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C I R C U L A Ç Ã O N A C I O N A L Órgão Oficial da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região ANO XIII - Nº 58 Julho-Agosto/2005 Amor à profissão passa de pai para filho Página 9 Juízes ganham qualidade de vida ao lado de animais de estimação Página 16 ENTREVISTA A juíza Maria Aparecida Pellegrina em entrevista exclusiva para o Jornal M&T Páginas 4 e 5 Gramado/RS é a cidade escolhida para o evento. Confira os detalhes nas páginas 10 e 11. COTIDIANO HOMENAGEM Artigo da juíza Maria de Fátima Zanetti dispõe sobre cláusula de não-concorrência e seus reflexos no contrato de trabalho Página 12 DOUTRINA Em Brasília, é aprovada a lei que fixa os subsídios da magistratura Página 7

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Page 1: jornal amatra 58 · 2014-02-21 · casos, sem dúvida dependem, além do bom senso, da lógica, da experiência vivenciada. Parece-nos que o contato entre aqueles que se acham aposentados

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C I R C U L A Ç Ã O N A C I O N A L

Órgão Oficial da Associaçãodos Magistrados daJustiça do Trabalho

da 2ª RegiãoANO XIII - Nº 58 Julho-Agosto/2005

Amor à profissão passa

de pai para filho

Página 9

Juízesganhamqualidade devida ao ladode animaisde estimação

Página 16

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ENTREVISTA

A juíza Maria

Aparecida

Pellegrina em

entrevista

exclusiva

para o

Jornal M&T

Páginas 4 e 5

Gramado/RS é a cidade escolhida para o evento.

Confira os detalhes nas páginas 10 e 11.

COTIDIANO

HOMENAGEM

Artigo da juíza Maria deFátima Zanetti dispõe sobre

cláusula de não-concorrênciae seus reflexos no contrato

de trabalho

Página 12

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○DOUTRINA

Em Brasília, é aprovada a lei que fixaos subsídios da magistratura

Página 7

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DIRETORIA EXECUTIVA

PresidenteJOSÉ LUCIO MUNHOZ

Vice-PresidenteSÔNIA MARIA LACERDA

Diretor CulturalGABRIEL LOPES COUTINHO FILHO

Diretor SecretárioANDRÉ CREMONESI

Diretora SocialTÂNIA BIZARRO QUIRINO DE MORAIS

Diretora TesoureiraNEYDE GALARDI DE MELLO

Diretor de BenefíciosSAINT CLAIR LIMA E SILVA

COMISSÃO DISCIPLINAR E DEPRERROGATIVAS

TitularesEDÍLSON SOARES DE LIMA

EDUARDO DE AZEVEDO SILVAWILDNER IZZI PANCHERI

SuplentesCÍNTIA TAFFARI

DÉCIO SEBASTIÃO DAIDONEFERNANDO CÉSAR TEIXEIRA FRANÇA

CONSELHO FISCALTitulares

ANTONIO RICARDOLIANE CASARIN SCHRAMM

MARBRA TOLEDO LAPASuplentes

ANÍSIO DE SOUSA GOMESJOSÉ BRUNO WAGNER FILHO

SÉRGIO PINTO MARTINSIMPRENSA

Conselho EditorialCoordenador

Gézio Duarte MedradoConselheiros

José Lucio MunhozSonia Maria Lacerda

Soraya Galassi LambertPaulo Kim Barbosa

Lúcio Pereira de SouzaJornalista Responsável

Thaís RibeiroMTB 35386

RevisãoIzilda Garcia

FotosAugusto Canuto

Jorge Campos/ACS/STJ - Foto do STJ da capa

DiagramaçãoFernanda Ameruso

Editoração e FotolitoAmeruso Artes Gráfica (11) 6215-3596

[email protected]ão

Ativa/M Editorial Gráfica (11) 6602-3344

AMATRA-SPASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO.Av. Marquês de São Vicente nº 235 – Bloco B 10ª and. – São Paulo – SP

CEP: 01139-001 – Telefones: (011) 3392-4727 – 3392-4997 e 3392-4996www.amatra2.org.br – [email protected]

[email protected]

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Palavra da Comissão dos Aposentados ........... 03

Entrevista ........................................................ 04

Por dentro da AMATRA .................................... 06

Homenagem ................................................... 09

Capa ............................................................... 10

Doutrina .......................................................... 12

Entrevista ........................................................ 14

Posse de magistrados .................................... 15

Cotidiano......................................................... 16

Atualize-se ...................................................... 17

Artigo .............................................................. 18

Juiz em destaque ............................................. 18

Jure et facto .................................................... 19

Aconteceu em audiência .................................. 20

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SUMÁRIOEXPEDIENTE

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PALAVRA DA COMISSÃODOS APOSENTADOS

A AMATRA E OS APOSENTADOSPuxa! Passou tão depressa. Ainda me

lembro, como se estivesse acontecendoquando, sentado naquela cadeira represen-tativa da Justiça, buscava o entendimento eorientava os trabalhos na audiência para,por fim, satisfazer o que entendia por direi-to de uma das partes.

Lembro ainda, estranhamente com sau-dades, que, após cumprir pauta dolorosa, naúltima audiência, os advogados informan-do: “tenho três testemunhas” (seis no total)a ser ouvidas, além das partes, é claro. Eraespinhoso? Era. Mas, de qualquer forma, es-ses momentos ficam na memória com umsaber doce.

Também era tão bom quando, ao finaldas audiências do dia ou mesmo entre umae outra, me dirigia à Sala de Lanches e, en-quanto tomava um café, conversava comoutros colegas, conversas descontraídasque agiam como um relaxante contra asenergias negativas que se acumulavam nassessões.

Ainda tenho na lembrança, ao assumir ocargo de Juiz do Trabalho, recepcionadospelo nosso colega, hoje aposentado, BentoPupo Pesce, então Vice-Presidente do TRT,que dizia: não pensem que vocês (éramosem dezenove se não me engano), ganharãodinheiro e ficarão ricos. Vocês ficarão ricos,sim, pela compensação do dever cumpridoao distribuir Justiça.

Nada mais verdadeiro. Lembro-me bemque a maior gratificação pelos longos anosde exercício da magistratura veio de um sim-ples telefonema. Era noite de festa em minhacasa, quando me chamaram ao telefone. Fuiatender lamentando a interrupção. Era umapessoa emocionada que, após se identificar,estava me agradecendo, pois após trabalharpor mais de vinte anos em um dos grandesbancos da Capital, havia sido despedido porjusta causa que não cometera e, naquele dia,tinha tomado conhecimento que, minha sen-tença, dada um ou dois anos antes, julgandoprocedente seu pedido havia sido confirma-da no TRT.

Pois é. A grande recompensa do trabalhodo juiz não está nos prazeres materiais e mui-to menos no orgulho do exercício do cargo,mas num simples “muito obrigado”.

Ah! Que saudade!Foi assim, imaginando como aqueles que

hoje são aposentados se lembram do tempopassado que a AMATRA resolveu formar umaComissão com o intuito de aproximar os ju-bilados não só entre si, como também em re-lação aos colegas na ativa, para que fosse eli-

minado o vácuo profissional oriundo do afas-tamento das funções judicantes.

Iniciamos por fazer o devido reconheci-mento àqueles que, com galhardia, exerce-ram a magistratura nos primórdios da Justi-ça do Trabalho, sendo admitidos nos trêsprimeiros concursos, quando se sentava emprocessos arquivados para datilografar noti-ficações, termos etc.

O evento transformou-se em uma festamaravilhosa, ainda carente de divulgação,não só pelo aparato material, mas pela in-contida alegria daqueles que não se viam hátantos anos e se encontraram para um abra-ço saudoso. Via-se o espocar de emoçõesadormecidas que ansiavam por aquele reen-contro, ansiavam por estar novamente nonosso “Foro”, ansiavam por voltarem a usara toga da lembrança do seu cargo, ansiavampor comentar o passado.

Em meio a conversas, não foi difícil notaro quanto de experiência foi armazenada pe-los juízes aposentados. Não se trata de ensi-nar aos mais novos, mas seria muito bom seessa experiência de alguma forma pudesseser transferida àqueles que estão a iniciar acarreira.

Como todos sabemos, determinados proce-dimentos são praticados pelos juízes sem queexista lei específica para regula-los, ou seja,“de lege ferenda”. A conduta do juiz nessescasos, sem dúvida dependem, além do bomsenso, da lógica, da experiência vivenciada.

Parece-nos que o contato entre aquelesque se acham aposentados e os neófitos teri-am como resultado uma simbiose de conhe-cimentos práticos. Se por um lado, com cer-teza, os juízes aposentados teriam prazer emtransferir este saber oriundo da experiênciano ofício de julgar, por outro, aqueles maisnovos na carreira seriam aquinhoados anga-riando experiência que, só com o tempo,conseguiriam acumular.

Portanto, buscaremos, junto à Direção daAMATRA, otimizar encontros entre a velhae a jovem guarda, dando continuidade aotrabalho de representação dos juízes aposen-tados junto à nossa Associação e, por conse-qüência, junto aos demais colegas, de formaa não permitir que esse laço de afinidade, deamizade, se rompa, mantendo acessa emnós, aposentados, essa chama que habita emnossos corações e que tem a forma do sím-bolo da JUSTIÇA.

Carlos Alberto de NoronhaJuiz aposentado – Integrante da Comissão

dos Aposentados da AMATRA-SP

“Como todos

sabemos,

determinados

procedimentos

são praticados

pelos juízes sem

que exista lei

específica para

regula-los, ou

seja, “de lege

ferenda”. A

conduta do juiz

nesses casos,

sem dúvida

dependem, além

do bom senso,

da lógica, da

experiência

vivenciada.”

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ENTREVISTA

1. Qual a responsabilidade do PoderPúblico diante de um volume gigantes-co de demandas judiciais?

A responsabilidade do Poder Público étornar as demandas mais céleres, até por-que, justiça tardia, não é justiça.

No entanto, estamos diante da Reformado Judiciário e o que se observa, tanto dosparlamentares e entidades privadas como, porexemplo, do Banco Mundial, é que tal re-forma não ajuda o processo trabalhista. En-quanto não se fizer uma reforma judiciáriade natureza processual, vamos permaneceremperrados. E mesmo assim, não podemosser comparados com outros ramos do PoderJudiciário, pois atuamos com maior rapidez.

Acredito que tantas ações engessam a Jus-tiça devido à própria natureza de nossa so-ciedade, que busca na autoridade judicial asolução de suas demandas e de seus direitos.Se formos comparar o Brasil com outras na-ções da Europa e da América do Norte, ve-remos que, de forma mais ampla, o brasilei-ro se apóia no Poder Judiciário e na Justiçade forma geral, enquanto que em outras na-ções, diante de um contrato civil ou traba-lhista, os interessados se conciliam e firmamseus acordos com integral validade.

Esse é um dos fatos que faz com que aJustiça Brasileira seja campeã mundial emprocessos, especialmente a Justiça Traba-lhista de São Paulo.

2. Em relação à Reforma do Judiciá-rio, qual sua opinião e análise dos pon-tos positivos e negativos?

Volto a afirmar que nesta Reforma do Ju-diciário não foi tocado um ponto fundamen-tal que é o processo. Faz-se necessário tornaro andamento processual mais ágil e eficaz,propiciando ao primeiro grau de jurisdição,ou seja, às Varas Trabalhistas, meios - ao me-nos por valores econômicos mais compatí-veis - para que a sentença possa ser executa-da diretamente e de forma definitiva. E estaé uma exigência que depende da reformaconstitucional, porque ainda prevê o duplograu de jurisdição. Enquanto isso não ocor-rer, vamos continuar com os percalços. Esteé um ponto importante e precisa ser atacado,pois temos excessivo número de recursos quese projetam no tempo e sobem até às últimasinstâncias. E esse é o ponto básico.

