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Page 1: Panorama
Page 2: Panorama

panorama

2010SUMÁRIO

MensageM do Presidente 02

PrinciPais indicadores 04

governança corPorativa 06

Finanças 08

PesQUisa e desenvoLviMento 10

eXPLoraçÃo e ProdUçÃo 12

reFino e coMerciaLiZaçÃo 16

gás natUraL 18

transPorte e distribUiçÃo 20

PetroQUíMica e FertiLiZantes 22

biocoMbUstíveis 24

energia 25

internacionaL 26

resPonsabiLidade sociaL e aMbientaL 28

Page 3: Panorama

Três grandes realizações marcaram 2010 para a Petrobras: o início da operação do Sistema Piloto do cam-po de Lula, na Bacia de Santos; a captação de R$ 120,2 bilhões com a maior oferta pública de ações já realizada no mundo; e a assinatura do Contrato de Cessão Onerosa, que garantiu o direito de produzir cinco bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em áreas não licitadas do Pré-Sal.

A companhia conta com um robusto portfólio no Pré-Sal da Bacia de Santos, região mais promissora da costa brasileira. A operação de capitalização propiciou recursos para o Contrato de Cessão Onerosa e também para o financiamento do Plano de Negócios 2010-2014, que prevê investimentos de US$ 224 bilhões.

MENSAGEMDo prESIDEnTE

O lucro líquido atingiu R$ 35,2 bilhões, valor 17% superior a 2009, refletindo o crescimento da produção de óleo e gás natural, o aumento dos volumes de ven-da de derivados no mercado brasileiro e a recuperação das cotações internacionais de petróleo. O volume to-tal de petróleo e gás natural produzido em 2010 foi de 2.583 mil boed. As reservas provadas de óleo e gás natural, segundo o critério ANP/SPE, alcançaram 15.986 bilhões de boe, um aumento de 7,5% em relação a 2009. O Índi-ce de Reposição de Reservas foi de 229%.

Os resultados de 2010 comprovam o acerto no direcionamento estratégico da Petrobras. Foram inves-tidos R$ 76,4 bilhões, 8% a mais do que em 2009. Os

Com atuação em todos os continentes e atividades operacionais em 28 países, além do Brasil, a companhia encerrou o ano como a terceira no ranking das empresas globais de energia em valor de mercado. Pelo quinto ano consecutivo integra o Índice Dow Jones de Sustentabi-lidade, o mais importante do mundo no quesito desen-volvimento sustentável, o que reflete o seu compromisso com a sociedade. E todas as suas iniciativas são pautadas por boas práticas de governança corporativa. Em 2010, a Petrobras demonstrou mais uma vez sua competência para superar desafios.

José Sergio Gabrielli de AzevedoPresidente da Petrobras

investimentos destinaram-se principalmente ao aumen-to da produção de petróleo e gás natural, à melhoria e ampliação do parque de refino, à contratação de novas embarcações para o transporte de produtos e à conclu-são de obras da malha de dutos que interliga o mercado brasileiro.

Esse desempenho é fruto de investimentos signi-ficativos em desenvolvimento tecnológico e na qualifica-ção dos empregados. A Petrobras é a companhia brasilei-ra que mais investe em Pesquisa e Desenvolvimento. Em 2010, aplicou R$ 1,8 bilhão nessa área, com destaque para a duplicação do Centro de Pesquisas (Cenpes), um dos maiores do mundo.

2 M e n s a g e M d o P r e s i d e n t e 3Pa n o r a M a 2 0 1 0

Page 4: Panorama

PRINCIPAISInDICaDorES

rESUmo opEraCIonaL 2009 2010

RESERVAS PROVADAS - Critério SPE (bilhões de barris de óleo equivalente – boe)(1)(2) - Brasil e exterior Óleo e condensado (bilhões de barris) Gás natural (bilhões de boe)

PRODUÇÃO MÉDIA DIÁRIA (mil boe)(1) - Brasil e exterior Óleo e Líquido de Gás Natural - LGN (mil bpd) Gás natural (mil boed)

POÇOS PRODUTORES (óleo e gás natural) – em 31 de dezembro(1)

SONDAS DE PERFURAÇÃO – em 31 de dezembro

PLATAFORMAS EM PRODUÇÃO – em 31 de dezembro

DUTOS (km) – em 31 de dezembro

FROTA DE NAVIOS – em 31 de dezembro – operação própria – operação de terceiros

TERMINAIS – em 31 de dezembro(3)

REFINARIAS – em 31 de dezembro(1)(4) Quantidade Capacidade nominal instalada (mil bpd) Produção média diária de derivados (mil bpd) Brasil Exterior

IMPORTAÇÃO (mil bpd) Óleo Derivados

EXPORTAÇÃO (mil bpd) Óleo Derivados

COMERCIALIZAÇÃO DE DERIVADOS (mil bpd) - Brasil

VENDAS INTERNACIONAIS (mil bpd) - Óleo, gás e derivados

ENERGIA (1) Capacidade Instalada (MW) (5) (6)

FERTILIZANTES (1) Unidades de Produção

(1) Inclui informações do exterior, correpondentes à parcela da Petrobras em empresas coligadas(2) Reservas provadas medidas de acordo com o critério SPE (Society of Petroleum Engineers)(3) Inclui apenas os terminais da Transpetro(4) Exclui queima, consumo próprio da área de Exploração e Produção, liquefação e reinjeção(5) Inclui apenas os ativos com participação maior ou igual a 50%(6) Inclui apenas termelétricas movidas a gás natural

4 P r i n c i Pa i s i n d i c a d o r e s 5Pa n o r a M a 2 0 1 0

14,9

12,62,3

2.5262.113

413

14.905

100

133

25.966

17252

120

47

152.2232.0341.823

211

549397152

705478227

1.754

541

6.136

2

16,0

13,42,6

2.5832.155

428

15.087

98

132

29.398

29152

239

48

162.2882.0521.832

220

615316299

697497200

1.960

593

5.944

2

2006

25.919

2007

21.512

2008

32.988

2009

30.051

2010

35.189

LUCRO LÍQUIDO CONSOLIDADO(R$ milhões)

2006 2007 2008 2009 2010

2006 2008 2009 20102007

13%

17%15%

31%

21%

26%

23%

19%

28%

16%

Endividamento Curto Prazo / Endividamento Total

Endividamento Líquido / Capitalização Líquida

ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO DA PETROBRAS

Valor de Mercado Valor Patrimonial

2006 2007 2008 2009 2010

430

230 224347 380

98 114 144 164307

VALOR DE MERCADO X VALOR PATRIMONIAL(R$ bilhões)

2006

2,95

2007

2,45

2008

3,76

2009

3,43

2010

3,57

LUCRO/AÇÃO CONSOLIDADO(R$ / ação)

2006 2007 2008 2009 2010

Page 5: Panorama

A estratégia corporativa contempla a expansão de todos os negócios da companhia e baseia-se em fa-tores de sustentabilidade como o crescimento integrado, a rentabilidade e a responsabilidade social e ambiental. Para atingir as metas de crescimento, o programa de investimentos do Plano de Negócios 2010-2014 soma US$ 224 bilhões.

transParênciaA Petrobras adota modernas práticas de gover-

nança corporativa e os mais avançados instrumentos de gestão. Por ser uma companhia de capital aberto, está sujeita, no Brasil, às regras da Comissão de Valores Mo-biliários (CVM) e da BM&F Bovespa. No exterior, cumpre as normas da Securities and Exchange Commission (SEC)

Comitês de Negócios, de Integração e do Conselho de Administração.

