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PROGRAMA TURISMO RURAL
“AGREGANDO VALOR À PROPRIEDADE”
TURISMO RURALResgate Gastronômico Local
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURALAdministração Regional do Estado de São Paulo SENAR
SÃO PAULO
DO
ESTADO DE SÃO PAULO
FEDE
RA
ÇÃO DAAGRICULTURA
FAESP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULOGestão 2008-2011
FábIO DE SALLES MEIRELLESPresidente
AMAURI ELIAS XAVIERVice-Presidente
EDUARDO DE MESQUITAVice-Presidente
JOSÉ CANDÊOVice-Presidente
MAURÍCIO LIMA VERDE GUIMARÃESVice-Presidente
LENY PEREIRA SANT’ANNADiretor 1º Secretário
JOSÉ EDUARDO COSCRATO LELISDiretor 2º Secretário
ARGEMIRO LEITE FILHODiretor 3º Secretário
LUIZ SUTTIDiretor 1º Tesoureiro
IRINEU DE ANDRADE MONTEIRODiretor 2º Tesoureiro
ANGELO MUNHOZ bENKODiretor 3º Tesoureiro
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURALAdministrAção regionAl do estAdo de são PAulo
Conselho AdministrAtivo
FábIO DE SALLES MEIRELLESPresidente
DANIEL KLÜPPEL CARRARARepresentante da Administração Central
bRAZ AGOSTINHO ALbERTINIPresidente da FETAESP
EDUARDO DE MESQUITARepresentante do Segmento das Classes Produtoras
AMAURI ELIAS XAVIERRepresentante do Segmento das Classes Produtoras
MáRIO ANTONIO DE MORAES bIRALSuperintendente
SÉRGIO PERRONE RIbEIROCoordenador Geral Administrativo e Técnico
Serviço Nacional de Aprendizagem RuralAdministração Regional do Estado de São Paulo SENAR
SÃO PAULO
DO
ESTADO DE SÃO PAULO
FEDE
RA
ÇÃO DAAGRICULTURA
FAESP
São Paulo, 2006
PROGRAMA TURISMO RURAL
“AGREGANDO VALOR À PROPRIEDADE”
TURISMO RURALResgate Gastronômico
© SENAR-AR/SP – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado de São Paulo
Rua Barão de Itapetininga, 224 - CEP 01042-907 - São Paulo, SP - www.faespsenar.com.br
PROJETO DA OBRA
SENAR-AR/SP – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado de São Paulo
Idealização: Fábio de Salles Meirelles - Presidente do Sistema FAESP - SENAR-AR/SP
Supervisão Geral do Programa Turismo Rural: Jair Kaczinski - Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
Responsável Técnico: Teodoro Miranda Neto - Chefe Adjunto da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
Elaboração do Texto: Ângela Cristina Barbieri do Amaral Nigro, Edgar William dos Santos, Íris de Fátima Garcia Camargo, Janaina Britto e
Maria Aparecida Brandão
PRODUÇÃO EDITORIAL
FUNPEC – Fundação de Pesquisas Científicas de Ribeirão Preto
Coordenação Editorial: Mirian Rejowski
Revisão Técnica: Cintia Sugino, Janaina Britto e Marcelo Traldi Fonseca
Pesquisa Iconográfica: Janaina Britto, Graziela Castilho Sabino Greco e Luiz Mapelli
Revisão de Texto: Edison Mendes de Rosa
Projeto Gráfico: Janaina Britto
Editoração Eletrônica: Reynaldo Trevisan e Tathyana Borges
É proibida a reprodução total ou parcial deste manual por qualquer processo, sem a expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
T938
Turismo rural: resgate gastronômico local / Serviço Nacional de Aprendizagem Ru-ral. Administração Regional de São Paulo. -- São Paulo : SENAR-AR/SP, 2006.
(Programa Turismo rural “Agregando valor à propriedade”, 9)
ISBN 85 - 99965 - 09 - 3
1. Turismo rural – Manual 2. Turismo gastronômico (Zona rural) – São Paulo 3. Métodos e técnicas de cocção – São Paulo I. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Administração Regional de São Paulo II. Série
CDD 338.4791 910.98161
Ficha catalográfica elaborada por: Maria Elizabete de Carvalho Ota – CRB - 8/5050
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO, 5
CAPÍTULO 1 – VALORIZAÇÃO DA GASTRONOMIA LOCAL, 7
Alimento: Fonte de Vida, Fonte de Alegria, 8
Hábitos Alimentares, 8
Receita Local, 10
Cozinha, 15
Conservação e Armazenamento, 22
Aromas e Sabores, 26
Fundos, Caldos e Molhos, 28
Revisão, 30
CAPÍTULO 2 – PREPARAÇÃO COM ARTE E SABOR, 31
Pré-Preparo, 32
Métodos de Cocção, 39
Massas, 42
Revisão, 46
CAPÍTULO 3 – REALIZAÇÃO DO FESTIVAL CULTURAL, 47
Operacionalização das Ações, 48
Realização do Festival, 49
Avaliação do Evento, 52
Revisão, 57
BIBLIOGRAFIA, 58
ANExO, 60
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo ao Programa de Turismo Rural “Agregando Valor à Propriedade” do SENAR-AR/SP.
Esse Programa visa a ampliar o olhar sobre a propriedade rural, fornecendo ferramentas para identificar e
implantar negócios de Turismo, de acordo com os recursos encontrados no meio, aliados às habilidades e
vocações do produtor rural e de sua família. Idealizado a partir de experiências no campo, direciona-se ao
objetivo final de fixar o homem à terra e de consolidar a agricultura no Brasil, país continental.
Esta Cartilha foi elaborada para lhe fornecer subsídios no tocante ao Resgate Gastronômico e sua im-
portância para o desenvolvimento do Turismo Rural. Nela, você vai aprender a valorizar a gastronomia, a
preparar os alimentos com arte e sabor e a realizar um Festival Cultural no seu Município.
Acreditamos que esta Cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os profis-
sionais de Turismo Rural, constitui, certamente, um valioso instrumento para o sucesso da aprendizagem
proposta pelo SENAR-AR/SP.
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
1º Vice-Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA
VALORIZAÇÃO DA GASTRONOMIA LOCAL
Neste Capítulo, você vai:
compreender o processo de construção dos diversos hábitos alimentares;
perceber a importância da gastronomia no Turismo Rural;
conhecer e valorizar a equipe de trabalho e os métodos e cuidados para uma produção gastronômica de
qualidade.
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8 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
ALIMENTO: FONTE DE VIDA, FONTE DE ALEGRIA
Nós, seres vivos, não importa a espécie, dependemos do acesso constan-
te a nutrientes fundamentais para a manutenção da vida. “Alimentar-se para
sobreviver” é uma frase que, à primeira vista, poderia ser utilizada para clas-
sificar qualquer ser vivo do planeta. No entanto, há uma diferença primordial
entre o ser humano e os demais seres quanto à alimentação.
O galo e a galinha, por exemplo, não buscam um cantinho romântico à luz
de velas para devorar seus grãos de milho. E quem já viu um cão reservar a
melhor peça de carne para consumi-la com parentes no churrasco do fim-de-
semana? Apenas o ser humano se alimenta em cerimônias e faz da refeição
um momento especial, quase um ritual. Somente nós buscamos, além da saú-
de, também o prazer na comida.
A sensação de bem-estar momentâneo que chamamos de prazer é a
mesma que o turista procura em uma viagem. Ele vivenciará tal sensação em
meio ao verde que se opõe ao cinza da metrópole, quando, esparramado numa
rede, ouvir um causo de assombração ou saborear aquela comidinha feita no
fogão à lenha.
Fotografias e filmagens ajudam o viajante a relembrar momentos do pas-
seio. No entanto, a sensação boa ou má proporcionada por um prato típico fica
sempre na memória. Assim, a alimentação é um dos fatores determinantes
para que o turista se sinta satisfeito, retorne e recomende o local aos amigos.
No Turismo Rural, a cozinha não se resume a “apenas” uma cozinha;
transforma-se em espaço de fazer arte, onde se produzem sensações mar-
cantes que ficarão gravadas na memória.
HÁBITOS ALIMENTARES
Das Oferendas às Festas de Aniversário
Poderia ser um templo, mas é o próprio lar. Assim como nos espaços
religiosos, as residências se apresentam como importante local de realização
de rituais. Ritual, aqui entendido como a repetição de certos procedimentos
transmitidos geração após geração que expressam a identidade cultural de
um povo.
Dentre os ritos familiares, os mais comuns são aqueles relacionados à
alimentação. Sejam em ocasiões especiais ou cotidianas, alguns são pratica-
Quais manifestações podem ser “servidas”
com os alimentos?
Residências como
locais de rituais
�FAESP SENAR-AR/SP Valorização da Gastronomia
dos sem que os percebamos como ritual, tamanha a incorporação destes às
nossas tradições.
Basta lembrar das festas de aniversário. Quantas formalidades devem ser
cumpridas para que possamos saborear um bolo confeitado? Comê-lo antes
do “Parabéns pra Você”, nem pensar. Há também as velinhas, que precisam
ser apagadas assim que o homenageado mentalizar um pedido.
Somente então o aniversariante escolhe uma pessoa, aquela que mais
ama, para servir o primeiro pedaço de bolo, cortado por ele próprio de baixo
para cima. Pronto! As crianças ficam eufóricas; afinal, agora sim os convida-
dos já podem receber as suas fatias.
Eventos festivos, almoços de negócios e oferendas para santos, por exem-
plo, são ocasiões em que o alimento não se restringe a um papel de suprimen-
to ao corpo, mas desempenha uma importante função social.
Alimentar-se significa acolher, compartilhar e confraternizar.
Resgate dos Valores Rurais na Cozinha
A História nos mostra que desde os primórdios da humanidade o homem
ritualiza o momento da refeição, sendo a descoberta do fogo um marco na sua
relação com a comida. O fogo proporcionou a ingestão de assados e cozidos,
permitiu a invenção da cerâmica e, conseqüentemente, a realização de diver-
sos experimentos culinários. Desde então, foram dados os primeiros passos
para o que hoje conhecemos por gastronomia.
Como já vimos no Módulo 5 - “Meios de Alimentação”, das aldeias pri-
mitivas às atuais nações, cada povo ritualiza e constrói o seu hábito alimentar
a partir dos costumes transmitidos pelos antepassados, pela disponibilidade
local de alimentos ou pelo intercâmbio cultural com outros povos. Nas metró-
poles, porém, a função agregadora da refeição perdeu espaço para o ritmo
frenético dos fast foods, para os horários pouco convencionais e até mesmo
para a televisão, que “exige” atenção exclusiva e desloca o jantar em família
para o sofá da sala. Como reação a esse modelo, surge uma tendência de
busca às origens e a valores mais “humanizados”, refletidos, por exemplo, em
dietas saudáveis e na apreciação de belezas naturais.
