jornal cruzeiro - edição novembro/2011

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA SANTA ROSA• Novembro de 2011 Ano 2 • Edição 20 AMIGAN Paulinho Rabuske Educação Geral Consciência Negra Flagrante desrespeito à vida Um artista de nossa terra O bullyng e sua abordagem. Toda idade é tempo de viver 20 de novembro. Zumbi é hom- enageado 6 3 4 11 9 7 Vitória Brun é Mini Miss Brasil

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Edição de Novembro de 2011

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Page 1: Jornal Cruzeiro - Edição Novembro/2011

DISTRIBUIÇÃO GRATUITASANTA ROSA• Novembro de 2011 Ano 2 • Edição 20

AMIGAN

Paulinho Rabuske

Educação Geral

Consciência Negra

Flagrante desrespeito à vida

Um artista de nossa terra

O bullyng e sua abordagem. Toda idade é tempo de viver

20 de novembro. Zumbi é hom-enageado

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4 11

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7 Vitória Brun é Mini Miss Brasil

Page 2: Jornal Cruzeiro - Edição Novembro/2011

SANTA ROSA • Novembro de 20112 Geral

Alexandre Luis Thiele dos SantosEm Brasília, 24 horas *Carlos Leite de Oliveira (Zé)[email protected]

* Jornalista, trabalha em Brasília. Advogado. Especialista em Direito Civil Lato SensuOAB/RS [email protected] 

CONTRATOS DE PLANOS DE SAÚDE: Do Reajuste das Contraprestações em Razão da

Alteração de Faixa Etária. Muito se tem discutido

acerca da alteração de valores nos contratos de planos de saúde nos casos de segurados que adentram as faixas etárias de sessenta e setenta anos. Sob a justificativa de que nestas faixas de idade a sinistralidade (uso da cobertura) aumenta consideravelmente, os planos de saúde notificam os segurados da existência de um “desequilíbrio técnico financeiro” e da necessidade de reajuste no valor das parcelas, a fim de equalizar a relação “pagamento-uso do plano”.

Tendo a contenda com veemência batido às portas do Poder judiciário, as Turmas Recursais do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJ/RS – recentemente lançaram a Súmula nº 20, pacificando a discussão. Assim, os reajustes restaram limitados de acordo com o tempo e natureza em que firmado o contrato com a seguradora. Em alguns casos, o reajuste não pode incidir. A súmula impõe a seguinte determinação:

a) Contratos celebrados anteriormente ao CDC – nos contratos de planos de saúde celebrados anteriormente à vigência do Código de Defesa do Consumidor, contendo cláusulas precisas e claras prevendo o reajuste por faixas etárias, impossível revisar o reajuste pactuado com base neste Código.

b) Contratos firmados entre a vigência do CDC e da Lei dos Planos de Saúde – nos contratos com as mesmas características, celebrados posteriormente à vigência do CDC, mas antes do advento da Lei n. 9.656/1998 (Lei dos Planos de Saúde), é possível limitar o reajuste a 30% nas faixas etárias de sessenta e setenta anos de idade.

c) Contratos pactuados entre a Lei dos Planos de

Saúde e o Estatuto do Idoso – nos contratos assinados entre 2 de janeiro de 1999 (vigência da Lei 9.656) e 1º de janeiro de 2004 (data do início da vigência do Estatuto do Idoso), é possível limitar o reajuste a 30% nas faixas etárias de sessenta e setenta anos de idade; nenhum reajuste será aplicável, no entanto, quando o consumidor completar sessenta anos ou mais a contar de 02/01/99 e estiver vinculado ao plano há mais de dez anos.

d) Contratos celebrados posteriormente ao Estatuto do Idoso – nos contratos assinados ou adaptados depois de 1º de janeiro de 2004, não será admissível nenhum reajuste posterior ao implemento de sessenta anos de idade, a não ser a atualização geral autorizada pela ANS incidente sobre todos os contratos, e os reajustes decorrentes de alteração de faixas etárias anteriores ao implemente dessa idade poderão ser revisados com base na RN 63 da ANS e com base nas disposições do CDC.

e) Repetição do Indébito – em se tratando de erro escusável, há de se estabelecer a devolução simples do cobrado indevidamente pelos planos de saúde em razão da inobservância dos critérios enunciados.

O reajuste das parcelas depende da análise de cada contrato, a fim de verificar em qual dos casos acima se enquadra aquele em que o segurado está vinculado ao plano de saúde. Diante da recente regulamentação, faz-se importante o segurado tomá-la antes de firmar qualquer negociação, evitando-se, assim, prejuízos indesejados. Caso tal ocorra, a última alternativa é a revisão contratual, reavendo aquilo que indevidamente pagou.

Lula e o câncerO ex-presidente Lula, como todo mundo já sabe, está em tratamento de um câncer na laringe. A recuperação do presidente mais popular da história do Brasil deverá correr bem. Primeiro, que Lula é um vencedor, um otimista, um homem que não se apequena diante das dificuldades. Segundo, Lula é um homem de fé, que crê em Deus e, portanto, tem mais esse forte aliado, simplesmente o nosso criador. Terceiro, que Lula conta com uma equipe médica das mais renomadas e qualificadas do país. Sendo assim, as chances de cura do ex-presidente são consideráveis. Estamos rezando para que tudo termine bem.Lula e o SUS Causou uma discussão na Internet o fato de Lula não fazer seu tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Pra quem não sabe, o SUS é o maior “plano” de saúde do Brasil, ou seja, todos os brasileiros têm o direito a usar o sistema, que é universal e gratuito. Os ricos e os pobres utilizam-se do SUS. Quer exemplo? Qualquer vacina é paga pelo SUS. Os planos de saúde privados, particulares, não estão nem aí para a cobertura de vacinas. Diversos tratamentos, entre eles o do câncer, e outros exames caros, que planos particu-lares não custeiam, o SUS disponibiliza de graça para toda a população. Lula tem plano de saúde que ele paga há mais de 20 anos, portanto, pode escolher se quer ser atendi-do pelo SUS ou pelo seu plano. É um direito que lhe assiste como cidadão brasileiro. En-tão, as baixarias lançadas contra Lula na In-ternet nada mais são do que comentários de pessoas com espírito não evoluído, ciumen-tas, de cidadãos que não se importam com as doenças e as dores dos outros, de seres mes-quinhos que misturam política com saúde, com a vida privada. A esses indivíduos fica o recado: que bom que Lula não optou pelo SUS, pois assim deixou a sua vaga para quem precisa do sistema e não tem plano de saúde. A gestão do SUS E mais: o problema não é o SUS, mas o sis-tema, que, infelizmente, tem problemas de gestão, de eventuais desvios de recursos etc. Mas uma coisa é certa: o SUS é tão bom, tão necessário, que até os Estados Unidos que-rem copiar o nosso modelo. Até porque na terra do “Tio Sam”, quem não tem plano de saúde pago, não tem atendimento gratuito pelo governo. Então, o que é preciso é melho-rar o SUS, ampliar os atendimentos, qualifi-car os profissionais da saúde, pagar melhor os enfermeiros, técnicos e médicos (não os mer-cenários que só pensam em dinheiro), mas aqueles que se dedicam à profissão com amor e não apenas para ficarem milionários, como vemos muitos por aí, lamentavelmente. Ou-tro dado importante: quando Lula assumiu o governo, em 2003, o orçamento do Ministério da Saúde não passava de 20 e poucos bilhões de reais. Atualmente, está em mais de 70 bi-lhões de reais por ano. Lula aumentou em

