valor local edição 21 fev 2014

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Valor Local Jornal Valor Local • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 10 • 21 Fevereiro 2014 • Preço 1 cêntimo ACISMA Piscinas municipais afogadas em problemas Págs. 8, 9 e 10 “Águas do Ribatejo são uma tentação”, diz administrador em entrevista Pág. 11 Pág. 16 Câmara de Azambuja Processos podem passar para alçada da justiça

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Valor LocalJornal Valor Local • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 10 • 21 Fevereiro 2014 • Preço 1 cêntimo

AC

ISM

A

Piscinas municipaisafogadas em problemas

Págs. 8, 9 e 10

“Águas do Ribatejosão uma tentação”,diz administradorem entrevista

Pág. 11 Pág. 16

Câmara de Azambuja

Processospodem passarpara alçadada justiça

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2 Valor Localwww.ACISMA.org

Ficha técnica: Valor Local, Jornal de informação regional, sede de redacção e administração: Quinta da Mina 2050-273 Azambuja; telefones: 263 047 625, 96 197 13 23 correio electrónico: [email protected]; Site: www.valorlocal.pt • Propriedade e Editor: Associação Comércio eIndústria do Município de Azambuja (ACISMA); Quinta da Mina 2050-273 Azambuja. NIPC 502 648 724 • correio electrónico: [email protected] • Director: Miguel António Rodrigues CP 3351 • Colaboradores: Sílvia Agostinho CO-1198, Vera Galamba CP 6781, José Machado Pereira, Daniel Claro,Rui Alves Veloso, Miguel Ouro, Nuno Vicente, Cátia Carmo, Dina Patrício • Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida: [email protected] • Fotografia: José Júlio Cachado • Serviços Administrativos e Departamento Comercial: telefones: 263 047 625, 96 049 10 83 correio electrónico: [email protected] • N.º de Registo ERC: 126362, Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga • Tiragem: 4000 exemplares

(Introduzido pela Lei n.º 2/2014, de 17 de janeiro)As empresas (e os empresários em nome individual) com rendimentos anuais até 200 mil euros ou umtotal de balanço até 500 mil euros, vão poder aderir a um regime simplificado em matéria de IRC, onde,em vez de seguirem as regras de apuramento habituais, através da contabilidade, são tributadas porcoeficientes, que variam consoante a origem dos rendimentos.A matéria coletável relevante para efeitos da aplicação do regime simplificado obtém-se através da apli-cação dos seguintes coeficientes ao volume de negócios: a) 0,04 das vendas de mercadorias e produtos, bem como das prestações de serviços efetuadas no âm-bito de atividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas; b) 0,75 dos rendimentos das atividades profissionais constantes da tabela a que se refere o artigo 151.ºdo Código do IRS; c) 0,10 dos restantes rendimentos de prestações de serviços e subsídios destinados à exploração; d) 0,30 dos subsídios não destinados à exploração; e) 0,95 dos rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou utilização tempo-rária da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de informações respeitantes a uma expe-riência adquirida no setor industrial, comercial ou científico, dos outros rendimentos de capitais, do resul-tado positivo de rendimentos prediais, do saldo positivo das mais e menos-valias e dos restantes incre-mentos patrimoniais; f) 1,00 do valor de aquisição dos incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito. O valor determinado para a matéria colectável não pode ser inferior a 60% do valor anual da retribuiçãomensal mínima garantida. (485 x 14) x 0,6 = 4.074, Logo 4.074 x 0,17 (Tx IRC) = 692,58 Valor mínimo apagar pelo Regime simplificado de tributação em IRC.Por exemplo, os restaurantes e hotéis e as vendas de mercadorias e produtos passam a pagar IRC so-bre 4% do valor declarado nas vendas, valor ao qual posteriormente será lançado uma taxa de 17% -para os primeiros € 15.000 - e 23% sobre o restante.O regime é opcional, ou seja, só aderem as empresas que quiserem aderir.Podem optar pelo regime simplificado de determinação da matéria coletável, os sujeitos passivos resi-dentes, não isentos nem sujeitos a um regime especial de tributação, que exerçam a título principal umaatividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e que verifiquem, cumulativamente, as seguintescondições: a) Tenham obtido, no período de tributação imediatamente anterior, um montante anual ilíquido de rendi-mentos não superior a (euros) 200 000;

b) O total do seu balanço relativo ao período de tributação imediatamente anterior não exceda (euro)500 000; c) Não estejam legalmente obrigados à revisão legal de contas; d) O respetivo capital social não seja detido em mais de 20 %, direta ou indiretamente, nos termos do n.º6 do artigo 69.º, por entidades que não preencham alguma das condições previstas nas alíneas anterio-res, exceto quando sejam sociedades de capital de risco ou investidores de capital de risco; e) Adotem o regime de normalização contabilística para microentidades aprovado pelo Decreto-Lei n.º36-A/2011, de 9 de março; f) Não tenham renunciado à aplicação do regime nos três anos anteriores, com referência à data em quese inicia a aplicação do regime. O pagamento especial por conta desaparece para quem aderir ao regime simplificado.No regime simplificado não há lugar ao pagamento de tributações autónomas sobre despesas de repre-sentação, ajudas de custo ou deslocações em viatura própria, entre outras. Mas mantêm-se as tributa-ções autónomas sobre os encargos efectuados com as viaturas ligeiras de passageiros, motos ou moto-ciclos.A opção pela aplicação do regime simplificado deve ser formalizada pelos sujeitos passivos na declara-ção de início de atividade e/ou na declaração de alterações, a apresentar até ao fim do 2.º mês do pe-ríodo de tributação no qual pretendam iniciar a aplicação do regime simplificado, Este ano até 28 de fe-vereiro de 2014.No período do início de atividade, o enquadramento no regime simplificado de determinação da matériacoletável faz-se, verificados os demais requisitos, em conformidade com o valor anualizado dos rendi-mentos estimado, constante da declaração de início de atividade. Os coeficientes (0,04 das vendas de mercadorias e produtos, bem como das prestações de serviçosefetuadas no âmbito de atividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas) e (0,10 dos restantesrendimentos de prestações de serviços e subsídios destinados à exploração), são reduzidos em 50% e25% no período de tributação do início da atividade e no período de tributação seguinte, respectiva-mente e também não se aplica “O valor determinado para a coleta não pode ser inferior a 60% do valoranual da retribuição mensal mínima garantida”.Ao aplicar-se a empresas com um volume de negócios até 200 mil euros, o Governo estima que a me-dida pode abranger «potencialmente mais de 330 mil empresas, ou seja, 74% do tecido empresarial por-tuguês». (Fonte: Boletim Empresarial)

Novo Regime Simplificado de IRC para 2014

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3Valor Local Publicidade

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4 Valor LocalFreguesia em destaque

José Costa, 77 anosMaçussa

Uma das grandes dificuldades está na estrada das pontinhas. Larga-ram fogo às canas, caíram para a estrada e ainda ninguém tratou dis-so. Não concordo com a União de Freguesias da Maçussa, Maniquee Vila Nova de São Pedro. O dinheiro da bomba de gasolina instaladana aldeia, devia ficar na localidade, para se arranjar as coisas e seajudar a terra. Também não há farmácia nem supermercado, só umapequena mercearia.

Ana Maria, 61 anosManique do Intendente

Nos anos 80 tínhamos tudo, parecia uma cidade. Tínhamos Seguran-ça Social, correios, posto da guarda, lojas com fartura, e cafés. Agoranão temos nada. O principal problema é a falta de emprego e isso tam-bém se reflete no meu negócio. Há dias em que nem vejo ninguém.Antes o largo estava sempre cheio de gente, principalmente à tarde.Havia o jogo da malha, jogos de cartas. Agora, se vier aí à tarde, nãose vê ninguém. Também morreu muita gente, a maioria da populaçãoé idosa e as pessoas novas foram para fora. Já tivemos perto de trêsmil habitantes e agora nem sei se temos 500.

Constantino Valada, 70 anos,Manique do Intendente

Pouco mudou nos últimos anos. No centro de Manique há valetas porarranjar. Um senhor já caiu numa dela, de carro, duas vezes. É tam-bém necessária mais sinalização. Várias pessoas que passam poraqui perguntam qual a direcção a tomar para Lisboa ou para a autoes-trada. Tenho um café, mas o negócio está mau. Há terras com o dobroda população de Manique e têm apenas um café. Manique tem seisou sete.

O autarca respondeRecentemente formada, a União das Freguesias de Manique do In-tendente, Vila Nova de S. Pedro e Maçussa, mantém os velhos pro-blemas. O Valor Local, que nesta edição viajou pelas terras do altoconcelho, constatou que as populações demonstram ser exigentes,sem contudo perderem a noção de que os tempos que se vivem

não são fáceis, e que por isso o dinheiro não chega para tudo.José Avelino, presidente das União de Freguesias, destaca ao nos-so jornal que a junção das freguesias tem sido um problema. Eleitopela CDU, o autarca diz que ainda não descobriu onde é que o Es-tado poupa dinheiro com esta fusão. Para além de que “esta uniãodispendiosa em termos logísticos, também não é prática”, acentua.José Avelino destaca que assumiu uma presidência com o dobrodas dificuldades do mandato anterior. Para o autarca, a novidadede gerir agora uma “mega-freguesia” trouxe vários desafios, que asua equipa vai tentando resolver à medida que vão surgindo.Um dos problemas, residiu na questão do software usado pelas an-teriores juntas. Se antes cada uma podia escolher o que melhor seadaptasse às suas necessidades, agora o mesmo deve ser igualem todas as delegações. Esta é uma situação que ainda está a serresolvida, e que tem trazido gastos adicionais à freguesia. Outra si-tuação relaciona-se com a frota automóvel das antigas freguesias.Se antes cada freguesia era proprietária da sua frota, agora toda afrota passa para uma única freguesia, “levando a que se gaste di-nheiro na mudança de propriedade”. A elaboração do selo brancoe do brasão, são outros exemplos que o autarca aponta como maisuma despesa, que neste caso é obrigatória.Por tudo isto, José Avelino fala num aumento de despesa e nãonuma poupança, tantas vezes apregoada pelo governo. Para alémdisso, o responsável sustenta que a área geográfica da freguesiaaumentou exponencialmente, vincando que assim se torna difícil“acudir” com celeridade a todas as questões das localidades quesuperintende.Ainda assim o autarca refere que aos poucos, as situações queaparecem vão sendo resolvidas, sempre na tentativa de se “causar

Recentemente formada, a União das Freguesias de Mani-que do Intendente, Vila Nova de S. Pedro e Maçussa, man-tém os velhos problemas. O Valor Local, que nesta ediçãoviajou pelas terras do alto concelho de Azambuja, consta-tou que as populações demonstram ser exigentes, semcontudo perderem a noção de que os tempos que se vivemnão são fácies, e que por isso o dinheiro não chega paratudo. Cátia Carmo e Miguel António Rodrigues

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o menor impacte possível nas populações”. José Avelino garante ofuncionamento das antigas sedes de junta de freguesia, agoratransformadas em delegações, vincando igualmente que a proximi-dade com os cidadãos continuará a ser uma prioridade, nomeada-mente, com a abertura de uma delegação, em breve, na localidadede Arrifana.Ao Valor Local, o autarca lamenta, por outro lado, que, ainda, nãotenha conseguido encontrar um funcionário para a delegação daMaçussa. A anterior funcionária reformou-se e o presidente da Jun-ta aguarda agora por uma resposta do centro de emprego.

