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Jornal Regional, distrito de Lisboa e Santarém

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Page 3: Valor Local - Maio 2014

Valor LocalJornal Valor Local • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 13 • 23 Abril 2014 • Preço 1 cêntimo

AC

ISM

A

Azambuja de gala paramais uma Feira de Maio

Págs. 8, 9 e 10

Págs. 4 e 5

Silvino Lúcio abre o livrosobre Águas da Azambuja

Págs. 6, 7 e 8

Pedro RibeiroBuraco da dívida noCartaxo não tem fim

Foto: José Júlio Cachado

Page 4: Valor Local - Maio 2014

2 Valor LocalDesporto

Depois de dois anos de portasfechadas, o Aveiras de Cima

Sport Clube voltou à prática e àcompetição desportiva. Na últimaépoca, os júniores do clube, queestavam extintos há 12 anos, con-seguiram ficar em oitavo lugar nacompetição. Segundo o treinador,Nuno Cláudio, tratou-se de um de-safio enorme. “Tive que recorrer ajogadores oriundos de muitas ter-ras aqui à volta, a maior parte dosquais nem se conheciam. E mui-tos deles jogaram futebol a sérioeste ano pela primeira vez, aos 17e 18 anos de idade”. Para além dessas dificuldades, oclube tem superado muitas outras.Segundo o técnico nem tudo foibem feito no passado: “O clubecultivou nos últimos anos umaimagem de distância em relação àcomunidade local, ao mesmo tem-po, que se foram degradando ascondições estruturais do campo”. Uma das situações prendeu-secom o relvado sintético oferecidoao clube. Nuno Cláudio destacaque “a colocação do relvado sin-tético por parte da autarquia resul-tou numa situação similar à de umpai que oferece um carro sem mo-tor a um filho”, e vai mais longe –“Quando o filho descobre que ocarro não tem motor e confronta opai, este manda-o trabalhar paraarranjar dinheiro para comprar omotor. Como é evidente, destaforma o pai não ajudou em nada ofilho, que provavelmente teria pre-ferido continuar sem a carcaça docarro; bem pelo contrário, arran-jou-lhe mais uma despesa e maisuma dor de cabeça”.O treinador explica que na suaopinião, “colocar um relvado sinté-tico sem a respectiva iluminação e

sem cuidar de garantir que have-ria balneários a funcionar, tendoem conta o estado dos mesmos àdata em que foi colocado o relva-do, é o mesmo que colocar quase500 mil euros num caixote de pa-pelão suspenso por cima de umafogueira, preso por um fio de cos-tura”. “A verdade é que estamossem capacidade para criar a ple-nitude destas infra-estruturas,sem as quais não é possível con-tinuar a actividade do clube. E seum dia não nos restar outra alter-nativa senão entregar as chaves àautarquia, por não termos condi-ções, quero ver como vai ser pagaa renda do terreno. É que se arenda não for paga, a dona do ter-reno pode reavê-lo a qualquermomento, e estão lá investidoscerca de 500 mil euros do dinheiropúblico. O tal carro sem motor quenos foi oferecido”, desabafa. Ao nível desportivo, o técnico re-fere que tudo começou quase dozero. “mas o resultado não podiater sido melhor”. Nuno Cláudiovinca que o clube esteve semprea crescer: “Ganhámos a todos osadversários, excepto aos três dafrente, que eram de facto muitofortes, de outro campeonato, e aoVenda do Pinheiro que, no entan-to, ficou atrás de nós na classifica-ção”.De acordo com as estatísticas, oclube conseguiu o 6º melhor ata-que “com a marcação de golos atodas as equipas”. “Fomos oitavosclassificados, a sete pontos doquarto lugar. Mas o mais impor-tante de tudo foi o ambiente debalneário: excelente. Todos os jo-gadores que são juniores para oano quiseram ficar, o que atesta obom ambiente que sempre tive-

mos”. O Aveiras ficou a sete pontos doquarto lugar. Estes são resultadosimportantes, tendo em conta queo clube estava ainda a construiruma equipa, para a qual precisavade tempo. Não foi só a construçãoda equipa que condicionou o Avei-ras, mas também as condições lo-gísticas que marcaram toda a en-volvência dos novos dirigentes,desde as “obras nos balneários,que não funcionavam; ou a cons-trução da bancada e do bar, a par-te eléctrica, as canalizações, oscarpinteiros, os serralheiros”. “En-fim, tivemos que reerguer o clube,que estava absolutamente morto”,desabafa Nuno Cláudio, que la-menta não ter conseguido dedi-car-se durante esse tempo à for-mação do plantel a tempo inteiro,lembrando que o Aveiras perdeuna altura muitos pontos, “mas issotambém não foi importante, por-que o Aveiras não ambicionavasubir de divisão, evidentemente”.“Isso seria quase uma irresponsa-bilidade, tendo em conta a realida-de do clube. Primeiro, as bases. Edepois, então, tenta-se construir oedifício. Caso contrário, ao míni-mo terramoto cai tudo”. Todavia o clube conseguiu trans-formar as dificuldades e superá-las. De acordo com o capitão daequipa, Duarte Sequeira, a equipa

foi mais fraca na primeira metadedo campeonato, todavia NunoCláudio explica que neste caso “agrande diferença do Aveiras paraas restantes equipas é que osnossos adversários têm a forma-ção a funcionar há muitos anos, amaior parte desde sempre” coisaque não acontecia no Aveiras deCima Sport Clube.A juntar a isso, há ainda o facto deos jogadores nunca terem jogadojuntos. Aliás o próprio capitão deequipa admitiu ao Valor Local que

essa foi uma das dificuldades, queainda assim foi sendo colmatadacom o tempo, e na fase final docampeonato, já havia mais entro-samento.Duarte Sequeira atingiu já umaidade em que não lhe é permitidocontinuar no clube e outros joga-dores também terão de sair. Oclube não tem séniores e no casodo capitão, nesta altura, aindanem tem clube para onde ir jogar.Nuno Cláudio salienta que tempena que jogadores como “o

Duarte, o André, o Roberto, o La-meiras, o Vasco e outros termi-nem desta forma o seu percursona formação, passando a senio-res. O Aveiras não tem, neste mo-mento, capacidade organizativanem dinâmica para asseguraruma equipa a competir no escalãosénior” até porque segundo o téc-nico “ os custos são tremendos eo Aveiras não conseguiu ainda or-ganizar-se tendo em conta as exi-gências que se colocam a essenível”.

O brilharete dos júniores do Aveiras

Época positiva do GDAAúltima época do Grupo Desportivo de Azambuja, foi bastante positiva. O clube que tem apostado nas ditas modalidades amadoras, tem

dado nas vistas a nível nacional ganhando algumas provas e conseguindo bastantes lugares de pódio.Em jeito de balanço, o GDA, acumula vários primeiros lugares nacionais, nomeadamente na modalidade de taekwondo. Resultados da épo-ca: OPEN INTERNACIONAL CIDADE DE PENICHE - 12 E 13 ABRIL 2014 POOMSAE: Sofia Pais- 2º Lugar; Vitaliy Vasylyshyn - 3º lugar;Nazaré Costa- 1º lugar TRIO: Bruno Cabrita, Dan Cristian e Tiago Silva- 2º lugar. COMBATE cadetes: Dan Cristian ( - 49kg) - 3º lugar; RuiSousa ( - 49kg)- 3º lugar. Juniores: Dan Cristian ( - 51kg) -2º lugar Vitaliy Vasylyshyn (-45kg) - 1º lugar. Sénior: Susana Mascata (+73kg)- 3ºlugar Veteranos: Luís Rodrigues (-70kg)- 3º lugar. CAMPEONATO DISTRITAL LISBOA POOMSAE - 26 ABRIL 2014 Sofia Pais - GDA - 2ºLugar - Vice-campeã Distrital Dan sub 17 - Apurada para Nacional dia 21-06-2014 – Nazaré: Alexandra Rocha -GDA - 3º Lugar - BronzeDistrital Dan sub 30 - Apurada para Nacional dia 21-06-2014 – Nazaré: Catarina Miranda - GDA - 1º Lugar - Campeã Distrital sub 30 - Apu-rada para Nacional dia 21-06-2014 – Nazaré: Dan Cristian - GDA - 3º Lugar - Bronze Distrital sub 14 - Apurado para Nacional dia 21-06-2014 – Nazaré: João Fernando Santos - GDA – Participação. CAMPEONATO DISTRITAL LISBOA COMBATE SUB 21 - 26 ABRIL 2014Alexandra Rocha - GDA - 1º Lugar - Campeã Distrital - Apurada para Nacional dia 10-05-2014 – Gaia: Catarina Miranda - GDA - 1º Lugar -Campeã Distrital - Apurada para Nacional dia 10-05-2014 – Gaia. 2º OPEN INTERNACIONAL DE SINTRA - COMBATES - 02 MAIO 2014:INFANTIL Tiago Sousa - 1º Lugar; Pedro Rodrigues - 1º Lugar. CADETE: João Fernando Santos - 1º Lugar; Rui Tiago Sousa - 1º Lugar;Dan Cristian - 1º Lugar. JUNIOR: Sofia Pais - 3º Lugar; Vitalis: Henriques - 4º Lugar; João Santos - 4º Lugar; Dan Cristian - 3º Lugar. SÉNIOR:Alexandra Rocha - 3º Lugar