132% os recursos para a saúde. Ainda há mui-to para se fazer mas a presidenta Dilma Rous-seff sabe disso. E está com a mão na massa.CruzeiroEstive em nosso querido Cruzeiro no final de outubro. Fiquei impressionado com as mudanças que o nosso bairro enfrenta. São obras de construção civil, novas agências bancárias, lojas se instalando por aí, super-mercado novo, habitações populares. E fi-quei muito feliz em ver a avenida Flores da Cunha como um tapete, ou seja, com o asfal-to todo recuperado. Outra obra que me cha-mou a atenção foi a do calçamento de quatro quilômetros fazendo a ligação até o Lajeado Reginaldo. O prefeito Orlando Desconsi e a sua equipe estão de parabéns pela nova cara que deram a Santa Rosa nos últimos anos. Havia muito tempo não se via tantos pos- não se via tantos pos-s pos-tos de saúde, escolas, creches, saneamen-to básico e casas populares como agora. As viagens de Orlando a Brasília são práticas: ele leva dinheiro para melhorar a vida dos nossos irmãos santa-rosenses. Orlando faz.Recursos em BrasíliaFinal de ano se aproximando, recomeça a cor-rida de prefeitos a Brasília. Todos com um ob-jetivo: convencer os deputados a destinarem as chamadas emendas parlamentares para os seus municípios. Orlando Desconsi tem exce-lentes contatos com vários deputados fede-rais para solicitar emendas. Cito como prin-cipais parceiros de Santa Rosa Elvino Bohn Gass (PT), Osmar Terra (PMDB), Manuela D’Ávila (PC do B), Henrique Fontana (PT), entre outros. Essas emendas são apresenta-das ao Orçamento Geral da União (2012), e as mesmas podem começar a ser pagas somente no ano que vem. É uma peleja dos prefeitos atrás desses recursos, os quais nem sem-pre são liberados. Mas tem que correr atrás.80 AnosNo ano em que Santa Rosa completa 80 anos, em agosto, a minha querida mãe, Ana-mir Oliveira, também fez aniversário. Foi no último dia 28 de outubro. Ela recebeu, em sua casa, filhos, netos, bisnetos, gen-ros e amigas, para brindar as oito décadas de dedicação e amor a todos que com ela convivem. Saúde e serenidade, mãe, nesses próximos anos, que se Deus quiser hão de acompanhá-la. Parabéns. Na foto, Anamir com este colunista e as filhas Lúcia e Saléti.

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SANTA ROSA • Novembro de 2011 3Geral

Se você não valoriza suas raízes, vai valorizar o quê?Paulo Airton Rabuske, brasileiro, solteiro, ban-

cário, filho do saudoso Jacob Rabuske e Erica Rabuske, nascido lá pelos idos de 25 de abril de 1960 na cidade de Santa Rosa, é quem conhece-mos por Paulinho.

Ele é compositor, e é daqueles que faz músi-ca quando está apaixonado, quando está triste, quando está faceiro, quando está à toa. Qualquer hora é hora, e qualquer sopro de inspiração é bem vindo. Paulinho não se intimida, basta que tenha uma caneta para anotar o que lhe veio à mente para mais tarde transformá-la em música, em arte, que vai embalar primeiro os seus ouvidos, depois os dos amigos e depois vai espalhar-se por aí. Não se espante se você perguntar ao seu amigo quê música é aquela que ele está cantando ou assoviando e ele responder: é do Paulinho, o Rabuske.

Seu chão é a música do Rio Grande amado, a tradicional gauchesca. Paulinho gosta de um va-nerão mas às vezes resvala-se por algum toada urbana, com forte tendência gaúcha, é claro.

Paulinho não conta, mas eu vou lhes contar que ele também é um exímio enxadrista. Do lado de seu violão tem um tabuleiro de xadrez. Ele tem vários prêmios de suas participações em tor-neios.

Confira abaixo o que Paulinho nos fala de sua música.

Desde quando você percebeu seu dom para a música?

Particularmente acho que todas as pessoas, desde o mais humilde dos paisanos até o mais abastado dos viventes, nascem com algum dom. Alguns afloram durante essa nossa efêmera passagem por estas paragens, outros não. O meu dom, se é que assim pode se dizer, foi herdado de meus pais, que sempre adoraram todo e qualquer tipo de música. Na minha família todo mundo meio que “arranha” algum instrumento musical. O meu finado pai era um apaixonado pela cordeona e seus floreios. Desde novo tocava em bailes e outros encontros na época de sua juventude. O Waldir, que é o irmão

mais velho, toca um violão que chega dar gosto de escutar. O César e a Neusa (irmãos) se arriscam nuns floreios. Até a Artes (irmã), se atiçada, manda uns acordes. Então acho que é por aí que as coisas se moldaram.

O que você considera importante em música nativa?

Tudo. Pois se você não valorizar as suas raízes e a sua história, vai valorizar o quê? Isso não impede que as pessoas, como seres universais que são, possam apreciar outros ritmos e costumes, mas pelo menos alguma réstia de campo e estrada tem de ter. O problema que existe hoje em dia é muito mercantilismo encima da música. Nos “empurram” goela abaixo no dia-a-

dia, através dos meios de comunicação, cada troço por aí que chega dar dó (inclusive na nossa música nativa). Tudo no intuito de vender, vender, vender... Infelizmente é assim. Mas esse assunto é motivo de muita celeuma. Se a gente de alongar nessa milonga vai noite afora discutindo.

Você compõe somente para festivais?

Absolutamente. Eu tenho algumas letras e melodias que são feitas simplesmente para “consumo próprio”, parafraseando a música do excelente Luiz Marenco. Inclusive, de vez em quando, faço algumas paródias que é pra gente tocar e cantar para se divertir em churrasqueadas, acampamentos, beiras de rio, etc...

Você tem alguma crítica/elogio aos festivais?

De maneira alguma. Quem sou eu para tecer comentários sobre os festivais, quer sejam no

RS ou noutras paragens. Isso eu deixo para aqueles que dispõem de mais argumentos do que os meus. Se você critica vai ser criticado. É a contrapartida. De vez em quando a gente se mete e dá alguma sugestão. Por exemplo, eu gostaria que tivesse muito mais festivais por esses cantos e recantos do RS. Sabe por quê? Isso aguça e incentiva os mais jovens a tomar iniciativas em relação a composições musicais. E a música, de per si, tem o dom de amainar a alma dos indivíduos. Mas, enfim, para que isso aconteça, teria de ter a participação do Estado e das Prefeituras Municipais, inclusive pela falta de recursos próprios para a organização de tais eventos.

Qual compositor você considera mais importante?

Tem tanta gente capacitada por aí que não me é permitido nominar ninguém para não cometer a injustiça de deixar alguns de fora.