O Turismo Rural proporciona a satisfação dessa busca, quando a identi-
dade caipira se expressa também nas suas receitas, na utilização de produtos
locais e na valorização dos seus costumes. A hospitalidade rural alimenta com
emoções o visitante estafado da vida urbana.
Fast Food: palavra de origem inglesa que quer
dizer comida rápida.
Festas de aniversário e
suas “formalidades”
A refeição é um ritual?
10 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
RECEITA LOCAL
Nem sempre há um prato típico do município. No entanto, ao analisar
as origens históricas e culturais da região e a sua produção agropecuária,
podemos descobrir a existência de receitas diferenciadas ou peculiares. Esse
processo de análise nos ajuda a criar ou a resgatar o “prato turístico” local,
aquele que provocará sensações inigualáveis ao visitante.
No Módulo II - Identidade e Cultura, vestimos nossa “capa de detetive” e
começamos a investigar, iniciando três passos para começar a responder esse
enigma. Para tanto, vamos rever quais foram esses passos e nos aprofundar
em suas questões:
1º passo – História da cidade
- Qual a origem e formação da cidade?
- Qual a etnia dos antepassados?
- Quais os fatos históricos mais importantes ou marcantes?
2º passo – Receitas bem difundidas no município
- O que a comunidade come normalmente?
- O que se costuma comer em ocasiões festivas em suas casas?
- O que se come em festas religiosas, quermesses, eventos, feiras
etc.?
- Existe algum prato que seja diferente, não comum a outras regiões?
- Vocês conhecem receitas de família que não sejam mais elaboradas
atualmente, mas que já foram muito apreciadas e que deixaram sau-
dade?
3º passo – Produção agropecuária
- Quais os produtos agropecuários de maior expressão?
- Qual a base da economia local?
- Que produções agropecuárias são favorecidas pelas condições climá-
ticas?
- Quão próximo o município está de importantes centros de produção
agropecuária?
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As respostas dessas questões começaram a ser trabalhadas no Módulo 2
- Identidade e Cultura. Retomando essas questões, podemos agora definir qual
ou quais pratos serão trabalhados. Vamos, então, elaborar as fichas técnicas
desses pratos e a lista de compras para eles.
Mas que receita será essa?
Atenção
Veja o projeto do Festival delineada no
Módulo 2 -Identidade e Cultura -, e outras ações defini-das nos Módulos 3, 4,
5, 6 e 8.
11FAESP SENAR-AR/SP Valorização da Gastronomia
IngredientesPesobruto
Unid(kg/ l)
Porcentagem de rendimento ou fator
de correção
Peso líquido
Custo bruto por unidade (1 kg ou l)
Custo Total líquido
Ficha Técnica (frente)
Item (nome do prato):
Quantidade de Porções: Preço/Receita: R$ Preço/porção: R$
Modo de fazer:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ Foto do Prato
Ficha Técnica (verso)
12 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
IngredientesPesobruto
Unid(kg/ l)
Porcentagem de rendimento ou fator
de correção
Peso líquido
Custo bruto por unidade (1 kg ou l)
Custo Total líquido
Ficha Técnica (frente)
Item (nome do prato):
Quantidade de Porções: Preço/Receita: R$ Preço/porção: R$
Modo de fazer:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ Foto do Prato
Ficha Técnica (verso)
13FAESP SENAR-AR/SP Valorização da Gastronomia
Com a definição e o detalhamento da elaboração dos pratos, temos que
realizar as compras dos ingredientes para eles. Vejamos, a seguir, alguns
exemplos de listas de compras.
IngredientesPesobruto
Unid(kg/ l)
Porcentagem de rendimento ou fator
de correção
Peso líquido
Custo bruto por unidade (1 kg ou l)
Custo Total líquido
Ficha Técnica (frente)
Item (nome do prato):
Quantidade de Porções: Preço/Receita: R$ Preço/porção: R$
Modo de fazer:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ Foto do Prato
Ficha Técnica (verso)
14 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
ALIMENTOS NÃO-PERECÍVEIS
Artigo Qtde. Preço Artigo Qtde. Preço Artigo Qtde. Preço
AçúcarErvilha em
lataMaionese
Água mineral
Farinha de mandioca
Massas
ArrozFarinha de
roscaMilho verde
Atum em lata
Farinha de trigo
Mostarda
Azeite Feijão Óleo
AzeitonasFermento
em póPalmito
CaféGelatina em pó
Refrige-rante
Cerveja Goiabada Sal
Chocolate em pó
Leite con-densado
Sardinha
Coco ralado
Leite de coco
Vinagre
Creme de leite
Macarrão
ALIMENTOS PERECÍVEIS
Artigo Qtde. Preço Artigo Qtde. Preço Artigo Qtde. Preço
Abacate Frango Melão
Abacaxi Frios Ovos
Abobrinha Hambúrguer Pão
Alface Iogurte Peixe
Alho Kiwi Pepino
Banana Laranja Pêra
Batata Leite Pimentão
Berinjela Limão Queijo
Beterraba Linguiça Requeijão
Carne Maçã Salsicha
Cebola Mamão Tomate
Cenoura Manteiga Uva
Chuchu Maracujá Vagem
Couve-Flor Margarina Verduras
15FAESP SENAR-AR/SP Valorização da Gastronomia
OUTROS PRODUTOS
Artigo Qtde. Preço Artigo Qtde. Preço Artigo Qtde. Preço
Papel alumínio
Papel manteiga
Canudos
Papel toalha
Guardana-po
Copo descartável
Papel filme PalitosPote
descartável
COZINHA
Culinária é Arte
O artista-pintor tem na sua aquarela uma gama de cores a escolher; ele
utiliza uma infinidade de pincéis para transformar a tela branca em uma obra
de arte. O artista-cozinheiro não é diferente; somente ele, com o seu dom e
os conhecimentos adquiridos dos antepassados, transforma alimentos crus
em pratos capazes de provocar um imenso prazer em quem os saboreia. Na
aquarela do cozinheiro há o fogo, as especiarias, os utensílios e a sabedoria
que equilibra todos os elementos de uma cozinha.
A cozinha é o atelier da arte culinária, o espaço mágico da metamorfose
que faz do ato de comer uma maneira sublime de resgatar cheiros e gostos
de momentos agradáveis. Naturalmente, um lugar tão especial deve receber
cuidados à altura de sua importância. A seguir, descrevemos alguns aspectos
que devem sempre ser levados em conta no dia-a-dia da sua cozinha.
Arte Culinária - Fogão à lenha
Foto
de
Lui
z M
apel
li
Utensílios do Cozinheiro
Foto
de
Lui
z M
apel
li
16 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
Funções e Atribuições
O bom funcionamento da cozinha depende do cumprimento de tarefas diá-
rias, relacionadas tanto com a manutenção do espaço quanto com a preparação
das receitas. Assim, organizar a divisão do trabalho é fundamental. No meio rural,
por razões diversas, há limitações quanto à disponibilidade de mão-de-obra espe-
cializada, o que acarreta um acúmulo de tarefas e funções ao dono do estabele-
cimento e seus familiares. O importante é que, acumuladas ou não, subdivididas
ou não, as tarefas diárias sejam cumpridas de forma pré-definida, seguindo uma
rotina determinada.
A equipe de trabalho de uma cozinha depende de alguns fatores, como: ta-
manho do estabelecimento, tipo e categoria do restaurante, instalações existen-
tes, cardápio, sistemas de serviço e organização. A seguir, o organograma das
funções e da hierarquia de uma cozinha de porte médio:
Farofa c/ banana e outros pratos - Faz. do Chocolate, Itu (SP)
Chefe de Cozinha Gerente
Cozinheiro
Ajudante 2
Auxiliar
Ajudante 1
Pratos típicos - Fazenda do Chocolate, Itu (SP)
Foto
de
Lui
z M
apel
li
Foto
de
Lui
z M
apel
li
17FAESP SENAR-AR/SP Valorização da Gastronomia
ATRIBUIÇõES DO CHEFE DE COZINHA
Organizar o funcionamento de equipamentos e utensílios.
Ser o “cartão de apresentação” do estabelecimento, por sua educação,
boas maneiras e talento.
Elaborar os cardápios e fichas técnicas.
Distribuir os horários de trabalho de sua equipe.
Treinar o seu pessoal.
Supervisionar a apresentação dos pratos e das travessas.
Supervisionar os produtos estocados na cozinha.
Organizar os inventários e controles.
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ATRIBUIÇõES DO GERENTE
Realizar o controle administrativo, financeiro e bancário.
Criar estratégias de divulgação.
Recrutar, admitir e chefiar pessoal.
Organizar e planejar escalas de trabalho.
Efetuar pagamentos.
Zelar pela qualidade do serviço prestado.
Comprar itens e supervisionar o recebimento de todas as mercadorias.
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ATRIBUIÇõES DO COZINHEIRO
Cuidar da praça de trabalho (“mise en place”).
Atender aos pedidos dos clientes.
Orientar a sua equipe de trabalho.
Zelar pela manutenção dos equipamentos e utensílios.
Fechar o serviço de restaurante.
Substituir o chefe de cozinha quando necessário (ausência, afastamento).
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ATRIBUIÇõES DO AJUDANTE DE COZINHA 1
Preparar:
Patês
Cremes
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“Mise en place”: na tradução literal, quer
dizer colocar no lugar. Na cozinha, refere-se à preparação do ambiente para a confecção da co-mida e dos pratos, dos ingredientes que serão utilizados, utensílios e
serviços necessários. Já no restaurante refere-se à preparação dele e das mesas para servir deter-minado tipo de comida
e/ou serviço (à francesa, à inglesa e outros).
Sopas
Saladas
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Massas•
18 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
ATRIBUIÇõES DO AJUDANTE DE COZINHA 2
Preparar:
Pães•
ATRIBUIÇõES DO AUxILIAR
Responsável pela:
manutenção da higiene e limpeza na cozinha;
lavagem dos equipamentos e utensílios;
preparação do “mise en place”.
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Procedimentos Rotineiros
Bolos• Sobremesas•
Para que a cozinha esteja sempre bem cuidada, uma rotina de procedi-
mentos diários se faz necessária. Abaixo, treze pontos que devemos observar
atentamente:
Atenção
Todos os membros da equipe são importan-tes e devem trabalhar
de forma integrada e em harmonia. O
sucesso depende de todos!
Os 13 procedimentos
diários na cozinha
A cozinha forma um conjunto ordenado de equipamentos e instalações, per-
feitamente integrados para a produção de refeições. Como uma unidade de pro-
dução, exige um estudo detalhado de suas instalações, materiais, disposição dos
locais, métodos de trabalho e procedimentos rotineiros apropriados, tornando-se
altamente produtiva e qualificada.
No seu planejamento, tudo é importante e merece estudo.
