internato – pediatria – março 2006 febre reumática

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Internato – Pediatria – março Internato – Pediatria – março 2006 2006 Febre Reumática Febre Reumática Paula Veloso Aquino Paula Veloso Aquino Coordenação: Elisa de Coordenação: Elisa de Carvalho Carvalho ESCS – Escola Superior de Ciências da Saúde

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ESCS – Escola Superior de Ciências da Saúde. Internato – Pediatria – março 2006 Febre Reumática. Paula Veloso Aquino Coordenação: Elisa de Carvalho. Caso Clínico. PTAJ, 12 anos, sexo: feminino, estudante. Natural: Ceilândia – DF. Procedente: Samambaia – DF. Data da internação PSI: 06/03/06 - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Internato – Pediatria – março 2006 Febre Reumática

Internato – Pediatria – março 2006Internato – Pediatria – março 2006

Febre ReumáticaFebre Reumática

Paula Veloso AquinoPaula Veloso Aquino

Coordenação: Elisa de CarvalhoCoordenação: Elisa de Carvalho

ESCS – Escola Superior de Ciências da Saúde

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Caso ClínicoCaso Clínico

PTAJ, 12 anos, sexo: feminino, estudante.PTAJ, 12 anos, sexo: feminino, estudante.

Natural: Ceilândia – DF.Natural: Ceilândia – DF.

Procedente: Samambaia – DF.Procedente: Samambaia – DF.

Data da internação PSI: 06/03/06Data da internação PSI: 06/03/06

Data da história: 07/03/06Data da história: 07/03/06

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Caso ClínicoCaso ClínicoQ P: Q P:

Movimentos estranhos há 03 dias.Movimentos estranhos há 03 dias.HDA:HDA:

Mãe refere que há cerca de 03 semanas, criança Mãe refere que há cerca de 03 semanas, criança iniciou quadro gripal brando com pouca dor em iniciou quadro gripal brando com pouca dor em orofaringe associado a agitação psicomotora leve, orofaringe associado a agitação psicomotora leve, que se resolveu espontaneamente em 01 semana. que se resolveu espontaneamente em 01 semana. Manteve-se assintomática até que há 01 semana Manteve-se assintomática até que há 01 semana voltou a apresentar agitação psicomotora e há 03 voltou a apresentar agitação psicomotora e há 03 dias iniciou movimentos involuntários, dias iniciou movimentos involuntários, incoordenados, deixando cair objetos, associados a incoordenados, deixando cair objetos, associados a hiporexia e sudorese fria. Procurou então, há 01 dia, hiporexia e sudorese fria. Procurou então, há 01 dia, o PSI do HRAS. Nega febre, artralgia e alterações o PSI do HRAS. Nega febre, artralgia e alterações cutâneas.cutâneas.

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Caso ClínicoCaso Clínico

Revisão dos sistemas:Revisão dos sistemas:– Geral: Nega febre e astenia.Geral: Nega febre e astenia.– Cardiovasc. e Resp.: Nega tosse, rinorréia, Cardiovasc. e Resp.: Nega tosse, rinorréia,

dor torácica, dispnéia, palpitações e edema dor torácica, dispnéia, palpitações e edema – Digestivo: Nega vômito e diarréia.Digestivo: Nega vômito e diarréia.– Urinário: Nega disúria, hematúria ou colúria. Urinário: Nega disúria, hematúria ou colúria.

Urina de cor amarelada.Urina de cor amarelada.– Nervoso: Refere agitação e nervosismoNervoso: Refere agitação e nervosismo

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Caso ClínicoCaso Clínico

Antecedentes fisiológicos:Antecedentes fisiológicos:– Mãe fez pré natal, gravidez sem Mãe fez pré natal, gravidez sem

intercorrências, tomou sulfato ferroso.intercorrências, tomou sulfato ferroso.– Parto normal, a termo, pesou: 3,600KgParto normal, a termo, pesou: 3,600Kg– Aleitamento materno exclusivo: 06 mesesAleitamento materno exclusivo: 06 meses– Aleitamento materno total: 02 anosAleitamento materno total: 02 anos– Desenvolvimento neuropsicomotor: normalDesenvolvimento neuropsicomotor: normal– Vacinação : completa (sic.)Vacinação : completa (sic.)

