jornal valor local edição novembro 2015

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Page 1: Jornal Valor Local Edição Novembro 2015

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Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 31 • 20 Novembro 2015 • Preço 1 cêntimo

Misericórdia de Benavente:“Hospital de Vila Francacortou-nos as pernas”Pág. 21

Valor LocalPágs. 12,13,14 e 16

Rui Pinto, Gestor da Inovação:

“Azambujanão podeser sóFeirade Maio”

Pág. 7

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2 Valor LocalSociedade

400 atletas distinguidosna Gala do Mérito DesportivoOAteneu Artístico Vilafran-

quense recebeu na passadasexta-feira a sexta edição daGala de Mérito Desportivo. Aotodo foram mais de 400 atletasque foram galardoados pelo mu-nicípio, que se distinguiram nasmais variadas modalidades, quernos campeonatos regionais, na-cionais ou internacionais.Na ocasião, Fernando Paulo Fer-reira, vice-presidente do municí-pio de Vila Franca de Xira, desta-cou o empenho dos atletas, dostreinadores e dos clubes ao longo

das respetivas épocas, vincandoque a gala em causa significatambém a vitalidade do desportoe dos desportistas de Vila Francade Xira.Para além das habituais distin-ções, a “Pedro Alves” – cujo en-fâse vai para atletas ao nível re-gional. Teve lugar ainda a atribui-ção da categoria “Carlos Lopes”para atletas ao nível nacional epor fim a distinção “Batista Perei-ra” cujos primeiros atletas sãodistinguidos pelos feitos interna-cionais.

Todavia esta edição pautou-setambém pela “chegada” de trêsnovas categorias. O município in-troduziu distinções para o atletamasculino e feminino, atleta reve-lação, equipa e treinador do ano;e finalmente o prémio carreiraque distinguiu Virgínia Ganau.A distinção para a atleta femininodo ano foi para Ana Catarina Pe-reira, sendo que no setor mascu-lino o distinguido foi João Pereira.Melanie Santos foi a atleta reve-lação, enquanto Rui Câncio foinomeado treinador do ano.

Finalmente barreiras acústicasna A1 em Aveiras de Cima Aluta da população de Aveiras

de Cima que reside nas ime-diações da autoestrada do norte jáera longa, mas finalmente a Brisalevou a cabo a colocação de bar-reiras acústicas na autoestrada donorte KM 45 (Troço Carregado-Aveiras de Cima). A empresa cum-pre assim uma promessa que dei-xou em 2014, aquando da nossareportagem no local, de que leva-ria a cabo esta obra no ano pre-

sente.Entrevistado em julho de 2014pelo Valor Local, o vizinho maispróximo da A1, Linguber Lérias,dava conta do seu desespero pelofacto de a empresa não se decidira colocar as ditas barreiras, ilus-trando desta maneira o estado decoisas: “Quando chove e o ventosopra de determinada maneira,isto aqui é um espetáculo”. Con-tactado pelo nosso jornal assume,

agora, que finalmente a batalha foiganha. “Persistimos durante quase12 anos para que isto fosse hojeuma realidade, e é com grande sa-tisfação que vemos que finalmenteestão a colocar as barreiras”. Paraesta luta de anos, o morador dizque foi importante a ação de váriosagentes, nomeadamente, do ante-rior presidente de junta de Aveirasde Cima, Justino Oliveira.Outro habitante de Aveiras de

Cima, Carlos Lopes, comenta quea sua qualidade de vida foi “bas-tante prejudicada pelo ruído cons-tante vindo do viaduto da A1 (quepassa por cima da Estrada Munici-pal 513) que se projeta por maisde 500 metros, tornando-se ensur-decedor pela noite, sobretudoquando os ventos vêm de norte enordeste”, descreve: “Parece quea A1 está ali mesmo do outro ladoda janela”, perceciona.

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3Valor Local Sociedade

Câmara de Benavente organizaFestival do Arroz da LezíriaOpresidente da autarquia

Carlos Coutinho diz estarapostado na promoção turísticado concelho, e tendo em conta aexpressão que o cultivo do arrozrepresenta naquele município,tem em mente a realização do

Festival do Arroz da Lezíria Ri-batejana já em 2016.Em reunião de Câmara, referiuque “há que dar outra dimensãoà forma como o concelho seapresenta, divulgando a sua ca-pacidade atrativa aos mais di-

versos níveis”, e reiterou a in-tenção de levar a efeito a pri-meira edição do Festival do Ar-roz da Lezíria Ribatejana, queprocurará “afirmar e promoverum produto de qualidade queestá ligado ao setor primário,

envolvendo não só os produto-res, mas também os agentesgastronómicos.”O orçamento de 2016 já prevê arealização deste evento, “umaaposta muito bem vincada e for-te”, estando já a ser efetuados

contactos com os restaurantesdo concelho, bem como com asempresas que representam osetor, a Orivárzea a a Benagro. Em paralelo, o município tam-bém pretende divulgar Benaven-te do ponto de vista turístico

com a produção de um conjuntode vídeos promocionais dando aconhecer o que “o concelho temde bom e que o diferenciará nofuturo, prendendo-se com a na-tureza e com a paisagem, que éúnica”, referiu Carlos Coutinho.

Natural de Azambuja

Diogo Fernandes assina efeitos visuaisdo novo filme de James BondNão está a viver o sonho ame-

ricano, mas só porque viveem Inglaterra. O jovem Diogo Fer-nandes saíu de Azambuja em2011, porque já não conseguia ar-ranjar trabalho na sua área. Ru-mou a Inglaterra, e hoje trabalhano mundo da sétima arte. Fez par-te da equipa do último filme dasaga 007, e o seu nome está pre-sente nos créditos do filme, o quetem sido motivo de orgulho paraos seus familiares, e amigos. Masnem tudo foi fácil, primeiro teve dese adaptar ao novo país, e traba-lhou em outras áreas.Ao Valor Local, o jovem de 28anos, conta que no princípio nãofoi fácil “sair do conforto da famíliae dos amigos”. Mas teve de tomaruma decisão, porque após ter tra-balhado como câmara no progra-ma Contra-Informação da RTP, ra-ramente conseguia ter um empre-go com continuidade. Ainda tentoutrabalhar como freelancer massem grande resultado, até porquemuitas vezes encomendavam-lheprojetos mas sem remuneração.“Como o meu grande avô me dizia‘Se é para trabalhar de borla ficaem casa que pelo menos eu pago-te o almoço’, e assim fui dizendoque não à maioria destes traba-lhos”. Por outro lado, “como não era so-brinho ou filho de pessoas impor-tantes na área, foi sempre difícil

estabilizar”, não tem dúvidas emconstatar. Sem muitas perspetivasfoi também trabalhando nas cam-panhas da Sugal, e num armazémde logística. “Trabalhos que muitoprezo bem como quem os faz”.Mas houve um momento em quedecidiu partir à aventura incentiva-do por um amigo que já estava emInglaterra. Em Londres trabalhou“durante muito tempo” em restau-rantes como barman, até que sur-giu a sua grande oportunidadenum dos mundos mais fascinantesda criatividade.Diogo Fernandes conta que nuncadesistiu do seu sonho. Conseguiuprimeiro um estágio, que depoispassou a contrato, a fazer essen-cialmente trabalhos de edição e“motion graphics”. Em Inglaterraespecializou-se nos efeitos vi-suais. “Adorei a experiência e per-cebi que era isso que queria fazer.Enquanto trabalhava inscrevi-menuma escola bastante conceitua-da na área dos efeitos visuais, etive a sorte de ter um professorque, enquanto dava aulas de noi-te, trabalhava em filmes como oRobocop e outros bastante conhe-cidos”. Integrou mais tarde, a ‘Ci-nesite’ onde trabalhou com a equi-pa de efeitos visuais dos filmes ‘OHomem-Formiga’ (‘Ant-Man’, daMarvel) e ‘007: Spectre.Para Diogo Fernandes, a oportu-nidade de ter estado envolvido

numa das sagas mais icónicas desempre do cinema, como a 007 foimuito emocionante. “Tinha semprenovidades para contar à minha na-morada”, refere. Foi-lhe dada aoportunidade de fazer planos dofilme” com bastantes efeitos vi-suais, que normalmente só cole-gas com mais experiência tinhamessa tarefa a seu cargo”. “O meutrabalho passava por criar/inserirbalas que atingem o famoso Aus-tin Martin do James Bond (quandona realidade não foi disparado umúnico tiro) e introduzir carros queaparecem em determinados pla-nos do filme”. A sua função decomposição de efeitos visuaisconsistia em “combinar diversoselementos que não foram inicial-mente filmados, ou que foram cria-dos em programas de 3D, numaimagem que é real”. O maior de-safio, conta, é fazer com que tudopareça integrado. “São inúmerasas cenas em que os atores são fil-mados em ‘green screen’ (espéciede cenário virtual) e posteriormen-te todo o ambiente em volta é cria-do e adicionado. O meu trabalho éintegrar isso tudo, para que pareçareal.”Diogo Fernandes não escondeque trabalhar em filmes como o‘Ant-Man’ e o ‘007’ faz com que selevante todos os dias de manhãmais motivado. “Também me obri-ga a sair mais tarde do trabalho,

muitas vezes cansado, mas apensar: ‘Esta oportunidade queestou a ter agora não aparece to-dos os dias portanto vou aprovei-tá-la’.”No seu rol de experiências nestemundo de magia que está a sabo-

rear destaca, sobretudo, quandoteve a oportunidade de ver o 007num cinema antes da estreia ofi-cial, exclusivamente com a equipatécnica do filme. “E antes de co-meçar o filme, sem ninguém estarà espera o Sam Mendes (realiza-

dor) aparece em frente ao ecrã docinema para agradecer a todos osque tinham tornado o filme possí-vel. Ficámos todos ‘Wowwwww’.”De momento, Diogo Fernandesestá a trabalhar no ‘Doctor Who’,uma série para a BBC.

Futuro da Feira de Maio em discussão¢ Nuno Filipe

Com 2015 quase a chegar aofim, os azambujenses já co-

meçam a pensar na próxima Fei-ra de Maio, ao mesmo tempo queainda vão fazendo balanços so-bre a edição deste ano. Foi comesse objetivo, que no passadodia 30 de outubro, a União dasTertúlias de Azambuja (UTA), pro-moveu no auditório do Valverdeum debate aberto à população,onde estiveram presentes alémdo presidente da Câmara Munici-pal, Luís de Sousa, o presidenteda Associação Poisada do Cam-pino, Nuno Engrácio, e também o

sargento Paulo Martins, e Arman-do Baptista, comandantes doPosto Territorial de Azambuja daGuarda Nacional Republicana edos Bombeiros Voluntários deAzambuja, respetivamente.A segurança foi um dos temasfortes do debate, tendo os doiscomandantes apresentado núme-ros que comprovam que tanto anível de pequena criminalidade,como da necessidade de assis-tência dos bombeiros, tem havidoum decréscimo de ocorrênciasnos anos mais recentes.Da parte da Poisada do Campi-no, entidade que na feira para

além de outros aspetos, é a res-ponsável pela largada de toiros,“o balanço é positivo”, referiuNuno Engrácio daquela coletivi-dade. Referindo contudo que “hásempre margem para melhorar,nomeadamente, a possibilidadede os toiros serem largados emdois pontos diferentes da vila,nunca abdicando claro, da entra-da de toiros conduzida por cam-pinos”, afinal um dos momentosmais marcantes de cada dia defeira. O Presidente da Câmara corro-borou esta opinião, e acrescentouainda que a Comissão da Feira

está a estudar formas de tornar amesma mais aliciante para quemvem de fora, seja a nível de ani-mação, como de outros eventosdurante os cinco dias do certame.Quanto à UTA, esta promete con-tinuar com a sua atividade em2016, estando desde já previstoum evento no Carnaval. Quantoao resto, está tudo ainda no se-gredo dos deuses, mas poderãosurgir algumas novidades comofoi a do toiro à corda em 2015. Oobjetivo é que “a Feira de Azam-buja continue a ser a mais castiçado Ribatejo”, concluíram os pre-sentes.

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4 Valor LocalSociedadeAzambuja

Freguesias aderem ao projetodo balcão virtual da ANAFREVale do Paraíso; União de Fre-

guesias de Manique do Inten-dente, Maçussa e Vila Nova deSão Pedro; e Aveiras de Baixo, noconcelho de Azambuja, já estãona linha da frente da simplificaçãoatravés da internet, da relação en-tre os fregueses e a sua junta. De-cidiram fazer parte do grupo deautarquias que aderiu ao projeto“www.efreguesias.pt” fomentadopela Associação Nacional de Fre-guesias.A última acão de formação, tendoem conta esta iniciativa da ANA-FRE, decorreu no início do mêsem Vale do Paraíso, local ondeestiveram presentes cerca de 20pessoas, entre funcionários e au-tarcas.Nesta reunião, onde participou

também a freguesia de Arrudados Vinhos, e algumas das fre-guesias de Alenquer, foram abor-dadas temáticas relacionadascom o funcionamento deste por-tal, que mais não é do que umbalcão virtual, e “uma importanteextensão para os fregueses”, re-feriu à nossa reportagem o presi-dente da Junta de Vale do Paraí-so, Armando Calisto.O autarca anfitrião destacou a im-portância da “colocação das no-vas tecnologias ao serviço dos ci-dadãos”.O autarca salientou que este pro-jeto, que é suportado financeira-mente pelos fundos europeusatravés da ANAFRE, é uma mais-valia no que toca ao contacto comos cidadãos, já que a partir da al-

tura em que o portal estiver a fun-cionar a 100 por cento, muitos dosassuntos agora tratados aos bal-cões das juntas, poderão ser tra-tados virtualmente. Pedidos de li-cenças, atestados de residência,e muitos outros serviços, comouma simples reclamação, estarãoà distância de um clique.Nesta altura, e segundo o presi-dente da Junta de Vale do Paraísoao Valor Local, os funcionários es-tão a “carregar” toda a informaçãopara o sistema, para que este por-tal possa funcionar. No fim de contas, esta iniciativaapenas disponível para já no quetoca ao concelho de Azambujanas freguesias de Vale do Paraí-so; Aveiras de Baixo; e União deFreguesias de Manique, Vila Nova

de São Pedro e Maçussa, preci-sará apenas que os fregueses seregistem no portal para depois te-

rem pleno acesso ao mesmo.Este é um portal que segundo oautarca, fará a “ponte” para os si-

tes das juntas de freguesia, queserão também integrados nestesistema.

Junta de Freguesia de Vila Chã de Ouriquetem novas instalações

Alenquer Filho de empresário que andade Mercedes recebe apoio social

Desde dia 8 de novembro, quea população da freguesia de

Vila Chã de Ourique, no concelhodo Cartaxo, tem disponível um es-paço renovado, com instalaçõesmais amplas e capazes de “pro-porcionar um melhor atendimentoà população”, conforme afirmouVasco de Sousa Casimiro, presi-dente daquela autarquia. A sededa Junta de Freguesia de Vila Chãde Ourique passa agora a ocuparo n.º 15, da Praça Francisco Ribei-ro. Vasco de Sousa Casimiro, afirmouque as novas instalações são a

primeira ação “de um ciclo de mu-danças”, confirmando que “semdisponibilidade financeira paragrandes obras, tudo faremos emprol do bem-estar da população”.O presidente da Câmara Munici-pal, Pedro Ribeiro, lembrou que“estas instalações, antes ocupa-das pelo centro de dia, foram ce-didas por 20 anos à junta de fre-guesia, através de um contrato decomodato, que vem responder adois interesses da população – ga-rantir por um lado a valorizaçãodeste espaço e por outro, melho-res condições de trabalho, a quem

aqui presta serviço, assim como,de atendimento, a quem aqui sedirige”.O autarca garantiu que “a Câmaravai continuar a procurar novosusos para espaços que já estão,ou se prevê que venham a estar,desocupados para, em parceriacom as juntas de freguesias e como movimento associativo, os man-ter ao serviço da comunidade, tor-nando-os úteis e valorizando o pa-trimónio municipal, num momentoem que novas obras não são pos-síveis. Vamos antecipar estas si-tuações, freguesia a freguesia”.

A cerimónia de inauguração con-tinuou com uma receção simbólicaoferecida à população e com o Reie a Rainha das Vindimas de VilaChã de Ourique em 2015, a apre-sentar as novas fardas dos traba-lhadores da junta que pretendem“ser mais um contributo para amelhoria das condições de traba-lho”, afirmou o presidente da jun-ta.Para a antiga sede da junta de

freguesia, vão também ser “en-contradas novas atividades de uti-lidade pública”, segundo informouVasco de Sousa Casimiro.

As redes sociais têm sido sacu-didas, no que respeita ao con-

celho de Alenquer, com uma acu-sação que se podia ler num post,que dava conta do facto de umempresário em nome individual“que se passeia com uma Merce-des de valor superior a 40 mil eu-ros ser beneficiário da ação social

e também do programa da autar-quia mochila escolar”. O programamochila escolar da Câmara deAlenquer consiste na atribuição acrianças carenciadas de materialpara a escola no início do ano leti-vo. Ao Valor Local, o município diz quenão tem condições para fiscalizar

a situação contributiva dos muníci-pes, “acreditando à partida na in-formação produzida pela Seguran-ça Social e pelas Finanças”. Mas aCâmara vai de qualquer das for-mas encaminhar a denúncia paraa Autoridade Tributária.À munícipe que fez a denúncia, aautarquia informou que “os alunos

abrangidos pela ação social esco-lar são todos aqueles que perten-cem a agregados familiares inte-grados nos 1º e 2º escalões derendimentos, determinados paraefeitos de atribuição do abono defamília, de acordo com a lei”. Paraavaliação das candidaturas aoPrograma Mochila Escolar, são so-

licitados diversos documentos,nomeadamente a declaraçãoatualizada, emitida pela Segu-rança Social, comprova-tiva do esca-lão atribuí-do paraefeitos do abo-no de família.

Centenário da aviação militar em Vila Nova da RainhaVila Nova da Rainha, no con-

celho de Azambuja, vai co-memorar o centenário da avia-ção na localidade, tendo em con-ta que a localidade fez parte dagénese da introdução do setorem Portugal. Aliás, foi em VilaNova da Rainha onde funcionouo primeiro centro de formação deaviadores, nomeadamente, a Es-

cola Militar de Aviação, entre osanos de 1915 a 1920.Neste sentido o município deAzambuja e a junta de freguesialocal, planeiam para o próximoano uma série de iniciativas rela-cionadas com esta efeméride.Segundo Luis de Sousa, presi-dente da Câmara Municipal deAzambuja, as comemorações

vão passar pela descentraliza-ção de iniciativas, nomeadamen-te no que toca a concertos dadospela Banda da Força Aérea euma exposição comemorativa nagaleria municipal de Azambuja,isto porque de acordo com o au-tarca, Vila Nova da Rainha, nãotem condições para acolher es-tes eventos.

