jornal amatra 15 regiÃo junho 2007

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Junho/2007 - Edição n° 10 - Ano 5 A JORNAL DA PROCESSO VIRTUAL MUDA JUDICIÁRIO BRASILEIRO Secretário-geral do CNJ, Sérgio Tejada (ao lado da ministra Ellen Gracie), fala sobre o processo virtual. Págs. 5 a 7 GIRO DE NOTÍCIAS - Ato de desagravo mobiliza comunidade jurídica da região de Marília. Pág. 11 POSSE GESTÃO 2007-2009. A diretoria da Amatra XV tomou posse em cerimônia realizada no plenário do Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas, no dia 30 de março. Pág. 9 NEST A EDIÇÃO: BEATRIZ PICCOLOTTO (AO LADO), FALA SOBRE ALIMENTAÇÃO E ESTRESSE. PÁG. 3 MANIFESTO ABAS. PÁG. 4 ARTIGO - REVOLUÇÃO DIGITAL. PÁG. 8 PUBLICAÇÕES EM DESTAQUE. PÁG. 10 Foto Imprensa CNJ Foto Teresa Pedrasi

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Page 1: JORNAL AMATRA 15 REGIÃO JUNHO 2007

Junho/2007 - Edição n° 10 - Ano 5

AJORNAL DA

PROCESSO VIRTUAL MUDAJUDICIÁRIO BRASILEIRO

Secretário-geral do CNJ, Sérgio Tejada (ao lado da ministraEllen Gracie), fala sobre o processo virtual. Págs. 5 a 7

GIRO DE NOTÍCIAS - Ato de desagravo mobilizacomunidade jurídica da região de Marília. Pág. 11

POSSE GESTÃO2007-2009.

A diretoria da Amatra XVtomou posse em

cerimônia realizada noplenário do Tribunal

Regional do Trabalho,em Campinas,

no dia 30 de março.Pág. 9

NESTA EDIÇÃO:••••• BEATRIZ PICCOLOTTO (AO LADO), FALA SOBRE ALIMENTAÇÃO E ESTRESSE. PÁG. 3

• • • • • MANIFESTO ABAS. PÁG. 4

• • • • • ARTIGO - REVOLUÇÃO DIGITAL. PÁG. 8

• • • • • PUBLICAÇÕES EM DESTAQUE. PÁG. 10

Foto Imprensa CNJ

Foto Teresa Pedrasi

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JORNAL DA AMATRA XV2

CONSTRUÇÃO COLETIVA

Com a posse da diretoria da Chapa Vida e Justiça, umnovo período de muito trabalho em nossa associaçãose inicia! Muitos são os projetos e as esperanças;

grande é a perspectiva e acima de tudo, há muito trabalho arealizar nesta nova gestão.

Focamos e assumimos como problemas e enfrentamentosde maior relevância à magistraturada 15ª Região, suas condições detrabalho e suas garantias cons-titucionais. Os magistrados denossa região estão trabalhando nosseus limites, seja pela demanda,seja pela carência de infra-estrutura,especialmente a falta de servidorese de juízes. Mudanças neste quadroregional se impõem e a Amatra nãovai se furtar. Reconhecemos aexistência de um esforço e umtrabalho intensificado de toda a 15ª.Região nesse sentido, com oobjetivo de levar ao conhecimentodos órgãos competentes para aapreciação de nossos projetos qualé verdadeiramente a nossarealidade, em números, emdimensão e em necessidades.

Três projetos têm merecidoespecial atenção dos dirigentes daAmatra XV: o que cria mais 19cargos de juízes de segundainstância; o que cria mais 65 cargosde juízes substitutos de primeirograu e o que cria novos cargos deservidores. Estaremos firmesbuscando uma tramitação célere e a aprovação.

Com o fim de tornar mais efetiva sua atuação, o processode regionalização da entidade, iniciado pela gestão anterior,foi mantido e com sucesso. A diretoria da Amatra estarápresente nas regionais sempre que possível e sempre que forconvocada. O contato com os colegas nas circunscrições éfundamental, inclusive para que se conheçam as questões edemandas pontuais de cada localidade. As assembléiasregionalizadas deverão ser mantidas e as discussões virtuaisdevem ser incrementadas, de forma a possibilitar maiorparticipação de cada associado nos assuntos relevantesdebatidos pela nossa associação. O que se quer é levar a

associação ao associado e para isso, os diretores regionaissão o grande elo.

No contexto, cabe registrar, por sua importância, arealização, em Marília, do ato de solidariedade em desagravoaos colegas ofendidos em suas prerrogativas e sua própriadignidade, por petição firmada por um advogado da localidade.

O incidente foi amplamente recha-çado pela Amatra XV, com notapública enviada aos principais ór-gãos de Imprensa e publicada napágina do site da entidade. Está aímais uma amostra da união de todose do posicionamento claro daassociação diante de ofensas àsprerrogativas dos associados.

Não podemos olvidar, também, danossa missão social, cientes queestamos das grandes carências denosso País. A Amatra XV já deuseus passos visando a um trabalhocom setores da sociedade, para oesclarecimento de questões decidadania, trabalho e justiça. E esteprojeto já está em andamento, comparceria da Escola da Magistraturada 15ª. Região – Ematra e efetivaparticipação dos diretores regionais.

Também anunciamos asprimeiras mudanças implemen-tadas em nossa política decomunicação social. O Jornal daAmatra XV passará a ser publicadocom maior periodicidade, sempreabordando um tema central por

edição. Também foi incorporada uma seção sobre Qualidadede Vida, anseio de todos nós. E no segundo semestre serárealizado o terceiro encontro sobre o tema.

O site da associação na internet agora conta comatualizações freqüentes, uma necessidade que se impunha,em face do grande número de acessos que recebe, não só dopúblico interno, mas também do público externo.

Por fim, gostaria de deixar uma mensagem deagradecimento a todos os colegas que têm se empenhadopara que os projetos da Amatra XV se efetivem, sejam dadiretoria ou não. Afinal, nossa entidade é uma construçãocoletiva, fruto do nosso trabalho e de nossa dedicação.