Vejo que se pode ter uma Reforma Políti-ca que agrada a uns e desagrada a outros,como por exemplo, a questão dos 75 anosque, na realidade, não leva a nada e restringeàqueles que iniciam a carreira e que fazemda magistratura a sua vida, a possibilidade degalgar a outra instância, o que é muito natu-ral e estimulante.

3. E a Reforma Processual? Quais se-rão as principais mudanças?

Posso definir em poucas palavras: há ne-cessidade do enxugamento da fase recursal eda execução, através de uma reforma proces-sual consistente, séria, ágil e rigorosa. Só as-sim o processo vai andar.

Comparo essa questão com a história dasaúde e da educação no Brasil. Fala-se muito

e nunca a saúde e a educação foram atendi-das de forma digna. As classes menos favo-recidas sequer sabem assinar o nome. As fi-las gigantescas e infindáveis do INSS são umatriste realidade. Esses são dois pontos funda-mentais que devem ser atingidos. A reformaprocessual é a mesma coisa.

4. Em relação a Súmula Vinculante, asenhora acredita que tal medida irá pro-porcionar mais celeridade ou engessaráa jurisprudência?

Tenho uma opinião, talvez, diferente departe dos magistrados. Vejo a súmula vincu-lante como sendo também uma das formasde aceleração do processo. Portanto, eu apóioa sua adoção.

Entendo que isso não vem contrariaraqueles que têm entendimento diferente.

Acho que o magistrado tem que ter a gran-deza para entender que não é o senhor de to-das as verdades e o que diz a última palavra.

Nesse caso, eu ressalvaria meu ponto devista no fundamento do julgado. Colocariamais ou menos assim: “Nada obstante enten-der que esta questão deva ser solucionada des-ta maneira, tendo em vista, porém, a súmulavinculante da mais alta Corte que certamentetem seus motivos e razões legais de justiça edireito, a decisão é esta ...”

O registro do entendimento do magistradoé muito importante, pois poderá possibilitar,no futuro, eventual modificação daquele su-mulado, sem ferir a celeridade que se pro-pugna.

5. E porque a senhora acha que existemalguns magistrados que não possuem estamesma opinião? Dizendo que a súmula vin-culante não lhes é favorável?

Porque a magistratura é um ato de inde-pendência. Mas não existe essa independên-cia absoluta. Acho que eles têm seus motivos

MARIA APARECIDA PELLEGRINANesta edição, escolhemos a juíza Maria Aparecida Pellegrina, responsável

pela inauguração do Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, em 26 de março de 2004,

em São Paulo, e eleita a primeira Presidenta do Tribunal Regional do

Trabalho da Segunda Região, em agosto de 2002.

“Posso definir em poucaspalavras a reforma processual:tem que haver diminuição dos

recursos. Fazendo uma reformaprocessual bem consistente,

séria, ágil e fechada o processovai andar. Resolveremos

esta questão assim.”

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e os respeito. O que entendo, porém, é queprecisamos pensar em termos “macro” paraatendimento à sociedade e não em um ououtro caso esporádico que caia na mão domagistrado.

Por isso, acredito que o juiz terá de pos-suir a grandeza de, embora tendo uma opi-nião diversa, ressalvá-la, e adotar a súmulavinculante.

6. No que diz respeito à ampliação dacompetência da Justiça do Trabalho.Como a senhora avalia que tal medidaafetará a vida dos trabalhadores e dosempresários?

A questão me parece bastante oportuna econcordo com essa ampliação, não só por-que somos “competentes”, mas porque mui-tas dessas matérias nos eram afetas e nos fo-ram retiradas, como por exemplo, a questãosindical e a do dano moral por acidente detrabalho.

Entendo também que este novo perfil daJustiça do Trabalho só vem engrandecê-la.

Não podemos nos esquecer que estamosno século 21, onde o ser humano é o princi-pal foco do milênio e do futuro. A Justiçado Trabalho é aquela que trata da vida dotrabalhador - ela tem que dar saúde, educa-ção, moradia, alimento, e isso, é vida! Emsendo vida, nós somos a Justiça mais eleva-da que existe e que existirá no século 21. Ocentro é o ser humano. Embora devamos,sim, nos apoiar na genética, nas grandes mo-dificações e na internet, sempre teremos emprimeiro lugar o ser humano.

7. Como a senhora avalia este novo per-fil da Justiça do Trabalho, que agora terácompetência para julgar todas as açõesoriundas da relação de emprego?

Sempre entendi que este novo perfil jáestava praticamente definido no artigo 114

da Constituição de 1988, mas agora ficoudefinitivamente esclarecido.

8. Como a senhora avalia a interfe-rência do Poder Executivo na escolhados ministros e juízes?

Essa interferência, até o momento, é rela-tiva. Deixando ao largo o STF, o Poder Exe-cutivo, nos termos da lei, fica restrito ao cri-tério da antigüidade que não pode rejeitarquando o juiz for indicado, ou no critério demerecimento, àquela trilogia de juízes.

A bem da verdade, quanto a essa ques-tão, desconheço erro grave oriundo da es-colha do Poder Executivo.

9. E quanto ao método de escolha dosministros do STF? É democrático? Asenhora sugere algum outro método?

Acho que é uma escolha, principalmen-te no governo atual, eminentemente políti-ca e que converge aos interesses do Execu-tivo, o que não se observa em relação aosministros mais antigos, alguns poucos. Nãoé democrático.

10. Em relação ao quinto constitucio-nal a senhora é favorável ou contrária?Até que ponto tal instrumento oxigeni-za o Poder Judiciário?

Até há algumas décadas via-se uma for-ma mais consentânea para trazer seja umadvogado ou um membro do MinistérioPúblico para o Judiciário.

A lei em si não é má, mas o que ela estásendo é, novamente, aplicada de forma polí-tica. Há necessidade de se tornar as regrasbem claras no sentido de que a nomeaçãonão tenha apenas o caráter político. Não é ocaso, por exemplo, de se comparar o vocalatocom o quinto. São coisas diferentes.

O quinto constitucional existe no mundotodo. Não é uma exclusividade do Brasil. NaFrança, os juízes são nomeados e eles vãofazer dois ou três anos de cursos. Nessa ques-tão o Brasil é muito bem desenvolvido, poisos juízes brasileiros estão sempre se aperfei-çoando, seja através das escolas da magistra-tura, seja por meio de cursos. Nossos juizessão muito cultos.

Portanto, não sou contra o quinto consti-tucional.

11. Qual deve ser o papel das associa-ções de classe para um Judiciário forte edemocrático neste novo cenário?

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ENTREVISTA

Penso que ou as associações se fortale-cem e não se deixem conduzir por questõesmenores - de origem política -, ou não con-seguiremos ter um Judiciário forte e demo-crático neste novo século.

12. Que balanço a senhora faz da suagestão na Presidência do Tribunal Regio-nal do Trabalho?

Trata-se de uma pergunta muito pessoal.Prefiro deixar para os colegas de trabalho eadvogados respondê-la. O que posso dizer éque trabalhei muito e a Justiça do Trabalhofoi a prioridade da minha vida. Empenhei-me em oferecer condições melhores em di-versos segmentos. Por exemplo, criei o Nú-cleo de Conciliação; adotei o Pregão Eletrô-nico para as licitações legalmente admitidaspor esse meio. Firmei com o Banco do Bra-sil, convênio junto à Fundação Getúlio Var-gas para desenvolvimento do Programa deModernização da Justiça do Trabalho; inserio Protocolo Expresso; assim, também, am-pliação e reforma dos Gabinetes dos Magis-trados, com equipamentos novos de informá-tica, estes no edifício-sede do TRT; adquiriambulâncias semi-UTI para atendimento dosservidores e procedi a modernização do Ser-viço de Segurança e inúmeras outras melho-

rias que não são necessárias listar. Termina-mos com grande esforço - onde não tenhadúvida: havia a mão de Deus – o prédio doFórum Ruy Barbosa, na Barra Funda. Comgrande esforço, igualmente, e com a doaçãodo Banco do Brasil, foi construída uma cre-che equipadíssima para atendimento às mãesfuncionárias menos afortunadas.

Acredito que todas as minhas ações tinhamcomo objetivo final os magistrados, os funcio-nários e, dentro disso tudo, a sociedade, seja otrabalhador, o empregador e o advogado.

“A lei em si não é má, maso que ela está sendo é,novamente, aplicada de

forma política. Há necessidadede se tornar as regras bem

claras no sentido de quea nomeação não tenha

apenas o caráter político. ”

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POR DENTRO DA AMATRA

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No último dia 30 de junho, aconteceu nasede da AMATRA-SP, no Fórum RuyBarbosa, a festa junina da associação.

Na oportunidade, foi inaugurada a Galeriade foto dos ex-presidentes da AMATRA-SP.

Para o evento, foi preparado churrasco,vinho quente, quentão, vários salgados e

FESTA JUNINADA AMATRA-SP

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HOMENAGEM PARAOS APOSENTADOS

Aconteceu no dia 7 de abril, na sede doTRT/SP uma grande festa em homenagempara os juízes aposentados nomeados atra-vés dos três primeiros concursos de ingres-so na magistratura. Na oportunidade foi

lançado o livro do magistrado Sérgio PintoMartins.

Muita emoção, reencontros, tributo aosjuízes aposentados e muito bate papo entretodos. Confira as fotos.

doces típicos. A festa foi organizada pelaComissão de Juízes Substitutos, sob acoordenação da Diretora Social, TâniaBizarro. Integraram a comissão as juízasDanielle Santiago Ferreira da Rocha,Graziela Evangelista Martins, PatríciaCokelli Seller e Líbia da Graça Pires.

Assembléiapara votação

do novoestatuto daAMATRA-SP

Aconteceu dia 27 de junho a assem-bléia para votação da proposta de seu novoEstatuto da AMATRA-SP. O texto aprova-do foi, basicamente, aquele elaborado coma importante contribuição do colega rela-tor, Rafael Edson Pugliese Ribeiro. A Di-retoria da AMATRA-SP agradece o juizWilson Pirotta, por ter secretariado a as-sembléia, que foi presidida por José LucioMunhoz e Gabriel Lopes (2ª parte). Certa-mente a entidade estará mais fortalecida.Agradecemos a todos que colaboraramcom o resultado obtido.

Encontro daRegião Sudeste

A AMATRA-SP participou do 4º Con-gresso dos Magistrados do Trabalhoda Região Sudeste, que foi realizado emVitória/ ES, do dia 26 a 28 de maio.

O 4º Congresso reuniu juízes do traba-lho de São Paulo, Campinas, Espírito San-to, Rio de Janeiro e Minas Gerais e foi uma ótima oportunidade para trocar ex-periências e debater as dificuldades daJustiça do Trabalho

Em setembro, vem aí o

SeminárioNovas

Competênciasem Santos.

Aguarde mais informações!

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POR DENTRO DA AMATRA

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A Lei que fixa os Subsídios da Magis-tratura foi definitivamente aprovada noCongresso Nacional no dia 07 de julho.Foi com satisfação que informamos aoscolegas, pela lista da Internet, em temporeal, a aprovação do nosso PL dos subsí-dios no Senado Federal.

O projeto foi sancionado pelo Presi-dente da República no último dia 26 dejulho, transformando-se na Lei 11.143.Antes da sanção presidencial houve a ne-cessidade de ser solucionada uma questãorelacionada à suplementação orçamentá-ria devidamente autorizada pelo Ministé-rio do Planejamento e aprovada pelo Con-gresso Nacional.