Todavia, para Vila Nova da Rai-nha, está reservado a colocaçãode um monumento, um avião, narotunda principal, e as respetivascomemorações que decorrerãoalgures no mês de junho.Ainda sem data definitiva, o pre-sidente da câmara sustenta queem Vila Nova da Rainha será co-locado um avião da época “que

está agora a ser devidamentetratado pela Força Aérea”. O au-tarca sustenta que caberá aomunicípio criar as condiçõespara a colocação do avião, naentrada norte da vila, com aconstrução de um pedestal.Luis de Sousa, salienta que a co-locação do monumento será oponto alto das comemorações e

que tudo tem estado a ser trata-do entre a Junta local, a Câmarae a Força Aérea.Contudo e mais uma vez, as co-memorações sofrem novo atrasoface ao previsto, não se preven-do que tenham lugar ainda esteano conforme chegou a ser ga-rantidopor Luís de Sousa, no íni-cio de 2015, ao Valor Local.

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5Valor Local SociedadeFábrica da Cimpor em Alhandra

Libertação de pó preocupaautarcas e população¢ Miguel A. Rodrigues

Autarcas e população deAlhandra, no concelho de Vila

Franca de Xira, estão preocupa-dos com a frequência de algunsincidentes na fábrica de cimentoda Cimpor. A revelação esteve emdebate na reunião de Câmara deVila Franca de Xira que decorreuem A-Dos-Loucos no dia 18 denovembro.Segundo Mário Cantiga, presi-dente da União de Freguesias deAlhandra e Sobralinho, esta éuma questão que tem acontecidocom frequência nos últimos doisanos. Em causa está a libertaçãode clínquer que é uma matéria-prima incluída em diversos tiposde cimento.Para o autarca os episódios de li-bertação de clínquer já não sãocasos isolados: “Começo a ques-tionar se aquilo é só do carrega-mento das barcaças, mas julgoque não”. Mário Cantiga referedeclarações do presidente dosSMAS de Vila Franca que reco-

nheceu um “aumento de partícu-las na água das piscinas locais”.Todavia, “o ar que respiramos émelhor”, salienta o presidente dajunta que lembra que as análisesà água são feitas com alguma pe-riodicidade e os seus resultadosconfiguram uma média de todasas recolhas do ano, pelo que, se-gundo as suas palavras, não re-velam a essência do problema.De acordo com o autarca, temexistido por parte da empresa al-guma comunicação com a junta,mas isso não tem invalidado oaparecimento das queixas produ-zidas pelos populares, porque,acrescenta, não sentir no dia-a-dia uma melhoria das condiçõesambientais com a fábrica a labo-rar: “Não sentimos isso. Assisti-mos, antes, à degradação da pin-tura dos nossos carros com os vi-dros a colarem-se devido ao clín-quer” e vai ainda mais longe aorecordar os episódios que ocorre-ram nos anos 80 e 90.Sobre a comunicação com a Cim-

por, o presidente da junta refereque tem existido um contato per-manente com os responsáveis.Assegura que sempre que existealgum problema, há por parte daempresa uma comunicação ondese pede desculpa “mas o que éfacto é que isso continua a acon-tecer”.Por outro lado, o autarca destacaque estes episódios são negati-vos para a economia da fregue-sia. Vinca por exemplo a restau-ração, nomeadamente, um dosrestaurantes mais conhecidos davila, que tem conseguido atrairpessoas de fora. Contudo a liber-tação de clínquer prejudica, porexemplo, a utilização da esplana-da porque “estes problemas depó nas mesas são sistemáticos”.Alberto Mesquita, presidente daCâmara Municipal de Vila Francade Xira, reconhece que estes epi-sódios têm acontecido e relatamesmo um caso em que existiuuma chamada de atenção juntoda Agência Portuguesa do Am-

biente (APA). Todavia, nem Alber-to Mesquita nem o presidente dajunta, têm conhecimento se taisinformações produziram algumtipo de efeito. Nesse sentido, opresidente da junta diz que seestá perante um muro, no qual “ainformação esbarra e depois nun-

ca chegamos a saber se existiramconsequências”.De acordo com o presidente daCâmara, a comissão de acompa-nhamento da Cimpor no âmbitoda Assembleia Municipal, vai ago-ra e mais uma vez pressionar afábrica e alertar para a situação.

Enquanto isso e sem se compro-meter, o presidente da Junta quelembra uma reunião popular queexistiu na praça 7 de março con-tra a coincineração, vinca tam-bém que não está fora de causaações de protesto das popula-ções.

Surto de LegionellaUm ano depois ainda não há acusações

Vila Franca de XiraCDU contra venda de habitação social

Um ano depois do surto delegionella que assolou o

concelho de Vila Franca deXira, ainda não há conclusõesacerca da sua origem. O surtodespoletou uma correria intensaàs urgências do hospital da ci-dade durante todo o mês de no-vembro de 2014.O assunto foi relembrado emreunião de câmara de Vila Fran-ca pelo presidente do executivo,Alberto Mesquita, que lamentoua forma como o processo teimaem se arrastar sem que a Câ-mara tenha na mão todas asconclusões que gostaria. O au-tarca reafirmou a intenção

do município em “processar cri-minalmente os culpadospelo prejuízo causado ao con-celho”, mas refere que para isso“primeiro há que ter certezas”.Passado um ano, e até ao mo-mento os indícios alertam paraa empresa Adubos de Portugal(ADP), mas as investigações le-vadas a cabo pelas diversas en-tidades envolvidas, não apon-tam para certezas cientificas econclusivas.Alberto Mesquita considerouque tendo em conta a intensida-de do surto e o facto deste terestado entre os maiores da Eu-ropa desde sempre, acabou por

ficar colocado debaixo dos holo-fotes da comunidade cientifica,e por isso deverá ser alvo deuma atenção especial.O presidente do município falounum prejuízo para a economiado concelho, já que tal situaçãolevou a que a imagem de VilaFranca de Xira ficasse associa-da à legionella, algo que a Câ-mara tentou contrariar logo naaltura. No ano passado, e paratentar inverter o estado de coi-sas, o município chegou a pro-longar a campanha da gastro-nomia até ao fim de dezembro.Mas esta foi “apenas uma dasmedidas a juntar a muitas ou-

tras que passaram pela promo-ção do turismo daquele conce-lho dentro e fora de portas”,atestando assim que “Vila Fran-ca de Xira não merece ficar co-nhecida por aquele surto.”O surto da bactéria legionella in-fectou 375 pessoas e matou 12.Este facto levou também a queo município se associasse à de-legação da Ordem dos Advoga-dos do concelho, para que se ti-vesse acesso à justiça. Estamedida ratificada a 20 de janei-ro último, levou a que 170 pes-soas pudessem processar asempresas alegadamente res-ponsáveis.

ACDU de Vila Franca de Xiraestá contra a venda de habita-

ção social aos atuais inquilinos, epor isso votou contra a venda detrês fações em reunião do execu-tivo vilafranquense. Ainda assimos votos da maioria socialista e daColigação Novo Rumo, foram su-ficientes para que a proposta fos-se aprovada. Em causa estavamtrês apartamentos. Um em Alver-ca e outros dois em Vialonga.Na argumentação utilizada, a ve-readora da CDU, Ana Lídia Cardo-so, destacou o facto de a venda

ser um mau precedente tendo emconta a escassez de habitaçãosocial e as mais de 400 pessoasem lista de espera. “Entendemosque abrir mão dos fogos munici-pais é uma perca para os muníci-pes”.Alberto Mesquita, presidente domunicípio, esclareceu por seulado que a Câmara, “não quer dei-xar de ter a sua responsabilidadeno que toca à habitação social”.Por isso “achamos que não é poralienarmos um ou outra fraçãoque prejudicamos esta valência

no concelho, pois restam muitasdezenas de frações”, acrescen-tando que as pessoas que, a partirde agora, adquiram habitação so-cial, só poderão transacionar oimóvel “ao fim de cinco anos”.O presidente da Câmara esclare-ceu, ainda, que o município pre-tende candidatar o concelho, noâmbito do programa Portugal2020, à reabilitação de habitaçõesou encontrar soluções para am-pliação dos fogos habitacionais.Por outro lado, o autarca vincouque é “meritório”, o facto de os

atuais inquilinos estarem agoraem condições para comprarem assuas habitações. “Conseguiramendireitar a sua vida ao ponto dehoje, estando naquele espaço queconsideram como seu, não quere-rem sair dali”, enfatiza. AlbertoMesquita frisa ainda o facto de es-tas pessoas já terem criado laçoscom a comunidade e com os vizi-nhos nos locais onde residematualmente. Por isto, o presidenteda câmara que sustenta existiremcerca de mil casas de habitaçãosocial, vinca que “apesar de estar-

mos a vender meia dúzia delas,ou coisa que o valha, tal não de-sequilibra as coisas, nem o princí-pio que está subjacente à nossaresponsabilidade”, lembrando,ainda, que a alineação de habita-ção social começou no tempo doúltimo presidente da câmara co-munista, Daniel Branco.Mas para Ana Lídia Cardoso, esteassunto não é assim tão simples.Por isso recorda que o arrenda-mento é limitado e tem regras:“Parte-se do princípio que quandoa pessoa melhora de vida, deve

encontrar um espaço fora da alça-da municipal” e relembra a exis-tência de cerca de 400 pessoasem lista de espera.No que toca ao património de ha-bitação social, o município de VilaFranca de Xira tem nesta altura1100 casas. Sessenta habitaçõesestão devolutas, e no último con-curso concorreram cerca de 400pessoas, “que até podiam não es-tar em condições de receber umahabitação social”, referiu a verea-dora Maria de Fátima Antunes,que tem o pelouro da ação social.

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6 Valor LocalEconomia

Depósitos do IVV do Carregadoe da Merceana em obrasOs antigos depósitos do Insti-

tuto da Vinha e do Vinho doCarregado e da Merceana que jásão propriedade da Casa SantosLima, um dos principais produto-res de vinho do concelho de Alen-quer, entraram em obras nos últi-mos tempos. Em fevereiro desteano, o Valor Local dava conta daintenção de aquisição dos velhosdepósitos. O valor do negócio terárondado o milhão de euros, pelomenos para o IVV do Carregado.De acordo com a Câmara deAlenquer, ao nosso jornal, a CasaSantos Lima já está a trabalharnas instalações da Merceana. Os trabalhos no IVV naquela lo-calidade começaram entre agostoe setembro com a substituição doequipamento danificado, nomea-damente, a cobertura. A CasaSantos Lima, segundo o municí-pio, está especialmente focada na

Merceana, de modo a que aindaseja possível a utilização dos de-pósitos para a campanha vitiviní-cola em curso. Sabe-se para jáque “estão a pintar os depósitos,recuperaram a moradia existenteno local para dois trabalhadoresnela viverem. Estão também aforrar internamente os depósitosde acordo com as normas em vi-gor”. Em algumas destas obras jáfoi gasto um valor na ordem dos260 mil euros. No que se refereao IVV do Carregado, “foi para jáefetuada uma limpeza e desmata-mento da área envolvente, proce-deu-se à recuperação de portões,e à vedação do edifício”. Foiadiantado pelos técnicos da CasaSantos Lima que “os trabalhosvão ter de ser começados pelasubstituição da cobertura, atual-mente em amianto, orçados em236 mil euros”.

A Casa Santos Lima vai procederainda no IVV do Carregado à re-cuperação de toda a capacidadede armazenamento e de toda azona de escritórios. O projeto deaquisição das duas instalaçõesdo IVV contempla a construçãode uma nova adega tendo emconta os fundos de investimentoprevistos pelos programas daUnião Europeia. A recuperação ereconversão das duas estruturasrondará os 2,5 milhões de euros,conforme foi adiantado ao nossojornal, na altura do negócio, pelovice-presidente da autarquia, RuiCosta.O projeto que tem isenção de IMIdurante 10 anos, prevê a criaçãode 13 postos de trabalho, e à me-dida que a empresa for consoli-dando o negócio e o crescimento,poderá levar também à aquisiçãode uvas aos produtores locais.

Sucesso da Expocartaxo apesar de ausência da NersantOpresidente da Câmara Muni-

cipal do Cartaxo, Pedro Ri-beiro, está satisfeito com a formacomo decorreu a Expocartaxo2015. Em declarações ao ValorLocal, o autarca não esclarece oporquê da Nersant, entidade coor-ganizadora do certame, não tercriado condições para que os em-presários locais estivessem emmaior número face aos de foranaquela iniciativa, em anos ante-riores, algo que a Câmara procu-rou contrariar na edição desteano.Pedro Ribeiro remete para a as-sociação de Santarém quaisqueresclarecimentos sobre o assunto,inclusive sobre o facto de a enti-dade não ter estado representadana abertura da Expo Cartaxo, algoque “terá sido notado pelos asso-ciados que lamentaram a ausên-cia”.O autarca que não esconde odesconforto pela ausência de

qualquer representante na abertu-ra da Expo Cartaxo, alegando quenas conversações com a associa-ção, apenas, pediu para que ocertame voltasse a dar “prioridadeaos empresários do nosso conce-lho”. Fez também questão de queos preços fossem mais acessí-veis, e que o certame se organi-zasse de forma setorial. “No pavi-lhão principal deveriam apenascaber empresas e não outro tipode ofertas”, refere o autarca escla-recendo que estes objetivos fo-ram conseguidos, mas sem nun-ca referir se este foi um trabalhoem conjunto com a Nerssant, ouapenas levado a cabo pela autar-quia.Para Pedro Ribeiro, e polémicasà parte, este certame foi “um su-cesso”. Por isso não descarta ahipótese de manter o figurino ago-ra encontrado. Segundo o autar-ca, foi decisiva a diminuição dospreços. Dos 70 empresários pre-

sentes, 59 eram locais “e só nãochegámos aos 60, porque não en-contrámos uma carpintaria comdisponibilidade”. Este é um núme-ro “importante” até porque, poroutro lado, o autarca refere amais-valia da organização por se-tores de atividade, com destaquepara a construção de uma casa-exposição, concebida por empre-sas locais. “O objetivo era tam-bém o de fazer com que os em-presários se conhecessem”. ParaPedro Ribeiro este foi um trunfo,já que foi a partir desta construçãoque os empresários passaram atrabalhar em conjunto até noutrasobras.O autarca esclarece, ainda, que osucesso deste modelo “é impor-tante para nós até porque vamoscontinuar a apostar nele”, e sa-lienta que o objetivo é tornar estecertame “mais barato para os nos-sos empresários e interessantedo ponto de vista empresarial, e

nisso eles disseram presente”. Oautarca salienta também a requa-lificação do pavilhão municipal.

Por outro lado, Pedro Ribeiro, vin-ca que quer manter a boa relaçãoinstitucional com o CADEC, que é

o núcleo local da Nersant, referin-do a sua importância para algu-mas parcerias no município.

Instalações no Carregado

Page 9: Jornal Valor Local Edição Novembro 2015

7Valor Local Economia

“Azambuja não pode ser só conhecidapela Feira de Maio”

¢ Sílvia Agostinho

Para Rui Pinto, físico que se es-pecializou entretanto na área

da inovação, o cerne do desenvol-vimento do concelho consiste emprojetar Azambuja para além daFeira de Maio. Passados algunsmeses das eleições de 2013, RuiPinto confessa que foi ter com opresidente da Câmara para lheapresentar um documento estraté-gico composto pelos vetores daaproximação da Câmara às em-presas. Mas também aproximar aCâmara das escolas, apostar noturismo e nos ditos mercados deproximidade local. O gestor da ino-vação, cargo que não existia nomunicípio, confidencia ao Valor Lo-cal que Luís de Sousa lhe deu car-ta branca para lançar mãos à obra.“Não podemos vender o concelhoaliando o município apenas ao tou-ro, embora reconheça essa idios-sincrasia em Azambuja, mas nãobasta a festa brava para dotar oconcelho de valor acrescentado”,resume.Desde então, a Câmara passou amudar a agulha na sua estratégiade aproximação às empresas. Eas reuniões têm-se sucedido quercom as intrinsecamente do conce-lho de Azambuja, quer com as queestão cá instaladas mas que nãopagam no concelho os impostos, ealgumas delas também não sãoconhecidas por proporcionarem

numerosos postos de trabalho aoshabitantes de Azambuja, bem pelocontrário. Instado sobre a relevân-cia de uma aproximação a essasempresas, que reconhece seremvistas como uma espécie de “naveespacial” que aterrou na zona in-dustrial de Vila Nova da Rainha,refere que “nunca é demais o pro-piciar desses contactos, mesmoquando não pagam cá a derrama”. “Podemos estar a falar no futurode empresas que podem dar em-prego aos nossos jovens, e nesseâmbito estou a trabalhar numa lis-tagem dos nossos licenciados coma diretora da escola secundária”. Aideia é ir ao encontro dos jovensestudantes de Azambuja que jáconcluíram as suas licenciaturas efixá-los no seu concelho. Rui Pintoacredita que o futuro pode passarpor aí, apesar das várias evidên-cias que apontam para a circuns-tância de que muito raramente ojovem de Azambuja consegue em-prego qualificado no seu concelho.O gestor da inovação não escondeque o seu foco assenta na mais-valia dos jovens do concelho, con-tudo é em municípios com ensinosuperior que a ambicionada rela-ção entre empresas e jovens con-segue ter algumas garantias maisou menos risonhas, nem que sejaa nível de um estágio como primei-ra abordagem ao mercado de em-pego. Mas para Rui Pinto não há

impossíveis: “Não temos massacrítica para isso, por enquanto.Mas através dessa lista em prepa-ração, temos essa possibilidade,mas ressalvo que não vai funcio-nar como uma base de cunhas,em que eu ligo para uma empresaa salientar determinado jovem, nãoé isso que quero”, deixa no ar.Para já a palavra de ordem é “for-mar”. A Câmara fez para isso umaparceria com a Nersant “que taxa-tivamente apenas vai trabalhar noconcelho num programa de em-preendedorismo jovem”, eviden-cia. Quando se fala em terrenos paraalbergar empresas que se queiramcá instalar, é sabido que o conce-lho possui uma vasta área na zonaindustrial de Aveiras de Cima, masconforme já foi dito pelo presidenteda autarquia, ao Valor Local, oNovo Banco está a pedir preçosmuito avultados. Sendo assim, aCâmara dispõe de poucas alterna-tivas, sendo que ainda sobram al-guns terrenos em Vila Nova daRainha. “Devo dizer que não dei-xaremos fugir nenhuma oportuni-dade apesar desta dificuldade dosterrenos”, promete Rui Pinto.Rui Pinto tem 43 anos e possui ou-tra atividade profissional. Não quiscomentar o valor que a Câmaralhe paga, contudo em declaraçõesao Valor Local aquando da apre-sentação do Rui Pinto em abril

passado, o presidente da Câmarafalava de uma valor a rondar os300 euros, que à partida não deve-rá ter subido por aí além. “Estamosa falar de um trabalho que no prin-cípio era de alguma carolice, quepassou a ser altamente competen-te e profissional, modéstia à parte,com o envio de relatórios mensaispara o presidente”, diz Rui Pinto.Neste âmbito, dá a conhecer quea oposição até à data não o con-tactou sobre as suas atividades,“mas tenho total abertura paraisso, pois o meu trabalho não é umprojeto do Partido Socialista maspara benefício de todo o conce-lho”.O gestor da inovação que temdado nas vistas não quer falar parajá em ir nas listas do PS à Câmaranas próximas autárquicas, e comisso poder fazer parte do próximoexecutivo. Diz-se para já focadoneste trabalho, e se um dia a “má-quina da inovação no concelho es-tiver de tal forma oleada que já nãoseja precisa a minha presença re-tirar-me-ei porque já não fará sen-tido o meu papel”. Resta saber

quais serão depois as ambiçõesde Rui Pinto.

