jornal consaúde 43

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Jornal do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte Distribuição gratuita www.pbh.gov.br/cms ANO 11 DEZEMBRO 12

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Jornal do Conselho Municipal de Saúde

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Page 1: Jornal ConSaúde 43

Con aúdeS Jornal do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte Distribuição gratuita

www.pbh.gov.br/cmsANO 11 DEZEMBRO 12#43

MANICÔMIOSPOR UM MUNDO SEM

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Opinião

AVOZDOLEITOR

@cmsbhfacebook.com/cmsbhEnvie sua opinião ou sugestão [email protected]

Gostaria de comemorar com os conselheiros

de BH o sucesso das conferências

de saúde. Estou super feliz

com o trabalho que realizamos.

A versão digital do jornal está disponível em www.pbh.gov.br/cms

Uma pergunta recorrente sobre esse jornal é: por que as unidades de saúde

recebem tão poucos exemplares? Afinal, são muitos elogios às matérias e

informações veiculadas sobre o SUS.Parabéns ao ConSaúde.

Prezada Claudete,Os exemplares do jornal ConSaúde

destinados às unidades do SUS-BH são divididos de acordo com o número de

equipes de saúde da família, dentro da tiragem total.

EditorialExpediente

Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte Av Afonso Pena, 2336, Pilotis, Funcionários, Belo Horizonte MG Cep: 30.130-007

TELEFONES:(31) 3277-7733 FAX: (31) 3277-7814COMUNICAÇÃO:(31) 3277-5232

ConSaúde é uma publicação do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, editado por sua Assessoria de Comunicação. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. O artigo assinado é de responsabilidade de seu autor e não expressa necessariamente a opinião do jornal.

MESA DIRETORA DO CMSBH

Angela de Assis Maia MouraPRESIDENTE

Ederson Alves da SilvaSECRETÁRIO GERAL

Wallace Medeiros Xavier1º SECRETÁRIO

Martha Auxiliadora Ferreira Reis2ª SECRETÁRIA

CÂMARA TÉCNICA DE COMUNICAÇÃO

Adolpho von Randow NetoCOORDENADOR

MEMBROS: Adolpho von Randow Neto, Cláudia Pessoa Oliveira, Jussara Silvia G. Ferreira, Martha Auxiliadora Fer-reira Reis, Vânia Virgínia Lima

SECRETARIA EXECUTIVA

Alessandra Reis, Eleciania Tavares, Feruze Bolmene, Martha Caroline, Terezinha Santiago, Wanderson Araújo

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Luciane Marazzi MG 14.530/JPJORNALISTA

Ana TomaselliCAPA, PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

Jéssica SilvaESTAGIÁRIA

Santiago MartinsCHARGE

Rona EditoraIMPRESSÃO

Tiragem: 20.000 exemplares

www.pbh.gov.br/cms [email protected]

[email protected]

Vencendo desafios De setembro a novembro de 2012, o Conselho Municipal de Saúde, em ple-nárias ordinárias e extraordinárias, teve como pauta assuntos de relevância para a saúde pública de nossa cidade. Dentre eles podemos destacar dois pontos, que certamente irão fazer a diferença para a consolidação de um SUS mais humano e eficiente: o fechamento da Clínica Serra Verde e a transferência de seus pa-cientes para o Hospital Sofia Feldman – Unidade Carlos Prates; a apreciação e aprovação do novo escopo da Parceria Público Privada (PPP) para a qualificação da atenção básica. O Conselho pôde constatar em visita à Clínica Serra Verde, a situação de total abandono em que se encontravam os pacientes, alguns há vários anos longe de seus familiares. Em uma reunião para debater o tema, os conselheiros se sentiram sensibilizados com as condições sub-humanas as quais esses pacientes eram submetidos e reconheceram a dívida de nossa sociedade para com eles. Na ocasião, foi apresentada a parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e o Hospital Sofia Feldman, que reabriu o antigo Hospital Frederico Ozanan para receber os pacientes e prepará-los para viver nos Serviços Residenciais Te-rapêuticos ou até mesmo com os familiares, evitando assim a transferência para o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena ou outras instituições.O plenário, em sua maioria, respaldou a parceria e já foi implantado o conselho hospitalar da unidade Carlos Prates. No dia 31 de outubro, depois de mais de dois meses de reuniões semanais em câmaras técnicas, em que os conselheiros estudaram, pediram esclarecimentos sobre o novo escopo da PPP e emitiram pareceres favoráveis contendo ressalvas e propostas para garantir o atendimento em todas as unidades, independente de construídas ou não pela PPP. Todo este processo resultou na aprovação favorável para o novo escopo. Parabéns aos conselheiros de Belo Horizonte que se apro-priaram de seu papel fiscalizador demonstrando a importância da participação popular na construção de um SUS forte em nossa cidade. Mesa Diretora

Deixe a sua marca, multiplique vidas.

Doe órgãos!

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S Con aúde

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Há 24 anos a Constituição Federal garante que a saúde deve ser um direito e cabe ao Estado cuidar de todo o cidadão. Hoje gasta-se 8% do PIB com a saúde (o que ainda é pouco), porém o Brasil é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes, que acolhe a toda população sem discriminação. Neste ponto, nosso país mostrou o seu pioneirismo. Existem países com sistemas duplos de saúde (público e privado), mas que lutam pela implantação de políticas sociais assim como o SUS. Quando se trata de uma política de Estado, pouco mais de duas décadas podem ser con-sideradas um tempo escasso para que o SUS atenda de fato à população com a eficiência e o cuidado que todos querem e precisam. Muitos avanços ainda são esperados, especialmente na atenção básica e no acesso a alguns serviços se-cundários, como consultas especializadas. Con-tudo, pouco se reconhece que o sistema de saú-de brasileiro possui um programa de prevenção e tratamento da AIDS, imunização contra várias doenças, cuidados de alta complexidade, como transplantes, extremamente eficientes. Nos dias atuais, em que a informação está cada vez mais acessível, seja por meio das mídias tradicionais ou das novas tecnologias, o SUS ain-da esbarra no desconhecimento da população e na forma muitas vezes equivocada com que a imprensa vem retratando o atendimento. Hoje, o SUS ocupa uma posição de destaque nos grandes veículos da mídia, porém a realida-de revela a retratação do sistema como medicina para pessoas menos favorecidas. O SUS ainda não é visto como um sistema para todos, nem nos grandes meios de comunicação, nem regio-nalmente. Pode-se até dizer que muitos jorna-listas que cobrem a saúde não conhecem saúde pública. É característico da mídia brasileira na geração e na divulgação da notícia, ser uma mí-dia catastrofista, que gosta de mostrar o ruim. Por este motivo, é necessário trabalhar com efi-ciência e abrir uma nova perspectiva. Esse é o

UM BEM PÚBLICOInformar:

