jornal centrista - edição de novembro

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LISBOA CONVIDA MIGUEL PIRES DA SILVA Pág. 3 ENTREVISTA: NUNO MAGALHÃES Pág. 4 3ª Edição Novembro 2012 Diretora: Diana Vale Debate: Juventudes Partidárias, para que vos quero? REALIZAÇÕES JP LISBOA MAGUSTO JP LISBOA Pág. 25 MANUAL DO MI- LITANTE Pág. 33 NACIONAL NOVA LEI DAS FREGUESIAS Pág. 12 INTERNACIONAL ELEIÇÕES NOS EUA Pág. 17

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3ª Edição do Jornal da Concelhia de Lisboa da Juventude Popular, Saiba mais em: http://www.facebook.com/lisboa.jp

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Page 1: Jornal Centrista - Edição de Novembro

LISBOA

CONVIDA

MIGUEL PIRES DA

SILVA Pág. 3

ENTREVISTA:

NUNO MAGALHÃES Pág. 4

3ª Edição

Novembro 2012

Diretora: Diana Vale

Debate: Juventudes Partidárias, para

que vos quero?

REALIZAÇÕES JP LISBOA

MAGUSTO JP LISBOA Pág. 25

MANUAL DO MI-

LITANTE Pág. 33

NACIONAL NOVA LEI DAS FREGUESIAS Pág. 12

INTERNACIONAL ELEIÇÕES NOS EUA Pág. 17

Page 2: Jornal Centrista - Edição de Novembro

2

Editorial

3 - LISBOA CONVIDA

Miguel Pires da Silva “Visão sobre o orça-

mento do estado”

4 - ENTREVISTA

Nuno Magalhães

8 - NACIONAL

Greve (Quase) Geral

Visita Angela Merkel

A Nova Lei das Freguesias - Um Novo Pro-

blema ou uma Solução Eficiente

Breve Nota Sobre a Coligação para as

Autarquias 2013

16 - INTERNACIONAL

OE Grécia

Rescaldo das Eleições Americanas

A Faixa de Gaza

20 - REALIZAÇÕES JP LISBOA

Universidade JP 2012

O Papel dos Cristãos nas Empresas

Um Magusto Diferente... Uma JP Diferente...

Lab Lx - Mobilidades e Acessibilidades

Palestra JP “Economia na doutrina social da

igreja”

Debate “Juventudes Partidárias Para que

vos quero”

Manual do Militante

35 - A JP FEZ 38 ANOS

36- ESCREVE O MILITANTE

Orçamento do Estado para 2013

39 - O BUSTO E O BETINHO

40 - AGENDA

Índice

Nesta edição do nosso jornal, continua em

foco o orçamento de estado. Fortemente con-

testado pela oposição provocou inúmeras

greves de grande dimensão, como a de 14 de

Novembro.

Foi convidado, o atual Presidente da JP

Nacional, Miguel Pires da Silva, para o Lis-

boa convida, que falou das possíveis conse-

quências deste orçamento de estado na vida

dos jovens portugueses. Tivemos a oportuni-

dade e o prazer de entrevistar o líder parla-

mentar da bancada do CDS-PP, o Dr. Nuno

Magalhães, que nos recebeu muito amavel-

mente e ao qual pudemos fazer algumas per-

guntas ligadas à visão do CDS sobre a temá-

tica quente do momento: o orçamento de

estado.

A nível internacional, temos três temas que

marcaram este mês. Começando pela difícil

aprovação de uma nova “tranche” para a

Grécia cuja situação não deixa de ser alta-

mente preocupante para a Europa já que não

se vê fim à vista para novos pedidos de res-

gate. A reeleição de Barack Obama nas presi-

denciais norte-americanas não trará grandes

mudanças na política seguida pelo Presidente

a nível internacional mesmo se a Secretária

de Estado, Hillary Clinton, não fará parte do

mesmo elenco governamental. Por fim, o

sempre eterno conflito israelo-palestiniano

cuja resolução se espera há mais de meio século e não parece que se encaminhe para uma solu-

ção, nem provisória, nem definitiva.

Contudo, nesta edição, decidimos dar ênfase às várias realizações da JP Lisboa com destaque

para quatro eventos: o magusto; a Palestra sobre a economia na doutrina social da igreja; o

debate entre juventudes partidárias do concelho de Lisboa, e a criação do manual do militante.

Não poderia deixar de mencionar, mais uma vez, o espaço reservado ao militante, que conta

com mais uma contribuição. Como também, não me posso esquecer de referir, o cartoon

humorístico que nos acompanha em todas as edições do centrista: o busto e o betinho.

Por fim, convido todos os leitores a consultarem a nossa agenda onde encontrarão todas as ati-

vidades que serão realizadas pela JP Lisboa no próximo mês.

Page 3: Jornal Centrista - Edição de Novembro

3

LISBOA CONVIDA...

Presidente da JP

Miguel Pires da Silva

VISÃO SOBRE O ORÇAMENTO DO

ESTADO

O orçamento de estado esta semana aprovado na Assembleia da

Republica, segundo o nosso governo, não é o orçamento deseja-

do mas sim o orçamento possível perante a difícil situação em

que nos encontramos.

Não posso deixar de manifestar a minha tristeza ao constatar

que era possível cortar mais na despesa pública, mas por razões que até hoje não consigo

entender, esses cortes na despesa pública não foram feitos, obrigando a aumento "brutal" da

carga fiscal, bem sei que o aumento era inevitável, mas se este governo tivesse a coragem

necessária para cortar, esta "brutalidade" podia ter sido evitada.

A nós jovens que temos o futuro nas mãos cabe-nos a difícil tarefa de encontrar soluções para

o futuro, de contribuir ativamente com propostas que possam ajudar Portugal.

Já todos percebemos que o modelo adotado em 74 não funciona, a constituição não serve

todos os portugueses, é inevitável a sua modificação, não podemos aceitar que esta geração

continue entalada entre a dívida e a despesa!

Avizinham-se tempos difíceis, tempos em que todos nós temos que nos superar, infelizmente

esta não é a primeira vez que Portugal enfrenta uma crise, sempre soubemos, e sempre fomos

capazes de encontrar soluções! Eu acredito em Portugal.

Page 4: Jornal Centrista - Edição de Novembro

4

ENTREVISTA

Deputado da Nação e Presidente o Grupo Parlamentar do

CDS

Nuno Magalhães

JP: Atendendo às críticas que se ouviram, tantos nas

bancadas do PSD, como do CDS-PP em relação ao orça-

mento de estado, como é que o Sr. Deputado que é líder

parlamentar encara a aplicação do mesmo em 2013?

Dr. Nuno Magalhães: Em primeiro lugar, acho que a crítica

é livre, é natural, é própria de partidos como o nosso que

preserva o pluralismo de opiniões e não, de outros partidos

que procuram centralizar a mesma opinião. Portanto, a crítica é livre e há que separar, desde já,

de forma clara, casos em que há violação dos estatutos dos regulamentos do partido em que

preveem que, em certos casos, as moções de confiança, de censura, de orçamento de estado,

que no fundo são os atos mais importantes parlamentares à disciplina de voto daquilo que não

está previsto nos regulamentos do partido e portanto, é um direito livre de qualquer deputado

apresentar uma declaração de voto expondo, e até acho que é um ato de liberdade e um ato

democraticamente de justificação perante quem os elegeu justificar o voto. Em segundo lugar,

dizer que vejo que é, evidentemente, um orçamento difícil, um orçamento que tem riscos, ris-

cos esses que são externos, isto porque há uma situação na União Europeia que está longe de

ser estável, há uma situação na zona euro que ainda é muitíssimo difícil, não obstante aquilo

que foi aprovado e o novo programa aprovado para a Grécia, é também muito complicada a

situação económica espanhola (todos nós sabemos que Portugal depende de Espanha a nível

das exportações), e a situação italiana e francesa não estão claras ainda e portanto qualquer

orçamento em qualquer circunstância de qualquer governo teria desde logo estes riscos exter-

nos. Também alguns riscos internos que não nego que tem a ver com a quebra mais acentuada

do que o previsto da procura e com isto, a quebra da receita fiscal e um aumento do desempre-

Page 5: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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governo sempre disse que era difícil, que esta maioria sempre assumiu que era o ano mais difí-

cil do período de ajustamento. Neste momento, estamos na sexta avaliação e temos de dizer

que estamos quase a 2/3 do programa de reajustamento financeiro e portanto, necessariamente,

este orçamento seria sempre difícil. Com estes riscos, internos e externos, acrescidos o período

será muito difícil mas a solução de que muitos propõem que era a de não haver orçamento,

seria muito mais perigosa e mais arriscada para as famílias e para os portugueses.

