jornal da sbhci e. 48 - 03/2010

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1 Ano XIII | N o 3 | julho a setembro de 2010 Publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista Congresso 2010 Belo Horizonte recebeu cardiologistas de todo o Brasil para 57 horas de apresentações A força das regionais Sócios da SBHCI são destaques em eventos científicos em todo o Brasil

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Publicação trimestral da SBHCI - Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - ed. 48 - 03/2010

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Congresso 2010Belo Horizonte recebeu

cardiologistas de todo o Brasil para 57 horas de apresentações

A força das regionaisSócios da SBHCI são destaques em

eventos científicos em todo o Brasil

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PaLavRa dO PRESIdENTE

O s últimos meses foram espe-cialmente importantes para a nossa Sociedade Brasileira

de Hemodinâmica e Cardiologia In-tervencionista (SBHCI). Logo após o término da Copa do Mundo de Fute-bol, foi realizado o XXXII Congresso da SBHCI na cidade de Belo Horizonte. É o maior evento científico de nossa So-ciedade e, sem dúvida, um belo exem-plo de realização conjunta, um grande trabalho de equipe. O centro de con-venções Expominas abrigou o evento confortavelmente, e tivemos a presen-ça de 650 médicos e 350 enfermeiros e técnicos.

desejo manifestar, mais uma vez, o mais sincero agradecimento à Co-missão Científica que, com dedicação, elaborou um programa objetivo e ao mesmo tempo abrangente, contem-plando nos três dias de evento o que há de mais importante e atual na car-diologia intervencionista. Convido a todos para que leiam a cobertura do evento nesta edição.

O processo de certificação profis-

sional da SBHCI é tido como modelo entre as Sociedades médicas no país. Cuidadosamente elaborado pela Co-missão Permanente de Certificação, uma nova etapa será efetivada com o Curso de Revisão 2010, que está pro-gramado para os dias 5 e 6 de novem-bro. a prova teórica para obtenção de título da área de atuação está agenda-da para o dia 7 de novembro.

Tão importante quanto uma ade-quada certificação é a manutenção da informação e do conhecimento com a educação continuada. Os cardiologis-tas intervencionistas dispõem de efi-cientes modelos de atualização como o congresso nacional, congressos re-gionais de altíssimo nível, simpósios independentes, cursos de revisão e o Programa de Educação Continuada da SBHCI, cuja próxima edição será no Congresso Goiano de Cardiologia.

valiosas informações têm sido divul-gadas por meio do dedicado trabalho da equipe de nosso Portal, agora em fase de revisão e atualização. as infor-mações são transmitidas via internet

através de resumos comentados de trabalhos científicos atuais e das deta-lhadas coberturas dos congressos in-ternacionais, realizadas pelos experien-tes colegas enviados a estes eventos. a rápida comunicação por e-mail tem sido um eficiente meio de atualização, com envio de trabalhos comentados, com destaque para o acréscimo de Newsletters de Intervenção em Car-diopatias Congênitas e de Newslet-ters de Procedimentos Extracardía-cos, que consolidam a nossa eficiente atuação nestas importantes áreas da intervenção percutânea. Parabéns ao Guilherme attizzani, que está à frente desta dedicada e competente equipe do Portal da SBHCI.

a Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) é a bandeira de nossa Sociedade e registra o conhecimento e a produção científica nacional e inter-nacional, em especial na américa La-tina. O alto nível dos artigos enviados por nossos associados para publica-ção, e o cuidadoso trabalho editorial de Áurea Jacob Chaves (SP) e dos edi-tores associados têm elevado mais e mais o padrão de nossa revista a cada edição. ainda temos um longo caminho a percorrer, e a participação de todos é de fundamental importância, subme-tendo artigos científicos para publica-ção, mantendo a RBCI com o mere-cido sucesso e destaque, um orgulho para a nossa SBHCI.

Gostaria de enviar um sincero agradecimento e fraternal abraço aos amigos da diretoria pelo empenho, dedicação e eficiência em todas as atividades na SBHCI. as realizações têm sido possíveis graças ao trabalho e participação de toda a equipe. agra-deço ainda a confiança e o apoio de todos os sócios, amigos e colegas ao nosso trabalho. aos colegas, os sin-ceros votos de que todas as metas se concretizem e que estes últimos me-ses do ano sejam de muita tranquilida-de e sucesso.

Maurício de Rezende BarbosaPresidente da SBHCI

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INTERNaS | NOTíCIaS da SBHCI

6 Registro Brasileiro de implante Percutâneo de Bioprótese valvar aórtica 6 Curso de Revisão e Prova de Título 7 Nova plataforma de stent 8 O número 1.000 8 Programa de Incentivo à Pesquisa 9 Rumo a Las vegas 10 Curso de aterotrombose 10 Hemodinâmica para clínicos 11 Trabalho reconhecido

GIRO PELO BRaSIL

12 a força das regionais

TOTaLCOR

14 Troca de experiências

SIMPóSIO da SOHCIERJ

15 Intercâmbio de conteúdo

CONGRESSO da SOCERGS

16 Novos recordes

CONGRESSO da SBC

17 destaque para a hemodinâmica

XXXII CONGRESSO da SBHCI

18 Mais uma missão cumprida

ENTREvISTa | STEPHaN wINdECkER

24 Segurança dos Stents

ESC 2010

26 Repórter SBHCI: Congresso Europeu de Cardiologia

CONGRESSO SOLaCI

28 Contribuição Brasileira

qUaLIdadE PROFISSIONaL

29 Responsabilidade Médica 32 Um grupo especial

aGENda

34 Confira os próximos eventos

íNdICE

Cobertura exclusiva do ESC2010, direto de Estocolmo, na Suécia.

Os mineiros de Belo Horizonte receberam o XXXII Congresso da SBHCI.

O desembargador Jorge a. Perrone (RS) discute a autonomia do médico.

Equipe do Jornal da SBHCI

Maurício de Rezende Barbosa, PresidenteMarcelo Cantarelli, diretor administrativoalexandre Schaan quadros, diretor de Comunicação

Coeditores Jornal da SBHCI

Flávio Oliveira (PE), Hélio Castello (SP), João Luiz Manica (RS)Luciana Constant daher (GO)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMODINÂMICA E CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

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Registro Brasileiro de implante Percutâneo de Bioprótese Valvar Aórtica

Curso de Revisão e Prova de Título

aprimeira reunião do Registro Brasileiro de Implante Percutâneo de Bioprótese valvar aórtica, projeto criado para coletar dados e analisar os resultados

deste novo procedimento no Brasil, foi realizada no dia 24 de agosto, na sede da SBHCI, em São Paulo. Participa-ram os médicos José Mariani (SP), Maurício de Rezende Barbosa (MG), dimytri alvim Siqueira (SP), José armando Mangione (SP), Teresa Cristina d.C. Nascimento (SP), ale-xandre abizaid (SP), Rogério Sarmento-Leite (RS) e Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP).

OCurso de Revisão e atualização Científica 2010 da SBHCI já está com seu programa quase com-pleto. a exemplo de 2009, a organização prepara

mais de 20 horas em aulas, que serão ministradas nos dias 5 e 6 de novembro, no Hotel Grand Mercure SP Ibirapue-ra, em São Paulo. a prova será no dia 7. Um mês antes da realização da prova anual para obtenção do Certificado de atuação na Área de Hemodinâmica e Cardiologia Interven-cionista, a SBHCI vai realizar uma prova extra, que con-siste em um processo de avaliação especial para médicos formados há mais de 15 anos e que atuam há pelo menos oito anos na especialidade.

Esse novo processo é resultado de um acordo entre a SBHCI, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a associação Médica Brasileira (aMB) e decorre de um documento do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da aMB que autoriza, em caráter de exceção, a realização de um novo exame para Título de Especialista Categoria Es-pecial para os profissionais mais experientes. O processo especial de avaliação será feito em três etapas. Na primei-ra, os inscritos serão submetidos à análise de currículo e a uma prova teórica, que será realizada no dia 12 de outu-bro. Os candidatos que obtiverem a pontuação mínima irão para a segunda etapa, a prova oral-prática, no dia 23 de outubro, quando serão sabatinados pela banca examinado-ra constituída por membros da Comissão Permanente de Certificação (CPC) da SBHCI.

Os aprovados nas duas primeiras fases se classificarão para a terceira e última etapa, a prova prática, que consis-tirá na realização de um procedimento de intervenção tera-pêutica cardiovascular percutânea eletiva. Para esta etapa, o candidato terá de comprovar participação direta em pelo menos 120 intervenções cardiovasculares percutâneas e 400 cateterismos cardíacos diagnósticos.

Agende-se:Prova especial:12 de outubro (1ª etapa)Curso de revisão: dias 5 e 6 de novembroProva de título: 7 de novembroLocal: Hotel Grand Mercure SP IbirapueraRua Joinville 515, vila Mariana, São PauloInformações e inscrições: www.sbhci.org.br(11) 3849-5034

INTERNaS NOTíCIaS da SBHCI

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Nova plataforma de stentNo mês em que o mundo celebra o dia Mundial do Co-

ração, comemorado no dia 27 de setembro, a Boston Scientific propôs um debate sobre o uso do stent farma-

cológico e convidou diretores da SBHCI para discutirem o tema apresentado pelo cardiologista italiano antonio Colombo, diretor do Cardiac Cath Lab and Interventional Cardiology - EMO GvM Centro Cuore Columbus, localizada em Milão, na Itália. O debate aconteceu no evento “New Technology in dES dinner”, que foi rea-lizado nos dias 16 e 17 de setembro, no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente.

Na ocasião, Colombo apresentou aos cardiologistas presentes os resultados de seus estudos com stents farmacológicos de uma nova geração, feitos com materiais mais resistentes e plataformas mais finas, os quais, segundo ele, diminuíram ainda mais as ocor-rências de trombose ou a necessidade de uma nova intervenção. Também participaram do evento no Rio de Janeiro o presidente da SBHCI, Maurício de Rezende Barbosa (MG), Jamil Saad (MG), João Otávio de araújo (RJ), Hélio Roque Figueira (RJ), além do secretário municipal da Saúde e defesa Civil do Rio de Janeiro, Hans F.R. dohmann (RJ). Em São Paulo, participaram do debate o diretor científico da SBHCI, Fábio Sandoli Brito Jr. (SP), valter Correa de Lima (SP), Rogério Sarmento-Leite (RS), Marco anto-nio Perin (SP), Eberhard Grube (SP) e alexandre abizaid (SP).