O Conselho de Administração estabeleceu man-dato de dois anos para o titular da Ouvidoria Geral da Petrobras, que pode ser reconduzido uma única vez por igual período. Esta prática foi incluída nas Diretrizes de Governança Corporativa.

controLes internosA Petrobras, a Petrobras International Finance

Company (PifCo) e a Petrobras Argentina concluíram suas Certificações de Controles Internos do exercício de 2009 em atendimento à Lei Sarbanes-Oxley (SOX) e à Instrução CVM 480/09. Os relatórios financeiros consoli-dados foram certificados sem ressalvas.

GOvERNANçACorporaTIVa

Em dezembro de 2009, a CVM divulgou a Instru-ção nº 480, que, a exemplo da SOX (aplicável às empre-sas reguladas pela SEC), exige que os diretores das em-presas com ações negociadas na BM&F Bovespa atestem a efetividade dos controles internos da companhia no encerramento de cada exercício.

O processo de certificação anual é estruturado em três etapas: avaliação dos controles em nível de entidade (entity level) para diagnosticar o ambiente de governança corporativa; autoavaliação pelos gestores do desenho de processos empresariais e dos controles internos; e teste dos referidos controles pela auditoria interna. Os serviços de auditoria contábil foram realiza-dos pela KPMG Auditores Independentes.

e da NYSE, nos EUA; da Latibex da Bolsa de Madri, na Espanha; da Bolsa de Comércio de Buenos Aires e da Comisión Nacional de Valores (CNV), na Argentina.

A companhia pratica padrões internacionais de transparência, em respeito aos seus diversos públicos de interesse: acionistas, investidores, clientes, fornecedo-res, empregados e sociedade. A estrutura de governança corporativa reúne o Conselho de Administração e seus comitês, a Diretoria Executiva, o Conselho Fiscal, a Audi-toria Interna, a Ouvidoria Geral, o Comitê de Negócios e os Comitês de Integração.

Em 2010, o Plano Básico de Organização, aprovado pelo Conselho de Administração, foi apri-morado de forma a contemplar o Modelo de Go-vernança Corporativa, bem como sua estrutura de

6 g o v e r n a n ç a c o r P o r at i va 7Pa n o r a M a 2 0 1 0

Page 6: Panorama

deseMPenho das açõesO valor de mercado da Petrobras encerrou o exer-

cício 18,6% acima do registrado em 2009, alcançando US$ 236,5 bilhões, como consequência do processo de capitalização. Com essa operação o número de acionistas na BM&F Bovespa em 31 de dezembro de 2010 chegou a 396.975, 26,48 % mais que em 2009. Considerando co-tistas de fundos de investimentos em ações da empresa, aplicadores via FGTS e detentores de ADRs (180 mil, apro-ximadamente), o total de investidores da companhia ficou em torno de um milhão.

Apesar dos bons resultados operacionais e da confirmação do enorme potencial da região do Pré-Sal (declaração de comercialidade das áreas de Lula e

Cernambi), as ações da companhia fecharam 2010 em patamar inferior ao do ano anterior. Na BM&F Bovespa, as ações ordinárias (PETR3) caíram 26,65%, e as prefe-renciais (PETR4), 25,62%. Na New York Stock Exchange (NYSE), onde são negociados os papéis chamados ADRs (PBR os ordinários e PBRA os preferenciais), as baixas foram de 20,63% e 19,38%, respectivamente.

Foram distribuídos dividendos de R$ 1,03 por ação ordinária ou preferencial, referentes a 2010, totalizando R$ 11,73 bilhões. A empresa também efetuou o pagamento de distribuições antecipadas de juros sobre capital próprio (JCP). O valor foi de R$ 0,91 por ação ordinária ou preferen-cial, somando R$ 7,95 bilhões.

caPitaLiZaçÃoEm 2010, a Petrobras realizou a maior oferta de

ações da história mundial, que resultou na emissão de 2.369.106.798 ações ordinárias e de 1.901.313.392 ações preferenciais, totalizando R$ 120,2 bilhões (US$ 69,9 bilhões), dos quais R$ 45,5 bilhões foram para o caixa e R$ 74,8 bilhões para o pagamento da Cessão Onerosa dos direitos de produção de até 5 bilhões de boe em áreas ain-da não licitadas do Pré-Sal.

No Brasil, o preço da ação ordinária foi R$ 29,65 e o da preferencial R$ 26,30. Nos EUA, os preços foram US$ 34,49 e US$ 30,59, para os recibos ordinários e pre-ferenciais, respectivamente. Cerca de 145 mil investidores aderiram à operação, sendo que a União Federal aumentou sua participação no capital social da Petrobras.

A capitalização contribuiu ainda para manter os índi-ces de alavancagem da companhia de acordo com as metas traçadas pela administração: Dívida Líquida / Capitalização

FINANçAS

entre 25% e 35% e Dívida Líquida / EBITDA de no máximo 2,5 vezes. Encerrando 2010 com alavancagem em 17%, a Petrobras poderá, nos próximos anos, captar recursos adi-cionais junto ao mercado e garantir financiamento para a realização de seus projetos.

FinanciaMentosA Petrobras manteve elevado grau de liquidez para

executar seu plano de investimentos. O reconhecimento da qualidade do crédito da companhia por bancos, agências oficiais de crédito e investidores refletiu-se em custos e pra-zos favoráveis para o financiamento de suas atividades. No mercado bancário, foram realizadas operações de US$ 9 bi-lhões no exterior e R$ 4,2 bilhões no Brasil. Para dar supor-te aos negócios, foram contratadas garantias bancárias de US$ 8,8 bilhões nos mercados doméstico e internacional.

gerenciaMento de riscosO gerenciamento de riscos na companhia é res-

ponsabilidade de seus diretores, por intermédio do Comi-tê de Integração Financeira, e está alinhado com o Plano de Negócios 2010-2014. Fatores como variações no preço do petróleo e de seus derivados, taxas de juros, oscilações cambiais e outros tipos de riscos impactam os resultados e exigem constante monitoramento para adequar o grau de tolerância de riscos às metas de crescimento e à expectati-va de rentabilidade.

riscos de MercadoA companhia limita as operações com derivativos

a transações específicas de curto prazo. As operações com derivativos (futuros, swaps e opções) são realizadas exclusi-vamente para proteger o resultado de transações de cargas físicas no mercado internacional. Nessas operações de pro-teção patrimonial (hedge), as variações positivas ou negati-vas são compensadas, total ou parcialmente, por resultados opostos nas transações.