1. Averiguar a higiene do local, dos móveis e dos utensílios de trabalho.
2. Verificar a conservação e necessidade de reparos em equipamentos.
3. Conferir cardápios previamente elaborados e suas fichas técnicas.
4. Programar as atividades do dia.
5. Conferir o estoque de mercadorias antes da elaboração das receitas.
6. Limpar o setor de trabalho sempre que terminar uma tarefa.
7. Armazenar adequadamente os alimentos ao final do dia.
8. Destinar corretamente o lixo acumulado no dia.
9. Deixar o local e os utensílios limpos no encerramento do trabalho.
10. Verificar se todos os equipamentos estão desligados.
11. Fechar as válvulas de gás.
12. Apagar as luzes.
13. Deixar janelas e portas bem fechadas.
1�FAESP SENAR-AR/SP Valorização da Gastronomia
Limpeza do local de trabalho - São Bento do Sapucaí, (SP)
Higienização
A higiene nos ambientes internos e externos da cozinha é fundamental para
que a qualidade dos alimentos seja preservada, assim como a postura adequada
do manipulador de alimentos. Portanto, o processo de higienização envolve desde
cuidados pessoais até a limpeza de equipamentos e utensílios. Além do sabor dos
pratos elaborados, devemos sempre lembrar que a apresentação e a higiene são
os melhores cartões de visita de uma cozinha.
Assim, algumas regras devem ser observadas.
AMBIENTE ExTERNO DA COZINHA
Evitar a circulação de animais domésticos ou a proximidade com currais e
estábulos.
Acondicionar e destinar adequadamente o lixo produzido na cozinha.
Não acumular lixo por mais de um dia, em especial, lixo orgânico.
Manter o lixo tampado durante o período de trabalho.
Evitar proximidade de mato e plantações.
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AMBIENTE INTERNO DA COZINHA
Manter sempre limpos portas, paredes, janelas, pisos, armário e teto.
Não utilizar produtos de limpeza que deixem odor forte, ainda que agra-
dável.
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Dica
Lembre-se da lei que torna obrigatório o
franqueamento à visi-tação da cozinha e das dependências afins de restaurantes, bares,
hotéis e similares aos seus usuários. Portanto, esteja
sempre preparado para um “visita surpresa”!
Foto
de
Luiz
Map
elli
20 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
Adquirir somente produtos de limpeza de procedência conhecida.
Não acumular lixo por mais de um dia, em especial, lixo orgânico.
Fazer dedetização e controle de roedores, periodicamente, de forma se-
gura.
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EQUIPAMENTOS
Desmontar totalmente
Deixar de molho em solu-
ção com detergente
Esfregar
Enxaguar
Passar em solução clorada
Cobrir com filme plástico
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Periodicidade Procedimentos Equipamentos
Fogões, Chapas,
Batedeiras
Fritadeiras
Boilers
Amaciadores
Processadores
Liquidificadores
Bancadas
Mesas de apoio
Outros
Semanal
Quinzenal Limpeza minuciosa Coifas, exaustores
UTENSÍLIOS
Devem permanecer livres de resíduos de alimentos.
Devem ser higienizados todos os dias, antes e após uso.
Lavar com detergente líquido e neutro para evitar odores; não usar sabão
em barra.
Enxaguar bem com água limpa.
Usar solução desinfetante à base de cloro.
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Preparo da solução:
Para 10l de água limpa, acrescentar 100 ml de água sanitária sem perfume,
ou 30ml de cloro líquido.
Boilers: equipamen-tos apropriados para o preparo de pratos em
banho-maria.
Alerta
Devido ao longo período em que ficam expostos, os equipamentos utili-
zados devem ser limpos antes e depois do uso, principalmente aqueles
que são usados esporadicamente.
21FAESP SENAR-AR/SP Valorização da Gastronomia
Modo de usar:
Após lavar e enxaguar, passar a solução em mesas, equipamentos e banca-
das com o auxílio de um pano de limpeza.
Deixar vasilhames plásticos, suportes para corte e pequenos utensílios em
imersão durante a noite.
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Precauções:
Sempre usar luvas.
Tomar cuidado para jamais ingerir qualquer quantidade da solução.
•
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Precauções:
Não lavar com água limpa após o uso da solução.
Não usar a solução para higienizar alimentos; há produtos específicos para
esse fim.
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HIGIENE PESSOAL DURANTE O TRABALHO
Trabalhar com os cabelos sempre limpos, presos e cobertos por touca.
Não usar brincos, pulseiras, relógio, anéis ou colares.
Não usar barba ou bigode.
Vestir avental, uniforme e roupas limpas.
Usar sapatos fechados.
Lavar freqüentemente as mãos com sabonete líquido e neutro.
Manter unhas curtas e sem esmalte. Escová-las durante a higienização das
mãos.
Sempre usar toalhas descartáveis.
Sempre retirar o avental ou jaleco para usar o banheiro.
Sempre usar luvas descartáveis para manipular carnes frescas, saladas e
sanduíches.
Sempre usar luvas descartáveis quando houver qualquer tipo de ferimento
nas mãos.
Sempre retirar as luvas ao sair da cozinha.
Evitar transmissão de bactérias através da saliva e do hálito em conversas.
Usar máscara descartável em casos de gripe ou tosse. Não tocá-la freqüen-
temente.
Não utilizar pano de prato. Trata-se de um veículo de contaminação na co-
zinha.
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Dica
Muitas pessoas simples têm resistência a adotar essas
posturas de higiene pessoal.1. Destaque os benefícios pessoais dessas posturas.
2. Mostre que você acredita na capacidade e no potencial de cada pessoa em realizar um ótimo trabalho no seu
empreendimento rural.
22 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
CHECk LIST DIÁRIO PARA VERIFICAÇÃO DE PESSOAL QUE MANIPULA OU COMERCIALIZA ALIMENTOSRequisitos Sim Não
Cabelos limpos
Proteção de cabelos
Uniformes completos
Troca diária de uniformes
Uniformes limpos e passados
Barba feita diariamente
Unhas limpas e curtas
Unhas sem esmalte
Utilização de adornos e acessórios
Visite Nossa Cozinha
A abertura da cozinha para a visitação de clientes com o intuito de apre-
sentar a qualidade das instalações e dos serviços prestados é uma prática
recomendada, desde que realizada com os seguintes cuidados:
Definição de um número máximo de pessoas por visita;
Fornecimento de avental, touca e máscaras descartáveis aos visitantes;
Precaução contra acidentes (quedas, ferimentos, queimaduras);
Acompanhamento do cliente na visita.
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CONSERVAÇÃO E ARMAZENAMENTO
Alimentos Não-Perecíveis ou Estocáveis
São aqueles que não necessitam de refrigeração para ser conservados.
No entanto, eles têm a vida útil ampliada quando refrigerados. Os cuidados
essenciais com alimentos não-perecíveis são os seguintes:
Limpar freqüentemente a área de armazenamento com pano de chão e
detergente e, posteriormente, pano com água. Não se deve varrer.
Manter as prateleiras limpas, afastadas das paredes, livres de resíduos
e insetos.
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Armazenar sacarias em cruz sobre estrados, mantendo distância míni-
ma de 15 cm do chão.
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O cumprimento das regras estabelecidas deve ser observado diariamente.
Para tanto, devemos elaborar um check-list, conforme modelo a seguir:Check List: Listagem de controle.
Atenção
Higienize as mãosantes de iniciar uma
atividade; após fumar; após usar o sanitário;
após tossir ou espirrar; ao trocar de atividade; ao manipular alimen-
tos crus.
23FAESP SENAR-AR/SP Valorização da Gastronomia
NA HORA DE ESTOCAR
Primeiro que
Entra
Primeiro que
Sai
Alimentos Perecíveis
São aqueles que necessitam de refrigeração para sua conservação. Veja-
mos alguns cuidados com os vários tipos desses alimentos a seguir.
Fazer uma pré-seleção logo que descarregados ou colhidos.
Pré-lavar em água corrente.
Retirar das caixas do fornecedor e acondicionar em caixas limpas.
Encaminhar para refrigeração ou pré-preparo no caso de uso posterior.
Refrigerar em temperatura de 8 a 10°C para ampliar a vida útil.
Verificar as condições do entregador (caminhão, uniformes, caixas
etc.).
Medir a temperatura de todas as caixas (temperatura ideal até 7°C).
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Atenção
Controle as datas de validade dos
alimentos.1. O leite tem prazo de validade curto e
costuma ser entregue diariamente.2. Os frios costumam perder sua validade
quando a sua embala-gem é aberta.
Hortaliças ou Hortifrutigranjeiros
Carnes, Pescados e AvesLeite, Laticínios e Embutidos
Armazenar os alimentos por classes (latarias, potes plásticos, sacos,
caixas etc.).
Manter produtos de limpeza distantes de alimentos e produtos descar-
táveis.
Não deixar objetos indevidos no estoque (peças quebradas, objetos de
uso pessoal etc.).
Controlar a data de validade dos produtos, inclusive dos produtos de
limpeza.
Sempre verificar as referências do produto na embalagem (tipo, forne-
cedor e validade).
Efetuar o rodízio de mercadorias PEPS.
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Cuidados com os
alimentos não perecíveis
24 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
Acondicionar produtos em caixas ou monoblocos limpos cobertos
com filme plástico e devidamente identificados (nome, data de entrega,
fornecedor).
Retirar amostras (100 a 120g) no momento de utilização do produto.
Acondicionar as amostras em saquinhos transparentes etiquetados.
Guardar as amostras por 72h após a utilização do produto.
Acondicionar em caixas ou monoblocos limpos e cobrir com filme plás-
tico, identificando o produto, a data de entrega e o fornecedor.
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Refrigeração
Lavar a geladeira com água e sabão. Terminar com solução clorada.
Manter prateleiras limpas e sem resíduos. Retirá-las para lavar.
Dispor os produtos sem aglomeração, para facilitar a circulação de ar.
Dispor os alimentos de acordo com a durabilidade de cada um.
Separar alimentos crus de cozidos.
Colocar alimentos menos perecíveis próximos à porta.
Não colocar caixas de madeira nas câmaras ou geladeiras.
Controlar a data de validade dos produtos.
Quando retirada a embalagem, os produtos devem ser etiquetados.
Controlar a temperatura e manutenção das geladeiras.
Nunca manter a porta da geladeira fechada quando desligada.
Efetuar o rodízio de mercadorias PEPS.
Nunca guardar legumes, frutas e folhas em sacos plásticos fechados.
Nunca fechar hermeticamente recipientes guardados em geladeira.
Dividir os alimentos em geladeiras diferentes, de acordo com o tipo.
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Congelamento
O congelamento mantém as qualidades nutricionais dos alimentos quase
inalteradas. O uso desse método de conservação possibilita trabalhar de forma
segura e sem desperdícios.
Controlar possíveis alterações de temperatura dentro do freezer, pro-
vocada por queda de energia, comum no espaço rural. Há termômetro
específico para essa finalidade.
A temperatura de congelamento é de -18º (dezoito graus
negativos).
Congelar utilizando a técnica adequada para cada tipo de alimento.
Utilizar técnicas adequadas de descongelamento.
