mecanizao agrcola. Por ser profundo, poroso ou muito poroso e se for eutrfico, h condies adequadas para um bom desenvolvimento radicular em profundidade. Limitaes: Se for lico, ou distrfico, ou crico, haver limitaes de ordem qumica em profundidade, que restringem o desenvolvimento do sistema radicular. Em geral apresenta baixa quantidade de gua disponvel s plantas. Em condies naturais os teores de fsforo so baixos e devem ser elevados atravs da adubao. Outra limitao refere-se compactao no s se a textura for argilosa ou muito argilosa, mas tambm se a textura for mdia, especialmente se o teor de areia fina for alto.

Foto 4. Perfil de um Latossolo VermelhoAmarelo (Original: Hlio do Prado).

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LATOSSOLO AMARELOIdentificao no campo: Observando-se a paisagem, nota-se sua ocorrncia no relevo plano ou suavemente ondulado. A cor amarelada uniforme em profundidade o mesmo ocorrendo com o teor de argila. A textura mais comum a argilosa ou muito argilosa. Outro aspecto de campo refere-se elevada coeso dos agregados estruturais. Potencialidades: O relevo favorvel mecanizao agrcola e no favorece a eroso. Limitaes: O enraizamento limitado em profundidade por ser lico ou distrfico, e tambm devido elevada coeso dos agregados, pois o solo muito duro ou extremamente duro no estado seco. Os problemas de compactao limitam ainda mais a utilizao deste solo.

Foto 5. Perfil de um Latossolo Amarelo (Original: Marcio Rossi).

LATOSSOLO BRUNOIdentificao no campo: Ocorre principalmente nas reas elevadas dos planaltos do Sul do Brasil, onde a altitude supera 800 m (clima frio e mido). A textura argilosa ou muito argilosa ao longo do perfil, sendo que o horizonte A relativamente escuro, ocorrendo sobrejacente ao horizonte de cor brunada. Potencialidades: Por ser profundo, e muito poroso em condies naturais, no existe limitao fsica do solo para o desenvolvimento radicular em profundidade. Limitaes: So solos distrficos ou licos, portanto, baixo o potencial nutricional em subsuperfcie, o que limita o enraizamento, que mais comprometido ainda devido baixa quantidade de gua disponvel s plantas.Foto 6. Perfil de um Latossolo Bruno (Original: Joo Kerr).

LATOSSOLO "VARIAO UNA"Identificao no campo: Ocorre em relevo plano ou suave ondulado ou at no relevo pouco mais acidentado. A textura argilosa ou muito argilosa e homognea ao longo do perfil. A cor do horizonte B amarelada ou alaranjada e uniforme em profundidade. comum a ocorrncia de concrees de ferro na massa do solo. Potencialidades: Se o relevo for plano ou suave ondulado, o processo erosivo minimizado e, por ser profundo, tem-se condies de enraizamento em profundidade (considerando-se o aspecto fsico do solo). Limitaes: Subsuperficialmente pode ser distrfico, lico ou crico, que so condies que dificultam o enraizamento em profundidade, principalmente se for lico. O baixo teor de gua disponvel tambm compromete o enraizamento. Apresenta grande suscetibilidade compactao.Foto 7. Perfil de um Latossolo variao Una (Original: Pablo V. Torrado).

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TERRA ROXA ESTRUTURADAIdentificao no campo: Ocorre predominantemente em relevo ondulado, apresenta cor avermelhada uniforme ao longo do perfil e textura argilosa ou muito argilosa, tanto no horizonte A como no horizonte B. O horizonte B apresenta estrutura prismtica ou em blocos subangulares, forte ou moderadamente desenvolvidos, alm da presena de cerosidade facilmente reconhecida. Potencialidades: Quando eutrfico, o horizonte B permite adequado enraizamento em profundidade, o que tambm favorecido porque o solo geralmente profundo. Apresenta teores de micronutrientes relativamente elevados. Limitaes: O relevo favorece a eroso do solo, portanto, a conservao do solo merece os devidos cuidados. H maior limitao para o desenvolvimento radicular em profundidade se o solo for lico devido alta saturao por alumnio (no solo distrfico a limitao menor). A baixa quantidade de gua disponvel constitui outro fator limitante. Solo suscetvel compactao.

