licenciamento ambiental

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Licenciamento Ambiental

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  • O SETOR DAS ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO E A RESPONSABILIDADE SCIO-AMBIENTAL Reinaldo D. SampaioDiretor PEVAL S.A.Presidente do SIMAGRAN-BaVice-Presidente da ABIROCHAS

  • CONTEXTODuas grandes e cruciais questes inquietam as sociedades contemporneas e esto a exigir solues inadiveis:

    A primeira delas a constatao de que os sistemas econmicos hegemonizados pelo grande capital e pela grande empresa geradora incessante de novas tecnologias, apesar dos benefcios materiais alcanados, no lograram assegurar o bem estar dos povos, nem mesmo nas economias desenvolvidas pior ainda nos paises em desenvolvimento, onde o processo crescente de excluso social e de miserabilidade humana, pe em risco o futuro dessas naes.

  • CONTEXTO (cont.)A segunda questo a da preservao do meio-ambiente, fortemente ameaado, inclusive pela misria social. Diante da inevitabilidade do uso das riquezas sociais (recursos naturais) imperioso assegurar o aproveitamento racional e intensivo (otimizado) dessas riquezas.

    Os dois desafios acima impem queles que tem a responsabilidade de planejar e contribuir com o desenvolvimento econmico e social, conceber estratgias endgenas inovadoras, que leve a uma via trplice, baseada simultaneamente na relevncia social, prudncia ecolgica e viabilidade econmica, os trs pilares do desenvolvimento sustentvel.

  • CONTEXTO (cont.)Nesse contexto o segmento das rochas ornamentais e de revestimentos apresenta-se como uma efetiva oportunidade de contribuir com os esforos para mitigar esses problemas dada a favorabilidade geolgica brasileira, o elevado nvel de empregabilidade por investimento direto, e a sua estruturao em micro, pequenas e mdias empresas, integradas ao comrcio internacional.

  • CONTEXTO (cont.)No mbito da minerao, a rigidez geolgica determina que expressiva parcela dos empregos diretos do setor, ocorra nas regies interiores do pas, a exemplo da regio do semi-rido nordestino, onde as condies sociais alcanam nveis intolerveis, contribuindo a atividade mineira de rocha ornamental para:* Gerao de emprego e renda e reduo do xodo rural-urbano.* Desconcentrao espacial da atividade industrial.* Transformao do bem mineral em riqueza mineral.

  • CONTEXTO (cont.)* Gerao de empresas de pequeno e mdio portes, internacionalizadas, geradoras de divisas que proporcionam reconhecido efeito multiplicador na economia interna. * Baixo ou nulo impacto ambiental, ocupando uma rea mdia de 3,5ha por pedreira, o que a caracteriza como minerao de pequeno porte. Entretanto, a lavra de rochas ornamentais tem sido cerceada, em geral, por uma legislao ambiental que seria prpria para atividades que geram risco de contaminao dos solos e das guas por utilizao de insumos qumicos; que ameaam a segurana das populaes do seu entorno ou aquelas cuja escala operacional caracteriza-as como de grande porte.

  • CONTEXTO (cont.)Outras vezes a atividade obstaculizada por exigncias tecnicamente imprprias, por no encontrarem respaldo em tecnologia disponvel, fator determinante da lgica econmica. Esses fatos, aliados determinao de prazos para o atendimento das demandas dos empreendedores, tm contribudo para levar informalidade ou irregularidade operacional, em especial as micro e pequenas empresas, inibindo os esforos setoriais de regularizao da atividade, alm de estabelecer uma concorrncia desleal interempresarial e macular a imagem do setor perante a sociedade e o mercado.

  • CONTEXTO (cont.)H ainda o risco do arbtrio, decorrente de um certo senso de poder potestativo que eventualmente inspira o fiscal ambiental.Avanos positivos tm sido alcanados, a exemplo do convnio de cooperao entre o DNPM - Departamento Nacional de Produo Mineral e o CRA Centro de Recursos Ambientais na Bahia, resgatando os conceitos e particularidades da minerao quando da determinao das exigncias ambientais.

  • CONTEXTO (cont.)Outra questo central e sempre negligenciada, tanto pela classe empresarial (com foco na atividade empreendedora) quanto pela classe laboral (com foco no emprego e renda) a anlise crtica e a ao poltica contra projetos de lei cerceadores da atividade econmica, seja por extrapolar o princpio da razoabilidade, seja por estigmatizar a atividade mineira.

