o evangelizador

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O Evangelizador Ano XXI - nº 236 - Julho-Agosto/2016 Paróquia São Benedito - Bauru/SP “PEDI, POIS, AO SENHOR DA MESSE QUE ENVIE OPERÁRIOS PARA SUA MESSE.” MT 9,38 Teologia da Vocação O mês de agosto é o mês das vocações. Mas o que é vocação? 1- Definição Vocação é o chamado de Deus que tem como finalidade a realização plena da pessoa humana. • É um gesto grandioso de Deus que visa a plena humanização do homem. • É dom, é graça, é eleição cuidadosa, visando a construção do Reino de Deus. • É um chamado para fazer algo, para cumprir uma missão. • Toda pessoa é vocacionada, é eleita por Deus. • Deus elege por causa de alguém (comunidade) e esta eleição se manifesta no nosso dia-a-dia. A mensagem do Evangelho é um convite contínuo a seguir Jesus Cristo. “Vem e segue-me.” (Mt 9,9; Mc 8,34; Lc 18,22; Jo 8,12). Para compreendermos em profundidade o significado da vocação, precisamos fazer a distinção entre: VOCAÇÃO FUNDAMENTAL E VOCAÇÃO ESPECÍFICA. a) - Vocação Fundamental: Entendemos por vocação fundamental o chamado de cada pessoa à vida, a ser Filho de Deus, a ser Cristão, a ser Igreja, tomando consciência de que todos somos irmãos e fazemos parte do Reino de Deus. Pela revelação, sabemos que todos os homens foram chamados por Deus à santidade (Gn 1,26; 2,7; 1Pe 1, 15-16). É um chamado a desenvolvermos plenamente todas as nossas potencialidades. Todas as vocações específicas derivam desta vocação fundamental. Pelo Batismo, todos fomos chamados a viver a Santidade. A Pastoral Vocacional deveria ser a Pastoral da Vocação Fundamental, sob a qual é possível descobrir a Vocação Específica. b) - Vocação Específica: Entendemos por vocação específica a maneira própria de como cada pessoa realiza a sua vocação fundamental, como leigo, sacerdote ou religioso. Deus chama a cada um, chama pessoalmente e chama para desempenhar um papel concreto dentro da comunidade, de acordo com os seus dons - carismas. O ministério dentro da comunidade é a estruturação de um carisma: sacerdócio, catequese, liturgia, ministro da Eucaristia, animador dos jovens... “A um, o Espírito dá o dom da sabedoria, a outro, o da ciência, a outro, o da fé, o dom das curas, das profecias, do discernimento...” (1º Cor 12,8 ss) O Espírito suscita, dentro da Comunidade – Igreja, os ministérios de que ela necessita. O chamado surge dentro da comunidade, em função da comunidade e exige uma resposta concreta, generosa e heróica de todo cristão. O chamado não é um chamado ao egoísmo, para o fechamento, mas para a abertura, para a doação, para servir à comunidade. Na luta do dia-a-dia, na leitura da própria história é que vamos percebendo os sinais do apelo de Deus e a necessidade de uma resposta concreta. Não podemos esquecer que a vocação é também um processo, uma história de amor e dinamismo, um relacionamento profundo com Deus. 1. Deus chama a cada um pessoalmente e pelo nome. Uma experiência interior. Como chamou Abraão (Gen 12, 1-2), Moisés (Ex 3,1ss), Jeremias (Jer 1,1ss), Maria (Lc 1,27ss), os Apóstolos (Mt 10, 10-16). 2. Deus nos chama pelos valores que nos atraem. Cada pessoa tem dons e talentos e vai descobrindo valores que, aos poucos, vão orientando a sua vida. A seleção cuidadosa desses valores levam-na a fazer uma opção. Esta opção é a resposta a um chamado. 3. Deus nos chama pela comunidade, pela Igreja que precisa. Toda vocação está em função do reino, portanto, Deus se serve de uma comunidade carente, para nos mostrar uma vocação. 4. Deus nos chama pelo irmão que sofre. É vendo o sofrimento do pobre, do marginalizado, do doente... , que nos sentimos tocados para assumir uma missão. 5. Deus nos chama através de mediadores diretos, padres, religiosos(as), leigos, promotores vocacionais, que, com uma palavra ou um testemunho de vida, nos ajudam num discernimento vocacional. A vocação é um chamado à alegria. Deus, em seu plano de amor, respeita a liberdade humana. É necessário um coração simples orante, capaz de ouvir a proposta e aberto e generoso, capaz de discernir e responder ao chamado de Deus. Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade. Disse, então, aos seus discípulos: A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe. (Mt 9,35-38) Padre Marcio J. Cattache - Vigário Paroquial