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Caso ClínicoCaso Clínico

Antecedentes patológicos:Antecedentes patológicos:– Doenças prévias: Varicela aos 06 anos.Doenças prévias: Varicela aos 06 anos.– Nega: Nega:

Alergias;Alergias;

Uso crônico de medicamentos;Uso crônico de medicamentos;

Internações prévias;Internações prévias;

Traumatismos;Traumatismos;

Cirurgias;Cirurgias;

Transfusões sangüíneas.Transfusões sangüíneas.

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Caso ClínicoCaso Clínico

Antecedentes familiares:Antecedentes familiares:– MãeMãe: 41 anos, 4ªsérie ensino fundamental, : 41 anos, 4ªsérie ensino fundamental,

diarista. diarista. TireoidopatiaTireoidopatia não tratada e não tratada e hipertensão arterialhipertensão arterial sistêmica. Não fuma. sistêmica. Não fuma.

– PaiPai: 47 anos, 5ªsérie ensino fundamental, : 47 anos, 5ªsérie ensino fundamental, ascensorista. Epilepsia (Fenobarbital). Ex-ascensorista. Epilepsia (Fenobarbital). Ex-tabagista (parou há 03 anos)tabagista (parou há 03 anos)

– IrmãIrmã: 21 anos, saudável: 21 anos, saudável– Avó maternaAvó materna: cardiopatia chagásica.: cardiopatia chagásica.

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Caso ClínicoCaso Clínico

Antecedentes sociais:Antecedentes sociais:– Reside com os pais e uma irmãReside com os pais e uma irmã– Casa de alvenariaCasa de alvenaria

saneamento básico completo;saneamento básico completo;

06 cômodos, 04 moradores;06 cômodos, 04 moradores;

Nega: poeira, mofo e fumantes em casaNega: poeira, mofo e fumantes em casa

– Animal de estimação: periquito.Animal de estimação: periquito.

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Caso ClínicoCaso ClínicoExame físico:Exame físico:– BEG, normocorada, anictérica, acianótica, BEG, normocorada, anictérica, acianótica,

normohidratada, eupneica, afebril, ativa e reativa, normohidratada, eupneica, afebril, ativa e reativa, orientada.orientada.

– OrofaringeOrofaringe: : hiperemia e pontos de pus em véu palatinohiperemia e pontos de pus em véu palatino;;– Ap. respAp. resp: MVF, sem ruídos adventícios ou esforço : MVF, sem ruídos adventícios ou esforço

respitatório;respitatório;– Ap. cardiovAp. cardiov: RCR 2T BNF, sem sopros: RCR 2T BNF, sem sopros– AbdAbd: plano, RHA+, timpânico, normotenso, indolor à : plano, RHA+, timpânico, normotenso, indolor à

palpação, sem visceromegalias;palpação, sem visceromegalias;– ExtrExtr: bem perfundidas, sem edema, : bem perfundidas, sem edema, movimentos movimentos

involuntários, incoordenadosinvoluntários, incoordenados em todo o corpo, em todo o corpo, principalmente cabeça e membros.principalmente cabeça e membros.

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Caso ClínicoCaso Clínico

Exames Laboratoriais:Exames Laboratoriais:06/03/0606/03/06 10/03/0610/03/06

HemáciasHemácias 4,324,32 4,934,93

HemoglobinaHemoglobina 11,711,7 13,013,0

HematócritoHematócrito 34,334,3 40,440,4

PlaquetasPlaquetas 109.000109.000 115.000115.000

LeucócitosLeucócitos 4,7mil4,7mil 6,7mil6,7mil

SegSeg 6262 7070

BastBast 0101 0202

LinfLinf 3232 2626

MonoMono 0303 0101

EosEos 0202 0101

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Caso ClínicoCaso Clínico

Exames LaboratoriaisExames Laboratoriais::

06/03/06:06/03/06:

VHS = 18 mmVHS = 18 mm

PCR = 0,47 mg/dlPCR = 0,47 mg/dl

ASLO = 56 UI/mlASLO = 56 UI/ml

10/03/06:10/03/06:

EAS = normalEAS = normal

ECG ECG = normal= normal

13/03/06:13/03/06:

