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Neeja Darcy Vargas - História - Ensino Médio II Parte História para conhecer, conscientizar e humanizar 1 II Parte: Idade Moderna – Europa e Américas O Renascimento foi um movimento de renovação cultural e artística que se originou na Itália no séc. XIV e marcou a mudança da Idade Média para a Idade Moderna, do teocentrismo Medieval - que via em Deus todas as coisas -, o homem avançou para o Humanismo, uma filosofia surgida no Renascimento e que predominou mais na Idade Moderna. Foi neste período que o homem passou a ser o centro do mundo. O que veio a proporcionar a ocorrência do Renascimento foram a expansão do comércio pela Europa, o renascimento urbano, a ascensão dos mercadores marítimos que passaram a viver em castelos e a incentivar e financiar os jovens artistas, tornando-se protetores das artes, e também a queda de Constantinopla, que fez muitos sábios bizantinos fugirem para o ocidente, principalmente encontrando abrigo nos castelos da Itália. A arte renascentista tem como características a valorização do homem, a inspiração dos modelos greco- romanos, perfeição das formas, equilíbrio e harmonia, arte para a elite da época e a volta à natureza como fonte de inspiração. Essa mudança foi causada por uma série de fatores, nem tudo no Teocentrismo era correto; o homem descobriu que a Terra não era o centro do Universo e sim o Sol; que a Terra não era plana, e sim redonda e girava em torno de si mesma; que haviam outros povos que habitavam o planeta, não só os Europeus e Asiáticos, etc. À busca da verdade levou o homem à pesquisa, a conhecer mais o mundo em que habitava como também a si próprio. O artista na Idade Média era considerado um instrumento da manifestação divina, não tendo méritos próprios. Na Renascença o artista começa a ser valorizado como pessoa, como um criador, como gênio. É nesse período que a arte ganha autonomia e que conquista seu próprio espaço e não é mais julgada como parte integrante da religião. Os artistas estudam o corpo humano, procurando harmonia e perfeição nas formas e vão buscar sua inspiração nos povos greco-romanos – os que melhor trabalharam a natureza humana na antiguidade. O público renascentista aprendeu dos autores clássicos a esperar da pintura um alto grau de fidelidade à natureza e uma busca da forma perfeita no que pretendiam ver. Fases das artes visuais no Renascimento Italiano: Trecento - 1300 a 1399 - é a transição entre a estética medieval e a renascentista. Quatrocento - 1400 a 1499 / auge do Renascimento Cinquecento– 1500 A 1550 / no final deste período começa um certo cansaço e a procura por novos movimentos, novas manifestações artísticas. O Nascimento da Vênus – Sandro Botticelli Fonte: http://3.bp.blogspot.com/- QPi1XSQlJBs/TaonNpupPmI/AAAAAAAAJI4/DYZGGaJyACs/s160 0/botticelli_birth_venus.jpg A Criação de Adão - Migulângelo Fonte: http://2.bp.blogspot.com/- _uij9BvBERg/TaooEPVMD5I/AAAAAAAAJI8/WQ9esGv9ml8/s1600/mic helangelo-1510%2C+A+cria%C3%A7%C3%A3o+de+Ad%C3%A3o.jpg Homem Vitruviano –Leonardo da Vinci (1492) Fonte: http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/o- que-e-o-homem-vitruviano-de-da-vinci.html

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Neeja Darcy Vargas - História - Ensino Médio – II Parte

História para conhecer, conscientizar e humanizar 1

II Parte: Idade Moderna – Europa e Américas O Renascimento foi um movimento de renovação cultural e artística que se originou na Itália

no séc. XIV e marcou a mudança da Idade Média para a Idade Moderna, do teocentrismo Medieval - que via em Deus todas as coisas -, o homem avançou para o Humanismo, uma filosofia surgida no Renascimento e que predominou mais na Idade Moderna. Foi neste período que o homem passou a ser o centro do mundo.

O que veio a proporcionar a ocorrência do Renascimento foram a expansão do comércio pela Europa, o renascimento urbano, a ascensão dos mercadores marítimos que passaram a viver em castelos e a incentivar e financiar os jovens artistas, tornando-se protetores das artes, e também a queda de Constantinopla, que fez muitos sábios bizantinos fugirem para o ocidente, principalmente encontrando abrigo nos castelos da Itália.

A arte renascentista tem como características a valorização do homem, a inspiração dos modelos greco-romanos, perfeição das formas, equilíbrio e harmonia, arte para a elite da época e a volta à natureza como fonte de inspiração.

Essa mudança foi causada por uma série de fatores, nem tudo no Teocentrismo era correto; o homem descobriu que a Terra não era o centro do Universo e sim o Sol; que a Terra não era plana, e sim

redonda e girava em torno de si mesma; que haviam outros povos que habitavam o planeta, não só os Europeus e Asiáticos, etc.

À busca da verdade levou o homem à pesquisa, a conhecer mais o mundo em que habitava como também a si próprio. O artista na Idade Média era considerado um instrumento da manifestação divina, não tendo méritos próprios. Na Renascença o artista começa a ser valorizado como pessoa, como um criador, como gênio.

É nesse período que a arte ganha autonomia e que conquista seu próprio espaço e não é mais julgada como parte integrante da religião.

Os artistas estudam o corpo humano, procurando harmonia e perfeição nas formas e vão buscar sua inspiração nos povos greco-romanos – os que melhor trabalharam a natureza humana na antiguidade. O público renascentista aprendeu dos autores clássicos a esperar da pintura um alto grau de fidelidade à natureza e uma busca da forma perfeita no que pretendiam ver.

Fases das artes visuais no Renascimento Italiano:

Trecento - 1300 a 1399 - é a transição entre a estética medieval e a renascentista.

Quatrocento - 1400 a 1499 / auge do Renascimento Cinquecento– 1500 A 1550 / no final deste período começa um certo cansaço e a procura por

novos movimentos, novas manifestações artísticas.

O Nascimento da Vênus – Sandro Botticelli Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-

QPi1XSQlJBs/TaonNpupPmI/AAAAAAAAJI4/DYZGGaJyACs/s1600/botticelli_birth_venus.jpg

A Criação de Adão - Migulângelo Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-

_uij9BvBERg/TaooEPVMD5I/AAAAAAAAJI8/WQ9esGv9ml8/s1600/michelangelo-1510%2C+A+cria%C3%A7%C3%A3o+de+Ad%C3%A3o.jpg

Homem Vitruviano –Leonardo da Vinci (1492) Fonte: http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/o-

que-e-o-homem-vitruviano-de-da-vinci.html

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Arquitetura

O maior exemplo da arquitetura renascentista é a Basílica de São Pedro, em Roma, construída em 1506. Bramante, seu primeiro arquiteto, projetou uma planta em forma de cruz grega, com elevada

cúpula central. Mais tarde Rafael alterou-a para uma forma retangular. O projeto da cúpula foi obra de Michelangelo mas foi somente terminada por Giacomo Della Porta. A famosa Basílica foi consagrada em 1626 pelo Papa UrbanoVIII, após quase 150 anos de trabalhos, quando reinaram mais de vinte papas e colaboraram mais de dez arquitetos. O arquiteto e escultor Lorenzo Bornini desenhou a praça fronteira circular e a monumental colunata tendo ao centro o obelisco egípcio trazido no séc. I

pelo imperador Calígula. É o maior, o mais importante e o mais rico templo católico do mundo,

suas caraterísticas são: uso das ordens arquitetônicas gregas, predomínio da horizontal sobre a vertical, uso de arcos, abobadas e cúpulas e estátuas no telhado.

Alguns artistas se destacaram: Michelangelo Buonarotti, Angelo Bramante, Bruneleschi e Alberti.

Pintores

Giotto Van Eyck Donatello

A Última Ceia (1495-1498) é um afresco de Leonardo da Vinci para a igreja de seu protetor, o Duque Lodovico Sforza. Representa a cena da última ceia de Jesus com os apóstolos, antes de ser preso e crucificado como descreve a Bíblia. Fonte: http://www.milaonasmaos.it/a-santa-ceia-de-da-vinci-historia-e-curiosidades/

Agonia no Horto (1495) Bellini

Na pintura, Leonardo da Vinci aparece como grande destaque. Com novas técnicas, apresenta volume e, consequentemente passa a ser pintura tridimensional, com características a seguir: emprego da técnica Sfumato, e o claro e escuro, uso da perspectiva científica, uso da

Basílica de São Pedro – Vaticano – Roma (Itália) Fonte: http://multiplosestilos.blogspot.com.br/2010/03/basilica-de-sao-pedro.html

Monalisa – Leonardo da Vinci (1503-1506) http//quadro+mona+lisa+de+leonardo+da+

vinci+e+roubado+do+louvre.shtml

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paisagem como fundo da pintura; as pinturas apresentam eixo central – na vertical e na horizontal e a visão da figura feminina como mulher, e não como santa.

Escultura

A escultura no Renascimento volta a ser uma arte autônoma retornando às características da escultura grego e romana. Uma das mais famosas é a Pietá, de Michelangelo, na qual há uma

réplica no Brasil na igreja São Pelegrino, em Caxias do Sul, RGS. Além de Michelangelo, outros escultores se destacaram, como Bernini, Piero Bonacolsi entre outros.

Na verdade, o Renascimento representou muito mais do que o simples reviver da cultura clássica, significou a valorização do ser humano, a oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a Idade Média. Resgatou o ser humano e sua essência. CARVALHO, Taís de. Renascimento. Disponível em: aislc.blogspot.com.br/2011/04/o-renascimento-nas-artes.html. Acesso em 02/04/2017. (adaptado).

Principais características do Renascimento:

- Valorização da estética artística da antiguidade clássica (greco-romana). Os artistas renascentistas defendiam a ideia de que a arte na Grécia e Roma antigas tinha um valor estético

e cultural muito maior do que na Idade Média. Por isso, que uma escultura renascentista, por exemplo, possui uma grande semelhança como as esculturas da Grécia Antiga.

- Visão de que o homem é o principal e decisivo elemento na condução da história da humanidade. Essa visão é conhecida como antropocentrismo ("homem no centro") e fez oposição a visão teocêntrica ("Deus no centro") da Idade Média.

- Grande importância dada às ciências e a razão. Os renascentistas defendiam a ideia de que há explicação científica para a maioria das coisas. Portanto, desprezavam as explicações elaboradas pela Igreja Católica ou por outras fontes que não fossem científicas. Este período da história foi muito significativo no tocante ao desenvolvimento das experiências científicas e do pensamento racional e lógico.

- Busca do conhecimento em várias áreas. Os renascentistas buscavam entender o mundo através do estudo de várias ciências (Biologia, Matemática, Física, Astronomia, Botânica, Anatomia, Química, etc.). Um ótimo exemplo desta visão de mundo foi Leonardo da Vinci que, além de ser pintor, também desenvolveu trabalhos e estudos em várias áreas do conhecimento. Características do Renascimento. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/renascimento/caracteristicas.htm. Acesso em 02/04/2017.

O que foi o Renascimento Científico?

O Renascimento Científico deve ser entendido dentro do contexto do Renascimento Cultural, ocorrido na Europa entre os séculos XV e XVI. Foi um período marcado por grandes avanços nas ciências, possibilitados pelos estudos e experimentos de grandes cientistas. As características principais são:

- Uso da pesquisa e investigação como métodos de produção de conhecimento científico.

- Grandes avanços nas áreas de Astronomia, Medicina, Matemática, Física, Química e Biologia. - Desenvolvimento de instrumentos científicos, principalmente na área de observação

astronômica.