Ficha técnica: Valor Local, Jornal de informação regional, sede de redac-ção e administração: Quinta da Mina 2050-273 Azambuja; telefones: 263 047 625, 96 197 13 23correio electrónico: [email protected]; Site: www.valorlocal.pt • Propriedade e Editor:Asso-ciação Comércio e Indústria do Município de Azambuja (ACISMA); Quinta da Mina 2050-273Azambuja. NIPC 502 648 724 • correio electrónico: [email protected] • Director: MiguelAntónio Rodrigues CP 3351 • Colaboradores: Sílvia Agostinho CO-1198, Vera Galamba CP 6781,José Machado Pereira, Daniel Claro, Rui Alves Veloso, Miguel Ouro, Nuno Vicente, Cátia Carmo,Dina Patrício • Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida: [email protected] • Fo-tografia: José Júlio Cachado • Serviços Administrativos e Departamento Comercial:Ana Reis,Rui Ramos telefones: 263 047 625, 96 049 10 83 correio electrónico: [email protected]• N.º de Registo ERC: 126362, Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, RuaCidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga • Tiragem:4000 exemplares

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4 Valor LocalEntrevista

¢ Sílvia Agostinho

Valor Local – O valor da dívida éde 60 milhões de euros, o quetraçou desde já para conseguirabater este montante, tendo emconta a pressão dos bancos, osjuros relativos a empréstimos enaturalmente as dívidas a forne-cedores.Pedro Ribeiro – Temos feito umgrande esforço a nível das despe-sas correntes, da contratação, etemos tido também uma grandepreocupação em diminuir custoscom o pessoal, nomeadamente,horas extraordinárias, cerca de 40por cento em relação ao ano pas-sado. Este é um indicador impor-tante quando negociamos comcredores e com a banca, pois exi-gem saber se a Câmara está a fa-zer o que deve ser feito. Temosprocurado com os técnicos fazerum plano de organização de traba-lho, de modo a diminuirmos aomáximo o trabalho extraordinário.Qual o montante da dívida queespera abater até ao final doano?Não lhe sei dizer. Fazemos um es-forço de contenção máximo. Nãoconseguimos quantificar porqueestamos a negociar planos presta-cionais com credores. Estamos adiscutir a adesão ao Plano deApoio à Economia Local (PAEL)bem como ao Fundo de Apoio Mu-nicipal (FAM). Por qual das duas modalidades,o município deverá optar?Fui recebido há dias pelo directordo Tribunal de Contas, sendo quejá me tinha reunido, antes, com osecretário-estado da Administra-ção Local. Foi-me dito que de mo-mento o único instrumento dispo-nível é o PAEL. O Tribunal de Con-tas tinha suscitado em Fevereirouma série de questões sobre oPAEL que não tinham sido respon-didas no anterior mandato. Da reu-nião com o Tribunal de Contas saí-ram uma série de vontades co-

muns de forma a agilizar este ins-trumento, mas sem perder de vistaas vantagens do FAM.A Associação Nacional de Muni-cípios referiu na semana passa-da que há câmaras que não es-tão a conseguir pagar os orde-nados. O município do Cartaxopassou por algo semelhanteeste mês devido aos juros doTotta. Inevitavelmente, o Gover-no vai ter de mudar as regras dojogo e franquear as portas àsautarquias sob pena de algumainsustentabilidade.Temos como obrigação evitar o pâ-nico, mas estamos muito preocu-pados. A nossa prioridade é sem-pre a de assegurar os salários, osacordos de execução com as jun-tas e pagar aos credores. Nuncadevemos perder de vista as nos-sas responsabilidades, mesmo le-vando em linha de conta que o Go-verno possa de alguma forma fran-quear as portas.Afirmou-se perplexo com omontante da dívida da Câmarado Cartaxo, sendo que partedela foi gerada durante os man-datos de Paulo Caldas, um dosquais integrado por si, na alturajá pressentia esta escalada?Na altura tive uma posição de for-ça, porque era visível que só po-díamos chegar a este ponto, e daía minha saída. Admito que tam-bém fiz parte dessas responsabili-dades. A partir de determinada al-tura, houve um deslumbramento eum descontrole, em que já se adi-vinhava que algumas coisas nãopodiam correr bemTentou incutir alguma calma, naaltura, a Paulo Caldas quantoaos gastos desenfreados?Sim. Em dois mandatos saíram vá-rios vereadores e presidentes daassembleia municipal. Já se pres-sentia que íamos entrar num cami-nho de precariedade, mas importaagora apostar no futuro e trabalharpela nossa terra.Consegue dormir de noite com

todas as preocupações da dívi-da?Consigo, embora com algumaapreensão, até porque há credoresque estão a passar dificuldadespor causa das nossas dívidas paracom eles. Gostava de ter maispara ajudar as associações, contri-buir de outra forma para a limpeza,higiene urbana, iluminação pública,entre outros. Mas encarámos estedesafio sabendo das dificuldades.Estamos satisfeitos com a apostadas pessoas em nós.No que diz respeito à reintegra-ção dos trabalhadores, na autar-quia, da empresa municipal“Rumo 2020” que será, entre-tanto, liquidada, qual é nestemomento o ponto de situação?Estamos bastante preocupados.Efectuei diligências junto do secre-tário de Estado procurando sensi-bilizá-lo para a importância daque-les trabalhadores em equipamen-tos da Câmara. O governante ma-nifestou interesse em ajudar, masquem decide é o ministério das Fi-nanças face ao quadro de dívidas,que não permite a contratação denovos trabalhadores.Outro dos assuntos por resolverneste âmbito prende-se com aextinção da “Caminhos do Cam-po”. Há poucos dias um dos ve-readores da oposição afirmavadesconhecer quem eram osseus sócios. Evidente que háuma certa nebulosidade acercada mesma…A “Caminhos do Campo” tem sidouma desagradável surpresa paraos que têm estudado a sua activi-dade. Estava ligada à “Rumo2020”, e enfrenta neste momentoum processo de insolvência entreos seus sócios, a Câmara detinha49 por cento da mesma. Até aodesfecho final queria reservar-me,enquanto o dossier não estiver fe-chadoHouve algum tipo de favoreci-mento no anterior mandato aesta empresa?

Não quero fazer esse tipo de con-siderações. Apenas aguardo asconclusões do grupo de trabalho.O seu mandato servirá poucomais do que para pagar dívida,com a quantidade de “buracos”que vão surgindo?Em primeiro lugar temos de res-taurar a credibilidade perdida danossa Câmara, que é vista comoum mau pagador. O segundo ob-jectivo passa por mobilizar os nos-sos recursos para cuidar das nos-sas freguesias. Num terceiro pontotemos de conseguir rever o PDM,que data de 1998, e que tem sidoum forte constrangimento para onosso desenvolvimento económi-co. No dossier da “Cartágua”, o se-nhor presidente tem-se reunidocom a empresa consecutiva-mente. O que espera destas ne-

gociações, que o preço da águadesça, por força das pressõesque tem efectuado?Esse é um processo muito com-plexo, agravado pelo anterior pre-sidente da Câmara com a assina-tura de um contrato adicional, quefoi escondido das pessoas, e quetraduzia um agravamento de 34por cento para os próximos seisanos, através de uma cláusula es-condida, num anexo. Não houvetransparência, e nada disso foi fru-to do acaso, porque estávamosem ano de eleições, e como tal sóvigoraria a partir deste ano. Por ou-tro lado, os serviços municipaisnunca tiveram conhecimento doacordado. A empresa evocou acláusula do reequilíbrio financeiro,porque em tempos de crise há me-nor consumo, até aqui tudo bem, oque é estranho é a Câmara aceitarde mão beijada esses aumentos. Atroco de quê Paulo Varanda aceita,sem qualquer parecer técnico, esteaumento? Até se recusou a res-ponder a uma deputada do Blocode Esquerda sobre esta mesmaquestão.Mas houve um parecer da Enti-dade Reguladora dos Serviçosde Águas e Resíduos (ERSAR)?Já tive uma reunião com o vice-presidente da ERSAR, que metransmitiu que a partir do momentoem que há acordo entre as duas

partes, depreende-se que houveuma verificação de todos os parâ-metros de todas as partes. A ER-SAR só vai ver se a fórmula estácorrecta, mas cada um acautela asua parte. A ERSAR disse quepode, no entanto, reavaliar face ànossa contestação actual.No entanto, e a verificar-se quea empresa possa vir a condes-cender no valor dos tarifáriosprevistos, vai querer, possivel-mente, contrapartidas, como pa-gar menos rendas à autarquia,que por seu lado precisa de di-nheiro.Esse é o grande problema. Atéporque nos contratos adicionais aCâmara perdeu em rendas entre 8a 9 milhões de euros, mais 100 m3de água para o seu uso. Nas su-cessivas reuniões com a Cartágua,esta mostrou disponibilidade paranegociar.Negociar até onde?Pedimos à Cartágua que demons-tre a justificação do aumento emcausa. Se isso for provado cabal-mente, partimos para a negocia-ção e pedimos para que o aumen-to seja esticado para além dos seisanos para mais anos.Será difícil para a empresa pro-var que precisa desse aumento,quando os lucros da Cartáguatriplicaram em 2011.Essa é uma das nossas questões,

Presidente da Câmara do Cartaxo a braços com casos de mandatos passados

Buraco da dívida não tem fundoEconomista de profissão, Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo tem a espinhosa tarefa deconseguir diminuir o valor da dívida. Cercado por todos os lados pelos credores, o autarca diz que con-segue dormir de noite, mas o nível de preocupação é elevado. Há 60 milhões para pagar mas os proble-mas não param por aqui: em breve serão conhecidos os contornos do negócio da “Caminhos do Campo”.O anterior presidente de Câmara, Paulo Varanda, é alvo de todas as críticas, e de ter posto em causa oconcelho, nomeadamente, na renegociação do contrato das águas.

