jornal opinião de 9 de março de 2012

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Henrique Pedersini LEIA TAMBÉM HOMENAGEM A incrível história de Helena Mazzo Fontana Sér i e Mulheres Páginas 10 e 11 Ângela Reale SUMIÇO DE R$ 1 MILHÃO INTRIGA ROCA SALES HOSPITAL ROQUE GONZÁLES ELEIÇÕES 2012 Prefeito Paulo Costi dá sinal verde para concorrer à reeleição Página 15 Nova diretoria quer saber onde foi parar dinheiro que estava registrado na contabilidade da instituição. Grupo pede ajuda da comunidade para recuperar a credibilidade da Casa de Saúde que já foi referência no Vale do Taquari. Página 16 PROMOÇÃO Delegada Elisabete assume comando do Vale Página 25 Diogo Daroit Fedrizzi/Arquivo JO

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Veículo do Grupo Encantado de Comunicação, da cidade de Encantado/RS

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Page 1: Jornal Opinião de 9 de março de 2012

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LEIA TAMBÉM

HOMENAGEM

A incrível história de Helena Mazzo Fontana

Série

Mulheres

Páginas10 e 11

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ela

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SUMIÇO DE R$ 1 MILHÃOINTRIGA ROCA SALES

HOSPITAL ROQUE GONZÁLES

ELEIÇÕES 2012Prefeito Paulo Costi dá sinal verde

para concorrer à reeleiçãoPágina 15

Nova diretoria quer saber ondefoi parar dinheiro que estavaregistrado na contabilidade dainstituição. Grupo pede ajudada comunidade para recuperara credibilidade da Casa deSaúde que já foi referência noVale do Taquari. Página 16

PROMOÇÃODelegada

Elisabete assume comando do Vale

Página 25

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[email protected]

5JORNAL OPINIÃO n 09 de março de 2012COLUNA MILTON FERNANDO

Um festão

A escolha da Mãe do Ano eoutras atividades relativasao Dia Internacional da Mu-lher foram realizadas ontemna Comunidade do Lajeadi-nho. A Rádio EncantadoAM 1580 esteve presentedurante o dia levando infor-mações para seus ouvintes.

*** Edson BrumO deputado estadual Edson Brum (PMDB)esteve na última se-

gunda-feira (5) visitando o Grupo Encantado de Comunicação,.Entre outras informações, as abaixo foram fruto da conversa re-gada a um bom mate:

1- Só é candidato em Santa Cruz do Sul se o Partido coligarcom o PP, tendo Helena Hermany como vice, dupla que as pes-quisas mostram ter potencialidade para vencer o pleito de outu-bro;

2- Acha que o partido concorrerá com chapa própria em La-jeado, numa coligação com o PTB, e outros partidos, não descar-tando a possibilidade de ter Sérgio Knipoff (PT) de vice;

3- Acha que em Encantado o ritmo precisa ser acelerado;4- Espera o futuro de Mendes Ribeiro para definir o seu, caso

não concorra em Santa Cruz do Sul, e o atual ministro não con-correr em 2014, a disputa por vaga na Câmara dos Deputadosdeve ser o destino.

Este colunista,após a AES Sul vir aEncantado e, em vezde levar os anseios dacomunidade, mostrouum filme mostrandoos prêmios conquis-tados, instituiu o“Prêmio Liquinho deOuro”, que ela rece-berá pelo belo traba-lho realizado na RuaTiradentes, em En-cantado. Antes detrocar o poste, se fezuma amarração,agora, estamos espe-rando o poste e o su-porte apodreceremjuntos.

A foto fala sozinhaFotos: Bolivar Neto

LeitãoFestA comunidade de Putinga está esperando um grande público

no mês de abril, quando será realizada mais uma LeitãoFest, oShow de Milionário e José Rico é o grande momento desta edição.O prefeito Waldir Possebom acredita num grande público quandoda realização do Show da dupla.

Milton Fernando

Partindo do primeiro mandatário do município, Jatir Radaelli, é com entusiasmo que a comunidade está vendo a realização de umsonho se concretizando, a ligação asfáltica com a cidade está em ritmo acelerado. Até junho, a rodovia deve estar pronta até a ponte e,se o tempo permitir, até dezembro pode estar sendo inaugurada. Grande notícia.

Relvado felizFotos: Milton Fernando

Prefeito Valdir Possebom

Stacke com uma das candidatas

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dIOGO dArOIT FEdrIzzI

Encantado - Na volta à Câmara de Vereadores,após um período de recesso, o ex-presidente do Le-gislativo, Valdecir Gonzatti (PMDB) fez uma mani-festação importante na tribuna.

Ele descartou qualquer possibilidade de se lan-çar candidato a prefeito e garantiu que vai buscara reeleição para vereador. “Pelo meu trabalhodesde 2009 e pelo ano passado como presidenteda Casa, quando tive uma prestação de contas edisse onde foram investidos os R$ 500 mil, isso au-tomaticamente nos credencia a concorrer a umareeleição a vereador. E meu candidato a prefeito éAgostinho Jose Orsolin, que eu o credencio ao na-tural a concorrer pelo PMDB, diante de tudo o que

fez e temmuito maispara fazer”,comentou.

Valdecirtambém en-fatizou quevai cobraras promes-sas de cam-panha do prefeito Paulo Costi, principalmente, emrelação ao Anel Viário, “Sabemos que tem um em-bate jurídico para a desapropriação da área de ter-ras. Mesmo assim acredito que a obra saia este ano.Estou sendo tolerável em algumas coisas, mas logoaí na frente vamos cobrar”.

Porto Alegre - Uma comitivaencantadense esteve reunida, natarde de ontem, com represen-tantes da Agência Estadual de Re-gulação dos Serviços PúblicosDelegados do Rio Grande do Sul(Agergs).

O grupo, representado pelossecretários Roberto Turatti e Lu-ciano Moresco, além do presi-dente da Comissão de Infraestrutura da Câmara,vereador Jonas Calvi, conversou com o ex-presi-dente da entidade, Edmundo Fernandes da Silva, ecom Eleonora da Silva Martins, que são responsá-veis por analisar os serviços das concessionáriasde energia elétrica.

Segundo Jonas, na próxima semana, a AGERGSenviará representantes a Encantado para repassaros procedimentos técnicos a fim de formalizar de-núncia contra a AES Sul na própria Agência. “Que-remos contar com a participação da Aci-e e doConselho Pró-Desenvolvimento neste encontro”,disse Jonas.

7JORNAL OPINIÃO n 09 de março de 2012CâMARA DE vEREADOREs/GERAL

Brasília - Os vereadores en-cantadenses Cláudio Roberto daSilva (PMDB), Arno Bagatini (PP)e Everaldo Delazeri (PDT) estãogestionando em Brasília, com osparlamentares gaúchos, a libera-ção de recursos para investi-mentos na área da sáude domunicípio.

Os legisladores obtiveram dodeputado Renato Molling (PP),

coordenador da bancada gáucha,a confirmação de uma emendano orçamento federal de R$ 2milhões de reais para a implan-tação de UTI junto ao HBST.Além destes recursos, o parla-mentar irá destinar R$ 200 milpara a construção de um novoposto de saúde junto a Faterco.

O deputado Enio Bacci (PDT)garantiu aos vereadores a libera-

ção de uma emenda de R$ 130mil para a aquisição de um veí-culo de transporte de pacientesque necessitam realizar consul-tas e exames no Vale do Taquarie em Porto Alegre.

Outros R$ 150 mil são oriun-dos do deputado Alceu Moreira(PMDB), destinados para a ma-nutenção do Centro Oftalmoló-gico Regional.