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- Formulação de várias leis da Física e teorias matemáticas. - Aumento da divulgação dos conhecimentos científicos. Isto aconteceu graças ao crescimento da

produção de livros, após a invenção da prensa de tipos móveis por Gutenberg em 1439. - Período marcado por muitas invenções, que tinham como base os conhecimentos científicos que

estavam sendo produzidos. - As descobertas científicas geraram forte mudança na forma que muitas pessoas entendiam o

funcionamento do mundo. Isso ocorreu, pois as explicações religiosas sem fundamentação científica, foram sendo substituídas pelas explicações baseadas nas ciências. Além de afetar a religião, estas descobertas científicas também impactaram o pensamento filosófico da época. Principais cientistas do período:

- Nicolau Copérnico (1473 – 1543) – seus estudos astronômicos revolucionaram os conhecimentos científicos da época, pois mostravam que era a Terra que girava em torno do Sol e não o contrário, como se acreditava anteriormente. O heliocentrismo (o Sol no centro do Sistema Solar) não foi aceito pela Igreja, porém se tornou referência para o estudo dos astrônomos nos anos posteriores.

- Galileu Galilei (1564 – 1642) – importante físico, astrônomo e matemático italiano. Além de construir a primeira luneta astronômica, fez várias descobertas importantes na área da Astronomia. Foi Galileu, que através de seus cálculos matemático, comprovou a teoria do heliocentrismo.

- Andreas Vesalius (1514 – 1564) – anatomista belga, foi muito importante para o avanço da Medicina. Suas pesquisas sobre o corpo humano revelaram conhecimentos fundamentais para a Anatomia Humana.

- Leonardo da Vinci (1452 – 1519) – O italiano Da Vinci ficou mais conhecido pelas suas obras de pintura. Porém, foi de grande importância seus estudos científicos, principalmente, nas áreas de hidrostática, engenharia e matemática.

- Johannes Kepler (1571 – 1630) – foi um importante astrônomo e matemático alemão. Além de fazer importantes estudos na área de gravitação, formulou as leis fundamentais da mecânica celeste. Renascimento Científico. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/renascimento/renascimento_cientifico.htm. Acesso em 02/04/2017.

Exercícios:

1 - Leia o texto: “Renascimento é o nome dado a um movimento cultural italiano e às suas repercussões

em outros países. Caracteriza-se pela busca da harmonia e do equilíbrio nas artes e na arquitetura, acrescentando aos temas cristãos medievais outros temas inspirados na mitologia e na vida cotidiana.”

a) Qual foi a fonte (de onde veio) de inspiração para os intelectuais e artistas do renascimento?

b) Cite uma característica que diferencie a era medieval do renascimento cultural e explique-a.

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2 – Com relação às artes e às letras de seu tempo, os humanistas dos séculos XV e XVI, afirmavam:

a) que a literatura e as artes plásticas passavam por um período de crescimento, dando continuidade ao período medieval.

b) que a literatura e as artes plásticas, em profunda decadência no período anterior, renasciam com o esplendor da Antiguidade.

c) que as letras continuavam as tradições medievais, enquanto a arquitetura, a pintura e a escultura rompiam com os velhos estilos.

d) que as artes plásticas continuavam as tradições medievais, enquanto a literatura criava novos estilos.

3 - (UFAC) Referindo-se ao Renascimento, é correto afirmar que: a) surgiu na Grécia por volta do século II d. C, tendo sido pouco influente na Itália. b) os renascentistas criticavam o humanismo por ser uma forma de pensamento filosófico

que considera o ser humano como a obra mais importante da criação. c) caracterizou-se principalmente pela valorização da racionalidade do ser humano, isto

é, da capacidade humana de conhecer a realidade por meio da razão e da observação objetiva da natureza, não mais pela crença nas explicações religiosas e na tradição.

d) o Renascimento foi a expressão cultural das profundas mudanças da Europa na passagem da Idade Moderna para a Idade Contemporânea e teve inicio na Alemanha, no século XVII.

4 - Marque (V) para Verdadeiro e (F) para Falso: (__) No Renascimento existe a Valorização do Homem. (__) Na mentalidade renascentista o corpo do homem é visto como belo e maravilhoso. (__) Os renascentistas desprezavam a natureza porque era fonte de pecado e da perdição. (__) Leonardo da Vinci, Boticelli, Rafael Sanzio, Michelangelo são artistas do

renascimento. (__) A visão do mundo para um renascentista era teocêntrica. (_ ) O Renascimento Cultural surgiu nas cidades Italianas.

Reforma Religiosa A reforma religiosa representou a primeira ruptura na hegemonia da igreja católica europeia, abrindo espaço para o surgimento de novas religiões cristãs. A causas da Reforma Protestante foram:

a centralização política: os reis não aceitam a supremacia católica dentro de seus estados nacionais (França);

o desenvolvimento da burguesia, que passa a rejeitar o princípio de “justo preço” que condenava o lucro dos banqueiros e dos comerciantes;

a cultura renascentista de valorização do homem e do individualismo desenvolvido pela burguesia entra em choque com os fundamentos católicos;

a ambição dos nobres feudais sobre terras da igreja, a maior detentora de terras na Europa; o comportamento imoral da igreja;

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a venda de indulgências e relíquias sagradas, prática considerada mundana por algumas ordens religiosa;

A reforma religiosa representou uma resposta teológica às transformações políticas, sociais e econômicas de seu tempo.

Reforma religiosa alemã: Luteranismo

A Alemanha era uma região feudal e atrasada em relação à Itália e Espanha no século XVI, uma reunião de 27 estados governados pelo Sacro Império Romano – Germânico, cujo rei Carlos V era espanhol, os nobres germânicos tinham interesse em afastar o poder político estrangeiro da Alemanha.

Em l515 o Papa Leão X autorizou a venda de indulgências na Alemanha com a intenção de arrecadar fundos para construir a Basílica de São Pedro em Roma. Martinho Lutero, monge da ordem de Santo Agostinho, iniciou o movimento de reforma na Alemanha, quando fixou suas 95 teses na catedral de Wittenberg, repudiando as práticas consideradas mundanas.

Teses de Wittenberg Salvação da alma pela fé Negava a autoridade do Papa Negava o culto aos santos Negava a venda de indulgências pela igreja Condenava o celibato clerical Defendia o culto em idioma nacional Defendia a tradução bíblia Defendia o livre arbítrio do homem sobre as escrituras Abolia a confissão com padre Defendia a autoridade dos príncipes

Lutero defendia a autoridade dos príncipes e o direito deles se apoderarem das terras da igreja, isso fez com que um grande número de cavaleiros e camponeses aderisse a causa defendida por Lutero, os nobres viam nessa pregação uma forma de se opor ao poder externo (Sacro Império Romano – Germânico).

O Papa condenou Lutero à excomunhão como herege, o imperador Carlos V do Sacro Império, convocou a Dieta de Worms, exigindo que Lutero viesse a se retratar, porém Lutero não cedeu, reafirmou as teses de Wittenberg perante o rei, contando com o apoio dos príncipes e de grande parte da população do norte da Alemanha, sendo obrigado pelo rei a se fixar na Saxônia, onde traduziu a bíblia para o alemão.

Para pôr fim aos conflitos que mergulharam a Alemanha num banho de sangue, em 1555 foi assinada a Paz dos Augsburgo, onde o novo rei do Sacro Império, Fernando VII permitiu a liberdade de credo (religião) na Alemanha.

Consequências da Reforma Luterana Reforçou a autoridade feudal na Alemanha, onde os príncipes haviam anexado terras da igreja

católica, aumentando seus domínios e poder pessoal. Fortaleceu a burguesia, que suspendeu o envio de dinheiro para Roma. Favoreceu o desenvolvimento do luteranismo na Escandinávia. Incentivou a ação de outros reformadores na Europa.

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A Reforma na Suíça

João Calvino, padre francês, perseguido por defender as ideias luteranas em seu país de maioria católica, refugiou-se na Suíça onde iniciou sua pregação e lançou as bases de suas ideias no livro “Instituições da Religião Cristã”.

O calvinismo, como ficou conhecida a pregação do padre João Calvino, tem como base as teses luteranas, porém, o princípio de predestinação passou a ser apresentado como uma característica da burguesia, onde Calvino defende; o lucro, o trabalho, a riqueza, a prosperidade como sinais de Deus para serem seguidas pelos fiéis.

A burguesia de Genebra, onde iniciou a pregação calvinista, rapidamente aderiu a nova religião, que se identificava com suas práticas econômicas, pois Calvino era o único reformador, que justificava a acumulação de capitais como sinal de predestinação ao reino de Deus.

O calvinismo logo encontrou seguidores fora da Suíça como: Holanda – Calvinismo

Escócia – Presbiterianos

França – Huguenotes Inglaterra – Puritanos e Quakers O calvinismo foi a primeira religião capitalista, na medida em que defende a riqueza, foi a

responsável pela base teológica que incentivou o desenvolvimento econômico da burguesia que aderiu essa religião.

Reforma Anglicana – Inglaterra

Na Inglaterra do século XVI, o rei Henrique VIII era um rei Absolutista, porém o Parlamento era o grande árbitro nacional de questões importantes, esse Parlamento era constituído de um grande número de prósperos burgueses, que se sentiam contrariados em mandar grandes somas em dinheiro ao Papa em Roma.

Causas da Reforma Anglicana. Burguesia queria autonomia em relação aos limites impostos pela igreja católica (censura,

justo preço, etc). Nobres ambicionavam as terras e riquezas da igreja católica na Inglaterra O rei Henrique VIII, casado com Catarina de Aragão (espanhola), queria o divórcio para casar com Ana Bolena. Nobres e burgueses temiam que a Inglaterra viesse a ser governada pela Espanha.

Henrique VIII encaminhou seu pedido de divórcio ao Papa Clemente VII, que o negou, para não perder os benefícios que obtinha da Espanha. Diante da negação do Papa, o rei da Inglaterra submeteu a votação do Parlamento, os Atos de Supremacia da Inglaterra, que foram aprovados da seguinte forma:

A igreja na Inglaterra seria administrada pelo rei, não cabendo mais se submeter a autoridade do Papa.

Todos os bens materiais como, terras, tributos foram confiscados da igreja católica, pela coroa da Inglaterra (rei).

A nova igreja inglesa, submetida a autoridade única do rei, passa se chamar Anglicana.

Contrarreforma Católica

A contrarreforma católica ganhou forma no Concílio de Trento (1545-l563), representou a reação da igreja católica diante do crescimento de inúmeras religiões protestantes por toda a Europa. Os Papas que se destacaram no processo da contrarreforma foram; Paulo II, Paulo IV e Pio V, que passaram a defender a igreja católica como a única igreja verdadeira de cristo.

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Assim o Concílio de Trento definiu os dogmas católicos a serem seguidos por seus fiéis: supremacia do Papa manutenção todos os sacramentos condenados pelos protestantes manutenção do celibato clerical manutenção da hierarquia do clero manutenção do culto aos santos, uso de imagens (ícones), venda de indulgências e obras para a

salvação da alma. Foram criados:

o Index Prohibitórum (censura de livros) os seminários religiosos da Companhia de Jesus – catequese restabelecimento dos Tribunais da Inquisição

Consequências da Contrarreforma Católica

Divisão da Igreja Fortalecimento dos príncipes protestantes na Alemanha. Desenvolvimento da burguesia e do Mercantilismo Guerras religiosas na Europa (1618- 1648)

A contrarreforma católica, na medida em que reafirma seus princípios e negava qualquer verdade nas críticas protestantes, abriu um abismo entre as igrejas que não aceitam seus dogmas, resultando em guerras e massacres com justificativa religiosa de ambas as partes. Juberto de O. Santos é professor de História, bacharel e licenciado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, lecionando atualmente em cursos pré-vestibulares e preparatórios. Quaisquer dúvidas: [email protected]

SANTOS, Iuberto de O. Reforma Religiosa. Disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=918. Acesso 02/04/2017.