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Dicas
1. Cebola e alho germinam mais rapidamente na gela-deira; armazenar o alimento
ainda quente na geladeira não o danifica, mas o consumo de energia aumenta; não tampe e nem embale o alimento quente ou morno colocado na geladei-
ra, pois estraga.2. O congelador de uma ge-ladeira não oferece a mesma
eficácia de um freezer; a tempreratura do congelador é de cerca de -4º C, enquanto a
do freezer é de -20º C.3. O uso de gerador é reco-
mendável em regiões de gran-de oscilação no fornecimento
da energia elétrica.
Alerta
O congelamento conserva tanto o valor
nutritivo, como as bactérias presentes
no alimento. Cuidado, pois algumas são capazes de se de-
senvolver mesmo no alimento congelado!
25FAESP SENAR-AR/SP Valorização da Gastronomia
Descongelamento
Esse processo de descongelamento tem a vantagem de ser mais rápido
que o feito em geladeira; no entanto, pede maior atenção. Deve haver um
cuidado especial ao se embalar os alimentos, para que não haja vazamentos.
Embala-se como uma bolsa, que deve ficar submersa em água fria e corrente
da torneira até o descongelamento.
Nesse método, a cocção precisa ser feita logo após o descongelamento.
Com o aquecimento no microondas, pode ocorrer um cozimento parcial e,
conseqüentemente, um ambiente favorável para o crescimento de bactérias
presentes no alimento.
Outros Processos de Conservação
MéTODO APLICAÇÃO
Salga
Adição de açúcar
Concentração (retirada de água)
Fermentação
Retirada de ar
Produção de carne seca, charque
Produção de doces em pasta ou cor-
te, doces cristalizados
Produção de queijos
Produção de vinho caseiro, coalhada
Carne na banha (carne cozida e
guardada na banha)
Descongelando na Geladeira
Descongelando em Água Fria
Descongelando no Microondas
Somente recongelar o alimento cozido ou transformado.•
Para descongelar na geladeira, é preciso planejamento; afinal, um
tempo longo será envolvido no processo. Mesmo pequenas quantidades
de alimentos, como 500g de carne moída, por exemplo, não descon-
gelam em menos de 8h. Nesse método de descongelamento, devemos
levar em conta que algumas áreas do refrigerador podem manter o ali-
mento mais frio que outras áreas e, portanto, interferem no tempo de
descongelamento.
Atenção
Para o desconge-lamento em micro-ondas é necessário ficarmos atentos às quantidades exatas de alimentos que
serão consumidos.
26 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
Secagem
Pasteurização
Uso de vinagre
Folhas, ervas, condimentos, banana,
passas, tomate seco, etc.
Conservas caseiras e queijos
Picles
AROMAS E SABORES
Sensibilidade dos Sentidos
O sentir compõe a existência humana. Sentimos amor, ódio, prazer ou
qualquer outro sentimento, bom ou ruim, que geralmente associamos ao co-
ração. É comum esquecermos que todo o nosso corpo serve de instrumento
receptor das sensações que provocam os sentimentos.
O corpo humano absorve os estímulos que buscam em nossa memória
ou outro canto do cérebro motivos que nos fazem rir ou chorar. A música da
nossa vida, o perfume dela (dele), a vista do mirante, o abraço ou o bolinho
da vovó nos provocam lembranças e sonhos a partir dos cinco sentidos que
conhecemos: audição, olfato, visão, tato e paladar.
Quanto ao paladar, podemos dizer que é o principal responsável pela sen-
sação de prazer que sentimos na gastronomia, mas não o único. O sabor é o
elemento que finaliza um prazer iniciado com outros elementos de percepção.
Lembremos o som da pipoca, o cheirinho do café e da maçã bem vermelha
que estimulam a nossa imaginação e nos enchem de desejo.
Com os vários sentidos “trabalhando num mesmo prato”, somos levados,
após a experimentação do paladar, a um sexto sentido de êxtase pleno. A co-
zinha rural, com as suas histórias, cores e jeitos, reúne as condições necessá-
rias para que o turista vivencie uma experiência gastronômica que seja única,
que transcenda o limite do alimentar o corpo. A comida “pode falar à alma”.
Atenção
1. Qualquer método de conservação usado de forma caseira deve ser feito com critério, de forma segura e com técnicas adequadas.2. A comercialização
de produtos processa-dos artesanalmente é mais um atrativo a ser
oferecido ao turista (veja o Anexo do suplemento “Legislação e Turismo
Rural”).
Pratos dispostos sobre um fogão a lenha
Foto
de
Graz
iela
Sensibilidade dos
cinco sentidos na alimentação
27FAESP SENAR-AR/SP Valorização da Gastronomia
Temperos e Condimentos
Os temperos e condimentos realçam o sabor dos alimentos, ajudam na
digestão e melhoram o aspecto da comida. Os temperos e ervas mais conhe-
cidos são apresentados no quadro a seguir.
RELAÇÃO DE ERVAS E TEMPEROS
Alecrim
Alecrim macho
Alecrim rasteiro
Alfavaca
Alfazema
Alfazema de caboclo
Anador
Aniseto
Arnica do mato
Arruda
Artemísia
Árvore da felicidade
Aveloz
Babosa
Bálsamo
Bardana
Boldo africano
Boldo indígena (alumã)
Boldo miúdo
Calêndula
Camomila
Cana do brejo
Cânfora
Capim limão
Capuchinha / Chagas
Carqueja
Cavalinha
Cebolinha comum
Cebolinha francesa
Cheiro de mulata
Cidreira de árvore
Citronela
Coentro
Confrei
Dente de leão
Endro (Dill / Aneto )
Erva de gato
Erva de Santa Maria
Espada de São Jorge
Estragão
Funcho
Gervão
Guaco
Guiné
Hera terrestre
Hissopo
Hortelã
Hortelã branca
Hortelã do norte
Hortelã pimenta
Hortelã portuguesa
Incenso / Mirra
Insulina
Levante
Losna
Malva
Malva branca
Manjericão
Manjerião italiano
Manjericão italiano roxo
Manjericão miúdo
Manjericão roxo
Manjerona
Marcela
Melissa
Menta
Mil em rama (Novalgina)
Nirá / Alho japonês
Ora-pro-nóbis
Orégano
Pariparoba
Patcholy
Pimenta cayena
Pimenta malagueta
Poejo
Poejo fino
Quebra demanda
Sabugueiro
Saião
Salsa crespa
Salsa lisa
Sálvia
Segurelha
Stevia
Tansagem
Tomilho
Tomilho limão
Trevo de quatro folhas
28 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
Aromáticos
São composições à base de legumes, ervas e especiarias que são adi-
cionadas a fundos, sopas e molhos com a finalidade de realçar e acentuar o
sabor. Eles estão listados a seguir.
AROMÁTICOS
“Mirepoix”
Cenoura, cebola e salsão, cortados em cubos. São utilizados para aroma-
tizar fundos, molhos, sopas, braseados. Normalmente, a proporção é de
1/4 de cenoura, 1/4 de salsão e 2/4 de cebola.
“Bouquet garni”
Composto basicamente de salsão, cenoura, salsinha e funcho (erva-doce)
amarrados. Retira-se após fornecer ao fundo, ao molho ou à sopa o sabor
desejado; os ingredientes podem variar de acordo com a região.
“Sachet d’ épices”
Dente de alho, folha de louro, pimenta em grão e talo de salsinha envoltos
em pano fino ou “étamine”; do mesmo que no bouquet garni, é retirado
após a utilização.
Cebola “brulée”
Cebola cortada ao meio e tostada na chapa ou frigideira; além de aroma-
tizar, acentua a cor dos fundos escuros e molhos escuros.
Cebola “piquée”
Cebola descascada, cortada ao meio e “cravejada” (espetada com cra-
vos).
FUNDOS, CALDOS E MOLHOS
Fundos e Caldos
Os fundos, que são a base dos caldos, são também os responsáveis pelo
sabor característicos deles. Os caldos são o resultado da cocção dos fundos,
e usados para a preparação de vários pratos, como sopas, consomés, molhos
etc., além de servir para cozinhar carnes, aves, peixes, arroz, feijão, legumes,
enfim, uma infinidade de pratos do nosso dia-a-dia.
Pode existir uma certa confusão em relação às denominações, pois em
francês não existe essa diferenciação das palavras. Portanto, o termo “fonds de
cuisine” é usado para designar as duas etapas (base e cocção).
Atenção
Na culinária, muitos nomes são usados em francês, sem tradução para o
português.
2�FAESP SENAR-AR/SP Valorização da Gastronomia
Componentes básicos dos fundos:
Nutritivos ou de base - ossos, aparas, carcaças, espinhas de peixe e
legumes;
Aromáticos - feitos à base de ervas, legumes e especiarias, realçam o
sabor dos alimentos;
Líquidos - usa-se água, geralmente, ou vinho, eventualmente.
•
•
•
A utilização dos caldos caseiros é uma maneira de preparar os alimentos
de forma mais natural e saudável. Embora seja mais trabalhosa, nos dá a
vantagem de servir alimentos livres de conservantes, flavorizantes e “toda a
química” que desvirtua o sabor de uma boa comida caseira.
Molhos
Os molhos são preparações culinárias que realçam o sabor e a aparên-
cia dos pratos, como carnes, massas, saladas e sanduíches. São chamados
básicos os molhos que servem de base para outros molhos, além de serem
utilizados como acompanhamento ou complemento de cocção.
TIPOS DE CALDOS
Caldos claros
Caldos escuros
Caldos de aves
Caldos de peixe
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Caldos de legumes
Caldos de caça
Caldos de vitela
Outros
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Atenção
Não se preocupe em diferenciar fundo de caldo. Use o termo caldo, que é mais
comum.
De acordo com a sua composição, os molhos podem ser ainda divididos
em :
Base escura
Base clara
Emulsionados (frios e
quentes)
Líquidos (frios)
Especiais (frios e quentes)
Contemporâneos
Manteigas compostas
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Atenção
A culinária contempo-rânea divide os mo-
lhos, de acordo com a temperatura, em frios
ou quentes.
30 FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico
Até aqui, você conheceu a importância da cozinha no Turismo Rural e
os principais procedimentos e os responsáveis pela arte culinária. Agora, va-
mos passar para a prática desses conceitos na elaboração de pratos típicos e
turísticos.
Alimento: Fonte de Vida, Fonte de Alegria
Hábitos Alimentares
Receita Local
Cozinha
Conservação e Armazenamento
Aromas e Sabores
Fundos, Caldos e Molhos
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REVISÃO
PREPARAÇÃO COM ARTE E SABOR
Neste Capítulo, você vai:
aplicar os conceitos do Capítulo 1, adequando as receitas à realidade local;
conhecer os métodos tradicionais de cocção e receber dicas de como utilizá-los;
elaborar os pratos típicos resgatados e os pratos “turísticos”.
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32 33FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor32 33FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
PRé-PREPARO
O pré-preparo é uma etapa de extrema importância na elaboração dos
pratos, pois agiliza o trabalho de todos na cozinha. Legumes, carnes, aves, su-
ínos, peixes e outros alimentos recebem no pré-preparo os cortes adequados
para a posterior transformação.
