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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO e CIÊNCIAS CONTÁBEIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ORÇAMENTO PÚBLICO: PRINCÍPIOS E LEIS ORÇAMENTÁRIAS Marcelo Parada Machado Filho Cuiabá-MT 2019

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Page 1: ORÇAMENTO PÚBLICO: PRINCÍPIOS E LEIS ......No Brasil não é diferente, o debate relacionado ao orçamento público está sempre em destaque, tendo em vista a dificuldade dos governos;

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO e CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ORÇAMENTO PÚBLICO: PRINCÍPIOS E LEIS ORÇAMENTÁRIAS

Marcelo Parada Machado Filho

Cuiabá-MT

2019

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Marcelo Parada Machado Filho

ORÇAMENTO PÚBLICO: PRINCÍPIOS E LEIS ORÇAMENTÁRIAS

Monografia apresentada a

UFMT/Faculdade de Administração e

Ciências Contábeis, Departamento de

Ciências Contábeis, como requisito

parcial para obtenção de título de

bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Professora M.ª Marilene Dias de Oliveira

Cuiabá-MT, março/2019

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Marcelo Parada Machado Filho

ORÇAMENTO PÚBLICO: PRINCÍPIOS E LEIS ORÇAMENTÁRIAS

Monografia defendida e aprovada em __/__/__ pela banca examinadora

constituída pelos professores:

____________________________

Professora M.ª Marilene Dias de Oliveira

Presidente

____________________________

Professora Drª Renildes de Oliveira Luciardo

Membro

____________________________

Professor Dr Benedito Albuquerque da Silva

Membro

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ………………………………. ……………………………………5

2. REFERENCIAL TEÓRICO………………………………………………………...7

2.1 ASPECTOS GERAIS DE ORÇAMENTO PÚBLICO…………………………..7

2.1.1 Receita Pública………………………………………………………………….7

2.1.2 Despesa Pública………………………………………………………………..8

2.2 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS E PEÇAS DE PLANEJAMENTO………10

2.3 LEIS ORÇAMENTÁRIAS……………………………………………………….15

2.3.1 Plano Plurianual……………………………………………………………….16

2.3.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias……………………………………………..17

2.3.3 Lei Orçamentária Anual……………………………………………………….20

3. METODOLOGIA…………………………………………………………………..22

4. RESULTADOS E ANÁLISES………………………………….………………...23

5. CONCLUSÃO……………………………………………………………………..30

REFERÊNCIAS………………………………………………………………………32

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1. INTRODUÇÃO

O orçamento público é um tema extremamente relevante para todas as nações do

globo terrestre, pois, é dessa forma que se tem conhecimento da maneira em que os

recursos públicos serão alocados e se eles atenderão as necessidades da população que,

por meio dos tributos, é quem fornece os recursos que serão gastos pelo ente

governamental.

No Brasil não é diferente, o debate relacionado ao orçamento público está sempre

em destaque, tendo em vista a dificuldade dos governos; tanto federal quanto estadual e

municipal de aplicá-lo na prática, fazendo com que estes recursos cheguem à sociedade,

ou seja, no atendimento das necessidades básicas da população em saúde, segurança,

educação, etc.

Por outro lado, o Brasil, além de não atender as necessidades nacionais, vários

problemas cercam a questão orçamentária brasileira, pode-se citar como exemplo a má

administração dos recursos; o déficit das contas públicas que, anualmente, se gasta mais

do que se arrecada e o pior de todos os problemas que é a corrupção, a qual coloca os

recursos para atender finalidades privadas ao invés do interesse coletivo.

Analisando o contexto atual do Brasil, resta evidente que a desorganização

orçamentária é um dos fatores que ocasionou a crise econômica, política e social pela

qual a República está passando.

No entanto, não se pode culpar exclusivamente um determinado governo pelos

problemas das contas nacionais. É notório que, a não observância das limitações

orçamentárias e o não respeito de seus princípios e regras é uma imperfeição histórica e

cultural e que acontece desde a fundação da República Federativa do Brasil.

A despeito da situação alhures mencionada, os governantes não ficaram inertes e

aos poucos vem buscando formas de melhorar a gestão da questão orçamentária.

A principal ferramenta orçamentária é a Constituição Federal de 1988 que dispõe

sobre o orçamento público, inclusive sobre seus princípios e leis.

Os princípios que são trazidos pela Constituição e pela Lei 4320/1964 são os

seguintes: universalidade, unidade, anualidade, exclusividade, orçamento bruto e não

afetação das receitas tributárias. Há ainda outros como: o equilíbrio e a clareza, conforme

detalhamento exposto na subseção 2.2.

Outrossim, a Carta Magna nacional estipulou a necessidade de três leis

orçamentárias que devem ser criadas pelos entes federativos brasileiros, as quais são o

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Plano Plurianual (PPA), a Lei Orçamentária Anual (LOA) e a Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO).

Além da Constituição Federal de 1988, outra norma que é de fundamental

importância na questão orçamentária a Lei Complementar 101/2000, também conhecida

como Lei de Responsabilidade Fiscal, que traz diversas limitações aos gastos públicos,

bem como traz rígidas punições aos gestores e ao ente federado que não elabora e

executa seu orçamento de forma compatível com a legislação em vigor.

Dessa forma, denota-se o quão importante é o conhecimento do orçamento

público pela sociedade e, principalmente, pelo profissional da contabilidade; posto que,

será este profissional, que munido dos conhecimentos adquiridos pelo estudo do

orçamento e da contabilidade pública, será o responsável para auxiliar o gestor na

elaboração, execução do orçamento público, bem como é o profissional responsável pela

sua contabilização.

Sendo assim, o profissional contábil não pode negligenciar que existem princípios

e leis que regem todo o sistema orçamentário, devendo ele, de forma correta, orientar o

gestor público, com a finalidade de evitar danos a gestão e ao patrimônio público devido a

não observância das regras, normas e princípios.

A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica, em livros e doutrinas que

tratam sobre o orçamento, e a contabilidade pública, bem como nas legislações

pertinentes sobre o tema. Será ainda efetuada a análise no Orçamento do Estado de

Mato Grosso do exercício de 2018, para verificar à obediência, ou não a alguns princípios

orçamentários.