Exercícios: 1. A partir de profundo estudo do pensamento de Santo Agostinho, o teólogo Martinho Lutero

foi o primeiro a organizar um movimento bem-sucedido contra o clero católico. Com base na afirmação, responda:

a) Quais as críticas fundamentais que Lutero fez contra a Igreja Católica. b) Escreva sobre noções religiosas inovadoras pregadas por Lutero. 2. Qual das alternativas abaixo aponta uma das causas da Reforma Protestante do século XVI? A - O enfraquecimento da burguesia comercial no século XV. B - A crise enfrentada pela Igreja Católica desde o final da Idade Média. C - O fortalecimento das religiões politeístas na Europa desde o começo da Idade Média (século

V). D - A Peste Negra do século XIV que afastou a maioria dos europeus da Religião Católica. 3. De que forma o Renascimento Cultural e Científico influenciou a Reforma Protestante? A - As descobertas científicas e a valorização da ciência e da razão colocaram em cheque muitas

posições da Igreja Católica, abrindo espaço para o surgimento do movimento reformista. B - As obras de arte do Renascimento não abordavam temas religiosos, deixando de lado os

valores cristãos. C - Os artistas do Renascimento, principalmente Leonardo do Vinci e Michelangelo, organizaram

politicamente os reis europeus em prol da Reforma Protestante. D - Os escritores renascentistas ajudaram Lutero e Calvino na redação dos princípios reformistas.

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4. Por que grande parte da burguesia comercial europeia apoiou a Reforma Calvinista? A - Porque os burgueses tinham grande interesse no enfraquecimento da Igreja Católica, no

ressurgimento da Ciência e na volta do sistema feudal de produção. B - Porque a burguesia comercial tinha interesses na compra das terras da Igreja Católica em toda

Europa. C - Ao contrário da Igreja Católica, o Calvinismo não condenava as práticas econômicas e

financeiras que visavam o lucro. D - Porque os membros da Igreja Calvinista, além do próprio Calvino, poderiam ajudar

financeiramente os burgueses em suas atividades comerciais. 5. Sobre a Reforma Luterana é correto afirmar: A - A Reforma Luterana teve início na Inglaterra e teve forte apoio dos camponeses e monges

franciscanos. B - A Reforma Luterana foi idêntica à Reforma Calvinista, pois ambas eram contrárias a grande

parte dos valores cristãos. C - Lutero condenou os dogmas da Igreja Católica, a venda de indulgências e defendeu a ideia de

que a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. D - Ela teve pouco impacto na Europa no século do século XVI, pois quase ninguém aderiu aos

ideais de Martinho Lutero. 6. Sobre a Contrarreforma (reação da Igreja Católica à Reforma Protestante) é correto afirmar que: A - O movimento contrarreformista não teve o apoio do papa e dos bispos católicos, pois eles

acreditavam que não havia nada o que fazer para evitar o avanço do protestantismo na Europa. B - Ela conseguiu enfraquecer e terminar com todas as religiões protestantes já no século XVI. C - Ela conseguiu instalar a paz religiosa na Europa, evitando qualquer tipo de perseguição ou

conflito religioso. D - Ela retomou o Tribunal do Santo Oficio, determinou a catequização de indígenas nas terras

descobertas e criou o Índice de Livros Proibidos.

Absolutismo Podemos definir o absolutismo como um sistema político e administrativo que prevaleceu nos

países da Europa, na época do Antigo Regime (séculos XVI ao XVIII), onde o poder estava concentrado nas mãos do rei.

No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial ajudou muito neste processo, pois interessa a ela um governo forte e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e melhorando a segurança dentro de seus reinos.

Nesta época, o rei concentrava praticamente todos os poderes. Criava leis sem autorização ou aprovação política da sociedade. Criava impostos, taxas e obrigações de acordo com seus interesses econômicos. Agia em assuntos religiosos, chegando, até mesmo, a controlar o clero em algumas regiões.

Fonte: https://pt.slideshare.net/gibiteca/formao-dos-estados-nacionais-modernos-e-absolutismo

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Todos os luxos e gastos da corte eram mantidos pelos impostos e taxas pagos, principalmente, pela população mais pobre. Esta tinha pouco poder político para exigir ou negociar. Os reis usavam a força e a violência de seus exércitos para reprimir, prender ou até mesmo matar qualquer pessoa que fosse contrária aos interesses ou leis definidas pelos monarcas.

Exemplos de alguns reis deste período: Henrique VIII - Dinastia Tudor: governou a

Inglaterra no século XVII Elizabeth I - Dinastia Stuart - rainha da Inglaterra

no século XVII Luís XIV - Dinastia dos Bourbons - conhecido como

Rei Sol - governou a França entre 1643 e 1715. Fernando e Isabel - governaram a Espanha no

século XVI.

Teóricos do Absolutismo Muitos filósofos desta época desenvolveram teorias

e chegaram até mesmo a escrever livros defendendo o poder dos monarcas europeus. Abaixo alguns exemplos:

Jacques Bossuet: para este filósofo francês o rei era o representante de Deus na Terra. Portanto, todos deveriam obedecê-lo sem contestar suas atitudes.

Nicolau Maquiavel: Escreveu um livro, " O Príncipe", onde defendia o poder dos reis. De acordo com as ideias deste livro, o governante poderia fazer qualquer coisa em seu território para conseguir a ordem. De acordo com o pensador, o rei poderia usar até mesmo a violência para atingir seus objetivos. É deste teórico a famosa frase: " Os fins justificam os meios."

Thomas Hobbes: Este pensador inglês, autor do livro " O Leviatã ", defendia a ideia de que o rei salvou a civilização da barbárie e, portanto, através de um contrato social, a população deveria ceder ao Estado todos os poderes.

Mercantilismo: a prática econômica do absolutismo Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o

Antigo Regime. Como já dissemos, o governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um rei, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional. Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista: Metalismo, Industrialização, Protecionismo Alfandegário, Pacto Colonial e Balança Comercial Favorável. Absolutismo. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/absolutismo/Acesso em 02/04/2017.

A Expansão Marítima Europeia A expansão ultramarina Europeia deu início ao processo da Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII. Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é possível falar-se em uma história em escala mundial. A Revolução Comercial, graças a acumulação primitiva de Capital

Fonte: https://pt.slideshare.net/gibiteca/formao-dos-estados-nacionais-modernos-e-absolutismo

Fonte: http://mestresdahistoria.blogspot.com.br/2012/06/confira-

uma-lista-de-exercicios-sobre-o.html

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História para conhecer, conscientizar e humanizar 11

que propiciou, preparou o começo da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Apenas os Estados efetivamente centralizados tinham condições de levar adiante tal empreendimento, dada a necessidade de um grande investimento e principalmente de uma figura que atuasse como coordenador – no caso, o Rei. Além de formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta de impostos, o rei disciplinava os investimentos da burguesia, canalizando-os para esse grande empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado, que se tornou um instrumento de riqueza e poder para as monarquias absolutas.

Fatores que provocaram a expansão marítima:

- centralização política: estado centralizado reuniu riquezas para financiar a navegação. - o Renascimento: Permitiu o surgimento de novas ideias e uma evolução técnica. - objetivo da elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-Italiano sobre as

mercadorias orientais - a busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de superar a crise do século

XIV- Expandir a fé;

Objetivos da expansão marítima: - encontrar metais; - abrir novos mercados comerciais; -encontrar especiarias (noz moscada, cravo, pimenta) - conquistar terras - conquistar fiéis para a Igreja Católica

Pionerismo Português (por que Portugal foi o primeiro país a investir nas grandes navegações?) - Precoce centralização Política - Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de Sagres) - Participação da Rota de Comércio que ligava o mediterrâneo ao norte da Europa - Capital (financiamento de Flandres); - Posição Geográfica Favorável; Escola de Sagres – Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique, o qual manteve até

a sua morte, em 1460, o monopólio régio do ultramar. O "Príncipe perfeito" Dom João II (1481-1495) continuou o aperfeiçoamento dos estudos náuticos com o auxílio da sua provável Junta de Cartógrafos, que teria elaborado em detalhe o plano de pesquisa do caminho marítimo para as Índias.

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Bússola

Astrolábio

Quadrante

Expansão Marítima Espanhola Tão logo completou a sua centralização monárquica, em 1492, a Espanha inicia as Grandes

Navegações Marítimas. Os Reis Católicos (Fernando e Isabel) cederam ao navegador Cristóvão Colombo três caravelas. Com elas, Colombo pretendia chegar às Índias, navegando na direção do oeste. Ao aportar nas Antilhas, ele chega em Cuba, El Salvador e Santo Domingo acreditando ter chegado ao arquipélago do Japão.

Com a entrada da Espanha no ciclo das grandes navegações, criou-se uma polêmica entre esta nação e Portugal, pela posse das terras recém-descobertas da América. Essa questão passa pelo Papa, que escreve a Bula "Inter Colétera" (as terras da América seriam divididas por uma linha a 100 léguas das Ilhas de Cabo Verde, em que Portugal ficaria com as terras orientais e a Espanha ficaria com as terras ocidentais). Portugal fica insatisfeito, recorre ao Papa - Tratado de Tordesilhas.

Fonte: https://santarosadeviterbo.wordpress.com/2013/03/29/tratado-de-tordesilhas/

As viagens ibéricas prosseguiram até que a descoberta de ouro na América, pelos espanhóis,

aguçou a cobiça de outras nações europeias que procuravam completar seu processo de centralização monárquica. Passam a contestar o Tratado de Tordesilhas, ao mesmo tempo em que tentavam abrir novas rotas para a Ásia, através do Hemisfério Norte, e se utilizavam da prática da pirataria. Afirmavam ainda

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que a posse da terra descoberta só se concretizava quando a nação reivindicasse a ocupasse efetivamente, o princípio do "Uti Possidetis" (usucapião). França foi uma das mais utilizarias desse pretexto. A Expansão Marítima. Disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=897. Acesso em

02/04/2017.

A América Pré-colombiana

A história dos povos americanos não começou com a chegada dos europeus. Quando estes aqui chegaram, encontraram várias sociedades plenamente organizadas. Ao longo dos séculos, entretanto, a ação dos colonizadores acabou por eliminar em grande parte a história desses povos.

Aos olhos dos europeus, os nativos americanos precisavam ser conduzidos ao mesmo padrão de cultura deles, ou seja, ser convertidos ao catolicismo, responder a um rei e ter os mesmos costumes. Assim, os habitantes da América passaram a ser vistos de forma preconceituosa, o que colaborou para a dominação europeia no continente.

É importante, ainda, voltar a destacar que esse movimento de expansão dos europeus era motivado, em grande parte, pela busca de riquezas: mercadorias que pudessem ser comercializadas na Europa, sobretudo metais preciosos.

Quando Cristóvão Colombo chegou à

América, em 1492, ele acreditava ter desembarcado em terras das Índias. Por isso, chamou de índios àquelas pessoas de línguas e costumes tão diferentes dos europeus.

Por causa das diferenças, muito europeus não acreditavam que os índios fossem seres humanos como eles. Muitos nativos tiveram a mesma reação: não podiam crer que aqueles homens de barbas e armaduras fossem semelhantes a eles.

As Principais civilizações Pré-Colombianas

Conhecidos como povos pré-colombianos, os milhões de índios que viviam na América quando Colombo aqui aportou estavam divididos em mais de 3 mil nações com diferentes culturas.

Até a chegada dos conquistadores europeus a partir do século XV, muitos dos agrupamentos humanos que habitavam a América do Norte, o Caribe, o Brasil e a parte sul do continente mantiveram um tipo de vida bastante simples, fundado na caça, pesca e agricultura rudimentar.

Entretanto, algumas sociedades chegaram a apresentar um elevado grau de sofisticação, produzindo brilhantes civilizações como as dos astecas no México, dos Maias na América Central e dos Incas no Peru. Estas sociedades realizaram significativos avanços na agricultura, na metalurgia, na escrita, na matemática, na organização política e nas construções urbanas, entre outros, que muito as assemelhavam às primeiras grandes civilizações do Egito e da Mesopotâmia.