Muitos colegas estiveram envolvidosna aprovação da matéria, da AMB, Ana-matra, AJUFE e AMATRAs. Foram mui-tas reuniões e contatos com parlamenta-res, em idas-e-vindas sem fim. PelaAMATRA-SP registramos o apoio, nes-tes meses todos, diretamente em Brasília,dos colegas Eduardo Azevedo, AndréCremonesi, Sonia Lacerda, Gabriel Lo-pes, Fernando França e Saint-Clair. Ocolega Pedro Jucá, também colaboroucom contatos telefônicos.

Entre os parlamentares de São Pauloque muito nos ajudaram diretamente, po-demos indicar especificamente Luiz An-

PROJETO DOS 141JUÍZES SUBSTITUTOS

APROVADA A LEI DE SUBSÍDIOSDA MAGISTRATURA

A Diretoria da AMATRA-SP informa queo PL que cria os 141 cargos de Juiz do Tra-balho Substituto para a 2ª Região já foiapresentado na Câmara dos Deputados nofinal de junho (PL 5471/2005). O PL já con-ta com o Requerimento de Urgência assina-do pelas lideranças partidárias da Câmarados deputados. Lucio Munhoz, GabrielLopes, Sonia Lacerda e Saint-Clair conver-saram com os principais líderes partidáriose obtiveram o aval deles para a tramitaçãoem regime de urgência do projeto, assinan-do o requerimento. A urgência dispensa oProjeto de Lei de tramitar pelas Comissõesda Câmara dos Deputados. Assinaram o re-

querimento os líderes do PT, PSDB,PMDB, PFL, PTB, PDT, PPS, PRONA.

No entanto, apenas depois de analisadastodas as conjecturas políticas é que a Dire-toria da AMATRA-SP apresentará o requeri-mento à Mesa da Câmara dos Deputa-dos. Precisa-se, antes, ter o posicionamentoformal e favorável do Governo ao projeto.

“Em paralelo a isso, estamos trabalhan-do na tramitação administrativa do PL,tendo ele já sido recebido pela Comissãode Trabalho da Câmara, após nossas ges-tões nas mais diversas secretarias da casa”,diz José Lucio Munhoz, Presidente daAMATRA-SP.

Assinaram orequerimentoos líderes do PT,PSDB, PMDB,PFL, PTB, PDT,PPS, PRONA

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Dia 07 de julho de 2005: Diretoria da AMATRA-SP, no Senado, com o presidente da Câmara,deputado Severino Cavalcanti (PP-PE)

tonio Fleury, Marcelo Barbieri, João Pau-lo Cunha, José Eduardo Cardozo, ArlindoChinaglia, José Mentor, Professor Luizi-nho, Arnaldo Faria de Sá, Rubinelli,Aluízio Mercadante e Romeu Tuma, en-tre outros.

Com a aprovação do texto ficou final-mente estabelecido o teto de vencimentos

da administração pública, medida alta-mente moralizadora, extinguindo, de vez,os altos salários e os marajás do serviçopúblico. A sociedade brasileira está deparabéns por mais essa vitória.

José Lucio Munhoz – Presidente da

AMATRA-SP

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POR DENTRO DA AMATRA

DICA DE LIVRO

Juízes no banco dos réus –Frederico Vasconcelos

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Torcida animada

AMATRA-SPlança piloto de novo

site na internetA AMATRA-SP lançou o piloto do novo site

da entidade na Internet. Esperamos que todosos associados possam contribuir com sugestões,críticas e envio de material. Somente com a suaparticipação é que poderemos criar e aprimorareste importante canal de comunicação. Acesseo novo site no endereço www.amatra2.org.br.Faça sua inscrição para a área restrita. Precisa-mos da colaboração de todos.

A vice-presidente da Amatra da 2a Região, SôniaLacerda torce pelo Brasil ao lado da filha Thainá

O jogador Giba ladeado pelasjuízas Líbia Pires e Soraya Lambert

As magistradas da 2ª Região, Sônia La-cerda, Líbia da Graça Pires, Soraya GalassiLambert e Cíntia Táffari participaram dojantar de boas-vindas para a seleção brasi-

leira de vôlei, promovido pelo Banco do Bra-sil, em junho. Elas também foram prestigiá-los no jogo Brasil X Japão, no Ginásio doIbirapuera.

O livro “Juízes no Banco dos Réus”(Publifolha), do jornalista Frederico Vascon-celos, repórter especial da Folha de São Pau-lo, mostra os bastidores dos dois mais re-centes escândalos que abalaram a imagemdo Judiciário brasileiro. Escrito em prosaelegante e serena, a obra disseca os proces-sos de personagens hoje famosos, como osjuízes Nicolau dos Santos Neto, o Lalau,envolvido no desvio de R$ 169,5 milhõesdo Fórum Trabalhista de São Paulo, e JoãoCarlos da Rocha Mattos, preso por integraruma quadrilha que venderia sentenças.

Esses dois casos foram noticiados pelaimprensa como incidentes isolados. Vascon-celos mostra que guardam pontos comuns,para além de terem acontecido no ambienteda Justiça Federal de São Paulo.

O livro apresenta documentos, gravações

e incidentes que marcaram vida pública doPaís. Há seis anos, o jornalista publicou umaprimeira reportagem sobre o patrimônio dedois desembargadores federais, que levaria aprocessos movidos pelo Ministério Público,inaugurando uma seqüência de outras repor-tagens e processos, verdadeiro castelo de car-tas do Judiciário Federal.

Vasconcelos é formado em Jornalismo pelaUniversidade Católica de Pernambuco e exer-ce a profissão desde 1967. Repórter especialda Folha de São Paulo, onde trabalha desde1985, também é autor do livro “Fraude”(Scritta, 1994). Pelas suas reportagens, já re-cebeu o Prêmio Esso, o Prêmio Bovespa deJornalismo, o Prêmio BNB de Imprensa e oPrêmio Icatu de Jornalismo Econômico, en-tre outros.

Fonte: Folha Online

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Ministro visitaAMATRA-SP

A AMATRA-SP recebeu a visita do Minis-tro Vantuil Abdala, dia 04 de julho, na sede noFórum Ruy Barbosa. Acompanhado da presi-denta do Tribunal Regional do Trabalho da 2ªRegião, juíza Dora Vaz Treviño, e de outrosmagistrados, o Ministro ficou admirado com aótima estrutura existente na sala.

Nascido em Muzambinho/MG, em 13 demarço de 1943, bacharel em Direito pela Fa-culdade de Direito da Universidade Federal deMinas Gerais e Doutorado pela Faculdade deDireito da UFMG, o Ministro iniciou sua car-reira como Juiz do Trabalho Substituto de 1973a 1978 no TRT/2ª, passando a Presidente deJunta de 1978 a 1986, ano em que passou aJuiz Togado de carreira do TRT da 2ª Região /SP. É Ministro Togado do Tribunal Superior doTrabalho desde abril de 1991, tendo assumidoa Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalhoem 2001. Em 2002 foi empossado Vice-Presi-dente, e em 2004 tornou-se Presidente do TST.

Ministro Vantuil Abdala na sede da AMATRA-SP

ServiçoLivro: Juízes no Banco dos RéusAutor: Frederico VasconcelosEditora: PublifolhaPáginas: 368Preço: R$ 44,00Venda: nas principais livrarias,pelo telefone 0800-140090ou no site da Publifolha

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Quando eu crescer, quero ser igual aomeu pai. O sonho de tantas crianças se trans-formou em realidade para os juízes PérsioLuís Teixeira de Carvalho e Carla MariaHespanhol Lima, que se inspiraram noexemplo paterno. “Desde que eu me enten-do por gente convivo com o mundo jurídi-co. Quando eu nasci, meu pai Antonio JoséTeixeira de Carvalho ou Dr. Antonio comomuitos o conhecem, já exercia a advocacia,atuando tanto na defesa dos interesses daclasse operária, quanto na área empresarial.Em 1978, quando ingressou na Magistratu-ra, eu tinha dez anos e me recordo do dia emque tomou posse no TRT, assumindo comoauxiliar na 20ª Junta de Conciliação e Jul-gamento da Capital (JCJ). Lembro-me dainauguração das JCJ de Cubatão, em quemeu pai, ainda como juiz substituto perma-neceu como diretor do Fórum por três anos,suportando a distribuição de sete mil pro-cessos por ano e fazendo em média sessentaaudiências por dia. Nas minhas férias esco-lares, ele me levava algumas vezes ao Fó-rum e foi este o meu primeiro contato maispróximo com a Justiça. Quando percebi, es-tava prestando vestibular para Direito e con-curso para funcionário da Justiça do Traba-lho. Após alguns anos como funcionário ecom o grandioso exemplo que tinha emcasa, não foi difícil optar pela carreira de

magistrado”, conta Pérsio,que era acompanhado pelopai na maratona de provase sendo recebido por elecom um semblante feliz epalavras de incentivo.

A trajetória do seu pailhe traz o maior exemplode vida. “Ele saiu do inte-rior de Minas Gerais, aosdez anos de idade, e passouonze anos em um Seminá-rio Jesuíta, em Friburgo/RJ.Com pouco mais de vinteanos, enfrentou a grandemetrópole São Paulo e con-seguiu vencer. Arrumou oprimeiro emprego de ban-cário, foi aprovado no ves-tibular do largo São Fran-cisco e aos poucos cons-truiu a vida com dignidadee paciência. Tudo que con-

seguiu foi com muita luta, às vezes com umpouco de sofrimento e privação, mas nuncadesistiu de seu objetivo”. Para o magistra-do, ele é um homem forte, probo e que ven-ceu com sacrifício e competência. No Diados Pais, Pérsio deseja que ele continue for-te, íntegro, alegre e saudável. “Tanto eu, aminha irmã Patrícia e, principalmente, o seunetinho Luís Felipe, como o restante da fa-mília, ainda temos muito aadmirá-lo e curti-lo como pai,companheiro e amigo. Te ama-mos pai”.

Pai HeróiNo primeiro ano da faculda-

de, Carla Hespanhol prestouconcurso para auxiliar judiciá-rio por sugestão do seu pai, ojuiz Ricardo Hespanhol. Elaatuou em todas as áreas da Se-cretaria e foi assistente do juizGézio Medrado, quando teve umenvolvimento maior com a Ma-gistratura e decidiu prestar con-curso. No início, o seu pai a con-siderava muito nova para assu-mir o cargo de juíza, mas nuncadeixou de apoiá-la. Hoje, ela nãose incomoda com as cobranças ecomparações típicas de quemsegue a carreira dos pais. “Acho

COMO NOSSOS PAISJuízes agradecem os exemplos de vida e carreira que tiveram dentro de casa

Por Soraya Lambert

estimulante ter um padrão tão alto como re-ferência e imaginar que, um dia, posso sercomo meu pai, sempre lembrado com elogi-os. Tenho orgulho quando as pessoas per-guntam qual a relação com o Dr. RicardoHespanhol”.

Carla admira a atitude do pai, que soubemesclar a profissão e a vida pessoal. “Apesardo volume de trabalho, ele esteve presente eparticipou de tudo conosco. Não lembro detê-lo ‘perdido’ para uma pilha de processosnos momentos em que eu precisei”. Carla sen-tiu-se orgulhosa em vários momentos, desdea infância, quando ele a salvou de umacorredeira, passando pela formatura e o casa-mento. Contudo, os pequenos instantes dodia-a-dia, sem pompa, gravata e salto alto,são os mais importantes. “Meu pai é uma pes-soa maravilhosa. Apesar da cara de bravo (queos meus amigos diziam que ele tinha) e dofamoso sangue espanhol, ele sempre foi tran-qüilo, bem humorado, ponderado e extrema-mente bom. Ele está pronto para ajudar qual-quer pessoa que precisa”, diz. Carla desejaque ele continue “atencioso, bem humoradoe pronto para brindar cada pequeno aconte-cimento, que continue a celebrar a vida eaproveite muito o merecido descanso propor-cionado pela aposentadoria”.