Luciane Marazzi e Jéssica Silva*

grande desafio da sociedade e dos gestores da saúde no nosso país. A abordagem do tema saúde pelos meios de comunicação ultrapassa o desconhecimento, e em alguns casos tem se a impressão da má fé de alguns. A grande rotatividade de jornalistas nas redações também impede a abordagem cuidadosa do tema, além da existência de pau-teiros que elaboram as pautas na “porta” das unidades de saúde, sem avaliar as circunstân-cias em que os fatos ocorrem. As denúncias têm que ser feitas, a comuni-cação social tem esse papel fundamental nos mecanismos de qualquer sociedade. Os desvios de recursos, a corrupção, o atendimento desres-peitoso, o gerenciamento desleixado devem ser denunciados, mas precisamos pensar em como transformar estas denúncias em um degrau de apoio para o SUS. Esta é a função social do Jor-nalismo. Mas este papel não deve ser vinculado apenas aos comunicadores. O controle social também tem a função de gerar e difundir informações que cheguem de fato à população. Para isso é fundamental fortalecer estes órgãos e suas as-sessorias de comunicação como ferramentas de defesa e promoção do SUS em todo Brasil. As discussões dos conselhos não devem permane-cer entre quatro paredes. Divulgar isso não cus-ta caro, mas apenas vontade política. Atualmente, um grande desafio tem posto à prova o desejo do cidadão de se colocar ao lado da luta pelo SUS. E a comunicação é a es-tratégia fundamental para garantir a coleta de 1,5 milhão de assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular, que pretende garantir o repasse de 10% das receitas correntes da União para a saúde pública. Isso reforça que o sucesso de mais essa empreitada esta estritamente liga-do ao fato de que informar, mais do que um bem público, é determinante para a vida do ci-dadão.

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Notícias do Conselho

Conselho discute saúde da população indígena

Depois de dois meses de exaustivas discussões nas câmaras técnicas, o Conselho Municipal de Saúde aprovou por 28 votos favoráveis e uma abstenção, o novo escopo do Projeto de Qua-lificação da Infraestrutura da Rede de Atenção Primária à Saúde de Belo Horizonte, por meio de Parceiras Público Privadas (PPP). A reunião de aprovação ocorreu no dia 31 de outubro e mobilizou

de PPP para a saúdeO controle social acompanhará todo o processo de concessão de

serviços do SUS em comissões de conselheiros municipais, distritais e locais

esterilização e um laboratório, qualificados em três anos com pagamentos públicos, repassados somente após a entrega efetiva dos serviços. Além da construção e reconstrução, a concessionária con-tratada será responsável pelo serviço de portaria, segurança, higiene, suporte técnico em informática e engenharia e manu-tenção. A prestação de serviços será concedida por 20 anos, mas a gestão das unidades continua sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). No entanto, a presi-dente do CMSBH, Angela de Assis, fez questão de ressaltar que os conselheiros defendem, acima de tudo o SUS de qualidade e por este motivo foi constituída uma comissão para acompa-nhar todo o processo de qualificação das unidades básicas. O secretário municipal de Saúde, Marcelo Teixeira, afir-mou que a SMSA concorda com os princípios dos pareceres emitidos pelas câmaras técnicas e aprovados pelo CMSBH e parabenizou a todos os conselheiros que estiveram reunidos neste processo.

dezenas de conselhei-ros municipais, distritais e locais de saúde, que compareceram ao audi-tório Evaristo Garcia. Serão implantados 82 serviços de saúde, sendo que 61 unidades devem ser reconstruídas e ou-tras 19 construídas. Ao todo serão 80 centros de saúde, um centro de

NDDIROR FKDOEOOR DDOEOROGM CFDOETRTGY

Mesa Diretora durante a aprovação do novo escopo de PPP para a saúde

CMSBH aprova escopo

Foram 28 votos favoráveis à PPP

Câmaras técnicas discutiram o tema antes da aprovação

Prestação de contas anual de recursos financeiros repassados pela PBH

Repasse de recursos às empresas condicionado ao cumprimento de metas e à prestação de contas ao CMSBH

Contratações de trabalhadores terceirizados por meio de processo seletivo

É vedado que a empresa contratada por PPP faça doações para campanhas eleitorais;

Que as comissões de acompanhamento das PPP’s no nível municipal, dis-trital e local tenham caráter e acesso irrestrito às contas e obras

Possibilidade de solicitação de recisão de contrato por parte do CMSBH caso a empresa descumpra cláusulas contratuais

Dar cumprimento às recomendações do CMSBH Nº 292/11 e Nº 307/11

O repasse financeiro do Ministério da Saúde deve ser utilizado exclusivamen-te para reforma, ampliação e revitalização das unidades básicas que não forem comtempladas no novo escopo da PPP e suas respectivas acdademia da cidade

Disponibilizar ao CMSBH uma assessoria contábil para orientar técnica dos projetos

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Fotos: Ana Tom

aselli

RECOMENDAÇÕES DO CMSBH

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O Conselho de Saúde do Hospital Sofia Feldman promoveu um seminário de renova-ção do seu plenário para gestão 2012/2014. O encontro também teve a finalidade de esti-mular a troca de experiências entre os conse-lhos hospitalares de BH. As palestras foram realizadas no auditório do hospital e conta-ram com a presença da Mesa Diretora do CMSBH. A presidente Angela de Assis, falou sobre o funcionamento e a estrutura dos conselhos de saúde e se disse satisfeita e orgulhosa de fazer parte deste trabalho. “O controle social é importante para todos, quem o representa não representa a si só, mas a todos”, disse.

CONSELHO NA PRAÇA

Con aúdeS

Seminário discute Controle Social

no Sofia

Conselho discute saúde da população indígena No mês de outubro, o plenário do CMSBH assistiu à apresentação do projeto de criação do Centro de Serviços para a População Indígena da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A coor-denadora do Projeto Índios na Cidade, Dalva Aguiar do Nascimento, falou sobre as condições do atendimento à saúde indígena no múnicípio, especialmente dos que foram desaldeados e que são vinculados ao SUS. A coordenadora esclareceu ainda que a Constituição de 1988 extinguiu a tutela oferecida pela Fundação Nacional de Saúde (FUNAI). Os conselheiros puderam assistir ao filme “Índios na Cidade” e solicitaram que o CMSBH amplie este debate junto com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e ao Conselho Estadual de Saúde.

O Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) realizou no mês de setembro, no campus Estoril, a sétima edição do “Dia da Responsabilidade Social do Ensino Superior Particular”. Alunos, funcionários e a comunidade estiveram envolvidos em atividades como atendimento e esclarecimento sobre a saúde em geral, esportes, lazer e entretenimento voltados para pessoas de todas as idades. A proposta do evento é da Associação Brasileira de Mante-nedoras de Ensino Superior (ABMES). Segundo a aluna do curso de arquitetura do UniBH, Anne Caroline da Sil-va Prado, a iniciativa da realização deste evento é muito interessante porque interage com a sociedade. “Trazem as crianças, os pais para dentro da uni-versidade. Eu acho super legal, meus filhos estão adorando”, complementa.

