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Neeja Darcy Vargas - História Ensino Fundamental – I Parte 1 Prof. Aninha Marques I Parte - A Pré-História e a Idade Antiga Origens da humanidade Você já deve ter tido a curiosidade de saber como surgiu a espécie humana no planeta em que vivemos, não é mesmo? Essa curiosidade não é só sua. Muitos pesquisadores e cientistas têm estudado para descobrir como se deu a origem do ser humano na Terra. Quanto mais a ciência se desenvolve, mais avançados são os recursos científicos que esses pesquisadores podem utilizar. Eles são capazes de encontrar novas possibilidades para explicar a origem humana. Assim, como um quebra-cabeça, cada nova descoberta vai completando o nosso conhecimento sobre o tema. Entre as diversas explicações para o aparecimento do ser humano na Terra, duas se destacam pelo amplo debate que provocaram o criacionismo, defendido por judeus e cristãos, e a teoria da evolução. A criação Durante muito tempo, os sábios idealistas sustentaram a teoria do limite intransponível entre o homem e os animais. Essa concepção se baseava no mito bíblico da criação do homem por Deus, que o teria feito "à sua imagem e semelhança". A questão sobre as origens do homem remete um amplo debate, no qual filosofia, religião e ciência entram em cena para construir diferentes concepções sobre a existência da vida humana e, implicitamente, por que somos o único espécime dotado de características que nos diferenciam do restante dos animais. Desde as primeiras manifestações mítico- religiosas, o homem busca resposta para essa questão. Neste âmbito, a teoria criacionista é a que tem maior aceitação. Ao mesmo tempo, ao contrário do que muitos pensam, as diferentes religiões do mundo elaboraram uma versão própria da teoria criacionista. A mitologia grega atribui a origem do homem ao feito dos titãs Epimeteu e Prometeu. Epimeteu teria criado os homens sem vida, imperfeitos e feitos a partir de um molde de barro. Por compaixão, seu irmão Prometeu resolveu roubar o fogo do deus Vulcano para dar vida à raça humana. Já a mitologia chinesa, atribui a criação da raça humana à solidão da deusa Nu Wa, que ao perceber sua sombra sob as ondas de um rio, resolveu criar seres à sua semelhança. O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. Outras religiões contemporâneas e antigas formulam outras explicações, sendo que algumas chegam a ter pontos de explicação semelhante. Origens da Humanidade. Disponível em: http://www.sohistoria.com.br/ef2/evolucao/p3.php. Acesso em 10.05.2017. Evolucionismo Desenvolvida principalmente por Charles Darwin, a teoria do Evolucionismo afirma que a sobrevivência das espécies está relacionada com sua seleção natural. Publicado por: Tales dos Santos Pinto Pintura feita por Michelangelo no teto da Capela Sistina, no Palácio do Vaticano, em 1510, que representa a criação do homem por Deus, à sua imagem e semelhança.

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Neeja Darcy Vargas - História Ensino Fundamental – I Parte

1 Prof. Aninha Marques

I Parte - A Pré-História e a Idade Antiga

Origens da humanidade

Você já deve ter tido a curiosidade de saber como surgiu a espécie humana no planeta em que vivemos, não é mesmo? Essa curiosidade não é só sua. Muitos pesquisadores e cientistas têm estudado para descobrir como se deu a origem do ser humano na Terra.

Quanto mais a ciência se desenvolve, mais avançados são os recursos científicos que esses pesquisadores podem utilizar. Eles são capazes de encontrar novas possibilidades para explicar a origem humana. Assim, como um quebra-cabeça, cada nova descoberta vai completando o nosso conhecimento sobre o tema.

Entre as diversas explicações para o aparecimento do ser humano na Terra, duas se destacam pelo amplo debate que provocaram o criacionismo, defendido por judeus e cristãos, e a teoria da evolução.

A criação

Durante muito tempo, os sábios idealistas sustentaram a teoria do limite intransponível entre o homem e os animais. Essa concepção se baseava no mito bíblico da criação do homem por Deus, que o teria feito "à sua imagem e semelhança".

A questão sobre as origens do homem remete um amplo debate, no qual filosofia, religião e ciência entram em cena para construir diferentes concepções sobre a existência da vida humana e, implicitamente, por que somos o único espécime dotado de características que nos diferenciam do restante dos animais.

Desde as primeiras manifestações mítico-

religiosas, o homem busca resposta para essa questão. Neste âmbito, a teoria criacionista é a que tem maior aceitação. Ao mesmo tempo, ao contrário do que muitos pensam, as diferentes religiões do mundo elaboraram uma versão própria da teoria criacionista.

A mitologia grega atribui a origem do homem ao feito dos titãs Epimeteu e Prometeu. Epimeteu teria criado os homens sem vida, imperfeitos e feitos a partir de um molde de barro. Por compaixão, seu irmão Prometeu resolveu roubar o fogo do deus Vulcano para dar vida à raça humana. Já a mitologia chinesa, atribui a criação da raça humana à solidão da deusa Nu Wa, que ao perceber sua sombra sob as ondas de um rio, resolveu criar seres à sua semelhança.

O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. Outras religiões contemporâneas e antigas formulam outras explicações, sendo que algumas chegam a ter pontos de explicação semelhante. Origens da Humanidade. Disponível em: http://www.sohistoria.com.br/ef2/evolucao/p3.php. Acesso em 10.05.2017.

Evolucionismo

Desenvolvida principalmente por Charles Darwin, a teoria do Evolucionismo afirma que a sobrevivência das espécies está relacionada com sua seleção natural.

Publicado por: Tales dos Santos Pinto

Pintura feita por Michelangelo no teto da Capela Sistina, no Palácio do Vaticano, em 1510, que representa a criação do homem por Deus, à sua imagem e

semelhança.

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Evolucionismo é uma teoria elaborada e desenvolvida por diversos cientistas para explicar as alterações sofridas pelas diversas espécies de seres vivos ao longo do tempo, em sua relação com o meio ambiente onde elas habitam. O principal cientista ligado ao evolucionismo foi o inglês Charles Robert Darwin (1809-1882), que publicou, em 1859, a obra Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural ou a conservação das raças favorecidas na luta pela vida, ou como é mais comumente conhecida, A Origem das Espécies.

Darwin elaborou sua principal obra a partir de uma pesquisa realizada em várias partes do mundo, após uma viagem de circum-navegação ocorrida entre 1831 e 1836, coordenada pelo Almirantado britânico. Nessa viagem, o cientista inglês pôde perceber como diversas espécies aparentadas possuíam características distintas, dependendo do local em que eram encontradas.

Darwin pôde perceber ainda que entre espécies extintas e espécies presentes no meio ambiente havia características comuns. Isso o levou a afirmar que havia um caráter mutável entre as espécies, e não uma característica imutável como antes era comum entender. As espécies não existem da mesma forma ao longo do tempo, elas evoluem. Durante a evolução, elas transmitem geneticamente essas mudanças às gerações posteriores.

Entretanto, para Darwin, evoluir é mudar biologicamente (e não necessariamente se tornar melhor), e as mudanças geralmente ocorrem para que exista uma adaptação das espécies ao meio ambiente em que vivem. A esse processo de mudança em consonância com o meio ambiente Charles Darwin deu o nome de seleção

natural. A teoria elaborada por Charles Darwin causou grande polêmica no meio

científico. Isso mesmo tendo existido antes dele cientistas que já afirmavam que toda a alteração no mundo orgânico, bem como no mundo inorgânico, é o resultado de uma lei, e não uma intervenção miraculosa, como escreveu o naturalista francês Jean-Baptiste de Lamark (1744-1829).

Havia ainda à época uma noção de que as espécies tinham suas características fixadas desde o início de sua existência, não havendo o caráter de

mudança não divina apontada pelo cientista inglês. Tal concepção era fortemente influenciada pela filosofia religiosa cristã, da criação por Deus de todos os seres vivos desde o início do mundo. Até Charles Darwin teve suas convicções religiosas abaladas com os resultados de suas pesquisas, o que o levou a se recusar a apresentá-los por cerca de vinte anos.

Uma polêmica constante na teoria evolucionista está relacionada com os seres humanos. No que se refere à evolução de homens e mulheres, o evolucionismo indica que nós temos um ancestral comum com algumas espécies de macacos, como o chimpanzé. Pesquisas recentes de decodificação do genoma indicam uma semelhança de 98% entre os genes de seres humanos e chimpanzés. Porém, isso não quer dizer que o homem descende do macaco. Indica apenas que somos parentes. PINTO, Tales dos Santos. Evolucionismo. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/evolucionismo.htm. Acesso em 10.05.2017.

Pré-História

Por Cristiana Gomes A Pré-História é o período que compreende desde o surgimento do homem até o aparecimento

da escrita, por volta de 4000 a.C. Os vestígios encontrados em cavernas, vales e planícies (como ossos, utensílios, armas e outros objetos) nos ajudam a fazer um estudo mais detalhado do que foi a Pré-

Estátua de Charles Darwin no Museu de História Natural de Londres

Charge de Charles Darwin como um macaco, em capa da revista

satíricaLa Petite Lune

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Fonte: http://tempodoshomens.blogspot.com.br/2011/04/paleo

litico-inferior-2000000-40000-ac.html

Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiag

eral/idade-dos-metais.htm

História. O ser humano que viveu nessa época era um rude caçador e mais tarde se tornou um primitivo agricultor.

A Pré-História é dividida em três períodos: Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais.

Paleolítico (ou idade da pedra lascada)

Características - É o período mais longo de todos. - O homem era coletor de alimentos e caçador. - Vivia de modo simples. - Era nômade (não tinha casa e mudava sempre de lugar) - Morava em cavernas (homem das cavernas) para se

proteger do frio da chuva e dos animais. - Conhecia o fogo. No fim do Paleolítico (por volta de 10.000 a.C.), as

condições de vida começaram a mudar. O clima mudou e

surgiram os desertos, consequentemente a caça diminuiu. O homem, então, abandonou os lugares onde vivia e saiu em busca de novas terras que lhe pudessem dar sustento. Passou a viver nos vales dos grandes rios e lagos, passou a ter moradia fixa (deixando de ser nômade). Essas modificações marcaram o fim do Paleolítico.

Neolítico (ou idade da pedra polida– 10000 a 4000 a. C.)

Características - Desenvolvimento da agricultura - o homem não

abandonou por completo a caça e a pesca; porém, isso deixou de ser a única fonte de alimento.

- Passou a cultivar trigo, centeio, cevada e outros produtos.

- Domesticou o boi, o cavalo, a ovelha e outros animais.