Alto Concelho a caminho da desertificação?

Os munícipes entrevistados pelo Valor Local queixaram-se da perdade serviços, mas sobretudo da economia local. José Avelino, vincaque essa é uma preocupação geral do país e do concelho, mas quenas freguesias de Vila Nova de São Pedro e Maçussa, “tem umaespecial expressão.”O autarca vinca que a freguesia tenta empregar o dinheiro, resul-tante de alguns negócios, nas respectivas localidades. Em causaestá a afirmação de um morador da Maçussa, que sugeriu ao au-tarca que usasse o dinheiro pago pela bomba de gasolina local narespectiva localidade. Sobre esse assunto, José Avelino garanteque a junta já o faz, e que no caso da sede de freguesia, já aplicao dinheiro resultante da venda de eletricidade à EDP, na mesma.Em causa, estão painéis fotovoltaicos, colocados no telhado da jun-ta, cujo excedente de produção, é vendido à rede. Outra das questões levantadas, relacionou-se com a perda de ser-viços na agora sede de freguesia. Primeiro, Manique perdeu a se-gurança social, depois a GNR e posteriormente os CTT. O presi-dente da junta vinca que essa questão está relacionada com a po-lítica do Governo central que decidiu encerrar os serviços, “não ten-do em conta as necessidades das populações mas apenas ques-tões financeiras”.O encerramento do posto da GNR de Manique do Intendente é “umdos exemplos mais preocupantes”. O autarca lamenta a situação,vincando que “a população diminuiu, mas os ladrões aumentaram”,graceja José Avelino, que aponta as questões sociais, como o de-semprego, para um aumento da criminalidade.Com sede em Aveiras de Cima, a GNR, faz patrulhas com algumaregularidade. Todavia, só isso não chega, uma vez que para o au-tarca, o factor proximidade é também muito importante. José Ave-lino destaca que o anterior comandante de posto que conhecia to-dos os lugares da freguesia. “Conhecia as situações e acima detudo conhecia as pessoas”, lamenta o autarca que refere que o tra-balho actual da patrulha da GNR tem-se revelado como “insuficien-te”.

Protocolos entre Juntas de Freguesia

José Avelino é crítico no que toca ao protocolo para cedência depessoal e maquinaria, celebrado entre as juntas de Azambuja, Avei-ras de Cima e de Baixo e Vale do Paraíso.O autarca vinca que foi convidado apenas para a cerimónia de as-sinatura do protocolo e duvida da eficácia do mesmo. Ao Valor Lo-cal, José Avelino diz que a ideia é interessante, mas que quandohouver alguma avaria numa máquina, vai ser difícil chegar a umconsenso quanto ao responsável pagante.O edil salienta que também pretende adquirir alguns equipamentos,e não coloca de parte a hipótese de fazer acordos pontuais com opresidente da Junta de Freguesia de Alcoentre, António Loureiro,por uma questão de proximidade territorial.

Bomba de gasolina é quase exlibris da Maçussa

Manique do Intendente perdeu vários serviços nos últimos anos

5Valor Local Freguesia em destaque

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6 Valor LocalPublicidade

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7Valor Local Sociedade

Vários moradores na localida-de de Casais Novos, conce-

lho de Alenquer, queixam-se deproblemas na qualidade da água

que sai das torneiras. A águaapresenta-se com cor amarela-da e odor muito intenso, tornan-do o seu consumo impossível. A

este problema soma-se ainda afalta de pressão. Algo de que sequeixa Paulo Santos que, emdeclarações ao Valor Local, su-

blinha que desde há três anosque se debate com este dilema,altura em que também iniciou osseus contactos com a conces-

sionária Águas de Alenquer. “Estivemos algumas vezes reu-nidos com o engenheiro LuísFerreira que apesar de se mos-trar interessado sempre referiuque é difícil ou mesmo impossí-vel resolver o problema uma vezque as condutas são velhas eque é incomportável a substitui-ção das mesmas”, dá conta omorador. Entretanto, “há cercade um ano e meio instalaram ummicrofiltro junto ao contadorpara minimizar a quantidade deresíduos que passam para astorneiras, no entanto, os proble-mas mantêm-se”. Como se nãobastasse, o morador queixa-sede problemas de saúde com ori-gem naquela causa como “irrita-ção na pele, que fica muito secae áspera”.Os moradores de Casais Novosestão revoltados com a questão.Paulo Santos deixa mesmo odesabafo: “Sinto que enquantoconsumidor, é inadmissível pa-garmos uma taxa que não é pe-

quena, que a Águas de Alenqueralega ser para obras de constru-ção de condutas de água. Mas oproblema de Casais Novos man-tém-se”O Valor Local contactou a em-presa que não hesita em res-ponder que não sabe do caso,quando técnicos seus estiveramna casa do morador e quando oproblema foi por demais reporta-do pelo mesmo e por outros mo-radores: “Não foram reportadosproblemas de qualidade da águadistribuída, nem problemas depressão na zona de Casais No-vos. Os resultados do Programade Controlo da Qualidade daÁgua (PCQA) realizado sob asupervisão da Entidade Regula-dora não revelaram qualquer in-cumprimento na zona de CasaisNovos.” Em outras zonas doconcelho, este é um problemaque também se faz sentir, com adiscussão em torno da águaamarelada a encher de comen-tários as redes sociais.

Equipada para receber 60 uten-tes em quartos individuais, du-

plos e suites, a instituição privada“Solserra - Casa de Repouso,Lda”, localizada em Vale da Pedra,Cartaxo, funciona desde o ano2000. Atualmente, uma das prioridadesda administração passa por umaaposta integrada a nível da melho-ria das condições de saúde dosutentes, “com serviço médico, fi-sioterapia e enfermagem diária”,refere Filipa Silva, diretora técnica.A componente da fisioterapia é im-portante, “pois há casos de pes-soas que perderam a mobilidade,mas aquando do ingresso na insti-tuição conseguiram voltar a cami-nhar, e regressar às suas casas”.“Temos vários casos de sucesso”,demonstra. A Diretora acrescenta

que há casos de idosos que se re-cusam a voltar para casa, tendoem conta que se habituaram a vi-ver na unidade em causa, onde os“cuidados de saúde não faltam”.A unidade conta presentementecom 55 utentes, a maioria da re-gião, mas também com algunsprovenientes da zona de Lisboa,onde os valores monetários, paraeste tipo de resposta social, “sãomais elevados”. “Temos preçosmais acessíveis”, dá conta. Trintasão os postos de trabalho criadospela Instituição.Na Solserra realizam-se atividadesde trabalhos manuais, jardinagem,atividades regulares com as crian-ças, serviço religioso, serviço decabeleireira e manicure. “Não sepretende que o lar de idosos fun-cione como um depósito de pes-

soas”, enfatiza a diretora técnica.Os utentes têm à disposição umauditório, ginásio, biblioteca, salade culto, cabeleireiro e espaçosverdes.No que respeita aos utentes comAlzheimer, os idosos são seguidospor um neurologista que articula di-retamente com a equipa de saúdedefinindo e ajustando procedimen-tos. Guiomar Mirradinho está na Sol-serra há três anos. Com 90 anos,refere ao longo da entrevista quejá tem quase 100 anos. Lembra-seque aos seis anos teve uma pro-fessora mas que não conseguiuaprender nada, porque teve de irtrabalhar muito cedo. Na Casa deRepouso conseguiu aprender aescrever o seu nome graças a au-las interativas com crianças volun-

tárias. Vê pouca televisão, mastem opinião sobre a política “Agoraestá lá o Coelho, mas não hámeios de o porem a andar!”, ri-se.Também teve um problema de lo-comoção, mas conta que apósmuitos exercícios conseguiu “voltara andar” graças à sua força devontade e ao empenho de todaequipa do Lar. Maria Emília Roque é outra dasutentes. “A estadia tem sido boa.Ocupo os meus tempos livres nainternet. Também sei pintar, embo-

ra, ainda, não tivesse pintado nadadesde que aqui estou. Prometi fa-zer um quadro, para provar a mimmesma que ainda sou capaz”. Autente deu aulas de pintura emSantarém e Almeirim. “Pintei mui-tos vitrais, a minha profissão eraapaixonante”. É também uma as-sídua frequentadora do cabeleirei-ro.Porfírio Rodrigues está há doisanos na Solserra e ocupa o seutempo livre a construir peças demadeira, como a carroça de bois

que mostra à nossa reportagem.Quando era criança brincava comaquele tipo de artefactos. “Agoraque tenho mais disponibilidade en-tretenho-me com estes trabalhos”,que demoram em média dois me-ses a construir, durante algumashoras por dia. Com a sua navalhi-nha consegue esculpir as peças.Desenvolve ainda o gosto por cul-tivar alguns hortícolas na horta.Dentro em breve a Instituição pas-sará a disponibilizar um serviço ex-clusivo de Residências Sénior.

Água sai amarela e com mau cheiro nas torneiras de Casais Novos

“Águas de Alenquer” não sabe de nada

“Solserra” em Vale da Pedra

Utentes desenvolvem actividades diversificadas

Água amarelada é mostrada nas redes sociais Torneira acumula areia ao fim de poucos dias

Cartágua certifica sistema de gestão

Em comunicado, a empresa que gere o abastecimento de água no conce-lho do Cartaxo informa que certificou o seu sistema de gestão nas áreas

da qualidade para as actividades de captação, controlo da água para consu-mo humano, recolha e tratamento de águas residuais e gestão de clientes.