Legumes
Os legumes podem ser de folha, flor, talo, fruto, bulbo, raiz ou tubérculo.
São preparados crus, cozidos, fritos, assados ou recheados. Os cortes devem
ser apropriados ao tipo de legume e modo de preparo, para que haja sempre
um padrão nos procedimentos e na aparência.
Os tipos de corte em legumes (e frutas) comumente usados na gastrono-
mia nacional e internacional são listados a seguir.
Pré-Preparo do Tutu de Feijão - São Bento do Sapucaí, (SP)
Cenoura Brunoise acompanhando e decorando o prato principal
ww
w.b
rche
f.com
.br
Pré-Preparo do Tutu de Feijão - São Bento do Sapucaí, (SP)
Atenção
Um determinado corte de legumes pode valo-rizar um prato simples.
Foto
de
Lui
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apel
li
Foto
de
Lui
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apel
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32 33FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor32 33FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
Corte “Brunoise”: é o corte dos legumes ou das frutas em cubos ho-
mogêneos, bem pequenos, com no máximo 3mm de lado. Os alimentos
assim cortados servem de fundo para molhos e decoração de pratos
requintados.
Corte “Julienne”: é um termo em francês para esse tipo de corte, que
consiste em fazer finos palitos de vegetais ou frutas. Estes podem ser
usados de forma decorativa para vários pratos.
Corte “Chiffonade”: esse corte é muito usado para folhas de alface,
espinafre ou repolho. Também pode ser usado para ervas frescas, como
o manjerição. Consiste no corte fino, vertical, no sentido contrário ao das
folhas enroladas, resultando em tiras muito finas. Corte bastante conhe-
cido na cozinha brasileira, muito usado para fazer a couve da feijoada.
Corte Boleado: corte realizado com o boleador, uma ferramenta utili-
zada exclusivamente para fins estéticos. É a maneira correta para se
preparar bolinhas de frutas e legumes. Tecnicamente, esse formato é
chamado de parisiene. Os ingredientes ideais para serem boleados são
batatas, cenouras, abobrinhas, melão, mamão, maçãs e pera, entre
outros.
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Os cortes da carne bovina, no Brasil, seguem o esquema demonstrado no
desenho a seguir.
Carne Bovina
Atenção
1. No corte “Julienne” ,a faca deve estar bem
afiada!2. Esses nomes de cortes com termos em francês não são traduzidos para o
português.
Principais cortes de
carne bovina
34 35FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor34 35FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
C
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
Músculos, fibras grossas e compridas
Fibras duras, cozimento lento
Menos macio que a alcatra
Parte macia, marmorizada com gor-
dura
Mais macia que o coxão mole
A parte mais macia da alcatra
Carne macia
Possui gordura lateral saborosa e
úmida
Cor mais clara, forma alongada e de-
finida
O corte mais macio da carne bovina
Fibras mais duras
Textura desigual, grande quantidade
de nervos
Pedaço maior e mais macio da dian-
teira
Mais musculoso que o acém, sabo-
roso
Músculos, fibras duras
Continuação do peito, corte mais ba-
rato
Muito saboroso
Músculo com o osso, fatias de 3cm
Ensopados, cozidos, sopas
Assados de panela
Bife à milanesa, quibe cru
Churrasco
Bifes
Bifes (com mais gordura)
Bifes, enroladinhos
Bifes, rosbifes, assados
Carne de panela
Escalopes, rosbifes
Churrascos, cozidos
Ensopados, picadinhos
Assados, cozidos
Molhos, ensopados, cozidos
Enrolado, assado
Enrolado, assado
Ensopados, carnes de panela
Ensopados, carnes de panela
Ponta de agulha
Coxão duro
Patinho
Picanha
Alcatra
Maminha
Coxão mole
Contrafilé
Lagarto
Filé mignon
Filé de costela
Capa de filé
Acém
Braço / Paleta
Peito
Pescoço
Músculo
Ossobuco
Carne suína
Os cortes da carne suína seguem o esquema demonstrado no desenho a
seguir.
CORTES CARACTERÍSTICAS PREPARO
A
B
Carne mais rija, cozimento longo
Corte pequeno, fibras longas, pouco
macia
Ensopados, picadinhos, moída
Caldos, molhos, cozidos
Aba do boi
Fraldinha
34 35FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor34 35FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
CORTE PREPARO
Cabeça
Paleta
Lombo / Lombinho
Pernil
Barriga
Perna dianteira
Pé / Orelha / Rabo
Assados, salsicha, frios
Assados, churrascos
Assados
Assados
Embutidos, conservas
Assados, cozidos
Feijoada
1
2
3
4
5
6
7
Carne de Aves
As aves vendidas em supermercados, em sua maioria, são provenientes
de granjas de confinação e caracterizam-se por um sabor suave.
A cozinha rural, portanto, deve preferir as aves criadas soltas no campo,
que são mais saborosas e identificadas pelo turista como a legítima comida
da roça.
As aves mais utilizadas: galeto, frango, galinha d’angola, peru, perdiz,
pato, codorna, ganso e faisão. Na pãgina seguinte, alguns cortes e preparos.
Dicas
Você pode usar ainda o filé mignon, a bisteca e a costela
suína de várias formas.Bem preparados, ficam uma
delícia!
galeto
frango
galinha d’angola
peru
perdiz
•
•
•
•
•
pato
codorna
ganso
faisão
•
•
•
•
Principais cortes de
carne suína
36 37FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor36 37FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
CORTE PREPAROAsa
Peito
Coxa
Dorso
Assado e grelhado
Grelhado, à milanesa, recheado,
sauté
Guisada, recheada, assada e gre-
lhada
Vários
1
2
3
4
A partir desses cortes originam-se outros, mais específicos a determina-
dos tipos de pratos, como apresentamos no quadro seguinte.
OUTROS CORTES DE AVES
Cabeça
Pés
Pescoço
Meio peito
Filezinho (Sassami)
Peito com dorso
Dorso
Dorso com pescoço
Filé de coxa
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Sobrecoxas
Filé de sobrecoxas
Sambiquira, Sobre ou Curan-
xim
Asas
Coxinhas das asas (Drumette)
Meio das asas (Tulipa)
Pontas das asas
Asas sem osso
•
•
•
•
•
•
•
•
Dese
nho
de J
anaí
na B
ritto
, 200
6
Aves - Cortes e Usos
Principais cortes de
carne de frango
36 37FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor36 37FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
Ao utilizar as carnes bovinas e suínas e as variadas aves que compõem a
culinária brasileira, oriundas das nossas propriedades rurais ou daquelas situ-
adas na região, estaremos assegurando, além de segurança e sabor, o retorno
social e financeiro desses produtores. Dessa forma, estaremos agregando valor
às receitas e à culinária rural local.
Carne de Pescados
Em algumas regiões do Estado, ou até na sua propriedade, temos acesso
a diversos pescados (peixe, camarão, crustáceos etc.). Logo, esse produto
pode ser a base de produções culinárias. No entanto, devemos sempre optar
pelo produto fresco.
Peixe fresco é sinônimo de:
Brânquias (guelras) bem vermelhas e íntegras;
Olhos e pele brilhantes;
Coloração natural da espécie;
Vísceras limpas;
Sangue bem vermelho.
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Alerta
Quando o peixe não apresenta essas ca-racterísticas ou exala um odor forte, pode
significar que ele não está fresco ou que foi armazenado de forma
inadequada. Fique atento!
Quando compramos o peixe, devemos comprá-lo inteiro, descamá-lo na
hora e cortá-lo de acordo com a necessidade (filé, posta ou inteiro, para reche-
ar). Podemos aproveitar as aparas e a cabeça para preparar fundos e caldos.
Pesos e Medidas no Dia-a-Dia
Em cada receita, iremos encontrar valores das porções de ingredientes
utilizadas no preparo dos mais variados pratos da culinária brasileira. Os pe-
sos, os volumes e as medidas utilizados no Brasil são os seguintes:
1 Xícara de Chá = 200ml
1 Copo = 200 ml
1 Copo Duplo = 250 ml
1 Copo Americano = 150 ml ou 180 ml (cheio até a boca)
1 Colher de Sopa = 15 ml
1 Colher de Sobremesa = 7,5 ml
1 Colher de Chá = 5ml
1 Colher de Café = 2,5ml
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38 3�FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor38 3�FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
ALIMENTO
207,5
101,1
66,0
14,0
181,0
87,0
44,0
12,0
189,0
99,5
127,0
61,5
30,5
8,0
11,0
1 xícara (chá)
½ xícara (chá)
¼ xícara (chá)
1 colher (sopa)
1 xícara (chá)
½ xícara (chá)
¼ xícara (chá)
1 colher (sopa)
1 xícara (chá)
½ xícara (chá)
1 xícara (chá)
½ xícara (chá)
¼ xícara (chá)
1 colher (sopa)
1 colher (sopa)
MEDIDA PESO
EQUIVALENTE (g)
Açúcar cristal
Açúcar refinado
Canjica
Creme de milho
Fermento em pó
ALIMENTO
123,0
61,5
31,0
8,0
120,0
60,0
30,0
8,0
112,0
53,0
26,0
7,1
219,0
103,0
51,0
15,0
1 xícara (chá)
½ xícara (chá)
¼ xícara (chá)
1 colher (sopa)
1 xícara (chá)
½ xícara (chá)
¼ xícara (chá)
1 colher (sopa)
1 xícara (chá)
½ xícara (chá)
¼ xícara (chá)
1 colher (sopa)
1 xícara (chá)
½ xícara (chá)
¼ xícara (chá)
1 colher (sopa)
MEDIDA PESO
EQUIVALENTE (g)
Farinha de trigo
Fubá integral de
milho
Maizena
Margarina
Dicas
Há medidores com várias unidades (xícara, grama,
litro etc.) que facilitam o seu trabalho na cozinha. Adquira
os que mais lhe convêm.
38 3�FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor38 3�FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
O artista-pintor transforma a tela branca em obra-de-arte a partir da es-
colha entre diferentes pincéis, tintas e cores. Do mesmo modo, o artista-co-
zinheiro transforma alimentos crus em pratos apetitosos, utilizando variadas
técnicas e instrumentos. Chamamos de COCÇÃO todo preparo de alimento
realizado por meio da ação do calor.
O fogo não é um elemento estático na cozinha. Ao contrário, é um ele-
mento ativo que deve ser controlado com habilidade pelo cozinheiro, para a
conquista do melhor resultado possível em suas receitas. Podemos, assim,
dizer que o sucesso na cozinha está intimamente ligado ao domínio dos mé-
todos de cocção.
Questões sobre a textura, o sabor, o tempo, a temperatura, se assar ou
grelhar etc. são facilmente respondidas quando se conhece plenamente as
diferentes possibilidades de preparo, além daquelas transmitidas na família a
cada geração.
MéTODOS DE COCÇÃO
Como obter a textura e o sabor esperados nos
pratos?