Soraya Galassi LambertJuíza do Trabalho da 2ª Região

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HOMENAGEM

Três gerações: Dr. Antonio, o filho Pérsio e o netinho Luís Felipe

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A magistrada Carla acompanhada pelo pai Ricardo Hespanhol

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CAPA

A AMATRA-SP, mais um ano, está prepa-rando mais uma edição do seu congresso ci-entífico anual. O XXI Encontro Anual daAMATRA-SP acontecerá na charmosa cidadede Gramado, no Rio Grande do Sul, no HotelSerrano (o melhor das Serras Gaúchas), de 12a 16 de novembro de 2005.

O evento está sendo preparado pela direto-ria da associação com todo o cuidado e esme-ro, de modo a propiciar aos participantes umaagradável estadia e uma rica grade científica,com os menores custos possíveis.

Em Gramado, durante o encontro acontece-rá a abertura do Natal-Luz, tradicional eventoque marca o início das comemorações natalíci-as da Serra Gaúcha.

Grandes nomes do Direito já estão sendoconvidados para participar do nosso encontro.São eles: Pedro Romano Martinez, Professorde Direito do Trabalho da Universidade de Lis-boa; Alice Monteiro de Barros, Autora e Juíza

do Trabalho do TRT/MG; José Eduardo Mar-tins Cardoso, Professor de Direito e DeputadoFederal do PT/SP; Pedro Luiz Schmidt, Juiz doTrabalho (RS), Presidente da AMATRA-RS eConselheiro no CNJ; Magda Barros Biavaschi,Juíza do Trabalho (RS), Pedagoga (PUC/RS),Mestre (UFSC) e Doutora em Direito (Uni-camp); Roberto Crema, Psicólogo, Antropólo-go e Reitor da Universidade da Paz e FredericoVasconcelos, Jornalista Especial da Folha deSão Paulo, autor do livro “Juízes no Banco dosRéus”, vencedor do Prêmio Esso de Jornalis-mo e do Prêmio Bovespa de Jornalismo.

“Esperamos que este seja o maior e melhorEncontro Anual da AMATRA-SP realizado forada sede”, diz o Presidente da AMATRA-SP, JoséLucio Munhoz.

As condições são as melhores possíveis:quatro noites de hospedagem no melhor hotelda Serra Gaúcha, café da manhã e seis refei-ções, transfer gratuito, rica atividade científi-

ca, jantar temático, brindes, visita a uma fábri-ca de chocolates, atividades sociais, coquetel,isenção da taxa de inscrição, entre outras, porum valor bem abaixo da média.

As inscrições podem ser feitas com a SteelViagens e Turismo. Telefone: 11.3868.3212.

Não perca esta oportunidade. Participe!

Conheça o Hotel SerranoLocalizado há 1.326 Km de São Paulo, o

Hotel Serrano possui 272 apartamentos que sãocuidadosamente decorados com todo o requin-te e charme que cercam a Serra Gaúcha.

Como o objetivo do XXI Encontro Anual daAMATRA-SP é proporcionar uma rica gradecientífica, mas, conjuntamente, oferecer agra-dáveis momentos de lazer, a seleção do HotelSerrano foi uma ótima opção também nessesentido. Com piscina interna e externa, ofurô,sala de jogos, home theater, fitness, recreação,sauna e quadra de tênis, o Hotel Serrano pro-

XXI ENCONTRO ANU

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CAPA

UAL DA AMATRA-SPporcionará aos participantes do congresso ex-celentes momentos de relaxamento e lazer.

Para os trabalhos científicos, o Hotel Serra-no conta com quatro amplos espaços exclusi-vos, que são: Espaço Fábio Batista Paulus, Au-ditório Antônio Casaccia, Teatro LupicínioRodrigues e Espaço Érico Veríssimo. O audi-tório possui capacidade para 124 pessoas.

O Hotel Serrano tem ainda um local para fei-ras e exposições que comporta 84 stands de 4m².

Além disso, o Hotel Serrano possui serviçoscomo: bussines center, salão de beleza, atendi-mento personalizado, área protegida Unimed,massagem, Banco do Brasil e Empório Serrano.

Quando o assunto é gastronomia, o localescolhido para o XXI Encontro Anual daAMATRA-SP não deixa à desejar. Confira al-gumas das opções dentro do hotel:

MAGGIORE LOUNGE E BAR - Ambientedescontraído, com pista de dança, mezanino e

música ao vivo nas noites de quinta a sábado.Oferece lanches, bebidas, drinks e coquetéisvariados. Um ótimo espaço para reunião comos amigos e um bom bate papo.

SPAZIO SERRANO - Com ambiente am-plo, sofisticado, decoração e serviço impecá-veis, o Spazio Serrano oferece todo o requintee sabor da cozinha internacional com um to-que regional, e requintada carta de vinhos.

FORNERIA DI COMO - Restaurante espe-cializado em massas e Focaccia possue umaadega climatizada com mais de 96 rótulos e1200 garrafas, onde você poderá escolher pes-soalmente o seu vinho predileto, e uma deco-ração que é uma homenagem a colonizaçãoalemã e italiana, proporcionando a seus visi-tantes uma verdadeira viagem no tempo.

TUNA ZUSHI BAR - Pratos tradicionais da

gastronomia japonesa fazem parte do cardápiodo Tuna, além do Tuna Style, uma seqüência depratos, permitindo uma incursão pelos diversossabores desta culinária. Funciona sextas e sába-dos, exclusivamente pelo sistema de reservas.

GARDA CAFÉ E RESTAURANTE - OGarda Café e Restaurante é um ambiente re-quintado, espaçoso e sofisticado. Diariamen-te é servido

o café da manhã colonial e serviço de buffetde altíssima qualidade.

COFFEE SHOP FLAT - O Coffee Shop Flaté um espaço agradável e tranqüilo, onde diaria-mente é servido o café da manhã, com as maisvariadas delícias.

Localização do Hotel SerranoAv. das Hortênsias, 1480

Centro - Gramado/RS - Cep 95670-000Fone: (54) 2861332 Fax: (54) 2861639

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A questão da não-concorrência por partedo empregado tem projeção na vida da em-presa em dois momentos distintos, quais se-jam: a) durante a relação de emprego e b)após a seu término. Constitui, pois, fato queabrange responsabilidade contratual e pós-contratual.

A responsabilidade contratual, no curso darelação de emprego, como se sabe, está regu-lada no art. 482, letra “g” da CLT. Com efeito,diz a lei que constitui justa causa para resci-são do contrato de trabalho, pelo empregadoa “violação de segredo da empresa”.

A responsabilidade pós-contratual, assimconsiderada aquela que se origina a partirdo momento da rescisão do contrato, é ques-tão que não tem regulamentação específica,ainda, na esfera do Direito do Trabalho bra-sileiro.

Contudo, o dito popular acima transcritoantecipa sabedoria sobre tema que, somenteagora, no final do século XX e na virada domilênio, passou a ser discutido abertamentepela consciência de que há, entre negócios esigilo, um bem jurídico a ser tutelado.

Com efeito, o estabelecimento empresa-rial é composto por um conjunto de bens va-riados e de natureza material e imaterial. Osbens de natureza imaterial englobam não sóas criações intelectuais, as marcas, os sinais eexpressão de propaganda, como também o“know how” o qual, Segundo Egon FelixGottschalk, em trabalho apresentado ao De-partamento de Direito do Trabalho da Facul-dade de Direito da USP, publicado na Revis-ta LTR, volume 34, pág. 781,”compõe-se, deregra, de tudo o que é a alma de certos negó-cios ou o verdadeiro segredo da atividadeempresarial sem que os seus elementos noconjunto ou separado ainda sejam incabí-veis de qualquer modalidade de proprieda-de industrial.”

O “Know how”, mesmo não podendo serobjeto da tutela especial da propriedade in-dustrial, não deixa de representar um valorpatrimonial. A sua transmissão, em todo ouem parte, a terceiros, tem o seu preço como otem as marcas e os “royalities”. (O originalnão contém sublinhados)

Não obstante o consenso entre a maioriados doutrinadores em relação à proteção do

“O SEGREDO É A Direito à liberdade de trabalho e os princípios da livre

Por Maria de Fátima Z

que se convencionou chamar “know how” eque justifica a adoção pelo empregador dacláusula de não-concorrência pós contratode trabalho, essa questão ainda suscita dis-cussão e alguma resistência, ao fundamentode que pode ocorrer violação ao princípioconstitucional da liberdade de trabalho.

Nesse sentido, aliás, preleção do saudosoJuiz e Professor José Serson em sua obra Cur-so de Rotinas Trabalhistas, 33a. edição atu-alizada, 1993, pág. 479 “Portanto, a proibi-ção de trabalhar para outras empresas, em-bora concorrentes, não pode ser objeto deestipulação contratual porque infringe dis-positivo constitucional da liberdade de tra-balho.”

Com efeito, o inciso XIII – do art. 5º daConstituição Federal dispõe:

“É livre o exercício de qualquer trabalho,ofício ou profissão, atendidas as qualifica-ções profissionais que a lei estabelecer.”

Essa liberdade, entretanto, como eviden-cia o próprio dispositivo não é absoluta, namedida em que está condicionada a regula-mentações legais, isto porque muitas são asatividades, cuja relevância social impõe se-jam fiscalizadas e controladas pelo Estado.

Outras limitações também devem ser con-sideradas, na medida em que princípios, nãomenos relevantes, foram contemplados naCarta Magna, o que determina interpretaçãoconjunta, de forma holística, buscando-se arazoabilidade e a proporcionalidade, a fimde que o projeto constitucional, visto comoum todo, possa encontrar eco na vida práticade seu povo.

De fato, a mesma Carta Constitucionaltambém contempla princípios como: a) ga-rantia de desenvolvimento nacional (art. 3º,II); b) livre concorrência; (art. 170, IV) e c) dalivre iniciativa (art. 1o, IV).

Assim, a melhor interpretação é aquelaque comporte visão global devidamente es-truturada em tais princípios.

A liberdade de trabalho, portanto, nãosendo absoluta, deve se dar de mãos dadascom os princípios da livre iniciativa e dalivre concorrência, como pressupostos bási-cos, por certo, do desenvolvimento nacio-

nal, cujo caminho passa, hoje, necessaria-mente, pela empresa.

Não se pode falar em livre concorrência,sem proteção ao núcleo de conhecimento es-pecífico e vivencial de cada empresa. A con-corrência, sem essa proteção, restaria com-prometida e dominada por alguns poucos emdetrimento da finalidade social da empresa,que envolve, sem dúvida, a geração de em-pregos, rendas, impostos, além de produçãode bens e serviços para a sociedade. (art. 966do código Civil)

Assim, é inquestionável que o emprega-dor, pode e deve proteger o seu “know how”,estabelecendo cláusula de não-concorrênciapós-contrato de emprego.

Esse ajuste, entretanto, para ser tido comoválido, deve obedecer certos limites, embo-ra, repita-se, a questão não seja regulada deforma específica pelo Direito do Trabalho.

Não obstante a inexistência de proibiçãodesse tipo de estipulação, não se pode olvi-dar, contudo, que a liberdade de contratar temrestrições, exatamente porque, a Lei Civil,aplicável subsidiariamente, (§ único do art.8º da CLT), dispõe, a propósito, que essa li-berdade.

Art. 421 Código Civil. “.......................será exercida em razão da função social docontrato.

E ainda, porque

Art. 422 CC. “Os contratantes são obriga-dos a guardar, assim na conclusão do con-trato, como em sua execução, os princípiosde probidade e boa-fé.”