Encantado - O departamento cultural do Grupo de Artes Na-tivas Anita Garibaldi realizou no dia 3 um evento para apresen-tar uma prévia do que será o espaço destinado à Galeria dePrendas e Patrões da entidade. Além de um chá, os participantesacompanharam uma palestra com a 2ª Prenda Juvenil do RioGrande do Sul, Janaína Matiello. Tradicionalistas de toda regiãoparticiparam do encontro, que faz parte do projeto “CultivandoNossas Origens”, do GAN Anita Garibaldi.

Anita apresenta galeria deprendas e patrões

Fotos: Margarete Hammes

MILTON FErNANdO

Encantado – A comunidadedo Bairro Lajeadinho recepcio-nou as demais comunidadesencantadenses, especialmente,os clubes de mães do municí-pio, em homenagem ao Dia In-ternacional da Mulher duranteo dia de ontem. O evento foipromovido pela Emater, STRde Encantado e AdministraçãoMunicipal. O ponto alto foi a es-colha da Mãe do Ano, concursoque é realizado sempre no mês

de março de cada ano, e neste,a escolhida é da Comunidadede São Roque.

Maria Lurdes Fraporti, quecompleta 70 anos no próximomês, tem uma presençaatuante na Comunidade de SãoRoque. Foi dela a ideia de fun-dar o Clube de Mães, em 1979,e dele já foi presidente em qua-tro oportunidades. Naqueletempo, Maria procurou a ex-tensionista da Emater onde re-cebeu a informação que eramno mínimo necessárias 10 só-cias. Ela conseguiu, após passar

de casa em casa, reunir 26 só-cias. Atualmente, o clube contacom 30 associadas.

Maria tem dois filhos e trêsnetos. Ela substitui como Mãedo Ano, Inês Rasche Pereira, daComunidade do Lajeadinho,eleita em 2011. No próximoano, a comunidade da esco-lhida irá realizar a festa no mêsde março. A mensagem que eladeixou para todos foi a se-guinte: “As mais lindas coisasda vida não podem ser vistasnem tocadas, mas sim sentidaspelo coração”. Inês entregou a faixa para Maria

Bolivar Neto

Maria Lurdes Fraporti é a mãe do ano

Vereadores gestionam recursos para a saúde

Agergs conhece problema de energia elétrica em Encantado

Divulgação

Valdecir quer a reeleição e diz que apoia Orsolin

Diogo Daroit Fedrizzi

Parte da galeria de prendas e patrões

Prendas responsáveis pelo evento

Galeria integra projeto Cultivando Nossas Origens

Prendas do Anita Garibaldi

Page 8: Jornal Opinião de 9 de março de 2012

8 JORNAL OPINIÃO n 09 de março de 2012 GERAL

FRATERNIDADE E SAÚDE PÚBLICA Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS

A Campanha da Fraternidade da CNBB semprenos propõe um tema para estudo, reflexão e açãodurante o tempo litúrgico da Quaresma. Trata-se,na verdade, de complementar a conversão pessoal,própria deste período, com uma conversão de cará-ter pastoral e sociopolítico. Neste ano de 2012, estáem pauta a Fraternidade e a Saúde Pública, cujolema sublinha uma frase bíblica: “que a saúde se di-funda sobre a terra...” (Eclo, 38,8).

A CF/2012 põe o dedo numa das feridas sociaismais profundas deste país. É como se os pastorespercorressem as longas filas do INSS, ouvissem osclamores de inú-meros doentesem busca de tra-tamento e sentis-sem suas“angústias e tris-tezas”, para usara expressão doConcílio Ecumê-nico Vaticano II.O Brasil é falhoem termos deatendimento pú-blico, mas não emtermos de leis re-lacionadas àsaúde, como ve-remos adiante. Originalmente, “o sistema único desaúde brasileiro [SUS] tem uma concepção filosóficahumanista-comunitária maravilhosa; é perfeita nateoria, mas na prática deixa muito a desejar, reve-lando-se um caos em termos de funcionamento”(Pe. Leo Pessini, in. Revista Vida Pastoral, nº 283,março-abril de 2012)

A Organização Mundial da Saúde (OMS), por suavez, define a saúde não como ausência de doenças, esim como o completo bem estar físico, mental e so-cial. Entretanto, por melhor que sejam, as leis nãobastam. O descompasso entre seu conteúdo e seucumprimento chega a ser quilométrico, para nãodizer infinito.

Nem precisaria concluir que o acesso aos meiosde saúde e aos respectivos remédios torna-se bemmais difícil entre alguns segmentos da população.Entre eles, podemos citar os imigrantes sem docu-mentos, os moradores de rua, os prisioneiros, os de-sempregados, as mulheres prostituídas, apopulação do campo... Mas a lista não é exaustiva.Nestes casos, vigoram muitas vezes a falta de co-nhecimento, as distâncias dos centros de saúde ou osimplesmente o medo de expor-se, como no casodos estrangeiros “sem papéis”.

Uma verdadeira política pública de saúde, deveconcentrar seus esforços na melhoria do SUS – o“Plano de Saúde” dos pobres. Equipamentos de úl-tima geração; profissionais bem remunerados;atendimento humanitário; rede ampla e integrada,nas mais diversas especialidades; remédios ao al-cance das famílias de baixa renda; descentralizaçãoda cidade para o campo, cobrindo todo territórionacional... Eis alguns dos desafios!

Pastoral da ComunicaçãoParóquia São Pedro - Encantado

Encantado – O município sediou na sexta-feira (2) oSeminário de Assuntos Contábeis, promovido pelo Con-selho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul(CRCRS). O evento aconteceu no Centro AdministrativoMunicipal e reuniu mais de 100 profissionais e estudan-tes da área. As palestras abordaram os temas “Notas ex-plicativas para PME´s – Aplicação prática”; “SubstituiçãoTributária – ICMS”; “Marketing Contábil para ManterClientes e Lucrar Mais”; e “Sped – PIS/Cofins”. As temáti-

cas foram abordadas por Karin Krauspenhar, Valéria Ritt,Anderson Hernandes e Daisy Machado.

Acompanharam o Seminário o presidente do CRCRS,Zulmir Breda, os vice-presidentes Celso Luft, Roberta Sal-vini, Antônio Carlos Palácios e a delegada regional de En-cantado, Ilani Bagatini. O vice-prefeito de Encantado, JoséCalvi, o agente da Receita Federal, Leandro Orçay, e o pre-sidente da Câmara, Eldo Orlandini, também participaramda abertura.

Seminário de Contabilidade reúne mais de 100 profissionais e estudantes

Fotos: Ângelo Delavy/Rádio Encantado

Contadora Valéria Ritt foi uma das palestrantes Público lotou o Auditório Brasil do Centro Administrativo

Encantado - A Escola Estadual deEnsino Fundamental Padre DomênicoVicentini completa nesta sexta-feira(9) 50 anos de fundação. Atualmentedirigida pela professora Márcia FrotaZanella, a instituição organiza as co-memorações do cinquentenário para aprimeira quinzena de outubro, quandoocorre a Semana da Escola.

Inicialmente, a Escola abrigou alu-nos do 1º ao 5º ano, alguns prove-nientes da Escola Farrapos, outrosmoradores de pequenas comunida-des onde não existia escola. Nos anos68 e 69, algumas salas foram cedidaspara o funcionamento de turmas doEnsino Secundário de alunos do Gi-násio Estadual de Encantado, paraacomodar a demanda de alunos quefrequentavam o Curso Ginasial, emvirtude do fechamento da EscolaMadre Margarida. Aqui fica popular-mente conhecida como Farrapinhos.

Em 1976, por sugestão da famíliade Joaquim Nardini, que havia doadoo terreno para a construção do edu-candário, a Escola passa a se chamarde Padre Domênico Vicentini, em ho-menagem ao primeiro missionário achegar a Encantado, vindo da Itália.Vicentini tornou-se grande incentiva-

dor da cultura e da educação no co-meço da colonização do município,em 1984.