Foto 8. Perfil de Terra Roxa Estruturada (Original: Ricardo Coelho).

TERRA BRUNA ESTRUTURADAIdentificao no campo: Normalmente ocorre em relevo ondulado ou fortemente ondulado, em locais de clima subtropical. A textura em geral argilosa ou muito argilosa e a colorao do horizonte B brunada. Potencialidades: Solo profundo com boas condies fsicas para o enraizamento em profundidade. Limitaes: Normalmente distrfico ou lico, logo, h restrio ao enraizamento em profundidade. Problemas de compactao podem ocorrer, por isso deve-se evitar trfego intenso de veculos. A ocorrncia de geada com certa freqncia constitui outra limitao.

Foto 9. Perfil de Terra Bruna Estruturada (Original: EMBRAPA).

PODZLICO VERMELHO ESCUROIdentificao no campo: Em geral ocorre em relevo ondulado e normalmente o teor de argila no horizonte B (de cor vermelha) bem maior do que no horizonte A. Esse incremento de argila pode ser percebido sem dificuldade quando se faz o exame de textura, especialmente se ocorrer o carter abrupto. Potencialidades: Se for eutrfico, h boas condies para o enraizamento em profundidade. Limitaes: Caso seja distrfico ou lico, existe a restrio do desenvolvimento radicular ao longo do perfil. A compactao uma limitao se a textura do horizonte A for mdia ou argilosa, principalmente. Outro aspecto refere-se erodibilidade, devido ao relevo geralmente movimentado, e ocorrncia do carter abrupto.

Foto 10. Perfil de um solo Podzlico Vermelho Escuro (Original: IAC).

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PODZLICO VERMELHO-AMARELOIdentificao no campo: Geralmente ocorre em relevo ondulado ou forte ondulado, apresenta cor amarelada ou vermelhoamarelada no horizonte B, o qual em geral apresenta maior teor de argila do que o horizonte A. Normalmente apresenta cerosidade, especialmente se a textura for argilosa ou muito argilosa. Potencialidades: Se for eutrfico, h condies favorveis para o enraizamento ao longo do perfil. Outro aspecto favorvel ao enraizamento ocorre por ser solo normalmente profundo. Limitaes: Os aspectos da paisagem e do prprio solo contribuem para que o processo erosivo se constitua no fator dos mais limitantes, pois o relevo movimentado e o solo apresenta gradiente textural (mdia do teor de argila do horizonte B dividido pela mdia do teor de argila do horizonte A) em geral alto, especialmente se ocorrer o carter abrupto, ou seja, se o teor de argila do horizonte B for muito maior do que no horizonte A na regio de contato entre estes horizontes. Se for lico ou distrfico, h baixo potencial nutricional no horizonte B. Baixo teor de gua disponvel s plantas se a textura do horizonte A for arenosa. Solo sujeito `a compactao se o horizonte A for especialmente de textura mdia ou mais argilosa.

Foto 11. Perfil de um solo Podzlico Vermelho-Amarelo (Original: Marcio Rossi).

BRUNO NO CLCICOIdentificao no campo: Geralmente este solo ocorre em relevo suave ondulado, raso, ou seja, a soma dos horizontes A e B raramente ultrapassa 1 m de profundidade, e apresenta usualmente a mudana textural abrupta. O horizonte B de cor vermelho-amarelado. Potencialidades: Apresenta o carter eutrfico, assim, a alta saturao por bases no horizonte B favorece o enraizamento em profundidade. Outro aspecto refere-se presena de minerais primrios facilmente intemperizveis (reserva nutricional). Limitaes: Se a quantidade de pedras for alta no horizonte A a mecanizao agrcola dificultada. Devido mudana textural abrupta a erodibilidade elevada. H tambm a limitao quanto gua disponvel no solo, e esta limitao maior se o solo ocorre em locais mais secos (clima semi-rido). Solo sujeito compactao.Foto 12. Perfil de um solo Bruno No Clcico (Original: Jos Coelho de Arajo Filho).