A civilização Asteca

Os astecas eram um grupo indígena que, por volta de 1200 d. C., chegaram ao fértil vale do México em busca de terras, aproveitando-se das rivalidades existentes entre os grupos que

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22502

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História para conhecer, conscientizar e humanizar 14

ali habitavam para conquistá-los. Em algumas dezenas de anos, construíram um vasto império, que se estendia do oceano Pacífico ao Atlântico, cuja capital era a exuberante cidade de

Tenochtitlán. Na conquista e consolidação de seu

império, os astecas assimilaram as ricas culturas dos povos vencidos, especialmente as dos toltecas e dos olmecas, ao mesmo tempo que passaram a cobrar deles um pesado tributo anual em espécie (comida, ouro, pedras preciosas etc.). A economia asteca baseava-se principalmente na agricultura. Cultivavam o milho – o principal

alimento dos povos do império –, o feijão, a abóbora, a pimenta, o abacate, o algodão e o fumo. O artesanato – especialmente a tecelagem e a ourivesaria – e o comércio astecas eram também bastante desenvolvidos. A sociedade asteca baseava-se numa hierarquia rígida. No topo da pirâmide social estava o imperador. Abaixo dele, vinha a aristocracia (chefes militares, sacerdotes e altos funcionários

públicos), seguida pelos artesãos, comerciantes, camponeses e, por fim, pelos escravos, que geralmente eram prisioneiro de guerra ou pessoas que tinham sido punidas por crimes.

No plano político, o Império Asteca era uma teocracia militar em que o chefe do governo considerado por todos

como um ser semidivino, tinha o título de “chefe dos guerreiros” e concentrava enormes poderes em suas mãos. Eleito por um conselho supremo dentre os aristocratas das famílias mais poderosas, o imperador tinha como principal função o comando do exército e era, além disso, o responsável pela política externa.

A religião asteca era politeísta e seus deuses mais cultuados eram o da guerra, o da chuva e a mãe-terra, o que não é de se estanhar numa sociedade que valorizava o comportamento guerreiro e se apoiava na agricultura.

A arte asteca era fortemente influenciada pela religião e suas principais manifestações deram-se no campo da arquitetura e da escultura. A capital asteca possuía jardins erguidos em terraços, ruas retas e largas, aquedutos que forneciam água, templos, oratórios e mercados que maravilharam os espanhóis. A escultura era rica em detalhes e usava a argila, a pedra, o barro

cozido, o jade e a madeira. Os astecas possuíam profundos conhecimentos de astronomia (como se pode concluir

por seu calendário, que dividia o ano em 365 dias). A escrita desenvolvida por eles utilizava desenhos para representar pensamentos ou ideias, uma vez que não chegaram a desenvolver um alfabeto.

Teotihuacan, Teotihuacã ou Teotihuacán, foi um centro

urbano da Mesoamérica pré-colombiana localizada na Bacia do México, 48 quilômetros a nordeste da atual Cidade do México, e

que hoje é conhecida como o local de muitas das pirâmides

mesoamericanas mais arquitetonicamente significativas construídas na América pré-colombiana. Além dos edifícios

piramidais, Teotihuacan também é antropologicamente significativa por seus complexos residenciais multi-familiares,

pela Avenida dos Mortos e por seus vibrantes murais que foram excepcionalmente bem preservados.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teotihuacan

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Curiosidades sobre os Astecas: - O deus mais antigo da civilização asteca era Quetzalcoatl. De acordo com a religião deste

povo, foi este deus que criou o homem e a civilização.- Os astecas praticavam o sacrifício humano como forma de renovação, através do sangue, dos poderes dos deuses humanizados.

- Um dos maiores palácios construídos pelos astecas foi o do imperador Montezuma. Dentro dele havia um grande aquário e anexos específicos para aves, répteis e mamíferos. Havia 300 funcionários somente para cuidar destes animais.

- Os astecas apreciavam muito música, dança e canto. Usavam estas expressões artísticas

nos funerais, casamentos e festividades religiosas. - Os astecas acreditavam que existiam no Universo treze céus. Cada céu era uma espécie

de habitação específica. Assim, havia o céu das estrelas, o céu das cobras de fogo, o céu dos deuses, o céu das estrelas e etc.

- Os astecas possuíam dois calendários, um com 365 dias (ano solar) e outro com 260 dias (ciclo ritual).

- A mitologia asteca era muito rica. Além dos deuses, os astecas acreditavam na existência de criaturas como, por exemplo, gigantes, criaturas metamórficas (com capacidade de mudar de forma) e espécies de monstros formados por parte de corpo de dois animais.

- Podemos dizer que os astecas são os pais do chocolate. Considerado um alimento sagrado, o cacau era usado por eles para fazer uma espécie de bebida. Porém, era uma bebida consumida quase que exclusivamente pela nobreza, em função raridade da semente de cacau.- A semente do cacau também era usada como

espécie de moeda entre os astecas, tamanho era o seu valor. - Os astecas construíram grandes pirâmides. Elas não eram usadas como túmulos, como

ocorrida no Egito Antigo, mas sim para a realização de cerimônias religiosas e sacrifícios humanos.

- Os astecas eram dedicados às ciências, pois desenvolveram conceitos matemáticos importantes e, através da observação dos céus, desenvolveram conhecimentos astronômicos.

- Os astecas tinham um interessante sistema de escrita, baseado em imagens e símbolos.

A civilização Maia

A civilização Maia floresceu nas planícies da península de Iucatã na região onde hoje

situam-se a Guatemala, Honduras e Belize. Dois problemas dificultam um conhecimento maior dessa civilização: a escrita hieroglífica dos Maias não está totalmente decifrada e, além disso, muitos dos seus documentos (bem como de outros povos pré-colombianos) foram queimados pelos espanhóis durante a conquista.

A economia maia era basicamente agrícola. Não utilizavam o arado, nem a roda. Cultivavam milho, algodão, cacau, feijão, pimenta, abóbora, mamão e abacate. O milho –

principal alimento maia – tinha uma importância muito grande para essa civilização, pois uma de suas lendas dizia que os homens foram criados a partir do milho.

Entre eles havia grandes construtores e talentosos artesãos, que produziam principalmente estatuetas, vasos e tecidos belíssimos.

Calendário asteca mostrando o ano solar de 365 dias

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A sociedade maia era dividida em quatro grandes camadas: a dos militares e dos sacerdotes, cujos cargos eram hereditários, e que constituíam a elite dominante; abaixo deles situava-se a dos trabalhadores livres, agricultores em sua maioria; e, por fim, a dos escravos (prisioneiros de guerra ou condenados pela justiça).

A camada dos sacerdotes era a única que possuía o domínio da escrita e

do saber científico, o que lhes permitia, por exemplo, organizar um calendário

agrícola e, por meio dele, determinar o tempo de adubar, plantar e colher.

Politicamente, os maias nunca chegaram a formar um império. Cada cidade, como Palenque, Copán ou Tical, por exemplo, era um estado

independente. Daí se dizer que, assim como os antigos gregos, os maias também estavam organizados em cidades-

estados. Eram governados por um imperador considerado semidivino, que, ao morrer, passava o cargo para o parente mais próximo. Ou seja, o governo maia era uma teocracia de caráter hereditário.

A religião influenciou fortemente diversos aspectos da vida e da produção dos maias. A arquitetura, por exemplo, era marcadamente religiosa, como se pode concluir observando as ruínas dos templos construídos sobre pirâmides monumentais, que serviam de palco para rituais religiosos. A escultura e a pintura também revelavam a importância dos deuses, os “senhores do destino”.

A partir do ano 900, verificou-se uma dispersão paulatina da população maia, que, na época, era formada por 15 milhões de pessoas, aproximadamente. Aos poucos os maias abandonaram os grandes centros em que viviam e mesclaram-se com outros grupos. Conforme estudos recentes, esse processo deveu-se principalmente ao esgotamento dos solos férteis. A brilhante civilização maia sobreviveu até o início do século XVI, quando foi quase totalmente destruída pelos espanhóis.

O Império Inca

Os Incas, um grupo da nação quíchua, eram originários da alta

floresta Amazônica. Por volta de 1200, chegaram ao altiplano peruano, instalando-se nas imediações da cidade de Cuzco. A partir de então, apoiados numa sólida formação guerreira, os Incas tomaram Cuzco e, aos poucos, impuseram o seu domínio aos vários povos andinos. Com isso,

constituíram um império imenso, que abrangia parte do território onde é

hoje o Peru, o Equador, a Bolívia e uma parte do Chile. O Império Inca, cuja capital era Cuzco, possuía cerca de 16 mil

quilômetros de estradas bem-construídas, que possibilitavam rápido trânsito das informações

Palenque é um sítio arqueológico maia situado próximo do rio Usumacinta, no estado mexicano de Chiapas, 130 quilómetros a sul de Ciudad del Carmen. Trata-se de um sítio de média dimensão, menor que Tikal ou Copán, que no entanto contem alguns dos melhores exemplos de arquitectura, escultura e

baixos-relevos produzidos pelos maias. As ruínas são formadas por um conjunto de cerca de 500 edifícios que ocupam uma extensão de mais de 15 km. Acredita-se que a civilização maia de Palenque

era originalmente liderada por mulheres.

Fonte: https://www.searchfortraveldeals.com/palenque-mexico/

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utilizadas pelo governo para manter um minucioso e rígido controle sobre a população. A economia inca era essencialmente agrícola. Plantavam dezenas de variedades, especialmente o milho, o feijão e a batata, valendo-se de um complexo sistema de irrigação composto por

canais e grandes represas. No Império Inca não havia propriedade

privada da terra. Esta pertencia ao Estado, que concedia às comunidades aldeãs (ayllus) o direito de ocupar parte delas e de usufruir de sua produção.

Além das terras concedidas aos ayllus havia ainda as terras do Inca (imperador) cuja função, era sustentar as famílias de linhagem real; as terras do Sol, que serviam para alimentar os sacerdotes; e as dos curacas (administradores dos ayllus nomeados pelo governo). Todas essas terras eram trabalhadas

coletivamente pelos membros dos ayllus, que nada recebiam em troca. Eles eram obrigados, ainda, a realizar serviços gratuitos para o estado, tais

como construir e reparar estradas, templos, canais de irrigação e represas. Essa obrigação chamava-se mita.

A sociedade inca obedecia a uma divisão rígida. A nobreza era formada pelo Inca e seus números parentes. Dessa elite saíam os comandantes do exército, os sacerdotes e os altos funcionários públicos. A camada média era formada por artesãos profissionais (tapeceiros, ceramistas, ourives), soldados, contabilistas, projetistas e médicos. Eles habitavam as cidades e recebiam do estado aquilo de que necessitavam para viver. A grande maioria da população era composta por milhares de camponeses pertencentes às comunidades aldeãs. Com seu trabalho os camponeses

sustentavam a nobreza guerreira, sacerdotal e administrativa do império. Politicamente, o império era teocrático e autoritário. O imperador, conhecido como Inca

ou filho do sol, era considerado como um ser semidivino e, como tal, era adorado, reverenciado e obedecido por todos. Possuía enormes poderes e privilégios, e o seu cargo era hereditário.

Abaixo do Inca havia um numeroso corpo de funcionários, militares, religiosos e civis, que zelava pela segurança e rigorosa administração do império. Cada ayllu era governado por um curaca, representante do imperador, cuja própria função era exigir as famílias camponesas a realizações de serviços obrigatórios para o estado.

Machu Picchu, também chamada "cidade perdida dos Incas", é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, atual Peru. Wikipédia. Construída no século XV é Patrimônio Histórico da

Humanidade.

Foto:http://www.adventureclub.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/08/1-MachuPicchu.jpg

O terraceamento foi inventado pela Civilização Inca, não somente para conservação dos solos, mas também para a ampliação dos espaços agricultáveis, uma vez que sua localização se dava, em maior parte, na Cordilheira dos Andes, onde existem poucas áreas planas por se tratar de uma forma de relevo geologicamente recente. Atualmente, essa técnica é amplamente utilizada em produções. Fonte: Terraceamento. Disponível em:

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/terraceamento.htm. Acesso em 05/04/2017.

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A religião dos incas era politeísta, e a divindade mais cultuada por eles era o Sol, de quem julgavam ser descendentes. Por acreditar na vida além da morte, os Incas, assim como os antigos egípcios, preocuparam-se em mumificar seus soberanos.

A arquitetura dos incas era notável, como se pode notar ainda hoje pelas ruínas de Machu Picchu, cidade construída numa região quase inacessível, a 2500m de altitude.