Diante disso, o objetivo deste trabalho é verificar o funcionamento do orçamento

público, bem como a aplicação dos princípios orçamentários por meio do estudo da

doutrina contábil e da análise de um orçamento.

Espera-se que este trabalho contribua como fonte de conhecimento para os

acadêmicos de Ciências Contábeis e para a sociedade em geral que financiam os

serviços públicos, mediante o pagamento dos tributos anualmente.

O trabalho compõe-se de cinco Seções: a primeira apresenta a Introdução, a

segunda o Referencial Teórico que aborda: o orçamento público, os princípios

orçamentários e as peças de planejamento, na terceira seção a metodologia aplicada na

pesquisa, na quarta os resultados e análises, conclusão, finalizando com as referências.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Esta seção apresenta o Referencial Teórico que aborda os aspectos gerais sobre

o orçamento público, princípios orçamentários e peças de planejamento, e leis

orçamentárias.

2.1. ASPECTOS GERAIS SOBRE ORÇAMENTO PÚBLICO

O orçamento público pode ser conceituado como uma lei de iniciativa do Poder

Executivo que estima receita e fixa despesa para o exercício financeiro.

De acordo com Piscitelli (2012, p. 32), orçamento público é definido como:

A ação planejada do Estado, quer na manutenção de suasatividades, quer na execução de seus projetos, materializa-seatravés do orçamento público, que é o instrumento de que dispõe oPoder Público (em qualquer de suas esferas) para expressar, emdeterminado período, seu programa de atuação, discriminando aorigem e o montante dos recursos a serem obtidos, bem como anatureza dos dispêndios a serem efetuados.

Similar é o entendimento de Silva (2011, p. 10), conforme a seguir

Orçamento é considerado o ato pelo qual o Poder Legislativo prevêe autoriza aos Poderes Executivo, Judiciário e ao próprio PoderLegislativo, por certo período, as despesas destinadas aofuncionamento dos serviços público e aos investimentos indicadospela política econômica, assim como a arrecadação das receitas jácriadas por lei. Portanto, o orçamento tem como objetivo prever asfontes dos recursos financeiros e registrá-los anualmente para ofinanciamento dos planos, programas e projetos, de modo asatisfazer às necessidades coletivas.

Com base no conceito acima, é possível vislumbrar os conceitos de receita e

despesa, sendo receita o montante de recursos a serem obtidos e despesa os dispêndios

a serem efetuados.

2.1.1 Receita Pública

A receita pública segundo Kohama (2012, p. 66):

Entende-se, genericamente, por receita pública todo e qualquerrecolhimento feito aos cofres públicos, e, também, a variação ativaproveniente do registro do direito a receber no momento daocorrência do fato gerador, quer seja efetuado através denumerários ou outros bens representativos de valores – que ogoverno tem direito a arrecadar em virtude de leis, contratos ouquaisquer outros títulos que derivem direitos a favor do Estado, querseja oriundo de alguma finalidade específica, cuja arrecadação lhepertença ou caso figure como depositários dos valores que não lhepertençam.

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Outrossim, para Silva (2011, p. 227) receita pública é conceituada da seguinte

forma:

Para fazer face a suas necessidades, o Estado dispõe de recursosou rendas que lhe são entregues através da contribuição dacoletividade. O conjunto desses recursos constitui a denominadareceita pública e com ela o Estado vai enfrentar todos os encargoscom a manutenção de sua organização, com o custeio de seusserviços, com a segurança de sua soberania, com as iniciativas defomento e desenvolvimento econômico e social e com seu própriopatrimônio.

Assim, todos os recursos financeiros que entram nos cofres públicos são

considerados receitas, entretanto, apenas as receitas orçamentárias serão parte do

planejamento orçamentário.

Consideram-se receitas orçamentárias aquelas em que os recursos ingressam de

forma permanente ou continuada nos cofres públicos, denominadas receitas ordinárias,

bem como aquelas que ingressam de forma excepcional, denominadas extraordinárias.

Sobre receita orçamentária, Angélico (2011, p. 44) ensina que:

Receita orçamentária é aquela que, devidamente discriminada naforma do anexo nº 3 da Lei 4320/1964, integra o orçamento público.São os tributos, as rendas, as transferências, as alienações, osretornos de empréstimos e as operações de créditos por prazosuperior a doze meses. A arrecadação das receitas deste grupodepende de autorização legislativa que é a própria lei orçamentária.Realizam-se estas receitas pela execução do orçamento.

Importante destacar que, para a elaboração do orçamento, é necessário que este

valor seja estimado pelo gestor público, posto que, não há como saber o valor exato que

será arrecadado durante o exercício financeiro.

2.1.2 Despesa Pública

Por outro lado, no orçamento também devem ser fixadas as despesas do ente

público no exercício financeiro.

De acordo com a doutrina contábil, a despesa pública pode ser conceituada da

seguinte forma, segundo Kohama (2012, p. 95):

Constituem despesa pública os gastos fixados na lei orçamentáriaou em leis especiais e destinadas à execução dos serviços públicose dos aumentos patrimoniais; à satisfação dos compromissos dadívida pública; ou ainda à restituição ou pagamento de importânciasrecebidas a título de cauções, depósitos, consignações, etc.

Fazem parte da execução do planejamento orçamentário apenas as despesas

orçamentárias nas quais os recursos serão desembolsados do caixa do governo para a

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realização de investimentos, o cumprimento das obrigações constitucionais e para

garantir o funcionamento da máquina pública. Angélico (2011, p. 62) conceitua despesa

orçamentária da seguinte forma:

Despesa orçamentária é aquela cuja realização depende deautorização legislativa e que não pode efetivar-se sem créditoorçamentário correspondente. Em outras palavras, é a que integra oorçamento, isto é a despesa discriminada e fixada no orçamentopúblico.

Segundo Kohama (2012, p. 99), a despesa orçamentária tem o seguinte conceito:

É aquela cuja realização depende de autorização legislativa. Nãopode se realizar sem crédito orçamentário correspondente; emoutras palavras, é a que integra o orçamento, despesa discriminadae fixada no orçamento público. Segundo o disposto na lei federal nº4320/64, deverá ser observada a discriminação por elementos, emcada unidade administrativa ou órgão do governo. Constitui unidadeorçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmoórgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias. Emcasos excepcionais, serão consignadas dotações as unidadesadministrativas subordinadas ao órgão. Na lei de orçamento, adiscriminação da despesa far-se-á, no mínimo, por elementos.Entende-se por elementos o desdobramento da despesa compessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve aadministração pública para a consecução de seus fins.