JP: Como vê a possibilidade de um pedido de fiscalização da constitucionalidade do

Orçamento de Estado quer pelo Presidente da República, quer pela oposição?

Dr. Nuno Magalhães: Com naturalidade, isso é o normal do funcionamento das instituições

ou seja é natural que é um poder dos deputados, desde que, a partir de um certo número pos-

sam pedir a fiscalização preventiva por parte do Sr. Presidente e também é um poder do Sr.

Presidente de modo próprio ou por iniciativa própria pedir essa fiscalização. Acho que nós não

devemos dramatizar, acho que há uma excessiva dramatização da vida política portuguesa,

mas isto é apenas o normal funcionamento das instituições, portanto é tão normal o Presidente

da República pedir a fiscalização preventiva de um Orçamento, como não a pedir.

JP: Quais as consequências para o grupo parlamentar do voto contra do deputado da

Madeira que infringiu o regulamento do Grupo parlamentar e do entendimento entre os

dois partidos?

Dr. Nuno Magalhães: Eu acho que, evidentemente, a imagem do partido ficou prejudicada.

Eu não queria, peço desculpa, alongar-me muito porque tal como já disse também publicamen-

te, é matéria interna e de foro disciplinar e portanto não quero, nem ser mal interpretado. O

que eu em tese, em teoria geral, queria dizer só isto: em qualquer circunstância e sobretudo nos

momentos mais difíceis devemos procurar não ceder a tentações individualistas em prol do

coletivo.

JP: Mas por ser o Orçamento de Estado é mais difícil ou haverá mais consequências para

o deputado em causa do que noutras circunstâncias?

Dr. Nuno Magalhães: Não sou eu que o digo, são os estatutos do partido que o dizem. Os

estatutos do partido e o acordo de coligação ratificado pela Comissão Política Nacional dizem

que em matéria de moções de censura e moções de confiança, de orçamento de estado são

Page 6: Jornal Centrista - Edição de Novembro

6

matérias em que a disciplina de voto são quase absolutas, não é uma opinião, é um facto.

JP: O que é que atribui a um número tão elevado de declaração de voto?

Dr. Nuno Magalhães: Em primeiro lugar, não é caso único. Já vi aqui orçamentos de estado,

nomeadamente, na anterior legislatura do partido socialista. Por exemplo, a declaração de voto

do Deputado Dr. Manuel Alegre era recorrente. Mas acho que é natural, num momento de

enormíssima dificuldade, nós estamos perante um orçamento muitíssimo exigente. É natural

que as pessoas e os deputados tenham uma necessidade particular, especial e reforçada de se

justificar e explicarem porquê que votaram neste ou naquele sentido. Por isso, encaro com

naturalidade e não me surpreendeu.

JP: Relativamente à revisão constitucional que é pedida por vários sectores da sociedade

civil, qual é a sua opinião do afastamento imediato dessa possibilidade pelo Primeiro-

ministro?

Dr. Nuno Magalhães: Num momento tão difícil como este, exige um sentido de compromisso

com os parceiros sociais, com as associações patronais, com as associações sindicais, com o

partido da oposição que é indispensável para qualquer revisão constitucional que se faça, ou

seja sem o voto do partido socialista não é possível (porque é preciso uma maioria de 2/3), não

é possível fazer uma revisão constitucional. Eu acho que, independentemente de podermos

achar necessária do ponto de vista mais de fundo, neste momento especial em que o país vive e

atravessa dificuldades muito exigentes, estar a introduzir qualquer fator que possa constituir

ruido ou pretexto para não se fazer estas reformas que são há muito aclamadas pode ser contra-

producente. Acho prudente, nós não procurarmos dar pretextos para que não se faça estas

reformas.

JP: Qual é a sua visão do funcionamento e interesse do Conselho de coordenação da coli-

gação?

Dr. Nuno Magalhães: É um órgão que até agora tem funcionado bem e é um órgão importan-

te. Nós estamos perante uma coligação, dois partidos diferentes com histórias diferentes, com

ideias diferentes, com ideais diferentes, com programas eleitorais diferentes e portanto, é sem-

pre bom haver um órgão que, de uma forma rápida, simples e até informal, possa reunir para

prevenir a existência de qualquer tipo de problemas.

Page 7: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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JP: Entende que a conferência de líderes é um mecanismo adequado para a definição da agen-

da e concertação entre os grupos parlamentares?

Dr. Nuno Magalhães: Sim, eu acho que a conferência de líderes, quer como Presidente do gru-

po parlamentar, quer como vice-presidente de vários presidentes dos grupos parlamentares,

tive em várias conferências de líderes e eu acho que é o local próprio até porque não é público

o que permite que haja mais tendência para o consenso, para o entendimento e para o diálogo

franco. Apesar de tudo, há uma noção de proteção da instituição parlamentar e do regime

democrático que é muito mais evidente do que no Plenário, na Comissão.

JP: Para terminar quer comentar o facto do Primeiro-ministro ter dito na sua entrevista

à TVI que o Dr. Paulo Portas é o nº3 do governo?

Dr. Nuno Magalhães: Formalmente, e a pergunta foi feita formalmente, assim é. A orgânica

do governo indicia que o nº2 é o Ministro do Estado e das Finanças e o nº3, o Ministro do

Estado e dos Negócios Estrangeiros. É óbvio que, politicamente, todos nós sabemos que se tra-

ta de uma coligação de dois partidos diferentes, com dois líderes partidários eleitos e, por isso,

legitimados de forma diferente e portanto, evidente e obviamente que todos nós sabemos, de

acordo com o regime constitucional que temos e governativo em que estamos, a existência de

dois partidos e de dois líderes requer obviamente uma articulação particular entre os dois para

que seja garantida a estabilidade enquanto valor fundamental.

Page 8: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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NACIONAL

Bernardo Serrão Brochado

Vice-presidente da Democracia cristã

[email protected]

Greve (Quase)

Geral

seus intervenientes decidiram mostrar nas

redondezas da AR.

Em Portugal – e em muitos outros países - a

greve tem um valor muito relativo. A análise

que poderia ser feita do simbolismo desta

greve face à situação económica e social do

país não tem sentido prático para existir por-

que esta não tem vindo a ser mais do que

uma arma política. A greve não partiu das

pessoas, como a manifestação, por exemplo,

de 15 de Setembro. A greve, neste caso, é

apenas uma manobra de diversão do PCP,

por via do seu braço sindicalista conhecido

como a CGTP. Repare-se no absurdo da

situação: nem a UGT aderiu oficialmente a

Digo “quase” porque a adesão não terá sido

tanta como seria de esperar para uma altura

como esta, mas a palavra “geral” não poderia

deixar de estar incluída no título, já que ape-

sar das pessoas não terem aderido, há

“quem” não devesse fazer greve mas acabou

por fazer. E falo dos princípios do civismo,

falo das boas práticas de cidadania, falo do

respeito pelos agentes da autoridade. No fun-

do, respeito por nós próprios.

Este foi um mês verdadeiramente preenchido

em termos de notícias mediáticas. Aliás, os

últimos tempos têm vindo a sê-lo e, no meio

de tanta animação, parece que nos esquece-

mos da situação que vivemos. É o secretário-

geral do PS com as suas pseudo decisões; é o

CES; são os brutos da RTP; é o Presidente da

RTP; é o Orçamento Comunitário Europeu;

enfim, um sem-número de eventos que nos

tem distraído do que se passa no país. No

centro de tudo isto surge a Greve Geral que

teria passado despercebida, não fosse a

demonstração de civismo que (alguns) dos

Page 9: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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esta greve que é a segunda geral do ano.

Deixando de parte a adesão, que ainda teria

sido menor, não fossem as pessoas que esta-

vam dependentes dos transportes para ir tra-

balhar, a credibilidade desta greve foi prati-

camente nula. Sentiu-se, eu pelo menos senti,

que ninguém estava muito convicto da

necessidade de se fazer greve; muitos a fize-

ram só pelo prazer de descansar um pouco a

meio da semana ou por acreditarem (sem

grande convicção, reforço) que aquilo estaria

a contribuir, de alguma forma, para melhorar

o seu bem-estar.

Mas dificilmente uma greve nas circunstân-

cias em que esta ocorreu poderia ter algum

impacto na realidade económica ou social do

país: na terça-feira as pessoas foram traba-

lhar, na quarta fizeram greve, e, na quinta,

voltaram aos seus empregos como se nada se

tivesse passado no dia anterior, com efeito,

na quinta-feira que procedeu a greve geral

ninguém falava na greve do dia anterior, ape-

nas nos incidentes verificados.

E por que é que esta greve foi tão “morna”?