Inclusive acho que no palco do Musicanto já se apresentaram os melhores dos melhores. Lógico que também já passaram por outros festivais como Califórnia, Tertúlia, Coxilha, etc... só para citar alguns. Não é questão de bairrismo, mas na minha conceituação, de uma maneira geral, não existe no Brasil músicos e poetas mais eficientes que neste Rio Grande de Deus. A nossa musicalidade, além de ser autêntica, é muito rica em diversificação e valorização de nossos costumes.

E se não valorizar-mos o que nos aquenta, tal qual um fogo de chão, o que nos vai proteger das intempéries da vida. O estrangeirismo?

De quantos festivais você já participou? Quais músicas e intérpretes?

Vários. Amadores e profissionais!? O primeiro festival que eu participei foi como letrista com música de Wilson Carvalho e Paulo Roveder (ambos de Santa Maria (RS)) em Santo Augusto (RS). Foi o 2º Canto Nativo. Ficamos com o 1º lugar. Tinha “compositores de peso” na época. Lá pelos idos de 1986. A música tinha por título “Mensagem”. Desde então tenho, eventualmente, mandado músicas para os festivais do RS. No 3º Canto Nativo eu fui premiado como melhor letra. E por aí vai. Musicanto, minha quarta participação. Duas vezes na eliminatória regional e a segunda na eliminatória geral. Já participei da Vigília do Canto Gaúcho de Cachoeira do Sul (RS) e outros festivais de “menor porte”. Um adendo. Nunca interpretei música alguma como cantor em

festival nenhum. Minha voz de caturrita com laringite não me permite tal atrevimento.

Como se constrói uma música para festival? Como se monta um grupo para defender a música?

A gente tá algum dia meio acabrunhado/ensimesmado e começa a escrever alguma coisa, e, de maneira que a coisa não se extravie, você registra nalgum papel qualquer. Noutro dia, numa prosa dentre amigos, lendo algo, ou num devaneio qualquer, algo te atina. Entonces aglutina-se o tema e a gente “cria”. Depois é só pôr a melodia. Até aí tudo bem. O difícil é pôr forma no esqueleto que você fez. Tem de ter corpo, senão ele não anda. Eu tenho como amigo e parceiro o Marcos Alves, compositor e mestre em arranjamento. Passo pra ele e ele faz o “esqueleto” dar passos. Depois a gente manda pra algum festival. Se passar na triagem a gente forma o grupo para interpretá-la no festival em questão. Eu sempre prefiro valorizar os músicos de Santa Rosa (RS) e região. Temos gente muito capacitada por aqui. Não faz sentido por instrumentistas e intérpretes de outros pagos se temos tão bons talentos na nossa região.

E por fim?

“ O n d u l a n t e m e n t e crescemos ainda que pareça queda”. Creio que devemos primar ao longo vida em ter um bom relacionamento com a família, amigos e outras pessoas das quais você gosta e tem alguma convivência. O resto vem de a cavalo!!!

Page 4: Jornal Cruzeiro - Edição Novembro/2011

SANTA ROSA • Novembro de 20114 Saúde

A saúde é bem vinda não importa de onde venha

Há cinqüenta anos atrás recebíamos os ensinamentos euro-peus, era a medicina como observação, a medicina da arte de ouvir, arte de doar, arte de curar. Veio a tecnologia e a in-fluência americana mecanizou e embru-teceu os médicos.

Quais são as últimas novidades descobertas pela indústria farma-cêutica? Qual é o últi-mo trabalho científico com as melhores evi-dências? E foi assim que passamos a tratar de nosso pacientes, do modo científico. En-tretanto, este modo seria muito eficaz se fôssemos epidemio-logistas, se tratásse-mos de um rebanho de pacientes por vez. Mas nós somos médi-cos e tratamentos de pacientes um a um. E não poderia ser dife-rente, pois cada um deles possui suas ca-racterísticas próprias. Estamos diante de indivíduos, com his-tórias de vida diferen-tes, em meio ambiente peculiar, com cargas genéticas diferen-tes e não tem sentido englobá-los e rotulá--los para receberem o tratamento com a as-sim chamada melhor evidência estatística.

Os pacientes não es-tão à procura do últi-mo medicamento lan-çado com toda força do marketing farma-cêutico, eles não que-rem fazer os exames mais sofisticados. O que eles necessitam é de uma anamnese bem feita, de um exa-me clínico à moda an-tiga, com tudo aquilo que nos foi ensinado pela propedêutica e de uma abordagem não necessariamente com drogas, entretanto, se for o caso, que seja um medicamento eficaz, seguro e se possível não tão dispendioso. Se acrescentarmos ao nosso desempenho a paciência, a com-preensão e o carinho, isto é, se agirmos sim-plesmente como seres humanos alcançare-mos o ideal: a arte.

O paciente necessita de alguém que o escu-te, que lhe dê seguran-ça, que lhe dê a mão e o ajude. Ele quer saber o que está acontecendo com ele, quer informa-ções. O médico, além de receitar, deve fun-cionar como professor, instruindo, ensinando e mostrando os cami-nhos da manutenção da saúde e da pre-venção das doenças.

Infelizmente, gran-de parte dos medi-camentos modernos são como a cocaína e a heroína, viciam as pessoas, as tornas de-pendentes pelo resto da vida, consomem seus recursos e ainda provocam efeitos cola-terais indesejáveis. O medicamento é cons-truído para fazer efei-to enquanto ele esti-ver lá. E ele permanece por somente 12 a 24 horas, no máximo. É o modo ocidental da medicina moderna: pessoas são tratadas como rebanhos es-tatísticos da melhor evidência e os medica-mentos são de efeitos passageiros e de uso contínuo, e ainda com efeitos indesejáveis.

Precisamos encon-trar o ponto de equi-líbrio entre as drogas verdadeiramente efi-cazes da medicina mo-derna e os tratamen-tos individualizados da medicina biomole-cular, da homotoxico-logia, da homeopatia,

da acunpuntura etc. Devemos estudar toda aquela metodologia física de tratamento do início do século, onde se empregavam as máquinas gerado-ras de campo eletro-magnético, em uma medicina limpa e sem efeitos adversos. De-vemos nos abrir para as metodologias sovi-éticas, como a imuno-terapia ativada, que é usada no tratamento das alergias, das do-enças autoimunes, da hipertensão arterial, da depressão, em uma estratégia eficaz, de curta duração e talvez definitiva. Devemos fazer “puericultura” com os adultos e ensi-ná-los sobre a alimen-tação e os perigos do meio ambiente. Deve-mos usar o que houver de mais eficaz não im-porta de onde venha

“A vida a saúde e a educação começam na alimentação.”

Vitória NardesTrofóloga

A saúde é o nosso mais precioso tesouro concedido pelo nosso Criador mas que só valorizamos quando falta. Quem a possui em abundância sente-se tão seguro da existência desse bem que às vezes se descuida e a deixa em segundo plano. Quando a enfermidade aparece e começa a desbaratar as forças vitais muitas vezes já é tarde demais.

A enfermidade é conseqüência de não se prestar atenção às leis divinamente estabelecidas desde o primeiro do mundo. Durante o seu Ministério terreno Jesus dedicou grande parte do seu tempo a curar os que estavam enfermos e a receita era a mesma para todos. Não se descuide mais para que não aconteça coisa

agravante. João 514.Com esta afirmação

estava ele alertando que a doença acontece devido à violação das leis de Deus.