AMATRA XVAssociação dos Magistrados da Justiçado Trabalho da 15ª RegiãoR. Riachuelo, 473 – Sala 62 – BairroBosque – Campinas-SP.Fones (19) 3252-0368 e 3253-6055Site: www.amatra15.org.br

Presidente – Ana Paula P. LockmannVice-Presidente – Flávio LandiSecretário Geral – Guilherme G. FelicianoDiretor Financeiro – Luís Rodrigo F. BragaDiretora Cultural – Luciana CaplanDiretora Social – Alzeni Ap. de O. FurlanDiretor de Com. Social – Ricardo R. LaraiaDiretor de Assuntos Legislativos –Francisco Alberto da M. P. GiordanoDiretora de Benefícios e Convênios –

Déborah Beatriz Ortolan Inocêncio NagyDiretor de Aposentados – Hermelino deOliveira SantosComissão Disciplinar e de PrerrogativasTitularesFlávio Allegretti de Campos CooperManoel Carlos Toledo FilhoTeresa Cristina PedrasiSuplentesLorival Ferreira dos SantosRita de Cássia Scagliusi do CarmoJosé Antonio DosualdoConselho FiscalAna Maria de VasconcellosAntonia Sant´AnaMarcelo Magalhães RufinoDiretorias RegionaisJoão Alberto Alves Machado (Araçatuba)

Maria Helena Falco Salles (Bauru)José Roberto Dantas Oliva (Pres. Prudente)Alexandre A. Medeiros (Ribeirão Preto)Alessandro Tristão (São José do Rio Preto)Lúcio Salgado de Oliveira (S. J. dos Campos)Mauro César Rossi Luna (Sorocaba)

JORNAL DA AMATRA XVTiragem: 3 mil exemplaresPublicação Trimestral da Amatra XVE-mail: [email protected] Editorial: Ana Paula P.Lockmann, Ricardo Regis Laraia eFlávio LandiProd. Editorial: Roncon & Graça ComunicaçõesJornalistas Responsáveis: Edécio Roncon(MTb 16.114) e Vera Graça (MTb 17.485)Site: www.rongra.com.brE-mail: [email protected]

EDITORIAL

Ana Paula Pellegrina Lockmann,presidente da Amatra XV

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JORNAL DA AMATRA XV 3

SAÚDE

COMER A CADA TRÊS HORAS IMPEDE ALIBERAÇÃO DO HORMÔNIO DO ESTRESSE

QUALIDADE DE VIDA

Jornal da Amatra XV - As atividades diárias dos juízes,inclusive com jornada de trabalho nos finais de semana,feriados e parte das férias, impõem uma rotina estressante.Do ponto de vista nutricional, os efeitos maléficos dessasatividades podem ser atenuados?

Beatriz Barros Piccolotto – Sabemos a importância daalimentação, em longo prazo, na saúde do indivíduo. O juiz pelasua própria atividade é muito estressado. Esse estresse geraradicais livres e envelhece o organismo. Com o estresse, oorganismo produz substâncias oxidantes e gasta reservas deantioxidantes, produzindo os hormônios do estresse. Umapessoa estressada, provavelmentejá é carente em nutrientes que vãoamenizar esse estado. Sendo assimé preciso que esses profissionais,que têm uma alimentação restrita edificuldades com horários para sealimentar e em alguns casossedentários, escolham bem aqualidade do alimento que vão ingerire busquem uma semana regrada.Sou a favor de uma reeducaçãoalimentar, procurando se dar tudo demelhor, dentro de cada situação. Ofim de semana deve ser maisliberado, até porque comer é prazer,é emoção e todo mundo precisaestar feliz, compartilhar com osamigos e não ficar ligado em grandes restrições.

Jornal da Amatra XV – Como se deve buscar umasemana regrada do ponto de vista nutricional?

Beatriz – Primeiramente o juiz deve buscar uma atividadefísica regular, de três a quatro vezes por semana. Hoje aatividade física tem que estar envolvida com lazer. Caminharpode ser uma primeira opção, porque é muito fácil. Umaacademia pode ser outra opção, porque se faz amigos e cria-se um grupo de relacionamento. E essa atividade deve ser demédia intensidade e longa duração, ou seja, de pelo menosuma hora. Com relação à alimentação tem que começar comum bom café da manhã, com frutas, cereais integrais e nãoexagerar no leite e derivados. Pode ter também sucos comfolhas e sementes, que são fontes concentradas de nutrientes.Esse café da manhã tem que ser com pouca gordura e bemplanejado. Não dá para generalizar, pois têm pessoas quepodem tomar leite, outras não. Cada caso é um caso.

Jornal da Amatra XV – Como deve ser a alimentação,de um profissional que está no trabalho o dia todo?

Beatriz – É importante comer a cada três horas. As refeiçõesfracionadas amenizam o estresse. O organismo em jejum pormais de três horas, libera cortisol, o hormônio do estresse. Oque esse tipo de profissional deve comer? Primeiro a pessoadeve estar hidratada. Deve beber água o dia todo, de preferênciauma água mais alcalina, com gás ou mineral de qualidade, quetraz outros benefícios além da hidratação. Deve beber pelo

menos dois litros ao longo do dia, de preferência fora do horáriodas refeições e de golinhos. Sugiro que nesse período se comamfrutas secas – ameixa e damasco e oleaginosas, como noz ecastanha. Também pode ser uma barra de cereal, desde queseja de boa qualidade. Outras opções são frutas, como pêra,maçã ou banana.

Jornal da Amatra XV – E se der para almoçar, comodeve ser essa alimentação?

Beatriz – Primeiro deve-se almoçar pensando no ato daalimentação. Não se deve comer avaliando um processo. Comerdevagar e mastigar bem e estar em um local adequado para essa

refeição. Se possível comer umafonte de fibra, como salada, legumeou verdura. Comer uma fonte deenergia, como arroz, batata ou pão.Se for um sanduíche, que tenha umasalada acompanhando. Uma fontede proteína pode ser uma carne, umfrango ou um peixe, de preferênciacom pouca gordura. Evitar molhos àbase de sal, gordura, catchup oumostarda. Comer uma fruta junto ouapós a refeição, é sempre bom.

Jornal da Amatra XV – Ecomo fica a alimentação noperíodo da tarde, onde ajornada é mais extensa?