- Suas roupas eram feitas fibras vegetais (linho e algodão).

- Usou o barro para fazer potes, panelas, bacias e outros utensílios domésticos. - Construiu casas sobre estacas (palafitas). - Utilizou o osso, a madeira e a pedra polida na fabricação de seus

instrumentos e armas, mais aperfeiçoadas. - Desenvolvimento da religião.

Idade dos Metais

Características - O homem passou a usar metais (cobre, ouro e estanho) para

fabricar instrumentos, ferramentas e arma - Surgimento do bronze e do ferro. Os avanços na agricultura e a descoberta da escrita marcam o fim da Pré-História e início da

História. GOMES, Cristiana. Pré-História. Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/pre-historia/Acesso em 10.05.2017.

Fonte:http://www.estudopratico.com.br/ferramentas-na-pre-historia/

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Resumo dos períodos da Pré-História

Paleolítico Neolítico Idade dos Metais Meio ambiente hostil Nomadismo, uso das Cavernas (abrigo do frio).

O homem interfere decisivamente no seu meio ambiente Clima ameno

Situa-se na etapa de transição entre a pré-história escrita.

Vida em bandos Início da socialização

Surgem as primeiras cidades: Jericó, Behida, Çatal, Huyuk (Palestina, Turquia) Crescimento populacional.

Período em que se desenvolvem as primeiras civilizações.

Economia coletora (frutos, raízes, carne); Instrumentos: pedra, chifre, ossos e madeira. Uso de fogo.

Economia produtora - Revolução Agrícola ou Neolítica (agricultura e domesticação de animais). - Garantiu a sobrevivência de mais indivíduos, criou um excedente alimentar. - Levou à divisão do trabalho e à especialização das funções entre os membros da aldeia. - Uso de cerâmica (guardar alimentos) - Uso da roda (revolução nos transportes).

A metalurgia exigia um trabalho especializado e de tempo integral. As comunidades tiveram que produzir um excedente de alimentos para atender um grupo maior de pessoas.

É possível que a arte tivesse a função mágica, visando boas caçadas e a procriação (Vênus).

Arte: ligada a ritos mágico-religioso e funerário: - indica maior preocupação com o cotidiano. - Dólmen, Menir e Cromlech

O primeiro metal a ser Utilizado foi o cobre, depois se chegou ao bronze e mais tarde ao ferro.

Fonte: COTRIM, Gilberto. Períodos da Pré-História. História Global: Brasil e Geral. Volume 1. São Paulo: Saraiva,2010.

O Desenvolvimento da Civilização

A partir da revolução neolítica, algumas sociedades, em várias regiões do mundo, sofreram grandes transformações culturais. O conjunto dessas transformações marcou o novo estágio do desenvolvimento humano conhecido como civilização.

O estágio da civilização é assinalado pelos seguintes eventos: - aparecimento das classes sociais: surgem ricos e pobres, exploradores e explorados, senhores

e escravos. - formação do Estado: organiza-se um governo que administra a sociedade e controla a força

militar (exército). - divisão social do trabalho: divide-se cada vez mais a atividade das pessoas: metalúrgicos,

ceramistas, barqueiros, vidraceiros, sacerdotes, comandantes militares, etc.

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- aumento da produção econômica: além da agricultura, criação de animais e do artesanato, se produz excedentes, armazenando-o, visando a troca comercial.

- registros escritos: acompanhando o nascimento das primeiras cidades, desenvolvem-se a escrita, a numeração, os pesos e as medidas e o calendário.

As primeiras civilizações surgiram na Crescente Fértil – conhecida por esse nome devido ao seu traçado que faz lembrar a lua no quarto crescente, essa região abrange parte do nordeste da África, as terras do corredor mediterrâneo e a Mesopotâmia COTRIM, Gilberto; Alencar, Álvaro Duarte de. O Desenvolvimento da Civilização. História Geral: para uma geração consciente - antiga e medieval. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1985.

A Pré-História sul-americana, brasileira e regional A organização temporal da América pré-histórica se conforma às mesmas datações

estabelecidas do período Pré-Histórico. Por isso, as primeiras notícias sobre o continente americano se estabelecem no período do Paleolítico Inferior.

Os vestígios encontrados nessa fase inicial são bastante rudimentares. Em geral, é documentada a ocorrência de pedras talhadas em uma e duas faces, e um utensílio semelhante a uma raspadeira.

Outros vestígios dessa mesma época são feitos a partir da ossada de animais extintos como mastodontes, bisões e camelídeos. Durante o Paleolítico Superior, datado entre dezessete e dezesseis mil anos atrás, temos algumas amostras de pontas de flecha e facas de pedra com um maior grau de elaboração.

Por volta de 10000 e 9000 a.C., os objetos pontiagudos deram espaço para outros utensílios de aspecto mais arredondado. Por volta de 8000 e 6000

a.C., as armas ganharam um acabamento em forma de pedúnculo, o que permitia maior eficiência na construção de armas. As populações já se encontravam estabelecidas ao longo de todo continente americano, buscavam diferentes processos de adaptação. A caça e a coleta eram os principais meios de sobrevivência dessas comunidades pré-históricas. Com o fim do período Paleolítico, as primeiras técnicas de produção agrícola passaram a ser desenvolvidas nas Américas.

Os primeiros vestígios de plantações foram encontrados em regiões do México, dos Andes e da

América Central – entre 5000 e 4000 a.C. O artesanato pré-histórico ganhou outros itens de cerâmica, artefatos de pedra e cestaria. No período de 3000 e 1500 a.C., os gêneros agrícolas eram essencialmente autóctones. O milho, a abóbora, a batata, o cacau, mandioca e o girassol eram as mais importantes plantações cultivadas. Paralelamente, técnicas de plantio se sofisticaram com o desenvolvimento de técnicas de irrigação, fertilização e a construção de terraços escalonados. A domesticação de animais também se desenvolveu com a criação de alpacas e lhamas.

Nesse momento, observamos a fixação de diferentes civilizações por todo o continente. Na porção norte, noticiou-se a presença dos anasazi, mongollon e hohokan. Na América do Sul temos o surgimento das culturas andinas, com especial destaque aos incas, e dos povos caraíbas, guaranis e tupis. Foi nessa mesma época que as primeiras comunidades indígenas se desenvolveram no Brasil.

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi

chaTecnicaAula.html?aula=22502

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Dentro dos estudos arqueológicos desenvolvidos na América, o Brasil concede uma significativa contribuição proveniente de seus diversos sítios arqueológicos. Entre os estados que apresentam antigos vestígios da presença humana podemos destacar primeiramente os estados do Piauí, Minas Gerais e as regiões litorâneas do Centro-sul do país.

Em São Raimundo Nonato (PI), um grupo de arqueólogos liderados por Niède Guidon notificou a presença de facas, machados e fogueiras com cerca de 48 mil anos de existência. Entre as principais conclusões desses estudos, destaca-se a presença de comunidades coletivas que caçavam e utilizavam o fogo para protegerem-se e alimentarem-se.

Na região de Lagoa Santa (MG) é o local onde está registrado uma das mais notórias descobertas da arqueologia nacional. Foi ali que se achou o mais antigo fóssil das Américas. Trata-se do crânio feminino que existiu há cerca de 11.500 anos. Pesquisas desenvolvidas a partir desse fóssil (apelidado de

Luzia) abriram portas para novas teorias sobre o processo de ocupação do continente. Os traços negroides de Luzia levantam a suspeita de uma onda migratória da Oceania, responsável pela ocupação do nosso continente.

Próxima das regiões de rio e no litoral do Brasil existe outro conjunto de vestígios pré-históricos. Nestes lugares, montes de conchas e esqueletos de peixe conferem a existência de comunidades inteiras que sobreviviam da pesca. Também conhecidos como povos sambaquis, essas populações foram usualmente detectadas no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. No ano de 2001, o mais antigo sambaqui brasileiro foi encontrado em Vale do Ribeira (SP).

Nas regiões do interior do Brasil também são encontrados riquíssimos sítios arqueológicos. Os chamados “cemitérios dos índios” são, na verdade, vestígios de antigas civilizações do território brasileiro. Ali encontramos grandes aldeias que realizavam sofisticados rituais funerários. Datados com cerca de mil anos, esses povos possuíam uma cultura bastante diferente da dos sambaquis.

Ainda na região amazônica, temos relato sobre um outro conjunto de povos pré-históricos. Designados como integrantes da civilização marajoara, esses povos deixaram interessantes vestígios materiais. Dotados de uma arte ceramista ricamente detalhada, os marajoaras fazem parte dos mais complexos grupos humanos que viveram em terras brasileiras.

Com o passar dos anos, as civilizações ameríndias foram desenvolvendo-se em território nacional. Espalhados em diferentes tribos, os índios brasileiros integraram uma parte mais recente da História das populações nativas do Brasil. A partir do século XV, a chegada dos europeus transformou radicalmente a situação dos índios. A intolerância religiosa e cultural, a violência e as epidemias foram responsáveis pela dizimação dos povos indígenas no país. SOUSA, Rainer Gonçalves. "Pré-História brasileira"; Brasil Escola. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/historiag/prehistoria-brasileira.htm>. Acesso em. 27.02.2017

Mesopotâmia

Localização: A Mesopotâmia é uma região localizada no Oriente Médio, onde hoje é o Iraque. Também conhecida como Crescente Fértil, está situada entre os rios. A palavra Mesopotâmia significa “entre rios”, porque “Meso” em grego significa “meio” e “Potamós”, rio. Portanto a Mesopotâmia era uma terra entre os rios Tigre e Eufrates. O fato dessa região se localizar entre dois rios, favoreceu o desenvolvimento das primeiras civilizações. Onde existe abundância de água, a agricultura é favorecida.

Nicho Policrômico - Toca do Boqueirão da Pedra Furada - Serra da Capivara – PI

Fonte:www.globalrockart2009.ab-arterupestre.org.br/arterupestre.asp

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Povos

Na região mesopotâmica, surgiram as primeiras civilizações. Diversos povos se estabeleceram nesse local, buscando sempre disputar a supremacia pela região, o que gerou muitas guerras.

Os sumérios- foram os primeiros povos que habitaram a região da Mesopotâmia, a partir do quarto milênio a.C. Viviam da agricultura e realizaram obras de irrigação. Praticavam a metalurgia do bronze. Foram eles que inventaram a escrita cuneiforme, portanto, lhes é atribuído a invenção da escrita.

Usavam placas de barro, onde cunhavam a escrita. Muito do que sabemos hoje sobre este período da história, se deve as placas de argila com os registros cotidianos, administrativos, econômicos e políticos de sua época. Construíram várias cidades importantes, como Ur, Uruk, Nipur, Lagash e Eridu.