Calor Seco (sem gordura)
Exposição ao ar seco sem acréscimo de qualquer líquido: assar ou grelhar.
Assar: método realizado em forno pré-aquecido com monitoramento do
tempo e da temperatura adequados, para que o forte calor penetre no ali-
mento a ponto de liberar os sucos necessários para mantê-lo úmido (à
medida que o preparo ganha em cor, perde em umidade). O peso e as
características do alimento determinam o tempo de permanência no forno.
Utiliza-se essa forma de cocção na preparação de carnes, legumes, mas-
sas, pães e sobremesas.
•
A exposição do alimento ao fogo pode ser feita de maneira direta ou indi-
reta, sendo que o calor aplicado classifica-se em CALOR SECO, CALOR ÚMIDO
e CALOR MISTO OU COMBINADO.
Assar, grelhar ou fritar?
PARA MELHOR APROVEITAMENTO DO FORNO E FOGÃO A LENHA
Utilize sempre madeira seca de eucalipto;
Mantenha o forno sempre limpo após a utilização, para evitar o apareci-
mento de insetos e roedores;
Faça manutenção mensal na chaminé, para evitar o retorno da fumaça
dentro da cozinha ou do salão;
•
•
•
40 41FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor40 41FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
Para economizar energia elétrica, aqueça a água que alimenta as tor-
neiras da pia da cozinha e os chuveiros por meio de um sistema de
serpentina instalado dentro do fogão.
•
TIPO DE PANELA
Pode-se utilizar quase todos os tipos de panelas de ferro, alumínio, pe-
dra, barro.
Deve ser de material resistente a temperaturas elevadas e estar em
boas condições de uso.
Dê preferência às fabricadas na região, pois valorizará ainda mais sua
produção gastronômica.
•
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•
TIPO DE MADEIRA
Dê preferência às madeiras de eucalipto, que não tenham nenhum resí-
duo ou produtos químicos, tais como resinas, tinta, graxa etc.
•
Dica
1. Entenda com detalhes o funcionamento dos equipa-mentos disponíveis na sua
cozinha. Isso é fundamental.2. Aplique no fundo (externo) da panela ainda fria uma ca-mada de sabão, para que não grudem a fuligem e a fumaça.
Grelhar: método utilizado para preparações rápidas, em que há a expo-
sição direta e uniforme ao calor seco e forte com o uso de uma grelha ou
chapa. Essa técnica preserva os nutrientes naturais, o sabor e a suculência
dos alimentos; no entanto, recomenda-se o uso de carnes bem macias.
•
Calor Seco (com gordura)
Exposição ao ar seco com o acréscimo de gordura: saltear ou fritar.
- Fritura em frigideira: o alimento é coberto parcialmente pela gordura, e a
cocção é desenvolvida em dois momentos, proporcionando uma colora-
ção dourada uniforme em ambos os lados do produto.
- Fritura por imersão: o alimento é submerso em grande quantidade de gor-
dura quente, com a utilização de frigideiras ou fritadeiras. Dois proces-
sos podem ser aplicados nessa técnica: cesta ou pesca. No primeiro, os
alimentos são colocados em cestas de metal e mergulhados na gordura,
Dica
1. Corte os alimentos em pedaços iguais.
2. Jamais use recipientes frios.
3. Seque bem o alimento antes do cozimento.
Saltear: cozimento em pequenas quantidades com gordura muito
quente, em fogo alto, e movimento constante da frigideira. Essa técni-
ca é adequada para alimentos naturalmente macios ou amolecidos em
cocção prévia.
•
Fritar: as frituras podem ser feitas de duas maneiras: em FRIGIDEIRA ou
por IMERSÃO.
•
40 41FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor40 41FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
até o ponto de cocção; no segundo, são imersos diretamente e “pesca-
dos” com o auxílio de uma escumadeira.
Calor Úmido
Branquear: pré-cozimento que consiste em mergulhar o alimento em água
fervente, aplicar choque térmico com água gelada e escorrer em seguida.
Esse processo auxilia na inativação de enzimas e inibição de microorganismos.
•
Exposição ao calor úmido com o contato direto do produto com o líquido,
por meio dos seguintes métodos: branquear ou escalfar.
Escalfar: cozimento em líquido, sem tampar o recipiente, de forma lenta e
delicada até o ponto de ebulição e antes de levantar fervura. O ovo poché
é um exemplo de alimento escalfado. É também muito utilizado para co-
zinhar peixes e aves que são cozidos em um líquido (água, caldo, molho,
entre outros).
•
Cocção no Vapor
Esse método é utilizado tendo a água como fonte de calor, mas sem o contato dire-
to do produto com o líquido. O cozimento pode ser feito com ou sem pressão, sendo que
no primeiro modo se utilizam panelas especiais; no segundo, utiliza-se um recipiente
com água até o nível de uma grelha ao fundo, na qual são colocados os alimentos.
Dica
Um dos temperos ideais para a cocção no vapor é o alho, que no processo, tem uma parte
significativa de seu gosto acre removida.Calor Misto ou Combinado
Brasear: técnica que consiste em mergulhar o alimento em água fervente
por poucos minutos, escorrer e imediatamente mergulhar água com gelo
por igual período. O choque térmico provocado tem a função de: inativar
enzimas que provocam o escurecimento, fixar as vitaminas, fixar e realçar
a cor dos alimentos e melhorar a textura.
•
Estufar: método lento de cocção. No passado, os estufados eram prepa-
rados em panelas de barro refratário hermeticamente fechadas e seladas
com uma pasta feita à base de farinha de trigo e água, posteriormente
substituída pela folha de papel alumínio.
•
Exposição ao calor misto ou combinado, utilizando os seguintes métodos:
brasear, estufar, guisar.
Dica
Algumas carnes estufadas podem dispensar o douramen-to prévio, devendo ser cozidas lentamente por 5h, aproxima-
damente.
42 43FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor42 43FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
Quando falamos em massas, imediatamente nos lembramos do macarrão.
Em relação à história do macarrão, existem algumas divergências. A versão mais
aceita pelos historiadores aponta os árabes como os “pais do macarrão”. No en-
tanto, foram os italianos que difundiram seu consumo, a partir do século XIII.
No Brasil, não foi diferente. Sendo um prato de fácil preparo, econômico e
saboroso, com vários acompanhamentos, logo se tornou extremamente popular.
Hoje, é considerado o alimento mais conhecido do mundo.
Os tipos de macarrão mais conhecidos são descritos no quadro a seguir.
MASSAS
Macarrão: A palavra “macarrão” vem do gre-go “makária”, um caldo de carne enriquecido
por pelotinhas de farinha de trigo e cereais que apareceu por volta do
século V a.C.
Guisar: método que consiste em refogar e cozer o alimento em pouco lí-
quido, para que se forme um molho grosso e gorduroso. Esse processo é
utilizado em carnes mais duras, com camadas de gordura, cortadas em
pequenos pedaços.
•
TIPO DO MACARRÃO CARACTERÍSTICAS
Macarrão Caseiro
Macarrão de Sêmola
Macarrão com Ovos
Macarrão Comum
Macarrão Caseiro
Macarrão Grano Duro
Macarrão Integral
Elaborado de forma artesanal, a massa é lami-
nada, apresentando maior porosidade e absor-
ção do molho
Farinha de trigo especial, que torna o produto
mais claro
Adição de três ovos por quilo de farinha
Farinha de trigo e água, com preço acessível
Artesanal, massa laminada, maior porosidade e
absorção do molho
Trigo especial durum, naturalmente “al dente”,
consistente
Mais fibra em sua composição, ideal para dietas
especiais
Há vários formatos de macarrão usados para sopas, macarronadas e dife-
rentes pratos, além de outras massas.
Durum: trigo especial para massas. São lar-
gamente cultivados nos dias de hoje, altamente
prático e traz na sua composição o glúten.
42 43FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor42 43FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
Formatos de Macarrão
Massas curtas para sopas
Massas curtas
Massas longas
Outras massas
(macarrão asiático)
Massas Caseiras
No Turismo Rural, as massas caseiras são mais atrativas do que as industria-
lizadas. Vamos ver, então, o processo de conservação e preparação do macarrão.
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Refrigeração: devemos guardar sob refrigeração por no máximo 48h, devido
a dois fatores importantes: a ocorrência de mofos, que alteram o sabor e a cor
da massa, e a presença de salmonela, que se desenvolve sob refrigeração.
Secagem: a secagem aumenta sensivelmente o tempo de conservação
das massas caseiras, levando-se em conta: qualidade da farinha, higiene
na manipulação, ambiente onde ocorre a secagem e tipo de embalagem.
No processo de secagem, devemos deixá-la em local fresco (sem sol dire-
to), bem ventilado (sem corrente de vento) e coberta com tecido leve e fino.
Depois de seca, devemos embalar em sacos de polietileno, fechar bem
(para evitar entrada de umidade) e armazenar fora da geladeira, em local
fresco e ventilado. A perda da validade é observada pelo aparecimento de
bolores (mofos) na superfície das massas.
Congelamento: é o processo mais eficiente e que garante maior valida-
de. Como referência, devemos trabalhar com prazos de validade de 6 meses
para massas sem recheio e 3 meses para massas com recheio. As suas
etapas são:
•
•
•
Dica
1. Conserve a massa fresca sob refrigeração, por períodos
superiores a 48 h,e adicione conservantes quí-
micos.2. Não use a secagem para
massas com recheio.
A massa caseira ou artesanal necessita de cuidados adequados à sua con-
servação, a fim de que sua preparação seja “perfeita”. Basicamente, temos quatro
processos (formas) de conservação para massas caseiras: refrigeração, secagem,
congelamento e descongelamento.
Conservação
- laminar a massa;
- sobrepor as lâminas, separando uma a uma com a utilização de plástico
(polietileno);
- congelar as lâminas abertas ou enrolá-las, obtendo um rolo como rocam-
bole, embalar e congelar.
Para massas recheadas ou montadas, temos a opção de fazer o pré-cozi-
mento e depois o congelamento. Devem ficar armazenadas em temperatura igual
ou inferior a -18°C.
Descongelamento: o descongelamento deve ser feito mantendo-se a
massa embalada, podendo acontecer dentro ou fora da geladeira. As mas-
sas que foram congeladas abertas (pequenas unidades) devem ser des-
congeladas também abertas, para que não grudem ao descongelar.Quan-
do houver pressa, pode-se descongelar uma massa diretamente em água
•
Atenção
Congelador simples de geladeira não oferece
essa condição. No caso de freezer, que funciona
como refrigerador e congelador, certifique-se de que o termostado
esteja regulado para freezer (máximo).
44 45FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor44 45FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
fervente, tomando o cuidado de usar maior proporção de água do que se
usaria no caso de massa não congelada. Massas congeladas pré-cozidas
e recheadas podem ser descongeladas mais rapidamente se colocadas di-
retamente no forno. Nesse caso, tire a embalagem plástica e cubra-a com
papel alumínio. Deve-se tirar o alumínio somente para gratinar.
