o espaço do brincar na escola: uma experiência vivenciada

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA O ESPAÇO DO BRINCAR NA ESCOLA: UMA EXPERIÊNCIA VIVENCIADA E CONSTRUÍDA Rosa de Luz Ambrósio dos Reis Miranda Sá Monografia de Graduação Licenciatura em Educação Física Porto Velho - Rondônia 2005

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Page 1: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

O ESPAÇO DO BRINCAR NA ESCOLA: UMA EXPERIÊNCIA VIVENCIADA E CONSTRUÍDA

Rosa de Luz Ambrósio dos Reis Miranda Sá

Monografia de Graduação Licenciatura em Educação Física

Porto Velho - Rondônia 2005

Page 2: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada e construída

Autora: Rosa de Luz Ambrósio dos Reis Miranda Sá

Orientador: Prof. MS Célio José Borges

Trabalho de conclusão de curso,

apresentado ao curso de

Educação Física do Núcleo de

Saúde da Unviversidade Federal

de Rondônia, para obtenção do

título de graduado em

Lincenciatura de Educação

Física.

Page 3: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Porto Velho – Rondônia 2005

Autora: Rosa de Luz Ambrósio dos Reis Miranda Sá

Título do Trabalho : O ESPAÇO DO BRINCAR NA ESCOLA: UMA EXPERIÊNCIA

VIVENCIADA E CONSTRUÍDA

Data da Defesa: 20/12/05

Banca Examinadora

Prof. Ms: CÉLIO JOSÉ BORGES - Orientador e presidente Nota: _________________ Assinatura: ______________________________ Prof. Ms: JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA Nota: _________________ Assinatura: _________________________________ Prof. Ms: JOÃO BERNARDINO DE OLIVEIRA NETO Nota: __________________ Assinatura: _______________________________ Nota_____________ (_________)

Page 4: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

DEDICO

Aos meus pais, que me deram

a vida e tudo de bom que

tenho até hoje.

Aos coordenadores do Projeto

Ensinar a Ensinar:Célio José

Borges,Gilvanda Dias Brito e

Luiz Ibanor Souza Nunes, que

acreditaram no meu trabalho e

na nossa equipe de Educação

Física dentro Projeto Ensinar a

Ensinar e fora deste e também

pelo compromisso que os

mesmos têm com a educação

neste município.

Page 5: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

AGRADEÇO

A Deus que está sempre comigo em todos os momentos de minha vida;

A meu pai Raimundo dos Reis e minha mãe Maria Madalena que contribuíram na

minha formação como pessoa;

A meu marido Renato Henrique e meu filho Eduardo Henrique que me apoiaram

durante esta caminhada da graduação;

A minha irmã Maria José, que é uma pessoa maravilhosa e foi meu espelho para

inserção nesta área;

Aos meus professores que durante os quatros anos de estudo contribuíram para

minha formação, em especial professor Célio Borges que me convidou para

participar deste Projeto e também me orientou nesta pesquisa e ao professor João

Guilherme Rodrigues Mendonça que foi meu capacitador dentro do Projeto

Ensinar a Ensinar, e que durante nossa caminhada neste trabalho me trouxe

inúmeras informações sobre nossa área

A todos os meus colegas de sala que juntos caminhamos até o final desta jornada,

em especial Hely Cristian Leão Lima, Josinéia Araújpo Rodrigues e Yong Bruno

Garcias Menezes que juntos formamos uma equipe coesa dentro do Projeto

Ensinar a Ensinar, demonstrando que os alunos de Educação Física também são

capazes de realizar obras maravilhosas.

Page 6: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

SUMÁRIO

RESUMO VII

RESUMEM VIII

LISTA DE ILUSTRAÇÕES IX

LISTA DE SIGLAS, ABREVEVIATURAS OU SÍMBOLOS X

1. CONTEXTUALIZANDO O OBJETO DE ESTUDO 1

2 . REVISÃO DE LITERATURA 3

2.1 CAPÍTULO I - Situando o Projeto Ensinar a Ensinar 3

2.2 CAPÍTULO II – Educação Física no Contexto do Projeto 22

2.3 CAPÍTULO III – Aspectos Gerais do Brincar, do jogo e do Lúdico na

Escola

26

2.4 CAPÍTULO IV – A pesquisa 29

3. METODOLOGIA 29

3.1 MATERIAL E MÉTODOS 31

3.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES 66

VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS 69

REFERÊNCIAS

Anexo I – Autorização (Reprodução do Trabalho) 72

GLOSSÁRIO 73

Page 7: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

O ESPAÇO DO LÚDICO NA ESCOLA: UMA EXPERIÊNCIA VIVENCIADA E

CONSTRUÍDA

Rosa de Luz Ambrosio dos Reis Miranda Sá

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo verificar o Espaço do Lúdico e do Brincar

em escolas municipais ribeirinha, periférica urbana e rural de Porto Velho a partir do

trabalho desenvolvido pela área de Educação Física e pela Linha de Formação

Continuada, do Projeto Ensinar a Ensinar - PEE no período 2003 e 2004. Este é um

documentário com abordagem qualitativa. O PPE fez parte de um Programa de Educação

na Amazônia que se estendia a três capitais da região norte Belém-Pará, Manaus-AM e

Porto Velho-RO. Em Porto Velho ele era apresentado em linhas de ação. Linha I

Formação Inicial, Linha II Formação continuada de professores e Linha III Integração

escola comunidade. A pesquisa desenvolvida abordou a Linha II que é Formação

Continuada de professores. As populações atendidas foram alunos e professores das

escolas municipais de ensino fundamental Rio Guaporé, Rio Madeira, Vista Alegre, Estela

Compasso e Nacional. Todo trabalho teve um embasamento teórico muito consistente,

pois foram aplicadas inúmeras intervenções e capacitações pedagógicas. A metodologia

deste Projeto seguia uma linha sócio-interacionista e reflexiva, trabalhando atividades

lúdicas que foi à base da Educação Física, dentro de um processo ensino aprendizagem.

Os resultados deste trabalho foram significativos, mostrado através do crescimento

pedagógico e intelectual dos professores, avanço na leitura e escrita dos alunos e o

desempenho dos acadêmicos bolsistas.

Palavras chave: Educação Física, alunos, professores e bolsista

Page 8: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

EL ESPACIO LÚDICO EN LA ESCUELA: UNA EXPERIENCIA VIVIDA Y CONSTRUÍDA.

Rosa de Luz Ambrosio dos Reis Miranda Sá.

RESUMEN

El presente estudio tuvo como objetivo verificar el Espacio Lúdico y del

entretenimiento en escuelas de enseñanza estatal apartadas del centro de la

ciudad (área ribereña), de la ciudad de Porto Velho. Desde el trabajo desarrollado

por la línea de Formación Contínua y por el área de Educación Física, del

Proyecto Enseñar a Enseñar – PEE en el lapso de 2003 a 2004. Ésta es una

investigación-acción con abordaje cualitativa. Este proyecto hizo parte de un

Programa de Educación en la Amazonia que se extendía a tres capitales de la

región norte: Belém-PA, Manaus-AM y Porto Velho-RO. En Porto Velho el

proyecto era presentado en lineas de acción. Línea I: Formación Inicial, línea II:

Formación Contínua, línea III: Integración Escuela Comunidad. La investigación

desarrollada abordó a la línea II que es la Formación Contínua de profesores. Las

poblaciones atendidas fueron los alumnos y profesores de las escuelas

municipales de la enseñanza básica: Río Guaporé, Río Madeira, Vista Alegre,

Estela Compasso y Nacional que eran atendidas por el proyecto Enseñar a

Enseñar. El trabajo fue realizado a través de intervenciones pedagógicas, oficinas,

seminarios, mini oficinas, acompañamiento y evaluación que buscó a través de

éstas , capacitar a los profesores de la enseñanza básica del 1º y 2º ciclo. Estas

capacitaciones eran hechas por los coordinadores, capacitadores (profesores con

maestría de la Universidad Estatal de Rondônia) y becas de Educación Física de

la Universidad Estatal de Rondônia. La metodología de este Proyecto se basaba

en una línea socio interacionista y reflexiva, trabajándose activadades lúdicas

dentro de un proceso enseñanza aprendizaje.

Los resultados de este trabajo fueron significativos, mostrados a través del crecimiento

pdagógico y intelectual de lso profesores, avance en la lectura y escrita de los alumnos y

el desempeño de los académicos con becas.

Palabras claves: Educación Física, alumnos, profesores y becas.

Page 9: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PEE – Projeto Ensinar a Ensinar /

SIVAN – Sistema de Vigilância na Amazônia

LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação

MEC – Ministério da Educação e Cultura

SEDUC – Secretaria de Estado da Educação

SESI – Serviço Social da Indústria

SEMED – Secretaria Municipal de Educação

PROHACAP – Programa de Formação Continuada de Professores

CONFEFE – Conselho Federal de Educação Física

Page 10: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

CONTEXTUALIZANDO O OBJETO DE ESTUDO

O presente estudo teve como objetivo verificar o espaço do lúdico e do brincar em

escolas públicas municipais ribeirinhas, rural e periférica urbana de Porto Velho, a partir

do trabalho desenvolvido pela área de Educação Física no Projeto Ensinar a Ensinar no

período 2003 e 2004. Foi analisado o plano de trabalho proposto e executado pela equipe

de Educação Física nas escolas atendidas pelo projeto em 2003 e 2004.

Foi realizado um estudo comparativo sobre os trabalhos desenvolvidos pelos

bolsistas, sendo avaliados os resultados obtidos de forma comparativa a partir deste

trabalho, e ainda foram identificados às evidências e indicadores da contribuição desse

trabalho para os bolsistas, professores e alunos.

Neste estudo buscou-se averiguar dimensões do brincar, que foi o ponto relevante

apresentado pela Educação Física enfatizando ainda a interdisciplinaridade que foi um

dos métodos pedagógicos utilizado pelo Projeto Ensinar a Ensinar.

O Projeto Ensinar a Ensinar em parceria com outras instituições como Universidade

Federal de Rondônia, Secretaria municipal de Educação e ONG Centro de Pesquisa de

Populações Tradicionais - Cuniã, observando a necessidade que as escolas municipais

tinham no processo ensino aprendizagem, buscou realizar ações, capacitações e

intervenções pedagógicas dentro destas escolas.

As atividades lúdicas e o brincar são presentes dentro das escolas, porém ainda é

pequena a importância dada a eles. Estas atividades podem ser realizadas de várias

maneiras: com intuito de aprendizado trabalhando a interdisciplinaridade, como recreação

nos intervalos de aula ou ainda nas aulas de Educação Física com intuito de observar o

desenvolvimento psicomotor e cognitivo, e ainda como brincar por brincar que é uma

forma muito prazerosa desta atividade.

A pesquisa teve como base para seu referencial teórico, os textos produzidos pela

coordenação do PEE Borges e Brito (2003), no que se diz respeito a ele; ainda

Huizinga(1980), Malluf (2003), Winnicott (1965), Brougére (1993), Kishimoto, Borges

(2003) e Mendonça (2003) nos aspectos gerais do brincar.

“Brincar é muito importante: enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da

criança também ensina, sem que ela perceba, os hábitos necessários a esse

crescimento Bettelheim et al (1988).

No Projeto Ensinar a Ensinar, a Educação Física realizou diversas

atividades interdisciplinares, criando uma infinidade de jogos de matemática, português,

Page 11: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

história, ciências, geografia, e ainda atividades recreativas para se trabalhar a leitura. Os

Resultados foram bastante significativos, concluindo o trabalho com uma publicação de

um livro das atividades criadas.

Todo este estudo vem mostrar a importância do brincar dentro das

escolas, não deixando de manter a construção do aprendizado.

Toda a pesquisa foi divida em tópicos. Começa situando o PEE desde sua

característica metodologia e suas ações; segue-se com tópico sobre a formação

continuada na escola e as relações interdisciplinares; depois se adentra nos aspectos

geral do brincar e finaliza com descrição da pesquisa sua metodologia e os resultados.

CAPÍTULO l

- Situando do Projeto Ensinar a Ensinar Neste capítulo será abordado o histórico do PEE, mostrando como era divido e

organizado, bem como as diversas maneiras de capacitação, suas ações e atividades. Os

dados obtidos foram retirados do material pedagógico do PEE - Projeto Ensinar a Ensinar.

Criado em 1999, o

Projeto Ensinar a Ensinar

fez parte do programa de

Educação na Amazônia, que

Page 12: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

buscou através de suas

atividades, melhorar a

qualidade do ensino nas

escolas municipais

ribeirinhas, rural e periférica

urbana de Porto Velho. Para

que este trabalho pudesse

acontecer, houve uma

cooperação institucional das

seguintes entidades:

Universidade Federal de

Rondônia, Secretaria

Municipal de Educação,

Centro de Pesquisas

Populações Tradicionais

Cuniã, Núcleo de

Desenvolvimento do

Programa de Educação na

Amazônia, e o

financiamento da

multinacional Raytheon

Company, responsável pela

instalação dos

equipamentos do SIVAN na

região norte.

A estrutura do Projeto era composta de três linhas de ação: I - Formação Inicial, II -

Formação Continuada e III - Integração da Escola e Comunidade.

Segundo Brito, 2004:

Page 13: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

I - Formação Inicial – é uma linha voltada àqueles professores sem graduação

necessária ao ensino (“leigos”), proporcionando-lhes a formação básica inicial e

conduzindo-lhe ao ensino superior.

II - Formação Continuada – destinada a formação continuada de professores,

diretores, pedagogos de escolas rurais e ribeirinhas urbana periférica e bolsista da

UNIR das seguintes áreas do conhecimento: matemática, português, história e

geografia, educação física e gestão escolar.

III - Integração da Escola e Comunidade – visando a integração entre a escola e

a comunidade, desenvolvendo atividades nas escolas de comunidades rurais e

ribeirinhas com Educação de Jovens e Adultos e Educação Ambiental.

Para efeito da pesquisa será dada ênfase à linha II formação continuada, por

ser a linha onde foi feito o estudo.

Formação Continuada: era uma das linhas de ação do Projeto, onde tinha uma

equipe composta de dois coordenadores, quatro capacitadores e quinze bolsistas

dividido em quatro áreas: Letras Português, Matemática, Educação Física e

Estudo e Conhecimento do Meio (Geografia, História e Pedagogia). Todo trabalho

desta linha de ação era voltado para os professores e alunos, a fim de enriquecer

o currículo escolar. O trabalho foi desenvolvido a partir de uma perspectiva de

ensino sócio interacionista e interdisciplinar, com aprofundamento de conteúdos e

domínio da metodologia nas áreas do conhecimento de Português, Matemática,

Educação Física e Estudo e Conhecimento do Meio com as disciplinas (Geografia

e História).

Dentro desta linha de ação eram realizadas atividades básicas que sustentavam a

capacitação dos profissionais da educação tais como: oficinas pedagógicas, seminários,

intervenção pedagógica, mini-oficinas, capacitação interna, acompanhamento e avaliação.

Segundo Borges (2004), a respeito da educação e formação continuada,

considera que:

A Formação Continuada do projeto Ensinar a Ensinar não se caracterizou em um

método de ensino preestabelecido ou preconizado e sim se constituiu em um

processo de construção de uma metodologia de trabalho adequada a realidade

Page 14: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

das escolas inseridas e atendidas pelo projeto, ou seja, se caracteriza como

proposta de capacitação docente em serviço, não como algo pronto e acabado e

pensado por agentes externos do processo educativo, mas como processo em

construção que se concretiza através do pensar e fazer pedagógicos.