Síflis : HAI = não regenteSíflis : HAI = não regente

VDRL = 1/1VDRL = 1/1

Toxo: HAI = não reagenteToxo: HAI = não reagente

Elisa IgG = negativoElisa IgG = negativo

Elisa IgA = negativoElisa IgA = negativo

FR = < 9,5 UI/mlFR = < 9,5 UI/ml

CMV : IgG = 54CMV : IgG = 54

C3 = 56,9 mg/dlC3 = 56,9 mg/dl

C4 = < 5,3 mg/dlC4 = < 5,3 mg/dl

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Caso ClínicoCaso Clínico

Hipótese diagnósticaHipótese diagnóstica::

– Febre ReumáticaFebre Reumática

Conduta:Conduta:– 06/03/06 (PS):06/03/06 (PS):

Penicilina benzatina : 1.200.000 UI IMPenicilina benzatina : 1.200.000 UI IM

Haloperidol : 1mg/dia VOHaloperidol : 1mg/dia VO

– 07/ 03/06 (Ala A):07/ 03/06 (Ala A):Haloperidol : 1mg 12/12h VOHaloperidol : 1mg 12/12h VO

– 13/03/06 (Ala B):13/03/06 (Ala B):Haloperidol : 1 mg 8/8h VOHaloperidol : 1 mg 8/8h VO

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Febre ReumáticaFebre Reumática

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Febre ReumáticaFebre Reumática

Doença inflamatória, sistêmica, deflagrada Doença inflamatória, sistêmica, deflagrada pelo Streptococcus pelo Streptococcus ββ-hemolítico do grupo -hemolítico do grupo A, que ocorre, provavelmente, em A, que ocorre, provavelmente, em pessoas geneticamente predispostaspessoas geneticamente predispostas

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaEpidemiologiaEpidemiologia

Idêntica à das infecções das vias Idêntica à das infecções das vias respiratórias superiores por estreptococos do respiratórias superiores por estreptococos do grupo A:grupo A:– Mais freqüente em crianças (5 – 15 anos)Mais freqüente em crianças (5 – 15 anos)– Adultos – final da 2ª a início da 3ª década de vidaAdultos – final da 2ª a início da 3ª década de vida

Fatores de risco epidemiológicoFatores de risco epidemiológico::– Baixo padrão socioeconômicoBaixo padrão socioeconômico

AglomeraçõesAglomerações– Faringite por estreptococo do grupo AFaringite por estreptococo do grupo A

Sorotipos 1, 3, 5, 6 e 18 (mais associadas à FR)Sorotipos 1, 3, 5, 6 e 18 (mais associadas à FR)

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaPatogeniaPatogenia

A FR está associada à infecção, pelo A FR está associada à infecção, pelo estreptococo estreptococo ββ-hemolítico do grupo A, de -hemolítico do grupo A, de vias aéreas superiores (não de pele).vias aéreas superiores (não de pele).

Mecanismo patogênico obscuro.Mecanismo patogênico obscuro.– 03 hipóteses:03 hipóteses:

Infecção direta pelo estreptococo do grupo AInfecção direta pelo estreptococo do grupo A

Efeito tóxico de produtos extracelulares da Efeito tóxico de produtos extracelulares da bactériabactéria

Resposta imune anormalResposta imune anormal

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaPatogeniaPatogenia

Hipótese mais aceitaHipótese mais aceita::Resposta imune anormal ou disfuncional.Resposta imune anormal ou disfuncional.– Produção de anticorpos contra a proteína M Produção de anticorpos contra a proteína M

de certas cepas estreptocócicas, os quais de certas cepas estreptocócicas, os quais exibem reação cruzada com glicoproteínas exibem reação cruzada com glicoproteínas teciduais no coração, articulações e outros teciduais no coração, articulações e outros tecidos.tecidos.

Reforça esta hipótese:Reforça esta hipótese:– Período de latência entre infecção e início Período de latência entre infecção e início

dos sintomas de FR de 1 a 3 semanas.dos sintomas de FR de 1 a 3 semanas.

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaDiagnósticoDiagnóstico

Diagnóstico ainda se baseia em um grupo de critérios: Critérios de Jones.

De acordo com a última revisão, realizada em 1992 pela American Heart Association (AHA), terse-á alta probabilidade de febre reumática quando:

Evidência de infecção prévia pelo Streptococcus ββ-hemolítico do grupo A associada a:– 2 critérios maiores ou– 1 critério maior e 2 menores.