BRUNIZEM AVERMELHADOIdentificao no campo: Geralmente ocorre em relevo ondulado ou fortemente ondulado. A soma da espessura dos horizontes A e B em geral no supera 100 cm. O horizonte A escuro e relativamente espesso e o horizonte B possui estrutura prismtica e/ou subangular e/ou angular. O gradiente textural entre os citados horizontes geralmente baixo. Potencialidades: O carter eutrfico bastante acentuado, logo, as condies para o enraizamento em profundidade so muito boas, principalmente se a profundidade do solo for adequada. Limitaes: O risco de eroso grande neste solo, apesar de ser de textura argilosa ou muito argilosa. Outro aspecto refere-se dificuldade no preparo do solo devido a sua consistncia muito dura no estado seco, alm da mecanizao agrcola dificultada quando o declive mais acentuado. Solo sujeito compactao.

Foto 13. Perfil de um solo Brunizem Avermelhado (Original: Marcio Rossi).

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PLANOSSOLOIdentificao no campo: Geralmente ocorre nos terraos de rios ou riachos ou no tero superior de encosta, portanto, pode apresentar ou no hidromorfismo. A mudana textural abrupta entre os horizontes superficial e subsuperficial facilmente constatada mediante o exame de textura. Potencialidades: Se for eutrfico, haver condio favorvel ao enraizamento em profundidade. Limitaes: Devido ao alto gradiente textural entre os horizontes superficial e subsuperficial grande o risco de eroso. Se o solo for lico ou distrfico existe a limitao quanto ao enraizamento em profundidade. Se o solo apresentar frao argila com CTC elevada ocorrer alto grau de adensamento, e essa condio dificulta muito o enraizamento em profundidade. Solo sujeito compactao.

Foto 14. Perfil de um Planossolo (Original: Jos L.I. Dematt).

SOLONETZ SOLODIZADOIdentificao do campo: Ocorre em geral nos terraos de rios e riachos, portanto, em reas de topografia suave. marcante a diferena no teor de argila entre os horizontes superficial e subsuperficial, o que percebido com facilidade no exame de textura do solo. No exame de barranco ou trincheira, nota-se a estrutura colunar tpica deste solo. Potencialidades: A reao do solo neutra ou alcalina no horizonte B. Limitaes: O gradiente textural elevado causa grande suscetibilidade eroso, tambm favorecida pela baixa permeabilidade do horizonte B, devido a alta concentrao de sdio. Outras limitaes podem, ocorrer, como o solo apresentar o carter salino concomitantemente com a elevada saturao por sdio, e a compactao do solo.

Foto 15. Perfil de um Solonetz Solodizado (Original: Igo F. Lepsch).

PODZOLIdentificao no campo: Ocorre em relevo plano e apresenta horizontes de cores muito diferenciadas: o horizonte A1 de cor bastante escura devido ao acmulo de matria orgnica; o horizonte E de cor muito clara, que pode ser muito espesso; o horizonte Bh muito escuro, geralmente de textura arenosa ao longo do perfil, e o horizonte Bs de cor ferruginosa, que resultado do acmulo de ferro. Potencialidades: O relevo plano minimiza o processo erosivo. Limitaes: O reduzido valor de saturao por bases e/ou alto valor de saturao por alumnio limitam o enraizamento em profundidade neste solo, que em geral arenoso e possui reduzida disponibilidade de gua s plantas. Solo desprovido de micronutrientes e onde o nitrato lixivia acentuadamente.Foto 16. Perfil de um Podzol (Original: Jos L.I. Dematt).