Buscou-se, nessa perspectiva, discutir não só a formação do professor como um

acúmulo de conteúdos, como fragmentos da educação, como normalmente se

discute: educação disso, daquilo, para isso e muitos outros tipos de educação

compartimentada, mas sim, a educação e a escola, como um todo interligado e

integrado, como algo importante, como política. Que educação se faz? Que

concepções norteiam a proposta político pedagógica de cada escola?

Estamos diante de uma imensidão de opções tecnológicas, sendo colocadas à

disposição das escolas, mas sem um devido preparo de quem irá utilizá-las. Não

se pode negar suas vantagens e contribuições, mas da mesma forma não se pode

ignorar as técnicas e metodologias que utilizam-se de recursos concretos e

naturais para viabilizar a aprendizagem.

Constata-se que na educação para crianças o processo de orientação de estudos

é muito superficial. Ainda se utiliza o livro e os programas como a fonte da

verdade, num sistema tradicional de reprodução do conhecimento e não da

construção.

As novas exigências de ensino demonstram que deve-se levar o aluno a aprender

não com o texto, mas com o contexto.

Deve-se buscar e explorar novas experiências, onde o professor deve-se tornar

diferente e dar aulas diferentes, valorizando as experiências significativas. Isso

certamente que não acontece por acaso ou de forma mecânica, pois mudanças

implicam em tomada de consciência e de posições.

Há também expectativas dos professores e das escolas, de soluções mágicas e

imediatas, para aquilo que o sistema não dá conta e que os agentes financiadores

cobram, ou seja, resultado a curto prazo, porém, não se concebe mais a idéia de

Português e Matemática como prioridade e o restante se dá por conseqüência.

As novas metodologias e concepções pedagógicas exigem muito mais do que

isso.Assim, o grande desafio foi portanto, aprender a fazer educação, ensinando e

Page 15: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

aprendendo a ensinar, de forma integrada com o aluno, levando em consideração

o afetivo e o social tanto do aluno, quanto do professor, pois tanto o professor em

processo de formação, quanto o aluno têm suas características individuais, não

podem ser considerados e tratados iguais com linearidade, exigindo que

aprendam o mesmo tanto no mesmo momento.

Da mesma forma, os alunos e professores das escolas rurais e ribeirinhas não podem ser

vistos como vítimas ou parasitas de um sistema e sim, como sujeitos de um processo,

como pessoas com capacidades instaladas, potenciais e com experiências significativas

socialmente adquiridas. Possuem grande capacidade para contribuírem com suas

experiências de vida.

A formação continuada de professores possibilitou não só capacitá-los e elevar

sua formação, mas também conhecer a escola e as comunidades por dentro.

Ao mesmo tempo em que se forma o professor possibilita a ele discutir a

escola, ou seja, formar o professor discutindo a escola. Esta é uma discussão

da qual o mesmo se encontra ausente.

Conhecer a escola, a comunidade e suas realidades possibilitou também

perceber a falta de discussão interna quanto ao político, ao social e ao

pedagógico, quanto a epistemologia dos conteúdos.

Foi possível perceber grande preocupação com o administrativo para manter o

funcionamento da escola de forma regular, porém os professores e sua ação

pedagógica demonstra ser e acontecer de forma bastante isolada. Dele com ele

mesmo.

Há atualmente, demonstrações em estudos e literaturas atuais de que a formação

continuada será o grande desafio do futuro, seja ela presencial ou não, pois a mesma

permite ao professor ir superando suas dificuldades e resistências. As novas tecnologias

que vêm sendo propostas para as escolas como varinha mágica não resolverá a situação

das escolas, pois às vezes, representa algo programado de quem não vivencia a escola e

Page 16: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

a educação. É mais um desses modismos determinados pela mercantilização da e para a

educação sem verdadeiramente discutir a relação das mesmas com a proposta político

pedagógica das escolas.

No caso do Ensinar a Ensinar, poderíamos afirmar que os professores envolvidos no

programa de formação PROHACAP, e que estão sendo capacitados após concluírem

seus cursos terão posturas diferentes, pois irão entender melhor suas práticas e as

concepções pedagógicas, pois no próprio processo de formação já estarão realizando

produções de textos e pesquisas monográficas, isso poderá ajudá-los a compreender a

relação entre ensino e pesquisa, no contexto das relações entre formação inicial e

continuada, conseqüentemente ajudará na tomada de consciência do professor.

A ESCOLA COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO CONTINUADA

Escola local onde os

alunos buscam o

aprendizado nas diversas

áreas do conhecimento e

também onde aprende a

viver em sociedade, em

saber qual o seu papel de

cidadão perante a mesma.

Dentro da escola de

ensino fundamental 1ª a 4ª

série, existem dois

momentos em que a criança

brinca: a hora do recreio e a

Educação Física. Fora estes

espaços o brincar passa

despercebido pelos

professores, pois até hoje,

século XXI ainda

encontramos profissionais

Page 17: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

da educação que vêem o

brincar de forma pejorativa.

Acreditam de uma certa

maneira que o brincar toma

tempo dos educandos que

seria aproveitado nas outras

áreas do conhecimento. O

PEE – Projeto Ensinar a

Ensinar através da equipe

de Educação Física buscou

inserir e incentivar a prática

do Brincar dentro e fora da

sala de aula, reaalizando as

intervençãoes pedagógicas

com jogos e atividades

lúdicas envolvendo bolsista,

professor e os alunos.

Mrech diz:

Um professor que não sabe e/ou não gosta de brincar dificilmente

desenvolverá a capacidade lúdica dos seus alunos; Ele parte do princípio de

que o brincar é bobagem, perde de tempo. Assim, antes de lidar com a

ludicidade do aluno, é preciso que o professor desenvolva a sua própria. A

capacidade lúdica do professor é um processo que precisa ser pacientemente

trabalhado.

A Educação Física

sendo área do

conhecimento que trabalha

com movimentos do corpo

realizou durante sua

atuação no PEE, diversas

atividades lúdicas e

recreativas incluindo

Page 18: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

atividades interdisciplinares,

onde interagia com as

demais áreas do

conhecimento como

matemática, português e

história. Eram atividades

dinâmicas e recreativas que

levava o aprendizado de

uma determinada disciplina

com satisfação e prazer,

pois não se davam conta

que estavam estudando.

A interdisciplinaridade,

já é bastante popular no

âmbito escolar, porém sua

utilização ainda está um

pouco tímida. No ano de

2003, em capacitações

realizadas pelo PEE em

parceria com a SEMED,

Secretaria Municipal de

Educação, realizaram-se

muitos estudos sobre este

assunto, mostrando como

pode ser implantado e

trabalhado dentro da escola.

O Projeto Ensinar a Ensinar

também realizou muitas

capacitações internas sobre

interdisciplinaridade, uma

delas foi estudado o Projeto

Page 19: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Pedagógico, que consiste

em pequenos projetos

dentro da escola, onde

todas as áreas do

conhecimento participam, ou

seja, todas as disciplina do

currículo escolar.

Segundo Borges e Brito, (2003),

Atividades básicas que sustentaram a ação de formação continuada foram:

1 - Oficinas Pedagógicas

As oficinas pedagógicas foram momentos para capacitação de professor e de

socialização de conhecimentos em conteúdos específicos, decorrentes da realidade

escolar e das comunidades, identificados como forma de crescimento na superação das

dificuldades dos professores em sala de aula e de integração entre eles, possibilitando

aos mesmos o aprofundamento de conteúdos específicos bem como buscar o domínio

das metodologias trabalhadas.

A formação continuada visou o aprimoramento intelectual não só dos professores

da rede municipal de ensino, participantes do projeto, mas também da equipe,

composta por acadêmicos/professores em formação: alunos e professores

universitários dos cursos de Educação Física, Letras, Matemática, Pedagogia,

História e Geografia e técnicos da SEMED (Secretaria Municipal de Educação),

com o intuito de dar suporte a esses segmentos.

Tais oficinas foram sendo reformuladas e adequadas em seus formatos de

acordo com os resultados obtidos e as necessidades apresentadas em

processo, daí as adequações na metodologia e no atendimento por parte da

equipe.

Page 20: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

As Oficinas Pedagógicas aconteceram de forma integrada e simultânea em todas as áreas

de abrangência do Projeto, contemplando todos os professores e técnicos das escolas

beneficiadas pelo Projeto Ensinar a Ensinar, distribuídos em blocos de participantes.

Para a sua realização as mesmas eram organizadas passando por um processo

metodológico e didático pensado pela equipe, passando por alguns procedimentos

básicos, tais como: escolha de tema; Planejamento conjunto entre coordenadores,

capacitadores e bolsistas; Simulação (execução prévia da oficina); Execução: Ação direta

dos capacitadores e bolsistas na realização dos trabalhos de capacitação de professores;

Confecção de recursos didático-pedagógicos a serem utilizados na sala de aula, por

professores e bolsistas no processo de ensino e aprendizagem; Discussão e reflexão sobre

a aplicabilidade das metodologias e recursos produzidos nas oficinas e seus

desdobramentos e ainda a Avaliação: realizada de duas formas:

Escrita: Instrumento pré-estruturado e Verbal: Declarações dos professores no

grande grupo sobre a atividade, como forma de socialização das experiências

significativas.

Progressivamente a proposta foi de intensificar a atuação direta do projeto na

escola e nas comunidades, através de intervenções de bolsistas e capacitadores

de forma mais sistematizada e freqüente.

Essa proposta representou um avanço quanto à metodologia que vem sendo construída no desenrolar do projeto

“Ensinar a Ensinar”. Em uma perspectiva de ensino interdisciplinar as referidas áreas desenvolverão nas oficinas

pedagógicas temáticas, dinâmicas, atividades teóricas e práticas de forma integrada.

Page 21: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

F1 – Oficina Pedagógica da Equipe de Educação Física

F2 – Oficina Pedagógica de Educação Física na cidade de Novo Horizonte

Page 22: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

F3 – Oficina Pedagógica com toda equipe de Formação Continuada

Segundo Brito, (2003)

2 - OFICINAS DE GESTAO ESCOLAR

Foram atividades integradas que tivera como foco:

- O que é projeto político-pedagógico e as bases para sua construção;

- Os papeis social e político da escola;

- Os papeis dos diferentes atores que compõem o universo da escola;

- O indivíduo e o sujeito no processo de construção de um projeto político-

pedagógico.

- Currículo;

- Gestão participativa;

- Trabalho coletivo na escola;

Paralelo a essa atividade de formação de gestores e em função da diminuição

do número de oficinas foi sendo intensificado o acompanhamento pedagógico

nas escolas, por parte dos coordenadores, para sensibilização da comunidade

Page 23: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

escolar, por meio de observações e reuniões com o corpo técnico, docente e

administrativo. Nessa oportunidade utilizou-se o registro de campo como

instrumento para acompanhamento e avaliação interna da atividade.

Quanto às reuniões temáticas, as mesmas foram modificadas internamente, em

relação a sua metodologia, sendo incorporadas nas oficinas de gestão, pois as

mesmas eram realizadas com a participação dos gestores das escolas, para

discussão de temas relacionados a gestão e ação pedagógica das escolas.

Para tanto, os supervisores e diretores das escolas estão sendo inseridos nesse

trabalho integrado da linha de formação continuada. Os mesmos passam a serem

entendidos como elementos chave na divulgação, inserção e consolidação das

novas metodologias que vêm sendo desenvolvidas através do projeto “Ensinar a

ensinar”.Tais aspectos vislumbram também a construção e consolidação dos

projetos político-pedagógicos das escolas.

E nas oficinas de Gestão foram trabalhadas as seguintes temáticas:

Projeto de escola; Planejamento; Gestão de ensino e aprendizagem, e Avaliação.

Para o desenvolvimento de cada um dos temas geradores, foram posteriormente selecionados conteúdos específicos,

dinâmicas e textos, explorados pelas diferentes áreas, tendo como temas norteadores para as Oficinas

Interdisciplinares: 1ª Oficina: A questão do gênero no espaço escolar; 2ª Oficina: Resolução de problemas em sala de

aula; 3ª Oficina: O lúdico e a construção do espaço.

3 - MINI-OFICINAS

O processo de formação continuada de professor desenvolveu-se através de

atividades pedagógicas interligadas entre si: oficina pedagógica, intervenção

pedagógica e as mini-ofícinas pedagógicas.

As atividades designadas de mini-oficinas se caracterizaram pelo

atendimento pontual das necessidades do grupo de professores de cada escola,

onde ocorriam as intervenções pedagógicas, prevalecendo o intercâmbio de

experiências significativas entre o grupo e a construção de novas aprendizagens.

Nas mini-oficinas que ocorriam direto na escola, os professores sentiam-se

mais à vontade e confiantes para expor as suas dificuldades conceituais e de

Page 24: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

domínio de conteúdo escolar. Assim, essa atividade pedagógica teve por

finalidade o atendimento específico ao professor no seu local de trabalho.

O momento da mini-oficina era vivenciado em conjunto pelo grupo de professores da

escola, pela participação dos bolsistas e a coordenação ficava a cargo do capacitador ou

capacitadora das áreas de atuação do projeto, com apoio da equipe de bolsista já

integrados na escola.

Os bolsistas também foram beneficiados, por essas atividades, pois a partir

do momento em que visualizam uma situação problema da sala de aula, junto ao

professor, conseguem num trabalho integrado com o capacitador pensar em

propostas para solucioná-la, eles efetuam a tão sonhada relação entre a teoria e a

prática educativa.

O professor em formação fez acontecer na sala de aula, com seus alunos, a

culminância desse processo, ou seja, no ofício de mestre, desenvolveu a

capacidade de construir novos conhecimentos.

4 – Aspectos Metodológicos das Mini-oficinas

Segundo Borges, Brito e Mendonça (2003), refere-se aos aspectos metodológicos das

mini-oficinas, da seguinte forma:

As mini-oficinas ocorreram sempre nas escolas e os temas das mesmas seguiram

duas direções: a primeira, a partir da necessidade e reivindicação da escola; e a

segunda direção é estabelecida conforme a programação do Plano de Ação, para

todas as áreas de atuação do projeto.

O projeto Ensinar a

Ensinar contemplou também

dentro de suas ações de

formação de professores a

incorporação na dinâmica

escolar da dimensão lúdica

como rotina de um fazer

pedagógico enfatizado pela

área de Educação Física

Page 25: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

onde o prazer do brincar por

brincar foi valorizado e

incentivado pelos

professores e equipe técnica

da escola, acreditando que

o brincar, como

manifestação do prazer,

oportuniza o equilíbrio

biopsicossocial daquele que

o vivencia, resultando,

portanto, em qualidade de

vida e saúde.

No processo de

capacitação procurou-se

resgatar a dimensão lúdica

em brincadeiras nas aulas

de recreação e jogos das

escolas vinculadas ao

projeto, buscando a

consolidação do brincar

dentro da escola, e para

tanto foi contemplada a

realização e vivência prática

de jogos e brincadeiras

interativas em oficinas, mini-

oficinas, intervenções e

outras modalidades de

construções estabelecidas

no modo sócio-interacionista

de relacionar, nas quatro

áreas de atuação. Foi

Page 26: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

identificado o propósito da

consolidação do lúdico na

ação didática do professor

como uma das ações mais

importantes dirigidas ao

pleno desenvolvimento da

criança.