8 F i n a n ç a s 9Pa n o r a M a 2 0 1 0

Page 7: Panorama

A Petrobras é a companhia que mais investe em ciência e tecnologia no Brasil. Em 2010, foi aplicado R$ 1,8 bilhão em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), um aumento de 30% em relação a 2009. Desse total, R$ 517 milhões foram direcionados para projetos com universida-des e institutos de pesquisa para a qualificação de técni-cos e pesquisadores, realização de projetos e construção de infraestrutura.

A parceria com fornecedores foi intensificada, prin-cipalmente nos projetos relacionados ao Pré-Sal. Impor-tantes representantes desse segmento da indústria de óleo e gás estão sendo estimulados pela Petrobras a cons-truir centros de pesquisa no Brasil.

Em 2010, foi concluída a duplicação do Cen-tro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Amé-rico Miguez de Mello (Cenpes), hoje o maior comple-xo de pesquisa do Hemisfério Sul, com laboratórios para atender às demandas tecnológicas da Petrobras, com destaque aos dedicados ao Pré-Sal. O Cenpes

conta com cerca de 1.800 empregados, dos quais 41% possuem pós-graduação. A estratégia de P&D da companhia está dividida em três eixos: expansão dos negócios, valorização e diversificação de produ-tos e sustentabilidade. Algumas ações e resultados em

2010 foram:

• Descobertaespéciedemicrofóssilquecon-tribuiu para conhecimento mais preciso do posicionamento de reservatórios em diferen-tes profundidades no Pré-Sal das bacias de Santos, Campos e Espírito Santo;

• Concluídostestesdelaboratórioparainjeção de CO2 como fluido de recuperação de petróleo;

• Concluídafaseinicialdetestedetecnologiaque permitirá maximizar a drenagem de reservatórios e minimizar a quantidade de poços no Pré-Sal;

• Concluídoprojetobásicodeunidadeflutuan-te de gás natural liquefeito embarcado para aproveitamento do gás natural do Pré-Sal da Bacia de Santos;

• Aplicadanovaformadeancoragemqueatende especificidades do Pré-Sal;

• Desenvolvidoequipamentoparareparoemer-gencial durante operação de dutos de transpor-te de líquidos, sem interrupção do fluxo;

• NovaformulaçãoparaodieselPodium,comredução do teor de enxofre de 200 para 50 partes por milhão (ppm) e incorporação de 5% de biodiesel;

10 P e s Q U i s a e d e s e n v o Lv i M e n t o 11Pa n o r a M a 2 0 1 0

PESqUISA EDESEnVoLVImEnTo

• Desenvolvidocatalisadorparausonaprodu-ção de polietileno de altíssima densidade - material que apresenta elevado desempenho mecânico;

• Firmadosacordosdecooperaçãotecnológicapara desenvolvimento de biocombustíveis com empresas da Dinamarca, EUA e Holanda;

• CriaçãodeumnúcleoexperimentalnaBahia para testar tecnologias de separa-ção, captura e armazenamento de CO2, que poderão contribuir em projetos futuros do Pré-Sal da Bacia de Santos para evitar emissões à atmosfera.

Page 8: Panorama

Em 2010, a Petrobras consolidou o sucesso da ati-vidade exploratória no Pré-Sal e no pós-sal das bacias brasileiras no Sul e no Sudeste. Também desbravou nova fronteira petrolífera na costa de Sergipe, fortalecendo os alicerces para que a produção de petróleo no país conti-nue sua trajetória de crescimento com sustentabilidade ao longo das próximas décadas.

bacia de sergiPeFoi identificada uma nova província petrolífera em

águas ultraprofundas nessa bacia de Sergipe com a per-furação do poço 1-SES-158, denominado prospecto Barra, a uma profundidade aproximada de 4700 m. Com esse poço, a ocorrência de gás e condensado foi comprovada a cerca de 60 km da costa, em lâmina d’água de 2341 m.

bacia de santosFoi descoberto óleo leve a 2200 m de profundidade

no poço 1-SPS-76 (prospecto Marujá), perfurado no bloco S-M-1352. O poço está localizado a cerca de 215 km da costa, em lâmina d’água de 400 m, e a aproximadamente 15 km das acumulações de Tiro e Sidon.

Foi constatada acumulação de óleo de boa quali-dade (30º API) com a perfuração do poço 2-ANP-1-RJS, no prospecto Franco, a 195 km da costa, em lâmina d’água de 1889 m. Estimativas preliminares indicam volumes re-cuperáveis da ordem de três bilhões de barris de petróleo. Franco é uma das áreas da Cessão Onerosa.

Em 2010, no Plano de Avaliação de Tupi, que incluiu as áreas de Tupi e de Iracema, foram perfurados cinco poços exploratórios e um poço injetor de gás e iniciada a perfuração de mais três poços (um para o Piloto de Produção). No fim do ano foi declarada a comercialidade de duas acumulações nessas áreas, denominadas campos de Lula e de Cernambi.

bacia de caMPosNa área de concessão de Marlim, a Petrobras cons-

tatou a presença de uma jazida profunda em reservatórios do Pré-Sal, com óleo de boa qualidade (29º API). A desco-berta foi resultado da perfuração do prospecto Brava, no poço 6-MRL-199D-RJS, em lâmina d’água de 648 m, em uma acumulação a 4460 m de profundidade. Estimativas preliminares apontam para volumes recuperáveis em tor-no de 380 milhões de boe.

A companhia descobriu duas acumulações de óleo de boa qualidade (29º API) no campo de Caratinga, em reservató-rios de pós e Pré-Sal, com a perfuração do poço 6-CRT-43-RJS, conhecido como prospecto Carimbé, situado a 106 km da costa, em lâmina d’água de 1027 m. Em uma acumulação, a estimativa de volumes recuperáveis é de aproximadamente 105 milhões de barris. Na outra, o potencial de volume recu-perável foi calculado em 360 milhões de boe.

No poço 6-MLL-70-RJS (Tracajá), perfurado próximo a Marlim Leste, constatou-se a presença de reservatórios de hidrocarbonetos no Pré-Sal a uma profundidade de 4.442 m, em lâmina d’água de 1366 m, a 124 km da costa.

bacia do soLiMõesA Petrobras fez uma importante descoberta de pe-

tróleo de excelente qualidade (46º API) e gás associado na Bacia de Solimões, com a perfuração do poço 1-ICB-1-AM (Igarapé Chibata nº 1), que atingiu profundidade de 3485 m. A descoberta localiza-se na província petrolífera de Urucu. O Teste de Longa Duração (TLD) iniciado em setembro de 2010 indica capacidade de produção de 2500 bpd.

cessÃo onerosaEm 2010, foi sancionada a Lei nº 12.276, de

30/06/2010, referente à Cessão Onerosa. Essa lei autoriza a União Federal a ceder onerosamente à Petrobras o exer-cício das atividades de pesquisa e lavra de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos em áreas não concedidas do Pré-Sal, limitando-se à produção de no máximo cinco bilhões de boe.