Guiomar M. aprendeu a escrever o nomeMaria Emília gostava de voltar a pintarUm dos trabalhos de Porfírio Rodrigues

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8 Valor LocalDestaque

As piscinas municipais deAzambuja fecharam as portas

em 2010. O tema não foi esqueci-do pela classe política concelhiaque não deixa de falar da neces-sidade da sua reabertura. Por ou-tro lado, a população tambémsente alguma pena por ver umcomplexo, outrora, com boas con-dições, actualmente encerrado.Os sinais de abandono vão sendocada vez mais visíveis. De acordocom dados da autarquia, o com-plexo teve 20572 utilizações du-rante a sua última época desporti-va, entre Setembro de 2009 e Ju-nho de 2010.O presidente da Câmara, Luís deSousa, apresentou recentementeuma possibilidade de voltar a co-locar as piscinas de novo em fun-cionamento através de um proto-colo a firmar com a Santa Casa daMisericórdia de Azambuja, tam-bém proprietária dos terrenos,onde está o complexo, e a EscolaSecundária de Azambuja. O ob-

jectivo é captar cerca de 200 mileuros através de fundos comuni-tários, através de uma candidaturatendo em conta as necessidadespedagógicas do estabelecimentode ensino. O autarca fala na aqui-sição de painéis solares de modoa embaratecer os custos. A Câma-ra de Azambuja não terá, à parti-da, de suportar estes encargospara colocar as piscinas a funcio-nar, mas caber-lhe-ão os custosde manutenção à posteriori. Atéao fecho das mesmas, a Câmaragastava 40 mil euros mensais. Atítulo de comparação, Alenquerque também aderiu aos painéissolares, como solução economi-zadora, gastou, durante o ano de2013, numa média mensal, cercade 20 mil euros; “entre materiais,mão-de-obra directa e indireta,máquinas e custos gerais de fun-cionamento”, segundo o vereadordo Desporto, Rui Costa. Luís deSousa confessa que ainda nãodeitou as contas, mas que a solu-

ção tripartida entre as três entida-des é a melhor. “A Câmara nãotem condições para as obras. Opróprio presidente da Câmara doCartaxo que também necessita defazer obras nas piscinas disse quemanter um complexo de piscinasé uma coisa louca. ”. A oposição na Câmara Municipaltambém vê com bons olhos umaarticulação com a Santa Casa.Maria João Canilho, da ColigaçãoPelo Futuro da Nossa Terra, opinaque é de “equacionar todas aspossibilidades em conjunto com aSanta Casa da Misericórdia parase encontrar uma solução, quepoderá passar pela adaptação daestrutura, para que possa ser uti-lizada, ainda que não seja comopiscina aquecida”, de modo a evi-tar ainda mais a degradação da-quele espaço.Já David Mendes da CDU tam-bém prefere a opção de parceriacom a Santa Casa, mas aposta navocação daquele espaço enquan-

to equipamento dedicado “à geria-tria”, não valorizando da mesmaforma a entrada do estabeleci-mento de ensino nesta parceria.Por outro lado, David Mendes de-fende que se devia apostar sobre-tudo num equipamento deste gé-nero numa localização a meio doconcelho, “em Aveiras de Cima,por exemplo, de modo a captarpessoas de todo o concelho, deOta, no concelho de Alenquer, edo Cartaxo”.

Incerteza quanto aos postosde trabalho na piscina

de Alenquer

O presente e o futuro das piscinasde Alenquer é sobretudo marcadopela Alenmunicipal, empresa ex-tinta há um ano, que geria estecomplexo, e o auditório Damiãode Gois. A empresa deixou 450mil euros de dívida mais o em-préstimo bancário de 150 mil paraa aquisição de painéis solares. Háainda a questão da possibilidadede reintegração dos cerca de 15trabalhadores afectos à empresanos quadros da autarquia.

Carlos Areal, vereador da CDU,na autarquia espera que o casodos trabalhadores possa ter “omelhor desfecho”, até porque “aCâmara disse que ia abrir o mes-mo número de lugares”. Quanto àempresa ainda “está em fase de

encerramento de contas. A Câma-ra contraiu um empréstimo para li-quidar as dívidas da Alenmunici-pal. Vamos aguardar”, refere.Sobre esta circunstância, o verea-dor do executivo PS, Rui Costaconfirma que a dívida “foi assumi-

De acordo com o presidenteda Câmara Municipal do

Cartaxo, Pedro Magalhães Ribei-ro, a autarquia tem vindo a son-dar um conjunto de empresastendo em vista a necessidade deobras urgentes de manutençãono complexo municipal que incluipiscina interior e exterior. O orça-mento mais baixo ronda os 88mil euros e o mais alto os 200mil. “Ainda não temos valores de

referência, mas apenas indicati-vos. Avaliaremos e decidiremospelo melhor preço”, constata. Ostrabalhos incidir-se-ão na manu-tenção e reparação de bombasde água, tubagens e restanteparte mecânica.O presidente da Câmara não ga-rante a abertura das piscinas ex-teriores no Verão, tendo em con-ta “a situação dramática das fi-nanças camarárias”. Por ora ape-

nas diz “que fará todos os esfor-ços nesse sentido”. O presidenteda Câmara também está cons-ciente das críticas quanto ao es-tado de conservação dos balneá-rios das piscinas. – “Da nossaparte haverá o esforço máximopara resolver esses casos”. A falta de manutenção do equi-pamento também é sublinhadapelo vereador do PSD, VascoCunha, que fala “de uma inter-

Manutenção de piscinas públicas custa uma fortuna

Complexos municipais obsoletos

Cartaxo

Obras nas piscinas p

A grande maioria dos complexos de piscinas municipais surgiram na década de 90 quando os orçamentos das autarqe disfarçavam-se melhor as dificuldades de manutenção demasiado exigentes destes equipamentos. As piscinas públde estádios do Euro 2004 dos pequeninos, tendo em conta que há cada vez menos dinheiro para pagar a sua manutpiscinas municipais custa “uma fortuna” apelidam alguns dos intervenientes políticos ouvidos neste trabalho. Out

Aspecto actual da piscina de Azambuja

Obras nas piscinas do Cartaxo podem ir até 200 mil euros

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9Valor Local Destaque

da e que a Câmara a está a pagarmensalmente”. Quanto aos custosde manutenção, o vereador refereque em 2013, rondaram os 235mil euros. O mesmo dá conta deque no mês de Março deste ano aautarquia numa parceria com a

EDP, “aplicará a denominada me-todologia Lean a este equipamen-to de forma a optimizar custos”.No que se refere aos trabalhado-res das piscinas, a Câmara lançouconcurso para “o mesmo númerode postos de trabalho”.

O Valor Local contactou ainda overeador da coligação de centro-direita, “Pela Nossa Terra”, NunoCoelho, que integrou a empresaAlenmunicipal. O autarca não semostrou disponível para colaborarapesar das várias démarches fei-tas pelo Valor Local.O complexo de piscinas de Alen-quer tem registado nos últimosanos menos afluência, 1221 uten-tes na época de 2012/2013, 1397na de 2011/2012, e 1501 na de2010/2011. A crescer está o nú-mero de frequentadores do conce-lho de Azambuja. Em 2013, deacordo com os últimos dados daautarquia, 93 residentes emAzambuja frequentavam as pisci-nas do concelho vizinho. Mais 26do que na época de 2011/2012.Em tempos, houve o desejo decriação de um Movimento Pro-Clube de Natação em Alenquer,ideia dinamizada através das re-des sociais, que perdeu algum fô-lego. A intenção seria a de promo-ver a prática da natação a nível demodalidades como a natação sin-cronizada, polo aquático, águasabertas, masters e saltos.

venção profunda e não mera-mente de rotina”. “A segurança ea qualidade deste equipamentoestá em causa”, avança. O eleitonão quer sequer pensar na pos-sibilidade de a piscina interiortambém poder encerrar, face aoquadro financeiro da Câmara,pois “significaria comprometer os

programas ocupacionais das es-colas, e o compromisso com apopulação que ali se desloca”. Já Paulo Varanda, independente,na autarquia, e ex-presidente deCâmara lamenta que o executivode Pedro Magalhães Ribeiro te-nha mexido na organização doshorários dos funcionários que tra-

balham no complexo. “As aulasde natação não estão a correrbem; a temperatura da água nãose encontra adequada”. Por ou-tro lado e quanto aos orçamentosque a autarquia solicitou para asreparações a fazer, diz ter na suaposse “um orçamento que nãochega a 50 mil euros”. Sobre a

possibilidade de não aberturadas piscinas no Verão, diz que setal acontecer: “Será uma formacobarde de fazer as coisas”.Quanto aos vários valores que jáforam dados para as obras aefectuar refere-se aos mesmoscomo. “salganhada que ninguémentende”.

De referir ainda, e de acordo comdados da autarquia, que houveum total em 2013 de 15785 utili-zações nas piscinas descober-tas, o que atesta bem da impor-tância que o equipamento assu-me nos meses de Verão para apopulação do Cartaxo. Nas pisci-nas cobertas houve um total de

59.998 utilizações, incluindoaqui, entre outras atividades asque são promovidas pelo municí-pio, pelas associações e coletivi-dades, as aulas das escolas doconcelho, os utilizadores de regi-me livre de natação e os utentesdo Programa “Viver Mais ViverMelhor”.

s e sem dinheiro

podem chegar aos 200 mil euros

quias chegavam para a sua construção. Havia mais dinheirolicas da nossa região transformaram-se quase numa espécietenção. Conseguir manter nos dias de hoje um complexo detros mesmo falam de “loucura”.