UniBH realiza mais uma ediçãodo Dia da Responsabilidade Social

Conselheiros assistiram ao documentário “Índios na Cidade”

A estudante Anne Caroline participou do Dia da Responsabilidade Social

Texto produzido pelos alunos do curso de Jornalismo do UniBH

Con aúdeS A

na Tomaselli

UniBH

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Comunidade do bairro Jardim Felicidade participa de programação cultural

e conhece melhor as atividades do controle social na região

Notícias do Conselho

Ministro aposentado Mário Veloso durante o Seminário de Conselhos Hospitalares

A Câmara Técnica de Financiamento (CTF) apreciou e emi-tiu um parecer sobre 107 medicamentos incluídos pela SMSA na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME). De acordo com os conselheiros presentes a assistência farma-cêutica é um dos principais gargalos do SUS-BH e motivo de conflitos nas unidades de saúde. A gerente de Assistência Farmacêutica da SMSA, Regina Lemos, esclareceu que constantemente diversos medicamen-tos são substituídos no mercado. “É comum, devido a falta de matéria prima, ser necessário buscar uma segunda opção para continuar atendendo aos pacientes” disse. No parecer da CTF ficou aprovado que a Gerência de As-sistência Farmacêutica deverá encaminhar ao Conselho, a justificativa técnica para inclusão dos 107 novos medicamen-tos, a quantidade e o valor unitário de cada um dos itens acrescentados.

Maria Thiaga aproveitou a comemoração do Dia do Idoso para aferir a pressão

de medicamentos do REMUME

O Colegiado de Conselhos de Saúde do CMSBH promoveu uma reunião preparatória para orientar conselheiros e secretá-rios executivos dos nove conselhos distritais da capital sobre a execução de despesas e gestão dos orçamentos. O contador do CMSBH, Wanderson Araújo, está participando de uma série de visitas aos conselhos para explicar os métodos de utilização da dotação orçamentária e apurar as necessidades de infraestrutura local de funcionamento.

Contador Wanderson Araújo em visita ao Conselho Distrital Norte

Gestão de recursos financeiros

SAÚDE DO Ana Maria de Jesus, Andréa Hermógenes, Gislene Gonçalves dos Reis e Maria Anísia Gomes são as no-vas representantes da Comissão Interinstitucional de Saúde do Trabalhador (CIST) do Conselho Municipal de Saúde. A comissão retomou suas atividades e volta a assessorar e articular as discussões sobre saúde do trabalhador em BH.

TRABALHADOR

CS Providência comemora oDia Internacional do Idoso

Conselheiros discutem lista

SUS avalia hospitais

107 novos medicamentos foram incluídos no REMUME

de acordo com odesempenho em 2012

Notícias do Conselho

Luciane Marazzi

CO

DISA

N Ana Tom

aselli

O Centro de Saúde Providência, na região Norte da cidade, promoveu um

evento em comemoração ao Dia Internacional do Idoso (1º de outubro). A iniciativa é resultado de uma parceria entre o centro de saúde, o Núcleo de Assis-tência à Saúde da Família e o serviço de Residência Multiprofissional do HOB. Os participantes tomaram café da manhã com nutricionistas e acompanharam uma palestra sobre medicamentos. Equipes de pro-fissionais promoveram aferição da pressão arterial e

cortes de cabelos. Segundo Maria Thiaga dos Santos Lucas, 82, a

palestra foi bastante produtiva com dicas para tomar os medicamentos de forma adequada. “Aprendi muito

porque além de tomar remédio para diabetes, eu tomava para qualquer dor no corpo e sem prescrição médica. Está errado, não

vou tomar mais”, disse.

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Con aúdeS

No inicio do mês de setembro, o secretário geral do CMSBH, Ederson Alves, participou da mesa de abertura do Curso de Capacitação para Funcionários da Rede Hospitalar e Maternidades, promovido pelo Comitê Gestor Municipal de Políticas de Erradicação do Sub-registro Civil de Nas-cimento. O objetivo é treinar as equipes que irão recolher a documenta-ção. O CMSBH tem discutido ativamente a questão, por meio da Câmara Técnica de Saneamento e Políticas Intersetoriais. Ainda no mês de setembro, em plenária do CMSBH, a promotora da Infância e da Juventude, Maria de Lourdes Santa Gema, disse que será feito uma avaliação da capacitação e visitas às maternidades para super-visionar o andamento do processo. Segundo a promotora o projeto de iniciativa do Conselho só deu cer-to porque houveram outros parceiros atuando junto, como o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Maria de Lourdes ressaltou ainda que a meta é que nenhuma criança permaneça sem o registro civil.

O CMSBH foi o primeiro órgão a discutir o registro civil em maternidades

A Câmara Técnica de Financiamento do CMSBH deu continuidade a discussão sobre o credenciamento de serviços de assistência odontológica com o uso de anestesia geral para portadores de necessidades especiais no Hospital Odilon Beherens (HOB). A proposta é que o Ministério da Saú-de libere 100 mil reais para a implantação do serviço e mais 10 mil para a manutenção do atendimento. Atualmente, o HOB atende a 22 municípios sem repasses de recursos do governo estadual. Segundo representantes da Secretaria Estadual de Saúde, o acordo só será firmado se os técnicos avaliarem que o serviço no HOB irá contemplar procedimentos de corre-ção facial. A Mesa Diretora do CMSBH, considerando que o hospital presta este atendimento há mais de 20 anos, como foi esclarecido pelo representante da instituição Fernando Sávio, sugeriu à câmara técnica solicitar o projeto reescrito com o detalhamento dos serviços e ressalvas apresentadas du-rante às discussões.

SAÚDE BUCAL NO HOSPITAL

SUS avalia hospitais

Registro Civil e

de acordo com odesempenho em 2012

O gestor de contratos da Secretaria Muni-cipal de Saúde, Marcelo de Almeida Campos, apresentou ao plenário do CMSBH o processo de contratualização da rede hospitalar conve-niada ao Sistema Único de Saúde de Belo Ho-rizonte, composta por 25 hospitais. Em 2012, os contratos foram condicionados nas Redes de Atenção à Saúde e vinculados ao desempenho, acesso e qualidade para o repasse dos incen-tivos públicos. Segundo Marcelo é um desafio atrelar a con-tratualização ao acompanhamento e avaliação permanente. Isto pode ser melhor regulado com a relação conjunta entre órgãos de contro-le externo, o CMSBH e o gestor local do SUS. +PACTO PELA SAÚDE

O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais acordado entre as três esferas de go-verno (União, estados e municípios), com o objeti-vo de promover inovações nos processos e instru-mentos de gestão do SUS. O CMSBH aprovou, na primeira reunião plenária do mês de novembro, os 26 indicadores do Pacto pela Saúde 2012, apre-sentados pela Secretaria Municipal de Saúde. Entretanto, os conselheiros recomendaram para 2013, melhorar o aproveitamento dos indicadores relacionados à saúde da mulher, como exames de diagnóstico do câncer de mama e colo de útero, reafirmando a importância de se discutir melhor o tema no Conselho. Entre as propostas apresenta-das pelas câmaras técnicas está a implementação de novas unidades do Centro de Apoio Psicosso-cial (CAPS), em especial o CAPS’AD (álcool e dro-gas), considerando que BH apresenta a mesma estrutura desde 2009, ao contrário da demanda de serviço crescente.