“Temos o melhor projeto a nívelnacional sobre como construir

o futuro sob a inovação”

O conjunto de linhas mestras doplano que apresentou à Câmara éconsiderado por Rui Pinto como omelhor a nível nacional, tendo emconta os conhecimentos que pos-sui. “Até o nosso portfólio é único.Não existe em mais lado nenhum”.A reação das empresas, nomea-damente, a Sugal foi de algum es-panto, “pois não estava habituadaa ver a Câmara a promover os ne-gócios do concelho”. Reconhecepor isso “que havia uma lacunaenorme na aproximação da Câma-ra às empresas”. A adesão dos vá-rios tipos de negócio foi “bastantepositiva”, tendo ficado de fora –embora veja essa adesão no futu-ro com bons olhos –a empresa es-panhola que gere o olival de Al-coentre/Manique, que representao maior investimento, neste mo-mento, no concelho.

Necessária interligação com ogabinete de apoio ao investidor

Quase ao mesmo tempo, está emmarcha o projeto do gabinete deapoio ao investidor que será inau-gurado muito em breve e que re-sulta de uma parceria entre a As-sociação de Comércio, Indústria eServiços do Município de Azambu-ja (ACISMA) e a autarquia. “O nos-so presidente da Câmara entendeque a relação entre os projetostem de ser simbiótica, não se pre-tende que possam colidir, nem éesse o meu objetivo”. Também re-fere que o seu foco não se encon-tra nesse gabinete, “contudo é de-sejável que os empresários procu-rem cada vez mais essas estrutu-ras de apoio, que deveriam seralgo ainda mais comum nos con-celhos”. Saúda ainda a forma dire-ta como o porta-voz da ACISMA,Daniel Claro, deu a conhecer esteprojeto, referindo a mais-valia deser uma “associação de cá a tratardestas questões”, comparativa-mente a outras de fora.

Bilionário saudita feznegócios em AzambujaOgestor da inovação refere que tem uma equipa de trabalho com-

posta por funcionários da autarquia que despendem algum do seutempo nesta tarefa. Rui Pinto refere que houve bons frutos da passa-gem de um bilionário saudita pelo concelho no verão, pois aqui fez ne-gócios, nomeadamente, com a fábrica de tomate Toul, e com a empre-sa de frutas cristalizadas Frutalcarmo. O responsável diz que a sua ini-ciativa também se baseia em contactar câmaras de comércio para estaparceria, e para além da luso- árabe tem também um acordo com aluso-peruana. À nossa reportagem fala do sucesso da vinda do árabe.Outros dois também do Médio Orientem fizeram cá negócios, emboranão consiga precisar com que empresas do concelho. Diz também queno sucesso da captação do interesse do empresário saudita esteve aelaboração de um portfólio por parte da autarquia, que não existia, comos aspetos mais marcantes do concelho, como o turismo, os sectoresagrícola, vinícola, das embalagens, e da logística. E sobre este novoportfólio, não tem dúvidas em o considerar “como um dos melhores anível nacional”. Na base destes passos que foram dados, esteve umestudo de caracterização que compreendeu o envio de fichas às em-presas para se darem a conhecer. Um trabalho árduo que exigiu a pre-sença no terreno, porque nem todas estavam dispostas a responderao questionário. Após isto, os contactos têm-se intensificado, segundoRui Pinto com os hipotéticos investidores. 296 empresas foram contac-tadas.

Acelerador de logística anunciado ainda sem empresas

Foi anunciado em abril como sendo o primeiro acelerador de logística do sul da Europa, mas de lá para cá, o município ainda não conseguiucaptar as primeiras empresas que vão trabalhar sob a égide da Beta-I que orientará os diferentes projetos. Num ambiente de incubadora, o

projeto pretende abarcar 10 empresas simultaneamente para que depois cada uma de per si continue os seus negócios, e possa dar lugar a novasempresas, através de um concurso para o efeito. Rui Pinto confessa que o presidente da Câmara está altamente empenhado neste objetivo, masque tem sido difícil, apesar de o município fornecer o espaço, ações de formação e os mentores. Para já recolheu-se uma boa aceitação das em-presas de logística do concelho face à perspetiva de serem desenhadas soluções para as mesmas pelo futuro acelerador, nomeadamente, a LuísSimões, a Edgar e Prieto, e a Logitech. “Estão completamente disponíveis!”, assevera.

“Tomara muitos doutores serem como o nosso presidente”

Nesta entrevista, Rui Pinto dá a conhecer que Luís de Sousa está completamente empenhado no projeto nos seus diversos níveis, e que temprocurado “absorver e apreender toda a informação possível sobre o tema da inovação e do empreendedorismo”. Luís de Sousa tem sido

acusado de não ter perfil para delinear uma estratégia para o futuro do concelho, e neste âmbito atrair investidores, e fomentar a economia. Algoque Rui Pinto refere que tem de ser desmistificado de imediato – “Tomara muitos doutores serem como o nosso presidente. Passamos muito tempoa discutir todos os nossos projetos para o futuro do concelho, estou constantemente a enviar-lhe artigos. O nosso presidente é impressionante nosentido de querer aprender sempre mais”. Para além deste trabalho, as visitas às empresas multiplicam-se, com regularidade: “Chegamos a estarem cada uma dessas empresas, por vezes, cerca de umas quatro horas a discutir com os empresários os mais variados pontos de vista e a en-contrar pontos de conexão”. “Fico surpreendido quando outros políticos do concelho acusam o nosso presidente de não ter uma linha orientadorapara o desenvolvimento do concelho”. E vai mais longe enfatizando desta maneira: “Deus Santo estamos a por em prática um rumo mas que rumocom os nossos projetos!”. Neste ponto define que a articulação com as escolas e com as empresas tem sido imparável. “O nosso foco estratégicovai muito além de 2017, e sabemos exatamente para onde queremos ir, apesar de algum tradicionalismo que ainda existe em Azambuja. E nomeu caso como não sou do concelho tive de enfrentar de início alguma desconfiança, mas estamos a trabalhar todos na Câmara com este farol,com uma estratégia muito significativa, e com o empenho de pessoas competentíssimas”. No entanto não esconde as adversidades – “Obviamenteque não é de repente que se colhem os frutos!”

Foi apresentado em abril último, e desde então poucose tem sabido do trabalho de Rui Pinto, designadocomo gestor da inovação no concelho de Azambuja.Nesta entrevista assume-se como o braço direito deLuís de Sousa na piscadela de olho às empresas exis-tentes no concelho e não só, embora Rui Pinto con-fesse não ter ambições políticas.

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8 Valor LocalEventos

APoisada do Campino emAzambuja recebe de 27 a

29 de novembro a primeira edi-ção da Aza Aves. Segundo JoséBrás, do Clube Ornitológico deAveiras de Cima, esta iniciativasurge depois de dois testes queforam feitos nos últimos trêsanos com outras iniciativas.José Brás conta que se a suacoletividade chegou a organizarum campeonato nacional, no fi-nal de 2014, em parceria com o

clube de Vialonga e com o clubede Peniche na cidade de TorresVedras, devido à falta de condi-ções no concelho de Azambuja.O certame que vai ter lugar des-ta feita em Azambuja será “bas-tante diferente” dos anteriores,já que os outros tinham comoobjetivo a comercialização dasaves e neste “o ponto forte seráa competição entre os criadoresque constroem a exposição”.Quanto às aves em exposição a

organização garante a mostrade “psitacídeos, exóticos, e ca-nários, estes últimos emmaior número, e diver-sidade de classesdentro das dife-rentes raças”.Ao todo esta-rão presen-tes cercade 60 a 70criadores

com mais de 800 aves em expo-sição, número esse que não

pode aumentardevido à limita-

ção de es-paço, que

emboraseja o

ideal, não comporta mais expo-sitores. Segundo José Brás “osexpositores são oriundos de vá-rias zonas do país sendo que játemos contatos a sul, do Algar-ve, de Santiago do Cacém, e dodistrito de Setúbal. A Norte te-mos contatos de Coimbra e deoutras regiões próximas”.Este tipo de iniciativas que mo-vimentam muitos amantes des-tes certames, é complexo noque toca à sua organização. Por

isso José Brás diz que tal é pos-sível também graças “ao amoràs aves, que ao contrário doque muitos dizem não as priva-mos de liberdade”. “Ao argu-mentarem que as deveríamosdeixar estar na natureza, talveznão saibam que se assim fosserapidamente desapareciam doseu habitat natural, pois só têmcondições para se desenvolve-rem quando criadas em cativei-ro”.

De 27 a 29 de novembro

Mais de 800 aves em Azambujana primeira Aza Aves

OCentro Nacional de Exposi-ções, em Santarém, vai ser

palco da quarta edição do Con-curso Nacional do Bolo Rei Tra-dicional Português, evento que oCNEMA realiza em conjunto coma Qualifica - Associação Nacio-nal de Municípios e de Produto-res para a Valorização e Qualifi-cação dos Produtos TradicionaisPortugueses. A iniciativa decorrea três de dezembro e promete“fazer crescer água na boca” aosapreciadores desta iguaria de

natal.De acordo com o CNEMA, estainiciativa visa “motivar os produ-tores no sentido de continuarema respeitar os modos de produ-ção, as receitas e o uso dos in-gredientes genuínos, que permi-tem manter a qualidade, a tipici-dade e a diferença dos doces deNatal tradicionais”.Para além disso, é objetivo destaorganização “divulgar os genuí-nos bolos reis tradicionais portu-gueses bem como outros doces

tradicionais e típicos da épocado Natal, e possibilitar ainda avalorização de outros bolos oudoces, tradicionais ou de basetradicional resultante da utiliza-ção de matérias-primas locais ounacionais e que possam ser as-sociados à época de Natal”.Este é um concurso que estáaberto a todos os produtores debolo rei ou outros bolos e docesde Natal, desde que beneficiemdo uso da marca coletiva de as-sociação ÉQUALIFICADO, ou

que demonstrem que o seu pro-duto continua a seguir o modode fabrico tradicional.Recorde-se que na edição de2014, a “Padaria e PastelariaFlor de Aveiro” (Aveiro) venceu amedalha de ouro na categoria“Bolo Rei” enquanto a “Pousadi-nha” de Cacilda Amaral CraveiroCorreia” (Tentúgal – Coimbra) ea “Briosa do Mondego” (Coim-bra) conquistaram ex-aequo amedalha de prata na categoria“Bolo Rainha”.

Santarém: Bolo Rei “Reina” a 3 de dezembro no CNEMA

Oconcelho de Azambuja rece-be de 1 a 8 de dezembro a

4ª edição da semana gastronó-mica “A Gula”. Aderiram à inicia-tiva do município 13 restaurantesdos vários pontos do concelho,que terão ainda de proceder àapresentação nas respetivasementas dos vinhos do municí-pio, sendo qua cada um delespoderá destacar as suas espe-cialidades.Segundo o vereador com o pe-

louro da turismo, António Amaralas expetativas para a edição de2015 são altas, isto apesar domomento económico vivido nopaís. O vereador sustenta que ofacto de os restaurantes teremde introduzir vinhos do concelhonas suas ementas, constitui-secomo “um passo importante paraque estes sejam também promo-vidos, embora saliente que taltem sido uma obrigatoriedadedesde que o certame existe.”

António Amaral salienta que onúmero de participantes é signi-ficativo até porque “alguns res-taurantes são propriedade fami-liar e isso torna mais difícil a suaparticipação no evento”.O vereador salienta também aimportância da inovação gastro-nómica deste certame, ao referirque o município não impõe qual-quer tipo de prato obrigatório: “ Oobjetivo é que os restaurantesponham à prova a sua criativida-

de” sustentou.Esta é uma boa forma de “fo-mentar o que o concelho deAzambuja tem de melhor” refereAntónio Amaral que destaca opapel do setor do turismo nestacampanha que decorre pelaquarta vez consecutiva. Para overeador, esta acão é tambémimportante no destaque aos vi-nhos do município ”que tem mui-tos e bons exemplos, e já comprémios internacionais”.

A Gula está de regresso a Azambuja

OCentro Nacional de Exposi-ções recebe entre os dias 3

e 5 de dezembro, mais uma edi-ção da Avisan – Exposição deAves e Animais de Companhia.Ao todo serão três dias, onde osvisitantes poderão apreciar vá-rias exibições de répteis quecontarão com diversos exempla-

res como cobras, iguanas, ta-rântulas, entre outros. “Esta ex-posição tem como objetivo mos-trar ao público em geral que es-tas espécies são autênticos ani-mais de companhia” refere umanota do CNEMA.O certame é considerado ummarco para os profissionais do

setor, que trabalham neste mer-cado, assim como, para todosaqueles que se interessam poranimais. A qualidade, variedadee singularidade dos produtosapresentados na Avisan é umareferência para os visitantesoriundos de diversas zonas dopaís e para os próprios agentes

que exercem atividade nesteramo.Ao longo de três dias os milha-res de aves de pequeno e gran-de porte, os répteis, os cães egatos de diversas raças, os pei-xes de várias espécies e outrosanimais de companhia serãomotivos de atração. A Avisan

contará também com a presen-ça de criadores nacionais e in-ternacionais e com uma progra-mação variada.Destaque ainda para a 22ª Ex-posição Canina Nacional deSantarém e a 16ª Exposição Ca-nina Internacional de Santa-rém e para a 5ª Exposição Inter-

nacional de Gatos de Santarémque decorrem em paralelo du-rante a edição da Avisan. Nestaexposição estarão presentescerca de 180 exemplares vindosde diversos países como Portu-gal, Espanha, França e Itália –cerca de 40% dos expositoressão estrangeiros.

Avisan de 3 a 5 de dezembro no CNEMA

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9Valor Local Negócios com Valor

Há mais de trinta anos no mer-cado, a oficina de Luís Açuce-

na em Aveiras de Cima, continuaa ser sinónimo de simpatia e efi-ciência. Luís Açucena, o homemque dá nome à casa, em conversacom o Negócios com Valor, explicaque a oficina esteve para ser umcentro de inspeções auto.Numa altura em que começavamas inspeções periódicas obrigató-rias em Portugal, este parecia umbom negócio, mas o facto de o Es-tado através da antiga DireçãoGeral de Viação cobrar cinco porcento de cada inspeção, fez comque Luis Açucena recuasse nessesetor.Açucena salienta que, na altura, oinvestimento foi considerável e porisso entendia que o Estado tinhaobrigação de ajudar, o que nãoacontecia. E por isso não prosse-guiu.Na altura e já com o investimentoe decorrer, Açucena “virou a agu-

lha” e decidiu apostar numa oficinaque ainda hoje mantém a par deum centro de pré-inspeção. LuísAçucena refere que, ainda, tem al-gumas máquinas de diagnósticoque foram adquiridas aquando daconstrução da oficina. São máqui-nas caras mas que se encontram,agora, obsoletas, já que necessi-tam de atualização de um determi-nado software. Por outro lado reconhece que amecânica também evoluíu. “Dan-tes havia muito trabalho manual,rodávamos válvulas à mão, porexemplo”, explica o mecânico, ehoje com as novas tecnologias “osmecânicos deixaram de existir,agora temos montadores de pe-ças”, desabafa.A oficina que ainda hoje é conhe-cida por ter um velho Renault 5verde num pilar, tem agora novasvalências. Para além de manter aparte respeitante à reparação au-tomóvel, possui outra dedicada

aos reboques.Ora, segundo Luis Açucena, estatem sido também uma mais-valiana sua firma. O único senão pren-de-se com o facto de poder serchamado a qualquer hora do diaou da noite para fazer um determi-nado serviço, que às vezes o levapara muitos quilómetros longe decasa. “Por vezes surgem-nos ser-viços de noite que não compen-sam levantarmo-nos da cama,mas também não os posso ne-gar”.Para o mecânico, o facto de se-rem as companhias de seguros afazerem os preços, tal acaba porcondicionar o negócio, ao pontode empresas com mais enverga-dura financeira “baixarem os pre-ços quase ao limite, e consegui-rem, por exemplo, apenas comum transporte levar cinco ou seiscarros para o Porto, o que sai tam-bém muito mais barato à compa-nhia”.

Mas mesmo com um horário aper-tado, há uma paixão que não podeficar sem entrega. Luis Açucenaque tem a rádio como companhia,tendo sido um dos fundadores daRádio Voz do Concelho de Aveiras

de Cima, apresenta todos os do-mingos um programa de músicaportuguesa na Rádio Ribatejo. Écomo se fosse o escape de umasemana inteira de trabalho, comdias melhores e piores e explica

que chegou a ter convites para fa-zer da rádio a sua profissão princi-pal. Hoje e olhando para trás as-sume que não está arrependidodo caminho, mas se não tivessesido mecânico, teria sido locutor.