A opinião dos utentesCarlos Cristóvão é um dos habitantes do concelho de Azambuja que frequenta as piscinas de Alenquer,

tal como a sua mulher. Ambos de Vila Nova da Rainha. Faz natação desde Novembro passado e comotal nunca chegou a frequentar as piscinas de Azambuja. Se voltarem a abrir e se as condições forem iguaisàs de Alenquer vai dar preferência às do seu concelho, “apesar de a distância para Alenquer ser a mesma”.Realça que gosta das piscinas de Alenquer, e que “não pode exigir mais”. “Passar o tempo neste tipo de es-paços, como no meu caso e no da minha mulher em que já somos reformados, é óptimo, até tendo em contaa questão da saúde. Andei com uma dor no joelho que entretanto desapareceu com a hidroginástica”. “Istoé excelente”.Também residente no concelho de Azambuja, Adelaide Sousa vai duas vezes a Alenquer. Já esteve na doCartaxo, entretanto procurou inscrever-se nas de Azambuja, mas como fecharam optou por Alenquer. Gostado complexo da vila presépio, e mudar para Azambuja, na hipótese de voltarem a abrir, “seria algo a ponde-rar”. Também frequentadora das piscinas de Alenquer, Maria da Glória, de Abrigada, vem duas vezes porsemana à sede de concelho. “A piscina é um grande benefício, embora a água pudesse estar mais quente”,afirma.O complexo do Cartaxo também é bastante utilizado pelos moradores de Azambuja. Ana Reis abandonourecentemente o ginásio que frequentava na vila, e decidiu experimentar as piscinas do Cartaxo, mas na suaopinião, as mesmas deixam a desejar – “Faltam puxadores nas portas dos balneários, não se pode falar emduche, mas numa espécie de repuxo quando vamos tomar banho, as portas da casa de banho não fecham,limitando ainda mais a privacidade. Há pouco espaço para nos vestirmos. A temperatura da água tambémnão é a melhor. Penso que a deAlenquer é melhor. Infelizmente jánão temos piscina em Azambuja,porque penso que as condições danossa até eram superiores à doCartaxo”. Posição mais favoráveltem Dulce D’Araujo também deAzambuja que considera que aspiscinas do Cartaxo “têm boas con-dições, com preço acessível, vigi-lância, indicação de análises regu-lares, e pelo menos uma pista dis-ponível para quem aceda em tem-po livre”.No dia em que o Valor Local sedeslocou ao complexo do Cartaxo,o bar estava fechado. Tratava-sede um sábado à tarde, com muitasfamílias a passear na zona. Algunsfuncionários lamentaram o facto, eAna Reis diz mesmo que nunca viuaquela instalação aberta. Tambémo bar das piscinas de Alenquer seencontrava fechado.

93 pessoas de Azambuja frequentamas piscinas de Alenquer

Sílvia Agostinho

Polémica com canalizador, pai do chefe de gabineteNo âmbito desta reportagem

feita pelo nosso jornal, o ve-reador Paulo Varanda referiu ofacto de ter estado no complexode piscinas, Vasco Manuel Casi-miro, sócio da empresa Vacrival,ligada a obras de canalização. Omesmo estaria incumbido de fa-zer um orçamento tendo em con-ta obras de reparação a efectuar.A mesma empresa tem aindacomo sócio, o filho, chefe de ga-binete de Pedro Magalhães Ri-beiro, Vasco Casimiro. O canali-zador em causa foi indicado pelocanalizador da Câmara porqueeste não se sentia capacitadopara resolver o problema.

Confrontado com o teor da acusa-ção, Pedro Magalhães Ribeiro pe-diu esclarecimentos junto da Divi-são do Ambiente, Obras e Equipa-mentos Municipais (DOEM). Opresidente da Câmara enviou aoValor Local toda a correspondên-cia trocada via e-mail com os ser-viços, na qual pede explicações di-rectas sobre a possibilidade de “fa-vorecimento ilícito em causa”. Nes-ses emails pode ler-se que a fun-cionária Domitília Portela convo-cou o visado em questão e queeste lhe teria dito que possuía osmeios técnicos e que lhe faria o or-çamento. Algo que rapidamente foiposto de parte tendo em conta arelação de parentesco. Bento Tan-

ganho da DOEM refere tambémque no próprio dia da deslocação,o canalizador referiu a questão dointeresse famíliar e que por isso iafalar com o filho. O chefe de gabi-nete terá tomado conhecimentonesse mesmo dia da deslocação,e deu conta disso, entretanto, aosserviços, vincando que a “Vacrivalnão deve ser consultada para or-çamentos nem para apresentarpropostas”, enquanto o mesmoocupar funções no município. Em declarações ao Valor Local,Pedro Ribeiro afirma que o canali-zador se apercebeu também dapossibilidade de incompatibilidade.Sendo que estariam em causa“obras de valor irrisório”. O autarca

defende-se ainda dizendo que ca-sos como a chamada de um cana-lizador não chegam até si, sendo“resolvidos pelos serviços”. Certoé que o presidente num dos emailsenviado à DAOEM proíbe “os ser-viços de voltar a contactar qual-quer familiar directo deste executi-vo ou dos respectivos gabinetesde apoio para quaisquer trabalhospara esta Câmara enquanto esti-vermos no exercício das funções”.Perante o conteúdo dos emailsque também foram enviados paratoda a vereação, Paulo Varandavolta à carga para acusar o presi-dente de “condenar publicamenteos técnicos”, armando-se em “coi-tadinho sem máculas”. O vereador

é da opinião de que o pai do chefede gabinete de Pedro MagalhãesRibeiro não deveria sequer teraceitado deslocar-se às piscinas,quanto mais fazer um orçamento.O presidente da Câmara defende-se, alegando não querer “alimentarpolémicas baseadas na má fé”. “Éevidente que nenhum de nós teveconhecimento prévio do caso, nemninguém mandatou a divisão paracontactar a pessoa ´A` ou ´B`.Acreditamos na boa fé dos servi-ços, até porque em causa estavaapenas uma ruptura numa condu-ta. Não houve apresentação de or-çamentos”. Paulo Varanda lançamais uma acha para a fogueira,alegando que a Vacrival fez tam-

bém “vários trabalhos de milha-res de euros em Vila Chã de Ou-rique, freguesia cujo presidenteera seu primo”, rematando – “Fi-caram santos de repente”. PedroMagalhães Ribeiro alega desco-nhecer o caso de Vila Chã deOurique, e apenas salienta que“Paulo Varanda está movido pelamá fé”.Entretanto e de acordo com osmails da autarquia vai ser feitauma intervenção no valor de2640 euros para o problemaapresentado à Vacrival. Nestecaso, a adjudicação deverá irpara Calvário Lda. Proposta queserá debatida na próxima reuniãode Câmara.

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10 Valor LocalDestaque

Com seis piscinas públicas afuncionar no espaço conce-

lhio, Vila Franca de Xira contouno ano de 2013 com 404 mil 851utilizações, mais 21 mil 977 doque no ano anterior, na totalida-de dos complexos. Muito se temquestionado se o município ne-cessita de tantos complexos depiscinas: Vila Franca de Xira; Al-verca; Quinta das Drogas- Alver-ca; Póvoa de Santa Iria, Calhan-driz e Forte da Casa; tendo emconta as dificuldades de manu-tenção, mas também, porque al-gumas deixaram de funcionardurante todo o dia, e no caso dapiscina da Calhandriz o escassonúmero de utilizações motivou ofecho do complexo durante amaior parte do ano, abrindoapenas no Verão.João de Carvalho da ColigaçãoNovo Rumo, é peremptório – “Éum exagero a quantidade depiscinas que Alverca tem porexemplo, duas públicas e umaprivada. Por outro lado, o Alhan-dra tem custos brutais com asua piscina, e deve imenso di-nheiro à Câmara por causa daágua. O que defendo seria aexistência de um complexo a

norte e outro a sul com a dispo-nibilização de transportes para apopulação”. “A da Calhandriznão tem frequentadores sufi-cientes, a da Póvoa tem umbom índice mas as restantes es-tão em défice”. “Manter uma pis-cina é uma fortuna, antigamentehavia dinheiro, mas nunca sepensou de forma estrutural eagora o mal já está feito”, reflec-te.Já Nuno Libório, da CDU, la-menta a inexistência de umacarta de equipamentos por parteda autarquia. Por outro lado, la-menta os preços que os utiliza-dores são obrigados a pagarpara frequentarem as piscinas.“Não está a ser preservada afunção social destes equipa-mentos”. Considera que o fechoda piscina da Calhandriz podeprecipitar a “deterioração aindamais acelerada daquele equipa-mento”, e sugere o efectivar deparcerias com o movimento as-sociativo.Alberto Mesquita, presidente domunicípio, lamenta que a da Ca-lhandriz não consiga estar aber-ta durante todo o ano, recordan-do que a construção da mesma

nasceu de um acordo com a Va-lorsul no âmbito da do aterro deMata Cruz. “Foi decidido que oequipamento era necessário eque fazia falta à população, masprovavelmente se voltássemos

atrás teríamos construído a pis-cina noutro local, com a Calhan-driz a receber outro tipo de infra-estrutura”. O presidente diz ain-da que o preço para quem fre-quenta os equipamentos é o

possível, e mesmo assim “nãocobre nem de longe nem de per-to os custos”. A piscina da Ca-lhandriz embora fechada “é vistaregularmente por quem de direi-to de modo a evitar a sua dete-

rioração”, Para Alberto Mesqui-ta, o uso da piscina da Calhan-driz poderia passar por algo re-lacionado com “a fisioterapiapara séniores”, algo que a Câ-mara “verá com as IPSS’s”.

Com um mestrado em gestãode instalações desportivas,

Pedro Raposo, professor na Es-cola Superior de Desporto deRio Maior, ajuda-nos a reflectiracerca da problemática da ges-tão dos complexos públicos depiscinas. Na sua opinião, “as au-tarquias estão cientes dos sinto-mas, mas não das causas”;“pois não têm tido capacidadede para se adaptarem à evolu-ção tecnológica da indústria daspiscinas”, ou seja “muitos dosequipamentos carecem de umcontrolo de gestão diário e muitoexigente”, mas as Câmaras “nãotiveram capacidade de formarquadros humanos com a qualifi-

cação necessária para dar aresposta adequada”. “Há questões de engenharia, dearquitectura, de eficiência ener-gética, que implicam soluçõesmultidisciplinares. Não se podeculpar um técnico de desportoou um arquitecto isoladamente”.O académico defende que o ca-minho poderá ser a gestão su-pramunicipal destes equipamen-tos, que “possuem uma vida útilde 30 anos”, sendo que a maio-ria dos existentes na região têmquanto muito mais 20 anos pelafrente ou menos. “Hoje em diaas tecnologias aplicadas a estesequipamentos são tão inovado-ras e emergentes, que a maioria

das piscinas está já obsoleta emtermos de eficiência energética,qualidade técnica das suas di-mensões, profundidade dos tan-ques – a maioria desajustadaàs necessidades, e potencial deexploração baixo”. Pedro Rapo-so não descarta: “Alguns destesequipamentos vão ter mesmo defechar”. Pedro Raposo defende ao máxi-mo o caminho da especializaçãocom a possibilidade de um equi-pamento tão específico comoaquele ser gerido pela figura deum gestor de piscinas. “Muitasvezes a factura é paga por umaunidade central de custos emque há um bolo de despesas,

em que não se percebe se asmesmas são feitas pela piscinaou pelo polidesportivo da Câma-ra”, reflecte para se referir à faltade uma política de gestão con-sistente.Por isso, os municípios devemfazer uma reflexão e partilhar assuas análises com os municí-pios vizinhos. A solução passa-rá “pela partilha do equipamentopor mais do que um concelho,até porque racionalmente mui-tos deverão fechar”. A captaçãode financiamento comunitáriopara eficiência energética tam-bém é apontada como uma dassoluções. Por outro lado, a in-dústria das piscinas também

deve encarar “soluções mais ba-ratas e mais ágeis” para as au-tarquias.O académico também tem umaopinião muito clara sobre os mo-delos de gestão mista, como oque se está a desenhar paraAzambuja; ou como foi falado nareportagem, para o caso da Ca-lhandriz – “É preciso que se façao diagnóstico, até porque hámunicípios que fazem parceriascom clubes, ou outras entida-des, mas a gestão financeiracontinua a ser das Câmaras, oraisto é mascarar o problema. Asdespesas devem ser muito bemdelineadas, e os parceiros de-vem encontrar soluções criati-

vas para que se rentabilize damelhor maneira os equipamen-tos”. E dá algumas pistas, paraalém das utilizações ditas regu-lares: “como actividades com apopulação com necessidadesespeciais, unidades hoteleiras,ginásios, colégios privados, fes-tas de aniversário, passagensde modelos. Há uma infinidadede potencial de rentabilizaçãode uma piscina. Tem é de haveruma gestão de controlo credí-vel”. “Se as coisas forem bemtratadas com os privados e de-mais entidades, essa pode seruma boa solução face aos pre-juízos que as câmaras enfren-tam”.