Dessa forma, é importante destacar que, para cada despesa orçamentária deve

existir um crédito orçamentário correspondente. Ademais, a legislação determina que a

despesa seja classificada por elementos, em cada unidade administrativa ou órgão

público. Os elementos podem ser as despesas com serviços, obras, materiais e recursos

humanos, gastos estes que auxiliam os órgãos públicos a prestarem os serviços para os

quais foram criados.

Realizada a explicação sobre os conceitos básicos de despesa e receita, é

importante tecer comentário acerca do modelo orçamentário que o Brasil segue, posto

que, esse conhecimento servirá para a compreensão das já mencionadas leis

orçamentárias nacionais.

A Constituição Federal determina que o Brasil utilize o modelo denominado

orçamento misto. Por este modelo, o Poder Executivo terá a função de planejar o

orçamento do ente federativo, após, ele é enviado ao Poder Legislativo, que irá debater,

emendar e aprovar a lei e, por fim, é devolvido ao Executivo para possíveis vetos e para

iniciar a execução.

Desse modo, demonstra-se que o Poder que tem a iniciativa de elaborar o

orçamento é o Executivo, porém, tamanha sua importância, que cabe aos representantes

do povo no Legislativo debater e aprovar esse projeto, para que se evite e, ao final,

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retorna ao executivo para promulgação, sanção e execução. Todo esse procedimento tem

como finalidade evitar arbitrariedades de organizar à questão orçamentária, mas também

de evitar arbitrariedade de um poder sobre os outros poderes ou até mesmo em face dos

cidadãos que necessitam que suas necessidades sejam atendidas pelo Estado.

Finalmente, outro conceito de relevância está relacionado sobre a forma como o

governante alocará os recursos públicos, o que, em regra, se baseia no orçamento-

programa.

Por ser o Brasil um país democrático que de quatro em quatro anos acontecem

eleições para a maioria dos cargos eletivos, nas quais os candidatos apresentam

propostas de um plano de governo que a população, por meio do sufrágio universal, elege

o candidato que melhor o representa. Após as eleições, o candidato eleito utilizará o

orçamento para concretizar seus planos políticos surgindo dessa forma o orçamento-

programa, ou seja, em síntese o orçamento-programa tem a função de traduzir os planos

políticos do governante durante seu mandato.

Para Angélico (2011, p. 22), o orçamento-programa pode ser explanado da

seguinte forma:

O orçamento-programa, por sua vez, põe em destaque as metas, osobjetivos e as intenções do governo. Consolida um grupo deprogramas que o governo se propõe a realizar durante um período.Os planos são expressos em unidades mensuráveis e seus custosdefinidos. É um programa de trabalho e constitui, portanto, uminstrumento de planejamento. Enquanto o orçamento tradicionalmostrava o que se pretendia gastar ou comprar, o orçamento-programa realça o que se pretende realizar. É um programa detrabalho, definindo objetivos a serem alcançados, seus custos e asfontes de recursos. O orçamento comum restringe os gastos e ascompras ao montante das receitas estimadas, enquanto noorçamento-programa não limita as metas governamentais aosrecursos orçamentários previstos.

Assim, o orçamento-programa não é uma mera peça administrativa que

demonstram quais serão as receitas e despesas do governo, Nesta forma de orçamento,

é apresentado o que o governante pretende fazer durante o mandato, evidenciado quais

políticas públicas serão prioritárias enquanto tal governante estiver no poder.

2.2 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS E PEÇAS DE PLANEJAMENTO

O estudo dos princípios está presente em todas as áreas de conhecimento, tais

como Contabilidade, Direito, Administração, entre outros.

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Para Piscitelli (2012, p.33) os princípios orçamentários são como “premissas,

linhas norteadoras de ação a serem observadas na concepção e implementação da

proposta”.

De maneira semelhante, ensina Angélico (2011, p. 39) sobre a importância dos

princípios orçamentários:

O orçamento público surgiu para atuar como instrumento decontrole das atividades financeiras do governo. Através deautorização prévia, pode o órgão de representação popular exercersua ação fiscalizadora sobre a arrecadação e a aplicação realizadaspelo Poder Executivo. Entretanto, para real eficácia desse controle,faz-se mister que a constituição orgânica do orçamento se vincule adeterminadas regras e princípios orçamentários.

Dessa forma, é notório que a contabilidade tem princípios próprios, que são

aplicados tanto no setor público quanto no setor privado. Os princípios são o da entidade,

da continuidade, da oportunidade, do registro pelo valor original, da competência e da

prudência.

Os mencionados princípios eram previstos na Resolução CFC nº 750/93, todavia,

esta resolução foi revogada pelo Conselho Federal de Contabilidade, tendo em vista a

convergência das normas brasileiras com as normas internacionais de contabilidade.

Ocorre que, a despeito da revogação da resolução, a doutrina contábil entende

que os princípios ainda existem em nossa contabilidade; posto que, princípios estão além

de normas e resoluções, pois, eles, na verdade, são à base de toda a ciência contábil.

Ocorre que, mesmo com a revogação da mencionada resolução, os princípios

contábeis ainda vigoram na contabilidade nacional, devendo sempre ser observada pelos

profissionais contadores no momento de efetuar seu trabalho.

Assim como a contabilidade tem seus princípios gerais, que são observados em

todos os ramos desta ciência, tanto público quanto privado; o orçamento também possui

princípios que devem ser observados pelos gestores públicos no momento da elaboração

do orçamento.

Deste modo, os princípios específicos do orçamento público são o equilíbrio,

universalidade, unidade, anualidade, exclusividade, orçamento bruto e não afetação das

receitas tributárias, clareza e publicidade, conforme expõem Piscitelli e Kohama

(PISCITELLI, 2012, p.33 e KOHAMA, 2012, p.46).

O princípio do equilíbrio, na realidade, trata-se da aplicação do método das

partidas dobradas no orçamento público, dessa forma, a totalidade de receitas e

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despesas devem ser iguais tanto no momento do planejamento orçamentário quanto na

sua execução.