Oficina de Luis Açucena

“Hoje não temos mecânicosmas montadores de peças”

Já lá vão quase 40 anos des-de que José Fernandes Pe-

reira se estabeleceu em Vale doParaíso com a sua oficina debate-chapas e de pintura. AoNegócios com Valor, FernandesPereira vinca que a empresasurgiu numa altura em que per-cebeu que conseguia viver donegócio. Antes, trabalhava naMC Graça no Carregado, e aosfins-de-semana “fazia uns bis-cates aqui nesta casa que erado meu sogro”.Contudo a palavra foi-se espa-lhando, e em pouco tempo JoséFernandes Pereira que se dizapaixonado pelo que faz, foi ga-nhando clientes, e conseguiudeixar a empresa onde traba-lhava, estabelecendo-se porconta própria.Ao Negócios com Valor, vincaque numa primeira fase arran-cou com a oficina de bate-cha-pas, e mais tarde quando aca-bou a adega que estava no

mesmo edifício, adquiriu umaestufa de pintura, garantindodesta forma mais um serviçoaos clientes.Ao longo dos anos, José Fer-nandes Pereira foi consolidandoo negócio, levando a que sejaprocurado por muitos clientesdo concelho de Azambuja, mastambém de fora.Sobre o negócio refere a impor-tância de dar ao cliente o me-lhor serviço. Reforça que jáhouve alturas em que não pen-sava em investir, mas “depoisaparece um outro cliente a pedirdeterminado serviço, e nessasalturas adquiro mais uma ou ou-tra ferramenta”. Nomeadamen-te, e nos últimos tempos adqui-riu uma máquina que tira asmossas das portas sem ter deas desforrar.Tal permite, segundo José Fer-nandes Pereira, poupar tempo edinheiro ao cliente e prestar umserviço de maior qualidade. O

responsável destaca que umdos sucessos da empresa pas-sa por estar atualizada, e issofaz com que “seja competitivano mercado onde estamos”.Ainda assim e com muitas ferra-mentas elétricas a ajudar, JoséFernandes Pereira consideraque ser bate-chapas é umaarte. O facto de conseguir fazeruma peça para um carro a partirde uma simples folha de chapa“é algo que não é para todos.Dá trabalho, mas depois de fei-todá-me gosto ver como fica nocarro” refere.Por outro lado, salienta queessa “arte” só é possível muitasvezes com trabalho de equipa.A recuperação de alguns clássi-cos é também uma arte, algoque leva a cabo com frequên-cia. Aliás José Fernandes Perei-ra lembra a recuperação de umFord dos anos trinta “que pos-suía uma estrutura em madeiraque precisava de ser substituí-

da”. Neste caso valeu a inter-venção de um carpinteiro queajudou a recuperar esta viatura.Quanto aos automóveis de hoje,fabricados com maior compo-nente eletrónica, são tambémmais seguros. As barras de fer-

ro deram lugar a barras com ou-tros materiais “que impedem, nocaso de um choque frontal, umapancada seca, e os airbags, naminha opinião, evitam, por suavez, acidentes mais graves”.José Fernandes Pereira salienta

também que para além de bate-chapa e de pintura, a sua ofici-na dedica-se a outros pequenosserviços, como a manutençãodas viaturas, nomeadamente aonível do óleo ou de pastilhas detravão.

Oficina José Fernandes Pereiracontinua a apostar na inovação

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10 Valor LocalNegócios com Valor

Saúde à Esquina com cada vez maissoluções na área da saúde e do bem-estar“Saúde à Esquina”, em Mari-

nhais, tem vindo a afirmar-se como um conceito de saúde ebem - estar cada vez mais conhe-cido no concelho de Salvaterra deMagos. Tudo começou, em 2006,com a implantação de uma para-farmácia, que depressa passou acontar com outras valências naárea das massagens, terapias,medicinas alternativas, atividadesfísicas e de dança. O leque é di-versificado e tem conseguido cap-tar clientes não apenas de Mari-nhais, mas de outras localidadesdo concelho.Sandra Veiga, responsável peloespaço, em conjunto com outrasduas sócias, Helena Neves e Isa-bel Neves, refere que a sua op-ção inicial por uma parafarmáciase veio a revelar como a maisacertada, pois havia falta de umespaço deste tipo na vila. “Foi umdesafio. Mudei-me de Lisboa paracá, enraizei-me, e gerir esta casatem sido uma aventura”, confes-sa. Tornou-se na primeira parafar-mácia do concelho, numa alturaem que o conceito ainda não eramuito conhecido. “A adesão foimuito boa”, relembra. (A loja si-tua-se na Rua do Cartaxeiro em

frente à GNR local.)“O nosso objetivo passa semprepor tentarmos inovar, e trazer oque é novidade para a terra. Tra-balhamos com diversas marcas,e se o cliente nos pede determi-nado produto conseguimos satis-fazer esse pedido, regra geral, deum dia para o outro”. A parafar-mácia é muito procurada no quese refere à sua gama de produtosnaturais, e com nova a moda doscofrets, estes acabam por ser asnovas “caixas de bombons” deantigamente. Um kit de banhomais sofisticado que nunca deixaficar mal quando se quer oferecerum presente bonito e útil parauma ocasião especial, aniversá-rios, Natal.Quatro anos depois de inaugurara parafarmácia, as instalações donegócio aumentaram com a aber-tura ao público de um diverso le-que de serviços e de ofertas. En-tre as diferentes atividades quesão proporcionadas, destaquepara o Pilates, Yoga, dança doventre, aeróbica, ballet infantil,preparação para o parto. Desta-que ainda para as aulas de ativi-dade física para seniores, como“forma de garantia de uma ocupa-

ção saudável, e de uma oportuni-dade de sociabilizarem também”.“Por outro lado, muitas destas ati-vidades são cada vez mais acon-selhadas pelos médicos como oPilates ou o Yoga a nível de ne-

cessidades de correção postural,lombalgias, por exemplo”, acres-centa.“Saúde à Esquina” dá ainda umespecial destaque às terapias:psicologia, nutrição e dietética,

acupunctura, terapia quântica, os-teopatia, naturopatia, terapia sa-cro-craniana. Há um particular en-foque nas diferentes disciplinasque procuram colocar um acentotónico na conexão entre o corpo e

o espírito com as muito em vogaatividades terapêuticas de reiki;biorgonomia; hipnose clínica; te-rapia e massagem de som (taçase tibetanas); leitura de aura; leitu-ra de energia feminina; terapiaenelph; reflexologia. O espaçopromove ainda aulas de reiki.Mas também os tratamentos debeleza estão em evidência, desdelimpezas de pele, tratamentos decorpo (envolvimentos corporais, edrenagem linfática manual), esfo-liação, radiofrequência, cavitação,e pressoterapia.“A relação de confiança que con-seguimos estabelecer com ocliente com a parafarmácia foi im-portante no sentido de conseguircativá-lo para os novos serviçosdo nosso conceito”. Outra dasideias inerentes ao projeto é a deproporcionar as diferentes ativida-des a pequenos grupos de cadavez “no sentido do reforço dos la-ços”.Uma oferta multifacetada, abar-cando as variadas componentesda saúde e do bem-estar, de for-ma exigente, e com total dedica-ção ao cliente é o lema de “Saúdeà Esquina”, de acordo com San-dra Veiga.

Mónica Rodrigues e Sandra Veiga dão as boas vindas ao cliente

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11Valor Local Ambiente

Aterro da Queijeira: O mistériodo suposto envelope vazioAdocumentação respeitante à

revogação da declaração deinteresse municipal relativa àconstrução de um aterro na Quin-ta da Queijeira e o seu envio ounão para os organismos governa-mentais que tutelam estas ques-tões, nomeadamente, a AgênciaPortuguesa do Ambiente e a Co-missão de Coordenação da Re-gião de Lisboa e Vale do Tejo(CCDR) voltou a marcar a últimareunião do executivo de Azambu-ja.Recorde-se que a três de janeirode 2014, a Assembleia Municipalaprovou a revogação, o que naprática dava trunfos junto das ins-tâncias superiores para fazer pa-rar as intenções de construçãode um aterro de resíduos não pe-rigosos às portas da sede deconcelho. Luís de Sousa susten-ta que toda a informação foi en-viada em conformidade e com to-dos os registos a nível dos CTTpara a CCDR no dia 14 de janei-ro de 2014. Em assembleia mu-nicipal, realizada no mês de se-tembro deste ano, o presidentedaquele órgão, António José deMatos face a uma questão do de-putado Manuel Couceiro, tam-

bém confirmou esse envio.Contudo, a Coligação Pelo Futu-ro da Nossa Terra, refere que noscontactos que manteve com aCCDR foi adiantado que não ha-via registos de receção de cor-respondência referente ao assun-to proveniente do município deAzambuja, e como tal “é de seequacionar se se coloca estetema na alçada da Polícia Judi-ciária, sendo que se o fizermosinformaremos a Câmara de ime-diato”, referiu Jorge Lopes, ve-reador da coligação. O presiden-te da autarquia refere que já en-trou em contacto com o respon-sável do organismo governamen-tal, e em declarações ao ValorLocal, sustenta que aguarda poruma informação escrita do mes-mo a referir que a informação seencontra do lado de lá, tal e qualcomo defendem os autarcas damaioria socialista de Azambuja.“O senhor presidente da CCDRinformou-nos, de uma forma mui-to indignada, que se tivesse che-gado lá, porventura, um envelopeda Câmara sem nada lá dentro(como tem sido aventado) teriamde imediato contactado o municí-pio”. Luís de Sousa informa que

a documentação não seguiu paraa APA, porque esta entidadeaconselhou apenas o envio paraa Comissão de Coordenação Re-gional de Lisboa e Vale do Tejo.“O responsável da CCDR disseter completa confiança nos seusfuncionários e que a correspon-dência é devidamente tratada eencaminhada para os diferentessetores”.Ainda em declarações ao nosso

jornal, Luís de Sousa reiterou oque lhe tem sido dito nos bastido-res das instâncias governamen-tais - “A revogação da declaraçãojá não ia a tempo de travar o pro-cesso”. A informação descrita acima quefoi primeiramente publicada nanossa edição online, foi alvo deescrutínio na última reunião deCâmara. O vereador Jorge Lo-pes, da Coligação pelo Futuro daNossa Terra, não contente comas afirmações que o presidenteda Câmara deu ao nosso jornalinterrogou Luís de Sousa da ve-racidade das declarações, ques-tionando mesmo o rigor da notí-cia. Luís de Sousa mostrou-se in-comodado com a afirmação dovereador, no entanto, admitiu averacidade das mesmas. As de-

clarações do presidente da Câ-mara foram obtidas numa entre-vista estando por isso gravadascom duplo consentimento.

Presidente da Câmara negaboato de que Queijeira

vai ser o novo Mato da Cruz

A nossa redação ficou a saberque circula a aparente informa-ção de que com o fecho do aterrosanitário de Mato da Cruz, noconcelho de Vila Franca de Xira,que comporta um risco ambientalsuperior, Azambuja e o novo ater-ro poderão ficar a servir aquelefim. Esta possibilidade é negadapor Luís de Sousa, que conta querecentemente esteve no aterroda Resilei, em Leiria, que funcio-na nos mesmos moldes do que

aquele que é proposto para aQuinta da Queijeira. O presidenteda Câmara constatou in loco obom funcionamento da estrutura,“com árvores plantadas junto aoaterro”, à semelhança do que oconsórcio Suma pretende fazerno concelho de Azambuja. O Va-lor Local contactou a associaçãoambientalista Oikos Leiria, quenos assegurou não existiremcheiros provenientes do aterro daResilei, “no entanto, como temcomo vizinho o aterro sanitário daValorlis, é normal a existência demaus cheiros naquela área, masposso assegurar que o que seassemelha ao que Azambuja vaiter não constitui foco de preocu-pação até à data”, refere MárioOliveira da Oikos. “Nunca noschegaram queixas”.

Esteiro de Azambujade cara lavadaAlimpeza do esteiro de Azam-

buja custou aos cofres do mu-nicípio cerca de cinco mil euros.De acordo com o vice-presidenteda Câmara, Silvino Lúcio, ao Va-lor Local, esta ação traduziu-seuma iniciativa da autarquia, queentre outros, teve o objetivo de“destapar” o esteiro que estavatotalmente coberto por “jacintos”,e que já há vários anos reclamavapor uma intervenção.Segundo o vice-presidente, estainiciativa servirá para aferir do es-tado das margens e da necessi-dade de uma intervenção maisprofunda, que só terá lugar depoisde aprovado o orçamento munici-

pal para 2016.Ao Valor Local, Silvino Lúcio la-menta o estado a que o esteirochegou e salienta mesmo que estaação só foi possível graças a umaautorização da Agência Portugue-sa do Ambiente (APA) que acaboupor permitir uma ação que de outraforma estaria vedada ao município,já que o esteiro é da estrita respon-sabilidade da Administração daRegião Hidrográfica Tejo (ARH) O vice-presidente que não se quisalongar em detalhes, destacouque o objetivo é criar um “espelhode água” para devolver aquelebraço da Vala Real a Azambuja,que noutros tempos foi bastante

importante para a população.Esse é um projeto que contariacom uma candidatura aos fundoscomunitários que se encontra empreparação. O espelho de águanão só é importante para os pes-cadores, como para a restantecomunidade, já que o esteiro foiem tempos um canal de acessodos barcos ao antigo Armazémdo Sal.O autarca refere ainda que o mu-nicípio tem também planos para oPalácio das Obras Novas, no-meadamente, no que toca.à Ave-nida das Palmeiras O local anseiahá mais de um ano por uma lim-peza.

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12 Valor LocalDestaque

¢ Sílvia Agostinho¢ Miguel A. Rodrigues

Pelo segundo ano consecutivo,e com um orçamento de 500

mil euros (mais 200 mil euros doque em 2014), o concelho deAlenquer adota o Orçamento Par-ticipativo. Segundo o vereadorque coordena este instrumento nomunicípio, Paulo Franco, o OP éuma forma de se contatar mais deperto com a população, sobretu-do, com a que se encontra maisisolada, saber das suas opiniões,necessidades, e desse modo pro-mover a inclusão. “Nas sessõespúblicas, ouço as pessoas co-mentarem quão bom é terem apa-recido para manifestarem a suaopinião. Algumas chegam a dizer– ‘Ainda bem que não fiquei emcasa a ver a telenovela’”, dá comoexemplo, acrescentando que na-quelas alturas se sente “reconfor-tado”. No primeiro ano do OP,2014, 5,3 por cento da populaçãovotou nas propostas, (2400 pes-soas), o que Paulo Franco consi-dera “como muito positivo”. Mas aedição deste ano, já superou a de2014. No dia da entrevista comPaulo Franco, quase duas sema-nas antes do fecho da votação ede serem conhecidos os vencedo-

res da edição 2015, já três milpessoas tinham votado.No concelho de Alenquer, a apli-cação do Orçamento Participati-vo, obedece ao formalismo dassessões púbicas promovidas nasvárias freguesias do concelho, deonde podem sair uma ou maispropostas por freguesia, mas an-

tes das sessões, a populaçãotambém pode propor online, atra-vés de um registo na plataformacriada para o efeito. Para garantirque cada indivíduo não vota maisdo que uma vez, o controle é feitoatravés do algoritmo associado aonúmero de contribuinte, e ao algo-ritmo referente ao cartão do cida-

dão. As três mais pontuadas me-ramente por via online, passarãoà fase seguinte, em conjunto comas restantes resultantes das ses-sões públicas. Este ano chega-ram a estar 35 propostas em aná-lise técnica, até ao número finalde 26. Uma equipa de back-officecomposta por funcionários da Câ-

mara valida todos os registos ma-nualmente.Paulo Franco acredita que o mé-todo de votação encontrado é omais eficaz. Neste da Câmara deAlenquer, podem votar tambémpessoas de fora do concelho. Oautarca tenta desmistificar o fenó-meno das claques que surgemcom os OP’s: “Imagine que eraseu amigo, vivia no Porto, e incen-tivava-me a votar no seu projeto,mas como o OP obriga a votar ob-rigatoriamente em dois, poderia fi-car a conhecer os restantes, e as-sim votaria noutro no qual, por-ventura, simpatizasse mais, porexemplo. Claro que também po-dia votar ao acaso, mas isso sóevidencia que não se pode quererum sistema perfeito de votação”.O mais importante “é criar um sis-tema fiável, e penso que tambémé importante que os naturais doconcelho, por exemplo, possamvotar, apesar de já não residiremcá”.A Câmara pretende continuar afortalecer este instrumento, e noano de 2016, será lançado o Or-çamento Participativo Jovem,“que se constituirá como mais umpasso em frente para reforçar onosso espírito de cidadania”. Esta

ideia terá uma verba adstrita, e in-dependente do OP mais antigo.

Oposição na Câmara comreservas à forma comoo OP tem sido aplicado

O vereador eleito pela CDU, Car-los Areal, diz-se favorável à utili-zação do Orçamento Participati-vo, mas salienta a necessidadede ser melhor publicitado. Por ou-tro lado, é da opinião de que “fariamais sentido só arrancar com asobras do segundo OP, quando asdo primeiro estivessem totalmenteconcluídas”, como é o caso de al-guns dos projetos vencedores de2014. De entre esses que aindanão viram a sua conclusão no ter-reno, cujo calendário foi adiado,está o centro de treino de atletis-mo de Alenquer, obra propostapelo professor José Santos, orça-da em 56 mil 300 euros, tendosido a segunda mais votada doano passado, com 352 votos.Paulo Franco explica o que temvindo a atrasar o processo. “Foinos pedido entretanto um colchãopara o salto em altura, e uma cai-xa de areia para o salto em com-primento, a juntar à pista de atle-tismo, e tivemos de fazer ajustes

Orçamentos Participativos:Imprescindíveis ou não?

Os Orçamentos Participativos ainda são um instrumento pouco conhecido. Na região vieram para ficar nosconcelhos onde são levados a efeito, ou ainda persistem algumas dúvidas sobre a sua eficácia? Até que ponto,as obras concretizadas correspondem exatamente às carências da população é o que também tentamos des-cortinar, bem como da eficiência dos critérios que levam à escolha dos vencedores e as polémicas das votaçõesassociadas. Arruda dos Vinhos, Alenquer e Vila Franca de Xira são para já os únicos a dizerem sim ao OP.

Azambuja só terá no próximoano um orçamento participati-

vo. Segundo o presidente da Câ-mara, Luís de Sousa, este ano,apenas, foi possível incluir algumaspropostas da oposição e das juntasde freguesia na planificação anual,mas para 2016, o autarca garantejá estar a trabalhar no efetivar doinstrumento no concelho.Luis de Sousa sustenta que o regu-lamento está em fase de elabora-ção e vinca que no próximo ano, àsemelhança de outros municípios,também a Câmara de Azambujagerirá todo o processo e as diferen-tes fases no terreno.Depois de ter deixado no ar a ideiade que ia levar a efeito o OP aindaeste ano, Luís de Sousa, para con-tornar a situação optou por pedirsugestões à oposição e juntas defreguesia de modo a garantir parajá uma espécie de Orçamento Par-ticipativo. Luís de Sousa refereque vai incluir o custeamento dosmanuais escolares de Português ede Matemática para os alunos do1º ciclo do concelho sugerido pela

Coligação pelo Futuro da NossaTerra (CPFNT). Por outro lado tam-bém garante a limpeza da Praia doTejo, desde que haja aval para issopor parte do Estado, assim comoproceder ao corte de vegetação elimpeza de caminhos, e atenderainda às obras nas escolas deAveiras tendo em conta o pré-es-colar, conforme foi pedido pelaCDU.O presidente da Câmara, ao ValorLocal, faz questão de se mostrar“magoado” com a coligação depoisde aquela força política “ter ataca-do” o autarca, acusando-o de “nãoter uma estratégia para o conce-lho”, na altura da votação do orça-mento; e quando minutos antes opresidente aceitara de “bom grado”as propostas da CPFNT, nomea-damente, a compra dos manuaisescolares que vai “exigir um espe-cial esforço da Câmara”.No que toca às propostas elenca-das pelas juntas de freguesia doconcelho de Azambuja, o autarcaaponta para a construção de umacasa mortuária para Vila Nova de

São Pedro; um coreto para Alcoen-tre; a recuperação de parques in-fantis em Aveiras de Baixo; a subs-tituição do telhado no mercado deAveiras de Cima; a construção deuma ciclovia em Azambuja, e a re-paração dos acessos ao cemitériode Vale do Paraíso.