Com o passar dos anos e com aexigência da clientela escolar, grada-tivamente, foram implantadas tur-mas de 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries,respectivamente, nos anos de 1993,1994, 1995 e 1996. Com isso foi pos-sível a conclusão da escolaridade doEnsino de Primeiro Grau. A primeiraturma formou-se em 1996.

Conforme a diretora Márcia, ao

longo do tempo, a Escola vem con-centrando sua ação pedagógica naformação de um cidadão íntegro,comprometido com a verdade e coma construção de uma sociedade maisjusta, humana e igualitária. “Nestatrajetória, os frutos estão aí e aqui,gerando novas sementes para perpe-tuar os ideais altruístas de professo-res, alguns já falecidos, e outrosrealizados pela abnegada doação everdadeiro amor às causas educacio-nais”, salienta.

* Nair Lorenzi - 1962 a 1963* Terezinha Tramontini – 1963 a 1966* Isolde de Conto – 1966 a 1967* Lilian Peretti Schaffer – 1967 a 1968* Arilene Z. Bratti – 1968 a 1972* Glicéria M.L. Radaelli – 1972 a 1988

* Adriana Bratti – 1988 a 1991* Denise da Rosa Pretto – 1991 a 1994* Nedi Teresinha Mattias – 1994 a 1999* Vani C. Casagrande – 1999 a 2003* Anaclete Longo – 2003 a 2011* Márcia Frota Zanella – 2011...

DIRETORES

Escola Padre Domênico Vicentini completa 50 anos

Festejos estão programados para outubro, quando acontece a Semana da Escola

Divulgação

Escola ficou popularmente conhecida por Farrapinhos

Page 9: Jornal Opinião de 9 de março de 2012

9JORNAL OPINIÃO n 09 de março de 2012GERAL

com

MARISTELA

LABRES

s é R I E A cada edição, o Jornal Opinião traz o relato da rotina de um encantadense espalhado pelo mundo.

Trabalhando, estudando, viajando.....

Maristela Labres é filhade Milton Labres, já falecido, e Loreni MarizaLabres. Aos 39 anos, elaé casada com StephenJohn Sutton e há seisanos mora em Londres

“Mudei para Londres há

mais ou menos seis anos. Como

todo o brasileiro que vem para

cá, eu também tinha o sonho de

salvar um pouco de dinheiro e

voltar para o Brasil. Mas é im-

possível viver nesse país sem

ficar encantado com tantas coi-

sas... então fui ficando e agora

me sinto em casa aqui. Tive

muitas dificuldades, a primeira

delas foi a língua. A gente só se

da conta de como é importante

falar outro idioma quando esta-

mos desesperados para pedir

uma informação, um sanduíche,

e não conseguimos falar nada.

Daí tu se depara com um frio de

oito meses, mais ou menos, com

neve, dias curtos e cinzas, e

muita, muita chuva!!!! Era im-

possível não chorar e lembrar

do calorão do Brasil e do sol.

Era impossível almoçar no do-

mingo sem pensar no churrasco

com maionese na casa da mãe

com a família reunida, (isso

continuo sentindo falta até

hoje), comer o feijão, o doce no

café da manha. Os ingleses não

conhecem a combinação feijão

com arroz do Brasil.

Mas aos poucos fui me adap-

tando com a vida e a comida

daqui, que também é muito gos-

tosa. Londres é incrível. Tem

coisas novas para ver todos os

dias. Os museus são fantásticos

e de graça para todo mundo. No

meio dessa imensidão de con-

creto é difícil pensar que existe

uma infini-

dade de par-

ques, com

árvores e flo-

res para a

população

relaxar

quando o

verão chega.

O trânsito de Londres é

“quase” caótico, mas continua

melhor do que São Paulo. Exis-

tem ruas tão estreitas que pa-

rece que aqueles ônibus de dois

andares nunca irão conseguir

passar, mas passam. Essas ruas

são assim, porque nunca muda-

ram desde que Londres foi cons-

truída e isso foi bem antes da

existência do automóvel. Era a

época dos cavalos e carroças.

E sabem por que eles diri-

gem do lado contrário do resto

do mundo? (a direção do auto-

móvel é do lado direito). A ex-

plicação é que na era medieval,

a circulação a cavalo era pela

esquerda e era mais fácil segu-

rar o cavalo, deixando, assim, a

mão direita livre para manu-

sear a espada, em caso de lutas

e guerras. Muitas fatos aconte-

ceram, mas o império britânico

decidiu que dirigir pela es-

querda era um questão de

honra e continua até hoje..

A rainha continua poderosa

por aqui, as leis saem do parla-

mento e ela tem que assinar, ou

a lei não entra em vigor. Os in-

gleses adoram a família real.

No país da

rainha tam-

bém se paga

imposto,

mas a saúde e os remédios têm

de graça para todos.

Rico ou pobre têm o mesmo

atendimento, mesmo necessi-

tando de leito no hospital e não

se paga um centavo, incrível né?

Adoro os famosos pub ingle-

ses, onde o povo se reúne para

beber e conversar. E olha, os in-

gleses bebem muito. E foi num

pub que conheci meu namorado

Stephen há quatro anos. Mora-

mos juntos há três anos, ele é

meu “tudo” por aqui: amigo,

irmão, família, etc...

A parte mais difícil de viver

aqui hoje é, sem dúvida, a falta

da família. Vou ao Brasil sem-

pre que posso, mas não é tão

fácil como gostaria.

Estamos em continentes di-

ferentes, então, não posso ir à

casa da mãe para um final de

semana...Ai, que saudade que dá

de poder conversar com meus

irmãos, de ver minha sobrinha

que amo de paixão, e tomar chi-

marrão com minha mãe de ma-

drugada! (risos).

Mas a vida é assim, né? Es-

colhemos caminhos diferentes,

mas estaremos sempre juntos

no coração e no pensamento. Se

quem está lendo, um dia tiver a

oportunidade, deve vir e conhe-

cer esse país (Inglaterra) que,

apesar de pe-

quenininho, é

imenso em cul-

tura e histó-

ria!!”

Londres

INGLATERRAFotos: Arquivo pessoal

Com o

marido,

Stephen

John Sutton

Bento Gonçalves – Nestedomingo (11), na localidadede Linha Leopoldina, no Valedos Vinhedos, ocorre o 3ºEncontro da Família Gior-dani. A programação se con-centra na Capela das Almas.Além de reunir descendentesdas mais diversas regiões doBrasil, o evento oportunizaráaos participantes o resgatede fotos históricas e endere-ços para elaborar a árvoregenealógica da família.

Outra proposta dos orga-nizadores é elaborar umHino e a criar a Associaçãoda Família Giordani. Os ou-tros dois Encontros ocorre-ram em 2001 e 2007.

Família Giordani se reúne em Bento Gonçalves

Roca Sales - Mais de 50 vo-luntários estiveram no ColégioScalabriniano São José para doarsangue no sábado (3). De acordocom a diretora, professora Ro-sane Volken, o projeto integra ocalendário de ações sociais docolégio e já tem a data para apróxima coleta agendada para odia 7 de julho. "É uma grande sa-tisfação constatar que, ao longodestes três anos, temos recebidocada vez mais doadores jovens,ao mesmo tempo em que um nú-mero significativo retorna a cada

campanha e sai do colégio com osentimento de dever cumprido.É bom saber que através deações dessa natureza estamoscolaborando com a saúde e bemestar de inúmeras pessoas”, co-menta Rosane.

A doação é um processo se-guro e tranquilo na medida emque é realizada por profissionaiscapacitados e experientes.

Agradecemos a todos colabo-radores, de modo especial aosdoadores e à Secretaria Munici-pal da Saúde.