Kohama (2012, p. 49) classifica este princípio da seguinte forma:

O orçamento deverá manter o equilíbrio, do ponto de vistafinanceiro, entre os valores de receita e despesa. Procura-seconsolidar uma salutar política econômico-financeira que produza aigualdade entre valores de receita e despesas, evitando desta formadéficits espirais, que causam endividamento congênito, isto é, déficitque obriga a constituição de dívida que, por sua vez, causa o déficit.

Na contabilidade geral, o método das partidas dobradas estabelece que o valor da

aplicação de recursos deve ser igual ao valor da origem dos recursos para que o balanço

patrimonial esteja correto. Isso se aplica também na contabilidade pública, por meio do

princípio do equilíbrio, no qual as despesas do estado devem se igualar as receitas

arrecadadas.

É de fundamental importância que o gestor público observe este princípio para

que se evite problemas fiscais e econômicos ao país, posto que um país que gasta mais

do que arrecada demonstra falta de responsabilidade administrativa, o que afasta

investimentos na nação. Por isso, o princípio do equilíbrio é de fundamental importância

na contabilidade pública.

Também é de fundamental importância para o orçamento o princípio da

universalidade. Segundo Angélico (2011, p. 42), a universalidade possui o seguinte

conceito:

Em conformidade com o princípio da universalidade, todas asreceitas e todas as despesas devem ser incluídas no orçamento. Deorigem francesa, o princípio tem por objetivo oferecer ao Parlamentoum controle seguro sobre as operações financeiras realizadas peloPoder Executivo.

Semelhante é o entendimento de Piscitelli (2012, p.34), o qual ensina que “de

acordo com o princípio da universalidade, o orçamento (uno) deve compreender todas as

receitas e todas as despesas”.

Em síntese, o princípio da universalidade estabelece que a lei orçamentária deve

conter tudo que está programado como receita e despesa, incluindo os três poderes do

Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário), bem como todos os entes da administração

pública direta e da administração pública indireta.

No que tange ao princípio da Unidade, Angélico (2011, p.41) ensina que:

De acordo com o princípio da unidade, o orçamento deve constituiruma só peça, compreendendo as receitas e as despesas doexercício, de modo a demonstrar, pelo confronto das duas somas,se há equilíbrio, saldo ou déficit.

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Por esse princípio, o orçamento deve ser feito em um documento único, devendo

constar nele tudo que o gestor deseja executar durante o seu mandato. Importante

ressaltar que, despesas que não estiverem previstas na lei orçamentária não poderão ser

executadas, porquanto não será considerada parte do orçamento.

Outro princípio de suma importância é o da anualidade. Segundo esse princípio o

orçamento deve ser elaborado para ser executado pelo período de um ano, ou seja, ele

tem validade definido por um período anual. Piscitelli (2012, p.36) ensina que “o

orçamento deve ser elaborado e autorizado para execução em um período determinado

de tempo (geralmente um ano); no caso brasileiro o exercício financeiro coincide com o

ano-calendário”.

Dessa forma, o orçamento dos entes federativos brasileiros, após ser aprovado

pelo devido processo legislativo, se inicia no dia 1º de janeiro e se encerra no dia 31 de

dezembro do corrente ano. Assim, após a passagem de ano, se inicia outro ciclo

orçamentário.

De acordo com o princípio da exclusividade a lei orçamentária tem como

conteúdo apenas a previsão de receita e a fixação de despesa, vedando-se que nela

contenha qualquer outra matéria legislativa.

Tal princípio é explicado por Angélico (2011, p. 40) de forma clara:

Segundo o princípio da exclusividade, a lei orçamentária nãoconterá matéria estranha à previsão da receita e à fixação dedespesa. O objetivo é impedir que seja utilizado um procedimentorápido, em virtude dos prazos fatais a que está sujeito, para seaprovarem, com facilidades, medidas que em tramitação regulartalvez não lograssem êxito.

Para Silva (apud ANGÉLICO 2011, p. 40) o princípio da exclusividade é

importante pelo seguinte:

A regra da exclusividade tem uma grande significação no direitoorçamentário brasileiro e sua história entre nós está intimamenteligada às famosas “caudas orçamentárias” da Primeira República.Dando Lugar aos orçamentos “rabilongos”, na pitoresca definição deRui Barbosa, decorriam essas caudas da inserção na lei de meios,então bipartida em lei da receita e da despesa, de dispositivosinteiramente estranhos à matéria orçamentária. Chegou-se a alterar,por meio de dispositivo incluído na lei orçamentária, o processo daação de desquite. Uma vasta e desconexa legislação, votada àsombra do orçamento, obrigou mesmo o governo a publicar umaConsolidação das disposições Orçamentárias de CaráterPermanente. O abuso foi eliminado pela reforma constitucional de1926, por força de regra reproduzida nas futuras constituiçõesbrasileiras.

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Como se observa, o governo, por várias vezes se utilizou do orçamento para

aprovar outras leis de interesse do governo, no entanto, isso prejudicava tanto a lei

orçamentária quanto a lei que estranha, devido à ausência do debate legislativo; dessa

forma, o princípio foi inserido no ordenamento brasileiro com a finalidade de se evitar

essas situações.

Em seguida, será analisado o princípio do orçamento bruto, o qual estabelece que

é proibido prever no orçamento as despesas e as receitas com descontos ou deduções,

ou seja, prevê-las apenas em seus valores líquidos.

Piscitelli (2012, p. 39) tece os seguintes comentários sobre este princípio:

O princípio do orçamento bruto pugna pela utilização das rubricasde receitas e despesas pelos seus valores brutos, isto é, semdeduções, sem compensações. Este princípio, por si só, justifica acontabilização simultânea das transferências como receitas edespesas de um órgão e de outro, mesmo que tais valores apenas“entrem” e “saem”; as eliminações só devem ser feitas no processode consolidação dos demonstrativos. Do mesmo modo, o princípiorespalda a exigência de estimativa das renúncias de receitas, o quepermite determinar o montante “potencial” da arrecadação.

Denota-se então, que deve constar no orçamento os valores brutos das

operações de despesa e receita, sendo que os descontos e deduções serão devidamente

apurados e contabilizados no momento da consolidação das demonstrações contábeis.