Piscina na Calhandriz não foi melhor opção

Opinião de professor da Escola de Desporto de Rio Maior“Piscinas públicas estão obsoletas”

Piscina resultou de um acordo com a Valorsul

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11Valor Local Entrevista

Valor Local – A Águas do Riba-tejo (AR) compromete-se comum investimento de 130 milhõesde euros até 2017 em obras,mais 330 milhões num horizontede 40 anos. Estamos a falar deque tipo de intervenções tendoem conta o horizonte temporalvasto e o investimento avultado.Francisco Oliveira – Nos seis mu-nicípios iniciais associados daÁguas do Ribatejo foi necessáriofazer-se obras de infra-estrutura-ção como etar’s, sistemas de sa-neamento, novas captações e de-pósitos elevados. Um dos investi-mentos próximos será no concelhode Torres Novas, que aderiu hámenos tempo. Nos demais conce-lhos, a obra será no sentido damelhoria dos sistemas para alme-jarmos a eficiência, com o controlede perdas, optimização de siste-mas, geo-referenciação de infra-estruturas, controle de depósitoselevados. Queremos aumentar anossa abrangência a nível do sa-neamento básico. A longo prazo,estamos a falar de controle da efi-ciência e da manutenção de todaa rede, com informatização de todoo sistema nomeadamente os con-tadores de água.Pode-se dizer que aquando daconstituição da empresa, osmunicípios estavam na estacazero quanto à necessidade demanutenção das redes de águae saneamento, que eram muitoarcaicas.Sim, é um facto. Em Coruche, porexemplo, houve um investimento,desde 2009, de 15 milhões, 12 mi-lhões em Salvaterra, mais oito ounove em Benavente. Nos próximosanos, vão ser investidos 30 mi-lhões em Torres Novas, numa lógi-ca de solidariedade entre os muni-cípios.Essa solidariedade pelo que te-mos percebido nem sempre ébem aceite pela população dosmunicípios mais pequenos,quando ouve falar em aumen-tos. Nos últimos tempos, a em-presa tem-se multiplicado emsessões de esclarecimento jun-to da população para defender-se quanto a esta e outras ques-tões.Temos procurado passar a mensa-gem sobre a missão da Águas doRibatejo e a importância de nosmantermos como uma empresade capitais públicos. Por outrolado, os concelhos mais pequenosjá receberam o seu investimento.

Entretanto Salvaterra teve algu-ma dificuldade em aceitar anova tarifa para 2014…Foi uma dificuldade daquele muni-cípio como dos restantes na defe-sa do tarifário em termos políticos.É difícil dizer às pessoas que te-mos de aumentar a água.E quando a empresa teve um lu-cro apreciável em 2012…(Risos) Isso é relativo. Como nóssabemos o investimento da em-presa tem de ser feito com a cap-tação de fundos da União Euro-peia (através de um novo FEDER)que não são a 100 por cento. Háum remanescente que tem de serfinanciado pela AR com recurso àbanca, que só nos empresta seprovarmos ter liquidez e cash-flow.Esses resultados positivos da em-presa correspondem à necessida-de de conseguirmos financiamen-to; e também para fazermos faceaos nossos encargos. Como é que explica o aumentoem 21 por cento da tarifa variá-vel de saneamento. Qual o im-pacte deste aumento na facturafinal?O aumento global da água e dosaneamento é de três por centoque indexado à taxa de inflacçãodá os 4,6 por cento. O aumento de21 por cento parece substancialmas na prática não é mais do que4,6, porque o que é facturado emtermos de tarifa de saneamentonão se trata da totalidade, a 100por cento, da água consumida,mas 90 por cento, porque algumada água que consumimos é usadapara beber, regar ou até para cozi-nhar, ou seja não se aplica a ques-tão do saneamento. Foi preciso fa-zer essa actualização a nível da ta-rifa de saneamento. Mas o aumen-to global da água 100 por centoconsumida inscreve-se nos 4,6. Osaumentos de acordo com o estudode viabilidade financeira da empre-sa estão a corresponder ao que foidelineado. Em 2013, não houveaumentos. Em 2014, previa-se umaumento de cinco por cento, masconseguimos baixar para os trêspor cento. Mas em 2015, e até2017 a água não vai subir, exceptono tarifário do esgoto, que subirá10 por cento em 2015. Em 2016,não subirá, mas em 2017 subirá20 por cento. Mas se nessa altura,percebermos que o aumento é de-masiado; podemos contornar no-vamente a questão.Tendo em conta a sua argumen-tação, e tomando como exemplo

um caso prático de uma famíliaque actualmente pague, por nor-ma, cerca de 15 euros, quanto éque vai passar a pagar, (obvia-mente desde que não ultrapasseos seus habituais consumos)?Tenho precisamente aqui esseexemplo, quem pague 15,46 eu-ros, passa a pagar cerca de 16 eu-ros e 17 cêntimos. Não chega aum euro de aumento. Por outro lado, a Águas do Riba-tejo regista um aumento de 75por cento na Taxa de RecursosHídricos, a ser paga à AgênciaPortuguesa do Ambiente (APA).É mais do que aquilo que paga aEPAL.O que se verificou é que estáva-mos a pagar um valor superior emrelação ao que estávamos a impu-tar aos nossos munícipes; e tive-mos de reajustar. Apenas servimosde intermediário, pois essa taxanão é para a empresa ou para osmunicípios mas para a APA. Paga-mos mais do que a EPAL, porquedistribuímos maioritariamente águade captação, de furos artesianos,enquanto a da EPAL é de prove-niência superficial, de barragens,com encargos menores.Os últimos dias de muita chuvatêm sido também um teste paraa Águas do Ribatejo?É verdade, especialmente, no meuconcelho, e, naturalmente, nos de-mais. Nomeadamente, como seresolve o problema da subida daságuas no campo, onde estão osfuros, sem que isso cause transtor-nos ao abastecimento de água eao seu tratamento nas ETAR’s. Como é que está a questão domanganês na água para abaste-cimento?Esse problema resolve-se com acolocação de filtros, através dacontaminação provocada pelo solorochoso, com níveis mais elevadospara o consumo humano. Temostrabalhado nesse sentido.O município de Benavente inte-gra um projecto pioneiro euro-peu no que respeita ao trata-mento da água.Trata-se de um estudo piloto rela-cionado com o aproveitamento daságuas das etar’s em termos derega e espaços públicos, permitiráainda fazer um plano de gestão anível dos esgotos. Isto está a serfeito com a APA e com a Organiza-ção Mundial de Saúde. Outra das críticas à empresaprende-se com a circunstânciade o beneficiário do tarifário so-

cial perder o benefício se ultra-passar os 15m3. Ou seja os con-sumos que realizou até essemarco, sempre que ultrapasse omesmo, não contam para efei-tos da redução a que teria direi-to. A Entidade Reguladora dosServiços de Águas e Resíduosnão preconiza nada disto.Fui confrontado com essa questãoultimamente e penso que faz sen-tido alterarmos esse pressuposto.De certa forma, padronizou-se os15m3 tendo em conta o que é nor-malmente consumido por uma fa-mília tipo de 4 pessoas. O que de-vemos acentuar, de futuro, é quenão obstante os consumos ultra-passarem os 15m3; aquilo que seconsumiu antes conte para efeitosde tarifário social.Quando é que a empresa vaiproceder a essa natural altera-ção?Temos de a fazer, porque temosde estar atentos às questões so-ciais.Tendo em conta as dificuldadescrescentes dos agregados, as-siste-se por outro lado a um au-mento dos casos de corte deabastecimento por parte da ARpor falta de pagamento?Tentamos evitar esse tipo de situa-ções o mais possível, embora no-temos que há cada vez mais difi-culdades das famílias. Entretantonotou-se uma substancial reduçãodos consumos: 600 mil m3 a me-nos do que estava no estudo deviabilidade. Esse menor consumo tambémesteve na origem do aumentodas tarifas?Não teve a ver com isso.A AR faz muitas vezes gala deque é o sistema onde se prati-cam os melhores preços da re-gião. Mas no caso dos municí-pios que englobam a Águas doOeste temos pressupostos nocontrato que diziam respeito aum aeroporto que nunca foiconstruído, um acréscimo depopulação que esse aeroportoiria trazer mas que não se verifi-cou; e como tal as populaçõespagam a factura de toda a obraque foi feita a prever um cenárioque não aconteceu, ao contráriodestas. Por outro lado, a Águasdo Oeste tem de comprar águaà EPAL. Quando a AR comparaeste tipo de coisas não estará acair num certo facilitismo.Felizmente tivemos um conjuntode factores que permitiu que estes