Mais de 50 voluntários doamsangue em roca Sales

Encantado - A LigaFeminina de Combateao Câncer de Encan-tado promove nestasexta-feira (9), o 19ºJantar em Comemora-ção ao Dia Internacio-nal da Mulher. Oevento acontece a par-tir das 20h, no ClubeComercial de Encan-tado e terá a palestra do psiquiatra Nélio Tombini. 500 ingressosforam colocados à venda. Neste ano, a Liga completa 20 anos.

19º Jantar da Liga é hoje

Divulgação

Equipe do Hemovale com a direção do São José

Page 10: Jornal Opinião de 9 de março de 2012

10 JORNAL OPINIÃO n 09 de março de 2012 EsPECIAL

Série

Mulheresque adoçam a vida da gente

Em março, mês dedicado às mulheres, o Jornal

Opinião realiza uma série especial em home-nagem a elas. São quatro reportagens de pes-soas que têm muitas histórias para contar eque merecem ficar registradas. Na semanapassada falamos de Nilva Baioco Dalla Vechia.Hoje é a vez de Helena Mazzo Fontana.

Por ÂNGELA REALE

Helena Mazzo Fontana

Ângela R

eale

“Quero ter disposição

para exercerminha

profissãoaté os

últimosdias”

Page 11: Jornal Opinião de 9 de março de 2012

11JORNAL OPINIÃO n 09 de março de 2012EsPECIAL

E tudo começou...A linha do tempo de Helena

Mazzo Fontana começou a sedelinear quando seus pais saí-ram de Bento Gonçalves, fu-gindo no real sentido dapalavra, pois a família da noivanão concordava com o namoro.Ele com 18 anos e ela com 16anos. Estabeleceram-se no inte-rior de Anta Gorda, no RioGrande do Sul. O destino já es-tava traçado e ali nasceram seus13 irmãos.

Aos 4 anos, fizeram a mu-dança para a Linha Zanella,onde seu pai comprou terras e afamília se estabeleceu definiti-vamente.

A roça foi seu chão e o aradoseu brinquedo. “Lembro que,ao voltar do trabalho na roça,minhas pernas doíam muito euma bacia com salmoura, nofinal da tarde, me ajudava a su-portar o dia tão pesado”.

Falecimento da mãe

Da mãe, tem vagas lem-branças. “Recordo de umaocasião em que ela corriaatrás de mim com uma varinhana mão (risos). E, depois, elalimpando a casa e, no outro dia,já tinha ganhado o último filho”.Uma complicação no parto epoucos recursos médicos naépoca resultaram na maior tra-gédia da sua vida: a mãe e o ir-mãozinho morreram. “Lembrodela no caixão, sem entendermuito a realidade e os golpes davida”. A família ficou órfã.

“Meu pai, meus irmãos maisvelhos, eu com seis anos eminha irmãzinha menor de trêsaninhos, continuamos a tocar avida da maneira que sabíamos:plantando, colhendo, chorando”.

Uma das suas irmãs já es-tava casada e levou consigo a ir-mãzinha de três anos para quevivesse com ela. “Senti na pele afalta que uma mãe faz!”

Primeira MadrastaPassados nove meses de luto

(era o tempo necessário de res-peito aos mortos), o pai de He-lena casou-se novamente. Nãofoi uma união pacífica e nemamorosa com a madrasta.Foram períodos amargos, poisela era de difícil convivência.“Batia na gente e escondia bola-chas e outras comidas para quenão tivéssemos acesso”. Isso foitriste demais e, calados, todoseles, aceitavam a situação.

Este segundo casamento nãodurou muito. “Não sei exata-mente, mas acho que foi aproxi-madamente seis anos. Elafaleceu e nos deixou uma me-nina de três aninhos”.

EstudosA escritora Martha Medeiros

diz que “quem não busca cora-josamente sua independência

acabasobrando e vivendo de queixas”

Se ir para a escola era umsonho, Helena teve que apagá-lodo pensamento. Frequentouuma sala de aula somente naprimeira e na segunda série.Aos 10 anos parou, porque a ne-cessidade do trabalho na roça eo serviço de casa eram mais im-portantes. “Na época, tínhamosque aceitar o que era decidido,sem reclamar de nada”.

Segunda Madrasta

O tempo passou e seu paicasou-se pela terceira vez, comuma viúva que tinha um filho.“Novamente, tive que me acos-tumar com uma pessoa estra-nha, mal-humorada e com umtemperamento agressivo. Porqualquer coisa, batia com vara.E dizia para mim e minhasirmãs: ´quando vocês casarem,não vão levar nada de enxoval’.”Aquilo era como uma punha-lada na alma. Eram tempos difí-ceis. Se o trabalho machucava ofísico, as palavras machucavam-lhe a alma.

CosturaNa época, não havia como

comprar roupas prontas, pois odinheiro era escasso. Aprendeua costurar com sua irmã. Faziatoda sua roupa e também aroupa da família, numa antigamáquina de costura.

Mudança para Encantado

A família permaneceu emLinha Zanella e Helena, com 16anos, veio para Encantado tra-

ba-lhar numa “‘casa de família”para fazer o serviço do lar. Omedo do desconhecido, o cora-ção descompassado, a almacheia de esperanças, contras-tava com a sacola vazia. “Com aroupa do corpo, um chinelo ´dededo´ e uma muda de roupadentro de uma sacola ‘sportola’de palha, vim para conhecer umnovo mundo.”

Recebia uma ínfima remune-ração pelo trabalho que reali-zava: todo serviço de casa,cortar grama, plantar na horta,lavar, passar... e assim pordiante. Nesse período voltou aestudar, porém, foram apenasalguns meses. A professora foi aAnita Filter (Nitinha). “Lembrodo frio que passei nesse tempo,porque não tinha casaco.Quando ouvia alguém comentar‘vou comprar um casaco porqueo inverno está chegando´, eunão entendia, pois para mim, asestações do ano eram iguais e aroupa também. Não gosto delembrar disso. Deixa-me tristedemais”. Helena permaneceunessa casa até os 21 anosquando se casou.

CasamentoNas poucas oportunidades

que tinha saía para passear ouir a algum baile em Jacarezinho,Santa Clara ou no Rabaiolli. E foiali que conheceu Neolando Fon-tana, através de uma amiga queos aproximou. Começou, então,um interesse maior que umasimples amizade.

“O namoro era bem dife-rente de hoje. A gente não fi-

cava. Namoramos durantecinco anos e o Cine Marabá foitestemunha dos nossos encon-tros”. Casaram-se e, com pou-cos recursos financeiros,iniciaram a construção de umacasa de madeira.

Helena e Neolando tem trêsfilhos. Dois homens e uma mu-lher. E, agora, uma neta paradeixar a casa alegre e movimen-tada.

Mas era preciso trabalhar,além de cuidar da casa. Helenaresolveu fazer um curso de ca-beleireira com a “Bila”. Apren-deu a enrolar cabelo, cortar,fazer permanente, penteado...etc... e atendia as clientes a do-micilio e um pouco na sua casatambém.

“Começava às 6h da manhã,indo até as casas das clientesenrolar o cabelo e, à tarde, re-passava todas para desenrolar efazer o penteado. Em dias debaile, trabalhava até meia-noite”.

A doceiraQuando o primeiro filho

completou um ano, ela fez osdoces, salgados e a torta paraele. Os convidados gostaram eresolveram fazer pedidos.

Iniciava-se uma nova profis-são. A luta continuava. Entre asclientes do salão e as encomen-das de doces e salgados, ela sedesdobrava em várias para darconta do recado. Nas dificulda-des teve ajuda de pessoas im-portantes e de coração aberto.

“Uma emprestou dinheiropara construir a nova casa queaos poucos fomos ampliando eeu pagava conforme recebia dasencomendas. Outras foram es-peciais nos conselhos e carinho.Lembro delas sempre. Estão nomeu coração e agradeço até ofim dos meus dias.”

