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Jornal do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte Distribuição gratuita www.pbh.gov.br/cms ANO 11 SETEMBRO 12 Nova gestão do CMSBH toma posse Mesa Diretora fala sobre os desafios e expectativas para o controle social

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Jornal do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte

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Page 1: ConSaúde #42

Con aúdeS Jornal do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte Distribuição gratuita

www.pbh.gov.br/cmsANO 11 SETEMBRO 12#42

CARADENOVANova gestão do CMSBH toma posse

Mesa Diretora fala sobre os desafios e expectativas para o controle social

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Opinião

AVOZDOLEITOR

@cmsbhfacebook.com/cmsbhEnvie sua opinião ou sugestão [email protected]

Gostaria de comemorar com os conselheiros

de BH o sucesso das conferências

de saúde. Estou super feliz

com o trabalho que realizamos.

A versão digital do jornal está disponível em www.pbh.gov.br/cms

Uma pergunta recorrente sobre esse jornal é: por que as unidades de saúde

recebem tão poucos exemplares? Afinal, são muitos elogios às matérias e

informações veiculadas sobre o SUS.Parabéns ao ConSaúde.

Prezada Claudete,Os exemplares do jornal ConSaúde

destinados às unidades do SUS-BH são divididos de acordo com o número de

equipes de saúde da família, dentro da tiragem total.

EditorialExpediente

Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte Av Afonso Pena, 2336, Pilotis, Funcionários, Belo Horizonte MG Cep: 30.130-007

TELEFONES:(31) 3277-7733 FAX: (31) 3277-7814COMUNICAÇÃO:(31) 3277-5232

ConSaúde é uma publicação do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, editado por sua Assessoria de Comunicação. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. O artigo assinado é de responsabilidade de seu autor e não expressa necessariamente a opinião do jornal.

MESA DIRETORA DO CMSBH

Angela de Assis Maia MouraPRESIDENTE

Ederson Alves da SilvaSECRETÁRIO GERAL

Wallace Medeiros Xavier1º SECRETÁRIO

Martha Auxiliadora Ferreira Reis2ª SECRETÁRIA

CÂMARA TÉCNICA DE COMUNICAÇÃO

Adolpho von Randow NetoCOORDENADOR

Cleide Alves SiqueiraSECRETÁRIA

MEMBROS: Adolpho von Randow Neto, Cláudia Pessoa Oliveira, José Brandão Maia, Jussara Silvia G. Ferreira, Paulo César Machado Pereira

SECRETARIA EXECUTIVA

Alessandra Reis, Eleciania Tavares, Feruze Bolmene, Martha Caroline, Terezinha Santiago, Wanderson Araújo

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Luciane Marazzi MG 14.530/JPJORNALISTA

Ana TomaselliPROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

Diego SantiagoJéssica SilvaESTAGIÁRIOS

Santiago MartinsCHARGE

Ana TomaselliCAPA

Rona EditoraIMPRESSÃO

Tiragem: 20.000 exemplares

www.pbh.gov.br/cms [email protected]

[email protected]

Continue a linha da sua vida.

Doe Sangue! Medula!

De cara nova

O Conselho foi revitalizado com a chegada dos novos conselheiros! Bem-vindos! Chegou o momento tão esperado! A posse dos conse-lheiros municipais de saúde para o biênio 2012/2014, só foi possível porque os conselheiros em final de mandato se propuseram a fazer um trabalho de conscientização e acompanhamento do processo de renovação de todas as comissões locais e conselhos distritais. Foi um trabalho árduo e construtivo e ao mesmo tempo prazeroso, que deu a sensação de dever cumprido e o sentimento de que cada um con-tribuiu com sua experiência e saber, conquistados durante estes anos de militância no controle social e na defesa do SUS-BH. Isso nos deixa muito honrados! Esperamos que estes conselheiros tomem para si a responsabilidade de saber que quem representa algo ou alguém não é conselheiro de si só, mas de um coletivo e que ele é o elo com os seus representados. Para que o controle social e o SUS-BH sejam realmente revitalizados, precisamos que estes conselheiros sejam multiplicadores dentro das suas comunidades para formarmos novos cidadãos. Devemos promo-ver um vasto movimento com a sociedade civil organizada, para re-almente construirmos juntos o SUS que queremos e merecemos, com atendimento de qualidade e igualitário para todos, como foi preconi-zado pela Constituição. Sejam bem-vindos! Contamos com todos os usuários, trabalhadores, gestores, prestadores e formadores para fortalecer o controle social e o SUS-BH. Mesa Diretora

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De dois em dois anos, os brasileiros são chama-dos a votar e eleger governantes e parlamen-tares. Em 2012, vamos escolher o prefeito da cidade e 41 vereadores para a Câmara Munici-pal de Belo Horizonte. Vale a pena votar? Votar

vai mudar alguma coisa? Não são todos os políticos iguais e corruptos? Para quê se meter nessa lama da política? Em bom mineirês: Prestenção, sô! Não vamos trocar gato por lebre, nem deixar de separar os alhos dos bugalhos! Mes-mo sendo difícil de engolir, muitas vezes, os desmandos e malfeitos de prefeitos e vereadores; promessas mirabolantes em cada eleição; a desavergonhada quebra do decoro; os enriquecimentos inexplicados; as mordomias de cada dia... Mesmo tendo a nítida (e incorreta!) convicção de que seu voto é apenas um e em nada vai alterar o destino das coi-sas, prestenção, sô! Pense bem, votando ou não, anulando o voto, votando em branco, votando bem ou mal (embora essa última seja mesmo uma categoria subjetiva), o prefeito será eleito e a câmara será composta. E, por incrível que pareça, ainda bem que as coisas são assim! Imperfeita, mas democracia! Avançar nos direitos democráticos é uma luta incansável dos trabalhadores ao longo dos tempos. Na luta atual (às vezes mansa, outras feroz, clara como a água ou pouco per-ceptível) entre a minoria, aqueles que detêm o poder e o ca-pital e a maioria, aqueles que são submetidos a esse poder e só têm a força do seu trabalho, cada conquista democrática pode significar menos fome, menor desigualdade e injustiça, melhores salários e mais direitos. As eleições, sem dúvida, são uma conquista democrática. Infelizmente, no Brasil, os períodos democráticos não foram tão longos. Saídos de uma ditadura militar, sangrenta e as-sassina, cujos mortos e desaparecidos, muitos deles, ainda não temos notícias, por exemplo, não vivemos ainda três décadas desse novo período democrático. E que nenhuma ditadura nos seja imposta novamente! Embora a democra-cia não se resuma em eleições e devamos muito valorizar a participação popular diversa, referendos, plebiscitos etc, a chamada democracia direta, o seu ponto alto, vem se dando nesses momentos eleitorais, como agora. E a viabilização prática dos partidos políticos tem se dado nesse processo.