É uma pergunta cuja resposta já toda a gente

conhece. Quando se cai no ridículo de se

fazer duas greves no mesmo ano uma greve

não pode ser levada a sério. Quando nem os

próprios sindicalistas se entendem quanto ao

apoio a uma “greve geral” (repare-se no ter-

mo “geral”) uma greve não pode ter muita

adesão. Somando a isto tudo à verdadeira

demonstração de vandalismo e selvageria

que se assistiu nesse mesmo dia que incluiu

montras partidas, caixotes do lixo incendia-

dos, polícias agredidos, pessoas agredidas,

passeios destruídos, ouvi até populares a

comentarem sobre um carro incendiado, jor-

nalistas feridos, viaturas danificadas, o resul-

tado final só pode mesmo ser o pensamento

“Ops, isto correu mal, vamos fingir que isto

não aconteceu e para a próxima talvez corra

melhor”.

Que fique claro que uma greve geral deve ser

o último dos recursos de contestação à dispo-

sição de uma população civilizada. Por esse

mesmo motivo, a sua justificação deve ser

transparente e de elevada importância sob

pena de se vulgarizar um gesto que deve ser

simbólico para ter sentido.

Pensei ainda expressar uma opinião mais

profunda sobre a ação da polícia, mas em

conversa com amigos dos mais diversos qua-

drantes políticos cheguei à feliz conclusão de

que ninguém, nem mesmo os apoiantes da

greve, podia achar justificável agredir os

agentes, que são pessoas como todos nós,

durante mais de uma hora, recorrendo a

Page 10: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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pedras da calçada e outros objetos, como se

de inimigos se tratassem. Parece-me que só

mesmo seres sem capacidade de raciocínio

lógico poderiam considerar isso uma forma

de “luta” pelos direitos ou seja pelo que for.

Concluindo, apenas clarificar que nesta

minha crónica de hoje não vos quis maçar

com um assunto já amplamente discutido e

rediscutido até quase à exaustão de todos

nós, mas não podia deixar de referir o abso-

luto fracasso que foi esta Greve Geral neste

Centrista e ainda desejar à CGTP sorte no

sentido de recuperarem a credibilidade. Um

conselho: comecem por tentar ser mesmo

uma intersindical e não um partido de

esquerda como gostam de parecer, é que há

trabalhadores (a maioria!) que não se identi-

fica com os ideais do PCP e que portanto não

poderão aderir às vossas iniciativas…

Visita Angela

Merkel

ais ou por maioria qualificada, nos termos

dos mesmos tratados. Merkel não é líder

europeia, nem foi eleita para tal, não é Presi-

dente da União Europeia, nem preside a

outro qualquer órgão europeu, como a

Comissão ou o Parlamento Europeu. O facto

Visitou recentemente Portugal, por algumas

horas, a Chanceler da República Federal Ale-

mã, Angela Merkel. Para alguns portugueses,

a visita foi um sinal de esperança de que a

Alemanha apoiaria Portugal na situação difí-

cil de resgate em que vive. Para outros, a

Chanceler terá vindo dar ordens ao Governo

Português subserviente continuado da Ale-

manha.

Quem é Angela Merkel e que poderes tem?

Angela Merkel é Chanceler da RFA e, por

isso, responde apenas perante os alemães.

Em termos dos Tratados Europeus isso ape-

nas lhe dá o direito de se sentar no Conselho

Europeu e participar em decisões consensu-

Mariana Brandão Rodrigues

Secretária-Geral [email protected]

Page 11: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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de responder apenas perante os alemães limi-

ta e condiciona o alcance das iniciativas polí-

ticas que possa desenvolver. Por outro lado, a

Alemanha é economicamente o país mais

poderoso da União Europeia, disto decorre a

esperança que muitos portugueses terão de

que possa influenciar decisivamente o suces-

so do resgate ao nosso país, mas Merkel res-

ponde perante os alemães e tem que se sub-

meter a eleições legislativas no próximo ano.

A questão é: consegue e quer a Chanceler

convencer os eleitores alemães de que devem

caminhar para uma Europa mais solidária ou

não consegue ou não quer.

Se a Europa fosse una politicamente, seria

lícito comparar o seu comportamento ao de

um corpo vivo. Quando uma parte desse cor-

po ou algumas partes desse corpo fossem

afetadas por doenças o sistema imunitário da

Europa acorreria em seu socorro e travaria a

infeção. O mesmo aconteceria, num corpo

vivo, para expulsar corpos estranhos do orga-

nismo, o que me faz lembrar a pretensão da

Turquia de vir a pertencer a União Europeia.

É um facto que a Europa, apesar do seu mer-

cado comum, da livre circulação de pessoas,

bens e capitais e da parcial união monetária

(zona euro) está longe de ser um ente político

unificado. E certamente não é, nem nunca

conseguiu ser, uma União de países iguais e

soberanos, tal como vem nos Tratados, é um

agrupamento de países com assimetrias de

desenvolvimento e nível de vida dominada

por um diretório dos países grandes.

A acreditar num relatório da OCDE de há

alguns dias, nos próximos cinquenta anos a

Europa vai perder influência económica

mundial face á emergência da China, da

India e de outras zonas do globo. Isto se esta

nada fizer para inverter este desígnio de

decadência. Este relatório é apenas um aviso.

É o que acontecerá se os Europeus nada fize-

rem ou continuarem a não fazer nada para

alterar a tendência. É apenas um grito de

alarme do tipo do Fantasma do Natal Futuro

do Charles Dickens: a manter-se tudo igual é

o que vai acontecer. Por falta de liderança e

de vontade, a Europa nunca conseguiu apro-

ximar-se dos mais altos níveis de competiti-

vidade demonstrados pelos EUA e cada vez

mais pela China. Já tentou com a Agenda de

Lisboa, a Agenda de Lisboa falhou, assim

como, se não me engano, falhará a Agenda

Vinte (2020).

A título pessoal, penso que estas tendências

só se podem inverter se a Europa acelerar a

União Política no imediato. É altura de aban-

donarmos os conceitos de soberania de

Page 12: Jornal Centrista - Edição de Novembro

Bodin. Portugal tem uma história de 900

anos, uma presença indelével em todo o

Mundo, é uma Estado Nação perfeito, tem

uma cultura e literatura única. Portugal nun-

ca acabará. Merkel se quisesse poderia lide-

rar este processo de unificação, resta saber se

a deixarão, se saberá e se o quererá fazer.

Acho que não, Deus queira que me engane.

12

Raquel Frazão Vaz

Vogal da Educação

[email protected]

Ao abordar este tema, torna-se imprescindí-

vel proceder a um esclarecimento que se pre-

tende sucinto e claro de matérias relativas à

Administração Publica, sendo elas: Adminis-

tração Pública em sentido orgânico, a refor-

ma administrativa, a administração local do

Estado, a Administração Autónoma e, por

fim, as autarquias locais (que compreendem,

claro está, as freguesias). De referir que,

todas estas matérias estão interligadas e não

obstante de este artigo se referir às fregue-

sias, ajudaram a compreender o que está em

causa no que toca a uma nova lei que as

regule.

Relativamente à Administração pública em

sentido orgânico, importa referir que a admi-

nistração pública não é uma atividade exclu-

siva do Estado, embora esta seja a principal

entidade de entre as que integram a

A Nova Lei das

Freguesias - Um Novo

Problema ou uma Solução

Eficiente?

administração. No séc. XIX a administração

estava nas mãos dos municípios. Porém,

hoje, a administração pública estadual ocupa

o primeiro lugar na tarefa administrativa,

embora não possamos esquecer o princípio

da descentralização (por exemplo, a adminis-

tração regional e municipal). Aliás, os muni-

cípios e as autarquias são tidos como realida-

des pré-existentes e não inteiramente subor-

dinadas ao Estado, existe aquilo que é cha-

mado “poder local”. A administração pública

tem como fim principal a realização em ter

Page 13: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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mos concretos do interesse geral definido

pela função política; como objetivo, a satis-

fação regular e contínua do destino coletivo e

tem ainda natureza executivo, com caracter

secundário e condicionado.

Ora, a lei em questão neste artigo vem na

continuação de uma reforma administrativa

levada a cabo em Portugal. Por reforma

administrativa entende-se o conjunto siste-

mático de providências destinadas a melho-

rar a Administração Pública de um dado país,

por forma a torná-la, por um lado mais efi-

ciente na prossecução dos seus fins e, por

outro, mais coerente com os princípios que a

regem.

Relativamente à administração local do Esta-

do, esta assenta em três ordens de elementos:

a divisão do território, os órgãos locais do

Estado e os serviços locais do Estado.