Da validade - requisitosPortanto, a cláusula de não-concorrência

só será considerada válida se obedecer deter-minados requisitos, quais sejam:

1) Interesse - significa dizer que só noscasos em que ela seja, de fato, indispensável.Quando fique evidenciado que o trabalha-dor detém, sim, conhecimentos que, se reve-lados, poderão causar prejuízo aos interessesda empresa.

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DOUTRINA

Cláusula de Não-Concorrência e

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2) Limitação material - a proibição nãopoderá atingir a liberdade de trabalho. Por-tanto, deverá especificar que tipo de ativi-dade não poderá ser exercida e em que tipode empresa.

Proibição geral que impeça o exercíciode qualquer trabalho, em qualquer ramo deatividade, esbarra na garantia constitucio-nal de liberdade do trabalho.

Não se pode olvidar que o trabalho nãopode ser visto apenas como um meio de aufe-rir rendas, mas também como instrumento deintegração social e de saúde psíquica, por issoa limitação deve ser específica, identificada enunca de caráter geral.

3) Limitação no tempo - a regra proi-bitiva também deverá vigorar em tempodeterminado e razoável, a fim de que o tra-balhador não perca o contato com o mer-cado de trabalho e tenha prejuízo muitosuperior à compensação que porventurareceber.

Esse tempo razoável tem sido estimadopelos doutrinadores em torno de dois anos,no máximo, tempo suficiente para que no-vas tecnologias e novos conhecimentos se-jam agregados ao negócio, de forma que arevelação de uma informação, depois dessetempo, já desatualizada, não resulte mais emprejuízo grave para o empregador.

4) Limitação territorial – outra restriçãoà esse tipo de cláusula, cogitada, de formageral, na doutrina, diz respeito ao âmbito ge-ográfico de atuação do empregador.

Contudo, esse aspecto da questão encon-tra-se, de certa forma, ultrapassado, na medi-da em que nos dias atuais a comunicaçãoimediata através dos meios eletrônicos po-derá levar à propagação do sigilo de um can-to a outro do planeta em instantes, de formaque há franca possibilidade do segredo setornar público para todos os lugares e, deconseqüência, acabar retornando ao local deexploração do negócio.

Aliás, não é demais lembrar que há hojeempresas que exercem negócios de atuaçãomundial e, assim, a proibição só terá efeito,quanto ao espaço, se estabelecida de formageral.

5) Compensaçãoa) Indispensabilidade da contraprestação

Esse tipo de cláusula, restritiva que é daliberdade de trabalho do empregado, nãoterá qualquer validade, sem a devida con-traprestação.Evidente que ajuste onde uma das partesse obriga, em favor da outra, a não fazerdeterminada coisa, sendo esta lícita, doseu interesse, e da qual resultaria ganho,só tem validade se estipulada em caráteroneroso.Não se admite, nesse caso, cláusula con-dicionada a eventual sucesso do trabalha-dor em outra atividade. Ainda que tal fatose dê, não se traduzirá em excludente dadevida compensação, cuja natureza pri-mordial é a de proteger o interesse do em-pregador.

b) Valor da ContraprestaçãoOutra questão relevante é a do valor a serajustado. Alguns inclinam-se para remu-neração inferior ao salário, tendo em vistaque a liberdade de trabalho ficou, apenas,parcialmente restringida. Outros, entre-tanto, sustentam que o valor deve ser, exa-tamente, o mesmo do salário, já que acláusula de não-concorrência aproveita,na verdade, apenas ao empregador. Alémdisso, é importante considerar que aludi-da cláusula não só afastará o trabalhadordo seu círculo profissional, obrigando-o aadaptação em outros setores, outras fun-ções, o que lhe acarretará desgaste, peloqual não passaria, se pudesse continuarna carreira que vinha desenvolvendo,como também, poderá sujeitá-lo aos trans-tornos do ócio que, mesmo remunerado,representa um prejuízo moral para o serhumano.Assim, o ideal é que a compensação repre-sente senão o mesmo valor do salário, pe-los menos valor expressivo que possa ga-rantir subsistência digna, sem alterar mui-to o padrão de vida do trabalhador e desua família.

c) Formas de pagamentoCertamente a indenização poderá serpaga em uma única vez, multiplicando-se

o valor mensal ajustado pelo número demeses do tempo de vigência do contrato.Entretanto, essa hipótese é desaconselhá-vel, na medida em que em razão de even-tual incapacidade do trabalhador na ad-ministração de suas finanças e poderáocorrer de, antes do tempo ajustado, en-contrar-se, ele, em situação de dificuldadefinanceira, o que poderá torná-lo presa fá-cil de ofertas tentadoras da concorrência.O ideal, portanto, é que o pagamento sejafeito mensalmente, com a finalidade deque o trabalhador possa manter a regulari-dade de sua vida sócio-econômica.

d) Da forma do ajusteExatamente por se tratar de condição es-pecial do contrato, por envolver restriçãoparcial à liberdade de trabalho, para tervalidade há de se dar na forma escrita,exatamente para que os contratantes pos-sam conhecer claramente quais seus direi-tos e limitações, impedindo a possibilida-de de interpretações dúbias a propósito detema que envolve aspectos relevantes paraambas as partes.

ConclusãoA cláusula de não-concorrência tem ple-

no assento nas relações contratuais emprega-tícias ou de trabalho, com vistas à garantiados princípios constitucionais de livre ini-ciativa e livre concorrência. De todo modo,só pode ser celebrada desde que obedeça aosprincípios contratuais vigentes no CódigoCivil, nos artigos 421 e 422, bem assim quefira a liberdade de trabalho, ou seja, não con-tenha previsão que impeça o exercício detodo trabalho. Sua validade também estácondicionada à forma escrita, que garantecerteza para os interessados; à efetiva neces-sidade, ou seja, quando estejam em jogo in-formações que possam comprometer a ativi-dade empresarial e, ainda, à onerosidade,como forma de compensação pela restriçãoimposta ao trabalhador, em valor justo e ra-zoável.

Maria de Fátima Zanetti Barbosa e SantosJuíza Aposentada do TRT da 2a. Região

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DOUTRINA

ALMA DO NEGÓCIO”e iniciativa e concorrência – proporcionalidade e razoabilidade

a Zanetti Barbosa e Santos

seus Reflexos no Contrato de Trabalho

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ENTREVISTA

1. O Judiciário de hoje atende às expectati-vas da sociedade?

A sociedade brasileira está em constante evo-lução. Não podemos dizer, hoje, que as expec-tativas da sociedade permanecem as mesmasdaquela que produziu, por exemplo, o CódigoCivil de 1916, que tem origem no século XIX,mas é necessário reconhecer que ainda nos en-contramos na fase da conscientização quantoaos direitos de primeira geração. Neste contex-to e na perspectiva dos vários segmentos doJudiciário nacional, pode-se dizer que a lenti-dão com que são resolvidos os conflitos de in-teresse e a pesada carga burocrática utilizadana estruturação do sistema judiciário não aten-dem às expectativas da sociedade.

2. Quais são hoje os principais entravespara a modernização do Judiciário e comodevem ser enfrentados?

Tem sido constante a formulação de propos-tas de modernização do Judiciário com base naidéia da racionalização dos recursos estatais edos próprios meios ordinários para a realizaçãoda justiça. Isto é uma verdade! Não podemosesquecer, todavia, que um dos grandes empeci-lhos para a melhoria da qualidade e do tempode duração do processo, diz respeito, diretamen-te, à escassez de investimento na área do servi-ço público fundamental que é o da prestação datutela jurisdicional – que se enuncia desta for-ma apenas para definir não a natureza da ativi-dade, mas sim o lugar da alocação do recursofinanceiro. A conjugação destes dois fatores –racionalização dos recursos e destinação espe-cífica de investimento na realização da justiça– é a fórmula ideal para a verdadeira moderni-zação da Justiça, com jota maiúsculo, porquepode determinar, por exemplo, após profundoestudo de viabilidade, a fixação de dois juízespor Vara do Trabalho, a ampliação do cargo deservidores especializados ou o fornecimento decomputadores para o serviço judicial.

3. Como o senhor avalia a recente reformado Poder Judiciário? A reforma do Judiciá-rio se esgota com a promulgação da Emenda45/04? O que ainda falta fazer? Pontos posi-tivos e negativos.

A Anamatra tem tido uma posição bastantecrítica quanto ao resultado final da longa tra-mitação da Reforma do Judiciário. Não pode-mos nos esquecer que a ampliação da compe-

tência da Justiça do Trabalho significa, sim, areação mais que perfeita do movimento asso-ciativo dos juízes do Trabalho à tentativa deextinção deste ramo do Judiciário. Os dirigen-tes associativos perceberam bem que, na verda-de, a proposta de extinção buscava atingir, in-diretamente, o Direito do Trabalho, enfraque-cendo o órgão estatal incumbido de sua aplica-ção. Esta reação, sem dúvida, e o resultado deladevem ser considerados como os pontos positi-vos. A Reforma do Poder Judiciário não resol-veu, todavia, o problema da morosidade, mes-mo porque não foi esse seu objetivo na origem,e ainda que tivesse introduzido no texto daConstituição o princípio da duração razoáveldo processo. Este, para mim, um dos pontos ne-gativos. Penso que tal Reforma não se esgotouna Emenda Constitucional 45/04, uma vez queainda se discute no Congresso Nacional a PECparalela do Judiciário, que trata das questõesremanescentes não aprovadas nas duas Casaslegislativas, e a regulamentação da própria Re-forma. Além disso, espera-se a remessa ao Con-gresso Nacional, pelo STF, do anteprojeto doEstatuto da Magistratura, em relação ao qual aAnamatra, junto com as Amatras, pretende for-mular propostas que fortaleçam a magistratura.

4. Que medidas tomar, do ponto de vistainterno e externo, para a democratização doPoder Judiciário?

O momento da discussão acerca do projetodo novo Estatuto da Magistratura, tanto no STFquanto no Congresso, deverá ser utilizado paratentar garantir a maior democratização internado Judiciário através, por exemplo, da institui-ção da ampliação do colégio eleitoral para elei-ção dos dirigentes dos Tribunais. Por outro lado,deve-se tentar implementar as regras constitu-cionais que garantam o maior acesso à Justiça,a justiça itinerante e a própria duração razoáveldo processo.

5. Como o senhor avalia o CNJ (ConselhoNacional de Justiça)? Ele pode afetar princí-pio da separação dos poderes? O que falta noCNJ?

É comum na magistratura o discurso de defe-sa da independência, que tem como perspecti-va a relação entre os Poderes da República. Istoé uma verdade. Não devemos esquecer, toda-via, que um dos maiores problemas no Judiciá-rio, não adstrito à Justiça do Trabalho eviden-

temente, é a falta de independência interna. Querodizer com isso que há episódios, na história daJustiça brasileira, de interferência moral ou fun-cional no ato de julgar por parte de alguns Tri-bunais, sem que existisse algum instrumento efi-caz para coibir tal prática lamentável. Reconhe-cemos que o CNJ poderá desempenhar papel deguardião da independência do juiz, e nesse sen-tido atuará a Anamatra. Falta ao CNJ, todavia,regulamentação que garanta um processo de es-colha democrática dos seus membros, mas issopoderá ser estabelecido no anteprojeto.

6. E a reforma trabalhista? Há necessida-de de alterações na legislação trabalhistabrasileira? Por quê? Qual deve ser seu realobjetivo? Quais pontos da legislação traba-lhista brasileira que o senhor acha que de-vem ser mudados ou aperfeiçoados?