Vale à pena recorrer à ciência social e entender o pa-pel dos partidos políticos, embora haja toda uma “campa-nha” para desmoralizá-los. Diz-se por aí, todo o tempo, que os partidos políticos servem apenas para enricar uns poucos caciques e enganar o povo. É verdade que muitos são distintos, diversos e com propósitos variados. E mais, são cientificamente inevitáveis. Podemos não gostar, não querer, não concordar. Mas o avanço científico social da humanidade, ainda não apresentou, até hoje, em nenhuma parte do planeta, uma forma superior, que não os partidos políticos para se determinar as regras do convívio social hu-mano, por mais injustas e desiguais que elas ainda sejam! Prestenção, sô! Como os políticos que os compõem, nem todos os parti-dos são iguais. Se existem aqueles com interesses inconfes-sáveis e danosos, existem também os que buscam trabalhar com propostas decentes, ampliando direitos e conquistas populares e a defesa da maioria da população. Acontece que a visibilidade dos partidos e políticos honestos é enco-berta pela grande mídia, que, também defendendo os seus interesses (nem sempre confessáveis ou do bem), esconde a sua trajetória, bem feitos e boas propostas. Isso já conhece-mos, não é!? Ou costumamos ver com frequência alguma notícia boa sobre o SUS! Palavras como essas, entretanto, só terão valor (para uma opção ou outras!), se não permitirmos a invasão dano-sa do nosso direito de escolha política. Quem sabe até, se um dia fosse indicador de desenvolvimento social o número de filiações, com cidadãos e cidadãs participando, decidin-do as propostas e os rumos dos partidos políticos, os seus candidatos governantes e parlamentares. Quem sabe um dia! Nesse momento, com as eleições na porta, é preciso mesmo conhecer o partido, o candidato, a história, o perfil político, as propostas, as perspectivas, a ideologia. É preci-so ir atrás. É preciso saber o seu lado como cidadão eleitor e de que lado o seu voto vai estar. Seja influenciado por boas propostas e ideias coerentes. Seu voto é muito valioso. Nunca o desperdice. Prestenção sô!

PRESTENÇÃO,SÔ!!!ELEIÇÕES

MUNICIPAIS.

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Notícias do Conselho

Projeto Mil Leitos SUS No mês de julho, o Conselho aprovou que a Secreta-ria Municipal de Saúde (SMSA) altere os termos do contrato aditivo com o Hospital Santa Casa. A SMSA adiantou 20 milhões em recursos financeiros para obras do Projeto Mil Leitos SUS, que deveriam ter sido concluídas em março deste ano. Devido ao ritmo desacelerado, justificado pelo barulho e pela poeira que vem causando transtornos na região hos-pitalar, a instituição solicitou o adiamento da entrega das obras para novembro deste ano e o pagamento das parce-las do empréstimo para o início de 2013. De acordo com o diretor geral da Santa Casa, Porfírio Marcos Rocha Andrade, já foram gastos 60 milhões com a reforma, sendo que 53% das obras foram concluídas. Ele disse ainda que o hospital não possui a certidão negativa de

débito (CND), o que acaba inviabilizando doações de entida-des ou de pessoas jurídicas. Por esse motivo, 40 milhões dos recursos são do próprio hospital e os outros 20 milhões são do empréstimo repassado pela SMSA. Segundo o diretor, se-rão necessários mais 20 milhões para conclusão das obras. O Conselho considerou que a Santa Casa vem cumprindo as metas pactuadas no termo de compromisso, o que anteci-pa os recursos financeiros à título de incentivo para melhorias na assistência envolvendo aplicação e reforma na parte física do imóvel. Por esta razão, o plenário autorizou a ampliação do prazo para a entrega das obras, com o desconto das par-celas do andiantamente a partir de 2013. Além disso, a SMSA deverá descontar a primeira parcela que já foi quitada, no próximo faturamento destinado ao hospital.

No mês de julho, as Câmaras Técnicas de Controle, Ava-liação, Municipalização e Financiamento do CMSBH discu-tiram uma proposta de incentivo aos hospitais para realiza-ção de cirurgias ortopédicas, mais especificamente no caso de fratura do acetábulo (estrutura óssea existente no quadril que se articula com a cabeça do fêmur), apresentada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). Nos primeiros cinco meses de 2012, foram registrados 47 pacientes com indicação médica para este procedimento. Porém, com os baixos valores pagos pela tabela do SUS, que atualmente é de R$291,57 (os gastos totais chegam a R$1.409,80), os hospitais conveniados oferecem apenas uma cirurgia por semana, inviabilizando o atendimento ágil de todos os pacientes. Com o incentivo financeiro oferecido

pela SMSA, o valor pago pelo SUS-BH aos hospitais men-salmente pode ficar entre R$3.959 e R$11.878. Os membros da câmara técnica apreciaram também outra proposta apresentada pela SMSA para melhorar o cuidado aos pacientes com cálculo renal nos serviços de urgência do SUS-BH. Com o baixo número dos leitos de Urologia disponíveis nos hospitais, a SMSA pretende utilizar leitos de clínica médica para agilizar o atendimento aos pacientes mais graves, em hospitais que possuam atendi-mento de Urologia. Em julho, o plenário do CMSBH aprovou a proposta de reajuste de 50% do valor pago pela tabela SUS para a rea-lização de raio-x ortopédico e solicitaram um detalhamento dos materiais utilizados em cirurgias urológicas.

Câmaras técnicas discutem incentivos à tabela SUS

Foto: Saúde Online

Obras do hospital serão concluídas em novembro deste ano

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O Conselho Municipal de Saúde (CMSBH) discutiu no mês de julho a política de saúde mental em Belo Horizonte. A reunião contou com a presença do secre-tário municipal de Saúde, Marcelo Gouvêa Teixeira, da Coordenação de Saúde Mental da Secretaria Munici-pal de Saúde (SMSA), do Conselho Regional de Enfer-magem e do Fórum Mineiro de Saúde Mental. Representantes da SMSA apresentaram novas pro-postas para a política de saúde mental, que mantêm os mesmos princípios que proporcionaram a evolução do cuidado ao paciente em Belo Horizonte. De acordo com a coordenadora do programa, Rosemeire Apare-cida da Silva, a diminuição dos hospitais psiquiátricos é uma conquista dessa política. “Esse é o reflexo de uma política centrada no usuário e no trabalho junto ao controle social”, diz.