Para que o organismo humano se mantenha em prefeito estado de saúde, seus diversos órgãos e tecidos devem ser objetos de uma correta ordem de atividades equilibradas.

As grandes sobrecargas de atividades diárias i n f l u e n c i a m a s faculdades mentais e sem o devido cuidado começam a surgir as mais diversas e complicadas e n f e r m i d a d e s . O sistema nervoso e os músculos são parte de um mesmo organismo.

A mesma corrente sanguínea que nutre o cérebro também alimenta os braços e as pernas. O mesmo par de pulmões provê o oxigênio para o tecido nervoso e ósseo. O mesmo par de rins elimina detritos do sistema

nervoso e dos músculos.Os órgãos digestivos

fornecem a nutrição para as células nervosas e para as fibras musculares. Como você pode ver a vitalidade de um sistema depende definitivamente do bem estar do corpo inteiro.

Sem a observância das leis da saúde é impossível a possessão de uma vida saudável.

A natureza tem muito mais do que imaginamos para a manutenção de um viver com qualidade mas para que isso aconteça é necessário traçar um plano na ordem física, mental e espiritual.Pois só assim será possível conquistar saúde mais abundante.

Cuide da sua saúde. Ela é o único produto capaz de constituir a genuína felicidade.

Portanto presenteie a você mesmo este valioso cuidado e certamente colherá benéficos e eficientes resultados.

Alunos do SEG em visita ao Lar da MeninaNo último dia 22 de

setembro as alunas do curso Técnico em Far-mácia do SEG realizaram uma Ação Comunitá-ria na APROMES, As-sociação de Proteção à Menina de Santa Rosa.

Na ocasião, as meninas da instituição receberam materiais de higiene, lim-peza, roupas, alimentos e acessórios de beleza, re-colhidos pelos alunos do curso através de doações.

O encontro também foi uma oportunidade para

conversas e brincadeiras com as crianças da insti-tuição, que se demonstra-ram visivelmente felizes e gratas pela atenção dedi-cada pelos alunos do SEG.

O SEG – Escola de Edu-cação Profissional Santa

Rosa, conta com cursos técnicos, de qualificação e pós-graduações. Mais in-formações podem ser ob-tidas na Rua São Francisco, 400, pelo fone 3512.6146 ou através do site www.e s t u d e s e g . c o m . b r .

Page 5: Jornal Cruzeiro - Edição Novembro/2011

SANTA ROSA • Novembro de 2011 5Educação

Almerinda

As diferentes formas de abordagem do bullying

Na escola, o bullying se caracteriza por agressões intencionais, as quais podem ser verbais ou físicas. Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem apresentar doenças p s i c o s s o m á t i c a s e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a atingir o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o

suicídio. O bullying, dentre

todos os tipos de violência ocorridos na escola, é o mais preocupante, por sua crescente dis-seminação entre os estudantes, chega a ser contagiante. As consequências adv ind a s do s t raum a s c au s ado s no s envol v ido s s ão enor mes , p orque s u a aç ão m alé f i c a é p r e j u d i c i a l ao s er hum ano, c au s ando do enç a s p s i c o s s o m á t i c a s , transtornos mentais, psicopatologias graves e, na maioria das vezes, a procura pelas drogas lícitas e ilícitas.

A educação do

jovem no século XXI tem se tornado algo muito difícil, devido à ausência de modelos e de referenciais educacionais. Os pais de ontem, mostram-se perdidos na educação das crianças de hoje. Estão cada vez mais ocupados com o trabalho e pouco tempo dispõem para dedicarem-se à educação dos filhos. Esta, por sua vez, é delegada a outros, geralmente a escola recebe a incumbência de educar, ou em caso de famílias de menor poder aquisitivo, os filhos são entregues à própria sorte.

O s p a i s n ã o conseguem educar seus filhos emocionalmente e, tampouco, sentem-se habilitados a resolverem conflitos

por meio do diálogo e da negociação de regras. Optam muitas vezes pela arbitrariedade do não ou pela permissividade do sim, não oferecendo nenhum referencial de convivência pau-tado no diálogo, na compreensão, na tolerância, no limite, no afeto e no amor. A escola também tem se mostrado inabilitada a trabalhar com a afetividade. Os alunos mostram-se agressivos, repro-duzindo muitas vezes a educação doméstica, seja por meio dos maus-tratos, do conformismo, da exclusão ou da falta de limites revelados em suas relações interpessoais.

Não há receita eficaz de como educar filhos, pois cada família é um mundo particular com características peculiares. Mas, apesar dessa constatação, não se pode cruzar os braços e deixar que as coisas aconteçam, sem que os educadores, primeiros responsáveis pela educação e orientação dos filhos e alunos, façam algo a respeito.

A educação pela e para a afetividade já

Bullying é uma situação que se caracteriza por agres-sões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. O bullying é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.

O bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo tem a possibilidade de afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.

Almerinda Maciel Peroty Diretora do Colégio Franciscano Santa Rosa de Lima

é um bom começo. O exercício do afeto entre os membros de uma família é prática primeira de toda educação estruturada, que tem no diálogo o sustentáculo da relação interpessoal. Além disso, a verdade e a confiabilidade são os demais elementos necessários nessa relação entre pais e filhos. Os pais precisam evitar atitudes de autoproteção em demasia, ou de descaso referente aos filhos. A atenção em dose certa é elementar no processo evolutivo e formativo do ser humano.

Os educadores não conseguem detectar os problemas, e muitas vezes, também demonstram desgaste emocional com o resultado das várias situações próprias do seu dia sobrecarregado de trabalhos e dos conflitos em seu ambiente profissional. Devido a isso, alguns educadores contribuem com o agravamento do quadro, rotulando com apelidos pejorativos ou reagindo de forma agressiva ao c o m p o r t a m e n t o indisciplinado de alguns alunos.

Em relação à escola, em primeiro lugar, deve conscientizar-se de que esse conflito relacional já é considerado um problema de saúde pública. Por isso, é preciso desenvolver um olhar mais observador tanto dos educadores quanto dos demais profissionais ligados ao espaço escolar. Sendo assim, deve atentar-se para sinais de violência, procurando neutralizar os agres-sores, bem como, assessorar as vítimas e transformar os espectadores em prin-cipais aliados.   Além disso, tomar algumas iniciativas preventivas do tipo: aumentar a supervisão na hora do recreio e intervalo; evitar em sala de aula menosprezo, apelidos, ou rejeição de alunos por qualquer que seja o motivo. A promoção de debates sobre as várias formas de violência, respeito mútuo e a afetividade tendo como foco as relações humanas é uma ação que pode ser executada pela escola.

É de suma impor-tância o papel exercido pelo educador e pela escola, ao detectar tais comportamentos e coibi-los através de ações educativas que visem à convivência saudável, respeitosa, reconhecendo e respeitando a diversi-dade. Com isto voltamos a salientar a importância da educação em direitos humanos, partindo de ações mult idisc ipl inares , envolvendo a escola, a família, a comunidade, exercitando a con-vivência harmoniosa e a tolerância, conscien-tizando quem agride da importância de tolerar e aceitar o diferente. A educação pressupõe a aquisição de novas habilidades, além daquelas referentes aos conteúdos desen-volvidos, preparando os alunos para a convivência fraterna, para a busca da paz e que ensine a viver e ser feliz.