Sabemos que o Estado (mais propriamente o

Governo) - artº 199/d CRP- tem sob a sua

tutela a Administração Autónoma. A nossa

Constituição distingue, no seu artº 202, e três

grandes modalidades: a Administração dire-

ta, a estadual indireta e a autónoma. Mas em

que consiste, afinal, a Administração autóno-

ma do Estado? Por esta última entende-se

aquela que prossegue interesses públicos

próprios das pessoas que a constituem e por

isso se dirige a si mesma, definindo com

independência a orientação das suas ativida-

des, sem sujeição à hierarquia ou à superin-

tendência do Governo. São três as entidades

incumbidas da administração autónoma; as

associações públicas, as autarquias locais e

as regiões autónomas. Todas elas têm em

comum um substrato humano, sendo que as

primeiras são entidades de tipo associativo

enquanto que as demais são chamadas pes-

soas coletivas de população e território.

Debrucemo-nos, agora sobre o respeitante às

autarquias locais. A existência das autarquias

locais resulta de um imperativo constitucio-

nal (art.237 da CRP). Segundo nº 2 do mes-

mo artigo, as autarquias locais são “ pessoas

coletivas territoriais dotadas de órgãos repre-

sentativos, que visam a prossecução de inte-

resses próprios das respetivas populações”.

As autarquias locais são pessoas coletivas

distintas do Estado, embora possam por ele

ser fiscalizadas, controladas ou subsidiadas.

Comportam quatro elementos essenciais,

refira-se, o território, o agregado populacio-

nal, os interesses próprios e os órgãos repre-

sentativos da população. De referir que se

tem por autonomia local, uma forma de liber-

dade, de limitação do poder politico, indisso-

ciável ao estado de direito

Page 14: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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democrático- como proclama a Carta Euro-

peia da Autonomia, ratificada por Portugal.

Atentando agora sobre a matéria respeitante

às freguesias, mote deste artigo e consequen-

temente a que mais releva, de notar que a

C.R.P não nos dá nenhuma definição das

mesmas. Porém, podemos definir freguesia

como sendo autarquias locais que, dentro do

território municipal, visam a prossecução de

interesses próprios da população residente

em cada circunscrição paroquial. A criação

das mesmas está regulada pela lei n.º8/93, de

5 de Março, e só pode ser feita por lei da

A.R, no seu art.º2. À face da nossa lei, as fre-

guesias estão sujeitas a duas ordens de classi-

ficações: freguesias urbanas ou rurais e ainda

freguesias de 1ª ordem, de 2ª ordem, de 3ª

ordem, conforme a dimensão populacional.

Relativamente à matéria atribuída às fregue-

sias, a mesma é regulada pelo artigo 2.º da

LAL e pelos artigos 253 e 254 do CA. A

mesma matéria poder-se-á dividir em três

planos: político, económico e, por fim, cultu-

ral e social. Politicamente, realizam o recen-

seamento eleitoral dos processos eleitorais de

caracter politica e administrativo. A nível

económico, ocupam-se da administração dos

seus bens ou dos bens sujeitos à sua jurisdi-

ção, promovendo ainda obras públicas. Refi-

ra-se, por último, que a freguesia é composta

por dois órgãos principais: a Assembleia de

Freguesia (órgão deliberativo e representati-

vo dos habitantes) e a Junta de Freguesia

(órgão executivo).

Face à observância do que acima foi expla-

nado, estamos agora em posição de pergun-

tar: mas o que tem afinal de tão polémico

esta nova lei? Quais são as suas implicações

reais no plano social e administrativo do nos-

so país? Antes de mais, importa esclarecer o

que a mesma vem regular. Esta lei (que teve

como ponto de partida o chamado

“Documento Verde da Reforma da Adminis-

tração Local”) vem impor uma redução bas-

tante significativa do número de freguesias e

de empresas municipais, prevendo também a

revisão do modelo de financiamento e incen-

tivos à agregação de municípios. Tem, desta

feita, quatro áreas de intervenção: o sector

empresarial local, a organização do território,

a gestão municipal, intermunicipal e o finan-

ciamento e a democracia local. Não podere-

mos de forma alguma ponderar esta questão

sem ter em conta o contexto na qual surgiu,

em plena crise financeira portuguesa. É que

esta nova lei vem em consequência do estado

da economia portuguesa (a qual penso, nem

valha a pena a qui adjetivar) e resulta do

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Memorando de Entendimento estabelecido

entre o Governo Português, a Comissão

Europeia, o Banco Central Europeu e o Fun-

do Monetário Internacional. Esta reforma

está orientada para uma melhoria do serviço

público, aumentando a eficiência e reduzindo

custos, sempre considerando as especificida-

des locais tais como a existência de diferen-

tes tipologias de territórios (áreas metropoli-

tanas, urbanas ou rurais). Na minha opinião,

e face à conjuntura económica que enfrenta-

mos, era já imprescindível (eu diria até obri-

gatório) rever o regime de financiamento das

autarquias locais. Considero, porém, que não

chega reduzir significativamente o número

de freguesias, é preciso fazer acompanhar

esta medida de uma política que lhes dê esca-

la, dimensão e novas competências, apostan-

do em políticas de proximidade. Penso que

sobressai aqui um imperativo de melhora-

mento da gestão do território e da prestação

de serviço público aos cidadãos. De notar

que, quanto à gestão municipal, intermunici-

pal e financiamento, aposta-se na dupla des-

centralização do Estado para os municípios e

dos municípios para as freguesias. Trata-se

aqui de uma verdadeira reforma da adminis-

tração local que vem visar o reforço do

municipalismo, promovendo a coesão e a

competitividade territorial através do poder

local.

Hélder Santos Correia Vice –presidente da Intervenção Política

[email protected]

Breve Nota Sobre a

Coligação Para as

Autarquias 2013

O CDS-PP já assinou um protocolo autárqui-

co com o PSD, segundo o qual as coligações

entre os respetivos partidos terão como crité-

rio de repartição para todos os fins 80% para

os sociais-democratas e 20% para os centris-

tas. Este acordo é um acordo supletivo, já se

aplicável caso não haja outros acordos cele-

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brados individualmente nas autarquias que

estabelecem outros critérios de repartição.

Assinaram este protocolo José Matos Rosa e

Jorge Moreira da Silva, pelo PSD, e António

Carlos Monteiro e Nuno Melo, pelo CDS-PP.

Apesar desta repartição, a data e o respetivo

programa deverão ser acordados previamente

pelos dois partidos.

Em Lisboa, não se tem conhecimento do que

o futuro nos poderá reservar. Porém, é minha

opinião que seria ótimo se o CDS-PP mos-

trasse ousadia para concorrer sozinho para o

Município da Capital. A nossa capacidade

crítica e autonomia sairiam reforçadas.

INTERNACIONAL

OE Grécia

Após várias reuniões dos ministros das

finanças da EU, a Grécia lá conseguiu rece-

ber, finalmente, mais uma ajuda monetária

para o poço sem fundo que constitui a gestão

pública.

A população continua a sofrer, embora tenha

consciência da derrocada que iria acontecer,

se tivesse de voltar ao drama e, lá vai viven-

do dias de grande precariedade. Note-se que

os gregos, por mais espantoso que pareça,

não querem voltar à sua moeda, conscientes

que isso significaria para eles a estocada

final. Curiosamente, aqui, tende-se em conti-

nuar a tentar estabelecer um paralelo entre a

situação portuguesa e a que se vive naquele

país. No entanto, essa comparação omite o

facto que os grandes contribuidores para

aquele estado de coisas, foram os partidos

socialistas que estavam no governo, como

aqui e que não tiveram outro remédio senão

pedir uma ajuda externa. Curiosamente ainda

Diana Vale

Vogal de Formação Política

Editora do Jornal Centrista [email protected]

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pouco se aborda a questão que é de ter de

reconhecer que a Grécia, de hoje em dia, é

mais um país de cultura otomana, 4 séculos

de cultura oriental e que esse fator tem um

peso capital na sociedade grega. A prova dis-

so é um dos últimos artigos do Jornal de

referência de centro direita, Kathimerini, que

diz “… A Grécia não pode ser salva por um

só ato, tal como o voto de uma lei. Salvar a

Grécia exige a participação ativa do povo

Os políticos gregos devem deixar de contar

com uma mudança de equilíbrio dos poderes

Europa - (a chegada ao poder do socialista

F. Hollande que está a ser um fracasso

total) .

A Grécia é um vestígio do Império otomano

desde o seu desmoronamento há cerca de um

século. Mais uma vez, foi empreendido um

esforço de ocidentalização, o que exigirá

mais do que a introdução ou reforço de uma

nova política económica.

Digam o que disserem o que é que a situação

da Grécia tem a ver com a nossa? Só se for

ter sido levada ao desastre pelos socialistas!