No mês de junho 585 médicos foram nomeados para atuar no SUS-BH. Estes profissionais devem atender em centros de saúde e nas unidades de re-ferência secundária de todo o município. Nos me-ses de junho e julho, os médicos nomeados compa-receram a sede da Secretaria Municipal de Saúde para escolher a unidade em que pretendem atuar. As vagas oferecidas são para as áreas de Reu-matologia, Cardiologia, Saúde da Família, Urolo-gia, Oftamologia, entre outras. O ex-presidente do CMSBH, Cléber das Dores de Jesus, acompanhou todo o processo de escolha das unidades e disse que esta nomeação é funda-mental para melhorar a qualidade do atendimento aos usuários, diminuindo o déficit de médicos na rede SUS-BH.

CONSELHO NA PRAÇA

Con aúdeS

Médicos sãonomeados para trabalhar

na rede SUS

Comunidade do bairro Jardim Felicidade participa de programação cultural e conhece melhor as atividades do controle social na região

O Conselho Distrital de Saúde Norte realizou no mês de julho, no bairro Jardim Felicidade, mais uma edição do projeto Conselho na Praça, que percorre praças de toda a cidade promovendo a interação dos moradores com as políticas do SUS e divulgan-do o controle social na saúde. O evento também contou com a participação do Distrito Sanitário e da Secretaria Regional Norte. Os ex-componentes da Mesa Diretora, Cléber das Dores de Jesus e Ângela Eulália, representaram o CMSBH. Em várias barraquinhas o público pode conferir um pouco da história do conselho distrital, acompa-nhar ações de combate à dengue, aferir a pressão arterial e fazer exame de glicemia. A descontração ficou por conta do teatro Mobiliza SUS, da banda de música da Guarda Municipal e do grupo de Ca-poeira Fica Vivo. Durante todo o evento foram recolhidas assinatu-ras para o Movimento Nacional em Defesa da Saú-de Pública, projeto de iniciativa popular que tem por objetivo assegurar o repasse de 10% das receitas da União para a saúde.

Saúde Mentalem pauta

Foto: Lucianne Marazzi

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Videoconferência avalia gestão do CMSBH

Comunidade do bairro Jardim Felicidade participa de programação cultural

e conhece melhor as atividades do controle social na região

Notícias do Conselho

A conclusão da gestão 2010/2012 do Conselho Municipal de Saúde (CMSBH) e o Movimento em Defesa da Saúde Pública foram os temas de uma videoconferência, realizada em agosto, pela Secretaria Municipal de Saúde. Participaram da discussão os ex-representantes da Mesa Diretora do CMSBH, Paulo César Ma-chado Pereira (1º secretário) e Wilton Rodrigues (2º secretário). Durante quase duas horas, os ex-secretários falaram sobre o processo de renovação do CMSBH, enquanto avaliaram os últi-mos dois anos de trabalho e as atividades desempenhadas pelo conselheiros de saúde. De acordo com Paulo César, esse período reafirmou que é preciso valorizar o espaço dos conselhos e das conferências, que ajudam o SUS a se consolidar como um direito de todos os brasileiros, especialmente no caso de Belo Horizonte, que é uma referência para todo o Brasil. Ele acrescenta que “mes-mo com a maioridade do SUS, depois de 21 anos, ele ainda não é uma experiência acabada”. Entre as várias questões abordadas pelo CMSBH durante a gestão 2010/2012, Wilton Rodrigues destacou a dedicação dos conselheiros para acompanhar as obras de construção do Hos-

Paulo César Machado Pereira e Wilton Rodrigues durante a videoconferência

Ministro aposentado Mário Veloso durante o Seminário de Conselhos Hospitalares A convite do Conselho Municipal de Saúde de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a Mesa Diretora do CMSBH participou, no mês de julho, de uma visita para conhecer o funcionamento dos serviços de saúde e conferir a atuação do controle social na cidade. Na oca-sião, os dois conselhos assinaram um termo de cooperação e troca de experiências em participação popular. Os conselheiros de BH foram recebidos pelo secretário de Saúde de Campo Grande, Leandro Mazina Martins e visitaram três unidades básicas de saúde, mais uma unidade de pronto atendimento (UPA), a Santa Casa, o Hospital Regional e o Centro de Zoonoses. O ex-2º secretário do CMSBH, Wilton Rodrigues, se diz imprensionado com a tecnologia médica e a infraestrutura, especialmente nas unidades bá-sicas, que contam com aparelhos de raio-x. “Isso agiliza o atendimen-to e torna o cuidado com o paciente de fato humanizado”, afirma. O ex-presidente do CMSBH, Cléber das Dores de Jesus, acrescen-ta que todas as UPA’s de Campo Grande dispõem de tomógrafos. Para ele, esse exemplo deveria ser seguido por Belo Horizonte, que

precisa dobrar o número de UPA’s, principalmente se conside-rarmos o fato de que Campo Grande conta com nove unidades de atendimento de urgência para 800 mil habitantes, enquanto a capital mineira dispõem do mesmo número para 2,6 milhões de pessoas. A ex-secretária geral Ângela Eulália destaca a agilidade com que os médicos têm acesso aos resultados de exames diretamente na tela do computador, o que facilita o atendimento. Além disso, toda a infraestrutura das unidades (construção, reforma, amplia-ção e equipamentos) é feita com recursos públicos, obtido por emendas parlamentares, com a participação decisiva do controle social de Campo Grande. Ângela afirma que isso reforça a con-vicção de que não é necessário entregar o SUS para a iniciativa privada. Outro avanço apresentado pela capital sul-mato-gros-sense é a limpeza dos inúmeros córregos que cortam a cidade. Mais da metade não recebe esgotos, pois foram interceptados, evitando a contaminação das águas, finaliza Ângela.

pital Metropolitano do Barreiro e a mobilização que evitou o fe-chamento da maternidade do Hospital Júlia Kubitschek. Para o conselheiro, esse é o reflexo de um SUS mais dinâmico, em que as pessoas envolvidas demonstram a seriedade de seu trabalho e as Oficinas de Qualificação que serão promovidas pelo CMSBH, servem para melhorar ainda mais essa atuação. Para finalizar, as pessoas que assistiram à videoconferência nos centros de saúde, puderam tirar dúvidas sobre a mobilização do Movimento em Defesa da Saúde Pública, que busca 1,5 milhão de assinaturas em todo o país para assegurar o repasse de 10% das receitas correntes da União para a saúde pública.