ProdUçÃoA Petrobras iniciou, em março de 2010, o TLD das

áreas de Tiro e Sidon, com a plataforma SS-11 Atlantic Ze-phyr, com capacidade de produção de óleo de 20 mil bpd e de gás de 475.720 m3/dia. As jazidas estão localizadas no bloco BM-S-40, ao sul da Bacia de Santos, a cerca de 210 km da costa.

Em maio começou a produção no FPSO Capixaba, no campo de Cachalote. Em julho foi conectado a esse FPSO (com capacidade para processar 100 mil bpd de óleo e 3,2 milhões m³/dia de gás) um poço da seção Pré-Sal no campo de Baleia Franca. Esses campos ficam no Parque das Ba-leias, no litoral sul do Espírito Santo, na Bacia de Campos.

ExPlORAçãO E proDUção

2 e X P Lo r a ç Ã o e P r o d U ç Ã o 13Pa n o r a M a 2 0 1 012

Page 9: Panorama

Também começaram as operações de quatro novas plataformas. Primeiro foi o FPSO Cidade de Santos, nos campos de Uruguá e Tambaú, ancora-do a 160 km da costa, em lâmina d’água de 1300 m, e capacidade para produzir 10 milhões m³/dia de gás e 35 mil bpd de óleo. Em seguida, entrou em opera-ção o navio-plataforma Cidade de Angra dos Reis, primeira unidade a produzir em escala comercial no Pré-Sal da Bacia de Santos, no campo de Lula. Tem capacidade para produzir 100 mil bpd de óleo e 5 milhões m³/dia de gás e está ancorado a cerca de 300 km da costa, em lâmina d’água de aproximada-mente 2100 m.

Depois, no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, foi a vez da plataforma P-57, a 80 km da costa do Espírito Santo. Está ancorada em lâmina d’água de 1260 m e tem capacidade para processar 180 mil bpd de óleo e 2 milhões m³/dia de gás. Essa unidade inaugura uma nova geração de plataformas, concebidas a partir do conceito de engenharia que privilegia a simplificação de projetos e a padronização de equipamentos. Foi iniciado o TLD de Guará, no bloco explora-tório BM-S-9, na Bacia de Santos, a cerca de 310 km da costa e a 55 km a sudoeste do campo de Lula. A plataforma Dyna-mic Producer foi instalada em lâmina d’água de 2.140 m.

Esses projetos, aliados ao aumento de produção após a interligação de novos poços em diversas plataformas (P-53, P-51, P-34, FPSO Cidade de Vitória, FPSO Espírito Santo e FPSO Frade) compensaram o declínio natural da produção e ainda garantiram à companhia um aumento de 1,7% na pro-dução nacional de óleo e LGN, que atingiu 2.004 mil bpd.

cUstos de eXtraçÃoEm 2010, o custo médio de extração, sem incluir

a participação governamental, foi de US$ 10,03/boe, um aumento de 14% em relação ao ano anterior devido ao maior número de intervenções em poços. Com as partici-pações governamentais, o custo chegou a US$ 24,64/boe, 20% acima do verificado em 2009.

ProdUçÃo de gás natUraLA produção em 2010 totalizou 56,6 milhões m³/dia,

o que significa um incremento de três milhões m³/dia em relação ao ano anterior, decorrente do aumento da de-manda. A oferta no Brasil cresceu em relação a 2009 devi-do à operação de novos projetos do Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangas), nos campos de Canapu e Camarupim, no Espírito Santo.

Houve ainda o início das operações na UTG Sul Capi-xaba a partir da produção do Parque das Baleias e o término da adequação da unidade de processamento da refinaria RPBC com gás do campo de Lagosta, na Bacia de Santos. Em continuidade aos projetos do Plangas, o campo de Mexilhão entrará em produção em 2011 e será iniciado o escoamento nos campos de Uruguá e Tambaú. Nesse período, a produção do campo de Lula também começará a ser escoada.

Pré-saLAs descobertas na camada Pré-Sal localizam-se na

Bacia de Campos (campos de Marlim, Albacora Leste e Caratinga e no Parque das Baleias – Jubarte, Cachalote e Baleia Franca) e na Bacia de Santos (nas áreas de Guará, Iara, Júpiter, Parati, Bem-Te-Vi, Caramba, Carioca e Franco e nos campos de Lula e Cernambi). Se forem confirmados os volumes recuperáveis entre 8,1 bilhões e 9,6 bilhões de boe, referentes à parcela da Petrobras em Lula, Cernam-bi, Guará, Iara e Parque das Baleias, haverá nos próximos anos aumento significativo nas reservas provadas.

A entrada em operação do primeiro sistema defini-tivo do Pré-Sal na Bacia de Santos ocorreu em outubro de 2010, com o navio plataforma Cidade de Angra dos Reis. Denominado Piloto de Lula, prevê a interligação de seis poços produtores e três injetores e a construção de um gasoduto por onde será escoado o gás até o continente.

Em dezembro de 2010, a Petrobras encaminhou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustí-veis (ANP) a declaração de comercialidade dos campos de

Lula e Cernambi, com volumes recuperáveis de 6,5 bilhões de boe e 1,8 bilhão de boe, respectivamente. Ainda em dezembro foi iniciado o TLD no BM-S-9 (Guará).

reservas ProvadasAs reservas provadas de óleo, condensado e gás

natural da Petrobras no Brasil atingiram 15,283 bilhões de boe em 2010 pelo critério ANP/SPE, um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Foi apropriado 1,911 bilhão de boe em reservas e produzidos 797 milhões de boe, incorporando 1,114 bilhão de boe às reservas provadas da companhia.

Com essa incorporação, o Índice de Reposição de Reservas (IRR) foi de 240%, o que significa que para cada barril de óleo equivalente produzido no ano foi acrescen-tado 1,4 barril de óleo equivalente às reservas. O indicador Reserva/Produção (R/P) aumentou para 19,2 anos. Além desses volumes, a Petrobras possui o direito de produzir, em áreas do Pré-Sal, cinco bilhões de boe, adquirido em 2010 por meio do Contrato de Cessão Onerosa.

Projetos Previstos Para 2011

• CampodeMexilhão–NaBaciadeSantos,em lâmina d’água de aproximadamente 170 m, com capacidade para 15 milhões m³/dia de gás a ser escoado por gasoduto com 139 km de extensão até o continente;

• UTGdeCaraguatatuba–Entraráemopera-ção no litoral de São Paulo para especificar o gás dos campos de Uruguá, Tambaú, Mexilhão e Lula, com capacidade de proces-samento de 18 milhões m³/dia de gás e de 42 mil bpd de óleo;

• CampodeMarlimSul,Módulo3(PlataformaP-56) – Na Bacia de Campos, em lâmina d’água de cerca de 1700 m, com capacidade de processamento de 100 mil bpd de óleo e

compressão de 6 milhões m³/dia de gás. O óleo será escoado para a plataforma P-38 e o gás para a P-51;

• TLDnoBM-C-36(Aruanã)–NaBaciadeCampos, o poço descobridor RJS-661 será in-terligado ao FPSO Cidade de Rio das Ostras, em lâmina d’água de cerca de 1000 m, com capacidade de processamento de 20 mil bpd de óleo;

• TLDLulaNordeste(BM-S-11):Iníciocoma instalação do FPSO BW São Vicente em lâmina d’água de cerca de 2200 m;

• TLDCariocaNordeste(BM-S-09):Iníciocoma instalação do FPSO Dynamic Producer em lâmina d’água de cerca de 2150 m;

• TLDIracema(BM-S-11):Iníciocomainsta-lação do FPSO BW São Vicente em lâmina d’água de cerca de 2100 m.