Ribeiro lança críticas ao mandato de Paulo Varanda

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5Valor Local Entrevistae por isso queremos um árbitro, ea Cartágua não conseguiu provarque precisa de aumentar o tarifá-rio. Colocámos em cima da mesa,recorrer às entidades, face aos di-ferentes pontos de vista, nomea-damente, junto do Tribunal Admi-nistrativo de Leiria. Na sexta-feira,também transmiti este dossier aopresidente do Tribunal de Contasque também se mostrou disponívelpara analisar o processo e ver atéque ponto a razão nos assiste.Também acompanhou este pro-cesso de privatização no man-dato de Paulo Caldas, foi dosque aconselhou o caminho daconcessão ou preferia a “Águasdo Ribatejo”.Paulo Caldas encomendou um es-tudo que apontava o modelo daconcessão a um privado. Na mi-nha declaração de voto, na altura,apontei as reservas que agora seestão a verificar, nomeadamente,os aumentos do tarifário que de-viam estar enquadrados na reali-dade regional, sem que fosse tam-bém prejudicada a normal retribui-ção da autarquia.Até porque a Cartágua não fezaté à data o volume de investi-mentos previsto para estes pri-meiros anos da concessão.Também é verdade, embora gostede distinguir as duas coisas, por-que numa fase inicial foi pedidotudo à empresa e é justo dizê-lo,nomeadamente, 45 por cento dasrendas para um contracto a 35anos. Nos primeiros quatro anos, aempresa foi sobrecarregada, por-que teve de entregar 45 por centodas receitas; bem como uma boaparte dos investimentos. Não po-demos é perder de vista que a em-presa tem accionistas privadosque defendem os seus interesses,e quem tinha de defender os inte-resses do município não esteve àaltura de o fazer. Repare que nãoé normal que a comissão que es-tava incumbida de fazer relatóriossobre o contracto e a concessãonão tivesse entrado em actividadenos primeiros anos da privatiza-ção, apenas no ano passado. Esteprocesso está ferido de irrespon-sabilidades.Se Paulo Varanda teve essecomportamento danoso de que

fala, a que atribui isso a desco-nhecimento ou foi de propósito?Não foi por esquecimento, comcerteza. O que me faz mais confu-são é a ocultação deste processo,a falta de um parecer técnico e afalta de transparência. O nosso ga-binete jurídico e divisão de obrasforam afastados e isso foi assumi-do por Paulo Varanda. Pergunto atroco de quê, isto foi feito nas cos-tas e na escuridão, porque é umaumento que afectará desde osmais ricos aos mais pobres.Algumas escolas do ensino bá-sico, de acordo com o ministé-rio da Educação vão ter de fe-char, como está a gerir este dos-sier?O Governo avançou com o fechode seis escolas. O critério é o dalei, o de uma escola com menosde 20 alunos deve ser encerrada,e com isso serão afectados os es-tabelecimentos de Casais Lagar-tos, Casais Amendoeira, CasaisPenedos, Ereira, Valada e a nº2 deVila Chã de Ourique. O nosso cri-tério é a defesa do interesse dosalunos, das suas famílias. É con-sensual para toda a gente que es-colas com 10 ou 15 alunos, do 1ºao 4º ano, inseridos numa únicaturma, prejudica a aprendizagem.Sensíveis a isto estamos a tentarsalvaguardar a questão junto doministério, com base também emprojecções demográficas. Vamostentar salvar algumas. Mas é uma questão que levanta-rá sempre alguma polémica jun-to dos encarregados de educa-ção.É natural que sim, Lisboa não é amesma coisa que o concelho doCartaxo, e dois quilómetros emmeio rural fazem toda a diferença.A nova esquadra da PSP temtambém estado envolta em algu-ma polémica. Recebemos umcomunicado do movimento“Cartaxo Cívico” de Paulo Va-randa que faz uma série de as-sociações que levam ao nomede Pedro Ribeiro, nomeadamen-te que o director detido pela PJ,há dias, por suspeita de corrup-ção, trabalhava lado a lado coma irmã de Pedro Ribeiro, no ga-binete de Conde Rodrigues.Paulo Varanda faz ainda outras

associações - “Que Pedro Ribei-ro foi vogal do Instituto de Ges-tão Financeira do Ministério daJustiça, e que os engenheirosdo ministério em causa foramsúbditos de Pedro Ribeiro en-quanto este ocupava aquele car-go”. Como comenta?Não consigo comentar. Não vouser meigo nas palavras. Não tenhomemória de ter visto algo tão sujodesde que estou na política, anode 1996, como esse comunicado.Não vou alimentar coisas dessegénero, ao nível da política de sar-geta, que também foi a votos nasúltimas eleições, e as pessoas dis-seram exactamente o que nãoqueriam. Foi a primeira vez queum presidente em funções perdeueleições. Não teme que o clima possa es-tar tenso no dia da inauguraçãoda esquadra, (passado dia 20 deMaio)?Vai ser um dia de celebração. Foifeita uma inauguração do equipa-mento que não estava pronto, navéspera de eu tomar posse. A pró-pria polícia foi proibida de marcarpresença. O que vamos fazer é aabertura de uma obra finalmentepronta. Não estamos obcecadoscom placas de inauguração. A forma de estar na política dePaulo Varanda tem sido descon-fortável para si?Temos sempre dois caminhos, re-cuso-me a alimentar esse tipo depolítica que se alimenta de insinua-ções e acusações. Procuro fazerantes o caminho do trabalho, porvezes em silêncioJá ponderou algum processotendo em conta o teor das acu-sações?Tudo isso está a ser ponderado,pois quando nos sentimos ofendi-dos na nossa honra, quando osataques pessoais se estendem ànossa família, com cartas e emailsanónimos, com perfis anónimos nofacebook...Mas tudo isso parte de PauloVaranda?Até há poucos dias esses ataqueseram anónimos, mas finalmentecaiu a máscara, todos já percebe-ram de onde vinham. Confio na in-teligência dos nossos concidadãospara perceberem o que está em

causa, e que já a tiveram em Se-tembro aquando das eleições. Te-nho mantido uma excelente rela-ção com todos os partidos, ne-nhum outro presidente da Câmarado Cartaxo convocou tantas vezesas outras forças partidárias comoeu, para darem opinião sobre osdossiers estruturantes. Esse movi-mento dito independente continuaa assumir esse tipo de posturasnão dando contributos para resol-ver os assuntos do nosso conce-lho.Logo no início do mandato falouconnosco sobre a Carta do In-vestidor e do Valleypark, qual oponto de situação? A Carta do Investidor está a sertrabalhada pelo nosso departa-mento de desenvolvimento econó-mico e empreendedorismo. Quan-to à zona empresarial do Valley-park trata-se de um processo dife-rente com o qual estamos bastantepreocupados, mas esperamos ternovidades dentro de um mês. Es-tamos a falar de matéria delicadarelacionada com os accionistas.Ainda alvo de auditoria foi tam-bém o projecto Valada XXI

Sempre se falou muito nesse pro-jecto, mas nunca se viu nada. Jáfalámos com a CCDR, para seprocurar soluções para que inves-tidores e casais jovens se fixemem Valada. Queremos licenciar afluvina, passar as antigas instala-ções da hidráulica para alçada daCâmara, organizar também umfestival de música em Valada. Maisdo que grandes chavões, estamosempenhados em resolver os pro-blemas. Toda a gente gosta de umpower point muito bonito, e no Car-taxo fizeram-se muitos com a “Ci-dade do Conhecimento”; “EscolaSuperior de Negócios”, e o próprio“Valada XII” que deram em nada.Enquanto vereador de PauloCaldas, à época, já pressentiaque alguns não iam de facto darem nada?Alguns já não são do meu tempo,pois entretanto sai. Hoje verifica-mos que não deram em nada. Onosso foco é resolver problemasconcretos das pessoas, cuidar dosnossos jardins, passeios, pintarpassadeiras, dar condições aoscemitériosSão coisas concretas mas qua-

se da alçada de um presidentede junta, dada a falta de dinheiroé impossível sonhar mais?Não são coisas menos dignas, ese há algo que temos de aprenderé que a nossa gestão tem de sercom os pés assentes na terra. Sur-gem-nos muitas questões relacio-nadas com o emprego, e daí a im-portância do Valleypark, da zonade actividades económicas do Ca-sal Branco, da Carta do Investidor,atrair empresas é muito importan-te.Como vai conseguir fazer isso,se por força das dívidas, o Go-verno impõe que o municípiofixe as taxas mais elevadas, ten-do em conta neste caso a derra-ma?Não temos varinhas mágicas, astaxas de derrama não são determi-nantes. O Cartaxo tem vantagens,duas saídas de auto-estrada, esta-mos a meia hora do aeroporto e doporto de Lisboa. Possuímos umaposição geográfica favorável, te-mos de trabalhar acima de tudo

Assista ao vídeo desta entrevistana íntegra em www.valorlocal.pt

O autarca aguarda luz verde do PAEL

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6 Valor LocalPolíticaNovo tarifário da Águas da Azambuja

Câmara abre o livrosobre relatório da ERSAR

A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (Ersar) ar-rasa no seu relatório a minuta de aditamento ao contrato de conces-são da “Águas da Azambuja”, celebrado entre a mesma e a Câmara.O relatório fala de diferentes prejuízos para a população do concelhocaso o novo tarifário vá para a frente. Há quem fale de aumentos su-periores a 100 por cento. Em exclusivo ao Valor Local, a Câmara quetem adiado explicações públicas, abre pela primeira vez o livro sobreeste polémico relatório através do vereador com o pelouro das águase saneamento, Silvino Lúcio.