  • CONTEXTO (cont.)Portanto, o desenvolvimento do setor requer a reviso da legislao ambiental, de modo que alm da tipificao da lavra de rocha ornamental contemple as especificidades naturais regionais em um pas to extenso e diverso como o Brasil, objetivando o aperfeioamento legal para, sem prejuzo dos cuidados ambientais pertinentes, liberar o potencial econmico da minerao brasileira. Vale notar que a minerao de rochas ornamentais pode desenvolver-se sem acumulao de resduos slidos, o nico gerado no processo produtivo.

  • CONTEXTO (cont.)As caractersticas geolgicas, as tecnologias disponveis e as exigncias de mercado permitem o aproveitamento econmico do produto Bloco em nvel nunca superior a 35% do material lavrado, podendo ser de at 10% no caso de materiais de elevado valor econmico e alto ndice de fraturamento (ex.: Quartzitos Azuis); entretanto devemos incorporar o conceito de estoque para a parcela lavrada remanescente, passvel de ser destinada ao aproveitamento econmico atravs de tecnologias adaptadas, objetivando a racionalidade produtiva e incluso social.

  • CONTEXTO (cont.)A parcela de material lavrado, no aproveitado economicamente de forma imediata como produto bloco, no necessariamente resduo, estoque, passvel de ser aproveitado a partir de um sistema integrado de produo da atividade empresarial incorporada economia de mercado, com o aproveitamento secundrio (paraleleppedos, meio-fios, placas rsticas para revestimento, artesanato mineral e pedra britada) com atividades proto-capitalistas de relevante impacto social. Dessa forma alcana-se resultados e respostas a dois desafios da atualidade: A incluso social e o aproveitamento racional e intensivo das riquezas sociais (recursos naturais).

  • CONTEXTO (cont.)A implementao dessa estratgia deve ser um compromisso comum, dos agentes pblicos e privados, objetivando facilitar e estimular prticas integradas de aproveitamento econmico dos estoques de material lavrado, viabilizando o aproveitamento intensivo das reservas minerais, bem como, adequando a Legislao ambiental, tributaria e trabalhista, levando-se em considerao as especificidades naturais regionais e as necessidades sociais locais.

  • CONTEXTO (cont.)O caminho para isto a integrao dos interesses das comunidades municipais com os das empresas de minerao, intermediada pelos poderes pblicos, de modo a viabilizar o aproveitamento econmico dos estoques remanescentes das pedreiras, atravs do artesanato mineral, da produo de paraleleppedos, de meios-fios, de placas para revestimento, da explorao comunitria e ainda da britagem dos resduos remanescentes, agregando valor e transformando em riqueza o estoque remanescente. Esses produtos podem ser direcionados a programas de mutiro assistido para construo de casas populares e infra-estrutura urbana, contribuindo para reduzir o dficit habitacional do pas, estimado em 7 milhes de unidades.

  • CONTEXTO (cont.)Transformar a questo ambiental em oportunidade, atravs da insero produtiva de excludos e semi-excludos criando oportunidade para desenvolver nova atividade produtiva, reduzindo as perdas de produo e o impacto ambiental. Ou seja, conservar o meio ambiente, gerar renda e criar oportunidades de trabalho atravs do aproveitamento racional intensivo do patrimnio social.

  • Nesse sentido prope-se: Transformar a questo ambiental em oportunidade, atravs da insero produtiva de excludos e semi-excludos criando oportunidade para desenvolver nova atividade produtiva, reduzindo as perdas de produo e o impacto ambiental. Ou seja, conservar o meio ambiente, gerar renda e criar oportunidades de trabalho atravs do aproveitamento racional intensivo do patrimnio social.

  • Nesse sentido prope-se: Desburocratizar e simplificar os instrumentos legais para a pesquisa e explotao das rochas ornamentais e de revestimento caracterizada como pequena minerao.Reconhecer que as caractersticas geolgicas, as tecnologias disponveis e as exigncias de mercado limitam o aproveitamento econmico do produto Bloco.Incorporar o conceito de estoque para a parcela lavrada remanescente, e viabilizar aproveitamento econmico, com o apoio dos rgos de fomento e fiscalizao, atravs de tecnologias adaptadas objetivando incluso social.