Os Babilônicos- foram um dos povos que

dominaram a região da mesopotâmia, a aproximadamente 2000 a.C Formaram cidades-

estados e após conquistarem as cidades sumérias, estas tiveram que pagar impostos a Babilônia, que acabou se tornando a cidade mais importante da Mesopotâmia. Seu soberano de maior destaque foi Hamurábi, que governou por de volta do segundo a.C.

Hamurábi foi o governante que criou um código de leis, o primeiro que se têm notícias, sendo conhecido como o “Código de Hamurábi.” Este código era um conjunto de leis que tratava dos mais variados assuntos relativos à vida em sociedade. A justiça era aplicada de acordo com a Lei de Talião, a lei do “olho por olho, dente por dente”, o castigo

deveria ser igual à ofensa ou ao dano. Contudo, temos que considerar que as penas mais severas eram aplicadas às classes menos favorecidas, o que beneficiava a nobreza, estabelecendo sua soberania na sociedade.

Os Assírios – habitaram a Assíria e através da guerra dominaram a

Mesopotâmia. O primeiro centro administrativo dos assírios foi a cidade de Assur e depois Nínive. No final do segundo milênio a.C., eles se organizaram militarmente e expandiram seus territórios, chegando até o Egito e os responsáveis por esta expansão

foram Sargão, Senaquebibe e Assurbanipal. A crueldade se destacava como característica de suas conquistas dos assírios. Com a morte de Assurbanipal o Império entrou em declínio. Por volta de 612 a.C, os caldeus se estabeleceram na região, contribuindo para a queda do Império Assírio.

Os Caldeus - após derrotarem os assírios, os caldeus estabeleceram um novo império, que

ficou conhecido como o Novo Império Babilônico, mais poderoso que o anterior. Seu rei mais importante foi Nabucodonosor. Ele ficou conhecido por ornamentar seu palácio com terraços ajardinados dando origem aos Jardins Suspensos da Babilônia. Além dos jardins suspensos, construiu a Torre de Babel, que era um templo em forma de pirâmide com degraus.

Economia

A principal atividade econômica era a agricultura de cevada, trigo e tâmara. Na pecuária o rebanho mais importante era o bovino, o qual fornecia carne e leite e era utilizado para puxar carros e

Fonte: http://www.jurassico.com.br/aulas-de-historia/mesopotamia/

Fonte: http://www.restauranter.com.br/2013/09/olho-por-olho-dente-por-

dente.html

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Fonte: http://www.lmc.ep.usp.br/people/hlin

de/estruturas/images/Historia%20-%20mesopotamia/Ur4g.jpg

Fonte: http://www.sohistoria.com.br

/ef2/egito/

no arado. Nas cidades mesopotâmicas existia grande quantidade de carpinteiros, metalúrgicos, ourives, ceramistas, etc. O comércio era também, bastante importante. COTRIM, Gilberto; ALENCAR, Álvaro Duarte de. Mesopotâmia. História Geral: para uma geração consciente - antiga e medieval. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1985. (Resumo).

Sociedade e Cultura.

Os povos mesopotâmicos ficaram conhecidos pelas inúmeras cidades-estados independentes

que ocupavam a região dos rios Tigre e Eufrates. Em cada uma das cidades havia a presença de uma autoridade real responsável pelas principais decisões de cunho político e religioso. Mesmo estando associados aos deuses, os reis mesopotâmicos não eram vistos como divindades. Habitando suntuosos

palácios e tendo um amplo corpo de funcionários à sua disposição, a realeza compunha o topo da hierarquia social.

Logo após o rei e seus familiares, a pirâmide social dos povos mesopotâmicos contava com uma classe intermediária integrada por nobres, guerreiros, funcionários públicos e sacerdotes que desempenhavam importantes funções próximas à manutenção do Estado. A grande maioria da população era pertencente a uma classe de camponeses e trabalhadores que prestavam serviço à comunidade. Dessa maneira, essas sociedades eram majoritariamente sustentadas por uma ampla classe de homens livres.

As culturas mesopotâmicas tiveram destacado papel no desenvolvimento da escrita com a criação de um sistema de caracteres

cuneiformes. Com o progresso das atividades comerciais, a álgebra teve grande desenvolvimento com a criação de operações matemáticas e sistemas de pesos e medidas. Paralelamente, o interesse pela Astronomia permitiu a distinção das estrelas e dos planetas, e o desenvolvimento de um calendário lunar com doze meses de duração.

No terreno das artes e da arquitetura os mesopotâmicos ficaram conhecidos pela construção de suntuosos palácios e templos, mais conhecidos como zigurates. A escultura mesopotâmica era bastante simples, contando com imagens sem expressão e uma representação minimalista dos corpos. Na pintura os temas cotidianos, religiosos e militares tinham grande destaque. Paralelamente, a cerâmica também tinha grande destaque na criação de utensílios e no registro de documentos escritos. SOUSA, Rainer Gonçalves. "Mesopotâmia – Sociedade e Cultura"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiag/mesopotamia-sociedade-cultura.htm>. Acesso em 15 de maio de 2017.

Egito Antigo

Localização: nordeste da África

O rio Nilo: a inundação era uma verdadeira maravilha. As águas transbordantes, carregadas de “húmus vegetal”, fertilizavam o solo inundado. Quando o rio voltava ao seu nível normal, a terra tornava-se rica e fértil, pronta para o plantio. As estações do ano egípcio estavam ligadas às cheias do rio Nilo, e duravam quatro meses cada, correspondendo aos períodos de inundação, ressurgimento das terras e de colheita. Os egípcios construíram grandes canais de irrigação, para levar águas terras distantes, além de diques e barragens. Para tudo isto o trabalho humano foi importantíssimo.

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Períodos da História Política

Pré-Dinástico: Desde 5000 a.C, o Egito era habitado por povos que viviam em tribos chamadas nomos. Os

nomos do norte formavam o reino do Baixo Egito e os nomos do sul formavam o reino do Alto Egito. Por volta de 3200 a.C, os reinos formam unificados por Menés, que se tornou o primeiro faraó.

Antigo Império: Período marcado pela paz e prosperidade, pelo grande

poder dos faraós, pela construção das pirâmides de Gizé (IV

dinastia: Queóps, Quéfren e Miquerinos). Por volta de 2400 a.C, o império foi abalado pelas sucessivas revoltas dos nomarcas, surgindo disto, vários estados independentes.

Médio Império: Os príncipes de Tebas puseram fim ao governo dos

nomarcas e realizam várias obras públicas. O Egito expandiu seu território e alcançou prosperidade econômica. Por volta de 1750 a.C, os hicsos invadem e

conquistam o império, usando carros de combate puxados por cavalos e armas de metais. Novo Império: Os príncipes de Tebas expulsam os hicsos e restabelecem a unidade política do Egito. É um

período marcado pelas conquistas militares (Jerusalém, Damasco, Assur e Babilônia). A partir de 1167 a.C, o Novo Império entra em decadência, devido: ao imperialismo (dificuldades em manter os territórios conquistados); às lutas internas pelas riquezas e pelo poder (sacerdotes e militares), e às invasões estrangeiras.

Decadência: Em 670 a.C, o Egito foi dominado pelos assírios. Houve, após um período de renascença

chamado de “Saita”. Em 525 a.C, ocorreu o domínio dos persas, em 332 a.C, os macedônios de Alexandre Magno conquistaram o Egito e finalmente em 30 a.C o Egito foi dominado pelos romanos.

Organização Econômica

A principal atividade era a agricultura (trigo, cevada, linho e papiro). A economia era coletivista, controlada pelo Estado e dependente do rio Nilo. O Estado administrava ainda a força de

trabalho, a construção de canais, diques, estradas e os trabalhos nas pedreiras, pirâmides e templos. - A maior parte da colheita era destinada ao Estado e aos templos, ficando o camponês com uma parte que mal dava para o sustento da família.

Religião

-Influenciava todos os setores da vida social egípcia (política, artes, ciências). - Politeísmo (adoravam vários deuses) - Culto Oficial: Amom-Rá. (deus sol) - Culto Popular: adoração a Osíris, Ísis e Hórus.

Fonte: http://www.assombrado.com.br/2014/09/as-piramides-de-gize-quem-fez-qual.html

Fonte https://pt.slideshare.net/fabiopaiva503092/historia-6-

ano-egito

Fonte: http://floresemcasa.blogspot.com.br/2011/07/deuses-e-deusas-da-mitologia-egipcia.html

Neeja Darcy Vargas - História Ensino Fundamental – I Parte

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- Acreditavam na imortalidade da alma (que seria julgada pelo Tribunal de Osíris). Para viver eternamente a alma precisava de um corpo preservado. Tal fato explica o costume de mumificar os corpos de pessoas falecidas.

Escrita

- hieróglifos (escrita sagrada) - hierática (documentos)

- demótica (escrita popular) - papiro era utilizado como papel

Ciências

Os egípcios desenvolveram o saber científico sempre tendo em vista problemas práticos e concretos: a técnica de construção, a cura de enfermidades, a contabilidade comercial, a determinação das estações do ano. Em função destes interesses a química, a matemáticas, a astronomia e a medicina foram muito desenvolvidas.

Organização Política Administrativa Organização Social

Monarquia teocrática. Era o governo de um rei (faraó) com poderes divino.

1. Faraó: um dos deus na terra;

poderes de juiz, sacerdote e chefe militar.

2. Nomarcas: governadores dos nomos (províncias)

3. Funcionários Reais (escribas) fiscalização das grandes construções, dos trabalhadores agrícolas e cobranças de impostos.

1--------faraó e sua família 2----nobres,sacerdotes, funcionários reais 3------ comerciantes,artífices, soldados (homens livres) 4 ----------- camponeses 5-------------- escravos 1,2= dominadores 3,4,5= dominados

Artes

- sobretudo, religiosa e ligada à crença da eternidade. - predomínio da arquitetura: pirâmides, mastabas, hipogeus, templos e palácios. - pintura e escultura estavam associadas aos templos, túmulos e palácios, retratavam a vida cotidiana e religiosa.

COTRIM, Gilberto. Egito. História Geral: para uma geração consciente - da antiguidade aos tempos atuais. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1988.