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Page 1: O Evangelizador

O EvangelizadorAno XXI - nº 236 - Julho-Agosto/2016 Paróquia São Benedito - Bauru/SP

“PEDI, POIS, AO SENHOR DA MESSE QUE ENVIE OPERÁRIOS PARA SUA MESSE.” MT 9,38

Teologia da VocaçãoO mês de agosto é o mês das vocações. Mas o que é

vocação?1- Defi niçãoVocação é o chamado de Deus que tem como fi nalidade a

realização plena da pessoa humana.• É um gesto grandioso de Deus que visa a plena

humanização do homem.• É dom, é graça, é eleição cuidadosa, visando a construção

do Reino de Deus.• É um chamado para fazer algo, para cumprir uma missão.• Toda pessoa é vocacionada, é eleita por Deus.• Deus elege por causa de alguém (comunidade) e esta

eleição se manifesta no nosso dia-a-dia.

A mensagem do Evangelho é um convite contínuo a seguir Jesus Cristo. “Vem e segue-me.” (Mt 9,9; Mc 8,34; Lc 18,22; Jo 8,12).

Para compreendermos em profundidade o signifi cado da vocação, precisamos fazer a distinção entre: VOCAÇÃO FUNDAMENTAL E VOCAÇÃO ESPECÍFICA.

a) - Vocação Fundamental: Entendemos por vocação fundamental o chamado de cada pessoa à vida, a ser Filho de Deus, a ser Cristão, a ser Igreja, tomando consciência de que todos somos irmãos e fazemos parte do Reino de Deus. Pela revelação, sabemos que todos os homens foram chamados por Deus à santidade (Gn 1,26; 2,7; 1Pe 1, 15-16). É um chamado a desenvolvermos plenamente todas as nossas potencialidades. Todas as vocações específi cas derivam desta vocação fundamental. Pelo Batismo, todos fomos chamados a viver a Santidade.

A Pastoral Vocacional deveria ser a Pastoral da Vocação Fundamental, sob a qual é possível descobrir a Vocação Específi ca.

b) - Vocação Específi ca: Entendemos por vocação específi ca a maneira própria de como cada pessoa realiza a sua vocação fundamental, como leigo, sacerdote ou religioso. Deus chama a cada um, chama pessoalmente e chama para desempenhar um papel concreto dentro da comunidade, de acordo com os seus dons - carismas. O ministério dentro da comunidade é a estruturação de um carisma: sacerdócio, catequese, liturgia, ministro da Eucaristia, animador dos jovens... “A um, o Espírito dá o dom da sabedoria, a outro, o da ciência, a outro, o da fé, o dom das curas, das profecias, do discernimento...” (1º Cor 12,8 ss) O Espírito suscita, dentro da Comunidade – Igreja, os ministérios de que ela necessita.

O chamado surge dentro da comunidade, em função da comunidade e exige uma resposta concreta, generosa e heróica

de todo cristão. O chamado não é um chamado ao egoísmo, para o fechamento, mas para a abertura, para a doação, para servir à comunidade.

Na luta do dia-a-dia, na leitura da própria história é que vamos percebendo os sinais do apelo de Deus e a necessidade de uma resposta concreta. Não podemos esquecer que a vocação é também um processo, uma história de amor e dinamismo, um relacionamento profundo com Deus.

1. Deus chama a cada um pessoalmente e pelo nome. Uma experiência interior. Como chamou Abraão (Gen 12, 1-2), Moisés (Ex 3,1ss), Jeremias (Jer 1,1ss), Maria (Lc 1,27ss), os Apóstolos (Mt 10, 10-16).

2. Deus nos chama pelos valores que nos atraem. Cada pessoa tem dons e talentos e vai descobrindo valores que, aos poucos, vão orientando a sua vida. A seleção cuidadosa desses valores levam-na a fazer uma opção. Esta opção é a resposta a um chamado.