2 e X P Lo r a ç Ã o e P r o d U ç Ã o 15Pa n o r a M a 2 0 1 014

Page 10: Panorama

REFINO EComErCIaLIzação

As 12 refinarias da Petrobras no Brasil processaram 1.798 mil bpd de carga fresca em 2010, com utilização média de 93% da capacidade, e produziram 1.832 mil bpd de derivados. Do volume total de petróleo processado, 82% vieram de campos no país.

O programa de maximização da produção de die-sel e querosene gerou 17,1 milhões de barris adicionais em 2010. Devido à crescente produção nacional de petró-leo, há investimentos em novas unidades de refino e em melhorias tecnológicas para elevar a qualidade dos seus combustíveis e derivados.

Entre as melhorias estão a produção de óleo diesel com baixo teor de enxofre e de propeno e o início da ope-ração de unidades com processos para reduzir a produção de óleo combustível e aumentar a de derivados médios. Ao longo do ano, também foram realizadas paradas pro-gramadas para manutenção em quatro refinarias.

novos eMPreendiMentosA Refinaria Abreu e Lima, em construção em Per-

nambuco, terá capacidade para processar 230 mil bpd de óleo pesado e produzir 162 mil bpd de diesel com

baixo teor de enxofre, entre outros produtos. O início das atividades está previsto para 2012.

Também estão programadas duas refinarias Pre-mium, que produzirão derivados de alta qualidade e baixo teor de enxofre, como diesel e QAV. A Refinaria Premium I, em Bacabeira (MA), começará a operar em 2014 (primeira fase) processando 300 mil bpd, capacidade que será do-brada em 2016 (segunda fase). O projeto inclui um termi-nal portuário. A Premium II, com operação prevista para 2017, será construída em Caucaia (CE) e terá capacidade para processar 300 mil bpd de óleo, interligada ao termi-nal portuário de Pecém.

A refinaria do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí (RJ), terá a primeira fase de operação em 2013, com capacidade de processamen-to de 165 mil bpd de óleo. A segunda, em 2018, elevará a capacidade para 330 mil bpd. Serão produzidos diesel, GLP, QAV, nafta, óleo combustível, coque e enxofre, além de matéria-prima para petroquímica.

A primeira parte da ampliação da Refinaria Poti-guar Clara Camarão, em Guamaré (RN), começou a fun-cionar em 2010. A unidade – que produz gasolina, nafta petroquímica, diesel e QAV – deve ter a obra concluída ainda em 2011.

coMerciaLiZaçÃoA companhia vendeu 2.378 mil bpd em 2010 no

mercado interno, volume 13% superior ao de 2009. Os principais destaques foram óleo diesel, gasolina, GLP, nafta e gás natural. A demanda de QAV cresceu 19% devido ao aumento do número de voos no Brasil e para o exterior.

As vendas de nafta aumentaram 2%, estimuladas pela reposição de estoques na indústria. As vendas de GLP expandiram-se 4%, impulsionadas pela recuperação da produção industrial, enquanto as de gasolina subiram 17%, por causa do crescimento do mercado e da menor disponibilidade de etanol na entressafra.

Em relação ao diesel, a expansão de 9% nas ven-das está associada ao melhor desempenho da atividade industrial, ao aumento da safra de grãos e a investimentos em infraestrutura. Houve crescimento de 43% nas vendas de asfalto, em decorrência de maior volume de obras de pavimentação e manutenção viárias no país. As vendas de óleo combustível caíram 1%, devido à substituição desse insumo por gás natural e carvão mineral nas indústrias.

As exportações de petróleo atingiram 497 mil bpd, superando em 4% o volume de 2009. Já as vendas de derivados para o mercado externo somaram 200 mil bpd, registrando queda de 12%.

As importações de petróleo ficaram em 316 mil bpd (redução de 20% em comparação a 2009), enquanto as de derivados somaram 299 mil bpd (acréscimo de 97% em relação ao mesmo período) – em razão da expansão do consumo no mercado interno. O volume de diesel impor-tado atingiu 143 mil bpd (149% superior a 2009) e o de QAV, 34 mil bpd (acréscimo de 60%). Foram importados 9 mil bpd de gasolina, em função do crescimento da frota de veículos flex fuel associado à escassez de etanol.

O saldo financeiro da balança comercial da com-panhia em 2010, calculado com base nas exportações e importações de petróleo e derivados, sem considerar gás natural, gás natural liquefeito e nitrogenados, apresentou superávit de US$ 1,534 bilhão.

2 r e F i n o e c o M e r c i a L i Z a ç Ã o 17Pa n o r a M a 2 0 1 016

Page 11: Panorama

A expansão da oferta de gás natural continuou em 2010, com a conclusão de importantes projetos voltados para infraestrutura de produção e escoamento. Incluindo parceiros, a produção atingiu 62,4 milhões m3/dia, su-perando em 7,5% a de 2009. A oferta doméstica foi de 28,6 milhões m3/dia, descontado o volume de gás liquefei-to, o utilizado no processo produtivo e as perdas.

Dos 62,4 milhões m3/dia ofertados ao mercado de gás natural brasileiro, 26,2 milhões foram transportados pelo gasoduto Bolívia-Brasil, já descontado o gás de uso no sistema. O volume importado de gás natural liquefei-to (GNL) regaseificado foi de 7,6 a 18,9 milhões m3/dia. O aumento do consumo em relação ao ano anterior foi resultado do reaquecimento da economia e da maior de-manda termelétrica.

Os investimentos em 2010 somaram R$ 6 bilhões em infraestrutura de transporte. Foram destaques a ex-pansão da capacidade da malha de gasodutos no país e os empreendimentos de geração de energia elétrica.

transPorteA malha nacional de gasodutos de transporte au-

mentou 1.696 km, totalizando 9.506 km. Entraram em operação, em 2010, os seguintes dutos:

•Pilar/Ipojuca – 189,1 km de extensão. Junto com a ampliação do Serviço de Compressão de Pilar, ele-vou a capacidade do sistema local de 3,5 para até

gás natUraL LiQUeFeitoO ano de 2010 marcou a consolidação da Petrobras

como player global no mercado de gás natural liquefeito (GNL). Com constante diversificação do portfólio, a com-panhia firmou 37 contratos e realizou 41 operações de compra de cargas, das quais 36 destinadas ao Brasil e cin-co revendidas no mercado externo.