Oposição acusa Câmarade ter pouca vontade de

aplicar o OP e de fazer obra

No périplo pela oposição concelhia,ouvimos António Jorge Lopes, ve-reador da CPFT, para quem os or-çamentos participativos são impor-tantes, na medida em que podemreforçar a “ democracia e aumentara transparência por parte dos deci-sores políticos”. Mas lembra queestes instrumentos “não podem sermanipulados ou transformar-senuma corrente de transmissão porparte de quem comanda a Câma-ra, sob pena de só serem conside-rados os projetos que interessamao poder instalado”.Por outro lado o vereador destaca

que não existiu vontade política doexecutivo socialista para colocarem prática o OP no ano passado.A mesma proposta deveria ter sidolevada a cabo no decorrer desteano. António Jorge Lopes salientapor isso que “desde 2009 que aspessoas do concelho de Azambujapoderiam ter participado no orça-mento participativo. Quem aindamanda, nunca quis essa participa-ção. Não estranhamos por issoeste adiamento para o ano quevem”.Quanto à abertura do executivo so-cialista às propostas das juntas eoposição, António Jorge Lopes sa-lienta que é uma obrigação legal“perguntar aos vereadores da opo-sição que propostas têm para o or-çamento municipal”; mas refereque tal só aconteceu “depois demuito barulho nosso quer no anopassado quer este ano” e lembra aexistência de uma reunião “que foiuma espécie de recolha de opi-niões sobre o orçamento, que seiniciou com o presidente da Câma-ra a dizer - o orçamento é este e

não pode ser mexido”. Já quanto à CDU, David Mendesrefere que ainda não tem uma ideiatotalmente formada. O vereadorcomunista destaca que em primei-ro lugar a CDU gostava de ouvir asjuntas de freguesia, mas alerta queos Orçamentos Participativos de-verão ser integrados “numa políticageral do município”.O vereador defende por exemploOP’s com três níveis. Um mais bai-xo para obras até cinco mil euros.Seguido por outro, no qual asobras são elencadas pelas juntas ecolocadas à votação pelos respeti-vos fregueses; e um terceiro nível,onde as propostas seriam coloca-das à votação a todos os muníci-pes do concelho, para por exem-plo, serviços públicos, e coletivos.Todavia para David Mendes “esta-mos no primeiro nível e não estoua ver a câmara de Azambuja pas-sar para o terceiro”.O vereador salienta que nesta altu-ra a CDU ainda não tomou qual-quer posição sobre o OP, mas re-fere que ainda assim “é uma medi-

da positiva”.Já quanto ao atraso de um ano nacolocação do OP em funcionamen-to, David Mendes considera esse“um alívio para o presidente”, e vaimais além na crítica: “Não sei sereparou mas o presidente da Câ-mara pouca coisa quer discutir erespalda-se sempre na falta de or-çamento”.Para o vereador a situação podiaresolver-se facilmente: “Uma obrade cinco mil euros não precisa degrande orçamento. Bastava pouparem meia dúzia de coisas. Sei lá,um pouco na Rainha das Vindi-mas, um pouco aqui e um poucoacolá, e facilmente arranja cerca devinte mil euros para um OrçamentoParticipativo para pequenas obras”.Ora quanto às obras elencadaspela CDU, David Mendes apresen-tou em reunião de câmara um con-junto de propostas que ultrapassa-riam o milhão e meio de euros. AoValor Local, o vereador esclareceque muitas das propostas “têmbarbas e todas possuem acessoao financiamento”.

Azambuja estreia-se no OP para o ano que vem

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13Valor Local Destaqueno orçamento destinado a estaobra que não pode resvalar paraalém dos 56 mil 300 euros que lheestão adstritos”. Para se conse-guir arranjar um ponto de equilí-brio, a pista inicialmente progra-mada para ter seis filas, acabarápor ter apenas quatro, “mas tudoisto tem sido feito em diálogo comos proponentes até se chegar aum consenso”. Até setembro de2016, a obra deverá ser concluí-da.O vereador do PSD, Nuno Coe-lho, que diz defender desde 2005o OP assume-se contudo comoum crítico da forma como as coi-sas se estão a desenrolar no con-celho desde a sua implementa-ção. O autarca diz que o atualexecutivo tem fornecido escassainformação aos restantes eleitos“sobre o andamento de todos osprocessos e respetivos custos,nomeadamente, as obras realiza-das ou que estão em andamento,o que é de lamentar”. Nuno Coe-lho diz que já pediu dados por di-versas ocasiões. “Há pouca aber-tura, transparência, e não aceitoque me remetam para o site doOP”, conclui. Por outro lado, cons-tata que a Câmara não deveriaandar sempre a mudar o regula-mento em função do orçamentopara o OP, quando deveria estarprevisto no próprio orçamento mu-nicipal. Outro aspeto é sublinhado– “A Câmara deve pagar a obrafeita no ano da sua realização,para que o OP não seja mais um

fator a contribuir para o aumentoda dívida, segundo aquelas quesão regras da boa gestão”.Sublinha ainda que “já aparece-ram projetos muito interessantes”,mas que há aspetos que devemser melhorados, com a eliminaçãode ideias que “são da competên-cia direta da autarquia”; que de-vem ser levadas a cabo pela mes-ma, sem a necessidade de seremsugeridas pelos munícipes, e nes-te caso salienta as propostas deconstrução de bermas; arranjosde caminhos; alcatroamentos deestradas, entre outros. “Faz senti-do colocar no OP um estudo docanhão cársico da Ota, ou proje-

tos que extravasem determinadafreguesia, e o regulamento dizisso mesmo”. Paulo Franco con-trapõe – “Isso são critérios subje-tivos, porque tudo é competênciadireta da Câmara. O municípiotem obrigação simultaneamentede arranjar estradas como de pro-mover a Cultura, e com isso já tercriado, por exemplo, o Museu doCírio em Olhalvo, ou um espaçode convívio em Vila Verde dosFrancos”.“Pena tenho que os dois vereado-res do PSD tenham votado contrao Orçamento Participativo, e ago-ra tenham esse tipo de atitudedesconstrutiva”, conclui.

Ponto situação dos projetos vencedores

Foram sete os projetos vencedores em 2014. Recentemente foi inaugurada a Sala Snoezelen no CentroEscolar das Paredes, orçada em 15 mil euros. Ainda este mês terá lugar a inauguração do projeto que

venceu o OP 2014, os dois parques infantis de Santana da Carnota, com um custo de 57 mil 526 euros. Se-gue-se até finais de 2015 ou janeiro de 2016, a inauguração do espaço de convívio e apoio a idosos na antigaescola básica da Azedia, Ribafria, com um custo de 59 mil 973 euros. Quanto ao projeto de caracterizaçãoe plano de ação do Canhão Cársico da Ota (45 mil euros), “está em curso, já com resultados, e deverá ter-minar em 2016”.“Do Montejunto ao Tejo”, projeto que consiste na criação de uma rede de percursos pedestres, escolhido

por 333 pessoas, “está, neste momento, na sua fase de georreferenciação”. No segundo trimestre do anoque vem, “deveremos estar a inaugurar os vários caminhos, 11 no total”. Este projeto teve a íntima colabo-ração das juntas de freguesia, profundas conhecedoras do terreno e daqueles caminhos. “Pessoas que asjuntas indicaram também deram indicações sobre os caminhos, é um trabalho que tem levado o seu tempo”.“Acredito bastante neste projeto, que pode vir a ser muito importante. Imagine o quão interessante será apossibilidade de termos pessoas mais idosas, e a viverem mais isoladas, a conviverem de perto com os tu-ristas que vão andar por esses caminhos, fortalecendo, assim, o espírito de comunidade”.Por último, o projeto do espaço coberto na escola básica de Canados, no valor de 57 mil 526 euros, tambémsó deverá estar ao dispor da população em 2016, “porque tivemos de fazer um estudo sobre a plataformaque vai servir o telheiro. Vai entrar, agora, em contratação pública”.

Centro de Convívio para idosos em VilaVerde dos Francos mobilizou população

Foram muitos os que compareceram na sessão do OP deste ano em Vila Verde dos Francos. A comuni-dade local está fortemente empenhada em ver o seu projeto como um dos vencedores do Orçamento

Participativo – Centro de Convívio para Idosos e Portadores de Deficiência. Henrique Félix, proponente, con-firma a “lacuna” que se sente na freguesia. Regra geral, os mais idosos recorrem a um centro de dia no con-celho do Cadaval. A ideia é reabilitar a antiga escola primária e com isso proporcionar um espaço na localidadepara aquela camada da população.No total, a criação deste centro de dia rondaria os 90 mil euros a nível da infraestrutura em si, exceto mobi-liário. O próprio espaço envolvente “também oferece condições interessantes com a perspetiva de se evoluirpara algo mais”. Numa fase inicial, o centro estará capacitado para receber cerca de 60 idosos da freguesia.O espírito de levar este projeto a bom porto conheceu ao longo do processo uma “forte campanha de porta-a-porta; de dar a conhecer, e de sensibilizar as pessoas, no fundo”. Tendo em conta que o projeto se direcionapara os mais velhos, e a necessidade de colocar os futuros utentes a votarem sublinha “a importância fun-damental da carrinha da Câmara que veio até cá e possibilitou o voto dessa maneira, já que aquelas pessoasnão estão familiarizadas com a votação online”. “Sei que a adesão foi muito boa. Para nós este equipamentoseria de uma valia enorme para a população”.

Centro de Treino de Atletismoé o mais difícil de executar

Ofacto de Alenquer ter uma equipa campeã nacional de desporto escolar acelerou a vontade de criar aindamais condições para a prática desportiva direcionada às crianças e jovens do concelho. José Santos,

professor na Escola Secundária de Alenquer, atleta há 35 anos, e treinador, é o proponente do projeto parao centro de treino de atletismo que vai nascer debaixo da pala do pavilhão municipal. A escola de atletismopossui cerca de 60 alunos, alguns dos quais federados em vários clubes.Em conjunto com os pais e os miúdos apresentaram o projeto que se encaixava no valor de 60 mil euros.“Mobilizámos as pessoas, fizemos campanha para angariar votantes”, recorda-se. O projeto contempla pistade 80 metros, neste caso, uma reta para treino de velocidade e outras componentes do treino técnico. “Já éuma grande ajuda para os nossos atletas”, destaca. Foram também introduzidas as vertentes de salto emaltura, e salto em comprimento em zona coberta junto à dita pista.O projeto vai basicamente servir para a equipa de desporto escolar, mas também como simples apoio àsaulas de Educação Física. Servirá ainda para atletas no geral, que queiram utilizar o espaço de forma avul-sa.José Santos diz que o projeto ainda está um pouco atrasado, porque a Câmara tem a noção de que este éo vencedor do OP que apresenta uma maior complexidade. “Nas reuniões temos falado, e o vereador dis-se-nos que os procedimentos estão lançados, e que a obra será inaugurada na segunda metade do ano quevem”.

Local onde surgirá o centro de atletismo

Paulo Franco refere que é reconfortanteouvir as populações

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14 Valor LocalDestaque

Vila Franca destaca a energia dosmunícipes no OP apesar das polémicasVila Franca de Xira tem este

ano uma verba adjudicada deum milhão de euros no seu orça-mento participativo, (seis por cen-to do orçamento municipal ), cujosvencedores já são conhecidos.Trata-se do valor mais alto entreos concelhos que levam a caboeste instrumento na região, queem Vila Franca de Xira começoua ser posto em prática em 2011.Desde o seu início que já teve“mais de 23 mil votos”. Desde2011, 43 projetos venceram esteconcurso participativo, 23 estãoconcluídos, sete encontram-se emobra ou aquisição, 12 em projeto,e apenas um ainda não conseguiuchegar a bom porto. “Estamos afalar de um ginásio ao ar livre, porcima de um cano da EPAL, que fi-cou a meio, por estar dependentede uma autorização de uma enti-dade externa para a sua conclu-são”, refere Fernando Paulo Fer-reira, vice-presidente e responsá-vel pelo Orçamento Participativo.No caso deste concelho, sãoabarcadas no orçamento partici-pativo desde as pequenas àsgrandes obras. “Já foram levadosa cabo projetos relacionados comacessibilidades para pessoas comdeficiência, mas também as obrasque dizem respeito à necessidade

de maior segurança nas estradasconcelhias como rotundas, pas-seios”, exemplifica. Também nesteconcelho têm sido clássicas aspropostas referentes a arranjos deparques infantis, ringues, polides-portivos, e criação de infraestrutu-ras para a prática desportiva. Poroutro lado, as intervenções em es-paço público como requalificaçõesde jardins e praças têm feito tam-bém parte natural do rol de pro-postas que vão aparecendo todosos anos. Nas diferentes edições do OP, éeleito um projeto vencedor por fre-guesia, o que tem dado azo, a queem algumas delas, como Alverca,os segundos classificados regis-tem mais votos do que os vence-dores em outras. Este ano, o pro-jeto da Casa do Músico apresen-tado pela Sociedade FilarmónicaRecreio Alverquense foi um des-ses exemplos com 716 votos, eum dos cinco mais votados da lis-ta de 55 projetos escolhidos a ní-vel de todo o concelho. FernandoPaulo Ferreira não considera queo método da autarquia seja dema-siado simplista, ao eleger apenaso mais votado por freguesia – “Te-mos um concelho muito distinto,com muitas vivências, e se o nos-so puzzle não fizesse um esforço

para abranger todo o território,nesse caso é que podíamos estara não adotar a melhor política.” Os seis projetos vencedores doano passado encontram-se nestemomento em fase de implanta-ção. Alguma celeuma tem sido le-vantada quanto a atrasos, porexemplo, no que toca à entregados instrumentos musicais aosBombeiros da Póvoa de SantaIria, um dos projetos vencedoresdo OP de 2014. O vice-presidenterefere que está em marcha o pro-cesso de aquisição, contudo dadaa especificidade de alguns dos di-ferentes instrumentos tem-se “tor-nado difícil e morosa a sua com-pra com o lançamento de concur-sos e procedimentos administrati-vos que atingem o valor de 150mil euros”. “Não se trata de ir auma loja e comprar, mas até ao fi-nal do ano devemos assegurar aentrega dos instrumentos”, dáconta. No que toca ao ponto de situaçãodos outros projetos de 2014, dá aconhecer que aquele que prevê arequalificação da secção náuticade Alhandra, “está em obra nestemomento”. No mesmo ponto desituação encontra-se a requalifica-ção da igreja das Cachoeiras, doedifício das coletividades na Ca-

lhandriz, e dos polidesportivos doForte da Casa. A reparação doscampos de ténis da Quinta doGalvão em Alverca “encontra-seem projeto ainda, porque contémdetalhes que tem sido difícil acau-telar”. Concluída encontra-se a re-qualificação do pavilhão do bairrodo PER na Castanheira do Riba-tejo, faltando a aquisição de equi-pamentos. Também já foi concluí-da a colocação de ilhas ecológi-cas na freguesia de São João dosMontes. Para serem entreguesestão também os projetos de re-qualificação dos muros junto aoCSPDS no Sobralinho e os instru-mentos musicais à orquestra deVialonga.Com um calendário mais apertadodo que em Alenquer, tendo emconta que os projetos de cadaano, devem ser concluídos no anocivil seguinte. Vila Franca temacumulado algumas obras queestão à espera de serem inaugu-radas, conforme consta acima,sendo o caso mais flagrante aobra da Castanheira. FernandoPaulo Ferreira confirma que, àépoca, não se conseguiu prever

que a obra poderia ficar estagna-da – “Na altura não se tinha aeventualidade em cima da mesa,mas como o projeto tinha duaspartes, a que foi possível executarjá foi efetuada”. Outra das dificul-dades que também pode estar naorigem de alguns projetos levaremmais tempo prende-se com o fac-to de surgirem projetos muito se-melhantes para determinada área,com a necessidade de os técnicosarranjarem um projeto agregadorpara as necessidades em causa. Votação nunca é sistema perfeitoA Câmara de Vila Franca de Xirausa o sistema de voto por SMS talcomo Arruda e ao contrário deAlenquer – “Trata-se da formamais prática de se votar, e só con-ta uma vez para cada número”,sustenta o vice-presidente. “Tí-nhamos duas hipóteses ou im-plantávamos um sistema dema-siado controlado, e as pessoasdesistiam de votar, ou um maissimples, mesmo com a possibili-dade de aparecerem votos depessoas que não moram no con-celho”. Sobretudo “o que nos im-porta é a energia que a população

coloca em todo este processo, dedecidir o que é importante para si,e o envolvimento na defesa dosseus projetos, e toda a participa-ção gerada”.As polémicas sobre este instru-mento neste concelho têm ocorri-do, “mas mesmo isso é positivo,pois obriga-nos a refletir e a estarà altura das exigências”. “Estousempre disponível para dar a caraquer pelo que corre mal, quer peloque corre bem”.Foram também levantadas algu-mas polémicas quanto à fiabilida-de do sistema online, colocandoem causa a aplicação deste ins-trumento. Fernando Paulo Ferrei-ra defende-se: “Houve apenasuma questão aquando da publica-ção dos resultados no site, emque um dos projetos não apare-cia, mas a situação foi corrigidapassados minutos. Este caso, deuazo a um conjunto de interpreta-ções que estão muito para alémdo que se passou”. O Valor Localcontactou a CDU e o PSD sobreesta matéria, mas até ao fecho deedição não nos chegaram as res-postas.

Sociedade Euterpe vai investirna formação musical

Um dos projetos vencedores deste ano foi o da Sociedade Euterpe Alhandrense com a “Reabilitação doplaco e aquisição de equipamentos” para a coletividade. António Francisco Tavares, daquela associação,

realça que o OP veio muito a propósito para conseguir levar a bom porto a satisfação daquelas necessidades.Tendo sido o mais votado da freguesia de Alhandra, consegui 462 votos.“O palco já é muito antigo, e está a precisar de algumas obras. A coletividade é antiga, e aproveitámos aoportunidade”. No que se refere aos equipamentos, estamos a falar de instrumentos musicais para a escolade música, para a banda e para o conservatório. Mas também contempla o fardamento para cerca de 60 ele-mentos da banda, mas também para o coro, e para outro grupo musical da coletividade. A associação já par-ticipou em outros anos, mas esta foi a primeira vez que saíu vencedora, também graças ao impulso que acomunidade deu ao projeto apresentado. A coletividade goza de boa saúde, com cerca de 500 pessoas afrequentarem as suas instalações nas diferentes vertentes.