Nunca recusou pedidos paranão deixar ninguém magoado.Aprendeu ouvindo e testandoreceitas. Assim impulsionou oseu trabalho. “Se preciso fosse,trabalhava até o dia amanhe-

cer”.

Mágoa“Não guardo, mas lembro!

Quando fiz minha primeiratorta para noivas, eu não sabiafazer a decoração. Pedi auxílio auma pessoa que eu ajudei muitodurante anos. Ela disse sim, masme deixou na mão na hora quemais precisei. Fiz o possívelpara não decepcionar a noiva edecorei com pude. Esse fato memarcou pela falta de lealdade”.

Tempo para o lazer“Reconheço que trabalho de-

mais. Reservo alguns dias parao descanso, mas é pouco. Sintoque já não tenho a mesma dis-posição de antes”

Mensagem às colegas doceiras

“O trabalho e espaço têmpara todas. O importante é terhigiene, caprichar ao máximo efazer com amor, senão nada ficagostoso”

HojeSente-se realizada, pois tem

uma profissão, embora cansa-tiva, pode criar e oferecer es-tudo aos seus filhos. “Minhafilha que dizia: ´nunca vou serdoceira, Deus me livre´. Hoje émeu braço direito. Desejo atodos eles que sigam a profissãoque julgarem melhor para suasvidas”.

Se não fosse doceira...

“Meu maior sonho semprefoi ser professora e poder traba-lhar com crianças. Mas a vidame mostrou outro lado e eu fui.Não dá para voltar atrás”.

Futuro“Morrer todos nós iremos.

Peço a Deus para me levar semdar trabalho aos meus filhos.Quero ter disposição para exer-cer minha profissão até os últi-mos dias”.

Arquivo pessoal

Helena com

a neta

Maria

Eduarda

No casamento com Neolando Fontana. A aia é Graziela Bergamaschi

Arquivo pessoal

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12 JORNAL OPINIÃO n 09 de março de 2012 ENTREvIsTA

JORNAL OPINIÃO - POR QUE ASSU-MIR A UNIÃO DOS VEREADORES DO

BRASIL?Gilson Conzatti - É um sonho

que cada vereador, dos 52,5 milexistentes no Brasil, de um diapresidir a União Nacional. Estaentidade tem 47 anos de existên-cia, de luta na causa do Poder Le-gislativo, na valorização dasCâmaras e do vereador. Muitasvezes, o vereador é esquecido.Ele próprio não sabe da impor-tância que tem para sua comuni-dade e região. Tudo do municípiopassa pela Câmara. O prefeitoexecuta, mas é através de um or-çamento, de um plano pluria-nual, que passa pelosvereadores. E também todas asleis do município são feitas ouestudadas e votadas pelos verea-dores. Nós queremos neste man-dato, que é de três anos,fortalecer a instituição Poder Le-gislativo Municipal.

JO - E A ARTICULAÇÃO PARA SER

ELEITO PRESIDENTE?Gilson Conzatti - Recebi, em

setembro do ano passado, o con-vite para participar da chapa daUBV. A partir de então comecei aarticular. Fui ao encontro doentão presidente em Curitibapara conversar sobre a UVB. Enessas tratativas o meu nomesurgiu. O presidente abriu mão,porque ele comanda a União dosVereadores do Paraná. E eu fui ocandidato único na eleição de de-zembro. Uma história políticaque começou em Encantado em1992. Sempre tive contato comos vereadores, com os poderesde fora do município. Porque overeador não pode se fechar noseu município. Ele tem que bus-car experiência, buscar contatos,fazer essa integração com as de-mais Câmaras e os demais pode-res. Porque aí sim se está nocaminho certo. E eu nunca pareicom isso. Tanto é que sou verea-dor de Iraí, graças a Deus. Meu

mandato iniciou em 2009 e já fuipresidente da Câmara. Hoje no-vamente sou presidente da Câ-mara e fui eleito com todos osvotos dos vereadores daquelemunicípio. Isso nunca tinhaacontecido. Isso é articulação. Émostrar que não se fechamos nomunicípio, buscamos contatos, aintegração do vereador, doPoder, com os demais poderes,mas também fora do município efora até do Estado.

JO - EM QUE SITUAÇÃO VOCê EN-

CONTROU A UVB?Gilson Conzatti - Nos últi-

mos dez anos, só caiu. Uma enti-dade com uma história erepresentatividade que tem...Mas, infelizmente, os presidentesnos últimos anos eram presiden-tes das estaduais também. Então,eles mais usaram a UVB para for-talecer sua entidade estadual doque para fortalecer a entidadenacional. Tanto é que temos umasede própria em Brasília que estáfechada há sete anos. Eu abri umescritório em Porto Alegre, por-

que antes era em Curitiba. E voureabrir em Brasília, porque ascoisas acontecem, em nível depolítica, em Brasília. Negócios éSão Paulo, política é Brasília. Nãoadianta eu ficar em Iraí gritandona tribuna, mas se as coisas nãoacontecerem lá em Brasília, se eunão buscar as propostas, os re-cursos, e ver o que está aconte-cendo neste país, não adiantanada. Por isso que vamos estarem Brasília com a nossa sedepara fortalecer o poder. São 52,5mil vereadores. Nesta próxima

eleição, o número vai para 59 milvereadores. As coisas que acon-tecem em Brasília, o resultado éno município. Os vereadores nãopodem se omitir e não participardos grandes debates do país. Porisso estamos buscando o fortale-cimento da entidade. Tenho cer-teza que ao final dos meus trêsanos como presidente, a enti-dade vai estar muito fortalecidae vai ser muito prestigiada no go-verno federal, nos governos es-taduais e também nas regiões emunicípios.

desde dezembro do ano passado no comando da União dos Vereadores do Brasil (UVB), o encantadense Gilson Conzatti, 43 anos, promete uma transformação radical na entidade nos três anos que têm de mandato.Nesta entrevista concedida ao Grupo Encantado de Comunicação, ele destaca a necessidade de os legislativos

municipais se conscientizarem da importância que tem no processo de discussão dos grandes projetos nacionais

“É O MAIOR DESAfIO DAMINHA VIDA POLíTICA”

GILSON CONZATTIpresidente da União dos Vereadores do Brasil

dIOGO dArOIT FEdrIzzI

“Os vereadores não podem se omitir e não participar dos grandes

debates do país”

Diogo Daroit Fedrizzi

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13JORNAL OPINIÃO n 09 de março de 2012ENTREvIsTA

JO - E COMO ESTAVA A SEDE EM

BRASíLIA?Gilson Conzatti - Encontrei a

sede fechada e sem contabili-dade. Mas vamos organizar.Quando assumi o compromissocom os vereadores do Brasiltinha a noção do que iria encon-trar pela frente. E não tenhomedo desse desafio. É o maiordesafio da minha vida política, eessa luta eu não perco, eu ganho.Porque vou fazer , vou trabalhar,vou me dedicar. E vou fazer dacausa do Poder Legislativo muni-cipal a grande causa desse país.Precisamos fortalecer os nossosvereadores. Mas eu preciso queeles criem essa consciência tam-bém. O vereador tem que ter aconsciência da representativi-dade e da importância que eletem no município, na região, noEstado e no país. Os projetos sãovotados em Brasília, no Con-gresso Nacional. O governo fede-ral toma as medidas, mas onde éo resultado? É no município.Temos que estar atentos às ques-tões que são discutidas em Bra-sília. Precisamos estar lámostrando presença, se garan-tindo no congresso, mostrandoque o vereador existe. Porquemuitas vezes acontece o quêpara os deputados? O vereador émuito bem lembrado em épocade eleição para deputado esta-dual, federal, senador, governa-dor. Aí chove telefonema. Vemtodo mundo atrás do vereador, aío vereador é muito importante.Passa a eleição, muitas vezes,esse deputado que te ligou duasou três vezes durante a campa-

nha, não se lembra mais de ti.Essa mudança tem que ter. Masmuito depende do papel do ve-reador na sociedade. Tem as bri-gas municipais? Tem, e é normalisso. Só que elas têm que ser fo-cadas pela importância do papeldo Poder Legislativo municipal,que é um poder independente,que tem que ser bem trabalhadoe tem a sua representatividadena sociedade.