Beatriz – À tarde pode fazerum lanche de novo, com pão integral, acompanhado de saladae um suco de fruta ou a própria fruta. Pode ingerir também frutassecas e oleaginosas. Se for jantar mais tarde, pode novamen-te comer um sanduíche natural, mas nesse caso é preciso avaliaressa pessoa, se está com sobrepeso. Ela precisa ser magra,até porque os magros vivem mais e com menos doenças. Ojantar não deve ser muito tarde e nem ser a refeição mais pesada.Não deve ter fritura e nem ser muito próximo do horário do sono.Recomendo três horas, entre a última refeição e o sono. À noitetudo tem que descansar e não é hora de sobrecarregar oorganismo. Essa refeição deve ser com salada, fibras, minerais,carboidratos e carnes magras ou uma sopa na época do frio,mas que não tenha calabresa e nem creme de leite.

Jornal da Amatra XV – Para os que se aproximam dos60 anos, há alguma recomendação especial?

Beatriz – As pessoas com mais de 60 anos não são maisconsideradas idosas e estão em plena atividade. Para quepossamos chegar aos 60, jovens, devemos nos cuidar ao longodos anos que antecedem essa fase. A manutenção do peso ea redução da gordura abdominal, aliada à prática deatividade física regular são fundamentais para a diminuiçãodos riscos de doenças cardiovasculares e diabetes. A dietatambém é fator determinante à saúde, para que possamospreservá-la. Sugiro uma rotina alimentar equilibrada, queinclua alimentos com funções reparadoras, fontes devitaminas e minerais antioxidantes.

O hormônio cortisol, que provoca o estresse, é liberado após três horas do organismo emjejum. A informação é da nutricionista-clínica Beatriz Barros Piccolotto, da Clínica Reis Neto,

que na entrevista, entre outras sugestões, propõe uma “semana regrada”do ponto de vista alimentar, para a rotina de trabalho dos juízes.

Nutricionista-clínica, Beatriz Barros Piccolotto

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MANIFESTO PELOINGRESSO NA ABAS

SAÚDE

E m tempos obscuros, é bom poder estar tranqüilo em nosso íntimo. E é assim que me sinto quando penso no meu plano de saúde: tranqüilo. Por mim

e pela minha família. Tenho a grande sorte de poderusufruir os benefícios da Abas. E também colaboro,certamente muito, com o sistema. Cresci junto com aentidade e ao lado das pessoas que a idealizaram, tendoaprendido muito durante os treze anos de trabalho econvivência quase diária.

Conhecendo o sistema de saúde brasileiro, possoafirmar que as perspectivas futuras da assistência àsaúde no País não são boas.

O sistema público, que merece muita consideração,principalmente em razão do nível de comprometimentode seu corpo de trabalhadores e da gama de serviçosdisponíveis, tem limitações estruturais significativas.Acredito que se houvesse redução das fraudesobservadas, valorização e capacitação dos profissio-nais, racionalização dos recursos e investimento emsaneamento básico, talvez tivéssemos um dos melho-res sistemas de saúde pública do mundo. Entretanto,não creio que possamos contar muito com medidasque dependam de vontade política, especialmente emsetores que não dão tantos votos.

No setor de assistência médica privada, maisespecificamente no segmento das hoje chamadasoperadoras de planos de saúde, há forte tendência futurade escassez de recursos para seu financiamento econcentração de mercado. Os problemas são inúmeros.Os planos de saúde são recordistas em queixas nosProcons. Ao longo dos anos, vêm tornando-se carosdemais, impedindo o crescimento da massa de atendidose elevando, assim, o risco atuarial. O modelo depagamento por procedimento adotado induz a realizaçãode despesas desnecessárias. Há grande capacidadeociosa, enquanto faltam recursos no setor público. Ainovação tecnológica em medicina não reduz os preçosdos serviços como em outros setores econômicos. Pelocontrário, a inovação torna-se nova opção, que se agregaàquelas já existentes, que também não deixam de serutilizadas, gerando elevação dos gastos. E estes novosrecursos precisam ser “consumidos”, pois há pesadosinteresses econômicos das empresas que financiam aspesquisas. Daí o fortíssimo marketing existente por detrásda prática médica, oferecendo serviços diferenciados,máquinas de última geração, exames diagnósticossofisticados e remédios inovadores. O usuário, por seuturno, deseja ter acesso a tais recursos, ainda que muitodo que se oferece seja dispensável e não altere oresultado final do tratamento. Apesar de tudo, é umsetor que precisa ser reestruturado e fomentado,principalmente através da mudança da legislação que o

regula, pois tem papel complementar ao da atuaçãoestatal, emprega consideravelmente e movimenta acadeia produtiva.

Em meio a este panorama tumultuado, os juízes dotrabalho da 15ª Região organizaram sistema deassistência à saúde que é um oásis de segurança. Nãoapenas pela sua solidez financeira, materializada peloexpressivo fundo de reserva técnica, que nada mais é doque garantia real dessa segurança, mas pela constru-ção de modelo assistencial que atende concreta-mente às necessidades em saúde de seus usuários, deforma abrangente e personalizada. Por certo aindahá muito em que inovar, porém o que já existe é bastan-te diferenciado e apresenta custo excepcional,considerado seu nível de cobertura e formas defuncionamento.

Tudo foi fruto da união de um grupo de colegas e desua colaboração mútua, baseada na ligação corpora-tiva, da forma mais fraterna que talvez já se tenhaverificado nessa Região. Minto, da segunda forma maisfraterna, pois, sem dúvida, a mais fraterna foi à açãoque auxiliou juízes em casos de doença familiar que,inclusive, motivaram a iniciativa de criar o plano de saúdepróprio. A iniciativa da criação da Abas foi fruto detriste experiência prática e pretendia, à época, evitarsua repetição futura, da maneira mais democráticae cooperativa possível. Podemos afirmar que a asso-ciação vem cumprindo sua missão.