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INTERNaS NOTíCIaS da SBHCI

Programa de Incentivo à Pesquisa

Como sociedade científica, é ne-cessário que o dedicado traba-lho assistencial e de pesquisa

da SBHCI seja apresentado por meio de resultados de estudos em suas respecti-vas publicações. Com esta finalidade, o Conselho deliberativo e a diretoria da SBHCI criaram um programa de incenti-vo à pesquisa clínica na área da cardiolo-gia intervencionista, visando incrementar a produção científica nacional, ampliando e qualificando as publicações sobre o tema, em especial na Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva.

Este programa está sob a coordenação da diretoria de Educação Médica Conti-

nuada, em parceria com os Centros de Treinamento em Hemodinâmica e Car-diologia Intervencionista de todo o Brasil. Para a sua efetivação, a SBHCI promo-verá cursos de metodologia científica, a fim de estimular a pesquisa e aperfeiçoar a qualidade das publicações. Os estagi-ários dos Centros de Treinamento terão livre acesso aos dados da CENIC, assim como às assinaturas de revistas científi-cas internacionais, mesmo que ainda não sejam efetivamente sócios da Sociedade. Eles serão orientados quanto à realização das monografias e publicações, acesso a programas de computação que facilitem a elaboração dos textos e bibliografia, e

terão assessoria de empresa especializa-da para análise estatística dos trabalhos.

Em entendimento com a associação Médica Brasileira, foi normatizado que, para obtenção do Certificado de Área de atuação em Hemodinâmica e Car-diologia Intervencionista, o candidato deverá publicar artigo científico em revista indexada como autor na área de intervenções percutâneas. Todas estas medidas têm como objetivo um importante acréscimo ao já elevado ní-vel científico e profissional de nossos associados, aprimorando ainda mais o moderno processo de certificação pro-fissional da SBHCI.

Com muito trabalho e dedicação, a SBHCI é reconhecida como uma grande entidade científica, nestes mais de 30 anos de existência. É importante que todo este trabalho seja mantido em contínuo crescimento, especialmente com qualidade

O número 1.000Poucos dias antes do Congresso de Belo Horizonte,

a SBHCI alcançou a faixa de mil associados ao lon-go de seus 35 anos de existência. O cardiologista

intervencionista número mil é o carioca Felipe Maia, de 32 anos. Filho de médico, ele diz que a opção pela medicina foi natural, provavelmente por influência indireta do pai, que é anestesista. Maia fez residência clínica na Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro (UFRJ) e, em seguida, optou por seguir estudando anestesia. após três anos de residência na área, desistiu. “Eu não estava satisfeito”, ele afirma. “queria ter mais contato, atender o paciente de outra forma.” Maia foi para São Paulo, fez residência em cardiologia e hemodinâ-mica no Instituto dante Pazzanese de Cardiologia. Maia já publicou quatro artigos na Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva como autor titular e outros como coautor. desde o final do primeiro semestre, Maia atua no Hospital Brasil, em Santo andré, na Grande São Paulo.

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Rumo a Las VegasN o dia 24 de agosto, a SBHCI realizou, em parce-

ria com a Sociedade de angiografia e Intervenções Cardiovasculares (Society for Cardiovascular an-

giography and Interventions – SCaI), o sorteio de duas ins-crições para o “2010 SCaI Fall Fellows Course”, congresso anual da entidade americana que será realizado entre os dias 6 e 10 de dezembro deste ano, em Las vegas, Nevada, nos Estados Unidos. Os premiados foram Gustavo Travassos Gama (SP), do Instituto dante Pazzanese de Cardiologia, e Ricardo Santana Parente Soares Jr. (SP), da Sociedade Portuguesa de Beneficência de São Paulo. O sorteio foi re-alizado na sede da SBHCI, em São Paulo, na presença da Comissão Permanente de Certificação da Sociedade, e audi-tado pela Normatiza Consultoria auditoria Perícia.

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Curso de aterotromboseNos dias 22 e 23 de outubro, Porto alegre será

o cenário do CaaT 2010 - Curso avançado em aterotrombose, um curso intensivo sobre a

doença aterosclerótica. Já são 12 convidados confirma-dos, entre eles koen R. deloose (Bélgica), Olivier wit-tenberg (França) e Michael Farkouh (Estados Unidos), que fará uma atualização sobre diabetes e doença arte-rial Coronariana por meio de uma videoconferência. O evento contará com mesas-redondas e conferências que abordarão assuntos como eventos cardiovasculares em pacientes com perda da função renal; manejo farmaco-lógico das síndromes coronarianas agudas; perspectiva europeia sobre revascularização do tronco de coronária esquerda e multiarteriais; revascularização cirúrgica do miocárdio e o desafio continuado de atingir a excelência;

Hemodinâmica para clínicosaUniversidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

inaugurou no começo do ano, o primeiro curso de hemodinâmica do país direcionado aos clínicos. Es-

meralci Ferreira, diretor do departamento de Hemodinâmica, professor adjunto da UERJ e coordenador do projeto, desen-volveu o conteúdo do curso de forma a apresentar novidades ao clínico e abordar todo tipo de discussão para que o car-diologista possa apresentar a seus pacientes mais informa-ções sobre os possíveis tratamentos. “a ideia do curso surgiu com a proposta de reativação do serviço de hemodinâmica da UERJ, que, neste segundo semestre, voltará a atender com equipamentos doados pela Secretaria de Ciência e Tec-nologia do Estado do Rio de Janeiro”, diz Ferreira. “O mais interessante neste começo de trabalho é que os clínicos com mais experiência são os mais interessados.”

Com capacidade para 50 alunos, o curso tem 76 horas de duração, 20 horas de prática e é composto por quatro mó-dulos: hemodinâmica básica, doenças coronárias, doenças valvares e intervenções periféricas e cardiopatias congênitas. ao final de cada aula, o professor proporciona 15 minutos de discussão entre os alunos para debater pouco de técnicas e mais de indicação, acompanhamento e pós-internação. de

acordo com Ferreira, o curso dá liberdade para que todos tirem suas dúvidas. “Havia uma distância muito grande entre o intervencionista e o clínico, só reduzida nos congressos”, afirma Ferreira. “Mas não é sempre que há espaço para diri-mir dúvidas durante os congressos.”

Mais informações:www.hupe.uerj.com.br(21) 2587-6539(21) 2587-6829

novas tecnologias: histologia virtual por ultrassonografia intracoronariana; doença aterosclerótica das carótidas; entre outros. Neste ano, a novidade será a apresentação de temas livres. quem não se inscreveu antecipadamen-te, poderá fazer seu registro no dia 22 de outubro, a par-tir das 7h30, na Secretaria Geral do evento, no Centro de Eventos do CIEE.

Agende-seData: 22 e 23 de outubroLocal: Centro de Eventos - CIEERua dom Pedro II, 861 – Porto alegre/RSInformações: www.caat2010.com.br

INTERNaS NOTíCIaS da SBHCI

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Trabalho reconhecido

Pioneiro na realização de procedi-mentos diagnósticos e terapêu-ticos na área cardiovascular na

região de Campos dos Goytacazes (RJ), o cardiologista intervencionista Jamil da Silva Soares foi agraciado pela academia de Me-dicina do Estado do Rio de Janeiro (aCa-MERJ) com o título de acadêmico Titular na Cadeira nº 54, patronímica do Professor Oscar Clark, até então ocupada por Paulo de Castro Neiva, que assumiu a categoria de Membro Emérito. Em sua cerimônia de posse, Soares falou sobre a honra de fazer

parte da aCaMERJ. “É a validação de todo um trabalho que vem sendo desenvolvido”, afirma. “Isto nos estimula a continuar cami-nhando e nos dedicando cada vez mais ao exercício da nossa atividade. Sabemos da responsabilidade que temos de honrar e procurar a cada dia engrandecer o nome da instituição.” Formado pela Faculdade de Medicina de Campos, Jamil Soares é mestre e doutorando em Ciências Car-diovasculares pela Universidade Federal Fluminense, trabalhando atualmente no tema “avaliação do pós-condicionamento

isquêmico no Infarto agudo do Miocárdio”. Jamil Soares iniciou sua vida profissional em Campos dos Goytacazes, em 1984, quando constituiu uma equipe e ajudou a fundar o Instituto do Coração do Norte Fluminense, do qual é diretor técnico. Na região, realizou os primeiros cateterismos cardíacos, implante de marcapassos, angio-plastias coronárias, renais, cerebrais, peri-féricas, implante de endopróteses aórticas, entre outros. Hoje, são mais de 30 mil pro-cedimentos na área de intervenções cardio-vasculares diagnósticas e terapêuticas.

Em cerimônia solene realizada em julho, Jamil da Silva Soares (RJ) tomou posse como novo Membro Titular da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro

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GIRO PELO BRaSIL

A força das Regionais

Em um país de extensão territorial de dimensões continentais, com grande diversidade cultural e socioeconômi-

ca, e perfis geográficos tão distintos, como o Brasil, compartilhar o conhecimento e avan-ços científicos constitui-se um grande desa-fio. Buscando harmonizar as características específicas de cada localidade, o Programa de Educação Continuada (PEC) é uma das ferramentas que têm cumprido um importan-te papel ao promover uma interação de alto nível entre cardiologistas clínicos e interven-cionistas das cinco regiões brasileiras.

Para a diretoria da SBHCI, faz-se neces-sário promover a socialização deste conhe-cimento de forma crescente e continuada e, para isso, é imprescindível a parceria da Sociedade com suas entidades regionais, de maneira a estimular o intercâmbio da produ-ção científica da cardiologia intervencionista nacional.