¢ Sílvia Agostinho

Há dois meses disse-nos ementrevista que a Ersar ao ler oacordo entre a Águas daAzambuja e a Câmara, disseque este era um bom acordo eque estava satisfeita, mas nãoé nada disso que temos aquineste relatório.A Ersar por vezes tem opiniõescontraditórias, a informação quetínhamos é que o parecer nãoera vinculativo, mas entretantopor força de uma nova lei apro-vada, a entidade quer dar um

parecer limpo em relação a esteacordo. O decreto-lei de 194 de2009 dava um período de ca-rência de três anos para que asautarquias e concessionárias seadaptassem ao mesmo. Ao abri-go do contrato assinado com aÁguas da Azambuja, esta tempossibilidade de fazer um pedi-do de reequilíbrio financeiroquando os desequilíbrios sãosuperiores a 20 por cento. Istocai ao mesmo tempo que o de-creto-lei nos nossos braços.Mas a Águas do Oeste (AO) éque vem contribuir para toda

esta oneração, e no fundo con-tribuir para que a Águas daAzambuja tenha esta possibili-dade legal para pedir uma rene-gociação, pois a empresa inter-municipal não fez um conjuntode obras comprometido. Por ou-tro lado, temos aquelas nuan-ces relacionadas com o aumen-to populacional do aeroporto daOta que não se verificaram.Mas essa desculpa com aÁguas do Oeste é desvalori-zada pela entidade que dizque não pode ser avaliada arelação causa-efeito da mes-

ma.A Ersar não valoriza porque nãolhe interessa, mas esse eventoé dos mais importantes.Mas isso explica tudo paraque haja este aumento?A retracção que há em termosde colecta da receita aliada aocontrato que fala dos 20 porcento de prejuízo pode ajudar acontribuir para essa explicação.Quanto às alterações de tarifas,como tenho dito o preço daágua vai baixar o que sobe é osaneamento. Mas estamossempre a falar de uma proposta

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7Valor Local Políticade trabalho que tem de ser ajus-tada para que o parecer sejalimpo, sem nódoas.Mas este pelos vistos estábastante sujo (usando a suaterminologia), porque arrasacompletamente com uma sé-rie de componentes. É casopara se dizer que se podia terfeito um melhor trabalho.Vai ver que há coisas aí que sãode pormenor. A água vai baixarcinco por cento, vai aumentar osaneamento em 20 por centosobretudo nas indústrias, comuma almofada de amortecimen-to para os pequenos comercian-tes, mas também para os muní-cipes em termos globais. AÁguas da Azambuja aumenta-ram esta componente em6.93%, e a AO em 29.30%, paraalém da questão dos mínimos. Então como se explica que sefale de aumentos de mais de100 por cento.Há um valor estabelecido para onosso concelho de facturaçãomédia de 7,2 m3 por família, e oaumento final é de 1,55 euros.Fazendo um exercício maisou menos rudimentar mas o

mais prático possível, imagi-nando que uma família pagaem média 13 euros por mês,em média quanto vai passar apagar, tendo em conta todasas varáveis da factura?Já com tudo associado inclusive oIVA e tarifas que são cobradas porentidades estatais, que não sãoda nossa responsabilidade, umafamília que pague 13 vai pagar 15euros, tendo em conta também oíndice de preços ao consumidor,que aumenta todos os anos.No entanto este relatório dizque os aumentos previstospodem ser alvo de contesta-ção por parte da população, enão serem vistos dessa formatão simplificada como está afalar.Nem eu nem o senhor presiden-te somos kamikazes. Não au-mentamos porque gostamos,seja um ou 20 por cento. Duran-te muito tempo, não se actuali-zaram as tarifas. Não houve au-mentos nos dois primeiros anosda concessão. Auditores exter-nos dizem que o aumento foi de4,7 por cento nos quatro anos,enquanto a Águas do Oeste au-

mentaram 17.30%, na água.Não somos parvinhos nem ton-tinhos para querermos aumen-tar só porque sim. Aliás, se eulhe mostrasse o que a ERSAR

nos aconselha para cobrar a ní-vel dos resíduos sólidos, dávontade de bater na entidade,tendo em conta esse relatórioque tem na mão, pois quando

se fala de resíduos para as con-tas estarem equilibradas tínha-mos de cobrar por ano 1 milhão600 mil euros, quando apenasconseguimos 770 mil euros, e

este ano com os aumentos fica-remos na casa dos 800 mil. Poroutro lado, à data da concessãoe até aos dias de hoje há menos500 consumidores no concelho.

Horas extraordinárias abaixo de um euroSe a empresa é alvo de polémica e de contestação entre os munícipes do concelho de Azambuja, no seio da mesma há trabalhadores que estão descontentes com o tratamento dado pelos seus administradores. O Valor

Local teve acesso a documentos que comprovam que a empresa que segundo a DECO tem a quinta água mais cara do país, chega a pagar as horas extraordinárias abaixo de um euro, em alguns casos, até mesmono período nocturno. Noutros o valor não sobe muito para além desse montante. Recorde-se que a Aquapor, detentora da empresa, prometeu criar na altura da assinatura da concessão 20 postos de trabalho, e actualmentelaboram na empresa cerca de uma dúzia de pessoas. O Valor Local tentou um contacto com a empresa para esclarecimento de todas as questões relativas ao parecer da ERSAR, sendo que desta vez nem por escrito nosresponderam, já que continua a não existir abertura para uma entrevista presencial, apesar de todas as insistências por parte da nossa redacção.

Continua è

Silvino Lúcio acusa Águas do Oeste de não terem feito obras no território concelhio

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8 Valor LocalPolíticaMas são riscos da concessio-nária.Claro, mas como estão a ultra-passar a banda dos 20 por cen-to podem pedir reequilíbrio, ecom as novas regras do decre-to-lei 194, tudo piora, até por-que vem na senda do utilizador-

pagador imposta pelo Governo.A Águas do Oeste compra àEPAL o m3 a 38 cêntimos, quepor sua vez revende à conces-sionária de Azambuja a 64,38.O consumidor acaba por pagarsó mais 13 por cento, 78 cênti-mos por m3, queremos baixar

para 73 %. No saneamento, háoutro dado preocupante –hápessoas que não querem fazeras ligações, mas um dia a Ersarpode obrigar a isso. Faz-se uminvestimento louco e há quemnão se queira ligar, e isto é com-plicado para o empresário. Es-ses 500 não pagam taxa deRSU.Por outro lado, e ainda no sa-neamento, a ERSAR criticaque o novo contrato colocaos beneficiários do tarifáriosocial a pagar o mesmo que oconsumidor normal.É mais um ponto que então te-mos de corrigir.Mas que podia ser evitado, émais um puxão de orelhas daErsar.Se quiser falar de puxão de ore-lhas fale, mas não entendo aquestão dessa forma. Ainda temos aquela velhaquestão de a empresa factu-rar ao dia, este mês por acasofacturou menos de 30 dias e afactura é mais suave, maspara o mês que vem factura a40 dias, como já é costume,as pessoas sobem de escalãoe pagam mais.Fiz esse cálculo com as minhasfacturas, e chego à conclusãoque as contas da empresa es-tão certinhas.Mas por que não o são da for-ma o mais transparente pos-sível?Há dois leitores cobradores que

não conseguem fazer perto de10 mil contadores no mesmodia. Se somar os dias todos dasfacturas, como foi no meu caso,tenho um dia a mais no total doano, para o ano ser-me-á des-contado esse dia.Mas a própria Ersar apresentareservas quanto a esse tipode procedimento.Não recomenda mas tambémnão aponta outro caminho. Po-demos fazer por estimativa,com facturação ao mês, que écomo faz a EDP. Mas depoisnão se queixem da “porrada”nos acertos.A Ersar vê-se ainda na neces-sidade também de criticar acircunstância segundo a quala Câmara tem um tarifárioigual aos das instituições desolidariedade, culturais e des-portivas, quando o Estadopreconiza que as autarquiasnão podem ser beneficiadascom este tipo de coisas.Não me lembro que a questãoseja exactamente assim, apesarde reparar que é o que está es-crito nesse relatório, no fundo oque pretendíamos era criar umescalão intermédio, para não fi-carmos equiparados aos indus-triais, porque senão pagaríamos100 mil euros de água por ano.Ainda em conclusão, não estána nossa génese aumentar oque quer que seja, estamos atentar criar a melhor almofadapossível para os munícipes.

Casa Colombo – Vale do ParaísoSessão comemorativado Tratado de TordesilhasNo âmbito da programação anual

da Casa Colombo - Vale do Pa-raíso, a Junta de Freguesia e a Câ-mara Municipal de Azambuja vãocomemorar mais um importanteacontecimento histórico, com diretarelação na audiência que D. João IIteve com Cristóvão Colombo (Co-lon) em Vale do Paraíso, em Marçode 1493.Com o sucesso e adesão que tevea «ALVORADA DO NOVO MUN-DO» no ano transato, para come-morar os 520 anos desse encontrohistórico, Vale do Paraíso quer des-ta vez ficar por um dia no centro dascomemorações do principal tratadointernacional que dá início à IdadeModerna e com uma nova divisãodo Mundo entre Portugal e Espa-nha.Na tarde do próximo dia 7 de Ju-nho, dia que em Tordesilhas foi as-sinado o Tratado entre Espanha ePortugal, na Casa Colombo de Valedo Paraíso, vão falar sobre o tema os seguintes especialistas, já confirmados: «De Vale do Paraíso (Março de 1493) a Tordesilhas (Junho de 1494)»José Machado PereiraDoutor de Educação Patrimonial, Historiador e Museólogo.Conceptualização, Planificação e Gestão dos conteúdos do Centro de Interpretação.“O Mundo Moderno também começou aqui no século XV” - Casa Colombo – Vale doParaíso.«Martin Alonso Pinzón dio la primera noticia del Descubrimiento»Maria Montserrat León GuerreroProfessora de Didáctica de las Ciências Sociales.Universidad de Valladolid.«Colón na España do século XV»Jesús Varela MarcosCatedrático de História Moderna na Universidad de Valladolid.Diretor do Centro de Estudios de Iberoamérica em Valladolid e da «Casa del Tratado»e «Casa Colón» de Tordesillas.É a primeira vez que na Península Ibérica e a nível internacional, se irá unificar nomesmo evento, o conhecimento produzido sobre este tema nos dois países envolvidosnuma nova divisão do Mundo em finais do século XV.