A ação continua. Seu exemplo de união ecooperativismo precisa ser passado adiante, para novose futuros integrantes da Amatra XV. E para antigos, masrelutantes, também. Com a união de todos, poderemosainda mais. É preciso resgatar os velhos ideais e lutarpelo que também é seu, mesmo que de forma indireta,pois só o direito de poder participar da Abas 15 já é umavantagem excepcional dentro do contexto tumultuado daassistência à saúde no Brasil. E a participação deve sertotal, não só por ser uma iniciativa própria, mutualista ecorporativa, mas porque verdadeiramente funciona bem,por um custo bastante razoável.

Gostaria de sentir que poderia conclamar todos os queainda não o fizeram a ingressarem nessa grande entidade.Mas não posso, pois livre é o direito de associação.Apenas defendo ardorosamente a medida, pois temosum excelente sistema de saúde nas mãos, que pode serainda melhor com a participação de todos.

Ingressem na Abas. Um sistema de saúde confiável,ético e justo, como seus integrantes.

Maurício Corrêa de Cerqueira CésarGerente Executivo da Abas 15

Especialista em Gestão de Sistemas de Saúde (EPGE/FGV)Mestrando em Saúde Coletiva (FCM/Unicamp)

Maurício Corrêa de Cerqueira César

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XOXOXOXOXOXoxoxoxoxo

Foto Divulgação

JUSTIÇA VIRTUAL - ENTREVISTA

PROCESSO VIRTUAL AJUDANO CRESCIMENTO DO PAÍS

Secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça,juiz Sérgio Tejada

Foto Imprensa CNJ

O processo virtual veio para trazer uma onda de modernidade ao Judiciário brasileiro,

que entra na era digital. O secretário-geraldo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), juiz SérgioTejada, em entrevista realizada por via eletrônicaao Jornal da Amatra XV , mostra que o processovirtual pode até ajudar nos índices de crescimentodo País, uma vez que “estudo feito pelo Ipeamostra que uma Justiça ineficiente provocaredução da taxa de crescimento de longo prazodo País, em 25%”. Eleenumera outras vantagenscomo economia de papel,“já que em uma estimati-va muito modesta, ojudiciário consome pelomenos duas mil toneladasde papel por ano”. Tejadaacredita que antes ocidadão e outros usuáriosnão sentiam os efeitosda informatização do Ju-diciário, porque ela erainterna e restrita, masagora o processo virtualé para fora, com todosos benefícios para oscidadãos.

Jornal da Amatra XV –Quando surgiu a idéia de secriar o processo virtual najustiça brasileira?

Sérgio Tejada - A idéia surgiu a partir da criaçãodos Juizados Especiais Federais. A lei que criou osjuizados já tinha um artigo incentivando o uso datecnologia, o uso de meios eletrônicos. A idéia eradesburocratizar o processo. A Associação dos JuízesFederais do Brasil (Ajufe) trabalhou muito neste projetode lei. A partir daí, a idéia foi evoluindo e vimos que erapossível avançar muito mais. Nesta época, o atualministro do Superior Tribunal de Justiça, Teori Zavascki,presidia o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, e foium grande incentivador da informatização. Depois, aministra Ellen Gracie, já integrando o Supremo TribunalFederal, deu o apoio indispensável para que o processovirtual fosse avante.

Em abril do ano passado, quando assumiu apresidência do STF e do Conselho Nacional de Justiça,ela estabeleceu a disseminação do processo virtualcomo uma de suas prioridades.

Estudo feito pelo Ipea – Instituto de PesquisaEconômica Aplicada - demonstrou que uma Justiçaineficiente provoca redução da taxa de crescimento delongo prazo do País em 25%. Ao contrário, com umajustiça eficiente, o Brasil pode crescer 0,8% ao ano, Continua nas páginas 6 e 7

aumentar a produção nacional em até 14%, a taxa dedesemprego cairia quase 9,5% e o investimentoaumentaria em 10,4%. Já o Banco Central do Brasilanunciou que 20% da composição do “spread” bancáriose deve à margem de segurança inserida na taxa dejuros. Enfim, a morosidade da Justiça interfere não sóna vida do cidadão que recorre a ela, mas também nodia-a-dia do brasileiro, que tanto reclama da falta deemprego, da falta de crescimento do País, dos juros altosetc. Vale a pena para todos, portanto, investir para que

tenhamos uma Justiçamais rápida e célere.

O interesse peloprocesso virtual foi ta-manho que até extra-polamos as fronteirasdo País e oferecemoso sistema para o Po-der Judiciário do Pana-má, sem custos. Nospróximos meses, aJustiça panamenha jádeverá começar ausar o sistema desen-volvido aqui no Brasil,o que reforça a lideran-ça do País nesta área.

Jornal da AmatraXV – Em que consis-te um processo vir-tual, para alguém que

nunca entrou em contato com esta tecnologia?Tejada - É equivocada a idéia de que as pessoas

não têm contato com a tecnologia. Até os aposentadosusam a internet, para sacar os benefícios pre-videnciários. A internet é o sistema que funciona nosbancos. O voto eletrônico também é outro exemplo dadisseminação da tecnologia. De modo que as pessoasjá estão bastante familiarizadas com a presença docomputador. De qualquer modo, o cidadão comum vaicontinuar sendo atendido da mesma forma. Os tribu-nais estão se preparando para atender as pessoas quenão tenham acesso a computador e à internet. Nãohaverá exclusão. Não há este risco e a população pode-rá sentir os efeitos benéficos do uso da tecnologia, coma tramitação mais rápida dos processos, com a facilita-ção do acesso à Justiça, economia.

É bom salientar que a lei que regulamentou o usodo processo virtual estabelece que as sedes da Jus-tiça devem oferecer serviço de atendimento, comservidores especializados, para ajudar advogados e paradar ao cidadão comum informações sobre o sistema.Portanto, não há qualquer possibilidade de restringir oacesso. Ao contrário.