JO - OS VEREADORES TêM ENTEN-DIDO O PAPEL DA UVB?

Gilson Conzatti - Se os ve-readores tivessem entendido opapel da União dos Vereadoresdo Brasil, a entidade estaria bemmais fortalecida. E eu não preci-saria estar fazendo um trabalho,praticamente, de recomeço, parafortalecer uma entidade. Preciso,primeiro, conscientizar o verea-dor da importância que ele tempara fortalecer a entidade. Namedida em que ele tiver essaconsciência, e nós vamos traba-lhar muito para amadurecer estaideia da representatividadecomo um todo, não do municí-pio... porque o vereador eu digo,ele pensa no seu município,claro, mas temos que ter as ban-deiras nacionais como entidade.

Em cima disso vamos trabalhar.Precisa ainda, com certeza, esseamadurecimento dos nossos po-líticos municipais das Câmarasde Vereadores, a começar pelomeu município de Iraí. Precisa-mos conscientizar o pessoal quea importância de participar deum evento nacional, de ter ban-deiras municipais, regionais etambém defender as lutas nacio-nais, como por exemplo, osroyalties do petróleo. Há poucosdias, eu estava em Macaé, no Riode Janeiro, e ao lado tem um mu-nicípio de Quissamã, tem 20 milhabitantes. O orçamento anualde Encantado é R$ 34 milhões.Em Quissamã, com os mesmos20 mil habitantes, é de R$ 200milhões. Por causa dos royaltiesdo petróleo, é uma região que ex-plora o petróleo. Claro que na-quela região eles não querem adivisão dos royalties. Mas nósqueremos, Iraí quer, Encantadoquer. Mas qual é o papel do ve-reador nesta função? O que esta-mos fazendo para esta luta, quelogo vai ter a votação do projetono Congresso Nacional? O que overeador está fazendo? Se dercerto vai respingar o recurso nomunicípio. Então, essas pautasnacionais nós temos que estar

muito presentes e mostrar o quequeremos. O que a UVB quer, é afavor? É contra? O que a maioriaquer? Definidas essas bandeirastemos que ir à luta e defender osinteresses da maioria dos muni-cípios.

JO - COMO é O PROCESSO PARA SE

ASSOCIAR à UBV, é ATRAVéS DAS Câ-MARAS, é INDIVIDUAL?

Gilson Conzatti - Nem aminha Câmara de Iraí é asso-ciada à UVB. Não tenho nenhumaCâmara associada e não é o foconeste momento. A partir destemês vamos começar a filiar asCâmaras. Se filiar para quê?Vamos filiar para dar uma asses-soria. Já tenho assessoria jurí-dica. Vamos ter assessoriacontábil.Vamos ter a estruturaem Porto Alegre para receber epara acompanhar os vereadores.Vamos ter uma estrutura emBrasília em que a UVB vai estarao lado dos vereadores paraacompanhá-los. Vamos cobraruma mensalidade, em torno deR$ 200,00 por Câmara de Verea-dores. Se considerar os valoresque se paga às associações regio-nais e estaduais é um valor ín-fimo. Mas na verdade precisa secobrar um valor para se manter aestrutura, não para ter lucro. Nãoé esse objetivo. É para podermosviajar o país inteiro, para poder-mos ter uma estrutura em PortoAlegre e em Brasília para fortale-cermos a entidade. E dar o res-paldo ao vereador e às Câmaras.

JO - VOCê JÁ ESTÁ ORGANIZANDO

ENCONTROS REGIONAIS?Gilson Conzatti - Vou fazer

em Iraí, no final de abril ou emjunho, um evento para os verea-dores, claro mais regionalizadoParaná, Santa Catarina, RioGrande do Sul. Até para mostrarpara minha comunidade de Iraí aimportância que tem a UVB. Para

eles entenderem a minha ausên-cia do município. Estou fazendoum papel de divulgação do mu-nicípio, de buscar resultadospara o meu município, mas tam-bém de olhar para todos os mu-nicípios brasileiros através dessaentidade que presido hoje. Essetrabalho de ir ao encontro dosmunicípios, das regiões e dos es-tados é o que temos que fazerpara fortalecer a UVB. Se a Avat(Associação dos Vereadores doVale do Taquari) quiser fazer umevento em Encantado, junto coma Uvergs (União dos Vereadoresdo Rio Grande do Sul)... porque oevento de Iraí já tem a participa-ção da ACVERMAU (Associaçãodas Câmaras de Vereadores doMédio Alto Uruguai), da Uvergs eda UVB. O auditório que se temem Encantado, poucos lugaresexistem no Brasil. Coloco a UVBà disposição da Avat, de Encan-tado, para fortalecer a UVB etambém as Câmaras Municipais.Queremos que a UBV, seja umaentidade que tenha a represen-tatividade que merece. Que sejauma entidade que quando o go-verno federal lançar um pro-grama que vai direcionar aosmunicípios, a UVB seja convi-dada para discutir. Vamos chegara este patamar, não tenho dú-vida. É trabalho. E vou sair ven-cedor deste desafio.

JO - COMO TEM SIDO A SUA RELA-ÇÃO COM ENCANTADO?

Gilson Conzatti - Nunca medesvinculei de Encantado. Minhamulher mora em Encantado,minha filha. Eu estou toda a se-mana. Muitas vezes até me metona política local, mas eu gosto.Vejo as coisas que estão certas e ascoisas que estão erradas, e é bomvir de fora dar um pitaco, porquefalamos as coisas sem a emoção,mas com a razão. Encantadotenho no coração, é minha cidade,falo com orgulho que sou encan-tadense, que fui presidente da Câ-mara de Encantado, fui vereadordesta cidade, e com certeza ajudeium pouco este município a se de-senvolver. E torço para que En-cantado se desenvolva muitomais, porque tem um potencialenorme. Basta as pessoas e a co-munidade se unirem.

“Muitas vezes até me meto na política local (Encantado), mas eu gosto. Vejo as coisas queestão certas e as coisas que estão erradas, e é

bom vir de fora dar um pitaco, porque falamosas coisas sem a emoção, mas com a razão”

Casado com Andréia Pretto Con-zatti, pai de Luiza, de 13 anos, colo-rado fanático, Gilson Conzatti inicioua trajetória política no movimento es-tudantil de Encantado, em 1984,quando foi eleito presidente do Cen-tro Cívico. Também foi presidente daJuventude do PMDB em 1991 e 1992,quando foi eleito vereador.

Em 1993, como primeiro secretá-rio da Indústria, Comércio e Turismo,idealizou o Canto da Lagoa e o pro-

jeto dos pavilhões industriais. Em1995, como presidente da Câmara deVereadores de Encantado, transferiua sede do Legislativo para a Praça daBandeira e criou os projetos da Se-mana da Câmara e Sessão Plenária doEstudante.

Conzatti também foi chefe de ga-binete do então deputado ElmarSchneider , de 1999 a 2003. Em 2008foi eleito vereador de Iraí e presi-dente da Câmara em 2009 e 2012.

TRAJETÓRIA

Conzatti acompanhou a posse de Alexandre Postal na presidência da Assembleia

Gilson Conzatti é o atual presidente da Câmara de Vereadores de Iraí

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

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14 JORNAL OPINIÃO n 09 de março de 2012 DEsTAQUE

dIOGO dArOIT FEdrIzzI

O encantadense Silvio Zonatto retornou nestasemana da Argentina, onde participou do 10º En-contro Nacional de Canoagem. A convite do Minis-tério do Turismo e de Esportes argentino, durante10 dias, Zonatto apresentou o Projeto Gratuito Es-portes Radicais para Portadores de NecessidadesEspeciais, que faz inclusão social através dos es-portes e turismo de aventura. “O governo argen-tino pretende implantar um modelo parecido nacidade de Bariloche, que é turisticamente falandoum ícone no mundo”, explica Zonatto.