Calcule um ovo inteiro para cada 100g de farinha de trigo. Espalhe a farinha
em uma superfície lisa e limpa.
Abra um buraco no centro, no formato de um vulcão, ponha os ovos li-
geiramente batidos e com as pontas dos dedos comece a incorporar a
farinha, puxando-a da parede para o centro.
Misture bem até que os ovos sejam bem absorvidos pela farinha. A massa
deve ficar úmida, sem grudar na mão.
Comece a amassar rasgando a massa, ou seja, uma mão segura e a outra
empurra para a frente, com a base da mão. Proceda até que a massa
fique lisa e bem elástica.
Cubra a massa com um pano limpo (se o dia estiver muito quente, ume-
deça levemente o pano) e deixe descansar por 20 minutos.
Essa massa pode ser aberta tanto manualmente, com ajuda de um rolo,
como com um cilindro.
Depois de aberta, a massa poderá ser usada para a produção de talharim,
lasanha, canelone e uma infinidade de outros formatos.
1.
2.
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4.
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6.
Preparação da Massa
Atenção
No caso de ser emba-lada crua, essa massa
precisa estar bem seca. Espalhe um pouco de
fubá bem fino, que ajuda a secar sem
grudar. Não adicione sal no preparo da massa fresca; adicione sal
somente na água, du-rante o cozimento. Para congelar, adicione sal
na massa, para conser-vá-la melhor.
Preparação do Macarrão
Massas secas: calcule 1,5l de água para cada 100 gramas de massa.
Adicione sal a gosto e um fio de óleo. Quando a água estiver em franca
ebulição, adicione a massa. Mexa suavemente com um garfo, apenas para
separar os ninhos. Cozinhe por cerca de 4 minutos ou até que a massa
esteja al dente. Escorra a massa, regue com um fio de azeite, acrescente o
molho de sua preferência e sirva em seguida.
Massas pré-cozidas: distribua um pouco de molho no fundo da traves-
sa. Acrescente a massa, cobrindo com o restante do molho. Escolha uma
das maneiras de aquecer. No forno: cubra com papel alumínio e leve ao
forno pré-aquecido, em temperatura baixa, por cerca de 20 minutos. No
•
•
Dica
Se não for servir a massa na hora, após o cozimento
mergulhe-a em uma panela com água fria ou gelada e um pouco de óleo. Isso interrom-pe o processo de cozimento.
Escorra a massa, regue-a com o óleo, misturando para que não grude, e reserve até o
momento de servir.
46 47FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor46 47FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
MOLHOS ExEMPLOS
Forte, condi-
mentado
Cremoso
Neutro
“Cosa nostra”,
“pesto”, bolonhesa
Quatro queijos, rosé
Sugo, “balsamella”
Combinações
O sucesso de um prato depende muito da escolha adequada do molho.
Apesar das preferências por sabores serem de caráter pessoal, algumas com-
binações tendem a agradar um maior número de pessoas.
Dica
1. Após o cozimento, o ma-carrão triplica o seu volume;
portanto, fique atento às quantidades.
2. Jamais aqueça o macarrão após o cozimento.
3. Não quebre o espaguete para colocar na água.
4. O macarrão deve ser servi-do, de preferência, imediata-
mente após o cozimento.
microondas: aqueça por 2 a 3min em potência alta (o tempo pode variar
em função de diferenças de modelo e marca de microondas). Em banho-
maria: coloque uma assadeira com três dedos de água sobre a chama do
fogão; coloque dentro a travessa coberta com papel alumínio; aqueça por
cerca de 10min.
Até aqui, você conheceu algumas técnicas e métodos que podem ser adapta-
dos à culinária rural. No próximo Capítulo, vamos aplicar todo esse conhecimento
no Festival Cultural.
Pré-Preparo
Métodos de Cocção
Massas
•
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REVISÃO
MASSAS ExEMPLOS
Neutra
Massa rechea-
da com queijo,
massa de forno
Todos os tipos
de massa
Nhoque,
“fettuccine”,
“cappelletti”
Ravioli de
ricota e tomate
seco
Rondelli
46 47FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor46 47FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Preparação com Arte e Sabor
REALIZAÇÃO DO FESTIVAL CULTURAL
Neste Capítulo, você vai:
revisar o planejamento do Festival Cultural iniciado no Módulo 2;
organizar, implantar e realizar o Festival;
avaliar os seus resultados quanto ao resgate cultural e gastronômico.
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48 4�FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural48 4�FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural
OPERACIONALIZAÇÃO DAS AÇõES
O planejamento da logística do Festival ou sua operacionalização consiste
na ordenação de todas as providências referentes a ele e a fixação das respon-
sabilidades individuais em relação a cada uma das atividades.
Uma vez definido, ao longo do programa, o nome do Festival, a data, o
local o público-alvo, o cardápio, as atrações, entre outros, é chegada a hora
de realizarmos o evento.
Todas as providências já devem ter sido tomadas e com o auxílio do che-
ck-list fornecido no Módulo 2. A partir de agora estaremos operacionalizando
o Festival.
As equipes devem ser formadas e preparadas por divisão de tarefas nos
vários setores:
Cozinha - produção e apresentação dos alimentos.
Decoração - ambientação dos espaços de realização do Festival (utili-
zação de móveis, utensílios, equipamentos e vestimentas característi-
cas da cultura resgatada), utilizando-se a lista a seguir.
- Transporte e organização de móveis, equipamentos, utensílios, maté-
ria-prima (bambu, feno, folhas, entre outros) para ambientação;
- Montagem e decoração de mesas e de aparadores, no que tange aos
espaços definidos para a área de alimentação;
- Montagem e decoração de espaços para lazer e entretenimento;
- Montagem e decoração para os pontos de venda de produtos;
- Definição e providências para as vestimentas (uniformes);
- Definição e providências para a sinalização do local e folheteria (cra-
chás, plaquinhas com nome dos pratos, etc.);
- Desmontagem, organização e devolução de materiais/objetos ao Sin-
dicato e às empresas/pessoas que os emprestaram.
Recepção e atendimento - recepcionar os visitantes e demais inte-
grantes do grupo, bem como servir os alimentos e as bebidas; fazer a
retirada dos utensílios sujos e reposição, bem como a manutenção da
limpeza.
Exposição e venda de produtos - embalagem, rótulos e preços dos
produtos a serem comercializados; recebimento e fluxo de caixa (troco,
retirada das entradas a cada uma hora etc.).
Atividades e atrativos - atividades de lazer e entretenimento: apresen-
tação de músicas típicas, danças folclóricas etc.
•
•
•
•
•
Formação de equipes e
divisão de tarefas
Dica
Você deve estabelecer um controle das entradas em
dinheiro, se forem cobrados ingressos, vendidos produtos caseiros e/ou artesanais etc.1. Escolha duas pessoas res-ponsáveis, ágeis e que saibam fazer contas para se revesa-
rem no caixa.2. Faça uma ficha de controle
do dinheiro na abertura do caixa (troco), nas retiradas (a
cada uma hora) e no encerramento.
48 4�FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural48 4�FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural
REALIZAÇÃO DO FESTIVAL
O momento da realização do Festival propriamente dito é o momento da
montagem e organização final dos espaços, do transporte dos participantes,
enfim, de toda a logística e produção durante o evento, inclusive assessoria e
controle permanente da equipe no local ou locais onde o evento estará acon-
tecendo.
Responsabilidades da Equipe
Cozinha
- Conferência de produtos de acordo com a lista de compras.
- Organização e acondicionamento dos produtos.
- Limpeza e higienização da cozinha e dos equipamentos e utensílios.
- Pré-preparo: legumes, aves, carnes suína ou bovina.
- Pré-preparo do cardápio.
- Preparo dos pratos do cardápio.
- Apresentação dos pratos.
- Fechamento da cozinha – limpeza.
•
Sugestão de Procedimento
Arrumação dos pratos de sobremesa - São Bento do Sapucaí, (SP)
Preparação da sobremesa - São Bento do Sapucaí, (SP)
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do
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50 51FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural50 51FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural
Exposição e venda de produtos
- Criar embalagens e rótulos personalizados, em que imagem e identi-
dade estejam em sintonia com a proposta do Festival.
- Com o planejamento financeiro, definir os preços de venda dos produ-
tos a serem comercializados.
- Definir quem dará informações e venderá os produtos.
- Auxiliar a equipe de decoração no que se refere ao espaço destinado
para a exposição dos produtos.
•
Disposição do serviço de buffet - São Bento do Sapucaí (SP)Arrumação da mesa principal - São Bento do Sapucaí (SP)
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do
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Foto
do
Luiz
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Recepção e atendimento
- Recepção dos convidados e demais integrantes do grupo.
- Servir alimentos e bebidas.
- Manter limpo os locais do Festival (lixo, utensílios sujos etc).
- Fazer a reposição dos utensílios, bem como dos alimentos e das bebidas.
- Despedida.
•
Dica
1. Devemos convidar para o nosso Festival todos que com-põem a rede de cooperação turística local. Dessa forma, estaremos sensibilizando a sociedade para o desenvol-vimento do Turismo Rural no
Município.2. Ao final, devemos agra-decer de forma amável e
atenciosa todos os que traba-lharam com você na realização
do Festival.
Grupo de Recepção ao Turista. Empório Shitake, Piquete (SP)
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50 51FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural50 51FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural
Disposição de produtos - Fazenda do Chocolate, Itu (SP)
Atenção
Com criatividade e dedicação, você pode organizar os espaços
de venda sem precisar de muito dinheiro!
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do
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Atividades e atrativos
- Planejar atividades e atrativos que estejam em sintonia com a propos-
ta do Festival Cultural.
- Definir os responsáveis pelas atividades e pelos atrativos.
- Auxiliar a equipe de decoração no que se refere ao espaço destinado
para as apresentações ou atividades.
- Providenciar equipamentos e materiais necessários para desenvolver
as atividades.
•
Todos os participantes devem:
- ao final do evento, realizar a limpeza e o fechamento do local;
- aplicar o sistema de avaliação iniciado no Módulo 2, completando com
as indicações apontadas a seguir.
•
Entretenimento - Violeiros, Avaré (SP)
Atenção
Recupere e aprimore o sistema de avaliação
do Festival proposto no Módulo 2.
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AVALIAÇÃO DO EVENTO
É necessário prever alguma forma de avaliar o evento e os resultados obti-
dos, visando ao seu aprimoramento na próxima edição. Podemos, por exemplo,
fazer uma pesquisa com visitantes, fornecedores, expositores, organizadores;
reunir representantes de todos os envolvidos e fazer uma reunião etc.
Não é comum dar importância à fase normalmente conhecida por pós-
evento. Para muitos, o término do evento representa apenas a finaliza-
ção de mais um trabalho, quando na verdade essa fase, como as anterio-
res, é de vital importância e contribui para garantir o sucesso das próximas
realizações do mesmo.
Neste momento de análise dos resultados são apontados os acer-
tos e erros (que embora minimizados, acontecem) e traçadas as diretrizes e
estratégias de atuação para um próximo evento dentro do nosso município.