Fonte: http://www.fascinioegito.sh06.com/escrita.htm

Pirâmides Mastabas Hipogeus

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As Civilizações Clássicas – Grécia e Roma

A desagregação das comunidades primitivas na Grécia e, posteriormente em Roma, evoluiu para uma sociedade de classes cujo sistema de produção era escravista. Isto significa que surgiu na Grécia e em Roma, relações de produção em que poucos indivíduos passaram a deter, em regime de propriedade privada, não só os instrumentos de trabalho, mas a terra e finalmente o próprio trabalhador que foi reduzido à condição de escravo. Para que isso acontecesse foi necessário que algumas pessoas acumulassem riquezas (rebanhos, terras, etc.). E de onde veio tanta riqueza? Sobretudo, das populações vencidas nas guerras (que às vezes eram populações inteiras, centenas, milhares) que eram levados como escravos para trabalharem e assim, sustentar gregos e romanos

Grécia

Localização: Europa, entre os mares, Jônio, Egeu e Mediterrâneo.

Características Gerais:

- país montanhoso e marítimo; -politicamente, diversas cidades-estados independentes, - certa unidade cultural dada pela mesma origem, pela língua e pela religião.

Períodos da História Política

Período Micênico ou Pré-Homérico (1650 - 1150 a. C) Nesta época ocorreu a migração e assentamentos de povos como os aqueus que fundam a

cidade de Micenas; edificam-se palácios, templos e fortalezas. Utilizava-se também a escrita.

Período Homérico (1150 -800 a.C) – O Sistema Gentítilico

Este período corresponde aos s primeiros tempos da história grega narrados nos poemas Ilíada (sobre a Guerra de Tróia) e Odisséia (sobre as viagens de Ulisses). Esta época é marcada pela chegada dos jônios, eólios e dórios (2000 a1200 a.C). Estes povos eram pastores seminômades que se organizavam em clãs patriarcais chamados de genos. O geno era chefiado por um patriarca que tinha funções de sacerdote e juiz.

Entre estes povos predominava a vida comunitária. Laços de família e solidariedade uniam as pessoas. A economia era de subsistência e a propriedade dos bens era coletiva (animais, pastos, terras, colheitas).

A decadência do sistema gentílico ocorreu a partir da divisão da sociedade em classes, com o aparecimento dos exploradores e explorados; pela instituição da propriedade privada e da acumulação de riquezas particulares e pela ampliação da escravidão humana.

Período Arcaico (800 - 500 a.C) – A Polis

Este período é marcado pelo desenvolvimento da polis grega, que eram cidades-estados

independentes e às vezes até rivais, cada uma delas possuía suas leis, seu governo, seus deuses. O que unia as cidades gregas eram as crenças religiosas, a proximidade geográfica, e a língua

(grego).

Fonte: http://www.curiosocia.com/2013/04/serie-paises-grecia.html

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Durante o período arcaico ocorreu a emigração, a fundação de colônias e a expansão

marítima feita pelos gregos para outras regiões da Europa, tendo em vista o aumento da população,

a situação de miséria de camponeses e artesãos e também, a procura de novos mercados e de melhores

condições de vida. Em consequência desta emigração foram fundadas importantes cidades como

Bizâncio, Siracusa, Odessa, Nápoles, oportunizando desta forma, a difusão da cultura grega e expansão do comércio marítimo

Comparando duas cidades-estados mais importantes da Grécia Antiga

ATENAS e ESPARTA

Localização Ática Peloponeso Fundadores Jônios Dórios

Governos Monarquia, aristocracia, tirania,democracia oligarquia (2 reis, diarquia) Força militar Marítima Terrestre

Sociedade

------ cidadãos ----metecos (estrangeiros) ------ escravos

-----cidadãos ----periecos ---hilotas(servos)

Período Clássico (500 a 338 a.C) – Esplendor e Guerras

Atenas e depois Esparta tornaram-se as mais importantes cidades gregas. A Grécia atingiu grande desenvolvimento econômico e esplendor cultural.

Guerras Médicas (492 – 479 a.C): eram lutas entre os gregos e os persas. O rei persa Dario e depois seu filho Xerxes tentaram conquistar as cidades gregas, mas enfrentaram dura resistência, sendo derrotados. Principais batalhas: Maratona (490 a.C), Salamina (480 a.C) e Plateia (479 a.C).

Liga de Delos e domínio de Atenas: por causa do seu destaque na guerra contra os persas, Atenas tornou-se a mais importante cidade grega e fundou a Liga de Delos, para proteger a Grécia contra-ataques externos, e, com o tempo, transformou-se no centro de um grande império comercial e marítimo. Muitas cidades começaram a se revoltar contra o imperialismo ateniense, entre elas, a cidade de Esparta

Guerra do Peloponeso (431 – 404 a.C): a luta entre Esparta e Atenas foi causada por diferenças de regime político, de economia, de tipo de força militar e de cultura. Esparta fundou a Liga do Peloponeso e liderou um conjunto de cidades contra o domínio de Atenas. Depois de 27 anos de luta, Atenas foi derrotada e submeteu-se a Esparta. A vitória de Esparta significou a manutenção da fragmentação política da Grécia, e o domínio dessa cidade sobre o mundo grego por 30 anos.

Hegemonia de Tebas: sob a liderança de Tebas, diversas cidades gregas revoltaram-se contra Esparta. Depois de vencer os espartanos, Tebas manteve a hegemonia entre os gregos de 371 a362 a.C.

Período Helenístico (338 a146 a.C) – Ascensão Macedônica

Batalha de Queronéia (338 a.C) aproveitando a decadência dos gregos, o rei Filipe da Macedônia conquistou a Grécia na Batalha de Queronéia.

A ascensão de Alexandre Magno: com a morte de Filipe, seu filho Alexandre assumiu o trono e deu prosseguimento à expansão militar dos macedônios. Conquistou o Egito, a Ásia Menor, a Mesopotâmia e regiões da Índia até o vale do rio Indo.

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Divisão do Império Macedônio: em 323 a.C, Alexandre morreu na Babilônia, e seu império foi dividido entre seus generais, como Seleuco, Ptolomeu e Antígono. Tornando-se reis, esses generais passaram a disputar novas áreas do antigo império.

Cultura Helenística: surgiu do contato entre a cultura grega e a do Oriente, durante o período de Alexandre Magno. Destaques: Zenão e Epicuro (Filosofia), Euclides (Astronomia), Arquimedes (Física). COTRIM, Gilberto. Grécia. História Geral: para uma geração consciente - da antiguidade aos tempos atuais. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1988. (Adaptado).

A Religião dos Gregos

A religião não se envolvia com o aspecto moral da vida das pessoas e não se preocupava com os pecados humanos. Não apresentava dogmas de fé, mandamentos éticos ou rituais complicados. O culto não pretendia a absolvição dos pecados, mas tinha por objetivo cumprir os rituais ou sacrifícios para agradar os deuses e obter a sua ajuda.

Os deuses gregos eram fortes inteligentes e belos: seres humanos “ampliados”, porém imortais e eternamente jovens. Moravam no Monte Olimpo. Viviam como homens: tinham necessidade de alimento e sono, lutavam entre si, possuíam sentimentos humanos com os mesmos desejados entusiasmos e fraquezas. Enfureciam-se e arrebatavam-se com paixões próprias dos homens.

Os deuses eram onipotentes, mas não livres de desgraças. Acima deles, como acima de todos os homens, governava o destino implacável, Moira. Acreditavam que o destino não podia ser evitado por ninguém: ele regia a vida dos homens e dos deuses.

Os deuses gregos eram muitos. ZEUS era o principal, senhor dos homens e dos deuses, bom e justiceiro, mantinha a ordem no mundo moral e físico. Hera, espora de Zeus,

caracterizava-se por ser a deusa protetora do casamento, do nascimento, da pureza e divindade protetora do casamento.

Alguns deuses gregos Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu. Afrodite - deusa do amor, sexo e beleza. Poseidon - deus dos mares. Hades - deus das almas dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo. Hera - deusa dos casamentos e da maternidade. Apolo - deus da luz e das obras de artes. Artemis - deusa da caça. Ares - divindade da guerra. Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas. Hermes - divindade que representava o comércio e as comunicações. Hefestos - divindade do fogo e do trabalho.

Fonte: http://professorjoaonunes.blogspot.com.br/2008/04/7-ano-mitologia-grega-religio-e-os.html

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Cerimônias e culto religioso

O templo não era um lugar de congregar pessoas, mas a morada dos deuses. O culto consistia em cantos, oferendas de objetos e alimentos e sacrifícios de animais. Os gregos oravam em pé. Ajoelhar-se era considerado impróprio para homens livres. A humildade, a pureza do coração e a reverência não eram indispensáveis. A religião era uma espécie de contrato: os sacerdotes e adoradores deveriam executar os sacrifícios e os deuses cumpririam a sua parte. Os sacerdotes não formavam uma casta privilegiada e separada. Eram cidadãos que conheciam os ritos e as fórmulas e tinham a honra de prestar culto a um deus. Não eram sacerdotes profissionais, não viviam exclusivamente dedicados à religião.

Oráculos

Era a resposta, que segundo a crença, os deuses davam às perguntas dos homens. O oráculo mais famoso ficava na cidade de Delfos. A pitonisa, sentada junto a uma fenda do solo de onde provinham emanações embriagadoras, estava em transe e respondia aos interlocutores, em meio de convulsões e gritos quase ininteligíveis. Com tais palavras incoerentes, os sacerdotes preparavam as respostas aos crentes.

O culto dos antepassados

Cada família tinha o seu culto particular. Acreditavam que os mortos continuavam a viver em seus sepulcros e tinham as mesmas necessidades vitais. Era dever oferecer-lhes alimentos. Cada casa tinha um altar doméstico, onde o chefe da família celebrava sacrifícios e onde ardia, dia e noite, o fogo familiar, que simbolizava o espírito dos antepassados.

Mitologia Grega

A ninfa Eco observa Narciso contemplando seu reflexo na água (tela de J. William, 1903). O belo, Narciso era filho do deus Cefiso e da ninfa Liríope. Conta a lenda que ele se apaixonou pela própria imagem, afogando-se no rio ao contemplá-la.

Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e assim, preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos. A fim de buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.

Parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a

história da civilização da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais, artísticos, políticos e culturais.

Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de

Fonte: http://www.oarquivo.com.br/extraordin

ario/lugares-extraordinarios/1650-o-oraculo-de-delfos.html

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sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos.

Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram: - Heróis: seres mortais, filhos de deuses com seres humanos, como por exemplo, Herácles ou

Hércules e Aquiles. - Ninfas: seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade. - Sátiros: figura com corpo de homem, chifres e patas de bode. - Centauros: corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo - Sereias: mulheres com metade do corpo de peixe atraíam os marinheiros com seus cantos

atraentes. - Górgonas: mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa - Quimeras: mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas. - Medusa: mulher com serpentes na cabeça.