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JUSTIÇA VIRTUAL - ENTREVISTA

“SISTEMA É MAIS SEGUROQUE O PROCESSO EM PAPEL”

Página inicial do site do Proces sÀ direita do site, i m

Um dos princípios básicos do processo virtual é adispensa do uso de papel. O processo eletrônicofunciona através de um portal de internet no qual osusuários – magistrados, servidores da Justiça,membros do Ministério Público e advogados públicos eprivados – são previamente cadastrados e identificadoscom login e senha. Comparecendo o cidadão na sededa Justiça, sua pretensão é lançada diretamente nosistema. Se preferir constituir advogado, este elaboraráa petição inicial e, de seu próprio escritório, aencaminhará. Acionado o botão “enviar”, seja peloservidor da Justiça, seja pelo advogado, a petição inicialserá distribuída instantaneamente e, nesse momento,o interessado receberá na tela do computador ainformação de que o processo foi distribuído, quenúmero obteve no protocolo, qual é a vara e qual juizjulgará a causa. Recebendo a ação virtual, o juiz, depoisde verificar a regularidade da causa e decidir eventualpedido de liminar, determinará a citação do réu, que éfeita também eletronicamente, clicando um botão. Eessas providências podem ser tomadas por bloco.

Jornal da Amatra XV – Se não há mais papel, autosfísicos, qual a segurança que o sistema oferece?

Tejada - O processo virtual é incomparavelmentemais seguro que o tradicional. Os autos em papelpodem ser facilmente destruídos ou alterados. Bastaque alguém de má fé arranque uma folha de umprocesso para que determinada prova desapareça dosautos. Além disso, os autos em papel, sendo físicos,só podem estar em um único lugar. Se este lugar sofrerum incêndio, por exemplo, o processo está perdido. Olugar também pode sofrer um alagamento ou outrodesastre, como um desabamento.

No processo virtual simplesmente não há risco deextravio de documentos. Todas as informações estãoem mais de um computador, em lugares diferentes.Tudo tem cópias de segurança, num sistema que tornaimpossível a perda de documentos. Além disso, osistema impede que os documentos sejam alteradosirregularmente. Mas, ainda que algum documento fossealterado, o sistema pode mostrar quem fez isso. Tudofica registrado, todos os acessos, todas as alterações.

Jornal da Amatra XV – Os operadores do Direito– juízes, promotores, procuradores, advogados eservidores, terão de se especializar em informá-tica para utilizar o sistema do processo virtualno dia-a-dia?

Tejada - Na verdade, a grande maioria dos servidoresjá trabalha no computador. Aquela cena de servidorestrabalhando em máquinas de escrever já faz parte dopassado. Não há hoje no País nenhum juiz que nãotrabalhe assistido por computador. Além disso, o sistemade processo virtual desenvolvido pelo CNJ é muitosimples. Qualquer pessoa que tenha familiaridade com

o computador pode trabalhar com ele. É claro que aspessoas precisam passar por um pequeno treinamento,para lidar direitinho com o sistema. Mas é um curso dealgumas horas, que familiariza as pessoas com a formade processar as ações, como deve acontecer comqualquer funcionário que entra na Justiça. Mas é umsistema que as pessoas conhecem. Ele usa a internet.Quem não sabe usar a internet? O sistema é amigável.Quem está acostumado a mexer com internet nemnota que está mexendo com processo.

Jornal daAmatra XV –Tendo em vistaque há deze-nas de tribu-nais no País, épossível a cria-ção de umsistema uni-ficado de autosvirtuais?

Tejada - Maisdo que possível,é necessário. Eo CNJ já traba-lha neste sen-tido. O sistemade processovirtual desen-volvido peloConselho estáconcebido emsoftware livre efoi oferecidogratuitamenteaos tribunais, justamente para criarmos um padrão.Para chegarmos ao formato final do sistema, fizemosuma série de encontros com representantes de tribunaise analisamos diversos sistemas existentes, atéchegarmos a um modelo mais apropriado a todos. Eeste sistema continua aberto a inovações e a melhorias,que vão sendo acrescidas pelos tribunais que jáimplementaram o modelo. Ninguém melhor que ousuário para dizer onde a ferramenta pode melhorar. Eestas melhorias ficam disponíveis a todos.

Mas além de desenvolver o sistema, treinarservidores e magistrados nos Tribunais e de repassarequipamento para seu uso, o CNJ também trabalhana unificação de tabelas em todos os órgãos doJudiciário, num grupo de trabalho que reúne todos ossegmentos da Justiça. Pretendemos chamarprocedimentos e classificações iguais por nomesiguais. Este é um trabalho de base para a unificaçãodos sistemas virtuais de tramitação de processos.

Há muito intercâmbio de processos entre os diversos

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JORNAL DA AMATRA XV 7

“OUTRO GRANDE BENEFÍCIOÉ PARA O MEIO AMBIENTE”

JUSTIÇA VIRTUAL - ENTREVISTA

so Virtual, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).magem de Themis, a deusa da Justiça

ramos da Justiça. Por exemplo, é muito comum aJustiça Federal mandar uma carta precatória para sercumprida pela Justiça Estadual, nos lugares maislongínquos do País. Se tivermos sistemas que secomuniquem, isto fica muito fácil.

Outro exemplo é a Jurisdição Delegada Federal.Ações previdenciárias e ações de execução fiscal daunião são processadas na Justiça Estadual naqueleslocais onde não existe sede da Justiça Federal, e osrecursos são julgados no Tribunal Regional Federal

correspondente. Por exemplo, o recurso no processoprevidenciário julgado numa comarca do interior doestado de Roraima irá para o Tribunal Regional Federalem Brasília. Se os sistemas forem compatíveis, comum simples clique o processo vai viajar milhares dequilômetros até Brasília, em uma fração de segundo.

Jornal da Amatra XV – Quais os principaisganhos que o sistema oferece?

Tejada - O maior beneficiado é o cidadão. Até hoje, ainformatização da Justiça se deu do balcão para dentro.Foi a informatização do Judiciário para o Judiciário. Ocidadão e outros usuários não sentiam os efeitos destainformatização, porque ela era interna e restrita. Mas oprocesso virtual é para fora do Judiciário, com todos osbenefícios para o jurisdicionado, que terá um processomais rápido, que pode ser acompanhado em tempo real.

Além de funcionar em tempo real, o processoeletrônico faz desaparecer todas as barreiras impostaspelo tempo e pela distância, podendo o processo ser

acessado a todo o momento e por todos osinteressados ao mesmo tempo e de qualquer lugar.

Além de combater a morosidade processual, oprocesso virtual ainda melhora o acesso à Justiça e atransparência do Poder Judiciário. Isso porque oprocesso eletrônico pode ser manejado em horáriointegral, isto é, as portas da Justiça estão sempreabertas para o jurisdicionado. A publicidade é tantaquanto à rede mundial da internet permite.