municípios se associassem e semesse tipo de compromissos, com apossibilidade de negociarmos ascoisas de outra maneira. Não pre-cisámos de fazer etar’s de milhõesde euros, nem captações igual-mente avultadas, e assim suaviza-mos as facturas; até porque não vi-samos o lucro, para além da sus-tentabilidade.Mas a AR também paga bons or-denados?Essa é uma boa questão, até por-que paga aos funcionários aquiloque as câmaras já pagavam maisum incremento de 10 por cento.Há a voz corrente de que a em-presa deu emprego a alguns fa-miliares de presidentes de Câ-mara.Essa é outra história, mas a em-presa teve a virtualidade de criarvários empregos a nível de técni-cos, de pessoal operário. Do meumunicípio passaram para a AR 12pessoas, reformaram-se três, masentretanto entraram mais 6 coru-chenses que são operadores deETAR’s entre outras funções, omesmo se passa com os trabalha-dores de outros municípios. Quan-to aos filhos dos presidentes, pen-so que a questão não é por aí. Énormal que estejam empregadosnalgum lado. O importante é quenão sejam nem beneficiados nempenalizados. Se você estiver numcargo público, o seu familiar nãodeve ser beneficiado mas tambémnão deve ser prejudicado. Está na ordem do dia, a questãoda implementação da taxa daprotecção civil a incluir na factu-ra da água, em vários municí-pios. No âmbito da AR como éque esta possibilidade é encara-da?A dificuldade reside no seu cálculo,para que seja justa para todos. Te-mos essa taxa prevista, mas pre-ferimos não a colocar em prática,pois são muitas as questões.Quem a deve pagar? Deverá serigual para todos ou não? Isto geramuitas dificuldades. Igualmente na ordem dia, está adiscussão acerca da verticaliza-ção do sector, com a possibili-dade de as regras do jogo mu-

darem muito rapidamente se forpara a frente o reagrupamentodos actuais sistemas intermuni-cipais do país em quatro gran-des sistemas, com a possibilida-de de a AR passar para o novo«Águas de Lisboa e Vale doTejo». Isto significaria a perdatotal da autonomia da empresa.É uma negação. É um pesadelo para vós?É um pouco. Só sairemos do nos-so sistema se formos obrigadospor lei, porque de forma naturalnão o faremos. Porque esta é amelhor forma de servirmos as nos-sas populações, e o que está emcausa com essa verticalização é aprivatização de todo o sector. Aságuas e os resíduos devem sergeridos por entidades públicas. Va-mos tentar incorporar na AR a ges-tão dos resíduos. Vários dos muni-cípios estão na RESIURB e o ob-jectivo é fazer a gestão a nível daAR. E uma das nossas próximasmedidas será exactamente a debloquear a entrada de um privadona empresa, através de alteraçãode estatutos. Essa alteração é para evitar quecedam à tentação…Não é uma tentação, nós é que so-mos uma tentação para alguns.Sabemos do interesse de algunssistemas privados em tentar in-fluenciar ou mover algum lobbypara que a AR seja privatizada, edaí a nossa intenção em bloquearessa possibilidade.Tem-se falado da entrada de no-vos municípios na empresa, no-meadamente, SantarémIsso tem sido falado. Se Santarémestiver “limpinho” a nível de dívi-das, é um município bem-vindo,pois não podemos sustentar pas-sivos, e sendo assim não teremosproblemas. No passado, Santarémnão quis aderir. O que lá vai lá vai.Sabemos que o novo presidenteda Câmara de Santarém tem umapostura completamente diferente.É uma pessoa de muito bom sen-so. Se ele tomar essa opção, ava-liaremosEstá para breve?Não digo que sim nem que não,mas estamos abertos.

Empresa vai manter-se pública e continua a rejeitar privados

“Águas do Ribatejo são uma tentação!”Francisco Oliveira é o novo presidente do conselho de administração daÁguas do Ribatejo. O autarca de Coruche fala dos novos aumentos do ta-rifário para 2014 e revela que em breve a empresa vai mudar os estatutospara bloquear qualquer possibilidade de entrada de privados que, de vezem quando, assediam o capital público da empresa. Oliveira fala mesmoem lobby. A privatização da água em Portugal, tão na ordem do dia, é en-carada como um pesadelo para os autarcas da AR.

Francisco Oliveira assegura que o aumen-to da água não vai além de um euro

Sílvia Agostinho

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12 Valor LocalOpinião

Écom muito gosto que inicionesta edição, a minha colabo-

ração regular com este mensário,esperando sinceramente, que arelação ora estabelecida, seja fru-tuosa, primordialmente para os lei-tores. Sempre que possível, abor-darei temáticas que estejam na or-dem do dia. Nesta edição, começopor uma abordagem histórica dasmais recentes crises económicasque abalaram o mundo, necessa-riamente sucinta, por razões deespaço, mas que se pretende es-clarecedora para os leitores. No pós-guerra, emergiram os trin-ta gloriosos anos, período entre1945 e 1975, em que se verificoucrescimento, desenvolvimento eprosperidade (Walfare State).De fato, os países envolvidos naSegunda Guerra Mundial, ficaramcom as suas economias de rastos(tecido produtivo destruído, cida-des arrasadas e, consequente-mente, escassez de bens alimen-tares, matérias primas, entre ou-tras necessidades básicas das po-pulações). Os Americanos ajuda-ram os países intervenientes, atra-vés do Plano Marshall integranteda “Doutrina Truman”, anunciadoem Março de 1947, pelo presiden-te dos Estados Unidos, Harry Tru-man. Tratou-se de um projeto derecuperação económica dessespaíses, nomeadamente a Alema-nha. Este plano deve o nome aoseu criador, o General George Ca-tlett Marshall, secretário de estadodo governo Truman.Os Estados Unidos investem ma-

ciçamente na Europa ocidental, afim de, barrar a expansão comu-nista e assegurar a sua própria he-gemonia política na região (muitospaíses do Leste Europeu aderiramao Pacto de Varsóvia, bem comoalguns países asiáticos, em oposi-ção à NATO que englobava 12países)). Washington fornece asmatérias-primas, produtos e capi-tal, na forma de créditos (a baixís-simas taxas de juro) e doações. Com as taxas de economia emcrescendo, entre os 6 e os 7% e,também com o crescimento dastaxas de natalidade e, estando aesperança média de vida abaixo20 anos do que atualmente, pro-porcionaram que os Estados fos-sem dando, cada vez mais, direi-tos aos cidadãos i.e., regalias so-ciais (segurança social).Contudo, dois acontecimentos vie-ram alterar drasticamente a taxade crescimento que se vinha veri-ficando nesses estados:- 1º. Em 1973 devido à guerra deYom Kippur (o dia do perdão),que envolveu o Egipto e a Síriacontra Israel. Decorrente destaguerra, decidem os Países Ára-bes, embargarem o fornecimentode petróleo para a Europa e osEstados Unidos, por estes, teremapoiado Israel. O preço do petró-leo quadruplicou, as taxas decrescimento até então verificadas,decrescem de forma abissal;- 2º. Em 1979, verifica-se novochoque petrolífero, devido à Revo-lução Iraniana. Os radicais islâmi-cos que tomaram conta do poder

colocaram, uma vez mais, emcausa, os fornecimentos ao Oci-dente.Também entre 1980 a 1988, éeleito nos Estados Unidos daAmérica, Ronald Reagan, que im-plementou a economia de Rea-gan. Como resultante, aumentamas despesas militares nos EstadosUnidos, devido à Guerra Fria, oque provocou um deficit na eco-nomia americana. Para resolvero deficit aumentou as taxas de juro(1982-crise da dívida). ApoiouSaddam Hussein, ditador iraquia-no na guerra Irão-Iraque. Apoiouigualmente, o Afeganistão contra ainvasão Soviética do seu território.A atitude despesista de RonaldReagan prosseguiu na senda dadebilitação crescente, da econo-mia americana, nomeadamentequando em 1983, o Presidentedos Estados Unidos, anunciou acriação da Iniciativa Estratégicade Defesa, que ficaria conhecidacomo o “Programa Guerra dasEstrelas”, em reação às crescen-tes despesas da União Soviéticana área da defesa e do programaespacial. Surgem então, vários países emdificuldades, de entre eles, o Mé-xico, que entra em DEFAULT (nãopagaram as dívidas entrando emincumprimento face às obrigaçõeslegais a que estavam vinculadasno seu contrato de dívida).Dados os acontecimentos, entraem cena o FMI (Fundo Monetá-rio Internacional) que tem basi-camente a função de emprestar

dinheiro aos países em dificulda-des, Contudo, estes emprésti-mos têm condicionalidades(quem não cumpre com o acorda-do, não recebe mais emprésti-mos).Com a queda do Muro de Berlim etambém da URSS (1989-1990),desaparece a ameaça comunista,e emerge a euforia da democracialiberal – economia de mercado(capitalista).O modelo de Segurança Socialbaseava-se fundamentalmente naesperança de vida baixa e, numaboa taxa de natalidade, o que, nãoacontece nos dias de hoje.Em Portugal tínhamos um regimeautocrático e corporativo (EstadoNovo). As Corporações são or-dens representativas de uma clas-se profissional. Os assuntos resol-viam-se entre o patronato e os tra-balhadores. Com a Constituição de 1976, sur-gem influências das forças maisprogressistas e assiste-se à con-sagração de direitos, liberdades egarantias. Uma sociedade tenden-cialmente sem classes rumo aosocialismo.Em finais da década de 80, Portu-gal recebe fundos europeus paraajudar ao seu desenvolvimento.Como não foram alvo de monitori-zação por parte do Governo, aca-baram por ser canalizados parafins menos próprios, i. e., na suamaioria, não foram aplicados nodesenvolvimento da agricultura,na modernização da indústria,nem na construção de infraestru-

turas necessárias e indispensá-veis ao bem-estar da população(ex: hospitais e escolas), o quecontribuiu para que estejamos nasituação económica e de menorprodutividade, em que nos encon-tramos.Entretanto, verifica-se nos anos90, o abaixamento das taxas dejuro. Os bancos facilitavam o cré-dito. As pessoas, empresas, Esta-do e bancos endividavam-se. Osbancos endividavam-se no exte-rior, para emprestar. O Estado en-trou numa senda despesista,construindo pontes, autoestradas,estádios, etc, recorrendo ao crédi-to para a realização de obras me-galómanas.Em 2008, surge nos Estados Uni-dos, nova crise, a do “subprime”,com a falência de vários bancos.Os juros eram baixos, os bancosemprestavam dinheiro para acompra da casa. Concediam-seempréstimos porque os gerentesrecebiam bónus pelos créditosque autorizavam, não importandose as pessoas tinham ou não ca-pacidade financeira para fazerface aos pagamentos por conta.Em Portugal passou-se exata-mente o mesmo.O “subprime” é um crédito à ha-bitação de alto risco e que se des-tinava a uma fatia da populaçãocom rendimentos mais baixos enuma situação económica instá-vel. A única garantia exigida nes-tes empréstimos é o imóvel. Estasituação originou a falência demuitos bancos e também o atual

estado da economia global, namedida em que, contagiou a Eu-ropa, pois algumas instituições decrédito e a própria banca, investi-ram nesse “subprime”. Na maio-ria dos casos, o valor dos imóveisnão cobria os créditos concedidos.Deveu-se sobretudo à regra dos 3D’s.Regra dos 3 D’s: Divórcio, Doen-ça e Desemprego = incumprimen-to. As agências de “rating”, têmcomo função: avaliar a capacida-de de uma empresa ou Estado depagar as suas dívidas no prazoacordado. Esse diagnóstico deter-mina os juros exigidos pelos cre-dores para emprestar dinheiro aqualquer entidade, com forte im-pacto na economia, como é perce-tível.As três maiores agências de ra-ting, são: Moody’s, Standard &Poors (S&P) e Fitch (criadas hámais de cem anos), são Norte-americanas e controlam 95% domercado e, as notas que atribuemnão só influenciam investidorescomo podem destruir a reputaçãoeconómica de um país ou de umaempresa.Obviamente, Portugal não chegoua esta situação apenas pela criseinternacional, mas também, porculpa própria, dado as más deci-sões tomadas pelos sucessivosgovernos nas últimas três déca-das.Na próxima crónica abordaremoso tema: O porquê da fraca produ-tividade em Portugal.