Divulgação

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9Valor Local Instantâneos

A Terra Velhinha já vai sendo conhecida de todos, é sabido que játemos uma edição solidária em papel mas a oportunidade queeste importante jornal da região nos dá no seu cantinho continua aser um factor preponderante na divulgação da memória e identi-dade da nossa Terra.Desta forma e porque a Feira assume para a Terra Velhinha ele-vado estatuto, plasmamos aqui algumas das publicações dos nos-sos membros em prol da Feira Mais Castiça do Ribatejo. Boa Feira!

Terra Velhinha

Largada de Toiros Publicada por António Pereira, 24/09/13, Foto de António PereiraSegundo António Pereira “Lado esquerdo o prédio do Dr. Mayerlado direito padaria e mercearia do João da Silvina”

Feira de Maio na Velhinha Fontede Santo António Publicada por António Ferreira João Buzaco, 11/10/13Foto de António Ferreira João Buzaco

Entrada de toiros conduzidospor campinos Publicada por Ana Cristina Silva, 28/11/13Foto de Ana Cristina Silva

Gerardo na Feira de MaioPublicada por António Ribeiro, 09/10/13 Foto de António RibeiroSegundo Isabel Nolasco “Todos os anos levava tareia do toiro! E íasempre lá! Era uma figura típica de Azambuja. Andava por diversas ta-bernas e quando chegava à do meu avô António Isidro, já com uns co-pitos a mais, pedia mais um. O meu avô respondia-lhe que não lhevendia mais aí o Gerardo dizia. Ah não? O pelourinho está ali à sua es-pera. Enforcou-os a todos, você o Meia Unha e o António Lourenço!”Segundo António José Soares “Que grande figura Azambujense,merece uma homenagem condigna”

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10 Valor LocalDestaque

¢ Miguel A. Rodrigues¢ Sílvia Agostinho

Como é hábito, a Feira de Maiofaz-se com as habituais noites

de fados, nos largos e ruas típicasazambujenses e com as largadasde toiros que são de resto a gran-de atracção deste evento. Ao lon-go de todos os dias da festa, have-rá concursos e provas de períciade condução de cabrestos, e mui-tas outras manifestações agrega-das à festa brava.Azambuja veste-se também detradições, com os concursos demontras, a par da ornamentaçãodisposta ao longo de largos, ruase fachadas com motivos alusivos àfesta brava, que todos os anos émotivo de competição entre os vá-rios concorrentes a digladiarem-se,quanto mais não seja pelo diplomaentregue no último dia de feira nolargo do município.A destacar nesta feira como é há-

bito, a distribuição gratuita de sar-dinhas, pão e vinho na noite desexta-feira dia 30 a partir da meia-noite, nas ruas e largos mais típi-cos de Azambuja.Mas para além destes aspectos, aFeira de Maio apresenta outrasatracções que têm vindo a implan-tar-se nos últimos anos. É o casoda Praça das Freguesias, que de-corre no campo da feira de Azam-buja, onde cada dia da festa é de-dicado a uma das agora sete fre-guesias do concelho. Nesta inicia-tiva, as colectividades locais sãoconvidadas a representar a suafreguesia através de uma tasqui-nha onde os lucros da venda dosacepipes colocados à disposiçãoda população servem para ajudarfinanceiramente as respectivas as-sociações. Este ano, também afuncionar nos dias da feira uma“Mercearia” com produtos típicosda região numa parceria entre aAssociação Comércio, Indústria e

Serviços do Município de Azambu-ja (ACISMA) e o município, insta-lada na Praça do Município.Para além dos comes e bebes, apraça das freguesias apresentaigualmente animação musical,com os ranchos folclóricos dasrespectivas freguesias, ginásticarítmica, fados, bandas filarmóni-cas, e muitas outras iniciativas queprometem animar os cinco dias defesta.Ao lado da praça das freguesias,poderá encontrar o pavilhão dasactividades económicas, da res-ponsabilidade da Acisma onde es-tarão presentes algumas empre-sas com actividades existentes noconcelho de Azambuja. Neste es-paço, poderá encontrar tambémalguns objectos artesanais, oriun-dos, não só, dos vários pontos domunicípio de Azambuja, mas tam-bém um pouco de toda a região.Para além da festa na rua, vai ha-ver também a habitual corrida de

toiros à portuguesa, na Praça Dr.Ortigão Costa, A corrida que serealiza a um de Junho vai ter empraça os cavaleiros, Rui Salvador,

Paulo Jorge Santos e Duarte Pin-to, onde serão lidados 6 touros devárias ganadarias nacionais. Empraça estarão os Forcados Ama-

dores de Azambuja, do Ribatejo ede Arruda dos Vinhos, sendo queo preço para entrar nesta corridaronda os 10 euros.

Azambuja veste o seu melhor fatoA vila de Azambuja recebe de 29 de Maio a 2 de Junho mais uma edição da centenária Feira de Maio. Ocertame volta a ser o ponto de encontro de muitos aficcionados ribatejanos e não só. Fomos conheceralguns aspectos deste evento como uma das mais antigas tertúlias, e uma exposição evocativa da feira.As corridas de touros são elemento fundamental durante a Feira de Maio, e por isso damos a conhecer:o ponto de vista de um veterinário de corridas sobre o touro. A pensar na feira, foi também inauguradonos últimos dias um novo espaço comercial, a “Mercearia” onde podem ser adquiridos produtos locais.

Veterinário de corridas salienta:

“O touro sente dor masnão tem sofrimento”No dia 16 de Maio, no âmbito de uma das iniciativas do projecto “Musealogando” levadas a cabo no

Museu Municipal Sebastião Mateus Arenque, durante o “Mês da Cultura Tauromáquica”, em Azam-buja, falou-se de tauromaquia e do papel do médico veterinário antes e após as corridas de touros. Jor-ge Moreira da Silva falou do seu papel e dos preparativos que antecedem a festa brava.“Temos de pensar no touro como um super atleta que foi criado em três ou quatro anos para mostrarem 15 minutos o que vale, e que o público pagou o seu bilhete para assistir a um espectáculo”, referiu.Antes de cada corrida, o animal tem de obedecer a uma série de critérios, desde logo o peso, “havendolugar à passagem de autos a ganaderos que apresentem animais com peso abaixo dos 400 quilos”,“que são impedidos de entrar no espetáculo”. “Temos de verificar se há lesões no animal, como estãoos olhos, se tem os dois testículos, ou até a existência de abcessos, sendo que ainda recentementeum dos touros previstos para uma corrida em Vila Franca teve de voltar para trás, por causa disso”.O veterinário compara os tempos actuais emque todas as inspecções são rigorosas e o nívelde conforto e de segurança no transporte dotouro tem de ser acautelado ao máximo, “paraevitar o stress do animal”, que “antes vinha paraas praças em autênticas frigideiras com osmembros todos assados”. Uma vez na praça detouros “precisa de se ambientar durante três aquatro horas no local”, por forma “a descansaro suficiente para que quando saia para a corridaesteja no seu estado normal”.Relativamente aos movimentos contra as toura-das, Jorge Moreira da Silva, enfatiza – “Não so-mos bárbaros nem sanguinários. O touro temdor, mas não tem sofrimento, é o que posso as-segurar. Por se tratar de uma raça brava enfren-ta de forma mais forte o que lhe é infligido emcomparação com uma raça como a charolesaou as vacas frísias”. Sobre a polémica questãodos touros de morte em arenas, refere que o im-portante é que se proceda sempre após a cor-rida ao abate de urgência, “pois o animal nãopode ficar à espera que o matadouro abra nodia seguinte”.

Veterinário deu a conhecera sua experiência

Foto: José Júlio Cachado Foto: José Júlio Cachado

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11Valor Local Destaque

Fundada há mais de 20 anos,a tertúlia “Velha Guarda” é já

um ponto de passagem obriga-tório em Azambuja. LourençoLuzio é o orgulhoso proprietáriodeste espaço que encerra muitoda história da festa brava azam-bujense. Tudo começou por razões fami-liares. Lourenço Luzio, que des-de sempre esteve ligado aomundo dos toiros, salientou aoValor Local que a sua passagempelos Forcados Amadores deAzambuja, marcou definitiva-mente a sua vida, ao ponto dese juntar aos velhos companhei-ros e nomear a Tertúlia de “Ve-lha Guarda” numa alusão aostempos “dourados” dos forcadosde Azambuja, nos anos 60, 70 e80.Ao longo dos anos, alguns mem-bros da “Velha Guarda” foramdesaparecendo, mas a sua me-mória está bem patente nas pa-redes da tertúlia que fica em ple-na rua principal em frente à bi-blioteca municipal. Com uma de-coração bem típica, o espaço édecorado com vários objectosalusivos à tauromaquia, nomea-damente, com cartazes de corri-das em Azambuja e outras por

onde passou o grupo de forca-dos local.Aliás a tertúlia “Velha Guarda”foi pioneira na organização devários colóquios sobre a tauro-maquia em Azambuja. Nos últi-mos anos, com a excepção doúltimo ano devido a questões fa-miliares, “o espaço ficou conhe-cido pela qualidade dos interve-nientes e dos painéis que apre-sentou”. Este é aliás um projectoque muito orgulha o seu proprie-tário, lembrando que antes dasua organização, os colóquioseram poucos ou nenhuns,.É com saudade e paixão queLoureço Luzio recorda outrostempos da Festa Brava emAzambuja. O antigo forcado foitambém toureiro apeado, tendo-se estreado na inauguração deuma das primeiras praças de toi-ros de Azambuja, em Outubrode 1967, a Monumental “Caixo-te”. Loureço estreou-se ao ladode figuras como Carlos Pimen-tel, Manuel Tavares, ou Ana Ma-ria. Diz ainda assim que não searrepende da escolha, vincandoque o destinou o levou aos for-cados. Hoje em dia é um dosúnicos directores oficiais de cor-ridas de toiros.