3. Deus nos chama pela comunidade, pela Igreja que precisa. Toda vocação está em função do reino, portanto, Deus se serve de uma comunidade carente, para nos mostrar uma vocação.

4. Deus nos chama pelo irmão que sofre. É vendo o sofrimento do pobre, do marginalizado, do doente... , que nos sentimos tocados para assumir uma missão.

5. Deus nos chama através de mediadores diretos, padres, religiosos(as), leigos, promotores vocacionais, que, com uma palavra ou um testemunho de vida, nos ajudam num discernimento vocacional.

A vocação é um chamado à alegria. Deus, em seu plano de amor, respeita a liberdade humana. É necessário um coração simples orante, capaz de ouvir a proposta e aberto e generoso, capaz de discernir e responder ao chamado de Deus.

Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade. Disse, então, aos seus discípulos: A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe. (Mt 9,35-38)

Padre Marcio J. Cattache - Vigário Paroquial

Page 2: O Evangelizador

De 3ª à 6ª feira: 8h - 12h / 13h - 17hSábado: das 8h às 12h

SEGUNDA-FEIRA À SEXTA: 7h na Capela N. S. Penha;Primeira SEXTA-FEIRA: 15h na Capela N. S. Penha / 16h na matriz, Missa do Sagrado Coração;Primeiro DOMINGO: 15h na matriz, Missa da Misericórdia;Quarta TERÇA-FEIRA: 20h na matriz, Missa Carismática pela Ressurreição e Paz nas Famílias;SÁBADO: 18h na matriz;DOMINGO: 7h, às 10h e às 19h na matriz2º domingo do mês: Missa dos Dizimistas /4º domingo do mês: Missa das Capelinhas e logo após, Adoração ao Santíssimo;SÁBADO: 19h30 na Capela N. Sra. Penha – Rua Siqueira Campos, 4-85 – Vl. Souto;DOMINGO: 8h30 na Capela N. Sra. de Lourdes – Rua Carlos de Campos, 14-46 – Vl. Giunta.

Primeiro DOMINGO: 18h na Matriz, Terço dos Arautos do Evangelho;Primeira TERÇA-FEIRA: 19h30 na Capela N. S. da Penha, Adoração ao Santíssimo;Terceira TERÇA-FEIRA: 19h30 na Capela N. S. de Lourdes, Adoração ao Santíssimo.

Horário de atendimentoda secretaria paroquial

Horário das Missas

Terço e Adoração

Momento VicentinoAgora o que vale é a solidariedade!

“Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!” (Lc 3, 11).

João Batista é o precursor de Jesus Cristo. Passou um bom tempo no deserto da Judéia, uma região montanhosa que se estende entre a cadeia central de montanhas da Palestina e a depressão do Rio Jordão e do Mar Morto. Andava por toda a região do Rio Jordão pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados.

O profeta Isaías já tinha falado sobre ele: “Voz de quem clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as veredas para Ele. Todo vale será aterrado; toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas serão endireitadas, e os caminhos esburacados serão aplainados. Todos verão a salvação que vem de Deus.” (Is 40, 3-5).

“Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida faça o mesmo!” )Lc 3, 11).

Sua pregação estava voltada para a “metanóia”, palavra grega que significa mudança de sentimento. Designa também a renúncia ao pecado e a disposição ao arrependimento. O tipo de conversão proposta por João Batista é a mudança de atitude pela qual a pessoa humana se volta para Deus e empreende uma vida nova.

São Lucas mostra a importância dessa mudança de vida proposta pelo profeta e acentua que para conseguir a salvação faz-se necessário a prática da caridade e da justiça.

De que maneira?“Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida faça o

mesmo!” )Lc 3, 11).Praticar a caridade e fazer justiça! Eis a receita infalível que dá testemunho da

adesão à proposta do Reino de Deus. Foi isso que Jesus deixou claro ao longo de sua Missão sobre a face da Terra. Mostrou que é preciso ter o conhecimento de Deus, a prática da justiça e da misericórdia. É preciso ser solidário com os irmãos e irmãs que vivem desprovidos do mínimo necessário para ter uma vida digna como filhos de Deus.