Outrossim, também merece destaque o princípio da não afetação da das receitas

tributárias. Ora, as receitas tributárias, mais especificamente os impostos, não podem ser

previamente vinculados a ente público específico, despesas ou fundos, devendo a receita

tributária, em regra, ser prevista de maneira desvinculada ou desafetada.

Piscitelli (2012, p. 38) discorre sobre o princípio ora em comento:

Outro princípio importante é o da não vinculação ou não afetaçãodas receitas, claramente expresso no inc. IV do art. 167 daConstituição. A não vinculação aplica-se as receitas de impostos,não sendo o caso dos demais tributos e de outros tipos de receitas,como, por exemplo, os empréstimos. Quando, num orçamento, aproporção de recursos de impostos for diminuta e eles estiveremgrandemente comprometidos, perde-se a flexibilidade na realocaçãode recursos, podendo levar uns à acomodação e outros aodesestímulo. E um dos principais riscos que se corre é o de seconviver simultaneamente com sobras e faltas de recursos.

Para se evitar então que o orçamento se torne inflexível, bem como impedir que

sobre muitos recursos para determinada área e que falte para outras áreas, estabeleceu-

se o presente princípio.

Todavia, este princípio não é absoluto, porquanto a legislação prevê diversas

exceções; tais como, despesas com saúde; segurança; educação; as destinadas aos

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fundos extraordinários (Fundo de Participação dos Estados e Fundo de Participação dos

Municípios); assim como as despesas destinadas a manter o funcionamento da

administração tributária o que também inclui seus órgãos e seus agentes públicos.

No caso em tela, o artigo 198 da Constituição Federal determina que a União

gaste 15% da sua receita líquida com ações e serviços de saúde pública; igualmente o

artigo 212 da Carta Magna brasileira estabelece que a União gaste nunca menos que

18% e que os Estados e Municípios disponham de 25% de sua receita de impostos e

transferências na manutenção e desenvolvimento da educação pública.

Sobre os Fundos de Participação dos Estados e Municípios o artigo 159 da

Constituição Federal aduz que a União entregará 49% o produto de arrecadação dos

impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produto industrializado;

sendo que 21,5% deve ser destinado ao Fundo de Participação dos Estados, 22,5% ao

Fundo de Participação dos Municípios, 3% para o programa de financiamento ao Setor

Produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, bem como 1% ao FPM que será

entregue em Dezembro e 1% que será entregue em julho.

Ainda merece análise o princípio da clareza, em razão do orçamento ser uma lei,

ela precisa ser devidamente compreendida tanto pelas pessoas que irão votá-la, os

legisladores, quanto pela sociedade em geral que tem o direito de saber como o dinheiro

público será aplicado; desse modo, o orçamento não pode ser de difícil compreensão.

Sobre o tema Kohama (2012, p. 48) descreve:

O orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada ecompleta. Embora diga respeito ao caráter formal, tem grandeimportância para tornar o orçamento um instrumento eficiente degoverno e administração. O poder de comunicação do documentoterá influência em sua melhor e mais ampla utilização e sua difusãoserá tanto mais abrangente quanto maior for a clareza que refletir.

Demonstra-se que, é fundamental que o orçamento seja claro para que ele seja

bem executado e fiscalizado.

2.3. LEIS ORÇAMENTÁRIAS

São três as leis que regem o sistema orçamentário brasileiro. O primeiro é o

Plano Plurianual (PPA), o qual é genérico, abrangente e de médio prazo. O segundo é a

Lei Orçamentária Anual (LOA), que é uma lei específica, completa e de curto prazo. Por

fim também existe a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que tem como função

principal exercer a harmonização entre o PPA e a LOA, sendo ela anual.

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2.3.1 Plano Plurianual

O PPA tem duração de quatro anos, enquanto a LOA e a LDO possuem duração

de um ano cada. Deste modo, denomina-se ciclo orçamentário quando se cumpre

integralmente um Plano Plurianual e se executa com quatro Leis Orçamentária Anual e

Leis de Diretrizes Orçamentárias, conforme SILVA (2011, p. 225)

Primeiramente, sobre o Plano Plurianual (PPA), a administração financeira e

orçamentária ensina que o PPA tem natureza de planejamento estratégico e financeiro do

governo. Deste modo, ele ordena as ações com os seus custos para atingimento dos

objetivos propostos pelo governo, que estiver no exercício do poder político para o

período de quatro anos.

Este é o entendimento de Kohama (2012 p. 41):

O plano plurianual é um plano de médio prazo, através do qual,procura-se ordenar as ações do governo que levem ao atingimentodos objetivos e metas fixados para um período de quatro anos, aonível de governo federal, e também de quatro anos ao nível dosgovernos estaduais e municipais.

Ressalta-se que todos os entes federativos, ou seja, União, Estado e Municípios

devem elaborar e aprovar um Plano Plurianual, utilizando-se do procedimento

determinado nos artigos 165 da Constituição Federal.

O referido procedimento se inicia quando o governante eleito, ao iniciar o seu

mandato, elabora e aprova o PPA em seu primeiro ano de governo para que ele entre em

vigor no segundo ano de mandato se estendendo até os próximos quatro anos. Sendo

assim, o primeiro ano de governo do próximo mandatário ainda utilizará um ano do PPA

do governo anterior.

Conforme já comentado anteriormente, cada ente federativo tem que elaborar seu

próprio PPA, dessa forma, para demonstrar o procedimento legislativo cita-se como

exemplo o modelo federal elaboração desse Plano.

Dessa forma, na esfera federal, o governo tem até o dia 31 de agosto do primeiro

ano de mandato para enviar o PPA para o Poder Legislativo, o qual debaterá e votará

esse Plano até o dia 22 de dezembro do mesmo ano, devendo devolvê-lo ao Poder

Executivo após a aprovação, que irá sancioná-lo, conforme disposto no art. 35,§2º, do Ato

das Disposições Constitucionais Transitórias.