As possibilidades de um conce-lho como o de Azambuja se

desenvolver passam obrigatoria-mente por uma procura total decompetitividade em relação aosconcelhos vizinhos e mesmo emrelação aos territórios mais afasta-dos mas na nossa zona de influên-cia.Temos que aproveitar a nossa ex-celente localização geográfica e acapacidade das nossas infraestru-turas rodoviárias e ferroviários,sem prejuízo de também ser ne-cessário melhorar as acessibilida-des dentro do concelho, evitandodessa forma um estrangulamentonas ligações ao norte do concelho.Na competitividade que falo temosde olhar para o todo concelhio epensar na captação de empresá-rios e de novos investimentos, di-minuindo as burocracias inerentes

à sua instalação, que sabemos porexperiência ser lenta e morosa emAzambuja.Mas também é preciso um esforçoverdadeiro e interessado por partedas nossas autoridades municipaisem resolver outros problemas queafectam a nossa competitividadeterritorial. Dificilmente o nosso con-celho conseguirá captar novas em-presas quando continuamos a pa-gar a 5ª água mais cara do país etemos uma taxa de resíduos sóli-dos urbanos que aumenta todosos anos e vai continuar a subir sefor avante a proposta do executivocamarário do novo aumento de7,5% este ano e de mais 7,5% em2015! E as justificações do actualexecutivo camarário para estenovo aumento são, no mínimo, fra-cas e confusas… Que só reforçama ideia que este novo aumento

apenas serve para pagar os errosde gestão e a dívida que se acu-mulou nos últimos anos!Como sabemos sem investimentonão se cria emprego, sem compe-titividade não se atrai empresas.Mas não basta melhorarmos asnossas vantagens competitivas.Também é preciso darmos a co-nhecer o nosso concelho e assuas potencialidades junto dosagentes da economia real. E nestecapítulo, o atual executivo camará-rio é um total deserto de ideias!...Aliás, uma boa divulgação daquiloque somos acaba também por seruma vantagem competitiva!A propósito da divulgação do quesomos, ainda há bem pouco tem-po a força política pela qual fui elei-to para a Assembleia Municipal (aColigação PELO FUTURO DANOSSA TERRA) apresentou vá-

rias propostas na Câmara deAzambuja para dar a conhecer oconcelho como um todo. Destacoa titulo de exemplo a criação damarca “Sabores de Azambuja” quetinha como objetivo identificar to-dos os produtos agrícolas, vitiviní-colas e gastronómicos produzidosno nosso concelho. Outras dasnossas propostas foi o lançamentodo programa “Azambuja dá Saú-de” que se destinava a garantir aenvolvência do setor agrícola localno fornecimento de produtos agrí-colas para a indústria farmacêuticae cosmética. Apesar da disponibi-lidade do Presidente Luís de Sou-sa para aceitar todo esse conjuntode propostas concretas, a ala maisradical da vereação, isto é, os co-munistas e o restante PS recusa-ram tais propostas por razõescompletamente estapafúrdias!... E

foi assim que o futuro ficou outravez adiado!Infelizmente há responsáveis au-tárquicos que por razões ideológi-cas e partidárias são incapazes deaceitar as boas ideias de outros,sejam elas de outro partido, deuma coletividade, de uma empre-sa ou de uma instituição social.Para esses ditos responsáveis sóhá uma verdade: a deles própriose assim procuram negar a evidên-cia da própria realidade. Não vivemos tempos para radica-lismos inúteis ou negações da rea-lidade motivadas por facciosismosideológicos ou partidários. Este é otempo para agarrar todas as opor-tunidades!O concelho de Azambuja nãopode continuar a deixar-se ultra-passar pelos nossos concelhos vi-zinhos. A economia portuguesa

aos poucos está a levantar-se. To-dos os estudos macro-económicosquer de instituições internacionaisquer do Banco de Portugal o afir-mam. Portanto, é o momento doexecutivo camarário lutar e procu-rar por quem queira investir nonosso concelho de Azambuja. Nãoo fazer é adiar um futuro melhorpara os jovens que aqui estudame que um dia vão querer trabalhare continuar a viver no concelho deAzambuja.Este texto da autoria de Manuel Couceiro,presidente do CDS-PP de Azambuja, nãovai ao encontro do que foi solicitado pelo Va-lor Local. O que tinha sido pedido ao partidoem causa, era que se centrasse em ques-tões de âmbito geral e nacional, tendo emconta o carácter regional do Valor Local. Ain-da assim, e mesmo não respeitando o pre-tendido, o nosso jornal publica o referido ar-tigo, ressalvando que todo o seu conteúdofoge aos critérios pretendidos, não assumin-do por isso qualquer responsabilidade poreventuais reacções.

A crise atual à luz da história

Ascensão e transformaçãodo estado social

Augusto MoitaLic. Recursos Humanos

Manuel CouceiroPresidente CDS Azambuja

Empresário Agrícola

O desenvolvimentode Azambuja

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13Valor Local Política

450 assinaturas contrao “Campus Tauromáquico”Apetição contra a mudança de

nome “Campo da Feira” emAzambuja para “Campus Tauro-máquico” já vai em 450 assinatu-ras, após ter sido lançada na in-ternet no dia cinco de Fevereiro,um dia após a aprovação da alte-ração em causa em reunião deCâmara. A freguesia tem perto de8200 pessoas. Recorde-se quetambém está disponível em al-guns estabelecimentos comer-ciais, e tem sido um dos assuntosmais falados pela população dafreguesia. O impulsionador dapetição é Mário Pedrosa, ligadoao CDS-PP, mas que decidiu lan-çar a petição a título individual. “A recolha de assinaturas está acorresponder às expectativas deforma surpreendente. A petiçãoestá a congregar pessoas de vá-rios sectores e dos diferentespartidos”, revela. Na sua opinião,a alteração da designação topo-nímica em causa, resulta de umprocesso pouco esclarecedor. Aproposta foi apresentada, em fi-nais do mandato autárquico pas-

sado, em reunião de assembleiade freguesia quando AntónioAmaral estava à frente da juntade Azambuja. O mesmo, actual-mente vereador, referiu – aquan-do da aprovação da mudança denome – em reunião de Câmaraque a ideia tinha sido bem acolhi-da por todas as bancadas parti-

dárias em assembleia de fregue-sia, quando liderava a mesma,mas Pedrosa vinca que a propos-ta apenas passou pelo executivoda junta. Algo que António Amaralquando confrontado com o temaem reunião camarária desmentiu. Mas Pedrosa não tem dúvidas:“Foi tudo feito às escondidas”. E

duvida até que a actual presiden-te de junta apoie a mudança:“Numa recente entrevista quedeu a um órgão de comunicaçãoregional, percebeu-se que o as-sunto lhe era incómodo”, opinaMário Pedrosa.Na opinião de Pedrosa, a mudan-ça de nome não faz sentido, ape-

sar de concordar que “campos dafeira” há muitos no país, “as pes-soas de Azambuja têm um espe-cial carinho por aquele local epelo seu nome, pois trata-se deum ponto de encontro de ami-gos”. “Queremos preservar aque-la memória”, enfatiza. “Por outrolado, não temos estruturas sufi-

cientes para além de uma praçade touros para que haja uma mu-dança de nome”. Logo que estejam reunidas todasas assinaturas, Pedrosa fará che-gar o documento em causa à jun-ta de freguesia e à Câmara Muni-cipal de Azambuja, na esperançade um volte-face na questão.

Desapareceram duas máqui-nas importantes dos estalei-

ros da Câmara Municipal deAzambuja, uma retroescavadorae uma motoniveladora. Situaçãoque condiciona as obras que omunicípio tem de realizar. Os ca-sos têm mais de um ano, e pormotivos diferentes, a autarquianão pode contar com os equipa-mentos.A retroescavadora foi furtada em

Manique do Intendente. As buro-cracias inerentes aos seguros eao leasing da máquina que foi fur-tada durante a noite, depois daobra, estão a atrasar o processo.Contudo, e segundo o vice-presi-dente da Câmara, Silvino Lúcio, asituação “está prestes a ser resol-vida” com o relatório da GNR, queaponta para o furto da máquina.Um relatório vital para que o se-guro que cobre o leasing, pague

na íntegra a perda da mesma àempresa vendedora, e resulte daítambém uma verba remanescen-te para a autarquia. Segundo Sil-vino Lúcio, esta verba poderá sig-nificar a “entrada” para outra má-quina nova, para repor a autono-mia da operacionalidade.Quanto à motoniveladora, relacio-na-se a sua inoperacionalidadecom uma alteração da legislação.O vice-presidente revela ao Valor

local que a legislação aplicada aeste tipo de equipamentos modi-ficou a necessidade da existênciade matrícula para circular na viapública, algo que até aqui não eranecessário, mas agora já é. As di-versas interpretações da lei, faceà tonelagem mínima, que obri-gam ao registo do equipamentoestão na origem do atraso, toda-via a Câmara já terá ultrapassadoa questão, estando agora à espe-

ra que as várias entidades quetratam do assunto, resolvam oproblema.Até lá, e segundo Silvino Lúcio, oequipamento que não pode circu-lar na via pública, ficará nas insta-lações da Câmara. O equipamen-to está apreendido pela GNR.Não pode circular em caso algum,mas a autarquia é a fiel depositá-ria do mesmo, e já pagou umamulta de 600 euros por circular

sem matrícula.Silvino Lúcio salienta a necessi-dade de se adquirir um reboquepara o transporte destes equipa-mentos. “Essa é uma questão aconsiderar”. Contudo e como res-ponsável pela protecção civil, vin-ca que se existir necessidade dautilização daquele equipamento“para salvaguardar, pessoas ebens” assumirá essa responsabi-lidade.