Essas práticas pedagógicas encontram-se sustentadas em bases teóricas sócio-

interacionista e na prática reflexiva, permitindo-se também identificar as práticas dessas

ações numa perspectiva teórica Interativa-reflexiva, o que naturalmente sustenta ainda as

ações de intervenções pedagógicas, descritas a seguir.

5 – E sobre Intervenções pedagógicas afirma que:

E, ainda de acordo com Borges, Brito e Mendonça (2003):

A intervenção pedagógica se caracterizava pela atuação direta dos bolsistas, com o

acompanhamento do capacitador visando identificar as dificuldades de ensinar do

professor e de aprender do aluno, em relação aos conteúdos já diagnosticados, com a

proposta curricular das escolas e as manifestações dos professores.

Essas atividades tinham como objetivo intervir no processo ensino/aprendizagem

através da interação entre capacitadores, bolsistas, professores e alunos buscando a

integração teórica e prática dos conteúdos escolares.

Esta relação se fortalecia a partir das oficinas e do planejamento conjunto com os

professores nas escolas, de forma integrada com os alunos, propiciando a integração

entre os aspectos teóricos e práticos trabalhados nas atividades propostas pelo Projeto

nas Oficinas, buscando contribuir de forma direta e significativa com a melhoria do

processo ensino-aprendizagem.

O plano de trabalho dos bolsistas dava-se através de orientação dos capacitadores,

levando-se em consideração: o planejamento com o professor tendo como base seu

plano de trabalho; os Parâmetros Curriculares Nacionais; a interdisciplinaridade como

alternativa para a conquista da totalidade do fazer pedagógico; a utilização do lúdico em

sala de aula como forma de se valorizar as habilidades dos alunos quanto ao ouvir, falar,

ler e escrever, numa perspectiva de ação dialógica entre professor e aluno; o processo de

Page 27: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

alfabetização e o respeito aos ritmos diferentes de aquisição das habilidades de leitura e

escrita; a formação de professores e alunos como leitores e produtores de texto; a prática

reflexiva; a valorização da auto-estima de professores, alunos e equipe do projeto.

Em resumo esse processo se dava da seguinte forma:

Planejamento conjunto professor/bolsista na escola, visando compatibilizar as dificuldades

dos professores em relação aos conteúdos já diagnosticados, com a proposta curricular

das escolas; Reuniões semanais para planejamento conjunto entre coordenação

pedagógica, capacitadores e bolsistas, que consistia no momento de definição e

discussão dos conteúdos e estratégias a serem trabalhadas nas escolas; Atuação direta

do bolsista em sala de aula 02 vezes por semana, numa ação conjunta com o professor e

os alunos, na efetivação prática dos conteúdos propostos nas oficinas.

As intervenções pedagógicas foram avaliadas a partir de quatro procedimentos:

a) Registros de campo elaborados pelos bosistas;

b) Socialização dos resultados desses registros;

c) Por meio de declarações do professores;

d) Diretores e supervisores, quando do acompanhamento técnico pedagógico

realizado nas escolas.

Para o alcance dos objetivos das intervenções, o estabelecimento de relações entre teoria

e prática pedagógica foi indispensável além do planejamento integrado entre bolsista,

capacitador e a escola, o envolvimento direto da liderança da escola neste processo.

Esta atividade oportunizou a professores e bolsistas, um intercâmbio de

conhecimentos sobre os saberes necessários à prática docente, além de ter

contribuindo significativamente para a construção de situações concretas de

ensino e aprendizagem, que permitam uma maior integração e participação dos

professores e alunos no processo, de modo que os mesmos compreendam cada

vez mais a intencionalidade desse trabalho e perceba nele a necessidade e

possibilidade de construção e aperfeiçoamento de práticas pedagógicas, que

viabilizem a melhoria da aprendizagem de seus alunos. Os registros sobre esta

atividade na escola, ainda nos remetem, a algumas preocupações inerentes ao

processo de execução das ações desenvolvidas e que, portanto, precisam ser

consideradas, por ambas as equipes. Dentro dos quatros procedimentos foram

desmembrados outros sete, como fatores essências:

Page 28: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

1.Planejamento prévio das atividades como instrumento norteador, orientador,

sistematizador e facilitador da prática escolar e do Projeto.

Nesse sentido, e visando desenvolver um trabalho de qualidade e obter bons

resultados tornou-se importante que tanto no projeto quanto na escola o

Planejamento fosse compreendido como instrumento norteador da nossa prática

diária, e que para tanto nos oriente sobre o que fazer? Para quem e com quem?

Como fazer? Onde e quando? Baseado em que referencial? Que resultados se

pretende alcançar? Quais os recursos necessários.

2.Acompanhamento efetivo e sistemático das atividades desenvolvidas nas

intervenções como oportunidade de se discutir a escola, sua função, finalidade, o

trabalho que desenvolve, seus objetivos e metas, e a atuação de cada ator envolvido

nesse processo, a eficácia e os resultados produzidos, bem como o grau de satisfação

dos parceiros e beneficiários.

Assim, sentia-se a necessidade de discutir a escola, sua função social, sua finalidade, o

trabalho que desenvolve seus objetivos, as principais metas, os diferentes atores e suas

atuações, principais processos que desenvolvem, os resultados que produz, o grau de

satisfação dos parceiros e beneficiários.

3.Estabelecimento de um vínculo de confiança entre os diferentes atores envolvidos

no processo de formação continuada, no Projeto e na escola, que tem exigido além de

habilidades, algumas atitudes comportamentais que favoreçam uma relação harmoniosa e

recíproca entre quem ensina, aprende, constrói, soma e troca experiências.

4.Compreensão do desenvolvimento profissional como necessidade permanente:

Neste aspecto procuramos entendê-lo como condição fundamental para quem está

diretamente envolvido com as atividades de formação na perspectiva de construção de

conhecimentos, principalmente de quem ensina, o que significa buscar continuamente

conhecimentos sobre os saberes e competências necessários para uma prática

pedagógica que incida na construção de aprendizagens significativas.

5.Estabelecimento de uma prática educativa compartilhada coletiva: neste aspecto, o

enfoque é para a realização de uma ação educativa que possibilite e valorize a

construção de um trabalho conjunto, mais consistente e participativo, além da

socialização das experiências vivenciadas na escola com vista ao fortalecimento do grupo

e ampliação do espaço de reflexão e discussão sobre o trabalho desenvolvido e as

intervenções necessárias para melhorá-lo de forma compartilhada.

Page 29: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

6.Organização de situações de ensino que favoreciam a aprendizagem efetiva dos

alunos: Esse significou o ponto mais desafiador desse processo de formação para ambas

as equipes (Projeto e Escola), a ênfase no pensar, ser e fazer pedagógico na escola, no

sentido de chamar a atenção e sensibilizar o professor para que entenda que o ato de

ensinar vai além da transmissão de conteúdos e administração de técnicas e métodos de

ensino, exige dele muitas vezes conhecimentos, competências, habilidades e

principalmente atitudes que lhe possibilite o desenvolvimento de uma prática centrada nas

reais necessidades de seus alunos e conseqüentemente na concretização de um trabalho

eficiente e eficaz.

Nesse sentido busca-se nas atividades de formação do professor enfatizar qual o papel

do professor na escola, quais os processos didáticos que orientam a sua prática diária,

que saberes e competências são necessárias para efetivação de um trabalho que tem

como foco a aprendizagem do aluno e a construção de uma escola melhor.

7. A integração da escola com a família e a comunidade: este ponto, aliado a

formação continuada, foi considerado pela equipe do Projeto como fundamental, a ser

inserido na proposta da escola, pois além de permitir uma participação mais efetiva dos

pais nos processos decisórios da escola possibilita também a sua integração com os

professores e conseqüentemente sua interação nesse processo de desenvolvimento da

vida escolar de seus filhos.

8 - Inter-relação entre oficinas e intervenções pedagógicas

As ações das oficinas e intervenções, ainda que postas de formas distintas, se

constituíram e ganharam sentido na caracterização de inter-relação entre elas,

com base na teoria e no fazer pedagógico, pois há uma complementaridade nas

ações específicas das mesmas.

Na oficina o enfoque está direcionado na atuação dos capacitadores com a

participação dos bolsistas, os quais ao mesmo tempo em que auxiliam os

capacitadores, estão sendo capacitados em processo de formação. Por sua vez, a

intervenção tem o enfoque na ação do bolsista, integrado com os professores da

rede municipal de ensino, sob a orientação e o acompanhamento dos

capacitadores. Assim sendo, as ações podem ser entendidas como específicas,

porém requer a necessidade de serem executadas de formas interligadas, pois, a

metodologia de uma exerce influência significativa sobre a outra e se

retroalimentam em termos de temáticas e conteúdos.

Page 30: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

9 - Seminários

Os seminários eram considerados como atividades integradoras das ações e das

linhas de trabalho do projeto; de fortalecimento das relações entre oficinas e

intervenções, bem como entre as equipes do projeto e as equipes das escolas,

onde acontecem as intervenções pedagógicas, e os técnicos da secretaria

municipal de educação; da relação entre escola e comunidade. Tinha como ponto

de partida a compatibilização das ações promovidas pelo projeto com as

necessidades e disponibilidades dos segmentos atendidos pelo mesmo, de forma

conjunta e integrada.

Tal procedimento caracterizava-se como mecanismo de sustentação para

viabilização das atividades previstas pelo projeto, na perspectiva de assegurar o

bom andamento e resultados significativos a partir das ações propostas.

10 - Reuniões Temáticas

Estas foram atividades destinadas à capacitação da equipe pedagógica do

projeto Ensinar a Ensinar, bem como dos diretores e supervisores das escolas

com intervenção pedagógica e a técnicos da secretaria municipal de educação, ou

seja, o mesmo grupo que participa dos seminários, por meio de estudos de temas

específicos, com vistas ao nivelamento e aprofundamento teórico das equipes em

assuntos relacionados à formação continuada de professores e prática docente.

As mesmas eram intercaladas com as oficinas e seminários. Posteriormente,

destas atividades nasceram as oficinas de Gestão escolar.

11 - Acompanhamento técnico pedagógico

Atividades que se constituíram em atividades pontuais e regulares da

coordenação e dos capacitadores, como forma de verificar, dialogar e apoiar as

equipes e as escolas, no sentido de se buscar alternativas direto na escola, com a

própria escola.

12 - Consultoria

Page 31: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Atividade de apoio técnico e pedagógico, executada por pessoas de fora do

contexto do projeto, como forma de apoiar e capacitar em especial a equipe para a

condução do projeto.

Estas foram prestadas periodicamente, sendo direcionadas para as áreas: organizacional;

formação de professores; currículo e Construção de projeto político pedagógico.

13 - Avaliação Para todas as atividades e etapas do projeto foram utilizados instrumentos avaliativos,

tanto de forma interna pelas linhas de atuação como de forma externa por uma equipe de

consultoria.

Esse processo avaliativo interno foi estruturado a partir dos seguintes procedimentos:

Registros de avaliação das atividades, pela equipe e pelos participantes;

acompanhamento técnico pedagógico; registros de campo; registros de visitas e

socialização das atividades e experiências significativas.

E o processo avaliativo externo se constituiu em avaliação participativa e integrada;

acompanhamento das ações In loco; entrevistas a grupos focais; aplicação de

questionários a professores, alunos, diretores, coordenação, capacitadores e bolsistas do

projeto, às instituições parceiras e às comunidades.

Os contatos eram mantidos por telefone, e-mail e direto com a equipe do projeto,

por meio de visitas locais e de capacitação da mesma em avaliação de projetos

institucionais e educativos-sociais

DEMOSTRATIVO DE ATENDIMENTO DA FORMAÇÃO CONTINUADA EM 2003

E 2004.

Page 32: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

1- ATENDIMENTO GERAL DA FORMAÇÃO CONTINUADA

Atendimento Quantidade

Intervenção 1200

Oficinas 32

Mini-oficina 80

Seminário 03

Reunião temática 04

2- CAPACITAÇÃO

Atendimento Quantidade

Escolas 53 (indireta)

Escolas 10 (direta com intervenção)

Professores 165

Alunos 10.890

Supervisores 09

Diretores 06

Bolsistas (acadêmicos da UNIR) 15

Acadêmicos de Pedagogia 10

3- ATENDIMENTO E ATIVIDADES DA ÁREA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Atendimento Quantidade

Intervenção 240

Oficinas 08

Page 33: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Mini-oficinas 20

Escolas 05

Alunos 644

Além das atividades elaboradas dentro do Plano de Ação, os bolsistas da área de

Educação Física criaram e implantaram uma Oficina de Relação Interpessoal e auto

estima especificamente para Escola. Esta oficina teve um sucesso inesperado fazendo

com que a equipe de Educação Física percorresse todas as Escolas atendidas pela

Equipe de Educação Física.

CAPÍTULO II

Educação Física na Escola e no contexto do Projeto

Page 34: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Entre as áreas do conhecimento que faziam parte deste Projeto, a Educação

Física será abordada de maneira diferenciada das demais, pois foi à base deste

estudo.

De acordo com LDB (Lei de Diretrizes de Base da educação Nacional), nº 9394/96,

estabelecida pelo MEC, a Educação Física deverá estar integrada a proposta pedagógica

da escola devendo propiciar o domínio de competência que permite pleno

desenvolvimento do educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o

exercício da cidadania.

A Educação Física escolar, caracterizada pelo conjunto de atividades educativas

que visam criar o gosto e o hábito do exercício físico regular, assume formas específicas

de acordo com a população a que se destina (Proposta Pedagógica – Atividades Físicas,

Brincando e Aprendendo – Governo do Estado de Rondônia de Rondônia – DEF –

SEDUC, 1999)

A Educação Física traz uma proposta que procura democratizar, humanizar e

diversificar a prática pedagógica da área, buscando ampliar, de uma visão apenas

biológica, para um trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e

socioculturais dos alunos. Incorpora, de forma organizada, as principais questões que o

professor deve considerar no desenvolvimento de seu trabalho, subsidiando as

discussões, os planejamentos e as avaliações da prática da Educação Física nas escolas.

(Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física/ Secretaria de Educação

Fundamental – Brasília: MEC/SEF,1997).

Como componente do currículo escolar, esta área trabalha com objetivo de

ajudar o educando em seu desenvolvimento motor, cognitivo e emocional. Seu

espaço dentro da escola de ensino básico é de suma importância.

Dentre os vários campos que a Educação Física atua, a escola é o lugar com uma

amplitude de conhecimento e experiências a se adquirir. Na escola o professor observa,

participa e atua de maneira integral, com corpo, alma e sentimento, buscando ensinar e

aprender com seus educandos.

Segundo a Carta Brasileira de Educação Física, 2000: Educação Física de Qualidade na Escola

Page 35: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Para que o Brasil tenha uma Educação Física de Qualidade nas escolas, é indispensável que:

a) Seja obrigatória no ensino básico (infantil, fundamental e médio), independentemente de termos e circunstâncias dos alunos, fazendo parte de um currículo longitudinal ao longo da passagem dos alunos pelas escolas;

b) Intergre-se com as outras disciplinas na composição do currículo escolar;

c) Seja dotada de instalações e meios matérias adequados; d) Tenha práticas esportivas e jogos em em seu conteúdo, sob a forma de

Esporte educacional, que ao não reproduzir o esporte de rendimento escolar, deve apresentar-se com regras específicas que permitam atender a princípios sócio-educativos;

e) Possibilite ao aluno uma variedade considerável de experiências,

vivências e convivências no uso de atividades físicas e no conhecimento de sua corporeidade;

f) Constitua-se num meio efetivo para conquista de estilo de vida ativo dos seres humanos.