Outro grande beneficiado é o meio ambiente, pelaeconomia de papel, água, energia e combustíveis. Numaestimativa muito modesta, o Judiciário consome pelomenos duas mil toneladas de papel por ano. Paraproduzir esta montanha, é necessário cortar cerca de30 mil árvores, todo o ano. Isso equivale a desmatar oequivalente a 27 campos de futebol. Para fabricar todoesse papel, são gastos 64 mil metros cúbicos de água,o suficiente para abastecer 900 pessoas durante umano. Além do mais, economiza-se energia,dispensando-se a armazenagem física dos processos.E há, ainda, economia de combustíveis poluidores, jáque não é preciso transportar processos em papéis deuma cidade para outra, ou de um estado para outro.Tudo isso é o potencial de benefícios à natureza - e àsfuturas gerações - que o processo virtual traz.

Há, ainda, economia da mão-de-obra dos serviçosburocráticos da justiça, tais como elaboração demandados de intimação, carga de autos a advogadose outros, trabalho que simplesmente desaparececom o processo eletrônico. Há economia, também,com prédios, arquivos, armários, etc.

Não é só para a Justiça que os custos baixam com oprocesso virtual: para os advogados também. Na mesmaproporção que a burocracia do processo se reduz paraa Justiça, reflete-se a redução de trabalho nos escritóriosde advocacia, que podem controlar com mais precisãoos prazos processuais, reduzir gastos com cópiasreprográficas, com arquivos, bem como diminuirdespesas com deslocamentos à sede da Justiça.

Jornal da Amatra XV – Na sua opinião, a lei doprocesso virtual (Lei 11.419/2006) é adequada?

Tejada - Sou suspeito para falar sobre esta lei porquepresidi a comissão do Conselho da Justiça Federal, queelaborou o substitutivo entregue ao Senado. O projetooriginal foi elaborado pela Associação dos Juízes Fede-rais do Brasil, com base em toda a experiência quetínhamos no Tribunal Regional da 4ª Região. Claro quea lei não é perfeita. Eu mesmo já identifiquei defi-ciências que devem ser corrigidas. Mas temos quereconhecer que é um passo para uma Justiça melhor.Este substitutivo, quando chegou de volta a Câmara, jáaprovado pelo Senado, o relator, deputado JoséEduardo Cardozo, festejou o projeto de lei como sendoa mais importante norma no plano infraconstitu-cional na reforma do Judiciário.

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JORNAL DA AMATRA XV8

A REVOLUÇÃO DIGITAL NO JUDICIÁRIO

S ociólogos, economistas e outros cientistassociais são quase unânimes a respeito darevolução social causada pelas novas formas de

comunicação, principalmente as possibilitadas peladenominada “revolução digital”. Há mesmo quemdefenda ser esta a terceira revolução industrial, ao ladoda provocada pela máquina a vapor e pelos motoreselétricos e de combustão interna.

As inovações e possibilidades trazidas pelainformática são visíveis a qualquer um e não hánecessidade de ser alguém envolvido com a altatecnologia para perceber as facilidades propiciadaspelos novos meios disponíveis, a custos cada vezmenores. A informática reduz ou quase eliminadistâncias, permite um acesso quase ilimitado ainformações, possibilita novas descobertas nos maisdistintos campos do conhecimento, sendo de sedestacar aqueles verificados na área médica, onde acriação de nanorobôs permite que – literalmente - seviaje pelo interior do corpo humano, descobrindocausas e possíveis curas para doenças graves.

A despeito de todas estas facilidades, em nossomeio jurídico, o uso da informática ainda estava restritoao uso de computadores em substituição às máqui-nas de escrever e também para o arquivamento deinformações a respeito de andamentos de processose outras operações afins; o processo ainda eramaterializado em folhas de papel, cartolina, etc.Volumosos calhamaços de papéis, tendentes aoesfarelamento pelo excessivo manuseio durantea (não raras vezes lenta) tramitação do feito, com certafreqüência levavam à perda de documentosimportantes, quando não mesmo a necessidade derestauração dos autos quando de sua perda.

Pois este cenário tende – felizmente – a ser alterado,em face da edição da Lei nº 11.419, de 19.12.06, quedispõe sobre a informatização do processo judicial,chegando também a alterar o CPC para adaptá-loà nova realidade.

A partir de agora e à medida que os Tribunais foremse aparelhando – sendo digno de registro o pioneiroempenho do C. TST e Tribunais Regionais em seinformatizarem adequadamente – os atos do processopassarão a ser registrados em meio digital, commecanismos seguros de verificação de autoria. Assim,ao invés da utilização de quilos e até mesmo toneladasde papéis, bastarão alguns meios de armazenamentodigital de alguns poucos gramas para se armazenar edisponibilizar informações em tempo quase real.

Inúmeras são as vantagens daí advindas. A drásticaredução no consumo de papel é a mais visível, o quese justifica sobremaneira nesses tempos de reservado meio ambiente. Mas também a possibilidadede acesso remoto aos atos praticados no processotrabalhista evita que advogados e outros profissionaistenham se deslocar até as secretarias das varas. Estas,por sua vez, poderão paulatinamente reduzir o número

Juiz do Trabalho substituto do TRT da 15ª Região.Mestre e doutor em Direito das Relações Sociais pelaPuc-SP. Doutorando em Economia Aplicada pelaUnicamp. Professor do Instituto de Economia daUnicamp e da Faculdade de Direito da Facamp.Membro do conselho editorial da revista da Escolada Magistratura do TRT da 15ª Região. Autor doslivros Direito Coletivo do Trabalho (2005), DireitoIndividual do Trabalho (2006) e Cláusulas Normativasde Adaptação (2006), todos pela Editora Saraiva.

de feitos registrados no meio tradicional, reduzindo nãosó o espaço físico para seu armazenamento, mas,sobretudo otimizando suas atividades.