Mas foi no Grupo de ForcadosAmadores de Azambuja, ondeviveu as maiores emoções. Lou-reço Luzio esteve 18 anos nogrupo: “Foi uma época de ouro”.Ganhou muitos prémios, emborasendo um grupo de segundoplano, tinha corridas, e actuouem muitos pontos do país e nãosó. Os forcados de Azambujatambém se aventuraram em Es-panha, onde fizeram alguns bri-lharetes, ao ponto de terem na

altura um empresário no país vi-zinho para agenciar as corridas.Mas os dias de hoje não sãoimunes ao tempo e à crise. Lou-renço Luzio lamenta que as cor-ridas mistas tenham deixado deser frequentes, até porque comodiz “90 por cento das corridassão só a cavalo, raramente apa-rece o toureiro apeado”; no en-tanto, a Moita ou o Campo Pe-queno são uma “excepção “ou oSobral de Monte Agraço que no

25 de Abril dá uma oportunidadeaos novos, bem como o Carta-xo, mas no panorama taurinoportuguês o toureio a pé apare-ce muito pouco”, lamenta.O aficionado enaltece a novapraça de toiros de Azambuja,mas não deixa no entanto de la-mentar que a sua construçãonão tenha tido em conta os es-pectadores. Em causa estão asprimeiras filas da praça, que nãotêm visibilidade para a arena.

Por causa disso, Lourenço Lu-zio, que desvalorizou o proble-ma, pediu a alteração de lugarespara a direcção da corrida, poisno local em causa só se via aarena parcialmente. Ainda assimo aficionado considera queAzambuja merece o espaço,que na sua opinião até poderiaser mais rentabilizado.

Veja esta entrevista completa eem vídeo em: www.valorlocal.pt

As memórias da Tertúlia “Velha Guarda”

Tertúlia é das mais reconhecidas de Azambuja

Mercearia deprodutos locaisDurante os dias da Feira de Maio, está a funcionar em espaço

cedido pela Santa Casa da Misericórdia, uma mercearia deprodutos locais, numa parceria entre a ACISMA e a Câmara deAzambuja. A inauguração teve lugar no dia 16 de Maio, e contoucom a presença de elementos da Câmara de Azambuja, Assem-bleia Municipal, forças vivas, entre outros. Está representado todo o concelho de Azambuja, de norte a sul,através dos seus vinhos, cerveja artesanal, compotas, mel, quei-jos e doces. O objectivo desta iniciativa passa pelo investimentona promoção das capacidades locais como elemento diferencia-dor fundamental para o desenvolvimento económico, cultural eturístico. Não estando posta de parte a possibilidade de o espa-ço continuar a funcionar após a feira de Maio, como mais umpolo dedicado ao turista e não só.

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12 Valor LocalDestaque

Um dos autores com o vereador da Cultura

Está patente na galeria da Bi-blioteca Municipal de Azam-

buja uma exposição colectiva daautoria de Luís Miguel Mora Car-los e José Júlio Cachado. Otema como não podia deixar deser é a “Feira de Maio - Momen-tos Para Recordar”.Ao todo são 35 fotografias dedois jovens autores de Azambu-ja, que se juntaram e acederamao desafio do município. Nainauguração, sem a presença deJosé Júlio Cachado devido aofacto de estar a trabalhar, LuísCarlos destacou a sua paixãopela fotografia e pela aficcion,vincando esperar que esta expo-sição seja também didácticapara todos os que a visitam.Ambos os autores já há muito

que fazem fotografia, contudopela primeira vez decidiram ex-por os seus trabalhos. A desta-car que José Júlio Cachado, foio autor da foto da primeira pági-na do Valor Local da edição deMaio do ano passado, assimcomo este ano. A exposição tementrada livre, e pode ser vista atéao próximo dia 10 de Junho.António Amaral, vereador com opelouro da Cultura da CâmaraMunicipal de Azambuja, desta-cou por seu lado o empenho dosautores, salientando que “pelaprimeira vez em dois anos, a ga-leria da biblioteca municipal deAzambuja, vai estar permanente-mente ocupada com exposiçõesde artistas azambujenses até2015”.

Feira de Maio recordada em exposição

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13Valor Local Publicidade

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14 Agricultura

AItalagro vai investir numa novalinha de produção, neste caso

de Ketchup. A empresa da Casta-nheira do Ribatejo assinou umcontracto com a McDonalds, o quevai possibilitar a entrada de 24 no-vos trabalhadores para uma pro-dução diária de quatro toneladasde tomate fresco. O contrato assi-nado no dia 14 de Maio, no valorde um milhão de euros, vai permitir à Italagro fornecer todos os restau-rantes em Portugal do giganteamericano.A iniciativa que decorreu nas insta-lações da empresa com a ministrada Agricultura Assunção Cristas,revestiu-se de algum simbolismo,até porque como fez notar o direc-tor da McDonald´s Mário Barbosa,a parceria com produtos nacionaistem sido um procedimento habitualnos últimos anos.

Mário Barbosa vincou que aMcDonald´s tem adquirido aosprodutores locais a maioria dosseus produtos, salientando a alfa-ce, os hamburgers, o pão, e agorao tomate para ketchup. Há 23 anosatrás, aquando da implantação dacadeia de restauração em Portugaltodos os produtos eram importa-dos, mas nos dias que correm “ aempresa já está enraizada na eco-nomia portuguesa, ocupando umlugar na restauração nacional com139 restaurantes espalhados nocontinente e nas ilhas com mais deseis mil funcionários”.Mário Barbosa salientou que aMcDonald´s já compra produtos acerca de 30 empresas portugue-sas, o que representa cerca de 1/3dos fornecedores da marca, aosquais se junta agora a Italagrocomo o novo fornecedor de ket-

chup exclusivo para Portugal.Martin Stilwell, presidente do HIT,grupo ao qual pertence a Italagro,destacou que a Italagro vai entraragora numa nova fase, com umaprodução de mil toneladas de ket-chup anuais. “É mais um passoimportante no nosso crescimentonos últimos anos”, vincou o presi-dente do grupo que destaca a du-plicação da facturação. “No anopassado ultrapassámos a factura-ção de 65 milhões de euros, e esteano vamos passar a barreira dossetenta milhões”, sendo por issoimportantes as parcerias, comoaquela já firmada com a McDo-nald´s.O presidente do Grupo HIT, vincoutambém que para os resultadospositivos da empresa, muito contri-buíram as parceiras já firmadascom 240 produtores de tomate

“que são dos melhores da Europaa fazer esta cultura, são os maisprodutivos e os maiores em ter-mos de dimensão, ainda assimatrás dos congéneres california-nos”.Já Assunção Cristas, ministra da

Agricultura, que apadrinhou estainiciativa, destacou que esta par-ceria se trata “ de um bom exem-plo do caminho que estamos a fa-zer no nosso país”. Aliás a ministradestacou como positivo o trajectoda McDonald´s. Assunção Cristas

deu como exemplo o facto de aempresa utilizar produtos nacio-nais nas suas refeições, como sãoos casos das sobremesas, onde atítulo de exemplo citou o geladoSundae feito com pera rocha doOeste.

Italagro vai fornecer McDonalds Portugal

Confederação dos Agricultores de Portugal“Profissionalismo é o caminho”

Mário Barbosa, Assunção Cristas, Martin Stilwell

Àmargem da apresentação demais uma edição da Feira Na-

cional de Agricultura, Luís Mira,da CAP, em entrevista ao ValorLocal referiu-se ao actual momen-to da Agricultura em Portugal sa-lientando que de facto “a activida-de está em contra-ciclo em rela-ção a outros sectores, com o au-

mento das exportações”. Um dosfactores que para tal contribuiuestá relacionado com o facto demuitos agricultores se terem as-sociado, e ganhado mais dimen-são. “Para se ganhar dinheiro com aagricultura tem de se ser muitoprofissional, e apostar na susten-

tabilidade a vários níveis, nãobasta ter um terreno, caso contrá-rio só vai arranjar problemas”.Questionado sobre o facto demuitos licenciados estarem à pro-cura de um caminho profissionalna agricultura, depois de consta-tarem que não conseguem em-prego nas suas áreas de forma-

ção, Mira deixa um conselho –“Essas pessoas têm boas capaci-dades intelectuais, mas tambémtêm de perceber que não conse-guem vingar na agricultura de ummomento para o outro, têm dereunir condições como dimensãoeconómica, conhecimento domercado e saber produzir”.