No Projeto Ensinar a Ensinar a Educação Física fez parte de um contexto

educacional, onde o lúdico era levado para sala de aula de forma prazerosa e

interdisciplinar, manifestando maior interesse dos alunos pelos conteúdos trabalhados,

como forma de facilitar a aprendizagem e ainda o prazer do Brincar por Brincar. Unia-se

com as demais áreas do conhecimento como matemática, português, história e geografia

para intensificar o aprendizado dos alunos. Com os professores de sala a havia uma

troca, onde os bolsistas alunos universitários levavam o conteúdo teórico adquirido na

academia, em troca da experiência que a maioria dos professores tinha, e assim era

firmado pacto entre eles, enriquecendo a metodologia de trabalho.

Mendonça, 2003 afirma que:

O projeto Ensinar a Ensinar através da equipe técnica de Educação Física,

não se propõe a capacitar, treinar e/ou habilitar de nenhum modo os professores

das escolas vinculadas ao projeto a assumirem os conteúdos e funções atribuídas

em Lei ao Educador Físico. A presença e as ações, sempre que referidas da

Page 36: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

equipe técnica de Educação Física do projeto Ensinar a Ensinar estará vinculadas

a conquista do lúdico na escola. Vincularemos esta conquista, ao estímulo que a

escola pode proporcionar, ao garantir e reconhecer, que o professor de ensino

fundamental ao inserir o brincar em sua ação didática, como ação preventiva de

saúde, contribuirá para o desenvolvimento global da criança, e portanto

contribuindo para o processo amplo em que se pode compreender à

aprendizagem. Estávamos oportunizando a toda criança, vivenciar a sua infância

com muita brincadeira. Brincadeiras que obrigatoriamente representavam

sensações de prazer; prazer que representa ainda hoje alegria de fazer; de

descobrir e descobrir-se. Deste modo, lúdico era reconhecido na escola

determinado pelo brincar. Assim, a importância do prazer do espaço destinado ao

prazer do brincar na escola podia ser assumido por todo e qualquer profissional

que estivesse comprometido com o desenvolvimento biopsicossocial da criança.

Estávamos resgatando um espaço e tempo, que outrora naturalmente as crianças

de nossos antepassados tinham fora da escrita, ou seja, no campo, na rua, de

brincar por brincar. É este o objetivo do desenvolvimento lúdico na escola. Dentro

desta compreensão, o caminho que foi proposto dentro da perspectiva sócio-

interacionista era o de inicialmente capacitar e selecionar os candidatos a

bolsistas em Educação Física dentro desta perspectiva do vivenciar o brincar na

escola como fator de saúde. Estando a equipe composta, foram promovidas

oficinas e mini oficinas nas escolas e acompanhamentos individuais com os

professores em uma ação interativa, onde a vivência e reflexões sobre sua história

de vida passou ser contemplada no resgate dos registros das permissões e

proibições do brincar instituídos ao longo de suas vidas.

Foi avançado nos encontros pedagógicos (mini oficinas) e intervenção, de

modo a compreender através de ações conjuntas com os alunos, as brincadeiras

comuns da escola, da turma, do bairro, dos pais das crianças, da cidade de Porto

Velho, do Estado de Rondônia.

Nos propomos a responder que componentes lúdicos da cultura escolar,

familiar, religiosa e regional existem e podem ser estimuladas na rotina do brincar

dentro da escola. Constituído o lúdico, o brincar como parte da ação didática do

Page 37: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

professor, a ação da Educação Física foi o de promover o planejamento de

atividades lúdicas apropriadas para o espaço interno da sala de aula e para o

espaço exterior. Foi incluído na programação do planejamento conjunto, a

preservação da memória nacional através da inclusão de jogos, brincadeiras,

danças, do folclore regional e nacional, Integrar as brincadeiras que retratem toda

forma de manifestação artística e cultural.

As oficinas interdisciplinares foram planejadas em conjunto com as áreas de

português, matemática, geografia e história de modo à inter-relacionar uma com a

outra. Dentro dessa perspectiva escolhemos três temas geradores:

1ª Oficina: A questão do gênero no espaço escolar;

2ª Oficina: Resolução de problemas em sala de aula;

3ª Oficina: O lúdico e a construção do espaço.

Assim a Educação Física foi trabalhada dentro do PEE. Buscou através de

suas atividades mostrar a importância do Brincar e do Lúdico dentro da Escola

levando ao aluno a sentir e descobrir sua corporiedade deixando-os firme quer

seja no aspecto motor, emocional e psicosocial. Isto é a Educação Física, levada

a sério e trabalhada com compromisso no ambiente escolar.

CAPÍTULO III

Aspectos Gerais do Brincar, do Jogo e do Lúdico na Escola

Desde a criação do mundo a brincadeira faz parte do cotidiano do ser humano até

mesmo dos animais. Em 1612, Vives - Tratié de l’ enseignement, apud Brougére

(1993:108), fala do jogo que é bem distinto da brincadeira, como meio de expressão de

qualidades espontânea ou natural da criança, como recriação, momento adequado para

observar a criança, que expressa através dele sua natureza psicológica e inclinações.

O brincar contribui de forma significativa para o desenvolvimento do homem, pois a

brincadeira o leva a se movimentar, raciocinar e extravasar suas emoções contribuindo

Page 38: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

assim para eficiência e o equilíbrio do adulto. Porém há autores que discordam desta

afirmativa; Bousquete (1986) diz que jogo e escola nunca se combinaram bem. Ao

contrário dele os maiores pedagogos (de Platão a Schiller e Rousseau) sempre afirmam

que o jogo é o método de aprendizagem mais eficaz para criança.

Para Borges, 2003

O brincar é algo intrínseco à vida de toda criança, seja de maneira livre ou

sistematizada; é um processo que se vai desenrolando em seu curso, no tempo e

no espaço, e no qual estão contidos aspectos físicos, emocionais e mentais, de

forma individualizada ou combinada. O processo se determina, via de regra, pelas

variáveis de personalidade de cada criança. O brincar decorre de sua criatividade,

não sendo a interferência do adulto sempre desejável, por não expressar

exatamente o que ela imagina ou deseja. Daí a importância de se oferecer, na

escola, atividades em cujo desenvolvimento as crianças tenham a possibilidade de

participar. Além disso, tais atividades precisam abrir-se para outras possibilidades

de brincar.

Johan Huizinga (1980) diz que “as crianças e os animais brincam porque gostam de

brincar, e é precisamente em tal fato que reside a sua liberdade”.

Winnnicott (1965) “coloca o brincar como uma área intermediária de experimentação

para a qual contribuem a realidade interna e externa”.

O homem é o único animal que nos seus primeiros anos de vida, depende de uma

outra pessoa para sobreviver, isto é, ter cuidados e necessidades básicas, e entre elas

está brincar, que permite a ele vivenciar experiências agradáveis e significativas

contribuindo para sua formação fisiológica e social.

Em muitos países do extremo oriente como o Japão e a Coréia do

Sul, as crianças não têm tempo para brincar. Um dia típico começa

ás sete horas; ás oito estão na escola e trabalham duro até as duas,

com vinte minutos de intervalo para refeição. Em casa, duas horas

para as tarefas escolares até as sete; depois têm aulas particulares

até as dez. Em seguida, mais uma hora de lições de casa antes de

ir para a cama. Muitas crianças não podem ver televisão nem têm

tempo livre. Devida toda esta pressão, registram-se casos de

suicídios aos 16 anos de idade, Bakyayta (200: 60).

Page 39: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

O Japão por ser um

país que zela pela sua

cultura, leva tão a sério tudo

que faz, que em alguns

momentos acaba

esquecendo que as crianças

podem e devem ter um

momento de lazer.

Brincar é tão

importante quanto estudar,

ajuda a esquecer momentos

difíceis. Quando brincamos,

conseguimos sem muito

esforço encontrar respostas

a várias indagações,

podemos sanar dificuldades

de aprendizagem, bem

como interagirmos com

nossos semelhantes (Maluf

,2003-pág.19).

No trabalho realizado

no projeto Ensinar a Ensinar

a equipe de Educação

Física no ano de 2003/2004,

se propôs a levar o jogo e a

brincadeira para sala de

aula de forma que os alunos

ficassem estimulados a

estudar os conteúdos do

currículo e os professores,

Page 40: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

preocupados ainda em

despertar o interesse do

brincar por brincar dentro da

escola.

Mendonça 2003, diz:

VIVENCIANDO O LÚDICO

O projeto Ensinar a Ensinar

através da área de

Educação Física se propôs

a uma re-construção do

brincar na vida dos bolsistas

e escola (professores,

alunos e equipe técnica). E

para tanto ao longo dos

planejamentos, execuções,

acompanhamentos,

intervenções, mini oficinas,

oficinas entre outras ações

foram construídas de forma

interativa, considerou de

profunda significância, que

os aspectos abaixo

relacionados fossem

incorporados a práxis

pedagógica:- A importância

do prazer no brincar está

sempre vinculado com a

Page 41: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

disponibilidade que os

adultos importantes no

contato direto com a criança

oferecem para que criança

possa escolher seu

brinquedo, as regras do

brincar, o local para a

brincadeira e com quem

brincar. É importante que a

criança possa ser

desculpabilizada de ser

“infantil”.- Compreender o

significado do brincar no

momento de disponibilizar o

brinquedo, o espaço, e o

tempo para criança.

Acompanhar cada

criança na sua habilidade e

dificuldade de execução da

brincadeira.- Ajudar a

criança (não é fazer por ela)

a encontrar as respostas

para suas dúvidas

facilitando com outros

brinquedos e/ou convidando

outra criança a partilhar da

ajuda.- O educador de

criança, não se cansa em

promover o prazer, a alegria

do brincar. - Lembrar que as

regras no brincar sempre

Page 42: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

são mais acertadas,

coerentes, justas, e a

garantia de equilíbrio da

criança do que ela pensa,

sente, e é capaz de

executar, quando é ela, a

criança que estabelece os

parâmetros do que pode e

não pode fazer. - O

educador de criança na

escola é um participante

ativo, isso significa dizer que

ele brinca com a criança, e

não para a criança. Ele

precisa se envolver na

relação da criança com seu

brinquedo no sentido de

facilitar os caminhos que

estão bloqueados para a

criança seja por sua

imaturidade motora, afetiva,

social.

CAPÍTULO IV

A PESQUISA

PROCEDIMENTOS METOLÓGICOS DA PESQUISA

Page 43: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Com um enfoque de uma pesquisa ação, este trabalho teve como objetivo,

investigar o espaço do lúdico na escola, através de uma experiência construída. Este

estudo teve como base, o trabalho realizado no Projeto Ensinar a Ensinar - PEE no

período 2003/2004, pela equipe de Educação Física. As populações atendidas foram

alunos e professores das escolas rurais, ribeirinha e periférica urbana do município de

Porto Velho. Diretamente com as escolas Estela Compasso,Nacional,Rio Guaporé, Rio

Madeira e Vista Alegre.

No Projeto Ensinar a Ensinar trabalhava-se com a metodologia sócio-interacionista e

reflexiva, onde trabalhava interdisciplinaridade, tendo como tema geral “O Lúdico no

Processo Ensino Aprendizagem na Escola”. Realizava capacitação interna e externa,

através de seminários, oficinas, mini-oficinas, intervenção pedagógica, acompanhamento

e avaliação. O projeto didático adotado pela área de Educação Física teve como temas:

- O lúdico e a construção do espaço.

- As transformações históricas do conhecimento escolar matemática, português, história,

geografia e Educação Física.

- As diferentes formas de linguagem existentes na escola.

A equipe de Educação Física composta por três bolsistas (alunos da

Universidade Federal de Rondônia) e um capacitador (professor mestre da mesma

instituição) realizavam um trabalho sincronizado onde a equipe se reunia uma vez

por semana para discutir os temas abordados, problemas encontrados na

intervenção e planejamento de futuras ações. A equipe tinha apoio pedagógico

dos coordenadores e dos outros professores das demais áreas, através de

capacitações internas, que eram realizadas no núcleo do projeto, onde eram

estudado temas referente ao currículo e ao ambiente escolar.

No ano de 2003/2004 a equipe de Educação Física elaborou um planejamento anual

com todas as atividades que iriam ser trabalhadas no decorrer do mesmo, onde

designaram como “Plano de Ação”.

O planejamento foi feito com base nas datas comemorativas juntando-se ao

calendário escolar; e também atividades paralelas como a construção da caixa de

pandora (caixa com implementos para teatro), para pudesse trabalhar o teatro e

expressão corporal utilizando-se também os conteúdos do currículo.

Page 44: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

MATERIAL E MÉTODOS

Page 45: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Plano de Trabalho apresentado pela equipe de Educação Física

PLANO DE AÇÃO 2003

Área: Educação Física

Capacitador: João Guilherme Rodrigues Mendonça

Bolsistas: Hely Cristian Leão Lima, Josinéia Araújo Rodrigues, Rosa de Luz

Ambrósio dos Reis Miranda Sá e Yong Bruno Garcias Menezes.

APRESENTAÇÃO

O Projeto Ensinar a Ensinar contempla dentro de suas ações a Área de Educação Física. Esta se propôs a incorporar

na dinâmica escolar a dimensão lúdica como rotina de um fazer pedagógico onde o prazer do brincar por brincar é

valorizado e incentivado pelos professores e equipe técnica da escola. Acreditamos que o brincar, manifestação do

prazer, oportuniza o equilíbrio biopsicossocial daque

que o vivencia, resultado, portanto, em qualidade de vida e saúde.

No ano de 2002 os objetivos específicos da área de Educação Física

foi o de resgatar a dimensão lúdica em brincadeiras nas aulas de recreação e

jogos das escolas vinculadas ao projeto. Iniciamos a consolidação do brincar

dentro da escola, e para tanto contemplamos a realização e vivência prática de

jogos e brincadeiras interativas em oficinas, mini-oficinas, intervenções e outras

modalidades de construções estabelecidas no modo sócio-interacionista de

relacionar. Identificamos o propósito da consolidação do lúdico na ação didática do

professor como uma das ações mais importantes dirigida ao pleno

desenvolvimento da criança. Nesse sentido estabelecemos como uma meta o

estabelecimento do dia do brinquedo que se realiza pelo menos uma vez por mês.

Nesse ano de 2003, tinha como pretensão de consolidar

efetivamente a dimensão lúdica nas escolas vinculadas ao projeto; procurando

incorporar ao calendário das escolas o dia do brinquedo para cada sala de aula.

Estávamos empenhados também como meta, em uma perceptiva interdisciplinar,

prioritariamente com a área de letras, implementando, ampliando e estimulando a

comunicação e expressão em múltiplas manifestações em uma perspectiva lúdica.

Para tanto, nos utilizaremos às datas comemorativas elencadas pelas escolas

como prioritárias; promoveremos e estimularemos diferentes modalidades de

Page 46: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

interpretação; incentivaremos a compreensão e admiração do teatro e cinema

como modalidades de arte e entretenimento bem como a promoção da realização

por parte das crianças de encenações no palco e no vídeo. Nesse último ano de

atuação do projeto Ensinar a Ensinar, a equipe se empenhou em ampliar

quantitativa e qualitativamente toda forma de entretenimento e ludicidade na rotina

escolar das crianças do ensino fundamental. Nesse sentido, os professores das

escolas atendidas poderão contar com o apoio técnico da área de Educação

Física através das intervenções, oficinas, e outras modalidades de atuação

construídas com os professores das diferentes escolas e prioritariamente através

das mini-oficinas. Estas se mostraram no ano anterior como um recurso que falou

mais de perto aos interesses das escolas.