Sob a chancela da SBHCI, a cardiologia intervencionista brasileira está atualmente organizada em sete sociedades regionais, distribuídas em cinco Estados: associação

Mineira de Hemodinâmica e Cardiologia In-tervencionista (aMHCI), Sociedade Norte/Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SNNeHCI), Sociedade de Cardiologia Intervencionista do Estado do Rio de Janeiro (SOHCIERJ), departamen-to de Hemodinâmica e Cardiologia Interven-cionista do Rio Grande do Sul, Regional da Cidade de São Paulo, Grupo de Hemodina-micistas do Interior de São Paulo (GHISP) e associação de Cardiologia Invasiva do Inte-rior de São Paulo (aSSOCIIESP).

O nível elevado dos hemodinamicistas em todo o Brasil faz com que os bons resulta-dos locais sejam reproduzidos à semelhança dos grandes centros. No que diz respeito ao conhecimento, não há diferença entre as regiões do país. Existem apenas discrepân-cias socioeconômicas profundas, a despeito da melhora dos indicadores econômicos, e essas desconexões refletem no acesso da população à saúde.

dos 855 sócios atualmente em ativida-de na cardiologia intervencionista brasileira, 118 atuam nas regiões Norte e Nordeste,

Hoje, a SBHCI conta com pouco mais de mil sócios,

distribuídos pelas cinco regiões do país

[Por Luciana daher Constant (GO), editora]

da esqueda para a direita: Ebehard Grube (SP), José Eduardo Sousa (SP), José Maria Pereira Gomes (PE), amanda Sousa (SP), José klauber Carneiro (CE), Roberto Luiz d’Ávila e Marcelo queiroga Lopes (PB).

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que juntas possuem uma população de cer-ca de 68 milhões de habitantes, segundo dados de 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estas duas regiões somaram ainda cerca de 9000 in-tervenções coronárias percutâneas (ICPs) realizadas no ano passado, o que correspon-de a 17% em todo o país.

Segundo o presidente da SNNeHCI, Marcelo queiroga Lopes (PB), embora o número de ICPs nas regiões Norte e Nor-deste tenha mais do que triplicado entre 2004 e 2009, passando de 2.611 para 8.857 realizações, este crescimento é in-ferior à média nacional, e faz-se necessário ampliar de forma consistente o acesso da população aos procedimentos da cardiologia intervencionista, sobretudo nas síndromes coronárias agudas. “Para tanto, é preciso difundir as aplicações clínicas das técnicas intervencionistas” afirma queiroga. “Só as-sim poderemos reverter os desfavoráveis indicadores de saúde pública na área.”

V Simpósio Norte e NordesteCom o intuito de promover este importan-

te intercâmbio científico, a Regional Norte--Nordeste realizou, no último dia 6 de agosto, em parceria com a SBHCI, o v Simpósio Norte e Nordeste de Hemodinâmica e Car-diologia Intervencionista, presidido por José klauber Carneiro (CE), integrando a progra-mação do PEC 2010. O evento ocorreu simultaneamente ao XXX Congresso Norte Nordeste de Cardiologia, em Fortaleza (CE), com a participação de 200 pessoas.

O Simpósio apresentou uma progra-mação de caráter teórico-prático, quando foram discutidos dez casos editados, todos realizados por intervencionistas da região. Participaram da programação científica, além dos integrantes da sociedade regional, o presidente da SBHCI, Maurício de Re-zende Barbosa (MG), os professores José Eduardo Sousa (SP), amanda Sousa (SP), José armando Mangione (SP), Luiz alberto Mattos (SP), Gilson Feitosa (Ba), Jadelson andrade (Ba), antônio Carlos Souza (SE) e Sérgio Montenegro (PE). O evento teve ain-da a presença do professor Ebehard Grube (SP), que proferiu uma conferência sobre o estágio atual do implante percutâneo da val-va aórtica. Segundo Maurício Rezende Bar-bosa, o simpósio cumpriu com rigor a sua finalidade, o que confirma inequivocamente a importância da parceria da SBHCI com suas Regionais.

Entre os palestrantes, é importante ressal-tar a presença do cardiologista Roberto Luiz d’Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), que falou sobre “quais as estratégias para viabilizar o acesso da população às novas tecnologias em saú-de”. Para d’Ávila, a incorporação das novas tecnologias secundárias aos progressos da medicina acarretou um sustentado aumento dos custos de saúde. a despeito do aumento no orçamento do Ministério da Saúde, essas

verbas ainda são insuficientes para atender o direito irrestrito e universal da população ao acesso à medicina da mais alta qualidade.

O final do evento foi coroado com as ho-menagens a José Eduardo Sousa, amanda Sousa e Roberto d’Ávila, que receberam o título de sócios honorários da SNNeHCI, e a José Nogueira Paes, ex-presidente da SBH-CI, que recebeu uma menção honrosa pela relevante contribuição ao desenvolvimento da cardiologia intervencionista brasileira.

Marcelo queiroga Lopes (PB), presidente da Sociedade Norte-Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.

Cerca de 200 cardiologistas participaram do v Simpósio, em Fortaleza.

José Maria Gomes entrega o título de sócio honorário a José Eduardo Sousa.

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TOTaLCOR

Troca de experiências

Palestrantes renomados, debates de qualidade e auditório lotado garantiram o sucesso do I Sim-

pósio Internacional de Cardiologia, reali-zado pelo Hospital TotalCor em parceria com a Cleveland Clinic, no dia 20 de agosto, em São Paulo. O evento reuniu aproximadamente 1000 congressistas de 14 Estados brasileiros, mais o distri-to Federal, além de participantes vindos do Estado de Ohio, nos Estados Unidos.

O Hospital TotalCor já vinha realizan-do seu simpósio anual há algumas edi-ções, mas é a primeira vez que o evento ganha caráter internacional. Na busca de instituições conceituadas para firmar parcerias, a direção do hospital esco-lheu a Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, para esta troca de experiências. “Eles foram eleitos o melhor hospital de tratamento de doença cardiovascular do mundo por 16 anos consecutivos”, afirma valter Furlan, diretor do Hospital TotalCor. “É uma instituição altamente diferenciada, bem reconhecida, tem os melhores médicos, investe muito em pesquisas e novas tecnologias.”

a parceria consiste no intercâmbio de conhecimento entre profissionais das duas instituições. Para o Simpósio, hou-ve a participação de três palestrantes, todos da Cleveland Clinic: o cirurgião cardiovascular Tomislav Mihaljevic, o es-pecialista em medicina interna e cardio-logia, James Thomas, que também res-ponde pelo cargo de cientista-chefe de ultrassom da NaSa, e o chefe da Seção de Cardiologia Intervencionista Stephen G. Ellis, que apresentou uma miniconfe-rência sobre o tratamento da síndrome coronariana aguda com e sem Supra ST.

durante sua palestra, Stephen Ellis fez uma atualização sobre opções de me-dicamentos para abordagens invasivas, falou sobre quais grupos de pacientes mais se beneficiam com o tratamento da abordagem invasiva, e ainda apontou resultados de diversos estudos realiza-

dos recentemente, como, por exemplo, os fatores que influenciam a resistên-cia a terapias com o uso de medica-mentos como clopidogrel, prasugrel, entre outros.

a programação científica do simpó-sio teve ainda um momento de discus-são sobre o tratamento da daC mul-tiarterial e lesão do tronco da coronária esquerda, sob os pontos de vista do clínico, do cardiologista intervencionis-ta e do cirurgião. Áurea Jacob Chaves (SP)editora da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva falou sobre a visão do clínico e de contribuições re-centes de estudos como COURaGE, BaRI, 2d e SYNTaX. Expedito Ribeiro (SP), que defendeu a visão do inter-vencionista, apontou alguns estudos que provaram a melhora dos resultados da angioplastia . Ribeiro falou sobre a importância de validar tanto a opção da intervenção, quanto da cirurgia. “Cabe ao cirurgião e ao intervencionista deci-direm juntos o que é melhor para o pa-ciente”, diz ele. “E a decisão do clínico é mais importante no dia-a-dia.”

Tomislav Mihaljevic, cardiologista croa-ta que atua na Cleveland Clinic, discorreu sobre a visão do cirurgião, e afirmou que a indicação do tratamento leva em conta a gravidade do estado do paciente. de acordo com o especialista, quanto mais grave, mais indicada a cirurgia e, se o caso for menos sério, a abordagem per-cutânea é mais conveniente. “É necessá-rio seguir o modelo de risco para conduzir melhor o tratamento” , afirma Mihaljevic. Por fim, Stephen Ellis abordou o impacto dos stents farmacológicos no tratamento da daC, os motivos para indicá-los, quan-do e por quê. O cardiologista falou tam-bém sobre a preocupação de prevenir ou evitar a trombose dos stents, citando os estudos ZEST e SPIRIT Iv.

O Simpósio foi finalizado com uma dis-cussão de casos clínicos, apresentados e debatidos pelos congressistas presentes.

Cerca de 1000 profissionais estiveram no encontro internacional de Cardiologia, que aconteceu em agosto, no Hotel Renaissance, em São Paulo

Stephen Ellis, da Cleveland Clinic, falou sobre os stents.

Áurea Jacob Chaves (SP) defendeu a visão do clínico.

Expedito Ribeiro (SP) apresentou resultados de estudos.

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•Diabéticos

Pequenos Vasoss

www.terumo.com.brFonte: TCT 2009 - Nakamura, S. New Tokyo Hospital Registry from 2002 to 2007.Dados em Arquivo

BA9

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SEB - Stent Eluidor de Biolimus A9SES - Stent Eluidor de SirolimusSEP - Stent Eluidor de PaclitaxelSEZ - Stent Eluidor de ZotarolimusSEE - Stent Eluidor de EverolimusSPE - Stent com Células Progenitoras Endoteliais

TSA - Trombose SubagudaTTA - Trombose Tardia AngiográficaRLA - Revascularização da Lesão-Alvo.

Perda Taardia

SEPSES

0,5

mm

SPESEZ

gráficaã Al

SPESEZ

0,27*0,33

0,530,46

SEE

0,24*0,26*

SEB*p<0,05 para SEZ, SPE.