As explicações de Zonatto também chamaramatenção da imprensa, com repercussão em diver-sos veículos, entre eles, Argentina Nacional de No-tícias, Agência de Notícias de Bariloche, JornalBariloche Digital e Jornal Tiempo Patagonico.

CompetiçãoA estada no país vizinho também oportunizou a

Zonatto competir na Regata Internacional Barilo-che de Kayakes. Ele concluiu a prova de 270 quilô-metros, em três dias e meio, na sexta posição, nacategoria Caiaques de Um Lugar, sem divisão deidade. Na categoria geral, o encantadense ficou em18º. “Havia 80 inscritos e largaram 72, pois no diada largada ouve desistências, por causa do ex-tremo mau tempo na Patagonia Argentina. A tem-peratura era de oito graus, água extremamentegelada, fortes ventos com rajadas de quase 50 qui-

lômetros horários. O primeiro dia foi o mais difícile longo, muito desgastante para todos os atletas”,comenta Zonatto. “Na segunda metade da tarde doprimeiro dia, tive início de hipotermia nos pés, uminício de congelamento leve. Mesmo assim conse-gui concluir a etapa”.

Outro fator que gerou dificuldades é o regula-mento da prova, que exige que os atletas sejam au-tossuficientes, ou seja, precisam carregar dentro doscaiaques, durante a prova, tudo o que precisam parasobreviver nos quatro dias. “É preciso levar barracacompleta, comida, água, roupas extras e térmicas,lanternas, medicamentos, etc... Tudo com o cuidadode manter as coisas totalmente secas”, explica.

A prova se desenvolveu nos Lagos Mascardy,Nahuel Huapi e Gutierrez. A largada foi em umcamping da tribo dos índios Mapuche da Patago-nia Argentina, iniciando pelo Lago Mascardy. “Emtermos de turismo de aventura e de Ecoturismo aregião patagônica Argentina está anos luz à frentedo Brasil, muito desenvolvida e adiantada, muitobem organizada, tanto para turismo de inverno,como de verão”, constatou Zonatto, que teve apoioda Curtlo Brasil, que hoje é o maior fabricante na-cional de roupas e mochilas para esportes de aven-tura. Na competição, o atleta é patrocinado pelaCamelbak Brasil, especializada em Sistemas de Hi-dratação para Esportes de Aventura.

Agora, Silvio Zonatto já está em Florianópolis,onde participa, pela quinta vez, do Multisport Bra-sil 100 quilômetros, o Thriatlon de Montanhas.

Argentinos conhecem trabalho de Sílvio Zonatto

Convidado pelo governo do país vizinho, encantadense foi um dos palestrantes no 10º Encontro Nacional de Kayakistas

Antes da largada dos caiaques, competidores posam para a foto Zonatto com o cacique Hugo, da Tribo Mapuche

Zonatto, no Lago Gutierrez, em Bariloche

Palestra de Zonatto abordou o projeto Esportes Radicais

para Portadores de Necessidades Especiais

Fotos: Arquivo pessoal

Zonatto com o caiaque de competição no Lago Nahuel Huapi

Page 15: Jornal Opinião de 9 de março de 2012

15JORNAL OPINIÃO n 09 de março de 2012ELEIçõEs 2012

A reuniãoTemos a preocupação de quais

rumos vamos tomar. Não dá parachegar na convenção e só aí pensarem conversar com os partidos,quem serão os candidatos na majo-ritária, os vereadores, as coligações.O que está sacramentado, até porconta da harmonia da nossa admi-nistração, é a coligação PP/PTB,PTB/PT. Eu entendia que devería-mos fazer esse processo de análise,sabermos quem são as pessoas quevão estar em contato com outrospartidos. Em Encantado, para umpartido isolado ganhar uma eleição,não é tão fácil.

TrabalhoTemos a consciência do que vie-

mos fazendo nesses três anos e oque está por acontecer. Existe umconceito e uma cultura dentro daatual administração que seria pre-juízo para a própria população nãodar sequência a este trabalho quevem sendo feito com muito entu-siasmo. A função pública para mimé servir a população. Isso me dáprazer, fico contente quando possoajudar e atender os pleitos das pes-soas. Ao longo dos meus 60 anos,sempre estive envolvido com a co-munidade, seja como vereador, naAssociação Comercial, no Clube, naIgreja, no Bolão.

O jeito de ser

Apesar de alguns não gostaremda forma como atendo as pessoas,de abraçar, beijar... não consigopassar pelas pessoas sem valorizá-las. Sempre foi a marca da adminis-tração onde estive presente.Valorizam-se as pessoas. As pes-soas sempre em primeiro lugar, doque muitas vezes, uma própria obrafísica. Isso me faz feliz. Sou daque-las pessoas, e acho que a maioria éassim, se puder dar é bem melhor,me alegra, me satisfaz, mais do quereceber.

Vida pública x vida familiarEm cima dessa trajetória que

tenho, já me passou pela cabeça aideia que tenho que pensar dife-rente. Eu priorizei sempre a funçãopública. Questões pessoais sempreficaram em segundo plano. Termi-nei de certa forma entregando paraa minha esposa a função até de pai.Sobrecarreguei minha esposa. Co-mecei a perceber a necessidade dedaqui a pouco me dedicar umpouco mais àquilo que é familiar.São pesos que vou colocando aolongo do tempo.

Relação com o viceNão estou dizendo que vou ser

candidato, posso dizer que sou can-didato na convenção. Claro que,sem falsa modéstia, não vou tapar osol com a peneira, meu nome tem

sido ventilado dentro da coligaçãopara que a gente possa continuarjunto nessa dobradinha com o JoséCalvi. Eu e o Calvi temos sido quaseuma figura única na administração.A gente comunga sempre para asmesmas ideias.

Continuidade do trabalhoNa reunião fiz menção à possi-

bilidade de não vir a ser candidato.Tem muitas coisas que sonhamos eimaginamos, e que talvez nãovamos conseguir fazer nesse man-dato. Então fico me perguntando seexiste a possibilidade de ser pre-feito e dar sequência a uma série deprojetos. Isso me gratificaria.

A reação da famíliaTive muita dificuldade de con-

versar em casa. Minha filha já disse:‘se o senhor decidir ser ou não can-didato, vamos te apoiar igual’.Minha esposa me fala que pergun-tam para ela na rua qual será minhadecisão. Isso também pesa. Colocode um lado a questão familiar e deoutro a política. Sempre pensei quenão poderia passar por Encantadoapenas como mais um. Me parece,pelas atividades que sempre tive,talvez seja essa minha trajetória.

SaúdePassei por uma fase em que

sentia muitas dores no peito segui-

damente, hojenão tenho mais.Mas estou metratando.

DecisãoHoje estou

mais propenso aestar à disposição do partido. Foifruto até desta reunião que se fezcom esse grupo. Eu não imaginavaa reação que as pessoas tiveram.Imaginava até ser mais natural deaceitar a não vir a ser candidato.Existe um fato que me leva a pensarum pouco diferente. Daqui a poucoé esta a minha trajetória. Atéquando? Até quando Deus me dersaúde, a população me apoiar e opartido e a coligação entenderemque eu possa ser importante. Tem-pos atrás, eu estava bem mais pro-penso a dar espaço para outros epensar um pouco mais em mim. Poroutro lado, ouvindo meu filho eminha filha, noto neles que elesgostariam que eu fosse, por incrívelque pareça, para mais uma eleição.Acredito que tenha condições defazer parte de uma comissão que vátratar com os outros partidos deuma aproximação.