Os Incas não conheciam a escrita, mas possuíam um interessante sistema de registro: o

kipu. Tratava-se de um cordão no qual estavam amarrados conjuntos de cordões menores de cores e tamanho variados, onde se faziam diferentes tipos de nós. Os nós indicavam números e datas. Por meio do kipu, os funcionários imperiais conseguiam informações sobre a economia, administração e a população do vasto império.

As civilizações Inca, Asteca e Maia, bem como muitas outras culturas pré-colombianas, com seus modos de existência e conhecimentos variados, foram praticamente destruídas pelos europeus durante o processo de conquista da América. Além disso, nesse processo foram mortos milhões de ameríndios. América Pré-Colombiana.http://oficiodahistoria.blogspot.com.br/2008/11/amrica-pr-colombiana.html. Acesso em

02/04/2017.

Exercícios 01. (Ufpe) Portugal e Espanha foram, no século XV, as nações modernas da Europa, portanto

pioneiras nos grandes descobrimentos marítimos. Identifique as realizações portuguesas e as espanholas, no que diz respeito a esses descobrimentos.

1. Os espanhóis, navegando para o Ocidente, descobriram, em 1492, as terras do Canadá. 2. Os portugueses chegaram ao Cabo das Tormentas, na África, em 1488. 3. Os portugueses completaram o caminho para as Índias, navegando para o Oriente, em 1498. 4. A coroa espanhola foi responsável pela primeira circunavegação da Terra iniciada em 1519, por

Fernão de Magalhães. Sebastião El Cano chegou de volta à Espanha em 1522. 5. Os portugueses chegaram às Antilhas em 1492, confundindo o Continente Americano com as

Índias. Estão corretos apenas os itens: a) 2, 3 e 4; b) 1, 2 e 3; c) 3, 4 e 5; d) 1, 3 e 4; e) 2, 4 e 5. 02. (Unirio) - Ao longo dos séculos XV e XVI desenvolveram-se na Europa as Grandes

Navegações, que lançaram algumas nações à descoberta de novas terras e continentes. A expansão ultramarina acarretou o(a):

a) enfraquecimento do comércio mediterrâneo e das rotas terrestres para o oriente. b) fim dos monopólios reais na exploração de diversas atividades econômicas, tais como o sal e o

diamante. c) declínio das monarquias nacionais apoiadas por segmentos citadinos burgueses. d) superação dos entraves medievais com o desenvolvimento da economia mercantil. e) consolidação política e econômica da nobreza provincial ligada aos senhorios e à propriedade

fundiária.

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03. (UGF/RJ) [adaptada] A civilização maia, floresceu na região que hoje corresponde ao(s): a) Uruguai, Argentina e sul do Chile. b) Paraguai e Bolívia. c) Brasil e Venezuela. d) Norte de Guatemala, Honduras Britânica e sudeste do México. e) Andes peruanos. 04. No Estado Inca o imperador era reconhecido como o filho do sol, o deus mais importante.

Sendo assim podemos caracterizar o Império Inca como um Estado denominado: a) Democrático b) Teocrático c) Aristocrático d) Tirano e) Independente 05. A mita era a obrigação de prestar serviços gratuitos ao estado, uma prática comum entre: a) os maias. b) os astecas. c) os tupis. d) os incas e) os olmecas 06. O principal vestígio da civilização Asteca encontramos: a) na cidade de Machu Picchu b) na ilha de Páscoa c) no Sítio de Copán d) na cidade de Tenochtitlán e) no Sítio Arqueológico de Las Manos 07. Nome dado ao sistema de irrigação desenvolvido pelos incas: a) Terraceamento b) Cíclica c) Gotejamento d) Aspersão e) Suberização A Conquista do Brasil

Presença Indígena no Brasil Quando os colonizadores portugueses desembarcaram pela primeira vez no litoral brasileiro, as

terras encontradas já eram habitadas havia milhares de anos por diversos povos indígenas. Eles viviam,

em geral, da caça, da pesca e de pequenas lavouras. Muitos deles, quando os alimentos se tornavam escassos em um lugar, logo partiam para outras áreas em busca de fartura.

Muitos desses povos indígenas mantinham línguas, hábitos alimentares e tradições religiosas distintas, o que constituía uma enorme diversidade cultural. Atualmente, de acordo com a FUNAI, a população indígena brasileira que vive em aldeias já contatadas é calculada em cerca de 460 mil pessoas. Contudo, estimativas indicam que, na época da chegada dos portugueses, havia em torno de 3 milhões

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de índios espalhados pelo território que, hoje, corresponde ao Brasil. Veja no mapa abaixo, como os povos indígenas estavam distribuídos pelo território, segundo estudos indigenistas.

Mapa 1 – Provável distribuição dos principais grupos indígenas no território brasileiro em 1500.

Fonte: PROFESSOR MARCIANO DANTAS. Disponível em: http://professormarcianodantas.blogspot.com.br/2013_11_01_archive.html. Acessado em: 16/03/2014.

Presença Indígena no Brasil. Disponível em: http://geographo.webnode.com.br/products/a-presen%C3%A7a-indigena-no-brasil/Acesso em 05/04/2017.

A periodização tradicional divide a História do Brasil em:

Fonte: http://leonidasfelipe.blogspot.com.br/2015/11/mapa-mental-periodos-da-historia-do.html

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Culin%C3%A1ria_ind%C3%ADgena_no_Brasil

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Período Pré–Colonial Brasileiro (l500 – l532)

A tomada de posse dos portugueses sob os territórios coloniais brasileiros foi marcada por uma ocupação lenta e gradual. A urgência em obter lucro com a exploração mercantilista deixou o Brasil em segundo plano nos projetos econômicos do Estado Português, na época, bem mais preocupado em consolidar pontos comerciais na África e na Ásia. Paralelamente, a ausência de metais preciosos ou outros produtos de interesse no mercado europeu também inviabilizou a exploração imediata do território.

O alto investimento exigido para o desenvolvimento de atividades exploratórias e o pequeno contingente populacional fizeram com que as expedições portuguesas se limitassem à investigação dos

territórios, a coleta de recursos naturais e o combate aos contrabandistas estrangeiros. Em 1501, um grupo liderado por Gaspar de Lemos nomeou algumas regiões do Rio de Janeiro e Bahia, e confirmou a presença de pau-brasil no território.

Dois anos mais tarde, o explorador Gonçalo Coelho criou feitorias no litoral fluminense que seriam utilizadas no armazenamento das toras de pau-brasil a serem transportadas para Europa. Em cada uma dessas feitorias havia a figura de um feitor responsável por assegurar os domínios da Coroa. Seguindo a lógica de exploração mercantil, Portugal tinha monopólio sob a exploração de pau-brasil. Somente uma pequena parcela de exploradores, como Fernando de Noronha, tinha concessão da Coroa para exploração.

As populações indígenas foram utilizadas como mão-de-obra na extração do pau-brasil em troca de pequenas armas e mercadorias. Nesse primeiro momento, a parceria entre os colonizadores e indígenas era marcada por uma relação mais próxima e amigável. Contudo, na medida em que os colonizadores portugueses adentraram o território, encontraram outras populações nativas que lutavam contra a invasão promovida pelos europeus.

Passadas as primeiras três décadas da incipiente colonização lusitana, o interesse de navegadores de outros países europeus ameaçava os domínios de Portugal no Atlântico Sul. Em 1526, o rei dom João III ordenou o envio de expedições punitivas incumbidas da missão de expulsar as embarcações e contrabandistas estrangeiros. A missão comandada pelo navegador Cristóvão Jacques afundou uma embarcação francesa e perseguiu vários de seus tripulantes.

Nessa mesma época, a crise do comércio com os povos do Oriente acabou contribuindo para a ocupação efetiva das terras brasileiras. Com isso, em uma atitude completamente pioneira, o governo de Portugal decidiu destinar recursos, maquinário e mão-de-obra para o desenvolvimento de atividades que gerassem lucro e ocupassem a colônia. Em 1530, Martim Afonso de Souza foi enviado com o objetivo de iniciar as primeiras atividades de exploração.

Entre outras tarefas, a expedição de Martim Afonso deveria percorrer o litoral e o interior em busca de metais preciosos; formar novos núcleos de povoamento; realizar a expulsão das expedições estrangeiras que aqui estivessem e estabelecer locais de exploração próximos às regiões do Rio da Prata. Chegando aqui, Martim Afonso formou dois grupos destinados para o norte e o sul do território. Em 1532, criou a vila de São Vicente, primeiro núcleo que deu origem à cidade de São Paulo Período Pré-Colonial.http://www.brasilescola.com/historiab/periodo-precolonial.htm Acesso em 05/04/2017.

Fonte: http://professoralbertochaves.blogspot.com.br/2016/02/o-brasil-pre-colonial.html

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Período Colonial Brasileiro( l532-1822)

No ano de 1530, o rei de Portugal organizou a primeira expedição com objetivos de colonização. Esta foi comandada por Martin Afonso de Souza e tinha como objetivos: povoar o território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil.

A fase do Açúcar (séculos XVI e XVII ) O açúcar era um produto de muita aceitação na Europa e alcançava um grande valor. Após as

experiências positivas de cultivo no Nordeste, já que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao clima e ao solo nordestino, começou o plantio em larga escala. Seria uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o povoamento do Brasil. A

mão-obra-obra escrava, de origem africana, foi utilizada nesta fase.

A economia colonial A base da economia colonial era o engenho de açúcar. O

senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra africana escrava e tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado europeu. Além do açúcar destacou-se também a produção de tabaco e algodão.

As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram grandes fazendas produtoras de um único produto, utilizando mão-de-obra escrava e visando o comércio exterior.

O Pacto Colonial imposto por Portugal estabelecia que o Brasil só podia fazer comércio com a metrópole. História do Brasil Colônia. Período Colonial. Disponível em http://www.suapesquisa.com/colonia/. Acesso em 05/04/2017.

História da Escravidão: Introdução Ao falarmos em escravidão, é difícil não pensar nos portugueses, espanhóis e ingleses que

superlotavam os porões de seus navios de negros africanos, colocando-os a venda de forma desumana e cruel por toda a região da América.

Sobre este tema, é difícil não nos lembrarmos dos capitães-de-mato que perseguiam os negros que haviam fugido no Brasil, dos Palmares, da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e ideias defendidas pelos abolicionistas, e de muitos outros fatos ligados a este assunto.

Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela vem desde os primórdios de nossa história, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos desde os começos da História.

Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Grécia e Roma, por exemplo. Estas detinham um grande número de escravos; contudo, muitos de seus escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade.

Escravidão no Brasil No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI.

Os portugueses traziam os africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos.

O transporte era feito da África para o Brasil nos porões dos navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar.

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Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia.

Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.

As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia.

No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedade acabavam fechando as portas para estas pessoas.

O afro-brasileiro também reagiu com muita força à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes, eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi. Como forma de resistência, os escravos mantinham suas crenças na solidão da senzala; praticavam o suicídio; tacavam fogo nas fazendas; faziam rebeliões.

Campanha Abolicionista e a Abolição da Escravatura A partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra.

Interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta prática. Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade. Somente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.

A vida dos afro-brasileiros após a abolição da escravidão Se a lei deu a liberdade jurídica aos escravos, a realidade foi cruel com muitos deles. Sem moradia,

condições econômicas e assistência do Estado, muitos afrodescendentes passaram por dificuldades após a liberdade. Muitos não conseguiam empregos e sofriam preconceito e discriminação racial. A grande maioria passou a viver em habitações de péssimas condições e a sobreviver de trabalhos informais e temporários.

Atualmente, o movimento negro é bastante evidente e organizado no Brasil, contribuindo para dar visibilidade a causa negra e ao processo de resgate da dívida histórica que o país tem com essa comunidade.

Você sabia?!! -25 de marco é o Dia Internacional em memória das vítimas da escravidão e do tráfico transatlântico de

escravos?

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- Zumbi dos Palmares é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da luta contra a escravidão, lutou também pela liberdade de culto religioso e pela prática da cultura africana no país. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

- Dandara foi uma guerreira negra do período colonial do Brasil, esposa de Zumbi dos Palmares e mãe de seus três filhos. Suicidou-se depois de presa, em 6 de fevereiro de 1694, para não retornar à condição de escrava. Escravidão no Brasil. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/escravidao.htm.Acesso em 05/04/2017.