Page 6: Jornal Cruzeiro - Edição Novembro/2011

SANTA ROSA • Novembro de 20116 AMIGAN

AMIGAN em defesa da VIDA.O Cruzeiro foi con-

tatado por um leitor que presenciou um atropelamento inten-cional de um cãozinho.

Além dele, outras pes-soas estavam no local e também viram o que estava acontecendo. O motorista de uma Kombi, ao sair de uma loja percebeu um cão deitado à frente de seu carro. Ele tentou es-pantar o cãozinho, mas

este não se moveu. Sem muita paciência o mo-torista embarcou em seu carro e passou por cima do animal com as rodas dianteiras. Todas as pessoas que estavam próximas gritaram ao motorista alertando-o do que estava ocorren-do e pedindo que pa-rasse. Sem comover-se com aquilo ele acelerou passando novamente por cima do cão com as

rodas traseiras e foi em-bora, fugindo do local.

Apesar de toda a gri-taria e manifestação de repúdio das pes-soas que acompanha-vam espantadas aque-la cena, o motorista não se sensibilizou.

Restou o cãozinho morto e uma turma de pessoas boquiaber-tas sem acreditar no que acabavam de ver.

A poucas semanas

atrás foi noticiado no mundo inteiro o duplo atropelamento de uma menina, na china, sen-do que mais de dezoi-tos pessoas passaram pelo local ignorando o fato, até que uma fa-xineira a socorreu. A menina morreu, infe-lizmente, e com ela, parte da nossa espe-rança na humanidade.

Guardadas as pro-porções, aqui, no atro-pelamento do cão, as pessoas revoltaram-se imediatamente, mas o que chama a aten-ção, nos dois casos, é o desdém com a vida, qualquer que seja ela.

O ser humano tem um lado obscuro que é de causar horror. Em de-terminadas situações somos capazes de fazer absurdos que não ad-

mitiríamos nem para nós mesmos em nosso mais íntimo momento.

Por sorte, há tam-bém a faceta boa, ge-nerosa, construtora e animadora, e é des-sa faceta que surgiu a AMIGAN, a ONG de nossa cidade voltada à proteção dos animais.

As histórias que a AMI-GAN conhece, em nossa cidade, de maus tratos a animais é surpreen-dente. São histórias de pessoas cruéis que escalpelam ou fazem tiro ao alvo com seus animais domésticos, deixam-nos amarrados sem água e sem alimen-tação. Amarram os cães em correntes curtas e muitas vezes apertadas que acabam cortando o pescoço do animal. Em algumas situações, as

correntes mal permi-tem que o cão troque de lado de deitar, de tão curtas que são, ou que alcance uma sombra em nosso verão escaldante.

Você que tem seu cão preso em uma corrente, já observou o compri-mento dela? É suficiente para garantir um pouco de conforto ao seu cão?

Já diz um ditado “uma pessoa que é agra-dável com você, mas trata mal um animal-zinho, há de se duvi-dar da bondade dela”.

Enquanto o canil pú-blico ainda não é reali-dade, a AMIGAN, com seus parcos recursos, trava uma luta Dan-tesca em defesa dos animais. A foto do cão-zinho é um dos tantos registros de atrope-lamentos de animais.

Esta cachorrinha é mais uma vítima de atropelamento em que o atrope-lador não prestou socorro. Seu companheiro foi resgatado pela AMIGAN.

Page 7: Jornal Cruzeiro - Edição Novembro/2011

SANTA ROSA • Novembro de 2011 7Especial

Vitória é Mini Miss BrasilVitória, com seu talento e beleza, arrasou em

mais um concurso.Conquistou o título de Mini Miss Brasil entre

dez concorrentes dos estados de Roraima, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Vitória como anfitriã abriu todos os desfiles no evento com elegância e autenticidade.

Esta conquista é um marco na carreira de Vitória que vem provando a cada evento o seu

dom. Seu talento, colocado à prova, persiste, mostrando que ela é uma estrela nata.

- A concorrência foi dura, diz Sindi, mãe da Vitória. Havia meninas lindas e bem preparadas. Quando foi anunciada Vitória como vencedora do concurso não me contive, vibrei muito. Apesar de a Vitória ter apenas cinco anos de idade sua trajetória já é longa, e naquele momento me senti recompensada por

todos os momentos difíceis que já passamos.No próximo ano Vitória representará o Brasil

no Miss International Universe, no Caribe. Em Santa Rosa, domingo, dia 06, Vitória

foi recepcionada por familiares e amigos que organizaram uma passeata pelas principais ruas da cidade, este foi outro momento de grande emoção para a nossa Estrela Mirim e seus pais.

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SANTA ROSA • Novembro de 20118 Ecologia

Alunos do Brasil Alfabetizado produzem produto biodegradável

Além de aprender a ler e escrever, alunos do programa Brasil Alfabe-tizado de Giruá estão aprendendo a aprovei-tar materiais descar-táveis, mudar seus há-bitos e contribuir para a sustentabilidade do planeta. O grupo, orien-tado pela professora Maria Helena Ritter de Oliveira, produziu um ‘limpa alumínio’, um produto biodegradável composto por sobras de sabão, água e vinagre.

A idéia surgiu atra-vés do diálogo entre os alunos que não sabiam o que fazer com as so-bras, que acabavam sendo jogadas no lixo. A partir destas conver-sas, a professora traba-

lhou durante as aulas o tema Sustentabilidade do Meio Ambiente, fo-cando a importância de utilizar produtos biode-gradáveis no dia-a-dia como uma alternativa eficaz de reciclagem “Com as sobras de sa-

bão, juntamente com a água e o vinagre, pode-mos fazer um bom pro-duto de limpeza para uso doméstico, além de reaproveitar os restos de sabão pode-se ob-ter renda com a venda do produto”, salienta.

Donas de casa utilizando o produto

Seminário de Engenharia de Produção trouxe novidades em energia e cuidados para o solo

Márcia Pilar

O Diretório Acadêmico de Engenharia de Produ-ção (DAEPRO) organizou durante os dias 19, 20 e 22 de outubro, o IV Se-minário de Engenharia de Produção. Realizado na SETREM, esta edição contou com a presença de quatro profissionais que trataram de assuntos como a viabilidade do Bio-gás, o aproveitamento de Biofertilizantes, os recur-sos disponibilizados pela Energia Eólica e as novi-dades da Energia Solar Fotovoltáica.Na primeira palestra, o tema ‘Biogás, o Produto e sua Econo-mia’ foi explanado pela Msc Leidiane Mariani, do Centro Internacional de Hidroinformática, Grupo Itaipu Binacional. “Pode-mos fazer a aplicação do Biogás em Energia Térmi-ca, como Energia Elétrica e também para automóveis. Essa ainda é uma técnica que não está difundida no Brasil, mas na Alemanha já existem vários projetos. Atualmente aqui no Sul do país o Biogás é mais aplicado na geração de Energia Elétrica”.O prin-cipal objetivo da palestra foi mostrar que o Biogás pode ser uma alternativa de aumento de renda tan-to para o produtor, como também o desenvolvimen-to regional. Segundo a professora, amplia-se a de-manda de mão-de-obra es-pecializada, de construção e de pesquisa. “Temos que ver o Biogás como mais um produto de venda”.O ‘Aproveitamento dos sóli-dos e líquidos restantes do processo na adubação’, foi tratado pelo Eng. Wander-lei Enderle da Indústria de Fertilizantes FERTICEL. “Direcionamos nossa pa-lestra em relação à estru-tura orgânica dos solos e por isso tratando dos resí-

Evento contou com bom número de participantes

duos oriundos de biodiges-tão, que é o biofertilizante. Esse produto hoje, como não tem muitas técnicas difundidas na região, ain-da auxilia bastante a ques-tão física dos solos. A sua adição em áreas agricul-táveis acaba ajudando na estrutura do solo a médio e longo prazo devido aos nutrientes que o compõe”.