Casa do Músico em Alverca“O sentimento é de desilusão”

Oprojeto da Casa do Músico que compreende a recuperação da Vivenda de Santo António, na zona antigade Alverca, foi um dos projetos que ficou pelo caminho no OP 2015. Apesar de ter registado 716 votos,

e de ter sido dos mais votados no cômputo geral das 55 propostas que saíram das sessões públicas, o projetoda Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense (SFRA) não conseguiu sair vencedor. Tinha um custo 190mil euros. A Câmara destinou à fre-guesia 235 mil euros. “Foi um pouco frustrante, houve mui-tos votos anulados no OP a nível ge-ral. Tínhamos a perspetiva de quepoderia ser um projeto vencedor,dado que a população se mostravamuito entusiasta”. O proponente,Paulo Alexandre Lopes, tem tentadover com a autarquia da possibilidadede o projeto ainda ir por diante, dadoque o vencedor naquela freguesiapossuía um orçamento de 75 mil eu-ros, e desta forma sobram 160 mileuros do OP para Alverca, ficando afaltar, contas feitas, e apenas 30 mileuros para que de alguma forma aCasa do Músico não fique pelo cami-nho.Paulo Alexandre Lopes, refere que avivenda foi adquirida pela SFRA parano local se criar uma espécie de minihotel para músicos fora do concelho,ou até de fora do país, onde os mesmos pudessem dar concertos, e propor alguma animação cultural numbairro que apresenta muitos sinais de degradação. Este projeto chegou a vencer o Orçamento Participativoda junta de freguesia de Alverca mas apenas com a componente de recuperação do telhado, obra que estáconcluída. O projeto apresentado ao orçamento participativo da Câmara incluía a recuperação total do edifícioque se encontra degradado no exterior e no interior e jardim adjacente.A casa que tem um valor patrimonial terá pertencido a alguém com posição em Alverca, “uma espécie de al-caide”.

Autarca destaca as mais valias do OP

Projeto fica à espera de sair da gaveta

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15Valor Local Publicidade

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16 Valor LocalDestaque

Arruda dos Vinhos entra no segundoano de OP com 20 mil euros

OP não seduz executivos de Salvaterra e Benavente

Pelo segundo ano consecutivoo município de Arruda dos Vi-

nhos disponibiliza parte do seu or-çamento para um Orçamento Par-ticipativo. Ainda com verbas algotímidas, tendo em conta orçamen-tos de outros concelhos, Arrudaaumenta, ainda assim, em cincomil euros a disponibilidade finan-ceira este ano, passando de 15mil para vinte mil euros o pecúliodestinado às obras sugeridas pe-los cidadãos.O presidente da Câmara, AndréRijo, diz que para já estas são asverbas possíveis, e frisa que o OPdo ano passado foi bastante parti-cipado, tendo vencido um telheiropara a escola de Arranhó, comcerca de mil votos.O autarca destaca que a boa ade-são do ano anterior levou a que o

OP fosse revisto, e para além doaumento da verba, os projetos po-dem agora ser financiado por me-cenas, ultrapassando o valor ins-crito pelo município. Ou seja, seum projeto custar cerca de trintamil euros, pode ser colocado emobra, desde que os restantes dezmil estejam assegurados.Esta é uma alteração ao regula-mento “que acredito que possaser benéfica para aumentar a par-ticipação cívica das pessoas”, es-clarece André Rijo que anunciaque agora as instituições tambémpodem fazer candidaturas “alar-gando-se desta forma o leque departicipação”. No entanto o presi-dente do município esclarece queessa vantagem pode não signifi-car que o projeto seja vencedor,até porque o mesmo é votado pe-

los cidadãos. O autarca frisa aexistência da votação online e porSMS, processo esse que reco-nhece não ser perfeito, mas nestafase o autarca também diz que ohá sempre aspetos a melhorar to-dos os anos.O processo de votação tem sidoalvo de críticas em vários municí-pios. O sistema está longe de serperfeito, mas André Rijo destacaque no caso de Arruda dos Vinhosnão existiram sobressaltos.Tendo o número de eleitor comoreferência, o edil refere que os vo-tos são conferidos pela autarquia.“Fazemos alguns telefonemaspara saber se votaram, bem comoa confrontação com os nossos ca-dernos eleitorais e com os dadosque temos”. André Rijo salientaque no ano passado foram deteta-

dos votos repetidos, imediatamen-te anulados.O edil esclarece que o projetovencedor no ano passado benefi-ciou do empenho “da comissão depais que se mobilizou e foi para oterreno angariar votos”. “A votaçãodecorreu em Maio, e verifiquei quea associação de pais tinha umapresença muito forte em tudo oque era eventos ou comércio lo-cal. Tiveram por isso uma estraté-gia muito interessante”, salientaAndré Rijo que deposita as mes-mas expectativas na iniciativadeste ano, cujas sessões já come-çaram nas freguesias.Para o presidente da Câmara Mu-nicipal de Arruda dos Vinhos, es-tas iniciativas não são uma moda“se conseguirmos passar aos nos-sos jovens e comunidades locais

que este é um processo que po-derá ter um fim, tendo em conta oacompanhamento das pessoasao verem a obra proposta realiza-da, o que tem um efeito pedagógi-co”.O vereador do PSD, Lélio Louren-ço, reconhece que esta iniciativacorresponde a “uma promessacumprida pelo executivo”.Contudo o autarca alerta que épreciso ter em conta alguns aspe-tos: “É necessário aferir até queponto o que pretendemos execu-tar corresponde a uma obra ne-cessária para as populações doconcelho, ou se estamos a tratarclaramente de uma moda. Porisso é que esta era uma promessado partido socialista e não nossa”refere ao Valor Local o vereadordo PSD.

Existiu no entanto segundo o ve-reador “uma adesão significativano que toca aos projetos apresen-tados e um forte empenhamentodos cidadãos em algumas dascandidaturas”. Esta “era uma pro-posta do Partido Socialista que foiconcretizada e saudamos a inicia-tiva”, vincando que o município“tomou boa conta do primeiro anoe procurou corrigir e ajustar”.Todavia e por outro lado, o verea-dor repara que a verba adjudicada“não tem uma grande folga finan-ceira”. Sendo que no ano passadoa verba era de quinze mil euros eeste ano “a forma encontrada foi ade dar a hipótese às candidaturasde serem majoradas com a anga-riação local de fundos”, o que naopinião do vereador da oposiçãoé positivo.

Nos concelhos de Salvaterra deMagos, e de Benavente, os

executivos não equacionam levara cabo a aplicação do instrumentoem causa. Começando por ouvir aoposição no concelho salvaterren-se, o Bloco de Esquerda, atravésdo vereador Luís Gomes, esteconsidera que durante os anos degestão do BE procurou-se fazercom que o orçamento municipal ti-vesse um caráter consultivo, ecomo tal veria com bons olhos aevolução para o novo modelo queos OP’s trouxeram.Refere o BE que a aplicação des-te instrumento poderia significar“uma mudança estrutural ao níveldo modelo de ‘governância’ domunicípio de Salvaterra de Ma-gos, sustentada numa forte apos-ta na transparência dos critérios edos mecanismos de gestão da au-tarquia”.Já a CDU, através do vereadorJoão Caniço, lamenta, por seu tur-no, que o atual executivo “PS-PSD-CDS seja contra este instru-mento, nomeadamente o seu pre-sidente que já afirmou publica-mente ser contrário a esta formade exercício do poder local cingin-do-se à democracia representati-

va e ao sufrágio dos programaseleitorais.”A CDU entende que os OP’S po-dem funcionar como uma formade se ouvir as opiniões, os an-seios, e preocupações das popu-lações. Aplicando esta ordem devalores ao concelho, destaca que“num município como Salvaterrade Magos onde o orçamento ca-marário disponível para investi-mentos ronda, pelo segundo anoconsecutivo, apenas os 4 por cen-to, ou seja, pouco mais de 400 mileuros, o Orçamento Participativodeveria ser encarado como uminstrumento de ajuda à tomada dedecisão por parte do executivo.Não apenas como uma medidasimbólica ou, pelo contrário, comodecisão obrigatória, mas algo in-termédio”Para esta força política, a aberturaà opinião dos cidadãos é funda-mental para “o melhoramento eevolução da democracia”. “O Or-çamento Participativo poderia serencarado como uma forma de re-duzir essas distâncias. Não bastaapresentar-se a eleições com umdeterminado programa eleitoral.Sabemos que poucos o lêem comatenção, sendo por isso mesmo

redutor para quatro anos de man-dato.” A Câmara Municipal por seu ladorefere que na elaboração do planoe orçamento municipais são en-volvidos os autarcas eleitos, entreeles os presidentes de junta e osvereadores. “Respeitamos o esta-tuto do direito de oposição e naauscultação prévia ouvimos asforças partidárias e os movimen-tos de cidadãos sem representa-ção no executivo camarário, a sa-ber: BE, CDU, CDS e MCI.”Para o presidente da Câmara,Hélder Esménio, “cabe aos autar-cas a elaboração dos documentosem apreço e pelos quais respon-derão junto das populações. Oatual executivo procura plasmarnaqueles instrumentos de gestãoos compromissos eleitorais queassumiu, tendo presente os cons-trangimentos financeiros existen-tes.”O autarca que mantem um bloguesobre a sua atividade camaráriadesde o tempo em que era verea-dor da oposição, dá também im-portância aos contributos que lhechegam pela blogosfera e redessociais. O autarca refere que não excluí a

possibilidade de um dia levar aefeito o OP em Salvaterra de Ma-gos, “mas não nos parece queseja vantajoso no momento, de-pois de uma conturbada agrega-ção/união de freguesias estar aconvidar as pessoas para se pro-nunciarem votando em obras quepoderão ser feitas no concelho,pois em regra as freguesias maispopulosas tirarão vantagem, talcomo sucedeu na dita reforma ad-ministrativa imposta governamen-talmente”, conclui. Já no concelho de Benavente, oPS através do presidente da con-celhia Pedro Pereira reconheceque a margem de manobra orça-mental para investimentos em“municípios da dimensão dos nos-sos no distrito de santarém (comoBenavente e outros), deixará sem-pre percentagens aquém do dese-jado para as propostas da comu-nidade local em sede de Orça-mento Participativo.”Contudo os orçamentos participa-tivos são um contributo para oaprofundamento das politicas deproximidade., e por isso mesmo ,“defendemos que eles devem serlevados a efeito, devendo existirum período experimental, onde

haja avaliação regular e onde se-jam feitos os necessários ajustespara que o mesmo possa ter su-cesso.”O PS local para além de defendero efetivar do instrumento, dá maisalgumas achegas quanto à neces-sidade de fortalecer a relação en-tre a autarquia e os cidadãoscomo levar a efeito assembleiasmunicipais jovens com alunos dasescolas, assembleias municipaisdescentralizadas nas várias fre-guesias, e a apresentação públicados documentos estratégicos emencontros públicos.“Para que estas medidas possamser implementadas é preciso umatolerância e abertura de espírito,que a gestão CDU não tem de-monstrado ao longo dos 36 anosde governação no concelho deBenavente. Veja-se as reuniõesprivadas de aprovação do Orça-mento e Plano à porta fechada,que são bem reveladoras da men-talidade que está subjacente aomodelo de gestão comunista”,conclui o PS.Carlos Coutinho, presidente domunicípio benaventense, defendeque na execução dos orçamentosmunicipais são ouvidos vários

agentes da comunidade, promo-vendo desta forma a participaçãocívica dos munícipes, como é ocaso dos contatos com as asso-ciações de moradores, as ligas demelhoramentos, as associações ecolectividades de todo o concelho,salientando o “relacionamento es-treito que temos com estes repre-sentantes das populações ao lon-go de todo o ano na procura cons-tante de reflectir as opções maisadequadas.”“Consideramos que é assim queenvolvemos as pessoas de formaséria, tendo em conta que as ver-bas das Autarquias destinadas aoinvestimento são cada vez mais li-mitadas, e que felizmente vamostendo a capacidade de candidataralgumas obras aos fundos comu-nitários, assumindo as responsa-bilidades que nos competem, nãonos parece que faça muito sentidoreservar uma verba diminuta parao que se entende como orçamen-to participativo, embora respeite-mos essa opção que é seguidapor algumas autarquias”, conclui oautarca.O Valor Local contactou o verea-dor do PSD José da Avó que nãorespondeu as nossas questões.

Sessão na Louriceira, em Arruda dos VinhosAndré Rijo deu a conhecer as regras do OP deste ano

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17Valor Local Acisma

Vales Sociais – Infância e EducaçãoOs vales sociais são títulos que incorporam o direito à prestação de

serviços de educação e apoio à família com filhos ou equiparados.Têm por finalidade o apoio da entidade empregadora aos seus colabo-radores que tenham a cargo filhos ou equiparados. Estes vales actual-mente são divididos em vales infância e vales educação e devem ser “ad-quiridos” a entidades legalmente constituídas para o efeito.Vales de infância – aplicável a trabalhadores com filhos com idade inferiora 7 anos. São destinados ao pagamento de creches, jardins-de-infânciae lactários.Vales de educação – aplicável a trabalhadores que têm a cargo filhoscom idade compreendida entre os 7e os 25 anos. São destinados ao pa-gamento de escolas, estabelecimentos de ensino e outros serviços deeducação, bem como as despesas com manuais e livros escolares.Foram ajustadas algumas condições destes vales, nomeadamente o en-quadramento fiscal, pelo que passamos a descrever o mesmo.

1. IRC - Estes encargos são considerados gastos fiscais,e majorados em 40%, conforme estipula o artigo 43.ºdo CIRC, desde que tenham carácter geral e nãorevistam a natureza de rendimentos do traba-lho dependente ou, revestindo-o, sejam dedifícil ou complexa individualização re-lativamente a cada um dos benefi-ciários. A atribuição de caracter geraldeverá ser entendida como atribui-ção a todos os trabalhadores que te-nham a seu cargo filhos ou equiparadoscom a idade prevista para cada vale social.2. IRS - A atribuição destes vales não é conside-rada rendimento tributável na esfera da categoria A– trabalho dependente desde que observados os crité-

rios estabelecidos no artigo 43.º do CIRC (menciona-dos no número anterior). No caso dos vales de in-

fância não se conhecem limites para a exclusãode tributação, havendo indicação de que as

entregas pecuniárias efectuadas pela en-tidade empregadora deverão ser ra-

zoáveis. Em relação aos vales deeducação há um limite de exclu-são de tributação de 1

100,00€/Ano por dependente.3. Segurança Social - Não existe sujei-

ção a taxa social única, quer na esfera dotrabalhador, quer na esfera da entidade patro-

nal – código 48.º do Código Contributivo.(Fonte: AIRO-Franca&Marques, Ld.ª)

Através da Portaria n.º 71/2015, de 10 de março, foi aprovado umnovo modelo de ficha de aptidão para o trabalho, que substituiu,

a partir de 9 de abril, o modelo em uso, no âmbito do cumprimentodo regime jurídico da promoção da segurança e da saúde no traba-lho. O novo modelo inclui algumas novidades, das quais se destacaa inclusão de recomendações do médico do trabalho para a saúde,segurança e bem-estar do trabalhador, que receberá uma cópia. Aficha de aptidão para o trabalho passa também a integrar o estudodo posto de trabalho, por se entender que é determinante para aferiras condições reais de exposição do trabalhador a riscos profissionaise suas consequências na saúde. De acordo com o referido regime,a ficha de aptidão revela a aptidão ou inaptidão do trabalhador paraa função ou atividade de trabalho proposta ou atual e deve serpreenchida face ao resultado do exame de admissão, periódico ouocasional efetuado ao trabalhador. Nas situações de inaptidão, sefor o caso, o médico do trabalho deve indicar outras funções que o

trabalhador possadesempenhar. O

documento deveser preenchidopelo médicodo trabalho

face aoexa-

me de admissão, periódico, ocasional ou outro do trabalhador, semprejuízo do regime simplificado para a prestação de cuidados desaúde primários do trabalho. Portanto, o médico do trabalho informaainda o trabalhador do resultado da vigilância da saúde e presta,sempre que necessário, indicações sobre a sequência desta vigilân-cia, para além de poder estabelecer recomendações de prevençãode riscos profissionais e de promoção da saúde. Também a partir de9 de abril o novo modelo aprovado de ficha de aptidão para o traba-lho é aplicável, com as necessárias adaptações, à prestação de cui-dados de saúde primários do trabalho. A ficha de aptidão para o tra-

balho deve ser dada a conhecer: - ao trabalhador, mediante asua assinatura e data em que tomou conhecimento; - ao

responsável do serviço de segurança e saúde no tra-balho; e - ao responsável pelos recursos hu-

manos da empresa.(Fonte: Boletim Empresarial)

Novo modelo de ficha de aptidão para o trabalho

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18 Valor LocalCultura

Francisco Rei dá nas vistasno canto do fado em Azambuja

¢ Nuno Filipe

Ser fadista nasce connosco, éo que nos diz o jovem Fran-

cisco Rei, um dos jovens valoresque desponta na escola de fadodo Centro Cultural Azambujense.Francisco, de 18 anos, diz-nosque o fado surgiu na sua vida umpouco por acaso, apesar da in-fluência dos avós, pois desdesempre ouviu a avó cantar, masnão havia na sua casa uma cul-tura de fado. No entanto ouvindo na rádio,vendo na tv, foi ganhando o gos-tinho até que há cerca de trêsanos, surgiu a possibilidade deentrar na escola de fado e desdeaí nunca mais parou. Quando lheperguntamos qual a importânciade uma escola para a formaçãode um jovem fadista, responde:“bastante”, desde “a dicção ou aforma de dizer, o ritmo do fado, osaber se é um fado como maisou menos sentimento”. “Tudoisto se aprende”, conclui. Masatenção, tudo isto são técnicaspara aperfeiçoar, pois ser fadistanão se ensina, “isso é algo quenasce connosco”, faz questão desalientar.Como bom ribatejano, Francisco,

começou pelos fados que falamdos toiros, os fados que retratam

esta zona, mas já começa a terrepertório próprio tendo por base

o fado tradicional. (Francisco,diz-se um tradicionalista sendo

Alfredo Marceneiro a sua refe-rência maior), com poemas da

sua autoria e de António PedroCorça, assim como, tem tambémalguns escritos por Joaquim No-gueira Marques, um poeta quetambém escreve para a sua ma-drinha de fado, Margarida Soei-ro.Alem desta referência que é o “TiAlfredo”, do qual se orgulha deconhecer os netos e de se deli-ciar a ouvir histórias sobre aque-la lenda do fado que nasceu noCadaval, Francisco também égrande apreciador de João Bra-ga, João Ferreira Rosa, TeresaSiqueira, sendo que dos mais jo-vens, gosta por exemplo de Hél-der Moutinho, Marco Rodriguesou Carminho.Apesar do fado ser a sua formade estar vida, Francisco não sevê a viver desta arte. Ainda hápouco tempo venceu um prémioescolar na área da Ciência, es-tando agora no primeiro ano deengenharia agrónoma e pensaque será essa a sua vida. Mas o jovem fadista não entendepor que é o único rapaz da suageração a cantar o fado. Diz-nosque em Azambuja, raparigasexistem muitas. Rapazes é sóele.