Francisco Laplaine Guimarães

Vice-presidente da Comunicação [email protected]

Rescaldo das

Eleições

Americanas

Noite Eleitoral

Duas da manhã e eu agarrado aos media. Os

meus olhos alternavam os sítios na Internet e

as televisões norte americanas. A notícia não

chegava, ninguém sabia quem ia vencer. Os

olhos, já cansados e quase fechados, não

queriam acreditar quando surgiram as pri-

meiras previsões da vitória de Barack Oba-

ma.

Muitos dirão agora que era óbvio, que era

óbvio que o Romney nunca seria um cândi-

dato à altura de Obama, que as políticas

apresentadas por Romney não divergiam

radicalmente das de Obama, que inclusive na

Page 18: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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política externa Romney agiria tal e qual

Obama está a agir.

Não foi bem assim, não foi assim tão óbvio.

Os muitos milhões gastos em sondagens não

serviram para anunciar um vencedor certo.

Havia empate. Empate entre o conservador e

um liberal, empate entre os dois (principais)

partidos norte americanos, havia empate e os

Estados Unidos estavam divididos.

Os EUA estavam, e estão, divididos. Pese

embora os resultados obtidos por Obama não

reflitam esta realidade (diferença de 126

votos eleitorais, 332 para Obama e 206 para

Romney), devemos também fazer a análise

do ponto de vista da população votante e aí a

diferença é menor, 51% dos votos para Oba-

ma e 48% para Romney. Contudo não acon-

teceu o que muitos pensaram ser possível,

Obama ganhar tendo menos votos que Rom-

ney, tal como aconteceu na vitória de Bush

sobre Al Gore.

Nos EUA isto não conta, aqui vale a “lei dos

deputados para o colégio eleitoral”, e aqui

Obama reinou. Para que este reinado aconte-

cesse foram essenciais algumas vitórias,

principalmente nos chamados “swing states”,

ou seja, naqueles Estados que não são clara-

mente de maioria republicana nem democra-

ta, onde nenhum dos dois partidos tem a cer-

teza de assegurar votos do colégio eleitoral.

Nestes Estados, tais como a Florida, Virginia,

Ohio, entre outros, ganhou Obama, aliás do

270 votos do colégio eleitoral necessários

para eleger o Presidente, 111 foram ganhos

nos “swing states”. Enquanto Romney

ganhou na Carolina do Norte, Obama ganhou

em todos os outros. Este, a meu ver, foi o

indicador que mais diferença fez nas eleições

norte-americanas de 2012.

A vitória de Obama foi merecida e os Repu-

blicanos têm, sem duvida, muito a aprender

com os Democratas.

Futuro Republicano

No rescaldo das eleições norte-americanas, o

Partido Republicano tem sido pressionado

com conselhos e avisos para moderar e até

mesmo abandonar, alguns dos seus princí-

pios fundamentais, de forma a poder ganhar

as futuras eleições.

Bobby Jindal, Governador do Louisiana,

defendeu na CNN que “isto (dito em cima) é

um absurdo (…) A América já tem um parti-

do liberal, não há necessidade para outro”.

Certamente, podemos ver as coisas deste

prisma, esta não seria com certeza uma estra-

tégia ganhadora, até porque modernizar não

implica modificar.

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Se os Republicanos querem ganhar as próxi-

mas eleições, arrisco-me a dizer que devem

ganhar, têm de ter em conta certos aspetos e

mostrar aos americanos como um governo

deve funcionar e quais as mudanças políticas

essenciais, até porque o que deveria importar

no discurso Republicano são as pessoas e

não o Governo Obama.

A Faixa de Gaza

Diana Vale

Vogal de Formação Política

Editora do Jornal Centrista [email protected]

A Banda de Gaza, um enclave de 360 km a

sul de Israel ao longo da costa, e seus habi-

tantes palestinianos estão em conflito armado

com Israel há 64 anos. Atualmente decorre

uma vasta operação militar, por parte de

Israel, que se sente permanentemente sob

ameaça de ataques vindos do Hamas vindos

de Gaza. Este conflito que apresenta todas as

formas do conflito armado, ocupação, guerra

convencional, hoje mísseis, tem sempre as

mesmas características: como o diz o James

Zgobi, presidente do Arab American Institu-

te, “cada ataque e cada ofensiva que são lan-

çados com vista a “dar uma lição” ou

“responder a um ataque”, só serve para justi-

ficar os ataques seguintes. Estas vagas suces-

sivas de violência não produzem outra coisa

do que mais mortos e destruições, mais sofri-

mentos e insegurança de parte e de outra”. E

como este estado de coisas já se arrasta há

mais de meio século, a opinião pública segue

os acontecimentos, envolvendo-se mais ou

menos e sem muitas vezes perceber o que

está em jogo. Mas o que é dramático, é que

com o passar do tempo, as posições extrema-

ram-se, disputam-se territórios, a luta reveste

um carater religioso. A comunidade interna-

cional que devia dar provas de equidade no

tratamento da questão. Por exemplo, a Euro-

pa não vai nessa direção devido às comuni-

dades árabes que residem no seu território, e

que se envolvem cada vez mais em afronta-

mentos dramáticos, como aqueles que recen-

temente tiveram lugar em França e, o perigo

Page 20: Jornal Centrista - Edição de Novembro

atual é que as consequências duma situação

enquistada no Médio Oriente possa vir a ter

repercussões gravíssimas na própria Europa.

O mundo ocidental em vez de tentar por fim

a uma violência sem fim, aborda o problema

à luz, das ideologias dos governos no poder,

oscilando entre um e outro campo e não se

vislumbra a breve trecho qualquer solução

para um drama que se arrasta há tanto tempo

e que cada vez mais agudo.

Veremos se, tendo a Palestina adquirido há

dias, na ONU o estatuto de estado observa-

dor, mas com votos contra de peso, dos Esta-

dos-Unidos entre outros, se haverá algum

avanço em direção à paz. Estamos no direito

de ter grandes dúvidas…

20

José Miguel Lello

Secretário Geral da JP

Universidade JP

2012 - Vila Real

REALIZAÇÕES JP LISBOA

Um dos maiores desafios com os quais as

Direções Nacionais da Juventude Popular se

deparam ao longo do seu mandato é, efetiva-

mente, a formação dos seus militantes. Con-

siderando que as Comissões Politicas Distri-

tais e Concelhios possuem igualmente um

caracter formador junto dos militantes das

suas áreas de intervenção politica, a Juventu-

de Popular tem vindo ao longo dos anos a

adotar um sistema de formação com a dura-

ção de um fim-de-semana, apelidado de Uni-

versidades Juventude Popular, cuja organiza-

ção se encontra a cabo do Gabinete de Estu-

dos Gonçalo Begonha.

Regra Geral as Universidades estão assentes

num tema central, debatendo-se à posteriori

as mais variadas problemáticas que dai resul-

tem. Contudo na edição de 2012 decidiu-se

que este modelo não ia ser seguido, mas sim

dividir as mais diversas “aulas” com temas

dispersos, mas que ao mesmo tempo fossem

Page 21: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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do mais alto interesse político atual para

todos os formandos e que ao mesmo tempo

pudessem responder às mais variadas per-

guntas e duvidas não só nacionais como tam-

bém internacionais, que, face ao exigente

período que o país atravessa, são levantadas

diariamente pelos nossos militantes.

Considerando que esta seria uma primeira

experiência de formação política para muitos

dos jovens presentes, os trabalhos iniciaram-

se com o Eurodeputado Dr. Nuno Melo que

nos fez uma leitura daquilo que é ser de

direita hoje, seguido do Deputado da Nação

pela Juventude Popular, Michael Seufert,

sobre a importância da ideologia no nosso

crescimento e formação não só política como

também pessoal.

As políticas sociais não deixam de ser um

tema sensível e, muitas vezes questionado.

Foi convidado o Eng. António Tavares, Pro-

vedor da Santa Casa de Misericórdia do Por-

to, de modo a traçar um plano geral sobre a

relevância das políticas sociais em tempos de

crise, e de que forma estas são essenciais nos

momentos de maiores dificuldades e austeri-

dade que estamos a atravessar, sem que as

mesmas não percam nunca o sentido de Esta-

do e de dever Nacional. Nesta sequência

seguiu-se uma intervenção a cargo do Dr.

Fernando Alexandre, docente da Escola de

Economia e Gestão da Universidade do

Minho, onde traçou um cenário de como se

poderá “ressuscitar” a Economia Portuguesa.

Tornava-se quase que obrigatária a criação

de um painel no qual estivessem “frente a

frente” teorias ideológicas diferentes, que

resultassem em abordagens e leituras dispa-

res daquele que seria o papel do Estado. Este

momento esteva a cabo do Dr. João Almeida,

Deputado da Nação do CDS pelo Circulo do

Porto e do Dr. José Luís Carneiro, Presidente

da Camara Municipal de Baião (PS) e Presi-

dente da Distrital do Partido Socialista do

Porto. Este foi sem dúvida um momento bas-

tante dinâmico e que fez com que público

participasse de forma bastante ativa tendo

sido efetuadas bastantes perguntas aos orado-

res.