A companhia, em parceria com a BG, a Repsol e a Galp, implementou um processo competitivo para selecio-nar a melhor proposta, do ponto de vista técnico e econô-mico, para a construção de uma planta de liquefação em-barcada, que permitirá o escoamento de 14 milhões m3/dia de gás natural do Pré-Sal a partir de 2016.

coMerciaLiZaçÃoEm 2010, a Petrobras manteve a estratégia de rea-

lização de leilões eletrônicos de gás natural para o desen-volvimento do mercado de curto prazo. Neles, pela primeira vez, as distribuidoras não foram separadas por sub-mer-cado, pois o Gasene já estava em operação, integrando o mercado de gás natural brasileiro. No último certame,

foram vendidos 9,18 milhões m³/dia, volume 34% superior ao recorde comercializado em leilões anteriores e equiva-lente a 61% do total de 15 milhões m³/dia ofertados.

A companhia também começou a aplicar uma nova modalidade de comercialização de gás natural: a venda semanal. Desde o início da operação, as 18 distribuidoras cadastradas efetuaram pedidos. Os leilões de curto prazo e a venda semanal estão consolidados no mercado brasi-leiro e prosseguirão em 2011.

distribUiçÃoO volume médio de gás natural comercializado por

distribuidoras no Brasil, em 2010, ficou em 49 milhões m3/dia. A participação da companhia em 20 das 27 distri-buidoras estaduais manteve praticamente o mesmo perfil do ano anterior, com percentuais entre 24% a 100%.

Em relação a 2009, o consumo não-térmico das distribuidoras em que a Petrobras possui participação au-mentou 15% (de 13 para 15 milhões m³/dia) e o térmico cresceu 181% (de 2,6 para 7,4 milhões m³/dia), totalizan-do acréscimo de 43% (de 15,6 para 22,4 milhões m³/dia).

GÁSnaTUraL

7,5 milhões m³/dia. Assim, foi possível aproveitar o gás do Gasene (Gasoduto Sudeste-Nordeste) em Ala-goas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte; •Paulínia/Jacutinga – 93 km de extensão e capacidade de escoamento de 5 milhões m³/dia. Permitiu levar, pela primeira vez, gás natural para atender cidades do sul de Minas Gerais;•RamalGascav/UTGSulCapixaba – 10 km de extensão e capacidade de transporte de 2 milhões m³/dia. Interliga o Gasoduto Cabiúnas-Vitória (Gascav) à UTG Sul Capixaba para suprimento de gás ao Espírito Santo;•Cabiúnas/ReducIII(GasducIII) – 181 km de extensão. É o maior gasoduto em diâmetro da América do Sul, e tem a maior capacidade de transporte (40 milhões m³/dia) entre os gasodutos brasileiros. Permite o escoamento do gás natural das bacias de Campos e do Espírito Santo;•RiodeJaneiro/BeloHorizonteII(GasbelII) - 268,9 km de extensão e capacidade para trans-portar 5 milhões m³/dia. Permitiu ampliar a oferta de gás natural para Minas Gerais;•Cacimbas/Catu(Gascac)–954 km de extensão e capacidade para transportar 20 milhões m³/dia. É o maior trecho do Gasene, interligando o Espírito Santo à Bahia.

2 g á s n at U r a L 19Pa n o r a M a 2 0 1 018

Page 12: Panorama

A Transpetro, subsidiária da Petrobras para o seg-mento de transporte e armazenamento de petróleo, deri-vados, etanol e gás natural, opera 7.179 km de oleodutos, 7.193 km de gasodutos e 48 terminais – 20 terrestres e 28 aquaviários, além de 52 navios.

Em 2010, 48,9 milhões de toneladas de petróleo e derivados foram transportadas por navio. A Transpetro movimentou em seus terminais 704 milhões de m³ de líquidos, volume 4% superior ao de 2009, além de uma

média de 57 milhões de m³/dia de gás natural, 62% acima da registrada no ano anterior. O recorde de movimentação de gás natural no ano foi de 69 milhões de m³/dia.

novos naviosO Programa de Modernização e Expansão da Frota

(Promef) da Transpetro prevê a construção de 49 navios, em duas fases, que acrescentarão 4 milhões de toneladas de porte bruto à capacidade atual. Em Pernambuco, estão

sendo construídos navios para transporte de óleo e, no Rio de Janeiro, para transporte de derivados de petróleo, etanol e banker. Os três primeiros navios foram lançados ao mar em 2009. Para 2011, está prevista a entrega de outros cinco navios.

terMinais, oLeodUtos e gasodUtos

Para escoar o aumento da produção de GLP, em função do Plangas, está sendo ampliado, na Baía de Gua-nabara, o Terminal da Ilha Redonda, enquanto prossegue a construção de novas instalações na Ilha Comprida. Em Barra do Riacho (ES), também está sendo feito um novo terminal. E, em Guamaré (RN), foi ampliada a infraestrutura para movimentação de derivados da Refinaria Potiguar.

A malha de gasodutos de transporte e de trans-ferência somou 7.193 km, um aumento de 1.771 km em relação a 2009, ano em que entraram em operação

oito novos gasodutos. A empresa opera sete plantas de processamento de gás natural vindo da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Em 2010, o volume processado foi de aproximadamente 16 milhões de m³/dia de gás natural e a produção de GLP chegou a 14 mil t/dia.

sisteMa Logístico de etanoLDevido ao crescimento do mercado de etanol, prin-

cipalmente no Brasil, a Petrobras desenvolveu um progra-ma para ampliar a infraestrutura dutoviária e hidroviária para o transporte das regiões produtoras do Centro-Oeste brasileiro e de São Paulo para os mercados doméstico e de exportação. Os investimentos previstos somam R$ 6 bi-lhões e o início da operação está programada para 2011.

distribUiçÃoA Petrobras Distribuidora, em 2010, conquistou a

marca de 48.690 mil m³ comercializados, volume 8,2% maior que o registrado no ano anterior. Pela primeira vez a barreira dos 4 milhões de m3/mês foi ultrapassada, o que estabeleceu o recorde de vendas de 4.058 mil m3/mês e manteve a liderança da companhia no mercado brasileiro de combustíveis, com market share de 38,8%.

Com uma rede de 7.306 postos de serviços e cer-ca de 11 mil consumidores diretos, a empresa alcançou receita operacional líquida de R$ 66 bilhões e lucro líquido de R$ 1,41 bilhão. Os investimentos somaram R$ 895 milhões.

Em 2010, grande parte dos postos oriundos da aquisição da Ipiranga foi adequada ao padrão da Petro-bras. Foram inauguradas uma rede de distribuição de gás natural canalizado no Espírito Santo e um centro opera-tivo de GLP no Rio de Janeiro. Outras iniciativas foram a revitalização da marca Lubrax e o lançamento do Centro Tecnológico de Lubrificação Automotiva Lubrax +.