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CAMBISSOLOIdentificao no campo: Ocorre em relevo predominantemente ondulado, forte ondulado ou montanhoso, e geralmente no profundo. comum ocorrer tambm em terraos de rios ou riachos. O teor de argila semelhante entre os horizontes A e B, sendo que a textura pode ser mdia, argilosa ou muito argilosa. identificado no campo pela presena de mica na massa do solo e pela sensao de sedosidade na textura, devido ao silte. Potencialidades: Se for eutrfico haver condies adequadas para o enraizamento em profundidade. Limitaes: Caso ocorra o carter distrfico ou lico haver limitao ao desenvolvimento do sistema radicular em profundidade, que pode ser prejudicado tambm pela presena de rochas duras. A mecanizao agrcola dificultada se o relevo for movimentado. A compactao do solo tambm constitui limitao, especialmente se o teor de silte for alto.Foto 17. Perfil de um Cambissolo (Original: Igo F. Lepsch).

AREIA QUARTZOSAIdentificao no campo: Este solo ocorre em relevo plano ou suave ondulado, apresenta textura arenosa ao longo do perfil e cor amarelada uniforme abaixo do horizonte A, que ligeiramente escuro. Potencialidades: Considerando-se o relevo de ocorrncia, o processo erosivo no alto, porm, deve-se precaver com a eroso devido textura ser essencialmente arenosa. Por ser solo profundo, no existe limitao fsica para o desenvolvimento radicular em profundidade. Limitaes: O carter lico, ou distrfico, limita o desenvolvimento radicular em profundidade, que ainda mais limitado devido reduzida quantidade de gua disponvel (textura essencialmente arenosa). Os teores de matria orgnica, fsforo e micronutrientes so muito baixos. A lixiviao de nitrato intensa devido textura essencialmente arenosa.Foto 18. Perfil de uma Areia Quartzosa (Original: Hlio do Prado).

VERTISSOLOIdentificao no campo: A presena de fendas profundas e o microrelevo gilgai so tpicos deste solo. A consistncia do solo molhado plstica e pegajosa e quando o torro est seco a consistncia muito dura ou extremamente dura; no estado mido muito firme. Potencialidades: A saturao por bases muito alta favorece o enraizamento em profundidade. Limitaes: As propriedades fsicas no so boas devido mineralogia do tipo 2:1, pois no estado seco o solo muito consistente e no estado molhado, plstico e pegajoso ou muito plstico e muito pegajoso. Tais condies dificultam as operaes mecnicas, e a presena de grande torres no permite uma adequada mistura do adubo ao solo.Foto 19. Perfil de um Vertissolo (Original: Pablo V. Torrado).

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SOLONCHAK

Identificao no campo: Geralmente ocorre em relevo plano de vrzea, por isso, normalmente apresenta gleisao. O solo fica desnudo nos locais onde a concentrao de sais elevada. Potencialidades: Este solo praticamente no apresenta potencialidades. Limitaes: A concentrao de sais solveis no solo alta e a dessalinizao difcil e cara.

Foto 20. Perfil de um Solonchak (Original: Marcio Rossi).

RENDZINAIdentificao no campo: Apresenta a seqncia de horizontes A-C-R ou A-R, sendo o horizonte A de cor escura e o horizonte C bastante claro devido presena de carbonato de clcio. Potencialidades: Por ser eutrfico h condies bastante favorveis para o enraizamento em profundidade. Limitaes: O risco de eroso grande onde o relevo mais movimentado. Possibilidade de ocorrerem deficincias de micronutrientes devido ao efeito alcalino (pH alto).

Foto 21. Perfil de uma Rendzina (Original: Igo F. Lepsch).

SOLO ALUVIAL

Identificao no campo: Sua ocorrncia prxima a rios ou drenagens no relevo plano, sendo evidentes as camadas de solo depositadas, que se diferenciam pela cor e textura. Potencialidades: Se for eutrfico, haver condies adequadas para o enraizamento em profundidade, o que tambm facilitado por ser solo profundo. Limitaes: Se for lico ou distrfico haver condies desfavorveis para o enraizamento em profundidade. H risco de inundao, que pode ser freqente ou muito freqente.