NOBO

RI

Reestenosse e RLAA

Reestenose

20

%

RLA

9,9

14,2

24,623,0

10

RLA

Perda Tardia

Reestenose

9

14,2

24,623,0

6,610,7

18,817,0

10,0 8,5 8,0

SESSEPSEZ

SEBSPE

SEE

NOBO

RI

NOBO

RI

Trombbose Intrrastennt

0,2%

0,4%0,5%

0%

0,7%

0%

1,1%

0%

0%0%0,3%

0,3%

SEPSES

%

1

SPESEZ SEESEB

TSATTA

2.211 pacientes

NOBO

RI

Tromboose Intrrastennt

0,6%

0,4%

1,0%

0,5%

0,9%

0%

0,8%

0%

0%0%

0,2%

1,0%

SEPSES

TSATTA

%

1

SPESEZ SEESEB

1.481 pacientes, 2.507 lesões

NOBO

RI

Confiança baseada em Evidências

•Pequenos Vasoss Reestenosse e RLAA

SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS tttttttttttttttttttttttttttt eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee nnnnnnnnnnnnnnnnnnnn ttttttttt CCCCCCC oooooo rrrrrrr oooooo nnnnn ááááá rrrrrr iiiii ooooo ccccc ooooo mmmmmm BBBBBB iiiii oooooo lllll iiiii mmmmmm uuuuu ssssss AAAAAA 999999eeeeeeeeeeeeeeee PPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPP ooooooooooooooooooooooooooooooo llllllllllllllllllllllllllll íííííííííííííí mmmmmmmmmmmm eeeeee rrrrrrr oooooo AAAAAA bbbbb sssss ooooo rrrrrr vvvvvv ííííí vvvvvv eeeeee lllll

C

M

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CY

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K

Intercâmbio de conteúdoOXI Simpósio de Cardiologia In-

vasiva da Sociedade de Hemo-dinâmica e Cardiologia Inter-

vencionista do Estado do Rio de Janeiro (SOHCIERJ) reuniu cerca de 800 pes-soas no Centro de Convenções do Hotel Intercontinental, em São Conrado (RJ), no dia 4 de agosto.

a programação do evento teve casos clínicos da prática diária, com foco nas síndromes coronarianas agudas e debates sobre abordagens intervencionistas com far-macoterapia adjunta, trombectomia, uso de sistemas de proteção distal e implantação de stents farmacológicos.

O ponto alto do Simpósio foi a apresen-tação de alexandre abizaid (SP), principal investigador de estudos no campo das in-tervenções coronárias sobre próteses bioa-bsorvíveis e intervenção no tronco da coro-nária esquerda não-protegido. a discussão

teve a presença de Richard Rapoza (Esta-dos Unidos), vice-presidente da abbott vas-cular, que falou sobre o funcionamento de novos dispositivos de restauração vascular, com seus aspectos técnicos e biológicos.

O presidente da SBHCI, Maurício de Rezende Barbosa (MG) esteve presente ao Simpósio e participou do debate sobre a abordagem das síndromes coronaria-nas estáveis. Barbosa participou também, juntamente com Hélio Figueira (RJ) e Roberto Esporcatte (RJ), presidente da SOCERJ, das discussões de casos clínicos a respeito de situações desafiadoras, como o papel da intervenção percutânea em ca-sos complexos sem opção cirúrgica, a otimi-zação da terapia clínica, o papel do médico no tratamento de pacientes não incluídos nos guidelines, e implante percutâneo da válvula aórtica, com suas indicações atuais, desafios técnicos e questões pendentes.

“a nossa expectativa foi superada”, afirma José ary Boechat, presidente da SOHCIERJ, destacando como ponto posi-tivo do evento a integração entre clínicos e intervencionistas do Rio de Janeiro. “Reuni-mos cardiologistas de todas as faixas etárias, desde aqueles que estão começando, até os profissionais mais experientes do Estado.”

José ary Boechat (RJ), Maurício de Rezende Barbosa (MG) e Hélio Figueira (RJ).

SIMPóSIO da SOHCIERJ

Page 16: Jornal da SBHCI e. 48 - 03/2010

16

Novos recordesqualidade e interação multidisci-

plinar marcaram o sucesso do SOCERGS 2010. durante os

três dias de evento, cinco salas recebe-ram o total de 259 palestras, com deba-tes simultâneos sobre temas de relevân-cia na área de Cardiologia. Os números do evento superaram a edição anterior, contabilizando um total de 146 trabalhos inscritos na categoria Temas Livres para o Congresso e 104 para os Simpósios de Especialidades em Cardiologia. Entre os mais de 200 palestrantes, participaram renomados profissionais do Estado do Rio Grande do Sul e quatro convidados internacionais, entre eles, o cardiologista

intervencionista vladimir dzavik, diretor do Laboratório de Hemodinâmica do To-ronto General Hospital, no Canadá, que fez palestras sobre a técnica de bifurca-ções, choque cardiogênico e dispositivos de assistência ventricular da intervenção coronária percutânea de alto risco.

Na programação científica, a hemodi-nâmica teve espaço garantido, com um fórum específico para a especialidade, quando foram discutidos avanços no tra-tamento da doença arterial coronariana, estudos nas áreas de cardiopatia isquê-mica, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial sistêmica, arritmias e valvopatias. O Fórum de Hemodinâmica contemplou

palestras de curta duração, intercaladas com casos clínicos editados sobre os temas discutidos, e finalizadas com uma sessão de controvérsia sobre o escore SYNTaX, composta por um debatedor intervencionista, um debatedor cirurgião cardíaco e um mediador cardiologista clínico. “Este formato exigiu grande ob-jetividade dos palestrantes e tornou o Fórum mais dinâmico e interativo, pro-porcionando uma agradável atualização em diversos temas durante uma manhã”, afirma alexandre do Canto Zago (RS), presidente do departamento de Hemo-dinâmica do Rio Grande do SUl e diretor de Comunicações da SOCERGS.

alexandre Zago (RS) coordenou uma sessão de respostas curtas para questões relevantes no Fórum de Hemodinâmica.

as cinco salas que receberam 259 palestras estavam sempre lotadas durante todo o Congresso da SOCERGS.

CONGRESSO da SOCERGS

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17

Jorge Ilha (RS), presidente da SBC, durante a abertura do congresso, que foi seguida pela conferência inaugural de douglas Parker.

Destaque para a hemodinâmica

Osucesso da edição do ano passado foi repetido no 65º Congresso de Cardiologia da SBC, que reuniu

mais de 6.000 participantes no Expominas - Centro de Convenções e Feiras, em Belo Ho-rizonte (MG), entre os dias 25 e 29 de setem-bro. O evento teve cerca de 600 palestrantes para centenas de atividades dinâmicas, dis-tribuídas em conferências, mesas-redondas, colóquios, sessões “como eu faço”, casos clí-nicos, controvérsias, atualizações curriculares, sessões especiais e temas livres.

de acordo com o presidente do Congres-so, Márcio kalil (MG), o evento alcançou

seu objetivo, que é trabalhar com a bandei-ra da prevenção e da terapêutica de forma bem ampla, a fim de mudar o panorama no Brasil de ter as doenças cardiovasculares como principal causa de morte. “a partir do momento que discutimos o conhecimento, fazemos com que ele seja mais divulgado”, afirma kalil. “Com isso, melhoramos a abor-dagem com uma técnica mais refinada so-bre os problemas cardiovasculares.”

a programação científica contemplou uma série de eventos específicos sobre he-modinâmica, com uma ampla participação de sócios da SBHCI. Entre os destaques,

está a apresentação de um caso clínico sobre tratamento percutâneo de lesão de tronco de coronária esquerda não-protegido com stents farmacológicos, demonstrando resultados de médio e longo prazos. O caso foi coordenado pelo presidente da SBHCI, Maurício de Rezende Barbosa, apresentado pelo diretor de Comunicações da SBHCI, alexandre Schaan de quadros (RS), e de-batido pelos colegas Costantino Costantini (PR), Eduardo Szuster (MG), Fausto Feres (SP) e Marco wainstein (RS).

a apresentação da sessão “ponto de vis-ta” abordou a segurança da segunda gera-ção de stents farmacológicos, com a partici-pação de José Eduardo Sousa (SP); houve uma série de estudos clínicos, com a partici-pação de diversos colegas; sessões “como eu faço” sobre intervenção no infarto agudo do miocárdio, com Edgar Guimarães victor (PE), Roberto vieira Botelho (MG) e José klauber Roger Carneiro (CE); highlights sobre síndromes coronárias agudas; dentre outras participações.

durante o congresso, no dia 27 de setem-bro, foi realizado o Programa de Educação Médica Continuada (PEC) SBHCI-2010, com o tema “avanços Recentes da Cardiolo-gia Intervencionista: onde estamos”, com pa-lestras de alexandre abizaid (SP), Expedito Ribeiro (SP), Luiz alberto Mattos (SP), José Marconi almeida de Sousa (SP) e Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP).

O 65º Congresso da Sociedade Brasi-leira de Cardiologia mostrou como é impor-tante a integração de hemodinamicistas e clínicos. “a experiência de um caso clínico, em que se discute conduta e abordagem acaba sendo muito mais uma oportunidade de compartilhar estas ações com não espe-cialistas”, diz Márcio kalil. “Este é o grande papel do congresso brasileiro: filtrar o que cada especialista faz de melhor e tentar res-gatar a conduta ideal.”

A SBHCI teve efetiva participação durante as atividades da 65ª edição do Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em Belo Horizonte (MG)

CONGRESSO da SBC

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18

Mais uma missão cumprida

Nos dias 22 a 24 de julho, os car-diologistas intervencionistas che-garam a Belo Horizonte para par-

ticipar do grande evento científico de nossa Sociedade. Exatamente como Marco Marino (MG), mineiro de coração e presidente do Congresso, afirmava ao longo dos meses de organização do evento, o clima mineiro do mês de julho ofereceu aos congressistas

o período perfeito para conhecer a cidade. dias de céu azul, muito sol, tempo firme e um friozinho agradável no começo da noite.