A questão da Reforma Trabalhista deve seranalisada diante da crise política e ética pelaqual passa o País. Ainda que exista uma expec-tativa de reformulação do ordenamento jusla-boralista, não se pode empreender, num momen-to de fragilização e até de suspeição do partidoque mais encarnava a bandeira da esquerda noBrasil, qualquer tentativa de reformulação doDireito do Trabalho. Não haveria equilíbrio en-tre as forças políticas presentes no CongressoNacional que garantisse um resultado favorávelou menos prejudicial ao trabalhador brasileiro,parte evidentemente mais fraca na relação queestabelece com o capital. Da mesma forma, de-vemos compreender que recente proposta de re-forma constitucional, com a eleição em 2006 deparlamentares com poder constituinte, não con-diz com as verdadeiras e imprescindíveis provi-dências para o enfrentamento da crise efetiva.Ao contrário, a idéia de atribuir tais poderes aosnovos parlamentares antes de atender a necessi-dade de apresentar uma solução para a crise, ser-ve obviamente para dar seguimento aos proje-tos neoliberais de flexibilização e desregulamen-tação de direitos, podendo ser qualificada, nestecontexto, como uma proposta golpista.

7. Qual deve ser o papel das associações declasse para um Judiciário forte e democráti-co neste novo cenário?

A Anamatra insere, cada vez, mais no cenáriopolítico nacional, influenciando, na medida desuas possibilidades, no processo de decisão po-lítica, tanto no plano institucional do Judiciá-

NOVO PRESIDENTE DA ANAMATRAMais conhecido pelo sobrenome, Pandelot, o atual presidente da Anamatra falou com o Jornal Magistratura & Trabalho.

José Nilton Pandelot é presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados Trabalhistas), tendo tomadoposse no dia 31 de maio de 2005 para uma gestão de dois anos. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito da

Universidade Federal de Juiz de Fora e atuou como advogado trabalhista e promotor de justiça antes de ingressar naMagistratura do Trabalho da 3a Região em 1993. Pandelot é mestre em Direito Econômico pela Universidade Federal de

Minas Gerais e atualmente é juiz titular da 4a Vara do Trabalho de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.No movimento associativo, foi diretor e presidente da Amatra 3 e diretor legislativo da Anamatra na gestão 2003/2005.

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POSSE DE MAGISTRADOS

rio, quanto no planto da definição das políticaspúblicas. Não é segredo para ninguém que a As-sociação Nacional dos Magistrados Trabalhis-tas foi, talvez, a entidade mais requisitada, nosúltimos tempos, para opinar nos assuntos maisvariados e importantes da República, o que mos-tra não apenas a atual dimensão política da enti-dade, mas também a relevância da opinião polí-tica qualificada da Magistratura, pelo menosdeste ramo do Judiciário.

8. Quais são as perspectivas e planos paraesta nova diretoria da Anamatra?

A chapa ANAMATRA FORTE atuou na di-vulgação das suas propostas na campanha elei-toral, mas o que se deve pontuar novamente, éque a atual diretoria se caracteriza como o pros-seguimento das últimas gestões da Anamatra.Nosso compromisso diz respeito à valorizaçãoda magistratura, à resistência à flexibilização doDireito do Trabalho, à defesa das prerrogativasdos Magistrados e à melhoria das condições detrabalho do juiz, dentre outras propostas. Pre-tendemos, ainda, lutar para a definição de umapolítica remuneratória para a magistratura quegaranta a manutenção do poder aquisitivo e, porconseqüência, o reajuste automático do subsí-dio, da mesma forma que lutaremos para valori-zar a carreira da magistratura através da manu-tenção do adicional por tempo de serviço ou dainstituição de verba equivalente.

9. Quais são os principais desafios?Creio que o maior desafio é manter o nível de

atuação e de inserção da Anamatra, isto é, suce-der a diretoria comandada pelo grande dirigenteGrijalbo Fernandes Coutinho.

10. Como será pautado o relacionamentoda Anamatra com as AMATRAs nesta novagestão?

O relacionamento será respeitoso, como sem-pre foi na história do movimento associativo dosjuízes do trabalho. Ainda que existam divergên-cias entre Anamatra e AMATRAs, não podemosesquecer que trabalhamos com o mesmo objeti-vo de fortalecer a Justiça e a Magistratura doTrabalho. Como as expectativas dos associadosda AMATRA-SP não são diferentes dos defendi-dos pela diretoria da Anamatra, podemos garan-tir que a atuação das entidades será conjunta eno sentido da valorização da magistratura dotrabalho da 2a Região.

Em 08 de agosto, foram empossados pelaJuíza Presidenta do Tribunal Regional do Tra-balho da 2ª Região, Dra. Dora Vaz Trevinõ,dez Juizes Substitutos aprovados no XXX Con-curso. São eles: Andrea Rendero DominguesPereira Anschau, Andreza Turri Carolino, An-tonio Carlos Cavalcante de Oliveira, DanielRocha Mendes, Denise Mendonça Vieites,Elisa Maria Secco Andreoni, Mauro CésarMoreli, Milena Casacio Ferreira, Sandra Mi-guel Abou Assali Bertelli e Sandra ReginaEspósito de Castro.

A solendidade aconteceu no Salão Nobredo Edifício Sede, do TRT. Além dos novos

NOVOS JUÍZESSUBSTITUTOS NA 2ª REGIÃO

juízes já mencionados, no dia 01 de agosto,tomou posse, por permuta, vindo do TRT da1ª Região, o Juiz Marco Antonio dos Santos.

Na tarde do dia 09 de agosto, os novosmagistrados foram recepcionados pela Vice-Presidente da AMATRA-SP, juíza Sônia Ma-ria Lacerda e pelos magistrados integrantesda Diretoria, Tânia Bizzaro Quirino de Mo-rais, Saint-Clair Lima e Silva e Neide Galardide Mello, na sede da associação com um caféda tarde.

Desejamos aos novos magistrados uma car-reira plena de realizações e nos encontramos àdisposição para atendê-los no que precisarem.

Andreza Turri CarolinoMinha espera é poder contribuir, com muito esfor-ço e trabalho, com a prática da Justiça.Eu era servidora pública da Justiça Federal durantequatro anos e meio, e estou muito esperançosa emcontribuir com qualidade para a magistratura traba-lhista.

Andrea Rendero Domingues Pereira AnschauÉ uma nova fase da minha carreira. Estou muitoansiosa e acho que a AMATRA-SP dará um bomamparo neste momento importante da minha vida.

Milena Casacio FerreiraPor enquanto, ainda o que prevalece é a ansiedade,mas de qualquer maneira o que espero é ser o maisjusta possível e atingir os objetivos da magistratura.

Sandra Regina Espósito de CastroAnseio é total, pois mesmo sendo uma ex-funcio-nária desta Justiça durante muito tempo, a vida dáuma tremenda virada com o ingresso da magistra-tura. Quero desempenhar o melhor possível dentroda Justiça Trabalhista.

Sandra Miguel Abou Assali BertelliSou formada há oito anos e leciono em Faculdadesde Direito. Estou embevecida com esta nova fase,mas ao mesmo tempo, estou encarando com muitaserenidade e tranqüilidade. Espero ser uma pessoaequilibrada, dosando sempre a firmeza em todosos atos que eu tomar, mas sempre com muita cau-tela para atender os anseios da sociedade.

Elisa Maria Secco AndreoniA magistratura sempre foi um sonho e acreditoque, com empenho, posso colaborar para a suamelhoria.

Antonio Carlos Cavalcante de OliveiraA expectativa é muito grande desta nova etapa daminha vida. Trata-se da realização de um sonhoprofissional que há muito tempo já busco e agoraalcancei. Embora eu já trabalhe há algum tempo naJustiça do Trabalho, é uma fase um tanto quantodesconhecida.

Mauro César MoreliEstou ansioso. Deu para notar que os magistradose todo o pessoal é muito unido e, portanto, tenhoboas expectativas.

Daniel Rocha MendesPretendo cumprir com a função do juiz de paci-ficar o conflito e dar a melhor solução possível. AAMATRA-SP é impor tante neste momento daminha vida como um espaço de discussão eampliação.

Denise Mendonça VieitesEstou muito feliz e espero poder, na prática, solu-cionar os conflitos trabalhistas da melhor formapossível com Justiça. Como sou do Rio de Janeiroe agora estou morando em São Paulo, são doisnovos desafios: conhecer a cidade e o ingresso damagistratura.

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Um estudo realizado pelo professor Den-nis Turner, da Faculdade de Veterinária, deZurique, na Suíça, revela que os animais deestimação trazem mais qualidade de vidaaos seus donos. A pesquisa aponta cães egatos como coadjuvantes no tratamento dadepressão e ansiedade. Os bichinhos tam-bém ajudam a combater a solidão, aumen-tam a auto-estima e tem sido recomendaçãomédica aos portadores de síndrome deDown e Alzheimer. Os magistrados Rui Cé-sar Publio B. Corrêa, Simone Nunes e Líbiada Graça Pires não dispensam a companhiade seus cães para ter um dia-a-dia mais ale-gre e descontraído.

Escolhido a dedo numa ninhada de novefilhotes, o labrador Dodi Al Fayed, de 5 anos,é um dos melhores presentes que o juiz RuiCésar ganhou em sua vida. O nome do cãofoi inspirado no empresário que foi vítimade um acidente fatal ao lado da namoradaLady Di, em 1997. Apesar de Dodi ter che-gado à família antes dos filhos do casal, elenão faz cenas de ciúmes e se dá bem com ascrianças. Segundo o magistrado, o“primogênito” é obediente, sabe impor res-peito e exigir seus direitos. “Passeio comele, habitualmente, quatro vezes por dia”,diz o juiz. Adepto do enduro eqüestre (mo-dalidade esportiva com obstáculos naturaisno percurso), Rui César leva o cão paraprestigiá-lo nos treinos.

A relação entre Dodi e o seu cavalo

Locatuz é amistosa, mas os acidentes sãoinevitáveis. “Em uma trilha, Dodi estavalogo atrás do cavalo e foi brindado com umcoice que quase lhe acertou”.

O labrador também é figura fácil no cená-rio jurídico. Na Vara de Poá, Dodi teve umespaço garantido para brincar no quintal. Jáno Fórum de Guarulhos, situado em um pré-dio, ele ficou amarrado ao carro. “O colegaRicardo Apostólico estacionou o seu veícu-lo ao lado do meu e foi surpreendido peloDodi, que pulou para festejar.”

Há três anos, a yorkshire Nina chegava aolar da juíza Simone Nunes para acrescentarboas doses de riso em seu dia. “Hoje, eu nãoconsigo ficar muitas horas fora de casa, por-que fico pensando nela sozinha, sentindo aminha falta”, confidencia. Com o passar dosanos, os laços de cumplicidade ficaram maisestreitos, e quando a magistrada marca umaviagem de férias, a pontinha de tristeza nosolhos da yorkshire transparece. Alguns diaslonge da dona implicam em um saldo nadapositivo: Nina sente saudade, não conseguese alimentar direito e emagrece.

Privilegiada com uma amizade tão ver-dadeira, Simone não tem dúvidas de que osanimais fazem um bem enorme aos seus do-nos. “Esse amor incondicional dos cachor-ros libera todo o sentimento bom que temose todo o carinho, alivia a tensão e nos fazesquecer as chateações do dia-a-dia. Todosdeveriam ter um cachorro, pois é um cora-

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COTIDIANO

AMIGOS DO PEITOMagistrados comprovam a tese de que os animais de estimação

trazem mais qualidade de vida aos seus donosPor Soraya Lambert

ção pulsante, o verdadeiro amigo do ho-mem”, justifica.

Acostumada a conviver com animais des-de a infância, a magistrada Líbia da GraçaPires lembra do seu primeiro amigo, um cãopastor alemão que corria atrás do seu tico-tico. A menina cresceu, e hoje desfruta osbenefícios da companhia do cocker spanielMaurício, que adquiriu há sete anos. Sua in-tenção era combater a solidão e trazer maisalegria à vida, pois na época ela morava so-zinha no interior e por vezes passava o finalde semana na cidade, sem voltar para a casada família em São Paulo/SP. “Todos os diaspela manhã levo o Maurício para passear eisso acabou melhorando até mesmo o meucondicionamento físico, porque antes de-testava caminhar”, revela.