E os avanços propiciados pela informatização doprocesso judicial não se restringem ao aspecto material.A possibilidade de controle e verificação de informa-ções através de mecanismos de busca tende apotencializar a racionalização do processo. Nessesentido, a súmula vinculante (CF, artigo 103-A e Lei nº11.417/06) e a possibilidade de não processamentode recursos contra decisões conformes com ajurisprudência uniforme dos tribunais (CPC, artigo518, § 1º), aliados à digitalização do processo, tenderãoa acelerar o processamento dos feitos, evitandorecursos protelatórios e aumento no tempode tramitação dos feitos da Justiça do Trabalho.

Mas é necessário que todos os envolvidos nesseprojeto não se deixem influenciar pela virtualizaçãode suas possibilidades, esquecendo-se que setrata apenas de meios que são disponibilizadospela tecnologia com vistas a mais efetiva e célere pres-tação da atividade jurisdicional, cujo fim maior é o darealização da justiça social.

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JUSTIÇA VIRTUAL - ARTIGO

Henrique Macedo Hinz

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GESTÃO 2007-2009

POSSE DA NOVA DIRETORIA

Ana Paula Pellegrina Lockmann no discurso da posse

Em primeiro plano alguns juízes da nova diretoria Firmino Alves Lima faz balanço da gestão

José Nilton Pandelot, Sandra Ressel, Firmino Lima,Andréa Nocchi, Claudio Montesso e Renato Sant´Anna

Flávio Landi (direita), vice-presidente ediretores da nova gestão

Luciana Caplan, Ana Paula e Maria Helena Falco Salles Gisela Moraes, Ana Amarylis Gulla e Lúcio de Oliveira

Cerimônia lotou o Plenário do TRT

A posse da diretoria da Amatra XV para o biênio 2007-2009, no dia 30 de março, foi marcada pela descontração. No

Plenário do Tribunal Regional do Trabalho em Campinas lotadode juízes e convidados, os dois discursos, da presidente quetomou posse – Ana Paula Lockmann e do presidente que fez obalanço da sua gestão – Firmino Alves Lima, foram marcadospelo bom humor, inclusive com alusões às preferências

futebolísticas de cada diretoria. Mesmo nesse clima festivo deposse, as questões que mais preocupam a classe, os ideaismáximos da magistratura, as prerrogativas dos juízes e umaprestação jurisdicional cada vez mais abrangente para apopulação estiveram sempre presentes em todas asmanifestações. Nas fotos dessa página, um resumo dasolenidade de posse.

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TÓPICOS AVANÇADOS DODIREITO MATERIAL

DO TRABALHO

PUBLICAÇÕES Fontes: Editoras Damásio de Jesus, LTr, Método e Saraiva

O livro aborda as ações de prevenção e erradicação do trabalhoinfantil e a proteção que vem sendoconferida ao adolescente trabalhador.Depois de escorço histórico, apresenta oautor, sem abdicar do necessário rigortécnico, mas com linguagem clara eacessível, definição terminológica econceitos que esclarecem sobre o tema.O Princípio da Proteção Integral, positivadopelo artigo 227 da Constituição e pelo artigo1º do ECA, tão pouco examinado,mereceu análise aprofundada.Estatísti-cas estarrecedoras são apresentadas so-bre a exploração do trabalho infantil. A

obra mostra as alterações promovidas pela Lei n. 11.180/2005,que ampliou o limite de idade do aprendiz para 24 anos.

Autor: José Roberto Dantas OlivaSub-Título: Com Alterações Promovidas pela Lei n° 11.180Edição: Abril/2006 - 312 páginas

Autor: Firmino Alves LimaEdição: 1ª - 2006 – 333 páginas

A obra apresenta reflexões inovado-ras sobre aspectos momentosos comoos contratos de emprego público eivadosde nulidade por ausência ou invalida-de de concurso público (propondo arevisão da Súmula n. 363 do TST), osreflexos do Código Civil de 2002 noDireito Individual do Trabalho, os dilemase antinomias inerentes ao DireitoAmbiental do Trabalho (incluindo odebate sobre a responsabilidade civil –objetiva ou subjetiva – do emprega-dor pelos danos pessoais causados

ao empregado) e a difícil questão das cooperativas de traba-lho, aclamadas e demonizadas.

Tópicos Avançados de Direito Material do TrabalhoSub-Título: Atualidades Forenses – Vol. 1Autor: Guilherme Guimarães FelicianoEdição: 1.ª - 2006 – 196 páginas

Autor: Gustavo Filipe Barbosa GarciaSub-Título: Direito, Segurança e Medicina do TrabalhoEdição: 2006 – 144 páginasO presente livro tem como objetivo o estudo harmônico e

sistemático de temas do Direito doTrabalho, pertinentes, mais espe-cificamente, à segurança e medicinado trabalho, como segmento da ciên-cia vinculado ao mencionado ramodo Direito e “incumbido de oferecercondições de proteção à saúde dotrabalhador no local de trabalho”. Fo-ram selecionadas questões da maisalta relevância sobre a matéria,diretamente relacionadas ao chamadomeio ambiente do trabalho, buscando

a sua devida compreensão.

Autor: Henrique Macedo HinzEdição – 1. ª edição - 2005 - 200 páginas

Autor: Henrique Macedo HinzEdição: 1.ª - 2007 - 176 páginas.

O PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRALE O TRABALHO DA CRIANÇA

E DO ADOLESCENTE NO BRASIL

TÓPICOS AVANÇADOS DEDIREITO MATERIAL

DO TRABALHO

MECANISMOSANTIDISCRIMINATÓRIOS NAS

RELAÇÕES DE TRABALHO

A discriminação nas relações de trabalho é um tema muitopertinente, porém pouco explorado. A única maneira

de diminuir o preconceito é esclarecere tomar atitudes eficazes para com-batê-lo. O autor mostra que é pos-sível incluir socialmente qualquer pessoano mercado de trabalho. Para garantirque a inclusão seja eficaz, leis foramcriadas e a partir daí, as pessoasportadoras de algum tipo de deficiên-cia passam a ser, de fato, respeitadas.Entretanto, a conscientização dasociedade é necessária, para quenegros, deficientes, mulheres e outras

minorias sejam naturalmente aceitas no mercado.