ODILON BEHRENS

Ana Tom

aselli

Maternidades

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Especial

Quando G.A.F.S. tinha cinco anos, a mãe dona Francisca, 65, ouviu do médico que não havia tratamento para a doença mental do filho e que ele passaria a vida em hospitais psiqui-átricos. Sem possibilidade de melhora, dona

Francisca se viu obrigada, devido aos episódios de agressivi-dade, a internar G.A.F.S., que estava com 23 anos, no Hos-pital Psicominas, juntamente com seu outro filho, que morreu cinco meses depois de internado. Passado algum tempo, G.A.F.S. foi transferido para a Clí-nica Serra Verde, uma outra instituição psiquiátrica situada em Vespasiano. Saiu de lá recentemente, aos 42 anos e está se preparando no Hospital Sofia Feldmam – Unidade Carlos Prates, para voltar a viver com a família ou em um Serviço Residencial Terapêutico (SRT). A saída de G.A.F.S. faz parte do processo de desativação da Clínica Serra Verde pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA), gestora da instituição desde 1999. A coordenadora de Saúde Mental da Secretaria, Rosimeire Silva, explica que em 2008 foram traçados os primeiros pla-nos para o descredenciamento gradual de leitos do SUS na instituição. Os pacientes seriam preparados por uma equipe multiprofissional para serem reinseridos na sociedade e retor-nar às suas famílias. Porém, as precárias condições de funcio-namento do local e a repentina decisão dos donos de fechar a clínica e encerrar o convênio com o SUS, fez com que todo o projeto sofresse transformações radicais.

TRATAMENTO DESUMANO A decisão partiu dos donos da Clínica Serra Verde, que vinha sendo punida repetidamente pela Vigilância Sanitária e já havia passado por diversas auditorias que comprovavam as condições desumanas de funcionamento. No pátio da clí-nica, os pacientes permaneciam a maior parte do dia sem poder se deitar ou se arrastando pelo chão, expostos ao sol quente e muitos sem roupas. Os banhos eram de mangueira e o diminuto banheiro, que também ficava no pátio, funcio-nava de forma precária. O número de funcionários e profis-sionais era insuficiente para atender a todos os internos (três auxiliares de enfermagem por plantão para cuidar de 170 pacientes). As refeições eram impróprias para o consumo, servidas em vasilhas plásticas e os internos comiam sem o auxílio de talheres. Durante uma visita realizada em agosto,

EliberdadeEO destino do

Pacientes confinados há anos nA Clínica Serra Verde são transferidos para o Hospital Sofia

Feldman, unidade Carlos Prates, e agora desfrutam de tratamento mais digno enquanto

aguardam pelo momento de viver em liberdade

Ehomem é a

POR LUCIANE MARAZZI

Instalações da ClínicaSerra Verde, em Vespasiano,

durante visita da Mesa Diretora do CMSBH

8

Fotos: Ana Tom

aselli e Wallace M

edeiros

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Con aúdeS

a Mesa Diretora do Conselho pôde constatar o tratamen-to segregativo. “A realidade na Clínica Serra Verde era um horror”, desabafa o 1º secretario Wallace Medeiros, durante o seminário de composição do conselho de saú-de do Hospital Sofia Feldman – Unidade Carlos Prates, realizado no dia 23 de novembro. A remoção dos pacientes teve o prazo de 30 dias para ser concluída e foi acompanhada por dificuldades de negociação com a diretoria da Clínica Serra Verde. Outra preocupação era o risco de que os doentes fos-sem transferidos para o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, que segundo Rosimeire ficou conhecido pelo tratamento que já foi considerado próximo ao que a Clí-nica Serra Verde oferecia atualmente. A decisão foi tomada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), sem o conhecimento da SMSA. De acordo com Rosimeire tanto a SES quanto o Ministério Público, não viam problemas na transferência para Barbacena, contrariando a política de saúde mental (ver quadro na pág. 10). “Isso significa que, além da crueldade com os pacientes que estavam alí há 30 anos ou mais, a trans-ferência para outro hospital seria feita por falta de inves-timento e recursos”, considera. O risco tornou-se ainda mais real, depois que pacientes do IPSEMG internados na Clínica Serra Verde foram transferidos para Barba-cena no início do ano, causando reações do movimento social e de instituições de direitos humanos. Para Rosimeire “uma instituição que viola direitos não tem condições de cuidar. Não é normal acreditar que a gente pode tirar do outro o direito à liberdade. Não exis-te tratamento que possa, em nome do bem do outro, seja para salvar da sua loucura, de que loucura for, achar que vale suprimir a cidadania, porque quando a gente con-cede um precedente como este, abrem-se portas para os maus-tratos e para a violência”, avalia.

UMA NOVA CHANCE Contrariando esta decisão do governo do estado, a SMSA buscou uma parceria com o Hospital Sofia Feld-man, atual administrador do Hospital Frederico Ozanan, que estava desativado. O espaço era suficiente e mesmo com um projeto diferente para a sua reativação, a dire-ção do Sofia aceitou a proposta de promover a desistitu-cionalização dos pacientes da Clínica Serra Verde. O processo de transferência ficou a cargo da equipe da saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde. O Sofia será um hospital transitório, que deve oferecer atendi-mento e cuidado de qualidade, preparando os pacientes

para o retorno à família ou ao convívio em um SRT. O processo de remoção dos internos começou no dia 22 de agosto e foi concluído em 17 de setembro. Durante a transição cinco voltaram para as famílias e outros sete foram viver em SRT’s das cidades de origem. Os outros 140 pacientes foram levados provisoriamente para o Sofia.

VIDA NOVA Segundo Rosemeire, ao chegar no Hospital Sofia Fel-dman, os pacientes estavam debilitados, sem acesso à saúde integral, tanto do ponto de vista físico, quanto mental. “Não podemos concordar com uma instituição que dá acesso a uma coisa suprimindo outras. O direito de cidadania não é algo para ser trocado ou barga-nhado. Não é preciso deixar de ser cidadão para tratar de uma dor, seja ela física ou da alma. Esse é o grande equívoco da instituição manicomial, que sustenta o fato de que só é possível tratar sequestrando o direito de liberdade do sujeito”, lamenta. De acordo com a enfermeira do Sofia, Ana Paula Lage Vallerini, os pacientes agora estão em processo de res-gate da autonomia, como vestir roupas, usar o banhei-ro, escolher a alimentação. “Eles estão surpreendendo. Os que não usavam roupas já conseguem fazê-lo, os que se arrastavam já conseguem andar, tomam banhos todos os dias, houve ganho de peso”, comemora. Além do auto-cuidado, os pacientes estão apredendo a comer usando talher e muitos fazem atividades físicas pela ma-nhã. Serão agendadas consultas no Centro de Especia-lidades Médicas (CEM), com a colaboração do Centro de Saúde Carlos Prates. Rosemeire acrescenta que “hoje existe acesso à comida digna, tratamento adequado, respeito e delicadeza, em instalações que foram pre-paradas adequadamente. Mas o principal é que o Sofia será uma estação intermediária, transitória, para que os pacientes saiam dali para a vida”. Leonardo de Sou-za, 52, está animado com a mudança. “Gosto do Sofia porque é mais organizado e gosto dos funcionários. Já posso escolher meu prato favorito, tomate, arroz, feijão e legumes. Quero logo poder pegar na enxada e tra-balhar”. Dona Francisca, mãe de G.A.F.S. está feliz com a me-lhora do filho. “Essa mudança nos trouxe esperança. Estamos sentindo a melhora dele e o visitamos com fre-quência. Não podíamos vê-lo na Clínica Serra Verde, passar mais tempo com ele. Agora ele sorri mais e per-cebemos o quanto ele sente a nossa falta”.