A cada dia, o cocker spaniel renova suacapacidade de demonstrar fidelidade. É eleque permanece horas a fio embaixo da suaescrivaninha esperando que ela acabe assentenças. À noite, quando ela volta do Fó-rum, Maurício continua no escritório comos seus brinquedos e o chinelo da dona. Paraos colegas que não possuem um animal deestimação, a magistrada deixa um recado:“Arrumem um animalzinho para ontem,pois (copiando o slogan de uma marca deração) Cachorro é tudo de bom”.

Soraya Galassi LambertJuíza do Trabalho da 2ª Região

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A juíza Líbia e seu cocker spaniel Maurício encontram omagistrado Rui César e o labrador Dodi no Parque Ibirapuera

Amor incondicional: Simone Nunese sua yorkshire Nina

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ATUALIZE-SE

ACIDENTE DE TRABALHOA ação em face do empregador, cobrando

indenização por acidente do trabalho, com-pete à Justiça do Trabalho.

Houve importante mudança de entendi-mento do Supremo Tribunal Federal, quan-to à competência para julgamento de inde-nização, material ou moral, decorrente de aci-dente do trabalho: é agora da Justiça do Tra-balho, e não mais da Justiça Estadual.

Tal entendimento já havia sido susten-tado anteriormente neste jornal (Doutrina,artigo do Juiz Lúcio Pereira de Souza, edi-ção nº 57, maio-junho de 2005, págs. 12 a13).

De fato, o STF alterou sua posição ante-rior (que declarava ser competente a JustiçaEstadual), e passou a adotar nova posição(declarando ser competente a Justiça do Tra-balho): “... Decisão: O Tribunal, por unani-midade, conheceu do conflito e definiu acompetência da justiça trabalhista a partirda Emenda Constitucional nº 45/2004, parajulgamento das ações de indenização pordanos morais e patrimoniais decorrentes deacidente do trabalho...” (Supremo TribunalFederal, Tribunal Pleno, conflito de compe-tência nº 7.204-1, relator Ministro CarlosAyres Britto, votação unânime, decisão de29-06-2005).

CONCURSO PARA JUIZO Tribunal Superior do Trabalho, através

da Resolução Administrativa nº 1.046/2005,alterou parte das regras do concurso públicopara Juiz do Trabalho Substituto.

Tal alteração ocorreu devido à EmendaConstitucional nº 45 de 08-12-2004. As prin-cipais mudanças foram:

a) candidato deve ter 3 (três) anos, no míni-mo, de atividade jurídica, na data da no-meação (aquele que for aprovado no con-curso e não tiver tal tempo mínimo nãoserá desclassificado de imediato, poden-do ser nomeado para as vagas que surgi-rem durante o prazo de validade do con-curso, desde que complete referido tem-po mínimo);

b) atividade jurídica é o efetivo exercício(ainda que não consecutivo):1- de advocacia, com inscrição na OAB(estágio não é considerado; deve haverparticipação anual mínima em 5 atosprivativos de advogado e em causas dis-tintas);2- de cargo, emprego ou função pública(permanente ou de confiança), privativosde bacharel em Direito;3- de cargo, emprego ou função públicade nível superior, na condição de bacha-rel em Direito e com atividades eminen-temente jurídicas;4- de magistério jurídico.

Veja as recentes alterações legislativas e as decisões mais importantes dos tribunais.

PROJETO DE LEI(141 CARGOS DE JUIZ)

O Tribunal Superior do Trabalho, atravésda Resolução Administrativa nº 1.068/2005,aprovou o anteprojeto de lei criando 141 car-gos de Juiz do Trabalho Substituto na 2ª Re-gião (São Paulo).

Referido anteprojeto foi remetido ao Con-gresso Nacional, entrando oficialmente naCâmara dos Deputados como Projeto de Leinº 5.471/2005 (data de apresentação: 21-06-2005; tramitação: ordinária).

Tal medida é originária da AMATRA-SP,e contou com o apoio do TRT-SP. Visa a darvazão ao colossal volume de serviço exis-tente na 2ª Região, e que tem levado os Juízesà exaustão física e mental.

SÚMULAS DO TSTO Tribunal Superior do Trabalho mudou a

sua jurisprudência. Os antigos “Enunciados”passaram agora a ser chamados de “Súmulas”.E houve mudança em vários conteúdos.

Tem-se atualmente:1- Súmulas do Tribunal Superior do Traba-

lho;2- Orientação Jurisprudencial do Tribunal

Pleno;3- Orientação Jurisprudencial da Seção de

Dissídios Individuais 1;4- Orientação Jurisprudencial da Seção de

Dissídios Individuais 1 - Transitória;5- Orientação Jurisprudencial da Seção de

Dissídios Individuais 2;6- Orientação Jurisprudencial da Seção de

Dissídios Coletivos;7- Precedentes Normativos.

As principais mudanças foram:

a) Súmula nº 6: Equiparação salarialI- Para os fins previstos no § 2º do art. 461

da CLT, só é válido o quadro de pessoalorganizado em carreira quando homolo-gado pelo Ministério do Trabalho, ex-cluindo-se, apenas, dessa exigência oquadro de carreira das entidades de di-reito público da administração direta,autárquica e fundacional aprovado porato administrativo da autoridade compe-tente.

II- Para efeito de equiparação de salários emcaso de trabalho igual, conta-se o tempode serviço na função e não no emprego.

III- A equiparação salarial só é possível se oempregado e o paradigma exercerem amesma função, desempenhando as mes-mas tarefas, não importando se os car-gos têm, ou não, a mesma denominação.

IV- É desnecessário que, ao tempo da recla-mação sobre equiparação salarial, recla-mante e paradigma estejam a serviço doestabelecimento, desde que o pedido serelacione com situação pretérita.

V- A cessão de empregados não exclui a

equiparação salarial, embora exercida afunção em órgão governamental estranhoà cedente, se esta responde pelos saláriosdo paradigma e do reclamante.

VI- Presentes os pressupostos do art. 461 daCLT, é irrelevante a circunstância de queo desnível salarial tenha origem em de-cisão judicial que beneficiou o paradig-ma, exceto se decorrente de vantagempessoal ou de tese jurídica superada pelajurisprudência de Corte Superior.

VII- Desde que atendidos os requisitos doart. 461 da CLT, é possível a equipara-ção salarial de trabalho intelectual, quepode ser avaliado por sua perfeição téc-nica, cuja aferição terá critérios objeti-vos.

VIII- É do empregador o ônus da prova dofato impeditivo, modificativo ou ex-tintivo da equiparação salarial.

IX- Na ação de equiparação salarial, a pres-crição é parcial e só alcança as dife-renças salariais vencidas no período de5 (cinco) anos que precedeu o ajuiza-mento.

X- O conceito de “mesma localidade” deque trata o art. 461 da CLT refere-se, emprincípio, ao mesmo município, ou amunicípios distintos que, comprovada-mente, pertençam à mesma região me-tropolitana.Previdência Social.

b) Súmula nº 51: Norma Regulamentar.Vantagens e opções pelo regulamento

I- As cláusulas regulamentares, que revo-guem ou alterem vantagens deferidas an-teriormente, só atingirão os trabalhadoresadmitidos após a revogação ou alteraçãodo regulamento.

II- Havendo a coexistência de dois regula-mentos da empresa, a opção do emprega-do por um deles tem efeito jurídico derenúncia às regras do sistema do outro.

c) Súmula nº 60: Adicional noturnoI- O adicional noturno, pago com habituali-

dade, integra o salário do empregado paratodos os efeitos.

II- Cumprida integralmente a jornada no pe-ríodo noturno e prorrogada esta, devidoé também o adicional quanto às horas pror-rogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.

d) Súmula nº 74: ConfissãoI- Aplica-se a pena de confissão à parte que,

expressamente intimada com aquela comi-nação, não comparecer à audiência em pros-seguimento, na qual deveria depor.

II- A prova pré-constituída nos autos podeser levada em conta para confronto com aconfissão ficta (art. 400, I, CPC), não im-plicando cerceamento de defesa o inde-ferimento de provas posteriores.

PAULO KIM BARBOSAé juiz titular da 30ª VT-SP, bacharel pela USP,

mestre pela PUC-SP e professor da UNIB.

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JUIZ EM DESTAQUE

JULIA ROMANO CORRÊADifícil missão métrica que ora me incumbe,

porquanto destacar a colega Julia RomanoCorrêa em tão parco espaço, possibilita a ocor-rência de inadmissíveis omissões.

Ingressando na magistratura trabalhista no3o concurso realizado, foi uma das expoentesseis mulheres aprovadas, no universo de 51habilitados. Temos, pois, que a colega em des-taque é um dos baluartes para o reconhecimen-to do papel feminino em uma carreira outroracomposta por público predominantementemasculino.

Julia Romano Corrêa, com sua invejávelsensibilidade, soube emprestar ao exercício dajudicatura trabalhista o traço social que carre-ga consigo, assim como aplicar a experiênciaadquirida nos períodos em que, por razões fa-miliares, residiu na Europa.

Perdeu a magistratura do trabalho com a pre-

coce aposentadoria da colega Julia, mas aque-les que têm o prazer de sua convivência pes-soal, muito lucraram com o tempo que passou aser destinado a longas conversas, recheadas deimensa cultura, acompanhadas dos deliciosospratos por ela própria preparados e regadas avinhos de qualidade ímpar.

Deixando de lado os laços afetivos, ou qua-se familiares que nos unem, falar em Julia Roma-no Corrêa é sinônimo de doçura, de alegria, deespontaneidade e de amizade. O largo sorrisosempre presente em seus lábios, fala por si só.

Grande é o destaque de Julia Romano Cor-rêa para uns, de Dra. Julia para outros, de VovóJulia para apenas uma e de “Julinha” para to-dos nós.

Jane Granzoto Torres da SilvaJuíza do TRT/SP

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ARTIGO

Há pouco era o Poder Judiciário sacudi-do por denúncias de venda de sentenças,tráfico de influência, abuso de poder. Mas,segundo o Presidente da República era pre-ciso abrir a caixa preta do Judiciário, essepoder a que ninguém tinha acesso. O Judi-ciário reagiu, efetuou prisões, afastou juízessuspeitos, cassou os direitos e aceitou oControle externo. Gente de fora que nadaentende de justiça, seriedade, obtido con-tra a imensa maioria dos juízes, o foi comvoto comprado a peso de dinheiro. Não im-porta nem mesmo saber a origem dessadinheirama que corroeu as bases de parti-dos políticos comprados para dar apoio àsiniciativas do Governo Central. Não é im-portante. O que importa é que graças a essesvotos, o Governo conseguiu aprovar Emen-das à Constituição, impôs contribuição dosinativos para o ISS e obteve a consagraçãodos incautos.

Não dá para ficar calado. É impossívelassistir a essa pantomima que se instalouno País. Como é que o Governo ou o Parti-do do governo iria pagar essas contas? Éfácil: concorrências públicas subfaturadas,empregos nas estatais. “Do couro saem ascorreias”. Cartas marcadas alimentando umcomércio indecoroso. E são os corruptos

ATÉ QUANDO?Por Jorge Gulart Melleu

dessa cloaca que adentram o plenário doCongresso Nacional, sobe à inspeção e con-trole de indivíduos estranhos, ou que ajuda-rão o Governo a recolher dos inativos a con-tribuição que não devem à Previdência So-cial. Nos bolsos, o pagamento recém tiradodos Caixas do Banco Rural, devidamenteautorizados. Ninguém se preocupa em bus-car as causas da derrocada da Previdência,que detêm o segundo maior orçamento daRepública. Ministros entram e saem em fun-ção da oportunidade, do clamor dos mal-as-sistidos, do retrato obsceno das agências pa-ralisadas por funcionários mal pagos, aosquais se oferece aumento de 0,01%, porquenão há recursos, não sobra nada para pagaros que trabalham.