OBJETIVO GERAL DA ÁREA DO CONHECIMENTO:

EDUCAÇÃO FÍSICA:

Oportunizar o intercâmbio entre a equipe da Área de Educação Física do projeto

Ensinar a Ensinar e o professor do ensino fundamental dentro de uma dinâmica

sócio-interacionista, de modo a gerar um ensino de qualidade onde o lúdico é

contemplado pela escola.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA ÁREA DO CONHECIMENTO:

EDUCAÇÃO FÍSICA

1. Consolidar a rotina semanal de tempo destinado a atividades lúdicas na

escola.

2. Consolidar o brincar na ação didática do professor, como ação preventiva

de saúde, contribuindo para o desenvolvimento global da criança.

3. Consolidar o brincar no projeto pedagógico dentro de uma rotina de tempo

destinado a este propósito.

4. Auxiliar o processo de planejamento do professor na implementação do

lúdico na escola.

5. Auxiliar a escola no planejamento institucional de implementação do lúdico

na escola.

Page 47: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

6. Consolidar as ações lúdicas voltadas para atividades dentro e fora da sala

de aula.

7. Garantir e incentivar a preservação dos jogos e brincadeiras da

comunidade escolar envolvida no projeto.

8. Implementar em uma perspectiva interdisciplinar a comunicação e

expressão em uma dimensão lúdica.

9. Incentivar a compreensão e admiração do teatro e cinema como

modalidades de arte e entretenimento.

10. Implementar diferentes modalidades de interpretação como teatro e

cinema.

11. Implementar ações lúdicas de valorização dos jogos populares e do

folclore brasileiro.

12. Implementar oficinas específicas em Educação Física com temáticas

vinculadas aos objetivos acima e/ou provenientes de temas surgido das

intervenções.

13. Implementar em ação interdisciplinar, oficinas pedagógicas.

Temas de Oficinas Interdisciplinares:

1ªOficina: O lúdico e a construção do espaço.

2ª Oficina: As transformações históricas do conhecimento escolar (matemática,

história, geografia, língua portuguesa e educação física).

3ª Oficina: As diferentes formas de linguagens existentes na escola.

PLANEJAMENTO DO ANO DE 2003

PLANO DE AÇÃO:

EDUCAÇÃO FÍSICA – Ensinar a Ensinar

Page 48: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

JANEIRO: Capacitação Interna dos bolsistas.

FEVEREIRO e MARÇO: Participação dos bolsistas no planejamento das

escolas.Incentivo a comemoração ao dia do carnaval.Confeccionar máscaras e

fantasias com professores e crianças.Organizar bailes de carnaval e desfiles de

fantasias.Campanha de aquisição de material alternativo para feira do brinquedo

(realização em agosto).

ABRIL:Incentivo a comemoração a Semana Santa e Páscoa: atividade de caça ao

tesouro.Incentivo a comemoração ao Dia do Índio:Atividade de expressão

corporal.Confecção de instrumentos musicais para a dança do índio.Estimular a

expressão musical e rítmica através de danças.Implementar atividades de

interpretação através das diferentes rotinas dos povos primitivos.Construir aldeia

como cenário.Implementar jogos dos povos tradicionais.Implementar em cada

escola uma caixa de fantasias para uso das atividades de expressão corporal e

teatral.

MAIO:Campanha de aquisição de material alternativo necessário para a

programação da Amostra de brinquedo de agosto.Concluir em todas as escolas a

caixa de fantasias.Implementar atividades de música/dança/expressão corporal,

Implementar atividades de teatro.

JUNHO:Campanha de aquisição de material alternativo necessário para a

programação da Amostra de brinquedo de agosto.Mostra de teatro: concluir e

executrar com os alunos peças, encenação teatral.Incentivo a comemoração as

festa juninas.Implementação das danças juninas.

JULHO:Implementação de confecção de pipas.Implementação do festival de

pipas.Resgate das Brincadeiras e jogos populares.

AGOSTO:Implementar danças populares e do folclore brasileiro.Implementação

do teatro de lendas.Implementação da mostra de brinquedos.Visita ao

cinema.Incentivo a comemoração do dia da árvore: atividades lúdicas e o meio

ambiente.

SETEMBRO:Implementação de dramatizações.Implementação de um curta

metragem.Incentivo a comemoração do dia da Independência: Criar desfiles na

Page 49: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

escola / Constituir uma banda / Organizar desfile do menino e menina da

Independência.Passeio e piquenique no zoológico.

OUTUBRO: Implementar o Mês da Criança (todo o mês com atividades

lúdicas):Jogos;Danças;Cama elástica;Matro ginástica;Semana da bolinha de

gude;Semana da peteca;Gincana inter-classe.

NOVEMBRO:Incentivo a comemoração do dia da bandeira: Implementação de

atividades lúdicas utilizando as bandeiras do municípios/ dos estados.Realização

do JOENEN (Jogos do Ensinar a Ensinar (inter-escolas/inter-classe).

DEZEMBRO: Incentivo a comemoração do Natal: Confecção da Árvore de Natal

com material reciclável;Incentivo de trocas de mensagens entre as

escolas;Implementação de cartões de Natal;Realização em cada escola do Natal

do Ensinar a Ensinar;Dramatização com o tema de Natal OBSERVAÇÕES:

Este plano de ação é uma referência de atividades em que a área de Educação

Física exercita a possibilidade de incentivo junto aos professores das escolas

atendidas. Não há em nenhuma hipótese a rigidez de sua realização. A

consolidação desse plano de intenções depende do processo de intervenção junto

aos professores.Insistiremos na oficialização por parte das escolas de destinar

uma hora semanal no mínimo para as atividades de recreação e

jogos.Insistiremos na oficialização por parte das escolas de destinar uma hora por

mês para realização da hora do brinquedo preferido.Este plano de ação depende

de ações conjuntas com as demais áreas do projeto de modo a consolidar a

perspectiva interdisciplinar.Este plano de ação sofrerá sempre variação de sua

intenções iniciais também em decorrência dos planejamentos específicos das

escolas.A área de Educação Física ãompõe juntamente com as outras áreas do

projeto as Atividades Integradas que devem estar permeando esse plano de ação:

CAIXA DE FANTASIAS

PUBLICAÇÃO DE JORNAL

PRODUÇÃO DE VÍDEO LINHA II

CAIXINHA DE PROBLEMAS

PRODUÇÃO DE ARTIGOS

CINEMA TEATRO

Page 50: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

CORAL, FOLCLORE

RADIO ESCOLAR

BRINCANDO NA HORA DO RECREIO

SARAU NA ESCOLA

CANTINHO DA LEITURA

Ainda estão sendo avaliadas as possibilidades de realização em cada escola de

um dia de brincadeiras e atividades artísticas. Consta também como intenção de

ação na área de Educação Física, a realização do Circo na escola.A área de

Educação Física se propõe também a sistematizar nas intervenções jogos e

brincadeiras dentro e fora da sala de aula com o objetivo de reforço das áreas de

matemática, estudos do meio, português e ciências.A área de Educação Física se

propõe a comemorar uma vez no ano, o dia da família em planejamento específico

com cada escola.

OFICINAS INTEGRADAS

Os temas estabelecidos em reunião entre os capacitadores para 2003 são:

O LÚDICO E A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO;

AS TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS DOS CONHECIMENTO ESCOLAR

(matemática, português, história e geografia e Educação Física);

AS DIFERENTES FORMAS DE LINGUAGENS NA ESCOLA.

INTERVENÇÃO

Os bolsistas farão intervenção sistemática nas escolas do projeto as terças e quinta

feiras REUNIÃO COM O CAPACITADOR. As reuniões ocorrerão as quarta feiras e

sábado.

MINI-OFICINAS

As mini-oficinas ocorrerão sempre nas escolas.

Os temas das mini-oficinas seguirão duas direções: a primeira, sempre que a escola

propor ou reivindicar um assunto de seu interesse; o a segunda direção é

estabelecido conforme a programação do Plano de Ação 2003.

Page 51: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

F4 – Atividade Planejada Caça ao Tesouro Escola Rio Guaporé

F5 – Transição da atividade dentro da Escola

As intervenções A equipe de Educação Física que se compunha por três bolsistas e foi distribuída

em cinco escolas da rede municipal de Porto Velho que eram atendidas de forma direta.

Cada bolsista atendia duas escolas distribuídos da seguinte maneira: Um bolsista (a)

atendia as escolas Rio Guaporé e Vista Alegre; outro (b) atendia a Escola Nacional e

Estela Compasso e o último bolsista (c), atendia a Escola Rio Madeira e a Escola Estela

Compasso; todas situadas na área periférica urbana da cidade. Os bolsistas (a) Rosa e

Page 52: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

(c) Bruno trocaram de escola em setembro Rosa foi para Rio Madeira e Bruno para Vista

Alegre.

A chegada dos bolsistas nas escolas foi um tanto tímida, por mais que o projeto já

fosse implantado a quatro anos, pois a cada mudança de bolsista a escola tinha uma

reação. Houve adesão de muitos professores, porém alguns ainda travaram uma

resistência, como foi o caso de uma professora da Escola Rio Guaporé que não queria

intervenção na sua sala, alegando que já trabalha com lúdico no processo ensino

aprendizagem; porém no decorrer do ano ela verificou que o trabalho da bolsista estava

dando resultado e solicitou intervenção em sua sala. Assim como este exemplo outros

professores também observaram a importância da intervenção na sala de aula, porque

verificaram como estava sendo feito estas intervenções e os resultados que estavam

surgindo no decorrer do trabalho. Realizava-se um planejamento prévio com os

professores e na seqüência executava-se o planejado e o bolsista controlava estas ações

através de um registro de campo que ao final de cada mês era socializado com toda

equipe da formação continuada em uma reunião no núcleo. Esta socialização era

bastante significativa, pois através dela a equipe da formação continuada, isto é, as

quatro áreas do conhecimento: matemática, português, educação física e estudo e

conhecimento do meio (pedagogia, história e geografia) trocavam informações sobre tudo

que acontecia nas escolas, as experiências significativas, as dificuldades encontradas e

resultados alcançados.

O trabalho era

realizado com base nas

ações pedagógicas como

capacitações, oficinas e

mini-oficinas, nos encontros

semanais de equipe junto

com capacitador e em

conjunto com a professora

contemplando o conteúdo

das áreas do conhecimento,

trabalhando a

interdisciplinaridade.

Realizava-se também,

Page 53: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

intervenções conjuntas com

as outras áreas do

conhecimento, onde os

bolsistas das áreas distintas

uniam-se em só propósito

contribuir para o

aprendizado dos alunos e

contribuir na maneira de

ensinar do professor;

Estas ações focavam

diretamente o professor e os

alunos, onde a cada

semana tinha-se uma nova

surpresa. A Educação Física

como área do conhecimento

onde o corpo trabalha junto

com mente buscava através

de seus mediadores

bolsistas e o capacitador,

manifestar nos alunos e

principalmente nos

professores o interesse

pelas atividades lúdicas e

recreativas como forma de

aprendizado e também o

brincar por brincar dentro da

sala de aula e da escola.

Page 54: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

F6 – Atividade teatral em comemoração ao dia do livro – Escola Rio Guapore

Page 55: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

F7 – Intervenção Pedagógica atividade interdisciplinar Escola Rio Guaporé

Metodologia das Intervenções da Área de Educação Física

Cada bolsista dirigia-se a escola que atendia uma vez por semana, reunia-se

com os professores que participavam do Projeto, pois nem todos da escola

aderiram. Realizava um planejamento antecipadamente e na outra semana o

executava. Este planejamento era feito utilizando as datas comemorativas, isto é,

o Plano de Ação elaborado pela equipe e ainda os conteúdos das diversas áreas

do conhecimento contido no currículo do ensino fundamental de 1ª a 4ª. Seguia-se

também o direcionamento das oficinas e mini-oficinas que eram oferecidas como

suporte para os professores e também para os bolsistas, pois mesmo estando

envolvidos no trabalho vivenciavam e aprendiam novas experiências.

Em uma das oficinas

que teve em 2003 onde o

tema era “O lúdico na

construção do espaço”,

trabalhou-se com os

Page 56: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

movimentos corporais, com

a dança com diversas partes

do corpo e ainda atividades

recreativas como o espelho

e outras, levando os

professores a ter uma

vivência motora que muitos

demonstraram não ter

experimentado quando

criança. O resultado foi

relevante porque em pouco

tempo viu-se na escola

durante as intervenções um

maior interesse dos

professores por estas

atividades. O interessante

foi que ficou explícita a

necessidade de

profissionais de educação

física junto com os

professores de sala, para

que os mesmos possam

vivenciar diversas formas de

movimentar-se ou

expressar-se com o corpo e

ficarem mais livres e levar

isto para seu trabalho diário

que é a sala de aula.

Em uma outra

capacitação, realizou-se

uma mini-oficina, que

Page 57: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

antecedia o trabalho do

teatro e curta metragem. Era

feita da seguinte maneira:

espalhavam-se livros de

estorinha no chão e

formava-se grupos, eles

escolhiam uma estória e

depois a interpretavam. O

trabalho foi surpreendente,

os professores se

expressavam bem e

deixavam a criatividade fluir

até os mais tímidos

conseguiam se inserir na

atividade. O que contribui

bastante é que o

capacitador era bem criativo

e sempre trazia novidades

para as capacitações e tinha

uma sintonia perfeita com

seus bolsistas.

Registro de Campo

Eram registros das

atividades planejadas e

executadas pelos bolsistas,

que a cada final de mês era

entregue ao capacitador e

socializado com toda equipe

da Linha de Formação

Continuada para expor

Page 58: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

quais os resultados,

problemas encontrados e

soluções adotas durante as

intervenções.

Foram selecionados alguns

registros de campo feitos

pelos bolsista da equipe de

Educação Física

demonstrando como foram

executados.

Registro de Campo Setembro 2003

Educação Física

Bolsista: Yong Bruno Garcias Menezes

Escola Estela Compasso DATA: 11/09/03 quinta

Professor: Nilda 4ª A

Disciplina: Português

Conteúdo: Interpretação de Texto

Atividade: os alunos leram os livros e apresentariam um teatro

Objetivo: trabalhar leitura e preparar os alunos para o curta metragem.

Desenvolvimento: os alunos tiveram um tempo para correr na frente da sala e

pegar um papel com numero, cada numero era um grupo, depois estes

Page 59: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

escolheram um livro leram com o grupo e interpretaram em forma de teatro, com a

ajuda da professora e bolsista.

Participação: houve uma participação da turma e um envolvimento do professor

nesta atividade.

Professoras: Conceição 4ª B

Disciplina: Português

Conteúdo: interpretação de texto

Atividade: expressão corporal através de teatro

Objetivo: trabalhar expressão corporal e leitura através do teatro

Desenvolvimento: um único livro para a turma toda, sendo que toda sala leria

conjuntamente e faria uma única peça.

Participação: a professora ainda com algumas dificuldades de controle de turma,

mas assim que a turma, se tranqüilizou mais seguiu mais fácil.