Foto 22. Perfil de um Solo Aluvial (Original: Pablo V. Torrado).

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PLINTOSSOLOIdentificao no campo: Ocorre em reas que possuem escoamento lento de gua (reas deprimidas de relevo plano ou suave ondulado). Apresenta grande concentrao de plintita (concrees ferruginosas) nos 40 cm iniciais desde a superfcie, ou a maior profundidade se ocorrer o horizonte E. Potencialidades: Se for eutrfico haver boas condies de enraizamento em profundidade. Limitaes: A grande concentrao de plintita na superfcie limita o uso de implementos agrcolas. Se for distrfico ou lico haver restrio ao enraizamento em profundidade. O teor de fsforo baixo em condies naturais.

Foto 23. Perfil de um Plintossolo (Original: Jos Coelho de Arajo Filho).

SOLO LITLICOIdentificao no campo: Normalmente ocorre em relevo ondulado ou muito movimentado. solo raso, e geralmente a soma dos horizontes A-Cr-R ou do horizonte A sobre a rocha no ultrapassa 50 cm. Potencialidades: Se for eutrfico haver condies adequadas para o crescimento vegetal, desde que a rocha no seja muito dura. Limitaes: O risco de eroso muito grande devido no s a sua pequena profundidade, que limita a infiltrao de gua, mas tambm ao declive acentuado. Se for distrfico ou lico, o potencial nutricional ser limitado. Baixo teores de fsforo em condies naturais.Foto 24. Perfil de um Solo Litlico (Original: Pablo V. Torrado).

GLEI HMICOIdentificao no campo: Ocorre em relevo plano de vrzea. Apresenta horizonte A escuro relativamente espesso e, logo abaixo, uma camada de cor acinzentada com ou sem mosqueado ou variegado. Potencialidades: O teor de matria orgnica relativamente alto e, em conseqncia, a capacidade de troca de ctions alta. Se for eutrfico, haver condies bastante favorveis para o desenvolvimento radicular em profundidade. Limitaes: Se o solo for lico ou distrfico, haver limitao em subsuperfcie quanto ao desenvolvimento do sistema radicular. Devido ao nvel elevado do lenol fretico, h necessidade de se fazer a drenagem do solo. Caso este solo apresente o carter tiomrfico, recomenda-se no dren-lo. Isto porque em condies naturais a acidez reduzida (pH em gua prximo a 7,0), e quando drenado torna-se extremamente cido (pH em gua prximo de 3,5). O aproveitamento agrcola do solo dificultado se o risco de inundao for freqente ou muito freqente. Baixo teor de fsforo natural.

Foto 25. Perfil de um Glei Hmico (Original: Pablo V. Torrado).

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GLEI POUCO HMICOIdentificao no campo: Ocorre em relevo plano de vrzea. Apresenta horizonte A de cor clara ou escura (se for escuro ser pouco espesso). Abaixo do horizonte A ocorre uma camada acinzentada com ou sem mosqueado ou variegado. Potencialidades: Se for eutrfico, as condies para o enraizamento em profundidade sero bastante adequadas. Limitaes: Se o solo for lico ou distrfico, haver limitao em subsuperfcie para o desenvolvimento do sistema radicular. Devido ao nvel elevado do lenol fretico, h necessidade de se fazer a drenagem do solo. Caso este solo apresente o carter tiomrfico, recomenda-se no dren-lo. Isto porque em condies naturais a acidez reduzida (pH em gua prximo a 7,0), e quando drenado tornase extremamente cido (pH em gua prximo de 3,5). O aproveitamento agrcola do solo dificultado se o risco de inundao for freqente, ou muito freqente. Baixo teor de fsforo natural.

Foto 26. Perfil de um Glei Pouco Hmico (Original: Igo F. Lepsch).