Ora, pois, a Caixa Preta do Judiciário foiaberta, submetemo-nos ao Controle externo evotamos pela constitucionalidade da contri-buição dos inativos para tapar o buraco negroda Previdência – como se não soubéssemosque estávamos mandando para as calendas,cláusulas pétreas da Constituição. Ainda ago-ra estamos impávidos, concedendo hábeascorpus preventivo, garantido a corruptos ecorruptores o direito de mentir descaradamen-te, ficar calados e até acreditar que somos to-dos idiotas, néscios e obnubilados.

Parodiando Ruy Barbosa, de tanto vertriunfar as nulidades, de tanto ver a cana-lhice desfilar arrogante, de tanto ver malasde dinheiro escancaradas, e ver o embustee a tapeação arvorados em ética-política, éde se imaginar o que será deste País; comofazer sobreviverem leis e emendas à Cons-tituição obtidas a peso de dinheiro, e quesão, na verdade, verdadeiros remendos mal-costurados à Carta que se autodenominouCIDADÃ. Quem irá respeitá-la a partir deagora?

A Caixa de Pandora foi aberta. Dela es-tão saindo todos os males. Resta a esperan-ça, tal qual na mitologia grega. Vamos em-barcar nessa nau avariada e ver no que dá.Por enquanto esperar parece ser o melhorremédio. Ou será que não? Não seria o casode uma ADI, com pedido de liminar, parasuspender, ainda que temporariamente – eATÉ ESCLARECIMENTO FINAL DOS FA-TOS, os efeitos deletérios dessas leis espú-rias, cujo valor está na audácia daquelesque, corruptores ou corrompidos as apro-varam, sob a ótica de que os fins justificamos meios?

Jorge Gulart MelleuJuiz aposentado da 2ª Região

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Novo MestreO magistrado e diretor adjunto da AMATRA-SP,

Samuel Morgero tornou-se Mestre em Direito pelaUnimes (Universidade Metropolitana de Santos),defendendo a dissertação “Reestudo da interven-ção de terceiros no processo do trabalho brasilei-ro”. Parabéns!

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JURE ET FACTO

TRT-SP aprova 14 Juízesdo Trabalho Substituto

Posse

Mais de dois mil candidatos partici-param do 30º Concurso Público paraIngresso na Magistratura do Trabalho,realizado pelo Tribunal Regional doTrabalho da 2 ª Região.

Realizado em quatro fases, sendo aquarta e última a prova oral, o renhidoconcurso aprovou 14 candidatos:Adriana Miki Matsuzawa, AndreaRendero Domingues Pereira Anschau,Andreza Turri Carolino, Antonio Car-los Cavalcante de Oliveira, Daniel Lis-boa, Daniel Rocha Mendes, Denise

Mendonça Vieites, Elisa Maria SeccoAndreoni, Letícia Neto Amaral, MauroCésar Moreli, Milena Casacio Ferreira,Sandra Miguel Abou Assali Bertelli,Sandra Regina Espósito de Castro eTabajara Medeiros de Rezende Filho.

O TRT-SP está progamando o Cursode Formação Inicial de Juízes destina-dos aos novos magistrados do Tribu-nal, sendo que se empossados, estarãodisponíveis ainda 29 vagas para juizsubstituto do trabalho.

Fonte: www.trt02.org.br

Dia 05 de abril, a magistrada Ivani ContiniBramante foi empossada no cargo de magis-trada de 2ª Instância do Tribunal Regional doTrabalho da 2ª Região. Com sua nomeaçãoeleva-se a 62 o número de juízes do tribunal.

Empresas de turismoA AMATRA-SP possui convênio com duas agências

de turismo para fornecer ao associado condições dife-renciadas no atendimento e nos preços de passagens epacotes. Os descontos podem variar de 04% a 05%, de-pendendo do destino, roteiro ou operadora. Vale a penaconsultar as opções fornecidas: Steel Viagens e Turis-mo (TAM Viagens – Tel. 3868-3212) e Aspen Travel(Tel. 4612-1329). É necessário se identificar como asso-ciado da AMATRA-SP para obtenção dos descontos.

CedipiA Clínica Especializada em Doenças Infecciosas e Pa-

rasitárias e em Imunizações, através de convênio com aAMATRA-SP, coloca à disposição dos associados e seusdependentes atendimento e estrutura especializados paraaplicação de todas as vacinas regularmente licenciadasno Brasil.

Com descontos em toda a tabela de preços, basta diri-gir-se à clínica, situada na Alameda Joaquim Eugênio deLima 1338, São Paulo, com documentos que identifiquemo magistrado e dependentes. Mais informações pelo tele-fone (11) 3887-6111 ou no site www.cedipi.com.br

Ford Frei CanecaA AMATRA-SP e a concessionária de veículos Ford

Frei Caneca celebraram parceria para atendimento espe-cial aos magistrados. Além do melhor preço do mercadoem toda a linha Ford, a concessionária Frei Caneca ofere-ce bônus de R$ 900,00 em acessórios na compra de veí-culos novos. Procure a Maria Lúcia Dantas pelo telefone(11) 3017-2888, ramal 2961, ou compareça à Rua FreiCaneca, nº 640, Consolação.

Editora LTrA AMATRA-SP possui um convênio exclusivo com a

Editora LTr para assinaturas e vendas de livros. Nas assi-naturas, está disponibilizado desconto de 30% e para com-pra de livros, o benefício é de 35%. Os pedidos dos pro-dutos devem ser feitos diretamente na secretaria da AMA-TRA-SP. Para maiores informações ligue (11) 3392.4996.

Kabanah SpaKabanah Spa de relaxamento, um refúgio na cidade de

São Paulo, oferece rituais especiais para o cuidado docorpo e da alma com muito carinho e dedicação. Comvárias especialidades de massagens, entre elas o shiatsyu,a ayrvédica, a tui-ná e a relaxante, oferece também drena-gem linfática, tratamento com pedras quentes, 15 tipos debanhos em ofurô.

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NascimentosNasceu dia 24 de abril Luiz Guilherme, filho do juiz

Hélcio Luiz Adorno Júnior e da mamãe Patrícia. Parabéns,Felicidades e muita saúde.

Nasceu, 16 de julho, Erich Luigi Casarin Schramm,filho da Dra. Liane Casarin Schramm e do papai ErichVinicius Schramm. Parabéns aos pais e muita saúde parao bebê!

CONVÊNIOS

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Dia 31 de maio, foram empossadosmais quatro juízes no Gabinete da Pre-sidência como titulares de Varas do Tra-balho do Tribunal Regional do Traba-lho de São Paulo.

São eles: Liane Casarin Schramm (31ª

Mais quatro titulares

VT de São Paulo) e Maurício MiguelAbou Assali (1ª VT de São Paulo), pelocritério de antigüidade; e pelo critériode merecimento, Thais Verrastro de Al-meida (40ª VT de São Paulo) e LúcioPereira de Souza (2ª VT de São Paulo).

PromoçãoA magistrada Adriana Maria Battistelli Varellis foi promovida para a 67ª

Vara da Capital no dia 8 de agosto. Parabéns à juíza por esta nova fase da suavida profissional.

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PosseO juiz Marco Antonio dos Santos, vindo da 1ª Região por permuta com o

magistrado Sidney Xavier, tomou posse dia 1º de agosto aqui na Segunda Região.Felicidades!

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IMPRESSO

ANO XIII - Nº 58 - Julho/Agosto - 2005AMATRA II (Associação dos Magistrados da Justiçado Trabalho da 2ª Região - Grande São Paulo e Baixada Santista).Av. Marquês de São Vicente, 235 - B - 10º and. - Barra Funda01139-001 - São Paulo - SP

C I R C U L A Ç Ã O N A C I O N A L

Órgão Oficial da Associaçãodos Magistrados daJustiça do Trabalho

da 2ª Região

Estava eu à frente das audiências na 2ª Vara de Barueri, pautaentupida, lá pela metade, tudo atrasado. O calor não dava trégua, oaparelho de ar condicionado, no fim de suas forças, e o mundo inteirodentro daquela sala tentando absorver sua pequena cota de frescor. Aminha vontade era de desligar logo a máquina para ver se o povo iatomar uma fresca em outro lugar. Olhei para cada um, alguns advoga-dos bem ao meu lado tentando antecipar um acordo ou um encerra-mento, acabei perdendo a coragem ao pensar que todos têm o direitode um lugar à sombra.

Depois de encerrada uma audiência com cooperativa - estas emque todos perguntam: Tinha gestor? O senhor foi à assembléia? –entraram os da audiência seguinte.

Logo, minha atenção foi tomada pela advogada do reclamante.Acompanhei-a com os olhos. Naquele calor a mulher, melhor di-zendo, uma senhora já, toda enfiada num justíssimo blazer e saia,com a maquiagem bem contornada e carregada – é bom frisar - saltonas alturas, relógios, pulseiras, brincos (talvez uns dez por orelha),anel de ouro, anel de prata, anel com aqueles reloginhos. O pescoçoera disputado por vários acessórios, colar de pérolas, corrente deouro, outra de prata, corrente com todos os santos. Pendurado noblazer estava um broche do lado direito, outro do lado esquerdo.Adornando a saia notei cinto sob os passadores e cinto por cima dospassadores.

Sentou-se e colocou sobre a mesa a pasta de couro de jacaré (ou decobra), a bolsa, o estojo de lápis e o estojo de óculos, não sem antesajeitar, cuidadosamente, os óculos escuros que seguravam todo o ca-belo. De longe, me fez lembrar uma refinada tia minha em dias defesta, muzambinhense esposa de um juiz de direito.

Pensei: meu Deus! Começaram logo a discutir o valor do acordo e

a senhora mostrava-se intransigente com relação aos cinco mil reaisque exigia. Aquela disputa, o calor e aquela sala apinhada de gentelogo levaram minha concentração. Passei a ver todos bem ao fundo,não escutava voz ou ruído algum, me imaginava flutuando sobre umaestrada bem colorida, cercada por florestas, cidadezinhas, duendes.Talvez sonhando em chegar logo em Jundiaí.

Algum advogado aproximou-se e me despertou do transe e, então,inconscientemente disparei:

- TIA, aceita logo este acordo!Foi o mesmo que lançar a granada e deixar o pino entre os dentes.

Neste instante o meu assistente entrava pela sala e da mesma formaque o fez, voltou de ré, de fininho, fugindo da explosão iminente. Osilêncio dominou o lugar, todos congelados. Tudo não levou mais doque dois segundos, mas foram intermináveis.

Fiquei esperando a mulher soltar os cachorros, exigir respeito dorapazinho que presidia as audiências, ao final de contas era advogadaexperiente e, diante de tamanho despautério deve ter pensado quenão era tia de ninguém e tampouco se comportava como uma, aindamais, dentro de uma sala lotada de espectadores. E ao receber seuolhar bem no fundo de minha alma, abaixei a cabeça e disse:

- Desculpe-me – a voz meio que engolida, quase um sussurro -doutora, aceite o acordo.

A advogada da reclamada mais do que depressa se curvou à pro-posta da tia, quer dizer, da doutora. Fizeram o acordo.

Da mesma forma, acompanhei-a com os olhos ao sair, me sentido opior dos sujeitos, mas aliviado, pois a granada não explodiu.

Saint-Clair Lima e SilvaJuiz do Trabalho da 2ª Região e Diretor de Benefícios

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ACONTECEU EM AUDIÊNCIA

GRANADAPor Saint-Clair Lima e Silva