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Critérios de JonesCritérios de Jones(Atualizados em 1992 – AHA)(Atualizados em 1992 – AHA)

Critérios maioresCritérios maiores Critérios menoresCritérios menores

CarditeCardite

Poliartrite migratóriaPoliartrite migratória

Coréia de SydenhamCoréia de Sydenham

Nódulos subcutâneosNódulos subcutâneos

Eritema marginadoEritema marginado

FebreFebre

ArtralgiaArtralgia

VHS ou PCR elevadosVHS ou PCR elevados

PR prolongado no ECGPR prolongado no ECG

MaisMais: Evidências de infecção recente por estreptococos do : Evidências de infecção recente por estreptococos do grupo A (cultura positiva de faringe, teste rápido de detecção de grupo A (cultura positiva de faringe, teste rápido de detecção de antígenos ou título de anticorpos antiestreptocócicos elevado ou antígenos ou título de anticorpos antiestreptocócicos elevado ou crescente.crescente.

exceção: coréia isolada, de etiologia não definida. (diagnóstico de febre reumática independe de outros achados)

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaManifestações clínicas

Manifestações clínicas de febre reumática Manifestações clínicas de febre reumática podem exibir características peculiarespodem exibir características peculiares

Quando encontradas, elevam o valor Quando encontradas, elevam o valor preditivo positivo do respectivo achado.preditivo positivo do respectivo achado.

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaManifestações clínicas

Poliartrite Poliartrite (até 75%)(até 75%)

– Grandes articulações são as mais afetadas.Grandes articulações são as mais afetadas.– Padrão é migratórioPadrão é migratório– Extremamente dolorosaExtremamente dolorosa– Totalmente resolutivoTotalmente resolutivo– Não deixa seqüelas (maioria dos casos)Não deixa seqüelas (maioria dos casos)– Excelente resposta aos AINEExcelente resposta aos AINE– Remissão dos sintomas em 48-72 horas Remissão dos sintomas em 48-72 horas

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaManifestações clínicas

Cardite Cardite (40 a 60%)(40 a 60%)

– Pancardite (pericárdio, miocárdio e endocárdio)Pancardite (pericárdio, miocárdio e endocárdio)– Varia de leve a intensaVaria de leve a intensa– Sinais de cardite:Sinais de cardite:

Taquicardia sinusalTaquicardia sinusal

Arritmias (bloqueio AV de Arritmias (bloqueio AV de 1ºgrau e até 3º grau)1ºgrau e até 3º grau)

Sopro de regurgitação mitralSopro de regurgitação mitral

BB3 3 com galopecom galope

Atrito pericárdicoAtrito pericárdico

CardiomegaliaCardiomegalia

Sinais de ICCSinais de ICC

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaManifestações clínicas

CarditeCardite– Valvulite reumática:Valvulite reumática:

Cicatrização pode causar espessamento fibroso e Cicatrização pode causar espessamento fibroso e aderência resultando em estenose e/ou insuficiência aderência resultando em estenose e/ou insuficiência valvaresvalvaresValva Mitral é a mais acometidaValva Mitral é a mais acometidaValva Aórtica (simultaneamente à Mitral)Valva Aórtica (simultaneamente à Mitral)Valvas Tricúspide e Pulmonar raramente são Valvas Tricúspide e Pulmonar raramente são acometidas.acometidas.

– Mesmo pequenos graus de comprometimento Mesmo pequenos graus de comprometimento valvar predispõe à endocardite infecciosavalvar predispõe à endocardite infecciosa

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaManifestações clínicas

Coréia de Sydenham Coréia de Sydenham (<10%)(<10%)

– movimentos descoordenados, involuntários, abruptos, movimentos descoordenados, involuntários, abruptos, de grupos musculares estriados esqueléticos. de grupos musculares estriados esqueléticos.

tropeços à deambulaçãotropeços à deambulação

fala arrastada ou “enrolada”fala arrastada ou “enrolada”

deixar cair objetosdeixar cair objetos

escrita ruimescrita ruim

Labilidade emocional intensaLabilidade emocional intensa

– Atinge mais adolescentes e sexo femininoAtinge mais adolescentes e sexo feminino– Período de latência de até vários mesesPeríodo de latência de até vários meses– Diagnóstico diferencial:Diagnóstico diferencial: lúpus eritematoso sistêmico, lúpus eritematoso sistêmico,