Mostrou que Deus se revela e se comunica pela misericórdia... Mostrou que a vida em Deus vai além da observância dos atos rituais e da observância da própria lei. Mostrou que o eixo de referência é a resposta às necessidades fundamentais tais como matar a fome e salvar a vida de todos os perigos.

“Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida faça o mesmo!” )Lc 3, 11).

Todos os modelos de santidade elegidos pela Igreja nos dão esse testemunho: reportamos aqui o exemplo de São Vicente de Paulo e de Frederico Ozanam.

Tanto um como outro souberam vislumbrar os horizontes mais longínquos do Evangelho – a mensagem de Jesus. Além da prática da caridade, propunham a prática da justiça. Além das expressões ritualistas, motivavam seus colaboradores à preocupação em cuidar bem das pessoas em situação de vulnerabilidade – os Pobres.

Cabe a nós, hoje, colaboradores desta proposta do Reino, seguir os passos de Jesus e as intuições daqueles que pretendemos ter como modelos de santidade.

“Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida faça o mesmo!” )Lc 3, 11). - (Trecho longo: Lc 3, 7-13)

Sociedade de São Vicente de Paulo - Conselho Metropolitano de São Paulo

Page 3: O Evangelizador

Vocação Religiosa

O Dízimo nos aproxima de Deus

Artigo da Irmã Ana Gabriela Oliveira, apóstola do Sagrado Coração de Jesus, que, atualmente, está em missão no Haiti:

A vocação religiosa é “dar um sim” à vida, a Deus e aos irmãos. É entregar a vida toda nas mãos do Pai e deixar que Ele, em Seu infi nito amor e bondade, nos conduza e faça de nós instrumentos seus.

Há doze anos, dei meu “sim” a Deus. Na época, aos 15 anos, iniciei o caminho formativo no Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus.

No fi nal do ano passado, emiti os votos perpétuos de castidade, pobreza e obediência, na certeza de um amor muito maior que me impelia a entregar toda minha vida,

seguindo os passos do Divino Mestre, colocando-me, como o vaso nas mãos do oleiro, pronta para ser modelada segundo Sua vontade.Realmente, “dar o sim” a Deus é um grande desafi o. Mas é também a possibilidade de experimentar uma alegria plena e a certeza

da presença divina que nos acompanha em todo tempo. Hoje, estou vivenciando meu “sim” junto ao povo haitiano. Encontro aqui uma realidade sofrida, um país onde falta o básico para a dignidade humana. Entretanto, posso experimentar uma fé que enche o coração deste povo e me ensina que Deus jamais abandona aqueles que Nele confi am.

Madre Clélia Merloni, fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, afi rma, em uma de suas cartas, que é preciso agradecer a Deus, todos os dias, a graça da vocação religiosa. Também Papa Francisco, em seus escritos, diz que onde estão os consagrados, aí está a alegria.

Que neste mês vocacional (agosto), possamos rezar por todos os consagrados, para que possam ser fi éis e generosos em seu “sim”, bem como por todos os jovens, para que tenham coragem de, em meio a tantas possibilidades que o mundo oferece, ouvir a voz de Deus que os chama para ser “sal da terra e luz do mundo”.

Irmã Ana Gabriela Oliveira (Apóstola do Sagrado Coração)

Devolver o dízimo é um ato de fé. Se este ato não estiver pleno de fé em Deus, torna-se um ato mecânico, simplesmente comercial, sem valor aos olhos de Deus. Este ato deve se tornar uma oração para o dizimista e, sendo feito com amor, agradável a Deus, o dízimo é fonte de bênçãos.

O Dízimo é partilha

A prática da devolução do dízimo engrandece o coração do doador, porque ao partilhar com alegria e com amor o pouco que se tem, se supera o egoísmo. Testemunhar o amor, a fraternidade, a generosidade e a partilha são formas de se encontrar com Deus. O egoísta não sabe ser grato, nem conhece o valor e a alegria da partilha. Os primeiros cristãos nos deram vários exemplos da prática da partilha, quando dividiam tudo o que possuíam com todos os membros da comunidade. Atualmente somos nós os responsáveis por nossa comunidade. A manutenção dos templos, a quitação das dívidas, a assistência social, os materiais da liturgia, ou seja, tudo é responsabilidade das comunidades.