Mitologia Grega. Disponível em: http://www.bepeli.com.br/g/mitologia_grega.html. Acesso em 07.07.2017.

Filosofia Grega

A Filosofia Grega

Os gregos deram contribuições importantíssimas à cultura ocidental, com a criação do teatro (comédia e tragédia), na Matemática, História, Medicina e Artes Plásticas. Todas estas realizações, porém, foram orientadas pela Filosofia.

Filosofia, que significa amor à sabedoria, nasceu na Grécia Antiga. Alguns pensadores, a partir do século VI a.C., com esforço pessoal, intelectual e intuitivo chegaram a conclusões sobre a natureza humana e sobre o universo, que permanecem até hoje.

A filosofia surgiu no período Arcaico com a Escola de Mileto, da qual destacaram-se Tales, Anaxímenes e Anaximandro. Na concepção dessa escola, tudo na natureza descendia de um elemento básico (água, ar ou matéria).

Tales de Mileto e Pitágoras foram filósofos matemáticos, seus teoremas são utilizados até hoje.

No século V a.C., surgiram os sofistas, estes se dedicavam à crítica às tradições do Estado, à religião, aos privilégios, e eram defensores da democracia.

Esses pensadores tinham no homem o alvo de suas preocupações, recriminando os que simplesmente especulavam sobre o universo. Dizia Protágoras, "o homem é a medida detodas as coisas". Os sofistas não acreditavam em verdades absolutas, em sua opinião, havia visões diferentes sobre o mundo e as coisas.

A Escola Socrática

No final do século V a.C., filosofia e ciência começaram a se separar, e a filosofia passou a ocupar-se, principalmente, do homem e da ética humana. Surgiu a Escola Socrática, inspirada no pensamento de Sócrates.

Sócrates: educador, mais preocupado em conhecer o indivíduo do que os segredos do Universo. Criador da célebre frase: "só sei que nada sei".

Acreditava que o aprimoramento humano viria com a educação, baseada no uso crítico da razão.

Dizendo a verdade e tornando público o que pensava, foi acusado de corromper a juventude e renegar os deuses. Foi condenado a beber cicuta (veneno

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mortal). Platão: discípulo de Sócrates, também se preocupou com a formação moral do

indivíduo. Pregava que a moral individual deveria ser acompanhada de reforma na sociedade. Afirmava existir um mundo superior das ideias, que seria perfeito. Escreveu várias obras, destacando-se a República, na qual explicava as regras para um Estado perfeito. Era contrário à democracia, pois, segundo ele, o homem comum era despreparado para o governo e incapaz de tomar decisões políticas inteligentes.

Aristóteles: principal discípulo de Platão, é considerado o filósofo grego que mais influenciou o Ocidente. Deixou trabalhos preciosos nas áreas da Física, Biologia, Astronomia e Política. No plano social, Aristóteles defendia o escravismo, afirmando que alguns indivíduos nasceram para ser escravos e outros não.

Filosofia na Grécia. Disponível emhttp://www.historiamais.com/filosofiagrega.htm Acesso em 09/08/2017.

Democracia na Grécia - Atenas: berço da democracia grega.

A Grécia Antiga ou Hélade (expressão utilizada pelos gregos) não era um estado único, com um governo para todos os gregos. Tratava-se de cidades-estados independentes (polis). Cada polis tinha suas leis, seu governo e seus costumes.

Em Atenas o centro original da cidade se localizava no alto de uma colina chamada de acrópole. A praça grega era a ágora.

A palavra democracia tem sua origem na Grécia Antiga (demo=povo e cracia=governo) no século V a. C. Este sistema de governo foi desenvolvido em Atenas. Os candidatos eram escolhidos de forma direta, em praça pública. Somente os homens maiores participavam das votações ou sorteios. Mulheres, crianças, escravos e estrangeiros (quase 90% da população) não participavam da política e não eram considerados cidadãos. Atualmente a democracia é exercida em muitos países, de forma mais participativa. É uma forma de governo do povo e para o povo.

Na democracia direta, o povo, através de plebiscito, referendo ou outras formas de consultas populares, pode decidir diretamente sobre assuntos políticos ou administrativos de sua cidade, estado ou país. Não existem intermediários (deputados, senadores, vereadores). Na democracia indireta, o povo também participa, porém através do voto, elegendo seus representantes (deputados, senadores, vereadores) que tomam decisões em novo daqueles que os elegeram. Esta forma também é conhecida como democracia representativa. COTRIM, Gilberto. Democracia Ateniense. História Geral: para uma geração consciente - da antiguidade aos tempos atuais. 4. ed. São

Paulo: Saraiva, 1988. (Adaptado).

Resumo Grécia Antiga

Localização: Europa Modo de Produção: escravismo Períodos da História Política Grega • Pré-Homérico ou período Micênico: época da civilização Cretense

• Homérico: primeiros tempos da história grega narrados nos poemas Ilíada e Odisséia. • Arcaico: surgimento da polis (=cidade – estado) grega. Duas polis rivais: Atenas X Esparta

• Clássico: período de auge das artes, literatura, da democracia, mas também de guerras: Guerras Médicas (gregos X persas)

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Guerras do Peloponeso (gregos X gregos).

• Helenístico: período em que a Grécia é conquistada por Felipe e depois Alexandre, O Grande da Macedônia. • Religião Grega: politeísta (vários deuses) e antropomórfica (deuses tinham defeitos e qualidades humanas)

• Mitologia: antes das explicações racionais ou filosóficas, os gregos explicam o seu mundo, através de narrativas fantásticas e simbólicas chamadas de mitologia.

• Filosofia: nasceu na busca de explicações racionais para a realidade grega e do espírito de curiosidade grego. Da filosofia surgiram as outras ciências. Os temas das discussões filosóficas iam desde a matemática até temas como o belo, o prazer, a política ou o sentindo da vida (espiritualismo X materialismo).

• Teatro Grego: dois gêneros: tragédia e a comédia Destaque: tragédia grega Édipo - Rei (Sófocles – séc. V a.C.) O filho casa com a mãe e mata o pai.

• Arte: principais características: simplicidade, equilíbrio, harmonia, beleza, ordem, volume, movimento. Três estilos de colunas: Jônicos, Coríntio e Dórico.

• Democracia: nasceu em Atenas séc. V a.C. A democracia era direta. Os candidatos aos os cargos eram escolhidos em praça pública. Somente os homens maiores participavam das votações ou sorteios. Mulheres, crianças, escravos e estrangeiros (quase 90% da população) não participavam da política e não eram considerados cidadãos.

• Olimpíadas: eram realizadas de 4 em 4 anos em honra a Zeus. Havia vários tipos de competição: ginásticas, corridas, lutas, lançamento de disco e de lanças, corridas de cavalos. Todos podiam participar. Os vencedores recebiam prêmios muito simples: uma coroa de louros e o nome inscrito numa lista especial.

Roma

A história política de Roma está dividida em três períodos: Monarquia ou Realeza (753-509 a.C.), República (509-27 a.C.) e Império (27 a.C.-476 d.C.). Cada período da história romana possui características próprias, que demonstram a evolução socioeconômica e política dessa sociedade. Nos primeiros tempos, antes da dominação etrusca, Roma assemelhava-se à antiga sociedade grega, ou seja, baseava-se na organização em comunidades gentílicas. O regime gentílico se estruturava em torno dos gens, que reuniam famílias identificadas por laços de consanguinidade e religião. Não havia a propriedade privada da terra - esta pertencia à comunidade.

A autoridade máxima de cada grupo era exercida pelo “pater famílias” (o pai-chefe familiar). Com a dominação etrusca, iniciou-se o processo de desagregação da antiga organização em comunidades gentílicas. A expansão do comércio provocou o desenvolvimento das cidades e o aumento do número de habitantes. Roma transformou-se em um grande centro urbano e começaram a surgir as desigualdades sociais entre a população. A divisão do trabalho deu origem ao processo de apropriação privada da terra por parte dos chefes das famílias gentílicas – os "pater". Os agregados em torno dos "pater" mantinham seu nome e suas tradições, formando a aristocracia romana.

Monarquia Romana (753-510 a.C)

Embora se creia que os nomes pertençam à ficção, existem provas sólidas da existência de uma antiga monarquia, do crescimento de Roma e suas lutas contra os povos vizinhos, do estabelecimento de uma dinastia de príncipes etruscos e de sua derrubada e abolição da monarquia.

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Também é provável a existência de certa organização social, como a divisão dos habitantes em duas classes: patrícios e plebe.

República Romana (510 a.C. - 27 a.C.)

Em lugar do rei, o conjunto da cidadania elegia anualmente dois cônsules. Apenas os patrícios podiam ocupar as magistraturas, porém o descontentamento da plebe originou uma violenta luta e a progressiva aparição da discriminação social e política. A conquista de Veyes, em 396 a.C., iniciou a decadência da civilização etrusca. Roma obteve o controle da Itália central. As coalizões formadas por etruscos, umbros e gauleses, ao norte, e por lucanos e samnitas, ao sul, foram finalmente derrotadas.

Em 264 a.C., Roma começou sua luta contra Cartago pelo controle do Mediterrâneo. Cartago, que era a potência marítima hegemônica, após as duas primeiras Guerras Púnicas perdeu sua posição em favor de Roma. A Gália Cisalpina, Córsega, Sardenha e Hispânia foram submetidas. A Macedônia foi enfrentada nas Guerras Macedônicas, depois das quais Roma conseguiu apoderar-se da Grécia, adotando boa parte de sua cultura, e da Ásia Menor. Na terceira Guerra Púnica, Públio Cornélio Cipião Emiliano conquistou e destruiu Cartago. Roma havia criado, em 131 anos, um império que dominava o Mediterrâneo.

Algumas famílias plebeias extremamente ricas aliaram-se às famílias patrícias para excluir o resto dos cidadãos das magistraturas e do Senado. Enquanto isso, a gradual desaparição dos camponeses desenvolveu um proletariado urbano cuja opinião política não era tida em consideração.

O conflito entre o partido aristocrático e o popular era inevitável. Após a Guerra Social, os povos itálicos conseguiram a cidadania romana. Durante a guerra com Mitrídates VI instalou-se o conflito entre Caio Mário, porta-voz do partido popular, e Lúcio Cornélio Sila, dirigente do partido aristocrático. Sila venceu a guerra civil e se proclamou ditador. Dali em diante, a constituição republicana esteve à mercê de quem contasse com o apoio militar mais forte. A rica economia agrícola de Roma decaiu e a cidade teve que importar grande parte de seus víveres.