TRANSPORTEE DISTrIbUIção

2 t r a n s P o r t e e d i s t r i b U i ç Ã o 21Pa n o r a M a 2 0 1 020

Page 13: Panorama

A Petrobras consolidou sua atuação no setor pe-troquímico, de forma integrada aos seus demais negócios e diversificou o portfólio de produtos, com o aumento de participação na Braskem. O acordo estabelecido pre-via que a integração das participações de Petrobras e Odebrecht ocorreria em etapas. Ao final, as duas empre-sas passaram a deter, respectivamente, 36,1% e 38,3% do capital social total da Braskem. Em janeiro de 2010, Petrobras, Odebrecht e Braskem firmaram um acordo de associação para regular a participação da Braskem no Comperj e no Complexo Petroquímico de Suape.

Também em janeiro, as ações da Petrocoque de propriedade da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) foram adquiridas pelos sócios Petroquisa e Universal. Cada uma passou a deter 50% das ações.

Os principais investimentos previstos para o seg-mento petroquímico são:

• ComplexoPetroquímicodoRiodeJaneiro(Comperj) – As unidades do Comperj, com início de operação previsto para 2017, produ-zirão petroquímicos básicos e associados;

• CompanhiaPetroquímicadePernambu-co(PetroquímicaSuape)eCompanhiaIntegradaTêxtildePernambuco(Cite-pe) – A Petroquisa detém 100% do capital social das duas empresas, que reúnem três unidades integradas para produção de PTA e PET BG, além da oferta de fios para o segmento têxtil;

• Coquepar– Petroquisa e Unimetal, em par-ceria, construirão duas unidades de calcina-ção de coque de petróleo, no Rio de Janeiro e no Paraná. A capacidade total de produção será de 700 mil t/ano.

FertiLiZantesO parque produtor de fertilizantes da Petrobras é

formado por duas unidades, localizadas na Bahia e em Sergipe. Os principais produtos comercializados são ureia, ácido nítrico, amônia e gás carbônico.

Em 2010, o mercado de fertilizantes se rea-queceu. A companhia vendeu 772 mil toneladas de ureia e 236 mil de amônia, o que proporcionou fatu-ramento líquido de R$ 680 milhões, valor superior aos R$ 572 milhões registrados no ano anterior. A unidade da Bahia atingiu seu recorde de produção com 335 mil toneladas de ureia, quantidade 53% superior à de 2009. No mesmo período, a unidade de Sergipe produziu 423 mil toneladas de ureia, superando o volume de 386 mil to-neladas do ano anterior.

PETROqUíMICAE fErTILIzanTES

2 P e t r o Q U í M i c a e F e r t i L i Z a n t e s 23Pa n o r a M a 2 0 1 022

Page 14: Panorama

biodieseLA subsidiária Petrobras Biocombustível opera três

usinas de biodiesel, localizadas na Bahia, no Ceará e em Minas Gerais. Em 2010, com a duplicação da usina baia-na, a capacidade total de produção das unidades atingiu 434 mil m³/ano. A companhia detém ainda participação acionária (50%) em uma usina de biodiesel no Paraná, com capacidade de produção de 127 mil m³/ano. No Pará, está em andamento o projeto para construção de uma nova usina com início de operação previsto para 2013, aumentando a capacidade instalada de produção em 120 mil m³/ano.

Foi consolidada parceria entre a Petrobras e a Galp Energia para constituição de uma empresa con-junta que conduzirá o projeto no Pará e a constru-ção de uma usina para produção de 250 mil t/ano de greendiesel (biodiesel de segunda geração), em Por-tugal. Com esses investimentos, a capacidade total de produção da Petrobras Biocombustíveis atingirá 750 mil m³/ano em 2013.

A empresa mantém contratos para compra de matérias-primas (mamona, girassol e soja) com 66.554

agricultores familiares, responsáveis por 148.578 hectares de área cultivada. Em agosto, a empresa adquiriu 50% do capital social da Bioóleo Industrial e Comercial S.A., na Bahia, por R$ 19 milhões, com capacidade para processar até 130 mil t/ano de oleaginosas e armazenar 30 mil to-neladas de grãos, além de tancagem para 10 milhões de litros de óleo.

etanoLEm 2010, a capacidade de moagem da Petrobras

Biocombustível foi de 23 milhões de toneladas de cana, enquanto a produção de etanol atingiu 942 mil m3 e a de açúcar chegou a 1,55 milhão de toneladas. Além disso, foram vendidos 517 GWh de energia elétrica excedentes por meio de participações no setor.

No mesmo período, a Petrobras Biocombustível realizou operações para adquirir participação acionária e investir em empresas que possuem usinas em fase de ampliação da capacidade e melhoria de infraestrutura. Isso permitirá o crescimento da produção de etanol, com a adequada logística de distribuição ao mercado.

bIOCOMbUSTívEIS ENERGIA

A Petrobras gerou 1.837 MW médio em 2010 (525 MW médios em 2009) para o Sistema Interligado Nacional (SIN), por meio de 15 usinas termelétricas (UTEs) próprias e alugadas que compõem o seu parque gerador. A capa-cidade instalada foi de 5.284 MW (1.471 MW em 2009). A maior geração em 2010 foi resultado dos baixos níveis nos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras, o que fez com que as UTEs aumentassem o fornecimento de energia. Os investimentos atingiram R$ 600 milhões. A companhia ainda comercializou a capacidade não contra-tada das UTEs, aproveitando a crescente demanda, aque-cida pela recuperação da economia.

No segmento eólico, a Petrobras possui um projeto - a usina-piloto em Macau, no Rio Grande do Norte - com 1,8 MW instalado. Já produziu 32.256 MWh e evitou a emissão de aproximadamente 1,2 mil t/ano de CO2 para a atmosfera em sete anos de funcionamento. Em 2009, a companhia iniciou nesse mesmo estado a implementa-ção de quatro projetos vencedores do primeiro leilão de energia de reserva exclusivo para geração eólica. Já foram vendidos 49 MW médios correspondentes a 104 MW de capacidade instalada. Os empreendimentos estão previs-tos para entrar em operação em 2011.

2 b i o c o M b U s t í v e i s | e n e r g i a 25Pa n o r a M a 2 0 1 024

Page 15: Panorama

A Petrobras está presente nos cinco continentes, atuando em 28 países, além do Brasil. Nesses locais, mantém operações em todos os segmentos da indústria petrolífera, acordos de cooperação para desenvolver tec-nologia e novos negócios e possui também escritórios de representação.

No mercado internacional, a Petrobras encerrou 2010 com produção de 151 mil bpd de óleo e 16 milhões de m³/dia de gás natural, totalizando 245 mil boed. Tam-bém foram processados 206,8 mil bpd de óleo em quatro refinarias (uma no Japão, uma nos EUA e duas na Argen-tina), o equivalente a 70% da capacidade de processa-mento no exterior, que será reduzida de 280,5 mil para 230,5 mil bpd de óleo, devido ao acordo de venda da refi-naria de San Lorenzo, na Argentina. A companhia mantém naquele país a refinaria de Bahía Blanca.