O Dízimo é dever de justiça

Devolver o dízimo é assumir o seu papel de membro ativo da comunidade, sendo corresponsável pelos destinos do lugar onde se vive. É não se omitir diante da responsabilidade assumida pelo sacramento do Batismo. A comunidade é formada por todos os seus membros e não só por alguns. O sacrifício deve ser feito por todos e todos devem dividir as tarefas da comunidade.

O Dízimo ajuda as pastorais

Mesmo que o dizimista não tenha

tempo de sair em missão, evangelizando os povos, seja por falta de tempo ou de dom, a colaboração realizada por meio do dízimo ajudará a Igreja a continuar mantendo sua missão, tornando-se, desta forma, também um evangelizador. É o dízimo de todos os membros da comunidade que deve prover o desenvolvimento das pastorais que estão a serviço da missão de Jesus Cristo e a manutenção desta missão.

“Com o seu dízimo e dízimo dos demais membros da comunidade, nós cumprimos com a missão de evangelizar. Obrigado!”

Pascom São Benedito

Coração de Jesus, que, atualmente, está em missão no Haiti:

irmãos. É entregar a vida toda nas mãos do Pai e deixar que Ele, em Seu infi nito amor e bondade, nos conduza e faça de nós instrumentos seus.

castidade, pobreza e obediência, na certeza de um amor muito maior que me impelia a entregar toda minha vida,

Page 4: O Evangelizador

O culto que prestamos a Maria, Mãe de Jesus e sua explicação bíblica (Parte 1)

1. O culto que prestamos a Maria é de adoração?Não! A adoração é o tipo de culto que se presta

somente a Deus! Isso é o que nos ensina a Palavra de Deus: “Ao Senhor teu Deus adorarás e somente a Ele prestarás culto” (Dt 6,13). O catecismo da Igreja Católica ensina que “adorar a Deus é reconhecer, com respeito e submissão absoluta, o “‘nada da criatura”. Ou seja, na adoração o fiel se coloca diante do Criador, reconhecendo a imensa grandeza deste. É o culto que se presta apenas ao Deus Trindade, ou melhor, ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

Já a veneração significa honrar uma pessoa ou um objeto que nos remete a Deus e não tem outro sentido senão valorizar algo, um sinal de que Deus está presente na História da Humanidade e que nos chama à conversão. Esse é o culto que prestamos à Nossa Senhora e aos Santos.

2. A veneração à Nossa Senhora tem base na Bíblia?Sim. O amor do povo de Deus à Nossa Senhora

começa com as palavras do próprio anjo Gabriel: “Alegre-te, cheia de graça! O Senhor está com você!” e em seguida: “Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus!” (Lc 1,28.30). Só isso já seria suficiente, mas a Bíblia esconde aqui um segredo: a palavra que aparece nos escritos de São Lucas, em grego, é uma palavra tão especial que é usada raríssimas vezes. Na Bíblia toda, aparece apenas aqui. Não há como traduzir para o português essa palavra (kechakitomene). Uma maneira de traduzir isso é que Maria alcançou a plenitude da graça, e esta permanecerá. Poucos versículos depois, o mesmo evangelista nos conta que quando Maria visita sua prima Isabel, esta, cheia do Espírito Santo exclama: “Você é bendita entre todas as mulheres! Bendito é o fruto do seu ventre!”. Em seguida, Maria canta seu hino de ação de graças,

o Magnificat, onde expressa sua alegria pela obra que Deus está realizando nela: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, porque Ele olhou para a humilhação de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão de bendita.” (Lc 1,48). Por fim, no livro do Apocalipse, que revela os segredos da fé e do mundo, temos uma última revelação sobre o papel de Maria na História da Salvação: “Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz” (Ap 12,1-2). É Maria na glória de Deus, Rainha de seu povo, simbolizado nas doze estrelas de sua coroa. Como podemos ver, por essas e outras passagens que exaltam o lugar de Maria como servidora obediente de Deus (Lc 11,27-28).