Este segundo dia universitário terminou com

uma intervenção a cargo do Deputado da

Nação do CDS pelo Círculo de Lisboa, Dr.

Adolfo Mesquita Nunes, onde expôs a todos

os alunos que existe efetivamente uma vida

para além da “troika” e que, apesar das difi-

culdades que se vive no presente, o futuro

que nos espera é auspicioso.

O último dia universitário iniciou-se com

uma verdadeira aula proferida pelo Professor

Page 22: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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Adriano Moreira. Por todos os motivos e

mais alguns, este foi um momento absoluta-

mente marcante e que certamente todos os

militantes presentes irão recordar com entu-

siasmo. Este bloco, “Que futuro para a

Europa”, foi alvo de uma abordagem dividi-

da em três fases: História da União Euro-

peia, o presente da União Europeia e, por

fim, uma visão do Senhor Professor sobre

aquele que deverá ser o futuro Europeu,

bem como o posicionamento de Portugal

nesse mesmo futuro.

Depois um momento de perguntas e respos-

tas bastante alargado, foi tempo para se

abordar um outro tema que se encontra bas-

tante em voga e badalado na política portu-

guesa, a Justiça. O convidado escolhido

pelo Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha

para debater o futuro e que solução para a

justiça em Portugal foi o Bastonário da

Ordem dos Advogados, Dr. António Mari-

nho Pinto, que traçou igualmente aqueles

que, na sua opinião, são os maiores entraves

ao desenvolvimento da justiça em Portugal.

Por último, foi focado um tema bastante

sensível à Juventude Popular, “Portugal:

que Constituição”. Como todos sabem a JP

defende que deveria existir uma profunda

reestruturação a nível constitucional, nesse

sentido foi convidado o Professor Jorge Gou-

veia, constitucionalista e docente da Univer-

sidade Nova de Lisboa.

Chegamos à conclusão de que as Universida-

des são cada vez mais importantes no pano-

rama nacional interno, não só pela formação,

como também pelo convívio entre todos, que

estas promovem. Mais, como um fim-de-

semana de estudo que se preze, não poderia

não existir um momento de convívio - foi

comemorado o aniversário da Juventude

Popular com um jantar entre todos os mili-

tantes presentes com direito a bolo e festa

pela noite dentro.

Fazendo uma leitura à posteriori das Univer-

sidades, chegamos à inevitável conclusão de

que temos que acreditar em nós jovens,

temos que acreditar no nosso país, temos que

trabalhar com determinação e afinco por um

futuro melhor e sustentável, não duvidando

de que a Juventude Popular e o CDS serão de

forma incondicional um braço amigo na

construção consciente do nosso futuro, no

futuro dos Jovens Portugueses e de um Por-

tugal renovado.

Page 23: Jornal Centrista - Edição de Novembro

23

Francisco Rodrigues dos Santos

Presidente da JP Lisboa [email protected]

« O Papel dos

Cristãos na Política

e nas Empresas»

O Instituto Democracia e Liberdade (IDL),

também conhecido por Instituto Adelino

Amaro da Costa, organiza mensalmente

almoços para associados e simpatizantes,

onde convida uma personalidade para falar

sobre um tema da atualidade, com espaço

para o debate. É um projeto financiado pelo

PPE e que pretende promover o desenvolvi-

mento de "think tanks" em Portugal.

No evento referente ao mês de Novembro, a

JP Lisboa foi convidada a participar no

Page 24: Jornal Centrista - Edição de Novembro

25

almoço, onde teve o privilégio de escutar o

Dr. António Pinto Leite acerca do tema: O

papel Cristãos na política e nas empresas,

intervindo diretamente na discussão de

ideias.

A representação da Concelhia ficou a meu

cargo e do Vice-Presidente Bernardo Serrão

Brochado, responsável pela área da Demo-

cracia-Cristã, tema central da exposição

daquele dia.

Sintetizando o que pudemos beber daquelas

apaixonantes palavras, debitadas por um

Homem que alia a Fé ao trabalho do quoti-

diano, podemos aqui, em traços gerais, dei-

xar uma mensagem de esperança em tempos

difíceis: o serviço dos homens por parte de

um líder empresarial não está em dar a

empresa aos pobres, tão-pouco está em,

generoso e indefeso, imolar a empresa no

contexto competitivo. O serviço, o amor

que lhe é pedido consiste em tornar susten-

tável a empresa que lhe está confiada no

preciso contexto concorrencial que a reali-

dade lhe propõe e, assim, promover o

desenvolvimento da comunidade humana

que dela depende. Trata-se de um desafio

aos líderes empresariais, ao mundo do tra-

balho, à juventude que está a chegar à vida

profissional, aos líderes sociais em gerais

(de entre os quais podemos, então salientar

os líderes políticos).

Pensa-se, com efeito, atingir o bem-estar no

seio de uma comunidade laboral, onde o bem

comum e o interesse geral passe, simultanea-

mente, pelas metas pessoais de cada partici-

pante neste esforço global, onde o exemplo

parte de quem tem o poder de dirigir o capi-

tal humano, orientando-o para a prosperida-

de.

Numa aceção mais restrita, tudo redunda

numa questão de amor: do subordinado para

o superior hierárquico e, no sentido inverso,

do superior hierárquico pelo subordinado.

Afinal, tudo isto não passa de uma moral/

ética cristã aplicada às relações entres as

Homens e Mulheres.

Muito agradecemos o convite endereçado

pelo Dr. Pedro Pestana Bastos e a bela lição

sobre o "amor como critério de gestão", títu-

lo do livro que serviu de inspiração à primo-

rosa locução proferida pelo autor, Dr. Antó-

nio Pinto Leite.

Page 25: Jornal Centrista - Edição de Novembro

25

Um Magusto

Diferente…

Uma JP Diferente...

Francisco Laplaine Guimarães

Vice-presidente da Comunicação [email protected]

O Magusto de dia 16 foi diferente. Viveu-se

algo novo em Lisboa, algo em que eu, mili-

tante desde os 15 anos, nunca tinha presen-

ciado. Agora, com 22 anos, e Vice-

presidente da área que traz as pessoas até

nós, deparo-me com um sentimento de

orgulho por saber que, não só em relação ao

Magusto, mas também em relação aos res-

tantes trabalhos da CPC, vejo cada vez mais

jovens a aderir, a questionar, a participar

neste projeto que nos é tão querido.

Como mencionei, o Magusto representou

isto mesmo. Naquele início de noite, não tão

bom como seria de desejar, onde todo o país

Page 26: Jornal Centrista - Edição de Novembro

26

vivia um período de aflição (principalmente

no Algarve), Lisboa sorria. A chuva não nos

desanimou e as pessoas aderiram. Cerca de

50 pessoas passaram naquela noite pela sede

da concelhia, no mítico Largo do Caldas,

num espaço gasto pelas memórias que ali

perduram. O que agora pretendemos não é

apagá-las ou esquecê-las, é sim preservá-las

e se possível acrescentar um pouco de nós a

esse espaço. É esta a nossa construção diária,

é esta a nossa construção por uma cidade, é

esta a nossa construção pela JP.

Este clima de agradável convívio que se

viveu,bem vincado pelas presenças do Presi-

dente e do Secretário-geral da CPN da JP

serviu não só para nos entreter, como tam-

bém para ajudar outro, que embora não

tenham essa consciência, passam muitas difi-

culdades, serviu, pois, para ajudar a institui-

ção do Ponto de Apoio à Vida, com a recolha

de alguns alimentos e bens essenciais.

Somos jovens, é certo, mas esta vertente soli-

dária que nos une deve ser inerente a essa

condição, isto faz de nós jovens diferentes,

isto faz da Juventude Popular uma juventude

partidária diferente. O Magusto da JP Lisboa

serviu para demonstrar, mais uma vez, que

esta CPC é diferente…para melhor.

Page 27: Jornal Centrista - Edição de Novembro

27

Francisco Rodrigues dos Santos

Presidente da JP Lisboa [email protected]

LabLx -

Mobilidade e

Acessibilidades

A JP Lisboa participou na Tertúlia acerca da

Mobilidade e Transportes, organizada pelo

Gabinete Autárquico do CDS, enquadrada

no âmbito do programa de atividades do

LablLx (organismo direcionado para o

levantamento/debate de temas do quotidia-

no Lisboeta que inferem na vida dos seus

habitantes).