Foi neste cenário que recebemos cerca de 600 médicos e mais de 350 enfermei-ros e técnicos no amplo espaço do Expo-minas. Os congressistas assistiram às aulas de 13 convidados internacionais vindos dos Estados Unidos, Colômbia, alemanha, Es-

Cardiologistas intervencionistas de todo o Brasil estiveram em Belo

Horizonte (MG), participando do XXXII Congresso da SBHCI

[Por Maurício de Rezende Barbosa (MG), presidente da SBHCI]

XXXII CONGRESSO da SBHCI

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19

panha, austrália, Itália, argentina, Canadá e Suíça, com apresentações de destaque sobre os assuntos de grande interesse na cardiologia intervencionista. Logo após a cerimônia de abertura, na conferência inau-gural, realizada no auditório Ouro Preto, um amplo espaço com capacidade para abrigar 600 congressistas, o suíço Stephan winde-cker apresentou sua palestra como a avalia-

ção da segurança dos stents farmacológi-cos. a aula foi seguida da apresentação de um caso internacional ao vivo, transmitido do Hospital Clínico Universitário San Car-los, em Madri, na Espanha, tendo Eulógio Garcia como operador do procedimento que tratou de uma intervenção coronária.

aliás, a transmissão de 19 casos ao vivo, cuja tecnologia para possibilitar a realização

foi disponibilizada e coordenada pela em-presa TBR, foi um dos pontos altos do Con-gresso. doze procedimentos realizados em hospitais de Belo Horizonte foram transmi-tidos via satélite para nosso congresso. de outros Estados e de hospitais do exterior, foram sete transmissões de casos ao vivo. Pela primeira vez em um congresso exclu-sivo da SBHCI foram transmitidos casos

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20

Eu estava no Laboratório de Imagens Cardiovasculares do Case Medical Center, Harrington-McLaughlin Heart and vascular Institute, em Cleveland, Ohio, Estados Unidos. Recém-chega-do para uma temporada de pesquisas, decidi acessar a transmissão ao vivo do XXXII Congresso da SBHCI pela internet. a qualidade de som e ima-gem eram ótimas; sentia-me como se estivesse sentado no auditório em Belo Horizonte. Como já conheço a qualida-de e a competência de nossa Socieda-de em organizar seus Congressos, não fiquei tão surpreso com a novidade, mas fiquei satisfeito em poder acom-panhar as aulas de tão longe. O mais interessante foi a repercussão desta brilhante iniciativa entre os demais fellows por aqui. Todos ficaram surpre-sos com o recurso oferecido durante o Congresso, que, de fato, promoveu a

ampliação no acesso à informação por parte de nossos associados.

Os colegas de diferentes partes do mundo – norte-americanos, holande-ses, japoneses, libaneses e checos – exaltaram a qualidade do material. as-sistimos juntos a algumas aulas, além da transmissão de casos ao vivo. Nos dias subsequentes, seguimos acom-panhando o evento remotamente. Senti-me realmente satisfeito e orgu-lhoso por fazer parte desta honorável Sociedade Médica. Iniciativas como esta tornam a SBHCI cada vez mais forte e promovem a união de seus as-sociados em torno do conhecimento e da atualização dentro desta especiali-dade de desenvolvimento pujante. Pa-rabéns SBHCI! É como dizia o líder indu Shri Ramakrishna: “O conheci-mento leva à unidade, assim como a ignorância, à diversidade”.

de hospitais do exterior. da Columbia Uni-versity, em Nova York, nos Estados Unidos, foram transmitidos dois casos de interven-ção coronária. O procedimento realizado em um paciente submetido a fechamento percutâneo do apêndice atrial esquerdo foi transmitido do Canadá. a transmissão via satélite de casos ao vivo de hospitais do ex-terior é um importante fator de crescimento para a cardiologia intervencionista no país, e tudo indica que deve tratar-se de uma ten-dência constante nos próximos congressos.

Como um evento científico desta mag-nitude deve ter uma divulgação adequada, um número especial do Jornal da SBHCI foi elaborado para destacar informações importantes do evento, aumentar a visi-bilidade dos patrocinadores e apresentar aspectos históricos e culturais da cidade sede. Este foi o primeiro passo para uma cobertura jornalística cada vez mais ampla do Congresso da SBHCI, registrando para a posteridade um evento tão significativo, e auxiliando a realização de eventos futuros. Pela primeira vez, transmitimos via internet os trabalhos da arena principal que, acessa-da através de área restrita em nosso Portal, possibilitou para muitos colegas acompa-nhar as atividades do Congresso no Brasil e até no exterior.

O encerramento do Congresso teve uma novidade. a diretoria da SBHCI sorteou quatro computadores entre os congres-sistas que acompanharam o evento até a última aula e estavam no auditório durante o sorteio. Os vencedores foram Leonardo Cogo Beck (dF), do Instituto de Cardiolo-gia do distrito Federal, em Brasília; vinícius Monteiro de Melo Filho (PE), da Unimed

Sem fronteirasGuilherme Attizzani (SP), editor-chefe do Portal da SBHCI, não estava no Brasil no período do Congresso 2010. Nem por isso foi excluído do processo de disseminação da informação científica promovida pela Sociedade. Da cidade de Cleveland, nos Estados Unidos, Attizzani enviou um relato de sua experiência como espectador da transmissão ao vivo pela internet das aulas ocorridas no Expominas de Belo Horizonte

Colegas de Guilherme attizzani (SP) assistiram ao congresso por meio do Portal.

XXXII CONGRESSO da SBHCI

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21

Recife Hospital Monte klinikum; antônio augusto Guimarães Lima (CE), do Hospital Monte klinikum, em Fortaleza; e Marcelo augusto antunes de Carvalho (MG), do Hospital Escola da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em Uberaba.

as atividades não param, e seguimos agora para a organização do Congresso da SBHCI 2011, que será realizado no Paraná, estado com destacada tradição na cardiologia intervencionista. agendado para os dias 8 a 10 de junho de 2011, o even-

to será realizado no centro de convenções Expotrade, situado a 20 minutos do centro da cidade de Curitiba e da rede hoteleira. É uma excepcional área para realização de um Congresso, com modernas salas para apresentações e ampla área para exposi-ções. antecipadamente, parabenizo Samuel Silva da Silva (PR), presidente do Congres-so SBHCI 2011, e todos os cardiologistas intervencionistas do Paraná na certeza de que, trabalhando em conjunto, realizaremos um grande evento.

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22

Premiado Título Instituição

Carlos Eduardo Bernini kapinsComparação do índice de Nakata pela aR-3d e pela angiografia bidimensional em pacientes pré-operatório de Fontan

• Universidade Federal de São Paulo• Escola Paulista de Medicina • Setor de Hemodinâmica

Intervenção em Doenças Congênitas

1.º

1.º

2.º

Pedro alves Lemos NetoSistema integrado de dados de intervenção coronária percutânea no Brasil (Registro ICP-BR): perfil clínico dos primeiros 1250 pacientes incluídos

• Colaboradores do registro ICP-BR

dimytri a. SiqueiraImplante percutâneo de prótese valvar aórtica: seleção e resulta-dos iniciais de uma abordagem multidisciplinar

• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia• Hospital do Coração

adriana Moreira

Incidência de eventos cardíacos adversos maiores no seguimento clínico tardio (até 8 anos) de portadores de insuficiência renal crônica submetidos ao implante de stents farmacológicos no mundo“real”

• Hospital do Coração - Ass

wilson albino Pimentel FilhoIntervenção percutânea coronária direta sem coronariografia prévia – registro

• Beneficência Portuguesa - SP• Hospital Samaritano - Campinas

Sérgio Costa Tavares Filho Impacto dos stents farmacológicos em PCTES com daC estável submetidos a intervenção coronária percutânea na prática clínica do mundo real

• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia• Hospital do Coração

Luis augusto Palma dallan Comparação das medidas de área valvar mitral através de parâ-metros hemodinâmicos invasivos e ecocardiografia tridimensional em tempo real após valvoplastia mitral percutânea

• INCOR - Instituto do Coração• HCFMUSP

Marcelo Nakashima de Meloanalise dos preditores clínicos da trombose aguda e subaguda entre pacientes de “mundo real” tratados com stent não farma-cológico em um centro terciário de alta complexidade

• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

vinicius Estevesanálise comparativa entre sistema de proteção distal e novo stent dedicado MGUaRd para o tratamento de lesões complexas em pontes de safena

• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

José ary BoechatImplante de stents farmacológicos eluídos em Everolimus na prática clínica diária: análise dos primeiros 12 meses

• Clinica São Vicente• Hospital Cardiotrauma• Hospital de Clinicas de Niterói

Marden andre Tebet Utilização de cateter único edicado comparado à utilização de cateteres de Judkins para a realização de coronariografia pela via radial direita

• Santa Casa de Marília, SP • Hospital do Coração de Londrina, PR

Intervenção em Doenças Cardiovasculares Adquiridas Premiado Título Instituição

1.º

2.º

3.º

4.º

5.º

6.º

7.º

8.º

9.º

10.º

>> Julgamento Congresso

Premiado Título Instituição

alexandre do Canto ZagoModelo experimental de reestenose intra-stent em artérias coronárias de suínos: efeito do implante de stent sobredimensionado

• Centro Pesquisa Cardiovasc. Ulbra

Celso kiyochi Takimura avaliação por microscopia eletrônica de varredura da endotelização pós implante de stent farmacológico Scitech em artérias ilíacas de coelhos

• ICB - USP• IPEN -USP• INCOR - HCFMUSP

º Prêmio Abbott Vascular Intervencionista do Ano 20103>>

XXXII CONGRESSO da SBHCI

Nesta edição, 193 trabalhos foram inscritos nos temas livres. Conheça os autores e temas dos trabalhos premiados neste Congresso.