O PTDestaco hoje a presença do PT

na administração. Eu fui um dos in-centivadores de o Luciano Morescoreagrupar o PT em Encantado. Sa-

bemos da importância de ter al-guém ligado ao governo federal eao governo estadual na busca de so-luções e recursos para Encantado.Sempre tive uma boa relação e achoque posso fazer parte de um grupode pessoas que vai trabalhar.

A reprovação das contas pelo TCEConfesso que li rapidamente a

manifestação do Tribunal de Contasonde aparecem apontamentos. Es-tive em contato com a minha asses-soria jurídica e com o advogadoValdir Boniatti, que faz a minha de-fesa, do Adroaldo Conzatti e doAgostinho Orsolin. São apontamen-tos que precisam de manifestaçõesde defesa. São dados que ali estãode coisas que a gente sabe que fez epor vezes, na pressa de fazer, nãonos preocupamos com a devidaprestação de contas de uma sériede coisas. Ouvindo o Dr. Boniattisenti dele que não preciso me preo-cupar. Como sempre depositeimuita confiança na assessoria jurí-dica, pelo que vi do relatório, e seique foram coisas executadas, estoutranquilo.

dIOGO dArOIT FEdrIzzI

Aos 60 anos, o prefeito de Encantado, PauloCosti, está disposto a encarar a quarta disputaeleitoral. Durante reunião entre lideranças dacoligação que administra o município, PP/PTB,Costi chegou a cogitar a possibilidade de aban-donar a política e se dedicar exclusivamente àfamília. Porém, o apelo dos companheiros e, se-

gundo ele, da própria esposa e filhos, fez comque fortalecesse a vontade de colocar o nome àdisposição para repetir a dobradinha com ovice José Calvi nas eleições de outubro. “Talvezseja essa a minha trajetória aqui em Encan-tado”.

Confira os principais trechos da entrevistaconcedida por Paulo Costi ao Grupo Encantadode Comunicação.

Paulo Costi dá sinal verde para mais uma disputa

“Hoje estou maispropenso a estar

à disposição do partido”,

PREFEITO PAULO COSTI

Arquivo JO/Joilson Pereira

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16 JORNAL OPINIÃO n 09 de março de 2012 ROCA sALEs

dIOGO dArOIT FEdrIzzI

Roca Sales - A nova diretoria do Hos-pital Roque Gonzáles pede o apoio das li-deranças e da comunidade para resgatar aimagem da Casa de Saúde, abalada nos úl-timos anos por problemas de gestão.

Em 2010, através de uma ação civil pú-blica, ajuizada pelo Ministério Público, foinomeada uma comissão provisória de ad-ministração num prazo inicial de 90 dias,mas que depois foi prorrogado até 26 dedezembro do ano passado, quando acon-teceu a eleição do grupo responsável.

De acordo com o presidente Lauri But-zen, a diretoria encontrou o hospital emcondições satisfatórias e administráveis.“Estamos dando continuidade ao trabalhoda diretoria anterior, buscando recursos,tentando modernizar a sociedade, ten-tando trazer novos médicos, tudo com afinalidade de proporcionar um atendi-mento de qualidade à saúde do cidadãorocassalense”, disse.

Segundo ele, atualmente, o corpo clí-nico é composto por 10 médicos: dois clí-nicos gerais, uma obstetra, um pediatra,um psiquiatra, um anestesista, um cirur-gião, um traumato, um oftalmo e uma psi-cóloga.

O vice-presidente Pasqual Bertoldilembra o passado do Hospital para desta-car a importância que a instituição tempara a região. “Nossos pais, avós, bisavóscontam que vinham de carroça, da LinhaJúlio de Castilhos, trazer as pedras parafazer o fundamento do hospital. Temosum legado, temos uma história, temos

uma obrigação. É uma entidade com 87anos, já foi referência no Vale do Taquari.Ainda hoje quando saio para o interior, aspessoas mais idosas lembram quando setratavam em Roca Sales. Claro que hojenão vamos ser referência de novo, mas oque queremos é devolver para Roca Saleso que é de Roca Sales. Até então não se en-tendia assim, era de duas, três pessoas”,comenta. “Queremos chamar a populaçãoa ser parceira, a crescer com o hospital.Fazer com que a população de Roca Salesuse o hospital. O primeiro atendimento,na urgência, na emergência, é no hospitalde Roca Sales. Depois Encantado, Lajeado,Porto Alegre”.

ViabilidadeBertoldi revela que o Hospital Roca

Gonzáles perdeu a filantropia. “Temosuma pendência com o governo, mas existejurisprudência. Judicialmente, estamosbuscando o que foi perdido para quitaressa pendenga que temos com o governofederal. De 7 de maio de 2010 para cá nãodevemos nada, tudo foi pago a partir daí.O hospital tem viabilidade”, constata. Con-forme o vice-presidente, as dívidas com aCorsan, AES Sul e fornecedores foram re-negociadas e estão sendo pagas. “As con-tas se mantém em dia, muitas foramrenegociadas. Andamos no fio da navalhatodos os dias”, acrescenta o tesoureiroAdemir Kern. “Estamos resgatando o cré-dito da entidade, tem sido um trabalhoconstante e diário. Por exemplo, hoje parareceber oxigênio temos que pagar à vista.Estamos trabalhando para que haja o pa-

gamento dos funcionários em dia, o reco-lhimento do FGTS, do INSS. Todas essasparticularidades são importantes”.

AjudaKern chama atenção para uma das for-

mas mais fáceis de a população ajudar oHospital, através da contribuição viaconta de luz da AES Sul. “O valor que o ci-dadão paga, a AES Sul não nos passa emdinheiro, ela nos abate na conta de ener-gia elétrica. Hoje, em Roca temos mais dequatro mil usuários. Se cada família colo-car em média R$ 3,00, são R$ 12 mil men-

sais, R$ 144 mil por ano. Essa é uma dasformas que a comissão provisória encon-trou. Outra possibilidade de parceria é acontribuição com mantimentos oferecidapor várias entidades”, explica Kern. O alu-guel de salas também viabiliza o ingressode aporte financeiro. “Alugamos para umafarmácia. Sempre que ela superar umvalor X do faturamento, o hospital tam-bém ganha um extra. Por isso é impor-tante que as pessoas comprem nafarmácia do hospital, assim estarão con-tribuindo com a nossa Casa de Saúde”, ar-gumenta Bertoldi.

Uma das situações que perturba a nova diretoriaé o sumiço de um valor considerável. Segundo Pas-qual Bertoldi, em 2001, quando era secretário dasaúde, a administração municipal interveio e impe-diu a venda da instituição. “O hospital tinha R$ 700mil aplicados. Usando juro de poupança hoje, passa

de R$ 1 milhão. E esse dinheiro desapareceu. Que-remos saber onde foi esse dinheiro. Este caso é deconhecimento do Ministério Público”, conta Ber-toldi.

“Não queremos comprar briga com ninguém.Tem coisas que as pessoas não sabem e é impor-

tante que saibam. Por exemplo, farmácia que era dohospital, mas não era do hospital. Terceiros queusavam e nunca pagaram aluguel. Judicialmentevamos buscar isso. A população nos questiona etemos que colocar isso para que a comunidade en-tenda nossa angústia”.

HOSPITAL ROQUE GONZÁLES

Sumiço de R$ 1 milhãointriga nova diretoria

Voluntários apelam para a comunidade e querem resgatar imagem da Casa de Saúde de 87 anos

Ademir Kern, Pasqual Bertoldi, Lauri Butzen em

entrevista a Milton Fernando, na Rádio Encantado AM

“Queremos saber onde está esse dinheiro”

Diogo Daroit Fedrizzi

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Encantado, 09 de março de 2012

INGLATERRAO dia a dia de Maristela

Labres em LondresPágina 9

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apresenta projeto social em Bariloche

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