Administração Colonial Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias. O

território foi dividido em faixas de terras que foram doadas aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, porém ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar. No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou, em função da grande distância da metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas. As capitanias de São Vicente e Pernambuco foram as únicas que apresentaram resultados satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de empresários.

Após a tentativa fracassada de estabelecer as Capitanias Hereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil o Governo-Geral. Era uma forma de centralizar e ter mais controle da colônia. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que recebeu do rei a missão de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata.

Também existiam as Câmaras Municipais que eram órgãos políticos compostos pelos "homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida pública nesta fase. A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país. Posteriormente, a capital foi transferida para o Rio de Janeiro.

A sociedade Colonial A sociedade no período do açúcar era marcada pela grande diferenciação social. No topo da

sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de engenho. Abaixo, aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres e funcionários públicos. E na base da sociedade estavam os escravos de origem africana.

Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um grande poder social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação política, deviam apenas cuidar do lar e dos filhos. A casa-grande era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da família, alguns agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a miséria e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos escravos).

Entre os anos de 1630 e 1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques e fixação de holandeses. Interessados no comércio de açúcar, os holandeses implantaram um governo em nosso território. Sob o comando de Maurício de Nassau, permaneceram lá até serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversos trabalhos em Recife, modernizando a cidade.

Expansão territorial: bandeiras e bandeirantes Foram os bandeirantes os responsáveis pela ampliação do território brasileiro além do Tratado

de Tordesilhas. Os bandeirantes penetram no território brasileiro, procurando índios para aprisionar e

jazidas de ouro e diamantes. Foram os bandeirantes que encontraram as primeiras minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. História do Brasil Colônia. Período Colonial. Disponível em http://www.suapesquisa.com/colonia/. Acesso em 05/04/2017.

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Invasão Holandesa no Brasil O Ciclo do Ouro: século XVIII Após a descoberta das primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou de

organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar o quinto. O quinto nada mais era do que um imposto cobrado pela coroa portuguesa e correspondia a 20% de todo ouro encontrado na colônia. Este imposto era cobrado nas Casas de Fundição.

A descoberta de ouro e o início da exploração das minas nas regiões auríferas (Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocou uma verdadeira "corrida do ouro" para estas regiões. Procurando trabalho na região, desempregados de várias regiões do país partiram em busca do sonho de ficar rico da noite para o dia.

O trabalho dos tropeiros foi de fundamental importância neste período, pois eram eles os responsáveis pelo abastecimento de animais de carga, alimentos (carne seca, principalmente) e outros mantimentos que não eram produzidos nas regiões mineradoras.

Desenvolvimento urbano nas cidades mineiras Cidades começaram a surgir e o desenvolvimento urbano e cultural

aumentou muito nestas regiões. Foi neste contexto que apareceu um dos mais importantes artistas plásticos do Brasil : Aleijadinho. Vários empregos surgiram nestas regiões, diversificando o mercado de trabalho na região aurífera. Igrejas foram erguidas em cidades como Vila Rica (atual Ouro Preto), Diamantina e Mariana. Para acompanhar o desenvolvimento da região sudeste, a capital do país foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro. História do Brasil Colônia. Período Colonial. Disponível em http://www.suapesquisa.com/colonia/. Acesso em 05/04/2017.

Rebeliões do Período Colonial Revoltas Não-Separatistas - Essas revoltas não tinham interesse de separar o Brasil de Portugal. Desejavam apenas modificar aspectos da dominação portuguesa.

Revolta de Beckman (1684) Ocorreu no estado do Maranhão, que desde 1650 enfrentava uma grave crise econômica. A

empresa açucareira não tinha condições de pagar os altos preços pelos escravos africanos. Na falta de mão-de-obra, os senhores de engenho resolveram capturar indígenas para trabalho escravo. Essa atitude era contraria aos padres jesuítas, que dominavam o trabalho do índio para a extração de plantas do sertão. Os jesuítas recorreram ao governo português que proibiu a escravização indígena. Para resolver o problema da falta de mão-de-obra, o governo português criou em 1682, a Companhia Geral de

Comércio do Estado do Maranhão, que assumiu o compromisso de introduzir 500 escravos negros por ano. Mas não cumpriu o acordo, o que gerou o descontentamento dos senhores de engenho. Foi então que um grupo de senhores de engenho liderados pelos irmãos Tomás e Manuel Beckman, organizaram uma rebelião. Constituíram um governo provisório e Manuel Beckman foi enviado à Lisboa para expor o problema ao rei de Portugal. O rei não aceitou a revolta e mandou punir os rebeldes. Manuel Beckman e mais dois líderes da rebelião foram enforcados. A Companhia de Comércio foi extinta, e a escravização indígena autorizada.

Guerra dos Emboabas (1708 – 1709) Logo após ter sido descoberto ouro em Minas Gerais, os portugueses que viviam na Metrópole e

os que já viviam no Brasil, correram para a região das minas. Os paulistas descontentes com a ambição

O bandeirante Domingos Jorge Velho

Igreja de Ouro Preto

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dos portugueses, sentiram-se injustiçados, o que gerou muitos conflitos na região. Emboabas é uma palavra de origem tupi, que designava os que não haviam nascido na região, que eram forasteiros. Para acabar com o conflito entre os paulistas e emboabas (forasteiros),o governo português assumiu o controle

das minas. Em 1711. Dom João V, rei de Portugal, elevou São Paulo à categoria de cidade.

Guerra dos Mascates (1710 – 1711) – Até o final do século XVII, Olinda era a principal

cidade de Pernambuco. Nela moravam ricos senhores de engenho. Ocorreu então, uma queda no preço do açúcar e os senhores de engenho acabaram pedindo dinheiro emprestado aos comerciantes de Recife, a quem chamavam de Mascates. Ao passo que os senhores de engenho empobreciam e se endividavam, os Mascates prosperavam e desejavam se tornar independentes de Olinda. Pediram então, que o rei de Portugal separasse as duas cidades, elevando Recife à categoria de vila. Quando a separação estava das duas cidades estava sendo concretizada, em 1710, os senhores de engenho de Olinda organizaram uma rebelião, pois eram contrários à autonomia política de Recife. O governo português interveio em 1711, punindo com violência os rebeldes de Olinda.

Revolta de Felipe dos Santos (1720) Como forma de ter um maior controle sobre a

extração de ouro nas minas, o governo português mandou criar as Casas de Fundição, onde todo o ouro deveria ser obrigatoriamente ser levado para ser transformado em

barras. Diversos mineiros se revoltaram contra as Casas de Fundição. E em 29 de junho de 1720, explodiu uma revolta, comandada por Felipe dos Santos, na cidade de Vila Rica. Os revoltosos exigiam a extinção das casas de fundição. Mas em pouco tempo os líderes do movimento foram presos e Felipe dos Santos foi preso e enforcado em praça pública.

Revoltas Emancipacionistas no Brasil Colonial

As revoltas emancipacionistas foram movimentos sociais ocorridos no Brasil Colonial, caracterizados pelo forte anseio de conquistar a independência do Brasil com relação a Portugal. Estes movimentos possuíam certa organização política e militar, além de contar com forte sentimento contrário à dominação colonial.

Causas principais - Cobrança elevada de impostos de Portugal sobre o Brasil. - Pacto Colonial - Brasil só podia manter relações comerciais com Portugal, além de ser impedido

de desenvolver indústrias. - Privilégios que os portugueses tinham na colônia em relação aos brasileiros. - Leis injustas, criadas pela coroa portuguesa, que tinham que ser seguidas pelos brasileiros. - Falta de autonomia política e jurídica, pois todas as ordens e leis vinham de Portugal. - Punições violentas contra os colonos brasileiros que não seguiam as determinações de Portugal. - Influência dos ideais do Iluminismo e dos movimentos separatistas ocorridos em outros países

(Independência dos Estados Unidos em 1776 e Revolução Francesa em 1789). Principais revoltas emancipacionistas

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Conjuração Mineira Foi um movimento separatista ocorrido na cidade de Vila Rica (Minas Gerais) no ano de 1789.

Teve como principal causa os altos impostos cobrados sobre o ouro explorado nas regiões das minas e também da criação da derrama. Teve como líderes intelectuais, poetas, militares, padres e até um alferes (Tiradentes). Tinha como objetivo, após a independência, implantar o sistema republicano no Brasil, criar uma nova Constituição e incentivar o desenvolvimento industrial. O movimento foi denunciado ao governo, que o reprimiu com violência. Os líderes foram condenados a prisão ou exílio. Tiradentes foi condenado a morte na forca.

Conjuração Baiana Foi uma rebelião popular, de caráter separatista, ocorrida na

Bahia em 1798. Teve a participação de pessoas do povo, ex-escravos, médicos, sapateiros, alfaiates, padres, entre outros segmentos sociais. Teve como causa principal exploração de Portugal, principalmente no tocante a cobrança elevada de tributos. Defendiam a liberdade com relação a Portugal, a implantação de um sistema republicano e liberdade comercial. Após vários motins e saques, a rebelião foi reprimida pelas forças do governo, sendo que vários revoltosos foram presos, julgados e

condenados.

Revolução Pernambucana Foi um movimento separatista ocorrido em Pernambuco em 1817. Teve como causas principais a

exploração metropolitana e a cobrança de impostos sobre os colonos brasileiros. Teve a participação da classe média, populares, padres, militares e membros da elite. Motivados pelos ideais iluministas (liberdade e igualdade), os revoltosos pretendiam libertar o Brasil do domínio português e instalar o sistema republicano no país. Assim como os outros movimentos, foi reprimido fortemente pelas forças militares do governo. Os líderes foram presos e alguns participantes condenados à morte. Revoltas Emancipacionistas no Brasil Colonial - resumo, causas, exemplos. Disponível em: http://www.historiadobrasil.net/brasil_colonial/revoltas_emancipacionistas.htm. Acesso em 05/04/2017.

Resumo das Revoltas Coloniais Separatistas

Inconfidência Mineira (1789) Inconfidência Baiana (1798) Influências

- Ideais da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade; - Independência dos Estados Unidos.

Influências - Ideias da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade; - Independência dos Estados Unidos.

Causas - Política opressiva do governo português; - Altos impostos: o quinto deveria ser igual ou maior que 1500 kg de ouro; - Início da derrama (impostos atrasados); - Clima de efervescência econômica, política e cultural da região das minas.

Causas - Superjornada de trabalho escravo (16h); - Discriminação e marginalização de negros e mestiços; - Altos preços: carne, sal, azeite, etc.; - Monopólio português sobre a venda de produtos manufaturados (calçados, tecidos, etc.).

Planos dos Inconfidentes - Proclamar a República, prender o governador, criar uma bandeira, indústrias e uma universidade.

Planos dos Inconfidentes - Proclamar a República; - Abrir os portos brasileiros; - Fim da escravidão e do preconceito; - Diminuição dos impostos e aumento dos salários.

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Inconfidentes

- Francisco de Paula Freire, Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e outros.

Inconfidentes

- Luís Gonzaga das Virgens, Lucas Dantas, João de Deus, Manuel Faustino, Cipriano Barata (branco e médico), padre Agostinho Gomes e outros.

Lema - “Liberdade ainda que tardia”

Lema - Utilizavam cartazes incitando o povo contra o domínio português.

Traidor -Joaquim Silvério dos Reis que denunciou os planos dos inconfidentes ao governador, visconde de Barbacena.

Traidores - Vários informantes.

Desfecho - Os inconfidentes foram presos e tiveram penas diferenciadas de acordo com a posição social e política; - Um enforcamento: Tiradentes (Vila rica, 21 de abril de 1792).

Desfecho - Muitos presos e torturados; -Quatro enforcamentos: os soldados Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens e os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino (Largo da Piedade, salvador, 8 de novembro de 1799).

Tipo - Revolta elitista de caráter político.

Tipo - Revolta popular de cunho social.