O Engenheiro que apon-ta os biofertilizantes como alternativa ao uso de pro-dutos químicos, no caso os fertilizantes minerais. Para ele, esta forma degradou a estrutura do solo ao longo dos anos. “Nesse tempo todo priorizamos a natu-reza química do solo e nos esquecendo da natureza física e biológica, isso está se tornando insustentável em algumas áreas por fal-ta de adições orgânicas”.O Msc Adalberto Lovato, Metalúrgica Fratelli, apre-sentou o tema ‘Energia Eólica’, onde explicou que é utilizada desde a antigui-dade, mas que foi a partir da década de 80 que os estudos sobre a energia movida pelos ventos tor-naram-se mais específicos e sua aplicabilidade foi di-fundida. “O vento está em todo o lugar, é claro que existem regiões com mais ou menos intensidade. No Rio Grande do Sul, para se ter uma ideia, os ventos

daqui poderiam manter umas cinco Usinas de Itai-pu. Junto com o Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte, é um dos Estados que mais exploram Ener-gia Eólica”. Ainda comenta que no eixo Giruá-Cândido Godói há uma região mui-to propícia de ventos.Para encerrar o IV Seminário de Engenharia de Produção a palestra ‘Energia Solar Fotovoltáica’, foi profe-rida pela Msc Elisângela Pinheiro (UFSM). “Pode-mos converter a radiação em dois tipos de energia, que são a Energia Térmica e a Energia Fotovoltáica”. Essa última, que foi tema da palestra, apresenta os benefícios que podem superar a Eólica e a Hídri-ca. “Essas duas formas de energia necessitam de um local para sua aplicação, e a Energia Fotovoltáica é mais flexível por poder ser gerada de qualquer lugar. Mas no que se re-fere à questão de valores, ainda não é tão viável. No Brasil nós não temos empresas que produzam esses painéis solares foto-voltaicos, o que temos são empresas que importam e revendem aqui. Por isso os valores são altos”. Na palestra também foi apre-sentado que é possível construir uma Usina So-lar Fotovoltáica na região.

Varejistas protestam contra o boicote do governo do Estado ao Simples Nacional

Todos os Sindicatos de Comércio Varejista do Rio Grande do Sul estão mobilizados contra cobranças consideras abusivas de alíquotas sobre circulação de mercadorias interestaduais. O descontentamento gerou protesto estadual essa semana, e promete continuar mobilizando empresários gaúchos. Eles querem a redução dos 5% cobrados a mais para operações interestaduais. “O governo do Estado emitiu, por Decreto, o que nós chamamos de pedágio e que na verdade é uma cobrança obrigatória de 5% de imposto sobre mercadorias trazidas de outros estados. Nós consideramos que esta cobrança é predatória, e que vem fortalecer a concorrência desigual, uma vez que o comércio varejista é o mais afetado”, diz o presidente do Sindilojas Missões, Luiz Carlos Dallepiane. “Todos os sindicatos do Estado, somando 200 mil varejistas, estão mobilizados. Nós queremos tratamento igual, e não privilégio apenas dos

setores da indústria e de grandes empresários”, destaca. Para o empresariado gaúcho a cobrança elimina metade do lucro real dos pequenos e micro empreendimentos. “Nosso ganho real nunca ultrapassou a média histórica de 10%. Com a cobrança de mais 5% o que sobra para nós? Não há possibilidade de sobrevivência”, des-t a c a D a l l e p i a n e . Ele acrescenta que isso é o que a categoria classificou como “uma sentença de morte” para as mais de 200 mil empresas do segmento varejista existentes hoje no Rio Grande do Sul. “Só que o governo esquece que essas empresas são responsáveis

por mais de 1,5 milhão de empregos diretos no Estado”, complementa.Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Bagé, Bento Gonçalves, Farroupilha, Ijuí, Novo Hamburgo, Osório, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo e São Leopoldo emitiram uma nota oficial ao povo gaúcho essa semana, em protesto contra o Decreto do governo do Estado. “Nós queremos que o atual governador reveja esse Decreto do governador anterior e que isso possa ser alterado. E se é mobilização que o governo quer ver, nós estamos nos organizando para mostrar”, conclui Dallepiane.

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SANTA ROSA • Novembro de 2011 Geral 9Consciência Negra

20 de novembro de 2011. Homenagem ao Zumbi dos Palmares.Divino José Custódio

A história é reescrita continuamente pelos historiadores e o fazem provavelmente por duas razões: primeiro, porque o objetivo do conhecimento histórico – os homens, mulheres e as sociedades humanas não permitem um conhecimento imediato, total, definitivo e absoluto. Em segundo lugar, a história é reescrita porque o conhecimento acompanha as mudanças da história. Novas fontes, novos conceitos, novos pontos de vista levam à reavaliação do passado e das suas interpretações.

Não há métodos e histórias definitivas. O que existem é uma visão parcial, uma articulação original do passado e do futuro. Todo historiador é marcado pelo seu lugar na sociedade, no tempo e no espaço. Neste ano estamos contribuindo para melhor compreensão da história dos negros no Rio Grande do Sul.

A África é um continente com variedade de idiomas e dialetos. São cerca de mais de 2000 sendo falados em mais de 50 países africanos. A África é considerada o berço da humanidade.

O TRÁFICO E A ESCRAVIDÃO.

O tráfico de negros e negras africanos e a sua escravidão nas Américas foi um holocausto. O número de pessoas vitimadas e assassinadas diretas ou indiretamente atingiu os 100 milhões, nos séculos 17, 18 e 19.

Portugueses, como outros europeus, navegavam até a África e trocavam suas mercadorias por negros e negras, que chamavam de

“peças”. Eram colocados nos navios chamados tumbeiros (tumbas, túmulos, flutuantes). Vendiam os negros aos escravistas em troca de mercadorias locais. Navegavam de volta à Europa e vendiam esses produtos com grande lucro. Era comércio triangular. Tráfico e escravidão foram crimes de genocídio, crime contra a humanidade ou lesa-humanidade que durou séculos.

Um comércio lucrativo: grande parte dos africanos não chegava ao destino, adoecia ou morria no caminho. A igreja apoiava a tráfico e a escravização dos negros africanos como relata a correspondência de Luiz Brandão, reitor do colégio de Luanda, a Afonso Sandoval em 1611. O Papa Nicolau V assinou uma bula (Romanus Pontifex) (1397-1455), 08 de Janeiro de 1455, e concedeu exclusividade aos portugueses nos negócios da África, inclusive monopólio do trafico negreiro. (Chiavenato 1999) (José Júlio: negro no Brasil SP).