CMSBH assina termo de cooperação em visita a Campo Grande

Conselheiros de BH visitam as instalações do Centro de Zoonoses de Campo Grande

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de Seminário Regional CMSBH participa

Conselho discute saúde bucal no HOB

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A Câmara Técnica de Controle, Avaliação e Municipalização do CMSBH apreciou a proposta de credenciamento de serviços de assistência odontológica com o uso de anestesia geral ou sedação, em ambiente hospitalar para portadores de necessida-des especiais. Os procedimentos devem ser realizados no Hospital Odilon Behrens (HOB) e será necessário a ampliação dos recursos financeiros destinados a este atendimento. A proposta deve ser aprovada pelo CMSBH antes de ser encaminhada ao Ministério da Saúde. De acordo com o representante do HOB, Fernando Sálvio e Athos de Carvalho, da Secretaria Municipal de Saúde, o hospital já presta este tipo de serviço. Porém, se-gundo a proposta, serão liberados pelo Ministério 100 mil reais para a implantação do serviço e outros 10 mil mensais para manutenção do atendimento. A câmara técnica recomendou que o atendimento seja oferecido 24 horas, inclusi-ve no bloco cirúrgico, na especialidade buco-maxilo-facial e a apresentação de uma prestação de contas semestral ao CMSBH. O projeto aguarda ainda a apreciação da Câmara Técnica de Gestão da Força de Trabalho e do plenário do Conselho.

Os ex-representantes da Mesa Diretora do CMSBH, Cléber das Dores de Jesus, Ângela Eulália e Wilton Rodrigues participaram do Seminário Regional Su-deste, realizado em São Paulo, no mês de agosto. O evento foi promovido pelo Ministério da Saúde e teve como objetivo definir uma agenda de compro-missos para inserção das políticas para o público LGBT, negros, população de rua e ciganos. Além disso, o debate envolveu questões como a promo-ção da equidade, estimulando a formação de espa-ços colegiados e fortalecendo a gestão participativa nos estados. De acordo com a ex-secretária geral, Ângela Eu-lália, o seminário foi um espaço importante para interação, mas poderia ter sido mais participativo e melhor coordenado. “A coordenação do grupo de trabalho de Minas teve uma postura antidemocráti-ca na condução das propostas”, disse. Durante o encontro foram debatidos assuntos como o sistema de acompanhamento dos conselhos de saúde, além da 14ª Conferência Nacional e os impactos na gestão estratégica e participativa.

O plenário do CMSBH apreciou e aprovou, no dia 23 de agosto, a Proposta Or-çamentária da Saúde, que tem a função de fixar as despesas e estimar a receita para 2013. Todos os anos a proposta orçamentária é submetida a aprovação do Conselho, antes de seguir para a ratificação da Câmara Municipal. Esta proposta utiliza como base a Lei Orçamentária Anual (LOA), um instrumen-to que permite a realização anual dos programas de governo e que garante a efetividade de programas e ações específicas. De acordo com o representante da Gerência de Orçamento e Finanças da SMSA, Guilherme José Antonini Barbosa, esta previsão de gastos é indispensável, pois permite a aplicação correta e res-ponsável dos recursos públicos, garantindo que as ações governamentais sejam realizadas dentro da capacidade financeira do município. Segundo Guilherme a previsão de gastos para 2013 na saúde é de aproxima-damente 2,3 bilhões de reais e é considerado o maior orçamento da prefeitura, se comparado às outras áreas. Entre os destaques está a destinação de verbas aos preparativos da saúde para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, estimado em 700 mil reais. Para atender às demandas do controle social foi pro-posto cerca de 1,2 milhão para atividades dos conselhos de saúde. O contador do CMSBH, Wanderson Araújo, esclarece que “o diferencial desta proposta está sendo a autonomia dada aos municípios em 2012 para adminis-trar seu orçamento. Esta experiência será feita até o final do ano e em 2013 o CMSBH pretende executar este orçamento com mais eficiência até junho, influen-ciando positivamente a LOA do próximo exercício”.

PROPOSTA ORÇAMENTÁRIACMSBH APRECIA

DA SAÚDE PARA 2013

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CMSBH aprova a Proposta Orçamentária da Saúde para 2013

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Especial

Tomou posse, no dia 16 de agosto, uma nova gestão do Conselho Municipal de Saúde (CMSBH). Os 72 conselheiros, escolhidos nas nove regionais de Belo Horizonte e em entidades da sociedade civil ligadas à saúde, foram eleitos para atuar no biênio 2012/2014. Em relação à composição anterior houve a renova-

ção de 64% dos participantes. Muitos conselheiros participam pela primeira vez do CMSBH, como é o caso de Marília Aparecida do Rosário, representante dos Hospitais São José e Sofia Feldman. Ela acredita que será desafiador participar do Conselho como representante de hospitais filantrópicos, mas mantêm a ex-pectativa em relação às discussões sobre o financiamento do SUS. Outros conselheiros, como é o caso de Adilson Campos Braga, reafirmam essa importância, acrescentan-do que esta gestão deve se dedicar a fiscalizar os recursos financeiros investidos nas obras do Hospital Metropolitano

do Barreiro e na reforma, ampliação e construção de uni-dades básicas de saúde. “Se trabalharmos neste sentido, faremos uma boa gestão”, afirma. Durante a cerimônia, os conselheiros empossados afirma-ram o desejo de melhorar a representatividade do CMSBH, dentro e fora da capital e continuar a política de defesa do SUS, bandeira defendida em outras gestões. José Carlos Machado Silva, representante da região Oeste, argumenta que os conselheiros usuários devem se unir ainda mais e trabalhar junto aos outros segmentos, viabilizando assim uma atuação mais abrangente. A conselheira Valéria Cruz Nascimento acrescenta que é fundamental que o CMSBH continue a incentivar a capacitação continuada de conse-lheiros de saúde, especialmente aqueles que atuam nas comissões locais. De acordo com o conselheiro e secretário municipal de Saúde, Marcelo Gouvêa Teixeira, Belo Hori-zonte possui hoje mais de três mil conselheiros de saúde, o que torna fundamental a capacitação permanente. “Esse é o reflexo da vitalidade e da democracia do SUS”, diz.