No ano 67 a.C., Cneu Pompeu Magno foi encarregado de liderar a guerra contra Mitrídates. Enquanto isso, seu rival Caio Júlio César adquiriu grande prestígio como líder do partido popular e encontrou um aliado em Marco Licínio Crasso. Pompeu, Crasso e César constituíram o denominado

primeiro triunvirato (governo de três generais). César obteve o comando da Gália, onde realizou importantes conquistas. Pompeu recebeu o comando da Hispânia e Crasso, o da Síria. A morte deste último originou o conflito entre César e Pompeu. Roma caiu em um período de desordens.

César tomou Roma e obrigou Pompeu a se retirar para a Grécia. Introduziu reformas econômicas e administrativas em uma tentativa de vencer a corrupção e restaurar a prosperidade. Continuou a guerra contra Pompeu e, após a vitória, regressou como ditador vitalício.

César atraiu a inimizade da aristocracia ao ignorar as tradições republicanas e foi assassinado. Marco Túlio Cícero tentou restaurar a República, porém Marco Antônio se uniu a Marco Emílio Lépido e a Otávio para formarem o segundo triunvirato. Os triúnviros proscreveram e assassinaram seus opositores republicanos e repartiram entre si o controle do Império. Otávio, que havia reforçado sua posição no Ocidente ao privar Lépido de seu território, viu-se apenas diante de Marco Antônio. Após a batalha de Actium (31 a.C.), Otávio obteve a supremacia total sobre o território.

A literatura latina experimentou um notável desenvolvimento durante o chamado período ciceroniano (70-43 a.C.), representado por César, Cícero, Terêncio, Catulo e Lucrécio.

Império Romano (27 a.C. - 476 d. C.)

O Império sucedeu à República de Roma. Otávio Augusto reorganizou o território, acabando com a corrupção e extorsão que haviam caracterizado a administração do período anterior. Esse período representa o auge da idade de ouro da literatura latina, em que se destacam as obras poéticas

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de Virgílio, Horácio e Ovídio e a obra em prosa de Tito Lívio. Os imperadores seguintes da dinastia Júlio-Cláudia foram: Tibério, Calígula, Cláudio I e Nero. Durante os últimos anos, cometeram-se muitos excessos de poder.

O período de governo de Augusto ficou conhecido como a época da Pax Romana. Vespasiano, junto com seus filhos Tito e Domiciano, constituíram a dinastia dos Flávios.

Ressuscitaram a simplicidade do início do Império e tentaram restaurar a autoridade do Senado e promover o bem-estar do povo.

Marco Cocceius Nerva (96-98) foi o primeiro dos denominados cinco bons imperadores, junto com Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio. Com Trajano, o Império alcançou sua máxima extensão territorial e seus sucessores estabilizaram as fronteiras. A dinastia dos Antoninos terminou com o sanguinário Lúcio Aurélio Cômodo.

Trajano foi imperador de Roma no ano 98 e expandiu o Império pela Europa Central e Mesopotâmia graças às suas vitórias militares. Empreendeu importantes projetos de engenharia civil (construiu estradas, canais e portos). Também instituiu reformas sociais para reconstruir as cidades e reduzir a pobreza. Constituíram a dinastia dos Severo: Lúcio Sétimo Severo, hábil governante; Caracala, famoso por sua brutalidade; Heliogábalo, imperador corrupto; e Alexandre Severo, que se destacou por sua justiça e sabedoria. Dos 12 imperadores que governaram nos anos seguintes, quase todos morreram violentamente. Os imperadores ilírios conseguiram que se desenrolasse um breve período de paz e prosperidade. Esta dinastia incluiu Cláudio II, o Gótico, e Aureliano.

Diocleciano levou a cabo um bom número de reformas sociais, econômicas e políticas. Após seu mandato, houve uma guerra civil que só terminou com a ascensão de Constantino I, o Grande,

que se converteu ao cristianismo e estabeleceu a capital em Bizâncio. Teodósio I reunificou o Império pela última vez. Após sua morte, Arcádio se converteu em imperador do Oriente e Honório, em imperador do Ocidente.

Os povos invasores empreenderam gradualmente a conquista do Ocidente. Rômulo Augústulo, último imperador do Ocidente, foi deposto no ano de 476 (foi fim da Idade Antiga e o início da Idade Média.)

O Império do Oriente, também denominado Império Bizantino, perduraria até 1453. Organização Política Romana. Disponível em: historiadomundo.uol.com.br/romana/organizacao-politica-romana.html. Acesso 05.07.2017.

Política Pão e Circo

A política do Pão e Circo (panem et circenses, no original em Latim) como ficou conhecida, era o modo com o qual os líderes romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. Esta frase tem origem na Sátira X do humorista e poeta romano Juvenal (vivo por volta do ano 100 d.C.) e no seu contexto original, criticava a falta de informação do povo romano, que não tinha qualquer interesse em assuntos políticos, e só se preocupava com o alimento e o divertimento.

Assim, nos tempos de crise, em especial no tempo do Império, as autoridades acalmavam o povo com a construção de enormes arenas, nas quais realizavam-se sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores, animais ferozes, corridas de bigas, quadrigas, acrobacias, bandas, espetáculos com palhaços, artistas de teatro e corridas de cavalo. Outro costume dos imperadores era a distribuição de cereais mensalmente no Pórtico de Minucius. Basicamente, estes “presentes” ao povo romano garantia que a plebe não morresse de fome e tampouco de aborrecimento. A vantagem de tal prática era que, ao mesmo tempo em que a população ficava contente e apaziguada, a popularidade do imperador entre os mais humildes ficava consolidada. Política “Pão e Circo”. Disponível em: http://verdademundial.com.br/2015/03/politica-pao-e-circo/ Acesso em 09/08/2017.

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Sociedade romana

Por Me. Cláudio Fernandes A civilização romana, que começou a desenvolver-se na região do Lácio, na Península Itálica,

por volta de 750 a.C., organizava-se em dois grupos principais: os patrícios e os plebeus. Esses dois grupos tornaram-se a base da sociedade romana.

Os patrícios formavam a elite da sociedade romana e descendiam dos antigos clãs fundadores da cidade, daí derivou a expressão “patrício”, de patres-familias. A estrutura do governo romano foi durante a maior parte de sua existência ocupada inteiramente ou majoritariamente pelos patrícios. Nos cargos republicanos, sobretudo no Consulado e no Senado, encontravam-se os patrícios mais ilustres. Além disso, os patrícios eram grandes detentores de terras cultiváveis, de onde tiravam sua principal riqueza.

A plebe, ou os plebeus, compunha-se de pessoas que não descendiam dos patres-familias e que não faziam parte da atividade política. Geralmente os membros da plebe eram pequenos proprietários, comerciantes ou artesãos. A falta de representatividade política dos plebeus desencadeou, posteriormente, uma série de tensões e crises na sociedade romana.

Além de patrícios e plebeus, pertenciam aos membros da sociedade romana os clientes, que eram protegidos pelos patrícios em troca de serviços variados. A sociedade romana ainda tinha em

seu corpo a presença dos escravos, que eram considerados bens de posse de quem os comprava ou os capturava, sendo desprovidos de quaisquer direitos em meio à sociedade romana. Os escravos geralmente eram povos estrangeiros capturados em outras regiões como prisioneiros de guerra ou membros da sociedade que contraíam dívidas e, por isso, tornavam-se escravos de quem estavam devendo. Além da plebe e dos escravos, ainda havia o proletariado, isto é, os proletarii, pessoas cuja característica principal era gerar prole (filhos) –

daí a origem do termo proletariado. Essa prole, geralmente, compunha o exército. Vale ressaltar que não se deve confundir o proletariado romano com aquele caracterizado por Karl Marx no século XIX.

FERNANDES, Claudio. Sociedade Romana. Disponível em: http://historiadomundo.uol.com.br/romana/sociedade-romana.htm. Acesso em 05.07.2017.

Religião

A religião romana era politeísta, prática e utilitarista. Da Grécia, os romanos importaram diversas divindades, rebatizando-as com nomes latinos (Júpiter, Minerva, Marte, Vênus, etc.). Havia duas espécies de culto, o privado, celebrado pelo chefe da família e o oficial, celebrado pelos sacerdotes. Com seus rituais pomposos, a religião romana era um fundamento do Estado, sendo utilizada politicamente.

Cristianismo Jesus nasceu na cidade de Belém, na região da Judeia. Sua família era muito simples e humilde.

Por volta dos 30 anos de idade começa a difundir as ideias do cristianismo na região onde vivia. A religião cristã surgiu na região da atual Palestina no século I. Essa região estava sob domínio do Império Romano neste período.

Jesus foi perseguido pelo Império Romano, a pedido do imperador Otávio Augusto (Caio Júlio César Otaviano Augusto), pois defendia ideias muito contrárias aos interesses vigentes. Defendia a paz, a harmonia, o respeito um único Deus, o amor entre os homens e era contrário à escravidão. Enquanto isso, os interesses do império eram totalmente contrários. Os cristãos foram muito perseguidos durante o Império Romano e para continuarem com a prática religiosa, usavam as catacumbas para encontros e realização de cultos.

Um patrício e seus escravos na antiga sociedade romana

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Legado Romano

Roma legou ao Ocidente uma valiosa herança, que perdurou por séculos. A ideia de um império mundial unido por um direito consuetudinário e um governo eficiente jamais deixou de existir. Nos séculos que se seguiram ao colapso de Roma, os povos continuaram a ser atraídos pela ideia de um Estado mundial unificado e pacífico. Ao preservar e ampliar a filosofia, literatura, ciência e arte da Grécia Antiga, Roma fortaleceu os fundamentos da tradição cultural do Ocidente. O latim, idioma romano, sobreviveu por muito tempo ainda depois da extinção do Império. Os padres da Igreja do Ocidente escreviam em latim, e durante a Idade Média essa foi a língua dos eruditos, escritores e juristas. Do latim derivaram o italiano, o francês, o espanhol, o português e o romeno. O direito clássico, a mais pura expressão do gênio romano, influenciou o direito canônico e constituiu a base dos códigos de lei da maioria dos Estados europeus. Por fim, o cristianismo, a principal religião do Ocidente, nasceu dentro do Império Romano e foi em grande parte influenciado pela cultura e organização romanas. Roma Antiga (O Legado Romano). Disponível em: https://fragmentosdahistoria.wordpress.com/textos/didaticos/roma-antiga-o-legado-romano/ Acesso em 09/08/2017.