SOLO ORGNICOIdentificao no campo: Ocorre em locais muito mal drenados, onde o ambiente hidromrfico. Apresenta camada de material orgnico, ou seja, carbono% 8 + 0,067 x (% argila), em geral nos 40 cm iniciais desde a superfcie. Potencialidades: Se for eutrfico, haver condies adequadas para o enraizamento em profundidade. Apresenta valores elevados de capacidade de troca de ctions (CTC). Limitaes: Se for distrfico, ou principalmente lico, haver restrio ao enraizamento em profundidade. O nvel do lenol fretico elevado e h necessidade de se fazer a drenagem do solo. O risco de inundao freqente. Devido ao alto poder tampo do solo h necessidade da aplicao de altas doses de calcrio. O solo pode conter compostos de enxofre (jarosita) sendo o pH prximo a 7,0. Se for drenado, passa a ter uma condio extremamente cida (pH 3,5).

Foto 27. Perfil de um Solo Orgnico (Original: Igo F. Lepsch).

6. LITERATURA CITADACAMARGO, M.N.; KLANT, E.; KAUFFMAN, J.H. Classificao de solos usada em levantamento pedolgico no Brasil. Boletim Informativo da Sociedade de Cincia do Solo, Campinas, v.12, n.1, p.11-33, 1987. CURI, N.; LARACH, J.O.I.; KMPF, N.; MONIZ, A.C.; FONTES, L.E.F. Vocabulrio de Cincia do Solo. Campinas: SBCS, 1993. 89p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA. Centro de Pesquisas Pedolgicas. Levantamento exploratrio-reconhecimento de solos do Estado de Sergipe. Recife, 1975. 606p. (Boletim Tcnico, 36) EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA. Servio Nacional de Levantamento e Conservao de Solos. Definio e notao de horizontes e camadas de solo. 2 ed. Rio de Janeiro, 1988. 54p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA. Servio Nacional de Levantamento e Conservao de Solos. Smula da REUNIO TCNICA DE LEVANTAMENTO DE SOLOS, 10., Rio de Janeiro, 1979. 83p. (Miscelnia, 1) EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA. Servio Nacional de Levantamento e Conservao de Solos. Sistema brasileiro de classificao de solos (2 aproximao). Rio de Janeiro, 1981. 107p. EUA. Department of Agriculture. Keys to Soil Taxonomy. Soil Survey Staff, Soil Conservation Service, Soil Management Support Services. Blacksburg: Pocahontas Press, 1992. 542p. INTERNATIONAL SOIL CLASSIFICATION. In: WORKSHOP, 8., Rio de Janeiro, 1986. Rio de Janeiro: EMBRAPA/SNLCS, 1986. 285p. LEMOS, R.C. & SANTOS, R.D. dos. Manual de descrio e coleta de solo no campo. 2ed. Campinas: SBCS/SNLCS, 1984. 45p. PRADO, H. Manejo dos solos aspectos pedolgicos e suas implicaes. So Paulo: Nobel, 1991. 116p. PRADO, H. Manual de classificao de solos do Brasil. Jaboticabal: FUNEP/UNESP, 1993. 197p. PRADO, H. Solos tropicais potencialidades, limitaes, manejo e capacidade de uso. Piracicaba, 1995. 166p. QUAGGIO, J.A. Mtodos de laboratrio para a determinao da necessidade de calagem em solo. In: REUNIO BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA, 15., Campinas, 1983. Anais. Campinas: SBCS, 1983. p.33-46.

NOTA: Os interessados em obter maiores informaes sobre os assuntos abordados podem consultar os livros: "Manejo dos solos aspectos pedolgicos e suas implicaes", "Manual de Classificao de solos do Brasil" e "Solos tropicais potencialidades, limitaes, manejo e capacidade de uso", de autoria de Hlio do Prado. Para obt-los, contactar o autor no seguinte endereo: Rua Floriano Peixoto n 1630 - apt 81 - Edifcio Copenhagen CEP 13417-050 Piracicaba-SP Fone: (019) 434-5336.

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