3. Maria teve outros filhos?Essa crença vem da lista de irmãos e irmãs do Senhor

que aparecem nos evangelhos, por exemplo: “Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José Simão e Judas?” (Mt 13, 55). Além disso havia São Tiago, chamado muitas vezes de “irmão do Senhor” (Gl 1,19). Alguns querem afirmar com isso que Maria teve outros filhos, ou que são José era casado e tinha outros filhos antes de conhecer Maria. Nenhuma das hipóteses se sustenta: basta ver a lista dos apóstolos nos evangelhos para perceber que havia de fato dois Tiagos: um era irmão de João e chamado filho de Zebedeu. Também a mãe deles aparece, pedindo a Jesus que permita seus filhos se sentarem à sua direita no Reino dos Céus. Portanto este não era filho nem de Maria, nem de José. O outro Tiago era filho de um homem chamado Alfeu (ou Cleófas) e sua mãe era chamada Maria de Cleófas, e estava aos pés da cruz junto com Nossa Senhora, e portanto também não era irmão de Jesus (cf. Mt 10,2-4; Mc 3,16-19; Lc 6,13-16; Mt 27,55-56; Mc 15,40-41, Jo 19,25).

Por que estas pessoas eram chamadas de irmãos de Jesus se tinham outro pai e outra mãe? É a linguagem semítica, própria do povo, como se vê também no Antigo Testamento. Abraão era chamado irmão de Lot, contudo, ao verificar-se a genealogia dele percebe-se que Lot era seu sobrinho, filho de seu irmão. No mundo hebraico, todos os que têm um antepassado masculino em comum (primos e primas, tios e tias), são chamados irmãos, pois pertencem ao mesmo grupo familiar. Na linguagem bíblica, temos que irmão, na verdade, significa qualquer parentesco masculino que tenha uma ligação de sangue. Conforme o ensinamento católico, Maria permaneceu Virgem, não se casou de novo e nem teve outros filhos. É por isso que, aos pés da cruz, João a acolhe, a pedido de Jesus. (Jo 19,27).

Padre Marcio J. CattacheVigário Paroquial – São Benedito

(Continua na próxima edição)

Page 5: O Evangelizador

São Tarcísio - mártirNo domingo, dia 17 de julho, houve

encontro de coroinhas na nossa capela de Lourdes, sob a coordenação dos casais Osmar/Glaucia e Rivaldo/Diva.

Neste clima, aproveitamos para falar um pouco de São Tarcísio, que é considerado o padroeiro dos coroinhas, acólitos e cerimoniários.

Tarcísio era coroinha na Igreja Romana, no ano 258 aproximadamente. Ele acompanhava o Papa Sisto II na missa (esse Papa morreria no mesmo ano, por ser cristão). Nessa época, a Missa era celebrada embaixo da terra, nas catacumbas, devido às perseguições do Imperador Romano, Valeriano.

Quando os cristãos eram presos, quase sempre eram mortos, e era costume levar a Eucaristia (às escondidas) para que eles não desanimassem e nem perdessem a fé.

Um dia, às vésperas de um martírio de cristãos, era preciso levar a Eucaristia a eles. O problema, era a falta de pessoas que o fi zessem. Foi quando Tarcísio se ofereceu para tal serviço. O Papa Sisto II e os demais cristãos que estavam nas catacumbas não concordaram com a ideia, pois Tarcísio poderia ser morto. Tarcísio, porém, argumentou que por ser uma criança, ninguém desconfi aria dele. Afi rmou ainda, que preferia morrer a entregar a Eucaristia aos pagãos (pessoas que não acreditam em Deus) romanos. Após ter dito isso, seu nome foi aceito.

-Vai, Tarcísio – exclamou o Papa. Aqui estão as hóstias consagradas. Aqui está Jesus, que irás levar aos nossos irmãos prisioneiros. Que Ele te acompanhe. Vai, meu fi lho!

O pequeno coroinha subiu as escadinhas sombrias do subterrâneo e ganhou a rua. Parece que ninguém reparou naquele menino que caminhava um tanto fora da rua, com as mãos sobre o peito, guardando o bem mais precioso: a Sagrada Eucaristia.

Passando por um caminho chamado de VIA ÁPIA, alguns garotos chamaram Tarcísio.

-Venha brincar conosco. Falta um parceiro para começar o jogo.-Agora não posso. Vou levando um recado urgente. Na volta, sim.-Queremos agora... Mas o que vai levando ai? Mostre-nos logo.Ele se recusou. Os garotos insistiram, ameaçaram, empurraram. Ele resistia porque,

pagãos como eram, poderiam profanar as sagradas espécies.A resistência fez recrudescer o assanhamento dos garotos. Começaram a dar-

lhe pontapés e pedradas. O menino caiu no chão, ensanguentado. As mãos continuavam protegendo a Santa Eucaristia.