A Queda de Roma e o Fim da Idade Antiga

Desde o século III, grupos bárbaros começaram a entrar no Império Romano do Ocidente, primeiro de forma pacífica através das imigrações, entraram muitos germanos que serviam como colonos ou soldados para guardar as fronteiras do império. A partir do século IV, a invasões se tornam

violentas, chegando mesmo a saquear várias cidades. Os romanos usavam a palavra "bárbaros", para todos aqueles que habitavam fora das

fronteiras do império e que não falavam a língua oficial dos romanos: o latim. A convivência pacífica entre esses povos e os romanos durou até o século IV, quando uma horda de hunos pressionou os outros povos bárbaros nas fronteiras do Império Romano. Neste século e no seguinte, o que se viu foi uma invasão, muitas vezes violenta, que acabou por derrubar o Império Romano do Ocidente. Além da chegada dos hunos, podemos citar como outros motivos que ocasionaram a invasão dos bárbaros: a busca de riquezas, de solos férteis e de climas agradáveis

Em 476, um grupo de bárbaros composto por hérulos e godos, que serviam como mercenários em Roma, estava reivindicando o estatuto de federados, o que lhe daria o direito de obter terras e, aos chefes, o direito de receber tributos (= impostos). Diante da negativa imperial, um desses chefes,

Odoacro, um hérulo, tomou a iniciativa de derrubar o fraco imperador Rômulo Augústulo (475 - 476) e assenhoreou-se da Itália, coroando-se rei. Desaparecia, assim, o Império Romano do Ocidente. Este fato marca o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média na parte ocidental do Império Romano, ou seja, a Europa. COTRIM, Gilberto. Roma. História Geral: para uma geração consciente - da antiguidade aos tempos atuais. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1988.

A Idade Média

Durante a Idade Média temos a formação e expansão de três grandes impérios: - O Império Bizantino: que foi organizado, ainda no período de decadência de Roma, quando

Constantino transfere a capital do Império Romano para Bizâncio ou Constantinopla. Este império durou até 1453 quando os turcos otomanos tomam a cidade de Constantinopla.

- O Império Islâmico: que se organizou a partir da liderança de Maomé (570-632) que unificou as diversas tribos da Arábia em torno de uma identidade religiosa, criando para os árabes uma nova organização política e social.

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- Império Bárbaro-Cristão: que se formou na hoje, Europa Ocidental, a partir da decadência de Roma, das invasões dos bárbaros e da presença da Igreja Católica. Veja a seguir os principais grupos bárbaros.

Divisões da Idade Média Européia Ocidental

1. Alta Idade Média (V ao X) fase de decadência da sociedade romana e formação do sistema feudal.

2. Baixa Idade Média (XI ao XV) fase de decadência do sistema feudal e início do sistema capitalista

A Alta Idade Média

Os Bárbaros De origem discutida, os bárbaros ocupavam uma região chamada Germânia e se subdividiam

em vários povos: borgúndios, vândalos, francos, saxões, anglos, lombardos, godos e outros. Nos séculos IV e V os principais povos bárbaros se deslocaram em direção ao Império Romano,

empurrados pelos Hunos que vinham do oriente, levando pânico e destruição aonde chegavam. Esse processo acabou por precipitar a fragmentação do império, já decadente devido à crise do escravismo e a anarquia militar.

Principais Povos Bárbaros: Francos: estabeleceram-se na região da atual França e fundaram o Reino Franco (veja exemplo

de obra de arte abaixo). Lombardos: invadiram a região norte da Península Itálica. Anglos e Saxões: penetraram e instalaram-se no território da atual Inglaterra. Burgúndios: estabeleceram-se na sudoeste da França. Visigodos: instalaram-se na região da Gália, Itália e Península Ibérica (veja exemplo abaixo da

arte visigótica). Suevos: invadiram e habitaram a Península Ibérica. Vândalos: estabeleceram-se no norte da África e na Península Ibérica. Ostrogodos: invadiram a região da atual Itália.

Economia, Arte, Política e Cultura dos Bárbaros Germânicos

A maioria destes povos organizava-se em aldeias rurais, compostas por habitações rústicas feitas de barro e galhos de árvores. Praticavam o cultivo de cereais como, por exemplo, o trigo, o feijão, a cevada e a ervilha. Criavam gado para obter o couro, a carne e o leite. Dedicavam-se também às guerras como forma de saquear riquezas e alimentos. Nos momentos de batalhas importantes, escolhiam um guerreiro valente e forte e faziam dele seu líder militar. Os bárbaros eram politeísta, pois adoravam deuses representantes das forças da natureza. Odin era a principal divindade e representava a força do vento e a guerra. Para estes povos havia uma vida após a morte, onde os bravos guerreiros mortos em batalhas poderiam desfrutar de um paraíso.

A mistura da cultura germânica com a romana formou grande parte da cultura medieval, pois muitos hábitos e aspectos políticos, artísticos e econômicos permaneceram, durante toda a Idade Média.

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Feudalismo

O Feudalismo foi o modo de produção da Europa Ocidental, durante grande parte da Idade Média. As origens do feudalismo remontam ao século III, quando o sistema escravista de produção

no Império Romano entrou em crise. Diante da crise econômica e das invasões germânicas, muitos dos grandes senhores romanos abandonaram as cidades e foram morar nas suas propriedades no campo. Esses centros rurais, conhecidos por vilas romanas, deram origem aos feudos medievais. Muitos romanos menos ricos passaram a buscar proteção e trabalho nas terras desses grandes senhores. Para poderem utilizar as terras, no entanto, eles eram obrigados a entregar ao proprietário parte do que produziam, estava instituído assim, o colonato.

Aos poucos, o sistema escravista de produção no Império Romano ia sendo substituído pelo regime de colonato ou sistema servil de produção, que iria predominar na Europa feudal. Nascia, então, o regime de servidão, onde o trabalhador rural é o servo do grande proprietário.

No sistema feudal, o rei concedia terras a grandes senhores. Estes, por sua vez, davam terras a outros senhores menos poderosos chamados cavaleiros, que, em troca lutavam a seu favor.

Quem concedia a terra era um suserano, e quem a recebia era um vassalo. As relações entre o suserano e o vassalo eram de obrigações mútuas, estabelecidas através de um juramento de fidelidade. Quando um vassalo era investido na posse do feudo pelo suserano, jurava prestar-lhe auxílio militar. O suserano, por sua vez, se obrigava a dar proteção jurídica e militar ao vassalo.

O feudo (terra) era o domínio de um senhor feudal, o centro da vida econômica e social. Não se sabe o tamanho médio desses feudos. Cada feudo compreendia uma ou mais aldeias, as terras cultivadas pelos camponeses, a floresta e as pastagens comuns, a terra pertencente à igreja paroquial e a casa senhorial, que ficava melhor cultivável. A base do sistema feudal eram as relações servis de produção. Os servos viviam em extrema miséria, pois, além de estarem presos a terra por força de lei, estavam presos aos senhores, a quem deviam obrigações como: - a talha; - a corvéia; - as banalidades.

A talha era a obrigação de o servo dar, a seu senhor, uma parte do que produzia. Essa parte, em geral, correspondia à metade.

A corvéia era a obrigação que o servo tinha de trabalhar de graça alguns dias por semana no manso senhorial, ou seja, no cultivo das terras reservadas ao senhor.

As banalidades eram os pagamentos que os servos faziam aos senhores pelo uso da destilaria, do forno, do moinho, do celeiro etc.

Além, disso, uma parte da sua produção era destinada à Igreja. Tudo isso levava a um baixíssimo índice de produtividade, pois, além de as técnicas serem rudimentares, os servos não tinham a menor motivação para desenvolvê-las porque sabiam que, quanto mais produzissem, mais os senhores lhes sugariam.

O feudo era auto-suficiente, isto é, produzia quase tudo que se precisava para sobrevivência. Nessa época o comércio era praticamente inexistente. Havia pouca circulação de moeda. Por isso, quase sempre faziam trocas de um produto por outro. A principal atividade no feudo era a agricultura que garantia o sustento de servos e senhores. Portanto, o modo de produção da Idade Média chamou-se de Feudalismo e a principal atividade econômica era a agricultura.

A sociedade feudal era dividida em estamentos, isto é, uma sociedade composta por camadas estanques, em que a passagem de uma camada social para a outra era praticamente impossível. De acordo com a função específica de cada camada alguns historiadores classificam-na como uma sociedade formada por aqueles que lutam (nobres), aqueles que rezam (clero) e aqueles que trabalham (servos).

O poder na sociedade feudal estava nas mãos dos senhores feudais e da Igreja. Os fatores que mais contribuíram para o declínio do sistema feudal foram o ressurgimento do

comércio e o crescimento das cidades. Com o crescimento das cidades, os camponeses passaram a

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vender mais produtos e, em troca, conseguir mais dinheiro. Com o dinheiro alguns puderam comprar a liberdade. Outros simplesmente fugiram para as cidades em busca de melhores condições de vida.

Portanto, o modo de produção da Idade Média chamou-se de Feudalismo e a principal atividade econômica era a agricultura. COTRIM, Gilberto. Idade Média. História Geral: para uma geração consciente - da antiguidade aos tempos atuais. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1988. (Adaptado).

A Igreja na Idade Média

Quando os bárbaros invadiram as terras do Império Romano a Igreja já era instituição organizada com muitos fiéis. Desta forma, o catolicismo se impôs como a principal religião na Europa Ocidental.

Além de rica, a Igreja também ditava as normas sobre os costumes e a moral. Estava presente em cada momento e em cada ato dos cristãos. O medo do castigo depois da morte é que regulava a vida dos cristãos e isto os impedia de pecar, conformando-se com aquela vida, como ela era.

A Igreja regulamentava as relações entre as pessoas (casamento, doação de feudo, etc.); definia o que deveria ser feito em cada hora: o tempo de oração, jejum, de guerra e de paz.

Era função da Igreja, administrar a justiça. Julgava os casos, baseando-se no Direito Canônico, o qual regulava inúmeras relações e instituições sociais. Aqueles que se afastavam de suas normas sofriam severas punições. Para combater os hereges, a Igreja criou o Tribunal do santo Ofício da Inquisição (1233). As acusações poderiam ser anônimas. Os processos instaurados transmitiam à massa de fiéis o medo e o terror. As acusações mais comuns eram: blasfêmia, desacato, bruxaria, sodomia, etc. As penas incluíam: excomunhão, confisco de bens, exílio, prisão perpétua, açoites públicos e morte na fogueira. Outra função da Igreja era dar assistência às viúvas, pobres, órfãos, asilos, hospitais e às vítimas das pestes e epidemias. Além disso, era responsável pelo ensino nas escolas.