Data: 25/09/03

Disciplina: Geografia

Conteúdo: Rios e seus afluentes

Atividade: Carona dos rios

Desenvolvimento: cada aluno rececebe um nome de um nome de um rio, e ficam

espalhados em local na sala, um inicia e vai ate o outro e diz que rio e os dois vao

juntos até o proximo, até chegar ao oceano.

Participação: os alunos participaram efetivamente e a professora interagiu junto

com eles.

ESCOLA: VISTA ALEGRE

DATA: 02/09/03

Professora: Marinéia e Jovanilda

Disciplina: Português

Conteúdo:. Leitura de livros

Page 60: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Atividade: Interpretação de texto em forma de teatro

Desenvolvimento: foi espalhado os livros, onde cada aluno pegava o seu, lia e

interpretava com o corpo o que leu e os outros tentavam adivinhar que historia e

que personagens foi citado na mesma.

Participação: com execão de alguns alunos que tinham dificuldades de de ler

todos conseguiram executar tuda a atividade, as professoras ficavam com alguns

aluno e o bolsista com outros.

DATA: 09/09/03

Professora: Jovanilda 3ª

Disciplina: Portugues

Conteúdo: construção de texto para interpretação em teatro

Atividade: O animal que eu mais gosto.

Desenvolvimento: Foi dado o tema para os alunos e eles escreviam um texto

sobre esse tema, e reuniam os brupos e era montado uma peça de teatro com os

bichos escolhidos por eles.

Participação: a professora nesta atividade desenvolveu muito bem, interagindo e

ajudando os alunos.

DATA: 23/09/03

Professora: Angelina 4ª série

Disciplina: Português

Conteúdo: produção de texto - carta

Atividade: envio de carta para a escola Rio Guaporé

Objetivo: melhora a escrita e aprender a comunicação

Desenvolvimento: todas as crianças escreveram uma carta para os alunos da 4ª

série da escola Rio Guaporé, se apresentado e pedindo que os mesmos

respondessem. Também confeccionaram envelopes.

Participação: foi significativa dos alunos e da professora

Page 61: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

DATA: 30/09/03

Ensinar a Ensinar leva o cinema na Escola

Neste dia a escola Rio Madeira foi presenteada com a projeção do filme Harry

Port. O objetivo da projeção deste foi o de expandir as atividades de expressão e

comunicação que surgiram com o teatro e atua cuminar com a produção do curta

metragem, e fazer com as crianças imagine como é está em um filme, isto é,

fazendo parte dele. Foi criado um ambiente onde todos podessem se sentir no

cinema.

O filme foi muito apreciado pelos alunos.

Registro de Campo Abril 2003

Área: Educação Física

Capacitador:João Guilherme Rodrigues Mendonça

Bolsista: Josinéia Araújo Rodrigues

Escola Nacional

Data:08/04/03

Séries: Todas do turno da tarde

Professoras:

Objetivo: conscientização da higiene corporal dos educandos.

Atividade: Mini palestra e banho de mangueira

Conteúdo: disciplina de ciências trabalhar a higiene corporal como tomar banho,

cortar unha, pentear cabelos, escovar os dentes e outros.

Quantidade de alunos:

Desenvolvimento: esta atividade já estava planejada com as professoras da tarde

onde fazemos as intervenções. Elas avisaram aos alunos que trouxessem toalha,

sabonete e uma roupa para tomar banho e escova de dente. Eu e as professoras

Page 62: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

combinamos e trouxemos shampo para caspa e piolho. A atividade teve seu início

no pátio onde realizou-se uma mini-palestra feita por mim e apoio das professoras

falando da importância da higiene corporal para saúde do ser humano. Após a

mini palestra todos os alunos foram levados para o banho de mangueira que foi

ponto culminante da atividade, pois aquele houve uma grande interação de

alunos, professores e a bolsista. Foi uma atividade de grande relevância que

acretido que as crianças jamais esquecerão deste assunto tão importante que é a

higine corporal.

Participação: foi bastante significativa contando com todos e alunos e professores

de todas as turmas do turno da tarde. O fato mais marcante desta atividade foi em

relação a professora Anita da 2ª séie, que era muito tímida e neste dia conseguiu

se superar e tomou banho junto com os alunos.

Registro de Campo Abril 2003

Área: Educação Física

Escola Nacional

Capacitador:João Guilherme Rodrigues Mendonça

Bolsista: Hely Cristian Leão Lima

Data:12/06/03

Série: 2ª D

Professora: Maria do Carmo

Objetivo: trabalhar o imaginário e expressão corporal

Atividade: criar uma estória e apresentar

Conteúdo: produção de texto

Quantidade de alunos: 33

Page 63: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Desenvolvimento: na sala de aula foi pedido para que cada aluno pegasse uma

folha de papel sufite dobrasse ao meio, escrevesse seu nome e recortasse. Em

seguida observasse com que se parecia, exemplo: animal, planta, objeto entre

outros. Foram formados três grupos e pedido para que cada grupo escrevessem

uma estória com a figura saiu do recorte dos nomes e depois apresentássemos

uma peça no pátio da escola. Foram criadas três interessantes estórias: Pertepã

Formiga; O mundo do girassol e Gato Fantasma.

No pátio começaram as apresentações:

“Peterpã Formiga”

Era uma vez um garoto formiga chamado Peterpã que trabalhava bastante

para ajudar seus amigos, seu trabalho era conseguir comida comida para todos da

casa, enquanto Uende Cobra cuidava das tarreffas de casa, os demais: dona

carangueja, passarinho maluco, seu caranguejo e as borboletas brincavam na

floresta, enquanto os amiguinhos de Peterpã Formiga e Uende Cobra brincavam

na floresta, uma senhora passou e lhes avisou: cuidado com o gato fantasma,

cuidado com o gato fantasma, mas eles nem ligaram e continuaram a brincar até

que do meios das árvores surge um gato que derrepente faz:

- Buuuuuuuuu!!!!!!!

Assustando a todos.

Enquanto isso no rio do outro lado da floresta, dona carangueja estar dentro da

sua pocinha de lama a se refrescar, quando o passarinho maluco passa e diz:

- oi gatinha, sabia que você é muito linda.

- Ela responde muito irritada:

- Seu passarinho abusado!

- Quando meu marido chegar você vai ver.

Na floresta mais tarde, as borboletas encontram um girassol que era

psicólogo de todos animais da florestal, e contou à elas sobre a lenda do gato

fantasma.

- É por aqui dizem que vive um fantasma de um gato que morreu a muito

tempo.

- Mas é só uma lenda.

Page 64: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

As borboletas:

- Não, não é só lenda não, existe mesmo.

- Ele apareceu hoje!

À noite na casa, todos cotavam, sobre o gato fantasma para Uende e Peter

que bolaram um plano para pegarem o gato assustador, usando sua própria

estratégia.

- No rio;

Dona carangueja estava com seu caranguejo, quando o passarinho maluco,

chega voando rente a poça de lama, pega dona carangueja pelo bico, e a leva

para seu ninho.

Seu caranguejo;

- Pode viver um sapo fora d’água, mas nunca um caranguejo com um passáro.

- De nada adiantam as lamentações de seu caranguejo pois, dona carangueja

e passarinho maluco vivem felizes para sempre.

- Na floresta;

- Uende, Peter e seus amigos esconderam-se.

Até que o gato fantasma aparece:

- Acho que vou ficar esperando um trouxa para assustar.

- Derepente!

- Buuuuuuuuuuu!!!!!

- Miauuu!!!!!

E o gato sai correndo................

Os amigos:

- Que fantasma que nada e um gato de verdade.

- Espero que tenha aprendida a lição.

A vida volta ao normal, as borboletas brincam nos jardins, criado pela própria

natureza.

Esta estória foi unificação das três estórias criadas pelos alunos, isto foi uma

sugestão da professora.

Page 65: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Registro de Campo Junho 2003

Escola Rio Guaporé

Bolsista: Rosa de Luz

Professor: Antônio

Disciplina: Ed. Física – expressão corporal

Conteúdo: dança com interpretação teatral

Atividade: teatro e dança

Objetivo: ajuda na atividade de teatro

Desenvolvimento: No pátio formaram três grupos. Primeiro as crianças ouviram

três musicas com ritmos diferentes e a partir destas músicas cada grupo escolheu

o que iria fazer. Teatro ou coreografia. E assim foi realizado um grupo escolheu

dançar valsa, outros dois escolheram teatro um era sobre os canibais e outro

sobre tráfico. A criatividade imperou, pois demonstraram o sentimento passado

pela música.

Participação: foi significativa dos alunos e do professor.

Neste mês na escola Rio

Guaporé ouve uma

atividade diferente que foi a

oficina de auto estima, onde

participaram todos os

funcionários da escola. Esta

oficina foi a terceira que foi

promovida e criada pela

equipe de Ed. física.

Juntaram-se a nós mais

duas pessoas do projeto

que foram a Cláudia Waléria

secretária executiva e Luiz

Page 66: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Albanor coodenador

administrativo.

Nesta oficina procura-se elevar de todas as formas a auto estima dos

participantes, através de leitura de parábolas, dinâmicas e atividade beleza e

estética.

A atividade foi gratificante,

pois após seu encerramento

as pessoas mostraram

muito satisfeitos.

Professoras: Rosalina 1ª série “C” /Ana Helena 1ª série “D”

Disciplina: Português

Conteúdo: Leitura

Atividade: Lúdica no pátio, intervenção conjunta com a matemática.

Objetivo: aperfeiçoar a leitura

Desenvolvimento: no pátio formou-se um círculo onde as duas turmas estavam

presentes, cada aluno recebeu um papel com uma sílaba. A professora e as duas

bolsistas estavam presentes no círculo. A atividade se desenvolvia da seguinte

maneira: a professora chamava dois ou mais alunos para ficar no centro do

círculo e tentar formar uma palavra com suas sílabas os que ficavam fora

tentavam ler.. E assim todos os alunos passaram pelo centro do círculo.

No final da atividade a professora voltou para sala com as crianças que sabiam ler

melhor e os demais ficaram com as bolsistas revendo as sílabas.

Participação: Foi efetiva por parte dos alunos e dos professores, só alguns

alunos que estavam inibidos. Mas depois aos poucos se envolveram.

Professora: Fabilene - Série 4ª B

Page 67: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Data: 12/06/03

Disciplina: Educação Física/Geografia

Conteúdo: Implementação do Teatro e revisão de matéria

Desenvolvimento: No primeiro momento a bolsista realizou um trabalho com

alongamento, respiração e expressão corporal onde os alunos faziam caretas de

todas as formas caminhavam no pátio e complementava o movimento com corpo.

Também usava a voz, com sons expressivos como choro, alegria, tristeza e raiva.

No segundo momento a professora realizou um trabalho de revisão de geografia

utilizando o teatro; onde os alunos dramatizaram o Rio Amazonas e seus afluentes

e o encontro das águas do Rio Solimões e Rio negro.

Participação: Muito significativa onde professora e alunos estavam envolvidos.

Quantidade de Alunos: meninas (13) Meninos (12)

Escola Rio Guaporé

Bolsista: Rosa de Luz

Dias de Intervenção: 03/10/17/24/31

DATA: 03/07/03

Professor: Antônio – 3ª B

Disciplina: Português/Ed.Física

Conteúdo: Interpretação de texto de forma dramatizada

Atividade: do livro didático foram tirados dois textos. Cada criança escolhia um; em

seguida o professor e a bolsista explicaram a atividade. As crianças teriam que ler o texto

de quatro maneiras: chorando, rindo, com raiva e falando suavemente. Dava-se um tempo

para elas ensaiassem e depois iam de três em três, onde cada um interpretava de uma

maneira.

Quantidade de alunos: meninos (09) + meninas (18) = 27 alunos

Participação: Foi significativa por parte do professor e dos alunos

DATA: 03/09/03

Page 68: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Professor: Fabilene 4ª B e Antônio – 3ª B

Disciplina Ed.Física

Conteúdo: Festival de Pipa

Objetivo: Resgate das brincadeiras populares, esclarecimento sobre o uso do

cerol e cuidado que ter ao soltar pipa.

Atividade: A atividade se desenvolveu em dois momentos. Primeiro houve uma palestra

sobre os cuidados que deve ter ao soltar pipa, o uso do cerol fazendo comentários sobre

alguns acidentes que houve como cortar rosto, pescoço e outras partes do corpo devido o

uso do cerol nas linhas de papagaio. No segundo momento no pátio da escola houve a

construção do brinquedo com muitas talas, papel de seda, cola, tesoura materiais que são

utilizados para construção do papagaio. No terceiro e último momento os alunos dirigiram-

se ao um campo de futebol próximo da escola para soltar suas pipas ou papagaio como é

mais conhecido na região.

Quantidade de alunos: meninos (32) + meninas (23) = 55 alunos

Participação: Foi bastante significativa pois trabalhou-se a questão de gênero,

onde meninas confeccionaram e soltaram suas pipas.

F8 – Atividade Planejada Festiva de Pipa – Escola Rio Guaporé

Page 69: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

F9 – Confecção do brinquedo - Pipa Escola Estela Compasso

Atividades Lúdicas Elaboradas pela Equipe

Estas atividades foram elaboradas para facilidar a dinâmica didática na sala de

aula, que ao final gerou um produto que foi a publicação de um livro.

ATIVIDADE PARA SALA OU ESPAÇO LIVRE

Nome: Arranca rabo das sílabas

Disciplina: Português

Material: Papel sulfite e pincel atômico ou hidrocor.

Série: Alfabetização e 1ª série

Formação: Alunos aleatórios em espaço livre ou quadra.

Page 70: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Desenvolvimento: O professor corta o papel sulfite na horizontal em duas

partes.Cada metade desta folha será um rabo. Em cada rabo o professor escreve

uma sílaba bem na ponta, em seguida pede para o aluno engatar na bermuda

(shorte, saia, calça) na parte de trás como se fosse o seu rabo. Ao sinal do

professor os alunos começam a correr e tentando arrancar o rabo do colega.

Depois que todos os rabos forrem arrancados, o professor pede para os alunos

que pegaram mais de um rabo formar sílabas ou palavras.

Nome: Sua vez.

Disciplina: Matemática (forma geométrica)

Faixa etária: 3ª série.

Material: Giz ou pincel de quadro branco.

Formação: Na sala de aula, o professor organiza duas fileiras de cadeiras de

frente para o quadro, depois separa todos da sala em dois grupos pode ser A e B.

O professor avisa aos alunos que, após ele dar o sinal o 1º aluno de cada fileira irá

ao quadro desenhar uma forma geométrica e colocará o nome, os demais

seguirão a seqüência, tudo em tempo cronometrado de dois ou três minutos. O

grupo que conseguir desenhar a maior quantidade de forma geométrica vencerá o

jogo.

Obs.: Esta atividade pode-se usar a interdisciplinaridade, neste caso a matemática

e o português, da seguinte forma: Quando terminar o tempo determinado e ver

qual a equipe que ganhou, o professor vai ao quadro e corrige as palavras que

estão incorretas . Pode-se, trabalhar várias disciplinas como ciências (ex. escreva

animais terrestres e aquáticos, vertebrados e invertebrados).

Nome: Expressão corporal (mímica)

Disciplina: Português (verbo)

Material: Papel sulfite e caneta.

Faixa etária: 9 anos acima.

Formação: na sala de aula ou pátio.