(especialmente casos de difícil controle terapêutico)(especialmente casos de difícil controle terapêutico)

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaManifestações clínicas

Eritema marginado Eritema marginado (<10%)(<10%)

– Altamente específico de FRAltamente específico de FR– Lesão macular com halo hiperemiado e centro opacoLesão macular com halo hiperemiado e centro opaco– Manifesta-se inicialmente, como máculas róseas Manifesta-se inicialmente, como máculas róseas

inespecíficasinespecíficas

Em geral:Em geral:– Não pruriginoso;Não pruriginoso;– Concentra-se no tronco;Concentra-se no tronco;– Poupa a face.Poupa a face.– Pode agravar-se com aplicação de calor Pode agravar-se com aplicação de calor

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Eritema Marginado

Page 28: Internato – Pediatria – março 2006 Febre Reumática

Figura eritema Figura eritema marginadomarginado

Eritema Marginado

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaManifestações clínicas

Nódulos subcutâneos Nódulos subcutâneos – São raros, mas altamente específicos de febre São raros, mas altamente específicos de febre

reumáticareumática– São indoloresSão indolores– Usualmente em superfícies extensoras das articulações Usualmente em superfícies extensoras das articulações

e ao longo de tendõese ao longo de tendões– Associados à presença de cardite Associados à presença de cardite

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Nódulos Subcutâneos

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaDiagnóstico LaboratorialDiagnóstico Laboratorial

Cultura de orofaringeCultura de orofaringe

VHSVHS

PCRPCR

Leucocitose e leve anemiaLeucocitose e leve anemia

Antiestreptolisina-O (ASO) = pico 3 – 6 sem.Antiestreptolisina-O (ASO) = pico 3 – 6 sem.– Crianças: elevadas quando > 320 U ToddCrianças: elevadas quando > 320 U Todd

Antidesoxirribonuclease B (ADB) = pico 6 – Antidesoxirribonuclease B (ADB) = pico 6 – 8 sem.8 sem.

InespecíficosInespecíficos

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaDiagnóstico Diagnóstico

ECGECG– Intervalo PR prolongadoIntervalo PR prolongado– Bloqueio AV de 1º, 2º ou 3º grauBloqueio AV de 1º, 2º ou 3º grau

Raio X de tóraxRaio X de tórax– Nenhum achado específicoNenhum achado específico– Cardiomegalia é comumCardiomegalia é comum

EcodopplercardiogramaEcodopplercardiograma– detectar lesões cardíacas valvulares na fase aguda da detectar lesões cardíacas valvulares na fase aguda da

doença (mais sensível )doença (mais sensível )– Solicitar em todos casos suspeitos de FR => detectar Solicitar em todos casos suspeitos de FR => detectar

lesões valvulares “silenciosas” lesões valvulares “silenciosas”

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaDiagnóstico Diferencial Diagnóstico Diferencial

Artrite Reumatóide infantilArtrite Reumatóide infantil

Doenças do tecido conjuntivoDoenças do tecido conjuntivo

Endocardite infecciosaEndocardite infecciosa

Doença de Lyme (exantema )Doença de Lyme (exantema )

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaTratamento

Primeira conduta: Primeira conduta:

Erradicação do Streptococcus Erradicação do Streptococcus ββ-hemolítico -hemolítico do grupo A: do grupo A: – Penicilina benzatinaPenicilina benzatina, IM, IM

1.200.000 U1.200.000 U, crianças com peso , crianças com peso > 25 kg> 25 kg;;

600.000 U600.000 U, crianças com peso , crianças com peso até 25 kgaté 25 kg..

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaTratamento

Aternativas:Aternativas:– Doenças hemorrágicas: Doenças hemorrágicas: não usar IMnão usar IM

Penicilina-V oral (50mg/kg/dia, 6/6 h) por 10 dias ouPenicilina-V oral (50mg/kg/dia, 6/6 h) por 10 dias ouAmoxicilina VO (50mg/kg/dia, 8/8 h), por 10 dias.Amoxicilina VO (50mg/kg/dia, 8/8 h), por 10 dias.