As reservas provadas internacionais somaram 703 milhões de boe, volume 1% superior ao de 2009, re-sultando 110% no Índice de Reposição de Reservas. Esse volume corresponde a 4% das reservas totais da compa-nhia, segundo o critério SPE. As principais incorporações de reservas ocorreram no bloco 57 no Peru e nos projetos de Saint Malo e Cascade, ambos em águas profundas do Golfo do México.

A companhia investiu R$ 4,8 bilhões em negócios internacionais, sendo 12% destinados às atividades de

refino, petroquímica, distribuição, gás e energia e 88% à exploração e produção, dos quais 60% alocados ao de-senvolvimento da produção.

aMéricaA Petrobras está presente em 13 países do conti-

nente, além do Brasil: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Curaçao, Equador, EUA, México, Paraguai, Peru, Uru-guai e Venezuela. Possui 1.171 estações de serviços, além dos ativos em upstream. A produção foi de 91 mil bpd de óleo e 16 milhões de m³/dia de gás natural, totalizando 185,1 mil boed.

Na região do Golfo do México, a companhia desen-volve projetos de produção em Cascade e Chinook (início de produção previsto para 2011), Saint Malo, Tiber e Sto-nes, além de projetos em fase exploratória.

Nos EUA, a Pasadena Refining Systems, Inc. (PRSI) registrou sua maior média de processamento de petróleo e ainda teve seus custos reduzidos, o que permitiu melhor aproveitamento das margens operacionais do negócio.

No Equador, a Petrobras não aceitou a proposta do governo local para migração dos contratos de exploração no bloco 18 e está negociando a indenização prevista. A produção foi de 2,3 mil bpd. A presença da companhia no país será mantida pela participação na empresa Oleoducto de Crudos Pesados (OCP).

áFricaA costa oeste da África é uma área estratégica na

atuação internacional da Petrobras. A produção na Nigé-ria (campos de Akpo e Agbami) e em Angola (Lote 2) soma 60,3 mil bpd de óleo. A companhia atua também em ex-ploração na Tanzânia, Namíbia e Líbia.

ásia e oceaniaA Petrobras possui uma refinaria na ilha de Oki-

nawa, no Japão, e desenvolve projetos exploratórios na Turquia, Índia, Austrália e Nova Zelândia.

eUroPaEm Portugal, a Petrobras desenvolve projetos de

exploração nas bacias do Peniche e do Alentejo, além de outros relacionados à produção, ao desenvolvimento de tecnologias e ao comércio de biocombustíveis, em parce-ria com empresas locais.

INTERNACIONAl

2 i n t e r n a c i o n a L 27Pa n o r a M a 2 0 1 026

angoLa

argentina

aUstráLia

benin

boLívia

brasiL

chiLe

china

cingaPUra

coLôMbia

eQUador

estados Unidos

hoLanda

índia

jaPÃo

Líbia

MéXico

naMíbia

nigéria

nova ZeLândia

ParagUai

PerU

PortUgaL

reino Unido

senegaL

tanZânia

tUrQUia

UrUgUai

veneZUeLa

Page 16: Panorama

rELaCIonamEnTo Com InVESTIDorES/ComUnICação InSTITUCIonaLcoordenaçÃo geraL e ProdUçÃo editoriaL

proJETo GrÁfICo E DIaGramaçãotaPioca coMUnicaçÃo

foToGrafIaSbanco de iMagens PetrobrasPág. 2, roberto rosaPág. 6, 23, rogério reis Pág. 8, 12, 19, geraldo FalcãoPág. 15, Paulo cabralPág. 16, j. valpereiro

agência Petrobras de notícias (Pág. 10)

banco de iMagens transPetroPág. 20, thelma vidales

ImprESSãográFica staMPPa

aTEnDImEnTo aoS InVESTIDorES

av. rePúbLica do chiLe, 65, saLa 2202 b, centrorio de janeiro - rj, ceP: 20031–912teLs: 0800 282-1540 e (21) 3224-1510FaX: (21) 3224-6055e-MaiL: [email protected]/rI

A Petrobras investiu R$ 4,56 bilhões em Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) em 2010. No mesmo período, também destinou R$ 707,9 milhões a 1.770 projetos escolhidos por sele-ção pública nas áreas social, cultural, ambiental e esportiva.

Pelo quinto ano consecutivo, a companhia integra o Índice Dow Jones de Sustentabilidade, referência mundial nessa categoria destacando-se no critério Transparência, no qual novamente obteve pontuação máxima.

segUrança oPeracionaLA companhia dispõe de equipes treinadas e recur-

sos materiais para os planos de emergência. São 30 em-barcações de grande porte, 130 embarcações de apoio, 150 mil metros de barreiras de contenção, 120 mil m de barreiras absorventes, 200 recolhedores de óleo e 200 mil litros de dispersantes químicos, entre outros itens disponíveis em 10 Centros de Defesa Ambiental e em suas 13 bases avançadas no Brasil.

Em 2010, a companhia realizou 10 simulados de combate a emergências. No ano, os vazamentos de petróleo e derivados somaram 668 m3, nível inferior a 1 m3/milhão de barris de petróleo produzidos, referência excelente na indústria mundial de óleo e gás.

Meio aMbienteA Petrobras busca minimizar os impactos de suas

atividades operacionais e de seus produtos sobre o meio

r e s P o n s a b i L i d a d e s o c i a L e a M b i e n ta L228

RESPONSAbIlIdAdE SOCIAlE ambIEnTaL

ambiente. Em 2010, os sistemas de gestão ambiental de 93% de suas unidades certificáveis, no Brasil e no exterior, estavam em conformidade com a norma ISO 14001.

A companhia adota indicadores de intensidade de energia e de emissões de gases de efeito estufa. Nos últimos cinco anos, investiu mais de R$ 300 milhões em projetos de eficiência energética, que proporcio-naram economia de cerca de 3 mil boed. Também busca reduzir a geração de resíduos sólidos e incenti-var o reuso e a reciclagem. Como resultado, reciclou 155 mil toneladas de resíduos sólidos perigosos em 2010, correspondentes a 37% de todo o resíduo sólido tratado.

saúdeOs indicadores de desempenho da Petrobras em

segurança mantiveram-se em níveis comparáveis às melhores referências internacionais da indústria de óleo e gás. A Taxa de Frequência de Acidentados com Afasta-mento (TFCA) ficou em 0,52 no ano. A Taxa de Acidenta-dos Fatais (TAF) – equivalente ao número de fatalidades por 100 milhões de homens-hora de exposição ao risco – passou de 0,81 em 2009 para 1,08 em 2010. E o Percen-tual de Tempo Perdido (PTP), referente aos afastamentos de empregados por doenças ou acidentes, em 2010, foi de 2,38% – inferior ao Limite Máximo Admissível (LMA) estabelecido para o ano (2,41%).

Page 17: Panorama

ma

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011

WWW.Petrobras.coM.br/ri