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23

Ricardo alves da CostaTratamento e seguimento clínico tardio de pacientes com trombose de stent após implante de stents farmacológicos na prática diária do “mundo-real” – uma subanálise do registro desire

• HCOR - Assoc. doSanatório Sírio

Marco aurélio de MagalhãesEscore de risco clínico-probabilístico para infarto e elevação de marcadores de necrose miocárdica após intervenção coronariana percutânea

• Hospital Israelitaalbert Einstein

José de Ribamar Costa JúniorComparação randomizada entre o stent Taxus e o novo stent amazonia Pax, com paclitaxel e sem polímero: avaliação com angiografia, ultrassom e tomografia óptica

• IDPC

Fábio Sândoli de Brito JúniorIncidência de distúrbios da condução átrio-ventricular e intraventricular após o implante percutâneo da bioprótese Corevalve

• Hospital Israelita albert Einstein

Luciano Pessoa CavalcanteIncidência e preditores de nova revascularização da lesão-alvo em seguimento tardio no "mundo-real": análise crítica do registro desire

• Hospital do Coraçãoass São Paulo

José de Ribamar Costa JúniorComparação randomizada entre o novo stent farmacológico vestasync, com sirolimus e hidroxiapatita e sem polímero com o seu equivalente não-farmacológico

• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia• S Marcelina

alexandre do Canto ZagoStent farmacológico liberador de estatina em lesões de novo em artérias coronárias: análise quantitativa e de distribuição da neoíntima

• Hospital de Clínicas de Porto alegre

daniel ChamiéInfluência da função renal nos desfechos clínicos de 1 ano de pacientes submetidos à intervenção coronária percutânea com implante de stents farmacológicos e não farmacológicos

• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Luiz Fernando PinheiroEfeitos da terapia combinada clopidogrel e atorvastatina em coronarianos

• UNIFESP

Ricardo alves da CostaProcedural and 30-day outcomes of the novel Nile Pax®bifurcation dedicated stent for treatment of bifurcation lesions

• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia• CardiovascularResearch Center

Intervenção em Doenças Cardiovasculares Adquiridas Premiado Título Instituição

Premiado Título Instituição

Premiado Título Instituição

Carlos Henrique FalcãoTrombólise intra-arterial na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico: resultados angiográficos e evolução

• Universidade FederalFluminense• Hospital de Clínicas Niterói• Hospital Procardíaco

Intervenção em Doenças Extracardíacas

Carlos Eduardo Bernini kapinsUso da angiografia rotacional 3d (3d-Ra) nas cardiopatias con-gênitas: uma experiência de 53 casos

• Universidade Federal de São Paulo• Escola Paulista de Medicina• Setor de Hemodinâmica

Intervenção em Doenças Congênitas

>> Julgamento Eletrônico

1.º

2.º

3.º

4.º5.º6.º

7.º

8.º

9.º

10.º

1.º

1.º

1.º

Premiado Título Instituição

Cleverson Neves Zukowski Incidencia, preditores e impacto clinico intra-hospitalar de pacientes de alta complexidade apresentando sangramento associado a intervenção coronária percutânea (ICP)

• Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

>> Premiados Expressão Científica

Page 24: Jornal da SBHCI e. 48 - 03/2010

24

Segurança dos stents

Graduado na conceituada univer-sidade alemã de Heidelberg, o suíço Stephen windecker, atua

na diretoria do Centro de Cardiologia In-vasiva do Hospital Universitário de Bern, na Suíça, onde supervisiona os procedi-mentos e tratamentos com catéter em deficiências estruturais e coronárias. Sua principal área de pesquisa clínica envol-ve avaliações de stents no tratamento da artéria coronária, bem como interven-ções não-coronárias no tratamento per-cutâneo de forame oval patente e defei-tos do septo atrial.

windecker é notadamente reconhecido como o principal pesquisador de diversos estudos clínicos em cardiologia. Partici-pou ainda de dezenas de ensaios multi-cêntricos internacionais. windecker é ain-da membro de um consórcio de pesquisa acadêmica que recomenda um padrão de definições de desfecho clínico em ensaios de stents coronários, a fim de facilitar a avaliação de segurança e eficiência deste dispositivo, permitindo comparações his-tóricas e indiretas.

ENTREvISTa STEPHaN wINdECkER

Stephan Windecker, diretor do Serviço de Cardiologia Intervencionista de Bern, na Suíça,concede entrevista a Car-los Campos (MG) acerca da segurança dos stents farmacológicos

[Por Carlos Campos (MG), coeditor do Portal da SBHCI]

Page 25: Jornal da SBHCI e. 48 - 03/2010

25

Em uma conversa rápida durante o XXXII Congresso da SBHCI, realizado em julho, em Belo Horizonte, Stephen windecker falou sobre a questão da se-gurança dos stents farmacológicos com base em experiências recentes.

Atualmente temos grande volume de informação do stents farmacológicos de primeira geração, com abordagens em diversos cenários clínicos e com dados de seguimento de longo prazo. No entanto, os stents eluidores de medicação de segunda geração têm apresentado resultados consistentes. O senhor acredita que seja hora de abandonarmos as plataformas de primeira geração?

Comparados ao stent com liberação de paclitaxel de primeira geração, os stents de segunda geração têm se mostrado

mais seguros e eficazes e, desta forma, não vejo motivo para continuarmos seu uso clínico. Com os dados que dispo-mos atualmente, se comparamos o stent eluidor de sirolimus de primeira geração com as novas plataformas, estas são, pelo menos, tão boas quanto o sirolimus. No entanto, devido à evolução das platafor-mas com melhorias consideráveis nos sistemas de entrega destas endopróteses, acredito que a tendência é que adotemos cada vez mais estas novas tecnologias.

Sabemos que a trombose dos stents também pode ocorrer secundária às características técnicas de seu implante. Neste aspecto o ultrassom intracoronário (USIC) pode ser uma ferramenta útil para otimizar os resultados. Quando o senhor acredita que o USIC seja fundamental para aintervenção percutânea?

desde que sejam tomados cuidados com pós-dilatação buscando-se resul-tados angiográficos ótimos, evitando-se dissecções residuais, não vejo nenhum cenário em que o USIC seja mandató-rio. Em minha opinião, no que tange à segurança, não existem dados definitivos demonstrando que o USIC deva ser utili-zado quando se usa uma técnica ótima de implante guiada por angiografia.

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26

Repórter SBHCI: Congresso Europeu de Cardiologia

Eleita recentemente como a pri-meira “capital verde” da Europa, por suas ações voltadas para a

sustentabilidade, a cidade de Estocol-mo, na Suécia, foi o cenário da 18ª edi-ção do congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, o ESC 2010, realizado entre os dias 28 de agosto e 2 de setembro, no Centro de Convenções Stockholmsmassan.

dezenas de estudos clínicos levaram ao congresso resultados inéditos, por meio de sessões chamadas “hot lines”. durante o primeiro dia do evento, o foco principal foi o manejo do paciente com insuficiên-cia cardíaca, além de um debate especial

de atualização clinica, que abordou temas como antiagregação plaquetária e implan-te valvar aórtico percutâneo, ambos de in-teresse da cardiologia intervencionista na atualidade. Entre os destaques, é possível ressaltar o estudo SHIFT, que provou que a ivabradina é eficaz no tratamento da insuficiência cardíaca moderada a gra-ve, devido a uma redução da frequência cardíaca.

a “Zone k”, principal sala do centro de convenções, foi palco da apresenta-ção das novas diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia para a revascu-larização miocárdica. Entre os assuntos apresentados neste espaço, vale ressaltar

a angioplastia do tronco de coronária es-querda não-protegido – ou seja, aquele sem um enxerto patente para as artérias descendente, anterior ou circunflexa –, que deixou de ser contraindicada for-malmente, como o era na edição prévia das mesmas diretrizes. Em comparação às diretrizes americanas, um fato interes-sante sobre esse documento científico é a abordagem de caráter mais individualiza-do, levando-se em conta a complexidade anatômica de cada paciente para avalia-ção dos níveis de indicação e evidência para efetivação da intervenção.

No decorrer do congresso, uma série de ensaios clínicos trouxe à tona assuntos

Este importante evento reuniu mais de 27 mil participantes em Estocolmo, na Suécia

[Por Guilherme attizzani (SP) e andré Manica (RS), editor e coeditor do Portal, respectivamente, e enviados especiais da SBHCI a Estocolmo]

a cidade de Estocolmo, na Suécia, é considerada a capital verde da Europa por seus cuidados especiais com a água e o lixo.

ESC 2010

Page 27: Jornal da SBHCI e. 48 - 03/2010

27

como a doença arterial coronária, anticoa-gulação, bem como a comparação em se-guimento de longo prazo de duas endopró-teses já consagradas, eluidoras de sirolimus e everolimus. adicionalmente, um estudo discutiu a necessidade de utilização de um ou dois enxertos de artéria mamária na re-vascularização miocárdica.

Um assunto que vale a pena ser des-tacado é o modelo adotado pela Socie-dade Europeia de Cardiologia para a apresentação das atualizações de suas diretrizes. Todas as manhãs, os especia-listas responsáveis pela confecção deste documento exibiam as alterações reali-zadas e seu embasamento científico, em

discussão interativa com a plateia. Outro ponto forte do evento foi a organização e a robusta estrutura montada, destacando--se um amplo auditório principal, equipa-do com três telões de alta qualidade de imagem, além de um programa diversifi-cado que privilegiou de modo equilibrado todos os tópicos da cardiologia.

Uma das novidades deste ano foi a distribuição de painéis gigantes ao re-dor do prédio do centro de convenções, possibilitando o acesso às apresenta-ções de quem não conseguiu vaga nas salas dos auditórios, sempre lotadas. de acordo com os organizadores, isso mostra a importância do congresso, que

atrai muitos participantes por sua pla-taforma para representação de novas drogas, novos desenvolvimentos e até mesmo de novas aplicações para medi-camentos já desenvolvidos.