Com relação ao Plano Plurianual, Piscitelli (2012, p. 97) traz importantes

ponderações:

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Os planos plurianuais substituíram os planos nacionais dedesenvolvimento e sua vigência corresponderá ao mandatopresidencial, sempre com um ano de defasagem (isto é, do 2º anode mandato de cada presidente ao 1º ano do mandatosubsequente). A defasagem é inevitável, pois a discussão final e aaprovação de um plano só podem dar-se depois da posse do novogoverno; paralelamente, cada governo que se inicia continuatrabalhando com base no que ficou por concluir do período anterior,enquanto ainda está concluindo a elaboração de seu próprio planode trabalho. Em condições de continuidade, de normalidade, deestabilidade, poder-se-ia dizer que isto é absolutamente razoável,pois qualquer país deve ter seus grandes e permanentes objetivosnacionais. No caso dos Estados, DF e Municípios, os planostambém deverão ser quadrienais.

Semelhante é o ensinamento de Silva (2011, p. 182) sobre o Plano Plurianual:

O instrumento constitucional utilizado para o planejamentoestratégico é a lei do plano plurianual, que estabelece de formaregionalizada: diretrizes, objetivos e metas da administração públicapara despesa de capital e outras despesas delas decorrentes ediretrizes, objetivos e metas da administração pública paraprogramas de duração continuada. O Plano, na forma que estádefinida na Lei Maior, abrange as ações coerentes e relacionadascom a finalidade da administração pública, integrados num todo queatue coordenada e continuadamente, em determinado período.

Logo, é importante mencionar quais são as matérias que deve prever o PPA, tais

como: todas as despesas de capital destinadas a infraestrutura; todos os investimentos de

natureza social; as despesas continuadas (aquelas que já se iniciaram e serão

executadas em mais de dois exercícios fiscais) e as demais despesas que a execução

supere mais de um exercício financeiro) e programas permanentes (Despesas correntes

de manutenção de investimentos), etc.

Finalmente, é importante destacar que o PPA traduz os planos políticos do

governante, que será transferido anualmente para o orçamento-programa.

2.3.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias

A Lei de Diretrizes Orçamentárias, conhecida também como LDO.

Segundo Piscitelli (2012, p. 42), a Lei de Diretrizes Orçamentárias possui a

seguinte função:

A Lei de Diretrizes Orçamentárias obedece à anualidade, orientandoa elaboração da lei orçamentária anual, e deve ser compatível como plano plurianual. Não obstante, sua vigência e efeitostranscendem o ano a que se refere. Nos termos da Lei deResponsabilidade Fiscal, integrará o projeto de lei de diretrizesorçamentárias anexo de metas fiscais, em que serão estabelecidasmetas anuais, em valores correntes e constantes, relativas asreceitas, despesas, resultados nominal e primário e montante de

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dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os doisseguintes. A LDO conterá também anexo de riscos fiscais, em queserão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazesde afetar as contas públicas, informando as providências a seremtomada caso se concretizem. A mensagem que encaminhar oprojeto da LDO da União apresentará em anexo específico osobjetivos da política monetária, creditícia e cambial, bem comoparâmetros e as projeções para seus principais agregados evariáveis, e ainda as metas de inflação para o exercíciosubsequente.

No mesmo sentido, Kohama (2012, p. 42) explana sobre a LDO:

A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a finalidade de nortear aelaboração dos orçamentos anuais, compreendidos aqui oorçamento fiscal, o orçamento de investimentos das empresas e oorçamento da seguridade social, de forma a adequá-la às diretrizes,objetivos e metas da administração pública, estabelecidos no planoplurianual.

Não há divergência no ensinamento de Silva (2011, p. 184) em relação a Lei de

Diretrizes Orçamentárias:

A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreende as metas eprioridades da administração, incluindo as despesas de capital parao exercício financeiro subsequente e terá como objetivosfundamentais: orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual,bem como sua execução; dispor sobre alterações na legislaçãotributária; estabelecer a política de aplicação das agências oficiaisde fomento.

Logo a LDO é uma ferramenta técnica elaborada pelo Poder Executivo que

servirá como base para a Lei Orçamentária Anual.

Sendo assim, no início de cada ano, o chefe do poder executivo estimará o total

de receitas disponíveis para o próximo exercício, após, ele encaminhará esta estimativa a

um órgão técnico, o qual na esfera federal é denominado de Secretaria de Orçamento

Federal (SOF), o qual é vinculado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

(MPOG).

A mencionada Secretaria de Orçamento, com base nesta informação, vai

coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração da LDO e o regulamento do

orçamento anual, compreendido o orçamento fiscal e da seguridade social, consoante

determinam o artigo 8º da Lei 10180/2001 e o Manual Técnico de Orçamento Federal.

Em relação as funções da Secretaria de Orçamento Federal, na elaboração da

LDO, Piscitelli (2012, p. 46) escreve o seguinte:

A Secretaria de Orçamento Federal (SOF), do Ministério doPlanejamento, Orçamento e Gestão é tratado como sendo o órgãocentral do Sistema de Orçamento, segundo o Manual Técnico doOrçamento, editado pelo Ministério, estruturando-se com os órgãosetoriais e unidades orçamentárias. Mas a Lei nº 10180, de 6-2-01,que disciplina e organiza vários sistemas de atividade-meio

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menciona integradamente o Sistema de Planejamento e deOrçamento Federal, designando o próprio Ministério como órgãocentral, mencionando também os órgãos setoriais – unidades deplanejamento e orçamento dos Ministérios, da Advocacia Geral daUnião, da Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência daRepública – e os órgãos específicos – aqueles vinculados ousubordinados ao órgão central do sistema, cuja missão está voltadapara as atividades de planejamento e orçamento. A cada ano, sãoaprovadas instruções para elaboração da proposta orçamentária daUnião, por meio do Manual Técnico de Orçamento aprovado porPortaria do Secretário de Orçamento Federal. Os órgãos setoriaisrevisam, estabelecem prioridades e consolidam a proposta dasrespectivas unidades orçamentárias, antes de remetê-las a SOF. Aspropostas dos Poderes Legislativo e Judiciário, bem como, doMinistério Público da União, são também encaminhados à SOF, queé responsável pela compatibilização final da proposta, a ser, então,encaminhada ao Congresso Nacional, via Presidência da República.

Após a elaboração da LDO, o executivo deve encaminhá-la ao legislativo até oito

meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até

o encerramento do período da primeira sessão legislativa, conforme determina o art. 35,

§2º, II, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Sendo a LDO a diretriz para a

LOA, bem como para a execução do orçamento anual do ano seguinte.