Nova gestão do CMSBH

TOMA POSSEPOR LUCIANE MARAZZI FOTOS ANA TOMASELLI

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Nascida em Belo Horizonte, Angela é auxiliar de enfermagem da rede SUS-BH. Tem 51 anos, é casada, tem dois filhos (Raphael e Daniel) e três netos (Bernardo, Nina Liz e Sophia). Começou a militar no controle social em 1992. Na época, partici-pava de um movimento comunitário que buscava formar as comis-sões locais e o conselho distrital Norte de Belo Horizonte. Desde en-tão, sempre esteve envolvida com a participação popular na região, onde já exerceu três mandatos no conselho distrital como presidente. O envolvimento com o CMSBH começou em uma viagem a Brasília, em 1997. A plenária de saúde da qual participava na ocasião, coin-cidiu com um momento histórico, que foi a Marcha do Sem Terra e a morte do Índio Galdino. “Isso me marcou muito”, relembra. Funcio-nária da Prefeitura desde 1984, vivenciou o movimento de reforma sanitária da saúde. Há oito anos ela participa do movimento sindical e está no primeiro mandato como diretora sindical do Sindibel. Angela acredita que o maior desafio nesta nova gestão será man-ter as relações de harmonia e respeito, restaurando a convivência compartilhada pelos conselheiros há um tempo atrás. “Eu venho de uma época em que tínhamos mais vontade para atuar juntos, usuários e trabalhadores. Precisamos melhorar isso, respeitando o outro e o seu saber. A construção do novo só se dá com diferentes saberes”, enfatiza.

PRESIDENTE: ANGELA DE ASSIS MAIA MOURASEGMENTO: TRABALHADORES

SECRETÉRIO GERAL: EDERSON ALVES DA SILVASEGMENTO: USUÁRIO

Natural de Belo Horizonte, tem 30 anos e é bacharel em Direi-to. É secretário da Juventude da CUT/MG, diretor Senalba – MG e funcionário da Associação Brasileira de Odontologia de Minas Gerais (ABO). Fez parte do Coletivo de Saúde do Trabalhador da CUT/MG, atualmente também é conselheiro estadual de saúde e está em seu segundo mandato no CMSBH. Para Ederson é prioritário incentivar a participação dos usu-ários de modo que eles possam propor ações e acompanhar o cumprimento das políticas voltadas para a saúde. “Defender um SUS de qualidade será nosso principal objetivo, buscando sem-pre que as unidades de saúde estejam em perfeitas condições de uso para o atendimento da população”. Entre os desafios a se-rem superados, o conselheiro destaca a falta de medicamentos e de médicos. “É preciso oferecer melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde e um atendimento de qualidade para toda a população”, defende.

1º SECRETÁRIO: WALLACE MEDEIROS XAVIERSEGMENTO: GESTOR/PRESTADOR PÚBLICO

Natural de Pedra Azul/MG, tem 36 anos, é formado em Psicolo-gia e é gerente de Informação do Hospital Odilon Behrens (HOB). Esse é o seu segundo mandato como conselheiro municipal de saúde. Também faz parte do Conselho Local do HOB. Wallace espera que os conselheiros desta gestão trabalhem para aproximar e conciliar tanto os conselhos distritais, como comis-sões locais e conselhos hospitalares. Para ele é fundamental que todos os segmentos trabalhem juntos, priorizando o acesso aos serviços de saúde, a integralidade da assistência, as capacitações técnicas e readequação das equipes para garantir o atendimento de qualidade. O conselheiro destaca como prioridade para este mandato, pro-mover a alteração do regimento interno do CMSBH, adequando-o a realidade atual do controle social e a continuidade das Oficinas de Qualificação para o Controle Social, juntamente com a rea-lização de uma gestão compartilhada entre conselhos distritais, comissões locais e conselhos hospitalares. Para Wallace é funda-mental trabalhar a intersetorialidade com as áreas de educação, assistência social, segurança e com o Ministério Público.

2ª SECRETÁRIA: MARTHA AUXILIADORA FERREIRA REISSEGMENTO: USUÁRIO

Martha Auxiliadora Ferreira Reis, tem 56 anos e é natural de Nova Lima/MG. Tem três filhas (Priscila, Vanessa e Patrícia) e atua como voluntária no Hospital das Clínicas da UFMG. É uma das fundadoras e a atual presidente da Associação Nacional do Porta-dores de Imunodeficiencia Primária Congênita (ANPIC), entidade filantrópica que presta atendimento assistencial aos portadores de imunodeficiência em Minas Gerais. Em1998 já participava de conselhos de saúde como observadora. Em 2000 foi eleita conse-lheira distrital Centro-Sul e em 2002, entrou para o CMSBH. Nesta nova gestão, Martha também acredita que o maior desa-fio será aprovar mudanças no regimento interno do CMSBH, que só serão possíveis com a união de todos os conselheiros. Entre os desafios, a conselheira destaca ser fundamental que os usuários invistam em uma discussão política para potencializar a atuação do segmento, que deve buscar sempre a qualidade do SUS.

CONHEÇA A NOVA MESA DIRETORA DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE

Nova Mesa Diretora do CMSBHDa esquerda para a direita: Wallace, Martha, Ederson e Angela

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EM 2011 FORAM GASTOS 21 BILHÕES NO TRATAMENTO DE DOENÇAS CAUSADAS PELO CIGARRO