CLÁUSULASNORMATIVAS

DE ADAPTAÇÃO

O tema central desta obra surgiu da necessidade de se adaptaras normas trabalhistas advindas da CLT e das convenções

coletivas de trabalho à realidade das microe pequenas empresas. Sob a perspectivada teoria tridimensional do Direito, o autoranalisa o avanço da legislação trabalhistae demonstra a fragilidade econômica daspequenas empresas e a importânciasocioeconômica de mantê-las ematividade. Atesta a constitucionalida-de da inserção de cláusulas normati-vas de adaptação nas convençõescoletivas, que consistem em formas deadaptar as normas previstas nesses

instrumentos à realidade dessas empresas, permitindo aredução de alguns direitos trabalhistas, mas observando oslimites necessários para a garantia de direitos básicos.

A Constituição de 1988 simboliza a sedimentação de umaideologia preocupada com a diminuição das desigualdades

e a incorporação de princípios nos ramosdo Direito. No Direito do Trabalho, detecta-se uma evolução nos mecanismos dedefesa coletiva dos interesses dostrabalhadores, fortalecendo o direitocoletivo do trabalho. A obra analisa, numprimeiro momento, a estrutura sindicalbrasileira, a criação e o registro dasentidades sindicais, a estabilidade deseus dirigentes, entre outras questões.Trata também dos instrumentos denegociação coletiva, como as conven-

ções e acordos, a greve, o lock-out e os dissídios coletivos,comentando de maneira crítica a tendência à flexibilizaçãodos direitos da classe trabalhadora.

DIREITO COLETIVODO TRABALHO

MEIO AMBIENTEDO TRABALHO

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GIRO DE NOTÍCIAS

DESAGRAVO EM MARÍLIA

VISITA A BAURU

LICENÇA PARA ESTUDOS

A Amatra XV realizou, no dia 25 de maio, ato de desagravo aos colegas Keila Nogueira Silva e Flávio HenriqueGarcia Coelho, da circunscrição de Marília. O ato público aconteceu no fórum trabalhista da cidade e reuniudezenas de pessoas, em repúdio ao advogado Manoel Silveira, pelas ofensas proferidas contra os dois magis-trados em petição apresentada em ação que tramita na 2ª Vara local. “O ato público mostrou a força da mobilizaçãodos juízes trabalhistas, para uma atitude que precisava de resposta rápida”, afirmou a presidente da Amatra XV,Ana Paula Pellegrina Lockmann. “Agressões dessa natureza não são admissíveis, ferem a lei e a dignidade doser humano”, acrescentou.

A diretoria da Amatra XV realizou, no dia 24 de maio,visita à regional de Bauru. Na oportunidade, foi recebidapor integrantes do Tribunal de Ética da OAB/SP, peladiretoria local da Ordem e reuniu-se com juízes nofórum trabalhista da cidade. A Associação relatou, aoTribunal de Ética da OAB, a indignação dos magistradosda 15ª Região com o triste episódio protagonizado peloadvogado Manoel Silveira. A mensagem também foilevada à diretoria da OAB de Bauru. No fórum trabalhistade Bauru houve uma reunião da diretoria da Amatra XVcom juízes da circunscrição, em que foram tratados,entre outros, assuntos relativos à carreira e àscondições de trabalho na 15ª Região, como os projetosde aumento do número de magistrados de primeiro esegundo grau, acréscimo de cargos de servidores,deltas das varas e remuneração.

Na sessão administrativa do dia 3 de maio, o Plenodo TRT acolheu requerimento da Amatra XV, para quefossem retomadas as licenças para estudos eaperfeiçoamento de magistrados.

PRUDENTE E RIBEIRÃO

No dia 4 de junho foram inauguradas as novasinstalações do fórum trabalhista de PresidentePrudente, que passa a ocupar cinco andares de umprédio do Banco do Brasil. Parabéns a todos que seempenharam em obter as novas instalações!

A Câmara Municipal de Ribeirão Preto aprovou nodia 22 de maio, projeto de lei complementar de doaçãode terreno onde será construído o novo fórum trabalhistada cidade. A área, no entorno da chamada CidadeJudiciária, tem mais de 5 mil metros quadrados.

CNJ APROVA NOVOS CARGOSO Conselho Nacional de Justiça (CNJ) emitiu, no

dia 15 de maio, parecer favorável a dois anteprojetosque propõem a ampliação do número de juízes e deservidores na 1ª e na 2ª instância da 15ª Região. Oparecer, assinado pela presidente do STF e do CNJ,ministra Ellen Gracie, ressalta que, segundo “o bemfundamentado estudo realizado pelo Comitê Técnicode Apoio do CNJ, o Tribunal Regional do Trabalho da15ª possui o melhor índice de produtividade pormagistrado de toda a Justiça do Trabalho e uma cargade trabalho bem acima da média nacional”. Em seguida,os anteprojetos deverão ser enviados ao CongressoNacional pelo TST. Prevêem a criação de mais 19cargos de juízes de segunda instância, 65 de primeirograu e 268 de servidores.

Ato de desagravo lotou o fórum trabalhista e magistrados de Marília falam à Imprensa

Fotos Teresa Pedrasi

A Amatra XV esteve presente, no dia 29 de maio,em São José dos Campos, por ocasião do término dacorreição ordinária no fórum local. Os juízes dacircunscrição tiveram a oportunidade de conversar coma presidência e a corregedoria do TRT 15,acompanhados da presidente da Amatra XV.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

O Pleno decidiu, no dia 30 de maio, que as remoçõesdevem se dar apenas pelo critério da antigüidade esem exigência de tempo mínimo de permanência emcada vara. A posição adotada foi defendida pela AmatraXV, que distribuiu parecer a respeito da matéria paraos colegas de segundo grau, dias antes da sessão.

O juiz do Trabalho substituto, Mauro César Moreli to-mou posse no dia 28 de maio, em decorrência de permu-ta com a juíza Érika Izídio, que se transferiu para a 2ª Região.Tomaram posse em 8 de junho, em virtude de concursode remoção, os juízes substitutos Paulo Eduardo Belloti -1ª Região, Ricardo Luís Valentini - 2ª Região, Rogério Prin-civalli da C. Campos e Roberto S. Soares - 10ª Região.

CLT REGE REMOÇÕES

NOVOS JUÍZES

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