Fonte: COTRIM Gilberto. Revoltas Coloniais In: História do Brasil. Saraiva, 2008.

A Inconfidência Mineira foi essencialmente política; já a Inconfidência Baiana era de cunho social. Elas se inspiram na Independência dos Estados Unidos (1776) e na Revolução Francesa (1789). Da Inconfidência Mineira participaram intelectuais e pessoas de prestígio social e econômico e da Baiana, participaram grupos bem variados: negros escravos, soldados, pessoas qualificadas a alfaiates. As duas inconfidências (Mineira e Baiana) tentaram a separação de Portugal.

EXERCÍCIOS 1. A falta de mão-de-obra para trabalhar e o descumprimento das obrigações (de vender, e

comprar produtos alimentícios) por parte da companhia de comércio do Maranhão ocasionou: a) A guerra dos Emboabas b) A revolta de Beckman c) A guerra dos Mascates 2. Os _______________ eram portugueses e brasileiros que foram a Minas Gerais atraídos pelo

ouro. Eles lutaram contra os paulistas por causa das minas de ouro. a) Emboabas b) Pernambuco c) Mascates

3. A luta entre grandes proprietários de terras de Olinda e os comerciantes portugueses chamou-

se: a) Guerra dos Emboabas b) Guerra dos Mascates

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c) Revolta de Felipe dos Santos 4. O nome da revolta dos mineradores de Vila Rica (1720) contra a criação das casas de fundição

é: a) Guerra dos Mascates b) Revolta dos Emboabas c) Revolta de Felipe dos Santos

Completar – Quadro das Revoltas Coloniais

Estado (hoje) Nome das cidades Nome das Revoltas Data das Revoltas

a. Minas Gerais

1789

b. São Luís

c. Guerra dos Mascates

d. Bahia

e.

1720

Independência do Brasil A independência do Brasil, enquanto processo histórico, desenhou-se muito tempo antes do

príncipe regente Dom Pedro I proclamar o fim dos nossos laços coloniais às margens do rio Ipiranga. De fato, para entendermos como o Brasil se tornou uma nação independente, devemos perceber como as transformações políticas, econômicas e sociais inauguradas com a chegada da família da Corte Lusitana

ao país abriram espaço para a possibilidade da independência.

A chegada da Família Real Portuguesa

ao Brasil foi episódio de grande importância para que possamos iniciar as justificativas da nossa independência. Ao pisar em solo brasileiro, Dom João VI tratou de cumprir os acordos firmados com a Inglaterra, que se comprometera em defender Portugal das tropas de Napoleão e escoltar a Corte Portuguesa ao litoral brasileiro. Por isso, mesmo antes de chegar à capital da colônia, o rei português realizou a abertura dos portos brasileiros às demais nações do mundo.

Do ponto de vista econômico, essa medida pode ser vista como um primeiro “grito

de independência”, onde a colônia brasileira não mais estaria atrelada ao monopólio comercial imposto pelo antigo pacto colonial. Com tal medida, os grandes produtores agrícolas e comerciantes nacionais puderam avolumar os seus negócios e viver um tempo de

Fonte: http://www.culturabrasil.org/encaminhamentoemancipacao.htm

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prosperidade material nunca antes experimentado em toda história colonial. A liberdade já era sentida no bolso de nossas elites.

Para fora do campo da economia, podemos salientar como a reforma urbanística feita por Dom João VI promoveu um embelezamento do Rio de Janeiro até então nunca antes vivida na capital da colônia, que deixou de ser uma simples zona de exploração para ser elevada à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves. Se a medida prestigiou os novos súditos tupiniquins, logo despertou a insatisfação dos portugueses que foram deixados à mercê da administração de Lorde Protetor do exército inglês.

Essas medidas, tomadas até o ano de 1815, alimentaram um movimento de mudanças por parte das elites lusitanas, que se viam abandonadas por sua antiga autoridade política. Foi nesse contexto que uma revolução constitucionalista tomou conta dos quadros políticos portugueses em agosto de 1820. A Revolução Liberal do Porto tinha como objetivo reestruturar a soberania política portuguesa por meio de uma reforma liberal que limitaria os poderes do rei e reconduziria o Brasil à condição de colônia.

Os revolucionários lusitanos formaram uma espécie de Assembleia Nacional que ganhou o nome de “Cortes”. Nas Cortes, as principais figuras políticas lusitanas exigiam que o rei Dom João VI retornasse à terra natal para que legitimasse as transformações políticas em andamento. Temendo perder sua autoridade real, D. João saiu do Brasil em 1821 e nomeou seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil.

A medida ainda foi acompanhada pelo rombo dos cofres brasileiros, o que deixou a nação em péssimas condições financeiras. Em meio às conturbações políticas que se viam contrárias às intenções políticas dos lusitanos, Dom Pedro I tratou de tomar medidas em favor da população tupiniquim. Entre suas primeiras medidas, o príncipe regente baixou os impostos e equiparou as autoridades militares nacionais às lusitanas. Naturalmente, tais ações desagradaram bastante as Cortes de Portugal.

Mediante as claras intenções de Dom Pedro, as Cortes exigiram que o príncipe retornasse para Portugal e entregasse o Brasil ao controle de uma junta administrativa formada pelas Cortes. A ameaça vinda de Portugal despertou a elite econômica brasileira para o risco que as benesses econômicas conquistadas ao longo do período joanino corriam. Dessa maneira, grandes fazendeiros e comerciantes passaram a defender a ascensão política de Dom Pedro I à líder da independência brasileira.

No final de 1821, quando as pressões das Cortes atingiram sua força máxima, os defensores da independência organizaram um grande abaixo-assinado requerendo a permanência e Dom Pedro no Brasil. A demonstração de apoio dada foi retribuída quando, em 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro I reafirmou sua permanência no conhecido Dia do Fico. A partir desse ato público, o príncipe regente assinalou qual era seu posicionamento político.

Logo em seguida, Dom Pedro I incorporou figuras políticas pró-independência aos quadros administrativos de seu governo. Entre eles estavam José Bonifácio, grande conselheiro político de Dom Pedro e defensor de um processo de independência conservador guiado pelas mãos de um regime monárquico. Além disso, Dom Pedro I firmou uma resolução onde dizia que nenhuma ordem vinda de Portugal poderia ser adotada sem sua autorização prévia.

Fonte: https://pt.slideshare.net/markoabreu/independncia-do-brasil-17765488

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Essa última medida de Dom Pedro I tornou sua relação política com as Cortes praticamente insustentável. Em setembro de 1822, a assembleia lusitana enviou um novo documento para o Brasil exigindo o retorno do príncipe para Portugal sob a ameaça de invasão militar, caso a exigência não fosse imediatamente cumprida. Ao tomar conhecimento do documento, Dom Pedro I (que estava em viagem) declarou a independência do país no dia 7 de setembro de 1822, às margens do rio Ipiranga. SOUSA, Ranier. Independência do Brasil. Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/historiab/independencia-brasil.htm. Acesso em: 25/04/2017.

Impérios Africanos nos séculos XIII, XIV, XV. A África dos grandes reinos e impérios

Antes de os europeus escravizarem os africanos, a partir do século XV, e colonizarem a África, no século XIX, diversas sociedades autônomas já existiam nesse continente, ou seja, as sociedades africanas já tinham a sua própria história. Algumas sociedades africanas pré-coloniais, sob o comando de chefes poderosos, ampliaram suas áreas de influência e dominaram outros povos, transformando-se, assim, em impérios e reinos prósperos e organizados, conforme relatos da época. Vamos falar sobre quatro dos grandes reinos africanos: Gana, Mali, Congo e Benin, mas antes faz-se necessário conhecer um pouco mais do retrato físico deste continente. A diversidade social, política e cultural da África ocorreu graças à extensão do continente e suas características geográficas. Impérios Africanos nos séculos XIII, XIV, XV. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/historia. Acesso 20/07/2016.

O reino de Gana: a “terra do ouro” Localizado a oeste do continente

africano, em uma zona chamada Sael e ao sul do Deserto do Saara, região

também conhecida como África Subsaariana, o Reino de Gana cresceu a partir do ano 300 e teve seu apogeu entre os séculos IX e X, quando dominou os povos vizinhos e ocupou uma faixa territorial maior do que ocupa nos dias de hoje.

O rei recebia o título de gana e era visto como elo entre os deuses e os homens. Ele liderava um poderoso exército e ocupava o topo de uma sociedade hierarquizada. Sacerdotes, nobres e funcionários cuidavam da administração do reino.

A população se dedicava à agricultura e à criação de gado, mas o comércio era a principal atividade econômica do reino. O Reino de Gana controlava as rotas de comércio que atravessavam o Saara e chegava às cidades e aos portos do norte África. Esse comércio era feito por meio de caravanas de camelos, pois esses animais conseguem viver com pouca quantidade de água.

O principal artigo transportado era o ouro retirado das minas do sul de Gana, isso explica por que seus reis eram chamados pelos povos do norte de “senhores do ouro”. Durante o domínio português, Gana era chamada de Costa de Ouro, por causa da grande quantidade de jazidas de ouro

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nessa região. Atualmente, ao lado da exportação de cacau e de madeira, a exploração de ouro ainda é uma das atividades econômicas mais importantes do país. Gana é um dos maiores produtores de ouro do mundo.

Também se comercializava o sal, extraído das salinas do litoral ou das jazidas no deserto. Do norte vinham produtos manufaturados, tecidos europeus asiáticos, barras de cobre, contas de vidro e tipos diferentes de arma que abasteciam as sociedades africanas. Império de Gana. Disponível em: http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2009/12/imperio-de-gana.html. Acesso em

04/05/2017.

O império do Mali: o “lugar onde o senhor reside”

Este império desenvolveu-se entre os séculos XIII e XVI, período em que impôs sua hegemonia sobre a bacia do Rio Níger. Constituído pela atual República de Mali e algumas regiões dos atuais Senegal e Guiné, o reino do Mali, no século XIV, expandiu-se por meio da anexação das cidades de Tombuctu, Gao e Djenne que foram importantes cidades, centros de troca e de concentração de pessoas, graças à rede de rios que fertilizava as terras e facilitava o transporte na região.

O Mali era um império poderoso, pois controlava o comércio transaariano e as rotas caravaneiras que se dirigiam para as principais cidades do reino, localizados em sua maioria às bordas do Rio Níger, semelhante a rota comercial de Gana. O comércio e principalmente as taxas sobre o tráfico de ouro, sal, escravos, marfim, noz-de-cola e outros produtos eram fundamentais para a manutenção do Estado, da corte e do mansa. O artesanato era bastante desenvolvido. Cada grupo de artesãos tinha seu representante junto ao imperador. Os governantes do Mali recebiam o título de mansa. Viajantes árabes relatavam histórias de alguns governantes que se tornaram famosos, como Sundiata, herói fundador que reinou de 1230 a 1255, e Mansa Musa, que governou entre 1312 e 1337.

A cidade de Tombuctu destacou-se como grande centro cultural do continente africano, onde havia vastas bibliotecas, madrassas (universidades islâmicas) e magníficas mesquitas que é o lugar onde a comunidade muçulmana se reúne para tratar de todas as questões que lhe interessam, questões religiosas, sociais, políticas e locais e também para rezar. Além disso, a cidade passou a ser o ponto de encontro de poetas, intelectuais e artistas da África e do Oriente Médio. Mesmo após o declino do império, Tombuctu permaneceu como um dos principais polos islâmicos da África subsaariana. Em 1988, a cidade de Timbuctu foi declarada patrimônio mundial pela UNESCO.

Vale destacar que as 150 escolas que existiam em Tombuctu eram muito diferentes das escolas medievais europeias. Não possuíam uma administração central, registros de estudantes ou cursos pré- determinados. Eram formadas por diversas faculdades independentes. Os estudantes se associavam a um único professor, o objetivo do ensino era transmitir os ensinamentos do Alcorão, livro sagrado do Islamismo. O Império do Mali: o “lugar onde o senhor reside http://mundodaafrica.blogspot.com.br/2012/08/o-imperio-do-mali-o-lugar-onde-o-senhor.html. Acesso em 05/04/2017.