Já pensando no evento do ano que vem, que será realizado de 27 a 31 de agosto de 2011, em Paris, os organiza-dores afirmam que os holofotes serão di-rigidos às “controvérsias na cardiologia”, abordando as muitas questões não resol-vidas dentro da especialidade. O novo presidente do congresso, Michel koma-jda, adianta seu convite: “Congratulo-me com antecedência com a minha cidade natal no próximo ano.”

andré Manica (RS) e Guilherme attizzani (SP) foram os enviados especiais da SBHCI. Centro de Convenções Stockholmsmassan.

a estrutura do evento contou com um amplo auditório principal, equipado com três telões de alta definição.

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CONGRESSO SOLaCI

Contribuição Brasileira

OXvI Congresso da Sociedade Latino-americana de Cardiologia Intervencionista (SOLaCI) foi re-

alizado nos dias 12 e 13 de agosto, e reu-niu mais de 3 mil pessoas nas modernas instalações do Centro de Convenções do Hotel Hilton, na bela região de Porto Ma-dero, um dos mais agradáveis bairros da cidade de Buenos aires, na argentina.

a programação científica do maior evento de hemodinâmica da américa Latina teve um grande número de palestras ministradas pelos profissionais mais importantes da área e 25 casos em telas de alta definição, trans-mitidos ao vivo a partir de quatro centros, em Buenos aires. a infraestrutura do evento contou ainda com três salas de exposições, oficinas interativas e painéis de debate sobre uma série de tópicos essenciais.

O Brasil esteve muito bem representado com um amplo contingente de participantes e mais de 30 cardiologistas intervencionis-tas convidados como palestrantes, que par-ticiparam ativamente divulgando os ótimos

resultados da hemodinâmica de nosso país em conferências, mesas-redondas, casos ao vivo, simpósios e apresentações de tra-balhos em todas as áreas da especialidade.

Como cenário para o importante en-contro, a capital argentina não deixou a desejar. Buenos aires é sempre uma ci-dade bela e atraente. Com temperaturas baixas no inverno portenho, o evento foi também uma oportunidade para passear nos momentos de folga e apreciar a culi-nária regional, acompanhada dos sober-bos e famosos vinhos, ao som dos inigua-láveis tangos argentinos.

O próximo encontro anual da SOLaCI acontecerá entre os dias 3 e 5 de agos-to de 2011, no Centro de Convenções CasaPiedra, em Santiago do Chile. Por ser considerado um dos países de grande destaque na cardiologia mundial, é impor-tante que o Brasil participe novamente com uma forte presença dos intervencio-nistas brasileiros divulgando o nosso tra-balho pela américa Latina.

A delegação do Brasil foi a segunda maior do evento, com mais de 30 convidados palestrantes, ficando atrás apenas da anfitriã Argentina

[Por Maurício de Rezende Barbosa (MG), presidente da SBHCI]

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qUaLIdadE PROFISSIONaL

Responsabilidade médica

Todo médico tem o dever de in-formar o paciente sobre as pos-sibilidades e riscos do tratamen-

to, bem como fornecer as informações administrativas quanto a pagamento ou reembolso por parte das empresas do sistema de saúde suplementar. Esta responsabilidade leva em consideração uma série de cuidados que o médico deve conhecer para saber lidar com possíveis consequências advindas de uma conduta adequada.

de acordo com Jorge a. Perrone de Oliveira, desembargador aposen-tado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e coordenador da assessoria jurídica do Conselho Regional de Me-dicina do Estado do Rio Grande do Sul (CREMERS), existem empresas que vêm provocando retaliações e fazendo ameaças de descredenciamento a pro-fissionais sob a justificativa dos altos custos de alguns tratamentos. “Por isso o médico deve estar munido de provas e documentos, sob o risco de também ser responsabilizado em um possível processo.” Outro aspecto importante que deve ser esclarecido é a correspon-sabilidade jurídica de diretores de pla-nos de saúde no caso de negativas de tratamentos com comprovada eficácia.

Perrone defende que a autonomia do médico, no sentido de liberdade de prescrição, é um dos princípios funda-mentais do exercício da profissão. “O princípio é completado por outro que proíbe o médico de renunciar a esta

liberdade profissional”, diz o desem-bargador. Todavia, é preciso notar que esta autonomia exige responsabilidade. a primeira consequência desta afirma-ção é que o médico deve respeitar tam-bém a vontade e a decisão do paciente, a quem deve informar sobre todas as circunstâncias do tratamento proposto.

“ao propor o stent como tratamento, o cardiologista intervencionista deve es-tar convicto de suas vantagens, emba-sado em estudos documentados, para que possa dar informação efetiva e cor-reta ao paciente, para que este possa decidir”, afirma Perrone.

vale lembrar que os planos de saúde

Com a adoção de novas tecnologias em saúde, a indicação de novos tratamentos requer atenção especial quanto à autonomia do médico, à jurisprudência a respeito e à responsabilidade do profissional,tanto do ponto de vista civil quanto ético

[Por adriano dias dourado Oliveira (Ba), diretor de qualidade Profissional]

Jorge a. Perrone de Oliveira é coordenador da assessoria jurídica do CREMERS.

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qUaLIdadE PROFISSIONaL

e as seguradoras só podem interferir se houver manifesto prejuízo ao paciente na prescrição do médico. É proibido vetar, modificar ou alterar procedimen-tos terapêuticos, salvo situações de emergência ou iminente perigo, sendo que, nestes casos, é obrigatória a co-municação por escrito ao médico assis-tente. além disso, é vetado a tais enti-dades, sob pena de responsabilização, usar de retaliação contra o médico que exerça sua autonomia profissional nos termos legais. “a jurisprudência vem enfrentando essas situações de negati-vas de planos de saúde e seguradoras, inclinando-se em favor do paciente, na condição de consumidor”, diz o coorde-nador jurídico do CREMERS.

Perrone afirma ainda que, em toda evidência na relação médico-pacien-te, é o médico que está em melhores condições de demonstrar que não agiu com culpa, porquanto fez o que lhe era possível, dentro dos princípios da boa prática médica. “Isso ressalta a impor-tância do correto e completo preenchi-mento dos documentos de atendimento do paciente”, enfatiza. “além de ser uma obrigação, é também um cuidado que o médico deve ter para se precaver con-tra possíveis acusações de má prática.”

Outra questão importante é o concei-to do dano. Para o Código de Ética Mé-dica, o dano se dá não só pela existência de um resultado negativo (morte, lesão, etc.), mas também pela má prática, ou seja, o descumprimento das regras da boa medicina, independentemente da responsabilidade do resultado. assim, será responsabilizado eticamente não só o médico que, por seu mau atendi-mento, tiver causado a morte do pacien-te, por ação ou omissão, mas também aquele que, embora o resultado pudes-se ocorrer de qualquer forma, deixou de utilizar todos os meios possíveis, dentro das circunstâncias.

a atenção a todos estes procedimen-tos, do ponto de vista ético, não remete apenas a uma “medicina defensiva”, mas ao atendimento de uma obrigação para com o paciente e um ônus para si mesmo.

SBHCI - Atualmente, têm sido frequentes as negativas de liberação de materiais, principal-mente stents farmacológicos, dos planos e convênios, comu-nicadas por fax ou e-mail, sem identificação do auditor médico e, eventualmente, com obser-vações como “Material não tem indicação”. Alguns convênios afirmam só aceitarem indicações que tenham recomendação das Diretrizes da SBC. Na prática, como o médico deve proceder?

Jefferson Pedro Piva - O CREMERS editou recentemente um parecer refe-rindo-se à Resolução n° 1.614/2001 do Conselho Federal de Medicina (CFM), em que consta muito claramen-

te que o auditor, baseado em evidências científicas, pode não recomendar deter-minada prática, mas ele deve discutir isso com o médico assistente. Ele tem de apresentar as justificativas por escri-to, no prontuário ou por meio de cor-respondência. Em 90% das situações, é possível dizer se determinado proce-dimento está ou não indicado e qual é o benefício. Se o convênio considerar que não está indicado, ele tem de justificar o porquê, dando a oportunidade para que o médico assistente também possa debater o assunto até se chegar a um consenso. Há 10% das situações em que deve ser discutido caso a caso. a identificação do auditor médico é obri-gatória. vamos analisar um caso hipoté-tico, em que a colocação de um stent na aorta de um paciente em estado grave

A teoria e a práticaConfira uma entrevista com Jefferson Pedro Piva, diretor do setor de Câmaras Técnicas do CREMERS, com orientações práticas sobre a responsabilidade médica

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não seja autorizada pelo convênio, e o paciente venha a falecer. de quem é a responsabilidade? Se for comprovada a relação causa e efeito, a responsabilida-de pode ser imputada a quem o negou. Claro que o convênio pode justificar um motivo plausível, como período de ca-rência, por exemplo. Mas pelo aspecto técnico, se evidenciar que houve prejuí-zo pela negativa em função de ir contra o que recomenda a boa prática médica, isso pode ser imputado.

Alguns colegas referem que, muitas vezes, sofrem pessoal-mente, ou pelo serviço médico, pressões dos convênios com ameaças de descredenciamen-to. Quais os riscos reais de descredenciamento e como se proteger?

O Código de Ética Médica prevê que o médico deve exercer sua profissão com independência, isenção, pensan-do sempre no melhor para o paciente. Se algum colega sentir-se pressionado por atitudes que não considera ampara-das pelo ponto de vista ético, ele deve procurar o diretor técnico do próprio convênio, que é quem faz a intermedia-ção entre o convênio e o profissional e é responsável por responder frente ao Conselho pelas normas éticas.

Existem hoje no Brasil várias marcas autorizadas pela ANVISA para uso dos stents farmacológi-cos. Em algumas localidades, os convênios mais fortes, quando autorizam, só permitem o uso de uma marca específica, alegando fatores econômicos. Como o colega que trabalha em serviço pequeno, sofrendo com as pres-sões das operadoras, pode lutar contra essa situação?