Em 1846 (calculando em dólares) os negros africanos podiam ser comprados por 18 dólares na África. Quando chegavam ao Brasil alcançavam o valor de 300 dólares.

É falso e mentira que os negros e negras são a raça que melhor suporta o trabalho escravo. O fato é: os negros nunca se adaptaram ao trabalho escravo; “negro não nasceu para ser escravo”, foi uma das inverdades da história. Foi escravizado para trabalhos pesados: cana-de-açúcar, minério, café, mão de obra importante na construção do Brasil

em todos os setores, em todas as atividades econômicas da sociedade. Construiu o Brasil.

Houve a resistência, pois eram marcados a ferro em brasa, tronco, grilhões, pelourinho, açoites, grilhetas, gargalheitas, e outras formas de castigos e torturas covardes contra o negro. Os negros enfrentavam a opressão e buscavam a liberdade. Entre 1585 e 1740 houve dezenas de expedições para capturar fugitivos e destruir os quilombos e mocambos nas capitanias de Sergipe, Bahia, Paraíba e Maranhão. Em alguns agrupamentos quilombolas as mulheres tiveram um papel de destaque. Foi o caso de “Acotirene”, Dandara, de Teresa de Quariterê, Felipa de Aranha e da Rosa, quilombola gaúcha. Palmares está divido em vários mocambos. O quilombo principal, um centro político e administrativo, como fosse a capital de Palmares, chamava-se Macaco. Seus líderes foram transformados em heróis: Ganga-Zumba e seu sucessor Zumbi. O dia 20 de novembro data da morte de Zumbi dos Palmares em 1695 é o dia Nacional da

Consciência Negra no Brasil. O território onde no Século XII, ficava o Quilombo dos Palmares foi reconhecido como patrimônio cultural brasileiro localizada na Serra da Barriga no estado de Alagoas. A presença negra no Rio Grande do Sul, o negro é também um dos formadores do povo Sul- rio-grandense, assim como foi do brasil. Habitante dos campos foi Gaudério, nômade e viveu, também à margem da sociedade escravagista. Foi quilombola.

É gaúcho, com marca de trabalhador rural a cavalo. O gaúcho negro sempre existiu e existe.

Viveu e vive nas estâncias pequenas ou mini propriedades rurais aqui no Sul.

A colonização oficial do Rio Grane do Sul começou em 1737, o negro participou da fundação da colônia do sacramento em 1680, tomou parte na formação de

Laguna em Santa Catarina em 1684. Havia negros na guerra guaranítica 1750 lanceiros em ação militar.

Foi escravo no território gaúcho, na fabricação do “charque” no século 19 em estabelecimentos como de Eugenia Ferreira da Conceição, Antônio José da Silva Maia, Barão de Butthj entre outros.

Pelotas foi o principal centro econômico baseado na indústria do charque, e com maior concentração de charqueadas, e prosperou enriquecendo os comerciantes. Chegavam ao porto do Rio Grande do Sul, valioso patrimônio arquitetônico, constru-ções feitas pelo trabalho negro escravizado.

Outras cidades são: São José do Norte, Jaguarão, Piratini, Porto Alegre, entre outras. Entre os negros e negras ilustres do Rio Grande do Sul temos: Tesourinha, Everaldo, Ronaldinho

Gaúcho no futebol, Wilson Sant’Anna Vieira, o Calunga, no basquete, Rui Barbosa no atletismo, Daiane dos Santos, na ginástica artística, Lupicínio Rodrigues, compositor João Cândido, almirante da Marinha (1910) outros valores completam esta lista de valores.

Hoje o negro gaúcho precisa superar as desigualdades raciais na educação, na religiosidade, no mercado de trabalho, na política, no acesso a bens e serviços, na saúde, no direito à vida, à liberdade, à igualdade, na valorização como pessoa humana, na atenção evangelizadora, na justiça, no respeito à nossa cultura, na dignidade e no perdão. Deus ouviu o clamor deste povo... (Êxodo 3:7,9).

De 23 a 29 de Janeiro de 1694, início da batalha, Domingo Jorge Velho atacou a cidadela de Zumbi e no dia 20 de Novembro de 1695, André Furtado de Mendonça cortou a cabeça de Zumbi, levando-a para Recife como troféu.

Muitos outros líderes negros não desistiram na luta pela liberdade plena: Martin Luther king Jr. (EUA), Malcolm X (EUA), Abdias Nascimento (Brasil) e outros heróis que sabem que não basta ter um sonho, mas é preciso lutar pela realização concreta, do sonho de liberdade e da união com todas as etnias, em paz.

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SANTA ROSA • Novembro de 201110 Geral

FEMA contribui com entidades sociais

A FEMA- Fundação E d u c a c i o n a l Machado de Assis, busca contribuir na construção de alternativas para as demandas sociais da comunidade através do Curso de Serviço Social em seu projeto de extensão o NAC – Núcleo de Atendimento ao Cidadão, o p o r t u n i z a n d o espaço de estágio s u p e r v i s i o n a d o para a formação de um profissional atuante na realidade social, a partir do trabalho com as expressões da questão social, articulando instituições públicas, privadas, filantrópicas, não governamentais, movimentos sociais, entre outros, de modo

a contribuir no acesso efetivo dos direitos dos cidadãos. Frente a isso, a acadêmica do Curso de Serviço Social, Marisa Panke, estagiária do NAC, supervisionada pelo Assistente Social, Leandro Steiger, se

aproxima da ABEFRA para analisar as ações desenvolvidas pela entidade e identificar as mais diversas expressões da questão social e suas possibilidades de intervenção na área do serviço social.

Casa da Amizade realiza o 4º brechó.

Tele Centro Comunitário.CURSO BÁSICO DE INFORMÁTICAPeríodo de inscrições: de 24 de outubro a 08 de novembro de 2011.Local das inscrições: Telecentro Comunitário - Rua Guaporé, 310 - Sala 3Critérios: idade entre 14 e 20 anos, preferencialmente cadastrados no programa Bolsa Família.Período do curso: de 09 de novembro a 09 de dezembro nas quartas e sextas-feirasHorário: turno da tarde Maiores informações através do 3512-8250 no Blog: http://telecentrosantarosa.blogspot.com

Noeli Alles Kemts, presidente da Casa da Amizade gestão 2011 a 2012, fala ao Cruzeiro sobre este evento.

Este é o 4º brechó que realizamos. A idéia de se fazer brechó se deu em função da grande quantidade de roupas que adquirimos. Antes do brechó as roupas eram doadas, mas depois percebemos que seria melhor vender as peças e reverter o valor arrecadado para as entidades filantrópicas que, na grande maioria, enfrenta dificuldades financeiras.

Os valores das peças são irrisórios, variam de R$ 1,00 a R$ 20,00, e o resultado será repassado à FAPENE. Neste ano tivemos também alguns móveis que foram vendidos assim que a visitação iniciou.

O brechó de 2012 será em junho e temos certeza que será ainda melhor que este.