Em cima da mesa debateu-se o peso exces-

sivo do automóvel, as suas repercussões nas

políticas de ordenamento do território, e

estabeleceu-se uma dicotomia que acompa-

nhou o resto da discussão, muitas vezes ace-

sa, entre painel de oradores e plateia: auto-

móvel versus bicicleta.

Não procuramos oferecer ao leitor, com este

breve texto, um relato acerca dos prós e

contras da utilização de um e de outro. Pre-

tendemos, em vez disso, verter em breves

linhas uma súmula daquela que é a nossa

posição relativamente a este assunto algo

controverso e, hoje mais do que nunca,

extramente atual, tal como tive oportunida-

de de o fazer na minha intervenção.

Cremos que administração do Estado deve,

em primeira instância, repensar o quadro

estratégico do seu ordenamento do território

a fim de criar condições para que no futuro

os portugueses tenham a liberdade para

poderem realizar uma escolha quanto ao

veículo a utilizar, fundada em padrões de

eficácia, eficiência e utilidade que não este-

jam limitados pela falta planeamento logís-

tico, mas sim pela natureza do meio de

transporte em si mesmo.

Consideramos que a utilização de qualquer

veículo só pode ser condicionada quando

imperem motivos de interesse público rele-

vantes para restringir a autonomia indivi-

dual das pessoas - falamos, essencialmente,

de fatores objetivos, à luz dos quais o direi

Page 28: Jornal Centrista - Edição de Novembro

to que se pretende salvaguardar é manifesta-

mente superior do que aquele sobre o qual

prevalece (ex.: saúde pública).

Quanto ao mais, o liberalismo que professa-

mos obriga-nos a remeter para os cidadãos a

faculdade de serem eles próprios a gerir a sua

vida privada, onde jamais o Estado se deve

intrometer, salvo quando dessa autonomia

resultem danos que caibam ser tutelados por

aquele.

Este evento permitiu à JP Lisboa deixar bem

patente sua forte representação nas ativida-

des do Partido e a excelente aposta do CDS

Lisboa no contacto com os habitantes da

cidade, despertando consciências e procuran-

do dar resposta às questões pertinentes dos

nossos tempos.

28

Page 29: Jornal Centrista - Edição de Novembro

29

No passado dia 22 de Novembro, Quinta-

feira, a Juventude Popular de Lisboa organi-

zou a palestra “A Economia na Doutrina

Social da Igreja”. O evento decorreu no

Auditório da Faculdade de Direito da Uni-

versidade de Lisboa.

O palestrante convidado foi o Prof. Dr. Nuno

Valério, Catedrático do Instituto Superior de

Economia e Gestão, que apresentou ao públi-

co presente uma notabilíssima síntese dos

juízos do magistério da Igreja Católica em

matéria económica, compilados no Compên-

dio de Doutrina Social da Igreja. O Profes-

sor, além dos reconhecidos méritos académi-

cos no campo das Ciências Económicas,

mostrou ser a personalidade indicada para

esclarecer o público sobre o tema, uma vez

que deu início, no mês de Outubro, à coorde-

nação de um curso sobre a Doutrina Social

da Igreja no já referido Instituto Superior de

Economia e Gestão.

É conhecido que um dos pilares ideológicos

da Juventude Popular é a Democracia Cristã,

que tem no corpo de doutrina social da Igreja

uma das suas mais importantes fontes.

Alguns dos princípios essenciais em matéria

social preceituados nas encíclicas pontifícias

encontram acolhimento expresso na Declara-

ção de Princípios e no Programa Político do

Centro Democrático Social – Partido Popu-

lar, bem assim como na Carta Personalista da

Juventude Popular. São exemplos o princípio

da subsidiariedade, o princípio da participa-

ção dos trabalhadores na gestão e lucro das

empresas, o princípio da destino universal

dos bens e o princípio de que cada trabalha-

dor deve tornar-se também um proprietário.

De todos estes preceitos a exposição do ora-

dor nos deu nota, entroncando-os numa visão

global e compreensiva do tema.

Hugo Dantas

Vogal dos Assuntos Económicos

[email protected]

Palestra JP Lisboa « A Economia na Doutrina

Social da Igreja »

Page 30: Jornal Centrista - Edição de Novembro

A Juventude Popular de Lisboa quer renovar

os seus agradecimentos ao Sr. Prof. Nuno

Valério pela gentileza que teve em aceitar o

convite e pela clareza e rigor da sua exposi-

ção, bem como a todo o público presente,

que não deixou de intervir no período de

esclarecimento de dúvidas, enriquecendo o

momento instrutivo.

Aos militantes da Juventude Popular é reno-

vada a promessa da Comissão Política de

promover mais iniciativas, deste e de outros

géneros, com finalidades de formação políti-

ca e económica na linha ideológica centrista.

30

Page 31: Jornal Centrista - Edição de Novembro

31

Bernardo Serrão Brochado

Vice-presidente da Democracia cristã

[email protected]

Debate: « Juventudes Partidárias

para que vos quero? »

Quarta-feira, dia 28 de Novembro, realizou-

se na Universidade Lusófona de Humanida-

des e Tecnologias um evento ímpar na cidade

de Lisboa: um debate entre juventudes parti-

dárias promovido pela JP Concelhia de Lis-

boa.

À chamada para dar voz a cada uma das

juventudes respondeu a JSD, representada

por André O’Neil, membro da Distrital

daquela juventude, por Pedro Saraiva da JS e

Joseph Silva representante do Bloco de

Esquerda. A JP Lisboa, como anfitriã, esteve

também representada pelo Presidente da sua

Comissão Política Concelhia, Francisco

Rodrigues dos Santos, num debate que foi

moderado por Hélder Santos Correia, Vice-

Presidente para a Intervenção Política desta

mesma Comissão.

O tema “Juventudes Partidárias: Para que

vos quero?” esteve na ordem do dia, espe-

cialmente nas perguntas – e respetivas res-

postas – feitas pelo moderador numa fase ini-

cial do evento. Numa segunda fase, tiveram

lugar as questões e interpelações à mesa, fei-

tas pela plateia daquela sala bem composta e

que demonstraram, não só um grande inte-

resse pela iniciativa, mas também pelos

temas abordados. Como seria expectável,

não seria possível contornar as temáticas da

“refundação do Estado”, do Orçamento do

Estado (e do “enorme aumento de impos-

tos”) e também da coligação governamental.

É de se referir, ainda, o interesse precoce por

estas matérias de tantos jovens que se dirigi-

ram à ULHT numa altura em que domina, na

sociedade, um sentimento de desconfiança

pela classe política – outro tema abordado

neste debate.

Mais importante que as opiniões e ideologias

de cada um é a sensibilidade que todos os

presentes demonstraram relativamente ao

momento que o país atravessa, não só pela

Page 32: Jornal Centrista - Edição de Novembro

32

crise financeira, mas pela crise de valores e

pela falta de preocupação generalizada pela

construção de um país melhor. Se estamos

descontentes com a realidade, não é ficando

em casa que a vamos fazer mudar, mas sim

fazendo ouvir a nossa voz! E de todas as

divergências que surgiram ao longo do serão,

penso que esta convergência é a mais impor-

tante de se referir.

Notada foi também a ausência da JCP apesar

de todas as tentativas de estabelecer contacto

que a JP, até ao último momento, fez, mas

sem resposta afirmativa.

Os presentes mostraram vontade de voltar a

participar num debate desta natureza e a JP

Lisboa está atenta ao que agrada os nossos

amigos e militantes…

Mais uma vez, e em nome da JP Lisboa,

agradecemos a todos os presentes o seu inte-

resse e, como não poderia deixar de ser, ao

painel, pela disponibilidade e pelo trabalho

de sensibilização e clarificação dos jovens

que levou a cabo.

Page 33: Jornal Centrista - Edição de Novembro

33

Francisco Camacho

Gabinete do Apoio ao Militante

[email protected]

Manual do

Militante

No passado 30 de Novembro, a JP Lisboa

apresentou, no Largo do Caldas, o Manual

do Militante da Juventude Popular. Com uma

casa muito bem composta, a apresentação

deste tão esperado projeto superou as expec-

tativas, pelo modo recetivo e entusiasmado

com que os presentes analisaram o Manual.

O Manual do Militante da Juventude Popular

desabrocha de uma forte aposta e dinamiza-

ção da comunicação que a atual Concelhia de

Lisboa se comprometeu, desde o primeiro

dia, perante Lisboa. Procura, também, com-

bater o desinteresse e a descrença de uma fai-

xa considerável da sociedade nos órgãos

políticos (tantas vezes estimulada por estes).

Surgindo em moldes simples (caderno A5) e

de linguagem altamente acessível, o Manual

estrutura-se, essencialmente, em 3 partes:

História da Juventude Popular, Pilares Ideo-

lógicos e Perguntas Frequentes.