Cruzadas

As Cruzadas eram expedições militares organizadas pela Igreja Católica para salvar os lugares santos do Cristianismo em Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos sobre os muçulmanos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através da captura e do assassinato, de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé.

Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela libertação de Jerusalém. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate. Após isso, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Sob liderança de Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos peregrinos.

Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação.

Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo

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Coração de Leão, e Luís IX. Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa.

Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas

rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.

Peste Negra

Em meados do século XIV, uma doença devastou a população européia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram entre esta doença, guerras e fome. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue, e pus, espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos. Muitos fugiam para o campo com medo de ser infectados. COTRIM, Gilberto. História geral: para uma geração consciente - da antiguidade aos tempos atuais. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1988. (Adaptado).

Baixa Idade Média (séc. XI a XV)

A Baixa Idade Média é o período da história Medieval que vai do século XIII ao XV. Corresponde a fase em que as principais características da Idade Média, principalmente o feudalismo, estavam em transição. Ou seja, é uma época em que o sistema feudal estava entrando em crise. Muitas mudanças econômicas, religiosas, políticas e culturais ocorrem nesta fase.

Mudanças na forma de produzir O século XIII representou uma época de avanços tecnológicos na área agrícola. O

desenvolvimento do arado de ferro com rodas, do moinho hidráulico e a utilização da atrelagem dos animais (bois e cavalos) pelo peito representaram uma evolução agrícola importante, trazendo um aumento significativo na produção dos gêneros agrícolas.

Crescimento demográfico O século XIII foi marcado também pela diminuição nas guerras. Vivenciou-se neste período

uma situação de maior tranquilidade em função do fim das cruzadas. Este clima de paz em conjunto com o aumento na produção de alimentos significou um significativo aumento populacional no continente europeu. Este crescimento demográfico foi interrompido em meados do século XIV com a peste bubônica, que matou cerca de um terço da população europeia.

Renascimento Comercial e Urbano Quando retornavam das cruzadas, muitos cavaleiros saqueavam cidades no oriente. O material

proveniente destes saques (joias, tecidos, temperos, etc) eram comercializados no caminho. Foi neste contexto que surgiram as rotas comerciais e as feiras medievais. A saída dos muçulmanos do mar Mediterrâneo também favoreceu o renascimento comercial.

Foi neste contexto que começou a surgir uma nova camada social: a burguesia. Dedicados ao comércio, os burgueses enriqueceram e dinamizaram a economia no final da Idade Média. Esta nova camada social necessitava de segurança e buscou construir habitações protegidas por muros. Surgia assim os burgos que, com o passar do tempo, deram origem a várias cidades (renascimento urbano).

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As cidades passaram a significar maiores oportunidades de trabalho. Muitos habitantes da zona rural passaram a deixar o campo para buscar melhores condições de vida nas cidades europeias (êxodo

rural). Com a diminuição dos trabalhadores rurais, os senhores feudais tiveram que mexer nas obrigações dos servos, amenizando os impostos e taxas. Em alguns feudos, chegaram a oferecer pequenas remunerações para os servos. Estas mudanças significaram uma transformação nas relações de trabalho no campo, desintegrando o sistema feudal de produção.

Com o aquecimento do comércio surgiram também novas atividades como, por exemplo, os cambistas (trocavam moedas) e os banqueiros (guardavam dinheiro, faziam empréstimos, etc).

Estes novos componentes sociais (burgueses, cambistas, banqueiros, etc) passaram a começar a se preocupar com a aquisição de conhecimentos. Este fato fez surgir, nos séculos XII e XIII, várias universidades na Europa. Estas instituições de ensino dedicavam-se ao aos conhecimentos matemáticos, teológicos, medicinais e jurídicos.

Alguns fatos históricos importantes ocorridos na Baixa Idade Média: - Cisma entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente (1054) - O papa Urbano II convoca a Primeira Cruzada com o objetivo de libertar a Terra Santa (1095) - A Inquisição foi instituída pelo papa Gregório IX (1231) - Início da Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra (1337) - Chegada dos espanhóis, liderados por Cristovão Colombo, à América (1492).

Baixa Idade Média. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/idademedia/baixa_idade_media.htm Acesso em 09/08/2017.

Referências I Parte História Fundamental BAIXA Idade Média. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/idademedia/baixa_idade_media.htm Acesso em 09/08/2017. COTRIM, Gilberto. Democracia Ateniense. In: _____ História Geral: para uma geração consciente - da antiguidade aos tempos atuais. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1988. (Adaptado). COTRIM, Gilberto. Egito. In: _____ História Geral: para uma geração consciente - da antiguidade aos tempos atuais. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1988. COTRIM, Gilberto. Grécia. In: _____ História Geral: para uma geração consciente - da antiguidade aos tempos atuais. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1988. (Adaptado). COTRIM, Gilberto. Períodos da Pré-História. In: _____ História Global: Brasil e Geral. Volume 1. São Paulo: Saraiva,2010. COTRIM, Gilberto. Roma. In: _____ História Geral: para uma geração consciente - da antiguidade aos tempos atuais. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1988. (Adaptado). COTRIM, Gilberto; ALENCAR, Álvaro Duarte de. Mesopotâmia. In: _____ História Geral: para uma geração consciente - antiga e medieval. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1985. (Resumo). COTRIM, Gilberto; Alencar, Álvaro Duarte de. O Desenvolvimento da Civilização. In: _____ História Geral: para uma geração consciente - antiga e medieval. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1985. PRÉ-HISTÓRIA Brasileira. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiag/prehistoria-brasileira.htm>. Acesso em 27.02.2017. FERNANDES, Claudio. Sociedade Romana. Disponível em: http://historiadomundo.uol.com.br/romana/sociedade-romana.htm. Acesso em 05.07.2017. FILOSOFIA na Grécia. Disponível emhttp://www.historiamais.com/filosofiagrega.htm Acesso em 09/08/2017. GOMES, Cristiana. Pré-História. Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/pre-historia/Acesso em 10.05.2017. ROMA Antiga. Disponível em: https://fragmentosdahistoria.wordpress.com/textos/didaticos/roma-antiga-o-legado-romano/ Acesso em 09/08/2017. MITOLOGIA Grega. Disponível em: http://www.bepeli.com.br/g/mitologia_grega.html. Acesso em 07.07.2017. ORGANIZAÇÃO Política Romana. Disponível em: historiadomundo.uol.com.br/romana/organizacao-politica-romana.html. Acesso 05.07.2017. ORIGENS da Humanidade. Disponível em: http://www.sohistoria.com.br/ef2/evolucao/p3.php. Acesso em 10.05.2017. PINTO, Tales dos Santos. Evolucionismo. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/evolucionismo.htm. Acesso em 10.05.2017. POLÍTICA “Pão e Circo”. Disponível em: http://verdademundial.com.br/2015/03/politica-pao-e-circo/ Acesso em 09/08/2017.

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ROMA Antiga (O Legado Romano). Disponível em: SOUSA, Rainer Gonçalves. "Mesopotâmia – Sociedade e Cultura"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiag/mesopotamia-sociedade-cultura.htm>. Acesso em 15 de maio de 2017. SOUSA, Rainer Gonçalves. "Pré-História brasileira"; Brasil Escola.

Roteiro de Estudo. I Parte

Ler, resumir, gravar (celular) e escutar. Origem do Homem

01.Compare as explicações Criacionista e Evolucionista, no que se refere ao surgimento da vida humana. 02. Como os gregos e os cristãos medievais explicavam a origem do homem? 03. Explique as palavras-chaves do texto: a) seleção natural b) evolucionismo ou evolução biológica c) Homo sapiens sapiens d) A Origem das Espécies A Pré-História 01. Quais os períodos da Pré-História? 02. Caracterizar a vida do homem no período Paleolítico. 03. Caracterizar a vida do homem no período Neolítico. 04. O que é revolução agrícola ou neolítica? 05. Quais as mudanças ocorridas na Idade dos Metais?

06.Quais as características da civilização? Mesopotâmia

01.Porque a Mesopotâmia é a “terra entre rios”? 02. Qual a importância da Mesopotâmia na antiguidade? 03. Cite os povos da Mesopotâmia. 04. Por que os assírios se destacaram na história da Mesopotâmia? 05. Quem foi Hamurábi? Qual a sua importância? 06. O que significava a Lei de Talião? 07. Quais os destaques da cultura na Mesopotâmia? 08. O que eram zigurates? Egito Antigo

1- Onde se localiza o Egito? 2- Qual a importância do Nilo para o Egito? 4- Como ocorreu a unificação do Egito? 5- Cite os principais fatos dos períodos da História Política do Egito Antigo. 6- Utilizando o desenho de uma pirâmide, mostre como se organizava a sociedade egípcia. 7- O que é monarquia teocrática? 8- Destaque três traços marcantes da religião egípcia. 9- Porque os egípcios mumificavam os corpos? 10-Cite três características da economia egípcia. 11- Explicar os termos: a) hieróglifos

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b) demótica c) mastabas d) hipogeu Grécia Antiga 01. Qual o modo de produção de Grécia Antiga? 02. Cite os períodos da história política da Grécia, destacando os principais fatos. 03. O que era polis? Quais as principais polis da Grécia? 04. Caracterizar a religião grega.

05. Conceituar Mitologia.

06. Qual o significado da palavra filosofia? 07. Quais as características gerais da arte grega? 08. Como funcionava a democracia ateniense? 09. Dar significados: a) Moira b) Zeus c) Hera d) Oráculos e) Delfos 11. Como era o culto grego? 12. Por que a religião grega era uma espécie de contrato? 13. Quem eram os sacerdotes gregos? Roma Antiga 01. Cite os períodos da história políticas de Roma com as suas respectivas formas de governo. 02. O que eram Guerras Púnicas? 03. O que era triunvirato? Indique como foi formado cada um deles. 04. O que se entende por pax romana?

05. Destaque os principais fatos do governo de Constantino. 06. Como funcionava a política do pão e circo?

07. Explique as expressões: a) patrícios b) plebeus c) proletariado d) escravos 08. Quem eram os bárbaros na concepção dos romanos? Como eles entraram no Império Romano? 09. Qual a importância da data de 476? Idade Média 01. Cite os nomes dos três impérios da Idade Média? 02. Caracterizar a Alta e a Baixa Idade Média. 03. Quais os principais grupos bárbaros? 04. Como era o modo de vida bárbaro. 05. Sobre o Feudalismo explicar, resumir ou comentar as palavras-chave. a) regime de colonato b) senhores feudais c) cavaleiros]suseranos d) vassalos e) feudo f) talha g) corveia

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h) banalidade i) agricultura j) camadas sociais k) poder político l) causas da decadência