– Alergia à penicilina e derivadosAlergia à penicilina e derivados::Eritromicina (40mg/kg/dia, 6/6 h, por 10 dias).Eritromicina (40mg/kg/dia, 6/6 h, por 10 dias).Macrolídeos (azitromicina, VO, por cinco dias) e Macrolídeos (azitromicina, VO, por cinco dias) e cefalosporinas orais (por 10 dias) também podem ser cefalosporinas orais (por 10 dias) também podem ser utilizados (custo muito maior).utilizados (custo muito maior).

– Não usarNão usar:: Tetraciclinas (alta prevalência de resistência);Tetraciclinas (alta prevalência de resistência);Sulfonamidas (não erradicam o agente);Sulfonamidas (não erradicam o agente);Cloranfenicol (alta toxicidade).Cloranfenicol (alta toxicidade).

Page 37: Internato – Pediatria – março 2006 Febre Reumática

Febre ReumáticaFebre ReumáticaTratamento das manifestações

Cardite:Cardite:– Prednisona, 1 a 2,5 mg/kg/dia (máx. 60mg/dia) VO, Prednisona, 1 a 2,5 mg/kg/dia (máx. 60mg/dia) VO,

Dose plena, fracionada , 2 ou 3 tomadas diárias, Dose plena, fracionada , 2 ou 3 tomadas diárias, durante 15 dias; depois, reduzir 20% a 25% da durante 15 dias; depois, reduzir 20% a 25% da dose, por semana.dose, por semana.

Obs:Obs:– Caso de Caso de artrite e carditeartrite e cardite concomitantes, não é concomitantes, não é

necessário o uso de AINEs;necessário o uso de AINEs;– durante redução gradual da prednisona, não é durante redução gradual da prednisona, não é

necessário introduzir AINE, desde que redução necessário introduzir AINE, desde que redução semanal não ultrapasse 25%.semanal não ultrapasse 25%.

Page 38: Internato – Pediatria – março 2006 Febre Reumática

Febre ReumáticaFebre ReumáticaTratamento das manifestações

Coréia:Coréia:– HaloperidolHaloperidol, VO, 1mg/ dia em 2 tomadas diárias., VO, 1mg/ dia em 2 tomadas diárias.

Aumentar 0,5 mg a cada três dias, até boa resposta (mais Aumentar 0,5 mg a cada três dias, até boa resposta (mais de 75% de remissão dos movimentos) ou até dose máxima de 75% de remissão dos movimentos) ou até dose máxima de 5 mg/ dia. Duração do tratamento por três meses.de 5 mg/ dia. Duração do tratamento por três meses.

OBS: doses próximas à dose máxima podem causar OBS: doses próximas à dose máxima podem causar impregnação ou síndrome extrapiramidal.impregnação ou síndrome extrapiramidal.

Alternativa: ácido valpróico (30 mg/kg/dia, VO, Alternativa: ácido valpróico (30 mg/kg/dia, VO, iniciando com 10 mg/kg/dia e aumentando 10mg/kg, iniciando com 10 mg/kg/dia e aumentando 10mg/kg, semanalmente)semanalmente)

Page 39: Internato – Pediatria – março 2006 Febre Reumática

Febre ReumáticaFebre ReumáticaTratamento das manifestaçõesArtrite:Artrite:

Antiinflamatórios não hormonais:Antiinflamatórios não hormonais:– Aproximadamente por 7-10 dias, VO.Aproximadamente por 7-10 dias, VO.

Preferencialmente:Preferencialmente:

Ácido acetil-salicílico (80-100mg/kg/dia);Ácido acetil-salicílico (80-100mg/kg/dia);

Naproxeno (10-20 mg/kg/dia);Naproxeno (10-20 mg/kg/dia);

Ibuprofeno (30-40 mg/kg/dia).Ibuprofeno (30-40 mg/kg/dia).

Page 40: Internato – Pediatria – março 2006 Febre Reumática

Febre ReumáticaFebre ReumáticaTratamento das manifestações

Nódulos subcutâneos e Eritema marginado:Nódulos subcutâneos e Eritema marginado:

Não há tratamento específico.Não há tratamento específico.