  • Nesse sentido prope-se: Adequar a Legislao ambiental levando-se em considerao as especificidades da minerao de pequeno porte, bem como, as particularidades naturais regionais e as necessidades sociais locais. Compor, adicionalmente, o quadro funcional tcnico dos rgos estaduais de meio ambiente com profissionais de nvel superior formados em cincias sociais.

  • Deve-se tambm avanar no fomento aos sistemas (arranjos) produtivos locais, estaduais ou regionais, atravs de trs linhas fundamentais de atuao: A) Criao de agencias de desenvolvimento voltada dinamizao das redes horizontais de cooperao; B) Bancos de cluster como base do financiamento das empresas abrangidas por esses arranjos e C) Tecnocentros setoriais que promovam a disseminao de tecnologias, capacitao e assistncia tcnica a essas empresas; paralelamente deve-se promover o adensamento de cadeias produtivas.

  • Com relao questo dos Tecnocentros, citamos, por exemplo, o RETEC-ROCHAS, que se constitui em uma rede de preservao e difuso de tecnologias do setor. O fortalecimento da difuso tecnolgica um fator determinante na modernizao da gesto empresarial, no aperfeioamento das prticas comerciais e operacionais internacionais, e em especial na consolidao das boas prticas mineiras, incorporadas da responsabilidade scio-ambiental, a includas a segurana e a sade dos trabalhadores.

    Alis, com relao questo ambiental, podemos afirmar que no universos de cerca de 1.800 frentes de lavras em operao, no h registro de acidentes ambientais, o que refora a necessidade de tratamento especial e diferenciado para o setor.

  • Outro exemplo so os Centros Tecnolgicos regionais relacionados ao meio-ambiente e minerao, onde destaco a experincia pioneira do Projeto Pedreira-Escola na Bahia. A Pedreira-Escola tem cumprido um papel importante, tanto na capacitao da fora de trabalho, quanto na difuso terica e prtica do uso de novas tecnologias de desenvolvimento e lavra de rochas ornamentais, privilegiando a questo ambiental.

  • Interagindo com centros de pesquisa, universidade, empresas privadas e entes governamentais, forma mo-de-obra para o setor das rochas ornamentais e introduz o conhecimento de novas tecnologias de extrao, novos equipamentos e insumos atravs de parcerias com os respectivos fabricantes. No tocante aos estoques remanescentes das pedreiras, busca desenvolver novas formas de aproveitamento, atravs de pesquisa e orientao de alternativas. Interage tambm, com os centros tcnicos educacionais de nvel mdio, os CEFETs.

  • No presente momento, as entidades com interesses comuns na Pedreira-Escola (CBPM CETEM SIMAGRAN-BA ABIROCHAS), buscam redefinir sua configurao, o alcance dos seus cursos aos engenheirandos da especialidade da geologia e minerao, bem como suas fontes mantenedoras, de modo a assegurar a perenidade desse importante projeto.

  • Creio portanto que, a questo ambiental deve ter uma abordagem holstica, interdisciplinar, interagindo a viso dos cientistas naturais e dos cientistas sociais, com a atividade empresarial objetivando a construo de caminhos inovadores para uso e aproveitamento econmico da natureza, respeitando a sua diversidade e as necessidades sociais. Promover o aproveitamento econmico e ao mesmo tempo a conservao, requer a escolha de estratgias corretas de desenvolvimento em vez de simplesmente multiplicarem-se exigncias restritivas que tornam tais reservas inviolveis, portanto inteis.

  • Finalizando, devo salientar que o tema aqui abordado, embora enfoque empresas, negcios, oportunidades empresariais e riquezas, no se limita e no guarda exclusividade com o econmico.

    O que me motiva nessa abordagem a perspectiva do desenvolvimento rigorosamente entendido como meio para a promoo moral e material dos seres humanos. Desenvolvimento enquanto sinnimo de incluso social digna e justa. Desenvolvimento como compromisso com a vida de seres humanos diante do absurdo da pobreza, que, como afirmara um dia o filsofo Martin Heidegger: Diante do mundo do absurdo o compromisso sincero com a vida que d sentido vida!