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19Valor Local SolidariedadeSanta Casa de Benavente acusa ARS

Hospital de Vila Franca“partiu-nos as pernas”¢ Sílvia Agostinho

Desde que foi efetivada a par-ceria público-privada entre o

Estado e o Grupo Mello para a ex-ploração do Hospital de Vila Fran-ca de Xira, que entre outros con-celhos também passou a servir ode Benavente, que a Misericórdialocal se tem vindo a ressentir.Equipada com um bloco operató-rio, e dispondo de variadas espe-cialidades, com capacidade deefetuar cirurgias, poderia servir deretaguarda importante nos cuida-dos de saúde no concelho, “mas aARS preferiu partir-nos as pernas”,refere em entrevista ao Valor Lo-cal, o provedor da instituição –Norte Jacinto. Com a inauguração do novo hos-pital, o quadro tornou-se ainda me-nos famoso, “o nosso bloco opera-tório que é novo deveria estar afuncionar no mínimo a 80 por cen-to, mas não passa dos 50”, acres-centa. A ARS passou a entregarapenas 400 mil euros por ano àinstituição, “e só nas especialida-des que eles querem, estamos porisso a falar de uma quantia insigni-ficante para atender os utentes”. Ainstituição dispõe de 18 especiali-dades clínicas, e quatro em blocooperatório. “Quando esta nova tipificação daARS entrou em vigor, tive de con-vencer alguns médicos a presta-rem consultas a baixo custo, a 35euros, para conseguir atender apopulação”. Numa das especiali-dades mais procuradas como écaso da cardiologia, a ARS fechoucompletamente as portas à institui-ção, não existindo qualquer pla-fond. “Tenho três cardiologistas apraticarem os tais 35 euros porconsulta”. Os médicos da derma-tologia e da oftalmologia tambémaderiram ao preço mais baixo,mas os das restantes especialida-des não, “ e não os podemos obri-

gar”.“Como é óbvio, os utentes nãopercebem este tipo de procedi-mentos, tendo um serviço de saú-de de qualidade ao pé de casa,quando têm de ir para Vila Francaperder um dia inteiro. Chegamosao ponto de um cidadão do conce-lho não poder ser operado aqui àscataratas; mas um de Salvaterra jáconsegue”, tendo em conta queaquele concelho já fica de fora daabrangência do hospital de VilaFranca.O provedor salienta que tem tenta-do reverter a situação, mas “esta-mos a falar de lutar contra um gi-gante, e a nós só nos dão as mi-galhas”. “O nosso objetivo não éganhar dinheiro, mas ajudar aspessoas. No caso do Grupo Melloa intenção é o lucro. A ARS deu-lhes o concelho de Benavente econtra isso batatas”, exprime de-salentado.De forma paradigmática, “pode-mos dizer que não temos, porexemplo, na oftalmologia falta degente nas consultas. Vêm de Al-meirim, do Cartaxo, e de Santa-rém, mas depois não podemosservir as pessoas de Benavente,algumas das quais até são irmãosda Misericórdia”.

Idosos chegam ao lar jáquase acamados

Prestando um importante papel nacomunidade, a Misericórdia de Be-navente presta serviços no âmbitode lar residencial para idosos numtotal de 67 camas, e de 18 vagasem centro de dia. 130 pessoas tra-balham na instituição. As mensali-dades em lar rondam os mil euros.Sendo que Norte Jacinto refereque “as famílias protelam cada vezmais a institucionalização dosseus ascendentes tendo em contaas dificuldades económicas senti-

das.” Tendo em conta este quadro,“quando os idosos chegam aos la-res já vêm num estado que nãopermite o proporcionar de ativida-des lúdicas como caminhadas,idas à praia”, constata. A vida deste tipo de instituiçõesconvive em muitas das nossas lo-calidades com o fenómeno dos di-tos lares ilegais, e neste aspetoNorte Jacinto prefere ter uma visãopragmática – “Por vezes são ummal necessário. Seria de admitirque os que tivessem as condiçõesmínimas fossem, porventura, tole-rados pela Segurança Social”.

Segurança Social deveria incentivar o uso de vales

para os carenciados

O ministro da Solidariedade e daSegurança Social, Pedro Mota Sa-res, tem vindo a referir que asIPSS’s têm sido o garante das po-pulações mais desprotegidas, no-meadamente, quando falamos noscasos dos cidadãos que de ummomento para o outro tiveram deestender a mão à caridade. Tam-bém neste caso, a instituição temprocurado ajudar todos os que pe-dem alimentos, com a cantina so-cial, que fornece cerca de 50 refei-ções diárias. Norte Jacinto temtambém uma visão muito própriada forma como aquela camada dapopulação deve ser apoiada – “Sese quer realmente ajudar os caren-ciados que se deixe de andar a re-colher alimentos junto das empre-sas, de modo a evitar que as insti-tuições tenham de pagar armaze-

namento e distribuição. Deem va-les a essas pessoas para irem aosupermercado fazer compras”. Naopinião do responsável, esta su-gestão “seria mais eficiente e ma-goaria menos essas pessoas, quese sentem muito incomodadas aovirem à instituição”.“Já tivemos uma engenheira quetransitoriamente passou por cá,porque ficou desempregada, e ti-nha um bebé”, exemplifica. O pro-vedor está consciente do facto deque muitos dos que recorrem aoapoio das instituições, fazem-noporque têm dificuldades em gover-nar os seus rendimentos, ou por-que, manifestamente, não preci-sam, “mas encontrar uma metodo-logia que separe o trigo do joiosem ferir grandes suscetibilidadesé difícil”. Quando confrontado comessas situações “tento não ficarcom a consciência pesada, masnem sempre é fácil”. “Somos en-ganados muitas vezes, embora omeio seja pequeno”.Sendo uma das principais institui-ções do concelho, e um emprega-dor de muitas famílias, raro é o diaem que o provedor não é aborda-do para dar trabalho a alguém. “As

pessoas vão-se inscrevendo, va-mos empregado uma ou outra.Apoiamos como podemos, nãopodemos satisfazer todos”.Em breve a IPSS vai entrar emeleições. Em 2012, Norte Jacintoque está à frente dos destinos dainstituição há nove anos, viu-se abraços com um pedido de nulida-de junto do tribunal tendo em vistao impedimento da sua recandida-tura. No ano de 2014, o Tribunalde Benavente deu razão aos pedi-dos dos membros da Santa Casaque queriam impedir mais ummandato, mas a Relação viria adar razão à atual direção. “Entre-

tanto recorreram para o Supremo,ora isto é de gente louca, mas sãoapenas quatro ou cinco pessoas”.As novas eleições vão ser em de-zembro, e mais uma vez o atualprovedor é recandidato – “Nãoqueria recandidatar-me, mas te-nho a noção de que não se podepor à frente dos destinos da insti-tuição uma pessoa qualquer quenão saiba da poda. Se não apare-cer nenhuma lista com um candi-dato que se reconheça ter capaci-dade para gerir isto, voltarei a sercandidato, mas estou aqui paracumprir uma missão, e não parame servir disto”.

Câmara de Azambujaaprova 30 mil euros paralar de Vale do Paraíso

Aautarquia de Azambuja aprovou por unanimidade a atribuição deum apoio de 30 mil euros para a obra do lar da Associação de Nos-

sa Senhora do Paraíso, em Vale do Paraíso. Ao Valor Local, o presi-dente da instituição, José Eduardo Serra, tem feito eco da necessidadede uma verba que a autarquia pudesse disponibilizar para o efeito, ten-do em conta outros apoios do género que já foram observados no con-celho. Para José Eduardo trata-se de uma ajuda bem-vinda até porquepara além das 12 camas para os utentes, também foram criados postosde trabalho.Apesar de o apoio ter demorado, o responsável refere que foi sempreinformado pelo presidente da Câmara de que este se encontrava a tra-tar do assunto, “mas agradeço a todos os membros do executivo e res-tantes vereadores da oposição que votaram a favor da proposta”. A instituição refere que ainda aguarda pelo financiamento da Seguran-ça Social. No total a obra do lar teve um custo de 300 mil euros.

Norte Jacinto está há nove anos à frenteda instituição

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20 Valor LocalOpinião

Orçamento participativoe democracia representativaEntrou na moda da administra-

ção pública, nos últimos anos,aquilo a que se chama orçamentoparticipativo, mas que com maiorprecisão se deveria chamar de or-çamento com alguma participa-ção .Entendem os mentores de talideia que, quer a nível nacionalquer a nível local, o orçamento eo plano de actividades duma ins-tituição deveria ser feito com aparticipação efectiva daqueles aquem se destina. Escolhem-se asmais diversas estratégias paraque se possa chamar a um orça-mento de “ participativo” e afirmarque “ o meu orçamento é partici-pativo” tem o mesmo ar de mo-dernidade e potenciação demo-crática que escrever “ o meu Con-celho é livre de armas nucleares”.E o mesmo efeito prático, tam-bém: nenhum.Tomando o caso dos Municípios,uns destinam uma verba paraprojectos que serão incluídos porsugestão pública – e que passam,claro, por um crivo técnico e polí-tico muito apertado, pois o soma-tório das verbas envolvidas na to-talidade dos projectos propostosultrapassa sempre em muito ascapacidades financeiras munici-pais. Outros Municípios promo-vem reuniões descentralizadasonde tentam hierarquizar as ex-pectativas e anseios das popula-ções, outros ainda delegam essa

tarefa naqueles que melhor co-nhecem a realidade local: as Jun-tas de Freguesia.Com o devido respeito, e se bemque sejam meritórias todas as for-mas de melhorar a intervençãodos munícipes na gestão mu-nicipal e no caminho que asua comunidade quer se-guir, estas acções não são“orçamento participativo”.Porque a elaboração dumorçamento efectivamente par-ticipativo, em que as decisõessão tomadas na base e ape-nas harmonizadas e en-quadradas à medida quevão subindo de nível hie-rárquico, só é possível, emtoda a pureza do seu con-ceito, em democraciaspopulares, no tempoem que os sovietes fun-cionavam na sua plenapureza. E nós, feliz-mente, vivemos em de-mocracia representativa. É suposto que quem sepropõe governar-nos co-nheça as carências e osanseios, os riscos e asoportunidades dos ci-dadãos da sua comuni-dade. Em democraciarepresentativa, tambémé obrigatório que cadaPartido ou grupo de ci-dadãos que se propo-nha dirigir a respectiva

comunidade elabore o seu pro-grama, apresente claramenteaquilo que pretende fazer duranteos anos do mandato, preferencial-mente depois de ouvir os cida-dãos , através das suas organiza-ções, já que não é possível ouvi-los um a um.Mas também é legítimo esperarque aqueles que têm que esco-lher entre as diversas propostasque se lhe apresentam, pelo me-

nos leiam, analisem e avaliemnão só os programas de cadaforça política ou social, mastambém a sua capacidade deconcretização. E é sobre issoque eu tenho muitas dúvidas:sempre tive a sensação que sevota mais por paixão política doque pelo conhecimento daspropostas que nos fazem. Quese vota mais numa óptica fute-bolística do que racional.Por isso não sou um grande en-

tusiasta do chamado orça-mento participativo. Indepen-dentemente de valorizar algu-mas iniciativas democráticas

que se possam fazer nestaárea, como solicitar um oudois projectos que cadaJunta gostaria de ver reali-zados no seu território oupôr em marcha uma “ cai-xinha de sugestões” nafase de elaboração do or-çamento, que eu acho po-sitivas e poderem contri-

buir para uma maior aproximaçãoentre quem governa e quem é go-vernado.Mas o que é fundamental é me-lhorar a qualidade da nossa de-mocracia representativa. Tomarmedidas e iniciativas para que oscidadãos tenham a consciênciaplena do que estão a votar e emquem votam. Que os órgãos elei-tos sejam efectivamente repre-sentativos do Povo e não emana-dos das cúpulas partidárias. Queexista uma permanente e efectivavigilância sobre os actos pratica-dos, para que não se desviem doproposto, para que aquilo que oPovo escolheu, quando conscien-temente votou naquele Partido enaquele conjunto de acções queintegram o seu programa, tenha agarantia de ser o que é efectiva-mente concretizado, sem desvios,sem desculpas de mau pagador,sem folclores.Considero que toda essa afinaçãodo nosso funcionamento enquan-to sistema democrático é, particu-larmente neste momento, muitomais importante do que “orça-mentos participativos”.

Participação públicae o Orçamento ParticipativoAquestão da interatividade en-

tre e com os cidadãos e asorganizações da sociedade civiltem merecido a atenção de vá-rios investigadores nacionais einternacionais (e.g. Arnestein,1967, Connor, 1988, Fung, 2006,Brodie et al., 2009, Bilhim 2004,Abreu 2011, Costa 2012b) e dasinstituições mundiais (e.g. ONU,UE). O uso de mecanismos departicipação formais e informais,como fóruns de deliberação paraa construção de consensos, estátambém expresso na Declaraçãodo Milênio das Nações Unidas edo Consenso de Monterrey, emque se destaca a importância dagovernança para o desenvolvi-mento sustentável. A defesa dos interesses comuns,presentes nas riquezas natural esocial de uma comunidade, deveser o mote para a partilha dasresponsabilidades e a razãopara a implementação de medi-das operacionais de transição

para a sustentabilidade. Reve-lando-se a necessidade detransformação, é importantepensar novas formas de fomen-tar e reforçar a prática da demo-cracia, nomeadamente por meiodos organismos do Estado maispróximos do cidadão: as autar-quias. Para que isso seja umarealidade, elas têm de estar do-tadas de ferramentas humanas,técnicas, financeiras e legislati-vas que lhes permitam fomentara participação e interagir mais emelhor com os cidadãos que re-presentam (Lopes, 2011). Nessecontexto, torna-se relevante lem-brar que a democracia é, no seufundamento, o vínculo entre ci-dadãos e a efetiva relação de co-municação e participação nagestão do bem comum. É neste contexto que surgem,promovidas por diversas institui-ções nacionais e internacionais,novas propostas para o envolvi-mento e cooperação das pes-

soas, como são exemplo as prá-ticas de orçamento participativo

nos municípios. A questão estána sua real implementação pelasautarquias. Segundo a Platafor-ma Internacional de OrçamentosParticipativos1, existem 119 pro-cessos em curso no mundo. Asexperiências registradas e ativasde orçamento participativo, se-gundo aquela fonte, acontecemsobretudo na América Central(77,1%), na América do Sul(13,6%) e na Europa (8,5%). Em Portugal, onde existem 225Processos ativos OP, considera-se que esse mecanismo é umaoportunidade para criar acessosdos cidadãos às suas estruturaspolítico-administrativas e ao pró-prio espaço político, ou seja, in-

centiva a partilha do poder e pro-porciona, por meio dessa dinâ-

mica de envolvimento, práticasdemocráticas na comunidade(Ribeiro, 2005). Esta prática anual do OrçamentoParticipativo tem vindo a mere-cer um crescente interesse do ci-dadão, como acontece nos con-celhos de Alenquer, Arruda dosVinhos e Vila Franca de Xira.Mas, mesmo assim, tendo porbase a informação recolhida nossítios oficias dessas CâmarasMunicipais, referentes ao ano de2014, verifica-se que o númerode votantes ainda é bastante re-duzido, face à população exis-tente (11,74% - Arruda dos Vi-nhos; 7,61% - Vila Franca deXira; 5,34% Alenquer), conforme

se pode verificar no quadro a se-guir:

Ainda de acordo com estes da-dos e olhando para o número depropostas sujeitas a escrutínio,verifica-se que o rácio entre onúmero de votantes e a concen-tração do maior número de votos(projeto vencedor), demonstraque o interesse manifestado pe-los cidadãos aderentes é muitofocado em desfavor do interessecoletivo concelhio:(AV =916/1572 [58,27%];VFX=3610/1572 [34,67%];AL=452/2310 [19,57%]).Ora, como se sabe, o Orçamen-to Participativo é um mecanismode base territorial, direcionadopara o investimento em equipa-mentos e praças públicas de in-

teresse da comunidade, sendofundamental a sua prática é tam-bém importante que o seu resul-tado satisfaça o interesse coleti-vo. O que se pode constatar, naesmagadora maioria dos casosde equipamentos e praças públi-cos construídos, o custo eficiên-cia da sua utilização é franca-mente abaixo das expetativas.Por essas razões, coloca-se aquestão: para além da escolhade projetos de interesse comum,não será, também, necessáriosaber qual o uso/animação maisconsonante com a vontade cole-tiva?* Mestre em Gestão Autárquica(ISEC)

Joaquim Ramos

José Fidalgo*

Município População NºPropostas NºVotantes NºVotosprojeto vencedorArruda dos Vinhos 13.391 12 1.572 916Alenquer 43.267 26 2.310 452Vila Franca de Xira 136.886 45 10.411 3.610

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21Valor Local Opinião

Refugiados:Ser Humano ou DeSumano?De que matéria somos feitos?2015 é um ano de surpresas e

por isso mesmo um ano exi-gente de reajustes e mudançasconstantes.Ao nível astrológico, estamos numano de Saturno, um ano de con-cretização e trabalho árduo. Ao nível global soubemos que