Reino do Congo: “saudações ao manicongo”

Fundado no século XIV, o reino do Congo abrangia grande extensão da África centro-ocidental e se compunha de diversas províncias, governado por um rei que recebia o título de Manicongo. Hoje a região que fazia parte do reino Congo, recebe o nome de República Democrática do Congo.

Os habitantes do reino do Congo organizavam-se em vários clãs. Esses clãs eram compostos de pessoas que acreditavam descender de um mesmo antepassado.

A base da economia do Congo era a agricultura, pastoreio e o comércio. O comércio no território do Congo era intenso, os comerciantes congoleses lucravam com a comercialização de tecidos, sal, metais e derivados de animais, como o marfim. O comércio poderia ser à base de trocas ou com moedas (conchas chamadas de nzimbu) encontradas na região de Luanda em Angola.

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O manicongo, cercado de seus conselheiros, controlava o comércio, o trânsito de pessoas, recebia impostos, exercia a justiça, buscava garantir a harmonia da vida do reino e das pessoas que viviam nele.

Os limites do reino eram traçados pelo conjunto de aldeias que pagavam tributos ao poder central, devendo fidelidade a ele, recebendo proteção, tanto para assuntos deste mundo como para os assuntos do além, pois manicongo também era responsável pelas boas relações com os espíritos e os ancestrais. Em 1483 iniciou no reino do Congo o contato com os portugueses. Reino do Congo: “saudações ao manicongo”. Disponível em: http://mundodaafrica.blogspot.com.br/2012/08/reino-do-congo-saudacoes-ao-manicongo.html. Acesso em 05/04/2017.

Reino do Benin: “os feitos de obá” Há indícios de que este reino tenha se desenvolvido entre os séculos XII e XIII, onde hoje estão

Nigéria e Camarões. Desde cedo, essa região passou por um processo de urbanização, e as cidades se converteram em reinos. Sua localização favorecia o encontro de mercadores.

A principal atividade econômica do reino de Benim era o comércio de sal, peixe seco, inhame, dendê, feijão, animais de criação, o cobre, produto raro, só possível para os mais poderosos, ou seja, os mais ricos. Produtos como pimenta, marfim, tecidos e escravos eram comercializados ativamente com

os reinos de Ifê e o reino Iorubá. Para prevenir a redução da população nativa, o governo proibiu a exportação de escravos masculinos e os importou da África ocidental para comerciá-los com os europeus a partir do século XVI.

Cronistas descreveram a cidade do Benin com grandes muralhas e um palácio decorados com

placas de latão presas às paredes. Nessas placas, era contada a história do reino: feitos do obá (titulo do principal chefe do reino que se tornou o supremo poder na região), as caçadas, as guerras e os primeiros contatos com os portugueses, por volta de 1485. A chegada dos europeus foi registrada pelos artistas africanos com imagens esculpidas nessas placas e em pequenas estatuetas de marfim.

O reino de Benin se desintegrou no século XIX, sob o domínio dos ingleses. Reino do Benin: “os feitos de obá”. http://mundodaafrica.blogspot.com.br/2012/08/reino-do-benin-os-feitos-de-oba.htmlO contato entre os reinos africanos. Acesso em 05/04/2017.

A interação destes reinos acima estudados, e demais reinos africanos ocorreu através do comércio, ora através de relações pacificas, ora conflituosas, como foi o caso do reino de Gana que no século XIII foi governado por Sundiata Keita, rei do Império do Mali.

Quando os europeus começaram a explorar a costa africana, no século XV, encontraram diferentes povos, com línguas, tradições e costumes distintos. O contato dos europeus com essa diversidade de etnias, por meio da exploração das terras africanas e do escravismo, produziu um intercâmbio cultural que se pode notar em quase todo o planeta. No Brasil podemos reconhecer a África na capoeira, embalada pelo berimbau; a culinária, enriquecida com o vatapá, o caruru e outros quitutes; as influências musicais do batuque e a ginga do samba e dos instrumentos como cuícas, atabaques e agogôs. Estamos ligados ao continente africano de forma indissolúvel.

Referências Bibliográficas sobre Reinos Africanos. BOULOS Júnior, Alfredo. História: sociedade e cidadania, 7.ano. São Paulo: FTD, 2009.(Coleção

História: Sociedade & Cidadania) PROJETO ARARIBÁ: história/organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida,

desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Maria Raquel Apolinário. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2007.

SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil Africano. 2ed.São Paulo: Ática,2007.

Cabeça de marfim, Império de Benim,

século XVI (Metropolitan Museum of Art).

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KI-ZERBO, Joseph. História da África Negra.Vol.I.4ed.traducão Américo de Carvalho. Publicações Europa-América,2009.

Exercícios O Reino de Gana, a “terra do ouro”, apresentava em sua administração o rei (gana), o qual era

visto como um elo entre os deuses e o homem além de liderar um poderoso exército. Quais outros funcionários cuidavam da administração do reino:

(A) Sacerdotes, nobres e funcionários. (B) Sacerdotes, nobres e escravos. (C) Nobres e funcionários. (D) Empregados e camponeses. 2. Os reinos de Gana, Mali, Timbuctu, Ifé, Benin e Aksum, fazem parte: (A) da África do Sul. (B) do continente Europeu. (C) da América do Sul. (D) do continente Africano. 3. A história dos reinos de Gana, Mali, Timbuctu, Ifé, Benin e Aksum, que estudamos se localizam

em qual período: (A) A África antes dos europeus. (B) A África depois dos europeus. (C) A África no século XXI. (D) A África antes de Cristo. Referências A Expansão Marítima. Disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=897. Acesso

em 02/04/2017. Absolutismo. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/absolutismo/Acesso em 02/04/2017. América Pré-Colombiana. http://oficiodahistoria.blogspot.com.br/2008/11/amrica-pr-colombiana.html. Acesso em

02/04/2017. BOULOS Júnior, Alfredo. História: sociedade e cidadania, 7.ano. São Paulo: FTD, 2009. (Coleção História: Sociedade &

Cidadania) Características do Renascimento. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/renascimento/caracteristicas.htm.

Acesso em 02/04/2017. CARVALHO, Taís de. Renascimento. Disponível em: aislc.blogspot.com.br/2011/04/o-renascimento-nas-artes.html.

Acesso em 02/04/2017. COTRIM Gilberto. Revoltas Coloniais In: História do Brasil. Saraiva, 2008. Disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=918. Acesso 02/04/2017. Escravidão no Brasil. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/escravidao.htm.Acesso em

05/04/2017. História do Brasil Colônia. Período Colonial. Disponível em http://www.suapesquisa.com/colonia/. Acesso em

05/04/2017. Império de Gana. Disponível em: http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2009/12/imperio-de-gana.html.

Acesso em 04/05/2017. Impérios Africanos nos séculos XIII, XIV, XV. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/historia. Acesso

20/07/2016. KI-ZERBO, Joseph. História da África Negra.Vol.I.4ed.traducão Américo de Carvalho. Publicações Europa-

América,2009. O Império do Mali: o “lugar onde o senhor reside http://mundodaafrica.blogspot.com.br/2012/08/o-imperio-do-

mali-o-lugar-onde-o-senhor.html. Acesso em 05/04/2017. Período Pré-Colonial.http://www.brasilescola.com/historiab/periodo-precolonial.htm Acesso em 05/04/2017.

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História para conhecer, conscientizar e humanizar 35

Períodos da História do Brasil. Disponível em: http://leonidasfelipe.blogspot.com.br/2015/11/mapa-mental-periodos-da-historia-do.html. Acesso em 05/04/2017.

Presença Indígena no Brasil. Disponível em: http://geographo.webnode.com.br/products/a-presen%C3%A7a-indigena-no-brasil/Acesso em 05/04/2017.

PROJETO ARARIBÁ: história/organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Maria Raquel Apolinário. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2007.

Reino do Benin: “os feitos de obá”. http://mundodaafrica.blogspot.com.br/2012/08/reino-do-benin-os-feitos-de-oba.htmlO contato entre os reinos africanos. Acesso em 05/04/2017.

Reino do Congo: “saudações ao manicongo”. Disponível em: http://mundodaafrica.blogspot.com.br/2012/08/reino-do-congo-saudacoes-ao-manicongo.html. Acesso em 05/04/2017.

Renascimento Científico. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/renascimento/renascimento_cientifico.htm. Acesso em 02/04/2017.

Revoltas Emancipacionistas no Brasil Colonial - resumo, causas, exemplos. Disponível em: http://www.historiadobrasil.net/brasil_colonial/revoltas_emancipacionistas.htm. Acesso em 05/04/2017.

SANTOS, Iuberto de O. Reforma Religiosa. SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil Africano. 2ed.São Paulo: Ática,2007. SOUSA, Ranier. Independência do Brasil. Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/historiab/independencia-brasil.htm. Acesso em: 25/04/2017.

Roteiro de Estudo. II Parte – História Ensino Médio

Ler, resumir, gravar (celular), escutar, visualizar. Complete os quadros de forma resumida, sempre focando nas características e ideias principais e também nas palavras-chave. 01. Conceitue Renascimento, situando-o no espaço e tempo. 02. Enumere as principais características do Renascimento 03. Identifique as fases do Renascimento. 04. Renascimento

Autores e obras

05. Caracterize a pintura Renascentista. 06. Qual a escultura destacada no texto sobre o Renascimento? 07. Renascimento Científico

Autores Pensamento

08. As Reformas

Local Líderes Acontecimentos Importantes

Protestante

Anglicana

Calvinista

Contrarreforma

09. O que representou a Paz de Augsburgo?

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10. Absolutismo

Conceito

Países e Reis

Locais/época

Teóricos e suas ideias

11. Mercantilismo

Conceito

Características

12. Expansão Marítima ou Grandes Navegações

Causas

Países que realizaram

Objetivos

Pioneirismo Português

Escola de Sagres

Tratado de Tordesilhas

Rotas dos Navegadores

Cristovão Colombo

Vasco da Gama

Pedro Alvares Cabral

13. Civilizações Pré-Colombianas – comentar sobre as palavras-chaves

Astecas

Tenochtitlan

Milho

Teocracia militar

Escrita

Chocolate

14. Civilizações Pré-Colombianas – comentar sobre as palavras-chaves Maias

Alimentação

Organização política

Teocracia Hereditária

Decadência Maia

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História para conhecer, conscientizar e humanizar 37

15. Civilizações Pré-Colombianas – comentar sobre as palavras-chaves Incas

Terraceamento

Ayllus

Cuzco

Machu Picchu

Kipu

Religião

Teocracia Autoritária

16. Período Pré-Colonial Brasileiro – resumir sobre as palavras-chaves

Extrativismo

Mão-de-obra

Escambo

Feitorias

Expedições portuguesas

Missão Martim Afonso de Sousa

17. Período Colonial Brasileiro – resumir sobre as palavras-chaves

Ciclo do açúcar

Economia

Mão-de-obra

Sociedade

18. Período Colonial Brasileiro – resumir sobre as palavras-chaves

Escravidão

Início

Condições do trabalho escravo

Resistência dos escravos

Quilombos (conceito)

Zumbi

Leis Abolicionistas

Afro-brasileiros após a abolição

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História para conhecer, conscientizar e humanizar 38

19.Independëncia do Brasil– resumir sobre as palavras-chaves

Medidas do Governo Dom João VI

Dia do Fico

Grito do Ipiranga

20. Impérios Africanos nos séculos XIII, XIV, XV. – resumir sobre as palavras-chaves O Reino de Gana

Localização do Império de Gana

Organização política

Organização econômica

Costa do Ouro

21. Impérios Africanos nos séculos XIII, XIV, XV. – resumir sobre as palavras-chaves O Império do Mali

Localização do Império do Mali

A cidade de Tombuctu

Organização econômica

22. Impérios Africanos nos séculos XIII, XIV, XV. – resumir sobre as palavras-chaves Reino do Benin

Localização do Império do Mali

Escravos

Organização econômica

Cidade do Benin