Muito em voga estão agora as di-tas culturas da moda, como osfrutos vermelhos ou os cogume-los, Mira considera que são apos-tas que estão a ser bem-sucedi-das em algumas zonas do país,mas mais uma vez refere que “to-dos os negócios são bons naagricultura desde que se ganhe

margem de lucro”. Uma das questões que maispreocupa os produtores prende-se com os pagamentos dos hiper-mercados, sendo que “já foi con-seguido um passo positivo juntode um dos grupos do país queavança com o pagamento a 10dias”.

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15Valor Local Agricultura

Foram poucos os agricultoresde Alenquer (três até à data)

que aderiram à iniciativa “Prove”que na região está a ser condu-zida pela Leader Oeste, e nestecaso em específico com o apoiodo município de Alenquer. Con-siste na venda de produtos hor-to-frutícolas, todas as semanas,no mercado de Alenquer atra-vés de cabazes para o efeito.Disponibilizar ao consumidorprodutos produzidos atravésdas técnicas da dita agriculturatradicional é o objectivo. Pedro Franco Duarte, residenteno concelho de Alenquer, foi umdos produtores que aderiu à ini-ciativa após verificar que nãohavia interessados. Insatisfeitocom a fraca adesão, decidiu ar-regaçar as mangas e participar.Conta que já plantou vários hor-tícolas que deverão ser canali-zados para o primeiro dia emque a venda de cabazes terá lu-gar, a 23 de Maio. O agricultorconsidera que na base da fracaadesão está o facto de “o Provepor si só não ser um grande ‘ne-gócio’, caso contrário muitos te-riam aderido”. A iniciativa faz-semais por “amor à camisola e àcausa da agricultura tradicio-nal”. “Vendemos cabazes a sete

e a dez euros, que, à partida, ese fizermos as contas por altoconseguiremos um retorno de100 euros por semana paracada um, e quando a qualidadedos produtos é a melhor.”, expli-cita e adianta: “Tendo em contaa mão-de-obra, a preparaçãodos cabazes, o tempo dispensa-do na sua venda no mercado,com mails e telefonemas pelomeio, com uma forte aposta napersonalização, acaba por nãoser compensatório desse pontode vista”. O agricultor contudomostra-se entusiasmado peran-te a ideia de fornecer bons pro-dutos à população. “Estamosnisto com um espírito de mis-são, sabemos que não vai daruma grande fortuna”, dá conta oagricultor já reformado, que de-cidiu abraçar a causa com maisduas produtoras.Mas se a adesão dos agriculto-res de Alenquer não foi até àdata a mais satisfatória, o mes-mo não se pode dizer dos con-sumidores interessados nestescabazes, dado que 36 pessoas,até à data desta reportagem, játinham contactado a iniciativacom o objectivo de todas assextas-feiras levarem para casaum cabaz do Prove.

Rute Ferreira, residente no con-celho do Cartaxo, integra esta,ainda, pequena equipa de pro-dutores e acabou por dar a caraao manifesto tendo em conta afraca adesão dos produtores doconcelho, conforme referido aci-ma. A agricultora já produz para

o mercado, nomeadamente,hortícolas, e encara este desa-fio do Prove no sentido de poderdar os melhores produtos aosfuturos consumidores, até por-que estar neste meio não é fácile “a moda das hortas familiarespassa depressa quando as pes-

soas se apercebem do trabalhoque dá a que se junta a clássicafalta de tempo”. Contudo, osdois agricultores não conside-ram que os futuros interessadosnos cabazes sejam necessaria-mente ex- hortelãos. “São sobretudo pessoas com

falta de tempo, com horáriosapertados e que naquele dia e adeterminada hora (todas as sex-tas, entre as 17 e as 19 horas)sabem que têm produto de qua-lidade à sua disposição, só nãoé levado a suas casas porque oprojecto assim o determina”.

Prove em Alenquer

“Estamos nisto com espírito de missão”

Agricultores que integram o projecto

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16 Sociedade

Ainda sem data para a inaugu-ração oficial, no novo edifício

da Cerci-Flor da Vida de Azambujadão-se os últimos retoques parareceber os utentes daquela institui-ção. O novo edifício com capaci-dade para 40 utentes na área daactividade ocupacional e mais 12em sistema de residência, custouperto de um milhão e duzentos mileuros, e constitui o realizar de umsonho antigo da instituição.O presidente da cerci, vincou queeste “sonho” só terá sido possívelcom os apoios da Segurança So-cial, mas sobretudo com o apoio efinanciamento da Caixa de CréditoAgrícola de Azambuja e da autar-quia.Carlos Neto, presidente da Cerci,que vinca o carácter social e im-portante do novo espaço que ficaparedes meias com o edifício da

Associação Comércio e Industriado Município de Azambuja (ACIS-MA), destaca igualmente que setrata “de um edifício feito de raiz,sem barreiras arquitetónicas”, com“tudo o que é preciso para apoio àdeficiência”. O novo espaço é do-tado de valências relacionadascom as áreas de terapia, com tan-que terapêutico, fisioterapia e giná-sio.Numa altura em que a Cerci dá umpasso de gigante para avançarpara o novo espaço, surgiram ini-ciativas propostas pela sociedadecivil, no sentido de apoiar as cau-sas que que esta instituição serve.São apoios bem-vindos, segundoCarlos Neto, que destacou ao Va-lor Local, que a comunidadeazambujense tem sido uma mais-valia para a instituição colaborandoatravés das diversas campanhas,

como é o caso, por exemplo dacampanha do pirilampo mágico.Todavia, nos últimos meses, apa-receram outras formas de apoio dasociedade civil. Uma delas tomoua forma de uma revista, depois deter nascido nas redes sociais. Tra-ta-se do projecto “Terra Velhinha”,cujos proveitos da venda da suarevista, foram entregues à institui-ção, cerca de três mil euros.Também o agente da Remax, Má-rio Simões decidiu apoiar a institui-ção, nomeadamente, a colónia deférias da Cerci, através de umacampanha de angariação de fun-dos nas lojas da Remax, e do seuespaço comercial no Valor Local,para incentivar a ajuda da socieda-de civil para esta causa.Mário Simões salientou que por ra-zões familiares, dado que o seu fi-lho é aluno da instituição, terá tido

conhecimento de que “praticamen-te nenhuma das crianças podiapassar uns dias diferentes na co-lónia por falta de condições finan-ceiras das famílias e também por-que a Cerci não pode suportar a

totalidade de cada uma delas”.Nesse sentido, vinca que faziatodo o sentido ajudar a Cerci.“Desde que nasceu o meu filho,que me tornei mais humano e por-que trabalho e represento uma ins-

tituição que também ela me ensi-nou a ajudar o próximo, mas acimade tudo, porque percebi que paramuitas destas crianças estes sãoos cinco dias mais felizes do anointeiro”.

Últimos retoques no novo edifício da Cerci

Associação de Meca lança marca “Bem Maior”A Associação de Apoio a Idosose Jovens da Freguesia de Meca(AAIJFM) lançou, no passado dia30 de Abril, a sua marca solidária“Bem Maior” e inaugurou o seu“Espaço Solidário Bem Maior”, nocentro de Alenquer. Nelson Oli-veira, técnico da associação, du-rante a apresentação, deu a co-nhecer que “todos os dias há

muitos que batem à porta daAAIJFM e daí a tentativa atravésdo lançamento destas marcas depodermos ajudar mais pessoas”,nomeadamente, através da ven-da de trabalhos feitos pelos uten-tes da associação. No espaço recém-inaugurado, naRua dos Guerras em Alenquer,está a funcionar uma loja de tra-

balhos realizados na associação;loja de serviços de estampagem(t-shirts, canecas); centro de re-colha de materiais para recicla-gem e utilização na produção denovos trabalhos; oficina de traba-lhos manuais aberta ao público egratuita, bem como loja de mar-cas que se associaram à asso-ciação e como tal ganharam o ró-

tulo de marca solidária. Todos osvalores apurados reverterão paraa AAIJFM.Presente na cerimónia esteve achefe do sector territorial de VilaFranca de Xira da Segurança So-cial, Teresa Teixeira, que ficouagradada com o projecto e comas instalações, saudando tam-bém “a sua originalidade” e o fac-

to de a AAIJFM ter “decidido ar-riscar”, porque “não pode sersempre o Estado a ajudar as as-sociações, estas também devempromover uma mudança de para-digma no que a apoios diz respei-to”. Também o presidente da Câ-mara de Alenquer, Pedro Folga-do, elogiou o projecto e “a persis-tência dos membros da associa-

ção”.José Santos Ferreira, presidenteda associação, lembrou “os es-forços encetados nos últimosdois anos que permitiram apoiar,hoje, cerca de 200 pessoas”. “So-mos exigentes com o nosso tra-balho e podemos garantir que osfundos obtidos serão bem aplica-dos”

Novo edifício da Cerci

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17Valor Local Sociedade

Completou dois anos de exis-tência em Janeiro, a escola

Apolo Azambuja, onde para alémdos ritmos clássicos das dançasdesportivas, são ensinadas as no-vas danças que têm causado furornos últimos tempos como a Zum-ba, o Bokwa e Kizomba. Nomesdesconhecidos para alguns, masque registam uma significativaadesão por parte das gerações

mais novas, em todo o país, etambém em Azambuja. A escolatem cerca de 40 alunos.Miguel Nabeto, director da escolae dançarino ligado à conhecidaescola “Alunos de Apolo”, diz quea dança em Azambuja, como umpouco por todo o país, “já conhe-ceu outros tempos mais áureos”,mesmo assim o interesse pelaárea mantém-se, “daí a abertura

da escola” em causa. Miguel Nabeto refere que “emmeados de 2013 com muito esfor-ço e dedicação” dos professoresligados ao projecto, “esta modali-dade começou a crescer e a de-senvolver-se no concelho deAzambuja”, sendo que é desde jápossível confirmar que em 2014 “a‘Apolo Azambuja’ vai contar com apresença de vários pares emcompetição a nível nacional.” Osalunos da Apolo que vão competirnaquelas provas são acompanha-dos por dois conhecidos professo-res da modalidade, José CarlosRodrigues e Alberto Rodrigues.Este último fez parte do júri doprograma “Dança com as Estre-las”.