Foi quando apontou ali um soldado, guarda do quarteirão. Era Quadrato que, às escondidas, costumava frequentar o culto dos cristãos.

Os moleques fugiram ao ver o soldado aproximar-se. Levantando do chão o pequeno mártir (pessoa que dá a vida por Jesus), exclamou surpreso e comovido:

-É o Tarcísio. Já vi esse menino nas catacumbas...

O pequeno mártir morreu nos braços do soldado, com as mãos apertando ainda a Santa Eucaristia contra o peito.

-É o Tarcísio - o pequeno coroinha que, desde cedo, amou Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia, e é para nós hoje, um exemplo a ser seguido!

Seu corpo foi recolhido por um soldado, ocultamente cristão, que o levou às catacumbas, onde recebeu honorífi ca sepultura. Ainda se conservam, nas catacumbas de São Calisto, inscrições e restos arqueológicos que atestavam a veneração que Tarcísio granjeou na Igreja Romana. Tarcísio foi declarado padroeiro dos coroinhas ou acólitos, que servem ao altar.

Este é o relato da vida deste Santo que comemora seu dia em 15 de agosto.

Viva São Tarcísio, patrono dos coroinhas!

Viva Jesus, que por amor a nós, morreu, ressuscitou e fi cou presente na Sagrada Eucaristia!

Oração do Coroinha

Ó Meu Bom Jesus, que vivias com o Pai celeste em profunda e fi lial sintonia, aceite nossa dedicação a serviço da liturgia. É nosso desejo tratar com respeito, mas sem preconceito, as pessoas da comunidade que contam com seu auxílio nessa difícil caminhada. Dai-nos um coração repleto de amor aos pobres e simples deste mundo. Alimenta-nos com suas palavras e com seus ensinamentos, pois queremos te ajudar, ó Jesus, a transformar a sociedade, e assim celebrarmos dignamente: com sinais, ritos e movimentos, a salvação que nos oferece hoje e sempre em favor da humanidade. Amém.

Pastoral dos Coroinhas

encontro de coroinhas na nossa capela de Lourdes, sob a coordenação dos casais Osmar/Glaucia e Rivaldo/Diva.

falar um pouco de São Tarcísio, que é considerado o padroeiro dos coroinhas, acólitos e cerimoniários.

Romana, no ano 258 aproximadamente. Ele acompanhava o Papa Sisto II na missa (esse Papa morreria no mesmo ano, por ser cristão). Nessa época, a Missa

Quando os cristãos eram presos, quase sempre eram mortos, e era

Page 6: O Evangelizador

EXPEDIENTE: Pároco: Pe. Gustavo Henrique Crepaldi · Jornalista Responsável: Sérgio Purini - MTB 32587 · Conselho Editorial: Pastoral da Comunicação da comunidade de São Benedito · Impressão: Superia Gráfi ca - Tel.: (14) 3100-2002 · Tiragem: 1.300 exemplares · Endereço Paroquial: Pça. Epitácio Pessoa, 3-80 - Vila Falcão - Bauru/ SP - CEP 17050-750 - Tel.: (14) 3223-3034 · E-mail: [email protected] · Site: www.paroquiasaobeneditobauru.org.br · Artigos e fotos para publicação, favor enviar até o dia 15 de cada mês para o e-mail: [email protected]

Semana da Família

Depoimento de uma Leiga: Vocação como “dona de casa”, “mãe” e “professora”

A abertura da 1ª Semana de Oração e Louvor pelas Famílias na D i o c e s e de Bauru,

que aconteceu de 17 a 23 de julho, teve início na porta Santa da Catedral do Divino Espírito Santo e presidiu a celebração o Padre Marcos Pavan, Assessor da Pastoral Familiar. Reuniu os participantes das 19 às 20:00h, durante uma semana, em diversas paróquias da Diocese. Nas palavras de padre Marcos, “essa adoração e Louvor às famílias abre a Semana Nacional da Família”.