Pacientes desfrutam de cuidados no Sofia e podem

até escolher o cardápio preferido

9

Posse do Conselho de Saúdedo Sofia (Carlos Prates)

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VOLTA PRA CASA Metade dos pacientes da Clínica Serra Verde são do in-terior do estado. Como a maioria está há anos e sem vín-culos com a cidade de origem, a Coordenação de Saúde Mental da SMSA está negociando com os municípios que possuem rede de saúde mental em condições de receber uma das moradias do Serviço Residencial Terapêutico, es-clarece a assistente social do Hospital Sofia Feldman, Gis-lene Oliveira Nogueira. Cidades como Congonhas, Go-vernador Valadares, Conselheiro Lafaiete e São Gotardo já estão providenciando as transferências. “Em um ano e meio o projeto de desospitalização deve estar concluído, acrescenta Gislene. O próximo passo de acordo com a presidente do Conse-lho, Angela Assis, será manter os 140 leitos do Sofia como retarguarda de atendimento hospitalar em Belo Horizonte. No final de outubro, os primeiros sete pacientes do Sofia foram transferidos para uma residência terapêutica, no bairro Gutierrez.

ÁLCOOL E DROGAS Atualmente, um dos grandes impecílios para a extinção dos manicômios é o atendimento aos dependentes quími-cos, especialmente do crack. De acordo com a Fundação Hospilar de Minas Gerais (FHEMIG), estima-se que em tor-no de 70% dos leitos do Instituto Raul Soares, Galba Velo-so e do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena estão ocupados com usuários de álcool e drogas. Para Angela de Assis, o crack é a epidemia do século, pois as pessoas afetados são na maioria jovens em idade produtiva. “Enquanto o estado e o município não reconhe-cerem este problema como uma questão de saúde pública e não implantarem uma política efetiva de atendimento a esta população, as famílias e a sociedade continuarão a sofrer com o descaso”, garante. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde muitos usuários de drogas são também portadores de sofrimento mental. Alguns estão internados por determinação judicial e outros dentro da política atual de “internação compulsó-ria”. Foram investidos pelo governo do estado 117,3 mi-lhões em um plano emergencial de tratamento e preven-ção. Com exceção dos hospitais psiquiátricos, a população de BH conta apenas com o Centro Mineiro de Toxicomania e um CERSAM Álcool e Drogas.

REFORMA PSIQUIÁTRICA A Política de Saúde Mental foi implantada na capital mineira em 1993. Assim como em outras cidades, BH começou o processo de reforma psiquiátrica antes que ela se tornasse uma diretriz nacional em 2001, com a aprovação da Lei Federal 10.216. Neste mesmo ano, Belo Horizonte possuía cinco hos-pitais psiquiátricos conveniados ao SUS (Galba Velo-so, Raul Soares, Instituto Psicominas, Clínica Pinel e Clínica Nossa Senhora de Lourdes) e nenhum servi-ço substitutivo, como centros de referência em saúde mental (CERSAM’s) e centros de convivência. De acordo com a coordenadora de Saúde Mental de BH, Rosemeire Silva, nessa época, a única opção para pessoas com sofrimento mental era o hospital psiqui-átrico e a internação. Com a expansão do movimento de luta antimanicomial e a política de saúde mental, foi possível substituir os hospitais psiquiátricos pelos CERSAM’s, centros de convivência, equipes de saúde mental nos centros de saúde (que já existiam, mas passaram a atender casos mais graves) e vários outros serviços criados e ampliados a partir deste momento. Rosemeire acrescenta que atualmente todos os centros de saúde possuem profissionais de saúde mental. Em 93, a cidade possuía hospitais que abrigavam pacientes internados há muitos anos e esses usuários demandavam por políticas públicas, com outros recur-sos para poder voltar a viver na cidade. Além dos ser-viços substitutivos, só é possível fechar esses hospitais quando o SUS passa a oferecer o Serviço Residencial Terapêutico (SRT). Ao longo desses 19 anos, foram fechados três hos-pitais psiquiátricos conveniados ao SUS e desativados 1800 leitos. O Instituto Psicominas e a Clínica Nossa Senhora de Lourdes foram fechados, a Clínica Pinel teve seus leitos descrendenciados, mas continua aten-dendo aos pacientes de convênios e particular.

O QUE PRECISA MELHORAR EM BH • Pelo menos mais dois CERSAM’s (Centro-Sul e Norte)• 20 SRT’s (para receber os pacientes do Serra Verde/Sofia Feldman)• 14 CERSAM’s AD• 1 CERSAM Infantil• Ampliar o Serviço de Urgência Psiquiátrica • Aumentar o número de profissionais de saúde

• 23 Serviços Residenciais Terapêuticos• 7 CERSAM’s• 1 CERSAM AD (Álcool e drogas)• 1 CERSAM Infantil• 147 centros de saúde• 9 CAPS 24 horas• 9 centros de convivência• 4 consultórios de rua• 9 equipes complementares de atenção à saúde mental da criança e do adolescente• 9 núcleos do Arte da Saúde • Políticas de fomento ao trabalho e inclusão produtiva dos usuários de saúde mental

COMO É A ASSISTÊNCIA EM BH

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Saiba Mais

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Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa, irreversível e progressiva que provoca o declínio das funções intelectuais e a perda da memória recente, diminuindo a capacidade de realizar ta-refas diárias e de se relacionar socialmente. Este

mal também interfere no comportamento e na personalidade do idoso, o que prejudica a realização de atividades habituais de forma autônoma e independente. A doença é mais frequente em pessoas acima de 60 anos. Segundo a enfermeira referência técnica da Gerência de Assis-tência da Secretaria Municipal de Saúde, Susana Mara dos San-tos, o caráter progressivo do esquecimento deve ser confirmado por meio de testes cognitivos, listas de palavras, reconhecimento de figuras e fluência verbal. A enfermeira enfatiza: “A perda da memória e o relato da família são importantes para diagnosticar junto com os testes a progressão da demência”. A estudante de Publicidade, Carina Ferreira da Cruz, descobriu há dois anos que seu pai Sebastião Ferreira da Cruz, 76, é por-tador do Mal de Alzheimer. “Foi um choque, eu não sabia o que era esta doença e ficava perdida por ser filha única. Quando levei meu pai para consultar eu não entendia o motivo das perguntas que o médico fazia e já começava ali o diagnóstico. Achei que era um esquecimento normal da idade”, lamenta. Os sintomas do Alzheimer variam de paciente para paciente, porém o ponto em comum na fase inicial é a perda de memória. Outros indícios são perceptíveis, como a confusão mental, a irri-tabilidade, a agressividade, alterações de humor, falhas na lin-guagem e a tendência ao total afastamento das relações sociais. Devido a dificuldade de coordenação, a capacidade de se vestir também é afetada. É nesta fase que a pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação. O agravamento dos sintomas do Alzheimer torna o portador mais debilitado e outras doenças infecciosas surgem, levando o idoso ao óbito.