TITULAR SUPLENTE CATEGORIA ENTIDADE

Adolpho von Randown Neto

Jussara Silvia G. Ferreira

UsuárioAdilson de Campos Braga Waldomiro Ferreira da Cruz

Ana Maria de Jesus

Mário Eduardo P. Martins

Antônio Carlos dos Santos Valéria Cruz Nascimento

Ederson Alves da Silva

Iris Souza Almeida Andréia Gonçalves dos Reis

José Coelho dos Santos José Gerônimo

Martha Auxiliadora F. Reis

Maria Salomé Pereira Rosa Norma Lúcia da R. Barbosa

Claudete Liz de Almeida Silmônica R. S. Tocafundo

Gislene Gonçalves dos Reis Vânia Virgínia Lima

Oswaldo R. de Paula Filho

Maria da Penha de Oliveira Celso Meireles Ferreira

Simone Gomes Alexandre

Cláudia Pessoa Oliveira

Geraldo Magela Alves Figueiredo

Joaquim Olegário Leite Geraldo Oliveira Souza

Andréa Hermógenes Martins Sabrina Fernandes da Silva

Jobert Fernando de Paula

Walter Agostinho da Silva

Maria das Graças Nascimento

Cleonice Coura Coutinho

Márcia Cristina Dominges

Wallace Medeiros Xavier

Maria do Carmo de Souza Cunha

Alcy Moreira dos Santos Pereira

Henrique Amaral Coura

Enilze Leal Francisco Marcia Paz Torchia

Marília Aparecida RosárioRodrigo Amado Rosa Belisário

Simone Dutra Luca Sara Dalia Barbosa

Anthero Drumond Junior

Dora Maria de Carvalho

Marcelo Gouvêa Teixeira

Maria do Socorro A. Lemos

Maristela do Nascimento Silva

Fabiano Pimenta Junior

Leonardo Monteiro Lima

Sebastião Fortunato de Faria Filho

Maria Anísia Gomes

Edwin Fialho Despinoy

Robson Conceição Silva

Janaina Dias de Oliveira

Artur Mendes de Oliveira

Inês de Oliveira Costa

André Cristiano dos Santos

Maria Helena PachecoCristina Fátima Nascimento

Enildo Calixto Louback

Angela de Assis M. Moura Andreza Conradi Nascimento

Aparecida Maria S. Viana

Wagner Francisco Alves Pereira

Trabalhador

Gestor

Usuário

Trabalhador

Gestor

PAMPULHA

TRANSVIDA/ DORETRANS

LESTE

NOROESTE

CUT - MG

MMPP-BH

BARREIRO

CENTRO SUL

NORDESTE

MMPP- BH

NOVA CENTRAL SINDICAL

VENDA NOVA

NORTE

FORÇA SINDICAL

UGT-MG

MPM

ASCOAP/FAP-MG

SIND-SAÚDE MG

SINDBEL

SINDBEL

SINMED MG

SINTSPREV-MG

PSIND/SINDFARMIG

SONGE-MG

SIND-SAÚDE MG

SINTSPREV-MG

LAPECO - CENAPSI

FHEMIG- HEMOMINAS

HOSP. SÃO FRANCISCO/ SOFIA FELDMAN

UFMG/UNI-BH

Con aúdeS Especial

POR LUCIANE MARAZZI

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Uma pesquisa divulgada recentemente pela Aliança de Controle do Tabagismo - or-ganização não-governamental voltada à promoção de ações para diminuição do impacto causado pelo consumo e exposi-ção ao tabaco - revelou que em 2011, o sistema de saúde brasileiro gastou quase

21 bilhões no tratamento de doenças causadas pelo taba-gismo. Em comparação, a indústria do cigarro pagou em 2011, 6,3 bilhões em impostos federais. O tabagismo gera uma sobrecarga na economia dos pa-íses, caracterizada pelo aumento dos gastos com assistência médica e a falta de produtividade. A pesquisa revela ainda que estimativas recentes indicam que os custos atribuíveis às doenças relacionadas ao tabaco são responsáveis por perdas anuais de 500 bilhões de dólares por produtividade, adoecimentos e mortes prematuras. O maior montante desses recursos foram direcionados para doenças cardíacas, seguidas pela doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), câncer de pulmão e o acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame. Essas doenças foram responsáveis por 83% do total de cus-tos atribuíveis ao tabagismo no Brasil. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o tabagismo seja responsável por aproximadamente 5,4 mi-lhões de óbitos a cada ano. De acordo com a Aliança de Controle do Tabagismo, até 2030 estes números devem au-mentar 48%, passando para 8 milhões de mortes, das quais 80% ocorrerão em países em desenvolvimento. Consideran-do todos os óbitos ocorridos no Brasil em 2008, o tabagismo foi responsável por 13% de todas as mortes.

O QUE O SUS OFERECE O Programa de Tratamento Intensivo do Tabagismo teve início em todo o Brasil no ano de 2004. Em Belo Horizonte o programa começou a ser ofertado em 2006, quando o

Saiba Mais

Instituto Nacional do Câncer (INCA) iniciou a distribuição de medicamentos e manuais de informação. De acordo com a Referência Técnica da Gerência de Assistência da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), Julia-na Dias Santos, o usuário interessado em parar de fumar deve procurar sua equipe de saúde da família para receber orientações. Os pacientes que ingressam no programa con-tam com atendimento, material educativo e medicações de forma gratuita, esclarece a médica. O serviço é realizado em grupos de acompanhamento nos centros de saúde. Atu-almente, 33 unidades oferecem o programa intensivo. “Em 2012, contamos com um projeto de ampliação de vagas deste tratamento, com o objetivo de implantar a aborda-gem intensiva dos fumantes em áreas coincidentes com os 50 pólos dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e Academias da Cidade. Assim pretende-se duplicar a ofer-ta de atendimentos através do programa até o final deste ano”, informa Juliana. Outra alternativa bastante acessível para quem quer parar de fumar é o Disque Saúde do Ministério da Saúde, que fornece orientações pelo telefone 136.

EM 2011 FORAM GASTOS 21 BILHÕES NO TRATAMENTO DE DOENÇAS CAUSADAS PELO CIGARRO

O impacto do

16% da população com maisde 18 anos é fumante

280 mil dos habitantes maiores de 20 anos fumam

BH é a 5ª capital brasileira com maior número de fumantes

Em 2009, 1.394 pessoas morrerampor causa do cigarro

FONTE: VIGITEL

NÚMEROS EM BH

HOSP. SÃO FRANCISCO/ SOFIA FELDMAN

tabagismo

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Con aúdeS Con aúdeS

POR LUCIANE MARAZZI

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Histórias que dariam um livro

A primeira vista, fica claro qual é a característica mais marcante do conselheiro Oswaldo Ro-mualdo de Paula Filho: é um paizão e demonstra isso para todos que estão à sua volta. De mansinho, ele chega e instantes depois já te abraça, conta histórias, pronuncia palavras carinhosas, que fazem a gente ficar com saudade do colo de pai. Mas não para por aí! Sr. Oswaldo é assim cuidadoso em todas as instâncias da vida. É um homem que abraça a famí-

lia e o trabalho todos os dias, sempre com o ânimo renovado. Nesse coração de pai, sempre cabe mais um. “Até meus genros me pedem a benção”, diz Fiuza (apelido de infância que significa esperança) com os olhos brilhando de felicidade. Nascido em 1947, na Santa Casa de Belo Horizonte, sr. Oswaldo só foi registrado na cidade de Três Pontas. O pai, um militar que vivia em destacamentos pelo interior de Minas, levava a família de um lado para o outro e assim que os filhos nasciam eram registrados pelas cidades por onde passavam. Além do

UM CONSELHODE PAIPOR JÉSSICA SILVA FOTOS ANA TOMASELLI

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nome do pai, Oswaldo Filho herdou também a postura disciplina-da aprendida durante a vida militar. “Sou enérgico aqui em casa e sempre deixei claro que brincadeira é brincadeira, sério é sério. Quando falo agora é sério a postura muda imediatamente”, diz.