Os visitantes adoram a

Relembrando o passado.Lurdes Sritzn

Schmatz Calliari saiu de Campinas das Missões em 1947, junto com sua família, para morar em Santa Rosa devido à profissão do seu pai Osvaldo Schmatz que era construtor de igrejas. Na época foi contratado para construir a igreja Sagrado coração de Jesus. Havia uma casa atrás da igrejinha que os abrigou por um certo tempo. “Meu pai iniciou a construção em 07 de janeiro 1947 e durou até 1950. Lembro ainda quando o meu pai estava fazendo as abóbodas interiores. Lembro de muitas pessoas que trabalharam junto com ele. Uma delas foi o Sr.

Oscar Rochemback. Lembro bem dele pois na época morou um certo período na nossa casa e também lembro de outros auxiliares na construção. Outra alegre lembrança é quanto à limpeza da igreja. Minha mãe, eu e minha irmã realizávamos aquela tarefa com muita alegria.

Para comprar o sino da igreja a comunidade fez doações, e quem doou tinha o direito de tocar o sino. Eu, por ser pequena, ficava no final da fila.

Fomos os primeiros tocadores de sino de Santa Rosa. A comunidade achava aquele som tão agradável que pediram

idéia, dizem que o evento desmistifica a idéia de que brechó é comércio para pessoas de baixa renda. O estado das

roupas comercializadas era excelente e quem comprava saía satisfeito. Havia roupas para uso diário e roupas de festa.

que aumentássemos o tempo de badalo do sino.

Acho que o som do sino desperta nas pessoas um sentimento de religiosidade. É algo muito sagrado, chama a santidade.

Era uma época linda aquela.

1º Almoço da PrimaveraAconteceu domingo,

dia 06 no CTG Sepé Tiarajú, o 1º Almoço da Primavera. O evento, realizado pelo Rotary Club Santa Rosa, foi em benefício da ADEFISA.

Além do ótimo cardápio que incluía deliciosas sobremesas foram distribuídos diversos prêmios doados por empresas locais. O evento foi um sucesso.

NEGÓCIO BARBADA

Vende-se LAN HOUSE localizada no melhor ponto comercial do bairro cruzeiro, Av. Flores da Cunha nº 220.

Tratar com Ilson no telefone 3511-4249.

Page 11: Jornal Cruzeiro - Edição Novembro/2011

SANTA ROSA • Novembro de 2011 11Geral

Aberta a temporada de lazer e descanso.

O verão que vem se aproximando juntamente com as férias nos faz pensar em nosso tempo livre para nosso lazer, pois ele tem sido, historicamente, uma atividade necessária ao desenvolvimento bio-psíquico-social do homem. Com nossa escassa disponibilidade do tempo a prática do lazer é influenciada, sobretudo, pela oferta de atividades. Quando pensamos em momentos para nosso descanso buscamos onde, o quê e como realizar.

Os balneários de Santa Rosa são uma importante alternativa para este período que estamos vivendo. A abertura da temporada está iniciando em todos eles. A comunidade local, bem como nossos visitantes, podem conferir em nosso site www.santarosa.rs.gov.br no link informações turísticas os horários, telefones e datas de funcionamento de cada balneário. Este trabalho é desenvolvido pela Secretaria de Cultura e Turismo que acredita que “O segmento do Turismo de Lazer proporciona bem estar e qualidade de vida aos moradores locais e diversifica as alternativas de atrações aos visitantes.”

• Balneário Águas do Sul, localizado no Lajeado Ipê, interior. Fone (55) 9114-9061. Início da temporada: 15/10/2011.

• Balneário Bellas Águas, localizado no Lajeado Reginaldo, interior. Fones (55) 3869-1803 e 9606-7505 Início da temporada: 01/11/2011 www.bellasaguas.com.br

• Balneário Corpo e Alma, localizado na BR 472 Km 11 – estrada para Três de Maio.

Fone: (55) 9951-3675. Início da temporada: 05/11/2011

• Balneário do Zé, localizado na BR 472, Km 10 – estrada para Três de Maio.

Fone: (55) 9925-3224. Início da temporada: 13/11/2011.

• Balneário Ipê, localizado na BR 472 saída para Santo Cristo. Fone: (55) 9613-1011. Início da temporada: 05/11/2011.

• Balneário Santo Antonio, localizado na RS 162, Rincão Honório. Fone: (55) 3505-8443 Início da temporada: 20/11/2011.

• Parque Fazenda Santa Rosa, localizado na RS 307, Km 01 saída para o aeroporto municipal.

Fone: (55) 3512-8303 com agendamento antecipado.

Toda idade é tempo de viver.

Morena preparando-se para o embarque com a família

Morena Franco é uma senhora sim-pática que, com 83 anos, ainda man-tém o hábito de viajar. Aliás, mantém praticamente todos os hábitos que sempre cultivou. Passeia periodica-mente a pé pelas ruas do bairro, vai ao cabeleireiro semanalmente e man-tém-se impecável em sua elegância.

É moradora antiga do bairro Cru-zeiro onde formou sua família com seis filhos. Viúva, dedica-se a curtir os filhos e netos mantendo seu espí-rito jovial. Seus filhos a mimam com visitas rotineiras e viagens turísticas.

O Cruzeiro conversou com Morena para saber de sua motivação para as viagens e os cuidados que toma para que a viagem seja um sucesso. Além de homenagear essa querida cruzeiren-se, queremos desmistificar a idéia de que pessoas acima de 70 anos não de-vem fazer viagens de longa distância.

JC – Morena, viajar é um lazer que você gosta e cultua. A melhor idade em que se encontra a impe-de de continuar com este lazer?

Morena – Não impede. Viajar é muito bom. Quando os filhos eram pequenos viajávamos com toda a família. Era muito diverti-do. E mesmo depois de viúva con-tinuo viajando, visitando os filhos.

Quando completei meus 80 anos, meus filhos organizaram uma via-gem para Buenos Aires que até então eu não conhecia. A cidade é linda e a viagem foi excelente.

No meu aniversário 82 anos, fizemos um cruzeiro por toda a costa brasilei-ra que achei maravilhoso. E agora nos meus 83 anos, fomos à Itália e França.

JC– Embora você seja uma pessoa jovem de espírito, sempre pronta para viver o momento, sentiu alguma inse-

Morena no museu do Louvre - Paris

gurança em fazer viagens fora do país?Morena – Para estas viagens

para fora do país, mesmo se for à Argentina,que é nossa vizinha, tem que se sair prevenida para não deixar de aproveitar a viagem. Então, antes de viajar sempre faço um check-up. Minha médica me prescreve receita de alguns medicamentos que poderei usar se tiver uma complicaçãozinha dentro do meu quadro de tratamen-to. Procuro também ter cuidado com a alimentação. Evito comer alimento muito condimentado ou gorduro-so, mantenho uma alimentação leve e aproveito muito bem o passeio.

Nesta última viagem (Itália e Fran-ça) tomei as precauções de sempre, mas como é uma viagem longa e que exigiria muito esforço físico para os diversos passeios, meus filhos chega-ram a cogitar de alugar uma cadeira de rodas caso fosse necessário. Por fim a cadeira de rodas não foi ne-cessária. Eu visitei todos os lugares junto com minha família e encantei--me com as maravilhas que vi. A viagem cultural foi farta. Conheci maravilhas que só via em revistas e minha idade, longe de me atrapa-lhar, me trás a vantagem de perce-ber esses locais com outros olhos.

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