Opresidente da Câmara Muni-cipal de Azambuja, Luís de

Sousa, e o vereador do desportoAntónio Amaral, garantiram, emreunião de câmara, no dia 18 deFevereiro, que o Pavilhão Munici-pal de Azambuja, está em plenascondições para funcionar e rece-ber provas nacionais e internacio-nais; embora careça de algumamanutenção urgente.A afirmação teve como origemuma pergunta do vereador da Co-ligação pelo Futuro da Nossa Ter-ra, António Jorge Lopes, tendoem conta os muitos eventos quese têm realizado naquele espaço,de carácter regional e nacional.O vereador interrogou a autar-quia, ressalvando a necessidadede se verificar todos “os aspectosde segurança e exigência das vá-rias modalidades”, de forma a

“evitar que uma entidade qual-quer venha a interditar o espaçocomo sucedeu com a praça detouros”. O vereador destacou aimportância do uso daquele espa-ço para a promoção do municípioe para o fomento da economia lo-cal, já que têm sido frequentes al-gumas iniciativas de âmbito maisalargado e que movimentam cen-tenas de pessoas.Luís de Sousa e António Amaralsustentaram que a autarquia está“atenta a todas as necessidades”,e que recentemente, se pediu aum engenheiro municipal, que fi-zesse o levantamento de todas assituações mais urgentes.Luís de Sousa diz ter conheci-mento que o pavilhão carece deuma manutenção urgente, sobpena de aumento dos custos dereparação. O presidente da Câ-

mara assume que a falta de ilumi-nação “é um problema”, mas jus-tifica-se “com a ausência do equi-pamento elevatório para chegaraos candeeiros que ficam a umadistância razoável do chão, eonde nenhuma escada conseguechegar.”O autarca vinca que a Câmara jáestá em conversações com o pro-prietário de uma plataforma ele-vatória, prometendo para breve asubstituição das lâmpadas fundi-das. A manutenção é, segundo oexecutivo, “uma prioridade”. Luísde Sousa diz que já deu autoriza-ção para a aquisição de materialcom vista a essa mesma manu-tenção, mas não assegura ne-nhuma data em concreto.Enquanto isso, alguns utentes daestrutura vão se queixando dastorneiras danificadas, e da falta

de iluminação dentro do pavilhãoque conta já com 23 candeeirosapagados. Outro dos problemas,

são as constantes infiltrações. Osautarcas reconhecem a necessi-dade de resolver essas questões,

mas isso, segundo Luís de Sou-sa, faz parte do levantamento queestá em curso no município.

A segurança não está em causa mas há obras urgentes

Local a que se refere a questão da mudança de nome

Em causa está uma motoniveladora e uma retroescavadora

Câmara de Azambuja sem máquinas para trabalhos

Pavilhão Municipal de Azambuja precisa de obras

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14 Valor LocalPublicidade

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15Valor Local InstantâneosRetratos da nossa terra

Atenta às novas oportunidades de negócio e aproveitando a onda denomes “Latinus”, a Poisada do Campino e a Câmara de Azambuja,encontraram a formula ideal para rentabilizar a Praça de Toiros.Com a época taurina em baixa, e com uma crescente procura do es-paço para outras actividades, a Praça de Toiros Ortigão Costa já seestá a habituar a receber festas e festarolas. Primeiro foi uma festa doGDA, depois a festa de passagem de ano, e agora no próximo dia 1de Março, na arena da praça, em vez de toiros e forcados… estaráuma tenda transformada em discoteca.Quem disse que Azambuja não tinha um multi-usos…. Enganou-se

Faça-nos chegar as situações que mais o preocupam. Contacte-nos poremail: [email protected]

Terra Velhinha é um grupo do facebook que pretende reviver asmemórias de Azambuja através de fotos, vídeos, histórias e do-cumentos diversos que evocam a identidade local.

Terra Velhinha

Feira do Gado em AzambujaPublicada por Daniel Claro, 31/07/13Foto Old Portugal -Azambuja 1951 – Dia de FeiraSegundo Miguel Ouro “Ora aqui está um trajar antigo de grande evi-dência. Sapatos sem pala simples, barrete preto do dia-a-dia. Coletee calça em cotim, mas com um pormenor interessante: o senhor dadireita tem um colete mais velho, mais gasto que combina com umacalça mais escura, parecendo ser mais nova. A cinta não é larga àforcado, serve para apertar a calça. Jaquetas grossas e escuras, pro-vavelmente em fazenda. Ainda são uns restos de como se vestiamos rurais da região, se bem que em 1951 já existiam muitos popu-lares com vestes da moda da altura mais urbana como vemos nasoutras fotos que o Daniel publicou. Pormenores importantes queos agentes da etnografia deveriam ter em conta e que lhes passamao lado, trajando e brilhando para a dança sem um cuidado cénicoadaptado às épocas que tentam representar. Estes dois senhoresrepresentam os mais comuns populares nas décadas para trás ondeas modas eram outras.”Segundo Fátima Regateiro “Nesta época não se deitava roupa fora,só quando estava gasta e não aguentava mais remendos”

Carlos Lourenço e André SecoPublicada por Miguel Ouro, 08/08/13Foto de Rancho Folclórico Ceifeiras e Campinos de Azambuja Carlos Lourenço muito trabalhou em prol do RFCCA. Carlos Louren-ço e André Seco

Cavalinho do CCA no Início dos anos 70 Publicada por Jorge Santos, 10/08/13Foto de Jorge Santos - Cavalinho do CCA no Início dos anos 70Segundo Jorge Santos “Com António Santos e Olímpio”

Pequenas réplicas de AzambujaPublicada por Silvana Simões, 20/08/13Foto de Silvana Simões, Pequenas réplicas de AzambujaSegundo Silva Simões ”O meu pai, José António encontra-se à es-querda e o meu avô, à direita”Segundo Vasco Silva ”Ganda Ti Frederico, obrigado Silvana”Segundo José Júlio Cachado “Simplesmente um verdadeiro artistada terra. Nem sabia que tinha sido o teu Avô a fazer essas miniatu-ras...altamente”Segundo Maria Eva Pires “Eu lembro-me desses trabalhos, gostavatanto de todos os anos passar pela casa do primo Fadararico (é as-sim que eu lhe chamo) para ver os trabalhos dele e durante unsanos ia havendo sempre uma peça nova, que saudades, o tempotudo leva...”Segundo Nhéu Mãos de Tesoura “... que saudades ... e tinha uma ar-timanha que protegia esta preciosidade quando os toiros estavamna rua”Segundo Jorge Pissarra “Lembro perfeitamente”Segundo José e Fernanda Mota “Todos os anos construía peça porpeça com muito carinho e muita paciência... grandes maquetesapreciadas por todos. Alguns dos seus trabalhos encontram-se emexposição no museu!!”Segundo André Pereira “Lembro-me perfeitamente disto. Era pontode passagem obrigatório. Seria engraçado tentar saber o que é feitodestas relíquias”Segundo Bruno Pinto “As Horas que passei a olhar para tudo aquilo!Fantástico!

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Já vai longa a novela acerca dodesaparecimento e posterior

reaparecimento dos processos re-lativos a obras, que segundo temvindo a ser propalado teriam sidolevados pelo ex-vereador JoséManuel Pratas, quando saiu daCâmara de Azambuja em 2009. Avereadora Maria João Canilho dacoligação centro-direita anunciouna última reunião de câmara quevai participar o assunto dos pro-cessos desaparecidos à InspeçãoGeral de Finanças. Em causa estáo facto, segundo a vereadora, dea comissão de inquérito constituídaa pedido do Presidente daCâmara, Luís de Sousa, não fun-cionar.Aliás, a comissão sofreu nas últi-mas semanas duas baixas. Pri-meiro David Mendes, vereador daCDU e esta terça-feira, dia 17 deFevereiro, a própria Maria JoãoCanilho.Numa curta intervenção, a verea-dora lamentou o facto de a comis-são não se reunir, atribuindo a cul-pa ao vice-presidente da câmara,Silvino Lúcio, que acusou de se“auto-eleger como presidente dacomissão”. Acusações refutadasem plena reunião pelo próprio.Maria João Canilho referiu que da-

das as circunstancias, não lhe res-tou outra alternativa senão demitir-se, com a possibilidade de umaqueixa à Inspeção Geral de Finan-ças. António Jorge Lopes, tambémele vereador da coligação de cen-tro-direita, vincou entretanto, que oassunto dos processos desapare-cidos poderia ser enquadrado noforo criminal com consequênciaspara os visados, nomeadamente,a Câmara e o antigo vereador,José Manuel Pratas, a quem é atri-buída a responsabilidade poraqueles processos, enquanto ve-reador.António Jorge Lopes destaca,igualmente, que na sua opinião, oassunto poderá ser tratado de vá-rias formas, e que não deseja, abem da autarquia e dos funcioná-rios que eventualmente estejamenvolvidos, que se arraste por mui-to tempo.Neste capítulo, o vereador apontouo dedo ao executivo socialista,mais propriamente ao vice-presi-dente Silvino Lúcio, a quem acu-sou de tratar “este assunto com ospés”, algo que mereceu uma trocade argumentos acalorada entreambos, com Lopes a acusar Silvi-no de “responsabilidades nesteprocesso”.

O assunto que agora está longede terminar, poderá acabar no Mi-nistério Público, caso o actual pre-sidente da Câmara não encontreuma solução. Aliás, o próprio Luísde Sousa salienta que essa é umaopção, mas prefere tratar as coi-sas “dentro de casa” como aliás

terá sido sugerido pelo próprio ve-reador António Jorge Lopes.É sobre José Manuel Pratas querecaem as acusações de ter leva-do para casa alguns processos deobras que tutelava enquanto ve-reador entre 2001 e 2009. Foramos serviços da Câmara a detectar

a falta desses processos, que vi-riam a ser entregues no final doano passado à autarquia. Está poresclarecer onde estiveram os pro-cessos durante todos estes anos,já que o antigo vereador negaqualquer responsabilidade no de-saparecimentos dos mesmos, sa-

lientando que enquanto decorrer oinquérito, não falará sobre o as-sunto. Contactado na altura do fe-cho desta edição, Pratas voltou asalientar que não fala do tema,mesmo que o seu nome continuea ser falado e com os focos desuspeição centrados na sua pes-

Ameaça de queixa na Inspecção Geral de Finanças

Caso dos processos deve chegar à Justiça

Comissão de inquérito aos processos foi desfeita