VIDA ADULTA Anos depois, o pai tornou-se almoxarife do Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais. Durante uma visita, Oswaldo, que na época tinha 15 anos, deparou-se com uma radiografia secan-do. “Falei para o meu pai que fotografia interessante! Ele disse que não era uma fotografia e sim uma radiografia! Diante do meu repentino interesse, e como meu pai era muito bem quisto lá no hospital, pediu para o médico Joaquim Germano me mostrar como se fazia uma radiografia. No outro dia eu já estava lá para aprender e fiz de tudo para mostrar meu interesse. Ajudava em tudo que podia”, conta. O curso de técnico radiologista durou seis anos e por mais dois o conselheiro estagiou na Clínica Belo Horizonte, onde apren-deu o ofício na prática. Trabalhou durante 44 anos em vários hospitais, como o São Domingos, São Marcos e em uma clínica no bairro Nova Suíça. Também trabalhou em uma clínica que prestava serviços para o antigo INAMPS e atendia entre 180 e 220 pessoas por dia. Em Belo Horizonte, Oswaldo foi pioneiro em radiografia à do-micílio. Atendia a todos os públicos, desde pessoas mais simples até aquelas com poder aquisitivo. Quando percebia que o pa-ciente não tinha condições de pagar, não cobrava. “Sou muito religioso. Então pedia que a pessoa rezasse uma Ave Maria como pagamento da consulta”, relembra.

PAIXÃO PELA FAMÍLIA O trabalho sempre foi importante na vida do sr. Oswaldo mas o maior orgulho é mesmo a família. Casado há 45 anos, é pai de quatro filhas (Alcione, Valéria, Valquíria e Renata) e avô de dez netos. Conheceu sua esposa Geralda através de um amigo. Um dia se encontraram e, brincando, Oswaldo a pediu em namoro. Foram se vendo por alguns dias e mesmo sabendo que ela tinha um pai muito bravo e rigoroso, Oswaldo se arriscou e quis namorar em casa. “Falei com ela que não era decente namorar assim. Fui pedir as ‘exigências’ do pai dela e quando comecei a namorá-la pedi permissão até para os meus pais”, conta todo divertido. Hoje todas as filhas estão casadas e formadas. Ao falar da ca-çula, é impossível não perceber a emoção nos olhos do conselhei-ro ao relembrar uma fala da filha: “ pai eu rezo pro senhor todos os dias e sempre agradeço a Deus por ter me colocado em seus braços” e ele conclui: “ela é meu docinho, é minha filha adotiva. Quando ela veio pra mim tinha nove meses”, diz emocionado.

Con aúdeS

“É cansativo, mas sabe qual é a hora que você descansa? É quando uma pessoa chega perto

de você e fala muito obrigado e a gente pergunta por quê? Então ela diz que

você fez isso, fez aquilo! Pronto, aquele sorriso de satisfação te descansa”.

Em sentido horário: Sr. Oswaldo nos tempos de técnico radiologista, nos dias atuais e como militar

SEM DESCANÇO Sentado na sala onde escuta suas músicas favoritas e guar-da as lembranças de toda uma vida, sr. Oswaldo revela que há seis anos se aposentou. Mas antes disso, já atuava nos movimentos comunitários relacionados à igreja que frequen-ta, o que deu impulso para militar no controle social da saúde. Hoje é conselheiro local, distrital e municipal. Recentemen-te, precisou ser atendido no Hospital Universitário São José e impressionado com o atendimento, resolveu fazer parte do conselho do hospital também. “Eu duvido que algum hospital particular acolha com tanto carinho e dedicação. Não é só comigo, mas com todos que eu vi sendo atendidos, indepen-dente da raça, da cor, o tratamento é igual para todos, nem mais quente nem mais frio. Me encantei e me senti seguro como se estivesse dentro de casa”, relata. Mesmo orgulhoso do que faz, sr. Oswaldo admite ficar exausto com tanto trabalho, mas sabe exatamente como en-contrar o descanso. “É cansativo, mas sabe qual é a hora que você descansa? É quando uma pessoa chega perto de você e fala muito obrigado e a gente pergunta por quê? Então ela diz que você fez isso, fez aquilo! Pronto, aquele sorriso de satisfação te descansa”. Depois de tanta história, sr.Oswaldo nos aconselha dizen-do: “ame o próximo e seja solidário, seja amigo. Abrace seu inimigo com os dois braços e o seu amigo com os dois braços e com o coração”.

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Entrevista

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ConSaúde: Como surgiu o Projeto Manuelzão? Marcus Polignano: O Projeto Manuelzão foi idealizado por pro-fessores da disciplina de graduação Internato em Saúde Coleti-va, na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1997. Para o Projeto Manuelzão, saúde não é basicamente um problema médico, mas sim qualidade de vida.

ConSaúde: Qual é o principal objetivo desde a criação do pro-jeto? Marcus Polignano: A proposta de trabalho do Projeto Manuelzão é mobilizar a população e as lideranças políticas e empresa-riais em prol da revitalização da região da bacia hidrográfica do Rio das Velhas. Essa proposta enquadra-se na concepção mais ampla e transdisciplinar, relacionado à saúde, meio ambiente, cidadania, desenvolvimento econômico e social, além de sus-tentável.

ConSaúde: Por que a bacia hidrográfica do Rio das Velhas foi a escolhida?Marcus Polignano: A bacia do Rio das Velhas foi escolhida com a intenção de atuar em um espaço geopolítico coerente, incluindo Belo Horizonte, sede da UFMG e capital do Estado. Belo Hori-zonte caracteriza-se a maior cidade da bacia do Rio das Velhas e, também, a maior concentração de poluição. A escolha des-sa bacia consente ir além da visão municipalista das questões ambientais, permitindo uma análise sistêmica e integrada dos problemas e quando há necessidade de intervenção.