POR UM TEMPO DE VIDA MELHOR O tratamento visa retardar o progresso da doença, e isso faz com que melhore a qualidade de vida do paciente e a sua rela-

ção com as pessoas mais próximas, ajudando no controle das alterações de humor e no comportamento. Os inibidores de ace-tilcolinesterase são medicamentos que atuam na demência para corrigir o desequilíbrio químico do cérebro. Porém, o seu efeito pode ser temporário, porque o Alzheimer continua progredindo. Atualmente, estes medicamentos são fornecidos aos pacientes pela Secretaria Estadual de Saúde. Além dos medicamentos, os cuidados diários também ajudam no tratamento, como atividades intelectuais - leitura, conhecer ou-tro idioma, aulas de música, disputas de jogos de tabuleiro, pala-vras cruzadas - e a alimentação rica em frutas, vegetais, cereais, azeite e ômega 3, podem reduzir o risco de Alzheimer. Também é recomendado que o portador da doença faça caminhadas di-árias. O CONVÍVIO FAMILIAR O Alzheimer atinge toda a família, porque muda completa-mente o cotidiano e traz forte repercussão emocional, principal-mente para aqueles que assumem a função de cuidador. Não é tarefa fácil cuidar, acompanhar e ajudar no tratamento do paciente. No entanto, é recomendado a participação da famí-lia em programas de cuidado ao idoso com Alzheimer e buscar apoio psicológico e social para conviver com uma pessoa que a cada dia vai precisar de mais atenção. A médica geriatra da rede SUS, Maria Aparecida Bicalho, diz que algumas famílias negam a doença por terem dificuldades para cuidar do paciente e administrar o tratamento. A especia-lista explica que outras famílias preferem institucionalizar a fase terminal, quando o idoso tem alterações comportamentais e torna o cuidado mais difícil em função das agressões e perdas de sono. Por outro lado, algumas famílias tem o interesse de conhecer a doença e a sua evolução. A estudante Carina conta que depois da doença a relação com seu pai ficou mais próxima e a fez pensar melhor na vida. “Uma pessoa que cuidou de mim a vida inteira, que sempre foi muito saudável, estudiosa, esportista e chegou a esse ponto? Então, eu tenho aprendido com ele e com a doença. Aprendi que na vida temos que ter amor, carinho e paciência para cuidar”, relata.

MAL DE ALZHEIMER

POR JÉSSICA SILVA

MEDIDAS PREVENTIVAS• FAZER O PORTADOR DE ALZHEIMER USAR UMA PULSEIRA OU COLAR COM DADOS DE IDENTIFICAÇÃO (NOME, ENDEREÇO, TELEFONE) E AS PALAVRAS “MÉMORIA PREJUDICADA”

• ESTABELECER UMA ROTINA DIÁRIA E AJUDAR O DOENTE A CUMPRÍ-LA. ESPALHAR LEMBRETES PELA CASA (APAGUE A LUZ, FECHE A TORNEIRA, DESLIGUE A TV ETC) PODE AJUDAR BASTANTE.

• ESTIMULAR O CONVÍVIO FAMILIAR E SOCIAL DO DOENTE

Especialistas ressaltam a importância do tratamento para retardar a doença e da família na melhora da qualidade de vida do paciente

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mesmas pessoas a cada nova gestão. “É preciso esquecer aque-la lógica de só usar o Conselho. As pessoas precisam participar por amor, porque gostam”, recomenda.

ÀS MARGENS DO CHICO Quando se formou para auxiliar de enfermagem, em Maceió, Romélia foi convidada a trabalhar em Minas Gerais, no extinto Serviço Especial de Saúde Pública (Sesp), hoje denominado Fun-dação Nacional de Saúde. O ano era 1967 e os hospitais fica-vam principalmente em cidades às margens de algum rio, como Pirapora, São Francisco, Januária, Paracatu e Pains, localizadas próximo ao rio São Francisco. Criada à beira do Velho Chico, Romélia gostaria de ter trabalhado em Pirapora, mas por acaso acabou escolhendo Bocaiúva, sem saber que ela não ficava às margens do rio. E acabou ficando dez anos por lá. A próxima parada foi em Belo Horizonte. Trabalhou no Hos-pital Felício Rocho, no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG) e no Instituto Nacional de As-sistência Médica e Previdência Social, o ex-INAMPS. Romélia relembra os tempos em que o SUS ainda não existia e conta que só tinha direito ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), o trabalhador que contribuía. O restante da po-pulação era atendida pela Santa Casa ou nas fundações, espe-cialmente os moradores do interior. Nessa época, a conselheira trabalhava na farmácia do INAMPS e só era permitido entregar os medicamentos para aqueles que apresentassem a carteira de trabalho e a receita. “Como toda vida eu sempre fui muito do ‘povão’, fazia o que eu achava que era certo. Ao ver uma mãe com o filho doente, eu perguntava para minha chefe: temos aqui milhares de doses de medicamentos e eu vou mandá-la para casa sem o remédio? Então eu dizia que não ia fazer isso e dava. Minha chefe não dizia nem que sim, nem que não. Essas pes-soas não tinham dinheiro para se alimentar, muito menos para comprar remédio. Eu cansava de dar dinheiro para alimentação e passagens. Fiz isso por um bom tempo e muitos dos meus cole-

Por Luciane Marazzi e Jéssica BatistaFotos: Ana Tomaselli

Histórias que dariam um livro

Em poucos minutos de conversa, num apartamento aconchegante no centro da cidade, a conselheira de saúde Romélia Rodrigues Lima logo se revela uma pes-soa dedicada à aquilo que faz. Ao longo de seus 66 anos, ela vem dedicando 16 deles ao controle social, a

reivindicar direitos igualitários para todos e ao avanço da saúde pública em todo país. À medida que a entrevista transcorre, ou-tras características marcantes como o companheirismo, a amiga leal, a mãe e a avó protetora, e a mulher aventureira vão sur-gindo. Romélia começou a frequentar os conselhos devido à sua atuação no SINTSPREV, que é o sindicato dos trabalhadores da Previdência Social em Minas. “Mesmo sem ser conselheira, eu já participava das reuniões para ver como era e como funcionava. Meu percurso nos conselhos de saúde começou como conse-lheira distrital e mais tarde municipal. Fiquei lá nem sei quantos mandatos. Atualmente eu estou no conselho estadual de saúde, sempre representando os trabalhadores”. Para Romélia atuar no controle social é cansativo, mas ao mes-mo tempo instigante. “Eu queria sair, deixar pra lá, fazer alguma outra coisa. Tem hora que aborrece a gente, dá amolação; a gente escuta muita coisa que não quer, mas parece que está no sangue e você não consegue ficar de fora”. Por outro lado, ela acredita que os conselheiros precisam explorar melhor o senso de coletividade e trabalhar mais em favor do outro. “Acho que a grande maioria só pensa em se promover e usar o conselho em benefício próprio. Não é por aí. O SUS é um sistema que assiste a todo mundo, você não pode representar somente um segmen-to ou uma categoria”. Apesar de não estar mais no CMSBH, de fora, Romélia vê que ele mudou muito. “Antes, as pessoas batalhavam, não tinha essa diferença entre ser usuário ou trabalhador. Construímos não só o Conselho, mas também uma relação de amizade que perdura até hoje”. O futuro ideal para o CMSBH segundo Romélia passa pela renovação, que é fundamental para evitar o retorno das