É preciso ter sensibilidade, tendo em vista que os custos da medicina são es-tratosféricos. deve ser feita justiça na distribuição de recursos, mas não há uma infração ética neste aspecto. Se

nós temos duas opções terapêuticas que se equivalem, não há problema em se optar pela de menor custo. Esse é o preceito básico que nos norteia. Obvia-mente, pode haver um desvio no mo-mento da escolha pelo custo, preterindo a qualidade. Estas definições são feitas pelas áreas técnicas, ou seja, pelos or-topedistas, cardiologistas, intensivistas, diretamente com as operadoras. de um lado, as operadoras trazem os seus custos; e, de outro, as sociedades das especialidades, através de suas Câma-ras Técnicas, demonstram, por meio de dados, quais as vantagens de um proce-dimento que, mesmo sendo inicialmen-te mais caro, permite maior sobrevida e menor custo posterior. a definição de protocolos é feita pelas sociedades, e não pelos conselhos regionais. Claro que se houver uma pressão excessiva e um impedimento de que o médico faça o melhor da medicina, aí sim, cabe a denúncia. Mas a melhor forma de se negociar isso é diretamente com as so-ciedades.

A Resolução Normativa 211, da Agência Nacional de Saúde, trata de indicações de órteses, próteses e materiais especiais (OPME), e o CFM estuda uma proposta de resolução para regulamentar as condutas dos médicos. Em sua opinião, e de acordo com os artigos 21 e 30 do Código de Ética Médica, os pacientes não deveriam partici-par deste processo decisório?

O processo decisório do paciente diz respeito às perspectivas das interven-ções a serem feitas pelo médico, que deve explicar os benefícios e problemas relativos ao tratamento. agora, a discus-são técnica sobre todas as próteses e órteses não cabe ao paciente, e sim ao representante da sociedade. Nesta fase inicial, o que estamos discutindo é uma questão técnica, com um órgão técnico, que é a aNS: se uma placa de titânio tem maior durabilidade que outra; se tal parafuso para redução de fratura tem

maior beneficio que outro tipo;... Então, me parece que, por enquanto, tudo está indo bem. Talvez a sociedade possa fazer alguma pressão. Mas, neste mo-mento, novamente, é preciso utilizar o bom senso. Sabemos que os recursos não são ilimitados.

Como regulamentar a conduta médica, sem criar problemas jurí-dicos, visto que a Constituição Federal (inciso II do artigo 5º) desobriga qualquer indivíduo a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude da lei; e o projeto de Lei Nº 7703/06, em tramitação no Senado Federal, com o assentimento do Conse-lho Federal de Medicina (inciso IX do artigo 4º), confere ao médi-co a prerrogativa de indicação de órteses e próteses?

Toda vez que se tenta legislar a me-dicina comete-se um erro tremendo. a medicina evolui dia a dia, e o nosso sistema legislativo é muito lento, não acompanha o processo. Ele consolida a prática; não se antecipa a ela. Um exem-plo é o racismo, que já tinha acabado há muito tempo, quando foi abolido na África e nos Estados Unidos, na década de 1960. O costume da sociedade é anterior à legislação, que apenas tenta dirimir conflitos. O tratamento médico é uma relação que, até pouco tempo, era feita entre duas partes: o médico e o paciente. Hoje, existem mais partes en-volvidas: os hospitais, os convênios, etc. O que está se tentando fazer é o melhor para aquele indivíduo, naquela situação, dentro daquelas condições. Por exem-plo, as condições de tratamento para transplante hepático no Brasil são mui-to melhores hoje do que há 15 anos, e muito piores do que daqui a 20 anos. É preciso lidar com todas as variáveis, e não há como criar uma lei para isso. Como vou obrigar todo mundo a fazer transplante hepático, se não existe nem doador? qualquer lei que venha a ser feita nesse sentido será tão supérflua e genérica, que não dará em nada.

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Um grupo especial

Todos os anos, o número de pa-cientes ativos com idade avança-da tem crescido gradativamente

no Brasil. Esta constatação é feita por cardiologistas intervencionistas que atu-am há pelo menos duas décadas com público nesta faixa etária, também co-nhecida como “terceira idade”, e apon-tam também um aumento de indica-ções de procedimentos terapêuticos e medicamentos antes contraindicados, ou pelo menos temidos, mais frequen-temente prescritos para este grupo de pessoas.

Para falar sobre o assunto, é preci-so entender quem é a “terceira idade”. de acordo com autoridades e entidades públicas, são os indivíduos com mais de 65 anos. Já para a classe médica, as pessoas consideradas idosas têm aci-ma de 70 anos. Os próprios “idosos”

só admitem estar nessa classificação a partir dos 80 anos. de qualquer ma-neira, o padrão cronológico é o menos importante para definir que o indivíduo é idoso e, menos ainda, para determinar suas necessidades especiais.

No Brasil, não há dados que certifi-quem a excelência no atendimento à terceira idade ou seu reflexo na expec-tativa de vida dos idosos.

O Japão é um bom exemplo no qual se espelhar. Em 2009, a expectativa de vida dos japoneses bateu novo recorde, com 86,4 anos para mulheres e 79,6 anos para homens. Segundo o relatório do Ministério da Saúde japonês, a prin-cipal causa deste aumento é a melhoria do tratamento médico das três doenças que provocam mais mortes no país: câncer, problemas cardíacos e acidente vascular cerebral (avC).

É importante ressaltar também que o Japão foi pioneiro na padronização de indústrias, com processos e rotinas para obtenção de controle de qualida-de. a partir disso, os processos foram estendidos para os serviços em geral, inclusive, os serviços de saúde.

Infelizmente, o Brasil ainda não con-seguiu atingir os níveis japoneses, e há uma longa caminhada pela frente para o alcance de índices comparáveis. Porém, as doenças que mais matam em nosso país são as mesmas, e nós, cardiologis-tas intervencionistas, participamos dire-ta ou indiretamente do tratamento e da evolução de algumas delas.

Existem alguns cuidados especiais que podemos tomar, até sem grandes investimentos, que proporcionarão maior segurança, maior eficácia e até maior conforto a este grupo específico. Entre eles, estão:

a formatação dos formulários e con-sentimentos com letras maiores, propi-ciando melhor leitura e entendimento.

O agendamento em horários adequa-dos, facilitando a vida de muitos idosos que moram sozinhos, que necessitam de transporte especial ou da ajuda de terceiros para se locomover.

a comunicação via telefone deve ser cuidadosa para que haja esclarecimento de dúvidas, pois, nem sempre, tudo é compreendido com rapidez e clareza.

a abordagem na admissão deve ser feita com maior atenção, para que haja conforto e bom discernimento.

a aplicação do conceito de desenho Universal ao mobiliário e arquitetura, que, na verdade, não trata apenas das necessidades dos idosos, mas de toda diversidade humana, transformando e democratizando a vida das pessoas.

qUaLIdadE PROFISSIONaL

Pesquisa realizada no Japão aponta que a principal razão para o aumento da expectativa de vida no país é a melhoria do tratamento médico. Mas será que estamos preparados para atender a terceira idade?[Por Hélio Castello (SP), editor]

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Este conceito bem aplicado oferece es-truturas e móveis de uso simples, igua-litário, adaptável, perceptível, seguro, que não exije esforço e abrangentes, proporcionando facilidades àqueles que têm dificuldades.

O conceito de Equidade com gestão de riscos, em que estabelecemos pro-tocolos mais seguros e atendimentos prioritários aos de maior risco, para que possamos atingir resultados semelhan-tes para todos. Sabemos que os idosos têm maior incidência de complicações renais, vasculares, congestivas, isquê-micas e, frequentemente, apresentam--se em estado clínico mais instável, desta forma devem ser atendidos com vistas para estas diferenças.

Em todas as situações, mas prin-cipalmente durante emergências, de-vemos aplicar terapêuticas invasivas “econômicas”, no que se refere ao tempo, ao volume de contraste, ao uso de medicamentos que possam propor-cionar efeitos colaterais deletérios, e

buscar sempre a estabilidade clínica e a monitoração melhor do binômio ris-co/benefício.

O acompanhamento tardio com iden-tificação precoce de complicações, alia-do às políticas de prevenções terciárias, poderá fechar um ciclo de efetividade com resultados melhores.

Há, ainda, outras tantas características a serem observadas, como administra-ção de dieta adequada, implementação de fisioterapia precoce, boa assistência farmacêutica, dentre outras, que vêm fortalecer a importância de uma equipe multiprofissional alinhada no atendimen-to deste grupo de pacientes.

Certamente, este é apenas um alerta para que os profissionais da medicina se mobilizem no sentido de aplicar me-didas de gestão de riscos e de assistên-cia que visem oferecer resultados cada vez melhores, com maior segurança e conforto para todos e, especialmente, para os idosos, grupo no qual estare-mos inseridos no futuro.

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Gestão 2010-2011

Presidente: Maurício Rezende Barbosa (MG) • Diretor Administrativo: Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP) • Diretor Financeiro: Fernando Stucchi Devito (SP) • Diretor Científico: Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) • Diretor de Comunicação: Alexandre Schaan de Quadros (RS) • Diretor de Qualidade Profissional: Adriano Dias Dourado Oliveira (BA) • Diretor de Edu-cação Médica Continuada: Antônio Carlos de Camargo Carvalho (SP) • Diretor de Intervenções Extracardíacas: Marco Vug-man Wainstein (RS) • Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas: Francisco José Araújo Chamié de Queiróz (RJ)

www.sbhci.org.brRua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 – vila OlímpiaSão Paulo, SP – CEP 04548-050 Fone: (11) 3849-5034

Jornal da SBHCI é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI. Os textos assina-dos são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não refletem neces-sariamente a opinião da SBHCI.

Edição e jornalista resp.: andré Ciasca, mtb 31.963Reportagem: Carla CiascaProjeto gráfico e direção de arte: Manoela TourinhoRevisão: Christina domeneEdição de Fotos: Gis Ciasca | www.gisciasca.com.brTiragem: 9.500 exemplaresImpressão: Ipsis

www.take-a-coffee.com Fone: (11) 2626.3921 Skype: take.a.coffee

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20 a 23Reunião Científica Anual SOCIME 2010San Luis Potosi, Méxicowww.socime.com.mx

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13 a 17AHA 2010 – American Heart Association Scientific SessionsIllinois, Estados Unidosscientificsessions.americanheart.org

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