Julgou-se oportuno abordar estas áreas, dado

que, em primeiro lugar é importante os

jovens se aperceberam das raízes da nossa

Juventude, tendo uma breve perceção do

que a fundou e regeu ao longo de 38 anos.

Não obstante disto, e com principal destaque,

resplandece a secção dos pilares ideológicos,

em que se abordam com assertividade e sim-

plicidade os 3 princípios máximos da Juven-

tude Popular: Democracia-Cristã, Liberalis-

mo e Conservadorismo.

Finalmente, expõe-se um conjunto de per-

guntas comuns com as respetivas respostas,

isto é, com o objetivo de esclarecer o públi-

co, formalizam-se perguntas e consequentes

respostas, que, com génese sucinta, acabam

por desmistificar alguns preconceitos que

existem em torna desta organização política.

É de salientar que o propósito de dar a

conhecer a Juventude Popular transcende a

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a sua via interna, dado que, embora muitos

filiados estejam desconectados, a sociedade

civil procura ansiosamente respostas. Na

senda disto, serão promovidas ações de dis-

tribuição do referido documento pelas esco-

las e ruas da capital. O formato on-line tam-

bém será uma realidade.

É do interesse total da Concelhia de Lisboa

que este projeto tenha grande impacto na

comunidade em geral, pois esta última,

sobretudo nos difíceis tempos que correm,

tem que saber que pode contar connosco,

mesmo que não comungue na exata medida

dos ideias que nos balizam.

De notar, em jeito de conclusão, que o pre-

sente trabalho não surge como o culminar da

Comunicação da Concelhia, na medida em

que, surgirão projetos de teor igualmente

ambicioso e produtivo, alargando os horizon-

tes e o raio de ação da organização.

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A JP FEZ 38 ANOS

Francisco Camacho

Gabinete do Apoio ao Militante

[email protected]

Parabéns JP!

Foi há 38 anos, no dia 4 de Novembro de

1974, que ocorreu o nascimento oficial da

irreverente Juventude Centrista (hoje de

nome Juventude Popular).

Perante um clima de grande agitação política

e social, onde colidia o pensamento de plura-

lismo político com a avulsa tentativa de

imposição de ideais de esquerda, surge, no

Teatro S. Luís, em Lisboa, a Juventude Cen-

trista.

Um vasto núcleo de jovens que acompanha-

va o partido, assumindo-se como movimento

do CDS, procura defender os anseios de uma

juventude conturbada e agitada, firmando-se

sempre e indubitavelmente pela via democrá-

tica.

Apesar das sucessivas tentativas de boicote e

extinção por parte de outros movimentos

(inclusive no dia 4 de Novembro com o

assalto à sede do CDS), a JC estabilizou-se

progressivamente em Portugal e na Europa,

sendo alvo de destaque pelas juventudes

democráticas que se alastravam pela Europa.

Ao longo destes 38 anos a Juventude Popular

tem dito um papel fundamental na Democra

cia portuguesa, formando consciências cívi-

cas e políticas, não só dos seus militantes,

mas de toda uma sociedade. A defesa afinca-

da do ideal democrata-cristão, que consubs-

tanciou a sua fundação, enobrece todo este

percurso, na certeza de que a Juventude autó-

noma do CDS dá resposta aos jovens, for-

mando Alternativa e esperançando-os dum

futuro mais próspero.

Por estes 38 anos, a Juventude Popular mere-

ce um distinto reconhecimento, pela sua bra-

vura e coerência, na certeza de que impera

uma enorme responsabilidade para os tempos

vindouros, fruto do seu enorme legado.

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ESCREVE O MILITANTE

Orçamento do

Estado para 2013

No seguimento das imposições externas do

Memoradum, sublinhe-se, necessárias para

a sobrevivência económica e financeira de

Portugal, a nível individual e naturalmente

em sede da Zona Euro, o Governo PSD/

CDS-PP elaborou o documento de vital

importância para o nosso país: o Orçamento

de Estado de 2013.

Para além dos circunstancialismos exterio-

res que todos conhecemos, importa não

esquecer a situação difícil e turbulenta que

vivemos e que antecedeu a elaboração do OE

2013, nomeadamente o “crescimento anóma-

lo” da nossa economia, o descontrolo da des-

pesa pública e incomportável nível de dívida

pública, pelo não aumento do horário de tra-

balho, a decisão constitucional a propósito

do corte nos subsídios, pela recusa da redu-

ção dos custos do fator trabalho mediante

redução da TSU a cargo dos empregadores,

entre outros aspetos.

Perante este contexto, o Governo PSD/CDS-

PP centrou as atenções para medidas de

incremento da receita pública, em especial

Citando o nosso patrono, o Engenheiro Ade-

lino Amaro da Costa, "A Juventude não é

instalada"! Parabéns, Juventude Popular.!

Page 37: Jornal Centrista - Edição de Novembro

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através do IRS, correspondendo a 65% da

receita total esperada, mediante a redução

de 8 para 5 o número de escalões de IRS, a

introdução de taxa adicional de solidarieda-

de de 2.5 % a contribuintes com rendimento

coletável superior a 80.000 € e a aplicação

ao rendimento coletável de IRS uma sobre-

taxa, fixada em 4 %, entre outras.

Correlativamente, o Governo considerou,

como instrumentos de redução da despesa

pública, a diminuição dos subsídios de

desemprego e de doença em 6% e 5% res-

peitvamente, assim como a redução para

metade do pagamento do trabalho em dia de

feriado e de horas extraordinárias no sector

público, bem como o corte para metade dos

funcionários públicos contratados a termo.

Relativamente ao SEE, foi dada recomenda-

ção quanto à redução de 50 % em ajudas de

custo, alojamento e comunicações não ope-

racionais das Empresas Públicas, bem como

a introdução de cortes em pelo menos 250

milhões de euros em 2013 dos encargos

brutos com PPP, mediante a renegociação

dos contratos.

Questão que se coloca é saber se existe

equilíbrio e proporcionalidade entre as

medidas enunciadas tendentes à redução da

despesa pública e incremento da receita

pública.

Pois, importa não esquecer que a pressão tri-

butária introduzida pelo OE vai, natural e

necessariamente, diminuir a capacidade de

consumo das famílias portuguesas.

O OE, a nível global, apresenta-se como um

plano estrutural para a economia portuguesa,

e não apenas uma resposta à emergência eco-

nómico-social em que vivemos.

É de aplaudir, de entre outros aspetos enun-

ciados no OE 2013, os incentivos à aquisição

de empresas em situação económica difícil,

no âmbito do GACRE e IAPMEI, reiterando

o papel dinâmico, ativo e impulsionador que

as empresas detêm na sociedade, bem como

para o trabalhador (cerca de 27 % dos empre-

sários nacionais atribuem empréstimos aos

seus trabalhadores).

Como referi inicialmente, a ajuda externa e

sucessivas revisões do PAEF são de extrema

importância para a recuperação financeira de

Portugal e correção de erros passados, que

não tem necessariamente uma cor partidária.

A meu ver, a imponderada racionalização dos

meios económicos foi um problema crónico

de Governos transatos, bem como das famí-

lias portuguesas.

Mas não esqueçamos o sentido de Estado e

de responsabilidade que são essenciais para

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ultrapassar a crise económico-financeira a

curto, médio e longo prazo, sendo necessá-

rio para tal, um investimento de confiança

por parte dos portugueses no Governo PSD/

CDS-PP, o qual não é viável se este último

não demonstrar o exemplo a seguir.

É nesta linha de pensamento, que considero

que o OE mereceria ter tido uma preocupa-

ção acrescida na redução estrutural da des-

pesa pública e na preparação de medidas de

fomento do crescimento.

A redução da despesa pública torna-se

assim tarefa primordial ou antecedente a

pressões tributárias, de modo a justificar as

expectativas e investimento de confiança

por parte dos portugueses nos seus repre-

sentantes.

Dizer, por fim, que o OE apresentado apesar

de não ser o desejável, é o possível face à

conjuntura económico-financeira nacional e

europeia, cabendo aos agentes económicos

ajustar temporariamente as suas opções, em

prol desta batalha.

Apesar de recorrente a ideia de ser mais fácil

um povo mudar de Governo, do que um

Governo mudar de povo, qualquer uma das

premissas é desnecessária e impraticável

atualmente em Portugal, devendo imperar a

coesão política ou parlamentar, assim como

popular.

Cátia Rodrigues Muchacho

Militante da Juventude Popular

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O Busto e o Betinho

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Ação de Voluntariado no Banco Alimentar (1

Dezembro)

Doação de Alimentos à Associação Ponto de

Apoio à Vida

Missa de Natal JP Lisboa

Jantar de Natal JP Lisboa

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