Entre os projectos para o futuroestá, como referido acima, o incre-mento das aulas de dança nasmodalidades já existentes, mastambém proporcionar actividadesde dança, numa das modalidades,a “pessoas mais velhas”. Breve-mente, “a Apolo Azambuja vai rea-lizar mais uma grande prova docircuito nacional de Dança Des-portiva e um Open WDSF (WorldDance Sport Federation) onde es-peramos contar com a presençade vários pares internacionais en-tre eles o campeão do mundo nacategoria de Adultos”, adianta. Sempre que se fala de danças desalão, é comum pensar-se que hásempre mais disponibilidade porparte das mulheres para alinha-

rem neste tipo de andanças, masNabeto desmistifica: “Posso afir-mar que a Apolo Azambuja na mo-dalidade de dança desportiva játeve mais homens do que mulhe-res. Normalmente, os que vêmpara a escola são mais perfecio-nistas; e muitos deles melhores doque as meninas. Elas por vezesacabam por desistir e eles conti-nuam. Acho que os homens de-viam tirar essa ideia da cabeça, omeu pai também queria que eufosse futebolista e acabei por serdançarino.”O professor de dança reflecte que“Azambuja, sempre foi uma terracom excelentes praticantes dedança, que em alguns casos che-garam a campeões nacionais”.

“Achamos que com os novos tiposde dança que passamos a ter,aparecerá mais gente interessa-da. Vamos continuar a levar bemlonge o nome do concelho deAzambuja, com esta nova equipa.E ainda por cima com a vantagemde termos este protocolo com osAlunos de Apolo”. Entretanto, oprojecto Apolo Azambuja inaugu-rou um novo espaço onde a dan-ça e a música serão o prato prin-cipal. O espaço em si, denomina-do como “Espaço 9” oferecerá ou-tras festas das mais diversas mo-dalidades existentes na escolacomo música ao vivo e o tão co-nhecido jogo interactivo que hojedomina a maioria dos bares pelopaís.

Dois anos de Apolo Azambuja

Levar a dança mais longe

Miguel Nabeto e o seu par

“Double D” e o sonho de dançar As Double D são um grupo de jovens ligadas à Associação de Casais das Boi-

ças, em Alcoentre, que recentemente se formaram. A dança e a música é oque une as 28 raparigas de diversas idades. A mentora do grupo é Joana Marquesque pegou no grupo após a extinção das danças de salão na colectividade local. Há cinco anos que tinha abandonado a dança, mas aceitou de imediato o convite,e o grupo tem feito os seus espectáculos nas localidades vizinhas, tendo inclusi-vamente contado com um pequeno espaço durante a última edição das tasqui-nhas de Alcoentre. “É algo fora de série ter este grupo. O Double D vem do sonhode dançar – ‘Dream Dancing’.” A música moderna é a inspiração do grupo, tudoo que vem a seguir é o improviso e o espectáculo.

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19Valor Local Negócios com Valor

Oriundos das encostas deVale do Paraíso, concelho

de Azambuja, os vinhos “Casalda Fonte” começam a dar cartasno mercado nacional. José Car-valho, um dos proprietários, des-tacou ao “Negócios com Valor”,que por razões familiares estevesempre ligado aos vinhos. JoséCarvalho salienta que a marca“Casal da Fonte” explora vinhasdesde o tempo do seu pai.José e a sua esposa Olga têm li-gações fortes a Vale do Paraíso.José Carvalho embora de nacio-nalidade francesa e Olga, nasci-da em Vale do Paraíso, têm ten-tado manter a “paixão” pelo vinhonuma empresa que começouquase de forma artesanal e queagora já quer dar os primeirospassos na distribuição nacional.José Carvalho destaca que a em-presa só está no mercado desde2010, mas já dá trabalho a perto

de uma dezena de pessoas, enão tem dificuldades aquandodas vindimas.Com um mercado cada vez maiscompetitivo, “Casal da Fonte”tem apostado na vanguarda aolançar novos produtos no merca-do com alguma frequência. Foi ocaso do lançamento do vinhoAbaladiço em finais de 2013 emais recentemente o CabernetSauvignon. “Em 2014 lançámosmais dois produtos, só tínhamosuma referência e passamos a terquatro, um branco, um rosé edois tintos”, explica o responsá-vel, que salienta o facto de a em-presa ter crescido nos últimostempos.Aliás o vinho Abaladiço CabernetSauvignon recebeu mesmo amedalha de prata, no concurso“Wine Masters Challenge 2014”.Todavia no ano anterior o mesmovinho, mas em versão tinto tam-

bém alcançou igual galardão.José Carvalho vinca, entretanto,a qualidade dos solos calcáriosde Vale do Paraíso, sendo que abarreira natural da Serra de Mon-tejunto, que protege das máscondições climatéricas, tambémpropicia a excelência dos vinhosem causa.Recentemente a empresa deumais um passo em frente. O res-ponsável diz que a abertura daloja de vinhos, na principal rua deAveiras de Cima, tirando tambémpartido da “Ávinho” e da “Vila Mu-seu do Vinho” foi fundamentalpara a estratégia de comunica-ção da empresa. Esta loja serve como montra dosprodutos produzidos por “Casalda Fonte”. Mas essa é apenasuma das principais montras de di-vulgação, não sendo a única.José Carvalho salienta igualmen-te “a participação em feiras e a

publicidade no Valor Local”. Osvinhos em causa também podemser adquiridos no espaço de pro-dutos locais em Azambuja, deno-minado “Mercearia”, até finais daFeira de Maio.Por ora, “Casal da Fonte” querexpandir o seu negócio em Por-tugal, posteriormente não descu-ra a hipótese de começar a apos-tar na exportação dos seus vi-nhos. Aliás José Carvalho salien-ta mesmo que a empresa jáapostou no aumento da produ-ção. Actualmente produz 25 mil li-tros por ano, mas esse valor teráforçosamente de aumentar, sen-do que a empresa já está nestaaltura a plantar uma nova vinha“para ter mais dois hectares devinha, de forma a aproveitar ter-renos que estavam desprezadoscom vinha antiga, sendo que esteano dever-se-á passar para o do-bro da produção”, finaliza.

“Casal da Fonte” em expansão nacional

As jóias da coroa do proprietário

Começou a laborar há um mêsem Azambuja uma fábrica de

cerveja artesanal nas antigas ins-

talações da EPAC. Alguns conhe-cimentos na zona, trouxeram umconjunto de sócios para o conce-

lho. A empresa está a dar os pri-meiros passos, e ainda é desco-nhecida para muitos, sendo quenuma das últimas reuniões deCâmara nem o presidente se lem-brava da marca em causa- Boli-na.Miguel Menezes, sócio, conta queas instalações foram cedidas gra-tuitamente em troca de obras demelhoramento, já efectuadas. Aempresa também vai criar umaárea de museu para visitas dasescolas. “O edifício estava mes-mo em pré-ruína”, conta JoséCosta, um dos sócios. O protoco-lo firmado foi assinado por 20anos, e compreende a manuten-ção do edifício a cargo da Bolina. A empresa tem neste momentouma capacidade de produção de

30 mil litros anuais. Para já está àvenda em Azambuja, nomeada-mente na loja de produtos locais– “Mercearia”, em alguns pontosde Lisboa e também de Cascais.O fabrico de cerveja artesanal en-quadra-se num movimento quecomeçou nos países do norte daEuropa e que se começou a ex-pandir para sul, “Portugal não fu-giu à regra e nesta altura já hácinco empresas deste género nopaís, praticamente todas no nor-te”, acrescenta José Costa. “A oferta de cerveja era pequena,para além da industrial, e nota-se,actualmente, uma procura de no-vos sabores, aromas, tal como jáacontece no vinho”, refere MiguelMenezes. “Para além de que, nofabrico artesanal apenas entram

os produtos naturais, maltes, ce-reais, lúpulo e leveduras, e água,como é óbvio, não sendo a cerve-ja pasteurizada ou filtrada paraque dure mais tempo”, diz MiguelMenezes. “Procuramos produzir amelhor cerveja possível indepen-dentemente dos custos”, acres-centa José Costa. Uma garrafade 0,33 cl de Bolina ronda os 2,30a 3,50 euros, “se for num restau-rante”. Até à data, “tem havido consumi-dores para a Bolina. É como nocaso do vinho, há quem queirapagar cinco euros por uma garra-fa como há quem pague 25 eu-ros”.No que se refere ao projecto paramuseu, José Costa esclarece quevai ser instalada uma zona para

explicação do fabrico da cerveja.“Vamos introduzir um ambienteexplicativo da evolução da cerve-ja. Pretendemos colocar tudo apostos até final do ano, mas sem-pre com a introdução de novoselementos ao longo do tempo, demodo a melhorar o núcleo”. Para já, a fábrica ainda não pos-sui trabalhadores a tempo inteiro,mas espera vir a admitir em breveduas pessoas. Neste projecto fo-ram gastos em investimento 300mil euros “que saíram do bolsodos sócios sem apoio dos ban-cos”. “Mesmo com a crise vale apena investir num produto comoeste”. A aposta passa também nadiversificação do produto com no-vas cervejas tendo em conta aépoca do ano.

“Bolina” a cerveja artesanal em Azambuja

Os dois responsáveis junto à produção

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