2015 foram registados cerca de 50milhões de deslocados de guerra,mais de 220 Mil Mortes na Síria,(onde 11 mil eram crianças) e atéas 350 milhões de pessoas regis-tadas com depressão ou mal-estarpsicológico, quase que atingimosos mesmos números da segundaguerra mundial.A nível Europeu, parece que aindanão aceitamos que também nós,eu, tu, ele, nós, vós e os políticos,temos que modernizar ideologias,acompanhar o ritmo frenético dascoisas, focar no essencial, no quenos pode efectivamente distinguircomo Continente de respeito, po-deroso e forte, focar no que nosdistingue como espécie, no amor,na compaixão e generosidade pe-las pessoas como o João, a Inês,o Nataliel ou o Abdula e os seus fi-lhos, disponíveis para Sermos Hu-manos, por alguma razão não nos

chamamos “Seres Petróleos”, massim “Seres Humanos”A nível nacional, politicamente fa-lando, será talvez a primeira vezna história onde não se ouvirá falarmal do governo nas próximas fes-tas do Avante. No mínimo diferen-te.Um outro tema nacional, logo eu-ropeu, o de podermos (enquantopaís) passar a ser um país multi-cultural, a entrada dos refugiadosna Europa.Pessoalmente acho que só sentiesta polémica na pele quando re-gressei de mais uma missão, de-pois deste verão. Surpreendeu-me a frase xenófobade um taxista “eles que vão mas épara a terra deles, temos que estarseguros e já temos problemas su-ficientes” mas o que mais me sur-preendeu, foi que este homem nãoestava sozinho nesta convicção,havia muitas outras pessoas, mui-to próximas de mim que sentiam omesmo em relação a acolher pes-soas como nós, vindas de contex-tos tão desumanos como a guerra.Fiquei assustada e logo depoismuito preocupada, como tínhamoschegado até aqui? O que aconte-

ceu que nos levou a ter opiniõescom tão pouca compaixão, empa-tia e amor pelos nossos irmão deespécie, por seres humanos?!De facto questiono, se as pessoasem geral terão ideia, consciênciado que é viver sobre bombardea-mentos constantes, com medodiário de deitar a cabeça na almo-fada e dormir, de que seus filhossejam levados para a linha da fren-te (mesmo os mais pequeninos),medo que invadam suas casas eviolem suas mulheres, se algumadestas pessoas, desta Europa en-velhecida, conseguirá sentir napele, o que é ter que lutar pelo úni-co litro de leite existente na prate-leira ou até, com o facto de ter quese alinhar ordenadamente numafila de um bairro que não é o seu,ao som de bombardeamentos aé-reos, para tentar pedir pelo únicopão da padaria e levar aos seus 4filhos e mulher.Tenho recebido muitos contactosde pessoas a perguntar como são“os refugiados”, o que devem fazerquando contactarem com eles.Para ser sincera, dou sempre amesma resposta, deixar de os vercomo refugiados, como números,

mas sim olha-los como pessoas,de carne e osso como nós. Pes-soas com histórias, que os defi-nem como únicos, com um nomee idade, sonhos e ambições, reli-gião, e sim, alguém a quem foiroubada uma dignidade. Estaspessoas foram amavelmente “ob-rigadas” a sair das suas casas,das suas vilas, cidades e país,para salvarem as suas vidas e dassuas famílias. Sem esquecer queo que mais caracteriza o “lugar” deonde vêm, é a completa falta dehumanidade, de esperança numfuturo melhor, e acima de tudo, oterror de verem as pessoas quemais amam, assassinadas, mor-tas, magoadas ou muito fragiliza-das. É daqui que vêem os nossos ditos“refugiados” e é esta ideia que nãodevemos perder de vista. Ao nível prático, as boas vindasdevem conter dois níveis. O pri-meiro, as necessidades básicas elogo em seguida, quase simultâ-neo, a saúde mental. Se ao chega-rem ate nós lhes for facultado umasérie de informações como o quedescrevo em seguida, conseguire-mos cumprir o que nos propomos,

acolher e apoiar estas pessoas.A nível de necessidades básicas,falo de água, comida, roupa, elogo em seguida, a distribuição deresponsabilidades e os papéis decada refugiado. Esta distribuiçãode funções é extremamente impor-tante para que quem chega nestascondições não se sinta ainda mais“um fardo”, “um peso”, podendocom isto reduzir sentimentos dedependência e desesperança.Numa segunda linha, vem a saúdemental, que convem ser partilhadae facilmente acedida por todos (daíque em muitas das intervençõesque faço, comece pela psico-edu-cação destas pessoas).A exposição a experiências horrí-veis e desumanas como as que sevivem em cenários de guerra temum enorme impacto imediato, mastambém de geração para geração.Em geral, estas pessoas estão ainiciar o seu processo de luto, per-deram casas, bens, familiares e oseu país (muitas vezes com isso asensação de que a cultura tam-bém foi) vendo-se obrigados a via-jar além fronteiras rumo a “cam-pos”, onde se vêem muitas vezesconfinados a terem que partilhar

casa/tenda com muitas outraspessoas, dependo de atores hu-manitários, perdendo o luxo da pri-vacidade, os benefícios de um ba-nho quente ou até, como me diziauma paciente na Síria “eu só gos-tava de recuperar a minha traves-sa dos bolos, os meus filhos ado-ravam os meus bolinhos, e agora,até isso eles perderam”. Os sintomas mais comuns, dentrodos primeiros 3 a 6 meses de che-gada ao país, são as depressões,as PTSD, com insónias, zangas eirritabilidades, medo, apatia, pesa-delos, perda de interesse e apetitee/ou sentimentos suicidas. Será que conseguimos imaginaralguém que passa os últimos 3anos da sua vida zangado, deses-perançado, com ideias suicidas?Pois bem, está na hora de SermosHumanos, e apoiar quem maisprecisa, dar vós a quem não atem.* Psicóloga dos Médicos SemFronteiras

Maria Palha*

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22 Valor LocalOpinião

Vamos falar de cultura?Qualquer discurso organizado

que se preze, alude, pelomenos por uma vez, à cultura.Seja um discurso de teor político,académico, ou de pura retórica,não esquecerá a palavra “cultura”.E isto porque, à semelhança demuitas outras, a palavra é hoje si-nónimo de imenso chapéu, quealberga, acarinha, protege e, nãoraramente, deturpa (ou para talcontribui) o verdadeiro significadode vocábulos que são, tambémeles, conceitos relacionados epassíveis de ligação entre si, masque, na sua “pureza”, não deve-riam confundir-se e miscigenar-sena tal cartola. Tradição, literacia,conhecimento, património, histó-ria, narrativa, são usados e abu-sados para compor estruturas frá-

sicas em nome de uma “culturade contexto”, expressão que podemuito bem ser a aba deste cha-péu e que, aqui se assume, aca-bamos de inventar. E podemos. Élegítimo. Como o será também fa-lar de uma “cultura matemática”(Joaquim Namorado, figura maiorda expressão poética do movi-mento neorrealista português, eraprofessor de matemática e nelaencontrou fonte infindável de ins-piração estética), astrofísica, clíni-ca, futebolística, etc. No seu con-junto de traços compósitos, qual-quer que seja a manifestaçãoidentitária de uma sociedade, deum grupo, ou de uma disciplinacientífica, acaba sempre por re-flectir um conjunto de valores e depráticas, associados a um percur-

so histórico (a uma herança), quelhe conferem “estatuto cultural”nesse lugar. A arte, nas suas múl-tiplas facetas e enquanto posicio-namento estético e projecto de in-tervenção sobre o real, é apenasuma das vertentes da cultura deuma sociedade e testemunhasempre (mesmo quando os sub-verte) as suas tradições e valores.Mas os seus objectivos, se ho-nestos, ultrapassam a fronteira dolocal pelo simples facto de que aarte versa e busca respostas,olhares novos, interrogações,para as questões que diríamosuniversais, porque comuns à hu-manidade.Falamos de cultura, arte, história,património, tradição, mas não fa-lamos de gosto. Esse, não se dis-

cute. Talvez se eduque, se ensi-ne, mas não se discute. Se aomeu amigo agradam mais os fil-mes de Ingmar Bergman e à mi-nha amiga os de Woody Allen,posso trazer o assunto à discus-são, tentar encontrar pontes queos unam, mas não forçarei a suaadesão ao gosto do outro. O mes-mo se passa quando temos aoportunidade de contribuir para adefinição, construção e oferta deprogramas culturais, desafio queé, acima de tudo, sinónimo deenorme responsabilidade. Nãoexistem receitas feitas ou tesescientíficas que permitam aferir aqualidade e pertinência de deter-minado programa em detrimentode outro. Programar é, antes demais, pensar nos públicos a quem

se dirige a nossa acção. E isto,não do ponto de vista do que gos-tam mas sim do que pode contri-buir para enriquecer o seu nívelde conhecimentos, mediando efornecendo as ferramentas-basegeradoras de comunidades so-cialmente empenhadas e civica-mente interventivas.Entendemos que a cultura deveperturbar, no sentido de provocaruma acção, que é a acção depensar, nos antípodas da veloci-dade, da ferocidade dos nossostecnológicos dias, dos nossosdias mastigados e interpretadospela comunicação mediática eoferecidos à sobremesa dos nos-sos jantares: uma fatia de terroris-mo, seguida de uma salada dedrama, são menu bem estudado

e que abre o voraz apetite por te-lenovelas e concursos obtusos,que limpam do cérebro a paisa-gem de sangue dos telejornais.Deixamos-vos aqui uma suges-tão: visitem e usufruam dos espa-ços de cultura que o Município deVila Franca de Xira vos proporcio-na. Do ecletismo da oferta da Fá-brica das Palavras – música, cine-ma, literatura, para todas as ida-des – ao mergulho na história epatrimónio do Concelho que oMuseu Municipal dá a conhecer,passando pela (re)descobertadessa nossa fantástica herança,que foi o movimento neo-realistaportuguês, no Museu do Neo-Realismo, a escolha é sua. Nós,temos sempre um imenso prazerem receber-vos. E em falar con-vosco de cultura.* Diretora do Departamento deEducação e Cultura, da CâmaraMunicipal de Vila Franca de Xira.Licenciada em Comunicação So-cial, pós-graduada em CulturaPortuguesa Contemporânea edoutoranda em Estudos Portu-gueses/Literatura. Investigadorano Instituto de Estudos de Litera-tura Tradicional, da Faculdade deCiências Sociais e Humanas/Uni-versidade Nova de Lisboa.

Fátima Faria Roque*

Segredos da JustiçaTítulos executivos, defesado executado e dívidas dos cônjugesOnovo Código de Processo

Civil procedeu a uma revi-são dos títulos executivos, reti-rando exequibilidade aos docu-mentos particulares assinadospelo devedor, que importemconstituição ou reconhecimentode obrigações pecuniárias (cujomontante seja determinado oudeterminável por simples cálculoaritmético de acordo com ascláusulas dele constantes) ou deobrigação de entrega de coisa oude prestação de facto.Assim, nos termos do artigo709.º do CPC, são títulos execu-tivos (i) as sentenças condenató-rias, (ii) os documentos exaradosou autenticados, por notário oupor outras entidades ou profissio-nais com competência para tal,que importem constituição ou re-conhecimento de qualquer obri-

gação, (iii) os títulos de crédito,ainda que meros quirógrafos e(iv) os documentos a que, por dis-posição especial, seja atribuídaforça executiva. Apesar destaelencagem, o próprio Código re-fere dispersamente outros títulosexecutivos, como a declaração dereconhecimento da dívida na pe-nhora de direitos (cfr. artigos776.º e 777.º) e o reconhecimentode crédito no âmbito da reclama-ção de créditos (cfr. artigo 792.º).No que respeita à acção executi-va para pagamento de quantiacerta, a qual terá sempre porbase um título executivo, importareferir que o executado (devedor)pode sempre defender-se nostermos do artigo 728.º e seguin-tes do CPC e deduzir a sua opo-sição à execução (que agora sevoltou a chamar de “embargos de

executado”). Contudo, o recebimento dos em-bargos pelo tribunal só suspendeo prosseguimento da execuçãose o executado prestar caução,salvo nos casos previstos b) ou c)do artigo 733-º/1 onde o juíz podedeterminar a suspensão sem aprestação da caução. Ou seja,não existe uma suspensão auto-mática da execução, pelo que to-dos os actos podem prosseguir,nomeadamente de penhora.Quanto às regras sobre comuni-cabilidade das dívidas entre côn-juges, o legislador optou por ade-quar o regime processual ao regi-me substantivo. Donde, o novoCódigo de Processo Civil assegu-ra a comunicabilidade da dívidaao cônjuge do executado nos títu-los extrajudiciais apenas subscri-tos por um dos cônjuges, criando-

se na própria execução um inci-dente declarativo, a fim de esten-der a eficácia do título ao cônjugedo executado, com a suspensãoda venda dos bens próprios doexecutado e dos bens comunsaté à decisão do incidente.A propósito da comunicabilidadedas dívidas entre cônjuges impor-ta ainda analisar sumariamenteas situações previstas nos artigos740.º, 741.º e 742.º do CPC.No respeitante às dívidas pró-prias de um dos cônjuges, o arti-go 740.º prescreve que, quandoforem penhorados bens comunsdo casal, o cônjuge do executadoé citado para requerer a separa-ção de bens ou juntar certidãocomprovativa da pendência deacção em que a separação já te-nha sido requerida, sob pena daexecução continuar quanto aos

bens comuns do casal.Relativamente às dívidas comunsdo casal mas em que só existe tí-tulo contra um dos cônjuges, o ar-tigo 741.º dispõe que o exequen-te (credor) poderá alegar funda-mento que sustente que a dívidaem causa é comum, salvo quan-do a dívida tenha por base umasentença judicial. Quando é ale-gado tal fundamento, o cônjugedo executado é citado para, noprazo de 20 dias, aceitar ou nãoa comunicabilidade da dívida,sendo que, se nada disser, a dívi-da será considerada como co-mum.Por fim, o artigo 742.º dispõe que,quando tenham sido penhoradosbens próprios, o executado podena oposição à execução alegar acomunicabilidade da dívida, de-vendo nessa altura identificar

quais os bens comuns do casalque devam ser penhorados, semprejuízo do cônjuge do executa-do poder impugnar aquela alega-ção.Um último comentário: o temaescolhido para esta edição doVALOR LOCAL é de extrema im-portância porque afeta muitas fa-mílias, mas é impossível analisá-lo devidamente apenas comumas breves “pinceladas” por-que incorpora uma elevada com-plexidade jurídica. Espero poderescalpelizar outros “detalhes”deste tema noutros artigos. Ficao meu compromisso.

António Jorge LopesAdvogado

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23Valor Local Instantâneos

¢ António Salema “El Salamanca”

Fiesta de San Mateo 2015 em Logroño

Numa praça que foi inaugurada em 1991 por Manuel Chopera, deu-se no passado 23 de setembro uma cor-rida de toiros, que teve a honra de ser televisionada.

E que grande corrida de toiros a que se assistiu. Um mano a mano entre Diego Urdiales e Sebastián Castellaque perante uma assistência que lotava ¾ de casa, lidaram a contento um curro da ganadaria Fuente Ymbro,propriedade de Ricardo Gallardo. Estiveram presentes duas formas de toureio diferentes, mas ambas meritórias. Eu como aficionado prefiro Cas-tella, mas não tiro o mérito que também tem Urdiales.No total cortaram-se sete orelhas, tendo os toureiros e o maioral de ganadaria de Ricardo Gallardo saído emombros no final.

Notícias de Espanha

Ana Rita anda por terras de Espanha, e entre os dias 20 a 30 de setembro, a cavaleira de Aveiras de Cimacortou 12 orelhas e 2 rabos. Já no mês de outubro, nos dias 4 e 5, cortou mais 5 orelhas e 2 rabos. De

realçar que estes êxitos foram alcançados nas zonas de Navarra e Burgos. Ana Rita fechou a temporada em êxito com o corte de 2 orelhas e rabo, num festival de figuras que teve lugarem Alcuescar na zona de Cáceres, e que contou com a presença do conhecidíssimo Jesulin de Ubrique. Derealçar que Ana Rita, está já contratada para esta praça para uma apresentação em janeiro de 2016.

Novilhada no Campo Pequeno

Parreirita Cigano foi o grande triunfador da noite de dia 24 de setembro. Segundo a crítica, o cavaleiro pra-ticante do Cartaxo esteve muito bem e tem tudo para poder ser uma figura do futuro. Na lide apeada o pú-

blico ficou agradado com a lide de Joanito e Diogo Peseiro. Pegaram os Forcados Amadores do Redondo. Desalientar da nossa região, além de Parreirita, a presença do bandarilheiro Joaquim Oliveira, que se apresentouem bom plano.

Parece anedota, mas não é…

Um dia houve um espetáculo no Paço, onde havia um cavaleiro com cavalo de cana e onde outro homemcom uma tourinha, fazia o toiro. Conta-se a esse propósito uma história engraçada: Nesse espetáculo,

uma senhora dirige-se à porta de entrada e diz ao porteiro, que se chamava Francisco, “Senhor, deixe-me en-trar, porque o meu marido é o toiro.”

TauromaquiaAzambujense

Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Administração: Quinta da Mina 2050-273 Azambuja Redação: Travessa da Rainha, 6, Azambuja Telefones: 263 048 895 - 96 197 13 23 Correioeletrónico: [email protected] Site: www.valorlocal.pt Propriedade e editor: Associação Comércio eIndústria do Município de Azambuja (ACISMA); Quinta da Mina 2050-273 Azambuja. NIPC 502 648 724 Dire-tor: Miguel António Rodrigues CP 3351- [email protected] Colaboradores: Sílvia Agostinho CP-10171 [email protected], Vera Galamba CP 6781, José Machado Pereira, Daniel Claro, Rui AlvesVeloso, Augusto Moita, Nuno Filipe Vicente [email protected], Laura Costa [email protected],António Salema “El Salamanca”Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida: [email protected]: José Júlio Cachado Publicidade: Eduardo Jorge Correio eletrónico: [email protected]: 932 446 322 Serviços administrativos: ACISMA N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal:359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, frac-ção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 5000 exemplares

Retratos da Nossa TerraGrau académico restituído

Depois do Valor Local ter chamado a atenção para a “queda” do grau académico do Dr Joaquim Ra-mos na última edição, as entidades respetivas fizeram um “mea culpa” e devolveram o dito ao an-

tigo presidente da Câmara Municipal de Azambuja.O “Dr” estava em queda desde praticamente o batismo do jardim com o nome do antigo autarca, e épor isso legítimo dizer que esta atitude reforça o poder da imprensa, não só na informação, como naeducação.

RápidasArruda elegeu a mais bela das Vindimas

Terminou nopassado dia 15

de novembro maisuma edição da Fes-ta do Vinha e do Vi-nho. A celebrar 18anos, a iniciativaque decorreu noPavilhão Multiusosda localidade,atraiu milhares devisitantes que pu-deram ver e provardo que melhor sefaz naquela região.O certame que inte-gra muitas ativida-des, elegeu ainda como a Miss Festa da Vinha e do Vinho, Viktoria Nikitina, de 17 anos. Para 1.ª Damade Honor foi eleita a candidata n.º 4, Mafalda Conceição e para 2.ª Dama de Honor a candidata n.º 14,Camila Pinto. Já o prémio do público foi entregue à candidata n.º 15, Carolina Vitorino.A Miss Festa da Vinha e do Vinho 2015 vai representar o concelho de Arruda dos Vinhos no concursoRainha das Vindimas.

Terra VelhinhaLargada de 1971 na Estátua Boavida CanádaFoto de Marta Santos e publicada por Marta Santos, 14/07/15

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