Uma vidaÀ serviço DOsus

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Con aúdeS gas falavam que não iam ajudar, dizendo que quem fazia caridade era eu. Então eu dizia: não interessa, eu vou continuar fazendo. Se vocês me quiserem aqui será deste jeito, se não pode me dispensar. Com a criação do SUS todo cidadão passou a ter direito à saúde”.

VIDA SINDICAL A vida de sindicalista começou quando ainda tra-balhava no IPSEMG, a convite de uma amiga. “O pes-soal falava que mesmo que eu não soubesse nada de sindicato, eu fazia as minhas reivindicações e falava quando achava que as coisas não tinham que ser de um jeito ou de outro. Ninguém tinha coragem, mas eu tinha. Sempre fui muito destemida. Agora com a idade fiquei mais light, mais zen. Estou mais tranqui-la, mas já fui muito brigadeira, partia para o enfren-tamento. Depois que aposentei, entrei ‘de cara’ no controle social”.

DANÇA Romélia nasceu na tranquila cidade de Pão de Açú-car, em Alagoas. Ao lado dos sete irmãos, a conse-lheira cresceu cercada pelo carinho e pela união pro-movida pelos pais, Odilon e Julieta. “Meu pai fazia de tudo um pouco. Era pescador, artesão e esportista, gostava de futebol e mesmo depois que ele morreu, ganhou uma homenagem, uma estátua na praça da cidade por causa desta ligação. Meu pai era muito boêmio, por isso a responsável pela casa era minha mãe, quem segurava as pontas era ela, uma mulher muito batalhadora”, relembra. A todo o momento fica claro a adoração da filha ao falar da mãe, dona Julieta. “Por causa da minha mãe, nossa casa permanecia sempre de portas aber-tas, fosse da família ou não, todo mundo entrava, comia e bebia, não tinha essa coisa. Mesmo tendo o seu lado sistemático e sendo mãe de uma família

VIAGENS Ao ser indagada sobre uma paixão, Romélia diz sem pensar duas vezes: gosto de viajar pelo Brasil. “Quando eu era mais nova tinha vontade de conhe-cer outros países, falava que ia para a Grécia, a Itália e a França, mas a vontade passou por causa do problema da língua. Eu acho que não adianta você sair para o mundo sem conseguir se comuni-car. Eu gosto muito de carnaval e quando posso e tenho condições, vou para o Rio de Janeiro. Nessas viagens a gente conhece pessoas, troca ideias, faz mais amizades. Isso é o que vale a pena”.

FUTURO Romélia acredita que é preciso mostrar o SUS de uma maneira diferente para a juventude, mas não sabe como isso vai ser feito. “Acho que essa mudan-ça tem que começar em algum lugar. Chamando o pessoal nas universidades, nas escolas, pela inter-net, nas redes sociais. O SUS tem que se mostrar para essas pessoas, para que elas possam abraçar a causa da saúde, se apoderando deste sistema que pertence a todos. Hoje é mais fácil, porque está todo mundo conectado”. Sobre o próprio futuro a conselheira diz que não é de fazer muitos planos. “Vou continuando até o dia em que der certo. Eu vivo o hoje e no máximo amanhã. Atualmente continuo batalhando e atuan-do, mas com a chegada da idade é preciso ir mais devagar e preservar a saúde, pois ainda tenho uma missão para cumprir por aqui”.

“Eu vivo o hoje e no máximo amanhã.

"Antes, as pessoas batalhavam, não tinha essa

diferença entre ser usuário ou trabalhador.

Construímos não só o Conselho, mas também

Atualmente continuo batalhando e atuando,

pobre com oito filhos, a gente nunca comia com o prato na mão. A comida era sempre posta na mesa”. Há mais de 40 anos, Romélia vive com o companheiro Sinval, com quem teve dois filhos, Kelly e Sinval Júnior. Kelly é mãe de três filhas e faz junto com o irmão mais novo, o nono período do curso de Direito. Na juventude, o passatempo predileto da conselheira era dançar, mas ultimamente não tem praticado. “Eu dançava em bai-les e no carnaval. Danço desde menina e quando eu era pré-adolescente ensinava os meninos da minha cidade. Em Bocai-úva, eu me diverti muito, íamos para bai-les, fazíamos muita hora dançante na casa dos outros. Aliás, Bocaiúva é o lugar onde fiz muitas amizades, que cultivo até hoje”, conta Romélia.

mas com a chegada da idade é preciso ir mais devagar e preservar a saúde, pois

ainda tenho uma missão para cumprir por aqui”

uma relação de amizade que perdura até hoje”

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Entrevista

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POR LUCIANE MARAZZI

Wallace Medeiros Xavier e Martha Auxiliadora FerreiraReis, respectivamente 1º e 2º secretários da Mesa Diretora do Conselho Municipal de Saúde (CMSBH), integram a Comissão de Educação Permanente para o ControleSocial. No final deste ano, mais precisamente no dia 1º de dezembro, serão capacitadas as primeiras 325 pessoas, inscritas na Oficina de Qualificação para o Controle Social no SUS-BH. As oficinasserão realizadas em todas as regionais do município, e pretendem preparar até o final do próximo ano dois mil conselheiros de saúde. Este projeto faz parte de uma parceria entre o CMSBH, a Secretaria Municipal de Saúde e a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP/MG). Nesta entrevista, Wallace e Martha falam sobre o histórico da política de educação continuadapara conselheiros de saúde em BH e sobre o processo de realização das oficinas, quepretendem dar mais autonomia e poder de atuação para os conselheiros

ConselheirosEem formação

ConSaúde: Como foram organizadas as Oficinas de Qualifica-ção para o Controle Social?Martha: A discussão começou em 2003, durante uma plenária do Conselho Municipal de Saúde. Em 2006 tivemos uma expe-riência piloto quando capacitamos 24 conselheiros de saúde. Então demos continuidade a este trabalho, mas a efetivação da Comissão de Educação Permanente para o Controle Social se concretizou em 2008, em uma parceria com o Núcleo de Edu-cação em Saúde Coletiva da UFMG (Nescon) e o Ministério da Saúde. Foram capacitados 900 conselheiros usuários, trabalha-dores, gestores da saúde, lideranças comunitárias e estudantes de graduação. A metodologia surgiu de uma discussão da co-missão com o Nescon, que resultou em turmas descentralizadas, por distrito sanitário, com carga horária de 32 horas, durante a semana e aos sábados. A monitoria foi realizada pelos próprios conselheiros de saúde e o tema norteador foi a Resolução CNS 354/2005 e o Guia do Conselheiro de Saúde. Após a aprova-ção da diretriz Controle Social e Participação da Comunidade, na 11ª Conferência Municipal de Saúde em 2011, a educação permanente tornou-se uma ação perene e periódica no municí-pio, sendo compreendida como uma das missões do CMSBH e da gestão do SUS-BH.