Page 71: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Desenvolvimento: O professor pede que formem grupo de três ou de quatro. Dar

para cada equipe uma frase que terá um verbo. Dar um tempo para que os

componentes se entrosarem e ver a melhor de se expressar. Cada equipe vai à

frente, e somente com gesto representará a frase que ganhou enfatizando o verbo

que está inserido nela pode-se, utilizar todas as partes do corpo.

Obs: Para matemática, podem ser trabalhadas as quatro operações.

Nome: Passe a mensagem.

Disciplina: Português

Faixa etária: 9 e 10 anos

Material: Papel sulfite e caneta.

Formação: Sala de aula espaço, livre ou quadra.

Desenvolvimento: O professor separa a turma em três grupos, um aluno de cada

grupo ficará separado dos demais por uma distância determinada pelo professor.

Cada grupo ganha uma frase do professor. Já delimitado a distância entre o

componente que está separado e o grupo, o professor pede que os grupos

passem a mensagem escrita no papel para o componente receptor, da forma que

pode ler sem ultrapassar os limites delimitados. O aluno que está separado deve

prestar atenção no que o grupo está tentando lhe passar e ir anotando em um

papel ou caderno. Só que isto acontecerá com todos os grupos ao mesmo tempo.

Após alguns minutos o professor pede para encerrar e verificar qual a equipe que

conseguiu transmitir a mensagem.

Obs: Esta atividade pode ser utilizada em todas as disciplinas

Nome: Desenhando Corpo

Disciplina: Ciências - Conhecer os órgãos internos

Faixa etária: 7 e 8 anos

Material: Giz.

Formação: Formar duplas na sala, quadra desportiva ou pátio (lugar onde possa

riscar com giz). O professor pede que cada dupla desenhe um corpo do outro

deitado ao chão. Em seguida pede que cada um fique com seu corpo e desenhe

Page 72: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

seus órgãos internos. Quando todos terminarem o professor pede que fiquem

dentro do seu corpo e diz um comando dentro, fora, em cima, em baixo. Também

pode pedir para que eles corram por todos os corpos, saltem, troque de corpo com

o colega e outras coisas que desejar. Para haver melhor entendimento o professor

se aprofunda no assunto.

Nome: Formando Frase

Disciplina: Português.

Faixa etária: 9 e 10 anos.

Material: Folha de sulfite e hidrocor.

Formação: Na sala de aula o professor separa a turma em quatro ou cinco

grupos. Em seguida dar para cada grupo sílabas separadas tipo quebra cabeça,

que formarão uma frase. Ao comando do professor os grupos deverão juntar as

sílabas e formar a frase. Todas os grupos, ao completarem sua frase irão à frente

e mostrarão para os demais.

Obs.: Para alfabetização e 1ª série não utiliza frases. Eles formarão sílabas e

palavras. O professor terá que trazer este material previamente pronto.

Nome: O Choque

Disciplina: Ciências – Higiene do Corpo

Faixa Etária: 7 anos – 1ª série

Material: Nenhum

Formação: Espaço livre ou quadra, o professor organiza os alunos em um círculo.

Separa um aluno e deixa a uma distância que ele não possa ouvir e nem ver o

círculo. No círculo ele escolhe um aluno para ser o eletrocutado. A atividade se

desenvolve da seguinte maneira: O professor comunica aos alunos do círculo que

quando o aluno que está fora chegar, ele irá apontando com o dedo para os

alunos do círculo pela parte de dentro um a um. Todos os alunos do círculo ficarão

observando quando ele passar pelo aluno que está eletrocutado. Todos já sabem

quem é, e farão o gesto de quem está tomando choque se tremendo todo. Depois

que todos tiverem tomado o choque, o professor pede para o aluno que estava

fora do círculo responder a uma pergunta sobre a higiene do corpo. Caso ele não

Page 73: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

saiba responder o professor ajudará.

Nome: A Melancia

Disciplina: Geografia – Capital e Estado

Faixa Etária: 9 e 10 anos

Material: Papel sulfite e caneta ou pincel atômico

Formação: Espaço livre ou quadra

Desenvolvimento: O professor separa a turma em dois grupos contendo a

mesma quantidade de aluno. Um grupo ficará em pé e será os estado identificado

com um crachá escrito o nome do estado; sendo cada estado representado pôr

um aluno. O outro grupo ficará agachado e será a capital também identificado com

crachá, que irá corresponder aos estados representados pelo grupo anterior. A

atividade se desenvolve da seguinte maneira: Forma-se a fila dos estados onde os

componentes ficarão de pé. Separa um aluno para ser o cachorro que irá tomar

conta das capitais. Os alunos que representarão as capitais ficam agachados

também em fileiras (um ao lado do outro). O professor será o dono das capitais e

ficará de pé entre a fila dos estados e a fileira das capitais. O primeiro aluno da fila

se aproxima do professor e fala a seguinte frase: Pam, pam, pam! O professor

pergunta: Quem bate ? O aluno responde é o Estado. O professor pergunta:Quem

procura ? Ele responde: Uma capital. O Professor diz, entre e procure, mas

cuidado com o cachorro ! O estado sai passando a mão na cabeça de todas as

capitais até encontrar a sua. Quando encontra dá a mão para ela e sai correndo

para o cachorro não pegar. O cachorro pegando ou não há uma troca com o

colega quem era capital vira estado e estado vira capital.

As atividades executadas

Trabalhando as datas comemorativas e seguindo o plano de ação 2003,

realizou-se muitas atividades tais como:

Comemoração ao carnaval - confecção de máscara, fantasias diversas,

desfiles, estudo do tema na sala de aula falando da origem do carnaval e ainda

Page 74: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

um baile com desfile dos alunos com seus adereços confeccionados por eles

mesmo.

Dia do Índio – O trabalhou buscou trazer o resgate da cultura indígena

através de danças, confecção de instrumentos, pintura no rosto, confecção de

roupa de índio e lutas indígenas.

Dia da Páscoa – atividade de caça ao tesouro, onde todas as pistas para se

chegar a este tesouro, eram feitas com os conteúdos de sala e ainda

apresentações teatrais trabalhando a expressão corporal.

Dentro das atividades

desenvolvidas no projeto

Ensinar a Ensinar a

Educação Física

contemplou as escolas

atendidas pela equipe, com

um “Festival de Pipa”, onde

foi trabalhado o resgate das

brincadeiras populares, a

construção de brinquedos

pelos alunos, a junção de

meninos e meninas e ainda

o lado educativo informando

aos educandos o perigo do

uso do cerol, a corrida atrás

da pipa com risco de

acidentes. Foi um projeto

pedagógico polêmico, pois

teve resistência de alguns

professores com uma visão

bem distorcida do que seria

esta atividade. Apesar de

Page 75: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

todas as dificuldades, o

trabalho teve êxito.

O sucesso deste

trabalho foi tão significativo,

que a equipe do projeto foi

convidada para participar da

“Ação Global 2003” projeto

executado no Brasil inteiro

pelo sistema SESI e Rede

Globo de Televisão.

F10 – A equipe de

Educação Física e bolsistas

de outras áreas com oficina

de pipa na Ação Global

2003.

Page 76: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

F11 - Participação da equipe

de Educação Física na Ação

Global 2003

O Teatro e Curta Metragem

Implementação para

as intervenções do segundo

semestre foram todas

voltadas para o teatro. Em

sala trabalhava-se textos

didático, contos diversos,

dramatizações, expressão

corporal com imitações de

animais, imitações de artista

da Tv, atividades lúdicas

que contemplasse o tema,

criações de mini-roteiros

pelos próprios alunos e tudo

Page 77: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

que se diz respeito a

interpretação teatral.

Na seqüência realizou-

se um projeto onde tinha o

intuito de levar os

educandos ao cinema, para

que os mesmos pudessem

observar o mundo dentro da

tela, e também conhecer

aquele espaço tão

interessante que é o

cinema, que a maioria não

conhecia. Portanto, os

recursos financeiros do

projeto não foram

suficientes para tanto. Mas

nem por isso os alunos

deixaram de ter cinema,

porque o projeto continuou e

fez o inverso. O cinema foi

até a escola, onde foi

preparado um espaço na

sala de aula com um telão e

ambiente escurecido para

dar mais autenticidade de

cinema e ainda foi locado

fitas do Scoby Dôo e Hary

Poter realizando assim o

Ensinar a Ensinar leva o

cinema na escola.

Page 78: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

O projeto do cinema

foi bem apreciado pelos

educandos, pois os mesmos

ficaram entusiasmados com

tanta novidade dentro da

escola.

Prosseguindo com

trabalho do teatro e curta

metragem, foi dado início a

montagem do roteiro cada

escola tinha o seu, que o

bolsista junto com as

professoras prepararam e

posteriormente ensaios com

os alunos e finalizando com

a filmagem de seis (06)

curta metragem um de cada

escola onde os bolsistas da

educação física atuavam.

Somente a Escola Estela

Compasso teve dois (02),

por que tinha dois (02)

bolsistas da área.

Este trabalho teve o

intuito de fazer com que as

crianças ficassem menos

desinibidas, ou seja, falar

mais, saber se expressar,

perder o medo de se

comunicar dentro e fora da

escola, enfim descobrir que

Page 79: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

o mundo em torno dela vai

além da sala de aula.

Ajudou também na

construção de termos da

linguagem, pois com a

criação e interpretação de

roteiros, os alunos ficaram

mais próximos do estudo da

língua portuguesa.

Atividades executadas que não estavam planejadas

A equipe de Educação

Física verificando a

necessidade de uma

interação entre os

funcionários da escola

desde os diretores a

cozinheira, criou uma oficina

de Relações Interpessoais,

onde era trabalhado a

importância que cada

funcionário tem dentro da

escola. Nesta oficina havia

diversas dinâmicas de

grupo, como a do barbante

onde cada funcionário

segura a ponta do barbante

e passa para o outro e

chega no final forma-se uma

grande teia que, se uma

pessoa soltar a ponta,

estraga toda a teia. Ainda

Page 80: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

utilizou-se de atividades

recreativas levando assim

todos sentirem o prazer de

participar e relembrar o que

é uma atividade lúdica e

reconhecerem a sua

importância dentro da

escola. Ainda buscou

trabalhar a auto estima de

cada funcionário tendo um

momento somente dedicado

a vaidade que era

maquiagem e arrumar os

cabelos de alguns

voluntários da oficina,

encerrando com alguns

comentários sobre gostar de

si próprio.

O sucesso desta

oficina foi tanto, que quando

o Projeto Ensinar a Ensinar

foi convidado para ministrar

várias oficinas como no

município de Novo

Horizonte interior do Estado,

e esta oficina estava

presente e foi uma das mais

disputadas entre os

participantes.

Sabendo-se ainda que na

atualidade a escola trabalha

Page 81: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

com o Projeto Político

Pedagógico a equipe

mostrou através desta

oficina, como a colaboração

e a união do corpo técnico e

docente, a escola será um

lugar mais harmônico e

coeso.

F.11 – Oficina de auto-

estima e liderança na cidade

de Novo Horizonte

Page 82: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

F12 – Oficina de Auto Estima e

Liderança na cidade de Novo

Horizonte

F13 – Equipe de Educação

Física e o coordenador do

projeto Luiz Albanor e a

secretária Cláudia Waléria ao

final da Oficina de Auto Estima

e Liderança na Escola Rio

Guaporé – Porto velho.

Page 83: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

F14 – Oficina de Auto

Estima e Liderança na

cidade Novo Horizonte

Aspectos Significativos

Os alunos adoravam as intervenções, pois sempre tinha muitas novidades

como jogos diversos, atividades musicais, expressão corporal através do

teatro, atividades extra-classe e outras.;

Assim como havia professores que davam pouco valor ao projeto, outros

faziam questão de compartilhar o desenvolvimento pedagógico dentro da

escola.;

Assistir com entusiasmo o crescimento no aprendizado dos alunos;

A escola contribui com alguns dos projetos implantados dentro da escola

como foi o caso do cinema;

Mudança benéfica de comportamento dos professores no decorrer do

trabalho;

Capacitação interna dos bolsistas, onde contribui para a formação

acadêmica;

Page 84: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Interação interdisciplinar entre as áreas do conhecimento que participavam

do projeto;

Aspectos não muito significativos

A falta de merenda na escola;

A resistência de alguns professores, pois tinham medo do novo;

Questão tempo, pois muitas vezes deixavam o trabalho do projeto em

segundo plano;

A falta de alguns professores nas capacitações, pois quando o bolsista ia

para escola o encontrava com poucas informações para realizar o trabalho

pretendido;

Utilizar determinado espaço da escola;

Os alunos tinham muita dificuldade com a escrita e leitura;

Estudo Comparativo entre os trabalhos realizados pelos bolsistas da área de Educação Física.

No ano de 2003 o Projeto Ensinar a Ensinar, teve como equipe da

área de Educação Física os bolsistas: Hely Cristian Leão Lima, Josinéia Araújo

Rodrigues, Rosa de Luz Ambrósio dos Reis Miranda Sá e Yong Bruno Garcias

Menezes. A bolsista Josinéia foi substituída pela bolsista Hely no mês de maio.

Para fácil entendimento os bolsistas serão mencionados por letra.

Rosa bolsista (a), Josinéia e Hely bolsista (bJ),(bH) e Yong Bruno (c).

O trabalho desenvolvido pelos bolsistas tinha o mesmo segmento,

era interdisciplinar e baseava-se no plano de ação que a equipe montou. Porém o

trabalho era diferenciado pela necessidade e característica de cada escola e pela

individualidade de cada bolsista.

A primeira atividade feita trabalhando as datas comemorativas que

foi o carnaval é um exemplo destas diferenças. Baseando no plano de ação cada

bolsista foi para sua respectiva escola e resultou no seguinte: A bolsista (a)

atendendo duas (02) escolas conseguiu fazer somente em uma escola fazer o

proposto pela equipe. Confeccionar máscara para realização de um baile de

carnaval. Os alunos trabalharam com colagem e recortes onde estimulou a

Page 85: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

coordenação motora fina. Já o bolsista (c), foi além do esperado, pois criou junto

com as professoras e alunos além das máscaras, incentivou os alunos a

confeccionar fantasias diversas com materiais reciclável como papel e outros onde

terminou com um belo desfile e ao final baile para todos se divertir.

As intervenções

diárias eram bem

diversificadas entre

bolsistas, enquanto a

bolsista (bH) levava quadros

de figuras para interpretação

de texto, o bolsista (a)

realizava atividades

recreativas findando com

elaboração e interpretação

de texto na sala.

O contato direto com

os professores era um outro

fator interessante, pois cada

bolsista se comportava de

uma maneira. A bolsista

(bH) logo que entrou na

equipe fez um trabalho com

todas as salas juntas que

não era o normal das

intervenções, porém deu

certo. Havia também o

contato com os bolsistas

das outras áreas,

matemática, português e

estudo e conhecimento do

meio (História e Geografia).

Page 86: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Sempre que necessário, era

realizada a intervenção

conjunta entre as áreas,

como o exemplo das

escolas Rio Guaporé que a

bolsista (a) atuava, foi

realizada uma intervenção

em parceria com a bolsista

Terezinha da área de

matemática, a intervenção

foi feita com objetivo de

conhecimento e junção das

sílabas para iniciar a leitura

com os alunos da 1ª série.

Outro exemplo foi na escola

Estela Compasso, onde os

bolsistas (bH) e (c)

realizaram uma atividade

conjunta com outra bolsista

de matemática. Organizou-

se um festival de pipa da

área de Educação Física e o

Geometricando da área de

Matemática, mas tudo

planejado e executado em

conjunto, com o resultado

positivo.