Page 41: Internato – Pediatria – março 2006 Febre Reumática

Febre ReumáticaFebre ReumáticaProfilaxia

PrimáriaPrimária– Tratamento adequados das infecções de vias Tratamento adequados das infecções de vias

aéreas superiores, como faringo-amigdalites, aéreas superiores, como faringo-amigdalites, causados pelo Streptococcus b-hemolítico do causados pelo Streptococcus b-hemolítico do grupo A.grupo A.

– A recomendação de antibióticos é a mesma A recomendação de antibióticos é a mesma usada na erradicação do agente quando do usada na erradicação do agente quando do tratamento, como descrito anteriormente. tratamento, como descrito anteriormente.

Page 42: Internato – Pediatria – março 2006 Febre Reumática

Febre ReumáticaFebre ReumáticaProfilaxia

SecundáriaSecundáriaUso periódico e por longo prazo de antibióticos Uso periódico e por longo prazo de antibióticos que mantenham concentrações inibitórias que mantenham concentrações inibitórias mínimas para o Streptococcus b-hemolítico do mínimas para o Streptococcus b-hemolítico do grupo A, visando impedir recidivas de febre grupo A, visando impedir recidivas de febre reumática em pacientes que já apresentaram reumática em pacientes que já apresentaram um primeiro surto da doença:um primeiro surto da doença:Penicilina benzatina, IM,Penicilina benzatina, IM,– 1.200.000 U crianças > 25 kg1.200.000 U crianças > 25 kg– 600.000 U crianças com até 25 kg.600.000 U crianças com até 25 kg.

A cada 21 A cada 21 diasdias

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaProfilaxia

Secundária (Alternativas):Secundária (Alternativas):Doenças hemorrágicas:Doenças hemorrágicas:– Penicilina-V oral (250 mg, duas vezes ao dia, Penicilina-V oral (250 mg, duas vezes ao dia,

todos os dias).todos os dias).

Alérgicos à penicilina e derivados:Alérgicos à penicilina e derivados:– Eritromicina (250 mg, duas vezes por dia) ouEritromicina (250 mg, duas vezes por dia) ou– Sulfadiazina (500mg para pacientes até 25 Sulfadiazina (500mg para pacientes até 25

kg, 1g para maiores de 25 kg), ambas em kg, 1g para maiores de 25 kg), ambas em todos os dias.todos os dias.

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Febre ReumáticaFebre ReumáticaProfilaxia

secundária:secundária:– Pacientes quePacientes que não não apresentaram cardite: apresentaram cardite:

Até os 18 anos de idade ouAté os 18 anos de idade ou

Até cinco anos após o último episódio, em caso de Até cinco anos após o último episódio, em caso de recidivas. A recidivas. A opção que durar maisopção que durar mais..

– Pacientes que apresentaram Pacientes que apresentaram carditecardite::Até os 40 anos de idade ouAté os 40 anos de idade ou

Até 10 anos após o último episódio, em caso de Até 10 anos após o último episódio, em caso de recidivas. A recidivas. A opção que durar maisopção que durar mais..

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BliografiaBliografia

KAPLAN,E.L. Febre Reumática. In: BRAUNWALD,E; et KAPLAN,E.L. Febre Reumática. In: BRAUNWALD,E; et al.Harrison Medicina Interna. Rio de Janeiro: McGraw-al.Harrison Medicina Interna. Rio de Janeiro: McGraw-Hill,2002. p.1418 – 1421.Hill,2002. p.1418 – 1421.TODD, J. K. Streptococcus do Grupo A. In BEHRMAN, TODD, J. K. Streptococcus do Grupo A. In BEHRMAN, R.E; et al. Nelson Tratado de Pediatria16ª ed. Rio de R.E; et al. Nelson Tratado de Pediatria16ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p 794 – 802.Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p 794 – 802.Robbins, Patologia Estrutural e Funcional, 6a Edição, Robbins, Patologia Estrutural e Funcional, 6a Edição, 2000. 2000. Pereira B.A.F.; Sociedade Brasileira de Pediatria. Pereira B.A.F.; Sociedade Brasileira de Pediatria. Projeto Diretrizes – Febre Reumática. 2002 Projeto Diretrizes – Febre Reumática. 2002 (http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/051(http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/051.pdf).pdf)