ConSaúde: Essas oficinas são consideradas o projeto mais ambi-cioso do CMSBH em relação a educação continuada. Quais são os principais objetivos do projeto?Wallace: Os objetivos buscam instrumentalizar os conselheiros para a sua atuação dentro do SUS-BH e promover a renovação das comissões locais, dos conselhos hospitalares, distritais e mu-nicipal de saúde, de acordo com as novas portarias publicadas pelo Ministério da Saúde, referentes ao financiamento do SUS e a estruturação dos conselhos.

ConSaúde: Uma das maiores expectativas em relação às oficinas é a formação de conselheiros mais atuantes, especialmente nas comissões locais. Você acredita que isso será possível?Martha: Boa parte do público que se inscreveu é usuário do SUS, mas que não participa do controle social. Através da capacitação essas pessoas conhecerão o funcionamento do controle social e estarão aptas a exercê-lo.

Entrevista

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Martha e Wallace durante a Oficina sobre Educação Permancete, em Vitória ES

ConSaúde: Como foi o interesse da comunidade em participar?Wallace: A partir da divulgação nas unidades de saúde, no Jor-nal do Ônibus, cartazes afixados no Metrô, redes sociais e inter-net, a população buscou informações por telefone, promoveram discussões nas comunidades e procuraram as unidades de saúde para fazer a pré-inscrição, garantindo assim a sua participação e efetivo exercício da cidadania.

ConSaúde: A ESP/MG foi escolhida para ministrar e organizar as oficinas. Qual tem sido o seu papel?Wallace: A ESP/MG selecionou a equipe de docentes (profes-sores com nível superior) e docentes assistentes (monitores com experiência no controle social) e juntamente com a Comissão de Educação Permanente do CMSBH está elaborando o conteúdo e o material didático das oficinas.

ConSaúde: Como será a metodologia e a didática de trabalho adotados?Martha: As oficinas serão realizadas em dois módulos de 15 horas cada, com rodas de conversa e experiências vivenciadas pelos próprios conselheiros, vídeos e exposições dialogadas de teoria e prática.

ConSaúde: Como os temas serão abordados durante as oficinas e, na opinião de vocês, quais serão os mais relevantes?Wallace: As oficinas estão divididas em módulo I (básico), em que serão discutidos: A Reforma Sanitária Brasileira e o Sistema Único de Saúde; A Participação Popular e outras formas de Con-trole Social; Processo do Planejamento em Saúde do município de Belo Horizonte. No módulo II (avançado) serão discutidos o Planejamento em Saúde: Orçamento, Financiamento e Presta-ção de Contas; Controle das Políticas e Ações do SUS-BH: Meca-nismos de Acompanhamento, Avaliação e Fiscalização; Agenda dos Conselhos de Saúde como Mecanismo de Instrumentaliza-ção e desempenho de suas funções. Penso que todos os temas abordados são essenciais para o efetivo controle social. ConSaúde: A partir das oficinas será possível traçar uma agenda de trabalhos para o controle social em BH e articular melhor os conselhos? Martha: Com certeza, visto que a partir da capacitação os con-selheiros terão conhecimento do real funcionamento das várias instâncias do controle social e assim poderão promover debates setorizados e intersetoriais, envolvendo outros atores do controle social (educação, assistência social, segurança pública etc).

ConSaúde: Já é possível visualizar o impacto na atuação dos conselheiros?Wallace: Sim, visto que as pessoas terão a oportunidade de co-

nhecer o funcionamento de um conselho de saúde e a importân-cia da sua participação na construção das políticas públicas, no acompanhamento da execução e na fiscalização da saúde no município.

ConSaúde: Qual foi a percepção de vocês sobre a Oficina de Trabalho de Educação Permanente para o Controle Social – Re-gionais Sul e Sudeste, realizada em setembro deste ano, em Vi-tória/ES?Wallace: A educação permanente do CMSBH está muito avan-çada se comparada ao restante do país, pois já capacitamos 900 conselheiros e capacitaremos mais dois mil. A Comissão de Educação Permanente se reúne semanalmente e acompanha de perto os avanços e desafios do SUS a nível nacional. Na oficina vários estados colocaram as suas dificuldades de não conseguir planejar a capacitação e constituir a comissão de educação per-manente. Fomos convidados para participar de um seminário em outro estado e levarmos a nossa experiência, ajudando na cons-tituição da comissão de educação permanente.

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A presidente do CMSBH, Angela de Assis, participou do programa Câmara em Debate, da TV Câmara, que foi ao ar no dia 3 de novembro. O debate abordou temas como o atendimento de urgência nas UPA’S, cirurgias e consultas eletivas, atendimento nas unidades básicas, falta de profissionais de saúde e de médicos dispostos a trabalhar no SUS. Além do Conselho, participaram do debate o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Saúde, Marcos Mendes e os vereadores Márcio Almeida e Edinho Ribeiro.

Conta Gotas

Debate

A Câmara Técnica de Controle, Avaliação e Municipalização do CMSBH está em processo de avaliação e debate sobre a retaguarda de atendimento aos pacientes de hemodiálise e a terceirização de procedimentos, como exames e serviços de transporte. O próximo passo prevê que as discussões envolvam o SAMU, a rede comple-mentar e as UPA’s.

NEFROLOGIA NO SUSBHATENDIMENTO DE

No mês de outubro, o Centro Mineiro de Referência em Resíduos promoveu o 11° Festival do Lixo e Cidadania. Os participantes discu-tiram propostas para o futuro do

Brasil na gestão dos resíduos sólidos urbanos, com inclusão socioprodutiva dos catadores. O evento contou com palestras, seminários e exposições de

arte relacionados ao tema.

+ Em 2010, as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), como por exemplo câncer e diabetes, foram responsáveis por 70% dos óbitos no município. Por este motivo, a SMSA, propõe como estratégia para o en-frentamento das DCNT´s, o incentivo das ações de promoção da saúde, vigilância e prevenção em Belo Horizonte. No entanto, o CMSBH recebeu o projeto que prevê repasses financeiros para o fortalecimento das ações es-pecíficas de vigilância e prevenção para o enfrentamento destas doenças.

Prevenção

CIST A presidente do CMSBH Angela de Assis e a con-selheira Andréa Hermógenes participaram do IV En-contro Nacional das Comissões Intersetoriais de Saú-de do Trabalhador (CIST), realizado nos dias 21 e 22 de novembro, em Brasília. O encontro debateu a melhoria das condições de trabalho e da qualidade de vida do trabalhador, em vários ramos de ativida-des do mercado brasileiro.

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