Veja aqui a programação de nossa paróquia de São Benedito:

abertura da 1ª Semana de Oração e Louvor pelas Famílias na

que aconteceu de 17 a 23 de julho, teve

Como leiga da Igreja Católica, expresso a minha caminhada, enfatizando o meu gosto e dedicação ao catolicismo desde a infância. Morando em uma cidade pequena, a alguns km de Bauru, frequentei a catequese desde os 5 anos, preparei-me para a Primeira Eucaristia, que ocorreu aos 7 anos. Após, fi z parte da “Cruzada Eucarística” (hoje = Perseverança), desde aspirante até apóstola, o grau máximo. Aos 13 e 14 anos, atuei como catequista de crianças de 4 e 5 anos. Muito gostoso! Realizava muitas brincadeiras com elas. Não pude prosseguir por iniciar o curso clássico (= colegial de hoje), aqui em Bauru, tendo que viajar diariamente.

Casei-me aqui, na Igreja de Santa Terezinha, mas já atuava como professora. Três anos após o casamento, tornei-me mãe de uma menina e, quatro anos após, de um menino. Procurei conciliar, o melhor possível, as funções de esposa, dona de casa, mãe e profi ssional da Educação, porém zelando sempre por meus pais, pois, como fi lha única, preocupava-me muito com eles. Procurei “dar-lhes o melhor de mim” para amenizar o sofrimento das doenças da velhice. Pedia sempre a Deus muita força para tal tarefa. Creio que me atendeu, pois, sempre renovou minha energia nessa luta. Ser “mãe” é uma ocupação da qual não tiramos férias. Mesmo sendo feliz pelos bons fi lhos que Deus me deu, a preocupação com eles é constante. Até hoje, ligo diariamente para minha fi lha, já casada, mas morando longe. Creio que toda mãe quer evitar os sofrimentos de seus fi lhos! Até se esquece de que cresceram, têm sua própria personalidade e querem se virar sozinhos. Quantas vezes me surpreendo dando sugestões, orientando, falando e

14/08 – Domingo 19h (matriz): missa do Dia dos Pais e abertura da Semana Nacional da Família16/08 – Terça feira – 19h30 (Capela N.S. de Lourdes): adoração para as famílias17/08 – Quarta feira 20h (Capela N.S. da Penha): terço em família – bênção para as gestantes18/08 – Quinta feira – 20h (matriz): missa pelas famílias (trazer fotos da família para bênçãos).20/08 – Sábado – 9h – (salão paroquial de São Benedito): gincana esportiva pais e fi lhos (com entrega de medalhas aos participantes).21/08 – Domingo – 8h30 (Av. Getúlio Vargas, quadra 18): caminhada da família (veja o cartaz ao lado)21/08 – Domingo - 19h (matriz): missa de encerramento da Semana Nacional da Família e renovação das promessas matrimoniais

falando, tentando ampará- los, protegê-los! Mas o que vale mesmo são as orações a Deus para deles cuidar, protegê-los dos perigos e do mal e iluminar seus passos.

Como professora de Português, tendo a oportunidade de debater diversos temas com os alunos, todos os dias, passava-lhes um pensamento de cunho humanístico (copiavam-nos numa parte do caderno) e refl etíamos sobre o mesmo, algo salutar para a sua vida social. Era também representante da escola de Ensino Religioso (abordado como ecumênico) junto à Diretoria de Ensino, com reuniões bimestrais de todas as escolas e presença de religiosos. Orientava os demais professores em relação a algumas ações, “boladas” em conjunto para o bimestre, para trabalharmos com os alunos. Montava também com estes, por bimestre, um mural sobre temas religiosos (de forma ecumênica). Ainda, como coordenadora pedagógica, pude realizar, junto com o Prof. Sebastião, meu colega de cargo, um evento muito bonito: apresentação musical e dramatizada sobre a Bíblia, envolvendo muitos alunos, em comemoração ao Dia de Ação de Graças.

É realmente compensador e prazeroso quando encontro, hoje em dia, um ex-aluno que me reconhece e se dirige a mim. Perguntando-lhe sobre sua vida, fi co feliz ao ouvi-lo falar de sua luta, de sua evolução, de sua profi ssão atual (cada qual na área de sua escolha), levando uma vida digna e sendo útil à sociedade.

M. Leonor F. Polido - PASCOM São Benedito