Houve também na

escola Rio Madeira

participação da bolsista (a)

no geometricando que

Page 87: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

atividade da área de

matemática, a mesma

montou um pequeno roteiro

de teatro onde o título era O

encontro das formas

geométricas, que foi

ensaiado pela bolsista (a) e

pela professora da escola.

O trabalho realizado

pela equipe de Educação

Física tinha o mesmo tema

e objetivos, porém cada

bolsista colocava sua

característica. A montagem

do curta metragem foi um

exemplo disto, pois o

capacitador, deu as

cordenadas pedindo que

começasse a trabalhar o

teatro nas intervenções

podendo utilizar-se do

conteúdo de sala de aula.

Cada bolsista fez de sua

maneira. A bolsista (a) partiu

do princípio onde tudo devia

ter um processo pedagógico

para interpretação teatral,

começando a trabalhar a

dicção e expressão corporal

dos alunos. Pegou um

conteúdo do currículo

Page 88: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

exemplo aumentativo,

montou frases com

aumentativo e pediu para

que os alunos lessem em

três vozes. Primeiro rindo,

depois com raiva e por fim

chorando. Buscou realizar

um trabalho passo a passo,

para depois levar os alunos

a interpretação de estórias.

Trabalhou também com

músicas instrumentais

pedindo que os alunos

ouvissem e depois

interpretassem conforme o

som, alegre, triste, sereno e

outros. Já bolsista (bH)

trabalhou com interpretação

de estorinha e criação de

roteiros produzido pelos

próprios alunos. Foi uma

experiência muito

significativa, pois um dos

roteiros, se transformou em

um dos curtas metragem

produzido pela equipe. Já o

bolsista (c), trabalhou

somente com interpretação

de estorinha.

Os caminhos

percorridos para realização

Page 89: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

do teatro e curta metragem

foram diferentes, mas os

resultados foram os

mesmos a conclusão do

curta metragem com êxito,

satisfazendo todos que se

envolveram com este

trabalho que foi os bolsistas,

capacitador, professor,

alunos e a escola em geral.

Não eram as

diferenças das intervenções,

mas os objetivos nela

contido, que era ajudar os

professores de sala a

desenvolver os conteúdos

do currículo através do

lúdico que era o facilitador

do aprendizado do

educando.

Cada bolsista

encontrou determinada

dificuldade dentro da escola,

mas, porém não desanimou,

realizando seu trabalho com

boa vontade e perseverança

para alcançar as metas que

o projeto Ensinar a Ensinar

buscou através destes cinco

anos de trabalho que era

capacitar os professores de

Page 90: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

sala para um ensino de

qualidade nas escolas

riberinhas, periférica urbana

e rural do município de

Porto Velho.

RESULTADOS

A equipe de Formação Continuada do Projeto Ensinar a Ensinar - PEE articulou e

promoveu diversas ações como oficinas, mini-oficinas, intervenção, seminário,

acompanhamento e avaliação. Estas geraram resultados bem significativos no decorrer

de cinco anos de trabalho. Com a finalização no ano de 2003/2004 verificou-se que, a

população atendida pelo PEE os diretores, professores, alunos, bolsista tiveram

crescimento pedagógico e intelectual além do esperado.

Muitos professores que eram leigos capacitaram-se chegando a concluir o

nível superior, assim melhoram seu planejamento, ação didática, conhecimento

mais amplo e ainda aprenderam a utilizar o lúdico relacionando o ensino e

Page 91: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

aprendizagem tornando a aula muito mais dinâmica. Os alunos de alfabetização à

4ª tiveram um avanço significativo, pois o desempenho escolar foi comprovado

com o aumento do índice de aprovação, melhor leitura e escrita e também

melhoraram a forma de se comunicar resultado do trabalho de expressão corporal

realizado pela Educação Física através do teatro.

Para os bolsistas da área de Educação Física, o Projeto Ensinar a Ensinar foi

uma porta que se abriu para o conhecimento científico, pois no decorrer deste

trabalho foram estudados diversos alguns autores e literaturas das diversas áreas

do conhecimento inseridas na escola, deixando os mesmos preparados a atuar

em um laboratório muito especial que é a escola. Outro fator importante foi à

aproximação que tiveram com os professores mestres da Universidade Federal de

Rondônia, estudando, aprendendo e trocando experiência pedagógica e do

cotidiano.

Em um ano de atuação os bolsistas foram privilegiados, pois a academia lhes

dá as informações teóricas para a futura profissão e Projeto Ensinar a Ensinar nos

deu muito mais do que conhecimento teórico, o contato com os alunos, com os

professores, com corpo técnico e todos da comunidade escola trouxe uma

experiência bastante significativa que poucos acadêmicos são capazes de obter.

RESULTADOS DA AVALIAÇÃO EXTERNA

Esta avaliação foi realizada pelos responsáveis do Programa de Educação na Amazônia

no qual o Projeto Ensinar a Ensinar estva inserido.

Penna Firme et al. (2004).

OS PROFESSORES

Em síntese, há evidências do impacto do Ensinar a Ensinar nos professores

participantes do projeto, o que se conclui através de um processo de triangulação

integrando a autopercepção dos professores, heteropercepção dos atores –

especialmente dos diretores das escolas – e os registros da observação durante as visitas

locais.

Page 92: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

Assim, os professores mostraram intensa participação tanto nas oficinas de

capacitação como no planejamento das atividades pedagógicas, revelando, na prática

escolar, apropriação da metodologia aprendida no projeto. Um significativo

desdobramento desse aproveitamento foi a realização de um expressivo número de

publicações e trabalhos pedagógicos diversificados marcados pelas características

regionais mais relevantes. A maior utilização do espaço escolar para eventos culturais e

incentivo á participação de pais nessas atividades muito contribuiu para o

desenvolvimento integrado escola-comunidade e o aperfeiçoamento de cada um dos

atores. Nesse contexto se destaca a atuação comprometida e competente da equipe de

coordenação.

A integração professor/aluno e a melhoria da postura do professor foram impactos

significativos. Simultaneamente melhorou a prática profissional do professor e dos demais

atores no processo educacional, melhorando também a qualidade e a utilização do

material didático produzido. Vale dizer, a esse respeito, que a relação conteúdos didáticos

com a realidade da comunidade foi um aspecto marcante quer na atuação do professor

quer nos materiais produzidos e publicados. Nesse sentido, houve também maior

preocupação com a criatividade dos alunos, sempre estimulada. Juntamente com os

alunos, os professores foram crescendo na sua capacidade teórico-metodológica, sendo

um dos aspectos mais expressivos desse processo, a formação de professores que no

início do projeto não tinham ainda completado o ensino fundamental e hoje estão

cursando ou terminando a universidade. A mudança de visão do ensino-aprendizagem foi

sendo acoplada ao fortalecimento da autonomia do professor. Finalmente vale ressaltar

que entre os professores melhorou a capacidade de avaliar a aprendizagem e de

respeitar e trabalhar as diferenças individuais dos alunos, valorizando seu

aperfeiçoamento pessoal, o que resultou no desenvolvimento de habilidades básicas e

conhecimento significativo nos alunos. Dessa forma cresceu também para o professor a

capacidade de planejar, executar e avaliar a prática pedagógica, desenvolvendo o

conhecimento crítico dos conteúdos e o compromisso ético como educador. A

mobilização de mais atores para o processo educativo foi também um aspecto que

mostrou avanços na preocupação do projeto em democratizar e socializar sua

experiência.

Todo esse quadro de conquistas vai por certo continuar crescendo e contornando

obstáculos para alcançar a plenitude da missão.

Page 93: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

OS ALUNOS

Os alunos revelaram mudanças favoráveis na aprendizagem e na sua participação nas

atividades escolares, demonstrando maior interação e melhoria do comportamento em

geral, especialmente percebendo a escola como um espaço prazeroso e valorizando-a de

um modo especial. Seu senso de responsabilidade individual e social aumentou, o que

contribuiu sensivelmente para o crescimento de seu aproveitamento escolar

particularmente observando no desempenho da leitura e compreensão, da capacidade de

expressão oral e da escrita, o índice de aprovação mostrou melhorias. O desenvolvimento

pleno das crianças é tarefa a longo prazo e deverá ser acompanhado e estimulado para

fortalecer o que já se conquistou e abrir sempre novas possibilidades, na medida em que

o professor vai se aperfeiçoando profissionalmente.

BOLSISTAS E DEMAIS INTERESSADOS

Assim, o mérito se traduz na capacidade teórica e no domínio prático de

profissionais atuantes no processo de capacitação, na repercussão do projeto junto as

parceiras – Universidade, ONG e Secretaria Municipal da Educação. Atuaram também

com sucesso, os bolsistas contribuindo assim para efetividade do trabalho docente. Com

o apoio especial da ONG envolvida e a colaboração de todos os atores e da comunidade,

particularmente sob a competente liderança e a sensibilidade da coordenação, o projeto

adquiriu expressiva visibilidade na região e no país consolidando sua credibilidade junto

aos parceiros, ás escolas e à comunidade em geral. Cabe aqui uma referência especial

ao dinamismo, à criatividade e ao comprometimento com a escola, no processo de

capacitação do ENSINAR A ENSINAR. Os diretores exerceram papel altamente

relevante. Vale também ressaltar a disponibilidade da Secretaria Municipal de Educação

liberando professores da Rede para atuarem no projeto. Finalmente, não menos

importante, foi a atuação da Raytheon que disponibilizou todas as condições necessárias

à missão incluindo uma competente gerência.

Todo este mérito conquistado vai precisar continuar crescendo em profudindade na

proporção de sua expansão, corrigindo e ajustando dificuldades, na vigilância constante

de evitar riscos e aproveitar ao máximo as oportunidades que forem surgindo.

Page 94: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa ação e qualitativa veio, tratar da relevância do Brincar e do

Lúdico dentro da escola, através da participação direta da equipe de Educação

Física na Llinha de Formação Continuada do Projeto Ensinar a Ensinar no ano de

2003 e 2004.

Muitos foram os caminhos percorridos para que se chegasse ao almejado,

que foi mostrar importância do Lúdico no ambiente escolar, quer seja como,

aprendizado ou não, e ainda capacitar e qualificar os professores que atuavam

com ensino fundamental de Alfabetização a 4ª série e assim contribuir para

melhoria do aprendizado dos educandos.

Este trabalho foi muito consistente, teórico e metodologicamente através de

oficinas, mini-oficinas, seminários, reuniões temáticas, acompanhamento

pedagógico, consultoria, avaliação enfim, um bombardeio de ações e

capacitações pedagógicas, embasados na metodologia sócio interacionista e

reflexiva de Vigotsky e em outras literaturas conceituada no âmbito escolar.

Todas estas capacitações eram bem preparadas pela equipe de Formação

Continuada, Linha II no PEE, desde a coordenação aos bolsistas, fazendo com

que os mesmos também fossem capacitados, pois a cada ação ou capacitação

realizava-se um estudo prévio sobre o assunto abordado.

Page 95: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

A escola foi a grande parceira da atuação do PEE, pois sem sua permissão

para entrar em seu âmbito, o Projeto Ensinar a Ensinar jamais teria conseguido

realizar algum tipo de ação. Apesar de muitos entraves, que muitas vezes era

desanimador a escola teve grande contribuição nos resultados obtidos.

Os bolsistas alunos da Universidade Federal de Rondônia foram agraciados

com inúmeras informações relacionadas à escola principalmente os que atuaram

na Formação Continuada, pois tinham o contato direto com os professores e

alunos das escolas atendidas dando-lhes uma vasta visão do cotidiano escolar e

também troca de experiência com os professores mais antigos. Os que fizeram

parte da área de Educação Física tiveram o privilégio de contar com dois grandes

mestres que foi o capacitador, professor João Guilherme Rodrigues Mendonça

que trabalhou diretamente com os mesmos tirando dúvidas, auxiliando nas

atividades e tudo que fosse necessário para os bolsistas atuarem na escola. E

ainda, o professor Célio José Borges que fazia parte da coordenação de

Formação Continuada, imprescindivelmente, contribuía com a equipe. A

Universidade Federal de Rondônia também parceira deste projeto foi contemplada

com este intercâmbio aluno-bolsista e a escola, pois a mesma sempre estava

atualizada com informações referente ao ensino das escolas municipais de Porto

Velho, que é de suma importância para uma academia.

Nesta pesquisa verificou-se que PEE trabalhou sempre com embasamento

teórico rico em informações que levassem os professores a raciocinar, debater e

explanar todos os assuntos estudados, como interdisciplinaridade, gestão escolar,

avaliação entre outros. Em sua didática o PEE, buscava recursos modernos e de

fácil compreensão para que os professores tivessem maior interesse e mais

participação.

A equipe de Educação Física demonstrou através de sua atuação na Escola,

como o brincar é importante em diversas dimensões, e também como o professor

pode atuar de forma diferenciada com seus alunos.

O papel do professor é interagir com seus alunos dando-lhe atenção, ensinando-lhe a

respeitar, amar, colaborar, enfim uma educação de qualidade.

Page 96: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

BIBLIOGRAFIA

BAKYAYITA, Jasper. Et al. Referencia bibliográfica. Todos Temos Direito. São

Paulo: editora Ática.1998.

BORGES, Célio José. Metodologia de Formação Inicial e Continuada no Ensino

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Relatório Técnico.

BORGES, Célio José & Brito, Gilvanda. Relatório Final. Projeto Ensinar a Ensinar.2004.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo Brinquedo, Brincadeira e a Educação, 5 ed. São

Paulo. Cortez Editora. 2001.

MENDONÇA, João Guilherme Rodrigues. Plano de Ação 2003. Projeto Ensinar a Ensinar,

2003.

PENA FIRME, Thereza et al. Avaliação Externa do Programa de Educação na Amazônia.

Rio de Janeiro, 2004.

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MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar Prazer e Aprendizado. Petrópolis RJ:

Vozes 2003

CONFEF, Conselho Federal de Educação Física. Carta Brasileira de Educação

Física. Belo Horizonte MG, 2000.

Page 98: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

GLOSSÁRIO

Bolsista – Acadêmicos responsáveis pelas intervenções pedagógica

Capacitador – Professores mestres responsáveis pela equipe de uma determinada área

do conhecimento existente no Projeto Ensinar a Ensinar.

Intervenção Pedagógica – Atuação direta dos bolsistas dentro da Escola

Oficinas – Capacitações realizada pela equipe do Projeto para os professores da Rede

Municipal de Ensino.

Pejorativo – diz-se do vocábulo que adquiriu ou tende a adquirir sentido torpe; obsceno

ou simplesmente desagradável. (Mini-dicionário Gama Kury da Língua Portuguesa – São

Paulo – FTD 2002.)

Plano de Ação - Calendário de atividades que foram desenvolvidas pela equipe de

Educação Física no ano de 2003

Page 99: O Espaço do Brincar na Escola: Uma experiência vivenciada

AUTORIZAÇÃO

Autorizo a reprodução e ou divulgação parcial ou total da presente obra, por qualquer

meio convencional ou eletrônico desde que seja citada a fonte.

Nome do Autor: Rosa de Luz Ambrósio dos Reis Miranda Sá

Assinatura da Autora: ------------------------------------------------

Instituição: Universidade Federal de Rondônia

Local: Porto Velho – RO

Endereço: BR – 364, Km 12,5

Site: hppt:/www.unir,Br

Porto Velho 20 de novembro de 2005.

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Assinatura