O artigo 165 determina quais serão as matérias que a LDO vai tratar, as quais são

as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital

para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,

disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação

das agências financeiras oficiais de fomento. Igualmente, o artigo 4º da Lei de

Responsabilidade Fiscal estabelece que a LDO disporá também sobre o equilíbrio entre

receita e despesa, critérios e forma de limitação de empenho, normas relativas ao

controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos

dos orçamentos; demais condições e exigências para transferências de recursos a

entidades públicas e privadas.

Outra parte importante da LDO são seus anexos obrigatórios de riscos fiscais e

metas fiscais previstos no artigo 4º da Lei Complementar 101/2000.

No anexo de riscos fiscais o governante identificará possíveis fatores que poderão

colocar em risco o equilíbrio fiscal do ano seguinte, bem como determinará quais as

medidas que serão tomadas para garantir o equilíbrio fiscal caso os fatores de risco se

concretizem. Este anexo tem a função de garantir que as receitas e despesas do próximo

ano estejam equilibradas.

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Outrossim, no anexo de metas fiscais, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF),

do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão determinará as metas e valores

fiscais que o governo deverá alcançar na execução do orçamento.

Assim, foi evidenciada a importância da LDO para o sistema orçamentário

brasileiro, sendo uma legislação de vital importância para a boa aplicação do dinheiro do

contribuinte brasileiro que constará na LOA.

2.3.3 Lei Orçamentária Anual (LOA).

A LOA é o orçamento propriamente dito do governo e terá como função principal

de prever, autorizar e alocar receitas para o pagamento das despesas já programadas.

De acordo com Kohama (2012, p. 44) a LOA tem a seguinte função:

Para viabilizar a concretização das situações planejadas no planoplurianual e, obviamente transformá-las em realidade, obedecida alei de diretrizes orçamentárias, elabora-se o Orçamento Anual, ondesão programadas as ações a serem executadas, visando alcançaros objetivos determinados.

O autor Silva (2011, p.184) ensina que:

A Lei Orçamentária Anual obedecerá à orientação da Lei deDiretrizes Orçamentárias e compreenderá o orçamento fiscal, oorçamento de investimento das empresas estatais e o orçamento daseguridade social.

Assim, o artigo 165, §5º da Constituição da República determina que a Lei

Orçamentária Anual seja organizada e compreendida em três orçamentos distintos, os

quais são o orçamento fiscal, o orçamento da seguridade social e o orçamento de

investimentos.

O orçamento fiscal possuirá a função de demonstrar as receitas e despesas dos

entes públicos estatais nacionais de direito público englobando, de acordo com o artigo

165, §5º, I da Constituição, os Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da

administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas pelo Poder Público.

Igualmente, Silva (2011, p. 185) expõe que o orçamento fiscal demonstrará:

A ação governamental dos Poderes Legislativo, Executivo eJudiciário, seus fundos, órgãos e entidades da administração diretae indireta, excluídos os investimentos das empresas e os órgão,fundos e entidades vinculados ao sistema da seguridade social

Outrossim, o orçamento da seguridade social estabelecerá os planos e medidas

relacionados a previdência social, a saúde pública, bem como as políticas de assistência

social, nos termos do art. 165, §5º, III da Constituição Federal.

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Finalmente, o orçamento de investimentos demonstrará valores autorizados para

o governo aplicar em investimentos, como está descrito no art. 165, §5º, II, da Carta

Magna Nacional.

Assim como as outras leis orçamentárias, a LOA tem o procedimento a ser

seguido previsto em lei.

Na esfera federal, o artigo 35, §2º, III do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias determina que o governo encaminhe o projeto de lei orçamentária ao

legislativo até o dia 31 de agosto, e, os congressistas terão que até o encerramento da

sessão legislativa no dia 22 de dezembro e após devolvê-la ao executivo para sancioná-la

e publicá-la.

A tramitação da LOA no Congresso Nacional ocorrerá da seguinte forma: O Poder

Executivo apresentará o projeto de lei à comissão mista de orçamento a qual terá a

função de examinar e emitir um parecer sobre o referido projeto. Igualmente, as emendas

legislativas ao projeto orçamentário deverão ser apresentadas perante esta comissão

mista para apreciação.

Por fim, o projeto é votado pelo plenário do Congresso, sendo enviado ao

Presidente da República para sanção ou veto, tal procedimento tem previsão legal no

artigo 166 da Constituição e nos artigos 89 a 103 do Regimento Comum do Congresso

Nacional.

A despeito da possibilidade de emenda e correção pelos parlamentares, tal

função possui algumas vedações, consoante o artigo 166, §3º, da Constituição brasileira.

As emendas efetuadas pelos congressistas a LOA devem ser compatíveis ao

Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes orçamentárias, Ademais, os recursos para as

emendas será proveniente da anulação de despesas já previstas na lei, excluindo-se as

dotações para pessoal e seus encargos, os serviços da dívida e as transferências

tributárias constitucionais para Estados e Municípios.

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3. METODOLOGIA

A metodologia será dedutiva, tendo em vista que se analisará o respeito aos

princípios orçamentários da LOA de 2018 do Estado de Mato Grosso.

O método de pesquisa é funcionalista, visto que interpretará dados fornecidos

pela Lei Orçamentária Anual, bem como se utilizará do método monográfico, posto que

haverá o estudo de caso referente a mencionada lei.

Por fim, as técnicas de pesquisa utilizadas foram a bibliográfica, em razão da

utilização de livros já publicados por doutrinadores contábeis. A técnica documental

também foi utilizada, porque foi realizada análise de legislações, como a própria LOA e as

leis que com ela se relacionam, tais como a Constituição Federal de 1988 e a Lei

4.320/1964.

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4. RESULTADOS E ANÁLISES

Será realizada uma análise da Lei Orçamentária Anual (LOA) do Estado de Mato

Grosso referente ao exercício de 2018, para verificar se alguns dos princípios foram

aplicados em uma peça orçamentária.

Os dados foram retirados do sítio da Imprensa Oficial do Estado de Mato Grosso

e terão como base o resumo geral de despesa e receitas dispostas na LOA e exposta em

anexo.

O valor total da LOA de 2018 foi de R$ 20.334.403.071,00, conforme Tabela 1, a

seguir.