Basicamente, são quatro os aspectos principais que são desenvolvidos nesta
fase:
• Fechamento contábil.
• Avaliação técnica e financeira.
Controle e avaliação final.
• Providências finais de expediente.
O fechamento contábil se refere, basicamente, aos pagamentos que de-
vem ser efetuados - locação, aquisição, salários e pró-labores - e à avaliação
de receita. O balanço financeiro deverá ser realizado e a relação custo x recei-
ta, analisada.
O relatório final de todo o quadro financeiro deverá apresentar, desde a
fase do planejamento do evento até sua avaliação final, todas as entradas e
saídas, em ordem cronológica, os responsáveis e o saldo final.
A avaliação técnica e financeira do evento corresponde à análise de to-
dos os momentos do evento. São avaliadas as informações recebidas e as
ações de cada grupo, com a finalidade de identificarmos as falhas (como dito
anteriormente), dificuldades e sucessos, como também o comportamento do
público-alvo, a dimensão alcançada com este público e sua recripocidade à
realização de outros eventos semelhantes na região.
Alguns instrumentos de controle devem ser utilizados nesta fase de ava-
liação, tais como:
• formulários de procedimentos;
• “check-list”;
• relatórios periódicos;
•
Dica
Faça uma revisão na Cartilha do Aluno do Módulo 2 sobre
a fase de fechamento do evento.
Fechamento
Contábil
Avaliação
Técnica e Financeira
Instrumentos
de Controle
52 53FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural52 53FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural
• relatório final por supervisão;
• atas de reunião e outros.
No nosso caso, podemos aplicar junto ao público-alvo, uma pesquisa de
opinião - questionário - com perguntas fechadas e observações em aberto,
durante a fase de realização do evento propriamente dita. Geralmente o ques-
tionário é aplicado no horário final das atividades do evento.
Nos casos de eventos com duração maior que 1 dia, recomenda-se a apli-
cação da pesquisa no final do último dia e a consideração de uma margem de
erro na amostragem, já que nem todos os participantes presenciam o evento
em toda a sua extensão de duração ou se dispõem a avaliá-lo.
Algumas sugestões de tópicos podem ser indicados para as avaliações
técnica e mercadológica, conforme modelo abaixo.
MODELO DE QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO
1. Como você qualifica o evento quanto a:
Programação Ótimo Bom Regular Fraco
Temas/ Assuntos
Mediadores
Carga Horária
Operacionalização Ótimo Bom Regular Fraco
Secretária
Recepção
Manutenção
Limpeza
Segurança
Apoio
Sinalização
Instalações
Climatização
Informações
Folheteria/ Material
Pontualidade
Multimeios
Equipamentos em geral
Atrações locais
Atenção
Adapte o modelo de questionário de avalia-ção de acordo com o evento e o público.
54 55FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural54 55FAESP SENAR-AR/SP FAESP SENAR-AR/SPTurismo Rural: Resgate Gastronômico Realização do Festival Cultural
Serviços Ótimo Bom Regular Fraco
Transportes de acesso
Translados
Hotel
Alimentação
2. Na sua opinião:Qual foi o ponto forte do evento?
Qual foi o ponto fraco do evento?
3. Como você tomou conhecimento do evento?
Folheto ( )
Cartaz ( )
Mala direta ( )
Televisão ( ) Emissora ( )
Jornal ( ) Nome ( )
Revista ( ) Nome ( )
Rádio ( ) Nome ( )
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4. Qual marca da empresa ou entidade lhe chamou mais atenção e por que?
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5. Quais sugestões você daria para um próximo evento dentro desta área, em relação a:Tema:
Localidade:
Formato do evento:
6. Observações e Sugestões:
Algumas tarefas de expediente ainda precisam ser realizadas tais como:
• elaboração e envio de ofícios de agradecimento;
• separação, catalogação e arquivo de correspondência;
• envio ou entrega dos Certificados (quando for o caso);
• catalogação e arquivo dos artigos publicados;
• organização da desmontagem das instalações e equipamentos;
• organização do transporte dos equipamentos;
• envio de cheques (quando necessário);
• elaboração e envio de atestados (quando necessário);
• devolução de itens consignados;
• planejamento de reunião de encerramento e liquidação de pendências.
Providências
Finais de Expediente
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ENCERRAMENTO DO EVENTO E AVALIAÇÃO
Descrição QuantidadeValor
UnitárioValor
Total (R$)
Prestação de contas
Pesquisa dequalidade
Relatório final
Oficios de agradecimento
Álbum de fotografia
Edição de vídeo
Pagamento de pessoal
Pagamento locação de espaço
Pagamento locação de serviços
Pagamento locação de uso
Subtotal
Total final
Atenção
O “clima” do evento deve ser ótimo do
início ao final, ou seja, até seu encerramento
e avaliação.
Em face do exposto, devemos considerar a fase de controle e avaliação
final como mais uma etapa no processo de realização do evento, passível da
mesma importância e profissionalismo que as demais. Esta postura garante a
consolidação dos contatos e do próprio evento perante públicos específicos.
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Você realizou o Festival e resgatou a cultura e a gastronomia local e/ou
regional. Aproveite todas as dicas para melhorar o seu empreendimento. No próxi-
mo Módulo, você conhecerá algumas estratégias de marketing, avaliará as ações
realizadas até agora e corrigirá os rumos do seu empreendimento rural.
Operacionalização das Ações
Realização do Festival
Avaliação do Evento
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REVISÃO
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BIBLIOGRAFIA
Nestas referências, você vai:
encontrar todas as fontes que foram consultadas para escrever esta Cartilha;
selecionar as obras para você aprofundar seu conhecimento.
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BRITTO, Janaina; FONTES, Nena. Estratégias para eventos – uma ótica do ma-
rketing e do Turismo. São Paulo: Aleph, 2005.
FERNANDES, Caloca. A culinária paulista tradicional nos hotéis SENAC. São Pau-
lo: SENAC, 1998.
FLORENÇANO, Paulo C; ABREU, Maria M. de. Culinária tradicional do Vale do
Paraíba. Taubaté: CERED, 1997.
GÂNDARA, José Manoel; SCHLÜTER, Regina. Gastronomia y turismo. Una intro-
ducción. Buenos Aires: CIET, 2004.
LACANAU, Gloria C; NORRILD, Juana A. Gastronomía y turismo – Cultura al plato.
Buenos Aires: CIET, 2003.
SCHLÜTER, Regina.Gastronomia e turismo. São Paulo: Aleph, 2003 (Coleção
ABC do Turismo).
SCHÜTER, Regina. Turismo y patrimônio gastronómico. Buenos Aires: CIET,
2003.
SCHÜTER, Regina (coord.). Gastronomía y turismo – Histórias detrás de las rece-
tas. Buenos Aires: CIET, 2004.
www.gastronomiabrasil.com
www.culinariaterra.com.br
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ANExO
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A partir da criação da Lei Roaunet, em 1990, iniciou-se um processo de difusão de leis culturais de incentivo no
País. Hoje, um grande número de cidades brasileiras, estados e o próprio Governo Federal possuem mecanismos se-
melhantes, que se refletem em um significativo volume de recursos para a cultura.
O Ministério da Cultura pode apoiar projetos de pessoas físicas, pessoas jurídicas privadas ou estados, municípios
e outras entidades de uma ou por uma combinação das seguintes formas:
Convênio para o repasse de recursos a fundo perdido, ainda que com a exigência de contrapartida por parte do
proponente;
Aprovação para a captação de doações e/ou patrocínios sob os auspícios da Lei Rouanet;
Aprovação para emissão de Certificados de In-
vestimento referentes a obras cinematográficas e outros investimentos incentivados pela Lei do Audiovisual;
Concessão de passagens para eventos de difusão cultural;
Aprovação de empréstimo reembolsável em condições favorecidas;
Concessão de Bolsa Virtuose;
Doação de instrumentos musicais - Programa de Apoio a Bandas de Músicas.
Especificamente no âmbito estadual, conta-se com a Lei de Incentivo à Cultura – LIC (Lei Estadual nº 8.819), que
criou o Programa Estadual de Incentivo à Cultura e instituiu o Conselho de Desenvolvimento Cultural, responsável pela
análise dos projetos. A lei não pode destinar recursos superiores a 80% do custo total dos projetos.
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INCENTIVOS GOVERNAMENTAIS À CULTURA
VALORIZAR QUALIDADES
“Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembléia.
Foi uma reunião de ferramentas para acertar suas diferenças.
Um martelo exerceu a presidência, mas os participantes o notificaram de que teria que renunciar.
A causa?
Fazia demasiado barulho; e além do mais, passava todo o tempo golpeando. O martelo aceitou sua culpa,
mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo.
Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito
áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos.
A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro, que sempre media os outros segundo a sua
medida, como se fosse o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o
metro e o parafuso.
Finalmente, a rústica madeira converteu-se num fino móvel.
Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão.
Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
– Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com
nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, mas sim em nossos pontos fortes.
A assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar
e afinar asperezas e o metro era preciso e exato.
Sentiram-se, então, como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade.
Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.
Ocorre o mesmo com os seres humanos. Basta observar e comprovar. Quando uma pessoa busca defeitos
em outra, a situação torna-se tensa e negativa; ao contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes
dos outros, florescem as melhores conquistas humanas.
É fácil encontrar defeitos, qualquer um pode fazê-lo.
Mas encontrar qualidades... Isso é para os sábios!”
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SENARSÃO PAULO
O SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural é uma entidade de direito
privado sem fins lucrativos. Criado pela Lei n.º 8.315, de 23 de dezembro de 1991, e
regulamentado em 10 de junho de 1992, teve a Administração Regional de São Paulo
criada em 21 de maio de 1993.
Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo,
o SENAR-AR/SP tem como objetivo organizar, administrar e executar, em todo o Es-
tado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais,
dirigido a pequenos produtores, trabalhadores rurais e seus familiares.
PROGRAMA TURISMO RURAL “AGREGANDO VALOR À PROPRIEDADE”
1. Turismo Rural: Oportunidades de Empreendimentos
2. Turismo Rural: Identidade e Cultura
3. Turismo Rural: Gestão de Empreendimentos
4. Turismo Rural: Ponto de Venda de Produtos
5. Turismo Rural: Meios de Hospedagem
6. Turismo Rural: Meios de Alimentação
7. Turismo Rural: Atividades Turísticas em Áreas Naturais
8. Turismo Rural: Atendendo e Encantando o Cliente
9. Turismo Rural: Resgate Gastronômico
10. Turismo Rural: Consolidação do Programa
SUPLEMENTOS
Roteiro de Inventário Turístico
Legislação e Turismo Rural
FAESP – FEDERAÇãO DA AGRICULtURA DO EStADO DE SãO PAULOSENAR-AR/SP – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
Administração Regional do Estado de São Paulo
MódulosIntrodutórios
MódulosEspecíficos
Módulos de Consolidação