ConSaúde: “Pescar e nadar no Rio das Velhas” já é possível?Marcus Polignano: A Meta 2010, que possuiu o objetivo de ele-var a qualidade das águas trouxe melhorias significativas. Na-damos em Santo Hipólito, região de Curvelo, e tivemos a volta do peixe. Inclusive, algumas espécies já podem ser encontradas na região próxima de Lagoa Santa. Atualmente, estamos traba-lhando e unindo forças para a Meta 2014, dando continuidade a de 2010, para consolidar a volta dos peixes e nadar no Rio das

O Projeto Manuelzão foi criado há 15 anos tendo como principal obje-tivo a revitalização da bacia hidrográfica do Rio das Velhas. Em 2012, o Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte se uniu ao projeto com a finalidade de discutir e promover atividades relacionadas a questões ambientais no entorno da Bacia do Isidoro. Nesta entrevista, o coor-denador geral do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano e as duas estagiárias do Grupo de Educação e Mobilização, Andréia Filome-na Oliveira Rocha e Paula Campos Pereira, conversaram com a equipe do ConSaúde sobre meio ambiente, qualidade das águas e outros assuntos relacionados À saúde.

Marcus Vinícius Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão

ForçasUnindo

POR DIEGO SANTIAGO

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Velhas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

ConSaúde: Há quanto tempo você coordena o Projeto?Marcus Polignano: Estou no Projeto desde o início, como membro fundador. A coordenação foi uma atividade automática atenden-do às demandas. Após 2008, fiquei na coordenação geral.

ConSaúde: A ideia de fazer uma revista sobre o Manuelzão sur-giu quando? O que ele acrescenta ao projeto?Andréia Rocha: O Projeto possui uma importante parceria com o curso de Comunicação Social da UFMG, o que resultou na publi-cação da Revista Manuelzão que era o antigo jornal. A primeira edição foi em novembro de 1997.Paula Pereira: A revista Manuelzão é parte fundamental para co-municação com a comunidade e para divulgação das ideologias e assuntos socioambientais para todo público com informação, divulgação e fonte de pesquisa.

ConSaúde: As parcerias estabelecidas com a sociedade civil são um ponto importante para o projeto Manuelzão?Andréia Rocha: O Projeto Manuelzão trabalha junto às comuni-dades pertencentes à bacia do Rio das Velhas com ações regio-nais de preservação, conservação, educação e revitalização am-biental. Dessa forma, a sociedade civil é de suma importância.

Andréa Filomena Oliveira Rocha, estagiária do Grupo de Educação e Mobilização

posta de trabalho que correlacionasse saúde e meio ambiente com objetivo de desenvolver e efetivar ações que permitiriam o avanço das condições sanitárias na cidade. Através desse de-bate nasceu a parceria entre o CMSBH e o Projeto Manuelzão, que, a partir de reuniões, formularam a Resolução 318-2012, aprovada e homologada. Uma das medidas dessa resolução é a criação do Núcleo pela Revitalização da Bacia do Isidoro. Atu-almente, as duas entidades se reúnem e conduzem os encontros mensais do Núcleo Isidoro.

ConSaúde: O que a criação do Núcleo de Revitalização em torno da Bacia do Isidoro pretende? O que esse núcleo irá representar para a população e para o meio ambiente?Andréia Rocha: O intuito é consolidar a participação democrática do poder público, setor privado e da sociedade civil no diagnós-tico de problemas, na discussão e na elaboração de propostas. O objetivo das reuniões é definir estratégias, metas e encami-nhamentos visando a revitalização da bacia do Isidoro. Paula Pereira: A Revitalização socioambiental da bacia do Ri-beirão Isidoro pretende garantir a qualidade de vida das popu-lações do entorno e da qualidade das águas da bacia. Desse modo, relacionamos saúde e meio ambiente em um processo de mobilização para somarmos forças.

Paula Campos Pereira, estagiária do Grupo de Educação e Mobilização

Con aúde

Trabalhamos juntos nas ações, estabelecendo uma vi-são da relação entre as pessoas, qualidade das nossas águas e saúde.Paula Pereira: Dentro do Projeto Manuelzão há o Gru-po de Educação e Mobilização - GEM, uma equipe que fomenta a participação pública e debates de questões socioambientais. A parceria com a sociedade cresceu muito no âmbito dos Núcleos Manuelzão que contam com a participação da sociedade civil com o objetivo de discutir e promover atividades relacionadas a ques-tões ambientais.

ConSaúde: Como ocorreu essa parceria com o Con-selho Municipal de Saúde e qual sua importância para as duas entidades?Andréia Rocha: A Câmara Técnica de Saneamento e Políticas Intersetoriais do Conselho Municipal de Saúde (CMSBH) iniciou o debate para desenvolver uma pro-

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O dia 18 de agosto foi escolhido para ser “o Dia D da Mobilização”, que trata da campanha de atualização da caderneta infantil de vacinação. A campanha foi reali-zada na região Oeste da capital durante uma semana, os pais de crianças menores de cinco anos puderam levar seus filhos nos 147 centros de saúde da rede SUS-BH. A campanha traz duas novidades e a primeira delas é a vacina da poliomelite que passa a ser sequencial e injetável. A outra é a substituição da vacina tetravalente pela pentavalente que além de doenças evasivas e infecciosas, imuniza contra a hepatite B. Estavam presentes o secretário geral, Ederson Alves e o 1º secretário Wallace Me-deiros, além de conselheiros do CMSBH.

Conta Gotas

Conselho mobiliza

Com objetivo de divulgar o Movimento de Defesa da Saúde Pública (Saúde +10), o Conselho Municipal de Saúde divulgou o abaixo assinado que busca assegurar 10% das receitas brutas da União para a saúde, entre os funcionários da Secretaria Municipal de Saúde. A intenção desta mobilização interna é fomentar a cole-ta das assinaturas “dentro da própria casa!”, explica o ex-representante da Mesa Diretora do CMSBH, Paulo César Machado.

Os novos membros do Conselho Distrital de Saúde Leste tomaram posse no mês de julho, na sede da Regional Leste. Os conselheiros participaram de uma plenária para assinar o livro de posse e escolher a Mesa Diretora para a gestão 2012/2013. Foram es-colhidas como representantes do distrito no Conselho Municipal de Saúde, Ana Maria de Jesus e Jussara Sílvia Gonçalves Ferreira.

CAMPANHA de vacinação

AINFANTIL

funcionários da SMSA/BH

Distrito Lestetem novos

conselheiros

A 2ª secretária, Martha Auxiliadora Ferreira Reis e o coordenador da Comissão de Educação Permanente do CMSBH, Enildo Calixto, participam de 12 a 14 de setembro, em Vitória/ES, da Oficina de Traba-lho sobre a Política de Educação Permanente para o Controle Social no SUS, realizada pelo Conselho Nacional de Saúde.

Já foi assinado o contrato com a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESPMG) para

realização da Oficina de Capacitação para o Controle Social no

SUS-BH.

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