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Figura 1

Resumo Geral das Receitas e Despesas

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Observa-se na Tabela 1 que a aplicação do princípio do equilíbrio foi obedecido

na LOA de 2018 visto que o valor da receita estimada é igual ao da despesa fixada, no

valor de R$ 20.334.403.071,00.

Outrossim, verifica-se a observância do princípio da universalidade, posto que há

discriminação das fontes de receitas e dos grupos de despesas referentes ao exercício

financeiro de 2018. Pois, na peça orçamentária demonstra quanto será recebido pelo

governo a título de tributos, contribuições, serviços, transferências, etc; por outro lado,

também são demonstrados as despesas correntes com pessoal e encargos sociais, juros

e encargos da dívida e outras despesas correntes, bem como despesas de capital de

investimentos, inversões financeiras e amortização, por fim a reserva de contingência.

Em relação ao princípio da unidade, verifica-se que todo o orçamento consta em

única lei, que, no presente caso, é a Lei Estadual nº 10.655, de 28 de dezembro de 2017.

Consta nesta lei, o que o gestor deseja arrecadar durante o exercício financeiro, bem

como, o que pretende realizar referente às despesas, incluindo, os órgãos, fundos,

autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e outras entidades

integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social.

Insta salientar, que a votação e aprovação da LOA na Assembleia Legislativa do

Estado de Mato Grosso ocorreu no dia 19/12/2017. Logo, o Legislativo respeitou o prazo

estabelecido pela legislação para votação Lei Orçamentária Anual que é até o dia 22 de

dezembro do ano corrente, conforme informação retirada do site da Secretaria de Estado

de Planejamento.

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Figura 2

Artigos da LOA 2018

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Figura 3

Artigos da LOA 2018

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Observa-se que a LOA estadual de 2018 respeitou o princípio da exclusividade,

visto que seu conteúdo é apenas orçamentário, não havendo previsão legal de nenhuma

outra matéria dentro da lei, como se observa dos quadros 1 e 2, que possui artigos que

tratam somente de questões envolvendo o orçamento do Estado de Mato Grosso.

A legislação também respeitou o orçamento bruto, em razão de não existirem

descontos e deduções na lei orçamentária, sendo os valores previstos de forma bruta.

A forma como os recursos serão arrecadados e distribuídos é de fácil

compreensão na análise do orçamento, permitindo que as pessoas consigam

compreender a origem e a destinação dos recursos públicos pagos pelos contribuintes

brasileiros, respeitando-se, então o princípio da clareza.

Aliás, o próprio fato de se elaborar um resumo orçamentário demonstra a vontade

do governo de criar uma peça de fácil entendimento e compreensão.

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5. CONCLUSÃO

O conhecimento sobre o funcionamento do orçamento público é importante para o

profissional da contabilidade, que terá a função de auxiliar o gestor na sua elaboração,

bem como para o cidadão comum que saberá onde os recursos serão alocados e poderá

fiscalizar de maneira eficiente o político eleito para gerir os recursos públicos.

Este trabalho teve por objetivo verificar o funcionamento do orçamento público,

bem como a aplicação dos princípios orçamentários.

Verifica-se que, a LOA do Estado de Mato Grosso de 2018 obedeceu os princípios

orçamentários, conforme demonstrado da análise realizada.

Em relação ao funcionamento do orçamento, denota-se que sua finalidade é de

atender as demandas sociais de forma equilibrada com os recursos financeiros trazendo o

máximo de benefício ao cidadão e o mínimo de prejuízo ao Estado.

Além disso, a Constituição Federal estabelece quais são as leis orçamentárias

que fazem parte do sistema orçamentário nacional e como elas funcionam para o

planejamento da Administração.

Sendo assim, o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei

Orçamentária são instrumentos utilizados pelo governo para demonstrar suas ações a

médio e longo prazo, assim como para demonstrar a população como o governante

pretende colocar em prática seu plano de governo.

Nessa seara entra o profissional da contabilidade, que é o profissional capacitado

para orientar na elaboração da legislação orçamentária, respeitando os princípios legais e

constitucionais que tem a função de dar base para a elaboração de projetos

economicamente viáveis e que conseguirão atingir a sua finalidade que é a prestação de

serviços públicos à população.

Assim, o profissional da contabilidade deve estudar de forma aprofundada toda a

legislação e os princípios orçamentários, posto que o trabalho de elaboração e execução

do orçamento não é fácil e exige muito conhecimento e muita responsabilidade por parte

do profissional, até mesmo para se evitar que o ente público e os gestores sejam

condenados pelos órgãos de controle pela má gestão e aplicação dos recursos

orçamentários, fato que poderá gerar prejuízos à sociedade.

Analisando a LOA de 2018 do Estado de Mato Grosso evidenciou-se que o gestor

público estadual observou e respeitou os princípios constitucionais orçamentários que

foram analisados.

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Todos os gestores públicos têm o dever de elaborar um orçamento que respeite a

Constituição Federal e seus princípios, posto que, eles existem para garantir o

funcionamento do serviço público e investimentos sociais, com a finalidade de garantir a

boa gestão dos recursos e a melhoria da qualidade de vida da população.

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REFERÊNCIAS

ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. São Paulo: Atlas, 2011.

BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui normas gerais de Direito

Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados,

dos Municípios e do Distrito Federal. Disponível em:

<http://www2.senado.gov.br/sf/legislacao/legisla/>. Acesso em: 20 nov. 2018.

Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:

Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. BRASIL. Disponível em:

<http://intranet/Legin/>. Acesso em: 29 nov. 2018.

MATO GROSSO. Lei nº 10.655, de 28 de dezembro de 2017. Estima receita e fixa

despesa de Estado de Mato Grosso para o exercício financeiro de 2018. Disponível em:

<http://www.iomat.mt.gov.br/portal/>. Acesso em 02 dez 2018

KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2012.

PISCITELLI, Roberto Bocaccio. Contabilidade Pública: uma abordagem de

administração financeira pública. São Paulo: Atlas, 2012.

SILVA, Lino Martins da. Contabilidade Governamental: um enfoque administrativo da

nova contabilidade pública. São Paulo: Atlas, 2011.

SEPLAN – Secretaria de Estado de Planejamento. Disponível na internet via URL

<http://www.seplan.mt.gov.br/-/9098624-orcamento-de-2018-e-aprovado-pela-assembleia-

legislativadontabilidade>. Acesso em: 8 de março de 2019.